About Luis Gustavo Mendes

Sou Engenheiro Agrônomo e Licenciado em Ciências Agrárias pela Esalq/USP em Piracicaba-SP. Mestre em Engenharia de Sistemas Agrícolas, tema "Agricultura de Precisão" na mesma Instituição. Atualmente sou professor e empreendedor.

Barter soja: O que é e as dicas para realizar essa operação

Barter soja: Entenda como funciona e as dicas para utilizá-lo e conseguir negociações ainda melhores para sua propriedade rural.

Você já ouviu falar em Barter?

É um tipo de negociação muito utilizada no agronegócio, principalmente no caso da soja.

Por meio do Barter é possível a aquisição e pagamento de insumos com a produção de soja futura.

É uma estratégia financeira que garante o preço mínimo de venda e pode ser benéfico para negociar sua produção.

Acompanhe neste artigo as dicas, orientações e muito mais sobre a modalidade de Barter soja!

Afinal, o que é Barter?

Qual é o conceito de Barter? Barter é uma operação financeira que envolve a troca dos produtos finais produzidos pelos agricultores por adubo, herbicida, ou qualquer outro tipo de insumos em geral.

Isso significa que, por meio desse tipo de operação, produtores de grãos podem trocar sacas de soja, milho, cereais e etc., por insumos necessários.

Estes insumos, que serão utilizados na condução da lavoura, podem ser adquiridos sem a necessidade do pagamento antecipado em dinheiro.

O termo “Barter” vem do inglês e, ao ser traduzido, pode ter alguns significados como: permuta, troca, comércio de permuta. E reflete muito bem esse tipo de operação financeira.

Os produtores que optarem por esse tipo de operação farão uma troca com a cooperativa ou com uma trading e oferecerão seus produtos em troca dos insumos adquiridos.

No Brasil, antigamente, esse tipo de operação financeira era conhecida como “soja verde”.

Mencionei acima “trading”, então vou explicar seu significado! A palavra trading vem do inglês e significa negociar.

No trading, o objetivo é lucrar por meio da compra e venda das ações, matérias-primas ou moedas, vendendo a um preço mais alto que aquele pelo qual se comprou.

Então, o objetivo das tradings é um investimento a curto prazo.

Vou mostrar agora quando e como a operação de Barter soja é realizada.

barter soja
Para o agronegócio, Barter representa um mecanismo de financiamento de safra
(Fonte: Roberto A. S. Lima baseado em Azimute Agronegócios)

Quando o Barter é utilizado?

O Barter é utilizado por muitas cooperativas e tradings, que realizam essa troca de insumos (sementes, adubos, defensivos) por produtos agrícolas como milho, soja, algodão, café, boi etc.

Esse tipo de negociação é oferecido aos produtores por grandes companhias como a FMC, Bayer, Adama, Bunge, Cargill, Monsanto. Além disso, há inúmeras cooperativas que podem ter demanda por esse tipo de negociação.

Na maioria dos casos, as operações de Barter são atreladas à Cédula de Produto Rural (CPR) e exigem certos cuidados de ambas as partes no preenchimento e formulação do contrato.

Segundo o advogado Tobias Marini de Salles Luz, existem vários casos em que o instrumento foi mal feito e acabou por impedir que a empresa fizesse a devida cobrança de seu crédito.

Existem também cenários em que os produtores tiveram que pagar mais que o realmente devido pela má formulação do acordo.

Então, muito cuidado no momento de formulação dos contratos de ambas as partes. É sempre válido buscar auxílio de um profissional especializado nesse tipo de transação financeira.

Barter soja: Mercado em ascensão

Com créditos cada dia mais escassos para custear plantio, o Barter soja é uma solução que os produtores podem utilizar para adquirir insumos e tecnologias.

O Barter geralmente envolve 3 instituições: o próprio produtor; uma trading; e uma companhia ou cooperativa de insumos.

Já existem casos registrados deste tipo de operação até para financiamento de grandes colheitadeiras – de até R$ 1 milhão.

O sistema de financiamento por meio do Barter para colheitadeiras estreou no Brasil com a New Holland em 2015. Diversos negócios foram fechados naquele ano nessa modalidade financeira.

A New Holland aceita soja na operação. E, com o apoio da americana Cargill, que tem interesse em ficar com a oleaginosa para processamento ou exportação, abriu o mercado para esse tipo de transação financeira.

No caso das colheitadeiras, Jefferson Kohler, então gerente de marketing da New Holland, explicou que os produtores normalmente querem usar suas futuras sacas de soja para arcar com uma entrada de cerca de 10% do valor total da máquina.

O restante era financiado pelo Finame Agrícola (BNDES). Mas houve casos em que o Barter representou 40% do valor negociado do equipamento.

Para participar do Barter soja, o produtor rural precisa de um avalista e da CPR correspondente ao volume de soja ou cultura envolvida, se o negócio ficar em até US$ 250 mil.

Para valores acima de US$ 250 mil é exigido uma hipoteca da terra.

O mercado brasileiro passa por uma fase de safras recordes, onde os preços tendem a ficar pressionados frente à grande demanda dos produtos no mercado.

Por meio do Barter soja, produtores travam o preço de uma entrega na formalização do contrato. Essa operação impede a variação de preço das commodities e dos preços dos produtos.

Isso ajuda a entender o forte crescimento deste tipo de operação comercial no mercado.

Barter soja: O caso Bayer

Eduardo Roncaglia, diretor de Operações Estruturadas da Bayer, afirma que, com as grandes safras, os produtores acabam ficando em dúvida na tomada de decisão de gerenciamento do negócio.

Com um bom planejamento, os produtores podem ter ótimos resultados de vendas.

Ele lembra que, quem travou seus preços na safra 2017, acabou tendo um bom resultado financeiro (cerca de 30% melhor), pois as cotações despencaram desde 2016.

Nesse caso específico da Bayer, após a colheita, os produtores não entregam seus produtos para a empresa.

Quem recebe os produtos agropecuários são as tradings. Mas a Bayer possui estrutura para auxiliar o produtor a travar seu preço, incluindo uma mesa de negócios que opera na bolsa de Chicago.

Para o caso da Bayer aqui citada, existem 3 modalidades de Barter:

  • A primeira aproveita um contrato que o produtor já tem fixado com uma trading (no qual o produtor repassa à empresa de defensivos o direito de receber o pagamento);
  • A segunda é a “financeira (na qual a Bayer trabalha com opções de venda e compra e ajuda o produtor a se proteger da volatilidade do mercado);
  • A terceira é a “física” (em que ocorre a venda do produto negociado com o agricultor).

Assim, o Barter é uma modalidade de negócios mais segura, pois trava preços das mercadorias e trabalha com contratos.

Os encargos geralmente também são menores, ajudando a impulsionar as vendas das empresas de insumos.

O Barter permite que os envolvidos trabalhem num ambiente de baixo risco. As empresas envolvidas vendem maior volume de seus produtos; os produtores também conseguem benefícios como a troca de seus produtos futuros por insumos.

A modalidade viabiliza redução da necessidade de financiamentos de safra em bancos. Isso pode ser percebido como um grande benefício, pois os produtores receberão seus insumos via operações de permuta.

Tipos de Barter soja

Vamos apresentar algumas das mais usuais modalidades de Barter encontradas nas negociações dos produtos agropecuários brasileiros.

As classificações podem ser visualizadas no vídeo da Marina Piccini.

Compra de Contrato

A compra de contrato é quando o produtor já fechou negócio com a trading.

A empresa que está vendendo os insumos pede que o produtor faça uma cessão de crédito.

Isso funciona da seguinte maneira: quando, por exemplo, as sacas de soja forem entregues pelo produtor à Trading, de acordo com aquilo que foi negociado em contrato, esta possuirá subsídio para pagar o fornecedor que comercializou esses insumos.

Normalmente, a cooperativa que vendeu os insumos já possui a CPR com penhor daquele volume que foi negociado com a Trading.

Basicamente, é uma venda a prazo normal que, depois de faturada, ou mesmo antes de faturar, o produtor faz essa cessão de crédito para a empresa.

Campanha da Indústria/Cooperativa com a Trading

Essa modalidade de Barter soja ocorre geralmente quando a indústria ou cooperativa decide fazer campanha para aumentar suas vendas em parceria com uma trading.

Nessa prospecção de novos negócios, a indústria pode criar um pacote promocional com preços diferenciados aos produtores rurais. A trading, por sua vez, entra com uma cotação de preço para aquela safra futura.  

Essa modalidade de Barter é mais comercial e usual por ter maior potencial de alavancar vendas das indústrias ou cooperativas.

barter soja
Com operação de Barter, produtor consegue manter protegido capital de giro
(Fonte: Advertising Week)

Indústria ou Cooperativa assume o preço

Geralmente, nestes casos, a indústria ou cooperativa assume o risco e vi sozinhas (sem o auxílio de uma trading) ao mercado negociar com os produtores.

As empresas montam seus pacotes de insumos e cobram um valor pré-determinado em sacas de soja para a permuta na operação de Barter.

Nestes casos, as indústria ou as cooperativas devem estar estruturadas para calcular estes valores. Também precisam contar com profissionais que entendam de mercado futuro para minimizar seus riscos de perda de dinheiro.

É importante frisar que as empresas devem ter estabelecido no contrato social que elas podem comercializar esses tipos de commodities.

Por fim, a área contábil dessas indústrias/cooperativas também deve estar altamente envolvidas nesse tipo de operação. No momento de entrada do ativo, ela deve realizar uma marcação a mercado para vender bem os produtos em cada situação.

Conclusão

A operação financeira de Barter soja está cada dia mais frequente no agronegócio.

A possibilidade de permuta de produtos produzidos por insumos com pagamento futuro pode ser uma das alternativas mais viáveis frente a créditos bancários com diversas taxas de juros.

É evidente que, na maioria dos casos, a compra dos insumos agrícolas à vista é a melhor opção de negócio.

Porém, quando você não possui tal disponibilidade financeira, o Barter pode ser uma modalidade interessante.

Vale analisar sua situação, optando por crédito bancário ou realizar uma operação de Barter. Aproveite esse conhecimento e analise suas opções!

>> Leia mais:

O que é hedge e por que você deveria ter essa opção

“Venda da soja: como garantir uma boa negociação de forma antecipada”

Você já tinha ouvido falar em Barter soja? Já praticou ou conhece alguém que realiza esse tipo de operação? Compartilhe sua experiência nos comentários!

Guia absolutamente completo sobre agricultura de precisão

O que é agricultura de precisão? Como implementar essa técnica na sua lavoura? Vou te mostrar nesse guia completo. Confira!

A Agricultura de Precisão (AP) inclui muitas tecnologias.

Mas, sinceramente, essas inúmeras tecnologias nem sempre se encaixam em todas as operações e todos os produtores.

Você precisa ter um objetivo bem definido, investigar e avaliar completamente as opções antes da implementação.

Vou te explicar como implementar essa técnica na sua lavoura a seguir!

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O que é Agricultura de Precisão (AP)?

O termo Agricultura de Precisão (AP) surgiu no começo da década de 1980, nos Estados Unidos. No entanto, a prática de seus conceitos fundamentais já são utilizadas há muito mais tempo.

Para ser mais exato, desde o século passado alguns agricultores já gerenciavam suas lavouras de forma localizada. Nessa época, a aplicação de calcário era o “carro-chefe”.

O termo AP possui várias definições feitas pelos mais diversos pesquisadores e estudiosos da área.

Mas o conceito fundamental é que as lavouras não são uniformes, necessitando de formas de manejo que explorem essas diferenças encontradas em cada talhão, tirando proveito econômico disso.

o que é agricultura de precisão e seus benefícios

Você pode conferir aqui o infográfico completo sobre o que é agricultura de precisão, incluindo as fontes dessas estatísticas.

A Agricultura de Precisão não é uma tecnologia única, mas sim um sistema de gestão.

A AP pode ser considerada como um conjunto de muitos componentes. Dos quais produtores podem selecionar para formar um sistema que atenda às suas necessidades (Reza Ehsani, Prof.ª na UF/IFAS – Estados Unidos).

A AP é um sistema que fornece conhecimento para melhorar a tomada de decisões.

E, se usado corretamente, pode contribuir para reduzir o desperdício, aumentar os lucros e proteger o meio ambiente.

Se você ficou gostou do assunto e quer se aprofundar ainda mais, aprenda com estes:

>> 3 cursos de Agricultura de Precisão grátis (+ graduação e pós graduação que você pode fazer).

Agora que você já sabe melhor o que é agricultura de precisão, vou falar como usar as ferramentas certas para obter excelentes resultados.

Onde usar ferramentas de agricultura de precisão na fazendas e na pré safra?

Primeiro, entenda quais são as necessidades da sua fazenda.

Um dos principais benefícios do uso da AP está no aumento da eficiência na utilização dos insumos.

A AP faz com que sejam utilizadas as quantidades necessárias de insumos para sua lavoura, no momento certo e no lugar certo.

E é claro que isso vai depender do nível de produção que você deseja atingir, já que (em geral) produções elevadas utilizam mais insumos.

No entanto, lembre-se que existe um limite de alta produtividade que realmente resulta em lucro para o produtor (ponto de equilíbrio).

Confira como um software de gestão agrícola pode te ajudar a ter o ponto de equilíbrio da sua safra.

aegro

Com isso, temos o uso de insumos mais eficiente e de forma mais racional. Assim é possível evitar contaminações ambientais, lixiviações de nutrientes e redução de custos de produção.

Você pode economizar e utilizar menos insumos, mas não vou te enganar: esteja ciente que em alguns casos há o aumento do uso de insumos, seja para aumentar as produtividades e os ganhos, e/ou para suprir as necessidades do solo.

Isso porque você pode estar utilizando mais insumos ou menos do que o necessário e a AP vem para ajustar no entendimento dessas relações.

Como já tratamos o que é agricultura de precisão, vou falar agora sobre a AP no cenário brasileiro e mundial.

Agricultura de precisão no Brasil e no Mundo

A agricultura de precisão vem crescendo a cada dia no Brasil e no mundo.

agricultura de precisão no Brasil

Você pode conferir aqui o infográfico completo sobre o que é agricultura de precisão, incluindo as fontes dessas estatísticas

No Brasil, por volta de 70 a 80% dos usuários de AP a utilizam na análise e preparação do solo.

Isso indica a grande importância dada aos produtores brasileiros na aplicação de fertilizantes e corretivos em taxa variável.

Na minha visão, esses números podem ser provenientes de dois fatores: o grande impacto que esses insumos produzem nas contas das propriedades e pela grande difusão da AP para esses fins no Brasil.  

A regulagem de equipamentos e plantio aparecem como terceiro e quarto lugar nas atividades em que é utilizado AP pelos agricultores brasileiros segundo o infográfico.

Não é preciso ir muito a fundo nessa questão.

Realizar a regulagem ou o plantio corretamente não são práticas simples e requerem anos de experiência, além de profissionais capacitados para sua realização.

O que é Agricultura de Precisão: Monitoramento da lavoura

Dentre as atividades em que menos utilizam a AP estão coleta e análise de dados do plantio e monitoramento da lavoura.

Não pode ser coincidência com o que eu vejo constantemente no campo: imensa preocupação com o plantio e com a colheita, mas nem tanto assim durante a condução da lavoura.

Na época de plantio e colheita é comum ver os produtores no campo dia sim e outro também. Porém, durante o ciclo das plantas, essa frequência é diminuída.

É claro que o plantio e a colheita são os pontos vitais.

Mas, convenhamos, saber o que ocorre na lavoura durante toda a safra também é importante. E creio que a AP pode tornar isso muito mais simples e fácil.

Para conferir uma maneira mais simples, segura e prática de monitorar sua fazenda, veja este vídeo:

Como você pode perceber, temos desuniformidade nos campos. Ou seja, o campo e sua lavoura não é igual em toda sua extensão.

E, por meio da AP, os produtores podem explorar essas manchas da melhor maneira possível.

Às vezes, na mesma fazenda existem regiões de maior potencial produtivo e outras de menor potencial. O grande lance é saber cultivar e fazer ambas as regiões gerarem lucro.

Mas como faço para uma região de baixo potencial produtivo gerar lucro?

Existem várias maneiras de explorar as regiões de baixo potencial:

  • reduzir os custos investidos naqueles talhões de baixo potencial;
  • redistribuir os insumos das áreas de baixa para áreas com maiores potenciais;
  • reduzir o número de amostragens de solo nestes talhões;
  • plantar outra cultura menos exigente ou mais adaptada às condições daquele talhão;
  • reservar tais talhões para APP ou reserva legal.

Vale ressaltar que as regiões de baixo potencial devem ser avaliadas com cautela. Apenas um ano de produtividade baixa não torna uma região em área de baixo potencial.

É necessário verificar qual é o problema.

Se não for por falta de água ou de insumos e sim coisas que não podemos mudar em tempo hábil (como textura, profundidade do solo e outros), você pode seguir meus conselhos anteriores.

Preciso de equipamentos caros para praticar AP?

Essa pergunta é clássica quando o assunto é Agricultura de Precisão.

Já ouvi centenas de vezes ao visitar os mais diversos produtores, estando eles produzindo 200 hectares ou 10.000 hectares.

“Agricultura de Precisão não é pra mim, é muito cara! Sou pequeno produtor!”

equipamento de agricultura de precisão

Como a Agricultura de Precisão é utilizada no maquinário agrícola pelos produtores brasileiros

É evidente que os produtores já sabem que existem determinados locais em sua lavoura que todo ano produzem mais.

A AP está relacionada à utilização massiva de informações que podem ser obtidas de cada propriedade.

Ninguém sabe mais sobre o que acontece em suas terras que o próprio produtor, que na maioria dos casos, cultiva nos mesmos locais há anos.

Em pequenas propriedades, a Agricultura de Precisão pode ser realizada por um gestor mais criterioso, que simplesmente relata tudo o que ocorre dentro da propriedade.

Assim ele já sabe quais talhões tem maior potencial produtivo.

Com tais informações, esse gestor toma decisões mais assertivas quanto a adubações e tratos culturais.

Isso também é AP! E um exemplo de sua aplicação sem investir dinheiro em equipamentos caros.

Fazendas maiores trabalham com escalas de produção maiores. Então, a divisão em zonas de manejo mais produtivas se torna um pouco mais trabalhosa.

Nesses casos, podem ser analisados mapas de colheita, mapas de índice de vegetação, mapas de textura de solo, condutividade elétrica e outras informações disponíveis.

Veja como escolher um software de agricultura de precisão neste artigo: “Software para Agricultura de Precisão: O guia definitivo para escolher um”.

Monitoramento da variabilidade das culturas

O mapeamento da produtividade das lavouras, obtido por meio dos mapas de colheita pode ser considerado o primeiro passo para implantação da AP nas fazendas.

Em grandes extensões cultivadas, onde a colheita manual já caiu em desuso, a forma de identificar regiões mais produtivas é com o mapa de colheita.

Ele é um excelente apontador da variabilidade presente na área.

mapa-produtividade

(Fonte: Molin e Mascarin)

Mapas de anos anteriores podem auxiliar no planejamento da pré safra.

O que os mapas obtidos com a utilização de AP podem mostrar aos produtores?

  • Resposta real da cultura frente ao manejo utilizado;
  • Identificação de zonas mais produtivas;
  • Visualização da lavoura como um todo;
  • Identificação de áreas limitantes à produção;
  • Possibilidade de utilização de tratamentos localizados;
  • Possibilidade de redução de custos e manejo diferenciado;
  • Identificação de pragas e doenças na lavoura;
  • Identificação de áreas com maior biomassa;
  • Saúde da vegetação;
  • Problemas com fertilidade;
  • Água no solo.

Atualmente, temos o avanço da utilização de satélites e sensores na agricultura.

Eles podem estar acoplados às máquinas agrícolas, drones, motocicletas, quadriciclos e mesmo serem carregados por meio de dispositivos móveis ou aplicativos de celulares.

Dessa forma, com os mapas em mãos, os agricultores podem investigar o campo. É possível identificar problemas como pragas e doenças, fertilidade dos solos, áreas compactadas, áreas com problemas de água etc.

Porém o monitoramento e amostragens a campo de áreas da lavoura são essenciais.  

Lembrando que o monitoramento da lavoura também é a base do Manejo Integrado de Pragas, além de ser fundamental para seu planejamento agrícola.

O que é Agricultura de Precisão: Como fazer o planejamento de amostragem

Com o auxílio das amostragens e conceitos de Agricultura de Precisão, os produtores tentam representar um todo de seus talhões, analisando apenas uma porção dele.

A amostragem podem ser utilizada para avaliar diversos atributos na agricultura.

Podem ser atributos físicos ou químicos do solo, pragas e doenças das lavouras, estado nutricional das culturas, entre outras.

Aqui vamos focar nas amostragens de solos para posteriormente realizar uma aplicação localizada de insumos.

Os  produtores que possuírem mapas de colheita, mapas de condutividade elétrica do solo, mapas de biomassa da vegetação, podem utilizá-los para planejar suas amostragens.

O ideal é sempre tentar verificar regiões onde estão presentes as maiores diferenças nos atributos.

Abaixo segue uma mapa de planejamento da amostragem direcionada com base em um mapa de colheita.

mapa de produtividade em agricultura de precisão

(Fonte: Boletim Técnico 2 LAP)

Amostragem em grade regular para Agricultura de Precisão

Na AP, as amostragens são georreferenciadas.

Ou seja, é possível a localização do ponto amostrado e o processamento destas informações pode ser realizado e visualizado em softwares de AP.

Existem diversas maneiras de planejar a amostragem em nossas propriedades, a mais comum é a amostragem em grade.

A grade pode ser definida segundo informações que os produtores possuem de suas propriedades, zonas de manejo ou grade regular.

No Brasil, a amostragem mais utilizada é a em grade regular. É normalmente realizada com uma amostra composta a cada 3 a 5 hectares e em alguns casos ainda maior.

grades de amostragem em agricultura de precisão

(Fonte: Boletim Técnico 2 LAP)

Esse é um assunto que gera grandes discussões, especialmente quanto ao número e forma de caminhamento nas amostragens.

A comunidade acadêmica de AP preza por densidades amostrais de no mínimo 1 amostra a cada 2 hectares.

A comunidade norte americana já trabalha, na maioria dos casos, com 1 amostra por hectare.

Malhas amostrais maiores podem não representar os atributos dentro dos talhões, como apresentado no trabalho científico neste link.

O que é agricultura de precisão: Densidade amostral 

Em cada ponto deve ser amostrado várias subamostras em um raio de 1 a 5m.

O número de subamostras também varia de acordo com cada fazenda ou empresa que presta o serviço, normalmente temos de 6 a 15 subamostras.

pontos-amostrais

(Fonte: Embrapa)

A densidade amostral é muito importante para o posterior processamento das informações e criação dos mapas que melhor representem os nossos talhões.

interpolação-ap

(Fonte: Boletim Técnico 2 LAP)

A grade amostral e toda a parte de processamento das informações podem ser criadas com a utilização de softwares de Agricultura de Precisão.

>> Leia mais: “Drones e agricultura de precisão: 8 Pontos para você considerar”

guia - a gestão da fazenda cabe nos papéis

Conclusão

Agora você já sabe o que é agricultura de precisão e como implementá-la.

A Agricultura de Precisão tem como fundamento o manejo diferenciado das lavouras. Para isso acontecer, existem muitas ferramentas que podem ser incorporadas em sua propriedade.

Um bom planejamento, incluindo a AP, é indispensável para reduzir os custos e explorar o máximo potencial de nossas lavouras.

Através desse artigo você conheceu a Agricultura de Precisão e como ela pode ajudar na sua lavoura.

Agora cabe a você buscar soluções e ferramentas que melhor se adaptem ao seu sistema de manejo.

Utilizar todas as informações disponíveis é a melhor forma de planejar e não cometer os mesmos erros de manejos anteriores.

>> Leia mais:

Drone para pulverização: Como funciona e os principais modelos do mercado

Mapas de produtividade na agricultura de precisão: Como otimizar seus insumos

Saiba as vantagens da Cafeicultura de Precisão e como aplicá-la

Restou alguma dúvida sobre o que é Agricultura de Precisão e como ela pode te ajudar na fazenda? Você já utiliza algumas das ferramentas que mencionei? Adoraria ver seu comentário abaixo.

Colheita de milho: qual é o momento certo para fazê-la e dicas fundamentais

Atualizado em 14 de junho de 2022.

Colheita de milho: maturação fisiológica do grão, umidade ideal, regulagem de maquinários e outros cuidados que fazem a diferença.

Um dos pontos-chave para o sucesso da produção de milho é o momento da colheita. Quanto menores as perdas na colheita, maiores serão seus lucros.

E no caso do milho, diversos fatores como a umidade ideal, linha de leite e até a folhagem são pontos que precisam ser considerados. 

O milho está pronto para ser colhido quando atinge a maturação fisiológica, momento em que 50% das espigas estão com uma pequena mancha preta no ponto de inserção com o sabugo. E o teor de umidade do grão precisa ser superior a 13%.

Em resumo, é preciso cuidar bem do tempo de colheita do milho. Neste artigo, veja pontos fundamentais para ajudar a melhorar essa operação na sua fazenda. Confira a seguir!

Importância da cultura do milho

O milho (Zea mays L.) é uma gramínea anual, com caule do tipo colmo ereto e sistema radicular fasciculado. É um dos cereais mais cultivados no mundo, e é fonte de matéria-prima de vários subprodutos alimentícios, bebidas e combustível.

O milho é utilizado para produção de grãos, de silagem e de milho verde. Sua planta pode atingir dois metros de altura e produzir de uma a duas espigas.

A cultura do milho tem grande importância socioeconômica para o país. É uma planta cultivada em todo território brasileiro. O Brasil está entre os maiores produtores mundiais desse cereal, com expectativa de colher mais de 112 milhões de toneladas de milho na safra 2021/22, crescimento de 27% na comparação com a anterior.

A maior parte da produção de grãos é destinada à fabricação de ração animal. O milho também é utilizado na alimentação humana, em função do elevado valor nutricional.

Planejamento da colheita de milho

O planejamento da colheita começa antes mesmo da implantação da lavoura. Primeiramente, é importante que a área plantada seja dividida em talhões. Isso vai facilitar a movimentação das máquinas e o escoamento da produção. 

No planejamento da colheita de milho, é preciso considerar alguns pontos, como:

  • umidade do milho para colheita;
  • tamanho da área plantada;
  • ciclo do milho;
  • condições climáticas;
  • janela de colheita;
  • maquinário e mão de obra disponível;
  • tempo de colheita do milho;
  • distância entre os talhões e os locais de secagem/armazenamento;
  • capacidade de secagem e armazenamento.

Desde o planejamento agrícola, você deve saber qual será o destino do produto que irá colher. Avalie se o milho plantado será vendido para silagem, para cooperativas ou seco e armazenado para vendas futuras.

Isso não é uma regra, mas o bom planejamento evita surpresas e garante, na maioria das vezes, um preço melhor na negociação dos grãos. É sempre importante acompanhar os preços da saca para sua região e saber se haverá quebra de safra do milho ou não.

O milho safra ou milho safrinha pode variar de preço, dependendo da quantidade ofertada no mercado.

Para anos em que a quantidade de milho ofertada no mercado é alta, uma solução é a armazenagem de grãos em silos para venda posterior em épocas de preços melhores.

O milho pode ser estocado por um longo período, sem perder a qualidade dos grãos armazenados e suas propriedades nutricionais. Mas para isso, é preciso que o armazenamento e a secagem dos grãos de milho sejam feitos corretamente.

Lembre-se que o armazenamento também gera custos. Cabe avaliar se vale a pena ou não armazenar e esperar preços melhores no mercado.

Tempo de colheita do milho

O tempo de colheita do milho é de 120 a 180 dias após o plantio, o que pode variar conforme o tipo de híbrido que você escolher. Em geral, as espigas estão maduras 50 dias depois da floração, quando ficam secas e os cabelos (estilos-estigmas) ficam marrons.  

A colheita do milho pode começar quando o grão está maduro fisiologicamente. As sementes devem estar com a máxima matéria seca. 

Na maioria das espécies, a maturação completa do milho pode coincidir com as plantas muito vigorosas, além da máxima germinação.  

Outro aspecto relevante é o ponto de maturidade fisiológica do grão. Ele ocorre quando 50% das sementes de milho na espiga têm uma pequena mancha preta no ponto de inserção no sabugo.

A umidade dos grãos deve ser maior que 13%, ou estar entre 18% e 20% caso seja necessário colher com antecedência.  Alguns autores dizem que a umidade do milho para colheita pode estar entre 18% e 25%, em propriedades que possuem estrutura de secagem de grãos.

Dependendo do destino, a colheita do milho é realizada em diferentes pontos de umidade. Por exemplo, o milho para produção de grãos é colhido com menor umidade quando comparado ao milho verde. 

O ponto de colheita de milho verde é mais precoce que o do milho seco, sendo colhido quando o grão apresenta aspecto leitoso e umidade em torno de 70% a 80%, normalmente aos 90 dias.

Para colheitas realizadas com umidades acima de 13%, fique de olho em detalhes como:

  • Necessidade de secagem dos grãos de milho;
  • Disponibilidade de local para secagem;
  • Risco de deterioração do material;
  • Possíveis perdas por ataques de fungos e pragas;
  • Energia gasta no momento da secagem artificial;
  • Preço pago pela saca de milho no momento da colheita.
Colheita de milho: espiga prestes a ser colhida
   (Fonte: Governo RS)

Tipos de colheita

A colheita de milho pode ser feita de forma manual ou mecanizada.

A colheita manual de milho é empregada em pequenas propriedades. Ela tem baixo rendimento e demanda muita mão de obra. Afinal, é feita sem o suporte de máquinas agrícolas.

Já a colheita realizada com colhedoras apresenta alto rendimento operacional. Ela exige menos mão de obra, o que contribui para a redução dos custos de produção.

Se você optar pela colheita mecanizada, é importante analisar os pontos a seguir para garantir um bom resultado. 

Regulagem correta dos equipamentos na colheita mecanizada do milho

A regulagem correta das colhedoras é essencial para reduzir as perdas em campo. Para a cultura do milho, o cilindro adequado é o de barras. A distância entre este cilindro e o côncavo varia de lavoura para lavoura, com base no diâmetro das espigas.

Para grãos colhidos com umidades de 12% a 14%, é ideal o trabalho da rotação do cilindro entre 400 a 600 rpm em colhedoras automotrizes. Para colhedoras acopladas ao trator, a rotação ideal é entre 850 a 980 rpm.

Para grãos de milho colhidos com umidades maiores (de 14% a 20%), o ideal são rotações do cilindro também maiores: cerca de 550 a 800 rpm.

A relação do teor de umidade com a rotação do cilindro batedor é diretamente proporcional. Ou seja, quanto mais umidade presente nos grãos, maior terá de ser a velocidade de rotação do cilindro.

Quanto mais úmidos os grãos, maior a dificuldade de debulha. À medida em que os grãos vão perdendo a umidade, eles se tornam mais fáceis de serem debulhados. Isso exige menores velocidades de rotação do cilindro batedor.

Fique de olho na debulha das espigas e na presença de grãos quebrados. A área da colheita do milho deve estar o mais uniforme possível em questões fisiológicas da cultura.

A regulagem do espaçamento do cilindro e do côncavo também pode variar de acordo com a umidade presente nos grãos. A distância entre eles deve ser calculada de modo em que a espiga seja debulhada sem ser quebrada. O sabugo deve sair inteiro

De maneira geral, o nível de danos em grãos de milho é menor quando eles são colhidos em rotações mais baixas e com umidades inferiores a 16%.

Além do corte da planta, da remoção da palha e da trilha (debulha), é importante executar bem os demais processos. Eles compreendem a limpeza, separação dos grãos, secagem e armazenamento.

Colheita terceirizada de milho

Se você terceiriza suas colheitas ou parte delas por falta de maquinário, deve prestar atenção na condução dessa operação em campo. Cuidado com as perdas provenientes da colheita de terceiros. 

Muitas vezes, para aumentar os rendimentos operacionais, são aplicadas maiores velocidades de colheita. Em velocidades maiores, geralmente há maiores perdas e menores quantidades de sacas/ha tiradas do campo na plantação de milho.

É sempre bom acompanhar esse trabalho no campo e realizar medições de perdas e regulagem das colhedoras destes terceiros. Atualmente, já existem prestadores de serviço de colheita que até entregam o mapa de produtividade da lavoura de milho.

Às vezes, o preço cobrado pelo serviço é um pouco mais elevado, mas vale a pena!

Caso você tenha possibilidade de escolha de colheita com mapas de produtividade, considere isso no momento da contratação do serviço. Eles são excelentes ferramentas para o entendimento espacial das lavouras.

Além de auxiliar na reposição dos nutrientes que foram exportados, eles são o primeiro passo para a prática da agricultura de precisão nas propriedades.

Colheitadeira de milho em lavoura
(Fonte: Sistema Faep)

Cuidados na colheita

Muitos agricultores gostam de deixar a secagem de grãos de milho acontecer naturalmente, ainda no campo. Essa prática é muito interessante, pois reduz custos com secagem antes do armazenamento ou venda final da cultura.

Mas vale lembrar que às vezes, à medida em que o milho seca no campo, há a incidência de plantas daninhas crescendo entre a cultura. 

Isso pode ser prejudicial na colheita mecânica, pois essas plantas podem embuchar as colhedoras e causar perdas em rendimentos operacionais.

Outro fator de destaque é a velocidade de colheita. Existem diversos tipos de colhedoras de milho, mas geralmente a velocidade é determinada em função da produtividade dos talhões.

Quanto maior a produtividade das lavouras, menor a velocidade das colhedoras. Afinal, toda a massa colhida junto aos grãos tem de passar pelos sistemas de trilha, limpeza e separação. Grande parte das máquinas opera em velocidades de trabalho de 4 km/h a 6 km/h.

Perdas na colheita de milho

As perdas na colheita de milho podem acontecer de 4 maneiras: na pré-colheita, na plataforma, em grãos presos no sabugo e grãos soltos. As perdas aceitáveis na colheita do milho estão na ordem de 1,5 sacos/ha. Mas trazer esse valor para o mais próximo possível do zero é essencial.

É fundamental saber como se colhe o milho corretamente para evitar perdas nesses momentos.

Perda de pré-colheita

A perda de milho na pré-colheita ocorre antes da interferência da máquina no campo para realização da operação. Está relacionada ao tipo da cultivar e à porcentagem de tombamento das plantas devido à quebra do colmo.

Perda de plataforma

As perdas do milho em plataforma estão relacionadas à altura das espigas, porcentagem de acamamento da cultura e de quebramento das plantas.

O número de linhas da semeadora deverá ser equivalente ou múltiplo ao número de bocas da plataforma.

Perda de grãos presos nos sabugos

As perdas de grãos presos nos sabugos refletem a má regulagem do cilindro e do côncavo. É possível ocorrer quebra do sabugo em vez da debulha ou, dependendo da folga, a passagem do material direto sem ser debulhado.

Além disso, cuidado para não trabalhar com velocidades de rotação erradas no cilindro, com peças avariadas ou tortas na colhedora.

Perda de grãos soltos

De acordo com as regulagens realizadas na máquina, grãos soltos podem ser perdidos no campo. Isso se deve ao fato do rolo espigador, que geralmente está no final da linha, receber um fluxo menor de plantas do que o necessário. 

Também acontece se a chapa de bloqueio estiver pouco aberta ou com espigas menores que o padrão calibrado.

Na hora da separação, também pode haver perdas de grão soltos. Isso acontece se o saca-palhas estiver sobrecarregado, o ventilador trabalhando com velocidade maior que o recomendado e as peneiras mal dimensionadas.

Secagem e armazenamento de milho

A secagem de grãos de milho tem o objetivo de reduzir a umidade. Isso contribui para desacelerar o processo de deterioração. Além disso, a secagem possibilita que os grãos sejam armazenados por mais tempo.

A secagem do milho pode ser realizada de forma natural ou artificial. O tempo gasto nesse processo depende do teor de umidade inicial do grãos, dos equipamentos e da técnica empregada.

O milho pode ser armazenado a granel, em silos ou em sacaria

Uso de software de gestão na colheita do milho

Os sistemas de gestão rural podem ser um grande aliado para facilitar os processos de colheita que comentamos ao longo deste texto.

Um bom exemplo disso é o Aegro, software que auxilia o produtor desde o planejamento até o armazenamento e comercialização do grão. 

Com ele, você planeja o calendário de colheita e acompanha a evolução do cultivo à distância a partir de mapas NDVI

NDVI Aegro
Com o Aegro, é possível acompanhar todos os detalhes de NDVI da sua plantação de milho

Na hora da colheita, registre a produção dos talhões em tempo real direto do campo pelo aplicativo e controle as cargas que saem da fazenda. 

Crie alertas para a regulagem do maquinário e acompanhe as operações e o rendimento por máquina a partir da integração com a plataforma Climate FieldView™ e o Operations Center da John Deere.

Por fim, visualize com precisão a área colhida, o custo de produção por talhão e a taxa de produtividade na tela de colheita do software.

GIF aegro milho
Você pode visualizar área colhida e custo de produção por cada talhão da sua fazenda
  • Área colhida – representa a porcentagem de quanto já foi colhido e quanto ainda falta a ser colhido. O cálculo é feito através das realizações das atividades de colheita.
  • Produção – mostra o que já foi realizado (soma das produções líquidas das cargas de colheita) e a meta (leva em conta a produção estimada das áreas).
  • Produtividade – é dividido em dois indicadores: o Realizado (barra verde): soma das produções líquidas das cargas de colheita dividido pela a área que foi colhida e a Meta (barra cinza): que leva em conta a produtividade estimada das áreas.
Resultados da colheita em tempo real com o Aegro

Para ver mais detalhes sobre esses recursos e como eles podem ajudar na colheita do milho, clique aqui e assista ao vídeo rápido que preparamos sobre o Aegro.

planilha de planejamento da safra de milho

Conclusão

É importante ficar de olho em todos os aspectos da lavoura de milho, do plantio à colheita. Neste artigo, você viu 8 pontos para melhorar a colheita de milho.

As perdas decorrentes de causas naturais ou regulagem errada das máquinas podem ser gerenciadas e minimizadas.

Lembre-se também da  importância de olhar para o mercado e, assim, saber o momento certo de vender seu produto por um valor melhor.

Sabendo dessas dicas, atente-se aos fatores mais críticos referentes às perdas e tenha uma excelente colheita!

>> Leia mais:

“Plantação de milho irrigado: Quando compensa?”

“Plantio de milho: Como garantir a alta produção”

Gostou destas dicas para melhorar a colheita de milho? Você realiza algum manejo diferente e que merece destaque nesta lista? Adoraria ver seu comentário abaixo!

foto da redatora Tatiza. Ela está com blusa preta, casaco jeans azul, e está sorrindo na frente de uma paisagem cheia de plantas

Atualizado em 14 de junho de 2022, por Tatiza Barcellos.

Tatiza é engenheira-agrônoma e mestra em agronomia, com ênfase em produção vegetal, pela Universidade Federal de Goiás.

Semeadora de milho: quais são as melhores e outras dicas de uso

Plantadeira de milho: principais modelos, velocidade de plantio, manutenção e 7 passos para acertar na compra deste maquinário.

A produção de milho na safrinha 2018/19 deve crescer cerca de 20% frente à safra passada.

Com aumento em área plantada e incremento na produtividade, o Brasil deverá produzir 65,3 milhões de toneladas nesta segunda safra.

Neste cenário, a escolha da plantadeira de milho é essencial para a correta semeadura agrícola da cultura.

Possuir a máquina correta disponível na janela de plantio pode ser a diferença entre o sucesso ou fracasso da atividade.

Veja neste artigo quais são as melhores plantadeiras de milho do mercado, além de dicas de manutenção e as formas corretas de utilização!

Plantadeira de milho ou semeadora?

É importante conhecermos o termo mais correto conceitualmente. Em 2011, houve um fórum para padronização destes termos.

Esse fórum ficou conhecido pelo seu tema de “Terminologia de Máquinas Agrícolas” e foi inserido na programação do CONBEA (Congresso Brasileiro de Engenharia Agrícola).

A semeadora é a máquina que realiza a semeadura das culturas, ou seja, introduz sementes de plantas no solo.

A plantadeira de milho é a máquina que realiza o plantio das culturas e coloca no solo as partes vegetativas de plantas, como bulbos, colmos e tubérculos.

Assim, no caso do milho, o mais correto seria “semeadora”. No entanto é normal a gente ter alguns termos coloquiais em uma conversa.

Por isso, neste nosso bate-papo vamos continuar com o termo “plantadeira”, mas lembre-se que o mais correto conceitualmente é “semeadora”.

Os principais e melhores tipos de plantadeira de milho

John Deere DB74

A John Deere DB74 é uma plantadeira que gosto bastante para áreas extensas. Ela possui rendimentos operacionais fantásticos.

Possui boa qualidade de distribuição e plantio em velocidades altas de 10 km/h ou 12 km/h, dependendo das condições do terreno e solo.

plantadeira de milho
(Fonte: John Deere)

O plantio sem adubação na linha com disco duplo desencontrado na semente permite velocidades mais altas de deslocamento da máquina.

Tudo isso, associado ao sistema de distribuição pneumático a vácuo, denominado “VacuMeter”, possibilita plantio de até 18 ha/h.

O sistema não possui caixa de adubo, por isso faz-se necessária a adubação antecipada e em cobertura com o auxílio de ferramentas de agricultura de precisão.

Apesar do seu grande tamanho, a plantadeira JD DB74 possui chassi articulado em 3 seções de até 15° de flexibilidade. Tem ainda carrinhos do tipo pantográficos, que auxiliam no plantio nas profundidades desejadas.

Possui 4 configurações, dependendo do espaçamento desejado:

  • 45 linhas de 50 cm
  • 48 linhas de 45 cm
  • 30 linhas de 76 cm
  • 24 linhas de 90 cm

 Plantadeira Baldan SP GIGA Air

As plantadeiras da Baldan, versão SP GIGA Air, possuem 22, 30, 34 e 42 linhas de semeadura disponíveis.

Essa versão especificamente possui sistema de turbina de fluxo contínuo, com regulagem independente do sistema a vácuo. Assim, ocorre deposição de sementes com precisão no campo.

Além disso, possui dosador pneumático para utilização em diversas culturas, especialmente soja e milho.

Possui caixa de engrenagens com 62 combinações de velocidades para distribuição de sementes. Outro destaque é seu sistema eletrônico para controle individual ou sincronizado dos módulos de plantio.

Com disco de corte de 20’’ desencontrados e regulagem da profundidade de semeadura independente, essa linha de plantadeiras é uma ótima opção para realização correta da operação no campo.

plantadeira de milho
Fonte: (Baldan)

Há 4 opções de modelo:

  • 22 linhas, largura total de 10.600 mm, depósito de sementes de 3.340 litros e trator de 180* CV
  • 30 linhas, largura total de 14.100 mm, depósito de sementes de 4.500 litros e trator de 240* CV
  • 34 linhas, largura total de 16.000 mm, depósito de sementes de 5.180 litros e trator de 280* CV
  • 42 linhas, largura total de 19.600 mm, depósito de sementes de 6.340 litros e trator de 340* CV

*Calculada para Sistema de Plantio Direto

Jumil JM 8090 e JM 8080 PD - TERRA

A linha de plantadeiras de sementes graúdas da Jumil JM 8090 e 8080 PD, destacam-se no cenário de plantio de milho.

Elas não necessitam de desmonte, carregamento ou transporte em carretas nos diferentes lotes da fazenda. Além disso, auxiliam os operadores na execução das tarefas em campo, pois todas as operações são feitas de dentro da cabine do trator agrícola.

As plantadeiras da linha JM 8090 são da linha pneumática com tecnologia “Exacta Air” e as plantadeiras da linha JM 8080 são mecânicas da linha “Magnum”.

plantadeira de milho
(Fonte: Jumil)

Por ser transportável, essas plantadeiras possibilitam maior eficiência na semeadura, além de facilitar o transporte até os talhões, melhorando a sua eficiência operacional, eliminando algumas horas improdutivas.

Com o chassi articulado em 3 seções e carrinhos do tipo “pantográfico”, as ondulações do terreno são facilmente superadas e a profundidade de semeadura torna-se constante.

Existem 3 opções de chassi:

  • Até 29 linhas de 45 cm, largura de trabalho de 13.800 mm, depósito de sementes de 3.000 litros/2.400 kg, capacidade efetiva de campo de 99 ha/h* e trator de 240 CV
  • Até 33 linhas de 45 cm, largura de trabalho de 15.100 mm, depósito de sementes de 3.300 litros/2.600 kg, capacidade efetiva de campo de 113 ha/h* e trator de 270 CV
  • Até 39 linhas de 45 cm, largura de trabalho de 17.800 mm, depósito de sementes de 3.700 litros/2.950 kg, capacidade efetiva de campo de 133 ha/h* e trator de 315 CV

*Calculada com velocidade média de 8 km/h, podendo variar de acordo com as condições de campo.

PST4 e PST4 Suprema Tatu

A PST4 é uma plantadeira de milho muito boa para plantio direto.

Possui plataforma larga, articulável, antiderrapante e com extensor que facilita o abastecimento pela lateral da máquina.

Possui também escada articulável e duas catracas com acionamento manual para arremates por meio de alavanca posicionada na lateral da caixa de adubo.

Para distribuição do adubo, a PST4 possui mecanismo de rosca sem-fim com revestimento antiaderente, possibilitando melhor uniformidade na distribuição.

plantadeira de milho
(Fonte: MR)

O número de linhas de plantio pode variar de 7 a 12, dependendo do espaçamento entre linhas desejado. A largura útil é de 2.900 mm a 4.950 mm, respectivamente.

As plantadeiras possuem ainda 43 relações possíveis de ajuste na caixa de adubo e 43 na caixa de sementes. Isso auxilia o ajuste desejado no plantio, seja para a dose de semente ou fertilizantes.

Plantadeira de milho 3 linhas Tatu T²SI

Por último, apresento uma plantadeira adubadeira de menor porte.

A T²SI da Tatu Marchesan é uma boa escolha para produtores com áreas não tão grandes e sistema de plantio convencional.

plantadeira de milho
(Fonte: Agripeças)

A T²SI efetua o plantio convencional de milho, soja, arroz, feijão, sorgo, amendoim e outras culturas com bom acompanhamento do perfil do solo.

A distribuição do adubo é feita via rosca sem-fim, com revestimento interno de PVC, para maior durabilidade do sistema.

Possui depósito de adubo de 50 kg em cada caixa e 34 litros para cada caixa de sementes. Necessita de um trator com cerca de 60 CV para correto funcionamento.

7 dicas para escolher sua plantadeira de milho

Como escolher a plantadeira de milho ideal é uma dúvida recorrente de muitos agricultores com quem converso.

Devo optar por uma máquina maior, com mais linhas, ou uma máquina menor?

A resposta não é tão simples quanto parece! Mas deixo algumas dicas para te ajudar na hora de escolher o maquinário ideal para sua propriedade.

1 - Sempre calcule os dias agronomicamente úteis na sua janela de plantio e da sua área a ser semeada.

2 - Opte por uma plantadeira adequada ao seu bolso! Lembre-se que, às vezes, as máquinas podem quebrar durante a operação, então esteja atento às manutenções preventivas.

3 - Nova ou usada? Com bons programas de financiamento no mercado, uma boa opção é comprar uma máquina nova. Mas isso não é uma regra absoluta! Se atente aos índices de sua máquina para tomar essa decisão.

plantadeira de milho
Com o Aegro, você obtém os índices de rendimento das máquinas agrícolas de modo automatizado e pode tomar decisões de compra mais assertivas

4 - Observe os termos e condições de pagamento, estado de conservação e capacidade do revendedor fornecer suporte.

5 - Mantenha um estoque de peças vitais da plantadeira de milho na fazenda, afinal, a maioria das revendedoras só atende em horário comercial, de 2ª a 6ª.

6 - Opte por máquinas fáceis de serem utilizadas e reguladas. Uma plantadeira menor e bem regulada pode render mais operacionalmente que outra de maior tamanho mal regulada.

7 - Verifique a disponibilidade da máquina que irá colher a cultura, neste caso o milho. Se eu não possuo uma colhedora de 50 cm de espaçamento entre linhas e ninguém na região pode terceirizar esse espaçamento de colheita, então a aquisição de uma plantadeira de milho nesse espaçamento é inviável.

Crescimento do setor e linhas de financiamento

A venda de máquinas agrícolas deve crescer cerca de 15% entre 2018 e 2019, segundo a Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos).

Com os produtores capitalizados e diversos programas de financiamento para renovação ou ampliação das frotas agrícolas, este é um bom momento para aquisição dos equipamentos agrícolas.

Os programas Moderfrota, Pronaf e FCO são as três principais linhas de crédito para aquisição das máquinas agrícolas.

Os produtores conseguem prazos de financiamento de até 10 anos, dependendo das condições do produto a ser adquirido. Há linhas voltadas à aquisição de máquinas e implementos agrícolas novos e usados.

Vida útil da plantadeira de milho

A vida útil do maquinário agrícola é outro importante assunto que os produtores devem se atentar.

E os cuidados com os equipamentos farão toda a diferença neste sentido.

As manutenções preventivas, instruções de uso e lubrificações são diferentes e devem ser realizadas segundo o manual de cada fabricante.

Com janelas de plantio cada vez menores, a disponibilidade da plantadeira para realização da atividade é vital para semeadura no tempo ideal e ganhos em produtividade.

Durante a entressafra, uma manutenção geral deve ser realizada nas plantadeiras, checando principalmente:

  • Transmissão
  • Engrenagens
  • Carrinhos de semente
  • Tanques de adubo (se houver)
  • Discos de corte
  • Rodas limitadoras de profundidade
  • Compactadores de sulco
  • Tubos condutores de sementes
  • Tubos condutores de adubos

Além disso, atente-se também aos mecanismos de roscas sem fim, peças internas, sistemas de distribuição de semente e adubo, discos dosadores e, quando houver, aos componentes gerais de todo o sistema.

Velocidade de plantio

A velocidade de plantio pode variar de acordo com o sistema de distribuição da plantadeira.

Para plantadeiras de disco, maioria no mercado brasileiro, a velocidade de trabalho pode variar entre 4 km/h e 6 Km/h.

Para plantadeiras a vácuo, é possível realizar boas operações com velocidades maiores, chegando a 10 km/h ou 12 km/h. Isso vai depender das condições de topografia do terreno, umidade e textura do solo.

Algumas pesquisas mostram perdas em eficiência da semeadura de acordo com as velocidades utilizadas nos equipamentos. Veja:

plantadeira de milho
(Fonte: Embrapa - adaptado de Pioneer Sementes)

Grafite nas sementes: uso ou não?

O grafite vem sendo utilizado para melhorar a plantabilidade das sementes.

Segundo a Embrapa, “O tratamento das sementes de milho com inseticidas para combater as pragas de solo altera a rugosidade da superfície das sementes, o que acaba prejudicando os mecanismos distribuidores, sejam de discos ou ‘dedos prensores’”.

Nos sistemas de distribuição por meio de discos, o grafite tem auxiliado bastante no momento do plantio dessas sementes no campo e manutenção do estande planejado.

No sistema de “dedos prensores”, o excesso de grafite tem acarretado maior desgaste das peças.

A quantidade de grafite a ser colocada varia conforme o tamanho e formato das sementes.

Para sementes chatas podem ser utilizadas de 2g a 4g de grafite por quilo de semente.

Já para sementes redondas, na média, podem ser utilizadas de 5g a 6g de grafite por quilo de semente.

O ideal é que se espere a secagem do tratamento de sementes com os inseticidas para a colocação do grafite e em seguida se inicie o plantio.

Conclusão

Neste artigo, apresentei alguns dos principais modelos de plantadeira de milho, que podem ser usadas no plantio direto e/ou convencional.

Também discutimos velocidade de plantio, uso ou não do grafite e as opções de crédito para máquinas e implementos agrícolas.

Você conferiu ainda algumas dicas sobre como escolher a melhor plantadeira para sua propriedade.

Com áreas cada dia mais extensas e janelas de plantio mais curtas, a escolha do maquinário é essencial aos produtores que querem ser competitivos no mercado.

>> Leia mais: 

"Depreciação de máquinas: Todos os cálculos de forma prática"
"Como regular plantadeira de trigo e ser mais eficiente"

Você já trabalhou com alguma plantadeira de milho entre as que apresentei? Acha que outras plantadeiras merecem destaque na lista? Deixe seu comentário!

Máquinas agrícolas: conheça os principais e melhores modelos do mercado

Atualizado em 1 de setembro de 2022.

Máquinas agrícolas: confira a lista com máquinas e implementos de sucesso no mercado e as dicas para acertar na sua próxima compra.

Muitos produtores frequentam as maiores feiras de máquinas agrícolas em busca de novidades.

A Agrishow, por exemplo, alcançou em 2022 a notável marca de R$ 11,2 bilhões em negócios. Esse é um aumento de 286,2% com relação ao ano de 2019, último ano em que a feira havia sido realizada.

E isso não é à toa. O investimento no maquinário da fazenda é alto, e envolve inúmeros fatores de decisão.

Por isso, veja uma seleção das melhores máquinas e implementos agrícolas no mercado e que são fundamentais para o sucesso das atividades. Confira a seguir!

O que são máquinas agrícolas?

Máquina agrícola é todo equipamento capaz de executar tarefas que antes eram executadas exclusivamente por mão de obra humana. Elas são usadas nas mais diversas etapas, como preparo, implementação, condução, colheita e pós-colheita das culturas.

Com a necessidade de maior eficiência na atividade agrícola, o uso de máquinas é crucial e a implementação de novas tecnologias tem sido muito comum.

Dessa forma, há constantes mudanças na oferta de máquinas agrícolas pelos diversos fabricantes nacionais e estrangeiros. Quem produz precisa estar de olho nessas opções para efetuar a melhor escolha.

O que considerar para escolher seu maquinário agrícola

Evidentemente, uma máquina agrícola não consegue realizar todas as operações na fazenda. E, para o correto funcionamento, cada máquina possui suas peculiaridades e formas de utilização.

A escolha deve levar em conta fatores como: tamanho da propriedade, velocidades de operação desejadas e gasto de combustível dos equipamentos.

Também é importante considerar a facilidade de operação e tecnologias necessárias (GPS, piloto automático, fechamento automático de seções, etc). 

Existem máquinas agrícolas para grandes extensões e terrenos planos, assim como outras mais curtas e articuladas para fazendas menores.

A escolha e utilização do maquinário correto pode significar vida útil maior e melhor rendimento operacional, considerando que hoje temos janelas de colheita e plantio cada vez menores.

A Agrishow, maior feira de tecnologia agrícola do Brasil e uma das maiores do mundo, apresentou, em 2022, mais de 800 marcas de máquinas agrícolas. 

Aqui, apresentamos algumas máquinas e seus modelos que merecem destaque pela tecnologia no campo e aceitação de mercado.

Tratores

O trator agrícola é uma das principais máquinas, e é usado nas mais diversas atividades. No Brasil, existe um concurso nacional do trator do ano, que contempla os melhores tratores em algumas categorias. Os vencedores da edição 2021/2022 são listados abaixo:

  • Tratores pequenos (até 100cv): Massey Ferguson MF4707
  • Tratores médios (de 100 a 200cv): Massey Ferguson MF7719 Dyna-6
  • Tratores grandes (acima de 200cv): Case IH Magnum AFS Connect 400; John Deere 9620R
  • Trator especial do ano: Valtra A93F (versão cabinada)
  • Máquina mais votada por produtores: Case IH Magnum AFS Connect 400

Trator Case Magnum AFS Connect 400

Esse é o trator de grande porte mais aprovado pelos produtores. Ele é recomendado para grandes propriedades de produção de cana e grãos. 

Ele possui conectividade que permite seu uso com ferramentas tecnológicas de piloto automático, geolocalização e agricultura de precisão.

Além disso, essa máquina apresenta sistemas que aumentam sua eficiência e diminuem as emissões de gases e o uso de combustível. A telemetria e controle do trator também estão disponíveis ao usuário.

Foto de uma máquina agrícola vermelha e pequena
(Fonte: Case)

MF 4707 Massey Ferguson 

Para quem procura um trator menor e mais compacto para atividades do dia a dia, o MF 4707 atende boa parte das demandas. Considerado o trator do ano na categoria de pequeno porte, ele cumpre bem sua função.

O MF4707 apresenta as versões plataformado e cabinado, de acordo com a necessidade e preferência de quem produz. Apresenta conforto e boa ergometria, além de fácil acesso aos controles, facilitando a operação, mesmo em jornadas longas.

Foto de máquina vermelha, com rodas grandes e cabine
(Fonte: Massey Ferguson)

O MF4700 se propõe a entregar versatilidade e eficiência no campo, juntamente com alto desempenho. Além disso, ele possui respostas mais rápidas e maior torque, aliados a uma operação econômica.

Pulverizadores

Os pulverizadores agrícolas também são muito utilizados nas rotinas da lavoura. É necessário escolher o ideal, de acordo com as características da sua fazenda e da sua cultura.

Pulverizador Stara Imperador 3.0

A máquina Stara Imperador 3.0 foi eleita o melhor pulverizador do ano pelos produtores e apresenta várias características de interesse. Ele é o único que inclui, na mesma máquina, um pulverizador com barras centrais, um distribuidor autopropelido e um semeador pneumático.

Essa é uma vantagem para produtores de médio porte, pois permite a execução dessas atividades em épocas diferentes. Isso tudo é possível mantendo o mesmo rastro na lavoura e diminuindo o amassamento de plantas.

É uma máquina que reúne economia, eficiência de aplicação, adequação ao terreno e menor patinagem.

Máquina agrícola verde e laranja
(Fonte: Stara)

Pulverizador John Deere 4730

Para fazendas grandes, que produzem em extensas áreas, o pulverizador John Deere 4730 é uma excelente opção de máquina. Possui barra de 30m ou 36m em fibra de carbono, o que a torna mais leve e propicia uma maior qualidade de aplicação em altas velocidades.

É equipado com suspensão pneumática e autonivelante, além de possuir como item opcional tubulação de aço inox e sistema anti gotejo. Assim, há economia de insumos e maior durabilidade da barra.

Com tanque de combustível de 503L, tem boa autonomia no dia a dia. Ele faz menos paradas para reabastecimento.

Máquina pulverizando lavoura
(Fonte: John Deere)

A barra de pulverização possui sensores de altura que auxiliam na eficiência da operação.  Desta forma, há redução de deriva de defensivos e de falhas, além da minimização dos danos da barra tocar o solo.

A cabine do pulverizador proporciona boa visibilidade ao operador. A alavanca que controla o pulverizador se move com o assento, facilitando o trabalho nos talhões das fazendas.

Pulverizador Condor 800 AM18 Jacto

Para produtores de áreas menores, que não necessitam da aquisição de um pulverizador autopropelido, o Condor 800 AM18 da Jacto é uma excelente escolha.

Pulverizador laranja, com tanque cinza
(Fonte: Jacto)

O pulverizador Condor 800 AM18 possui abertura e fechamento das barras totalmente hidráulicas, o que possibilita ganho de tempo. Seu tanque tem capacidade para 800L de calda.

Com o tanque e 18 metros de barra, o pulverizador apresenta boa capacidade operacional, conseguindo pulverizar em velocidades de 2 km/h a 6 km/h.

Ele possui alguns opcionais como sistema de orientação por GPS, desligamento automático de seções, marcadores de linha e incorporador de defensivos. As barras têm bicos Bijet, com espaçamento de 50 cm. 

A altura de trabalho do equipamento pode variar de 0,65 m a 1,42 m. O Condor 800 AM18 também conta com tanque de 15 L de água para limpeza. As bombas têm vazão de 75 ou 100 L/min a 540 rpm, chegando a uma pressão máxima de 300 psi.

Adubadoras

No processo da adubação, também há máquinas que podem facilitar e otimizar o seu trabalho. Veja agora umas das principais:

Uniporte 3030 NPK Jacto

Outra máquina incrível para grandes áreas é a Uniporte 3030 NPK da Jacto. A adubadora automotriz é recomendada e foi desenvolvida especialmente para adubação localizada de fertilizantes na cultura da cana-de-açúcar.

O Uniporte 3030 possui reservatório de 3 mil kg e faixa de aplicação de até 15 metros.

Máquina laranja, com cabine preta
(Fonte: Jacto)

Devido a seu amplo reservatório para produtos e a aplicação de fertilizantes em 10 linhas simultâneas, o rendimento operacional dessa máquina é muito bom.

O sistema de distribuição de fertilizantes utilizando fluxo de ar proporciona alta uniformidade na aplicação. Isso resulta em baixos erros operacionais.

O motor do Uniporte é governado eletronicamente e foi ajustado para trabalhar em baixas rotações. Com isso, tem altos valores de torque e menor consumo de combustível do equipamento.

O Uniporte 3030 NPK atende às normas brasileiras de emissão de poluentes MAR-I e pode trabalhar com biodiesel B20 (até 20% na mistura).

A aplicação em 10 linhas simultâneas (1,5m x 1,5m ou 1,5m x 0,9m) pode atingir uma velocidade de até 25 km/h. Assim, proporciona rendimentos que podem chegar a 200 ha/ dia de trabalho.

A altura da barra em relação à cultura da cana permite que esse equipamento seja utilizado em várias fases de desenvolvimento da cultura.

A vazão deste equipamento pode variar de 30 kg/ha a 600 kg/ha (fertilizante sólido granulado). Ele pode ser equipado ainda com controlador de 3 seções, piloto automático e telemetria.

Semeadoras

As semeadoras podem ser pneumáticas ou mecânicas, e não podem ser escolhidas sem um critério. A escolha também depende das caraterísticas da sua lavoura.

Semeadora Valtra Momentum

Essa é mais uma máquina vencedora do concurso de melhores máquinas agrícolas do ano. A Valtra Momentum apresenta duas opções, apenas semeadora ou semeadora e aplicadora de fertilizantes.

No primeiro tipo, tem opções de 24, 30 e 40 linhas e na segunda, de 24 e 30 linhas. Ela se destaca pelo seu design, tecnologia de fábrica, eficiência e capacidade de trabalho.

Seus principais diferenciais são a facilidade de locomoção e transporte entre lavouras devido ao sistema retrátil. 

Ainda, possui precisão na aplicação de adubo por uso de sistema pneumático, homogeneidade de profundidade de semeadura e maior velocidade de operação.

Máquina em lavoura, realizando preparo do solo
(Fonte: Valtra)

Semeadora John Deere DB74 e DB50

As semeadoras da linha DB da John Deere são ótimas opções para agricultores que semeiam sem adubação na linha.

Para obter maiores rendimentos operacionais, a John Deere possui a DB74 (48 linhas) e a DB50 (31 linhas). Combinadas com o sistema VacuMeter, essas máquinas permitem maior velocidade de deslocamento na semeadura.

Semeadora em lavoura
(Fonte: John Deere)

O VacuMeter é um sistema a vácuo para distribuição de sementes. Ele é mais preciso que os sistemas mecânicos presentes no mercado, pois está menos sujeito à variação no tamanho das sementes utilizadas.

Por possuir o sistema a vácuo em vez de discos alveolados, com disco duplo na semente, permite chegar a velocidade de até 12 km/h.

O dosador em forma de tubo de perfil parabólico auxilia na condução das sementes até o sulco de plantio. Isso ajuda na manutenção do espaçamento entre plantas e linhas ideal.

Essas semeadoras foram feitas para o acoplamento em tratores John Deere. Porém, existem kits de adaptação que permitem utilizar esse sistema em outros tratores com a mesma precisão do conjunto original.

Segundo a John Deere, as semeadoras conseguem atingir um rendimento operacional de até 18 hectares por hora no plantio. O índice é excelente para a semeadura na época correta.

Com o auxílio do desligamento automático de seções RowCommand, é possível desligar até 16 seções independentes. Na Semeadora DB50 (31 linhas), podem ser agrupadas de 2 em 2 linhas. Na DB74 (48 linhas), podem ser agrupadas de 3 em 3 linhas.

Além disso, os carrinhos do tipo pantográficos auxiliam na distribuição das sementes na profundidade correta, melhorando a emergência do estande.

>> Leia mais:Semeadoras plantio direto: Como encontrar a melhor para sua fazenda”.

Colhedoras

Na etapa final do cultivo, as colhedoras podem te ajudar a otimizar esse processo, além de garantir que menos perdas aconteçam.

Colhedora New Holland TX 5.90

Eleita a melhor colhedora de grãos pelos produtores brasileiros em 2021/2022,  a colhedora TX 5.90 da New Holland é uma excelente máquina para grandes extensões de colheita. 

Suas principais características, assim como sua tecnologia paralela da fabricante (TX 4.90), são a tecnologia de fábrica, conforto, alto rendimento e baixas perdas.

Máquina agrícola amarela
(Fonte: New Holland)

O sistema de peneiras inovador e controle automático de ventiladores são novidades tecnológicas. Juntamente com um sistema de distribuição homogêneo de grãos na peneira, esse sistema reduz as perdas.

Além disso, o sistema de debulha por cilindros e duplo rotor de separação aumentam a capacidade de colheita. Eles permitem maior velocidade no campo, aumentando a eficiência.

A TX 5.90 ainda tem capacidade para sistemas extras de agricultura de precisão. Tudo isso é mapeado em um sistema de controle de fácil acesso ao operador, na cabine.

Colhedora Case Axial-Flow 5130

Outro maquinário agrícola que merece destaque no mercado é a colheitadeira da Case Axial Flow 5130.

O sistema Axial-Flow da Case IH é muito conhecido pelo seu alto desempenho. Além disso, preserva a qualidade dos grãos e propicia bons desempenhos no momento da colheita.

Esse sistema tem facilidade de adaptação das máquinas ao tipo de cultura a ser colhida. Elas possuem diversas configurações de peças e kits para cada tipo de grão, sejam eles feijão, trigo, milho, soja, sorgo ou arroz.

A versão 5130 da Case fica classificada como uma das mais produtivas colhedoras da categoria devido à sua configuração.

A máquina traz conjunto de motorização eletrônica e rotor Small Tube. Ambos são associados a um tanque de combustível maior e sistema de limpeza com maior capacidade de processamento.

O sistema de ajuste de tensão elimina a patinação da correia, o que acarreta maior uniformidade no sistema de alimentação. Isso também confere maior durabilidade às peças.

A capacidade de armazenamento de grãos é de 10.600 L e seu tubo de descarga pode chegar a atingir até 114 L/s.

A colhedora Axial-Flow 5130 possibilita alguns opcionais tecnológicos como softwares e monitores para confecção dos mapas de produtividade das áreas. Esse é justamente um dos passos iniciais à prática da agricultura de precisão.

Máquina vermelha, realizando a colheita na lavoura
(Fonte: Case)

Arados

Essenciais para garantir uma boa qualidade do solo, os arados podem ser de vários modelos e tipos diferentes. Veja agora dois modelos muito recomendados por produtores rurais:

ARH – Arado Reversível Hidráulico Baldan

Um maquinário agrícola muito importante no preparo inicial das áreas é o arado. O Arado Reversível Hidráulico da Baldan possui versatilidade em terrenos inclinados, não sendo necessário abrir ou fechar quadros de ação.

Pode ser utilizado para a construção de curvas de nível e possui inúmeras regulagens nos discos, como altura, giro e inclinação. Desta forma, possibilita um correto ajuste para cada tipo de solo.

Foto de arados agrícolas
(Fonte: Baldan)

ASTH – Arado Subsolador Tubular Hidráulico 7/7

O arado subsolador da Baldan é capaz de descompactar camadas do solo provocadas pelo transporte de máquinas pesadas no terreno. A compactação de camadas do solo é prejudicial ao bom desenvolvimento radicular e causa  redução na produção.

Foto de arado agrícola vermelho
(Fonte: Baldan)

O rompimento dessa camada pode ser feito com um subsolador. O subsolador tubular da Baldan é um equipamento robusto e de fácil manuseio.

Vale lembrar que, quanto maior for a quantidade de hastes no subsolador, bem como seus ângulos de ataque, maior será a potência requerida pelo trator no momento de uso.

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Conclusão

A indústria de máquinas agrícolas a cada dia apresenta novidades e novos pacotes tecnológicos para cada cultura e equipamento.

Existe uma infinidade de máquinas e implementos agrícolas presentes no mercado. E cada cadeia produtiva irá absorver os melhores equipamentos do ramo.

Cabe a cada produtor escolher seu maquinário agrícola de acordo com sua propriedade e sistema produtivo.

Feiras como a Agrishow, Show Rural Coopavel, Expodireto Cotrijal são ótimas oportunidades para fechamento de negócio com bons descontos!

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Você já conhecia todas estas máquinas e implementos que apresentei? Possui outras máquinas agrícolas que também merecem destaque nessa lista? Adoraria ver seu comentário!

Foto do redator João Paulo Pennacci

Atualizado em 1 de setembro de 2022, por João Paulo Pennacchi.

João Paulo é engenheiro eletricista formado pela Unifei e engenheiro-agrônomo formado pela Ufla. Mestre e doutor em agronomia/fisiologia vegetal pela Ufla e PhD em ciências do ambiente pela Lancaster University.

Tecnologia no campo: como ela impacta a produtividade

Tecnologia no campo: saiba a importância, como ela evoluiu, principais ferramentas, o que ela proporciona e principais benefícios.

Para evoluir e ser competitiva, a propriedade agrícola precisa se adaptar e melhorar processos.

O avanço da tecnologia na agricultura, com uso de ferramentas como GPS, integração de maquinários, softwares para gestão agrícola e outras ferramentas inovadoras permitem o aumento da eficiência de processos e da produtividade geral.

Nesse artigo, veja as principais tecnologias que podem ser usadas nos processos do campo e todas as suas vantagens. Boa leitura!

O que é tecnologia no campo? Qual a sua importância?

A tecnologia no campo consiste no uso de equipamentos e técnicas mais modernas na propriedade. Produtores rurais que não abrem espaço para tecnologias, máquinas modernas e sistemas automatizados dependem de informações sem fundamento. 

Isso compromete completamente as atividades e a produtividade da lavoura. A modernidade te ajuda a fazer a gestão da fazenda e do campo, além do monitoramento da produção, do estoque, distribuição, comercialização e processamento. 

Elas te ajudam a ter maior controle de qualidade das atividades diárias, tanto suas quanto dos seus funcionários. 

A maior importância do uso da tecnologia no agronegócio está ligada ao fato de aumentar a eficiência do trabalho, o que te dá mais tempo para atuar no campo.

O uso de recursos desnecessários também é diminuído pela tecnologia, reduzindo também os riscos da atividade, aumentando a produtividade e a margem de lucro da fazenda.

Evolução da tecnologia agrícola

Muitas das tecnologias hoje utilizadas no campo vem de avanços em outras áreas que foram adaptados à agricultura.

Por exemplo, antes da tecnologia a aração da terra era feita manualmente. Em seguida, passou a ser feita com o uso de tração animal, e depois através de motores em tratores acoplados a implementos agrícolas.

Hoje, esse processo acontece sem necessidade de operação humana. Tudo é feito pela automação agrícola, com máquinas ligadas ao GPS.

Os motores e o GPS não foram inventados para a agricultura, mas foram adaptados para uso nessa atividade.

Dentre os principais avanços tecnológicos implementados na agricultura ao longo do tempo, podemos citar:

  • Desenvolvimento e melhora de técnicas agrícolas;
  • Desenvolvimento de produtos de nutrição e fitossanitários para aumento de produtividade;
  • Melhoramento genético e biotecnologia;
  • Geolocalização e automação agrícola;
  • Uso de computadores para organização de dados e tomadas de decisão;
  • Sensoriamento remoto;
  • Inteligência artificial

Hoje, muito se fala da agricultura 4.0, que nada mais é que o conjunto de tecnologias digitais integradas e conectadas através de softwares, sistemas e equipamentos, que colocar a agricultura de precisão em prática, por exemplo, o conjunto de tecnologias digitais integradas e conectadas através de softwares, sistemas e equipamentos, que colocar a agricultura de precisão em prática, por exemplo.

Banner de chamada para o kit de sucesso da lavoura campeã de produtividade

Como a tecnologia ajuda no campo?

A tecnologia no campo ajuda a aumentar a eficiência, sustentabilidade e produtividade por meio de ferramentas como softwares de gestão, monitoramento remoto com drones e sensores, máquinas automatizadas e agricultura de precisão. Confira mais detalhes: 

1. Gestão mais eficiente:  Softwares como o Aegro permitem o controle de custos, planejamento de safras, monitoramento de receitas e despesas, além de integrar dados fiscais e financeiros, otimizando a administração da propriedade. Conheça a solução!

2. Monitoramento remoto: Com o uso de drones, imagens de satélite e sensores, é possível monitorar a saúde da lavoura, identificar pragas e doenças, medir índices como o NDVI e tomar decisões mais precisas.

3. Automação de processos: Máquinas agrícolas, como tratores autônomos e sistemas de irrigação automatizados, economizam tempo, reduzem custos e aumentam a eficiência no manejo do campo.

4. Acesso a dados climáticos e previsões: Aplicativos e estações meteorológicas fornecem informações sobre clima, chuvas e temperaturas, ajudando no planejamento do plantio, manejo e colheita, além de mitigar riscos climáticos.

5. Sustentabilidade: Tecnologias que promovem o uso eficiente de recursos naturais, como sistemas de energia solar e gestão inteligente do solo, tornam a produção agrícola mais sustentável.

Confira também:

5 Benefícios trazidos pela tecnologia no campo

A tecnologia do campo vem crescendo e trazendo cada vez mais benefícios para quem produz. Ainda assim, pode ser que dúvidas apareçam antes de implementá-la na sua lavoura. 

Para te ajudar, veja algumas das grandes vantagens que a tecnologia no agro proporciona para o seu negócio.

1. Planejamento e antecipação de problemas

Ao conhecer melhor as características específicas das áreas de cultivo e a situação de maquinários, fica mais fácil conhecer os potenciais problemas e antecipar soluções.

Por exemplo, você pode saber se vai ser ou não necessário irrigar um talhão em casos de risco de déficit hídrico. Você também pode saber a hora certa de aplicar defensivos, a depender dos sinais de infestação de pragas ou doenças.

2. Diminuição de retrabalhos 

O uso de máquinas inteligentes conectadas a sistemas de localização permite que as atividades sejam executadas com maior precisão e menor risco de falha humana

Por exemplo, essas tecnologias para o campo evitam a necessidade de replantio por falha de distribuição de sementes. Os riscos disso acontecer são bem menores quando se utiliza um maquinário mais tecnológico. O piloto automático é uma dessas tecnologias.

3. Economia de recursos 

Ao tornar processos mais eficientes, há diminuição no desperdício e aumento na economia em diversos recursos. 

Ao conhecer as necessidades específicas da lavoura por um determinado nutriente, você evita riscos de aplicação exagerada e consequente overfert. Além disso, ao diminuir retrabalho, há economia de combustível e mão de obra.

4. Diminuição de riscos e controle operacional

Uma atividade mais eficiente diminui a chance de perda de produção por fatores externos e diminui o risco da atividade para quem a realiza. 

Além disso, você pode monitorar as atividades feitas na fazenda pela localização de máquinas e check-lists. Isso aumenta o controle e a organização do seu negócio, além de facilitar o planejamento.

5. Maior homogeneidade no campo e na produção

Ao utilizar métodos de localização e aplicação de maior tecnologia, a tendência é diminuir a influência da heterogeneidade de recursos, como solo, água e clima.

Assim, é viável homogeneizar e aumentar a produtividade da área como um todo.

Quais são as tecnologias no campo?

As inovações tecnológicas no campo têm novidades a cada dia. Atualmente, as mais utilizadas no campo são a agricultura de precisão, sensores, drones e automação de máquinas, GPS, robótica, biotecnologia, big data e softwares. Veja mais sobre eles:

1. Agricultura de precisão

A agricultura de precisão é o uso de tecnologias e ferramentas avançadas para analisar as condições das áreas cultivadas. Isso é feito através da variabilidade do solo e do clima, e te ajuda a tomar decisões mais acertadas.

O uso dessas ferramentas em combinação aumenta a eficiência dos processos. Muitos agricultores brasileiros praticam a agricultura pela média, utilizando diagnósticos mais simples e recomendações únicas para a fazenda toda.

Porém, as fazendas e os talhões não são uniformes. Assim, a agricultura de precisão envolve um manejo diferenciado das lavouras, considerando suas desuniformidades.

Novas ferramentas possibilitam explorar detalhadamente as manchas dentro das lavouras e ver se elas se repetem ao longo dos anos ou se estão sempre nos mesmos locais.

Para isso, é crucial ter acesso à caracterização da propriedade de maneira rápida e precisa, seja das condições de clima, solo, maquinários e plantas.

2. Sensores 

O uso de sensores na agricultura para monitoramento de características da lavoura é cada vez mais presente. Hoje você pode medir automaticamente muitos parâmetros do solo, planta, clima e até mesmo de seus maquinários.

Isso aumenta a capacidade de mapeamento de problemas e a proposição de soluções específicas, seja em manutenção de máquinas, controle de estresses bióticos e abióticos, etc.

Existem sensores que são mais e menos invasivos. Alguns são utilizados em contato com a planta, enquanto outros podem medir à distância, através do sensoriamento remoto.

4. Drones 

Sensores acoplados a máquinas ou drones te ajudam a monitorar as áreas específicas da lavoura. Para aumentar o alcance e eficiência da atividade de medição de parâmetros, o uso de drones e máquinas autônomas é um grande avanço.

Por exemplo, uma atividade que necessitaria muita mão de obra pode ser feita muito mais rapidamente através de imagens ou dados de sensores. Eles podem ser acoplados a drones ou outras máquinas.

Existem vários tipos de drones no mercado, variando de acordo com preço e autonomia de voo, peso, tecnologia, etc. Drones na pulverização de defensivos também têm sido utilizados.

5. GPS agrícola

Ao acoplar as informações obtidas por sensores com a localização das medidas, você consegue gerar mapas detalhados da propriedade.

Os sistemas de localização como o GPS agrícola são atualmente bastante utilizados em propriedades agrícolas e acoplados a muitos maquinários..

Esse mapas, permitem decidir quais áreas necessitam de manejo e qual a urgência, seja para aplicação de defensivos, irrigação, época de colheita, preparo de solo, etc.

6. Inteligência Artificial (IA)

A IA na agricultura está transformando o setor ao tornar as operações mais eficientes, sustentáveis e produtivas. Com o uso de sensores, drones, máquinas autônomas e análise de dados, a tecnologia permite uma gestão mais precisa das lavouras.

Com algoritmos avançados, os produtores é possível analisar grandes volumes de dados em tempo real, ajustando suas estratégias conforme as condições climáticas, o solo e o desenvolvimento das plantas.

Isso resulta em um uso mais eficiente da água, fertilizantes e defensivos agrícolas, reduzindo desperdícios e impactos ambientais.

Como a IA pode ser uma estratégia no setor agrícola?

7. Robótica e automação agrícola 

A robótica e a automação agrícola permitem um planejamento de atividades bastante específicas para cada pequena área de um talhão, por exemplo. Isso permite que as atividades sejam aplicadas, o que gera aumento da eficiência.

Para conseguir executar com precisão a recomendação de acordo com as necessidades informadas nos mapas, é necessário o uso de máquinas autônomas. Elas devem exigir o mínimo de atuação humana, com alta eficiência e precisão.

8. Biotecnologia

A biotecnologia na agricultura permitiu o melhoramento genético convencional ou por meio de alterações pontuais e transgenia. Isso tem gerado um avanço enorme no ganho de produtividade na agricultura mundial.

Algumas dessas tecnologias são:

  • sementes mais saudáveis e homogêneas;
  • produtos biológicos;
  • estimulantes de crescimento;
  • protetores de plantas contra pragas e doenças;
  • melhoradores de desempenho sob estresse ambiental.

Essas tecnologias disponíveis no mercado te ajudam a diminuir as perdas, aumentar a eficiência e produtividade.

9. Big Data e Internet das coisas (IoT)

O aumento da capacidade de aquisição de dados pelos métodos de sensoriamento gera uma grande quantidade de informação. Isso acontece em combinação com a agricultura de precisão e com avanços da biotecnologia.

Isso é chamado de Big Data, e é usado para compreender as caraterísticas da fazenda e prever atividades futuras.

Hoje, com mais tecnologia no campo, os produtores já contam com ferramentas que auxiliam a interpretação de dados com agilidade.

Assim, a (IoT)  Internet das Coisas é uma ferramenta que agrupa diversos equipamentos dentro e fora da fazenda, utilizando redes de dados e facilitando o entendimento da Big Data.

10. Tecnologias de Irrigação Inteligente

As tecnologias de irrigação inteligente aumentam a eficiência hídrica na agricultura por meio do uso de sensores de umidade do solo, irrigação automatizada, integração com estações meteorológicas, inteligência artificial e imagens de satélite ou drones.

Esses sistemas ajustam a irrigação de forma precisa, reduzindo desperdícios, custos e impactos ambientais.

Com isso, os produtores conseguem otimizar o uso da água, aumentar a produtividade e tornar suas lavouras mais resilientes às mudanças climáticas.

11. Sensores de Nutrientes e Fertilidade

Os sensores de nutrientes e fertilidade monitoram em tempo real a disponibilidade de macro e micronutrientes no solo, permitindo um manejo mais eficiente da adubação.

Utilizando tecnologias como sensores eletroquímicos, ópticos, IoT e inteligência artificial, eles fornecem dados precisos para ajustar a aplicação de fertilizantes, reduzindo custos, desperdícios e impactos ambientais.

Além disso, quando integrados a máquinas agrícolas, esses sensores otimizam a fertilização de forma automatizada, garantindo maior produtividade e sustentabilidade na lavoura.

12. Energia renovável no campo

A adoção de energia renovável no campo está reduzindo a dependência de combustíveis fósseis e os custos com eletricidade.

Fontes como energia solar, eólica e biomassa vêm sendo utilizadas, permitindo que produtores gerem sua própria energia de forma eficiente. Enquanto painéis solares abastecem sistemas de irrigação, cercas elétricas e máquinas agrícolas, enquanto turbinas eólicas aproveitam ventos constantes para gerar eletricidade.

Já a biomassa e o biogás transformam resíduos agrícolas e dejetos animais em energia térmica ou elétrica, promovendo um ciclo sustentável.

Entre os principais benefícios, está a redução de custos operacionais, menor impacto ambiental, maior autonomia energética e o aproveitamento inteligente dos recursos naturais da propriedade.

13. Gestão e softwares

O uso de softwares de gestão rural é e será cada vez mais importante para evoluir os resultados da lavoura sem gerar prejuízos ao bolso do produtor.

Um bom exemplo disso é o Aegro, um software que facilita a gestão agrícola e financeira da sua propriedade.

Isso porque ele acompanha a evolução da safra direto do campo , oferecendo dados precisos para avaliar a efetividade e o impacto das operações nos custos e, assim, tomar melhores decisões

 Suas soluções digitais  também ajudam a controlar desde o estoque disponível até a manutenção de maquinário, evitando imprevistos na operação e melhorando o gerenciamento de recursos físicos e humanos.

Além disso, ele integra diversos recursos de tecnologias agrícolas, alguns já citados neste texto, em um só lugar.

Como é o caso das imagens NDVI e do Monitoramento Integrado de Pragas em um só lugar. Marque uma demonstração e faça um teste GRÁTIS no Aegro!

Conclusão

O uso de drones e satélites de última geração faz parte do dia a dia de muitos produtores. As aquisições de dados agrícolas estão cada dia maiores e mais precisas, possibilitando a criação e interpretação de inúmeras informações.

Portanto, fique de olho nas tecnologias que estão disponíveis no mercado. Essa é a principal forma de você não ficar para trás e evoluir a sua fazenda assim como a tecnologia evolui.

Comece já a pesquisar quais as tecnologias mais adequadas ao seu dia a dia e modelo de produção agrícola. Com certeza, desta forma você obterá ganhos na sua gestão.

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“Conheça 3 principais motivos para investir em inteligência artificial na agricultura”

O que são mapas NDVI e como consegui-los de graça para sua fazenda

NDRE versus NDVI: Qual é melhor para sua fazenda?

Quem trabalha no campo, trabalha para todos: Celebre o Dia do Agricultor

Como você tem utilizado a tecnologia no campo? Já conhecia essas ferramentas que facilitam o seu dia a dia? Adoraria ver seu comentário abaixo!

NDRE versus NDVI: Entenda as diferenças e escolha o melhor para sua fazenda

NDRE vs  NDVI: o que são, quando utilizá-los e como esses índices podem melhorar o monitoramento e produção da sua fazenda.

Mapas de vigor de vegetação, como o NDRE e o NDVI, são cada vez mais utilizados nas propriedades agrícolas. Eles permitem obter análises mais precisas da lavoura, detecção dos efeitos de secas e até estimativas de produtividade.

E, com esses dados em mãos, também é possível tomar decisões mais assertivas para administrar melhor a propriedade. Mas, você sabe qual desses índices é o mais indicado para sua lavoura?

Neste artigo, vou te explicar quais são as principais diferenças e quando é melhor optar pelo NDRE ou NDVI. Confira:

NDRE e NDVI: diferentes índices vegetativos  

Os índices se referem ao vigor da vegetação, ou seja, medem a atividade da clorofila presente nas folhas das plantas.

Eles podem ser correlacionados com a quantidade de biomassa presente nas lavouras.

O NDVI e NDRE são apenas dois exemplos de índices vegetativos que podem ser criados a partir do processamento de imagens geradas por sensoriamento remoto.

Eles nada mais são que o produto de uma equação matemática entre valores numéricos de pixels de duas bandas espectrais de uma imagem.

Para o cálculo do (vegetation index) NDVI e do NDRE utilizamos as equações abaixo:

NDRE
(Fonte: Mapear com Drones)

Note que a equação de normalização é a mesma.

A diferença é que mudamos a banda Vermelha (Red) utilizada para o cálculo do NDVI pela Red Edge Band utilizada para o cálculo do NDRE.

Além destes dois índices, existe uma infinidade de outros que podem ser confeccionados a partir do geoprocessamento de imagens. Mas os famosos mapas de NDVI não são tão inovadores e recentes.

O satélite Landsat 5, lançado pela Nasa em 1984, já era equipado com sensores capazes de realizar medições nas faixas necessárias para criação do NDVI.

Evidentemente, com o avanço da tecnologia, os sensores se tornaram melhores. Por exemplo, o satélite Landsat 5 pesa 2,2 toneladas e está distante 705 Km da superfície terrestre. Ele possui resolução temporal de 16 dias e resolução espacial de 30 m.

Hoje há sensores com menos de 1 Kg para criação do NDVI. Além disso, são acoplados a drones ou motocicletas que circulam nas lavouras.

Estes sensores possuem resolução espacial de centímetros e fornecem informações muito mais detalhadas sobre cada m² das áreas.

Sensores e câmeras para criação de NDRE e NDVI

Atualmente existe uma infinidade de sensores no mercado que podem ser utilizados para confecção dos índices de vegetação.

As aeronaves remotamente pilotadas (RPA), mais conhecidas como drones, possuem câmeras que possibilitam a criação tanto do NDVI quanto do NDRE.

3-NDRE

Câmera com bandas para criação do NDVI
(Fonte: Mapir)

4-NDRE

Câmera com bandas para criação do NDRE
(Fonte: Avantagro)

Há ainda os satélites com as bandas para processamento e criação dos índices.

5-NDRE

Satélite Sentinel 2B
(Fonte: ESA)

E há também os sensores portáteis conhecidos como ativos. Eles possuem luz própria e possibilitam o trabalho noturno para leitura do dossel e criação dos índices NDVI e NDRE.

Principais diferenças entre NDRE e NDVI

As principais diferenças entre os índices NDVI e NDRE está na sensibilidade de expressar o vigor da vegetação.

7-NDRE
(Fonte: Farmer to Farmer)

Como você pode notar no gráfico, o RedEdge representa uma área exponencial de reflectância entre a banda do vermelho e a banda do NIR (infravermelho próximo). Ele é melhor em casos de percepção da transição das plantas sadias às inicialmente estressadas.

Já o NDVI não consegue expressar tão bem essa zona de transição, chegando a saturar em alguns casos.

Ele não consegue expressar diferenças nas leituras de culturas como cana-de-açúcar a partir de determinados estágios vegetativos. Já o NDRE demora mais para saturar.  Veja algumas aplicações dos mapas de NDVI e NDRE na agricultura:

  • Monitoramento de lavouras
  • Detecção de efeitos de secas
  • Detecção de danos provocados por pragas
  • Estimativas de produtividade agrícola
  • Mapeamento de áreas agrícolas

Quando devo usar NDVI?

Quando estivermos utilizando o índice NDVI devemos lembrar que estamos trabalhando com as bandas do vermelho (RED) e com a do infravermelho próximo (NIR).

8-NDRE-gráficos-explicação
(Fonte: Integral Drones)

A equação é a diferença normalizada entre essas bandas, como mencionei acima.

A banda do Vermelho (Red) estimula o crescimento vegetativo e floração. Já a banda do NIR está relacionada à distribuição e arranjos do parênquima das plantas, que são espaços com ar. Além disso, a banda do NIR está relacionada aos tamanhos e formas das células vegetais.

Geralmente as plantas saudáveis possuem alta reflectância e transmitância na banda do NIR. Com isso, consequentemente, a porcentagem de absorção dessa banda pelas células das folhas das plantas será mínima.

O índice NDVI é mais indicado para plantas de dossel baixo, que não tenham tanto índice de biomassa. É o caso de soja tardia, feijão ou culturas de portes mais baixos; plantas não tão adensadas.

O valor do índice NDVI varia de -1 a 1. Quanto mais próximo de 1, maior é a atividade da vegetação naquele pixel.

Valores negativos ou próximos a 0 indicam solo exposto, rios, açudes, edificações ou áreas onde há pouca atividade da clorofila (taxa fotossintética – chlorophyll content).

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Quando devo escolher o NDRE?

O índice NDRE utiliza as bandas do NIR e do RedEdge para sua confecção. Essa última é responsável pela captura daquela parte exponencial do espectro de luz da faixa de borda do vermelho, onde geralmente aparecem os primeiros sinais de estresse nas plantas.

Para culturas perenes, milho próximo ao V6 ou ponto de reprodução, cana-de-açúcar próximo ao ponto de maturação, o dossel de plantas muito alto prejudicará as folhas mais baixas de receberem radiação da banda do NIR.

Nestes casos, a banda do RedEdge irá penetrar melhor nas camadas de folhas mais baixas. Ela deve ser utilizada para melhor representatividade das áreas foliares e saúde da vegetação.

O NDRE para plantas de porte mais baixos terá o mesmo efeito do NDVI. Portanto, o índice NDRE permite trabalhar melhor em plantas de porte alto.

Se o problema nas lavouras for proveniente de doenças fúngicas em plantas de porte alto, o gestor ou consultor agrícola deve optar pelo NDRE. Isso porque as ondas eletromagnéticas utilizadas para o cálculo do NDVI não conseguirão chegar às partes mais baixas das culturas.

Se o problema nas lavouras for proveniente de pragas, a visualização em estágios iniciais possibilita que seja trabalhado com o MIP (Manejo Integrado de Pragas) e doses de herbicidas menores.

guia - a gestão da fazenda cabe nos papéis

Conclusão

Agora que você conheceu as diferenças de cada índice vegetativo, pode escolher o manejo correto a ser utilizado em sua propriedade.

O NDRE pode ser utilizado tanto em plantas de porte alto e mais adensadas quanto em  plantas de porte baixo.

Isso quando o intuito for a visualização do intervalo entre o começo e as fases medianas do estresse vegetativo.

Uma vez que a avaliação da saúde da vegetação se dá na planta como um todo, o NDVI deve ser utilizado em culturas de menor porte e menos adensadas.

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Você já utilizou mapas de NDVI ou NDRE dos talhões de suas lavouras? Restou alguma dúvida? Adorarei ver seu comentário abaixo.

Administração de custos da fazenda: saiba para onde seu dinheiro está indo

Administração de custos da fazenda: Veja como fazer e conseguir gastar menos com medidas simples e eficientes!

Será que administramos corretamente os nossos negócios agrícolas?

Todos sabemos que a gestão dos gastos é fundamental. Mas como fazer isso?

Muitos fazem a gestão no caderninho, em planilhas ou softwares. Não importa o lugar, o que importa é começar a registrar e controlar esses valores.

Com isso, você poderá avaliar melhor o que vale a pena ou não fazer, podendo até reduzir custos e produzindo mais.

Então, veja aqui como começar uma administração de custos eficiente:

Definindo os custos envolvidos nas fazendas

Em toda empresa, que vende produto ou serviço, é necessário fazer uma boa gestão financeira.

No caso das fazendas, os custos podem ser divididos em 5 categorias principais:

  1. Custos variáveis;
  2. Custos fixos;
  3. Custos financeiros;
  4. Custos pessoais;
  5. Custos de capital.

Sua empresa pode ser grande ou pequena, mas na agricultura sempre há inúmeras atividades.

Por isso, ter discernimento de qual categoria cada custo de produção se enquadra ajuda a tomar um ponto de partida na gestão.

Além disso, a rentabilidade global da empresa é diretamente relacionada com estes cinco itens citados. Entendendo-os melhor, você obtém melhor eficiência financeira.

Vamos explicar cada um deles a seguir.

Administração de custos variáveis da fazenda

Os custos variáveis são aqueles que variam proporcionalmente de acordo com o nível de produção ou atividades das nossas fazendas.

Os custos variáveis estão diretamente relacionados com o volume a ser produzido em um determinado período. Já os custos fixos (que falaremos mais a frente) não mudam com a variação de produção.


(Fonte: PUC Goiás)

Baseando-se em uma produção de soja, quanto mais hectares cultivarmos, maior será a necessidade de sementes a serem utilizadas na semeadura.

Consequentemente,  os gastos também vão aumentar para adquirir maior quantidade dessa “matéria-prima”.

Como exemplo, citamos as comissões de vendas, insumos produtivos, etc. Podem-se destacar alguns que estão presentes nas fazendas:

  • Sementes;
  • Pulverização;
  • Colheita;
  • Fertilizantes;
  • Herbicidas;
  • Fungicidas;
  • Inseticidas;
  • Irrigação;
  • Custo da água;
  • Frete, etc.

Exemplo prático: Por que conhecer os custos variáveis é importante?

Com os números desse tipo de custo, torna-se muito mais fácil a realização de uma boa gestão de custos e planejamento estratégico.

Saber os custos variáveis da fazenda é preciso também para o cálculo do capital de giro necessário para futuras projeções.

Por exemplo, considerando que para a produção de soja os custos fiquem por volta de R$ 2.000/ha e, para o milho R$ 1.500/ha, o plantio de soja será R$ 500/ha mais caro que o do milho.

A decisão de cultivar 200 ha a mais de soja demandará um capital de giro de: R$ 500/ha x 200 ha = R$ 100.000 adicionais.

É claro que você deve considerar também o preço esperado de venda nesse planejamento.

Assim também você conhece a margem de lucro, permitindo visualizar mais claramente as melhores tomadas de decisão, que propiciarão os resultados mais rentáveis.

Por isso, é fundamental registrar todos os custos necessários para sua produção. Verifique esses custos por talhão e por categoria para melhores análises da sua gestão agrícola.

Custos variáveis e a margem de lucro

A margem de lucro bruta pode ser calculada como (Rendimento x Preço) – Custos Variáveis.

Portanto, vejamos um exemplo para o caso da cultura da soja:

Supondo-se o rendimento da fazenda de 50 sc/ha, preço da saca a R$ 45 e os custos variáveis de R$ 1.500/ha, a Margem Bruta da Soja = (50 sc/ha x R$ 45,00/sc) – R$ 1.500 = R$ 750/ha.

A margem bruta possibilita checar onde o gerenciamento deve ser mais focado, a fim de reduzir custos e, assim, alcançar margens mais altas.

Lembre-se que a análise dessas entradas e saídas de dinheiro se trata do fluxo de caixa de sua empresa rural.

Preparamos uma planilha para controle dos custos da propriedade agrícola e você poderá baixá-la gratuitamente neste link.

fluxo de caixa Aegro

Veja essa e outras planilhas agrícolas grátis para baixar aqui.

Se você não se atentar ao fluxo de caixa e ter uma uma administração da propriedade rural, a pressão sobre as finanças surge, levando muitas vezes ao fracasso.

Administração de custos fixos

Os custos fixos são aqueles que não sofrem alteração de valor em caso de aumento ou diminuição da produção nas nossas fazendas.

Custos fixos geralmente não mudam facilmente. Eles se relacionam com a fazenda ou o negócio como um todo, independem do nível de atividade ou escala de produção.

Veja alguns exemplos:

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Exemplos de custos fixos de uma empresa rural ou não
(Fonte: Sebrae)

As variações na escala de produção provavelmente não afetarão os gastos acima, uma vez que estão, na maioria dos casos, atrelados a valores previamente fixados.

Para a maioria das fazendas é difícil alterar os custos fixos em curto prazo.

No entanto, uma vez que bem planejados, as compras e o acertos podem ser reduzidos em contratos de maiores durações.

Quando os custos gerais são conhecidos, a margem bruta total mínima necessária que deve ser gerada para equilibrar os custos poderá ser calculada.

Por fim, como medidas de melhorias e avaliação, estes valores de custos de produção podem ser comparados aos custos das fazendas vizinhas e até mesmo com os custos nacionais de produção calculados pela Conab.

Com isso, você começa a ter uma administração rural efetiva, controlando os gastos da propriedade.

Divulgação do kit de 5 planilhas para controle da gestão da fazenda

Como reduzir os custos fixos da fazenda

Reduzir os custos fixos pode parecer difícil, porém, não é impossível.

A maioria dos produtores está muito familiarizada com os custos com insumos, mas não está acostumada a rever custos fixos e identificar possíveis economias.

Os principais custos fixos que devem ser revistos são:

  • Seguro agrícola (o que realmente está segurado e é apropriado?)
  • Reparos e manutenção;
  • Depreciação (usamos um método para cálculo mais genérico ou temos valores reais da fazenda?);
  • Comunicações (poderá existir opções de baixo custo para telefone/internet).

Além disso, uma maneira comum de reduzir os custos fixos é aumentando a escala de produção.

Geralmente com a compra, compartilhamento ou arrendamento de mais terras, os custos fixos ficarão mais diluídos.

Embora isso signifique que os custos totais do negócio aumentarão, parte destes custos como contabilidade, viagens, treinamentos e afins não vão mudar com o aumento da escala.

A fazenda diminuirá, dessa forma,  os custos gerais por hectare e ganhará com a  “economia de escala”.

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(Fonte: Economicamente falando)

Mas tudo deve ser registrado em papel, planilha ou software agrícola para que você tenha certeza de que está economizando e não só aumentando sua produtividade sem controle dos custos.

Você pode ver mais sobre essa contabilidade rural aqui.

Administração de custos financeiros

A maioria dos agricultores não tem reservas de caixa adequadas para comprar terras adicionais ou mesmo capital para bancar o começo da safra.

Assim, é comum obter financiamento para a atividade agrícola.

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O Censo Agro 2017 mostra que 784 estabelecimentos agropecuários obtiveram financiamento.

Os custos financeiros incluem pagamento de juros sobre empréstimos a prazo, financiamento de equipamentos, entre outros.

Tais custos também devem ser computados nos custos totais da fazenda.

Administração de custos pessoais e de capital

Administração de custos pessoais

Normalmente, os custos pessoais estão relacionados ao estilo de vida das pessoas envolvidas no negócio, causando pouco impacto na produtividade das fazendas.

No entanto, são custos a serem contabilizados para que as empresas, geralmente familiares, possam ter ideia da quantidade de dinheiro necessária para reduzir a dívida ou reinvestir no negócio.

Administração de custos de capital

Os custos de capital geralmente devem melhorar o potencial produtivo do negócio. As despesas de capital típicas incluem a compra e venda de terrenos, maquinário, substituição de peças e etc.

Nem toda despesa de capital levará a uma melhor produtividade. Mas é muito útil preparar orçamentos com bases em suposições sólidas de resultados prováveis (como volume de vendas, etc).

Simplificando a administração de custos

Atualmente existem softwares agrícolas que auxiliam os produtores na administração de custos.

Com o Aegro, por exemplo, você monta um orçamento para o seu cultivo e estabelece metas de produção. Isso te ajuda a definir um preço ideal de venda para evitar prejuízos no final da safra.

Você também pode usar o sistema para fazer o seu fluxo de caixa, registrando as despesas e receitas da propriedade rural de forma prática, pelo computador ou celular.

Além disso, o seu controle financeiro fica completamente integrado ao estoque e ao patrimônio da fazenda, o que facilita a divisão de custos por diferentes categorias.

Custo de produção agrícola no Aegro

A qualquer momento, você pode analisar um comparativo entre os custos planejados e realizados. Assim, fica mais simples de entender onde seus gastos estão extrapolando e tomar melhores decisões no futuro.

Também é possível gerar indicadores e relatórios pelo sistema, com informações sobre a produtividade das suas áreas e a rentabilidade de cada talhão.

Dessa maneira, você tem todos os seus dados organizados e consegue enxergar a trajetória completa do seu dinheiro, desde a compra das sementes até a comercialização do grão.

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Conclusão

Com o passar do tempo, todos os custos tendem a aumentar e a produtividade agrícola devem seguir o mesmo ritmo.

Muitos custos são diretamente relacionados à produção devem ser analisados de forma cuidadosa para que suas reduções ou cortes não sacrifiquem a receita bruta.

Muitas vezes existem áreas da fazenda que, com uma revisão ou aumento em escala de produção, são passíveis de atingir maiores eficiências produtivas.

A administração dos custos é essencial para o sucesso das operações agrícolas e para a boa saúde financeira da empresa agrícola. É hora de começar a sua!

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Como fazer o rateio de custos simples e efetivo

Você realiza uma correta administração de custos da sua fazenda? Tem noção do capital necessário para equilibrar a margem bruta total? Restou alguma dúvida? Adoraria ver seu comentário abaixo.