Preparação do maquinário para a colheita

A importância de ter o maquinário preparado e em boas condições, aumento a eficiência da colheita, diminuindo perdas e gerando mais lucro.

A produtividade da atividade agrícola depende de inúmeros fatores, desde o preparo do solo, plantio, manejo da lavoura e colheita. Por estar no final do ciclo, a colheita assume papel importante, pois qualquer erro pode colocar toda a produção a perder.

A janela de colheita normalmente é bastante curta pois a melhor condição de colheita do produto se dá em um momento bastante específico. Por isso, qualquer atraso na colheita pode gerar perdas na produção, na quantidade e qualidade colhida.

Dessa forma, ter o maquinário em boas condições é primordial para a boa condução da colheita, principalmente em propriedades mais extensas em que o maquinário precisa ser utilizado em várias áreas.

Nesse texto falaremos sobre os principais pontos de preparo do maquinário para a colheita visando maior eficiência e menores perdas.

Estrutura e tipos de colhedeira

Existem diferentes tipos de colhedeiras e sua classificação vai de acordo com características específicas. Porém, as colhedeiras normalmente têm sistemas básicos a quase todos os tipos. Esses sistemas são denominados: sistema de corte e alimentação, sistema de trilha e sistema de separação e limpeza.

Abaixo damos alguns exemplos de tipos de colhedeiras.

Quanto ao tipo de cultura:

  • Colhedeiras de café e de outros frutos: a tecnologia nesse tipo de colhedeira tem que ser mais sensível, evitando danos aos frutos;
  • Colhedeiras de cana: é uma colheita de planta inteira, porém com possibilidade de limpeza e descarte de algumas partes;
  • Colhedeiras de forragem/silagem: colheita de plantas inteiras e corte em partes menores;
  • Colhedeiras de grãos: separação de palha e grãos e limpeza do produto colhido para transferência ao compartimento graneleiro.

Quanto ao funcionamento:

  • Automotriz: tem sistema motor próprio;
  • De arrasto: podem ter motor externo acoplado ou serem ligadas ao trator;
  • Montadas: necessitam estar acopladas a um trator para funcionamento.

É claro que cada tipo de colhedeira funciona de maneira diferente e necessita de manutenções e preparações diferentes para estar em boas condições de uso. Nesse artigo iremos trazer informações gerais e não específicas de um tipo de colhedeira.

Checklist de itens da colhedeira

A verificação de condições do maquinário de colheita é importante principalmente para diminuir as chances de falhas durante a operação. Dessa forma, a vistoria mostra a necessidade de manutenções preventivas e preditivas, que evitam a necessidade de manutenções corretivas que causam atrasos na colheita.

Nesse link você pode conhecer mais sobre a manutenção de máquinas agrícolas.

Cada tipo de máquina tem um checklist de itens a serem revisados e mesmo entre as colhedeiras há diferenças nos tipos e marcas. Porém, há algumas funções básicas que devem ser verificados.

É importante que todo o processo de verificação das condições da máquina seja feito em avanço, durante a entressafra ou em uma época bem anterior à colheita. Assim, tem-se tempo hábil para correções, trocas de peças e consertos antes do seu uso.

Abaixo citamos pontos principais de verificação, tendo como exemplo uma colhedeira de grãos:

  • Sistema de iluminação: verificar a iluminação interna da cabine e os faróis, principalmente para operações noturnas, no início ou final do dia;
  • Sistema motriz e de força: verificar o motor, níveis de óleo e sistema de refrigeração e lubrificação. Além disso deve-se verificar os eixos e rodados que movimentam a máquina, bem como os sistemas de transmissão;
  • Sistemas auxiliares: verificar lubrificação de partes móveis, conexão de partes fixas, mangueiras e níveis de líquidos de lubrificação, condução e resfriamento, borrachas e amortecedores de contenção de impactos, etc…
  • Sistema de corte e alimentação: essa verificação é importante para garantir que as peças responsáveis pelo corte e transporte à etapa seguinte estejam em perfeito estado. Deve-se verificar a afiação dos sistemas de corte, folgas nos componentes e desgastes de peças. Essa é a etapa em que há maiores perdas na colheita, por falhas no corte e embuchamento da máquina;
  • Sistema de trilha: essa etapa é onde os grãos são desprendidos e soltos das vagens ou espigas. Deve-se verificar os rolamentos, peças dentadas e correias. É importante que esses ajustes sejam bem executados para evitar danos às sementes/grãos e perda de qualidade do produto;
  • Sistema de limpeza e separação: o ajuste de jogos de peneiras, transportadores ou fluxos de ar são importantes para evitar que grãos sejam perdidos e descartados, causando perdas importantes;
  • Comunicação e sistemas de agricultura de precisão: nas máquinas mais modernas é importante verificar a comunicação, o sistema de GPS e os sensores responsáveis pelo monitoramento da colheita em tempo real para formação dos mapas de produtividade;
  • Regulagem para colheita: a regulagem de acordo com a cultura a ser colhida é importante para diminuir perdas. Deve-se verificar também a velocidade recomendada.

Exemplo de checklist para colhedeira de cana (Fonte: DCBio)

Pontos importantes para o planejamento e execução da colheita

O planejamento da colheita já se inicia no plantio, quando o produtor decidi quais culturas serão plantadas, os seus ciclos e as datas de plantio.

Alguns pontos, além do maquinário, também devem ser verificados e avaliados antes e durante a colheita.

  • Planejamento de áreas a serem colhidas;
  • Logística de colheita, transporte e armazenagem;
  • Condições climáticas;
  • Estágio de desenvolvimento das plantas em cada lavoura ou talhão;
  • Peças de reposição, combustível e disponibilidade de mão-de-obra;
  • Softwares de gestão de dados e sistemas de agricultura de precisão.

A atividade de colheita envolve muito mais que apenas retirar o produto do campo. É importante se atentar às atividades pré e pós-colheita, dando maior fluidez ao trabalho e evitando problemas.

Melhore a eficiência econômica e operacional do seu maquinário. Ao lado do texto, foto de uma colheitadeira em uma lavoura de trigo

Ferramentas digitais para melhorar a colheita

Hoje existem uma série de plataformas digitais que podem auxiliar o produtor no momento da colheita. São ferramentas que auxiliam na preparação do maquinário e no planejamento da colheita.

Uma das funcionalidades mais importantes está relacionada aos alertas de manutenção, para garantir a eficiência e o desempenho ideal dos equipamentos agrícolas no momento do uso. Isso garante que o equipamento esteja revisado, trazendo diversos benefícios:

  • Menor chance de quebra e manutenção corretiva;
  • Menor retrabalho;
  • Maior assertividade;
  • Colheita do produto no melhor momento;
  • Homogeneidade do produto;
  • Maior eficiência no uso de combustível e mão-de-obra;
  • Aumento da produtividade.

Não deixe que a falta de preparação do maquinário prejudique sua safra! Marque uma demo hoje mesmo e descubra como nossos alertas de manutenção do Aegro podem garantir o pleno funcionamento de seus equipamentos, aumentando sua produtividade e eficiência.

Cuide de suas máquinas com o Aegro

O Aegro desempenha um papel crucial na preparação do maquinário para a colheita, oferecendo uma plataforma abrangente que simplifica e otimiza todo o processo.

Através do sistema, os agricultores podem registrar facilmente todas as atividades relacionadas à manutenção e abastecimento de suas máquinas agrícolas, garantindo que estejam em condições ideais para a colheita.

gestão de máquinas com Aegro
Imagem da tela de gestão de máquinas do Aegro

Além disso, o aegro oferece recursos de planejamento e gestão de custos que permitem aos produtores antecipar as necessidades de manutenção, garantindo uma operação eficiente e sem interrupções durante o período de colheita.

Considerações finais

O investimento em uma máquina colhedeira é altíssimo e, tão mais alto quanto for o seu nível tecnológico. Dessa maneira, ter uma máquina que não esteja apta para realizar seu trabalho é uma perda de dinheiro investido e de tempo na atividade agrícola.

É importante que o produtor tenha o maquinário sempre revisado e aproveite todas as suas funções tecnológicas para aviso de manutenções e conexão dos sensores por meio da internet.

Mesmo em máquinas mais antigas, o operador deve manter todas as manutenções em dia para que ela esteja apta a executar sua funcionalidade quando for momento da colheita.

O Aegro Máquinas tem ferramentas para auxiliar o produtor a integrar informações de seu maquinário a plataformas digitais como Climate FieldView™, John Deere Operations Center e Stara.

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Como as ondas de calor e seca podem afetar a soja e milho

Ondas de calor e seca: O efeito de temperaturas acima das ideais e baixas pluviosidades para as culturas agrícolas e como o produtor pode se precaver para manter bons níveis de produtividade nesses casos

Introdução

É cada dia mais comum ouvirmos no meio rural que o clima tem influenciado negativamente na produção agrícola. O agronegócio é, em sua maioria, uma “indústria a céu aberto”, o que faz com que a atividade seja muito mais susceptível aos efeitos climáticos, sejam eles amenos ou mais extremos.

A temperatura é um fator primordial para o crescimento de plantas juntamente com a disponibilidade de água, os nutrientes, a radiação solar e demais fatores. Porém, grandes alterações de temperatura, tanto para mais ou para menos, podem causar prejudicar o crescimento de plantas e gerar queda de produtividade.

Com uma tendência de aumento global de temperatura, espera-se que as perdas por ondas de calor na agricultura mundial sejam cada vez maiores e mais recorrentes, por isso é importante conhecermos os efeitos da temperatura e água nas plantas, quais as soluções para diminuir os riscos e as técnicas de manejo para amenizar seus efeitos.

Nesse artigo trataremos do efeito das ondas de calor em cultivos agrícolas, com ênfase especial em milho e soja. Siga conosco.

Estresses abióticos e suas causas

Os estresses abióticos são definidos como alterações em fatores não-vivos que levem a condições não ideais para os cultivos agrícolas. Eles normalmente são alterações nos seguintes fatores: temperatura, precipitação, nutrientes, nível de poluentes ou materiais tóxicos, salinidade, etc.

A influência do clima, contudo, é a mais comumente reportada como limitante, sendo que a restrição hídrica e as altas temperaturas são as mais impactantes na agricultura tropical brasileira. Apesar de terem efeitos um pouco diferentes, normalmente os estresses de altas temperaturas (térmico) e de baixa disponibilidade de água (hídrico), acontecem em conjunto. 

Os padrões de alteração de elevação de temperatura e alteração do regime de chuvas são normalmente influenciados por efeitos climáticos, como o El Niño e La Niña e também por padrões globais que se alteram ao longo dos anos.

No Brasil, o fenômeno La Niña normalmente é relacionado à evento de seca e altas temperaturas no Sul do país, como observado na safra 2022/23. Já o El Niño causa efeitos similares na região Centro-Oeste, como visto no início da safra 2023/24.

Efeitos do El Niño e La Niña no Brasil (Fonte: Kasuya)

Como as ondas de calor e seca influenciam as plantas?

Toda planta tem uma faixa ideal de temperatura e estado hídrico em que ela tem seu ponto ótimo de metabolismo. Temperaturas acima ou abaixo da faixa ideal causam diminuição na eficiência metabólica, na atuação de enzimas, refletindo nos níveis de transpiração, respiração e fotossíntese. Isso acarreta perda na acumulação de biomassa e impactos negativos na produtividade.

Ao vivenciar uma situação de estresse, as plantas lançam mão de estratégias para acelerar sua produção, gerar sementes e perpetuar a espécie. Algumas dessas estratégias são o encurtamento de ciclo, senescência foliar, aborto e derrubada de estruturas reprodutivas (como flores e frutos). Essas estratégias de sobrevivência, normalmente são contrárias à alta produção. 

Os estresses por calor ou seca, causam problemas principalmente nos processos abaixo:

  • Germinação: a temperatura e a umidade do solo são fatores primordiais para a germinação de sementes. Por esse motivo, falta de água e temperaturas muito altas ou baixas normalmente causam baixa germinação e emergência, falhas no estande e diminuição do número de plantas por área, além de afetarem o vigor inicial da lavoura;
  • Transpiração: temperaturas muito altas e baixa umidade no solo fazem com que as plantas fechem seus estômatos para evitar murcha permanente e morte;
  • Fotossíntese e acúmulo de biomassa: ao fechar os estômatos as plantas limitam a entrada de gás carbônico do ar, o que diminui a fotossíntese e, consequentemente, a acumulação de biomassa na forma de matéria seca, impactando na produção; 
  • Aporte de nutrientes: A baixa transpiração e a falta de água no solo diminuem o aporte de nutrientes que vêm através da solução do solo absorvida pelas raízes.
  • Enzimas e pigmentos: há uma diminuição na concentração e atividade enzimática e nos pigmentos, causando clorose, baixa eficiência fotossintética, limitando o metabolismo e a produção;
  • Florescimento: a etapa do florescimento é muito sensível aos estresses térmico e hídrico, com aborto e queda de flores, diminuição da taxa de fecundação e esterilidade; 
  • Manutenção e enchimento de grãos: os estresses fazem com que as plantas abortem e derrubem estruturas reprodutivas, além de limitar o enchimento de grão e a granação das estruturas que permanecem, diminuindo grandemente a produção.

Influência do calor e seca na soja e milho

Além dos fatores citados acima, o calor e seca alteram o ciclo de produção da soja e do milho. Os estresses abióticos atuam de maneira diferente em cada estádio de desenvolvimento das culturas do milho e da soja.

Em termos de condições ideais, há diferenças entre a soja e o milho, principalmente por serem plantas com metabolismos diferentes, C3 e C4. A soja se desenvolve melhor em temperaturas na faixa dos 20 aos 28 oC, enquanto o milho tem uma faixa mais alta de 24 a 30 oC. Em termos hídricos, há grande variação entre os materiais genéticos, mas a faixa de 400 a 800 mm ao longo do ciclo, é o mais comum para ambas as culturas.

Além das influências citadas acima, há alterações também no ciclo das culturas e suas épocas de plantio e colheita. Condições de pouca pluviosidade combinada com calor extremo normalmente levam ao atraso no plantio da soja, pois o produtor aguarda por condições mais propícias e seguras para o plantio.

Dessa forma, um plantio tardio da soja causa um atraso em sua colheita e consequente atraso no plantio do milho. A soja tardia corre mais riscos de perdas por doença, além da diminuição da produtividade por questões como radiação e temperatura.

Já no milho, um atraso na safrinha aumenta grandemente a possibilidade de limitação hídrica no final do ciclo, com a redução natural de chuvas no Outono e consequente perda de produtividade.

Ciclo vegetativo da soja (Fonte: Aegro)

Ciclo vegetativo do milho (Fonte: Aegro)

Técnicas para manter produtividade frente a ondas de calor

Existem técnicas que podem ser usadas para aumentar a tolerância e amenizar os efeitos das ondas de calor e secas no campo. Hoje em dia, cada vez mais se usam técnicas conservacionistas que visam dar maior robustez ao sistema agrícola como um todo.

Abaixo citamos alguns exemplos:

  • Aumento da matéria orgânica solo e de microrganismos benéficos;
  • Potencializar crescimento de raízes;
  • Uso de genótipo tolerantes ao calor e à seca;
  • Uso de produtos hormonais, nutricionais e bioestimulantes;
  • Uso de irrigação;
  • Boas práticas agrícolas como plantio direto, adubação verde, integração florestal, dentre outras;
  • Monitoramento do clima;
  • Análise de risco e zoneamento climático de culturas para região de implantação;
  • Gestão da propriedade;
  • Seguro agrícola.

Conclusão

As condições climáticas afetam grandemente a viabilidade e rendimento das culturas agrícolas. Condições não-ideais de temperatura e pluviosidade causam alterações metabólicas nas plantas, levando à limitação da produção.

Esses extremos climáticos podem ser causados por fenômenos específicos regionais ou fazem parte de um padrão global. As perdas por esse motivo podem causar quebras de safra de produtos agrícolas, com consequente alteração nos seus preços, levando a insegurança alimentar.

O produtor pode lançar mão de técnicas para se prevenir ou para amenizar os efeitos nocivos dos estresses abióticos e deve estar atento às possibilidades que são apresentadas.

Quebra de safra e as perspectivas para 2024

Quebra de safra: Qual a previsão de perdas agrícolas e diminuição da produção de lavouras para a safra 2024 e como influenciam a cadeia do agronegócio

Introdução

Cada dia mais os produtores agrícolas brasileiros têm se acostumado com expressões bastante usadas no meio rural: “quebra de safra”, “perda de lavoura”, “replantio da lavoura”, “colher para pagar os custos”, “não vale a pena colher”, dentre outros.

Todas essas expressões estão relacionadas a problemas que ocorrem durante o ciclo de uma determinada cultura e que diminuem grandemente, ou totalmente, a sua produção. Isso gera uma perda tão grande que é chamada de “quebra de safra” e aterroriza produtores rurais no mundo inteiro. 

As quebras de safra tem sido cada vez mais discutidas e têm causado incerteza e insegurança no meio rural, principalmente levando em conta os altos investimentos feitos pelos produtores safra após safra.

Nesse artigo discutimos a quebra de safra como um todo e fazemos projeções para a safra de 2024, já em andamento.

Qual a definição de safra e quando ela começa e termina?

Antes de falarmos em quebra de safra é importante definirmos termos que usaremos ao longo do texto. No Brasil, o período da safra é compreendido entre os meses de Julho e Junho do ano posterior. Por exemplo, a safra 2023/24 começou em 1 de Julho de 2023 e acabará em 30 de Junho de 2024.

Porém, na prática, a safra é definida como o período que vai do início dos plantios da primeira lavoura, principalmente de grãos, até o final da colheita das lavouras subsequentes. Normalmente, ao se falar em Safra 2024, falamos das colheitas que ocorreram no ano de 2024, compreendendo o período entre Outubro de 2023 e Setembro de 2024.

As principais culturas para cada safra no Brasil são as seguintes:

  • Primeira safra: soja, milho, algodão, feijão, trigo, arroz;
  • Segunda safra: milho, feijão, sorgo, arroz, amendoim, algodão, trigo;
  • Terceira safra: milho, cereais de inverno, feijão, plantas de cobertura;

O que é e o que causa a quebra de safra?

A quebra de safra pode ser definida como a redução da produção de um determinado produto agrícola durante um período de produção. Por exemplo, no início de uma safra de grãos são previstos: a área de plantio e o total de sacas a ser produzido.

Quando ocorrem situações que causam altas perdas nas lavouras, a produção é muito menor que a prevista no início da safra, gerando uma quebra de safra. Isso pode acontecer em âmbito local, regional, estadual, nacional ou mesmo global.

Os principais eventos que podem gerar quebra de safra são:

  • ataques de pragas;
  • ataques de animais;
  • incidência de doenças;
  • competição por plantas daninhas;
  • fogo;
  • condições climáticas como: seca, inundações, ventos, geadas e ondas de calor.

A quebra de safra normalmente é medida pelo percentual de redução em relação à produção prevista. Dessa forma, uma quebra de safra de soja de 10% no país representa que produziremos apenas 90% do estimado no início da safra.

Quais os efeitos da quebra de safra?

A quebra de safra normalmente traz efeitos desastrosos a várias partes da cadeia produtiva do Agro. Isso acontece pois ela envolve danos econômicos que comprometem a saúde financeira do produtor e limitam seus investimentos nas safras seguintes.

As principais consequências da quebra de safra são:

  • Aumento de preços de produtos agrícolas e seus derivados;
  • Diminuição de estoques locais, nacionais ou mundiais;
  • Impacto em mercados e bolsas;
  • Falta de alimentos e outros produtos de origem vegetal como combustíveis e fibras; 
  • Insegurança alimentar ou energética;
  • Perdas econômicas e falência de organizações e produtores.

Previsões para safra 2024

Qualquer pessoa envolvida no agronegócio brasileiro já ouviu em algum momento, a partir de Setembro do ano passado que o “El Niño tem causado impactos grandes na safra”.

O evento climático trouxe irregularidade de chuvas na época do plantio em algumas áreas do país e causou veranicos em estágios importantes da definição da produção de soja e milho. Essas condições combinadas de baixa pluviosidade acumulada e altas temperaturas atingiu grandemente a região Centro-Oeste, mas menos a região Sul, por exemplo.

Estima-se que em geral, possa haver uma quebra de safra de grãos de cerca de 2,5%, no Brasil. É importante notar que esse valor é relativo às previsões de produção ao início da safra e não com a produção da safra passada.

Soja

A soja é o maior produto agrícola brasileiro e o Mato Grosso, o maior produtor dessa “comoditie”. Para essa safra a previsão não é nada animadora, com recorde de quebra de safra prevista para o MT.

A pior quebra de safra já registrada no estado foi de 11% na safra de 1990. A previsão para esse ano é de que haja quebra de safra de 20% devido, principalmente, à restrição de chuvas e altas temperaturas.

Mesmo assim, estima-se que haja aumento na produção nacional de soja nessa safra, devido a boas condições em outras áreas produtoras.

Uma imagem contendo Mapa

Descrição gerada automaticamente

Anomalias na precipitação nas duas últimas semanas de Dezembro/2023 (Fonte: Canal Rural)

Milho

O milho safra tem sofrido com as mesmas condições não-ideais ocorrentes na soja. Há uma previsão de queda de produção geral de 11% no milho, se comparado à safra passada, porém, isso se deve à menor área e não a uma quebra de safra.

Porém, espera-se que haja uma quebra de safra devido às condições climáticas da safra e ao atraso do plantio da safrinha, o que limita a janela de chuvas ao final do ciclo.

Ainda não há uma previsão geral de quebra de safra por causa da safrinha ainda estar se iniciando.

Plano Safra e sua importância

O Plano Safra é um plano do Governo Federal que propicia investimentos nos setores agrícolas, na forma de renda, investimentos, carta de crédito, subsídios e seguros. Os montantes são normalmente repartidos entre produtos familiares, médios produtores e grandes produtores. Na safra 2023/24, o montando destinado ao Plano Safra foi de 340 bilhões de reais.

Em situações de quebra de safra é importante que haja flexibilidade para que esses recursos sejam aumentados ou realocados, de maneira a diminuir o impacto negativo na economia, uma vez que a agricultura é o grande carro-chefe do PIB brasileiro.

Conclusão

As condições não-ideais que ocorrem durante o ciclo de uma cultura no campo ao longo da safra podem causar diversos tipos de impacto nas lavouras. O seu grau de impacto é medido pela perda em relação à previsão de produção.

Perdas em níveis avançados podem causar quebras de safra, levando a impactos regionais, nacionais ou globais. É preciso que o produtor esteja atento e se utilize de ferramentas que o auxiliem a diminuir os riscos de perder produção.

Atualmente, as previsões de perdas de safra ao redor do mundo são cada vez mais frequentes e o ano de 2024 no Brasil deve seguir esse padrão. Estresses abióticos (condições climáticas) e bióticos (doenças, pragas, plantas daninhas), são os maiores riscos. Conhecer as previsões climáticas e o monitoramento da possibilidade de incidência de pragas e doenças pode auxiliar o produtor a se prevenir ou atuar de forma corretiva em sua lavoura. Além disso, a boa gestão da propriedade é um fator de importância para evitar que perdas de produção levem à inviabilidade da atividade agrícola.

Rentabilidade na lavoura: Confira as dicas

Rentabilidade em sua lavoura: Com o auxílio da tecnologia, planejamento e técnicas de manejo é possível melhorar a rentabilidade da sua lavoura

Pode-se até dizer que não existe uma receita exata para ser bem sucedido na agricultura. Entretanto, o avanço das tecnologias, aperfeiçoamento da pesquisa, alternativas de manejo e novas oportunidades para comercialização, tem ajudado a melhorar a produtividade agrícola.

Além disso, existem boas práticas de gestão que podem melhorar a produtividade e a rentabilidade como um todo, como a projeção ou preparação da fazenda para um contínuo processo de produção e uma visão sistêmica do produtor para maior lucratividade no campo.

Ou seja, pensar no longo prazo e traçar estratégias conjuntas, podem ser a chave para o sucesso da lavoura. Neste artigo, vamos mostrar tudo que pode melhorar a rentabilidade da sua lavoura. Boa leitura!

O que é produtividade da lavoura?

A melhoria da rentabilidade dos grãos está pautada no investimento em preparação do solo e insumos – como sementes e fertilizantes -, máquinas e equipamentos e outras tecnologias, como a agricultura de precisão.

Além disso, está cada vez mais difundido no mercado o uso de produtos biológicos, que agem de diferentes maneiras, por exemplo, no aumento da resiliência das plantas frente a situações de escassez hídrica e condições de temperatura extrema, tornando-as mais resistentes e capazes de produzir, agindo como uma garantia de produtividade em cenários adversos.  

O que é rentabilidade da lavoura?

Diferentemente da produtividade, que envolve os aspectos gerais da produção, na rentabilidade temos outras variáveis importantes que vão além do campo, como a comercialização do produto, armazenagem e financiamentos.

Dessa forma, obter a máxima rentabilidade, produtividade e rendimento da lavoura não depende apenas das condições adequadas de solo e clima, é necessário escolher, de forma estratégica, insumos e práticas assertivas de manejo e comercialização.

Manejo e desempenho da lavoura

A tecnologia para aumento da eficiência nos processos agrícolas está cada vez mais difundida no Brasil. O bom desenvolvimento das lavouras tem sido possível pela profissionalização no setor do agronegócio.

Alguns processos estão sendo beneficiados pelo uso da tecnologia, o que significa também otimização do tempo e investimentos, redução dos gastos com combustíveis, sementes e insumos. É possível citar alguns processos:

  • Correção do solo baseado em análise;
  • Adubação da área conforme necessidade nutricional da cultura;
  • Controle de erosão e compactação do solo para melhor aproveitamento de água;
  • Investimento no tratamento de grãos para garantir melhoria na qualidades das sementes;
  • Redução do espaçamento, permitindo maior densidade de plantio e otimização do uso de máquinas plantadoras;
  • Manejo de pragas, doenças e plantas daninhas;
  • Regulagem e manutenção do maquinário para plantio.

Diferença entre lucratividade e rentabilidade

É comum que as pessoas confundam as definições de rentabilidade e lucratividade, mas elas representam conceitos distintos fundamentais para avaliar o desempenho financeiro da lavoura.

A lucratividade é a capacidade de gerar lucro, ou seja, é o ganho que a empresa consegue gerar sobre o trabalho desenvolvido.

Já a rentabilidade está relacionada ao retorno sobre o investimento realizado na lavoura.

Melhoria na rentabilidade da lavoura

Alguns processos podem aumentar a rentabilidade da lavoura, como:

  • Investimento em um sistema de gestão de campo;
  • Aplicação de novas tecnologias;
  • Manejo adequado;
  • Ampliação da área de plantio;
  • Investimento no desenvolvimento genético das sementes e armazenagem própria.

Contudo, para melhorar esses processos, é possível adotar algumas práticas:

Planejamento da safra

Para realizar o planejamento da safra é importante incluir no orçamento, previamente, uma pesquisa dos fluxos financeiros como: 

  • Investimentos;
  • Receitas e despesas;
  • Benfeitorias e maquinários;
  • Logística;
  • Entre outros.

Cada cultura tem sua estimativa, suas particularidades ambientais e socioeconômicas próprias.

Monitorar o funcionamento das colheitadeiras

Para se ter uma boa colheita, o perfeito funcionamento das colheitadeiras é fundamental, avaliando sempre que possível, a altura do corte, velocidade, entre outras questões.

Além disso, ter funcionários capacitados para o bom uso e aproveitamento das máquinas contribui para a melhor rentabilidade da lavoura.  

Aplicação de tecnologia no processo de plantio

A agricultura 4.0 traz uma evolução na comunicação entre os equipamentos, como o uso de GPS em máquinas para melhorar a eficiência e diminuir os gastos com combustíveis.

O uso de sensores para fazer leituras não só das máquinas, mas também do meio ambiente também contribui para melhorar o desempenho da lavoura. Esses sensores captam informações do solo e geram mapas de fertilidade e zonas de manejo.

Contratar mão de obra qualificada

A carência de colaboradores capacitados afeta o resultado do produtor. Ao investir em treinamento e qualificação de mão de obra, há redução do desperdício e, automaticamente, ganho de rentabilidade e produtividade, aumentando a lucratividade do negócio.

Armazenamento próprio

O uso de tecnologia no campo possibilita produzir mais. Realizar o investimento em armazenagem na própria fazenda, permite decidir sobre o momento ideal para negociar a produção no mercado, além de evitar problemas com frete ou ausência de armazéns em portos.

Qual a lavoura mais lucrativa?

A rentabilidade de um cultivo pode ser influenciada pelo custo de produção, pelo preço de mercado, pela volatilidade do câmbio e pelas condições climáticas. 

As características da propriedade rural onde o cultivo será implantado, especialmente quanto ao solo, também são um fator importante.

A produtividade por hectare é um dos principais índices para descobrir o potencial de lucro de determinada lavoura.

Para reduzir os riscos e aumentar os resultados, agricultores devem adotar estratégias como o uso da tecnologia e a diversificação das culturas, além de procurar apoio técnico para o desenvolvimento da plantação.

É possível citar os cinco cultivos mais rentáveis do Brasil:

Algodão

Uma lavoura de algodão pode render quatro vezes mais por hectare do que uma plantação de soja. Entretanto, a cultura requer cuidados especiais e alto conhecimento técnico.

Soja

O ciclo da soja dura em média quatro meses, além disso, é relativamente fácil de se cultivar e se adapta a diversos tipos de solo e clima, além de oferecer alta produtividade por hectare.

Milho

O milho é um cereal fácil de cultivar e tem ciclo produtivo rápido, o que permite a colheita de até três safras anuais. 

Café

Para maximizar a lucratividade do café, é preciso ter mão de obra especializada e realizar o beneficiamento. O clima favorável do Brasil e os avanços tecnológicos permitem melhorias no padrão quantitativo e qualitativo dos grãos.

Laranja

O clima favorável do Brasil e a tecnologia aplicada no plantio permitem que a produção seja realizada em larga escala, o que contribui para a rentabilidade da cultura.

Conclusão

Existem inúmeras medidas para potencializar os recursos disponíveis e obter maior rentabilidade com a produção agrícola na fazenda.

Um sistema de gestão alinhado, com planejamento e monitoramento adequados farão com que haja redução de perdas na propriedade rural. Dessa forma, promove a agilidade de processos e o aumento de ganhos do seu negócio rural.

Bioenergia: o que é, benefícios e desvantagens para o agronegócio

Bioenergia: Explore o universo, suas fontes, efeitos no agronegócio e suas vantagens e desvantagens.

A busca por soluções sustentáveis tem levado o agronegócio a explorar alternativas como a bioenergia. Neste artigo, abordaremos o conceito, fontes, benefícios e desvantagens dessa forma de energia.

Embarque conosco numa jornada pelo fascinante universo da bioenergia, desvendando seus mistérios e desafios que moldam não apenas o futuro do agronegócio, mas também o curso da sustentabilidade global. 

Este artigo é mais do que uma exploração técnica; é um convite para desvendar os segredos da bioenergia e compreender por que ela se tornou uma peça-chave na transformação do cenário agrícola. 

Esta leitura essencial é o portal para desvendar o papel essencial da bioenergia na busca incessante por soluções que impulsionam o desenvolvimento agrícola em harmonia com o nosso planeta.

O Conceito de Bioenergia

O termo “bioenergia” refere-se à energia proveniente de biocombustíveis, os quais são derivados diretamente ou indiretamente de biomassa de origem biológica, como plantas, resíduos orgânicos, carvão vegetal, microrganismos e algas. 

A interligação entre bioenergia e segurança alimentar é de natureza complexa, exigindo uma abordagem integrada de estudos abrangendo produção, economia, sustentabilidade, novas tecnologias e novas culturas. 

Esse enfoque holístico da bioenergia visa promover tanto a produção de “alimento e combustível”, permitindo que a bioenergia desempenhe um papel significativo no avanço do desenvolvimento sustentável.

A bioenergia e sua importância

A bioenergia ganhou importância devido à sua capacidade de oferecer uma fonte renovável, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis e mitigando as emissões de gases de efeito estufa. 

A utilização da bioenergia promove a sustentabilidade ambiental ao diversificar a matriz energética, enquanto oferece benefícios econômicos e sociais, especialmente para comunidades rurais. Além disso, a versatilidade da bioenergia a posiciona como uma peça-chave na transição para uma economia de baixo carbono.

Fontes de Bioenergia

Diversas fontes alimentam a produção de bioenergia, incluindo biomassa, biogás e biocombustíveis. Compreender essas fontes é crucial para avaliar o potencial ecológico e econômico da bioenergia. 

As principais fontes de bioenergia incluem:

  • Biomassa: derivada de materiais orgânicos, como resíduos agrícolas, restos de madeira e culturas energéticas, a biomassa é uma fonte versátil de bioenergia.
  • Biogás: produzido a partir da decomposição anaeróbica de resíduos orgânicos, como esterco animal e resíduos de alimentos, o biogás é uma fonte de energia renovável.
  • Biocombustíveis líquidos: Incluem etanol, obtido principalmente da cana-de-açúcar e milho, e biodiesel, derivado de óleos vegetais. Ambos são utilizados como combustíveis para veículos.
  • Bioóleo: resultante da pirólise da biomassa, o bioóleo pode ser uma alternativa para a produção de bioenergia e produtos químicos.
  • Biocarvão: também conhecido como carvão vegetal, é produzido através da pirólise da biomassa. Pode ser utilizado como combustível ou na agricultura para melhorar a fertilidade do solo.
  • Biocombustíveis de Algas: algas podem ser cultivadas para a produção de biocombustíveis, como biodiesel, oferecendo uma fonte de energia renovável e sustentável.

Essas fontes de bioenergia desempenham um papel crucial na diversificação da matriz energética, contribuindo para a redução da dependência de combustíveis fósseis e promovendo práticas mais sustentáveis.

Mas, o que é a bioenergia sustentável?

A bioenergia sustentável é um conceito que abrange práticas e tecnologias visando equilibrar a produção de energia derivada de fontes biológicas com a preservação ambiental e o desenvolvimento socioeconômico. 

Para atender a critérios de sustentabilidade, a produção de bioenergia deve envolver a utilização responsável de recursos naturais, evitando a competição direta com a produção de alimentos e adotando tecnologias que minimizem as emissões de gases de efeito estufa.

Esse enfoque sustentável da bioenergia também inclui a gestão responsável de resíduos orgânicos utilizados na produção de biogás, promovendo práticas de manejo florestal responsável para evitar a degradação de ecossistemas naturais. 

Além disso, a pesquisa e o desenvolvimento contínuos são fundamentais para impulsionar inovações tecnológicas que tornem a produção de bioenergia mais eficiente e com menor impacto ambiental, contribuindo para a transição para um modelo energético mais limpo e sustentável.

Combustíveis produzidos por meio da bioenergia

A bioenergia é responsável por gerar diversos combustíveis, como etanol e biodiesel. Compreender a variedade de produtos derivados é essencial para analisar o impacto da bioenergia no agronegócio.

Benefícios e desvantagens da bioenergia para o agronegócio

Benefícios da bioenergia

  • Sustentabilidade ambiental: Redução das emissões de gases de efeito estufa.
  • Autossuficiência energética: O agronegócio pode tornar-se independente em termos de energia.
  • Estímulo econômico: Investir em bioenergia impulsiona a economia local.

Desvantagens da bioenergia

  • Uso de terra: A produção de biomassa pode competir com áreas destinadas à agricultura alimentar.
  • Investimento inicial: Implementar tecnologias bioenergéticas pode exigir investimentos significativos.

Bioenergia no Brasil: o hoje e o amanhã

A bioenergia no Brasil destaca-se como uma fonte crucial na matriz energética atual, especialmente pela intensiva produção de etanol a partir da cana-de-açúcar. 

Essa abordagem da bioenergia não apenas contribui para a redução das emissões e independência energética, mas também impulsiona a economia agrícola. 

As projeções futuras indicam um crescimento contínuo, com investimentos em pesquisa para diversificar fontes e promover a convergência entre bioenergia e produção de alimentos, refletindo o compromisso do Brasil com o desenvolvimento sustentável e sua posição como referência global em práticas energéticas inovadoras. 

No cenário global da bioenergia, o Brasil destaca-se como uma potência, especialmente quando se trata do papel crucial desempenhado pela bioenergia no agronegócio.

Reconhecido internacionalmente por sua liderança na produção de etanol a partir da cana-de-açúcar, o Brasil se posiciona como um modelo exemplar na integração eficiente de bioenergia à matriz energética. 

Estados como São Paulo e Goiás emergem como protagonistas nesse cenário da bioenergia, impulsionando a produção de biocombustíveis e bioeletricidade.

 A vasta extensão de terras agrícolas e o clima propício favorecem a produção de biomassa, consolidando essas regiões como líderes na implementação de práticas sustentáveis no agronegócio, reforçando a importância da bioenergia como catalisador para o desenvolvimento econômico e ambiental.

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Conclusão

Em síntese, a exploração da bioenergia tornou-se vital no contexto global, especialmente para o agronegócio, impulsionada pela necessidade de soluções sustentáveis.

 Este artigo proporcionou uma compreensão abrangente da bioenergia, desde seu conceito até suas fontes e impactos no agronegócio. 

A diversidade de fontes de bioenergia, incluindo biomassa, biogás, biocombustíveis, bioóleo, biocarvão e biocombustíveis de algas, foi destacada como crucial para a redução da dependência de combustíveis fósseis

Além disso, a ênfase na bioenergia sustentável, com gestão responsável de resíduos e práticas de manejo florestal, ressaltou a importância de um compromisso holístico com a preservação ambiental e desenvolvimento socioeconômico através da bioenergia.

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Originação de grãos: Entenda o que é e qual sua importância para o processo agrícola

Originação de grãos: Saiba o que é, como esse processo é realizado e quais os principais desafios enfrentados pelos profissionais do setor.

O que faz um originador de grãos?

Um originador de grãos é um profissional que atua na compra e aquisição dos grãos junto aos produtores rurais, fazendo a ponte entre a fazenda e a indústria. 

Ele também é responsável por prestar serviços de armazenagem, logística e escoamento dos produtos, além de negociar os preços e as condições comerciais. 

O originador de grãos tem um papel estratégico no agronegócio, pois ele precisa conhecer bem o mercado, as demandas dos clientes, as características dos produtos e as normas regulatórias. 

Ele também precisa ter habilidades de comunicação, negociação e gestão de riscos.

E aí? Você sabia disso? 

Originação de grãos.
Fonte: Siagr (2023)

Como funciona o processo de originação de grãos?

O processo de originação de grãos envolve várias etapas, desde o cadastro dos produtores até a comercialização dos produtos. Abaixo destacamos alguns pontos sobre esse processo: 

  • Cadastramento: é o primeiro passo, onde são coletadas todas as informações relevantes para a aquisição dos grãos, como período de safra, financiamento, estoque e armazenagem.
  • Movimentos internos: é o processo que envolve a classificação das amostras dos produtos, o registro dos romaneios (documentos que comprovam a entrada ou saída dos produtos), a emissão das ordens de trânsito e outras tarefas que antecedem a armazenagem.
  • Estocagem e armazenamento: é a etapa que garante a qualidade do produto final, armazenando os grãos em silos adequados, onde são registradas as descrições do produto, os serviços realizados, os relatórios emitidos e outros dados.
  • Comercialização: é a etapa final, onde são fechados os contratos de compra e venda dos produtos, definindo os preços, as quantidades, as formas de pagamento, as autorizações e outros aspectos.

Passo a passo da originação de grãos

O processo de originação de grãos pode parecer confuso a primeiro momento, mas montamos um esquema com 10 passo para que você possa compreender melhor esse processo: 

  1. Um originador de grãos entra em contato com um produtor rural que tem uma plantação de soja e se interessa em comprar sua produção.
  2. O originador faz o cadastro do produtor em seu sistema, informando seus dados pessoais, fiscais e bancários, bem como as características da sua propriedade e da sua safra.
  3. O originador faz uma proposta de compra para o produtor, oferecendo um preço por saca de soja e uma forma de pagamento. O produtor aceita a proposta e assina um contrato com o originador.
  4. O originador agenda uma data para a retirada da soja na fazenda do produtor. No dia combinado, ele envia um caminhão para buscar os grãos.
  5. O caminhão chega na fazenda e o motorista verifica a qualidade da soja por meio de uma amostra. Ele também confere a quantidade de sacas e emite um romaneio para o produtor assinar.
  6. O caminhão leva a soja para o armazém do originador, onde os grãos são descarregados em um silo específico. O silo tem um sistema que registra o peso, a umidade, a impureza e outros dados da soja armazenada.
  7. O originador emite uma nota fiscal para o produtor, comprovando a compra da soja. Ele também faz o pagamento ao produtor conforme o contrato estabelecido.
  8. O originador busca um cliente para vender a soja que comprou do produtor. Ele pode ser uma indústria alimentícia, uma cooperativa ou um trader internacional. Ele negocia o preço, a quantidade e as condições de entrega com o cliente.
  9. O originador emite uma ordem de trânsito para liberar a saída da soja do armazém. Ele também contrata um serviço de transporte para levar os grãos até o destino do cliente.
  10. O originador emite uma nota fiscal para o cliente, comprovando a venda da soja. Ele também recebe o pagamento conforme o contrato estabelecido.

Viu? É possível facilitar o passo a passo da originação de grãos, desde que se siga os modelos de produção adequados.

Regularização das propriedades rurais para originação de grãos 

A regularização das propriedades rurais é um processo importante para os produtores que desejam participar da originação de grãos. 

Para regularizar as propriedades rurais, os produtores devem estar em dia com o imposto rural, também conhecido como Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR), que é um tributo federal que incide sobre os imóveis rurais.

O ITR é calculado com base no Valor da Terra Nua (VTN) declarado pelo contribuinte, que deve corresponder ao valor de mercado do imóvel, e na área total, área tributável e grau de utilização do imóvel. 

O ITR também leva em conta fatores ambientais, como a preservação da vegetação nativa e a destinação de áreas para reserva legal ou preservação permanente.

Para declarar o ITR, o contribuinte deve baixar e instalar o Programa Gerador da Declaração do ITR no site da Receita Federal.

O programa permite preencher, gravar, imprimir e transmitir a declaração pela internet. O prazo para entregar a declaração é o último dia útil do mês de setembro de cada ano. 

Se o contribuinte não entregar a declaração dentro do prazo ou apresentar informações incorretas ou incompletas, estará sujeito a multas e juros.

A multa por atraso na entrega da declaração é de 1% ao mês-calendário ou fração de atraso sobre o imposto devido, sem prejuízo da multa e dos juros de mora pela falta ou insuficiência de recolhimento do imposto ou quota. 

Em nenhuma hipótese o valor da multa por atraso na entrega da declaração poderá ser inferior a R$ 50,00 (cinquenta reais). 

A multa por apresentação de informações inexatas, incorretas ou fraudulentas é de 75% sobre o valor do imposto apurado pela Receita Federal.

A regularização das propriedades rurais para originação de grãos pode trazer diversos benefícios para os produtores, como:

  • Acesso a mercados mais amplos e diversificados, podendo vender seus produtos para indústrias nacionais ou internacionais;
  • Negociação dos preços e das condições comerciais com os originadores de grãos;
  • Cumprimento da função social da propriedade rural;
  • Incentivo ao uso de boas práticas agrícolas e ambientais.

Panorama sobre o mercado de Commodities agrícolas

O mercado de Commodities agrícolas é um segmento que envolve a produção, o comércio e o consumo de produtos agrícolas padronizados, como grãos, oleaginosas, fibras, açúcar, café, carne e outros. 

Esse mercado é influenciado por diversos fatores, como a oferta e a demanda globais, os estoques, os custos de produção, as políticas comerciais, as condições climáticas, as oscilações cambiais e outros. 

O mercado de Commodities agrícolas é dinâmico e competitivo, exigindo dos produtores e dos comerciantes uma constante atualização e adaptação às mudanças.

Um dos aspectos mais importantes do mercado de Commodities agrícolas é a originação dos grãos, que como vimos anteriormente, é o processo de compra e aquisição dos grãos junto aos produtores rurais, fazendo a ponte entre a fazenda e a indústria. 

A originação dos grãos tem um papel estratégico no agronegócio, pois ela permite que os produtores rurais tenham acesso a mercados mais amplos e diversificados, podendo vender seus produtos para indústrias nacionais ou internacionais. 

Além disso, a originação dos grãos permite que os comerciantes tenham acesso a produtos de qualidade e quantidade adequada para atender às demandas dos clientes. 

A originação dos grãos também contribui para a gestão de riscos e a sustentabilidade do setor, pois ela incentiva o uso de boas práticas agrícolas e ambientais.

Porém, o relatório Perspectivas dos Mercados de Commodities, publicado pelo Banco Mundial em outubro de 2023, analisa os impactos da instabilidade geopolítica no Oriente Médio e na Ucrânia nos preços globais das Commodities, especialmente dos produtos energéticos e alimentícios. 

O relatório indica que o conflito no Oriente Médio pode provocar um “duplo choque” nos mercados de energia e alimentos, elevando os custos de produção e consumo e comprometendo a segurança alimentar e a estabilidade econômica de muitos países em desenvolvimento. Ou seja, vivemos um momento de instabilidade até mesmo para o mercado de originação de grãos. 

Planilha de custos dos insumos da lavoura

Conclusão

A originação de grãos tem um papel estratégico no agronegócio, pois ela permite que os produtores rurais tenham acesso a mercados mais amplos e diversificados, podendo vender seus produtos para indústrias nacionais ou internacionais. 

Além disso, a originação de grãos permite que os comerciantes tenham acesso a produtos de qualidade e quantidade adequada para atender às demandas dos clientes. 

A originação de grãos também contribui para a gestão de riscos e a sustentabilidade do setor, pois ela incentiva o uso de boas práticas agrícolas e ambientais.

Georreferenciamento de imóveis rurais: o que é, para que serve e como fazer?

Georreferenciamento rural: quanto custa, quem precisa fazer, novas regras, quando deve ser feito e muito mais.

Se você atua no setor agrícola, já deve ter ouvido falar em georreferenciamento de imóveis. Esse procedimento tem como objetivo regulamentar a identificação de imóveis rurais.

Ele é obrigatório para todo e qualquer proprietário de imóveis rurais no país e necessário para emitir o CCIR (Certificado de Cadastro do Imóvel Rural). Sem ele, não é possível legalizar transferências imobiliárias, obter financiamento bancário ou ter acesso a crédito rural.

Ou seja: estamos falando de um de um processo essencial para uma boa gestão agrícola. Você sabe como esse processo é feito na prática?

Neste artigo, saiba quais são as novas regras de georreferenciamento da sua propriedade, quando é necessário fazer, quanto custa e muito mais. 

O que é georreferenciamento de imóveis rurais?

O georreferenciamento rural é um procedimento adotado pelo Incra para identificar, padronizar e regularizar os imóveis rurais no Brasil. Afinal, esse é um dos países com maior extensão territorial do mundo.

Na prática, por meio de um levantamento topográfico, o georreferenciamento coleta todos os dados necessários para a identificação dos imóveis que ocupam o território nacional. Esses dados são, por exemplo:

  • formato do terreno;
  • dimensão do terreno;
  • coordenadas geográficas (latitude e longitude) da área.

Assim, além de serem usados para fiscalização e planejamento do poder público, os dados coletados também garantem mais segurança para os proprietários dos imóveis. Afinal, eles evitam sobreposições, ocupações e desentendimentos relacionados à posse do terreno.

Além disso, o procedimento também é necessário para emissão do CCIR e para dar entrada em praticamente todos os procedimentos que envolvem o terreno de uma propriedade rural. Isso inclui desde compra e venda do imóvel até solicitações de financiamento do governo.

Quando é necessário fazer o georreferenciamento?

A Lei 10.267/2001 criou a obrigatoriedade do georreferenciamento de imóveis rurais para propriedades com mais de 100 hectares. Isso quando ocorre alteração de suas áreas ou titulares, como nos casos de:

  • Compra;
  • Venda;
  • Partilha (amigável ou judicial);
  • Desmembramento;
  • Remembramento
  • Transferência;
  • Hipoteca.

Em 2018, porém, um decreto do governo federal passou a exigir que todas as propriedades, independentemente do seu tamanho, realizem o procedimento.  A mudança trouxe consigo novos prazos para a regularização das propriedades. Veja abaixo:

  • Imóveis com área acima de 250 hectares: vigente;
  • Imóveis com área entre 100 e 250 hectares: 20/11/2018;
  • Imóveis com área entre 25 e 100 hectares: até 20/11/2023; 
  • Imóveis com área menor que 25 hectares até 20/11/2025.

Como fazer georreferenciamento de imóveis rurais

O georreferenciamento rural é realizado em duas grandes etapas.

Na primeira, são realizadas a identificação e o reconhecimento dos limites do imóvel por meio da medição da propriedade. O objetivo é garantir que não haverá erros 

nas distâncias medidas posteriormente por meio do levantamento topográfico.

Também faz parte dessa primeira etapa uma análise criteriosa da documentação do imóvel e dos terrenos vizinhos (a fim de evitar a sobreposição). Dentre eles, estão a descrição imobiliária do registro de imóveis e a documentação técnica já registrada no Incra.

O segundo passo é o levantamento no campo, que inclui a coleta e análise de dados físicos e geográficos a partir de fotogrametria. Essa técnica mede distâncias, formas e dimensões de objetos e elabora um registro fotográfico tridimensional da área.

São estes dados que precisarão ser validados pelo Incra para regularização do terreno e posterior emissão do Certificado de Cadastro do Imóvel Rural.

É importante destacar que a contratação de um profissional é essencial. Ela é fundamental tanto para a realização dos serviços de campo, quanto para o envio do material para o Sistema de Gestão Fundiária do Incra.

Quem pode fazer o georreferenciamento de imóveis rurais?

O serviço de georreferenciamento de imóveis rurais deve ser realizado por um profissional habilitado pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia. Ele deve ser credenciado junto ao Incra (veja a lista de profissionais credenciados por estado aqui).

Tratam-se de engenheiros agrimensores, engenheiros cartógrafos, arquitetos, tecnólogos e técnicos nestas modalidades. Esses profissionais, de acordo com PL 2087/2004, devem ter cursado os seguintes conteúdos e disciplinas em suas grades curriculares: 

  • Topografia aplicadas ao georreferenciamento;
  • Cartografia;
  • Sistemas de referência;
  • Projeções cartográficas, 
  • Ajustamentos, métodos e medidas de posicionamento geodésico.

Novas regras para o georreferenciamento rural

Recentemente, o Incra divulgou novas regras para o georreferenciamento de imóveis rurais. Agora, o georreferenciamento poderá utilizar novas metodologias (como sensoriamento remoto com o uso de drones, por exemplo) durante o processo. 

Segundo o órgão, essa alteração não afetará direta e imediatamente os proprietários de imóveis rurais. Entretanto, ele deve facilitar o trabalho do profissional responsável pelo georreferenciamento.

As mudanças foram publicadas na segunda edição do Manual Técnico para Georreferenciamento de Imóveis Rurais, em 23 de dezembro de 2022. Elas entraram em vigor no dia 30 do mesmo mês.

Quanto custa o georreferenciamento de imóveis rurais

A média cobrada no mercado costuma oscilar entre R$ 250 e R$ 350 por hectare. Entretanto, diversos fatores podem interferir no preço cobrado pelo georreferenciamento rural.

A experiência do profissional contratado, os equipamentos utilizados, o tamanho e as especificidades da área que será georreferenciada são alguns exemplos.  Por isso, a dica é fazer uma boa pesquisa e realizar diferentes orçamentos antes de fechar o serviço.

O que acontece se o georreferenciamento não for feito?

Apesar de obrigatório e necessário para legalizar transferências imobiliárias, a não realização do georreferenciamento não implica em nenhum tipo de multa, sanção ou penalização. Entretanto, é um passo a menos no seu gerenciamento rural.

As únicas consequências sofridas pelos proprietários que não fazem o georreferenciamento  são a desvalorização do imóvel no mercado. Além disso, há a impossibilidade de legalizar a venda (ou qualquer outra transação) com suas terras.

Ou seja, quem produz não poderá fazer qualquer tipo de mudança na titularidade, na dimensão da área, na localização, no tipo de exploração feita e na classificação fundiária. Ainda, é claro, não é possível acessar benefícios governamentais como custeio agrícola.

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Conclusão

A extensão do território brasileiro é a quinta maior do planeta. Nesse contexto, manter o registro das propriedades rurais se provou muito mais do que mera burocracia.

Além de evitar sobreposições, o georreferenciamento é uma poderosa ferramenta para que proprietários de imóveis rurais tenham maior conhecimento e controle de suas terras. Assim, eles podem realizar uma gestão mais eficiente de suas fazendas.

Por isso, se você é proprietário(a) de terras rurais, atente-se ao prazo para realizar o georreferenciamento do seu terreno!

Já fez o georreferenciamento de imóveis rurais alguma vez? Se quer ver mais assuntos como esse, não deixe de assinar nossa newsletter e receber semanalmente conteúdos fresquinhos. 

Passo a passo para fazer o cálculo de semeadura de milho

Cálculo de semeadura de milho: veja como definir população de plantas, quantidade de sementes, taxa de semeadura, dicas e mais!

Um dos principais momentos na lavoura é a semeadura. No milharal, este momento é ainda mais importante por causa da fenologia do milho e outras características delicadas dessa cultura.

Não basta apenas colocar as sementes no solo, sem qualquer parâmetro. É necessário fazer alguns cálculos para que a quantidade de sementes esteja correta, garantindo assim boa produtividade do milho.

Neste artigo, veja as principais contas que você precisa fazer antes dessa etapa para obter o máximo potencial produtivo que seu híbrido pode fornecer. Assim, você consegue fazer um bom planejamento para a cultura do milho. Boa leitura!

Como fazer o cálculo de semeadura do milho?

Nessa cultura, é importante definir qual híbrido de milho irá ser semeado para aí sim calcular a semeadura do milho. Existem diversos híbridos comerciais no mercado. Antes de fazer essa escolha, considere os seguintes aspectos:

Com a definição da melhor variedade de milho a ser semeada, você precisa fazer os cálculos para saber a quantidade ideal de sementes para semear toda a área. Veja a seguir os principais cálculos de semeadura do milho a serem feitos.

Como calcular a população de plantas de milho por hectare

O primeiro passo é saber qual a recomendação do híbrido escolhido em relação a quantidade de plantas por hectare. Para todas as culturas, a população de plantas ideal já vem pré definida com o híbrido ou cultivar escolhido.

Quem faz essa predefinição são pesquisas conduzidas em diversas regiões produtoras. Assim, o material poderá expressar seu máximo potencial produtivo. Ou seja: quantos grãos de milho plantar por hectare depende da marca de híbrido escolhido por você.

A população de plantas está definida dentro de um intervalo considerado ideal. Ainda assim, é importante seguir a recomendação técnica, pois a população ideal de plantas definidas é aquela que te traz melhor aproveitamento de água, luz e nutrientes.

Como calcular a quantidade de sementes de milho por metro

Com a população de plantas definida, o próximo passo é saber a quantidade de sementes por metro. Para isso, é preciso ter os dados de população de plantas e espaçamento a ser utilizado. O espaçamento entre linhas para cultura do milho varia muito entre:

  • 0,45 m;
  • 0,50 m;
  • 0,90 m.

Segundo a Embrapa, espaçamentos mais (45 cm a 50 cm entre linhas) tem apresentado melhores resultados em comparação com espaçamentos maiores (80 cm a 90 cm). Isso acontece especialmente quando se utilizam densidades de plantio mais elevadas.

Outra vantagem destacada é a maior rapidez no fechamento de linhas quando o espaçamento é reduzido. Essa técnica é mais eficaz no controle de plantas daninhas. Sabendo estes dados, é possível definir a quantidade de plantas por metro. Veja o cálculo a seguir:

Como calcular a taxa de semeadura do milho

Feito o cálculo de sementes por metro, é preciso considerar a germinação antes de regular a semeadora. O cálculo que considera a quantidade de sementes viáveis do lote é chamado taxa de semeadura.

Para saber a porcentagem de germinação do híbrido escolhido, basta olhar no rótulo da embalagem. Se você ainda não recebeu as sementes, pergunte para o vendedor. Feito isso, você pode realizar o teste a seguir:

Pelo cálculo, é preciso ter 3 sementes/metro para obter a população de plantas definida.

Como calcular a quantidade de sementes de milho para um hectare 

Definindo a taxa de semeadura, basta saber a quantidade de sementes que você irá utilizar em um hectare e depois na área total. Há dois modos de fazer este cálculo. Veja:

Normalmente, para fazer a compra, é colocado 10% a mais de sementes a serem semeadas por causa de problemas com as máquinas ou perdas durante o abastecimento ou transporte. Por isso há na fórmula acima a multiplicação de 1,1.

O milho, atualmente, é comercializado em número de sementes. As empresas colocam 60 mil sementes em cada saco, geralmente. Com nosso exemplo, é preciso ter 1,22 sacos para semear um hectare de milho. 

Caso a área total semeada seja 100 hectares, seriam necessários 122 sacos. Caso em alguma revenda ainda seja comercializado o milho em kg, o cálculo feito é diferente. Com a conta a seguir, você consegue saber quantos quilos de milho por hectare você deve plantar.

Dicas para melhorar a semeadura do milho

Dicas para melhorar a semeadura do milho  

Após fazer os cálculos necessários de semeadura de milho e fazer a compra das sementes, o próximo passo é o momento de semear. Nessa etapa, é importante ter alguns cuidados para que a semeadora consiga colocar as sementes com espaçamento correto entre plantas.

Regulagem correta da semeadora

Antes de tudo, faça uma boa regulagem da semeadora. Faça as revisões necessárias e, antes de começar o plantio, coloque o disco de tamanho ideal para seu híbrido. Feito isso, confira se está caindo a quantidade correta de sementes por metro linear.

Para isto, ande com a semeadora por cerca de 10 metros em local limpo. Depois disso, confira em pelo menos 2 metros se está caindo a quantidade desejada de sementes. Confira também se não estão caindo duas sementes no mesmo local.

Além disso, é sempre bom saber qual é a melhor semeadora para milho no mercado. Tendo os equipamentos corretos, a produtividade do milho é ainda mais preservada. 

Quer uma ajuda para controlar melhor o status da manutenção das máquinas da sua fazenda? Separamos uma planilha ideal para esse momento, totalmente gratuita. Basta clicar na imagem abaixo e acessar.

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Velocidade de plantio

A velocidade de plantio é outro ponto de atenção. Com a velocidade correta, você garante que as sementes sejam depositadas no solo de modo correto, evitando falhas e duplas. A velocidade ideal da semeadora é entre 4 km/h a 6 km/h.

Na imagem abaixo, veja como é o efeito da velocidade do plantio da densidade final da sua plantação. Além disso, você confere que a velocidade correta afeta também na produtividade da sua cultura.

Efeito da velocidade do plantio na densidade final e na produtividade do milho
Efeito da velocidade do plantio na densidade final e na produtividade do milho
(Fonte: Embrapa)

Profundidade de plantio

A profundidade é outro fator que interfere no estabelecimento das plântulas em campo. Para isso, é importante garantir que as sementes fiquem entre no máximo de 3 cm a 5 cm de profundidade.

Garantir uma profundidade uniforme no plantio de milho pode parecer trabalhoso, mas é uma das etapas mais fundamentais e que não podem ser ignoradas. Afinal, uma boa profundidade também evita alguns dos principais danos em grãos de milho.

Depois de ter semeado corretamente o milho, você precisará começar a pensar e planejar a adubação. Para te ajudar nesse processo, separamos uma planilha gratuita para facilitar o cálculo de adubação e controle dessa tarefa. Clique na imagem abaixo para acessar:

planilha calculo fertilizante milho e soja

Conclusão

Neste texto, você viu que é importante fazer os cálculos de semeadura do milho já no planejamento da cultura. Ainda, lembre-se que fazer os principais cálculos é uma etapa um tanto quanto trabalhosa, mas fundamental.

Não deixe de considerar o que influencia nos cálculos e de onde vem cada valor a ser utilizado. Feito isso, você garante ainda mais assertividade no processo.

Não deixe de relembrar as dicas importantes que demos aqui para que seus cálculos não sejam em vão. Assim, você obterá o melhor aproveitamento na operação de semeadura.

>> Leia mais:

“Previsão do preço do milho: o que esperar para 2023”

Entendeu como fazer o cálculo de semeadura de milho? Se quiser ficar sempre por dentro de outros conteúdos sobre a cultura do milho e outros assuntos de gestão agrícola, não deixe de se inscrever na nossa newsletter.