About Luis Gustavo Mendes

Sou Engenheiro Agrônomo e Licenciado em Ciências Agrárias pela Esalq/USP em Piracicaba-SP. Mestre em Engenharia de Sistemas Agrícolas, tema "Agricultura de Precisão" na mesma Instituição. Atualmente sou professor e empreendedor.

Veja o desenvolvimento da sua lavoura com imagens de satélite na agricultura

Imagens de satélite na agricultura: Como a visualização do desenvolvimento da sua lavoura te ajuda no manejo, na redução de custos e no aumento da rentabilidade.

É evidente a utilização das imagens de satélite na agricultura, sejam elas gratuitas ou pagas.

Mas é também fundamental que cada produtor rural saiba qual a melhor imagem e sensor a ser utilizado nas suas áreas.

Com isso, é possível conseguir um relatório do status da sua lavoura em tempo real ou até mesmo contar o gado por meio de imagens de satélites.

Veja neste artigo como utilizar as imagens de satélite na agricultura e mais! 

Como as imagens de satélite têm auxiliado os agricultores

Com inúmeros sensores acoplados nos satélites já é possível identificar pragas nas lavouras, variedades diferentes de solo, reboleiras de nematoides, além de vários outros produtos.

O que muitos agricultores não sabem é que existem diversas bibliotecas com históricos de imagens que são gratuitas e passíveis de serem utilizadas em suas propriedades.

Com a utilização das imagens de satélite na agricultura, os estudos das lavouras podem ficar muito mais assertivos.

Utilização de imagens de satélite na agricultura

Para identificação de potenciais de biomassa dentro das lavouras, os agricultores podem utilizar imagens gratuitas dos satélites Sentinel-2A ou Sentinel-2B, por exemplo.

imagens de satélite na agricultura

(Fonte: EngeSat)

Os satélites Sentinel-2A e Sentinel-2B são parte de uma missão imageadora multispectral, ou seja, possuem uma grande quantidade de bandas em diversos comprimentos de ondas.

O que isso significa? Com a utilização de algumas bandas combinadas, ou não, é possível obter mapas de:

  • Vegetação
  • Solos
  • Umidade
  • Rios e Áreas Costeiras

Esses satélites fazem parte do Programa Global Monitoring for Environment and Security, administrados pela Comunidade Européia e ESA.

Os satélites Sentinel possuem pixels de tamanho 10 m para as bandas RGB e infravermelho próximo, contando com imagens desde junho de 2015 em seu banco de dados.

Sensibilidade Espectral

Sensibilidade Espectral: O Instrumento MSI a bordo do Sentinel-2  gera 13 bandas espectrais
(Fonte: EngeSat)

Devido à alternância das órbitas dos dois satélites do programa, a frequência de imagens é de cerca de 5 dias de revisita, sendo estes satélites uma solução para confecção de mapas de biomassa de vegetação.

Ambos os satélites possuem os mesmos sensores e são excelentes ferramentas para utilização na agricultura.

índice de vegetação NDVI

(Fonte: Agricolus)

O NDVI  é o índice de vegetação da diferença normalizada (Normalized Difference Vegetation Index). Para confecção dos mapas de NDVI utilizando as bandas dos satélites Sentinel a equação correta é:

NDVI =
(banda 8 – banda 4)
(banda 8 + banda 4)

Saiba mais sobre o NDVI e seus mapas neste artigo: O que são mapas NDVI e como consegui-los de graça para sua fazenda

Mapas de altimetria

Também é possível a criação de mapas de altimetria utilizando monitoramento por satélite.

Existem satélites em órbita que possuem radares capazes de mapear a altimetria do terreno.

O satélite Alos Palsar – artificial japonês – lançado em janeiro de 2006, possui um radar com pixel de 12,5 m.

imagens de satélite na agricultura

(Fonte: ALOS PALSAR)

ALOS significa Advanced Land Observing Satellite, satélite avançado de observação terrestre e PALSAR Phased Array type L-band Synthetic Aperture Radar, radar de abertura sintética para observação terrestre diurna e noturna.

Com este satélite é possível a confecção de mapas de altimetria com imagens de radar de 2006 a 2011 da superfície terrestre.

O seu processamento em softwares SIG (Sistema de Informação Geográfica) pode gerar modelos de elevação, mapas 3D e relevo de cada propriedade.

(Fonte: IDEChile)

Esses mapas de altimetria não devem ser utilizados para geração de curvas de nível, uma vez que a precisão altimétrica não é suficiente devido ao tamanho do pixel.

Por outro lado, este tipo de mapeamento pode ser usado para planejamento de áreas para plantio e colheita mecanizada, construção de reservatórios de água e afins.

Para confecção de mapas de curvas de nível como cana de açúcar, por exemplo, devem ser contratados equipamentos com melhores precisões, tais quais GPS geodésicos, níveis de precisão ou estação total.

Imagens de satélite na agricultura para comprar

Além das imagens gratuitas, muitas empresas possuem pacotes de imagens pagas que já vêm prontas para o processamento de imagens ou até já processadas.

Os satélites Dove, Rapideye, Planet, Plêiades, entre outros presentes no mercado, possuem melhores resoluções espaciais e temporais quando comparados com os satélites da linha Sentinel

Classificação elaborada em base ao melhor produto que cada satélite oferece

Classificação elaborada em base ao melhor produto que cada satélite oferece 
(Fonte: Engesat)

Os satélites Dove e Rapideye chegam a apresentar resolução temporal de um dia e resoluções espaciais da ordem de 0,3 m, uma vez que possuem câmeras e sensores melhores que do satélite Sentinel.

Com constelações de maiores números de satélites, as resoluções temporais e espaciais apresentam, de maneira geral, melhores resultados que os satélites gratuitos.

As bandas mais utilizadas na agricultura são RGB e IV, usadas para confecção de produtos como mapas de biomassa, mapas atuais das propriedades, mapas de reboleiras, entre outros.

Além destas, outras bandas podem ser utilizadas dependendo do produto de interesse de cada agricultor.

Alguns índices de vegetação utilizados para identificação de densidade de vegetação e teor de clorofila
(Fonte: Sensix)

Os sensores mais utilizados desses dois satélites possuem pixels de 3 a 5 m, gerando mapas com boas resoluções para auxílio na identificação de alvos de interesse e auxílio na tomada de decisão nas fazendas.

>> Leia mais: Saiba as vantagens da Cafeicultura de Precisão e como aplicá-la

Custo de imagens de satélite na agricultura

O custo das imagens de satélite podem variar de acordo com os mapas e sensores de interesse. 

Geralmente, o orçamento possui uma área mínima de cobertura que pode variar de 25 km² a 100 km², porém é possível a contratação de pacotes de imagens que permitem o processamento de determinada área ao longo do ano.

O preço de cada imagem de satélite pode variar de mil a cinco mil reais, ou mais, dependendo do tipo de imagem e resolução de interesse.

Existem algumas empresas que vendem estes pacotes de imagens aqui no Brasil e você pode enviar o perímetro da sua fazenda para solicitar uma cotação, como:

Imagens de satélite atualizadas

Já é possível a realização do mapeamento das fazendas utilizando imagens provenientes de satélites.

Aliás, dependendo da qualidade do satélite utilizado se pode mapear os talhões da fazenda toda do escritório, sem a necessidade da ida ao campo.

Engesat

(Fonte: Engesat)

O levantamento dos hectares produtivos de cada porção da fazenda pode auxiliar os produtores no planejamento agrícola. 

Pulverizações, semeaduras, quantia demandada de sementes e insumos já é possível de ser calculada utilizando apenas um mapeamento.

Aos que ainda não possuem muita habilidade em processamento de mapas, o Google Earth é um programa gratuito.

Você pode baixar e instalar o Google Earth Pro no seu computador e começar a mapear suas áreas hoje mesmo!

Uma vez que sabemos quantos hectares serão pulverizados, semeados ou adubados, fica simples o planejamento dos insumos de forma otimizada.

Integrando imagens de satélite à gestão agrícola

Como comentamos ao longo do artigo, existem diversas formas de realizar o sensoriamento remoto de uma lavoura.

Você pode, por exemplo, comprar pacotes de imagens de tempos em tempos para monitorar a evolução da safra.

Mas uma alternativa ainda mais eficiente é contratar ferramentas completamente integradas à sua gestão rural, como o Aegro Imagens.

Essa solução garante acesso contínuo a mapas atualizados da sua propriedade. Com ela, você recebe novas imagens do satélite Sentinel-2 em uma frequência de 3 a 5 dias.

YouTube video player

Nas imagens, é possível ver o Índice Vegetativo (NDVI) da plantação. Ao identificar uma área problemática, você consegue gerar observações georreferenciadas para que uma vistoria seja feita no local.

Além disso, as imagens de satélite ficam organizadas em uma linha do tempo e podem ser analisadas juntamente com o histórico das operações agrícolas realizadas em cada talhão.

Assim, fica fácil de acompanhar se as suas atividades de manejo estão gerando o resultado desejado no desenvolvimento do cultivo.

Como consequência, o mapeamento por satélite se torna mais uma ferramenta estratégica dentro do seu planejamento de safra, ajudando você a tomar decisões mais assertivas.

Peça uma demonstração gratuita do Aegro Imagens e simplifique o uso de imagens de satélite no dia a dia da sua fazenda.

Sensoriamento remoto em agricultura e futuro das imagens de satélite

O uso do sensoriamento remoto não é um assunto tão recente quanto muitos pensam.

Nos dias atuais, frente a computadores com maior capacidade de processamento e de cobertura de grandes áreas, a utilização na agricultura está se popularizando.

Assim, o uso e cobertura das imagens de satélite é maior se comparadas com drones, porém cada tecnologia possui seus benefícios.

Com o lançamento de nanossatélites, balões atmosféricos, drones e aviões, o sensoriamento remoto estará cada vez mais presente nas propriedades brasileiras.

Dessa forma, no futuro será possível identificar e atuar rapidamente em larga escala no combate a pragas, doenças e deficiências nutricionais das plantas.

A possibilidade de processamento dos dados ainda em voo por meio dos drones e aviões otimizará as aplicações.

Um bom planejamento agrícola das tecnologias utilizadas durante a safra é essencial para o aumento dos lucros das fazendas.

Como resultado, as imagens de satélite associadas com conceitos de agricultura de precisão ajudarão os produtores rurais a tornarem suas atividades mais rentáveis e sustentáveis.

guia - a gestão da fazenda cabe nos papéis

Conclusão

Sejam imagens de maior resolução ou não, as imagens de satélite na agricultura estão auxiliando muito no entendimento das lavouras.

No futuro teremos um maior número de nanossatélites orbitando ao redor do nosso planeta.

A tendência é o surgimento de maiores camadas de informação e mapas que facilitem as tomadas de decisões nas propriedades agrícolas.

Com relatórios e informações mais assertivas, o aumento das eficiências produtivas são evidentes.

>> Leia mais:

“Como o mapeamento de fertilidade do solo pode gerar economia na fazenda”

“Como a agricultura digital facilita e otimiza o planejamento da próxima safra”

“Como usar imagens NDVI para melhorar a tomada de decisão na sua lavoura”

Você já utiliza imagens de satélite nas suas propriedades? Sabia que existiam todas essas funções para imagens de satélite na agricultura? Restou alguma dúvida? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Como escolher o melhor trator agrícola para a realidade de sua fazenda

Trator agrícola: veja os principais nas categorias de pequeno, médio e grande porte e mais dicas de como escolher o melhor para sua propriedade

Utilizar uma frota mal dimensionada pode encarecer a operação na propriedade. Além disso, utilizar a máquina errada também pode trazer problemas e prejuízos.

Tratores pequenos e compactos são ideais para o dia a dia no campo. Porém, eles não servem para operações que demandam maiores fontes de potência. 

Por outro lado,  tratores grandes e robustos gastam muito combustível para utilização em atividades cotidianas. Assim sendo, eles podem apresentar custos fixos elevados.

Para te ajudar a escolher o trator agrícola ideal para a sua propriedade, reunimos os melhores tratores agrícolas de cada categoria (pequeno, médio e grande porte), além de te oferecer outras dicas. Boa leitura!

O que é um trator agrícola?

Os tratores agrícolas são máquinas multifuncionais utilizadas em diversas atividades, como na agricultura. O trator agrícola é uma máquina projetada para transformar a energia química em energia mecânica útil para a realização de trabalho.

Essa energia útil pode ser utilizada para as mais diversas funções no campo. Essas máquinas agrícolas podem ser classificadas de acordo com os seguintes critérios: tipos de rodado e chassi. De acordo com os tipos de rodado, eles podem ser:

  • De 2 rodas: chamado também de trator de rabiça, esse tipo de trator necessita que o operador auxilie no processo motriz, caminhando atrás do implemento agrícola;
  • De 3 rodas: mais comumente usado em cultivos em linhas, esse tipo de trator conta com duas rodas traseiras e uma pequena dianteira;
  • De 4 rodas: o mais utilizado na agricultura, ele possui 2 rodas traseiras e duas dianteiras. Esse trator pode ser ainda dos tipos 4RM ou 2RM. Os tratores de 2 RM tem duas rodas traseiras e duas rodas dianteiras menores, apenas para direcionamento. Já o 4RM tem as 4 rodas grandes motrizes;
  • De esteira: são tratores que não tem rodas propriamente ditas, mas sim um sistema motriz baseado em uma esteira.

De acordo com o tipo de chassi, os tratores podem ser classificados em: rígidos ou articulados. Os tratores articulados permitem uma maior transferência de potência do trator para o solo, aumentando a capacidade de tração. 

Porém, eles normalmente apresentam menor versatilidade para acoplamento de implementos e maior dificuldade de manobras.

Tratores Pequenos (até 100 cv)

São conhecidos por serem utilizados em todos os tipos de propriedades por conta da sua versatilidade. Os tratores pequenos são equipamentos mais estreitos, ideais para atividades como cultivo de frutas, granjas e lavouras de café.

Além disso, podem ser acopladas lâminas dianteiras, pulverizadores agrícolas no engate de três pontas ou até mesmo equipamentos de arrasto.

Tratores dessa categoria possuem cerca de 55 cv e 100 cv. Por serem compactos, são muito versáteis e bastante eficientes, seja em peças de reposição como no consumo de combustível. Nessa categoria, os tratores que merecem meu destaque são:

Trator Agrícola: Massey Ferguson 4707 (75 cv)

Esse trator vem se destacando no mercado pela possibilidade de sair configurado cabinado ou não, dependendo da necessidade dos clientes. Esse modelo foi o vencedor da categoria até 100 cv na Agrishow 2021.

Com motor aspirado AGCO Power de 3 cilindros e turbo intercooler, o equipamento merece destaque pela sua capacidade de entrega de potência. Ainda, merece destaque pela grande eficiência no consumo de combustível.

O sistema hidráulico também proporciona fluxo máximo de 65l/min a uma pressão de 200 bar. Ela é ideal para atividades cotidianas de fazendas de silagem e grãos. E, ainda, oferece capacidade de opcional de telemetria para melhor gestão do equipamento.

(Fonte: Vale Rural)

John Deere 5078E (78 cv)

Esse é um trator muito versátil, que pode ser tanto cabinado quanto plataformado. Ele é ideal para realização de grande parte das operações diárias das propriedades de médio porte.

Ele possui um motor aspirado de 4.5L que fornece potência e eficiência em consumo de combustível. Essa característica une desempenho e qualidade durante todo o trabalho.

Para os produtores que adquirirem este equipamento em uma das concessionárias da rede, o fabricante fornece garantia de 3 anos ou 2000h de uso. Isso, é claro, desde que sejam seguidas as manutenções do trator com peças e serviços via concessionário.

Ela também conta com equipamentos passíveis de acoplar lâminas ou carregadores frontais, roçadeiras ou outros acessórios disponíveis. Esses acessórios são compatíveis com os presentes no mercado de máquinas e implementos agrícolas.

(Fonte: John Deere)

Valtra A94 (99 cv)

O Valtra A94 (99 cv) foi vencedor do prêmio “Trator do Ano”, na Agrishow 2019, em sua categoria de até 100 cv. Esse trator também é equipado com um motor aspirado AGCO Power de 3 cilindros e turbo intercooler, destacado pela eficiência e qualidade.

Assim, o Valtra A94 possui controle remoto no acionamento do sistema hidráulico. Ainda, possui a capacidade de acionar duas válvulas a um fluxo máximo de 57l/min com uma pressão de 200 bar.

A caixa de transmissões 12×12 com reversão mecânica ou eletro-hidráulica garantem a eficiência e o alto rendimento. Esse trator também oferece capacidade opcional de telemetria para melhor gestão do equipamento.

Juntamente com o modelo A93F cabinado, eleito o trator especial do ano na Agrishow 2021, eles formam uma linha que tem grande apreço entre os produtores brasileiros.

trator
(Fonte: Valtra)

Tratores médios (100 cv a 200 cv)

Os tratores de médio porte podem variar em 100 cv a 200 cv dependendo da marca e modelo. São tratores com maior potência, melhor capacidade nos sistemas hidráulicos e na maioria dos casos, transmissões com maior durabilidade.

As vazões hidráulicas geralmente ficam em torno de 65 L/min a 120 L/min. É muito importante que você observe o conjunto de trator de implemento que será utilizado na propriedade.

Além disso, a maioria desses tratores também possuem itens de série ou opcionais tecnológicos. Eles asseguram melhorias nas operações realizadas em campo.

Massey Ferguson MF 7719 DYNA-6 (115 cv)

Eleito o melhor trator na categoria entre 100 cv e 200 cv na Agrishow 2021, esse trator é recomendado para uso em diversas culturas agrícolas e em várias condições de campo.

Ele é equipado com motor eletrônico AGCO Power de 6 cilindros e potência de 195 cv. 

É um trator que combina potência, resistência e controle, tendo ótimo aproveitamento para produtividade na lavoura. Por possuir um sistema eletrônico de transmissão, se torna um trator de ótimo controle, sendo bastante versátil para quem produz. 

Além disso, esse motor apresenta a possibilidade de operação combinada com o uso. Ao mesmo tempo, possui dois sistemas dianteiro e traseiro de levante.

(Fonte: Massey Ferguson)

Trator Agrícola: John Deere 6115J (115 cv)

O trator John Deere 6115J possui versatilidade para uso em culturas de grãos, pecuária e em plantação de cana-de-açúcar. Por ter porte médio, ele propicia força e consumo de combustível e, dessa maneira, o resultado é o baixo custo operacional.

Ele pode ser equipado com um pacote de luzes para o trabalho noturno, no qual são instaladas duas luzes de serviço na frente da cabine e duas voltadas para trás sobre os pára-lamas.

Além disso, são equipamentos passíveis de receber soluções de gerenciamento agrícola como piloto automático, telemetria e afins.

(Fonte: John Deere)

Case IH Puma 185 (182 cv)

O trator Case IH Puma 185 faz parte da categoria de linha de média potência. 

É um trator que pode ser utilizado em operações mais pesadas como preparo de solo e até mesmo como semeadora agrícola.

Com cabine ergonômica e amplo campo de visão, esse trator é bem versátil nas diversas operações agrícolas.

Sua transmissão semi-powershift seleciona a melhor marcha para a rotação escolhida e carga tracionada. Isso proporciona economia de combustível e de trabalho nas marchas adequadas.

Outra vantagem desse equipamento é a possibilidade de financiamento via Finame, como alguns de outras marcas.

(Fonte: Case)

John Deere 7200J (200 cv)

Esse trator da John Deere possui suspensão no eixo dianteiro, que aumenta o rendimento da produtividade em 8%. Devido à sua motorização, esse trator é ideal para operações mais pesadas que demandam maior força de tração.

Apesar de ter motores potentes, o sistema de injeção de combustível eletrônico de alta pressão é o Common Rail. Ele garante a melhor eficiência operacional e assegura bom consumo de combustível.

Assim, os tratores dessa linha já saem de fábrica com sistema JDLink e piloto automático. Isso serve para aumentar as eficiências produtivas e melhorar as eficiências operacionais.

Essa linha de tratores também possui um sistema conhecido como IMS (Sistema de Gerenciamento do Implemento), que permite gerenciar até 5 comandos:

  • Avanço das marchas;
  • Bloqueio do diferencial;
  • Tração dianteira;
  • Levante hidráulico;
  • TDP (Tomada de Potência).

Além disso, a série também possui opções canavieiras que contam com ajustes de bitolas de até 3 m. Isso evita o amassamento da soqueira de cana.

(Fonte: John Deere)

Tratores Grandes (acima de 200 cv)

Os tratores de grande porte devem ser comprados com bastante cuidado. Eles possuem grande fonte de potência e a sua ociosidade pode encarecer os custos da fazenda.

São tratores que variam em média de 200 cv a 400 cv. Eles possuem grande robustez e capacidade para operar em longas e exigentes jornadas de trabalho.

Grande parte dessas máquinas agrícolas já vêm equipadas de série com diversas ferramentas para agricultura de precisão, telemetria e conectividade.

Eles também contam com maiores vazões hidráulicas (cerca de 120 L/min a 180 L/min). Porém, consomem mais combustível devido à sua maior fonte de potência.

Trator Case Magnum AFS Connect 400 (400 cv)

Esse é o trator de grande porte mais aprovado pelos produtores brasileiros e foi o vencedor da categoria acima de 200 cv na Agrishow 2021. Ele é recomendado para grandes propriedades de produção de cana e grãos. 

Ele possui conectividade, o que permite seu uso com ferramentas tecnológicas de piloto automático, geolocalização e agricultura de precisão.

Além disso, essa máquina apresenta sistemas que aumentam sua eficiência e diminuem as emissões de gases e o uso de combustível. A telemetria e controle do trator também estão disponíveis ao usuário. 

(Fonte: Case)

Trator Agrícola: John Deere 8400R (400 cv)

Esse é um dos tratores mais potentes produzidos no Brasil e certamente um equipamento perfeito para trabalho em grandes extensões rurais. Afinal, elas necessitam de ótimos rendimentos operacionais.

Possui pneus duplos na traseira para garantir menor compactação do solo, maior tração e flutuação. Consequentemente, a manutenção dos pneus agrícolas é fundamental. 

Esse modelo de trator é equipado com uma transmissão E23 Powershift com gerador de eficiência, que assegura 16% mais economia. Além disso, ele é ajustado sempre para o ponto de maior eficiência e menor consumo de combustível.

Também pode ser equipado com um pacote de luzes de LED que garantem cobertura 360° e melhoria no trabalho noturno. Sendo assim, são 40% maior alcance e 45% menor consumo de energia.

O 8400R é um trator agrícola extremamente tecnológico, recebendo também o prêmio de trator do ano em sua categoria (acima de 200 cv) na Agrishow de 2019.

Se equipado com pacotes de agricultura de precisão como sistemas de direcionamento automático, realiza até as manobras de cabeceira de maneira automatizada.

(Fonte: John Deere)

New Holland T9.700 Smarttrax (682 cv)

A New Holland lançou um trator de esteira para grandes áreas com grande potência de tração. É um novo conceito de rodado que garante menor compactação e força de tração, mesmo em condições desuniformes de terreno.

Portanto, para grandes grupos que necessitam de ótimos rendimentos operacionais de centenas de hectares por dia, esses tratores maiores são excelentes opções.

Além de durabilidade e robustez, todos os rolamentos são blindados e lubrificados, o que acaba com a necessidade de lubrificação diária. Como o chassi é único dos rodados, não há necessidade de mecanismos complexos de alinhamento das correias.

No quesito tecnológico, os equipamentos desse trator agrícola são os melhores do mercado. Eles podem ser:

  • sistemas de direcionamento automático;
  • monitores inteligentes;
  • sistemas de telemetria;
  • controle de navegação;
  • Isobus para compatibilidade com implementos agrícolas diversos.
(Fonte: New Holland)

Trator agrícola: tipos existentes no mercado e como escolher o melhor equipamento

No ramo agrícola existe uma infinidade de tratores e marcas disponíveis no mercado, adequados para cada operação. 

Há marcas tradicionais que estão há anos no mercado brasileiro, como John Deere, New Holland, Massey Ferguson, Valtra, Case, Agrale e Yanmar. Entretanto, outras estão surgindo e caindo no gosto de alguns produtores.

Marcas como a italiana Landini, a sul-coreana LS e a indiana Mahindra estão inserindo seus produtos no mercado. Afinal, há alta demanda por equipamentos no Brasil. Mas no momento da compra do trator ideal para a fazenda, o pós-venda é um fator crucial.

Escolher uma revenda já conhecida na região ou que presta assistência, reparos e manutenção de tratores pode ser um diferencial na tomada de decisão

Equipamentos mais tecnológicos e com ferramentas de agricultura de precisão auxiliam na condução das lavouras. Entretanto, vale ficar de olho para saber utilizar e calibrar cada equipamento.

Assim, os dados coletados serão reais aos que vemos no campo. Caso contrário, o investimento será em vão.

Tecnologias de agricultura de precisão em trator agrícola

Os tratores podem ser preparados para receber kits de ferramentas para agricultura de precisão. No momento da compra, o ideal é que você saiba se pretende utilizar tais ferramentas e se o trator que você está pensando em adquirir pode receber esses sistemas.

Atualmente, as tecnologias mais comuns no mercado de tratores são sistemas de direcionamento automático. Eles são mais conhecidos como piloto automático e sistemas de telemetria.

Se sua intenção é trabalhar com essas ferramentas, a busca por um revendedor especializado com essas tecnologias será vital. Assim você garantirá o sucesso das suas lavouras e operações agrícolas.

Conclusão

No mercado existe uma infinidade de marcas e modelos de tratores agrícolas. Por isso, não adianta ter o trator agrícola mais caro e tecnológico do mercado se em nossa região não conseguirmos comprar as peças de reposição para o equipamento. 

No momento da compra, é ideal que se tenha o tipo de trabalho que o trator realizará em mente. Além disso, fique por dentro da capacidade de atendimento do concessionário local, bem como a reposição das peças.

Após estas dicas, espero que fique mais fácil identificar pontos positivos que ajudarão na escolha de seu trator agrícola ideal.

>> Leia mais:

Depreciação de máquinas: Todos os cálculos de forma prática

Qual tipo de trator agrícola você considera adequado para a sua fazenda? Já comprou algum trator e se arrependeu depois? Deixe seu comentário abaixo!

redator João Paulo Pennacchi

Atualizado em 12 de janeiro de 2023 por João Paulo Pennacchi.

João é engenheiro eletricista formado pela Unifei e engenheiro-agrônomo formado pela UFLA. Mestre e doutor em agronomia/fisiologia vegetal pela UFLA e PhD em ciências do ambiente pela Lancaster University.

Depreciação de máquinas: todos os cálculos de forma prática (+ planilha grátis)

Depreciação de máquinas: percentuais de desvalorização e como fazer a depreciação fiscal e gerencial dos equipamentos da sua lavoura.

Quando compramos um automóvel zero, sempre ouvimos falar que ele só perderá valor até a data da venda futura. Com as máquinas agrícolas, essa depreciação também ocorre.

A desvalorização dos equipamentos com o passar do tempo é conhecida como depreciação.

A depreciação deve, sim, entrar na planilha e ser calculada para as máquinas agrícolas com intuito de garantir a saúde financeira das propriedades.

Confira neste artigo como calcular a depreciação das máquinas agrícolas e muito mais!

O que é depreciação de máquinas?

A depreciação das máquinas, aqui especialmente falando das utilizadas na agricultura, pode ser definida como a perda de valor dos equipamentos com o passar do tempo.

Vamos explicar como funciona na prática!

Os equipamentos e máquinas agrícolas, ao serem adquiridos novos, possuem todas as peças e tecnologias que acabaram de sair da fábrica e estão sem desgaste algum.

À medida em que estes equipamentos são levados ao campo para trabalho, existe um desgaste natural das peças do conjunto.

Com o passar dos anos, as horas de uso acabam desvalorizando as máquinas que foram submetidas ao duro trabalho no campo.

Esse desgaste acarreta em perda do valor dos equipamentos com o passar dos anos – é o que chamamos de depreciação.

A depreciação de máquinas pode ocorrer devido a dois principais fatores: desgaste dos equipamentos devido ao uso e obsolescência. 

Neste cenário, podemos citar as máquinas agrícolas como: tratores, plantadeiras, colhedoras, carros da frota da fazenda e implementos sendo desgastados, perdendo valor, de acordo com o uso ao longo dos anos.

Já na questão da obsolescência, o equipamento adquirido com certos pacotes tecnológicos podem apresentar defasagens com o passar do tempo.

Com as constantes inovações no meio agrícola, as máquinas estão cada dia mais tecnológicas e tais softwares podem ser renovados pelos fabricantes.

depreciação de máquinas

(Fonte: GauchaZH)

Sistemas de posicionamento mais precisos, sensores mais eficientes, válvulas mais rápidas para aplicação de insumos, são exemplos presentes nas máquinas novas do mercado, tornando as antigas obsoletas. 

A obsolescência operacional reflete exatamente esse cenário!

Uma vez que são lançados novos sensores e produtos com vantagens adicionais, temos uma depreciação dos equipamentos antigos com o passar do tempo.

A obsolescência também pode ser física nas máquinas agrícolas, que ocorre quando temos danos como batidas, desgastes, envelhecimento e falta de peças para reposição.

Como calcular a depreciação de máquinas e equipamentos agrícolas?

Para começar o nosso cálculo, devem ser inseridas a vida útil do equipamento e sua taxa mensal ou anual de depreciação.

Vale ressaltar que existem dois tipos de depreciação aplicadas às máquinas: a depreciação fiscal e a depreciação gerencial

Na depreciação fiscal, também chamada de depreciação contábil, o valor do bem adquirido é calculado para ser reduzido a zero após o período determinado para sua vida útil.

Já na depreciação gerencial, o valor final do bem não necessita chegar a zero: pode ser calculado durante um intervalo menor que a duração de sua vida útil. 

Assim, o estado de conservação e manutenções realizadas nos equipamentos pode manter o valor do bem mais elevado. Isso depende de cada modo de utilização.

Qual o percentual de depreciação de máquinas e equipamentos?

Falamos de depreciação de máquinas e equipamentos e sua importância para a manutenção do fluxo de caixa da fazenda.

Mas como calculamos, de fato, a depreciação?

A porcentagem de depreciação varia de acordo com cada máquina e equipamento agrícola.

Uma boa baliza que utilizamos é a tabela de depreciação da Receita Federal. Nela, encontramos as taxas anuais de depreciação de cada bem e vida útil em anos.

Para acessar a tabela de depreciação da Receita Federal clique neste link.

tabela depreciação receita federal

(Fonte: Receita Federal)

Lembrando que a tabela da Receita Federal não é obrigatória para o cálculo da depreciação dos bens de empresas que se enquadram no Simples Nacional ou Lucro Presumido.

Ela é apenas uma sugestão de valores norteadores para utilização. 

Além da tabela da Receita Federal, a Conab também disponibiliza algumas tabelas voltadas para a cadeia agrícola.

Você pode acessar a tabela de vida útil de máquinas e equipamentos da Conab clicando aqui.

tabela agrícola Conab

(Fonte: Conab)

A Conab também apresenta a vida útil considerada em horas e valor residual para cada equipamento, de acordo com tipo de operação que desenvolve.

O valor residual é o preço de venda deste equipamento, depois do tempo de vida útil calculado.

Pegando uma colhedora de cana comprada por R$ 1 milhão como exemplo. Após 5.000 horas de trabalho, seu valor final seria de 25% do valor pago, ou seja, R$ 250 mil.

Porém, a taxa anual de depreciação, apesar de ser geralmente calculada com uma porcentagem fixa para a maioria dos equipamentos, pode variar de acordo com cada propriedade.

Como calcular a depreciação fiscal

Como a depreciação e perda do valor das máquinas está relacionada à forma de utilização destes equipamentos, modelos de gestão da frota de cada fazenda podem influenciar em maiores taxas de depreciação anuais.

Vamos calcular um exemplo de depreciação fiscal de uma máquina agrícola que custe R$ 250 mil.

Olhando na tabela da Receita Federal, para uma máquina que se encaixe na categoria de referência 8432 “Máquinas e aparelhos de uso agrícola, hortícola ou florestal, para preparação ou trabalho do solo ou para cultura; Rolos para gramados (relvados) ou para campos de esporte” a vida útil é de 10 anos e taxa anual de depreciação de 10%.

O cálculo consiste em dividir o valor total da nossa máquina pela vida útil em meses estipulada pela Receita Federal.

R$ 250.000 / 120 (10 anos) = R$ 2.083,33 (depreciação mensal)

Nesse cálculo de depreciação fiscal, levamos, após 10 anos, o valor da nossa máquina a zero reais.

Para calcular a depreciação por hora, iremos supor que esta máquina irá trabalhar 1.500h no ano.

1500h / 12 meses = 125h/mês

A depreciação por hora será calculada como depreciação mensal dividido pela quantia de horas trabalhadas por mês.

 R$ 2.083,33 (depreciação mensal) / 125h/mês = R$ 16,65/h

Como calcular a depreciação gerencial

No caso de uma depreciação gerencial, vamos supor que venderemos essa máquina após 3 anos de uso por R$ 170 mil.

Nesse caso, a diferença do valor da máquina no momento da venda foi de R$ 80 mil. O cálculo consiste em dividir a diferença pelos meses de uso do equipamento.

R$ 250.000 – R$ 170.000 = R$ 80.000,00

R$ 80.000 / 36 meses (3 anos) = R$ 2.222,22 (depreciação mensal)

Note que a venda após 3 anos de uso, nessas condições apresentadas, não seria compensatória. Isso porque, se mantivéssemos a máquina operando na propriedade, a depreciação ao final do ciclo seria menor.

Claro que outros fatores devem ser levados em conta no momento da venda, como utilidade e demanda da máquina na propriedade. 

Mas, certamente, a depreciação é um cálculo que ajuda no planejamento financeiro do negócio.

depreciação de máquinas

Máquinas presentes no campo estão cada vez mais tecnológicas 
(Fonte: Jornal do Comércio)

Ferramentas para cálculo de depreciação

Ressaltamos que para calcular e controlar a depreciação de máquinas na sua fazenda, você pode utilizar uma planilha gratuita para o cálculo de depreciação de máquinas e/ou um software de gestão agrícola.

Isso porque, nos dois casos, você consegue uma sistematização melhor, especialmente no software, já que nem sempre as contas são fáceis, ainda mais se você tiver um número considerável de máquinas.

Para te ajudar nisso, disponibilizamos uma planilha gratuita para você começar os cálculos agora de uma maneira bem mais rápida e simples. Clique na figura a seguir para baixar!

Mas saiba que, com um software agrícola, você pode acompanhar a depreciação das máquinas de maneira organizada, ao longo de toda a sua vida útil.

O Aegro, por exemplo, permite que você controle a taxa de depreciação dos equipamentos ano após ano. Assim, você consegue ter uma visão muito mais clara sobre o valor do seu patrimônio.

O aplicativo ainda oferece indicadores precisos sobre o rendimento de cada máquina. Com essas informações, fica fácil de entender se o equipamento está operando com eficiência ou se chegou a hora de trocá-lo.

Veja como é fácil realizar o registro de depreciação no Aegro.

Conclusão

Neste artigo, você aprendeu o que é a depreciação das máquinas e como calcular essa taxa de desvalorização para os nossos equipamentos.

A depreciação ocorre com todos os bens que adquirimos. A partir do momento em que compramos as máquinas, seu valor já começa a ser depreciado.

A taxa de depreciação também pode variar de acordo com o manuseio dos equipamentos em cada propriedade.

É essencial conhecer a vida útil das máquinas dentro da sua propriedade para que os cálculos depreciativos sejam os mais fidedignos possíveis.

Com a depreciação de máquinas calculada, fica fácil se preparar para aquisição de novos bens ao longo do tempo, sem prejudicar a saúde financeira do negócio.

>> Leia mais:

“Renagro: como funcionará o registro nacional de tratores e máquinas agrícolas”

“Como fazer o cálculo de depreciação da lavoura de forma simples e rápida”

“O que você precisa saber para acertar a lubrificação de máquinas agrícolas da sua fazenda”

Conheça as 8 melhorias que a mecanização agrícola traz para a sua fazenda

Você calcula a taxa de depreciação de máquinas? Auxilia seus operadores e gestores a operarem corretamente os equipamentos para prolongar sua vida útil? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Como fazer um contrato de hedge e como ele pode assegurar sua rentabilidade

Contrato de hedge: diferentes modalidades e outras informações para que você negocie sua safra utilizando mercados futuros.

Quando chegar a época de vender os produtos, com muita oferta no mercado, certamente os lucros serão menores.

Se os preços de mercado estão abaixo do esperado, uma operação de hedge pode evitar essa dor de cabeça.

O hedge é uma proteção de preço das mercadorias. Assim, as oscilações das commodities, de acordo com a oferta e demanda, podem ser reduzidas e fixadas no contrato de hedge.

Saiba como fazer um contrato de hedge, garantir que os valores fixados sejam válidos para um período futuro e muito mais!

O que é hedge?

O significado da palavra hedge, no âmbito da economia, quer dizer uma transação compensatória visando proteger contra prejuízos na oscilação dos preços. Em outras palavras, podemos dizer que o instrumento de hedge é uma proteção cambial quando estamos trabalhando com mercado futuro.

Por meio do hedge é possível negociar produtos agrícolas a um determinado preço previamente fixado até determinada data futura.

Quando negociamos commodities, especialmente as agrícolas, o hedge para o produtor pode auxiliar no preço de venda futura, de modo que os custos de produção sejam cobertos pelo valor previamente fixado.

O que é um contrato de hedge: diferentes tipos

A modalidade de hedge em commodities é a mais antiga de todas. Frente à segurança e garantia dos preços em data futura, essa ferramenta tornou-se muito popular.

Antes de existir o hedge, investidores e produtores ficavam à mercê das variações de preços do mercado à vista.

A operação de hedge é datada do século 19. E, já nessa época, os produtores necessitavam fixar os preços das commodities com segurança para suas produções.

Dessa forma, mesmo que a bolsa de valores opere em alta ou baixa, os preços acertados no momento do hedge garantem que aquele valor seja recebido no momento futuro.

Com o crescente aumento de investimentos na bolsa de valores, a operação de hedge foi se popularizando para se evitar maiores perdas de capital, como havia ocorrido durante a crise de 1929.

Contrato de hedge com dólar futuro

Uma das modalidades pode ser a realização de um hedge cambial. Como o dólar é uma moeda forte no mercado mundial, ela geralmente acontece frente às demais moedas estrangeiras.

Em momentos de incertezas, sejam elas políticas, mercadológicas ou outras, a procura por dólar é grande. Com isso, consequentemente, temos sua valorização.

A compra de contratos futuros de dólar, com intuito de hedge, acontece geralmente por pessoas ou empresas que negociam mercadorias nessa moeda e cujo mercado oscilante de altas e baixas nos preços podem inviabilizar suas transações.

Um exemplo de hedge dessa modalidade pode ser a compra de uma máquina agrícola importada. 

Supondo que nos EUA a máquina custe US$ 90 mil. Com o dólar cotado a R$ 3,50 e o contrato futuro acertado com vencimento para 90 dias, uma alta valorização da moeda americana poderia inviabilizar o negócio no futuro.

Se o dólar chegar a R$ 4,50, o valor a ser pago pela máquina seria de R$ 405 mil. 

Com o hedge, esses valores da cotação da moeda americana são fixados a R$ 3,50 para o pagamento em data futura, garantindo certa proteção às negociações indexadas a esta moeda.

Hedge em commodities

Como já  comentado, o hedge em commodities funciona da seguinte maneira: o produtor agrícola compra ou lança contratos futuros com os preços desejados para vender sua mercadoria na data futura.

Assim, os produtores conseguem fixar valores para receber em cotações que cubram custos de produção e propiciem margem de lucro.

Se não fosse feito o contrato de hedge, a escassez da commodity no mercado causaria aumento do preço. Já a grande quantidade da commodity no mercado causaria quedas nos preços.

Com o hedge, a cotação do preço da commodity negociada permanece fixa na data futura de entrega da mercadoria. Isso evita que a oferta/demanda causem flutuações nos preços, podendo acarretar perdas que não cobririam os custos de produção.

Atualmente, é possível realizar previsões de produtividade das safras futuras e os produtores que conseguem predizer esses volumes com certa assertividade já podem estipular os valores de venda dessa safra futura. 

contrato de hedge

Fonte: (Euro Dicas)

Com os custos de produção bem analisados, é simples realizar um hedge e fixar um valor de venda futura da safra que, além de arcar com os custos, ainda trará certa margem de lucro ao produtor.

Na modalidade de hedge em commodities há o hedge de compra e venda de contratos futuros, como veremos a seguir:

Hedge de compra de contratos futuros de commodities

Basicamente, o hedge de compra é realizado por quem necessita da aquisição do produto e se compromete a pagar o valor combinado numa determinada data futura.

A preocupação principal é o aumento dos preços nesse meio tempo que, se ocorrer, pode comprometer os lucros.

Hedge de venda de contratos futuros de commodities

O hedge de venda de contratos futuros é realizado geralmente pelo responsável que irá produzir as commodities. Ele se compromete a entregar a quantidade acertada no contrato de hedge, na data futura, pelo valor previamente determinado.

A preocupação principal nesse caso é a queda dos preços nesse meio tempo que, se ocorrer, pode comprometer seus lucros. Vamos conversar um pouco mais sobre hedge de compra e venda?!

Hedge de compra e venda

Dentro do hedge, especialmente agrícola, existem diversas maneiras de negociar e fixar os preços futuros das commodities.

Nesse caso, uma das modalidades é o hedge de compra e venda, buscando sempre a proteção do preço para ambas as partes.

Quem compra a mercadoria agrícola a futuro prazo garante o valor fixado na data de vencimento previamente combinada, prevenindo-se contra disparadas de preço no mercado.

Quem vende a futuro prazo encontra-se na mesma situação, pois garante que irá receber sua mercadoria agrícola pelo valor previamente combinado na assinatura do hedge. Assim, previne-se de eventuais desvalorizações do mercado.

Exemplificando: em um contrato de  hedge de venda, se uma saca de 60 kg de milho produzida na fazenda custa R$ 15,00/ha, em uma operação de contratos futuros de milho, com vencimento para o ano seguinte, será cotado a R$ 30,00/saca.

Cultura da soja e milho podem ter preços assegurados por contrato de hedge

(Fonte: AgRural)

Com esse contrato de hedge realizado, teremos um lucro na propriedade de R$ 15,00/saca garantido.
Se no vencimento do contrato de hedge, no ano seguinte, a oferta de milho no mercado for alta e o preço pago for de R$ 20,00/saca, haveria uma diferença no lucro de apenas R$ 5,00/saca.

Ambas as partes, seja quem está comprando ou quem está vendendo, devem se planejar e fixar um preço que conseguirão pagar e entregar as mercadorias no futuro.

A ideia do hedge é neutralizar boa parte do risco envolvido nas negociações, especialmente quando o mercado é regido pela lei da oferta e demanda e os preços das commodities podem flutuar de acordo com mercado mundial.

Hedge com opções

O mercado de opções funciona parecido com um seguro. As opções estabelecem limites de preço para a compra ou para venda dos produtos futuros.

As opções dão direito ao comprador da aquisição da mercadoria a um valor limite previamente negociado, mesmo que na data da compra o produto esteja com valor muito mais alto.

As opções de venda funcionam de maneira semelhante, dando direito ao titular de vender as mercadorias a um valor limite, mesmo se o preço atual de mercado for mais baixo.

O mercado de opções é um ambiente onde são negociados direitos de compra e venda das ações.

Porém as opções não são necessariamente obrigação de utilizá-lo! Como o próprio nome já indica, ele permite o direito de execução ou não. 

O hedge com opções é utilizado com intuito de proteção dos valores acordados devido aos riscos de oscilação de preço. 

Como fazer um contrato de hedge

Primeiramente, é necessário uma estratégia de comercialização da safra, pensando em quem deseja realizar um hedge.

Vou vender toda minha safra? Irei vender parte da minha safra e armazenar outra parte?

Decidido o montante a ser negociado, a próxima etapa é o acompanhamento dos preços nas bolsa de mercado futuro.

Aqui no Brasil temos a BM&FBovespa e em Chicago temos a CBOT.

contrato de hedge

Fonte: (SUNO CBOT)

A próxima etapa é a realização do hedge propriamente dito. Porém, não é possível negociar diretamente nas bolsas de mercado futuro. É necessário abrir uma conta em uma corretora que opera nessas bolsas.

Atualmente, tudo isso é feito online e, de uma maneira bem simples, é possível começar a negociar seus produtos.

Hoje, algumas tradings e corretoras também podem realizar o hedge para os produtores, facilitando essas negociações.

Divulgação do kit de 5 planilhas para controle da gestão da fazenda

Conclusão

Neste artigo falamos a respeito das operações com mercado futuro, especificamente as operações de hedge.

Como meio de proteção e garantia de preços negociados em data futura, o hedge pode ser uma excelente opção aos produtores, seja para compra ou venda.

Você também pôde entender o que é e como funciona o hedge. E é vital para o seu sucesso ter os custos de produção da safra, bem como conhecer o potencial de produtividade da fazenda.

Aproveite estas informações e pense no hedge como mais uma opção para negociar a safra utilizando mercados futuros!

>> Leia mais:

Tudo sobre barter: Garanta o sucesso do seu negócio rural
3 maneiras de lucrar mais com um software de gestão agrícola
Barter de Milho: Como começar e como melhorar suas negociações

Você já realizou alguma vez um contrato de hedge? Restou alguma dúvida? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Cálculo de semeadura da soja: 5 passos para a população de plantas ideal no seu sistema

Cálculo de semeadura da soja: População ideal, como fazer os cálculos, regulagem de plantadeira e outras dicas para melhorar sua produtividade.

Para que a cultura da soja atinja o máximo potencial produtivo em campo, é indispensável que a população de plantas e espaçamento entre fileiras sejam respeitados! A distribuição das plantas no campo pode resultar em 60% mais produtividade na cultura. 

Mas você sabe como calcular a densidade ideal para o seu sistema produtivo? Acompanhe neste artigo como fazer o cálculo de semeadura da soja e muito mais!

Passo 1: Cálculo da densidade de semeadura da soja

A densidade de semeadura da soja é um dos fatores primordiais para atingir altas produtividades e a rentabilidade desejada. Além disso, é possível obter uma estimativa de produtividade soja para planejar melhor a colheita e os lucros esperados.

Para melhor aproveitar os nutrientes no solo e, consequentemente, alcançar melhores resultados, o arranjo espacial ideal deve ser respeitado.

O simples fato das plantas estarem equidistantes, no espaçamento correto, permite a máxima absorção de água e nutrientes, reduzindo a competitividade entre si.

Além desses fatores, o desenvolvimento de plantas daninhas fica prejudicado e a facilidade de penetração de defensivos é potencializada se o espaçamento for respeitado.

A recomendação média de população de plantas é de cerca de 300 mil plantas por hectare.

Em condições favoráveis ao acamamento, deve-se utilizar populações de 200-250 mil plantas por hectare.

Os espaçamentos que propiciam maiores produtividades são os menores. Porém, devido a limitações de semeadoras no mercado, são indicados espaçamentos entre 40 cm e 50 cm.

Embora já existam máquinas que semeiem em espaçamentos menores que estes citados, não é possível realizar o cultivo entre fileiras sem acarretar perdas significativas pelo amassamento da cultura.

cálculo de semeadura da soja

(Fonte: Embrapa)

O número de plantas por metro linear pode ser calculado de acordo com a seguinte fórmula: 

Supondo uma população de 250.000 plantas/ha e um espaçamento de 40 cm temos a equação:

O número de plantas por metro linear, neste caso de 250.000 plantas/ha, com espaçamento de 40 cm, seriam 10 plantas/metro linear. 

2 – Como calcular a taxa de semeadura da soja?

Após ter calculado o número de plantas que queremos por metro linear de sulco, temos que calcular a necessidade de sementes frente ao poder germinativo de cada híbrido. Além disso, o tratamento de semente de soja é fundamental para aumentar as chances de germinação, pois, como sabemos, nem todas as sementes colocadas no solo germinarão.

No rótulo de cada híbrido de soja está indicado o poder germinativo das sementes.

Supondo no nosso exemplo de 10 plantas/metro linear e poder germinativo de 80%, teríamos:

Com esse poder germinativo de 80%, a semeadora deveria estar regulada para distribuir aproximadamente 13 sementes/metro.

3 – Peso de 1.000 grãos de soja (PMS soja)

O peso de 1000 grãos de soja é necessário para o cálculo da quantidade de quilos de sementes que iremos utilizar nas nossas lavouras. Existem variações nos pesos de 1000 grãos, de acordo com cada cultivar que pretendemos utilizar nas nossas áreas.

Esses números, geralmente, ficam por volta de 140 g a 220 g a cada 1000 grãos de soja. Porém, como foi comentado, é vital saber exatamente o peso, de acordo com o híbrido, que iremos utilizar na nossa propriedade.

(Fonte: Globo Rural)

4 – Quantos kg de soja para plantar 1 hectare?

Considerando o poder germinativo de cada híbrido a ser inserido no campo, o estande inicial deve ser calculado levando em conta esse fator. Seria interessante colocar uma porcentagem de sementes a mais, cerca de 5% ou 10%, uma vez que estas sementes podem ser atacadas no campo por pragas e doenças da soja.

Supondo no nosso caso um estande desejado de 250 mil plantas por hectare, poder germinativo de 80% e inserção de 10% a mais na quantidade de sementes no campo, a equação ficaria dessa maneira:

Dessa forma, teríamos que semear 343.750 sementes por hectare para atingir o estande desejado de 250.000 plantas/ha, cerca de 14 sementes/metro linear, considerando 10% a mais devido a perdas por pragas e doenças.

Para calcular a quantia em Kg que serão utilizados por hectare, podemos utilizar uma simples regra de 3. Supondo PMS igual a 200g:

Teríamos que comprar cerca de 68.750g de soja ou cerca de 68,75 kg de soja por hectare

5 – Cálculo de regulagem da plantadeira de soja

A “plantadeira” ou “semeadora” de soja deve ser previamente regulada e calibrada para distribuir o número desejado de sementes no plantio.

Para maior precisão no momento do plantio de soja, deve-se buscar sementes previamente classificadas por tamanho, bem como discos específicos para cada híbrido.

Geralmente, nas empresas produtoras que vendem as sementes, podem-se encontrar especificações de tamanhos de discos, os quais devem ser utilizados de acordo com o tamanho das sementes.

A maioria dos fabricantes de semeadoras fornece manuais de instruções e tabelas com ajustes de relações de engrenagens que permitem atingir o número de sementes desejadas por metro.

Para cada tipo de disco e cada tipo de regulagem teremos uma relação entre as engrenagens, conhecidas usualmente como motora e movida. E deve-se buscar relações mais próximas ao número de sementes que desejamos.

No caso das máquinas sem caixa de regulagem, deve-se selecionar o disco com as características mais próximas do ideal.

cálculo de semeadura soja

Fonte: (Planti Center)

Caso o número de sementes encontrado não seja satisfatório, a solução é testar outro disco (máquina sem caixa de engrenagem). Outra opção é mudar a relação de engrenagens (máquina com caixa de engrenagem).

Para calibração, indica-se andar com a semeadora uma distância conhecida e coletar as sementes depositadas nesse trajeto.

O número de sementes por metro é a relação desses números segundo a fórmula:

Se eu coletei 280 sementes em uma distância percorrida de 20 metros, o meu número de sementes/m será 14.

Mecanismos para conferir na semeadora:

    • Tipo de dosador: alveolado ou pneumático;

    • Limitador de profundidade: manter a mesma profundidade copiando o terreno;

    • Compactador de sulco: sistema em V permite melhor compactação solo-semente;

    • Velocidade de semeadura: entre 4 km/h a 6 km/h;

    • Profundidade semeadura: 3 cm a 5 cm;

    • Posição adubo: ao lado e abaixo da semente

>> Leia mais: “Como fazer a regulagem de plantadeira de soja e garantir a lavoura

Cálculo de semeadura da soja: Como calcular a expectativa de produtividade de soja por hectare

Para calcular a expectativa de produtividade siga os seguintes passos:

1 – Conte o número de vagens em 10 plantas consecutivas e divida o resultado por 10

Ex: 10 plantas ao todo deram 200 vagens, média de 20 vagens por planta (200/10)

2 – Conte o número de grãos nas vagens e divida pelo número de vagens

Ex: 60 vagens ao todo deram 150 grãos, média de 2,5 grãos por vagem (150/60)

3 – Olhe o peso de 1000 grãos para o híbrido que você utilizou

Ex: 200 g é o peso de 1000 grãos desse híbrido

Plantas por hectare: 343.750 mil plantas

Vagens por planta: 20 vagens

Grãos por vagem: 2,5 grãos

Peso de mil grãos: 200 gramas

Use a seguinte fórmula:

 

Para o nosso exemplo, a produtividade esperada é de 57,29 sc/ha.

Repita esse procedimento algumas vezes ao longo do talhão para obter a correta representatividade nos dados.

Qual é o tempo necessário para colher a soja?

Para realizar a colheita de soja, recomenda-se velocidades entre 5 km/h e 6,5 km/h. Mas isso depende principalmente do tipo de máquina utilizada e da uniformidade da superfície do terreno.

Supondo uma colhedora de 22 pés (6,6 m) de largura da plataforma de corte, colhendo a 5 km/h (1,38 m/s).

Chegamos a um rendimento operacional de aproximadamente 18,29 minutos para colher um hectare.

Conclusão

Por meio da semeadura correta da soja, a população de plantas ideal possibilita que maiores produtividades sejam alcançadas no campo.

Você aprendeu como fazer o cálculo de semeadura da soja, além dos benefícios que a semeadura bem realizada proporciona.

As condições ambientais favoráveis associadas ao correto manejo da cultura, desde a sua implantação até a colheita, favorecem a obtenção de maiores produtividades da soja.

No software Aegro você tem acesso a informações personalizas, que indicam o melhor momento para plantar, fazer aplicações e realizar a colheita. Faça uma demonstração para conhecer a plataforma!


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>> Leia mais:
Plantação de soja na pré-colheita: Como fazer uma dessecação eficiente
Custo de produção de soja: Entenda por quanto vender sua saca
“7 problemas e soluções para colheita de soja no Mato Grosso”

Você sabia como calcular o estande ideal de plantas? Restou alguma dúvida sobre o cálculo de semeadura da soja? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Mapas de produtividade na agricultura de precisão: Como otimizar seus insumos

Mapas de produtividade na agricultura de precisão: Tudo o que você precisa saber para obter esses mapas e assim otimizar os insumos da propriedade.

Os mapas de produtividade são os passos iniciais para o trabalho com Agricultura de Precisão (AP) nas fazendas. Por meio deles é possível investigar as regiões mais produtivas dentro das lavouras.

Atualmente, quase 100% das colhedoras saem de fábrica com os sensores necessários para mapeamento da produtividade.

Entenda como obter os mapas de produtividade na agricultura de precisão e melhore a tomada de decisão dentro de sua empresa agrícola! Confira!

O que são mapas de produtividade na agricultura de precisão?

Os mapas de produtividade ou “mapas de colheita” são adquiridos durante a colheita por sensores acoplados nas máquinas. Estes equipamentos visam informar a quantidade de produto colhido em cada porção da lavoura.

As informações de produtividade de cada área são espacializadas, auxiliando os gestores nas investigações das variabilidades apresentadas, e melhoram o entendimento das relações causa e efeito de zonas de alta ou baixa produtividade.

Os mapas de produtividade são vitais para o entendimento da variabilidade dos nossos talhões, pois possuem uma grande quantidade de dados.

Por meio dos mapas de produtividade podemos dar os passos iniciais na utilização de técnicas de agricultura de precisão nas nossas fazendas e otimizar a aplicação de insumos.

(Fonte: National Geographic)

Como se pode obter um mapa de colheita?

Os mapas de colheita podem ser obtidos por dois métodos específicos: os métodos diretos e os indiretos.

Dados de produtividade são estimativas realizadas por sensores que coletam ou mensuram a quantidade de produto que é colhida no campo.

Os métodos diretos de mensuração envolvem medições de massa e volume dos produtos colhidos.

Dentre eles, pode-se citar que a mais usual é a “célula de carga” para realização da medição da massa colhida, geralmente mensurada em quilos.

As células de carga são balanças inseridas nas colhedoras que geralmente medem o fluxo de colheita dos produtos num determinado tempo e em uma determinada área.

Essas células de carga estão presentes em máquinas para colheita de café, cana-de-açúcar, batata, entre outras.


Já os métodos indiretos envolvem sensores gravimétricos na maioria dos casos. O sistema mais comum no mercado, principalmente nas colhedoras de grãos, é o da placa de impacto.

sensores

(Fonte: John Deere)

Dentro desse método indireto de mensuração também estão presentes no mercado sensores ópticos que estimam o volume de produto colhido de acordo com a geração de imagens 3D.

A John Deere apresentou esse sistema para a colheita de cana na Agrishow.

As mensurações, sejam elas diretas ou indiretas, devem estar atreladas a um receptor GNSS (Sistema de Navegação Global por Satélite). Também devem estar associadas ao deslocamento da máquina e largura de corte, utilizada nas plataformas dos equipamentos.

Sensores acessórios também estão presentes nos sistemas para realização das calibrações, como sensores de umidade, sensores de rotação e inclinômetros que auxiliam nas calibrações internas dos mecanismos de geração dos mapas. 

mapas de produtividade na agricultura de precisão

(Fonte: John Deere)

mapas de produtividade na agricultura de precisão

É necessário que sensores estejam sempre ajustados e calibrados para a máquina e produto que está sendo colhido

(Fonte: LAP Esalq)

Como os mapas de produtividade na agricultura de precisão auxiliam no entendimento das lavouras

É fato que os mapas de produtividade são importantes no conceito de agricultura de precisão, uma vez que evidenciam as variabilidades presentes nos talhões.

Quando contratamos um terceiro para realização da colheita, se desejamos receber os mapas de produtividade, os valores pagos pelo serviço são maiores.

Porém, o que fazer com tais mapas de produtividade? Como analisar e transformar em informações úteis para o benefício da próxima safra?

Vamos começar explicando acerca dos mapas de produtividade e como utilizá-los de forma benéfica, visando aumentar a produtividade da lavoura.

Ninguém melhor do que as plantas que estão semeadas para nos mostrar como está o solo onde estão inseridas.

As plantas irão responder, positivamente ou não, de acordo com as características do solo onde foram semeadas.

O que isso quer dizer? A resposta é simples! Se a planta estiver bem desenvolvida e produzindo bem, os mapas de produtividade irão demonstrar que aquelas regiões estão produzindo mais.

Isso se deve ao fato do solo estar com bons níveis físico-químicos, seja boa fertilidade; boa porosidade; boa textura; entre diversos outros fatores.

E se os mapas apresentarem baixa produção agrícola em determinados locais? 

Simples! Se as regiões apresentarem baixas produtividades, os solos daquelas regiões estão com algum problema que merece redobrada investigação.

Nas regiões de baixa produtividade, a fertilidade do solo pode estar baixa; a porosidade do solo pode estar afetada por problemas como compactação; as regiões podem apresentar nematóides no solo; entre uma infinidade de outros fatores que podem estar influenciando aquelas regiões produtivas.

Porém, uma vez que se sabe onde estão localizadas as variabilidades da lavoura, fica muito mais fácil o entendimento e tratamento localizado da propriedade.

Mapas de fertilidade e agricultura de precisão

Como trabalhar com aplicação localizada de insumos, uma vez que possuo os mapas de produtividade?

Após coletar as amostras de solo georreferenciadas e gerar os mapas de fertilidade, com o auxílio dos mapas de produtividade, é possível a obtenção dos mapas de exportação de nutrientes e criação do mapa de recomendação.

O mapa de recomendação deve estar associado ao mapa de colheita. Uma vez que eu sei onde são extraídas maiores quantidades de nutrientes, é possível repor esses nutrientes de maneira localizada.

A aplicação baseada na exportação de nutrientes de maneira localizada se fundamenta na otimização do uso dos insumos, com uma premissa de racionalização, pois se aplica de acordo com as devidas necessidades.

mapas de produtividade na agricultura de precisão

Interpretação de mapas de produtividade de culturas agrícolas é um dos papéis da AP

(Fonte: LAP Esalq)

Essa aplicação localizada chega a ser mais racional, visto que a aplicação atende a doses exigidas pelas culturas em cada porção da área. Isso reduz custos e minimiza os impactos ambientais de lixiviação e perda de nutrientes.  

Para geração desses mapas de recomendação baseados na exportação dos nutrientes por meio da colheita, basta multiplicar cada pixel do mapa de produtividade pela quantidade de nutrientes extraídos pela cultura.

Os valores de extração podem ser encontrados na literatura. Mas podem variar de acordo com a região, clima, solo e cultura e devem ser utilizados com devido cuidado.

(Fonte: Unifertil)

Atualmente, existem empresas que prestam serviços deste tipo de mapeamento.

A plataforma da InCeres consegue processar mapas de produtividade, fertilidade e gerar mapas de recomendação, conforme equações já existentes no banco de dados.

Mapeamento da produção e lucratividade da lavoura

Lavouras que apresentarem as mesmas variações de produtividade ao longo do ano podem ser subdivididas em zonas de manejo distintas.

Áreas mais produtivas geralmente aceitam maiores doses de insumos e continuam respondendo em aumentos de produtividade até certo limite.

Áreas de baixo potencial, que geralmente não respondem ao aumento das doses de insumos aplicados, devem ser manejadas com doses menores de adubação.

Com os custos de produção tabulados é possível a criação dos mapas de lucratividade. Isso auxilia no gerenciamento das partes mais lucrativas da lavoura. 

mapas de produtividade na agricultura de precisão

Uma das mais importantes ferramentas da Agricultura de Precisão é o mapa de colheita

(Fonte: LAP Esalq)

Dessa forma, áreas menos produtivas, porém com menores custos de produção, também podem se tornar rentáveis ao longo da safra.

Conclusão

Os produtores que ainda não possuem dados coletados e mapeamento da produtividade acabam perdendo avaliações importantes da suas áreas produtivas.

Aqueles que ainda não mapeiam suas fazendas, não o fazem por desconhecimento da utilização dos sensores ou falta de profissionais capacitados para realizar as calibrações e processamento dos dados.

Existem ainda aqueles que nem sabem que sua máquina já possui tais equipamentos; que pagaram caro no momento da compra, porém nunca chegaram a utilizá-los, simplesmente por não quererem mais trabalho no momento da operação.

O mapa de produtividade é uma ferramenta importante para o entendimento das lavouras.

Sua adoção nas fazendas brasileiras ainda é baixa, pois os agricultores não conhecem a sua utilização e ainda possuem grandes dificuldades no processamento dos arquivos gerados pelas colhedoras.

>> Leia mais:

NDRE versus NDVI: Qual é melhor para sua fazenda

O que são mapas NDVI e como consegui-los de graça para sua fazenda

Saiba as vantagens da Cafeicultura de Precisão e como aplicá-la

Você já utiliza os mapas de produtividade na agricultura de precisão? Restou alguma dúvida? Adoraria ver seu comentário abaixo.


Inovações tecnológicas na agricultura que prometem aumentar seu lucro

Inovações tecnológicas na agricultura: como elas podem facilitar o dia a dia no campo e as melhores ferramentas para obter mais rentabilidade em sua fazenda

Na era da agricultura 4.0, considerada a maior inovação tecnológica no agronegócio, a transformação digital vem revolucionando as cadeias produtivas. 

Várias empresas vêm desenvolvendo pacotes tecnológicos, plataformas e aplicativos que facilitam o dia a dia no campo.

Você está por dentro das novas tecnologias que estão surgindo no mercado? Elas estão revolucionando o dia a dia no campo, e conhecê-las te ajuda a melhorar os processos na fazenda.

Acompanhe quais são as principais inovações tecnológicas no agronegócio, como elas funcionam e as tendências para o futuro. Boa leitura!

O que é inovação tecnológica no agronegócio?

A inovação tecnológica é o uso de técnicas modernas mais eficientes em substituição a técnicas obsoletas ou menos eficientes nas várias etapas da atividade agrícola.

As principais inovações tecnológicas na agricultura  incluem o uso de inteligência artificial, sensores, máquinas autônomas, drones e satélites. Ainda, envolvem a geração e integração de dados que permitem otimizar e aumentar a produtividade da lavoura.

Agora, veja detalhes de cada uma dessas tecnologias e como elas podem ser úteis para o seu trabalho.

Inteligência Artificial

A Inteligência Artificial está relacionada ao uso de uma inteligência acoplada aos softwares dos equipamentos. Com o auxílio da IA, os softwares conseguem armazenar dados, entender as informações presentes nesses dados e tomar  decisões a partir deles.

Por meio de combinações de ferramentas, sistemas e softwares de gestão agrícola, é possível processar dados com mais rapidez e maior eficiência do que qualquer humano poderia realizar.

Por meio de dados provenientes do campo, os programas computacionais, por exemplo, poderão informar:

Telemetria e máquinas autônomas (smart machines)

A telemetria consiste na coleta de dados (metria) e compartilhamento remoto (tele) destes dados através de sistemas de comunicação.

Esses dados podem ser coletados através de sensores acoplados a máquinas, às plantas, ao solo, ou em estações meteorológicas, por exemplo.

Esses sensores podem trazer informações detalhadas sobre o estado e necessidade de manutenção de máquinas agrícolas. O mesmo vale para características de plantas e áreas da propriedade.

A capacidade de monitorar características das plantas e das áreas com as máquinas, de forma remota, diminui a necessidade de interferência humana. Isso tem sido um salto enorme na eficiência de processos agrícolas.

Os maquinários autônomos atuam baseados nos dados coletados pela telemetria. Eles podem executar funções sem a necessidade de interação humana. 

Foto de trator agrícola na fazenda, uma das maiores inovações tecnológicas na agricultura
Conceito de trator autônomo: uso dessa tecnologia é uma inovação no campo
(Fonte: I Profesional)

Além disso, é possível verificar e manter os trajetos feitos pelos maquinários ao executar atividades no campo. Isso diminui a compactação do solo, evita retrabalho e poupa combustível. 

Essa técnica, conhecida como tráfego controlado, já tem sido utilizada em diversas fazendas.

Pulverização inteligente 

O campo da pulverização agrícola está cada dia mais tecnológico. Os pulverizadores já possuem estações meteorológicas acopladas aos sistemas da máquina, e tudo isso contribui para uma economia de água cada vez maior.

De acordo com a velocidade do vento, umidade relativa do ar e temperatura, o equipamento mostra se as condições estão ideais para realização da operação.

O mercado de sensores está cada dia mais eficaz no controle de pragas, doenças e plantas daninhas. Afinal, a redução do uso de agroquímicos e água é um dos maiores requerimentos na agricultura moderna.

Um exemplo desses sensores que merece destaque é o Weedit. Comercializado no Brasil pela Smart Sensing, o Weed-it é um produto de origem holandesa. É um sensor ativo e por isso possui luz própria, sendo possível execução de trabalho 24h por dia.

O Weed-it é um sistema de pulverização localizada formada por sensores de detecção de clorofila e válvulas. Elas aplicam os produtos somente onde há detecção de plantas daninhas

Essa tecnologia possibilita economia de até 95% de herbicida na aplicação, considerando uma velocidade de pulverização de até 25 Km/h. Isso sem alterar a pressão da barra ou tamanho de gotas, uma vez que utiliza válvulas de tipo PWM.

Máquina agrícola em campo, utilizando laser
(Fonte: Smart Sensing)

Drones e aviões agrícolas

Os drones já são uma realidade dentro de muitas propriedades agrícolas. Atualmente, eles são bastante utilizados com sensores acoplados para medição de características de plantas. A pulverização com drones tem sido cada vez mais presente.

Apesar dos limites de carga e o custo alto dos aviões, essas novas técnicas têm o benefício de serem mais eficientes. Tanto em termos do tempo de execução da tarefa quanto em relação à cobertura de áreas maiores.

Foto de drone em campo agrícola
Novos modelos de drones são cada vez mais presentes na agricultura digital
(Fonte: Pegn)

Biotecnologia, melhoramento genético e minicromossomos

Quando se fala em tecnologia, muito se pensa em máquinas e sistemas computadorizados. Porém, também há avanços de alta tecnologia na área da biologia e das plantas.

O melhoramento genético moderno tem usado técnicas cada vez mais avançadas com o uso de mini cromossomos e as técnicas de modificação genética como o Crispr

Essas tecnologias permitem que plantas com maior resistência a estresses e doenças e mais produtivas sejam uma realidade.

Além disso, o uso de bioestimulantes tem trazido bastante progresso às culturas, contribuindo para aumentos de produtividade.

Outra tecnologia importante são os hidrogéis fertilizantes, capazes de aumentar o armazenamento de água no solo. Eles também podem liberar nutrientes de maneira controlada durante o ciclo da cultura.

Finalmente, existem grandes avanços no uso de novas técnicas agrícolas como, por exemplo, a integração lavoura-pecuária-floresta. Isso diminui riscos da atividade, de maneira mais sustentável.

Internet das Coisas (IoT)

A internet das coisas está ligada à conexão dos equipamentos da fazenda com a internet. Com equipamentos conectados na internet, é possível a visualização em tempo real e acionamento remoto de sensores acoplados nas máquinas.

Dessa forma, é possível otimizar nossos sistemas produtivos. Com o auxílio da IoT, é possível conectar celulares às máquinas da fazenda e aos sistemas eletrônicos da propriedade. 

É possível fazer o rastreamento de animais nos pastos, acompanhar a localização dos equipamentos e das atividades operacionais de campo de qualquer lugar do mundo.

Um dos principais benefícios da IoT é trazer a fazenda para a palma da mão dos donos, gerentes ou gestores das atividades. 

Esse avanço tecnológico facilita o acompanhamento remoto de diversas operações que estão ocorrendo de maneira simultânea, e às vezes, até em fazendas de cidades diferentes.

Big Data

O Big Data, como é conhecido, nada mais é do que um conjunto de dados robusto.

Geralmente podem ser de dados gerados, captados ou até mesmo compartilhados por pessoas ou empresas.

Eles são gerados por meio de serviços ou produtos tecnológicos como aplicativos e plataformas. Esse conjunto de dados pode vir de diversas fontes como: 

  • informações de sensores conectados ao solo ou às plantas;
  • sensores de das máquinas;
  • satélites;
  • estações meteorológicas;
  • dados climáticos;
  • telemetria métricas da lavoura;
  • mídia social, etc.

Saber utilizar os dados armazenados em sistemas de Big Data te dá uma série de vantagens. Você consegue melhorar a gestão da propriedade, planejar decisões, entender o mercado, clima, e as reações das nossas lavouras aos diferentes manejos propostos. 

Softwares de gestão agrícola

Tela do software aegro, na aba de informações gerais
O Aegro reúne uma das inovações tecnológicas na agricultura mais úteis e fáceis de usar
(Fonte: Aegro)

O Aegro é um software agrícola que faz com que toda a enorme quantidade de informações da fazenda se traduza em uma gestão agrícola bem feita.

O futuro da tecnologia na fazenda

O nível de inovação em várias áreas do conhecimento tem sido enorme. Porém, é certo que muitas das tecnologias citadas aqui serão cada vez mais robustas e presentes no dia-a-dia do produtor.

Abaixo citamos alguns aspectos que devem apresentar evoluções tecnológicas no futuro próximo:

  • Smart farms: as “fazendas inteligentes” agregaram várias das tecnologias acima citadas, permitindo um controle remoto e em tempo real de atividades, com diminuição da necessidade da interação humana;
  • Robótica: algumas atividades repetitivas e trabalhosas poderão ser executadas por robôs ou máquinas automáticas, assim como os maquinários autônomos;
  • Impressoras 3D: essa tecnologia pode permitir a impressão de peças de reposição para maquinários na fazenda, diminuindo a espera e necessidade de monitoramento extensivo de estoque;
  • Agtechs: as empresas que apresentem soluções digitais para os avanços requeridos no meio agro já são uma realidade e no futuro elas tendem a ser mais importantes ainda. 
  • Produção integrada: os sistemas integrados para produção de alimento e energia por meio de uso de painéis solares retráteis serão uma realidade. Isso acaba diminuindo estresses potenciais, distribuindo recursos hídricos mais inteligentes e aumentando a eficiência do uso de água e radiação solar;
  • Foco no consumidor: tecnologias, como o blockchain, permitem maior rastreabilidade do produto, do campo à mesa serão o futuro da produção agrícola para nichos específicos. Nessas tecnologias, o consumidor pode escolher a origem do seu produto de acordo com as características da propriedade que o produz. 

Conclusão

Os avanços tecnológicos são uma realidade sem volta e com desenvolvimento em velocidade altíssima.

Várias empresas e startups vêm desenvolvendo pacotes tecnológicos, plataformas e aplicativos que utilizam IA e Big Data para otimizar os sistemas de cultivo.

Cabe a cada fazenda decidir qual modelo tecnológico melhor se encaixa no dia a dia do campo. As propriedades precisam se preparar para implementar pacotes tecnológicos em seus sistemas produtivos.

Esteja preparado(a) para inovar e utilizar algumas dessas tecnologias em sua propriedade!

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redator João Paulo Pennacchi

Atualizado em 15 de julho de 2022 por João Paulo Pennacchi.

João é engenheiro eletricista formado pela UNIFEI e engenheiro-agrônomo formado pela UFLA. Mestre e doutor em agronomia/fisiologia vegetal pela UFLA e PhD em ciências do ambiente pela Lancaster University

Drone para pulverização: quando a tecnologia vale a pena?

Drone para pulverização: principais vantagens e desvantagens, custo-benefício, informações técnicas e mais!

Os drones ganham cada vez mais mercado e popularidade no agronegócio brasileiro.  Muitas operações agrícolas já vêm sendo realizadas com auxílio desses equipamentos, como os mapeamentos e pulverizações com drones agrícolas.

A utilização de drone para pulverização agrícola, por exemplo, já é uma realidade. Assim como toda nova técnica, existem vantagens e desvantagens do drone na agricultura.

Neste artigo, veja os prós e contras do uso de drones para pulverização agrícola, seu custo-benefício, seus princípios de funcionamento e os principais modelos disponíveis no mercado. Boa leitura!

Importância do uso de drone para pulverização

Estudos da Embrapa Soja na safra 2020/21 mostraram que a aplicação por drones para pulverização agrícola tem um grande impacto na produtividade das culturas.

Esse aumento da eficiência se deve principalmente ao modo de aplicação . Além disso, o drone de passar veneno se mostra eficiente em áreas de difícil acesso.

O drone para pulverização, também conhecido como drone de passar veneno, consegue levar o produto a partes mais internas do dossel, que normalmente não são alcançadas em outros métodos.

Os primeiros testes com drone para pulverização foram realizados em 2017, em Porto Alegre, utilizando o drone Pelicano da Skydrones. A primeira aplicação ocorreu em Pelotas, com uso de herbicida dessecante aplicado com drone para sistema de plantio direto de soja e arroz.

Com o passar do tempo, as aplicações foram se popularizando. Mas a utilização da pulverização com drones ainda é baixa no Brasil.

Como funcionam os drones de pulverização agrícola?

A pulverização realizada com drones para pulverização agrícola (ou VANTs — Veículos Aéreos Não Tripulados) segue os mesmos parâmetros pré-estabelecidos na pulverização convencional.

Geralmente, antes da realização da pulverização, são feitas as avaliações da cultura alvo.

Após a avaliação do estágio da cultura, são escolhidos bico, forma de jato e vazão do produto a ser aplicado.

O preparo do princípio ativo e da calda segue os mesmos modelos da pulverização convencional, como ordens de adição e formulações. Posteriormente, os planos de voo serão inseridos e estes equipamentos vão iniciar a realização das operações em campo.

Registros necessários para a operação na fazenda

Drones em geral, sejam eles utilizados para qualquer fim, se enquadram em categorias diferentes e necessitam de certas autorizações para voo em diversos casos. É necessário o cadastramento da aeronave na Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).

Os drones são considerados aeronaves e, por isso, são obrigados a seguir as leis e regras do Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo), Anac, Ministério da Defesa e Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).

Para se informar e saber mais sobre a legislação de drone de pulverizacao no Brasil, acesse o site do Decea.

Na contratação de empresas prestadoras desse serviço, confira se ela possui as autorizações e regulamentações dessas instituições do governo.

Como desvantagens do uso de drone para pulverização agrícola, podemos destacar duas principais:

  • Autonomia: Muitos dos drones pulverizadores hoje em dia utilizados para pulverização tem limitação de tempo de vôo e aplicação por motivos como carga de bateria e capacidade de armazenamento de líquidos;
  • Cobertura de área: se comparados a pulverizadores autopropelidos, a capacidade de cobertura de área dos drones pulverizadores ainda é baixa. Enquanto autopropelidos podem fazer 70 ha/h, mesmo os drones mais avançados ainda não alcançam nem a metade dessa cobertura.

Drone pulverizador: preço e custo-benefício

O preço de um drone pulverizador varia entre R$ 60.000,00 e R$ 250.000,00, dependendo do fabricante e das funcionalidades. Modelos com tanque de 50 litros podem custar até R$ 150.000,00.

O investimento em drones agrícolas depende da região, tipo de cultura e custos adicionais, como manutenção e operação.

Muitos produtores compram drones não só para uso próprio, mas também para prestação de serviços, ajudando a amortizar o investimento. Para ficar mais simples a sua escolha de drones, montamos uma tabela a seguir, confira:

Drone agricola: Valor

ModeloCapacidade de CargaÁrea Coberta
por Hora
Preço médio
DJI Agras T5040 Kg21 hectaresR$197 mil
Drone Pulverizador S5040 litros20 hectares R$ 124 mil
XAG P10050 Kg80 hectaresSob consulta
DJI Agras G1010 kg10 hectaresR$ 80 mil
DJI Agras T4040 kg30 hectaresR$ 150 mil

Valor dos Drones Agrícolas

Os drone de pulverização agrícola têm sido cada vez mais utilizados para otimizar operações de pulverização e aplicação de insumos nas fazendas. O valor dos drones agrícolas é frequentemente justificado pelas economias que proporcionam em insumos e mão de obra, além de aumentar a precisão nas aplicações.

  • Retorno sobre investimento (ROI): Investir em um drone agrícola pode parecer caro no início, mas os ganhos em produtividade e eficiência nas operações compensam rapidamente o investimento.
  • Economia de insumos: Com a aplicação precisa de defensivos e fertilizantes, os drones reduzem consideravelmente o desperdício de produtos.
  • Aumento da produtividade: Drones oferecem uma aplicação mais rápida e direcionada, o que se traduz em uma melhor gestão da lavoura e menor perda por pragas ou doenças.

Em resumo, o valor dos drones agrícolas está em sua capacidade de aumentar a rentabilidade da fazenda enquanto reduzem os custos operacionais.

Quanto cobrar para pulverização com drone?

O preço de pulverização com drone pode variar bastante dependendo de vários fatores, como a região, a área a ser coberta, o tipo de cultura, os custos operacionais do drone, entre outros. Abaixo estão alguns pontos para ajudá-lo a calcular quanto cobrar:

Fatores que influenciam o preço

  1. Área a ser pulverizada: O preço costuma ser calculado por hectare. Normalmente, a área mínima para pulverização é de 5 a 10 hectares por operação.
  2. Tipo de insumo: Se for pulverização com defensivos, fungicidas, herbicidas ou fertilizantes, o preço pode variar. Alguns produtos são mais caros do que outros e isso impacta no custo.
  3. Tipo de cultura: Culturas de maior valor, como frutas ou vegetais, podem ter um preço mais alto pela necessidade de maior cuidado e precisão.
  4. Distância e custos de deslocamento: Se a propriedade estiver em uma área mais distante, o custo de deslocamento do operador e do drone deve ser considerado.
  5. Equipamento e manutenção: O custo com o drone (compra, manutenção, treinamento, etc.) também deve ser levado em consideração.
  6. Certificação e regulamentos: Em algumas regiões, é necessário ter certificação ou licença para operar drones, o que pode gerar custos adicionais.

Preço médio:

Em geral, o custo por hectare para pulverização com drone no Brasil gira entre R$ 30,00 a R$ 100,00 por hectare, dependendo dos fatores mencionados. Para grandes áreas, é possível negociar descontos por volume.

Exemplo de precificação:

  • Área grande (acima de 100 hectares): O preço pode ser negociado para R$ 30,00 a R$ 50,00 por hectare, pois o custo por hectare tende a diminuir com o aumento da área.
  • Área pequena (5-10 hectares): Pode cobrar em torno de R$ 80,00 a R$ 120,00 por hectare.
  • Área média (20-50 hectares): O preço pode cair para R$ 50,00 a R$ 80,00 por hectare, devido ao maior volume de serviço.

Qual é o melhor drone pulverizador?

A escolha do melhor drone pulverizador depende de algumas variáveis, como o tipo de cultura, a área de cobertura, a carga útil, o orçamento e as condições de operação.

No entanto, alguns modelos se destacam pela sua performance, características técnicas e confiabilidade no mercado agrícola. Abaixo trazemos informações mais detalhadas de alguns tipos que têm se destacado no mercado.

1. Drones Agras

A marca Agras tem grande aceitação no Brasil e dispõe de modelos com diferentes características, se adaptando bem às necessidades de diversos produtores.

O modelo Agras T40 tem capacidade de carga de pulverização de 40 kg e carga de até 50 kg para sólidos.

Apresenta sistema inteligente de voo e detecção de obstáculos, o que permite boa navegação e capacidade de manobra do drone. O agras t40 preço é estimado em torno de R$ 150.000,00, dependendo do pacote de baterias e acessórios.

O equipamento pode fazer em média 21,3 ha/h com uma autonomia de bateria de cerca de 7 a 10 minutos, que é o mesmo tempo para recarga total da bateria. O kit de 3 baterias permite voo praticamente contínuo como troca e recarga de baterias.

O preço é bastante variável, mas fica em torno de R$ 150.000,00 para um pacote inicial. Ao incluir kits adicionais, o preço tende a aumentar.

Outros modelos da mesma marca são os drones Agras T30 (30L), T20 (20 L) e T10 (8L) com capacidades reduzidas se comparados ao T40. Os preços também variam entre eles, com valores entre R$ 70.000,00 e R$ 150.000,00, dependendo do pacote de ferramentas e baterias incluídos no pacote de compra.

Drone para pulverização Agras T40
Drone DJII Agras T40 (Fonte: Xmobots)

2. Drones Eavision

A empresa EAVISION chegou ao Brasil há pouco tempo mas deve se destacar rapidamente no mercado. Seu drone de maior destaque no momento, apresentado na Agrishow 2023, é o EA-30X PRO.

A sua capacidade é de 30 L para pulverização e 40 L para semeadura. Permite uma cobertura de aplicação de até 22,5 ha/h, com eficiência de até 92%.

A autonomia da bateria é de cerca de 8 a 12 minutos e o carregamento da bateria leva cerca de 10 minutos. Outros modelos da da empresa são o Falcon, o Tucano e o EA-30X.

Drone para pulverização EA-30X
Drone EAVISION EA-30X (Fonte: EAVISION)

3. Drones Jiyi Uav

O principal drone da empresa é o C-50 que tem capacidade de 50 L de líquido para aspersão. Outros modelos variam de 6 a 30 kg (ou L) e se adaptam às necessidades de diferentes produtores.

Drone para pulverização C-50
Drone Jiyi Uav C-50 (Fonte: Jiyi)

4. Drones XAG

O principal drone da XAG é o XAG P100 que tem capacidade de 40 L e 60 L para líquidos e sólidos. Outros modelos com menores capacidades de tanque também estão disponíveis.

Os grandes avanços dos drones recém lançados pela empresa são relacionados à baixa necessidade de interação com um operador. Os sistemas de defesa de voo e detecção de obstáculos são bastante desenvolvidos.

Drone para pulverização XAG P100
Drone XAG P100 (Fonte: Megadrone)

Drones de maior capacidade

Os drones de maior capacidade são indicados para fazendas de grande porte que necessitam de operações intensivas de pulverização ou semeadura em grandes áreas.

  • Drones de 100 litros: Drones como o drone pulverizador 100 litros preço são capazes de cobrir grandes áreas com uma única carga, sendo ideais para culturas de larga escala.
  • Autonomia prolongada: Com maior capacidade de carga, esses drones requerem menos recargas, o que aumenta a eficiência no campo.
  • Preço e retorno sobre investimento: Embora o preço do drone pulverizador 100 litros seja mais alto, a economia em tempo e a maior produtividade justificam o investimento.

Esses drones são recomendados para produtores que desejam maximizar a produtividade e reduzir custos em grandes áreas de cultivo.

Vantagens e desvantagens de drone para pulverização

O uso de drones para pulverização apresenta grandes particularidades, e sua indicação de uso precisa ser muito bem estudada. Veja as principais vantagens dessa técnica.

  • Precisão: os drones pulverizadores podem efetuar a aplicação de produtos em áreas bastante específicas da lavoura. O drone para lavoura facilita o tratamento das plantas de forma precisa, atingindo até as áreas mais difíceis de acesso;
  • Eficiência no uso de produtos: por ser mais preciso e poder ser rastreado por sistemas de GPS agrícola, os drones agrícolas pulverizadores podem pulverizar diferencialmente em áreas contrastantes, gerando economia e aumentando eficiência do processo;
  • Diminuição no uso de água: normalmente as aplicações por drones pulverizadores utilizam cerca de 10 a 15 L de calda/ha, enquanto que máquinas terrestres necessitam aplicar 80 a 100 L/ha de calda;
  • Diminuição da necessidade de mão de obra: esses equipamentos podem voar por conta própria ou controlados por apenas uma pessoa. Isso diminui os riscos de erros humanos e também a exposição de operadores a produtos;
  • Diminuição da compactação do solo e danos às plantas: o uso de drones não causa compactação do solo e nem danos de derrubada ou arranquio de plantas, comuns em outras técnicas;
  • Aplicação de herbicida com drone: Os drones também são utilizados para a aplicação de herbicidas de forma mais precisa, evitando o desperdício de produtos químicos e minimizando os impactos ambientais.
  • Terrenos em declive ou com alta umidade de solo: as condições do terrenos muitas vezes limitam a entrada de máquinas mais pesadas, o que não acontece com o drone;
  • Uso específico para algumas culturas: culturas como o milho, em estágio avançado de desenvolvimento, limitam a entrada de certas máquinas pela altura da planta. Isso também não ocorre com uso de drones.

Manutenção e Desafios Técnicos dos Drones Agrícolas

Apesar das grandes vantagens que os drones de pulverização agrícola oferecem no agronegócio, é fundamental considerar a manutenção preventiva desses equipamentos para garantir seu bom funcionamento a longo prazo.

A vida útil de um drone agrícola pulverizador, como o drone DJI Agras T40, depende diretamente do cuidado com suas peças, como baterias, motores e hélices. Um plano de manutenção eficiente pode reduzir o risco de falhas durante as operações, evitando paradas imprevistas e perdas de produtividade.

Outro desafio comum para quem utiliza drones profissionais para agricultura é a autonomia limitada. Por exemplo, um drone pulverizador 50 litros ou até mesmo o drone T40 exige trocas frequentes de baterias para cobrir grandes áreas de cultivo.

Isso pode impactar o valor do drone pulverizador a longo prazo, já que a frequência de recargas ou substituições precisa ser calculada com precisão para manter a operação viável.

As condições meteorológicas, como ventos fortes e chuvas, também afetam o desempenho, tornando fundamental o planejamento das atividades em momentos ideais.

Além disso, conhecer os custos de manutenção e operação de modelos como o drone para pulverização ou o drone agrícola de 30 litros pode ajudar os produtores a determinar quanto custa um drone pulverizador ao longo de sua vida útil.

Isso inclui não apenas o preço inicial do drone para lavoura, mas também os custos operacionais associados à sua manutenção.

Compreender esses desafios técnicos e preparar-se para eles pode garantir uma maior eficiência no uso dos drones agro no campo, otimizando os custos operacionais e aumentando a rentabilidade agrícola.

Drone para pulverização AEGRO

Drones Agro: Inovações e Avanços Tecnológicos

Os drones agrícolas estão se tornando ferramentas essenciais na modernização do agronegócio. Eles não são utilizados apenas para a pulverização, mas também para outras operações como a semeadura e o mapeamento. Nos últimos anos, os drones agro evoluíram significativamente, trazendo diversas inovações tecnológicas:

  • Aumento da capacidade de armazenamento: Drones com maior capacidade de carga conseguem cobrir áreas maiores com menos interrupções para recarga.
  • Maior autonomia de voo: As melhorias na autonomia das baterias e na eficiência de voo permitem maior tempo de operação contínua, resultando em mais produtividade no campo.
  • Monitoramento inteligente: Sistemas avançados de monitoramento e controle de voo, que reduzem a necessidade de intervenção humana, aumentam a precisão e a segurança das operações.
  • Tecnologia de mapeamento e aplicação de insumos: Utilizando sensores e GPS, os drones agro aplicam defensivos e fertilizantes com extrema precisão, minimizando o desperdício e maximizando os resultados das operações.

Os drones agrícolas não só oferecem eficiência e precisão nas atividades, mas também contribuem para uma agricultura mais sustentável, economizando água e produtos químicos.

Para saber mais sobre como os drones estão transformando a agricultura, confira nosso artigo completo sobre drones na agricultura.

Banner de chamada para o download da planilha de cálculos de insumos

Como Aegro pode auxiliar na gestão agrícola?

A gestão eficiente das atividades agrícolas é essencial para maximizar a produtividade e reduzir custos, principalmente com o uso de tecnologias avançadas como drones.

A plataforma de gestão agrícola da Aegro oferece ferramentas que ajudam os produtores a planejar, monitorar e otimizar suas operações agrícolas de maneira integrada. Com Aegro, você pode:

  • Planejar e registrar todas as atividades agrícolas, desde o plantio até a colheita;
  • Acompanhar o uso de insumos e aplicar defensivos de forma mais eficiente;
  • Controlar os custos operacionais e melhorar a rentabilidade da fazenda;
  • Gerar relatórios detalhados para acompanhar os resultados das operações agrícolas.

Embora Aegro não gerencie ainda diretamente drones, sua plataforma oferece suporte completo para a gestão agrícola, facilitando a integração de novas tecnologias nas fazendas.