About Tatiza Barcellos

Sou engenheira-agrônoma e mestra em agronomia, com ênfase em produção vegetal, pela Universidade Federal de Goiás.

Calendário agrícola: organize a lavoura de forma estratégica

Calendário agrícola: o que é, qual a sua importância e como usá-lo para organizar as atividades da empresa rural

O planejamento agrícola é uma etapa indispensável para a exploração racional dos recursos. Ele minimiza os riscos e melhora a gestão das atividades.

Uma das fases do planejamento consiste na elaboração do calendário agrícola

O calendário agrícola pode te ajudar muito nas tomadas de decisão. Além disso, ele  contribui para o monitoramento da safra.

Mas afinal, como elaborar um calendário agrícola? Confira a seguir um pouco mais sobre o assunto. Boa leitura! 

O que é e como funciona o calendário agrícola

Calendário agrícola é uma ferramenta de consulta que te mostra a melhor época para a semeadura, manejo e colheita da sua cultura. O principal objetivo é definir quais atividades serão realizadas e em qual período.

Além disso, ele também ajuda a definir qual o melhor momento de disponibilizar o produto no mercado. A adoção das recomendações do calendário agrícola é muito importante. 

O cultivo na época indicada garante maior sucesso da atividade. Afinal, isso reduz os riscos de queda de produção em decorrência de adversidades climáticas. 

Em alguns casos, também é possível antecipar a solução de problemas. Por exemplo, o aparecimento de doenças nos períodos de maior umidade.

Como elaborar um calendário agrícola

A elaboração do calendário agrícola deve considerar o cenário em que a atividade está inserida. 

Por isso, é essencial conhecer as condições ambientais, sociais e econômicas da empresa rural.

Primeiramente, analise a viabilidade técnica e econômica da atividade. Feito isso, é hora de elaborar o calendário. 

Para elaborar um calendário agrícola preciso, você deve reunir as seguintes informações:

  • análise físico-química do solo;
  • tamanho da área;
  • cultivares/variedades indicadas para a região;
  • ciclo fenológico da cultura;
  • zoneamento agrícola;
  • condições meteorológicas (regime pluviométrico, temperatura, umidade,       velocidade do vento);
  • insumos (sementes, adubos, inoculantes, defensivos agrícolas);
  • mão de obra;
  • máquinas e implementos.

Após levantar essas informações, você pode organizar as atividades agrícolas e estabelecer a melhor data em que serão realizadas. Assim, é possível disponibilizar os recursos no período determinado.

Quanto maior o número de informações e quanto mais precisa elas forem, mais estratégico será o seu calendário agrícola.

Para otimizar esse processo, conte com um software de gestão rural que integre diferentes informações e soluções agrícolas, como o Aegro.

Com ele, você consegue visualizar seu histórico de pragas e doenças, fazer o inventário de estoque e patrimônio e até acessar previsões meteorológicas completas, para então planejar as fases e atividades da safra.

Veja aqui um vídeo com todos esses recursos e como eles podem facilitar a elaboração e execução do seu calendário agrícola.   

planilha de planejamento da safra de milho

Calendário de plantio e colheita

Uma informação importante do calendário agrícola é o período de plantio e colheita.

O calendário de semeadura e colheita brasileiro é norteado, principalmente, pelas recomendações do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). 

Ele é disponibilizado pela Conab e pode ser acessado no site da instituição.

Esse calendário engloba as principais culturas. Ele é elaborado a partir de dados meteorológicos, técnicos e científicos de diferentes instituições oficiais.

Zoneamento agrícola

Outra importante ferramenta que pode te orientar no planejamento do calendário é o Zarc (Zoneamento Agrícola de Risco Climático). 

O Zarc relaciona os municípios e os períodos do ano com condições de cultivo mais favoráveis. Ele considera o tipo do solo e o ciclo fenológico da cultura.

As recomendações do Zarc também são utilizadas por algumas instituições financeiras. Essas instituições exigem essas informações para a concessão de crédito rural e seguro agrícola.

Os dados do Zarc podem ser acessados em várias plataformas:

Informações meteorológicas

Os dados meteorológicos podem ser coletados nos seguintes sites:

  • Agritempo (Sistema de Monitoramento Agrometeorológico/Embrapa);
  • Cptec (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos/INPE); 
  • Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).

Qual a melhor data para plantar? Veja o calendário agrícola das principais culturas

No Brasil, o calendário de plantio e colheita não é unificado. Isso acontece porque cada região apresenta características ambientais específicas

Cada região do país tem seu próprio intervalo de meses para realizar o plantio e a colheita das culturas.

Agora, confira o calendário de plantio e colheita das principais culturas nas regiões Centro-Oeste e Sudeste. Todos os calendários foram retirados da Conab.

Calendário agrícola do algodão

Quem produz algodão deve se atentar à época do vazio sanitário estipulado para cada região. 

O vazio sanitário é uma medida obrigatória. Ela busca o controle de doenças e insetos-pragas, especialmente o bicudo-do-algodoeiro.

Calendário de plantio e colheita de algodão nas regiões Centro-Oeste e Sudeste

Calendário agrícola do feijão

Calendário de plantio e colheita de feijão 2a safra nas regiões Centro-Oeste e Sudeste

Calendário agrícola do milho

Calendário de plantio e colheita de milho 2a safra nas regiões Centro-Oeste e Sudeste

Calendário agrícola da soja

Calendário de plantio e colheita de soja nas regiões Centro-Oeste e Sudeste

Assim como o algodão, os produtores de soja devem respeitar o período de vazio sanitário determinado para a cultura da soja

Esse período é determinado anualmente pela SDA (Secretaria de Defesa Agropecuária).

O vazio sanitário da soja visa controlar o fungo causador da ferrugem asiática

Calendário de semeadura da soja

No caso da cultura da soja, o calendário de semeadura atende o PNCFS  (Programa Nacional de Controle da Ferrugem Asiática da Soja).

A ferrugem asiática é uma das principais doenças fúngicas da soja. O PNCFS reúne estratégias de manejo para a prevenção e controle da doença. 

Por isso, o calendário de plantio da soja racionaliza o número de aplicações de fungicidas. 

Essa ação reduz os riscos de desenvolvimento de resistência do fungo aos produtos químicos utilizados.

O calendário de semeadura da soja é de responsabilidade da SDA  e do Mapa.

A adoção do calendário de semeadura da soja é obrigatória em 20 estados brasileiros. A seguir, confira a janela de plantio para cada um desses estados para a safra 2021/22.

Calendário de semeadura da cultura da soja

(Fonte: Mapa)

Para saber quais municípios se enquadram nas diferentes regiões do Maranhão, Pará, Piauí e Rondônia, consulte a Portaria nº 394.

Esse calendário de semeadura da soja considera apenas aspectos fitossanitários

Enquanto isso, a janela de plantio recomendada pelo Zarc considera outros parâmetros como a região, os tipos de solo e a cultura.

O calendário de semeadura do Zarc é apresentado por município de cada estado. As recomendações de plantio da SDA são divulgadas por estado.

É importante ressaltar que as duas recomendações devem ser seguidas, tanto a da SDA quanto do Zarc. 

Caso haja divergência nas datas de plantio ou colheita, você deve considerar o período de início ou término mais restrito.

Conclusão

O calendário agrícola possibilita que você organize e execute as atividades no momento certo

É fundamental se orientar por fontes oficiais na elaboração do calendário agrícola.

Isso contribui para o manejo fitossanitário, além de reduzir as chances de adversidades climáticas coincidirem com as fases mais sensíveis da cultura.

Ao seguir as recomendações do calendário agrícola, você garante maior segurança e uma melhor gestão de toda a safra. 

A partir dessa ferramenta, é possível ter maior clareza das atividades que já foram realizadas e das que ainda estão por serem executadas.

Saiba mais >>

“ASG na agricultura: como se beneficiar dessas práticas”

Você sabia como elaborar o calendário agrícola? Adoraria ler sua experiência nos comentários.

Veja tudo sobre como controlar a ferrugem do cafeeiro

Ferrugem do cafeeiro: conheça os sintomas da doença, quais são as condições favoráveis para seu desenvolvimento e qual a melhor forma de manejo

A ferrugem alaranjada é considerada a doença mais importante da cultura do café. Ela se destaca por causa dos muitos danos causados à lavoura.

Essa doença está disseminada por todas as áreas produtoras de café do país. Apesar disso, o Brasil responde como o maior produtor e exportador de café do mundo.

Neste artigo, confira mais um pouco sobre a ferrugem do cafeeiro e aprenda a melhor forma de controlar a doença.

O que é a ferrugem do cafeeiro

A ferrugem do cafeeiro pode ser causada por duas espécies de fungos

No Brasil, a espécie responsável pela ferrugem alaranjada da plantação de café é a Hemileia vastatrix. Esse é um parasita que necessita de tecido vegetal vivo do hospedeiro para se desenvolver.

A espécie Hemileia coffeicola causa a ferrugem farinhosa. Essa doença é menos agressiva que a ferrugem alaranjada. Não há relatos de sua presença nas lavouras brasileiras de café. 

Sintomas da ferrugem do cafeeiro

Os sintomas são observados primeiro nas folhas da saia do cafeeiro. Com a evolução da doença, os sintomas avançam para o topo da planta. 

Em qualquer fase do desenvolvimento, as folhas estão suscetíveis ao ataque do fungo.

Os primeiros sintomas da ferrugem no café são lesões claras nas folhas. Com o tempo, elas ficam necrosadas. 

A redução da área foliar diminui a fotossíntese da planta. Como consequência, o desenvolvimento do café é prejudicado.

Foto de folha de cafeeiro com sintomas de ferrugem. A folha apresenta pontos alaranjados e amarelados.
Folhas de café com sintomas de ferrugem causada por Hemileia vastatrix
(Fonte: Daily Coffee News)

Na parte inferior da folha, é possível observar massas de esporos. Elas têm aspecto empoeirado e cor amarelo-alaranjada. 

Foto de verso da folha do café com ferrugem. A folha está repleta de manchas alaranjadas.
Face inferior da folha de café com sintomas de ferrugem
(Fonte: World Coffee Research)

Outro sintoma provocado pela ferrugem é a desfolha das plantas. A queda precoce das folhas, associada à morte dos ramos, afeta a produção. 

A desfolha provocada pela ferrugem prejudica o vingamento da florada do café e dos frutos na fase de chumbinho.

Os sintomas dessa doença refletem nas próximas safras, com a queda da produção de frutos. 

Em casos avançados da doença, pode ocorrer a morte das plantas.

Dependendo da severidade, a doença pode reduzir a longevidade do cafezal, além de inviabilizar economicamente a atividade.

Condições ideais para a doença

Dentre os aspectos favoráveis à ocorrência da ferrugem alaranjada nos cafezais, destacam-se a umidade e a temperatura. Esses fatores interferem diretamente no ciclo de vida do fungo e no estabelecimento da doença.

As condições ideais para a ocorrência e o desenvolvimento dessa doença são:

  • alta umidade relativa do ar;
  • temperatura moderada, entre 22 °C e 24 °C;
  • ausência de luz direta;
  • presença de um filme de água na superfície das folhas.

Disseminação

A disseminação dos esporos do fungo Hemileia vastatrix acontece pela ação do vento e por respingos de água da chuva

Os insetos, as pessoas e alguns tratos culturais também são responsáveis pela disseminação da ferrugem.

No caso da poda, é muito importante fazer a limpeza das ferramentas. 

Uma lâmina de corte pode entrar em contato com uma planta infectada. Se, em seguida, ela encosta em uma planta saudável, pode disseminar uma série de doenças.

Dessa forma, mantenha as ferramentas de poda sempre limpas e afiadas.  

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Como fazer o manejo da ferrugem do cafeeiro

Considerando a extensão dos danos causados pela ferrugem, o monitoramento da lavoura é uma importante ferramenta no manejo.

Quanto antes ela for detectada, maiores são as chances de sucesso no seu controle. 

Cultivares tolerantes e fungicidas 

O controle da ferrugem do cafeeiro é realizado pelo plantio de cultivares tolerantes/resistentes e pela pulverização de fungicidas químicos.

Os fungicidas à base de cobre são utilizados no controle preventivo da doença. 

Quando pulverizados na superfície das folhas, eles formam uma barreira tóxica. Isso protege a planta e evita o desenvolvimento da ferrugem.

Além disso, o cobre é um elemento essencial para a cultura do café. Seu uso melhora o estado nutricional das plantas. 

Os fungicidas do grupo químico estrobilurina e carboxamida têm ação sistêmica. Eles são  aplicados na parte aérea das plantas no combate à ferrugem.

Os fungicidas do grupo triazol também são sistêmicos, e podem ser aplicados via foliar ou via solo. 

Esses produtos podem ser utilizados em associação com inseticidas sistêmicos, como o tiametoxan e o imidacloprido, para o controle do bicho-mineiro do café.

Os ingredientes ativos registrados no Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) para o controle da ferrugem alaranjada na cultura do café são:

  • ciproconazol;
  • mancozebe;
  • tebuconazol;
  • azoxistrobina + ciproconazol; 
  • azoxistrobina + benzovindiflupyr.

Faça a rotação dos produtos químicos e siga as recomendações do fabricante quanto à forma de aplicação e dosagem dos produtos. Assim, o controle da doença não terá sua eficiência prejudicada.

Por se tratar de uma cultura com potencial de ser explorada por longos períodos, os cuidados com a implantação do pomar são de extrema importância. 

Por isso, escolha sempre cultivares resistentes às doenças.

As mudas devem ser adquiridas de viveiros certificados. Isso garante a sua procedência e a qualidade fitossanitária. Assim, você não coloca em risco a sanidade da sua lavoura. 

Espaçamento entre plantas

O espaçamento do café também pode favorecer a doença. Quando adensado, o espaçamento favorece as doenças fúngicas devido às condições microclimáticas. 

Além disso, a proximidade das plantas dificulta a chegada dos defensivos agrícolas nas folhas localizadas nas regiões internas da planta. 

Isso interfere na eficácia do controle químico.

As podas são uma prática de manejo bastante utilizada na cafeicultura. Essa técnica contribui para melhorar a arquitetura da planta, promover maior luminosidade e arejamento da lavoura.

Ela também facilita a realização de outros tratos culturais, reduz a incidência de pragas e doenças, além de facilitar o controle fitossanitário.

Cuide do solo da sua lavoura

Em relação à fertilidade do solo, existe uma relação entre a deficiência de nitrogênio e a incidência de ferrugem alaranjada e cercosporiose.

A adubação equilibrada contribui para o bom desenvolvimento do plantio.

Além disso, melhora a capacidade de resposta das plantas frente às adversidades e minimiza os prejuízos causados por essas doenças.

Em resumo, as práticas que podem ser adotadas para o controle da ferrugem do cafeeiro são:

  • aplicação de fungicidas químicos;
  • plantio de cultivares resistentes/tolerantes;
  • evitar espaçamento adensado;
  • podas;
  • adubação equilibrada.
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Conclusão

A ferrugem alaranjada do cafeeiro é uma doença presente em todas as áreas produtoras de café do Brasil.

Os sintomas da doença são muitos, e prejudicam a florada e formação dos frutos. Por isso, estar sempre de olho na sua lavoura é fundamental.

A disseminação dos esporos ocorre pela ação do vento, respingos de água, pelas pessoas, insetos e algumas práticas culturais.

O manejo da ferrugem do cafeeiro é realizado, principalmente, pela aplicação de defensivos químicos e pelo plantio de cultivares resistentes à doença. Faça o controle correto para evitar grandes danos na lavoura!

Você já conhecia a ferrugem alaranjada do cafeeiro? Já teve problemas com essa doença? Conte sua experiência nos comentários.

Tudo o que você precisa saber sobre Macrophomina em soja

Macrophomina em soja: saiba o que é, quais os sintomas, como a doença se desenvolve e como realizar o manejo

O fungo Macrophomina phaseolina é o causador da doença podridão de carvão na cultura da soja

Essa doença também é conhecida por podridão negra da raiz ou podridão cinzenta da raiz. Ela é bem presente nas áreas produtoras de soja no país.

Além da soja, esse fungo também ataca o feijão, milho, sorgo, algodão, girassol, café e citrus. Algumas plantas daninhas também são hospedeiras do fungo. 

Confira a seguir um pouco mais sobre a podridão de carvão e aprenda a manejar a doença.  

Sintomas de Macrophomina em soja

Nas lavouras de soja, a distribuição dos sintomas da podridão de carvão não é uniforme. Eles podem ser observados tanto em fileiras de plantas quanto em reboleiras

Um sintoma característico é a presença de minúsculas partículas pretas na porção inferior do caule e nas raízes. 

Dependendo do grau de severidade da doença, o sintoma pode ser observado em toda a planta. Essas partículas escuras são fonte de contaminação para a próxima safra

A presença das partículas dá ao caule e raízes aparência empoeirada, parecido com pó de carvão. 

Outro sintoma é o escurecimento dos tecidos vasculares do caule e raízes.

Foto de tronco de soja com sintomas da podridão do carvão. O tronco está descascando e o centro está necrosado.

Sintoma característico da doença podridão de carvão quando a epiderme do caule é raspada

(Fonte: Bayer)

A infecção das plantas ocorre logo nas primeiras semanas após o plantio. No entanto, enquanto não houver condições favoráveis, a doença permanece latente, sem se manifestar.

É comum que os sintomas da podridão de carvão apareçam durante a fase reprodutiva das plantas de soja. 

Apesar disso, sob condições favoráveis, mudas recém-germinadas também podem apresentar sintomas.

Esses sintomas  incluem o aparecimento de lesões marrons no hipocótilo.

A podridão de carvão provoca também maturação precoce e desuniforme, e prejudica o enchimento de grãos da soja. Além disso, a doença reduz a qualidade da semente.

Como identificar

Plantas de soja doentes podem apresentar: 

  • perda de vigor;
  • menor estatura;
  • folhas pequenas, que podem estar enroladas ou não. 

Com a evolução da doença, as folhas ficam amarelas, murcham e morrem. As raízes também apodrecem, então fique de olho nesses sinais.

Mesmo após a morte das folhas, elas podem continuar presas à planta-mãe.

Esses sintomas foliares podem ser confundidos com várias outros distúrbios ou doenças da soja, como nematoides, estresse hídrico e senescência precoce.

O diagnóstico correto é essencial para traçar um plano de manejo eficiente, seja qual for a origem do problema.

As lavouras doentes têm o estande de plantas reduzido e, consequentemente, têm menor produtividade.

Foto de lavoura de soja com estande reduzido. Algumas plantas estão amareladas e murchas.

Plantas de soja com sintomas de podridão de carvão

(Fonte: Iowa State University)

Condições para o desenvolvimento da doença

A podridão de carvão na soja tem maior ocorrência em solos compactados e temperaturas entre 28 °C a 35 °C.

Os danos causados pela doença são mais severos quando as plantas estão sob altas temperaturas e estresse hídrico.

Períodos secos também contribuem para a incidência e a severidade da doença.

O fungo causador da podridão de carvão sobrevive no solo e em restos culturais. Essas são as principais fontes do inóculo. 

A transmissão do patógeno ocorre via sementes contaminadas. Elas, geralmente, não apresentam sintomas.

Ciclo da Macrophomina

O fungo Macrophomina phaseolina pode sobreviver mesmo sob condições adversas. Ele sobrevive em forma de pequenas estruturas escuras, em restos culturais e no solo. 

Microescleródios do fungo M. phaseolina causador da podridão de carvão na soja

(Fonte: Crop Protection Network)

Sob condições favoráveis, essas estruturas germinam e infectam o sistema radicular das plantas. 

A partir daí, o fungo se multiplica no interior das raízes e caule das plantas. 

À medida que novas estruturas e hifas são formadas, ocorre a obstrução dos tecidos vasculares das plantas. Como consequência, há interferência na absorção de água e nutrientes.

A presença de novas estruturas dá às raízes e ao caule das plantas de soja aparência parecida com pó de carvão.

Quando as plantas infectadas morrem, essas estruturas são liberadas na área. Elas são fonte de contaminação para a próxima safra.

Esquema do ciclo da doença causada pela macrophomina em soja.

Ciclo da doença podridão de carvão na soja

(Fonte: Traduzido de Crop Protection Network)

Manejo da Macrophomina em soja

A podridão de carvão é uma doença de difícil controle.

Até o momento, não há produtos químicos registrados no Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) para o controle.

Também não há cultivares resistentes ao fungo no mercado. Porém, genótipos que apresentaram menor sensibilidade à doença já foram identificados.

Um aspecto que contribui para o difícil controle da doença é o fato de o fungo se alimentar de diferentes culturas.

Dessa forma, a rotação de culturas não é uma alternativa eficiente para o controle da doença.

Adotar medidas preventivas que contribuam para o bom desenvolvimento da lavoura de soja é essencial.

A data de plantio deve ser orientada segundo o calendário agrícola da região. Isso colabora para diminuir os riscos de estresse hídrico

Uma lavoura que tenha as suas necessidades nutricionais atendidas tem maiores chances de resistir à doença. Por isso, faça uma adubação equilibrada, baseada na análise de solo da área.

O manejo de plantas daninhas também é fundamental para eliminar espécies que possam ser hospedeiras da doença.

O controle dessas plantas reduz a competição por água, luz, nutrientes e espaço. Controle as plantas daninhas também nas bordaduras e nos carreadores da lavoura.

Outro método que você pode adotar é a limpeza das máquinas e implementos agrícolas antes de transferi-los para outra área. 

Isso evita que torrões de solo com restos culturais contaminados e partículas da doença sejam transportados para áreas sem o fungo.

planilha - monitore e planeje a safra de soja de forma automática

Conclusão

A podridão de carvão é uma doença perigosa para a cultura da soja. Como não há produtos específicos para eliminá-la, você deve ter atenção redobrada na sua lavoura.

Procure eliminar as condições ideais para o desenvolvimento da podridão de carvão. Evitar altas temperaturas e períodos secos é um bom passo.

Algumas cultivares já se mostraram resistentes à doença. Procure investir nelas para, assim, garantir a produtividade da sua sojicultura.

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Seguro soja: por que você deve fazer

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Você já conhecia a Macrophomina em soja? Já enfrentou problemas para controlar essa doença na lavoura? Adoraria ler seu comentário.

Saiba como a drenagem do solo na agricultura melhora as condições da sua lavoura

Drenagem do solo na agricultura: entenda o que é, formas de realizar, efeitos do excesso de água nas plantas, benefícios da drenagem do solo e muito mais

A drenagem artificial do solo é uma técnica que remove o excesso de água da área. Essa remoção possibilita a exploração econômica a longo prazo de diversas culturas.

A drenagem é recomendada para áreas em que a capacidade de drenagem natural seja insuficiente para a tolerância hídrica das plantas.

Essa prática favorece as condições de aeração, umidade, atividade microbiana e estruturação do solo.

Confira a seguir um pouco mais sobre essa técnica de manejo tão importante para a agricultura.

Formas de drenar a água do solo

O processo de drenagem na agricultura pode ser realizado de duas formas: superficial e subterrânea. Somente um profissional habilitado consegue determinar qual a melhor forma de drenar a água da área.

A drenagem superficial retira o excesso de água acumulado na superfície do solo. Nesse caso, o excesso de água pode ser provocado por chuvas intensas, aliadas à baixa taxa de infiltração de água no solo. 

Essa técnica consiste na abertura de valas ou canais para escoamento do excesso de água.

Imagem de canais escavados para drenagem da água presente na superfície do solo.  O primeiro canal é reto, e o segundo é curvilíneo.

Canais escavados para drenagem da água presente na superfície do solo

(Fonte: Drenagem – Materiais e Instalação)

A drenagem subterrânea controla o nível do lençol freático a uma profundidade que não prejudica o desenvolvimento das plantas. 

Esquema que mostra tubos de drenagem subterrânea em solos mal drenados.

Tubos de drenagem subterrânea colocados em solos mal drenados

(Fonte: Traduzido de University of Minnesota Extension)

Como fazer a drenagem do solo na agricultura

A técnica de drenagem do solo é complexa. Ela deve ser feita por profissionais habilitados

Não existe receita para esse processo. Cada caso deve ser avaliado individualmente, considerando fatores como:

  • origem do excesso de água;
  • condições climáticas;
  • estudos hidrológicos;
  • topografia do terreno;
  • propriedades do solo;
  • fisiologia das plantas;
  • planejamento do uso da terra;
  • recursos financeiros disponíveis.

A partir dessas informações, é possível elaborar um projeto bem dimensionado e viável tecnicamente.

Na drenagem agrícola, é possível utilizar bombas para acelerar o processo. No entanto, o uso de motores para retirada da água pode encarecer a drenagem.

É importante lembrar que o projeto também precisa ser viável economicamente. Como os custos do processo de drenagem são altos, todo o cenário precisa ser avaliado com cuidado para o melhor direcionamento dos recursos. 

Além disso, o projeto precisa ser elaborado para minimizar os impactos ambientais.

Problemas da drenagem ineficiente e do excesso de água para as plantas

A água é indispensável para o desenvolvimento da agricultura. No entanto, o excesso dela pode prejudicar e inviabilizar a produção.

Quando realizada de forma ineficiente, a drenagem pode não retirar todo o excesso de água. Dessa forma, o solo não irá apresentar condições favoráveis ao desenvolvimento das plantas.

A seguir, você pode conferir os efeitos que o excesso de água pode causar à sua lavoura: 

  • redução do crescimento do sistema radicular;
  • redução do tamanho das plantas;
  • redução das trocas gasosas do solo;
  • redução da fixação de nitrogênio;
  • amarelecimento das folhas, em função da deficiência de nitrogênio;
  • queda das folhas e de estruturas reprodutivas;
  • favorecimento do aparecimento de doenças;
  • morte das plantas;
  • queda de produtividade.

Salinidade do solo

A salinização é resultado do aumento da concentração de sais na solução do solo. Em níveis elevados, ela compromete o desenvolvimento das plantas e a produtividade.

No Brasil, esse processo tem maior ocorrência nas regiões áridas e semi-áridas do Nordeste

Alguns fatores que colaboram para o processo de salinização do solo nessas regiões são:

  • solos rasos ou com drenagem ineficiente;
  • lençol freático pouco profundo e salino;
  • baixo índice pluviométrico;
  • alto déficit hídrico.

A baixa qualidade da água e a baixa eficiência do sistema de irrigação também contribuem para acumular sais na região do solo onde está o sistema radicular das plantas.

A irrigação e a drenagem subterrânea atuam juntas no controle dos níveis de sais presentes no perfil do solo.

A água da irrigação deve ser aplicada em quantidade que possibilite a infiltração por toda a profundidade do sistema radicular. Assim, ela promove a lixiviação dos sais. 

Enquanto isso, a drenagem subterrânea controla a profundidade do lençol freático, a um nível abaixo da zona radicular das plantas.

É importante ressaltar que irrigação e drenagem são técnicas complementares, e de grande importância para a agricultura. 

Benefícios da drenagem agrícola

Confira a seguir os benefícios da drenagem do solo na agricultura:

  • viabiliza a produção agrícola em solos encharcados ou alagados;
  • melhora as condições do solo para o desenvolvimento das plantas;
  • saneamento de áreas inundadas;
  • aumento da produtividade;
  • controle da salinidade do solo;
  • recuperação de áreas com problemas de salinidade.
diagnostico de gestao

Conclusão

A drenagem do solo remove o excesso de água e melhora as condições para o desenvolvimento das plantas.

A técnica pode ser realizada de duas formas: superficial e subterrânea.

Existem muitos benefícios na drenagem do solo. Novas áreas para a agricultura podem ser incorporadas e a salinidade do solo pode ser controlada.

Além disso, as condições do solo para o desenvolvimento das plantas melhoram e há  aumento da produtividade

Procure um profissional habilitado para o planejamento desse processo. Assim, a água será retirada de forma eficiente, e os impactos ambientais serão reduzidos.

>> Leia mais:

Como a irrigação de precisão pode otimizar o uso da água e gerar economia na fazenda

DNA do Solo: Como analisar e fazer um manejo mais efetivo da lavoura

Você já conhecia a técnica de drenagem do solo na agricultura? Conte sua experiência nos comentários.

Como o inoculante BiomaPhos contribui para o aumento da produtividade

BiomaPhos: saiba como o produto age no solo, quais as culturas indicadas, como aplicar, cuidados necessários e muito mais!

O uso de insumos biológicos na agricultura está cada vez mais recorrente. Dentre esses produtos, os inoculantes ocupam posição de destaque.

Do fósforo aplicado nas lavouras, só cerca de 20% a 30% é aproveitado pelas plantas. Para resolver esse problema, o inoculante BiomaPhos foi lançado no mercado.

O produto melhora a absorção de fósforo pelas plantas, reduz os custos com adubação e aumenta a produtividade.

Neste artigo, você pode conferir um pouco mais sobre o BiomaPhos e como ele pode beneficiar a sua lavoura.

O que é o BiomaPhos

O BiomaPhos é um inoculante líquido. Ele é formulado a partir de cepas bacterianas Bacillus subtilis e Bacillus megaterium.

Ele solubiliza o fósforo presente no solo e o disponibiliza para as plantas. 

O processo ocorre através de uma relação entre as bactérias do inoculante e as plantas. Como consequência, há um aumento de produtividade e de crescimento.

O produto pode ser utilizado tanto em sistema de plantio direto quanto em sistema convencional.

O inoculante biológico é uma tecnologia limpa e sustentável, que promove ganhos em produtividade a um baixo custo.

Como o inoculante libera o fósforo retido no solo

Os solos brasileiros costumam possuir um grande estoque de fósforo. Apesar disso, esse elemento não se encontra em formas disponíveis para as plantas absorverem. 

O fósforo se fixa aos minerais de argila e a metais como ferro, alumínio e cálcio. Também se fixa a frações na matéria orgânica. 

As bactérias presentes no inoculante BiomaPhos agem sob as formas de fósforo que não estão disponíveis para a cultura. Elas transformam esse fósforo em fosfato, uma forma acessível para as plantas.

As bactérias produzem enzimas e ácidos orgânicos na região próxima às raízes das plantas. Elas solubilizam as formas minerais ou mineralizam formas orgânicas de fósforo presente no solo. 

Dessa forma, as plantas conseguem absorver e assimilar esse nutriente em maiores quantidades. A consequência disso é uma melhor nutrição da lavoura e aumento da produtividade.

Além disso, o BiomaPhos contribui para o melhor desenvolvimento das raízes, o que otimiza a absorção de nutrientes pelas plantas.

Como o BiomaPhos age sob o fósforo já presente no solo, o inoculante apresenta melhores resultados em solos ricos em fósforo total.

É importante lembrar que o BiomaPhos é uma tecnologia complementar. Ela não dispensa a suplementação com fósforo mineral

Inoculantes que promovem a fixação biológica de nitrogênio dispensam a adubação nitrogenada, no caso da soja.

Ilustração que compara plantas com e sem inoculante de microrganismos que solubilizam fósforo

Comparação das plantas com inoculante e sem inoculante de microrganismos solubilizadores de fósforo (P)

(Fonte: Balanço Social 2019 – Embrapa)

Como aplicar e onde comprar 

O inoculante BiomaPhos pode ser aplicado via jato dirigido no sulco de semeadura ou no tratamento de sementes

Quando utilizado no sulco de plantio, a dose recomendada é de 200 mL/ha.

No tratamento de sementes, a dosagem recomendada é de 100 mL do inoculante para cada 60.000 sementes

O BiomaPhos é comercializado pela empresa Bioma. Para adquirir o produto, basta acessar o site da empresa. 

O inoculante não apresenta incompatibilidade quando utilizado em conjunto com outros inoculantes. Ou seja, é possível misturar diferentes inoculantes na mesma calda.

Culturas indicadas

Atualmente, o inoculante é indicado para a cultura da soja e do milho.

Apesar disso, alguns estudos já demonstraram que o inoculante tem potencial em culturas como feijão, sorgo, arroz, cana-de-açúcar, braquiária e café.

Cuidados na aplicação

Adote algumas medidas na aplicação do inoculante BiomaPhos. A seguir, você vai encontrar alguns desses cuidados:

● verifique o prazo de validade do produto;

● siga as recomendações do fabricante para forma de armazenamento,   manipulação e dosagem do produto;

agite bem o inoculante antes da aplicação;

● realize a inoculação das sementes à sombra e em local arejado;

● utilize uma calda açucarada quando aplicar em sementes, para melhor fixação do inoculante;

● distribua o produto de maneira uniforme, garantindo que toda a superfície das sementes seja recoberta pelo inoculante;

● realize a inoculação somente após o tratamento químico das sementes;

● faça a semeadura num prazo de até 24 horas após a inoculação.

Quanto a produtividade aumenta com o BiomaPhos?

Em lavouras de soja, os resultados apontaram incremento de até 10% na produtividade. Na cultura do milho, o incremento foi de 12%.

Para algumas culturas, como o amendoim e a batata, o BiomaPhos ainda está em fase de testes. No entanto, os resultados são promissores e apresentaram ganhos de até 30% na produtividade.

Vantagens do inoculante

Confira a seguir as vantagens da utilização do inoculante BiomaPhos:

● aumento da produtividade;

redução dos custos de produção;

● redução da importação de adubos fosfatados;

redução da emissão de carbono na atmosfera;

● tecnologia limpa, renovável e sustentável;

menor impacto ambiental.

Planilha de custos dos insumos da lavoura

Conclusão

O BiomaPhos é um inoculante líquido que melhora a absorção de fósforo pelas plantas e, consequentemente, aumenta a produtividade.

Atualmente, ele é indicado para uso em lavouras de soja e milho, podendo ser utilizado tanto em sistema de plantio direto quanto convencional.

Você pode aplicar o produto via jato dirigido no sulco de plantio ou via tratamento de sementes

Para obter bons resultados, sempre siga as recomendações do fabricante e fique de olho nos cuidados que devem ser tomados.

O BiomaPhos é uma tecnologia limpa e renovável, e caminha com a agricultura sustentável.

>> Leia mais:

Coinoculação: como a prática pode aumentar a produtividade da soja

Inoculante para milho silagem: como escolher o melhor

Você já utilizou o inoculante BiomaPhos? Como foi a sua experiência com o produto? Deixe um comentário! 

Como ter um algodoeiro resistente a doenças e mais econômico com nova cultivar transgênica

Algodoeiro resistente a doenças: saiba tudo sobre qualidade da fibra, produtividade e vantagens da nova cultivar

O manejo de pragas, doenças e plantas daninhas na cultura do algodão tem custo elevado para o cotonicultor. 

Em 2021, a Embrapa divulgou o lançamento da cultivar transgênica de algodão BRS 500 B2RF.  Ela apresenta resistência a algumas doenças e pragas, além de ser tolerante ao herbicida glifosato

A cultivar também promete alta produtividade e fibras com características exigidas pela indústria têxtil.

Neste artigo, você pode conferir um pouco mais sobre as principais características dessa nova cultivar, suas vantagens e quais estratégias de manejo fitossanitário devem ser adotadas. 

Como nova cultivar torna o algodoeiro resistente a doenças

A cultivar de algodão transgênico (BRS 500 B2RF) é de ciclo médio/tardio e possui porte alto. Ela combina três tecnologias:

● Roundup Ready Flex (RF);

● Bollgard II (B2);

● FRdC1.

Esse pacote tecnológico torna a nova cultivar de algodão resistente a algumas lagartas.

Além disso, o algodoeiro é parcialmente resistente ao nematoide-das-galhas, e tem tolerância ao herbicida glifosato em todas as fases da cultura.

A nova cultivar também apresenta resistência às seguintes doenças:

mancha de ramulária (Ramularia areola);

● mancha angular (Xanthomonas citri pv. malvacearum);

● doença azul típica (Cotton leafroll dwarf virus – CLRDV).

Atualmente, a mancha de ramulária é a doença mais importante do algodão. Ela está presente nas principais áreas produtoras da fibra, especialmente em regiões de Cerrado

Para o controle dessa doença, são necessárias de 4 a 8 pulverizações com fungicidas durante todo o ciclo do algodão. 

Em casos de maior severidade, o número de aplicações pode subir para 12. Isso acaba elevando bastante o custo de produção.

A resistência da nova cultivar de algodão às doenças citadas traz economia, maior produtividade e menores danos ambientais.

Afinal, há menor número de pulverizações para o controle das doenças.

Tabela que mostra nível de resistência da nova cultivar de algodão

Nível de resistência à doenças da cultivar BRS 500 B2RF

(Fonte: Embrapa Algodão)

Qualidade da fibra

Outro ponto importante se refere à qualidade da fibra da nova cultivar. Ela apresenta um conjunto de atributos importantes para a indústria têxtil. 

A cultivar de algodão produz fibra branca. A fibra também possui:

  • comprimento médio de 30,4 mm;
  • índice micronaire médio de 4,6;
  • resistência média de 30,8 gf.tex-1.

Produtividade

Segundo a Embrapa Algodão, a produtividade média da nova cultivar é de 5.667 quilos/hectare de algodão em caroço. Na fibra, o valor é de 2.579 quilos/hectare.

Ela apresenta ainda rendimento de fibra de 38,5 a 40,5. 

Áreas indicadas para o plantio

A cultivar BRS 500 B2RF é indicada para o plantio em áreas de Cerrado dos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins e parte do Maranhão, do Piauí e da Bahia.

A nova cultivar é recomendada também para áreas em que a mancha de ramulária e o nematóide-das-galhas sejam um problema fitossanitário para a produção da fibra.

Manejo de pragas, doenças e plantas daninhas

O manejo integrado de pragas, doenças e plantas daninhas do algodão é uma prática indispensável para a preservação da tecnologia transgênica. 

Algumas medidas precisam ser adotadas quanto ao plantio de organismos geneticamente modificados.

No manejo integrado, é fundamental realizar a rotação dos ingredientes ativos dos agroquímicos aplicados na lavoura. 

Isso contribui para impedir que ocorra a seleção de populações resistentes aos produtos utilizados. 

É preciso estar de olho na população de insetos que não são alvo da tecnologia transgênica. Eles precisam ser controlados de forma seletiva e eficiente. 

Outra medida a ser adotada é a rotação das cultivares de algodão com diferentes tecnologias transgênicas (rotação de genes). 

O vazio sanitário é uma medida de caráter obrigatório e que deve ser adotada para a prevenção e o controle de pragas e doenças. Nesse período não pode haver plantas vivas e resíduos de algodão na área (soqueira e tiguera).

Na cultura do algodão, o vazio sanitário tem como foco o bicudo do algodoeiro, praga de grande importância econômica.

Refúgio agrícola

A adoção do refúgio agrícola é uma estratégia de manejo de resistência de insetos-praga. A estratégia consiste em manter uma área da lavoura cultivada com plantas não transgênicas

Essa medida diminui a pressão de seleção dos insetos-pragas, retarda a quebra de resistência da cultivar e contribui para manter a eficácia da tecnologia transgênica.

As áreas de refúgio agrícola devem ser cultivadas na mesma época que a cultivar transgênica. Elas devem receber os mesmos tratos culturais (adubação e controle de plantas invasoras, por exemplo). 

Além disso, essas áreas precisam ser cultivadas com plantas da mesma espécie e com ciclo similar ao da cultivar transgênica.

Para a cultura do algodão, a recomendação é que a área de refúgio corresponda a 20% da área total plantada com transgênico. 

A área de refúgio precisa ser instalada a uma distância máxima de 800 metros da área plantada com a cultivar transgênica, independente da cultura.

As áreas de refúgio podem ser instaladas de três formas: 

● faixas;

● blocos;

● bordadura/perímetro.

Vantagens da nova cultivar 

Confira a seguir as principais vantagens da cultivar de algodão BRS 500 B2RF desenvolvida pela Embrapa: 

● tolerância ao herbicida glifosato;

● tolerância à mancha de ramulária, mancha angular e doença azul típica;

● tolerância parcial ao nematóide-das-galhas;

● resistência a algumas lagartas;

● produz fibra de qualidade para a indústria têxtil;

reduz o número de aplicações de defensivos agrícolas;

diminui custos de produção;

● melhora a competitividade do algodão brasileiro no mercado;

menor impacto ambiental;

● maior sustentabilidade da cotonicultura.

Conclusão

A nova cultivar de algodão apresenta resistência múltipla a doenças, tolerância ao herbicida glifosato e a algumas lagartas. Também tem alta produtividade e produz fibra de qualidade.

A tecnologia da nova cultivar possibilita menor impacto ambiental, maior sustentabilidade da atividade e melhora a competitividade do algodão no mercado global.

Além disso, a cultivar possibilita que você faça um menor número de aplicações de agroquímicos. Consequentemente, isso diminui os custos da sua produção!

Você já conhecia a nova cultivar de algodão? Já procurou saber mais sobre como algumas práticas de manejo contribuem para proteger a resistência do algodoeiro a doenças? Adoraria ler seu comentário abaixo!

Como a coinoculação em soja contribui para o aumento da produtividade

Coinoculação em soja: entenda o que é, quais são os benefícios, como realizar e os cuidados necessários nesse processo 

A inoculação da soja com bactérias fixadoras de nitrogênio é uma prática bem conhecida. Ela eleva a produtividade dos grãos a um baixo custo.

Além da inoculação com essas bactérias, tem se destacado o uso de outro microrganismo associado ao Bradyrhizobium

Essa técnica é conhecida por coinoculação ou inoculação conjunta/mista e pode trazer inúmeros benefícios para a sua lavoura.

Confira a seguir um pouco mais sobre a coinoculação em soja e como garantir a eficiência dessa prática. Boa leitura!

O que é a coinoculação e quais bactérias participam dela?

A coinoculação é uma prática que combina mais de um gênero de bactérias ao sistema de inoculação da soja

Nesse caso, são utilizadas bactérias do gênero Bradyrhizobium e Azospirillum.  As bactérias do gênero Bradyrhizobium têm grande importância econômica na agricultura. 

Elas são responsáveis por captar o nitrogênio atmosférico e transformá-lo em compostos orgânicos. Esses compostos serão utilizados pela planta de soja.

As espécies de bactérias utilizadas na inoculação da soja são Bradyrhizobium japonicum e Bradyrhizobium elkanii.

Já as bactérias do gênero Azospirillum são conhecidas por promover o crescimento das plantas, atuando em processos fisiológicos e metabólicos. Elas já são amplamente utilizadas na cultura do milho e do trigo.

A espécie Azospirillum brasilense atua na produção de fitormônios e no crescimento das raízes. 

Essa espécie também tem a capacidade de solubilizar o fosfato mineral. Isso eleva a concentração de fósforo disponível na solução do solo.

A associação desses dois gêneros de bactérias tem o objetivo de:

  • suprir o fornecimento de nitrogênio para as plantas; 
  • contribuir para o desenvolvimento da soja;
  • melhorar o estado nutricional da lavoura;
  • aumentar a produtividade
Imagem mostra a ilustração de duas plantas de soja e suas respectivas raízes. A primeira, após ter passado por inoculação; a segunda, após coinoculação. A coinoculação se mostrou evidente em condições com ampla variação de solo.

Principais efeitos da coinoculação de Azospirillum brasilense e Bradyrhizobium spp. na soja, com base em 51 publicações com experimentos de campo realizados no Brasil

(Fonte: Physiotek Crop Science; Adaptado de Barbosa et al., 2021)

Benefícios da coinoculação

A coinoculação em soja com Bradyrhizobium + Azospirillum promove maior desenvolvimento do sistema radicular das plantas. Como consequência, temos:

● nodulação precoce e mais abundante;

● aumento da fixação biológica de nitrogênio, em razão da maior nodulação; 

● maior absorção e aproveitamento da água e de fertilizantes;

● maior tolerância a estresses ambientais, como a seca;

● contribui para o vigor das plantas;

● aumento da produtividade.

Além disso, a coinoculação é uma tecnologia ambientalmente sustentável e segura.

Aspectos das raízes de soja inoculada com Bradyrhizobium, sem inoculação e coinoculada com Bradyrhizobium + Azospirillum

Aspecto das raízes de soja inoculada com Bradyrhizobium, sem inoculação e coinoculada com Bradyrhizobium + Azospirillum

(Fonte: Embrapa – Circular Técnica 143)

Inoculantes líquidos x inoculantes sólidos 

Os inoculantes disponíveis no mercado são encontrados na forma líquida e sólida, em turfas. 

Os produtos sólidos são utilizados nas sementes. Os inoculantes líquidos podem ser aplicados tanto no sulco de plantio quanto misturados às sementes

Já é possível encontrar fórmulas que combinam Bradyrhizobium + Azospirillum no mesmo produto. Isso garante maior eficiência e rapidez no processo de coinoculação.

Como fazer a coinoculação

Os produtos contendo as bactérias (inoculantes) podem ser aplicados no sulco de plantio ou misturados às sementes de soja.  

No caso da aplicação nas sementes, é importante que o processo seja realizado à sombra. O produto pode ser misturado às sementes em betoneira, em tambor rotativo ou em máquinas específicas. 

Após esse processo, as sementes devem secar à sombra por 30 minutos.  

Elas precisam estar protegidas do sol e de altas temperaturas. Essas condições podem prejudicar a eficiência da inoculação.

Para melhorar a aderência dos inoculantes sólidos às sementes é possível utilizar, de forma combinada, produtos adesivos recomendados pelo fabricante

Também é possível usar uma solução açucarada a 10%. Existem  produtos com função de proteção das bactérias que podem ser utilizados no processo de inoculação. 

Após a coinoculação das sementes, é importante que toda a superfície esteja recoberta pelo inoculante

Caso haja a necessidade do tratamento das sementes com agroquímicos, a inoculação deve ser realizada após esse processo.

Quando aplicado no sulco de plantio, a inoculação é feita com maiores doses do inoculante misturado à água.

Em relação à dosagem do inoculante, é fundamental seguir as orientações técnicas do fabricante.

Cuidados na coinoculação

Por envolver microrganismos vivos, o processo de coinoculação deve ser realizado com cuidado. Além disso, atenção especial deve ser dada ao transporte e à armazenagem dos produtos. 

Abaixo, você pode conferir algumas medidas para garantir a eficiência da coinoculação:

● utilizar produtos registrados pelo Mapa (Ministério da Agricultura);

● transportar e armazenar os produtos de acordo com as orientações do fabricante;

● seguir as recomendações da bula do inoculante quanto à dosagem e manipulação;

● conferir o prazo de validade dos produtos;

● evitar que os inoculantes e as sementes tenham contato direto com o sol e à altas temperaturas;

● realizar a coinoculação somente após o tratamento químico das sementes;

realizar a semeadura no mesmo dia da coinoculação;

● não realizar a coinoculação dentro da caixa de semeadura;

● não realizar a semeadura em condições de solo com baixa umidade (não plantar no pó).

Vantagens da coinoculação em soja

Dentre as vantagens da coinoculação em soja com Bradyrhizobium + Azospirillum, podemos citar:

● técnica de baixo custo e alto retorno;

● técnica ambientalmente segura e sustentável;

● diminui custos com insumos, principalmente em razão da economia com adubos nitrogenados;

● lavouras bem desenvolvidas;

● aumento na produtividade.

É importante ressaltar que essa tecnologia não apresenta desvantagens. No entanto, somente a coinoculação não é garantia de sucesso. 

Fatores que influenciam o resultado

Vários fatores podem interferir no resultado da coinoculação. 

Por exemplo, é preciso traçar um bom plano de manejo do solo, adubação equilibrada, controle de plantas invasoras e doenças. 

Esteja também de olho na época de semeadura, na qualidade da semente de soja, nas condições climáticas e na cultivar plantada.

Chamada  para baixar a planilha de planejamento de safra da soja, com cálculos automatizados.

Conclusão

A coinoculação é uma técnica em que são utilizadas bactérias dos gêneros Bradyrhizobium e Azospirillum na soja.

Essa prática garante o fornecimento de nitrogênio para as plantas, contribui para o desenvolvimento das plantas e aumenta a produtividade. 

Para a melhor eficiência do processo de coinoculação em soja, não deixe de seguir as recomendações do fabricante dos inoculantes. Em casos de maiores dúvidas, procure um engenheiro-agrônomo.

>> Leia mais:

Seguro soja: por que você deve fazer

“Inoculante para milho silagem: como escolher o melhor”

“Inoculante para feijão caupi: como utilizar na sua lavoura”

Você conhecia os benefícios que a coinoculação proporciona? Já realizou essa prática em sua propriedade? Conte sua experiência nos comentários.

O que são bioinsumos e como eles podem ajudar a reduzir custos

Bioinsumos: o que são, vantagens e desvantagens, cuidados que devem ser tomados e como consultar produtos registrados.

Não é de hoje que os bioinsumos são utilizados na agricultura. 

Nas lavouras, atuam no controle de pragas e doenças. Também agem na fertilidade do solo, como promotores de crescimento e na fixação biológica de nitrogênio.

Eles são utilizados nos diferentes setores do agro e podem reduzir muito os seus custos de produção.

Neste artigo, você verá como os insumos biológicos podem ser seus aliados, e como consultá-los com ajuda de uma ferramenta. Confira!

O que são os bioinsumos?

Os bioinsumos são uma classe de produtos de origem biológica: animal, vegetal ou microbiana.

Dentre os produtos biológicos, há: 

●   biofertilizantes;

●   bioacaricidas;

●   bioinseticidas;

●   biofungicidas;

●   produtos fitoterápicos;

●   inoculantes.

Os produtos biológicos são eficientes. Eles contribuem para que o sistema de produção se aproxime do modelo sustentável.

Esses produtos podem ser utilizados:

  • na produção;
  • no armazenamento;
  • no beneficiamento de produtos agropecuários;
  • nos sistemas de produção aquáticos;
  • nas florestas plantadas.

Quando comparados aos defensivos e fertilizantes químicos, a disponibilidade de produtos biológicos no mercado ainda é pequena.

Em 2020, o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) lançou o Programa Nacional de Bioinsumos.

O programa tem o intuito de fortalecer o setor e consolidar o uso de defensivos biológicos no país.

Onde os insumos biológicos são utilizados?

É possível usar os bioinsumos na produção vegetal e animal, na pós-colheita e no processamento. 

Confira a seguir como esses insumos são aplicados em cada setor.

Produção vegetal

Na produção vegetal, os bioinsumos são usados no controle de pragas e doenças. Alguns exemplos são os feromônios de insetos, os bioacaricidas e os biofungicidas.

Os bioinsumos também são empregados na manutenção e no incremento da fertilidade do solo e nutrição das plantas

Dentre os produtos usados para essa finalidade, há os biofertilizantes e os inoculantes para soja, milho e feijão.

No Brasil, pesquisas com inoculantes são desenvolvidas há mais de 100 anos. Hoje, o país é reconhecido internacionalmente por liderar as pesquisas com esses bioinsumos.   

Modelo de armadilha de feromônio com mariposas capturadas

Modelo de armadilha de feromônio com mariposas capturadas
(Fonte: Embrapa)

Produção animal

Na produção animal, os bioinsumos são utilizados na forma de vacinas, medicamentos, antissépticos e produtos fitoterápicos.

Na alimentação animal, são fornecidos como rações, suplementos e probióticos. Na produção aquícola, são empregados na alimentação e no tratamento de doenças.

Pós-colheita e processamento

Os bioinsumos atuam na conservação e acondicionamento dos alimentos:

  • na pós-colheita de produtos de origem vegetal;
  • no processamento de produtos de origem animal e vegetal.

Revestimentos e filmes comestíveis, aplicados sobre a superfície de frutas e hortaliças, são alguns exemplos.

O objetivo é aumentar a vida útil do produto e diminuir as perdas pós-colheita, garantindo qualidade e segurança alimentar. Além disso, contribui para a redução de impactos ambientais.

Filme comestível desenvolvido a partir da polpa de manga

Filme comestível desenvolvido a partir da polpa de manga
(Fonte: Embrapa)

Vantagens dos bioinsumos

As vantagens do uso de produtos de origem biológica são:

● redução no uso de produtos químicos, como os inseticidas e os adubos nitrogenados;

menor impacto ambiental;

● maior segurança operacional, em função da baixa toxicidade dos produtos;

● redução dos custos de produção. Um exemplo é a inoculação da soja com bactérias fixadoras de nitrogênio. Nesse caso, os inoculantes substituem a adubação nitrogenada a um custo até 95% menor quando comparado à adubação convencional;

● redução da dependência do setor pela importação de insumos químicos.

Desvantagens

Os bioinsumos possuem menor prazo de validade quando comparados aos produtos químicos. Além disso, exigem maiores cuidados no transporte e armazenamento

Por exemplo, no caso dos inoculantes, a exposição ao sol e a altas temperaturas pode provocar a morte dos microrganismos.

Cuidados no uso de produtos biológicos

Apesar de garantir maior sustentabilidade da atividade, a utilização dos produtos biológicos deve ser feita com cuidado.

Ao utilizar esses produtos, lembre-se de:

●  utilizar produtos com registro no Mapa;

●  verificar o prazo de validade dos produtos;

●  aplicar, manipular, transportar e armazenar os produtos de acordo com as            recomendações do fabricante;

●  seguir as instruções da bula do produto quanto às dosagens;

●  no caso da pulverização em lavouras, respeitar as condições climáticas para aplicação dos produtos;

●  no caso do uso de inoculantes, fazer a semeadura no mesmo dia da inoculação.

Aplicativo Bioinsumos

O acesso à lista de produtos biológicos registrados pelo Mapa pode ser feito de forma rápida.

No aplicativo Bioinsumos, os produtos são divididos em duas classes: controle de pragas e inoculantes

Estão cadastrados 265 produtos para controle biológico de pragas e doenças e 321 produtos inoculantes.

Os produtos biológicos são registrados por alvo e os agroquímicos são registrados por cultura. Dessa forma, os bioinsumos podem ser utilizados em qualquer cultura em que ocorra a praga ou doença. 

Pelo aplicativo, é possível acessar informações sobre a praga ou doença. Além disso, você tem acesso a dados sobre a empresa responsável pelo bioinsumo, o número do registro no Mapa e a bula do produto. 

Ao utilizar os produtos biológicos registrados pelo Mapa, você tem a garantia de estar utilizando um produto com procedência conhecida, seguro e legal.

captura de tela do aplicativo Bioinsumos: consulta aos produtos biológicos registrados para o controle de pragas e doenças que podem ser utilizados em qualquer cultura

Aplicativo Bioinsumos: consulta aos produtos biológicos registrados para o controle de pragas e doenças que podem ser utilizados em qualquer cultura
(Fonte: aplicativo Bioinsumos)

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Conclusão

Os bioinsumos contribuem para o desenvolvimento das plantas, controlam pragas e doenças, favorecem a fertilidade do solo e a nutrição de plantas.

Para garantir a eficiência dos bioinsumos, não se esqueça de utilizar produtos com registro no Mapa e verificar se o produto se encontra dentro do prazo de validade. 

Seguir as recomendações do fabricante quanto à dosagem, modo de aplicação, manuseio, transporte e armazenamento dos produtos também é fundamental. 

Preste atenção em todos os detalhes para garantir um bom resultado. 

>> Leia mais:

“Como o inoculante BiomaPhos contribui para o aumento da produtividade

Você já conhecia os bioinsumos? Quais produtos têm sido utilizados na sua propriedade? Conte sua experiência nos comentários.