About João Paulo Pennacchi

Sou engenheiro eletricista formado pela UNIFEI e engenheiro-agrônomo formado pela UFLA. Mestre e doutor em agronomia/fisiologia vegetal pela UFLA e PhD em ciências do ambiente pela Lancaster University. Atualmente desenvolvo pesquisa na área de fisiologia de culturas agrícolas pela UFLA.

Pulverizador agrícola: diferentes tipos e como acertar na escolha

Pulverizador agrícola: conheça os diferentes tipos, suas características principais e recomendações

A pulverização é um método usado na agricultura para aplicação de produtos relacionados à proteção de cultivos e controle de pragas, doenças e plantas daninhas.

Ela consiste em jogar líquidos em gotas muito pequenas sobre uma superfície. Os pulverizadores agrícolas são os equipamentos responsáveis por essa atividade no campo. 

Eles são a máquina agrícola com maior tempo de uso durante a safra.

Nesse artigo, veja as principais técnicas de pulverização, suas vantagens e desvantagens e também as boas práticas. Boa leitura!

O que é um pulverizador agrícola?

Um pulverizador é um equipamento que tem a capacidade de “quebrar” um líquido em partículas muito pequenas. Seu objetivo é espalhar essas partículas por uma superfície-alvo.

O princípio de ação é o mesmo utilizado em borrifadores comuns. Porém, a diferença entre um borrifador e um pulverizador está principalmente no tamanho das partículas e no alcance da aplicação.

No pulverizador agrícola, os líquidos são normalmente agroquímicos. Inseticidas, fungicidas, herbicidas ou fertilizantes são lançados nas superfícies-alvo, como plantas no campo ou em estufas.

Dessa forma, a finalidade de um pulverizador agrícola é fazer com que o líquido esteja em contato com a maior parte da superfície-alvo. Isso, é claro, de maneira eficiente e com menor perda possível.

Componentes de um pulverizador

Cada um dos muitos tipos de pulverizador tem a necessidade de certos componentes para seu funcionamento. Aqui listamos alguns componentes principais em sistemas de pulverização:

  • Tanque de armazenamento: é onde a calda a ser aplicada fica armazenada;
  • Mecanismo agitador: ele mantém a calda sempre homogênea, sem decantação de partes mais pesadas;
  • Filtros: evitam a passagem de impurezas da calda para os sistemas aspersores;
  • Bombas hidráulicas: bombeiam a calda do sistema de armazenamento para os sistemas aspersores;
  • Regulador de pressão: controlam a pressão do líquido no interior do sistema de aspersão;
  • Manômetro: informam de possíveis perdas de pressão no sistema;
  • Barra de pulverização: conduzem a calda aos bicos em sistemas de barra, aumentando o alcance e eficiência da pulverização;
  • Bicos de aplicação: pulverizam o líquido em gotículas e aplicam a calda na  superfície-alvo.

Tipos de pulverizador agrícola

Como qualquer outro tipo de equipamento, para pulverizadores agrícolas também há uma grande variedade de tipos, marcas e modelos. Abaixo listamos os tipos mais utilizados de pulverizadores agrícolas:

Costal

O pulverizador costal consiste de um reservatório de produto que é carregado por um operador. Sua aplicação pode ser manual ou automática. Essa técnica tem rendimento limitado pela velocidade de aplicação e baixa capacidade do tanque. Por isso, é mais recomendada para áreas pequenas ou plantios em estufa.

Pistola

O aplicador tipo pistola normalmente é acoplado a um sistema de mangueiras e aumenta o alcance da aplicação por usar sistema de ar comprimido. Ele pode ser de acionamento manual ou elétrico.

Barra

Ele consiste em uma barra com múltiplos bicos de pulverização acoplados a uma mangueira, e podem pulverizar áreas maiores. Eles podem ser acoplados a tratores ou serem autopropelidos.

Autopropelido

O pulverizador autopropelido é o mais utilizado nas propriedades, e apresenta o sistema de barra e um sistema motriz individual, não dependendo da força motriz do trator. Esse método pode alcançar maiores áreas e rendimentos.

Atomizador

Os atomizadores são equipamentos que utilizam ventilação forçada para espalhar o produto a ser aplicado pela lavoura. Apesar de aumentar a deriva de defensivos, o alcance do método é maior.

Aéreos

Esse processo pode ser feito por meio de veículos voadores como drones para pulverização, helicópteros e aviões. Esse tipo de aplicação ainda é um pouco limitado por custos ou por baixo rendimento de aplicação, como para drones.

Foto elaborada pelo autor, com vários pulverizadores agrícolas diferentes
Tipos de pulverizadores agrícolas
(Fonte: Adaptado pelo autor de diversas fontes)

Além desses tipos de pulverizadores, existem técnicas que podem ser envolvidas nos sistemas de pulverização para aumento de eficiência. Uma dessas técnicas é a pulverização eletrostática.

Ela consiste em gerar gotas com cargas elétricas contrárias às das plantas. Isso causa atração eletromagnética entre a gota e a planta, aumenta a eficácia da aplicação e diminui as perdas.

Regulagem de pulverizador agrícola

A regulagem é o último processo antes do uso desse equipamento no campo. Porém, antes disso, há a necessidade de manutenção e limpeza do pulverizador, que garantem um bom funcionamento.

Em primeiro lugar, utilize equipamentos de proteção individual durante a regulagem e aplicação de produtos na lavoura. Os principais fatores a serem regulados em um pulverizador são:

  • Dose de produtos: normalmente presentes nas bulas dos agroquímicos, as doses definem a quantidade do princípio ativo do produto a ser aplicado por hectare;
  • Cobertura: é a quantidade de gotas do produto a ser aplicado por área da superfície-alvo;
  • Tamanho de gota: o tamanho de gota é controlado principalmente pelo tipo de bico a ser usado e a pressão de operação e é definido de acordo com o tipo de produto, estágio de fechamento da cultura, condições ambientais, dentre outros;
  • Volume de calda: o volume de calda é definido para uma área conhecida, por exemplo, em litros por hectare. Ele dependente da dose, da cobertura e do tamanho de gotas;
  • Pressão: a pressão no sistema de barras é importante para definir a vazão do produto e o tamanho de gota e pode ser verificada através do manômetro. Ele indica possíveis perdas no sistema;
  • Vazão: a vazão é o volume aplicado em um certo tempo por um sistema de pulverização. É importante para entregar a quantidade adequada do produto na superfície-alvo;
  • Tipo de bico: o tipo de bico define o espalhamento da calda, o tamanho da gota e o alcance e capacidade de penetração do produto no dossel;
  • Velocidade da máquina: a velocidade da máquina irá controlar a qualidade de aplicação e deve ser levada em conta junto com os parâmetros acima, como vazão.

Os parâmetros atmosféricos também devem ser considerados na definição da regulagem. Velocidade do vento, chuva, umidade e temperatura do ar podem causar problemas na aplicação de produtos, como deriva, evaporação, diluição do produto, etc.

Marcas de pulverizador agrícola: como escolher o melhor modelo para a fazenda

Existem várias marcas de pulverizadores agrícolas comercializados no Brasil: Valtra, Massey Ferguson, John Deere, Jacto, Aral, Stara, New Holland, Case, Jan, Metalfor, PLA, Montana, ServSpray e Pulverjet. Porém, a escolha de um pulverizador deve considerar fatores como:

  • Tipos de culturas agrícolas utilizadas na propriedade: para culturas agrícolas perenes, prefira o uso de pulverizadores atomizadores. Para culturas anuais, priorize o uso de pulverizadores costais ou autopropelidos. Algumas culturas florestais utilizam pulverização aérea;
  • Extensão da área e relevo da propriedade: para produtores médios a pequenos com extensões de terra reduzidas, o pulverizador costal é uma boa opção de custo-benefício. Com o aumento das áreas, há necessidade de um sistema mecanizado  e mais automático;
  • Nível tecnológico da fazenda e da mão de obra: a decisão por investir em sistemas de maior precisão, por exemplo com geolocalização ou mesmo o uso de drones, tem que estar de acordo com o conhecimento da mão de obra e da tecnologia da fazenda;
  • Capacidade de investimento: o investimento em um pulverizador autopropelido é maior que em um costal ou de pistola. Isso deve ser levado em conta no plano de investimento e amortização dos custos nas safras posteriores;
  • Facilidade de assistência técnica na região de atuação: de nada adianta ter maquinários na fazenda se eles não estão aptos a executar suas funções. Muitos problemas podem ser minimizados por manutenções preventivas, mas outras vezes há necessidade de mão de obra especializada. Ter especialistas disponíveis na região da propriedade é de grande valia.

Por isso, consulte sempre os fornecedores e assistentes técnicos para definição do melhor maquinário para sua realidade.

Como escolher o tipo de bico

A escolha do tipo de bico de pulverização é um passo muito importante. Ele está diretamente relacionado à qualidade e homogeneização da aplicação. Os bicos precisam ser bem escolhidos e estar sempre em boas condições.

Caso contrário, de nada adianta ter o produto correto, na dose correta e com a calda bem preparada e aplicado em condições climáticas ideais. Os principais tipos de bico são:

  • cone: pode ser de tipo cone cheio ou cone vazio. Normalmente é utilizado para aplicações de fungicidas e inseticidas;
  • leque: pode ser do tipo leque padrão ou leque uniforme. É normalmente utilizado para aplicação de herbicidas e utilizado em pulverizadores de barra;
  • impacto: os bicos de impacto são bastante abrangentes em suas características, e por isso são utilizados para pulverização de vários tipos de produtos; 
  • indução a ar: é um bico de maior tecnologia que trabalha sob maior pressão. ELe minimiza a deriva do produto, aumentando a eficiência de aplicação;

Alguns fatores são importantes na escolha do bico, como seu material, pressão de trabalho, forma e tamanho de gotas, tipo de jato. Suas condições de desgaste e possíveis entupimentos também devem ser avaliadas. 

Testes prévios são necessários para ver o molhamento executado pelos bicos.

Conclusão

Existem diversos fatores que definem o tipo de pulverizador mais recomendado. A regulagem adequada deles garante uma aplicação mais eficiente na propriedade.

O uso de novas tecnologias como drones e aviões tem crescido bastante. Porém, os sistemas autopropelidos ainda são grandemente usados nas propriedades brasileiras.

Ao fazer a escolha do pulverizador ideal para a sua fazenda, não deixe de realizar a manutenção frequente para garantir a qualidade dos processos.

>> Leia mais: “Moderfrota: veja o que é preciso para conseguir recursos

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Agrometeorologia: saiba como ela é importante para a produtividade da lavoura

Agrometeorologia: veja a definição, usos e aplicações, importância e potencial para aumento da produtividade

A influência do clima na agricultura é muito delicada, sobretudo porque o clima tem sido cada vez mais extremo e imprevisível. 

Veranicos longos, chuvas torrenciais, ventos muito fortes, temperaturas muito altas ou geadas bruscas têm sido cada vez mais normais.

A agrometeorologia estuda esses fenômenos. Seu conhecimento pode trazer grandes benefícios ao produtor, facilitando suas tomadas de decisão e trazendo vantagens na atividade agrícola.

Nesse artigo explicaremos, em detalhes, os diversos fatores relacionados à meteorologia agrícola. Boa leitura!

O que é meteorologia agrícola?

A agrometeorologia (ou meteorologia agrícola) é a parte da meteorologia que estuda as interações entre o clima e a atividade agrícola. Ela está relacionada à Engenharia Florestal, Agrícola e Agronômica, além da Zootecnia.

Isso inclui o estudo de diversos fatores que formam a condição do tempo atual como:

  • Temperatura;
  • Umidade do ar;
  • Chuva;
  • Vento;
  • Radiação solar.

Ao analisar essas condições ao longo do tempo, é formada a definição de clima, que é estudado pela climatologia.

A agrometeorologia de cultivos estuda as condições ideais e as respostas de cultivos diversos às condições meteorológicas. Isso ajuda a entender sua resiliência e resistência a estes fatores. 

Além disso, a meteorologia agrícola analisa e identifica a formação de microclimas. Microclimas são áreas com condições climáticas específicas e diferentes do clima predominante ao redor. 

São alterações principalmente em parâmetros como temperatura e umidade do ar. Elas acontecem devido a fatores como a cultura agrícola, as características do solo, do relevo, da presença de cursos de água, da face de exposição ao sol, dentre outras. 

Os microclimas são específicos de cada região e podem causar a necessidade de manejos específicos em áreas da propriedade. Por isso, uma análise detalhada de suas formações é essencial.

Agrometeorologia operacional: objetivos

Os objetivos do estudo da agrometeorologia podem ser definidos de acordo com sua aplicação nas atividades agrícolas e no tempo (cronológico). Esses estudos procuram identificar as condições ambientais atuais, passadas e futuras.

Esses conhecimentos são fundamentais na tomada de decisão. Esse processo é chamado de Agrometeorologia operacional. Afinal, ela define as operações agrícolas de acordo com a meteorologia.

Condições ambientais atuais

Ao estudar as condições atmosféricas na propriedade no presente momento ou no futuro próximo, o objetivo é tomar decisões sobre as atividades no curto prazo.  

Exemplos: não se deve fazer pulverização de produtos fitossanitários se houver vento ou chuva.

Condições ambientais passadas

Ao estudar as condições atmosféricas passadas e o impacto delas no comportamento das culturas agrícolas, o objetivo é compreender as melhores maneiras de manejo quando essas condições se repitam. 

Exemplo: quem produz aprende que determinada doença tende a ser mais rigorosa em anos de temperatura mais amena e maior umidade no ar.

Condições ambientais futuras

Ao prever condições atmosféricas futuras, o objetivo é diminuir os impactos delas na atividade agrícola através do planejamento de ações de manejo. 

Exemplo: ao ter informações de que a tendência de geada é grande na região, quem produz pode utilizar da irrigação como método de diminuir os impactos do frio extremo.

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Importância da agrometeorologia dos cultivos

Os estresses causados por condições atmosféricas não ideais aos cultivos agrícolas são diretamente responsáveis por grande parte das perdas de produtividade. São exemplos desses estresses: 

Além disso, outra parte das perdas da produtividade são causadas por ataques de pragas e doenças, que também estão relacionados às condições do ambiente. 

Por exemplo, a cercosporiose na soja, que causa cerca de 30% de perda de produtividade, tem maior incidência em alta umidade e em temperaturas entre 23 e 27 graus.

A agrometeorologia é importante para aumentar a capacidade de compreensão dos produtores sobre a influência do clima. Além disso, ela dá maiores possibilidades de prever e planejar ações de mitigação das perdas, aumentando produtividade.

Foto de uma estação meteorológica, ponto fundamental da agrometeorologia
Exemplo de estação meteorológica
(Fonte: AgSolve)

Quais as aplicações da Agrometeorologia na propriedade?

Você pode se perguntar como aplicar esses conhecimentos na prática. Veja alguns exemplos para ilustrar.

Estação meteorológica ou Agromet, da Embrapa

Cada dia mais o uso de tecnologia no campo tem ocupado seu espaço, principalmente após o surgimento das chamadas Agricultura 4.0 e Agricultura 5.0

Esses conceitos se baseiam bastante no uso de dados detalhados da propriedade para controle e eficiência de processos.

As características do tempo e do clima são cruciais para aumentar a eficiência da produção agrícola. Esses dados podem ser conseguidos, por exemplo, por meio de uma estação meteorológica instalada na fazendo. 

Isso permite o conhecimento das condições a que a cultura tem sido ou será exposta e auxilia na tomada de decisões.

Há também a possibilidade de se obter dados através de sites ou aplicativos gratuitos, como o portal AgroMet da Embrapa. Porém, eles são de abrangência mais geral e não específicos para micro-regiões.

Assim, é comum que muitas fazendas modernas já utilizem dados de estações em combinação com outros sensores para decidir quando e como efetuar atividades. Isso acaba aumentando a eficiência de processos e a produtividade.

Plantio

Data de plantio: normalmente há muitas dúvidas sobre a data de plantio de culturas anuais, principalmente após o início das chuvas após estiagem. Conhecendo as previsões de chuva e os níveis de água no solo, fica mais seguro decidir a data de plantio.

Além disso, conhecer características como temperaturas máximas e mínimas, incidência de vento e insolação e umidade do solo têm muitas vantagens. Por exemplo, fica mais fácil decidir quais culturas serão implantadas em cada área da fazenda.

Manejo

A decisão por irrigar ou não uma lavoura pode ser tomada em conjunto com dados de umidade do ar e do solo, de chuvas acumuladas ou previstas e da evapotranspiração da cultura. 

Além disso, a pulverização não é recomendada em certos níveis de incidência de vento. Se há previsão de chuva ou o molhamento foliar é muito grande, pode ocorrer diluição ou lavagem do produto, diminuindo ou anulando sua eficiência.

Conhecendo as características de umidade do ar e temperatura, fica mais fácil prever a chance de ataque e expansão de algumas doenças de plantas. Esse conhecimento também auxilia na previsão da produtividade.

A combinação de dados como disponibilidade de água, temperatura acumulada e evapotranspiração podem ser usados em modelos para a previsão de produção de lavouras específicas.

Colheita e pós-colheita

A colheita, principalmente de grãos, é bastante relacionada ao grau de umidade das plantas. De posse da informação das últimas chuvas e temperaturas e da previsão pros dias seguintes, fica fácil decidir sobre quando colher com perdas menores.

Ainda, para produtos que demandam secagem, por exemplo, o conhecimento das condições de chuva e temperatura facilitam a decisão de processos. Isso ocorre principalmente em condições de secagem natural.

Foto de terreiro suspenso, com grãos de café
Secagem de café em terreiro suspenso
(Fonte: shutterstock)

Conclusão

Conhecer as condições climáticas de sua região e os microclimas de sua propriedade é um fator crucial para o sucesso da atividade agrícola.

Esses dados, juntamente com novas tecnologias de mapeamento de plantas e solo, são combinados com maquinários inteligentes e geolocalização.

Em conjunto, eles permitem um manejo mais eficiente das lavouras.

Pensando em aplicar a agrometeorologia na sua fazenda? Já sabe por onde começar? Deixe seu comentário abaixo!

Café Arara: o que você precisa saber sobre a variedade de café de alta qualidade 

Café Arara: características agronômicas, particularidades e vantagens de sua utilização

Além dos efeitos climáticos, a incidência de doenças e pragas do café causam grande impacto nas perdas da lavoura.

O café Arara é uma opção que tem estado muito presente no Brasil. Afinal, produtores tendem a buscar variedades com boa resistência ou tolerância a esses efeitos de perda . 

Neste texto, vamos explicar o que você precisa saber sobre o café Arara e o motivo de ele estar tendo tamanho destaque nos últimos anos. Boa leitura!

O que é o café Arara?

O café Arara é proveniente do cruzamento natural entre as variedades Obatã e Catuaí Amarelo, após muita pesquisa. Ele foi selecionado pela primeira vez no Paraná, no fim da década de 80. A variedade é produtiva e resistente a várias doenças

No fim da década de 90 e início dos anos 2000, houve aumento no interesse de pesquisadores pela variedade de café Arara. Ele passou a ser mais estudado e incluído em processos de melhoramento do cafeeiro, em instituições como a Fundação Procafé.

Hoje, o café Catuaí é o mais cultivado no país. Porém, o café Arara tem assumido papel de destaque, sendo uma escolha bastante comum para produtores que desejam implementar novas lavouras. Essa tendência teve um aumento principalmente a partir de 2017.

Estima-se que o café Arara represente cerca de 50 % a 60% das mudas de café arábica produzidas hoje em dia. Também estima-se que, na safra de 2020, tenham sido plantados em torno de 60 a 80 milhões de mudas no Brasil. 

Características agronômicas

As principais características que diferenciam o café Arara são o porte baixo (porém mais alto que o Catuaí), frutos maiores e amarelos. Além disso, a alta resistência natural à ferrugem do cafeeiro, a maturação tardia e o alto potencial produtivo também são relevantes.

As características agronômicas completas do café Arara são resumidas no quadro a seguir.

Tabela de características agronômicas do café Arara
(Fonte: adaptado de Consórcio Pesquisa Café)

Principais vantagens do café Arara

A variedade café Arara tem uma série de vantagens, mas a principal é ser praticamente imune à doença ferrugem. Essa é a doença que mais atinge o cafeeiro. Além disso, a variedade é resistente à bactérias pseudomonas e é tolerante à phoma, mais uma doença muito frequente.

Como dito anteriormente, o café Arara tem se tornado bastante comum entre os produtores que implementam novas lavouras nos últimos anos. Algumas das vantagens desse café é que ele tem muita resistência a doenças como ferrugem do cafeeiro.

Veja algumas vantagens que têm sido diferenciais desta variedade.

Resistência fitossanitária

Essa é uma das características mais importantes desse café. A variedade de café Arara é extremamente resistente às doenças importantes como a ferrugem do cafeeiro, as pseudomonas de fruto e a mancha de phoma.

Facilidade de colheita

Por apresentar uma copa mais compacta, mas com maior diâmetro, a colheita de café manual ou mecânica é facilitada. 

Apesar disso, os grãos tendem a ter maior adesão ao caule, necessitando maior força para retirada. Porém, isso acaba diminuindo a queda de frutos. Estima-se que o rendimento de colheita no café Arara seja 20% mais alto que em outras variedades.

Os grãos de café da variedade Arara tendem a ser maiores e de peneira mais alta se comparados ao Catuaí, por exemplo.  Isso faz com que os grãos de Arara tenham maior peso médio que os de Catuaí e outras variedades.

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Potencial produtivo alto

O café Arara apresenta uma especificidade do surgimento de flores (que geram frutos) em ramos mais velhos. Isso acaba contribuindo para aumento de produção.

O café Arara apresenta um potencial de produção mais alto que outras variedades. Ele possui  reportes de até 35% de aumento em comparação ao Catuaí.

Redução do uso de agroquímicos

Por apresentar maior resistência a algumas doenças do cafeeiro, a variedade necessita de menos aplicações de produtos fitossanitários, como fungicidas, por exemplo.  Isso também o faz uma boa escolha para cultivos orgânicos.

Qualidade de bebida 

Apesar da qualidade da bebida não ser uma característica que dependa apenas da variedade, o café Arara tem se destacado por pontuações altas em concursos. Às vezes, essa pontuação fica acima de 90 pontos, com características de uma bebida limpa e adocicada.

Foto de cafeeiros da cultivar café arara
Plantas de cultivar Arara
(Fonte: Revista Cafeicultura)

Café arara: espaçamento e outras recomendações de cultivo

A escolha da variedade do café é muito importante, principalmente por se tratar de uma cultura perene. Ela só começa a dar retorno produtivo a partir de 3 anos após o plantio.

O café Arara, assim como todos os outros, possui recomendações específicas de plantio para garantir uma produtividade ainda melhor.

O espaçamento para café Arara precisa ser de 3 metros entre linhas e 50 centímetros entre plantas. Isso permite um plantio semi-adensado, sem limitar os tratos culturais e manejo e ainda permitindo a opção por safra zero.

O café Arara apresenta maiores bifurcações dos ramos. Por isso, a poda de esqueletamento/ponteiro pode ser necessária com mais frequência que em outras variedades adensadas. O objetivo disso é “desembatumar” a planta.

Já os limites de altitude para o café Arara também são específicos. O Arara é um café recomendado para altitudes mais altas e não para áreas de baixada

Ele se adapta bem a condições mais frias e úmidas, e é recomendado para altitudes entre 600 e 1200 metros acima do nível do mar.

O café Arara pode ser combinado com outras variedades de maturação precoce ou normal na mesma propriedade. Por exemplo, pode-se alocar o Arara em áreas mais altas e a outra variedade em áreas mais baixas. 

Por ser uma variedade imune à ferrugem e bastante resistente a pseudomonas e phoma, as pulverizações para controle de doenças podem diferir de outras variedades. Normalmente, há diminuição das aplicações.

A correção de solo e adubações do café Arara são comuns aos de outras variedades de café. Isso, é claro, sempre de acordo com as análises de solo, análise foliar e a previsão de produção.

Isso aumenta o potencial de cada um e ainda permite organização de colheita de acordo com a maturação de cada um.

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Conclusão

O café Arara é cada vez mais presente nas lavouras brasileiras. A tendência é que isso continue a acontecer. Suas características agronômicas oferecem vantagens em condições de altitude e clima específicos.

Além disso, por necessitar menor uso de fitoquímicos, têm grande aceitação em lavouras destinadas à produção orgânica.

Sua  alta produtividade e qualidade de bebida podem proporcionar um produto final de valor agregado mais alto. Ele é uma opção bastante interessante, principalmente em combinação com outras variedades em áreas distintas da fazenda.

Você já conhecia a variedade de café Arara? Está pensando em implantá-la na sua lavoura? Adoraria ler seu comentário!

Estação meteorológica na fazenda: Entenda como funciona 

Estação meteorológica: saiba quais equipamentos fazem parte, o que eles medem e como seus dados podem ser um diferencial na atividade da fazenda

As condições climáticas influenciam muito no crescimento, desenvolvimento e produtividade das culturas.

Quanto mais mapeadas forem as condições ambientais, melhor você entenderá os ciclos climáticos e sua interação com a cultura. Com uma estação meteorológica, é possível fazer isso na sua própria fazenda.

Neste artigo, veja quais são os impactos positivos das informações obtidas em estações meteorológicas, quais são os instrumentos necessários e muito mais. Boa leitura! 

O que é uma estação meteorológica?

Uma estação meteorológica é um conjunto de sensores e equipamentos que tem a capacidade de medir, gravar e recolher dados sobre o tempo. Eles medem parâmetros como temperatura, pressão atmosférica, radiação, chuva, pressão atmosférica, direção e velocidade do vento e muito mais.

A meteorologia é a ciência que estuda os fenômenos da atmosfera, a entende e prevê. Assim, a meteorologia estuda as condições passadas e atuais para prever o futuro próximo. 

Vale lembrar que o tempo é uma situação momentânea das condições meteorológicas. Já o clima é um conjunto de condições meteorológicas em um determinado intervalo, como por exemplo, um ano.

Dessa forma,  uma estação meteorológica ajuda a avaliar a situação atual do tempo. Com essa análise, é possível comparar e entender os fenômenos passados que formam o clima.

Equipamentos da estação meteorológica

Uma estação meteorológica é composta por instrumentos de medição como termômetros, higrômetros, barômetros, anemômetros, pluviômetros, radiômetros, tensiômetros, sensores e tanque. 

Além desses itens básicos, também podem fazer parte da estação outros equipamentos. Data loggers, GPS, redes de comunicação para transferência de dados, dispositivos armazenadores de dados e repetidores de sinais são exemplos.

Equipamentos de estação meteorológica
(Fonte: AgSolve)

Conheça os instrumentos de medição de uma estação meteorológica e saiba como esses equipamentos funcionam.

Termômetros

Esse é um dos equipamentos mais conhecidos e mede a temperatura do ar. Existem diversos tipos de termômetro, em vários níveis de tecnologia.  A unidade de medida mais comum no Brasil é graus Celsius (°C).

Higrômetro

O higrômetro é o equipamento que mede a umidade do ar. Essa medida reflete a quantidade de água presente no ar, de acordo com a capacidade de retenção do mesmo. Sua unidade é refletida em porcentagem (%), e seus valores podem variar entre 0 e 100.

Anemômetro

Esse é o sensor responsável por detectar a velocidade e direção do vento. A unidade de velocidade normalmente é medida em metros por segundo (m/s) ou quilômetros por hora (km/h).

A direção do vento é dada de acordo com as coordenadas geográficas (norte, sul, leste, oeste e suas intermediárias).

Barômetro

O barômetro mede a pressão atmosférica. Apesar dessa característica ser bastante constante com a altitude, é importante ter um valor bem medido para estimativa de outros parâmetros. Isso, é claro, em combinação com outros instrumentos da estação. 

As unidades mais comuns de medida são BAR e Mega Pascal (MPa).

Pluviômetro

A quantidade de precipitação/chuva é medida por esse equipamento. Apesar de poder ser medida em outras unidades, normalmente o mais comum é o milímetro (mm) de água. O milímetro representa litros por metro quadrado (l/m2).

Radiômetro

O radiômetro (ou piranômetro) é um sensor que mede a quantidade de radiação solar que chega ao dossel ou ao solo em uma área específica e intervalo de tempo. 

A unidade de medida normalmente é dada em megaJoules por metro quadrado por hora (MJ/m2/h) ou em Watts por metro quadrado (W/m2). 

Existe também um medidor específico para a radiação fotossinteticamente ativa, que é a parte da radiação total absorvida pelas plantas. A unidade de medida é em micromols por metro quadrado por segundo (µmol/m2/s).

Termômetro e tensiômetro de solo

Existem sensores específicos para a medição de características do solo. Essas medições são normalmente feitas na parte superficial do solo, mas também podem atingir porções mais profundas, de acordo com a necessidade. 

As unidades são as mesmas de temperatura (°C) e umidade (%). A porcentagem também pode ser medida em metros cúbicos por metros cúbicos (m3/m3).

Sensores de molhamento e umidade foliar

Os sensores de molhamento e umidade são utilizados para medir características específicas, como o tempo de molhamento foliar e a umidade da folha.

Tanque classe A

Esse equipamento consiste em um tanque de volume e área conhecida que contém uma quantidade de água conhecida. 

Ele permite a medição da quantidade de água evaporada em um período de tempo e auxilia no cálculo da evapotranspiração. A unidade de medida normalmente é em milímetros por unidade de tempo (mm/h).

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Tipos de estação meteorológica

As estações meteorológicas podem ser automáticas, convencionais, de primeira classe, segunda classe ou terceira classe. Essa classificação acontece de acordo com o modo de captura e armazenamento de dados, e também de acordo com os dados coletados. 

As estações podem ter os dados medidos e armazenados automaticamente, por meio de dispositivos eletrônicos e redes de transmissão de dados (estações automáticas). 

Os principais sensores das estações meteorológicas automáticas são os anemômetros, piranômetros, sensores de temperatura e umidade, além dos pluviômetros.

A aquisição de dados também pode ser feita pelos instrumentos mecanicamente e verificadas e anotadas por um operador (convencional).

As estações são também classificadas de acordo com os tipos de sensores que apresentam e os dados gerados.

As estações de primeira classe coletam dados de diversos sensores, trazendo informações completas. 

As estações de segunda classe são mais simples e não apresentam informações sobre pressão atmosférica, vento e radiação.

As estações de terceira classe coletam apenas temperaturas máxima e mínima e chuva acumulada, e são ainda mais simples.

Estação meteorológica convencional e automática
Exemplo de estações meteorológicas convencional e automática
(Fontes: Ufla/Oficina de textos)

Quais são as principais estações meteorológicas do Brasil?

O Inmet  (Instituto Nacional de Meteorologia) é o órgão que organiza e controla as informações meteorológicas captadas pelas estações espalhadas pelo país. A rede do Inmet conta com cerca de 500 estações automáticas, além de quase 300 estações convencionais.

Abaixo, mostramos um mapa das estações cadastradas na rede do Inmet.

Mapa do Brasil com indicador de estação meteorológica por região
Mapa de estações meteorológicas do Brasil, pertencentes à rede Inmet
(Fontes: Inmet)

Além do Inmet, também há a rede de estações do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), além de algumas estações da Embrapa. Estações de instituições estaduais também são presentes no Brasil, como:

  • IAC (Instituito Agronômico de Campinas); 
  • Iapar (Instituto Agronômico do Paraná);
  • Climerh (Centro Integrado de Meteorologia e Recursos Hídricos de Santa Catarina);
  • Simepar (Sistema Meteorológico do Paraná). 

Importância e vantagens de levantar os dados climatológicos

O conhecimento das variáveis meteorológicas é muito importante nas tomadas de decisão em uma propriedade agrícola. Ele pode definir a produtividade das lavouras e o sucesso do empreendimento.

Apesar do elevado número de estações com dados disponíveis pela rede Inmet, ter uma estação própria na propriedade tem muitas vantagens:

  • Disponibilidade de dados facilitada;
  • Caracterização específica da propriedade;
  • Capacidade de verificações momentâneas das variáveis ambientais;
  • Maior assertividade nas previsões a curto prazo;
  • Tomada de decisões de manejo mais bem embasadas;
  • Diminuição de risco de perdas devido a condições extremas;
  • Redução de custos e de retrabalho;
  • Maior eficiência no uso de maquinários, mão-de-obra e recursos.

Muitas atividades podem ser beneficiadas pelo conhecimento vindo das estações meteorológicas particulares. Elas são:

  • Estimativa de geadas;
  • Controle preciso das atividades de irrigação, baseados em cálculos de umidade de solo e folha e evapotranspiração;
  • Eficiência nas atividades de pulverização de acordo com condições de vento, molhamento foliar e possibilidade de chuva;
  • Mapeamento da previsão de incidência de doenças devido a condições favoráveis de temperatura, vento e umidade;
  • Decisão facilitada da melhor época de plantio e maior eficiência de acordo com umidade do solo;
  • Menor compactação de solo devido ao controle de tráfego de acordo com a umidade do solo.

Qual o custo de uma estação meteorológica?

O custo de uma estação meteorológica é proporcional ao seu grau tecnológico. Elas costumam custar entre R$ 5 mil e R$ 30 mil. Outro fator que influencia no valor é o fato de a estação ser ou não usada.

Estações meteorológica automáticas, que contenham grande número de sensores e estejam conectadas a redes de compartilhamento de dados terão preços mais altos. As estações convencionais, mais simples, podem ser mais baratas.

É importante ressaltar que, apesar de o investimento em uma estação meteorológica poder ser alto, a economia que ela pode gerar também é alta. Como você viu, é possível evitar perdas, melhorar a produtividade e ter mais eficiência nas atividades da lavoura.

Requerimentos para ter uma estação meteorológica na fazenda

Apesar de todos os possíveis benefícios, a instalação de uma estação meteorológica na propriedade deve ser bem planejada por diversos fatores.

Alguns desses fatores estão relacionados aos requerimentos do terreno e local para a instalação e perfeito funcionamento da estação. A área deve ter as seguintes características:

  • Ser plana e ter cobertura vegetal rasteira, de preferência gramado;
  • Estar em área aberta e longe de obstáculos que possam interferir no vento, criar microclimas específicos ou bloquear a radiação solar;
  • Não ser próxima a cursos ou reservatórios de água, evitando impacto nas medições de umidade;
  • Evitar proximidade a redes de energia elétrica.

Conclusão

Há muitas vantagens de se ter informações de uma estação meteorológica. 

Isso destaca a importância de as fazendas possuírem um bom nível tecnológico para abrigar ferramentas que podem ser aliadas da produtividade. 

Analise bem os tipos de estação meteorológica e escolha o melhor modelo para sua fazenda com base em sua realidade, capacidade de investimento, nível tecnológico da propriedade e o conhecimento dos operadores. Na dúvida, consulte um especialista!

>> Leia mais: Saiba como fazer um projeto de fazenda sustentável

Restou alguma dúvida sobre ter ou não uma estação meteorológica em sua fazenda? Deixe seu comentário aqui embaixo!

Colheitadeira: diferentes tipos, evolução e como escolher a melhor para a fazenda

Colheitadeira: entenda como funciona, quais são as funções, quanto custa, capacidade, detalhes sobre regulagem e mais!

A colheitadeira é uma máquina agrícola destinada à colheita das culturas. Ela pode colher plantas inteiras (forragem), partes de plantas (cana-de-açúcar), frutos (café) ou grãos (como milho e soja).

Nesse artigo, entenda a evolução das colheitadeiras e veja como escolher a ideal para a sua lavoura. Boa leitura!

Evolução das colheitadeiras

As colheitadeiras, também chamadas de colhedoras, colhedeiras, ceifeiras ou ceifadeiras, são equipamentos agrícolas destinado à colheita das culturas como soja, cana-de-açúcar, algodão, etc., que surgiram na esteira da modernização das lavouras. 

Antes das primeiras colheitadeiras chegarem ao Brasil, na década de 60, as colheitas eram manuais. O trabalho manual deu lugar para máquinas de tração animal, que foram sendo constantemente modernizadas.

Inicialmente as máquinas apenas cortavam as plantas. Ainda era necessária a separação dos grãos e frutos, por exemplo. Após isso, debulhadores e separadores de grãos e palhada foram desenvolvidos, bem como funções para limpeza e classificação de grãos.

Hoje, as máquinas possuem muito mais tecnologia e capacidade de colheita. Por exemplo, uma colheitadeira de soja colhe, em média, 3 hectares por hora. Já uma colheitadeira de milho silagem pode colher até 2 hectares por hora

As colheitadeiras modernas exercem funções além de colher. Elas podem oferecer a você detalhes que te ajudam a controlar as atividades sem necessariamente ir a campo. Isso é possível graças à agricultura de precisão

 Outra grande vantagem é a economia de custos que essas máquinas oferecem. 

Montagem com varias colheitadeiras diferentes, em evoluções diferentes

Evolução de colheitadeiras
(Fonte: editada pelo autor de múltiplas fontes)

Como funciona uma colheitadeira?

As colheitadeiras agrícolas são compostas de diversos sistemas que exercem atividades diferentes como corte, alimentação, trilha, separação, limpeza e transporte. Todas as funções juntas resultam em um processo completo. 

Essas atividades variam de acordo com a especificidade da máquina e da cultura a ser colhida. Veja detalhes de cada uma dessas funções de uma colheitadeira de grãos:

Corte ou despiga

Essa é a etapa inicial das colheitadeiras. Ela consiste na retirada das plantas ou das suas partes de interesse do campo. O corte depende da cultura que está no campo.

Em trigo, por exemplo, colhe-se a planta toda. No milho, faz-se apenas o arranquio das espigas. Já em milho silagem, toda a planta também é colhida.

Alimentação

Após o corte, o material vegetal é conduzido através do sistema de alimentação para a trilha. Esse sistema é composto por esteiras ou correntes transportadoras, caracóis de condução, elevadores, dentre outros.

Trilha

A etapa de trilha é principalmente feita nas colheitadeiras de grãos. Nessa etapa os grãos são retirados dos órgãos onde se prendem, como espigas, panículas, espiguetas, vagem, etc. Esse sistema se baseia em movimento, atrito e impacto

Os movimentos são coordenados, retirando os grãos sem causar danos ou impactos a eles.

Separação

Essa etapa consiste na separação de grãos e outras partes da planta como colmos, folhas, restos de espigas, normalmente conhecidos como palhada. 

Essa atividade pode acontecer em combinação com a trilha ou após ela. Normalmente, o grão segue para um compartimento e a palhada é ejetada para fora da máquina, se acumulando no campo.

Limpeza

Essa etapa atua na limpeza dos grãos e retirada de partículas como pedras, restos vegetais grandes ou pequenos, chamados de palhiço.  O sistema é normalmente composto pela bandeja de entrada que transporta a massa de grãos. 

Esses grãos são conduzidos a um sistema de peneiras de diferentes tamanhos e ventiladores. As peneiras de crivo maior permitem a passagem dos grãos e retém partículas maiores. O sistema de ventilação retira partículas mais leves que os grãos. 

Transporte e armazenamento

Os grãos limpos são conduzidos através de um escorregador para o fundo da máquina e elevados através de um elevador para o tanque graneleiro. Esse tanque será descarregado na carreta graneleira que acompanha a colheitadeira.

Banner do kit de gestão do maquinário

Principais tipos de colheitadeiras

As máquinas colheitadeiras podem ser classificadas quanto ao funcionamento (automotrizes, montadas ou de arrasto), quanto ao tipo de cultura e quanto ao sistema de trilha (radial ou axial).

Funcionamento

As máquinas podem se deslocar e executar as atividades por conta própria (automotrizes), necessitar de um motor externo (de arrasto) ou estar acoplada a um trator agrícola para movimento e tração (montadas);

Tipo de cultura

Existem colheitadeiras específicas para frutos como café, ou para plantas inteiras como forragem ou cana-de-açúcar, para algodão e para grãos/cereais. Elas são classificadas de acordo com o tipo da planta e o tamanho do grão. Porém, existem formas de adaptação entre as colheitadeiras de grãos para que se consiga utilizá-las para múltiplas culturas.

Sistema de trilha 

Existem dois tipos básicos de trilha. No sistema de tipo radial, a planta passa apenas uma vez entre um sitema fixo (côncavo) e um móvel (rotor). No sistema axial, o material vegetal passa por diversas voltas entre o sistema de rotor e cilindro separador.

Montagem com fotos de quatro colheitadeiras: de grãos, de silagem, de café e colheitadeira de cana

Tipos de colheitadeira

(Fonte: adaptação do autor)

Cuidados na colheita

No momento da colheita, esteja de olho em fatores como planejamento, logística, maquinário, mão de obra, tempo de colheita e cultura a ser colhida. As condições ambientais também devem ser consideradas para garantir a eficiência da operação e a qualidade dos grãos.

  • Planejamento e logística: estime a quantidade de horas necessárias para colheita de todas as áreas. Considere a máquina, a cultura a ser colhida, o tipo de solo, o ambiente, etc. 
  • Maquinário e mão de obra: é importante saber quais recursos são necessários para efetuar a colheita das áreas na época correta e sem desperdício de tempo. Organize o número e tipos de máquinas, suas manutenções e pré-preparo, a disponibilidade e experiência de operadores e a capacidade de armazenamento dos produto colhido;
  • Material vegetal e tempo de colheita: conhecer e monitorar a cultura no campo te ajuda a tomar a decisão do melhor momento de colheita. Fatores como o estágio de desenvolvimento da planta, teor de água da matéria verde e maturação do fruto/grão são os indicadores da colheita. Uma colheita precoce pode trazer embuchamento da máquina e danos aos grãos. Uma colheita tardia pode causar perda de grãos por abertura de vagens ou derrubada de frutos, por exemplo;
  • Condições ambientais: fatores como chuva, vento, insolação e temperatura podem causar problemas na colheita. Dias consecutivos secos e com alta temperatura podem desidratar rapidamente o material vegetal, enquanto que dias de chuva podem aumentar a umidade da planta e postergar a data de colheita. Esses fatores podem alterar não só as condições da planta, mas também do solo, podendo limitar a entrada de maquinários mais pesados. 

Regulagem da colheitadeira para evitar perdas na colheita

As regulagens da colheitadeira devem ser feitas de acordo com cada sistema. 

Para garantir eficiência da colheita, cuidar do corte, da trilha, da separação, limpeza e sensores das colheitadeiras é essencial. Todos esses aspectos trabalham em conjunto e  precisam estar bem ajustados para diminuir as perdas na colheita

Regulagens do sistema de corte e alimentação

Essa etapa representa a maior porcentagem de perdas na colheita (até 80%) por derrubada de plantas e grãos para fora da máquina. As principais regulagens são: 

  • averiguar a velocidade de deslocamento da máquina;
  • checar a altura da plataforma de corte;
  • checar a afiação do sistema de corte ou despiga da barra;
  • verificar rotação;
  • conferir posicionamento e ângulo de corte do molinete;
  • velocidade, altura e ajuste do caracol;
  • checar a esteira de transporte.

As perdas internas da máquina dependem do volume que chega aos sistemas através do sistema de alimentação. Quanto maior o volume de alimentação, maiores serão as perdas por separação.

Regulagens do sistema de trilha

Essa etapa pode causar perdas na qualidade dos grãos por excesso de atrito ou movimento abrupto na retirada do grãos. A principal regulagem é integrar os sistemas móveis e fixos, como:

  • cilindro, côncavo e batedor (radial);
  • rotor, côncavo e batedor (axial). 

As colheitadeiras axiais são mais eficientes e diminuem as perdas e danos aos grãos, quando comparadas com as de sistema radial.

Regulagens do sistema de separação, limpeza e sensores

Se mal regulado, o sistema de separação e limpeza pode gerar perdas por descarte de grãos junto com impurezas. As principais regulagens são:

  • checar o movimento da máquina;
  • escolher corretamente a malha de peneiras;
  • checar a velocidade e fluxo de ar e da combinação dos dois.

Além disso, com o avanço do uso de técnicas de precisão, é importante a calibração dos sistemas de sensores da máquina. Sobretudo os que medem fluxos, velocidades, umidade e outras características físicas da máquina e da cultura devem receber atenção.

Qual a melhor colheitadeira pra comprar?

Escolher a colheitadeira ideal vai depender da sua realidade e da cultura que você produz. Existem algumas marcas e modelos mais comprados no país. 

Para grãos, a colheitadeira mais vendida no país é a New Holland TC. A Case IH Axial-Flow 9250 é conhecida como a melhor do mundo. 

Para café, as mais utilizadas são as da marca Jacto, com destaque para os modelos KTR350 e K3 Millennium.

Além disso, considere aspectos financeiros, técnicos e da propriedade:

  • Aspectos financeiros: preço do produto, capacidade de investimento, tempo para pagar a máquina, depreciação do bem, custo da hora de trabalho;
  • Aspectos técnicos: culturas que podem ser colhidas, adaptação para múltiplas culturas, capacidade de colheita, horas de manutenção;
  • Aspectos da propriedade: tamanho da propriedade, características como declividade, facilidade de acesso, estruturas de armazenamento e manutenção de máquinas, especialidade de mão-de-obra.

No Brasil, existem várias marcas de colheitadeiras internacionais disponíveis, o que te dá muitas opções de compra. As principais são: Massey Ferguson, New Holland, Case-IH, John Deere, Valtra, Jacto e AGCO Power

A colheitadeira New Holland – TX 5.90, por exemplo, foi eleita a melhor colhedora de grãos pelo prêmio Machine of the Year Brasil 2022/23.

Qual o valor de uma colheitadeira?

Existem máquinas mais modernas que podem chegar a custar entre R$ 2 milhões a 3 milhões, como por exemplo a Fendt – IDEAL 9. Máquinas com alguns anos de uso custam em média  R$ 100 mil, e as novas, a partir de R$ 800 mil.

O valor de uma colheitadeira varia muito conforme tipo e capacidade da máquina. Além disso, máquinas novas e usadas tendem a ter preços bem diferentes. 

Vale destacar que, atualmente, os preços de maquinários agrícolas têm sofrido variações constantes. Isso acontece principalmente devido às alterações nas cotações do dólar.

Quanto custa em média a hora de uma colheitadeira?

O valor é composto pelos custos da máquina, da mão de obra e do combustível. Para uma colheitadeira de grãos, o valor estimado é de R$ 600 por hora. 

Porém, esse preço pode variar muito em função das oscilações de custo de combustível e também do tipo de máquina. É ideal que você calcule o custo operacional da máquina agrícola considerando todas essas variáveis.

Para te ajudar nesse cálculo, disponibilizamos uma ferramenta que torna esse processo automático. A ferramenta é gratuita, e irá calcular os custos operacionais da sua máquina de acordo com os dados que você fornecer.

Basta clicar na imagem abaixo para acessar.

Conclusão

Para uma execução eficiente da colheita,  é necessário planejamento e o uso de máquinas específicas.

As colheitadeiras são máquinas bastante caras e, por isso, avaliar bem antes da compra é essencial. Aproveite que a colheita é planejada bem antes do plantio e analise com calma antes de escolher.

Considere aspectos como a cultura, a terra, a propriedade e o financeiro. E, na dúvida, consulte um(a) engenheiro(a)-agrônomo(a) para te ajudar na decisão.

>> Leia mais: “Moderfrota: veja o que é preciso para conseguir recursos

Qual tipo de colheitadeira você usa na sua fazenda? Quer compartilhar sua experiência com essa máquina? Deixe um comentário abaixo!

Guia completo de manutenção de máquinas agrícolas + planilha grátis

Manutenção de máquinas agrícolas: saiba quais são os principais processos, melhores épocas e cuidados que você deve tomar.

O trabalho em uma propriedade rural é baseado no uso das mais diversas máquinas

O uso inadequado do maquinário pode gerar custos desnecessários e queda de produtividade. Por isso, existem três tipos de manutenção que você pode e deve fazer: preditiva, preventiva e corretiva.

Quer conhecer todas elas e garantir uma ótima manutenção?

Neste artigo, confira os principais procedimentos de manutenção e tudo o que você precisa saber para manter sua frota em dia. Boa leitura!

Principais usos das máquinas agrícolas

São várias as atividades agrícolas que podem ser efetuadas por máquinas e implementos:

  • Preparo de solo: essa etapa consiste em revolver, descompactar, nivelar e fazer sulcos de plantio. As máquinas utilizadas são subsolador, grade, arado, sulcador;
  • Correção do solo e adubação: consiste em corrigir as propriedades químicas do solo por meio de adubos, gessagem e calagem. As máquinas utilizadas são carretas, calcareadoras, adubadoras;
  • Plantio: consiste em semear (no caso de sementes) ou plantar (no caso de plântulas ou toletes). As máquinas utilizadas são semeadoras e plantadoras;
  • Controle de plantas daninhas: consiste em diminuir ou eliminar a população de plantas que podem competir com a cultura de interesse. As máquinas utilizadas são roçadeiras, enxada rotativa, pulverizadores;
  • Controle de pragas e doenças: consiste em controlar a população de pragas e doenças que podem diminuir a produtividade das culturas. As máquinas utilizadas são pulverizadores, fumigadores, atomizadores;
  • Colheita: consiste em tirar do campo o produto agrícola de interesse como grãos, frutos ou plantas inteiras. As máquinas utilizadas são colhedora de grãos e ensiladora.

Além dos implementos mencionados, o trator agrícola  é uma máquina que está envolvida em todas essas atividades. 

Manutenção de máquinas agrícolas. Foto de vários tipos diferentes de máquinas, como trator, colhedeira de grãos, enxada rotativa, etc.

Exemplos de implementos agrícolas

(Fonte: Adaptação feita pelo autor)

Pra que serve a manutenção de máquinas agrícolas

As máquinas agrícolas podem ser muito caras e necessitar de alto investimento. 

Por isso, devem ser cuidadas e preparadas para o trabalho. Essa é uma forma de aumentar sua vida útil.

É importante  que o maquinário esteja sempre disponível e que apresente o menor número de falhas durante o funcionamento. Assim, suas tarefas na lavoura não serão atrasadas.

A manutenção prepara a máquina para estar em perfeitas condições de uso e diminui os riscos de problemas durante a atividade no campo. 

Isso aumenta a eficiência dos processos e evita perdas da sua cultura, de combustível, de tempo, de mão de obra e de insumos. Além disso, você garante um menor custo operacional das máquinas.

Porém, é importante lembrar que nem toda manutenção deve ser feita a qualquer momento. Veja um pouco mais sobre isso em seguida.

Épocas ideais para a manutenção de máquinas agrícolas

Os maquinários agrícolas são demandados em diferentes épocas do ano ou do ciclo das culturas. Pensando nisso, sempre planeje a manutenção de algumas máquinas enquanto outras estão em uso.

Por exemplo: arados e sulcadores são mais utilizados na época de estiagem, antes do plantio. 

Semeadoras são necessárias no início da safra e antes da implantação da safrinha. As colheitadeiras precisam estar disponíveis no final do ciclo das culturas

Seguindo esse exemplo, você pode planejar a manutenção das semeadoras durante o uso das colheitadeiras. Assim, para a próxima semeadura, elas estarão prontas e disponíveis.

O planejamento das épocas também deve acontecer de acordo com o tipo de manutenção. Elas são três:

Manutenção preventiva das máquinas

Esse tipo de manutenção é feito de tempos em tempos, em intervalos definidos pelos manuais das máquinas.

O objetivo é verificar o estado geral de componentes da máquina, fazer sua troca e prevenir falhas e danos ao seu maquinário. Esse tipo de manutenção pode e deve ser planejada.

As manutenções preventivas mais comuns são, normalmente, as seguintes: 

  • verificação de filtros e níveis de fluido de refrigeração;
  • lubrificação;
  • condição de pneus;
  • checar nível de combustível;
  • identificar possíveis bloqueios ou vazamentos em sistemas de circulação de ar ou fluido;
  • lubrificação de sistemas móveis;
  • verificação da fixação de peças, etc.

Apesar da manutenção preventiva evitar as manutenções corretivas, elas também podem gerar gastos desnecessários. Isso principalmente porque o desgaste ou estados de algumas peças podem depender do tipo de atividade e não apenas das horas de uso indicadas no manual.

Para evitar esse problema, a manutenção preditiva pode ser uma solução.

Manutenção preditiva das máquinas

A manutenção preditiva procura predizer a possibilidade de falhas dos sistemas de máquinas agrícolas baseados em informações provenientes de equipamentos de análise.

Por ser feita baseada em marcadores mais confiáveis, ela aumenta a confiabilidade do maquinário. Isso diminui a necessidade de manutenções corretivas e a execução de manutenções preventivas não necessárias.

Esse tipo de manutenção ainda não é muito utilizada em máquinas agrícolas, mas deve ser implementada de acordo com a possibilidade.

Elas são bastante utilizadas, por exemplo, em veículos de passeio ou de transporte, por meio de equipamentos de telemetria como:

  • ultrassom;
  • sensores de vibração;
  • escaneamento de central de injeção eletrônica;
  • testes de bateria;
  • termografia.

Manutenção corretiva das máquinas

Ela é feita quando um problema surge durante a operação da máquina. Nesses casos, é necessária a intervenção imediata.

Essa manutenção é crítica, afinal, pode causar perdas e diminuição da eficiência da atividade. Por exemplo, algumas falhas que podem gerar manutenções corretivas são:

  • sobretemperatura de motores;
  • falta de líquido de lubrificação;
  • peças emperradas ou soltas;
  • pneus murchos;
  • sistemas de ar ou fluidos bloqueados;
  • falha elétrica;
  • baterias descarregadas, etc.

É muito importante ter à disposição peças de reposição, ferramentas, equipamentos e mão de obra para a execução dessa manutenção. Assim, caso a manutenção seja necessária, o tempo de inatividade da máquina será menor.

Principais manutenções de máquinas agrícolas

Cada tipo de maquinário apresenta um nível de tecnologia e demanda um tipo de manutenção. 

Quanto maior o nível de detalhes e de peças da máquina, maior será a necessidade e a quantidade de manutenções a serem executadas.

Por isso, é normal que a atividade de manutenção em um semeadora-adubadora seja muito mais detalhada que em um arado simples.

Além disso, o tipo de manutenção dependerá da composição da máquina e se ela tem motores, sistemas hidráulicos, peças móveis, etc. 

Veja quais são as atividades mais comuns:

  • Troca de filtros de ar, óleo e combustível;
  • Verificação de níveis de água, fluidos e combustíveis;
  • Lubrificação de peças móveis;
  • Calibragem das condições de pneus e fixação de rodados;
  • Limpeza e desbloqueio de sistemas de circulação e/ou injeção de ar ou líquidos;
  • Detecção de vazamentos em tubulações;
  • Isolamento e conectividade de sistemas elétricos;
  • Teste de sistemas de freio e movimentação.

Cuidar da manutenção de máquinas não é uma tarefa fácil, sobretudo em fazendas com frota grande. Você e a equipe responsável pelo maquinário devem estar sempre na mesma página quanto aos status de manutenção.

A tecnologia pode e deve ser sua aliada nesses momentos. Por isso, separamos para você uma planilha para gerenciar a manutenção das suas máquinas de forma simples e intuitiva.

Com ela, você pode ficar sempre por dentro do que foi feito e do que precisa ser ajustado em cada máquina. Clique na imagem abaixo para baixar:

Banner da planilha de manutenção de máquinas

Cuidados a serem tomados na manutenção

Há uma série de cuidados que devem ser tomados na execução da manutenção. Esses cuidados garantem:

  • segurança de quem estiver envolvido na atividade;
  • o bom uso de ferramentas e insumos;
  • a integridade da máquina;
  • a eficiência da atividade,

Estas são algumas boas práticas importantes de serem verificadas durante a manutenção:

  • Executar manutenção sempre com as máquinas e implementos desligados;
  • Verificar a fixação da máquina em caso de necessidade de elevação do maquinário;
  • Uso de peças originais ou similares de boa qualidade;
  • Uso de insumos de qualidade e de ferramentas adequadas;
  • Controle de estoque e armazenamento de insumos para evitar indisponibilidade;
  • Planejar uma janela de tempo adequada para a execução do serviço;
  • Buscar mão de obra especializada caso não haja um  especialista na propriedade;
  • Seguir sempre o manual do fabricante;

Conclusão

Ter um maquinário sempre em bom estado e disponível para as atividades da propriedade pode definir o sucesso do seu negócio. Porém, são inúmeras as atividades que precisam ser organizadas em conjunto.

O gerenciamento de manutenções de um número grande de máquinas pode ser bastante confuso e complicado. 

Isso pode causar indisponibilidade de máquinas, gerar atrasos e perdas na atividade, além de diminuir a eficiência da propriedade. 

Por isso, conte com ferramentas como a planilha disponibilizada no artigo para tornar esse processo mais simples e intuitivo.

Como você faz a manutenção de máquinas agrícolas? Ficou com alguma dúvida? Adoraria ler seu comentário!

10 passos para uma manutenção de tratores eficiente

Manutenção de tratores: conheça os tipos, as melhores épocas para se fazer, como gerenciar, organizar a frota e muito mais!

Os tratores agrícolas são máquinas indispensáveis para quem produz. 

Eles são usados em várias atividades na propriedade e precisam estar sempre prontos para a tarefa.

Como toda máquina ou automóvel, o trator também necessita de manutenção. Ela é  necessária para diminuir a depreciação das máquinas e evitar problemas.

Neste artigo, você verá tudo sobre a manutenção dos tratores agrícolas e sua composição! Boa leitura!

Pra que serve a manutenção de tratores agrícolas?

Os tratores agrícolas, por realizarem tarefas muito desgastantes, precisam de manutenção constante.

Esse trabalho é crucial em diversos pontos, como: 

  • aumentar a vida útil do trator;
  • diminuir gastos desnecessários;
  • manter a eficiência da atividade executada;
  • diminuir o custo de consertos;
  • menor custo com abastecimento das máquinas;
  • dar mais segurança a quem realiza as operações.

Além disso, esses serviços evitam que seus tratores não estejam disponíveis para as atividades. 

As falhas e atrasos nas atividades também diminuem. Isso aumenta a eficiência geral da atividade, já que o trator precisa de menos tempo para cumprir uma tarefa. 

Composição de um trator agrícola

O trator agrícola é composto de partes externas e internas. Ele pode ser detalhado nos sistemas a seguir:

  • Carenagem, lataria ou carroceria: protege o motor e os sistemas acessórios;
  • Cabine: local de trabalho de quem opera os comandos e controle da máquina;
  • Chassi: é a parte de sustentação do trator, sobre a qual a carroceria é montada. É uma parte bastante robusta;
  • Motor: gera potência para o trabalho e a movimentação da máquina;
  • Rodado: é o sistema de rodas, normalmente divididas em rodas de direção ou rodas motrizes; 
  • Sistemas Acessórios: são os sistemas hidráulico, de direção, de transmissão, alimentação, elétrico, de lubrificação, de arrefecimento ou refrigeração.
Manutenção de tratores: foto mostrando as partes do trator: motor, cabine, carenagem, chassi e rodado..

Esquema geral de partes de um trator 

Fonte: (adaptado de Navarra)

Tipos de manutenção de tratores

A manutenção de tratores pode ser feita em diversas épocas do ano ou do ciclo agrícola. Elas são definidas de acordo com o momento em que são executadas.

Manutenção preventiva

Esse tipo de manutenção é feita de tempos em tempos, em intervalos definidos pelos manuais das máquinas.

Seu objetivo é verificar o estado geral de componentes do trator. Assim, as trocas podem ser feitas preventivamente, evitando falhas e danos ao trator.

Manutenção preditiva

Essa manutenção se baseia nas condições de marcadores como filtros, óleos e peças.

Ela evita que problemas inesperados ocorram entre os intervalos de manutenções preventivas.

Manutenção corretiva

A manutenção corretiva é feita quando um problema surge durante a operação da máquina. Ou seja, quando é necessária uma intervenção imediata.

Cada uma dessas prevenções tem um papel diferente e um impacto maior ou menor na eficiência da máquina. 

Melhor época para fazer a manutenção de tratores agrícolas

As manutenções preventivas e preditivas devem ser programadas para as épocas em que a necessidade do uso de trator seja menor. Por exemplo, nos períodos de entressafra

Essas manutenções, quando bem executadas, irão diminuir necessidade de correções. Agora, veja as atividades de manutenção e a recomendação de horas para sua execução.

Manutenção diária 

Diariamente, você precisa:

  • Checar o nível de água do radiador;
  • Checar o nível de óleo do motor;
  • Checar o nível de óleo da transmissão;
  • Avaliar a condição dos freios;
  • Drenar o sedimentador;
  • Drenar filtros de combustível;
  • Lubrificar o trator.

Manutenção semanal

A cada semana, é necessário:

  • Verificar correias;
  • Verificar o sistema elétrico;
  • Conferir o nível de óleo dos sistemas hidráulicos e de transmissão;
  • Checar e ajustar a pressão dos pneus.

Manutenção mensal

As tarefas mensais são menores. São elas:

  • Trocar o óleo lubrificante do motor e filtro;
  • Conferir o nível de óleo bomba injetora.

Manutenção semestral

A cada semestre, você precisa fazer as seguintes operações:

  • Desmontar as rodas e engraxamento;
  • Substituir a água do radiador e limpá-lo;
  • Substituir os filtros de combustível;
  • Checar o filtro primário (pré-filtro);
  • Conferir o filtro secundário (de combustível).

10 passos para uma manutenção de tratores completa

O trator é dividido em partes e sistemas. Cada um desses sistemas precisa de manutenções específicas. Confira a seguir:

1. Manutenção do sistema elétrico

O sistema elétrico fornece energia elétrica para os demais sistemas de controle do trator. Ele é composto por alternador, bateria, fiação, indicadores do painel e lâmpadas. Nesse sistema, é preciso:

  • Avaliar o estado dos cabos e conectores;
  • Checar o nível de água de fluido da bateria;
  • Analisar o estado e tensão da correia do alternador.

2. Manutenção do sistema de combustível

Esse sistema faz o transporte de combustível do tanque e sua injeção no motor. Ele é composto por tanque de combustível, tubulação, bomba, injetores e filtros. Nele, você precisa:

  • Drenar o copo sedimentador;
  • Trocar o filtro de combustível;
  • Verificar a presença de vazamentos na tubulação;
  • Conferir o estado geral e entupimentos da bomba de injeção.

3. Manutenção do sistema de resfriamento do motor

Esse sistema é responsável pelo controle da temperatura do motor. É composto por radiador e tampa, termostato, ventilador, bomba de água e mangueiras. Você precisa:

  • Limpar o radiador;
  • Conferir o nível da solução de arrefecimento;
  • Trocar os aditivos do líquido de arrefecimento;
  • Conferir vazamento na tubulação ou tampa do radiador;
  • Analisar o funcionamento e tensão da correia da ventoinha.

4. Manutenção do sistema de ar

Ele é responsável pela alimentação de ar para o motor, permitindo a combustão. É composto por pré-filtro e filtro, turbo compressor, coletor e válvulas de admissão. Você deve:

  • Fazer a regulagem de válvulas;
  • Verificar a pressão de ar;
  • Conferir a integridade dos dutos de transporte;
  • Fazer a limpeza ou troca de filtros.

5. Manutenção do sistema de lubrificação do motor

Ele diminui o atrito e desgaste das peças do motor. É composto por cárter, bomba de óleo, filtro e dutos. Os pontos de manutenção são:

  • Conferir nível e qualidade do óleo;
  • Ver a necessidade de troca de filtros;
  • Identificar a presença de vazamentos.

6. Manutenção do sistema de transmissão

Esse sistema transforma a energia produzida no motor para o sistema de rodado. É composto por embreagem, caixa de marchas, conjunto coroa/pinhão, diferencial e redução final. Os pontos de manutenção são:

  • Checar e trocar óleo;
  • Checar e trocar filtros;
  • Averiguar a presença de vazamentos;
  • Fazer a limpeza de respiros.

7. Manutenção do sistema hidráulico

Esse sistema fornece potência para sistemas de direção, freio e levante do trator. É composto por bomba hidráulica, reservatório de óleo, válvulas e atuador motriz. Aqui, você deve:

  • Conferir nível e qualidade do óleo;
  • Checar necessidade de troca de filtros;
  • Analisar a presença de vazamentos e atuação de válvulas;
  • Acoplar mangueiras.

8. Manutenção do sistema de rodado

O sistema é responsável pela movimentação do trator através da potência gerada pelo motor. É composto por aro, pneu e componentes de fixação. Nesse sistema, você deve:

  • Calibrar e conferir o estado de conservação dos pneus do trator;
  • Reapertar componentes de fixação ao eixo;
  • Conferir níveis de patinagem.

9. Manutenção do sistema de freios

O sistema controla a velocidade do trator. É composto por pedais, cabos, discos e reservatórios de fluidos. Nele, você deve: 

  • Conferir a altura dos pedais;
  • Analisar a qualidade e nível do fluido;
  • Acionar os freios.

10. Manutenção da lubrificação

A lubrificação diminui o atrito entre partes móveis do seu trator. Por isso, você deve aplicar graxa periodicamente, sempre que necessário.

Gerenciamento e organização da manutenção de tratores

O gerenciamento da manutenção pode ser feito por meio de planilhas baseadas nas recomendações dos manuais de trator. 

Porém, contar com softwares de gestão agrícola pode ser uma saída muito mais prática. O Aegro, por exemplo, permite que você ative lembretes de manutenção e faça uma checklist das atividades previstas. 

alerta de manutenção no Aegro

Fazer a manutenção dos seus tratores é mais fácil com o Aegro

Fonte: (Aegro)

Assim, você evita esquecimentos e aumenta a eficiência desse processo.

Além disso, é importante que seus funcionários tenham acesso a cursos sobre a manutenção de tratores. Isso dará à sua equipe maior capacidade de solução de problemas.

Os gastos desnecessários e falta de maquinário em etapas cruciais do ciclo da cultura também serão evitados dessa forma.

Além disso, não se esqueça de organizar o estoque para não faltarem ferramentas e peças de reposição para as manutenções.

Conclusão

Ter um maquinário sempre preparado para uso é essencial para o sucesso do manejo da sua lavoura. 

A manutenção bem executada e no tempo correto evita atrasos e possíveis perdas na lavoura. Isso também diminui custos desnecessários e evita desperdícios.

Além disso, você pode aumentar o rendimento e vida útil da máquina

Não se esqueça de fazer um bom controle do seu estoque de peças e de gerenciar bem as atividades de manutenção das máquinas. Na dúvida, sempre procure um profissional.

>> Leia mais: “Renagro: como funcionará o registro nacional de tratores e máquinas agrícolas”

E você? Como costuma se organizar para fazer a manutenção de tratores na sua propriedade? Segue todos os passos citados no artigo? Adoraria ler seu comentário!

Otimize seu maquinário com piloto automático agrícola

Piloto automático agrícola: entenda como funciona o sistema de máquinas automáticas e a possibilidade de uso em sua propriedade

A atividade agrícola deve ser executada da maneira mais profissional possível

Isso inclui o uso eficiente de recursos, máquinas, combustível, tempo e mão de obra. Os avanços tecnológicos fizeram com que muitas dessas atividades fossem automatizadas na agricultura. 

A automação agrícola envolve desde as práticas técnicas de campo até a gestão de pessoas. O piloto automático agrícola é um bom exemplo.

Neste artigo, confira os tipos de sistemas de piloto automático, quais operações podem ser realizadas com eles e muito mais! Boa leitura.

O que é o piloto automático agrícola?

O piloto automático das máquinas agrícolas funciona como um carro de controle remoto.  Isso quer dizer que o controle da máquina é remoto. Ou seja, não há contato direto do operador.

Porém, há uma diferença: um carro por controle remoto conta com um operador.

Na máquina em piloto automático, a operação acontece praticamente sem intervenção humana. Isso acontece através de uma série de processos.

A direção de deslocamento, velocidade, tempo de movimento e as paradas são coordenados com parâmetros pré-estabelecidos. A atividade a ser executada também é considerada.

Essa tecnologia também é chamada maquinário autônomo.

A evolução dos sistemas de piloto automático

Os sistemas de piloto automático começaram a se tornar possíveis a partir da década de 1990. O surgimento do GPS foi o motivo. 

A partir daí, as máquinas foram sendo adaptadas para executar de maneira automática algumas atividades. Por exemplo, andar em linha reta e seguir um trajeto pré-definido.

O papel do operador era diminuído, mas ainda necessário para atividades como: 

  • alinhamento da máquina no início do circuito;
  • controle de acionamento e levantamento do implemento acoplado;
  • manobra de retorno;
  • realinhamento à nova rota.

Alguns sistemas ainda são utilizados, baseando-se em sinais luminosos no campo ou na própria máquina. O objetivo é guiar o deslocamento do trator.

Porém, outros avanços nos últimos anos permitem que o piloto automático seja cada vez menos dependente da operação humana.

Como funciona o sistema de piloto automático?

A tecnologia de piloto automático se baseia em um sistema de georreferenciamento, como o GPS. 

A interação entre esse sistema e o sistema de controle da máquina e do implemento também são importantes.

Para isso, o sistema apresenta uma quantidade mínima de componentes:

Ilustração de máquina em preto e branco, com lupas em peças específicas

Componentes do sistema de piloto automático de um trator 

Fonte: (USP)

  • Antena (a): a antena recebe o sinal de georreferenciamento através do GNSS (Sistema de navegação global por satélites);
  • Computador (b): o computador de bordo contém o software. Através dele, é possível ajustar a rota, controlar o sistema de operação da máquina e do implemento de acordo com o sinal da antena;
  • Sensor de inércia (c): notifica oscilações e também faz a compensação da inclinação vertical;
  • Atuador da direção (d): adéqua e equaliza as rotas do trator e do implemento;
  • Sensor de esterçamento (e): acoplado às rodas do trator, permite controle automático do esterçamento da máquina.

Tipos de sistema de piloto automático

Existem dois tipos básicos de sistemas e estes são definidos de acordo com a interação entre a máquina e o implemento agrícola:

1. Sistemas passivos

Nesses sistemas, a rota é traçada baseada no deslocamento e posicionamento do implemento agrícola. 

A roda do trator é adequada para que o implemento avance de maneira correta.

Nos sistemas passivos, o trator e o implemento seguem rotas diferentes. Por isso, podem ocorrer danos em partes do cultivo pelo trator, principalmente em operações de tratos culturais.

2. Sistemas ativos

Nesses sistemas, o controle de posicionamento é feito com o trator e o implemento seguindo a mesma rota. Assim, há um maior controle sobre o deslocamento.

Nos sistemas ativos, há a necessidade de atuadores na máquina ou no implemento, ajustando suas rotas. 

Esses atuadores são normalmente mecânicos, elétricos ou hidráulicos.

Quais operações podem ser feitas com essa tecnologia?

A maior parte das atividades que envolvam tratores ou implementos agrícolas podem ser adaptadas para o uso de piloto automático

A possibilidade de ter uma máquina autônoma depende da capacidade de adequá-la para a tarefa.

O uso de máquinas com piloto automático pode ser feito para as seguintes tarefas:

  • Preparo do solo: essas máquinas podem ser usadas em conjunto com mapas de inclinação e fertilidade da área. Atuam tanto no preparo quanto na correção nutricional do solo;
  • Plantio: o piloto automático evita a sobreposição de plantio ou áreas vazias. Além disso, há melhor controle no número de sementes por área, melhorando o estande inicial;
  • Aplicação de produtos fitossanitários: o uso de piloto automático pode gerar uso mais eficiente de insumos e evitar toxicidade. Ele não permite a sobreposição de áreas. Além disso, permite que os produtos sejam aplicados em horários alternativos, com condições climáticas ideais.
  • Colheita: na colheita, o uso de máquinas autônomas pode evitar o amassamento de plantas e danos ao cultivo. Além disso, a velocidade é mais uniforme e evita perdas.
Foto de painel de bordo de máquina com piloto automático: é possível ver uma ilustração da lavoura com uma linha reta e uma seta vermelha, que indica o trajeto a ser feito pela máquina

Exemplo de tela de computador de bordo de máquina com piloto automático 

Fonte: (Hexagon)

Vantagens de utilizar o piloto automático

Existem diversas razões para investir e utilizar a tecnologia de piloto automático e máquinas autônomas. 

A maioria está relacionada ao aumento da eficiência e qualidade do serviço. A redução de custos ao longo prazo também é uma forte vantagem.

Mas existem outras:

  • Diminuição de falha humana;
  • Menor fadiga do operador;
  • Possibilidade de atuação sob baixa visibilidade devido à escuridão ou neblina;
  • Eficiência de aplicação e diminuição da sobreposição de áreas;
  • Maior homogeneidade da lavoura;
  • Diminuição do tempo de atividade e do gasto de combustíveis;
  • Redução na ociosidade do maquinário;
  • Menor possibilidade de dano à cultura ou ao maquinário;
  • Possibilidade de integração com outras técnicas de agricultura de precisão.

 Desvantagens do piloto automático agrícola

Apesar de todas as vantagens, o sistema de piloto automático exige um alto investimento.

Você também precisa de treinamento específico para uma boa utilização e aproveitamento de todas essas vantagens.

Há várias opções de marcas e modelos, com diferentes preços. Você deve verificar a viabilidade e o melhor sistema para seu maquinário.

Além disso, é importante incluir investimentos em maquinário e formação de pessoal antes de implementar o sistema.

Ao se decidir pela aquisição e uso dessa tecnologia, informe-se com o vendedor sobre as necessidades de instalação e calibragem do sistema em seu maquinário. 

Além disso, informe-se sobre custos dessas tarefas, caso não estejam incluídos.

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Conclusão

O uso de tecnologias de automação são prioridades em tarefas relativas ao cultivo e à gestão da propriedade.

As máquinas autônomas já são uma realidade no Brasil, e você também pode ter essa tecnologia na sua lavoura.

Isso poderá trazer grandes vantagens, como a redução de custos e maior facilidade no trabalho. Vale a pena considerar esse investimento na lavoura.

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E você, já usa piloto automático agrícola na sua fazenda? Notou facilidade no seu trabalho no campo? Adoraria ler seu comentário!