Como identificar e manejar o crestamento bacteriano na soja

Crestamento bacteriano na soja: saiba quais são os sintomas da doença, como identificar e como o manejo preventivo pode evitar maiores problemas.

O crestamento bacteriano é uma das mais comuns doenças da soja, mas não tem grande importância econômica. 

Ela tem maior ocorrência em regiões úmidas e de clima temperado, apesar do patógeno estar presente em todas as áreas produtoras de soja no país.

No Brasil, ainda são escassas as informações quanto aos prejuízos causados por essa bacteriose nas lavouras de soja. Nos Estados Unidos já foram relatados danos que chegam a 40%.

Neste artigo, você poderá conferir os principais sintomas e a melhor forma de manejo dessa doença. Confira!

Sintomas do crestamento bacteriano na soja

O crestamento bacteriano na soja é uma doença causada pelo microrganismo Pseudomonas savastanoi.

Os sintomas podem aparecer em toda parte aérea da planta, como folhas, hastes, pecíolos e vagens. É comum que eles sejam observados primeiramente nas folhas jovens. 

Ao contrário de outras doenças foliares, como a ferrugem asiática, os sintomas são mais evidentes no terço médio e superior da planta

As lesões nas folhas começam com pequenas manchas de aspecto encharcado (anasarca), translúcidas e circundadas por um halo amarelo. A largura desse halo está relacionada à temperatura do ambiente.

Sob altas temperaturas, o halo amarelo que contorna as lesões pode ser estreito ou quase inexistente. Em condições mais amenas, é grande e evidente.

Folha de soja com sintomas de crestamento bacteriano causado pela bactéria Pseudomonas savastanoi pv. glycinea

Folha de soja com sintomas de crestamento bacteriano causado pela bactéria Pseudomonas savastanoi pv. glycinea
(Fonte: Daren Mueller, Iowa State University, Bugwood.org)

Com o avanço da doença, as lesões aumentam de tamanho e a área de tecido foliar morto acaba se desprendendo do ferimento. Assim, as folhas ficam com aparência rasgada.  

Folha de soja com severos sintomas de crestamento bacteriano

Folha de soja com severos sintomas de crestamento bacteriano
(Fonte: Daren Mueller, Iowa State University, Bugwood.org)

Plantas jovens, quando severamente atacadas por essa bacteriose, podem apresentar sintoma parecido ao de virose: o enrugamento das folhas.

O correto diagnóstico da doença é fundamental para estabelecer um plano de manejo eficiente.

Folhas de soja com sintomas de crestamento bacteriano: manchas necrosadas e enrugamento das folhas

Folhas de soja com sintomas de crestamento bacteriano: manchas necrosadas e enrugamento das folhas
(Fonte: Howard F. Schwartz, Colorado State University, Bugwood.org)

Como identificar a doença?

A avaliação da face inferior da folha permite realizar o diagnóstico, geralmente exato, da doença. Nas horas úmidas da manhã, você pode observar o exsudato da bactéria sob as manchas angulares e enegrecidas

Esse exsudato é um líquido produzido como reação ao ataque da bactéria. Ele se apresenta como uma película brilhante sob as lesões, o que indica a contaminação.

No entanto, somente a análise laboratorial do material vegetal garante o diagnóstico preciso.

Condições para o desenvolvimento do crestamento bacteriano na soja

A bactéria Pseudomonas savastanoi existe epifiticamente na superfície foliar. Isso quer dizer que ela consegue sobreviver nas plantas sem infectá-las. 

Nessa fase epifítica, as bactérias podem ser localizadas em pontos estratégicos da planta, de modo a garantir sua sobrevivência e multiplicação.

Em dias secos, o exsudato da bactéria é disseminado na lavoura por meio de finas escamas. No entanto, é necessária a presença de um filme de água na superfície vegetal para haver infecção da planta sadia.

O processo infeccioso começa com a entrada da bactéria no interior do tecido vegetal por aberturas naturais (estômatos) e ferimentos

Além disso, esse microrganismo é um patógeno hemibiotrófico, ou seja, coloniza plantas vivas, mas também sobrevive em tecido morto. Sendo assim, os restos culturais são fonte do inóculo de uma safra para outra. 

É importante destacar que a bactéria tem seu desenvolvimento favorecido sob temperaturas amenas, entre 20 °C  e 26 °C, e elevada umidade.

infográfico com ciclo do crestamento bacteriano na soja

Ciclo do crestamento bacteriano na soja
(Fonte: Traduzido de Crop Protection Network)

Manejo da doença

A bactéria pode ser transmitida por sementes e restos culturais contaminados. O fato desse patógeno sobreviver nos restos vegetais fora da época de cultivo aumenta as chances de infecção da próxima safra.

Além disso, as sementes infectadas podem não apresentar sintomas e acabam funcionando como veículo disseminador a longas distâncias da bactéria e também de outros microrganismos patogênicos. 

A qualidade genética, fisiológica e sanitária do material de propagação tem impacto direto na produtividade e nos custos de produção. Para evitar problemas em sua lavoura, aborde a questão sanitária das sementes com rigor.

Tratando-se de doenças, o melhor manejo é o preventivo. Para isso é importante que você adote mais de uma estratégia para reduzir as chances de desenvolvimento e disseminação da doença na área.

Abaixo, você pode conferir algumas medidas preventivas para o crestamento bacteriano na soja:

O controle químico dessa bacteriose é limitado devido à reduzida quantidade de produtos registrados para a doença. Atualmente, podem ser encontrados dois produtos para o crestamento bacteriano na soja: oxicloreto de cobre e óxido cuproso

Porém, é importante lembrar que quando a doença se encontra em estado avançado, o uso desses produtos terá pouco ou nenhum efeito.

Outro ponto relevante é o plantio contínuo de mesmos genótipos de soja resistentes à doença. Essa prática aumenta a pressão de seleção na área e favorece o crescimento populacional de bactérias com resistência natural. 

Ou seja, haverá a seleção de microrganismos adaptados às novas condições ambientais.

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Conclusão

Os principais sintomas do crestamento bacteriano na soja são visíveis nas folhas jovens: manchas de aparência encharcada e translúcida, circundadas por um halo amarelado. 

Você viu que o diagnóstico pode ser feito em campo pela avaliação da face inferior da folha. Porém, para a identificação exata da doença bacteriana, lembre-se de levar o material para ser analisado em laboratório.

Por fim, não se esqueça que o melhor manejo da doença é o preventivo. A adoção de diferentes técnicas de manejo diminui a probabilidade de desenvolvimento e estabelecimento da doença na área. 

Espero que essas informações possam ter te ajudado a identificar a doença a tempo de evitar prejuízos em sua plantação de soja.

>> Leia mais:

“Doenças de final de ciclo da soja: principais manejos para não perder a produção”

Você já teve problemas com crestamento bacteriano na soja? Conte pra gente sua experiência nos comentários!

Tudo sobre tombamento da soja e como fazer o melhor manejo

Tombamento da soja ou Damping off:  entenda quais são as causas, sintomas, importância e manejo dessa doença.

O tombamento da soja é uma doença que pode causar perda de produtividade, afetar a qualidade dos grãos, promover a morte das plantas e falhas na lavoura.

Para evitar esses problemas, é importante conhecê-la melhor e saber quais medidas de manejo são mais adequadas. Isso vai ajudar a reduzir as perdas na lavoura já em sua fase inicial. 

Confira tudo isso e mais a seguir!

O que é tombamento da soja e damping off? 

O tombamento da soja é uma doença causada principalmente por alguns fungos presentes no solo, que habitam os restos vegetais e se alimentam deles.

Damping off é um termo genérico para designar doenças que atingem as sementes (fase de germinação) e as plântulas (após a emergência). Nessa fase, sementes e brotos ainda estão desenvolvendo os tecidos vegetais e dependem das reservas da semente. 

Essas doenças são consideradas doenças da fase inicial do ciclo da soja.

Os efeitos do tombamento na soja geram redução e falha no estande da lavoura, podendo causar redução na produtividade de 30% a 60% em áreas e lavouras infestadas. 

Em ataques severos, pode ser necessário realizar a ressemeadura da área, elevando extremamente o custo da lavoura.

Agentes causadores

Vários patógenos de solo podem causar o tombamento da soja, como os fungos Rhizoctonia sp., Phytium sp.,   Rhizoctonia sp., Colletotrichum sp., Sclerotium rolfsii  e Fusarium sp. Esses são extremamente agressivos e causam a morte das plântulas rapidamente.

Alguns podem causar sintomas durante o ciclo da cultura da soja e não só na fase inicial, mas neste texto, vamos considerar somente os ataques na fase inicial do ciclo da cultura.

Os patógenos que causam damping off possuem grande adaptabilidade em relação ao solo e são considerados bastante agressivos

Eles produzem enzimas que causam a decomposição das plântulas/sementes, que servirão de nutrientes para esses patógenos.

Como a distribuição desses patógenos pode não ser homogênea na área, podem ser observados sintomas em reboleiras

Além disso, esses patógenos não apresentam especificidade em relação ao hospedeiro, ou seja, os fungos podem afetar mais de uma cultura.

Principais sintomas do tombamento da soja

Os patógenos podem afetar as sementes antes do estágio de plântula, causando apodrecimento mole nas sementes. Esse sintoma faz com que o broto não consiga sequer emergir. 

Outros sintomas que podem ser observados são o escurecimento dos tecidos e perda de turgidez, manchas marrons encharcadas na extremidade da raiz principal em pré-emergência, que escurecem e sofrem apodrecimento flácido. 

Como consequência, a planta morre ou as plântulas têm seu crescimento reduzido.

Quando as plântulas já estão em pós-emergência, um sintoma muito característico é o escurecimento do colo da plântula (estrangulamento parcial do colo da planta). 

Além disso, as folhas cotiledonares ficam amareladas e caem com o tempo. A plântula fica enfraquecida, tomba e morre. Também é possível observar o escurecimento das raízes.

Plântulas com sintomas típicos (lesões deprimidas marrom-avermelhadas no hipocótilotombamento de pós-emergência) com ataque de Rhizoctonia solani

Plântulas com sintomas típicos (lesões deprimidas marrom-avermelhadas no hipocótilotombamento de pós-emergência) com ataque de Rhizoctonia solani
(Fonte: Augusto César Pereira Goulart em Research gate)

O ataque de Rhizoctonia solani ocorre entre a pré-emergência e até 30 dias depois desse estágio. Temperatura e umidade elevadas são favoráveis ao patógeno. 

Inicialmente, ocorrem estrias nas raízes, que progridem para podridão seca. Também pode ocorrer o estrangulamento da haste ao nível do solo (como observado na foto acima). 

Vale lembrar que os sintomas de cada fungo podem ser diferentes.

Além da presença do patógeno e da cultura, é importante haver as condições adequadas para o desenvolvimento do patógeno, de acordo com o triângulo da doença (ambiente-patógeno-hospedeiro).

Normalmente, as condições favoráveis para a doença são temperatura e umidade elevadas. Altos volumes de chuva e alta temperatura podem causar essas condições.

Outro contribuinte para a ocorrência da doença é o solo mal drenado. Discutiremos esse assunto a seguir!

Medidas de manejo para o tombamento da soja 

Utilizar várias medidas de manejo em vez de uma é interessante, principalmente se for de modo integrado e consciente.

Variedades resistentes e controle químico são alternativas de manejo difíceis de serem utilizadas para esta doença.

Os patógenos que causam o tombamento não são específicos para a cultura, e é difícil acertar o produto químico e as variedades resistentes para esse grupo.

Assim, algumas medidas de manejo que podem ser utilizadas para o tombamento da soja são:

Um ponto importante que deve ser observado é o tempo que a semente leva para germinar. Quanto mais demora para ocorrer a germinação, maior o contato da semente com os patógenos no solo. 

Deve-se ter uma estratégia para  um processo de germinação mais rápido, podendo utilizar cultivares de soja com rápida germinação para reduzir o tempo de disponibilidade ao ataque dos patógenos.

Lembrando que para te auxiliar nas recomendações de manejo do tombamento da soja consulte um(a) agrônomo(a).

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Conclusão 

Muitas doenças afetam a cultura da soja e podem causar sérios prejuízos. Mas, uma doença que pode não ser identificada e passar despercebida pelo produtor é o tombamento da soja.

Neste texto, discutimos as características da doença e como ela pode afetar sua produtividade.

Também mostramos os principais sintomas e as medidas de manejo que tendem a ser mais eficientes.

Assim, após conhecer sobre o tombamento da soja, espero que você consiga evitar esse problema em sua lavoura!

>> Leia mais:

“Como o Manejo Integrado de Doenças pode reduzir custos e aplicações no seu cultivo”

Restou alguma dúvida sobre o tombamento da soja? Quais medidas de manejo você utiliza para evitar esta doença? Adoraria ver seu comentário.

O que é a mancha alvo do algodoeiro e como ela pode afetar a sua lavoura

Mancha alvo do algodoeiro: saiba quais são os sintomas, como ela afeta a lavoura e como manejar a doença no algodoeiro.

A mancha alvo é uma doença de grande impacto econômico para a agricultura e que tem preocupado muitos produtores de algodão nos últimos anos.

Seu controle não é tão simples, já que a disseminação do fungo na lavoura ocorre pela ação do vento e pelas gotas de água da chuva. Isso favorece a repetição de ciclos da doença na área.

Nesse artigo, vou te mostrar os principais sintomas da mancha alvo do algodoeiro e como fazer o manejo ideal da doença. Confira a seguir!

Importância da mancha alvo do algodoeiro

A mancha alvo é uma doença causada pelo fungo Corynespora cassiicola. Ela tem ampla ocorrência nas áreas agricultáveis e causa prejuízos em diversas culturas, principalmente na soja. Nos últimos anos, também tem ganhado notoriedade na cotonicultura.

O patógeno tem a capacidade de sobreviver em restos culturais e em hospedeiros alternativos, favorecendo repetidos ciclos da doença na área, o que dificulta seu controle. 

Os esporos do fungo podem ser disseminados na lavoura pelo vento e por gotículas de água da chuva.

Principais sintomas da doença

Os sintomas iniciais da mancha alvo no algodoeiro podem ser observados nas folhas do terço inferior da planta. 

É comum que a doença se manifeste após o fechamento da entrelinha. O elevado número de folhas do algodoeiro e os espaçamentos adensados favorecem o desenvolvimento do fungo Corynespora cassiicola, uma vez que as folhas do baixeiro estão sob condições de alta umidade e temperatura. 

Na fase inicial, é possível observar pequenas pontuações escuras com halo amarelo nas folhas. Com o agravamento da doença, essas lesões evoluem e assumem formatos maiores, podendo ser irregulares ou circulares.

As lesões circulares apresentam anéis concêntricos de tecido necrosado em seu interior, o que lembra o formato de um alvo. Por esse motivo, o nome da doença: mancha alvo.

foto de lesão sintomática típica da mancha alvo em folha do algodoeiro

Lesão sintomática típica da mancha alvo
(Fonte: University of Tennessee Institute of Agriculture)

foto de sintomas de mancha alvo nas folhas e brácteas do algodão

Sintomas de mancha alvo nas folhas e brácteas do algodão
(Fonte: University of Tennessee Institute of Agriculture)

Outro sintoma observado é a queda prematura das folhas. A desfolha e as lesões foliares diminuem a capacidade da planta de realizar a fotossíntese. Por consequência, há prejuízos no desenvolvimento das plantas e redução da produtividade. 

foto de desfolha do algodoeiro causada pela mancha alvo

Desfolha do algodoeiro causada pela mancha alvo
(Fonte: University of Tennessee Institute of Agriculture)

Considerando os danos causados pelo fungo, a queda da produtividade está relacionada à perda da área fotossintética da planta. 

Em outras palavras, o tecido necrosado das folhas não é mais capaz de impedir a radiação solar e realizar fotossíntese. Dessa forma, há queda na produção de fotoassimilados e, consequentemente, da produtividade. 

Doenças, nematoides, ataque de insetos e toxidez por fertilizantes ou pelo uso incorreto de produtos fitossanitários também provocam alterações nas folhas, como clorose ou queima

Assim, é importante ter uma diagnose correta da doença para fazer o manejo adequado, como vou explicar melhor a seguir. 

Como fazer o manejo da mancha alvo do algodoeiro

O manejo da mancha alvo no algodoeiro requer monitoramento constante para evitar que a doença evolua e cause prejuízos. 

Dessa forma, o método químico de controle é um dos utilizados no combate a essa doença.

Dentre as moléculas registradas para o controle da mancha alvo no algodão, podemos citar:

  • epoxiconazol + fluxapiroxade + piraclostrobina 
  • protioconazol + trifloxistrobina
  • bixafem + protioconazol + trifloxistrobina
  • fluxapiroxade + piraclostrobina 
  • azoxistrobina + mancozebe + tebuconazol
  • azoxistrobina + mancozebe 

No controle químico, é importante seguir as recomendações técnicas quanto à forma de uso do produto, época e tecnologia de aplicação, dose e volume de calda.

Outra sugestão é a rotação de produtos com diferentes mecanismos de ação para evitar a pressão de seleção na área. 

Além disso, algumas práticas podem ser adotadas junto ao uso de fungicidas para evitar que a doença se estabeleça, como:

  • manejo da altura das plantas de algodão com reguladores de crescimento;
  • controle de plantas daninhas (hospedeiras alternativas);
  • incorporação dos restos culturais;
  • evitar espaçamentos adensados;
  • seguir as recomendações quanto à população de plantas;
  • parcelamento da adubação nitrogenada;
  • rotação de culturas com espécies não hospedeiras;
  • evitar a sucessão de plantio algodão-soja, uma vez que são culturas suscetíveis à mancha alvo.

Ainda não há cultivares de algodão resistentes à mancha alvo. Dessa forma, o manejo deve ser voltado para práticas que desaceleram ou interrompam o desenvolvimento da doença. 

Vale lembrar que quanto antes a doença for detectada, mais eficiente será o controle e menores serão os danos. 

Como o NDVI pode ajudar a monitorar a doença na lavoura?

O NDVI (Normalized Difference Vegetation Index) vem sendo amplamente utilizado para monitorar diferentes aspectos das lavouras. Como a mancha alvo é uma doença que ataca a parte aérea do algodão, essa tecnologia permite observar o comportamento e a evolução da doença pelos mapas. 

É possível também avaliar o nível de desfolha, identificar o foco da doença na área, plantas mortas, quantificar danos e determinar o melhor momento da aplicação de fungicidas. 

A presença da mancha alvo no algodão diminui a cobertura foliar da planta, e consequentemente, altera o valor NDVI. Essa modificação irá resultar em mapas diferentes daqueles gerados para a mesma lavoura antes da presença da doença.

Assim, é possível traçar estratégias de manejo adequadas para o controle da doença, uma vez que irregularidades no campo podem ser detectadas ainda em fase inicial.

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Conclusão

A mancha alvo é uma doença fúngica causada pelo patógeno Corynespora cassiicola e que ataca culturas de interesse agronômico, como o algodão. Os principais sintomas são visíveis nas folhas: lesões e desfolha precoce.  

O manejo da mancha alvo no algodoeiro inclui ações combinadas de modo a preservar a sanidade da lavoura e evitar ou retardar a disseminação da doença na área. 

Tendo em vista os sintomas causados, os mapas NDVI também podem ser uma importante ferramenta no gerenciamento das lavouras. Eles reúnem informações que possibilitam observar padrões na área, avaliar a condição dos plantios e se antever aos problemas. 

Espero que com essas informações você possa fazer um manejo eficiente da doença em sua lavoura!

>> Leia mais:

“6 principais doenças do algodão e como controlá-las na lavoura”

Você já teve problemas com mancha alvo do algodoeiro? Conte pra gente sua experiência nos comentários! 

O que são fungicidas multissítios e por que você deve passar a utilizá-los

Fungicidas multissítios na cultura da soja: como eles podem ser importantes aliados no controle e manejo de resistência de doenças. 

O Brasil é o maior produtor de soja no mundo. Mas você sabia que a produtividade poderia ser 42% superior com manejos adequados da lavoura?

O controle de doenças é um dos pontos que mais interferem nos resultados da sua safra. Por isso, conhecer as estratégias mais eficientes e fazer a utilização racional de produtos para evitar casos de resistência é fundamental!

Já utilizados com sucesso em diversas culturas, os fungicidas multissítios vêm sendo uma ferramenta importante no manejo de doenças fúngicas, especialmente em soja. 

A seguir, conheça melhor esses fungicidas e saiba por que eles podem fazer uma grande diferença nos resultados da sua próxima safra!

O que são fungicidas multissítios?

Os fungicidas podem ser classificados de acordo com o seu espectro de ação em sítio-específicos ou multissítios.  

Os fungicidas de sítio-específico atuam sobre um único ponto da via metabólica de um patógeno fúngico ou ainda sobre uma única proteína ou enzima necessária para a sua sobrevivência. 

São mais propensos a apresentarem resistência. São absorvidos pelas plantas, e geralmente possuem atuação sistêmica, ou seja, são transportados para outras partes da planta. 

Em contrapartida, os fungicidas multissítios atuam sobre diferentes pontos do metabolismo dos fungos e, devido às suas características, apresentam baixo risco de resistência, geralmente com ação de contato.

Necessitam permanecer sobre a superfície das folhas como camada de proteção contra a germinação dos esporos fúngicos. Logo, normalmente são aplicados de forma preventiva.

Essa característica dos fungicidas multissítios faz com que eles estejam suscetíveis à remoção pela água da chuva, especialmente logo após a aplicação e até mesmo pela degradação causada pela luz solar. Assim, pode conferir menor proteção ao longo do tempo e, por isso, são empregados em associação. 

Quais são os benefícios do uso desses fungicidas?

Os fungicidas multissítios apresentam capacidade de controlar vários patógenos, como demonstrado na tabela que você confere mais à frente no texto.

Por ter uma atuação de modo não específico, dificulta a pressão de seleção de patógenos resistentes. Se um local de atuação for burlado pelo patógeno, de modo que ele possa sobreviver, outros ainda estarão atuando no seu controle.

Podem ser utilizados em misturas com fungicidas de sítio específico a fim de retardar ou evitar o surgimento de resistência,  garantindo níveis de controle satisfatórios e prolongando sua vida útil.

Recomendações para aplicação de fungicidas na cultura da soja

Fungicidas multissítios

Considerando os relatos de menor sensibilidade dos principais grupos de fungicidas (triazois, estrobilurinas e carboxamidas) no manejo da ferrugem asiática da soja no Brasil, alternativas que diminuam a severidade dessa doença devem ser utilizadas. 

Resultados de pesquisa indicaram maior controle da severidade da ferrugem com a associação de picoxistrobina+ciproconazol e oxicloreto de cobre, com severidades próximas a 20%, enquanto o tratamento testemunha, sem aplicação, apresentou 73%.

A utilização de picoxistrobina+ciproconazol e clorotalonil reduziu em aproximadamente 60% a severidade da ferrugem em experimentos de campo.

Clorotalonil e mancozebe também apresentaram reduções na severidade da ferrugem em experimentos na safra 2019/20, de valores entre 40% e 50% em comparação ao tratamento controle, demonstrando potencial de utilização.

O Frac (Comitê de Ação a Resistência a Fungicidas do Brasil) indica que as recomendações de fungicidas sejam baseadas em produtos registrados para o controle da ferrugem asiática. 

Você pode consultar a lista de produtos registrados no Sistema de Agrotóxicos Fitossanitários (Agrofit).

Produtos de sítio-específico

Alguns fungicidas de sítio específico, quando aplicados de forma conjunta, conferem maior proteção e podem se tornar uma opção interessante. 

Estrobilurinas devem ser aplicadas combinadas com triazóis, triazolinthione e ou/carboxamidas. 

Triazóis e triazolinthione não devem ser utilizados de forma isolada por apresentarem níveis de resistência.

Carboxamidas devem ser utilizadas sempre em combinações com estrobilurinas.

O controle deve ser iniciado preventivamente, evitando assim a exposição dos produtos a altas populações dos patógenos.

Novas tecnologias, combinando a aplicação de carboxamidas (sítio específico) e multissítio como oxicloreto de cobre foram disponibilizadas recentemente para o manejo da ferrugem asiática.

A lista completa dos grupos de fungicidas e seus respectivos modos de ação, pode ser consultada na Frac.

Lembre-se que todos esses produtos devem ser utilizados conforme recomendação do fabricante quanto a doses, épocas e intervalos de aplicação. 

Combinações de fungicidas de diferentes sítios de ação (sítio específico e multissítio) no controle de diferentes patógenos causadores de doenças na cultura da soja

Combinações de fungicidas de diferentes sítios de ação (sítio específico e multissítio) no controle de diferentes patógenos causadores de doenças na cultura da soja
(Fonte: adaptado de Agrofit)

Resistência de fungos aos fungicidas: por que ocorre e como evitar?

A resistência ocorre principalmente devido à grande variabilidade de microrganismos existentes, aliada à sua capacidade de multiplicação rápida.

Dessa forma, ao aplicarmos um fungicida de sítio específico de ação, repetidas vezes e sem utilizar táticas de manejo integrado de doenças (MID), estamos realizando uma pressão de seleção.

Alguns microrganismos desenvolvem estratégias de sobrevivência à aplicação dos ingredientes ativos, que são passadas de geração para geração.

A Frac recomenda algumas estratégias para evitar a resistência dos fungos aos fungicidas, incluindo:

  • rotação de ingredientes ativos, com emprego de mecanismos de ação diferentes;
  • utilização de fungicidas na época, dose e intervalos de aplicação recomendados pelo fabricante;
  • emprego de diferentes métodos de controle de doenças, fazendo adoção do MID – Manejo Integrado de Doenças, o que inclui controle cultural, genético e biológico (quando for possível, respeitando a compatibilidade de produtos);
  • consulta a um profissional engenheiro-agrônomo para recomendações dos ingredientes ativos mais apropriados para aplicação na sua realidade.

A avaliação da necessidade de aplicação e momento (preventivo para algumas doenças) também torna-se importante para reduzir o número de tratamentos durante a safra. 

Para evitar a resistência, planeje a utilização de produtos em misturas e com diferentes mecanismos de ação.

Programa de aplicação de fungicidas, estratégia e risco de resistência. A - fungicida com alto risco de resistência; B - fungicida com baixo risco de resistência.

Programa de aplicação de fungicidas, estratégia e risco de resistência. A – fungicida com alto risco de resistência; B – fungicida com baixo risco de resistência.
(Fonte: adaptado de Zambolim, 2008)

9 possíveis causas de “insucesso” no uso de fungicidas

As falhas no controle químico de doenças geralmente são atribuídas aos fungicidas… mas você já pensou que outros fatores podem estar relacionados?

Veja os principais a seguir:

  1. diagnose do agente causal incorreta;
  2. escolha do local de plantio inadequada, com o estabelecimento da cultura em locais extremamente úmidos;
  3. clima favorável a doenças (como o caso de regiões de produção de sementes no Mato Grosso do Sul, onde a cultura da soja é cultivada sob irrigação de pivô central e o vazio sanitário muitas vezes não é adotado, favorecendo a ocorrência de inóculo inicial de ferrugem). 
  4. desconhecimento de fatores de predisposição a doenças como nutrição, clima, umidade do solo, compactação, etc.
  5. utilização de uma única medida de controle, como no caso do controle químico, usando um único ingrediente ativo durante todo o cultivo;
  6. época de aplicação inadequada (fora do estádio fenológico em que é indicada) e local de penetração dos patógenos na planta (verso das folhas, flores, frutos em formação, caules, etc);
  7. aplicação de fungicidas sistêmicos quando os patógenos já estão estabelecidos na cultura em níveis populacionais severos, como no caso da ferrugem asiática da soja; 
  8. uso de doses abaixo ou acima do recomendado, bem como utilização de um único fungicida (princípio ativo);
  9. adjuvantes inadequados e pH da calda, além da tecnologia de aplicação, tipos de bico e regulagem de equipamentos.
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Conclusão

Neste artigo vimos as diferenças entre os espectros de ação sítio-específicos e multissítios, bem como a forma que protege os cultivos. E pudemos entender como eles se tornam aliados quando utilizados em conjunto.

Vimos também as principais causas de resistência dos fungos aos fungicidas e as formas de manejo recomendadas para evitar com que elas ocorram.

Vale lembrar que um bom monitoramento da lavoura, com diagnóstico correto e precoce das doenças, bem como planejamento da utilização de produtos são fatores que determinam o sucesso no controle de doenças.

>> Leia mais:

“Lavoura saudável: como combater as doenças da soja (+ nematoides)”

“Biofungicidas: quando vale a pena usá-los para o controle de doenças na lavoura?”

Restou alguma dúvida sobre como atuam os fungicidas multissítios e por que são importantes no controle de doenças da cultura da soja? Deixe seu comentário!

Tudo o que você precisa saber sobre a mancha de mirotécio no café

Mancha de mirotécio no café: sintomas, condições favoráveis da doença, medidas preventivas e de controle

Pragas e doenças são sempre uma dor de cabeça para o produtor rural. Na cultura do café, a ferrugem e a broca do cafeeiro são conhecidas pelo impacto que podem causar na produção das plantas.

Agora, uma nova doença preocupa os produtores de mudas de café: a mancha de mirotécio. Você já ouviu falar sobre ela?

Para que você entenda a doença e tenha mais condições de fazer um manejo adequado, preparamos este artigo. Confira tudo a seguir!

O que é a mancha de mirotécio no café?

A mancha de mirotécio é uma doença identificada recentemente no Brasil, na cultura do café. Foi constatada pela primeira vez em 2003, no viveiro experimental no Rio de Janeiro, em mudas de café arábica com idades entre 2 e 5 meses.

Em 2013, também houve a ocorrência da doença em mudas de café conilon em um viveiro no Espírito Santo.

A doença foi registrada ainda em países como Índia, Indonésia, Colômbia e Costa Rica.

O patógeno que causa a mancha de mirotécio é o fungo Myrotecium roridum. Ele pode causar a desfolha das mudas de café, levando-as à morte, principalmente quando plantadas em solo contaminado com o fungo e em condições favoráveis a seu desenvolvimento.

Mas como observar essa doença nas plantas de café? Vou explicar melhor a seguir.

Sintomas da mancha de mirotécio no cafeeiro

Inicialmente, as lesões são arredondadas e irregulares, de coloração verde-claro e aspecto oleoso, podendo apresentar um halo amarelo.

Depois, as lesões progridem e há formação de anéis concêntricos de diferentes tonalidades em ambas as superfícies da folha, com cerca de 3 cm de diâmetro. A doença pode ser observada em mudinhas até os 5 meses.

Também podem ser observados esporodóquios (estrutura do fungo) superficiais salientes e com micélio de coloração branca, cobertos de massa negra de esporo.

Lesões foliares iniciais (A); lesões foliares necróticas extensas, apresentando anéis concêntricos (B); sinais típicos do patógeno em lesão necrótica, os quais constituem esporodóquios com bordas de micélio branco e, ao centro, com massa negra de esporos (barra 200 µm) (C); e conídios maduros de M. roridum produzidos em fiálides (D)
Lesões foliares iniciais (A); lesões foliares necróticas extensas, apresentando anéis concêntricos (B); sinais típicos do patógeno em lesão necrótica, os quais constituem esporodóquios com bordas de micélio branco e, ao centro, com massa negra de esporos (barra 200 µm) (C); e conídios maduros de M. roridum produzidos em fiálides (D)
(Fonte: Da Silveira, Mussi-dias, Ponte e Dias em Reserach gate)

A mancha de mirotécio pode causar o abortamento das folhas das mudas de café e atraso em seu desenvolvimento. Tal condição acaba prejudicando o uso das mudas para o plantio, além de reduzir a área foliar para fotossíntese pelas manchas necróticas. Em situações extremas, pode haver até a morte da muda.

Essa doença também pode ocorrer no algodoeiro, onde também são observados sintomas em plantas jovens e perdas na lavoura. 

O fungo já foi identificado em outras plantas como abóbora, pepino, melancia, melão, berinjela, soja e várias outras.

O fungo Myrotecium roridum é saprofítico, sobrevivendo no solo e em restos culturais. Além disso, possui ampla gama de hospedeiros e há relatos de que pode sobreviver em sementes em alguns casos.

Um ponto muito importante dessa doença é que os sintomas foliares podem ser confundidos com a mancha de Phoma.

Para diferenciar as duas doenças, tenha em mente que as lesões da mancha de mirotécio apresentam formato regular nas bordas das folhas e rápida expansão e tamanho.. 

Já a mancha de Phoma (causada pelos fungos do gênero Phoma) causa lesões de coloração escura na margem das folhas, com formato irregular, podendo apresentar anéis concêntricos.

Condições favoráveis para a mancha de mirotécio no café

Há relatos de que a doença se manifeste em viveiro de mudas com alta umidade e irrigações frequentes. 

Temperaturas de 18℃ a 30℃ são favoráveis à doença, ou seja, condições de alta umidade e temperatura são favoráveis ao patógeno. Além disso, ferimentos podem predispor as mudas ao ataque do fungo.

Assim, a mancha de mirotécio precisa de longos períodos de molhamento foliar, associada a altas temperaturas, para se manifestar nas plantas.

A doença pode ocorrer em reboleiras e o fungo pode ser disperso por água, vento e pela irrigação nos viveiros.

Medidas preventivas para evitar a mancha de mirotécio

É sempre muito importante evitar a entrada de doenças na cultura e, no caso da mancha de mirotécio, deve-se evitar também a entrada nos viveiros de mudas de café, realizando o manejo preventivo.

Algumas medidas preventivas que podem ser adotadas são:

  • substratos livres de alta quantidade de matéria orgânica e livres do patógeno;
  • controlar a irrigação das mudas;
  • evitar o excesso de umidade;
  • eliminar mudas e folhas mortas do viveiro;
  • manter mudas com boa nutrição e livres de estresse;
  • evitar hospedeiros do fungo Myrotecium roridum próximos do viveiro.
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Como controlar a mancha de mirotécio no café

Quando falamos em controle de doenças, é sempre importante pensar em todas as medidas que são disponíveis para o manejo. Não vise apenas um tipo de controle, utilize um manejo integrado.

Para a mancha de mirotécio no café, não existem cultivares resistentes e ainda não há fungicidas específicos registrados. 

Em alguns estudos, fungicidas como triazóis e estrobilurinas têm apresentado bons resultados de controle.

Por isso, utilize as medidas preventivas que comentamos no tópico anterior e procure auxílio de um(a) agrônomo(a) para as recomendações de manejo.

Conclusão

A mancha de mirotécio é uma doença recente no país, mas já preocupa os produtores de mudas de café.

Como discutimos neste texto, o fungo que causa a doença apresenta muitas plantas como hospedeiras. Por isso, é importante conhecer a doença e adotar as medidas preventivas e de controle para reduzir os prejuízos.

Agora que você conhece um pouco mais sobre o problema, não espere perder as mudas de café por mirotécio.

>> Leia mais:

“O que você precisa saber para definir o melhor espaçamento para plantio de café”

Você já teve problemas com a mancha de mirotécio no café? Quais medidas de manejo você costuma adotar na fazenda? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Como evitar e controlar a mancha de Phoma no cafeeiro

Mancha de Phoma no cafeeiro: entenda as condições para ocorrência e os principais cuidados para prevenção e controle.

Inúmeras doenças podem ocorrer em diferentes estágios da lavoura de café. Não é fácil!

Além da conhecida ferrugem, temos algumas doenças que podem causar danos na flora do cafeeiro, dentre elas, a mancha de Phoma. 

A mancha de Phoma é uma das principais doenças que atacam a florada do café, mas seu monitoramento e controle deve começar ainda antes desse período.

Separei alguns pontos importantes para entender essa doença e o que fazer para prevenir e controlá-la. Confira a seguir!

Doenças da florada do café

Antes de falar da mancha de Phoma no cafeeiro propriamente dita, é importante relembrar que existem diversas doenças que podem acometer o cafeeiro durante seu ciclo produtivo, como mostra a figura abaixo.

Se repararmos bem nessa figura, podemos observar que as principais doenças que acometem o cafeeiro durante o período da florada são a mancha de Phoma e a mancha aureolada. 

Embora o assunto desse artigo seja a mancha de Phoma, é importante destacar que essas duas doenças geralmente ocorrem ao mesmo tempo no cafeeiro. 

A mancha de Phoma no cafeeiro

O primeiro registro da mancha de Phoma no Brasil se deu nos anos 70. Desde então, ela foi disseminada pelas principais regiões produtoras do país. A doença é causada pelos fungos do gênero Phoma spp., daí vem seu nome. 

Esses fungos penetram nas folhas, frutos e brotações do café, infeccionando-os. E isso pode ser facilitado por lesões mecânicas pré-existentes, como as que a colheita mecanizada pode ocasionar. 

Condições ambientais favoráveis

A mancha de Phoma é disseminada por respingos de chuva/irrigação e é favorecida por temperaturas amenas e alta umidade. Portanto, regiões mais altas e amenas apresentam mais problemas.

Isso não significa dizer que a doença não pode ocorrer em situações de baixa altitude, já que, se as condições favoráveis ocorrerem, a doença pode se manifestar. Mas que condições são essas?

  • Temperaturas próximas a 18℃;
  • Alta umidade;
  • Ventos frios.

Períodos prolongados com essas condições, associados ao ataque de pragas e danos de geada podem favorecer a ocorrência da Phoma, mesmo em locais mais baixos ou até em viveiros.

Sintomas da mancha de Phoma

São vários órgãos atacados e sintomas distintos provocados pela Phoma, já que ela pode atacar folhas, ramos e frutos. 

Nas folhas mais novas, observa-se geralmente manchas escuras e circulares, que se expandem e tomam a folhas, encurvando-a. 

Sintomas de mancha de Phoma em folhas
Sintomas de mancha de Phoma em folhas
(Fonte: Vicente Luiz de Carvalho/Epamig)

A mancha de Phoma também pode causar danos aos botões florais, morte ascendente dos ramos produtivos (die-back) e a mumificação dos chumbinhos no pós-florada. 

Seca dos ponteiros por mancha de Phoma
Seca dos ponteiros por mancha de Phoma
(Fonte: Agrolink)
Mumificação dos chumbinhos
Mumificação dos chumbinhos
(Fonte: Vicente Luiz de Carvalho/Epamig)

Portanto, a mancha de Phoma pode impactar diretamente na produção do cafeeiro, matando o crescimento vegetativo e também as flores e os frutinhos já formados.

Formas de controle da mancha de Phoma no cafeeiro

Geralmente, é utilizado o controle químico preventivo, mas existe a possibilidade de se realizar o controle cultural da Phoma. 

Cabe destacar também que  uma nutrição correta e bem dimensionada, além do controle de pragas, são práticas fundamentais para a resiliência de qualquer lavoura. 

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Controle cultural

Como vimos anteriormente no artigo, ventos frios podem favorecer a ocorrência de Phoma. Por isso, o uso de quebra-ventos pode ser uma maneira de prevenir que isso ocorra.

Além disso, em áreas com condições favoráveis, espaçamentos mais adensados vão contribuir para o agravamento do problema. Melhor será utilizar espaçamentos maiores.

Controle químico

Em áreas onde as condições são favoráveis para o desenvolvimento da mancha de Phoma, o controle químico deve ser feito de forma preventiva, iniciando no outono-inverno, visando a pré-florada.

O controle deve seguir até a fase de chumbinho, já que o cafeeiro apresenta várias floradas. Isso garante uma boa proteção no pós-florada. 

Qual produto utilizar?

No caso da Phoma, o ingrediente ativo mais utilizado é a Boscalida, do grupo das carboxamidas, na dose recomendada em bula. Mas existem outros ingredientes ativos disponíveis:

  • triazóis: difenoconazol, epoxiconazol, flutriafol, triadimenol, ciproconazol, propiconazol, fluquinconazol, etc.
  • dicarboxamidas: iprodione.

Essa variedade, permite o uso de diferentes produtos e isso é importante, pois pode ser que existam focos de ferrugem (Hemileia vastatrix) e mancha aureolada na lavoura

Assim, se faz necessário utilizar outros fungicidas, como misturas de estrobilurinas, triazóis e/ou carboxamidas para a ferrugem; e adição de cúpricos para a mancha aureolada.

Como aplicar?

Geralmente, 4 a 5 aplicações são realizadas. Mas a frequência de aplicações depende de monitoramento, do residual do fungicida e das condições de cada lavoura.

Aplicações com as flores presentes podem atrapalhar atingir o alvo adequadamente. Por essa razão, as aplicações pré e pós-florada (quando as pétalas já caíram) são capazes de atingir e proteger os botões florais e os chumbinhos mais facilmente.

É preciso evitar a aplicação com as flores presentes, pois as pétalas impedem que o fungicida atinja o alvo adequadamente.

Conclusão

Como pudemos acompanhar ao longo do texto, a mancha de Phoma é causada por um grupo de fungos que leva esse mesmo nome e está presente nas principais regiões produtoras de café do Brasil.

Esses fungos são favorecidos por temperaturas amenas e umidade relativa alta, portanto, ocorrem em maior frequência em plantios adensados e plantios em altitudes mais elevadas. 

Os sintomas se apresentam em folhas novas, ramos, flores e frutos e podem afetar a produtividade da lavoura de café.  

Como controle, temos que começar já no planejamento do plantio de café, incluindo quebra ventos e evitando lavouras mais adensadas nas regiões com condições predominantemente favoráveis. 

Além disso, o controle químico deve iniciar antes mesmo da florada, no outono-inverno e continuar até a fase de chumbinho, já no pós-florada. 

>> Leia mais:

“Colheita do café: evite perdas e mantenha a qualidade com estas 7 dicas”

“Tudo o que você precisa saber sobre a mancha de mirotécio no café”

Restou alguma dúvida sobre a mancha de Phoma no cafeeiro? Conte pra gente nos comentários abaixo. Grande abraço!

Como identificar e fazer o manejo adequado da podridão vermelha da raiz da soja

Podridão vermelha da raiz da soja: importância, sintomas, patógenos e medidas de controle da doença

Das mais de 40 doenças de soja já identificadas no Brasil, uma delas tem merecido atenção especial do produtor nos últimos anos: a podridão vermelha da raiz.

Além de poder causar perdas severas de produtividade, essa doença é causada por um fungo de solo, o que dificulta muito seu controle.

Mas como identificar os sintomas desse problema precocemente e garantir um manejo mais eficiente?

Confira essas e outras recomendações a seguir!

Importância da podridão vermelha da raiz em soja

A podridão vermelha da raiz, também chamada de síndrome da morte súbita da soja, tem sido encontrada em todas as regiões produtivas da cultura no Brasil. No entanto, é predominante em solos úmidos e temperaturas amenas

foto que mostra podridão vermelha da raiz da soja em folhas

(Fonte: Austeclinio Lopes de Faria Neto em Embrapa)

Foi observada pela primeira vez no Brasil na safra 1981/82, em Minas Gerais. Portanto, é considerada uma doença relativamente nova.

Pode ser causada por três espécies de Fusarium (que foram relatadas no Brasil): F. brasiliense; F. tucumaniae; e F. crassistipitatum, que são diferenciadas por estruturas reprodutivas, crescimento das colônias e técnicas moleculares.

A podridão vermelha da raiz pode interferir no processo de formação de vagens e grãos da soja, por afetar o sistema radicular das plantas. Isso compromete a absorção de água e nutrientes, interferindo na taxa fotossintética. 

Nos casos mais severos, há relatos de que pode causar entre 40% e 60% de perdas na lavoura. 

Para que você conheça mais sobre essa doença, veja quais sintomas ela causa nas plantas de soja.

Sintomas da podridão vermelha da raiz

Como o próprio nome diz, o patógeno infecta a raiz da planta, tendo como sintoma inicial uma mancha avermelhada, que é visível na raiz principal, poucos centímetros abaixo do nível do solo.

Com o passar do tempo, essa mancha se expande e circunda toda a raiz, adquirindo coloração mais escura. O córtex da raiz pode sofrer necrose e a medula fica com coloração castanho clara, característica que se estende até alguns centímetros acima do solo.

Em condições de alta umidade, pode ser observado um anel vermelho na base da haste da planta.

Além disso, o fungo que causa a podridão vermelha da raiz pode produzir toxinas que se translocam até as folhas e provocam necrose internerval, tendo como sintoma a folha carijó. 

Assim, as folhas apresentam manchas cloróticas e necróticas internevais, sendo que a região das nervuras permanece com coloração verde normal.

Esses sintomas são mais evidentes próximo à floração, ou seja, os sintomas foliares se desenvolvem ao longo ou após a floração, podendo causar desfolha nas plantas, abortamento das vagens e até morte das plantas.

fotos com podridão vermelha da raiz (foto 1); sintomas foliares iniciais (foto 2) e sintoma carijó (fotos 3 e 4)

Podridão vermelha da raiz (1); sintomas foliares iniciais (2); sintoma carijó (3 e 4)
(Fonte: Pablo de Melo Oliveira)

As raízes secundárias podem apresentar rápida degradação pela doença, somente ficando a raiz principal.

Em condições de solo úmido, o córtex da raiz principal pode se destacar com facilidade, expondo seu lenho de cor clara.

Como diferenciar os sintomas de outras doenças

Na planta com sintomas de podridão vermelha da raiz, você pode observar que seu sistema radicular é menos vigoroso que o de uma planta sadia.

Para você não confundir essa doença com outras que também podem apresentar o sintoma carijó, atente-se a essas dicas:

  • podridão da haste: apresenta descoloração da parte interna da haste, o que não acontece na podridão vermelha da raiz.
  • cancro da haste: apresenta cancro na haste, o que não é observado na podridão vermelha da raiz.

Agora que já conhece sobre os sintomas, vamos falar sobre as condições favoráveis ao desenvolvimento da doença.

Patógeno e condições favoráveis da podridão vermelha da raiz de soja

As espécies de Fusarium que causam a podridão vermelha da raiz são consideradas fungos de solo.

Os conídios (esporos) de Fusarium são disseminados pela água e sobrevivem pouco tempo no solo.

Já os clamidósporos, que são estruturas de resistência do fungo, podem sobreviver no solo e em restos culturais, sendo o inóculo primário da doença.

A podridão vermelha da raiz pode ser mais severa quando há presença do nematoide do cisto da soja (Heterodera glycines), uma vez que pode ocorrer uma associação do fungo com o nematoide.

A alta umidade do solo e temperaturas amenas são favoráveis para o desenvolvimento da doença. Temperaturas em torno de 15℃ favorecem o desenvolvimento dos sintomas na raiz das plantas. Já temperaturas em torno de 22℃ a 24℃ favorecem os sintomas na parte aérea.

Além disso, solo compactado e acúmulo de água favorecem o desenvolvimento da doença, que pode ocorrer a doença em forma de reboleira ou de forma generalizada na lavoura. 

Mas como podemos manejar a doença na cultura da soja?

Manejo da podridão vermelha da raiz 

Quando falamos de manejo das doenças de plantas, discutimos sobre a realização do manejo integrado das doenças. Isso não deve ser diferente para a podridão vermelha da raiz de soja, principalmente porque ela é causada por patógeno de solo, que é de difícil controle.

Cultivares de soja precoces tendem a sofrer menos com a doença, por isso são mais recomendadas.

Como não há cultivares com resistência total a doença, você pode utilizar cultivares que apresentam certa resistência. Além disso, não é recomendado semear muito cedo a soja, pois as condições climáticas podem propiciar o desenvolvimento do patógeno.

Não há um controle químico adequado para a podridão vermelha da raiz, já que é uma doença de solo e o seu controle se torna bastante complicado. O que se tem realizado é o tratamento de sementes, que pode reduzir a incidência da doença.

Outra medida de manejo é a rotação ou sucessão de culturas, a exemplo de sorgo e trigo.

Evite também a semeadura da soja em solos mal drenados e compactados.

Além disso, evite o plantio em áreas com histórico da doença, melhore a drenagem de solos que apresentam encharcamento e previna a compactação do solo.

E, como uma dica final, para te auxiliar a recomendar as medidas de manejo da podridão vermelha da raiz procure um (a) engenheiro (a) agrônomo (a).

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Conclusão

Doenças podem causar muitas perdas na soja. Uma das que tem preocupado os sojicultores é a podridão vermelha da raiz, que já há relatos de causar grandes prejuízos nas lavouras.

Nesse artigo, além de discutirmos a importância da doença na cultura da soja, você também viu como identificar os sintomas que a doença causa.

Também pôde entender mais sobre o patógeno, condições favoráveis a seu desenvolvimento e as medidas de manejo mais indicadas.

>> Leia mais:

Tudo o que você precisa saber sobre Macrophomina em soja

“Como identificar e manejar a podridão radicular em soja”

Você tem problema com a podridão vermelha da raiz da soja? Aproveite e assine nossa newsletter para receber sempre novos artigos sobre soja! 

Como prevenir e manejar o enfezamento do milho

Enfezamento do milho: principais sintomas, medidas de prevenção à doença e as formas de controle mais indicadas

O enfezamento do milho vem ganhando cada vez mais importância devido aos plantios consecutivos da cultura.

A doença pode reduzir muito a produção de grãos, colocando todo o resultado da safra a perder.

Por isso, é importante conhecer as medidas de prevenção e controle da doença, que envolvem também o manejo correto da cigarrinha-do-milho, principal transmissora dos enfezamentos. Confira!

Importância do enfezamento do milho

Há alguns anos, o enfezamento não era considerado uma doença de grande importância para as lavouras de milho.

Mas, com a expansão da área cultivada e plantios contínuos, que proporcionam ter a cultura durante boa parte do ano, essa doença começou a ter alta incidência e perdas consideráveis na lavoura.

Há relatos de que o enfezamento do milho pode causar perdas e reduzir a produção de grãos em até 70%. Algumas publicações falam até em perda total da produção. 

O enfezamento é causado por patógenos da classe dos molicutes e tem como vetor a cigarrinha-do-milho Dalbulus maidis.

Em 2020, houve vários relatos das altas populações de cigarrinha nas lavouras, o que favorece sua disseminação em plantios tardios (até de uma safra para outra) e a ocorrência da doença.

Existem dois tipos de enfezamento na cultura do milho:

  • enfezamento vermelho, causado por fitoplasma (Maize bushy stunt phytoplasma – MBSP) – Candidatus Phytoplasma asteris;
  • enfezamento amarelo, causado por espiroplasma Spiroplasma kunkelii.

Vou explicar melhor os sintomas e características de cada um deles a seguir!

Enfezamento vermelho do milho

Como sintoma do enfezamento vermelho, pode ser observada a clorose marginal nas folhas do cartucho, que depois segue para avermelhamento das folhas inferiores e diminuição das mesmas.

duas fotos com sintomas enfezamento vermelho nas folhas do milho – A- estrias cloróticas, B – Estrias avermelhadas

Sintomas enfezamento vermelho – A- estrias cloróticas, B – Estrias avermelhadas
(Fonte: Janine Palma em Mais Soja)

Nas plantas infectadas também pode ser observado maior número de espigas, que produzem pouco ou nem produzem grão

Também podem ser observadas redução do porte da planta e redução do tamanho dos entrenódios.

Enfezamento pálido do milho

O enfezamento pálido, também chamado de enfezamento amarelo tem sintomas iniciais de clorose mais acentuada na base foliar (estrias cloróticas claras da base para o ápice das folhas). Este é o sintoma que o difere do enfezamento vermelho.

Os sintomas dos enfezamentos podem ser confundidos, mas também podem ocorrer simultaneamente, pois a planta pode desenvolver o enfezamento vermelho e pálido ao mesmo tempo.

foto de enfezamento pálido do milho

(Fonte: Rodrigo Véras da Costa em Embrapa)

Sintomas dos enfezamentos vermelho e pálido:

Os principais sintomas de ambos os enfezamentos são:

  • redução do porte das plantas;
  • avermelhamento ou estrias cloróticas claras nas folhas;
  • maior espigamento, mas as espigas têm pouco ou nenhum grão;
  • grãos chochos;
  • encurtamento de entrenódios;
  • falhas na granação dos grãos;
  • redução da produtividade.

Enfezamento e o problema da cigarrinha-do-milho

Como já mencionei acima, a cigarrinha-do-milho é o vetor dos enfezamentos. Além disso, sua presença também pode causar danos nas plantas de milho pela sucção de seiva (dano direto – inseto sugador). Mas é como vetor que ela apresenta sua maior importância (dano indireto).

Além dos enfezamentos vermelho e pálido que a cigarrinha transmite, ela também pode ser vetor do vírus da risca do milho (Maize rayado fino virus – MRFV).

Na fase adulta, a cigarrinha apresenta coloração amarelo-palha, de tamanho pequeno com cerca de 4 mm. 

Como característica para a diferenciar de outras cigarrinhas da cultura do milho, ela apresenta duas manchas circulares negras bem marcadas no alto da cabeça.

O ciclo da cigarrinha, de ovo a adulto, é influenciado pela temperatura, mas dura em média 25 dias, como você pode conferir no esquema abaixo:

ciclo da cigarrinha do milho em infográfico

(Fonte: Grupo Cultivar)

Mas como ocorre a transmissão do enfezamento pela cigarrinha-do-milho? 

Explicando de forma breve, quando a cigarrinha se alimenta de plantas doentes com enfezamento, pela sucção da seiva, adquire o espiroplasma, fitoplasma ou os dois.

Depois disso, em três semanas, os molicutes se multiplicam, circulam no corpo da cigarrinha e atingem sua glândula salivar, permitindo a transmissão do enfezamento para plantas sadias quando as cigarrinhas vão se alimentar. Assim, recomeça o ciclo da doença.

A infecção normalmente ocorre em plantas jovens, mas os sintomas aparecem quando já estão adultas.

Um ponto importante é que as cigarrinhas podem migrar para longas distâncias, inclusive de uma lavoura para outra de milho, transmitindo o enfezamento,

O hospedeiro da cigarrinha é o milho, por isso, o cultivo durante vários períodos do ano e as plantas tigueras favorecem a presença do vetor e da doença na cultura.

Agora que conhecemos mais sobre os sintomas e o vetor do enfezamento do milho, vamos discutir como prevenir e manejar a doença!

Como prevenir o enfezamento do milho na sua lavoura

No planejamento da lavoura de milho, é muito importante pensar em como prevenir as doenças da cultura. Algumas medidas preventivas do enfezamento do milho são:

  • evitar o plantio próximo de áreas com milho mais velhas, que podem favorecer a presença da cigarrinha e da doença;
  • evitar plantios consecutivos de milho na mesma área;
  • sincronizar a época de semeadura do milho (em regiões com histórico de enfezamento);
  • evitar plantios tardios, para que o desenvolvimento vegetativo das plantas não coincida com o período de maior infestação da cigarrinha;
  • eliminar a presença de plantas voluntárias (tigueras) na área, pois elas servem como hospedeiras e favorecem a sobrevivência do vetor e da doença;
  • utilizar rotação de culturas, para não ter áreas com cultura de milho após milho.

Como controlar o enfezamento do milho

O manejo do enfezamento do milho tem que englobar medidas preventivas e de controle. Entre as medidas de controle estão:

  • uso de cultivares tolerantes ou resistentes ao enfezamento do milho;
  • monitoramento do vetor na plantação;
  • controle químico para o vetor, lembrando que esse manejo pode não ser eficiente para a cigarrinha do milho. Isso ocorre devido à rapidez da transmissão da doença para as plantas de milho, pois o vetor pode infectar plantas antes do controle da cigarrinha e pela entrada contínua na plantação;
  • controle biológico do vetor;
  • tratamento de sementes com inseticida;

Ou seja, recomenda-se realizar o manejo integrado, utilizando várias medidas de controle e de prevenção da doença na lavoura de milho.

Para te ajudar no monitoramento e controle da cigarrinha-do-milho, separei uma planilha gratuita. Para baixar, clique na imagem a seguir!

planilha controle da cigarrinha do milho

Caso vá utilizar inseticidas para controle, verifique quais são registrados no Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) para a doença e para a cultura (Agrofit). Para te auxiliar no manejo, procure um(a) agrônomo(a).

Conclusão

Muitas doenças podem afetar a cultura do milho. Mas, nos últimos anos o enfezamento vem ganhando importância, principalmente devido a plantios consecutivos da cultura.

Neste artigo, abordamos os dois tipos de enfezamento do milho: pálido e vermelho.

Você conferiu quais são os sintomas que permitem identificar a doença na lavoura e o que fazer como medida de prevenção.

Também aprendeu sobre a transmissão do enfezamento através de seu principal vetor, a cigarrinha-do-milho, e as medidas de controle do inseto e da doença.

Com essas informações, espero que você faça o manejo adequado e reduza as perdas na sua lavoura com enfezamento do milho.

>> Leia mais: “Tudo o que você precisa saber para o manejo da mancha-branca do milho”

Você tem problema com enfezamento do milho? Quais medidas preventivas são utilizadas? Vamos continuar essa conversa nos comentários!