Adubação de milho para altos rendimentos: Como calcular + planilha grátis

Adubação de milho: veja como calcular e o que você precisa saber para altas produções em sua lavoura.

O milho é uma planta bastante exigente em nutrientes para que sejam alcançadas altas produtividades.

A recomendação de adubação para esta cultura deve levar em consideração os teores disponíveis no solo e extraídos pela planta.

Dessa forma, a exigência nutricional varia conforme a finalidade da produção, seja para grãos ou silagem. Por isso, a adubação também será diferente.

Neste artigo, mostraremos para você como calcular a adubação de milho para produção de grãos e silagem. Aproveite!

Importância da cultura do milho

Juntamente com a soja, a produção de milho representa cerca de 80% da produção de grãos no Brasil.

Na safra de 2018/19, a área plantada do milho safrinha cresceu, principalmente, no Cerrado brasileiro. Isso fez com que a produção de milho na safrinha se tornasse maior que a da safra de verão.

adubação de milho

Mapa da Produção Agrícola – Milho primeira safra
(Fonte: Conab)

Mapa da Produção Agrícola

Mapa da Produção Agrícola – Milho segunda safra
(Fonte: Conab)

Qual a adubação de milho ideal?

A tomada de decisão na adubação de milho deve ser feita levando em consideração os seguintes critérios:

  • Análise do solo;
  • Produtividade esperada: extração e exportação de nutrientes;
  • Fenologia da cultura;
  • Histórico da cultura;
  • Aspectos econômicos.

A análise de solo nos mostrará a disponibilidade de nutrientes no solo e a necessidade de correção da acidez e elevação da saturação por bases do solo.

Já o manejo da adubação de correção é feito para elevar a disponibilidade de outros nutrientes no solo.

Agora, a adubação de manutenção, pode ser feita através da reposição dos nutrientes exportados pela cultura do milho. Ela será o foco deste texto.

A exportação de nutrientes não é uniforme durante todas as fases de desenvolvimento da planta. Por isso, é importante entender sobre o ciclo do milho antes de começarmos a recomendar a adubação.

Como é o ciclo e desenvolvimento do milho?

O ciclo do milho é dividido em estádios fenológicos vegetativos (V) e reprodutivos (R).

Entre V6 e V10, o potencial  número de fileiras por espiga é determinado. Também é uma fase de alta demanda e absorção de nutrientes. 

No estádio V12, a disponibilidade de nutrientes é decisiva para a confirmação da produção e do rendimento da cultura, pois aqui se definem o tamanho da espiga e número de grãos por fileira.

O aparecimento do pendão ocorre no estádio VT, que marca a transição para o estádio reprodutivo do milho. 

Cerca de 63% do nitrogênio (N) e 80% do potássio (K) são absorvidos até o estádio VT!

Assim, fica claro que devem haver nutrientes disponíveis durante o período vegetativo da cultura do milho, principalmente N e K. 

adubação de milho

Percentual de N absorvido pela planta, antes e após o florescimento, e percentual de N presente no grão no período da absorção no pós-florescimento (após VT-R1) e fontes remobilizadas.
(Fonte: Pioneer)

Exigência nutricional da cultura do milho

No caso do milho, a quantidade de nutrientes extraída varia conforme a finalidade da produção: sendo grãos ou silagem. 

Veja na tabela abaixo acúmulo de nutrientes na planta do milho (grãos e parte aérea) e somente nos grãos para cada tonelada de grãos produzida. 

(Fonte: dados médios compilados de vários autores)

Quando o milho é colhido para silagem, a parte vegetativa também é removida, aumentando a quantidade de nutrientes exportada.

Por isso a adubação deve ser ajustada de acordo com a finalidade de produção!

Adubação de milho nitrogenada

O milho é uma cultura bastante exigente em nitrogênio. São necessários em torno de 15 kg por tonelada de grãos produzidos e aproximadamente 23 kg quando se produz silagem.

Para calcular a quantidade de N a ser aplicada, é necessário ter uma ideia da produtividade esperada e a finalidade da produção – grãos ou silagem.

Assim, multiplica-se os valores de produtividade esperada pela extração de N e se tem a demanda desse nutriente da planta.

A cultura anterior também pode influenciar na adubação de milho. Os restos culturais de soja são capazes de fornecer 15 kg de N por tonelada de grãos produzidos.

Também se deve considerar a eficiência dos fertilizantes nitrogenados, que é em torno de 60%.

Assim, se for produzido 10 toneladas de grãos, a exportação é de cerca de 144 kg de N. Considerando uma eficiência de 60%, teríamos que aplicar 240 kg/ha.

E se a ureia possui 45% de N, serão necessários 400 kg/ha desse adubo.

Recomendação de adubação

Recomendação de adubação de manutenção de acordo com a produtividade esperada de grãos
(Fonte: dados médios compilados de vários autores)

Como é feita a adubação de cobertura? 

A recomendação atual é de que seja aplicado em torno de 50 kg/ha de N na semeadura. O restante deve ser aplicado em cobertura.

Essa adubação de cobertura é iniciada quando a planta está com a 3 a 4 folhas formadas. Dessa maneira, o N estará disponível na fase seguinte (V6 a V10) em que é mais exigido, como vimos anteriormente.

As condições para fazer o parcelamento da dose podem ser vistas na tabela abaixo.

Recomendação de adubação nitrogenada de cobertura

Recomendação de adubação nitrogenada de cobertura
(Fonte: Visão Agrícola)

Adubação de milho fosfatada 

Apesar da planta de milho exigir menos fósforo (P) em comparação com N e K, a adubação fosfatada é muito importante para garantir altas produtividades. 

A recomendação de adubação com P é feita conforme o seu teor no solo e a extração da planta. Se a disponibilidade de fósforo estiver abaixo do adequado, devemos fazer a adubação de correção. 

Do contrário, procedemos apenas com a manutenção baseada na extração. Esta dose deve ser aplicada no sulco de plantio. 

Classes de teores de P-resina no solo
(Fonte: Boletim 100-IAC)

Adubação de milho potássica 

O potássio (K) é o segundo nutriente mais exigido pela cultura do milho. 

As respostas à aplicação de K têm sido maiores com a intensificação do cultivo e com a rotação da soja milho, uma vez que esta leguminosa exige altos teores de K. 

A recomendação de adubação potássica para o milho grão ou silagem pode ser feita com base na disponibilidade de K do solo e expectativa de produtividade. 

(Fonte: Boletim 100-IAC)

Por exemplo, com teores adequados de K do solo, a extração para 10 ton/ha de grãos seria de 43 kg. No caso da silagem, esse valor seria de 200 kg.

Por isso, ajustar a adubação conforme a finalidade da produção é muito importante, do contrário, a fertilidade do solo seria debilitada em pouco tempo.

Como doses maiores que 50 kg/ha na semeadura podem prejudicar a germinação da semente, é aconselhado que o restante seja parcelado na adubação de cobertura.

Parcelamento da adubação com potássio

Grande parte do potássio é requerido no começo do ciclo da cultura. 

Até o estádio VT a planta acumula cerca 50% da matéria seca e absorve mais de 80% de sua necessidade total em K. 

Assim, a aplicação restante da dose de K deve ser feita em pré-semeadura ou em cobertura antes de chegar no reprodutivo.

Planilha gratuita para cálculo da adubação de milho

Para te auxiliar, montei uma planilha para o cálculo da adubação de milho com base na extração de nutrientes e produtividade.

adubação de milho

Como calcular: basta entrar com os dados da análise de solo para P e K e produtividade da cultura esperada. Pronto, a planilha faz o restante, tanto para produção de grãos como para silagem.

O download gratuito você pode fazer aqui!

Conclusão 

Como vimos, a adubação do milho deve seguir a análise de solo, expectativa de produção e a fenologia da cultura.

Com teores adequados, atuamos somente com a adubação de manutenção. Do contrário, a fertilidade do solo precisa ser construída com adubações de correção.

O posicionamento das adubações deve respeitar os estádios de maior demanda da cultura.

De acordo a finalidade da produção, grãos ou silagem, a dose aplicada deve ser ajustada para suprir a demanda da cultura. Seguindo esses critérios, você não terá surpresas com a produção de seu milho.

E você, tem alguma dúvida sobre adubação de milho? Conte pra gente nos comentários abaixo. Grande abraço!

Deficiência de magnésio na soja: orientações para isso não acontecer

Deficiência de magnésio na soja: conhecendo e sabendo a função do nutriente na sua cultura, fica fácil o sucesso produtivo. 

Plantas bem estabelecidas, ou seja, bem nutridas é o primeiro passo para o sucesso na produção, incluindo no cultivo de soja.

Assim, o magnésio (Mg) está entre os nutrientes cruciais por ser constituinte da molécula de clorofila, essencial para a vida vegetal. 

Sabemos que sua disponibilidade em solos arenosos tropicais ácidos e com baixo teor de matéria orgânica é um pouco limitada. 

Então, o que acha de conhecer mais esse nutriente, suas peculiaridades e formas de aumentar a eficiência na utilização? Confira a seguir!

Importância do magnésio na soja

Bom, o magnésio é o terceiro cátion mais abundante, sendo superado apenas pelo cálcio e hidrogênio. 

Além disso, o magnésio é um elemento classificado como macronutriente secundário, sendo tratado como essencial para as plantas. Mas você sabe o por quê?

Na soja e assim como em outras plantas, o magnésio (Mg) é conhecido como um componente da molécula de clorofila. 

deficiência de magnésio na soja

Estrutura das clorofilas a e b
(Fonte: Scielo)

O magnésio exerce ainda outras funções, como a ativação enzimática que atua como cofator de enzimas fosforilativas, que estão relacionadas à carga energética da célula (ATP ou ADP).

Além desta, outra função desse nutriente está relacionado à assimilação de CO2 e dos processos relacionados à produção de açúcar e amido, importante pois o magnésio ativa a RuBP carboxilase. 

Desta forma, podemos dizer que o magnésio está associado a várias atividades das plantas que requerem e fornecem energia, a exemplo da fotossíntese, respiração, síntese de moléculas (proteínas, lipídeos, carboidratos) e absorção iônica. 

Percebe-se que o Mg é de grande importância para as culturas, como podemos ver abaixo na tabela que consta os valores de composição da soja, chamando a atenção para magnésio que é o 7° em valor. 

Composição elementar de uma cultura de soja

Composição elementar de uma cultura de soja (31 de grãos e 51 de restos, matéria seca)
(Fonte: Prof. Faquin – Nutrição Mineral de Plantas)

Como identificar deficiência de magnésio na soja

Inicialmente ocorre uma coloração verde-pálido nas bordas, evoluindo para uma clorose marginal nas folhas mais velhas, em seguida a clorose avança para dentro das folhas, entre nervura. 

deficiência de magnésio na soja

(Fonte: Geagra – UFG)

Os sintomas iniciais se manifestam nas folhas basais, porém com prosseguimento dos sintomas de deficiência as folhas novas são afetadas devido à baixa produção de clorofila.

Esta ordem dos acontecimentos quanto dos sintomas de deficiência indicam que o Mg, assim como o nitrogênio (N) e o fósforo (P), é móvel na planta. 

Em alguns casos a deficiência de Mg pode induzir a formação de pintas que lembram ferrugem e manchas necróticas irregulares podendo aparecer entre as nervuras, nos folíolos intermediários e no topo da planta.

Outro sintoma causado pela deficiência de Mg em soja é uma aparente maturação precoce.

Além disso, pode ocorrer o enrugamento das margens das folhas para baixo e o amarelecimento das folhas partindo das margens para o interior, havendo um bronzeamento de toda a superfície da folha. 

Em solos arenosos tropicais ácidos e com baixo teor de matéria orgânica é mais frequente a deficiência de magnésio, assim como de cálcio, mas pode ser prevenido pela correta aplicação de calcário.

Também é comum notar deficiência de Mg em cultivos de soja em solos com baixo teor de magnésio (Mg < 8 mmolc dm-3) e/ou baixa saturação (Mg/CTC < 13%) e relação Mg/K menor que 3,0. 

Fonte de magnésio para adubação na soja

A principal forma de disponibilizar magnésio é por meio da aplicação de calcários, ou seja, via solo.

Mas para solos que demandam mais do que o fornecido pelos calcários, deve-se realizar a aplicação adicional dessa adubação com fertilizantes. 

Atualmente no mercado existem diversos produtos que fornecem magnésio de forma isolada e/ou com algum nutriente, como mostra a tabela a seguir. 

Fonte% de Mg
Calcário calcítico 2
Calcário magnesiano 3-7
Calcário dolomítico >7
Sulfato de magnésio 9-16
K-Mag18
Termofosfato 19
Hidróxido de magnésio69,1
Multifosfato magnesiano(Fosmag)5-3,5
Óxido de magnésio (Magnesita)50-90
Silicato de magnésio 40,2
Sulfato duplo de potássio e magnésio 11
Nitrato de magnésio 9,3

(Fonte: do autor – compilado da Microquímica com Agrolink)

A principal aplicação de magnésio é via solo, porém existem alguns produtos que podem ser aplicados via adubação foliar, a exemplo do sulfato de magnésio. 

Em estudos, relata-se que há efeito positivo de aplicação via foliar como mostra os dados e gráficos abaixo, entretanto muito ainda se discute sobre isso. 

Descrição dos tratamentos para avaliação de doses de magnésio aplicado foliar em três estádios na cultura da soja
(Fonte: Fundação MS)

deficiência de magnésio na soja

(Fonte: Fundação MS)

Fatores que aumentam a eficiência do magnésio na soja 

Alguns pontos devem ser considerados quando se busca eficiência na utilização do Mg na soja, sendo eles:

1- Condições ideais de pH para disponibilização do magnésio situado em valores superiores a 5,4. 

2- Além do pH, a saturação de magnésio mais adequada à cultura da soja são as seguintes:

CTC < 80 mmol dm-3  ,o Mg apresenta-se na faixa de 13% a 18% e 
CTC > 80 mmol dm-3  ,o Mg apresenta-se na faixa de 13% a 20%

3- Interações nutricionais: 

Fósforo x Magnésio

Entre esses dois nutrientes ocorre a interação chamada de sinergismos, isto é, a absorção de fósforo (P) é máxima em solos que apresentam teores adequados de magnésio. 

O Mg é um carreador de P, porque o Mg participa da ativação das ATPases da membrana responsáveis pela absorção iônica.

absorção de fósforo em função da concentração de Mg

Velocidade de absorção de fósforo em função da concentração de Mg na solução nutritiva
(Fonte: AgroMag)

Magnésio x Cálcio x Potássio

Para a cultura da soja, a relação entre os nutrientes magnésio, cálcio e potássio varia de acordo com a CTC (capacidade de troca catiônica), sendo os valores seguintes:

  • Em solos com CTC menor que 80 mmol dm-3, a relação Ca/Mg e Mg/K mais adequada à cultura da soja é de 1 a 2 e de 5 a 10, respectivamente.
  • Em solos com CTC maior que 80  mmol dm-3, a relação Ca/Mg e Mg/K mais adequada é de 1,5 a 3,5 e de 3 a 6, respectivamente.

Causas do excesso do magnésio na soja 

Normalmente, casos de excesso de magnésio são raros, porém essa situação pode ocorrer.

Com a utilização contínua de calcário com relação cálcio/magnésio de 1:1 e fazendo cálculos baseados somente no valor de Ca, tem-se uma superestimação da quantidade aplicada de Mg.

Como consequência, isso pode ocasionar deficiência de potássio e comprometer a sua produção de grãos. 

E como evitar isso? Fazendo o monitoramento visual e, ainda, aliando com análises de laboratório, tanto de solo quanto foliar, para que possa ser tomada as providências para a próxima safra, principalmente sobre a escolha do calcário a ser utilizado.

planilha de produtividade da soja

Conclusão 

Neste artigo, vimos a importância do Mg para as plantas, elencamos as principais formas de identificar a deficiência de magnésio nas plantas de soja e também informamos algumas fontes do nutriente.

Também pontuamos características que aumentam a eficiência na utilização de Mg na soja.

>> Leia Mais: 
Como identificar e evitar a deficiência de boro na soja
Manejo do zinco na soja: Como utilizá-lo para potencializar sua produção

Já ocorreu deficiência de magnésio na soja em sua lavoura? Como vem trabalhando com esse nutriente em sua plantação? Deixe o seu comentário abaixo!

Como fazer a aplicação de fósforo para milho de altas produtividades

Fósforo para milho: doses recomendadas e mais estratégias para potencializar sua produção com este nutriente. 

O sucesso na produção é baseado no equilíbrio do solo, da planta e do ambiente. 

No solo, quando os nutrientes estão em níveis adequados as plantas conseguem completar seu ciclo com excelência, o que resulta em ganhos produtivos. 

Quando falamos de nutrientes e produção em milho, jamais esquecemos do fósforo (P), essencial para a lavoura.

A seguir vamos mostrar como fazer as recomendações de fósforo para milho, quais os fatores de interferência e mais. Vamos lá!

Importância do fósforo para o milho 

É normal que a fertilidade de solos de clima tropical seja considerada baixa, com teores de fósforo bem reduzidos. 

Desta forma, a adubação mineral fosfatada permite explorar melhor o potencial produtivo da planta de milho, conseguindo aumentar a produtividade

O P está envolvido na fotossíntese, respiração, armazenamento e transferência de energia, divisão celular, crescimento das células, além de contribuir na qualidade do grão de milho

Sua disponibilização deve ser feita desde o início da cultura, pois plantas mais jovens apresentam maiores absorções, acarretando crescimento dinâmico e bom desenvolvimento de raízes. 

Porém, no milho o fósforo é um dos macronutrientes de menos exigências, ficando somente na frente do enxofre. Em estudos, relata-se que a planta de milho extrai cerca de 10 Kg de P para cada tonelada de grão produzido. 

Mas, por que grande parte do total de gastos com fertilizantes é devido ao fósforo? 

Bom, esse nutriente tem uma forte interação com as partículas sólidas do solo, o que o torna indisponível para a planta e ainda se relata que 80% a 90% do P absorvido é exportado para os grãos, o que requer reposição constante. 

Assim, para conseguir maximizar essa aplicação de fósforo, temos algumas dicas que você pode ver a seguir.

O que conhecer antes de estabelecer as doses de adubação?

1- Expectativa de produtividade

Conforme aumenta a produtividade, tem-se maior extração de fósforo e, portanto, precisamos fornecer maiores doses.

extração média de fósforo pelo milho

(Fonte: IPNI)

2- Análise de solo em toda safra

Conhecer a disponibilidade real do fósforo no solo exige que sejam feitas análises em toda safra, considerando também as manchas de solo.

Vemos alguns agricultores que fazem só a “receita de bolo” da dose de 400 kg/ha de NPK 08 28 16, ano após ano. 

Nos primeiros anos a receita dá certo, muito provavelmente devido aos teores naturalmente baixos de fósforo nos solos brasileiros.

Porém, com o passar do tempo e dependendo do tipo de solo, os teores de fósforo vão aumentar e não será mais necessário essa fórmula (que por sinal, é cara). 

Assim, podemos chegar em outras formulações mais baratas e que vão atender plenamente a produção, além de gerar economia no final da safra.

Também é necessário conhecer seu solo por meio dessas análises.

Por exemplo, se for uma área com maior teor de matéria orgânica, já sabemos que menos fósforo estará disponível para as plantas, já que o P é fortemente ligado a essas moléculas.

3- Condições climáticas

Volume de chuvas, temperatura, dentre outras condições climáticas, interferem na disponibilidade dos nutrientes. 

Quanto mais seco estiver, menos solução do solo temos para que a planta absorva água e nutrientes.

4- Objetivo da cultura

Se o milho é para semente, apenas produção de grãos ou silagem, as doses recomendadas de fósforo podem mudar.

Para silagem, além dos grãos, a parte vegetativa também é removida. Por isso, como mostra a tabela anterior, há alta extração e exportação de nutrientes.

Consequentemente, problemas de fertilidade do solo deverá se manifestar mais cedo na produção de silagem do que na produção de grãos.

No entanto, para fósforo em silagem não muda muito em termos de doses de adubação, já que 80% deste nutriente ficam nos grãos da espiga.

Extração média de nutrientes pela cultura do milho destinada à produção de grãos e silagem, em diferentes níveis de produtividades
(Fonte: Embrapa)

5- Momentos certos de aplicação

É importante conhecer como a planta de milho exporta e acumula fósforo na sua matéria seca, para que possamos saber o momento correto de disponibilizar o nutriente.

fósforo para milho

(Fonte: INPI)

Como suprir a demanda de fósforo do milho: Recomendações de adubação

Primeiro, verifique o nível de fertilidade que deve ser feito se baseando nos valores da análise de solo, podendo inferir se os teores de fósforo estão muito baixos, baixos, médios, altos ou muito altos, de acordo com o teor de argila.

Interpretação das classes de teores de fósforo nos solos e doses recomendadas para milho

Interpretação das classes de teores de fósforo nos solos e doses recomendadas para milho
(Fonte: Coelho e França; Embrapa e IPNI)

Feito isto, o produtor poderá vincular o teor com a produtividade desejada e desta forma conseguirá obter uma quantidade em kg/ha de P2O5 como mostrado nas tabelas a seguir.

Recomendações de fósforo no sulco de plantio
Recomendações de fósforo no sulco de plantio safrinha

Recomendações de fósforo no sulco de plantio
(Fonte: IPNI)

No entanto, existem outras estratégias de adubação que o produtor pode seguir.

Quais as estratégias de manejo do fósforo na sua lavoura de milho? 

A utilização eficiente dos fertilizantes fosfatados é resultante da interação de boas práticas que afetam diretamente a disponibilidade de P no solo e seu uso pelas plantas de milho.

Tanto o milho safra, quanto o safrinha e o para silagem existem três estratégias básicas de manejo.

A primeira consiste no aumento da disponibilidade do elemento no solo através da adubação corretiva, a segunda visa manter a fertilidade do solo pela adubação de manutenção e a terceira tem o intuito de reposição

Relação entre o rendimento relativo de uma cultura e o teor de um nutriente no solo
(Fonte: Recomendações de Adubação)

Dose corretiva: esta é utilizada quando se deseja elevar os teores de fósforo no solo até condições ótimas, ou seja, elevar a classe do teor de P com o intuito de ultrapassar o teor crítico.

Esse aumento de teor de fósforo não é tão fácil, devido ao comportamento desse nutriente quando estamos tratando da sua relação com os coloides do solo.

Desta forma, nota-se que nesse tipo de adubação são exigidos dosagens pesadas, visto que essa adubação servirá tanto para aumentar a disponibilidade de P no solo quanto para a planta suprir sua demanda. É aqui que fazemos a fosfatagem.

Essa estratégia é mais voltada para solos com baixa fertilidade, o que não é difícil de verificarmos aqui no Brasil.

Dose de Manutenção: é uma adubação na qual é utilizada para manter os níveis de fertilidade do solo para os anos subsequentes, sendo uma adubação baseada na extração da planta.  

Dose de Reposição: é uma adubação baseada somente na exportação da planta de milho, isto é, o quanto daquele nutriente é colhido em forma de produto devendo ser reposto.  

Como calcular as doses nessas outras estratégias de adubação?

De maneira geral, para esse tipo de adubação você deve apenas verificar a tabela de extração e exportação abaixo, pegar um valor de extração que ache mais correto dependendo do trabalho (ou a média deles) e multiplicar para a transformação de P2O5 (multiplicar por 2,29136). 

Nutrição de Safras

(Fonte: Nutrição de Safras)

Sem contar com a eficiência desse fertilizante, o que para P geralmente é apenas 20% devido à sua fixação no solo.

Por exemplo, para a dose de reposição:

Média de exportação pelo milho = 3,15 Kg de P por tonelada de grãos de milho.

Se eu pretendo produzir 10 toneladas de milho por hectare, então a cultura exportará 31,5 Kg de P.

Mas, como o fertilizante é em P2O5, tenho que multiplicar esse valor por 2,29:

2,29 x 31,5 = 72,2 Kg/ha

Como normalmente a eficiência é de apenas 20%, temos como dose final:

(100 x 72,2)/20 = 361 Kg/ha

Adubação de fósforo para milho em plantio direto e para milho safrinha

Diversos trabalhos mostram resultados de que o fósforo também pode ser aplicado a lanço no sistema de plantio direto sem perda de produtividade, mas desde que os níveis desse nutriente estejam adequados.

Outra dúvida que sempre fica é a questão de antecipar a adubação de fósforo na cultura de verão, esperando suprir a demanda de nutriente para o milho safrinha

Ressaltamos que isso é possível também sem perda de produtividade, mas há ressalvas. Nesse caso, isso só dá certo se o solo estiver com quantidades significativas de fósforo, sendo necessário apenas a adubação de exportação.

Se esse for o seu caso, então some a adubação de seu cultivo de verão (normalmente soja, na famosa dobradinha soja-milho) com a adubação de milho.

Baixe grátis a planilha de Estimativa da Produtividade do Milho

Conclusão 

Neste artigo vimos a importância crucial do fósforo para as lavouras de milho e ainda citamos como este nutriente auxilia na potencialização de produção.

Levantamos os fatores importantes que devem ser estudados antes de realizar a adubação fosfatada. 

Além de demonstrarmos as recomendações e as metodologias utilizadas, cada qual com a sua finalidade. 

>> Leia mais: 

Potássio para milho: Por que é tão importante e como fazer seu manejo

Restou alguma dúvida quanto à adubação estratégica do fósforo para o milho? Como você realiza esse manejo em sua plantação? Deixe seu comentário abaixo!

Cálculo de adubação para soja

Cálculo de adubação para soja: As principais recomendações para nitrogênio, fósforo e potássio que vão aumentar sua produtividade. 

A fertilidade do solo é um dos fatores mais importantes para a produção de grãos.

Em solos tropicais, como os do Brasil, é fundamental que se faça uso de fertilizantes para que sejam alcançadas altas produtividades no cultivo de soja.

Por isso, um bom manejo da adubação, além de aumentar a produtividade, pode promover a economia deste insumo. Os fertilizantes consomem uma grande porção dos recursos investidos na lavoura!

Confira o passo a passo do cálculo de adubação para soja:

Cálculo de adubação NPK para soja em solos do Cerrado e do Rio Grande do Sul

Nitrogênio

A soja é uma planta leguminosa e que tem, portanto, capacidade de se associar a bactérias que realizam a fixação biológica de nitrogênio (FBN).

Por isso, não é necessário fazer a adubação com N para a cultura da soja.

Alguns autores recomendam que caso seja aplicado N, a dose não deve exceder 20 kg/ha.

O excesso de N pode inibir a nodulação e consequentemente a FBN.

Segundo o pesquisador da Embrapa Trigo, José Pereira da Silva Junior, o uso do inoculante pode aportar mais de 300 kg/ha de N.

O inoculante possui um custo de até 95% menor em comparação ao fertilizante nitrogenado.

Formação de nódulos da bactéria fixadora

Formação de nódulos da bactéria fixadora de nitrogênio Bradyrhizobium japonicum em raízes de soja 
(Fonte: Koppert)

Adubação com Fósforo e Potássio 

A recomendação de adubação fosfatada e potássica é feita em função da exigência da cultura, da textura do solo e da disponibilidades de nutrientes nos solos. 

Como estes fatores possuem particularidades regionais, é importante aprendermos a interpretar os teores de P e K no solo conforme a recomendação de cada região.

Além disso, a forma de aplicação, se em área total (adubação corretiva) ou no sulco de plantio (adubação de manutenção) é muito importante na definição da dosagem. 

Recomendação para solos do Cerrado

Para os solos da região do Cerrado, o manejo da adubação de soja com P e K é recomendado conforme a disponibilidade destes nutrientes no solo. 

Para P, a interpretação dos teores é feita com base no teor de argila como na tabela abaixo.

Classes de interpretação de fósforo para solos de Cerrados

Classes de interpretação da disponibilidade de fósforo para solos de Cerrados, de acordo com os teores de argila
(Fonte: Embrapa (2007))

Quando a disponibilidade de P nos solos for classificada como baixa e muito baixa, deve ser feita a correção do grau de fertilidade do solo.

Essa correção pode ser feita aplicando fontes de P em área total ou de forma gradual, ou seja, no sulco de semeadura

Nestas condições a mesma é feita com base na tabela abaixo.

Embrapa - adubação fosfatada solos de Cerrados

Indicação de adubação fosfatada corretiva e adubação fosfatada corretiva gradual para solos de Cerrados, de acordo com a classe de disponibilidade de P e os teores de argila
(Fonte: Embrapa (2007))

Caso a disponibilidade de P no resultado de sua análise de solo esteja nas classes médio ou bom, recomenda-se apenas a adubação de manutenção que é de 20 kg/ha de P2O5 por tonelada de soja a ser produzida. 

A adubação potássica corretiva é feita quando o teor de argila é maior que 20%.

A tabela abaixo indica as dosagens de K que devem ser aplicadas com base nos teores de K disponíveis no solo.

cálculo de adubação para soja

Indicação de adubação corretiva de potássio para solos de Cerrados com teores de argila maiores que 200 g kg-1, de acordo com a classe de disponibilidade de K
(Fonte: Embrapa (2007))

E no momento da semeadura da soja, deve-se aplicar 20 kg de K2O por tonelada de soja que se espera produzir. 

Doses acima de 50 kg/ha devem ser fracionadas.

Se este for o caso da sua lavoura, ⅓ da dose deve ser aplicado na semeadura e ⅔  da dose em cobertura (de 30 a 40 dias após a semeadura).

Recomendação para solos do Rio Grande do Sul

No Rio Grande do Sul, a recomendação de adubação com P e K para soja é feita com base no Manual de Adubação e de Calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Neste caso, vamos interpretar uma análise de solo e fazer recomendação de adubação para a soja. 

Abaixo, temos os resultados da análise de solo de 5 glebas diferentes.

Análise de solo de cinco glebas de uma lavoura

Resultados da análise de solo de cinco glebas de uma lavoura
(Fonte: Manual de adubação)

Vamos tomar a gleba 1 como exemplo para interpretarmos os teores de P e K no solo.

Para P, a classificação é feita conforme o teor de argila como pode ser visto na tabela a seguir.

Interpretação do teor de fósforo no solo

Interpretação do teor de fósforo no solo extraído pelo método Mehlich-1, conforme o teor de argila e para solos alagados
(Fonte: Manual de adubação)

Como o solo da gleba 1 possui 65% de argila, o mesmo se encaixa na classe 1.

Este mesmo solo possui um teor de 2,0 mg/dm3 de P, considerado um teor de P muito baixo.

Já para K, a interpretação do teor no solo é feita com base no resultado da CTC do solo a pH 7,0.

erpretação do teor de potássio

Interpretação do teor de potássio conforme as classes de CTC do solo a pH 7,0
(Fonte: Manual de adubação)

A CTCpH7,0 do solo da gleba 1 foi de 14,2 cmolc/dm3.

Portanto, este solo se encaixa na classe com CTCpH7,0 entre 5,1 e 15,0 cmolc/dm3.

O teor de K foi de 65 mg/dm3, sendo classificado como alto.

Agora que já sabemos como interpretar os teores de P e K em uma análise de solo, vamos aprender qual quantidade recomendada por ha.

Recomendação de P e K por hectare

A produtividade média da soja no estado do Rio Grande do Sul é de aproximadamente 3 t/ha.

Usaremos então esta produtividade média para fazer a recomendação para uma lavoura de soja no primeiro cultivo.

Neste caso, geralmente a rotação é feita com milho ou trigo no segundo cultivo.

A tabela a seguir mostra a recomendação de P e K em P2O5 e K2O, respectivamente:

Fósforo e Potássio por cultivo

Fósforo e Potássio por cultivo
(Fonte: Manual de adubação)

Como a soja é o primeiro cultivo e o teor foi classificado como muito baixo, a recomendação é de 110 kg/ha de P2O5.

É importante lembrar que este valor é para uma produtividade de 2 t/ha de soja.

Para uma produtividade maior que 2 t/ha, deve ser acrescido 15 kg de P2O5 por tonelada.

Portanto, a recomendação final é de 125 kg/ha de P2O5.

A mesma lógica é aplicada para definir quanto de K deve ser aplicado.

O teor no solo foi classificado como alto e portanto a recomendação é de que seja aplicado 45 kg/ha de K2O mais 25 kg/ha por tonelada extra.

A recomendação para K é de que seja aplicado 70 kg/ha de K2O.

Lembramos que a aplicação de K no momento do plantio não deve exceder 50 kg/ha de K2O.

Nestas condições, deve-se optar pelo parcelamento da dose.

Formulação do fertilizante para plantio

A quantidade de fertilizantes recomendada para plantio da cultura da soja no solo da gleba 1 foi de 125 kg/ha de P2O5 e 50 kg/ha de K2O.

Mas como saber a formulação do adubo que devo aplicar e a quantidade?

Você deve dividir a dose recomendada pelo nutriente em menor quantidade para determinar a proporção entre eles.

cálculo de adubação para soja

Dessa maneira, uma formulação adequada deve obedecer esta relação de 2,5/1,0.

Uma formulação NPK comercial facilmente recomendada neste caso é a 0 – 25 – 10.

Esses valores são expressos em porcentagem.

Então, em 100 kg do formulado, temos 25 kg de P2O5 e 10 kg de K2O.

Pela legislação brasileira, o somatório do teor dos nutrientes nas formulações deve ficar no intervalo de 24 a 54%:

Neste caso 25 + 10 = 35.

Ou seja, esta formulação atende a legislação.

Devem ser aplicados 500 kg/ha da formulação para atender a exportação de P e K pela cultura da soja.

>> Leia mais: Cuidados que você deve ter para evitar deficiência de potássio na Soja

Cálculo de adubação para soja: Fatores que afetam a produtividade de grãos

O Brasil é um dos maiores produtores de soja do mundo, disputando com os Estados Unidos, a cada ano, a liderança no ranking mundial.

Segundo levantamento do Departamento de Agricultura dos EUA de novembro de 2019, o Brasil tem uma estimativa de produção de 123 milhões de toneladas na safra 19/20.

Pesquisadores da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, elencaram seis fatores como sendo os mais importantes na definição da produtividade de soja:

  • Clima;
  • Fertilidade do solo;
  • Genótipo/variedade;
  • Proteção foliar (aplicação de fungicidas e inseticidas);
  • Tratamento de sementes;
  • Espaçamento de plantio.

Assim, para obter uma boa produtividade, todos esses fatores devem ser otimizados.

Para isso, o produtor deve fazer um bom planejamento antes do plantio da soja. Tudo isso passa pela correção do solo, escolha do espaçamento e da cultivar adequada, entre outros fatores.

A importância do manejo adequado da adubação na soja

Depois do clima, a fertilidade do solo é o fator mais limitante para a produção de soja.

Um bom manejo da adubação é muito importante não só para alcançar altas produtividades como para reduzir custos de produção.

Os fertilizantes compõem em média 27,82% dos custos de produção da soja no Brasil.

O gráfico abaixo mostra a participação percentual média dos principais itens que compõem os custos operacionais de soja, entre os anos-safra 2007/08 e 2015/16.

custos operacionais de soja

(Fonte: Conab)

Cálculo de adubação para soja: Análise e correção do solo

O cálculo da adubação para soja deve ser feito com base no resultado das análises química e física do solo.

É importante também realizar uma boa correção do solo para melhorar o aproveitamento dos fertilizantes aplicados.

A calagem fornece Ca e Mg para a cultura da soja e aumenta a disponibilidade de outros nutrientes, como o fósforo (P) por elevar o pH e neutralizar o alumínio trocável (Al3+).

A gessagem é uma opção interessante em áreas em que os efeitos da calagem são limitados às camadas mais superficiais, em especial solos argilosos.

Apesar de não corrigir o pH, o gesso agrícola fornece Ca e S e reduz o Al3+ em profundidade, aumentando o crescimento radicular.

planejamento de safra de soja Aegro

Conclusão

Os custos com a aplicação de fertilizantes na lavoura são muito elevados. Por isso, um bom manejo da adubação pode promover grande economia de recursos.

A soja é capaz de se associar a bactérias fixadoras de N atmosférico e, a aplicação de N em formas minerais, inibe a formação de nódulos nas raízes.

A adubação com P e K pode ser facilmente calculada após a interpretação do teor dos nutrientes no solo.

Vimos neste artigo que o P deve ser preferencialmente aplicado na semeadura.

E o parcelamento da adubação potássica em soja pode ser necessário quando as recomendações de K forem maiores que 50 kg/ha. 

Com estas informações, espero que você possa fazer o melhor manejo de adubação na sua lavoura de soja.

>> Leia mais: 

Tipos de adubos químicos na cultura da soja

Manejo do zinco na soja: Como utilizá-lo para potencializar sua produção

Como cobalto e molibdênio na soja podem elevar sua produtividade

Restou alguma dúvida sobre o cálculo de adubação para soja? Adoraria ler seu comentário!

Adubação para café: simples e prática (+ planilha)

Adubação para café: as principais dicas para melhorar a produção nas diferentes fases do cafezal + planilha para cálculo automático de adubação!

Na hora de fazer a adubação do café surgem várias dúvidas, não é mesmo?

Ainda existe muita desinformação e picaretagem por aí, o que muitas vezes leva o produtor ao erro na adubação. E isso pode significar prejuízos tanto na produção como no bolso.

Confira no artigo a seguir as dicas para adubação nas diferentes fases do cafezal, exigências nutricionais e outras informações para não fazer feio na adubação para café! 

Princípios da adubação para café 

A adubação de café deve levar em conta três princípios básicos: exigência e estado nutricional do cafeeiro, a disponibilidade de nutrientes no solo e a eficiência da adubação.

1 – Exigência e estado nutricional do café

A demanda de nutrientes do cafeeiro depende da sua produção de biomassa: frutos + vegetação. Isso vale tanto para café arábica como conilon.

Os frutos demandam mais nutrientes. Portanto, a frutificação é a época de maior demanda.

E, quanto maior a produção, maior será a demanda nutricional do cafeeiro.

Nos anos de baixa, quando o café vegeta e produz menos, a demanda por nutrientes também é menor!

O estado nutricional da planta na cultura de café é indicado pela análise foliar do 3º ou 4º par de folhas totalmente expandidas.

teores foliares para café

2 – Disponibilidade de nutrientes no solo

Ao longo dos anos, a pesquisa determinou classes de teores de nutrientes no solo para a produção de café. Existe mais de um tipo de classificação, mas vamos focar nas recomendações do Novo Boletim 100.

nutrientes no solo para café

Esses teores servem de base para comparar os resultados da nossa análise de solo e sabermos como está a fertilidade da lavoura de café.

O ideal é manter os teores de nutrientes na faixa “adequada”.

Abaixo dessa faixa, pode haver deficiência nutricional no cafezal e devemos fazer a adubação de correção na cultura. 

Acima dela, não há resposta à adubação, portanto, basta repor os nutrientes exportados na colheita.

Veja que não existem valores para o nitrogênio (N). A adubação nitrogenada é feita de acordo com a expectativa de produção da área e teor foliar de N.

3 – Eficiência de adubação

A fonte, modo e época de aplicação dos adubos influenciam na eficiência da adubação. 

O cálculo dessa eficiência não é tão simples, mas podemos dizer que, em geral, a eficiência da adubação química é de 50% para o N; 70% para o K; e de menos de 20% para o P.

Adubos de liberação lenta/controlada, com inibidores ou adubos orgânicos/organominerais, podem aumentar essa eficiência em alguns casos por liberar os nutrientes de forma gradual. 

Contudo, isso não necessariamente é verdade ou resulta em maior produtividade e lucro. Fique com o pé atrás com “produtos milagrosos”…

Adubação para café em diferentes fases

Aqui no Blog do Aegro, já mostramos as recomendações de adubação no plantio no artigo “Todas as recomendações para o melhor plantio do café”!

Nos resta então comentar sobre as adubações de café em formação e em plena produção.

As tabelas de adubação são bons guias, contudo, conhecendo o histórico de nossa lavoura e sua resposta à adubação, podemos refinar esses valores e adaptar a dose para nossa realidade.

Não há segredo: temos que fornecer nutrientes que atendam à demanda das plantas de café na dose e na época correta.

Considerando que a calagem e a gessagem foram bem feitas, não teremos problemas com pH, alumínio e teores de cálcio (Ca) e enxofre (S). 

Adubação para cafeeiros em formação

Cafeeiros em formação estão vegetando, formando suas raízes e parte aérea. Nessa fase, as exigências de nutrientes são menores e diferentes de uma lavoura em produção.

Cafeeiro em formação
Cafeeiro em formação 
(Fonte: Arquivo do autor)

É muito importante que tenhamos P, Ca e Boro (B) para o desenvolvimento das raízes e que não falte N para vegetar. A aplicação destes nutrientes é sempre via solo, para melhor aproveitamento. 

Os demais nutrientes devem ser mantidos em níveis adequados para não comprometer o desenvolvimento vegetativo e reprodutivo dos cafeeiros em formação.

É considerada adubação de formação a realizada após o plantio até o primeiro ano produtivo do cafeeiro. Ela geralmente é concentrada no período chuvoso.

adubação para café

Adubação para cafeeiro em produção

O cafeeiro produzindo tem uma maior exigência nutricional. Para cada saca produzida são necessários: 6,2 kg de N; 0,6 kg de P; e 5,9 kg de K para vegetar e frutificar.

Cafeeiros em produção plena
Cafeeiro em produção plena
(Fonte: Arquivo do autor)

Para o N, a dose será definida com base na produção esperada e análise foliar. Já para P e K, o que manda é a análise de solo e a produção esperada.

recomendação para adubação de café

Adubação para café: macro e micronutrientes

Nitrogênio (N)

Como referência prática, até o final de janeiro, devemos fornecer 70% de todo o N que vamos aplicar. 

A aplicação deve antecipar a florada principal e o novo ciclo vegetativo e ir até a granação dos frutos de forma parcelada.

Prefira nitrato de amônio à ureia para evitar perdas por volatilização do N.

As doses variam de acordo com a produtividade do sistema, como podemos ver na tabela acima.

Fósforo (P)

O fósforo é pouco exportado pela colheita: apenas 60 g por saca produzida. Portanto, sua importância maior está no plantio e formação do cafezal, pois este elemento é essencial no crescimento das raízes do cafeeiro.

Com os teores de P adequados no solo, basta adubar com a quantidade exportada.

Adubação P (kg/ha) =  
sc/ha produzidas x 0,06 kg de P/sc x 0,2 (eficiência da adubação)

Do contrário, deve-se realizar a adubação corretiva de P para elevar seus teores para a faixa adequada, entre 15 e 30 mg.kg-1. 

Feita a correção, a adubação de P para café segue como na conta acima.

Fontes menos solúveis de fósforo são preferíveis na instalação da lavoura e na adubação corretiva. Para os cafés em produção, prefira fontes solúveis como o super simples e triplo, MAP, DAP, etc.

Potássio (K)

A maior parte do potássio é exigida da floração à formação dos frutos. Portanto, na época da floração, já deve haver K disponível para a planta.

A primeira parcela deve anteceder a floração e a adubação deve seguir até a granação dos frutos.

O parcelamento deve ser maior em solos mais arenosos, onde o risco de lixiviação de K é maior.

Atenção redobrada na relação entre a disponibilidade de K e Mg. Ela deve ser 1:2 para que não haja deficiência de Mg devido à inibição de sua absorção pelas altas doses de K.

Uma fonte rica de Potássio (e também de Nitrogênio) é a palha do café. Fazer a adubação de macronutrientes com esse resíduo pode ser uma boa opção.

Micronutrientes

Os micronutrientes que demandam maior atenção na adubação para café são boro e zinco.

As doses de Zn ficam entre 1 e 4 kg.ha-1 fornecidos entre outubro e março, mas podem variar de acordo com a cultivar e análise foliar.

O boro deve ser aplicado no solo. Na forma de ácido bórico pode ser fornecido junto da calda de herbicidas. Recomenda-se 2 a 3 aplicações de 1 kg.ha-1 de B. 

Boro foliar somente para correções pontuais, pois ele não se move na planta. O correto é aplicar sempre no solo.

Adubação em café sombreado

Será que cafés sombreados devem receber a mesma adubação que os cultivados a pleno sol? 

A resposta é: depende do nível de sombreamento!

Pesquisas mostram que, com um sombreamento de até 30%, a produção do café é igual a do pleno sol. Portanto, a exigência nutricional e a adubação seriam equivalentes.

Para maiores níveis de sombra, a conversa é outra.

A diferenciação em gemas florais seria menor e, consequentemente, a produção de frutos também.

Além disso, menos luz significa menos fotossíntese, menos energia para a planta produzir, vegetar e assimilar N.

Portanto, se a adubação fosse feita com a dose do cultivo a pleno sol, estaria em excesso e o produtor estaria perdendo dinheiro, principalmente no caso do N.

A dose deve ser reduzida de acordo com as característica de sua lavoura sombreada.

>> Leia mais: “Broca-do-café: veja as principais alternativas de controle

Planilha de cálculo de adubação para café

Para te ajudar nas contas de adubação para seu café, nós fizemos uma planilha para cálculo de adubação baseada nas recomendações do Novo Boletim 100 do IAC.

Nela você pode inserir as informações de suas análises de solo e foliar, além da produtividade esperada e automaticamente visualizar os valores recomendados para lavouras em produção.

O download você pode fazer clicando na imagem abaixo! 

banner-de-implantacao-e-renovacao-do-cafezal

Conclusão

Como pudemos acompanhar no texto, a adubação para café deve ser feita de acordo com parâmetros da planta e do solo, bem como o histórico de produção e manejo da área.

A exigência nutricional do cafeeiro deve ser suprida na quantidade e na época certas para termos maior eficiência de uso dos adubos e melhor produção.

É importante ressaltar que, dependendo do sistema, as adubações para café serão distintas. 

Por isso, as tabelas de adubação são apenas um guia que devemos adequar à realidade de nossa propriedade.

>> Leia mais:

Acerte no adubo líquido para café e não jogue dinheiro fora

Pós-colheita do café: Tendências e perspectivas para cafés de qualidade (+ cuidados com a lavoura)

Restou alguma dúvida sobre adubação para café? Conte para gente nos comentários! Grande abraço!

Adubação em citros: 3 dicas para ser ainda mais eficiente

Adubação em citros: tudo o que você precisa saber para definir o quê, em que momento e quanto aplicar em seu pomar para alcançar mais produtividade.

A produção e a qualidade dos frutos cítricos estão associadas a diversos fatores como clima, planta (copa e porta-enxerto), práticas culturais, controle de pragas e doenças

Mas, sem dúvida, o fator mais básico e fundamental, com resposta rápida na produtividade, é a adubação.

E para alcançar máxima eficiência nesta prática é preciso saber o quê, quanto, quando e como aplicar. 

Confira a seguir 3 dicas para realizar a adubação em citros com maestria!

1ª Dica – adubação em citros: o quê e quanto aplicar

A lavoura de citros responde rápida e positivamente ao uso de fertilizantes. E, para garantir a eficiência da adubação em citros, precisamos saber o quê e quanto aplicar, quando aplicar e como aplicar!

Para definir o quê e quanto aplicar precisamos, antes de mais nada, descobrir quais são as principais necessidades de nossa lavoura.

E são as análises nutricionais do solo e de folhas que vão nos auxiliar a responder essas perguntas.

Deficiências nutricionais em citros

As plantas, assim como nós, precisam de nutrientes para que possam crescer e se desenvolver.

Os macro (N, P, K, Ca, S, Mg) e micronutrientes (B, Cl, Co, Cu, Mn, Mo, Zn) devem estar sempre presentes e disponíveis às plantas para alcançar máxima produtividade.

Para cada caixa de laranja (Citrus sinensis L.) de 40,8 kg produzida, cada cultivar extrai do solo uma grande quantidade de nutrientes. 

E, caso o solo não apresente as quantidades necessárias para suprir as plantas, elas podem apresentar desenvolvimento insatisfatório e sintomas de deficiência.

Entenda melhor na tabela abaixo:

extração por cultivar

A fim de evitar as deficiências, antes mesmo da implantação do pomar, devemos realizar uma adubação de correção.

E com o passar do tempo, devemos monitorar nossa lavoura, corrigindo sempre que for necessário.

Qual adubo usar em citros?

O adubo que iremos utilizar depende do nutriente que desejamos corrigir, fornecer ou complementar.

Confira na tabela que separei a seguir alguns dos adubos que podem ser utilizados para adubação em citros e seus principais constituintes.

adubação em citros

De modo mais prático, podemos optar pelo uso de formulados NPK, que garantem o fornecimento de três nutrientes numa única vez.

Como vimos, cada adubo pode conter mais de um nutriente e apresenta determinada garantia desses nutrientes.

Dessa forma, as quantidades aplicadas podem ser diversas, evitando a salinidade do solo e garantindo viabilidade financeira.

Qual a composição do adubo Super Simples?

O superfosfato simples (SSP), também conhecido como Super Simples, é um fertilizante derivado do minério natural de fosfato.

Junto com outros, fertilizantes fosfatados são os mais utilizados para corrigir os valores de fósforo (P) do solo. Sua composição básica é de 18% P2O5, 20% Ca e 12% de S.

Agora que sabemos os adubos que podemos usar na adubação em citros, vamos à próxima dica: quais as épocas de maior exigência, ou seja, “quando aplicar?”.

superfosfato simples

Detalhe de superfosfato simples ou “Super Simples”
(Fonte: BR Fértil)

2ª Dica – Adubação em citros: Quando aplicar?

Já vimos que a adubação garante resposta rápida na produtividade das plantas e que é primordial sabermos quais e quanto de adubo iremos utilizar.

Agora precisamos saber qual a época crítica para sua aplicação!

Para o citros, as fases mais críticas para a adubação são o florescimentocrescimento dos frutos, após a colheita e início da vegetação.

Mas, além disso, é importante que as adubações em citros estejam associadas às épocas de ocorrência de chuvas. 

No Estado de São Paulo, essa época ocorre de setembro a março e engloba as fases de maior demanda.

Muitas vezes, em regiões de solo menos fértil, as quantidades a serem aplicadas podem ser muito elevadas para serem distribuídas numa única vez.

Para sanar esse problema, podemos realizar o parcelamento dos adubos em duas ou até quatro vezes durante esse período.

O parcelamento, assim como a escolha dos adubos, pode ser estratégia essencial para evitar aumento da salinidade do solo.

A tabela que trago a seguir mostra os períodos de maior exigência de N, P, e K dos citros, portanto, quando devemos aplicar cada um deles.

adubação em citros

Nesse processo, os micronutrientes não podem ser esquecidos pois, assim como os macronutrientes, são essenciais para o bom desenvolvimento das plantas.

A época de maior exigência de micronutrientes é durante o florescimento, logo após a queda das pétalas e início do fluxo vegetativo.

3ª Dica – Como aplicar a adubação em citros?

Minha terceira e última dica te ajudará na escolha do modo de aplicação dos adubos em sua lavoura.

De modo geral, os macronutrientes são aplicados via solo. Isso pode ser feito na forma sólida ou ainda junto com a água de irrigação através da técnica chamada fertirrigação.

Enquanto para os nossos micronutrientes podemos optar pela aplicação foliar.

Fertirrigação em citros

Ao contrário da adubação com fertilizantes sólidos, a fertirrigação não depende da época das chuvas, pois será realizada juntamente com a irrigação e de forma localizada.

Entretanto, para utilizar desta técnica é necessário que os pomares já apresentem um sistema de irrigação previamente instalado.

Além disso, é preciso que os adubos escolhidos sejam completamente solúveis em água para não causar entupimentos.

Esta técnica demanda monitoramento constante, pois pode causar aumento da salinidade dos solos, o que prejudica o desenvolvimento radicular das plantas.

Adubação foliar em citros

A adubação foliar é normalmente restrita à aplicação de micronutrientes. O boro (B) é uma exceção, pois sua maior absorção ocorre via solo.

A principal vantagem da adubação foliar é que ela fornece os nutrientes diretamente nas regiões de demanda, o que permite melhor absorção.

Apesar de poder ser associada a outras aplicações, garantindo economia de operações, precisa ser realizada nas horas mais amenas do dia para garantir sua eficácia!

Aplicação foliar em plantas cítricas

Aplicação foliar em plantas cítricas
(Fonte: Acervo pessoal – Marcelo Brossi Santoro)

Conclusão

Para aumentarmos a eficiência da adubação em citros precisamos nos atentar ao quê e quanto aplicar, quando e como aplicar.

Esses três fatores estão intimamente ligados e vão influenciar diretamente na produtividade da lavoura.

Cada forma de aplicação e cada tipo de adubo utilizado apresenta vantagens e desvantagens que mostramos aqui.

Cabe a você avaliar e optar pelas que trarão vantagens econômicas e produtivas ao pomar.

>> Leia mais:

Como não errar na implantação do pomar de laranja valência

“Tudo sobre a produção de laranja pêra”

Em quais pontos você foca na hora de aumentar a eficiência da adubação em citros? Conte pra gente nos comentários!

Adubo para milho: recomendações para aumentar a produtividade da lavoura

Adubo para milho: recomendação da época certa e doses ideais para aplicação de nitrogênio, fósforo e potássio em cada situação, inclusive para milho silagem.

Muitas vezes a lavoura de milho é colocada em segundo plano na propriedade.

Mas, com o conhecimento de alguns conceitos sobre planta, solo e nutrientes, podemos aumentar a eficiência dos insumos e minimizar os riscos da cultura.

O manejo da adubação é essencial para isso, principalmente pela baixa fertilidade dos solos brasileiros.

Confira a seguir as melhores recomendações de adubo para milho e como tirar o melhor proveito delas em sua propriedade. 

Conceitos básicos da recomendação de adubo para milho

Um dos conceitos de suma importância na adubação é o de rendimento máximo econômico.

Nele, o produtor deve procurar a lucratividade máxima da exploração agrícola e não o máximo rendimento.

Isso porque, o máximo rendimento normalmente não se traduz em máxima rentabilidade.

Produtividade com doses de nitrogênio

Produtividade de grãos em função de doses de nitrogênio
(Fonte: Lyra et al., 2014)

Como podemos ver na figura acima, com o aumento da dose do nutriente, no caso nitrogênio, o incremento na produtividade da cultura diminui.

Com isso, você deve observar, de acordo com seu sistema de produção e híbrido usado, qual o maior rendimento econômico para adubação.

Junto com o conceito de rendimento máximo econômico, você deve trabalhar com as análises de solo

O solo é um ambiente dinâmico e uma análise mostra apenas uma “imagem parada”. Com isso em mente, mantenha sempre um histórico de análises para entender como as adubações e o uso de corretivos estão agindo no solo.

E outros dois conceitos importantes são os de adubação de correção e de manutenção.

A adubação de manutenção coloca a quantidade de nutrientes que foram exportados pela planta, ou seja, que foram colhidos e saíram do sistema.

Já a adubação de correção aumenta o estoque do nutriente no solo, e ele é de grande importância já que a planta necessita absorver maior quantidade do nutriente do que a exportada.

Nitrogênio na recomendação de adubação para milho

O nitrogênio é o nutriente de maior demanda nas plantas. Especialmente no milho e em outras gramíneas, ele apresenta as maiores respostas à produtividade tanto de biomassa quanto de grãos.

O nitrogênio está diretamente relacionado com a fixação de carbono pela planta e com a síntese de aminoácidos. E, carbono e aminoácidos são iguais à biomassa e proteínas.

Apesar de ser nutriente mais exigido, o nitrogênio praticamente não existe nas rochas que dão origem aos solos.

Então, podemos considerar que a fonte primária de nitrogênio é o ar. E ele vai parar no solo basicamente de duas formas: amônio (NH4) e nitrato (NO3).

Mas, como isso impacta o manejo da adubação nitrogenada?

Bom, dependendo da fonte de adubo nitrogenado que utilizarmos, ela tende a ter diferentes comportamentos no solo.

A ureia, por exemplo, após ser aplicada no solo úmido, será quebrada em amônio.

A quebra da ureia eleva o pH em uma mínima região em torno do grânulo de adubo, fazendo com que boa parte do nutriente aplicado seja perdido por volatilização.

Outros adubos nitrogenados com base no amônio, como o sulfato de amônio e o nitrato de amônio, também podem sofrer com a volatilização em menor grau, principalmente se forem aplicados sobre restos vegetais.

Já os fertilizantes à base de nitratos podem sofrer com outro problema: a lixiviação. O nitrato não se prende à famosa CTC do solo.

Isso faz com que o nutriente possa ser levado pela água até zonas mais profundas e fora do alcance do sistema radicular de algumas culturas.

Adubação com nitrogênio

Agora que já sabemos um pouco sobre alguns conceitos do nitrogênio, vamos falar de números… Quanto devo aplicar de nitrogênio na lavoura?

Para respondermos a essa pergunta, devemos ter em mente dois conceitos:

  • Saber quanto de nitrogênio estamos retirando na silagem ou nos grãos de milho para que possamos repor via adubação;
  • Considerar que, do nitrogênio absorvido pela planta, apenas de 30% a 50% (no máximo) são oriundos diretamente do adubo. 

E de onde vem o resto? Do solo!

Dessa forma, é sempre importante mantermos uma adubação nitrogenada condizente com a produtividade da área e com a quantidade de nitrogênio exportada do sistema.

recomendação de adubação para milho

Extração média de nutrientes pela cultura do milho destinada à produção de grãos e silagem em diferentes níveis de produtividade
(Fonte: IPNI)

Observando a tabela acima, podemos ver que o milho extrai em média 21 kg de nitrogênio por tonelada de grão. 

Se fossemos repor o nitrogênio extraído utilizando uma adubação de ureia (45% de N), seriam usados em média 47 kg do adubo por tonelada produzida.

Um talhão com produtividade média de 9 toneladas de grão/ha, por exemplo, exigiria uma reposição de aproximadamente 420 kg de ureia/ha.

No caso da produção de silagem, a exportação de nitrogênio é de 10 kg por tonelada de matéria seca produzida. 

Levando em conta uma produção de 50 toneladas de silagem, com um teor de matéria seca de 30% (15 toneladas de matéria seca), seriam necessários 150 kg de N/ha ou 330 kg de ureia/ha.

Quando aplicar o nitrogênio na adubação de milho?

Muito se fala sobre os possíveis benefícios de se parcelar a adubação nitrogenada ao longo do crescimento da planta.

Mas para compreender melhor isso, temos que entender qual o período de maior exigência de nitrogênio pela planta de milho. 

absorção do nitrogênio no milho

Estágios fenológicos e curva de absorção do nitrogênio no milho
(Fonte: Forseed)

Como podemos ver na figura acima, a fase do pendoamento é onde ocorre o pico de absorção de nitrogênio na planta de milho.

Dessa forma, devemos garantir que haja a quantidade necessária desse nutriente no solo.

Um experimento antigo, de 1974, mostra o efeito dos diferentes parcelamentos da adubação nitrogenada no milho:

recomendação de adubação para milho

Efeito do parcelamento de nitrogênio nas doses de 60 kg/ha e 120 kg/ha na produção de milho
(Fonte: Novais et al., 1974)

No experimento da tabela acima, podemos ver duas coisas interessantes. A primeira é como o nitrogênio é limitante na produção (diferenças entre 60 kg e 120 kg de N aplicados).

A segunda é que as maiores produtividades foram com o nitrogênio fornecido todo aos 45 dias após o plantio, com 33% do N fornecido no plantio e o restante aos 45 dias após o plantio (cobertura).

Adubo para milho: Fósforo

O fósforo é essencial na recomendação de adubo para milho.

A maior parte das áreas agrícolas do Brasil é deficiente em fósforo e seu manejo é um tanto quanto complexo devido à sua interação com o solo. Mas o nutriente é essencial na recomendação de adubação para milho.

Os adubos fosfatados aplicados no solo se dissolvem, passando para a solução do solo (local onde fica disponível para absorção pelas plantas) e sua tendência é de se adsorver aos sólidos do solo.

adubo para milho

Representação da relação entre o fósforo na solução do solo, na fase lábil e não lábil
(Fonte: International Superphosphate Manufacturers Association – ISMA, 1978)

Com a forte tendência de se adsorverem à camada sólida do solo, eles passam para a forma lábil. Ou seja, o fósforo aqui pode passar para a solução do solo e, consequentemente, para a planta. 

O problema é que, ao longo do tempo, o fósforo da fase lábil se “prende” mais fortemente ao solo, passando para não lábil.

Nessa forma, o fósforo fica praticamente indisponível para as plantas e seu retorno para a forma lábil é extremamente lenta.

Resumindo, toda vez que aplicamos fósforo no solo, pagamos um “pedágio” ao próprio solo (como dizia o saudoso Prof. Vitti).

Adubação com fósforo

Na hora da adubação temos duas estratégias que podem ser adotadas:

  • Corrigir os baixos níveis de fósforo no solo;
  • Fornecer apenas a quantidade necessária do nutriente para a safra atual.

A primeira estratégia se chama adubação de correção. E, como os solos brasileiros apresentam alto potencial de fixação de fósforo, essa adubação exige altíssimas doses de fertilizante.

A segunda estratégia, a adubação de manutenção, é a mais utilizada por aqui.

Mas, para se usar a segunda estratégia temos que nos lembrar do “pedágio” que pagamos ao solo. Desse modo, quanto menor o teor de fósforo do seu solo, maior a “quantia paga”.

Classes de teores de fósforo no solo

Interpretação das classes de teores de fósforo no solo
(Fonte: IPNI)

De forma geral, podemos considerar que 20% a 30% do fósforo aplicado é utilizado pela planta.

Então, de acordo com a tabela acima, o produtor deve observar qual o teor de fósforo do seu solo.

Com base lá na primeira tabela deste artigo, a planta de milho exporta aproximadamente 10 kg/ha de P2O5 (ou 4,2 kg de P) por tonelada de grão produzida.

Qual quantidade de adubo fosfatado aplicar

Então, para uma produção de 5 toneladas de grãos em um solo com teor médio ou alto de fósforo (textura média ou argilosa), precisaremos de 50 kg de P2O5

Considerando uma fonte de 50% de P2O5 (MAP ou Super Triplo), precisaríamos de 100 kg de adubo fosfatado/ha.

Já em um solo com teores baixos de fósforo, a mesma produtividade precisaria de cerca de 160 kg/ha de P2O5, ou 320 kg de MAP ou Super Triplo, considerando uma eficiência de 30%.

E, em solos arenosos com baixos teores de fósforo, a fixação (pedágio) que esse nutriente tem no solo pode ser maior ainda. Isso diminuiria ainda mais sua eficiência.

A ideia aqui é que quanto menor o teor do de P no solo e mais arenosa sua textura, maior o pedágio pago ao solo (ou menor a eficiência da adubação fosfatada).

Falando sobre eficiência da adubação fosfatada, alguns manejos podem ajudar a aumentar essa eficiência. 

A correção do pH do solo é uma forma simples de aumentar a eficiência de absorção do fósforo pelas plantas.

Como fazer a fosfatagem

Outra discussão no meio agronômico é sobre a aplicação de fósforo a lanço ou incorporado.

Aplicações de fósforo no solo

Teores de fósforo no solo de acordo com diferentes métodos de aplicação
(Fonte: Prochnow et al., 2018)

Observando a imagem acima, podemos tirar algumas conclusões sobre esses dois métodos de adubação fosfatada.

Uma delas é que a fosfatagem a lanço concentra o fósforo nas camadas superficiais.

Isso pode interferir no crescimento do sistema radicular para camadas mais profundas e, em épocas de déficit hídrico, pode ser uma desvantagem.

Outra conclusão é que como a maior parte do fertilizante fica na camada superficial, solos com pouca ou nenhuma cobertura (palha) podem sofrer com a erosão, levando todo o fertilizante embora. 

A vantagem operacional do fertilizante aplicado a lanço é clara para todos os produtores e pode ser feita de maneira técnica. 

Mas, para isso, precisamos conhecer em quais situações a incorporação ou aplicação no sulco de plantio do fósforo é recomendada.

Uma delas é em áreas novas de agricultura ou em áreas onde existam baixos teores de fósforo na subsuperfície.

Outra situação onde o fósforo incorporado se sai melhor é em terrenos declivosos ou que não tenham palha suficiente ou ainda que passem por cultivo convencional (sem o sistema de plantio direto). 

Por isso, é sempre importante estar atento ao histórico das análises de solo da propriedade.

Potássio 

O potássio é o segundo nutriente em maior quantidade nas plantas.

Apesar de não ser um componente estrutural (não está ligado à estrutura da planta), está presente em grande parte das reações, sendo o principal cátion nas plantas.

A dinâmica do potássio nos solos tropicais é muito mais simples em comparação ao nitrogênio e ao fósforo. 

Em solos muito intemperizados, como os do Brasil, todo o potássio está na CTC do solo e, por equilíbrio, passa para a água do solo, de onde a planta pode absorvê-lo.

Desse modo, uma simples análise de solo pode dizer com mais exatidão a quantidade total de potássio que temos na área.

Mas, e quanto ao manejo da adubação de potássio na lavoura de milho?

Bem, podemos dizer que, como a dinâmica desse nutriente no solo é mais simples, seu manejo é também mais simples.

Adubação potássica

O que irá nos guiar para o cálculo da quantidade de potássio a ser adicionada na área será o teor do nutriente na análise de solo (baixo, médio ou alto) e a produtividade esperada.

Para um baixo teor de potássio, o correto, como no caso do fósforo, é corrigir esse teor ao longo do tempo para que possamos diluir os custos da adubação de correção.

Então vamos lá! Com um teor médio ou adequado de potássio no solo, sabemos que a exportação de potássio nos grãos de milho fica em torno de 15,5 kg K/ton ou 26 kg KCl/ton.

Sabemos, com isso, que uma produtividade esperada de 5 toneladas de grãos irá precisar de 130 kg de KCl/ha. 

No caso da produção de silagem, o potássio é exportado em 14 kg/ton de matéria seca.

Em uma produtividade de 50t de silagem (30% matéria seca) estaremos exportando 210 kg de potássio/ha, ou 350 kg de KCl/ha.

Podemos ver que a exportação de potássio na produção de silagem é bem maior que na produção de grãos – e isso tem grande importância no manejo.

Produções de silagem podem esgotar o estoque de potássio do solo de modo bem mais rápido. Por isso, esteja atento às análises de solo e à adubação de manutenção.

Como fazer a adubação com potássio

Qual é a melhor época para a aplicação de potássio na lavoura de milho?

Como regra geral, doses acima de 50 kg/ha de cloreto de potássio no plantio podem prejudicar as sementes.

Mas essa quantidade depende muito da textura do solo e do teor de argila dele. 

Solos arenosos (menos de 15% de argila) podem facilmente apresentar problemas com altas doses de KCl na semeadura.

matéria seca, nitrogênio, fósforo e potássio no milho

Acúmulo de matéria seca, nitrogênio, fósforo e potássio na parte aérea de plantas de milho
(Fonte: Karlen et al., 1987)

Sobre o momento da aplicação, vemos na figura acima que praticamente todo o potássio necessário para a cultura é absorvido antes do florescimento.

Com essa informação em mente, o essencial é que a cultura tenha o potássio necessário desde o início. 

Para isso, o recomendado é parcelar parte da adubação na semeadura e parte entre V4 e V6 no máximo. Outra opção é realizar a adubação antecipada a lanço adotada em alguns locais.

A figura acima nos mostra que, entre V3 e V4 (aproximadamente 30 dias após a semeadura), a planta de milho aumenta exponencialmente a absorção de nutrientes.

Por isso, a importância de se programar para a adubação de cobertura e garantir que o fertilizante esteja disponível para a cultura quando ela mais necessita.

Banner de chamada para o download da planilha de controle de custos de safra

Conclusão

A cada safra vemos surgir mais produtos que prometem resolver todos os problemas no campo e, no meio disso tudo, nos esquecemos dos conhecimentos mais simples. 

Mas o futuro do agro está exatamente aí: aplicar o conhecimento para aumentar a eficiência e o lucro dos nossos produtores, produzindo mais com menos!

Com as recomendações passadas aqui, espero que você alcance mais produtividade na sua área!

Restou alguma dúvida sobre a recomendação de adubo para o milho? Adoraria ver seu comentário!

Como identificar e evitar a deficiência de boro na soja

Deficiência de boro na soja: Importância para a lavoura, acompanhamento nutricional e melhores fontes de adubação.

Grande parte do cultivo de soja no país ocorre em solos de baixa fertilidade, o que demanda elevadas doses de fertilizantes e corretivos.

Assim, o rendimento de grãos de soja tem forte relação não só com os macronutrientes,  mas também com os micros, como o boro que possui função de maximizar a produção.

Mas, para isso, precisamos disponibilizar esse nutriente em quantidades adequadas e em épocas críticas.  

Saiba a seguir como identificar a deficiência de boro na soja para maior rentabilidade na lavoura. 

Nutrição de plantas: Como evitar a deficiência de boro na soja 

Para entendermos mais sobre o boro (B), precisamos conhecer alguns pontos a respeito da nutrição de plantas.

O solo conta com uma grande quantidade de nutrientes que podem ser classificados como: essenciais, benéficos ou até mesmo tóxicos.

As plantas absorvem esses nutrientes do solo e os transformam em compostos que garantem seu crescimento, desenvolvimento e produção.

Nutrientes essenciais são aqueles que atuam em algum processo fisiológico da planta e que, em sua ausência, ela não completa seu ciclo de vida.

Por isso, para uma boa produtividade, todos os nutrientes essenciais devem estar presentes.

Mas, lembre-se: nem todos os nutrientes presentes são essenciais! De modo geral, eles são 14 e são divididos entre macronutrientes (N, P, K, Ca, S e Mg) e micronutrientes (B, Cl, Cu, Fe, Mn, Mo, Ni e Zn).

O que classifica um nutriente nessas categorias é a quantidade exigida pelas plantas. Ou seja, os micronutrientes são exigidos em menores quantidades, mas isso não os faz menos essenciais que os macronutrientes.

No solo, o pH é um dos fatores de maior influência na disponibilidade dos micronutrientes, como você pode notar na figura abaixo:

variação micronutrientes

Variação na disponibilidade de micronutrientes em função do pH
(Fonte: Malavolta, 1979)

Agora que falamos sobre a importância geral dos nutrientes, vou explicar a importância do boro para a soja.

Importância do boro para a soja

O boro (B) é um micronutriente associado à síntese de compostos como o DNA e RNA, proteínas e fitohormônios.

Ele atua juntamente com o cálcio (Ca) na formação da parede celular; auxilia no processo de germinação do tubo polínico; e na divisão celular. 

Além disso, estimula o desenvolvimento e crescimento radicular e o transporte de açúcares na planta.

Sua absorção, transporte e redistribuição ocorrem enquanto o boro se encontra na forma de ácido bórico (H3BO3), que é a principal forma encontrada no solo.

Uma vez absorvido pela planta, o transporte interno acontece de forma unidirecional, via xilema, do solo para a parte aérea, graças à transpiração das plantas.

Isso faz com que a concentração desse nutriente, independente da dose aplicada, seja maior nas folhas, vagens e sementes, respectivamente. Veja:

doses de boro no solo

Efeito de diferentes doses de boro aplicado ao solo em sua distribuição na parte aérea de Brassica napus L.
(Fonte: Gerath et al., 1975, em Marchner, 1986)

Por isso, ainda há controvérsias a respeito da aplicação foliar desse nutriente devido à baixa mobilidade no floema e ao elevado custo operacional.

A baixa mobilidade faz com que os sintomas de deficiência de boro sejam visíveis primeiro nos órgãos mais novos e regiões de crescimento das plantas.

Sua correção no sulco de plantio é de extrema importância para garantir maior rentabilidade.

Como identificar a deficiência de boro na soja

A deficiência de boro na soja ocorre primeiro em folhas mais jovens e meristemas apicais.

Deficiência de boro na soja são observados nas folhas novas. Elas ficam grossas, enrugadas, com alguma clorose internerval e pontas enroladas para baixo. Os internódios também podem ficar encurtados.
(Fonte: Plantix)

Para evitarmos a deficiência, o primeiro passo é fazer a análise de solo e a correção das áreas. 

Outra técnica que podemos adotar é a análise química das plantas. É uma alternativa para acompanhar a nutrição e identificar a deficiência de B na lavoura.

Para obtermos melhores resultados, as amostras da análise precisam ser muito bem padronizadas! 

Por isso, devemos escolher folhas que já atingiram o ponto de maturação fisiológica, ou seja, estão em seu máximo desenvolvimento.

Na cultura da soja, o ponto máximo de acúmulo de nutrientes ocorre no início do florescimento (R1).

Então, da mesma forma que fazemos nas análises de solo, precisamos coletar aleatoriamente amostras de folhas na lavoura.

Para a amostragem, coleta-se a 3ª e/ou 4ª folha trifoliolada da haste principal, sem o pecíolo.

Lembrando que a contagem das folhas se inicia no ápice, sendo a primeira folha aquela trifoliolada completamente expandida. Veja na figura abaixo:

análise química boro na soja

Terceira e quarta folhas trifolioladas que podem ser utilizadas para a análise química (R1)
(Fonte: DRIS)

Quanto mais folhas coletarmos, mais representativa ficará a amostragem.

A quantidade de folhas a serem coletadas e enviadas para análise depende da homogeneidade da lavoura.

Diferentes tipos de solos, relevos e topografias, ou ainda diferentes manejos adotados, tornam a lavoura mais heterogênea, sendo necessário maior número de amostras.

Mas, de modo geral, a recomendação é que sejam coletadas pelo menos 30 folhas por hectare. Após isso, devemos interpretá-las!

Essa interpretação é feita com base na comparação com os valores-padrão estabelecidos para a cultura.

teores nutricionais foliares de soja

Interpretação de resultados dos teores nutricionais foliares de soja (R1)*. Valores referentes aos teores no terceiro ou quarto trifólio sem o pecíolo, coletado da haste principal
(Fonte: Embrapa Soja, 2013)

Deficiência de boro na soja: Fontes para adubação 

Agora que conhecemos um pouco sobre a deficiência de boro na soja, podemos pensar em como manejar esse nutriente na cultura.

No mercado existe uma diversidade de produtos comerciais e fontes de boro para adubação de soja.

Elas diferem entre si pelo nível de solubilidade para influenciar na forma de aplicação desses fertilizantes.

Para a soja, a aplicação via solo no sulco de semeadura é a mais recomendada por não ser uma cultura responsiva à adubação foliar.

A aplicação do boro também pode ser feita via solo, na forma líquida, muitas vezes junto com a de herbicidas.

Isso garante uniformidade de aplicação, economia de tempo e de operações, sem interferir no controle das plantas daninhas.

Mas lembre-se que fontes muito solúveis podem causar toxicidade às plantas, então devemos optar pelas menos solúveis.

Diferentes fontes de boro, suas garantias e nível de solubilidade
(Fonte: adaptado de Vitti et al.)

Conclusão

Tanto os macros quantos os micronutrientes, como o boro, têm grande influência na produtividade da soja.

E, por isso, conhecer o comportamento no solo e a deficiência de boro na soja é essencial para adequarmos os manejos em busca da máxima produtividade.

Neste artigo também abordamos como fazer o acompanhamento nutricional da lavoura e quais as principais fontes e formas de aplicação desse micronutriente tão importante.

Espero que, com essas informações, você possa evitar a deficiência de boro na sua lavoura de soja!

>> Leia mais:

Como fazer adubação potássica em soja

Cálculo de adubação para soja

Você já teve problemas com deficiência de boro na soja? Conte pra gente nos comentários!