About João Paulo Pennacchi

Sou engenheiro eletricista formado pela UNIFEI e engenheiro-agrônomo formado pela UFLA. Mestre e doutor em agronomia/fisiologia vegetal pela UFLA e PhD em ciências do ambiente pela Lancaster University. Atualmente desenvolvo pesquisa na área de fisiologia de culturas agrícolas pela UFLA.

Irrigação por superfície: veja se a prática é ideal para sua fazenda

Irrigação por superfície: saiba como funciona, quais são os tipos existentes, as fases desse processo, vantagens e desvantagens.

A agricultura irrigada fornece água às plantas em momentos em que a precipitação natural não é suficiente para manter o solo com bons níveis de umidade. Para isso, existem 3 tipos principais de irrigação: por superfície, por aspersão e localizada.

Cada tipo e método de irrigação se adequa à realidade dos produtores. Isso varia conforme capacidade de investimento, características da área e culturas de interesse

Dentre esses tipos, a irrigação por superfície pode ser interessante para produtores em áreas planas e com solos mais pesados. Pensar em utilizar um método de irrigação te ajuda a evitar estresse hídrico e danos na cultura.

Nesse artigo, conheça as vantagens e desvantagens do método de irrigação por superfície, suas especificações e técnicas de implantação. Boa leitura!

Como funciona o método de irrigação por superfície?

A irrigação por superfície é um método que se baseia na cobertura do solo com uma lâmina de água que irá infiltrar no perfil do solo. A água é aplicada diretamente na superfície a ser irrigada, e isso acontece através da gravidade.

Por isso, esse método também é conhecido como irrigação por gravidade.

A água pode se acumular na superfície do solo, criando uma diferença de potencial hídrico entre a superfície e as camadas do perfil do solo. Isso faz com que a água seja distribuída para as camadas mais profundas pela força da gravidade.

Consequentemente, o gradiente de umidade existente é igualado. O método depende, principalmente, das características do solo, como capacidade de retenção de água na superfície, escoamento e infiltração.

Esses parâmetros devem ser considerados antes da implantação do sistema de irrigação por superfície. Você também precisa os considerar nos cálculos de quantidade de água e frequência de molhamento.

O que é irrigação por subsuperfície?

A irrigação de subsuperfície por inundação é um método que pode também ser aplicado. Ele se baseia na aplicação de água no subsolo, em em camadas mais profundas. O objetivo é aumentar artificialmente o nível natural do lençol freático.

Isso permite maior disponibilidade de água na parte mais superficial do solo. Esse método é normalmente indicado para solos e áreas onde a lençol freático é pouco profundo.

Diferença entre irrigação por faixas, sulcos e inundação

Existem 3 tipos básicos de irrigação por superfície: sulcos, faixas e inundação. Cada um possui suas características próprias e recomendações específicas. Veja mais detalhes sobre cada um deles:

  • Sulcos: o sistema por sulcos consiste na abertura de canais paralelos, normalmente sentido da linha de plantio. Esses canais são inundados, fornecendo água na região da entrelinha. Essa água é absorvida pelas raízes das plantas;
  • Irrigação por faixas: o sistema de faixas consiste na inundação de faixas demarcadas no campo, limitadas por diques paralelos. Normalmente, esses diques são definidos pelo nível do terreno;
  • Inundação: o sistema de inundação consiste na aplicação de água para inundação de área total do talhão.
Exemplo de campo com irrigação de superfície, faixas e inundação total
(Fonte: Seduc)

Fases da irrigação superficial

A irrigação superficial é feita por fases, que acontecem durante todo o processo de irrigação por superfície. Essas fases são relacionadas às etapas do processo como um todo e podem ser divididas em fases de avanço, de infiltração e de recesso. 

Fase de avanço

É a fase de inundação do sulco, das faixas ou do campo como um todo. Essa é a fase em que a água se espalha pela área a ser inundada. É importante que a água chegue com uniformidade de lâmina a todos os pontos planejados na irrigação.

Fase de infiltração

Essa fase começa no momento em que a lâmina de água se estabiliza com uniformidade sobre toda a área e termina no momento em que a aplicação de água é encerrada. 

Nesse ponto, ocorre a infiltração da água no perfil do solo. A água infiltra desde a superfície até as camadas mais profundas.

Fase de recesso

A fase de recesso começa com a interrupção do fornecimento de água, e termina com o total escoamento do campo. Nessa fase, ainda haverá absorção e transporte de água no solo e escoamento da lâmina aplicada.

Vantagens e desvantagens desse método de irrigação do solo

Os métodos de irrigação apresentam vantagens e desvantagens, e a escolha pelo mais adequado tem que ser bastante criteriosa. O mesmo acontece com a irrigação por superfície. Dentre as suas principais vantagens, temos:

  • Baixo custo de implantação;
  • Baixo custo energético;
  • Não há necessidade de água límpida para execução;
  • Operação simples;
  • Adaptável a várias culturas;
  • Baixa influência de ventos que podem causar heterogeneidade de aplicação de água.

Por outro lado, assim como os demais métodos de irrigação, há desvantagens que você precisa conhecer e considerar. As principais são: 

  • Baixa uniformidade de distribuição da água, no caso do método em sulco;
  • Menor controle da lâmina de irrigação e da quantidade de água aplicada por área;
  • Alta necessidade de mão de obra qualificada;
  • Adubação mais complexa e de maior dificuldade;
  • Maior capacidade de causar acidez do solo;
  • Baixa eficiência (entre 40% e 65%) se comparada a outros métodos;
  • Maior potencial de salinização do solo por uso de altos volumes de água e alta vazão.

Fatores para escolha de sistema de irrigação de superfície

Antes de decidir se o sistema de irrigação por superfície é o ideal para você, é necessário analisar e considerar alguns pontos. 

  • Capacidade de investimento: o sistema de superfície é um sistema de baixo custo de implementação e de operação. Isso o torna uma opção viável para produtores com menor capacidade de investimento;
  • Tipo de solo e relevo: o sistema de irrigação por superfície é mais recomendado para solos mais pesados/argilosos e com maior capacidade de retenção de água e de infiltração mais lenta. Além disso, esse método é utilizado em áreas de relevos mais planos como áreas de baixada;
  • Culturas a serem implantadas: apesar de ser bastante utilizado para a cultura do arroz em baixadas, o método pode ser aplicado para diversas culturas. Isso principalmente naquelas culturas que se adaptam bem nas áreas mais planas;
  • Tamanho da propriedade: o método de irrigação por superfície pode ser usado em propriedades pequenas e também em propriedades maiores. Porém, em maiores escalas, o controle de entrega de água deve ser mais bem planejado e monitorado; 
  • Mão de obra: esse método tem uma necessidade de mão de obra bastante elevada.

Conclusão

A irrigação por superfície é um método de baixo custo de implantação e operação. Ele é interessante para produtores em áreas planas e com solos pesados.

O método tem uma baixa eficiência do uso de água por necessitar de um alto volume aplicado à área. Entretanto, pode ser uma solução para aumento de produtividade ou diminuição de perdas em alguns casos.

Casos de baixos níveis pluviométricos e risco de déficit hídrico no solo são os principais deles. Um profissional da área pode te ajudar com mais detalhes para o processo de decisão.

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“Proirriga: saiba como financiar a irrigação da fazenda”

E aí? Ficou com alguma dúvida sobre o sistema de irrigação por superfície? Já utilizou algo parecido na sua fazenda? Deixe seu comentário abaixo!

Irrigação por gotejamento: conheça as vantagens e desvantagens

Irrigação por gotejamento: saiba o que considerar antes de escolher o sistema, como ele funciona, quais são as partes que o compõem e mais!

Há vários tipos de irrigação, cada um com suas técnicas. A irrigação por gotejamento é uma delas, com vasto uso no meio do agronegócio.

A irrigação fornece água às plantas em épocas em que a precipitação não é suficiente para manter o solo em condições ótimas para a cultura. Isso evita o estresse hídrico, que pode causar perdas de produtividade.

Cada método de irrigação apresenta vantagens e desvantagens. Elas são altamente relacionadas ao declive, tipo de solo, cultura agrícola, capacidade de investimento, dentre outros.

Nesse artigo, saiba tudo sobre como funciona o gotejamento na irrigação, bem como as técnicas de implantação e manejo. Boa leitura!

Como fazer irrigação por gotejamento?

A irrigação por gotejamento é um método de micro-irrigação que economiza água e nutrientes. Afinal, a água escorre de forma lenta para as raízes das plantas (seja acima ou abaixo da superfície do solo).

Essa entrega de água para a planta é feita através de um tubo com aberturas. Esses tubos ficam na superfície do solo ou abaixo dele, através do uso de tubos enterrados.

Esse método se baseia em baixa vazão e alta frequência. Ou seja, gotas aplicadas em intervalos pequenos. A vazão irá depender de características como número e dimensão de furos, além do diâmetro do tubo.

Ele permite uma aplicação mais próxima da raiz e evita o molhamento de outras partes da planta. A irrigação por gotejamento pode entregar uma eficiência entre 90% e 100%

Os sistemas de irrigação por aspersão possuem eficiência entre 80% a 85%. Por outro lado, sistemas de inundação possuem eficiência entre 60% a 70%.

Banner de chamada para o download da planilha de controle de custos de safra

Como montar o sistema de irrigação por gotejamento

Os equipamentos necessários para o kit de irrigação de gotejamento é formado basicamente por:

  • tubo gotejador;
  • peças para conexão dos tubos entre eles;
  • sistema de fornecimento de água;
  • conectores de fim de linha.

O tubo gotejador pode ter furos em distâncias diferentes, permitindo a adequação do sistema a culturas diversas. O tipo de tubo pode depender do sistema ser de superfície ou irrigado, devido às características únicas de cada um.

Partes componentes de um kit para irrigação de gotejamento
(Fonte: Zanagro)

Qual o custo por área do sistema de gotejamento?

Um custo básico de implantação de sistema de gotejamento fica em torno de 20 mil reais por hectare. Além disso, deve-se considerar os custos com manutenção ao longo dos anos e o gasto operacional, além do preço da água de irrigação.

Os custos variam especificamente por cultura e em sistemas automatizados ou não. Estima-se que para pastagens, esse valor varie entre 6 mil e 10 mil por hectare.

Quantos litros de água o gotejamento na irrigação consome na lavoura?

O consumo de água de uma lavoura depende muito da cultura a ser usada e da capacidade evaporativa ao longo do seu ciclo. Além disso, varia de acordo com a população de plantas por área, definida pelo espaçamento entre plantas e linhas.

Por exemplo, para milho, o requerimento para o ciclo todo varia de 500 mm a 800 mm. Ou seja:

  • entre 500 L/m2 a 800 L/m2;
  • ou entre 5000 m3/ha a 8000 m3/ha

A quantidade de água a ser ministrada via gotejamento varia conforme com a quantidade requerida pela cultura e com a quantidade disponível naturalmente pela precipitação. 

É importante ressaltar que a necessidade de água das plantas não é constante. Ela varia com os estágios fenológicos. Assim, a quantidade de água através de gotejamento terá que ser calculada para cada caso específico, em curtos intervalos de tempo.

Vantagens e desvantagens do sistema

Como todo método, a irrigação por gotejamento apresenta vantagens e desvantagens quando comparado a outros métodos. Dentre as principais vantagens, temos:

  • Alta eficiência e precisão de entrega de água;
  • Irrigação localizada, com menor molhamento de plantas e risco de doenças;
  • Fácil instalação e pouca necessidade de manutenção;
  • Possibilidade de automatização do sistema;
  • Uniformidade na distribuição de água;
  • Evita formação de barro;
  • Possibilidade de uso de fertirrigação;
  • Adaptável a tipos de solo e relevo e a propriedades de diversas extensões;
  • Diminui a lixiviação de nutrientes no perfil do solo, por carreamento na água de irrigação;
  • Baixa evaporação da água de irrigação.

Como todo e qualquer método de irrigação, a irrigação por gotejamento também possui desvantagens que precisam ser consideradas.

  • Custo inicial de implantação considerável, quando comparado a outros métodos;
  • Possível necessidade de troca de mangueiras por ressecamento ou entupimento;
  • Limitação de uso de alguns produtos químicos para fertirrigação;
  • Necessidade de uso de água limpa para evitar entupimentos;
  • Dificuldade de verificação da situação da mangueira de irrigação por gotejamento enterradas, bem como da distribuição de água;
  • Possibilidade da diminuição de crescimento de raiz em profundidade por disponibilidade de água na superfície;
  • Necessidade de mão de obra especializada.

Como escolher o sistema de irrigação por gotejamento

Alguns fatores devem ser considerados na escolha do sistema de irrigação mais adequado para a realidade do produtor:

  • Capacidade de investimento: o sistema de gotejamento tem preço de instalação consideravelmente elevado. Entretanto, a sua alta eficiência traz retornos de produtividade que fazem com que o retorno sobre investimento seja alto e rápido;
  • Tipo de solo e relevo: o sistema de gotejamento se adapta bem a diversos tipos de solo e relevos. Ele consegue entregar água em pequenas quantidades e de maneira constante, evitando degradação de solos leves ou a inundação de solos pesados;
  • Culturas a serem implantadas: o gotejamento pode ser usado para uma gama de culturas. Afinal, pode ser adaptada a diferentes espaçamentos e populações de plantas, além de não ter limites com a altura de planta;
  • Tamanho da propriedade: o método de irrigação por gotejamento é bastante adaptável e pode ser implantado em propriedades de diversos tamanhos;
  • Mão de obra: a implantação, condução e manutenção requerem mão de obra. Assim, deve-se considerar o conhecimento dos funcionários sobre o sistema.
Planta de milho em estágios iniciais em campo com irrigação por gotejamento
(Fonte: Agro Galaxy)

Conclusão

A irrigação de gotejamento é um método com custo relativamente alto para instalação. Entretanto, ele traz um retorno grande na produtividade da lavoura. Por isso é usado em culturas de alto valor agregado.

O método tem alta eficiência no uso da água e possui muitas vantagens sobre outros métodos.

Sua aplicação se encaixa em diversos tipos de propriedade. Seja quanto à dimensão, capacidade tecnológica, monetária, condições edáficas e de relevo. Ou seja, a irrigação por gotejamento pode ser uma boa opção para sua fazenda.

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“Irrigação por superfície: veja se a prática é boa para sua fazenda”

“Proirriga: saiba como financiar a irrigação da fazenda”

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O que são fazendas digitais e por que elas custam menos e valem mais

Fazendas digitais: entenda o conceito, saiba quais tecnologias estão presentes e o que você pode fazer para transformar a sua a partir de agora!

O uso de tecnologia no campo é um viés cada vez mais presente na agricultura mundial. O Brasil já se adequa e prepara para sua utilização por meio das fazendas digitais.

Essa modernização da atividade agrícola caminha com a necessidade de se produzir mais de maneira mais sustentável. Isso diminui perdas, aumenta a eficiência e gera lucros a quem produz.

Esses avanços vêm em combinação com os conceitos de Agricultura Digital, Agricultura 4.0 e Agricultura 5.0. Eles são cada dia mais difundidos no meio rural brasileiro.

Nesse artigo, saiba como funciona o processo de digitalização da fazenda, as técnicas mais utilizadas, seus benefícios e os principais desafios do setor. Boa leitura!

O que é uma fazenda digital?

Uma fazenda digital é a propriedade que adota técnicas baseadas em tecnologias modernas, com maior uso de máquinas automáticas e computadores. Essas ferramentas diminuem a necessidade de intervenção humana no processo produtivo.

Existem diferentes níveis de digitalização dentro das propriedades. Várias atividades podem acontecer utilizando diferentes tecnologias, como:

A revolução digital no meio rural já acontece há algum tempo. Muitas das tecnologias são importadas de países com maior capacidade de inovação tecnológica. 

Porém, já há muitas soluções sendo geradas no país através de pesquisa e desenvolvimento. Tudo isso acontece através de instituições públicas e privadas.

Muitas tecnologias já são adotadas pelos produtores brasileiros. Entretanto, ainda há um longo caminho a percorrer visando a implementação de técnicas inovadoras e da digitalização das fazendas.

Como exemplo da agricultura digital, podemos citar técnicas já comuns como:

Como implementar a revolução digital na fazenda?

A agricultura digital é baseada em diversas tecnologias que facilitam a sua vida nas mais diversas atividades necessárias ao bom andamento do negócio. Agora, confira mais detalhes de cada uma dessas tecnologias.

Inteligência artificial e robótica

A automação de processos agrícolas é um dos esteios das fazendas digitais. O uso de máquinas autônomas (terrestres ou aéreas) e robôs aumenta a confiabilidade da execução das atividades.

Além disso, o seu uso diminui a chance de erro e o tempo de execução. Isso permite a execução da agricultura de precisão, além de reduzir o seu trabalho no campo.

Telemetria e sensoriamento

A medição de parâmetros por meio de sensoriamento remoto aumenta a capacidade de monitoramento do negócio na totalidade. Esse sensoriamento pode envolver:

  • telemetria de máquinas;
  • medição de parâmetros climáticos através de estações meteorológicas na fazenda;
  • identificação das características de solo e planta;
  • avaliação das condições de áreas de armazenamento de insumos ou produtos agrícolas;

Sistemas de localização (GPS)

O uso do GPS agrícola permite o comando remoto de máquinas autônomas. Ele registra os dados com precisão dentro da lavoura, permitindo um manejo diferencial e o aumento da eficiência do uso de recursos.

Internet das coisas

A internet das coisas, por meio da conectividade, engloba todos os sistemas de informação proveniente de sensores e do sistema de localização. 

Ela conecta dados da sua propriedade, permitindo tomada de decisão em tempo real e atuação remota nas máquinas e sistemas de controle da fazenda.

Big Data

A Big Data fornece maior capacidade de monitoramento de várias atividades da fazenda. Ela gera um conjunto de dados muito robusto e completo. 

Esses dados permitem a compreensão da produção e os principais fatores que causam diminuição ou aumento da produção. Como consequência, possibilita o aprendizado das máquinas e te informa para decisões futuras.

Softwares de gestão

Com o aumento do nível de tecnologia e da quantidade de informação, há necessidade de softwares de gestão na propriedade.  Esses softwares auxiliam no controle de diversos processos, como:

  • recursos humanos;
  • manejo da lavoura;
  • estoques;
  • manutenções;
  • financeiro;
  • dentre outros.

Um exemplo de software que reúne todos esses processos é o Aegro, que facilita a gestão agrícola e financeira da sua fazenda. Com ele, você consegue acompanhar a evolução da safra e receber dados precidos para avaliar a efetividade das operações.

Com o Aegro, você também consegue visualizar facilmente seus indicadores de produção

Softwares como o Aegro também integram vários recursos diferentes, como imagens NDVI e MIP. Esses recursos contribuem não apenas para tornar sua fazenda mais digital, mas também para te auxiliar nas mais difíceis tomadas de decisão.

Exemplo de como é possível visualizar todos os custos de produção com o Aegro

Você pode ver esses e muitos outros recursos do Aegro em ação, fazendo um teste gratuito de 7 dias. Você também pode pedir uma demonstração gratuita em apenas alguns cliques.

Mercado digital

A compra e venda de produtos por meio digital permite buscar por melhores preços e maior disponibilidade, aumentando o lucro e diminuindo custos. 

Isso também permite a rastreabilidade e venda de produtos diferenciados a mercados de maior requerimento, aumentando o valor agregado do produto final.

Quais as principais vantagens da agricultura digital?

A digitalização das fazendas traz melhorias em vários níveis do negócio, dentro e fora da porteira. As principais vantagens das fazendas digitais são:

  • Aumento da eficiência do uso da terra, de recursos naturais, de implementos e insumos, do tempo e da mão de obra;
  • Maior precisão nas atividades organizacionais, técnicas e de manejo e de gestão;
  • Diminuição do impacto ambiental e aumento da sustentabilidade;
  • Diminuição na probabilidade de erros humanos, perdas de produção e quebra de safra;
  • Maior controle da propriedade e da atividade;
  • Rapidez na tomada de decisão e execução de tarefas;
  • Aumento da margem de lucro do produtor por diminuição de custos e aumento da produtividade;
  • Alto grau de confiabilidade de informação para produtores, assistentes técnicos e empregados;
  • Maior confiança de clientes e colaboradores.

Todas essas vantagens levam a um aumento da sustentabilidade da fazenda, uma vez que tornam a atividade mais rentável economicamente. Ainda, as atividades passam a causar menor impacto ao meio ambiente.

Foto de pilhas de papeis, com chamada para baixar o guia de software

Desafios atuais na implantação de tecnologia no campo

Como todo processo de adaptação e modernização, a implementação das fazendas digitais requer tempo e investimento da sua parte.

Essas novas tecnologias são um diferencial para muitos produtores. Em alguns anos, elas serão uma necessidade, ou mesmo uma ferramenta sem a qual o negócio rural ficará inviável. Mas isso não quer dizer que não há desafios. Dentre eles, há:

Alto investimento

Por enquanto, muitas das inovações que têm sido implantadas no campo são importadas ou pertencem a um mercado fornecedor bastante limitado.  Vale lembrar que isso não se aplica aos softwares de gestão, que possuem preços muito mais leves ao bolso de quem produz.

A tendência é que a popularização dessas tecnologias crie uma maior competição de oferta, baixando preços das soluções digitais.

Conectividade

A internet é ferramenta crucial para a digitalização de fazendas. Em muitos pontos do nosso território, a qualidade e disponibilidade de sinais de internet é bastante limitada.

Mão de obra especializada

Muitas das tecnologias diminuem a intervenção humana, mas requerem profissionais mais capacitados e com maior nível de especialização. Esses profissionais ainda são escassos no mercado, mas a tendência é que isso evolua bastante em breve.

Extensão das propriedades

Propriedades muito grandes podem ter um desafio maior na implementação da agricultura digital por questões físicas, de relevo, ou mesmo de risco de perdas de equipamentos

Por outro lado, propriedades muito pequenas podem não ser rentáveis o suficiente para arcar com os custos da digitalização.

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Conclusão

A pressão e os desafios para a produção sustentável têm aumentado muito nas últimas décadas. A agricultura tradicional está com os dias contados e tem sido substituída por uma atividade tecnológica, de alto investimento, menor risco e maior retorno.

A implantação e uso de tecnologias modernas traz diversos benefícios a você, ao meio-ambiente e à sociedade em geral. As fazendas digitais são a nova realidade do campo.

Atualize-se bem e prepare os seus recursos físicos e financeiros para aumentar a sua capacidade de concorrer num mercado cada dia mais tecnificado.

Saiba mais >>

“ASG na agricultura: como se beneficiar dessas práticas”

“Sustentabilidade no campo: veja como adotar as práticas”

O que você já faz para implementar as tecnologias das fazendas digitais na sua propriedade? Tem alguma dúvida ou curiosidade sobre o assunto? Deixe um comentário abaixo!

Análise foliar: veja como fazer o “check-up” da lavoura

Análise foliar: veja como funciona, quais são as boas práticas para adotar, como interpretar e mais!

A análise foliar é uma maneira de verificar as deficiências nutricionais da lavoura e corrigi-las. Assim, você evita as limitações de produtividade

A nutrição de plantas causa muita influência na produtividade de culturas agrícolas, assim como estresses bióticos e abióticos. A boa execução de correção do solo e adubação pode diminuir as incertezas da sua safra.

Mesmo utilizando de técnicas como análise de solo, correção de acidez e aplicação de fertilizantes, podem ocorrer desbalanços nutricionais na lavoura. Assim, você precisa de métodos para diagnosticar as deficiências nutricionais o mais cedo possível na safra. 

Neste artigo, saiba como diagnosticar as deficiências nutricionais o mais cedo possível, como fazer análise foliar e todos os detalhes necessários para o uso do método.

O que é a análise foliar?

A análise foliar é um conjunto de métodos bioquímicos que quantifica a concentração de nutrientes minerais específicos nas células de uma folha.

No método, amostras de folhas de plantas são coletadas e processadas. Então, é verificada a quantidade de determinadas moléculas ou nutrientes isolados.

Ela é um “check-up” para saber quanto a planta conseguiu absorver dos nutrientes ofertados a ela. Além disso, é possível comparar com as quantidades exigidas para a cultura numa etapa específica de desenvolvimento.

A diagnose foliar substitui a análise de solo?

Não, a análise foliar é um método complementar que permite verificar se a correção e adubação de solo geraram a resposta esperada na planta.

Após a análise de solo, são calculadas as quantidades necessárias de produtos para correção e para o fornecimento de nutrientes para a cultura a ser implantada.

Porém, alguns fatores podem resultar em deficiência ou toxidez de nutrientes durante o crescimento da planta. Entre eles, podemos citar:

  • Má amostragem para análise de solo;
  • Erros no cálculo da correção e adubação;
  • Problemas na aplicação de fertilizantes;
  • Lixiviação ou inativação de nutrientes;
  • Características físicas e químicas do solo;
  • Problemas de crescimento de raiz;
  • Estresses bióticos como seca ou alagamento.

Assim, é necessário verificar se a projeção feita após a análise de solo realmente foi alcançada. Verifique também se a planta absorveu quantidades suficientes de nutrientes para alcançar seu potencial produtivo.

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Análise foliar ou visual: qual é a melhor?

A análise foliar não é o único método para verificar o estado nutricional das plantas.

O método mais comum para a avaliação nutricional de plantas durante seu ciclo de crescimento e desenvolvimento é a análise visual. Ela consiste em mapear sintomas que podem ser indicativos da deficiência de nutrientes específicos.

Esse método é muito utilizado por dois motivos principais: baixo custo e rapidez para verificação. Afinal, ele não necessita de nada além de mão de obra especializada, e uma vez detectado o sintoma, você já pode atuar sobre o nutriente deficiente.

Porém, o método de análise foliar apresenta uma série de vantagens em comparação ao método de análise visual, como:

  • Precisão: a diagnose visual pode ser problemática pois muitos sintomas são comuns a algumas deficiências. Além disso, pode acontecer de que o sintoma de um nutriente esteja mascarando a falta de outro. Isso não ocorre na quantificação feita pela análise foliar;
  • Detecção precoce: mesmo sem ainda apresentar sintomas, um nutriente pode estar em concentrações próximas ao limite mínimo, o que pode ser corrigido a tempo. Isso evita perdas de produtividade por diagnose tardia, principalmente em fases importantes para definição de produtividade;
  • Correção da deficiência: a análise foliar mostra as concentrações exatas dos nutrientes presentes na folha, o que permite uma correção por uso de fertilizantes de maneira precisa, sem aplicação excessiva ou menor que a necessária.

Como fazer amostragem para análise foliar?

Na análise foliar, a amostragem correta é fundamental. Por isso, é importante conhecer os passos e métodos para uma boa amostragem de folhas. 

A época de coleta de amostras para a análise foliar depende da cultura. Porém, normalmente, essa análise é feita visando à correção de deficiências para as etapas de desenvolvimento mais relacionadas à produção.

Em café, normalmente as análises são feitas nas fases de chumbinho/chumbão. Isso é feito em torno do mês de dezembro, previamente à granação dos frutos. 

Em culturas anuais de grãos, a coleta pode ser feita mais de uma vez na safra. Normalmente, isso é feito nas fases finais do ciclo vegetativo e no início do ciclo reprodutivo.

Alguns pontos são importantes para uma boa amostragem de folhas:

  • Dividir as áreas de coleta nos mesmos talhões utilizados para a análise de solo, para se ter possibilidade de comparação e avaliação da adubação;
  • Coletar folhas de múltiplas plantas aleatoriamente, andando em ziguezague dentro da lavoura, em cada talhão;
  • Utilizar sacos de papel e não de plástico para o armazenamento das folhas;
  • Fazer a identificação correta da fazenda, talhão, cultura, estágio de desenvolvimento e previsão de produção;
  • Não coletar logo após adubação de solo ou foliar ou de aplicação de defensivos agrícolas;
  • Evitar folhas com necroses ou ataques de pragas ou sintomas de doença;
  • Não coletar folhas molhadas ou úmidas, após chuva ou irrigação;
  • Evitar áreas próximas a carreadores ou estradas.

Como fazer a interpretação de análise foliar?

Existem algumas possibilidades de locais para a execução da análise foliar, dependendo de cada região. Laboratórios particulares ou de instituições estaduais ou federais como Epamig, Embrapa e universidades são boas opções.

Na tabela de resultados da análise foliar, normalmente há macronutrientes e micronutrientes minerais. Eles aparecem em suas concentrações médias nas amostras de cada talhão.

Os macronutrientes (nitrogênio, fósforo, potássio, magnésio, cálcio, enxofre) são normalmente dados em gramas por quilo (g/kg). 

Os micronutrientes, por sua vez, (boro, cobalto, cobre, ferro, molibdênio, manganês e zinco) em miligramas por quilo (mg/kg).

tabela de resultado de análise foliar de café
Exemplo de tabela de resultado de análise foliar de café
(Fonte: Cocapec)

De posse dos resultados da análise foliar, os teores dos nutrientes devem ser comparados aos valores de referência para a cultura. Caso haja deficiência, a correção pode ser feita por aplicação de nutrientes por via de solo ou foliar.

No caso da tabela que você acabou de ver, comparando a referência da amostra “Café 144” com os valores de referência, é possível perceber:

  • Falta de nitrogênio, potássio, magnésio, enxofre, boro e zinco;
  • Teores adequados de fósforo, cálcio, ferro e manganês;
  • Excesso de cobre.

Como calcular quantidade de adubo na análise foliar?

Você pode estar se perguntando se é possível calcular a quantidade de fertilizante necessária através da análise foliar. A resposta é sim, e esta é uma das grande vantagens de se usar a análise foliar ao invés da diagnose visual. 

Porém, a necessidade de reposição e as quantidades de fertilizante são definidas de acordo com a previsão de produção de cada talhão.

Isso é feito a partir dos valores obtidos na análise foliar, considerando também o tipo de fertilizante a ser usado (de solo ou foliar) e as concentrações do nutriente presentes nele.

Esse é um procedimento que, se não feito com atenção, pode causar danos por overfert ou por adubação insuficiente na lavoura. 

Por isso, a recomendação é que você procure um(a) engenheiro(a)-agrônomo(a) para te orientar da maneira correta, de acordo com as características da sua lavoura e da sua cultura.

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Conclusão

A produção agrícola depende do planejamento e da capacidade de executar bem o manejo das lavouras.

A limitação da produção por falta de nutrientes é uma condição real. Entretanto, ela pode ser evitada com a adoção de boas práticas como análise de solo, correção e adubação e análise foliar.

A análise foliar é importantíssima e possui inúmeras vantagens em relação ao diagnóstico visual. Ainda, siga as boas práticas da coleta de amostras e, na dúvida, consulte um(a) engenheiro(a)-agrônomo(a).

Ficou com alguma dúvida sobre como fazer a análise foliar na sua cultura? Adoraria ler seu comentário abaixo!

Saiba como fazer um projeto de fazenda sustentável

Fazenda sustentável: saiba o que é, quais são as bases, o que fazer para implementar novas práticas e mais!

A sustentabilidade se tornou assunto comum, principalmente no meio agrícola. 

Isso tanto nas discussões na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima de 2021 quanto nas empresas que prestam serviços no meio agrícola.

Porém, quando se trata de agricultura sustentável, a maioria das pessoas conhece pouco os conceitos em que ela é usada.

Nesse artigo, saiba o que é fazenda sustentável e veja práticas e soluções que podem ser empregadas na sua propriedade rural. Boa leitura!

O que é fazenda sustentável?

Uma fazenda sustentável é a propriedade que utiliza técnicas integradas, usando de forma racional e eficiente recursos como solo, água, energia, fauna, flora e biodiversidade com o menor impacto ambiental possível. 

O objetivo é reduzir a poluição, consumo de água, energia, adubos químicos, pesticidas, fertilizantes e outros produtos que podem trazer impacto ambiental.

Ou seja, em uma fazenda sustentável, são utilizadas técnicas que não causam grande dano ambiental. Ainda, elas permitem seu ganho econômico, além de serem justas do ponto de vista social.

Esquema que mostra como funciona a agricultura sustentável
Bases da agricultura sustentável

É importante diferenciar agricultura sustentável de agricultura orgânica, porque esses conceitos são bastante confundidos. A agricultura orgânica é um modelo de agricultura que proíbe o uso de produtos sintéticos, sementes modificadas e maquinário pesado.

Apesar de algumas dessas técnicas apresentarem potencial para a diminuição de riscos ambientais, não há relação entre agricultura orgânica e agricultura sustentável. Afinal, a produtividade da agricultura convencional é maior do ponto de visto econômico. 

Além disso, o preço final de produtos orgânicos tende a ser maior, devido ao nicho de mercado. Isso pode ser socialmente injusto, uma vez que ele não é acessível a toda a população. 

Ou seja, uma fazenda orgânica pode ser sustentável, mas essa não é a única maneira de se alcançar a sustentabilidade da atividade.

O que fazer para ter uma fazenda auto sustentável no Brasil?

Existem algumas práticas que devem ser buscadas em um projeto de fazenda sustentável. Abaixo, veja algumas dessas bases e técnicas que podem ser usadas para alcançá-las.

1. Construa um perfil de solo 

A construção do perfil de solos saudáveis e a prevenção de degradação e erosão é feita através de algumas técnicas. Rotação de culturas, plantio direto, uso de plantas de cobertura e adubação verde são alguns dos exemplos.

Elas podem aumentar a matéria orgânica do solo e a microbiota natural. Além disso, podem diminuir perdas de nutrientes por lixiviação e evitar a alteração brusca de temperatura no solo.

2. Faça um manejo consciente da água

Os processos de captação de água podem auxiliar na estocagem desse recurso primordial para a fazenda. O manejo de água junto de tecnologias de agricultura de precisão podem aumentar a eficiência do seu uso.

Isso acontece tanto na irrigação quanto na aplicação de defensivos agrícolas. Além disso, a melhora do perfil do solo auxilia na retenção de água e na diminuição de sua perda.

3. Minimize a poluição do ar e da água

A diminuição da necessidade de defensivos agrícolas e da queima de combustíveis fósseis são dois fatores cruciais para minimizar a poluição. Algumas técnicas podem diminuir muito o uso de defensivos agrícolas, como: 

Além disso, a mecanização agrícola pode diminuir a necessidade de entrada de máquinas na área. A consequência disso é a diminuição do gasto de combustível.

4. Promova biodiversidade

A biodiversidade é importante em termos de fauna e flora. 

A rotação de culturas e o uso de sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta  são formas inteligentes e rentáveis de aumentar naturalmente a biodiversidade. Elas aumentam a microfauna do solo, da flora e da fauna.

5. Aumente a resiliência a eventos climáticos extremos

A diminuição de perdas relacionadas a estresses abióticos aumenta a sustentabilidade, porque evita o desperdício de recursos naturais em anos de baixa produção. 

Existem várias práticas que tendem a diminuir o impacto dos eventos climáticos na sua propriedade. Algumas das principais são:

  • tecnologias de previsão climática, como estações meteorológicas na fazenda;
  • aumento da capacidade de absorção de água e nutrientes no solo;
  • uso de plantas geneticamente modificadas e produtos fisiológicos.

6. Faça estoque de carbono na fazenda

Ao aumentar a produção, principalmente em processos de integração lavoura-pecuária-floresta, a propriedade passa a ser um estoque ainda maior de carbono.

Isso diminui ou anula a sua “pegada” de carbono, e pode ser fonte de renda na venda de reservas através do sequestro de carbono. Todas as técnicas citadas acima contribuem para isso. 

7. Faça um balanço de energia

A energia é um dos desafios futuros das fazendas, e a possibilidade de geração de energia em combinação com a agricultura será crucial para a sustentabilidade. 

Isso pode ser alcançado por meio do uso de energia solar na agricultura. Ainda, o uso de energia eólica, hidroelétrica, de biodigestores ou culturas energéticas também pode ser muito vantajoso.

Benefícios de um modelo de fazenda sustentável

Ao utilizar técnicas de sustentabilidade, você pode se beneficiar de diversas maneiras:

  • Diminuição de custos, possibilidade de vendas a maior preço e aumento do lucro;
  • Capacidade da obtenção de selos e certificações ambientais e de mercado;
  • Aumento da eficiência de processos e do uso de recursos naturais ou industrializados;
  • Diminuição do uso de recursos com maior potencial de poluição, como combustíveis e defensivos agrícolas;
  • Longevidade da atividade por menor impacto ambiental e desgaste de recursos finitos, como o solo;
  • Acúmulo e venda de créditos de carbono;
  • Impacto positivo na imagem da empresa frente a concorrentes e ao mercado.

Para que esses benefícios possam ser ainda maiores, é necessário que todas essas atividades que aumentem a sustentabilidade sejam bem executadas e contabilizadas. 

Para isso, as técnicas e soluções de gestão são cada vez mais necessárias para o controle e organização de tantas variáveis na propriedade. 

Uma fazenda sustentável obrigatoriamente necessita de um sistema de gestão da propriedade, de seus empregados e maquinários.

diagnostico de gestao

Conclusão

A adoção de técnicas que podem aumentar a capacidade de exploração sustentável de recursos é, além de uma tendência, uma realidade do agronegócio.

Esse movimento será ainda mais presente nas próximas décadas, se expandindo para diversas cadeias da agricultura. 

Uma fazenda sustentável é possível através da adequação de processos e implantação gradativa de técnicas e manejos. Elas tornam a atividade mais ambientalmente neutra, economicamente viável e socialmente justa.

Saiba mais >>

“ASG na agricultura: como se beneficiar dessas práticas”

Restou alguma dúvida sobre fazenda sustentável? Quais práticas você já adota na sua fazenda? Adoraria ler seu comentário!

Veja como identificar e resolver a deficiência nutricional do cafeeiro

Deficiência nutricional do cafeeiro: conheça os principais sintomas, qual nutriente é mais ou menos importante e muito mais!

O sucesso da plantação de café depende de vários fatores. 

Os nutrientes, por exemplo, são elementos importantes para atingir o potencial produtivo da planta. Suas deficiências podem limitar e prejudicar demais a produção.

Saber identificar a deficiência nutricional no cafeeiro e compensar os nutrientes faltantes é um dos principais passos para garantir sucesso na lavoura.

Neste artigo, saiba como manter um balanço nutricional no cafezal e identificar a deficiência dos principais nutrientes da cultura. Boa leitura!

O que é deficiência nutricional do café?

O café requer uma quantidade específica de nutrientes para completar o ciclo de vida. A deficiência de nutrientes essenciais para a cultura, como cobre, boro e zinco, por exemplo, pode causar vários sintomas. Folhas cloróticas, pequenas ou lanceoladas são alguns deles.

A deficiência nutricional pode ser definida como a situação em que a concentração de nutrientes nas células da planta é inferior aos níveis adequados. Esses níveis são específicos para cada cultura quanto para o estágio de desenvolvimento em que ela está.

Essa deficiência pode ter diferentes causas: 

  • baixa disponibilidade do nutriente no solo;
  • limitação de crescimento de raízes para captação de nutrientes;
  • problemas de pH no solo, que diminuem a absorção de nutrientes;
  • falta de água, que limita o transporte de nutrientes para a parte aérea, dentre outros.

Os nutrientes podem ser exigidos em maior ou menor quantidade pelas plantas, o que os classifica entre macro e micronutrientes. Os macronutrientes são requeridos em maior quantidade, enquanto que os micronutrientes são requeridos em menor quantidade.

Os macronutrientes podem ser primários, como nitrogênio, fósforo e potássio, e também podem ser secundários, como cálcio, magnésio e enxofre. Os micronutrientes, por sua vez, são: boro, cloro, cobalto, cobre, ferro, molibdênio, manganês, níquel e zinco.

Qual o nutriente mais importante para uma cultura?

Conforme a lei do mínimo, o nutriente que mais limita a produção de uma cultura é o que está em maior deficiência. Ele é calculado em porcentagem da sua necessidade.

Imagine que os nutrientes fossem ripas de um barril. A capacidade de armazenamento do barril seria regulada pela ripa mais baixa, ou seja, a mais deficiente.

Foto de barril cheio de grãos de milho, para simbolizar a deficiência nutricional
Representação da lei dos mínimos para produção vegetal
(Fonte: RuralMark)

Assim, é importante tomar cuidado para que o balanço e a oferta de todos os nutrientes estejam bem manejados no solo e na planta.

Porém, cada cultura tem alguns nutrientes que necessitam de um manejo mais cuidadoso por terem maior probabilidade de serem limitantes. Isso pode variar com os talhões da fazenda, o tipo de solo, as culturas anteriormente usadas no campo, a região do país, etc.

Para o cafeeiro, além dos seis macronutrientes, os cinco micronutrientes mais importantes são: ferro, boro, zinco, manganês e cobre. Eles são os mais requeridos pela cultura entre os demais citados anteriormente.

Principais sintomas de deficiência de nutrientes no cafezal

Os sintomas de deficiência muitas vezes são específicos para cada tipo de nutriente, mas alguns podem ser comuns. Os sintomas normalmente são relacionados ao papel do nutriente na planta e à sua mobilidade entre partes velhas e jovens da planta.

Por exemplo, a deficiência de nutrientes necessários para a formação da clorofila irá causar uma coloração verde menos intensa ou um amarelecimento das folhas. Isso é conhecido como clorose.

Da mesma forma, a deficiência de um nutriente necessário para a formação de parede celular na planta irá causar folhas pequenas e encarquilhadas.

Além disso, é importante notar que nutrientes que são mais móveis na planta são facilmente realocados para partes mais jovens. Isso causa sintomas de deficiência em folhas mais velhas

De outro modo, nutrientes que são pouco móveis na planta ficarão retidos em folhas velhas. Como consequência, seus sintomas serão mais observados em folhas novas

A deficiência de alguns nutrientes causa sintomas principalmente em folhas novas. São eles:

  • Cobre;
  • Boro;
  • Zinco;
  • Manganês;
  • Ferro;
  • Enxofre;
  • Cálcio.

Por outro lado, a deficiência de outros nutrientes causa sintomas nas folhas mais velhas do cafezal. Esses nutrientes são:

  • Magnésio;
  • Fósforo;
  • Potássio;
  • Nitrogênio.

Além de notar os sinais físicos de deficiência nutricional, a análise foliar de nutrientes também é uma ferramenta possível para identificar esse problema. Abaixo, listamos os principais sintomas de deficiência dos macro e micro nutrientes no cafeeiro.

Deficiência de nitrogênio

A adubação nitrogenada é uma das mais importantes na cultura do café. Afinal, o nitrogênio é o nutriente mais requerido pela cultura. 

Os principais sintomas desta deficiência são a clorose e amarelecimento de folhas velhas. Isso pode acontecer tanto no limbo quanto nas nervuras, que podem evoluir para necrose e queda de folhas.

Deficiência de fósforo

O fósforo nas plantas é um nutriente muito importante na fase de formação da lavoura e no crescimento de raízes. O principal sintoma da sua deficiência é a alteração de cor das folhas velhas, que passam de verde para tons de amarelo rosado, vermelho e arroxeado. 

As folhas também apresentam necrose em forma de “V”, que pode se estender por todo o tecido caso não haja desfolha.

Deficiência de potássio

O potássio é o segundo nutriente mais requerido na planta de café, principalmente em plantas em estágio adulto. 

O principal sintoma da deficiência de potássio no café é o amarelecimento da borda das folhas velhas, que evoluem para manchas marrons e negras e necroses. As folhas também podem ser facilmente retiradas do caule.

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Deficiência de cálcio

O cálcio é importante para o crescimento radicular do café, e por isso deve ser bem manejado na implantação da lavoura. 

A deficiência de cálcio no cafeeiro aparece através de folhas novas com amarelecimento característico do limbo foliar. No entanto, a coloração verde nas nervuras das folhas se mantém.

Deficiência de magnésio

O magnésio tem papel importante no acúmulo de biomassa da planta e no crescimento em altura das plantas. 

A deficiência de magnésio no café causa amarelecimento entre as nervuras em folhas velhas e próximas aos frutos que evoluem para uma coloração parda. Ela também causa a queda prematura de folhas e plantas com baixo porte.

Deficiência de enxofre

O enxofre é um nutriente importante para a formação de proteínas e da clorofila. Sua ausência faz com que as folhas novas assumam uma coloração entre amarelo e verde muito claro.

Essa coloração se estende para as outras partes da planta. Além disso, há encurtamento dos internódios foliares, diminuindo a distância entre as folhas nos ramos.

Deficiência de ferro

O ferro é o micronutriente mais absorvido pelas plantas de café. 

Os sintomas da deficiência de ferro no cafeeiro são o amarelecimento do limbo foliar em folhas novas e a presença de um reticulado verde e bastante fino nas nervuras.

Deficiência de boro

O boro é um dos micronutrientes que mais limita a produção do cafeeiro. A deficiência desse nutriente causa folhas novas pequenas e retorcidas e com bordos recortados. 

Ainda, há a perda da gema apical e superbrotamento de folhas e ramos, dando a caraterística de “leque”. O encurtamento de internódios também pode acontecer.

Deficiência de zinco

O zinco é outro micronutriente que pode causar grandes perdas de produção. A deficiência de zinco faz com que as folhas em formação se tornem retorcidas, estreitas e de aspecto coriáceo e quebradiça.

A coloração fica amarela entre as nervuras, e podem aparecer saliências no limbo foliar.

Deficiência de manganês

O manganês é o segundo micronutriente mais acumulado no cafeeiro, após o ferro. Sua ausência causa coloração verde-claro e pontuações amarelas próximas às nervuras da folha.

Deficiência de cobre

A deficiência de cobre nas plantas de café não é tão comum de ser vista. Normalmente, esse nutriente é indiretamente fornecido à lavoura por meio de fungicidas cúpricos.

Porém, seus sintomas são bastante característicos, como perda de coloração das folhas novas e proeminência das nervuras secundárias, o que causa deformidade e curvatura.

Fotos de folhas de café com deficiência nutricional
Sintomas mais comuns de deficiência de nutrientes em cafeeiro
(Fonte: adaptação do autor)

Como corrigir a deficiência nutricional do cafeeiro

A melhor estratégia para a adubação do cafeeiro depende de alguns fatores. No início da safra, é feita baseada normalmente em análises de solo. Posteriormente, visando à produção, são feitas baseadas em diagnóstico visual de sintomas das plantas de café e análise foliar

Essas análises garantem que você saiba exatamente qual nutriente está em falta e o quanto você deve repor de cada um. Afinal, vale lembrar que a overfert (fertilização em excesso) pode causar tantos danos quanto a falta de nutrientes.

A adubação é diferente para uma situação de implantação de lavoura ou de lavoura já implantada. Por exemplo, na implantação, nutrientes como fósforo e cálcio necessitam atenção especial.

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Outro fator que altera a definição da quantidade de nutrientes a ser fornecido é a estimativa de produção com relação à bienalidade do cafeeiro. Isso principalmente com relação aos macronutrientes primários.

Normalmente, a calagem irá fornecer o cálcio e magnésio para o cafeeiro. 

Já os fertilizantes NPK devem ser administrados como adubo formulado, de acordo com a produção esperada. Uma relação comum entre eles é de 6:1:6. 

O enxofre deve ser considerado principalmente de acordo com a interpretação da análise de solo, ou em uma proporção da quantidade de nitrogênio recomendado.

Quanto aos micronutrientes, normalmente ferro e manganês são presentes em quantidades suficientes no solo para a necessidade do cafeeiro. 

O boro pode ser fornecido via solo por meio de ácido bórico, enquanto o zinco e cobre são aplicados por via foliar. Para o cobre, o uso de fungicidas cúpricos pode ser suficiente para o suprimento do nutriente.

Conclusão

A nutrição é um dos pontos mais facilmente controláveis que definem a produção. Entender e mapear os nutrientes das plantas de café pode aumentar a produção e evitar perdas.

O uso de análises de solo e foliar é fundamental, principalmente para evitar a fertilização em excesso.

Um cálculo cuidadoso da adubação e a verificação do aparecimento de sintomas de deficiência de nutrientes são práticas que devem ser adotadas constantemente. 

Com essas práticas, você garante um cafezal regulado e produtivo.

>> Leia mais:

“Deficiência de fósforo no milho: como identificar e resolver?”

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Armazenamento de café: dicas para fazer corretamente

Armazenamento de café: saiba a importância desse processo, as melhores técnicas e os principais problemas e soluções

A cultura do café tem grande destaque no Brasil, que é o maior produtor e exportador mundial dessa commodity agrícola. A demanda de café dos países importadores é variável. 

Isso faz com que haja necessidade de armazenamento para venda futura e para controle de preço das commodities agrícolas. Para garantir uma boa armazenagem, é necessário manter a temperatura em torno de 20 °C.

Além disso, a umidade relativa do ar deve estar em 65%, enquanto a umidade do grão deve estar entre 11% e 12%. Além desses aspectos, muitos outros precisam ser cuidados nesse processo.

Nesse artigo, veja os aspectos mais importantes sobre o armazenamento de café, além dos principais problemas que podem surgir nessa etapa. Boa leitura!

Por que armazenar o café?

Apesar de ser uma prática usada há muito tempo, é importante ressaltar os principais motivos que levam à necessidade de se armazenar o café. Os principais motivos são o controle de estoque, oportunidades de negócio, manutenção da qualidade e bienalidade.

  • Controle de estoque: esse controle é importante para se ter poder de manejo no preço do café mundial, uma vez que uma alta oferta (alto estoque) pode gerar queda de preço e uma baixa oferta (baixo estoque) pode gerar subida repentina;
  • Oportunidades de negócio: apesar do controle de estoque, também existem outros fatores que ditam os preços do café no mercado internacional, como por exemplo, quebras de safra. Assim, oportunidades de venda de café a preços melhores podem surgir;
  • Manutenção da qualidade: a qualidade de bebida tem sido cada vez mais requerida por consumidores no mundo todo. De nada adianta um manejo correto de produção e colheita se a pós-colheita do café e a estocagem forem deficientes. Isso deprecia a qualidade de bebida do café;
  • Bienalidade: esse caráter produtivo do cafeeiro causa uma variação entre anos de alta e baixa safra. Isso altera grandemente a disponibilidade de café no mercado e o armazenamento pode ajudar a diminuir os impactos dessa variável nos estoques e no preço.
Gráfico que mostra preços de café ao longo dos anos, demonstrando que o armazenamento de café é positivo
Indicador de preço do café arábica
(Fonte: Cepea/USP)

Em quais estágios fazer armazenagem de café?

É importante conhecer a anatomia do fruto do café para entender em quais estágios de beneficiamento do grão eles podem ser armazenados. O fruto do café é formado pela casca, polpa, pergaminho e semente/grão.

Foto de grão de café cortado ao meio. É possível ver a casca, a polpa, o pergaminho e a semente.
Anatomia do fruto de café
(Fonte: O Fruto)

Após a colheita, e durante o processo de beneficiamento e limpeza do grão, há alguns estágios em que ele pode ser armazenado. São eles: café em coco, café em pergaminho e café em grão.

O café em coco é o café colhido e seco, mas ainda com a presença da casca e polpa, na forma de fruto seco. O café em pergaminho é o grão de café já sem a casca e a polpa, mas ainda com o pergaminho, que recobre a semente.

O café em grão é o endosperma sem a cobertura do pergaminho. Cada fruto gera 2 grãos.

Normalmente, cafés em coco e em pergaminho são armazenados por períodos menores. Muitas vezes, se aguarda o final da colheita ou a possibilidade de terminar o beneficiamento para armazená-los por maiores períodos, na fazenda ou em cooperativas/empresas.

Fotos de café em vários estágios: em coco, em grão e em pergaminho.
Tipos de café passíveis de armazenamento
(Fonte: editado pelo autor de diversas fontes)

Tipos de armazenamento de café

Existem diferentes estruturas para armazenamento de café, cada uma com sua especificidade, vantagens e desvantagens. As principais estruturas são as tulhas, os silos e os armazéns.

Tulhas

As tulhas são estruturas que podem ser de metal, alvenaria ou madeira. Normalmente, são construídas nas proximidades do terreiro suspenso ou secador. 

O uso de madeira é mais comum por ter maior capacidade de manter a temperatura interna. Essa estrutura é recomendada para armazenamento de cafés secos, em coco, pergaminho ou grão. 

O café pode ser estocado a granel ou em sacaria. Normalmente o café beneficiado é armazenado em sacaria e os cafés em coco e pergaminho, a granel. O armazenamento em sacaria facilita o movimento, transporte do produto e controle de lotes, sem mistura. 

Além de armazenagem, o café também passa por processos de secagem dentro das tulhas. A recomendação é de que o café seja mantido por pelo menos 30 dias dentro da tulha.

Silos

Os silos são estruturas que podem ser fixas ou móveis, normalmente em metal, para receber café a granel. Além dos silos de armazenamento, existem também silos-secadores que além de armazenar, fazem a secagem do café.

Armazém de café

Os armazéns são, normalmente, estruturas fixas para armazenamento de café. Em geral são armazenados cafés ensacados e não à granel. O tamanho das estruturas depende da necessidade de capacidade de armazenamento.

Além dos mencionados acima, existem novas opções de armazenamento como galpões flexíveis metálicos ou galpões de lona.

Fotos de tipos de armazenamento de café: tulhas, silos e armazéns
Tipos de café passíveis de armazenamento
(Fontes: Cafés Terra de Santana, Granfinale e Dinheiro Rural)

Alguns aspectos são importantes no design e construção de armazéns de café. De acordo com o Manual de segurança e qualidade para a cultura do café, esses são os pontos mais importantes a serem considerados para armazéns para estocagem de café em sacaria:

  • Instalação de portas de maneira técnica, facilitando operação de carga e descarga;
  • Portas frontais umas a outras em paredes opostas;
  • Pé-direito de no mínimo 5 metros;
  • Paredes lisas, evitando-se reentrâncias e terminando em “meias cana” junto ao piso e nunca em ângulo reto;
  • Fechamento lateral de paredes, junto ao piso e à cobertura, para evitar acesso de animais;
  • Aberturas laterais de ventilação com aberturas reguláveis e telas de proteção;
  • Instalações de lanternins para a boa circulação de ar natural;
  • Uso de telhas transparentes, para aproveitamento da iluminação natural;
  • Uso de piso de concreto impermeável, no mínimo, a 40 cm acima do nível do solo;
  • Construção de marquises externas nas portas para carga e descarga em dias chuvosos;
  • Instalação de sistema de prevenção e combate a incêndios.

Estratégia de armazenagem de café: tipos de embalagens

Existem várias opções para armazenagem de café, mas as mais comumente usadas, são os sacos de juta e as big bags.

Sacos de juta

Os sacos de juta são os mais usados para armazenagem de café. Suas vantagens são a boa ventilação e o fato de terem menor impacto ambiental.

No entanto, esses sacos também apresentam desvantagens. A possibilidade de entrada de água e patógenos são algumas delas.

Big bags

Os bags plásticos têm sido cada vez mais usados. Suas principais vantagens são o fato de serem mais herméticos, evitando entrada de água e patógenos e as variedades de volumes disponíveis. 

Uma de suas desvantagens é o potencial de condensação de água dentro do bag. Posso pode deteriorar a qualidade do produto armazenado.

Fotos de sacas e big bags de café.
Tipos de ensacamento de café
(Fontes: Mercado Livre e Rafitec)

Existem diversos estudos para o desenvolvimento de novas opções de sacaria para armazenamento de café. Essas pesquisas têm por objetivo minimizar os problemas citados acima, mantendo ao máximo as características de qualidade do café.

Uma das soluções são sacos de papel kraft especial, que impedem as trocas gasosas e de umidade entre o produto e o ambiente. Por outro lado, eles evitam a condensação de água dentro da sacaria. 

Esse produto já foi apresentado em uma parceria entre a Klabin, a Universidade Federal de Lavras e a Associação Brasileira de Cafés Especiais.

Banner de chamada para download da ferramenta: calculadora de custos por saca

Quais fatores causam perda de qualidade do grão?

Existem vários fatores que podem influenciar a qualidade do café durante o armazenamento. As principais características que podem sofrer alterações no café são composição química, umidade e textura do grão, sabor e aroma do produto final.

Para evitar esses problemas, é necessário controlar temperatura, umidade do ar, umidade do grão, luminosidade e presença de pragas do armazenamento e patógenos.

Existe uma nova tendência de um nicho de mercado para o consumo de cafés fermentados. Nesse caso, as condições de armazenamento podem necessitar de adequação, de maneira que propiciem a fermentação e não a evite.

Essa fermentação controlada cria características únicas no café que podem se adequar mais ao paladar.

planilha de controle de estoque

Conclusão

O café necessita de uma cadeia de produção e distribuição bastante estratégica. O armazenamento do produto tem papel crucial nessa cadeia e é muito importante para produtores, cooperativas, empresas de trade e compradores.

Nesse artigo, apresentamos e discutimos as principais características do armazenamento de café, as opções mais utilizadas e as novas tecnologias.

As soluções para armazenamento de café são bastante específicas para cada tipo e tamanho de propriedade. Busque sempre o aconselhamento técnico com empresas, engenheiros(as)-agrônomos(as) ou representantes de cooperativas.

Como você faz o armazenamento de café na sua propriedade? Ficou com alguma dúvida sobre o tema? Adoraria ler seu comentário!

Solo humífero: vantagens e desvantagens de utilizar para plantio

Solo humífero: saiba o que é, quais suas  principais características, como é formado e muito mais!

O solo é um dos principais fatores da produção agrícola. Suas características normalmente definem o tipo de atividade que pode ser executada na fazenda. 

Além disso, os tipos de solo e a declividade do terreno podem definir também o valor da propriedade.

Diferentes tipos de solo requerem diferentes tipos de manejo e por vezes não toleram alguns tipos de atividade agrícola. Os solos humíferos, por exemplo, têm características bastante diferenciadas dos demais solos.

Nesse artigo, entenda as características desse tipo de solo, saiba como é formado e veja se vale a pena produzir nele. Boa leitura!

O que é solo humífero?

O solo humífero é conhecido por diversos nomes: solo humoso, solo húmico e, pelas suas características, é popularmente chamado de terra preta.

A definição e nomenclatura como solo humífero é bastante controversa, uma vez que essa definição pode ter diversos sentidos. O mais comum é “solo que apresenta húmus”

A composição do solo humífero é baseada no húmus, um material formado a partir da decomposição da matéria orgânica por microrganismos e minhocas.

No ensino primário e até no ensino médio, é comum ver uma classificação de solos como: arenosos, argilosos, calcários e humíferos. Porém, essa classificação não tem qualquer embasamento, uma vez que são classificados de acordo com bases diferentes.

Por exemplo, solos arenosos e argilosos estão relacionados à textura; solos calcários são provenientes de rochas calcárias ou tem acumulação de calcário. Os solos humíferos, por sua vez, são baseados em alto teor de matéria orgânica

Características do solo humífero

Os solos humíferos possuem características bem particulares. Além de coloração escura ou preta, esse tipo de solo apresenta:

  • Alta quantidade de matéria orgânica;
  • Grande porcentagem de húmus;
  • Baixa densidade;
  • Alta aeração;
  • Boa permeabilidade, com capacidade de reter água sem encharcamento.

Na atual classificação da Embrapa, os solos que apresentam algumas características similares ao dos solos humíferos seriam os classificados como organosolos.

Foto de solo humífero na mão de pessoa
Exemplo de solo humífero
(Fonte: Mundo Ecologia)

Onde encontrar solo humoso?

Para a formação de um solo humífero, são necessárias características bastante específicas. Sendo assim, é possível encontrar solo humífero em áreas que possuem:

  • Alta umidade do ar e do solo: a umidade permite a manutenção de umidade no solo e a baixa perda de água para o ar;
  • Baixa temperatura: essa característica diminui a evapotranspiração e mantém os microrganismos do solo vivos;
  • Baixa declividade: propicia uma condição de repouso para o solo, permitindo tempo para que os microrganismos possam agir na decomposição da matéria orgânica;
  • Sombreamento: a presença de árvores, além de propiciar material vegetal que será decomposto, causa sombreamento. Isso contribui para manutenção de temperaturas mais baixas e baixa evaporação;
  • Cobertura vegetal: o uso de técnicas como o plantio direto pode facilitar a formação de uma camada de húmico na parte superior do solo, devido à baixa evaporação e baixas temperaturas.

No Brasil, há divergência sobre a presença ou não desse tipo de solo. De acordo com a Embrapa, há condições que propiciam a formação desses solos em áreas planas de altas altitudes ou em áreas de várzea em locais mais frios.

Como formar esse tipo de solo?

O processo de formação do solo é algo natural e que se desenvolve ao longo de milhares de anos. A formação de um perfil de solo com características de solo humífero só acontece de maneira natural e com tempo.

Para se ter uma ideia, estima-se que, em média, o processo natural leve 400 anos para formar 1 cm de solo. Porém, em ambientes naturais, pode-se fazer usos de técnicas que potencializam o acúmulo de matéria orgânica.

A matéria orgânica, como precursora de substâncias húmicas, pode formar uma camada humífera na parte superior do solo. Para isso, é necessário:

  • Sombreamento do solo por espécies arbóreas em sistemas de manejo integrado de espécies florestais e lavoura;
  • Uso de cobertura vegetal no solo como em sistemas de plantio direto;
  • Uso de irrigação na área para manutenção de umidade;
  • Evitar exposição do solo à radiação solar direta e altas temperaturas;
  • Evitar áreas muito declivosas;
  • Manter a fertilidade do solo em condições ótimas;
  • Evitar produtos que causam morte de microrganismos do solo;

Porém, é comum o uso de produtos usados para melhorar as condições físico/químicas do solo. Esses produtos são normalmente conhecidos como compostagem, esterco, terra vegetal, substrato orgânico, dentre outros.

Esse tipo de produto pode ser conseguido através do processo de compostagem ou em um minhocário. Ele pode ser utilizado como fonte de nutrientes, principalmente para produtores orgânicos. 

Vantagens e desvantagens desse tipo de solo

Como qualquer outro tipo de solo, o solo humoso possui vantagens e desvantagens. Suas principais vantagens são:

  • Alta capacidade de permeabilidade e escoamento de água;
  • Baixa resistência física ao crescimento de raiz;
  • Alto teor de matéria orgânica e substâncias húmicas;
  • Níveis elevados de microbiota de solo.

As principais desvantagens, principalmente em condições de campo, são:

  • Alto potencial de compactação do solo;
  • Fácil perda por erosão em condições naturais;
  • Potencial de lixiviação de nutrientes pelo movimento de água no solo.

Além disso, também existem alguns mitos sobre os solos húmicos, como o fato de ter alta fertilidade natural. 

A decomposição e a presença de húmus não garantem que haja balanço correto e disponibilidade alta de todos os nutrientes necessários ao desenvolvimento de uma planta. Bons exemplos desses nutrientes são os macro e micronutrientes.

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Conclusão

Existe muita informação desencontrada sobre o solo humífero. Neste artigo, fizemos uma revisão sobre esse tipo de solo e desvendamos muitas das incertezas sobre ele.

É fato que a presença e decomposição de matéria orgânica em substâncias húmicas aumenta grandemente a aeração do solo. Isso diminui sua densidade, facilitando a entrada de água e liberando nutrientes para as plantas.

Assim como existem práticas que auxiliam na formação de camada humífera em condições naturais, existem técnicas para formação de substratos humíferos para uso em agricultura de menor escala.

Você tem solos humíferos na sua propriedade? Costuma produzir alguma cultura nesses espaços? Adoraria ler seu comentário!