About Luis Gustavo Mendes

Sou Engenheiro Agrônomo e Licenciado em Ciências Agrárias pela Esalq/USP em Piracicaba-SP. Mestre em Engenharia de Sistemas Agrícolas, tema "Agricultura de Precisão" na mesma Instituição. Atualmente sou professor e empreendedor.

Regulagem do pulverizador: acerte na tecnologia de aplicação com estas dicas

Regulagem do pulverizador: confira o tamanho ideal das gotas, quais bicos utilizar, volume, faixa de aplicação e muito mais!

A pulverização é uma das atividades que merece atenção redobrada.

Além das perdas que podem ser causadas pelo amassamento das culturas, você pode perder dinheiro e produto devido às calibrações inadequadas.

A perda de defensivos durante a pulverização pode chegar a 70%!

Além de perder produtos, dosagens erradas podem aumentar os problemas nas lavouras.

Neste artigo, confira como regular melhor seu pulverizador, calcular o volume de pulverização ideal de calda e realizar aplicações mais eficientes.

O que são as tecnologias de aplicação e como isso pode te ajudar

As tecnologias de aplicação de defensivos agrícolas são comumente utilizadas nas propriedades agrícolas e mais conhecidas como pulverização agrícola, seja por pulverizador autopropelido ou tratorizado.

Mas o termo não se restringe apenas ao método da aplicação em si, mas na interação equipamento-ambiente.

Nas pulverizações sempre buscamos um melhor controle ambiental e eficácia na operação.

Por isso, o objetivo da tecnologia de aplicação é colocar a quantidade certa do ingrediente ativo no alvo desejado com a máxima eficiência e economia.

Existem diversos equipamentos para a realização da pulverização. Dentre eles, destacam-se aplicação por meio de aviões, fertirrigação, autopropelidos, tratorizados de barras acopladas, barras carreta, pulverizadores costais, etc.

Com o correto dimensionamento de todas as tecnologias, você terá:

  • funcionamento eficiente das barras;
  • menos falhas na faixa de aplicação;
  • redução do escorrimento ou gotejamento;
  • uso adequado da água;
  • pontas de pulverização adequadas para cada atividade;
  • dosagem dos produtos a fim de evitar toxidez e contaminação dos solos;
  • condições climáticas ideais para pulverização;
  • sobreposições mínimas.

Componentes básicos para regulagem do pulverizador

É evidente que no mercado existem centenas de marcas e modelos de pulverizadores. Porém, existem componentes básicos presentes na maioria deles.

Os componentes principais podem ser citados como:

  • tanque de armazenamento;
  • mecanismo agitador;
  • registro de controle de fluxo;
  • filtros;
  • bombas hidráulicas;
  • câmara de compressão;
  • regulador de pressão;
  • manômetro;
  • comando hidráulico;
  • tubulação de retorno;
  • barra de pulverização;
  • bicos de aplicação.

Os componentes podem variar de acordo com o modelo e especificação de pulverizadores.

>>Leia mais: Acerte nas aplicações de defensivos com planejamento agrícola

Check-list antes de pulverizar

Alguns procedimentos básicos devem ser tomados antes de iniciar a pulverização.

Para facilitar a verificação de cada um desses itens fizemos um checklist rápido e prático:

  1. cheque as condições climáticas ideais (temperatura entre 20°C-30°C, umidade 70%-90% e velocidade do vento de 3-10 km/h);
  2. utilize EPI adequado;
  3. use o produto adequado e dose correta;
  4. use água de boa qualidade;
  5. determine altura da barra (normalmente 1 m do chão até a barra);
  6. determine distância entre bicos;
  7. determine velocidade de trabalho ideal;
  8. cheque tanque de armazenamento e limpe se preciso;
  9. cheque mecanismo agitador;
  10. olhe filtros (linha, bicos, barra), limpá-los e trocá-los se necessário;
  11. cheque pressurização de todo o sistema, se existem vazamentos;
  12. cheque mangueiras e acoplamentos;
  13. confira se há vazamentos na barra de pulverização e secções;
  14. cheque bicos e filtros (limpar quando necessário);
  15. monitore a pressão de trabalho para cada conjunto de bico a ser utilizado;
  16. cheque a pressão e depois feche o manômetro durante a aplicação.

Alguns procedimentos devem ser realizados com determinada cautela.

A limpeza dos bicos deve ser realizada com escova de nylon (como escova de dentes) ou ar comprimido para evitar possíveis deformações no orifício.

Não é recomendado utilizar arames, canivetes ou agulhas para desentupir os bicos.

Além disso, pressões de trabalho abaixo do recomendado pelo fabricante da ponta causa distribuição não uniforme.

Já pressões mais altas podem acarretar, além de sobreposições, maior desgaste das pontas e maior risco de deriva.

Falando em pontas, nosso próximo tópico é um item essencial e que deve ser observado com cuidado na pulverização: os bicos! Confira:

Escolha dos bicos na pulverização

Vamos entender um pouco mais sobre as partes constituintes das pontas e bicos de pulverização.

Os bicos de pulverização definem 4 fatores. São eles a vazão, o espectro de gotas, a distribuição da aplicação e o potencial de deriva.

Existem diversos tipos de bicos presentes no mercado e cada um proporciona vazões diferentes, ângulos de pulverização, tamanho de gota e forma da distribuição.

Tais informações podem ser visualizadas conforme a imagem a seguir:

nomenclatura-bico

(Fonte: Copam consultoria)

São constituintes de um bico de pulverização: o corpo, o filtro, a ponta e a capa.

Existem bicos específicos para cada aplicação. No caso de bicos Teejet, temos algumas recomendações da Embrapa:

pontas-e-usos

(Fonte: Embrapa)

Mas você pode conferir o uso de bicos da marca que você já possui com o fabricante. Além disso, lembre-se que bicos também desgastam!

desgaste-bicos
gotas-e-coberturas

(Fonte: Teejet)

Recomenda-se a substituição dos bicos quando a vazão média ultrapassar em 10% a vazão de um bico novo.

Tipos de gotas na pulverização

Os tipos de gotas podem ser classificadas de acordo com seus tamanhos.

regulagem de pulverizadores

(Fonte: Phytusclub)

Mas, qual tipo de gota é o ideal? Depende do objetivo de cada aplicação, conforme veremos abaixo:

Para melhorar a cobertura dos alvos

Gotas menores (muito finas, finas ou médias) ou maior volume de calda.

Para menor volume e manter a cobertura

Gotas mais finas.

Para maior volume e manter a cobertura

Gotas maiores.

Para pragas e doenças de baixeiro

Gotas menores e maior volume da calda.

Cálculo da Vazão

Vamos ver agora como a calcular a vazão e a quantidade de litros de produto a ser gasto por hectare.

Com o auxílio de um copo medidor:

  • marque 50 m no terreno;
  • abasteça o pulverizador;
  • escolha a marcha de trabalho;
  • ligue a TDP;
  • acelere o motor até 540 rpm na TDP;
  • anote o tempo para o trator percorrer os 50 m;
  • com o trator parado na aceleração utilizada, abra os bicos e regule a pressão, de acordo com o recomendado;
  • colete o volume do bico no tempo igual ao gasto para percorrer os 50 m;
  • repita a coleta do volume e tire uma média;
  • se você tiver um copo graduado com a régua da figura abaixo, basta olhar na coluna a quantidade de l/ha de acordo com o espaçamento entre bicos para saber a vazão:
copo-detalhe-calibração

(Fonte: UFRRJ)

Se você não possui o copo graduado, pode usar o exemplo a seguir:

exemplo-calibração

(Fonte: UFRRJ)

Com isso, você pode planejar de maneira muito mais clara suas aplicações, o tempo necessário para essa atividade e a quantidade certa de produto que será necessário.

Além disso, temos hoje softwares que podem nos ajudar muito nessas atividades:

Softwares e aplicativos de pulverização

Existem alguns aplicativos que auxiliam na checagem da qualidade de aplicação do produto.

O software Gotas foi desenvolvido pela Embrapa e faz a análise da distribuição das gotas dispensadas nas lavouras, além de auxiliar os produtores na calibração de pulverizadores.

Segundo Aldemir Chaim, um de seus desenvolvedores, as perdas nas pulverizações podem variar de 20% a 70% dos produtos.

A tecnologia Gotas pode ser baixada neste link gratuitamente.

Além disso, agora você pode escolher com muito mais certeza seu bico de pulverização no site da Seletor de bico John Deere.

Você pode inserir características de seus produtos e operações e o programa seleciona os melhores bicos para utilização, de acordo com a especificidade.

Outro aplicativo muito prático é o Jacto Smart Selector.

O Jacto Smart Selector permite que seu usuário realize de forma simples e rápida a escolha correta do bico de pulverização. Através da indicação de variáveis climáticas, agronômicas e operacionais o aplicativo faz uma rápida seleção dos possíveis modelos de bicos a serem utilizados

Outro software essencial para ter o controle de suas pulverizações e saber o custo real delas é o Aegro.

Com ele, você também sabe corretamente o que foi aplicado nas safras passadas, planeja safras futuras e verifica o que e quando deve ser aplicado neste momento.

custo-realizado-defensivos-herbicida

Conclusão

A noção e realização das regulagens adequadas e funcionamento dos sistemas dos pulverizadores é essencial para pulverizações eficientes e mais econômicas.

Cada pulverizador possui características específicas, cujos vídeos e calibrações podem ser encontrados nos manuais e na internet.

Aqui você conheceu os componentes básicos de um pulverizador, como realizar a calibração de um jeito simples e fácil e a importância do tamanho de gotas na pulverização.

Vimos ainda como softwares podem deixar todas essas etapas mais simples, rápidas e assertivas.

Aproveite as informações, realize as calibrações e checagens necessárias antes de levar seu pulverizador ao campo e boa safra!

>>Leia mais:

6 dicas de compra de defensivos agrícolas para potencializar o manejo da sua lavoura

8 perguntas para fazer ao seu consultor sobre defensivos agrícolas

Qual é a sua dificuldade na regulagem do pulverizador? Restou alguma dúvida? Adoraria ver seu comentário abaixo.

5 perdas na colheita que você pode estar sofrendo e o que fazer para resolver

Perdas na colheita: entenda o que você pode fazer para reduzi-las e evitar prejuízos

YouTube video player

A eficiência de nossas fazendas está relacionada à maneira que são realizadas as atividades agrícolas.

Reduzir as perdas na colheita é uma das atividades mais importantes para isso.

E, claro, é um ótimo jeito de ganhar mais dinheiro sem produzir ou gastar mais.

Mas nem sempre é fácil identificar onde ou porque estão ocorrendo as perdas na colheita.

E as perdas podem ser significativas. Só devido ao transporte rodoviário, estimam-se perdas que chegam a R$ 2,7 bilhões a cada safra.

Por que isso ocorre? Quais são os outros tipos de perda? Como evitá-los?

Aqui vamos falar de todos esses assuntos, inclusive sobre perdas que provavelmente poucos produtores contabilizamVeja:

1ª: Perdas na colheita por pragas

As pragas agrícolas dão trabalho desde o momento que colocamos as sementes no solo até a colheita.

É comum levar insetos do campo para a armazenagem e, assim, aumentar as perdas pós-colheita, como no caso dos gorgulhos.

perdas-na-colheita

Gorgulho do milho – Sitophilus zeamais. Os gorgulhos colocam seus ovos tanto em grãos armazenados como nas espigas no campo por adultos voadores

(Fonte: UFMG em CFR)

Pragas de final de ciclo, como Spodoptera fugiperda e Helicoverpa armigera, também podem causar grandes perdas.

Por isso devemos sempre manejar as pragas, mesmo no finalzinho do ciclo.

É muito comum chegar nesse ponto da safra e pensar “acho que dá pra segurar o controle de pragas agora”.

O meu conselho é que você acabe com esse “achismo”.

Faça o monitoramento de pragas mesmo no final do ciclo da cultura, e faça o manejo dos insetos quando atingirem o nível de controle.

2ª: Perdas por transporte

O transporte rodoviário até silos de terceiros ou portos também acaba resultando em perdas.

Isso devido às estradas nem sempre estarem nas melhores condições e ao fato dos caminhões, muitas vezes, transportarem mais carga do que realmente comportam.

Segundo a Confederação Nacional de Agricultura, o prejuízo com o derrame de grãos durante o transporte rodoviário chega a R$ 2,7 bilhões a cada safra.

perdas-na-colheita-transporte

(Fonte: Diário Online)

Desse modo, faça sua gestão agrícola pesquisando a melhor logística e frete, evitando a perdas de sua produção agrícola.

3ª: Perdas na colheita por alta infestação de plantas daninhas

A alta infestação de invasoras dificulta a ação da colhedora. Nada pior do que ficar parando toda hora a operação devido à imensa quantidade de massa vegetal que a colhedora tem que “enfrentar”.

Isso gera perdas de tempo, de combustível e desgasta muito mais as peças da máquina.

Além disso, altas infestações de plantas daninhas favorecem o ataque de insetos, o que pode prejudicar os grãos.

4ª: Perdas na colheita mecanizada não planejada adequadamente

As perdas na colheita estão presentes em todas as propriedades, até no processo da colheita. Mas algumas perdem mais do que as outras.  

Por que algumas propriedades perdem menos? Porque nesses casos a colheita começa muito antes da colhedora entrar no campo.

Como um exemplo simples, se você não pensar no tamanho da cultura, não vai saber ao certo o número de máquinas que vai precisar – e isso causa muitos problemas.

Pode ser difícil conseguir colhedoras de terceiros ou mesmo mais caro. Mas o pior é quando tentamos aumentar a velocidade para dar tempo de colher tudo, danificando os grãos e causando perdas.

Assim, o planejamento agrícola com antecedência é essencial.

planilha para estimativa de perdas na colheita Aegro

Para planejamento inicial, recomendo que você:

  • Estime sua produtividade e saiba o tamanho da área com lavoura;
  • Sabendo disso, faça a previsão de quantas máquinas de colheita serão necessárias;
  • Quantas carretas serão precisas para o escoamento;
  • Com qual umidade pretende colher, decidindo se vai esperar secar no campo ou não;
  • Caso seja preciso secar, verifique se tem secador próprio ou de terceiros;
  • Verifique se irá precisar de silos de terceiros, sempre de olho no mercado de preços.

Além disso, o planejamento das manutenções frequentemente é fundamental para que qualquer operação agrícola corra tranquilamente, sem parar devido a quebra de alguma peça.

No Aegro você pode planejar suas manutenções e ser avisado da necessidade dessa manutenção.

Alerta para manutenção preventiva de máquinas agrícolas no Aegro

Nesse sentido, saiba aqui como uma produtora de MS conseguiu economizar mais de 10% com manutenção de máquinas a partir de uma ação estratégica!

Além das perdas pela falta de planejamento da colheita, também temos perdas que ocorrem na própria operação de colheita.

5ª: perdas na colheita da soja ou milho influenciadas pelas colhedoras

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(Fonte: Puma Plow)

Entre 80 e 85% das perdas de grãos na colheita ocorrem no corte da plataforma.

Mas aqueles produtores que pensam que máquinas antigas causam mais perdas na colheita estão muito enganados.

A regulagem das máquinas é o procedimento que irá refletir diretamente nas perdas.

Máquinas antigas não causam mais perdas na colheita. Máquinas desreguladas sim!

A regulagem das colhedoras é vital para uma colheita bem sucedida e com o mínimo possível de perdas.

O total de perdas na colheita é uma soma de diversos fatores.

Sugiro fortemente que você faça um checklist verificando esses fatores juntamente com a recomendação do fabricante e modelo de sua colhedora:

  • Velocidade de deslocamento da colhedora deve estar entre 4 Km/h e 6 Km/h;
  • Barra de corte tem que estar afiada;
  • Substitua as navalhas danificadas e verifique a folga;
  • Verifique os dedos e os substitua se necessário;
  • Averigue a velocidade de rotação do molinete;
  • Observe e faça o ajuste da altura do molinete (geralmente 30 cm à frente da barra de corte);
  • Verifique o caracol (altura em relação à parte posterior de alimentação);
  • Faça a calibração e verifique as folgas do sistema de trilha.

Depois de ver todas essas perdas que ocorrem na operação da colheita, temos ainda mais dicas preciosas de como evitar isso:

Como evitar as perdas na colheita?

A regulagem da colhedora é de fundamental importância para que as perdas na colheita sejam evitadas.

Do total de perdas na colheita, 80% se deve à má regulagem da colhedora e 20% ao manejo errôneo das culturas.

Máquinas desreguladas podem ocasionar perdas expressivas na colheita da soja, podendo variar em cerca de 2 a 3 sc/ha, enquanto o aceitável pela Embrapa são perdas da ordem de 1 saca/hectare.

O manejo correto da colheita é fator que afeta diretamente a qualidade dos grãos.

O momento da realização da colheita deve ser quando os grãos estejam com índice entre 12% e 14% de umidade para soja e milho.

Se você precisar antecipar a colheita com teores de umidade acima destes mencionados, deverá levar em conta a secagem dos grãos, como já mencionamos.

Lembre-se também da possibilidade de danos aos grãos e maiores perdas em qualidade ao fazer a colheita com maior teor de umidade no grão.

Ademais, a colhedora é uma máquina combinada que realiza diversas operações juntas.

>>Leia mais: “O que você precisa saber sobre regulagem e manutenção de implementos agrícolas

Por isso, devemos nos atentar à calibração e manutenção de todos os sistemas:

Sistema de corte e alimentação

  • Rotação;
  • Posição do molinete;
  • Velocidade de trabalho da colhedora.

Em máquinas modernas, a rotação do molinete já é ajustada automaticamente com a velocidade de avanço da colhedora

Sistema de trilha

  • Fluxo radial: sistemas mais antigos compostos por cilindro, côncavo, e batedor;
  • Fluxo axial: rotor longitudinal e côncavo associado ou não a um elemento batedor;
  • Ajustes: abertura entre o cilindro ou rotor e o côncavo, rotação do cilindro e paralelismo entre cilindro/rotor e o côncavo.

Sistema de separação e limpeza

  • Peneiras: abertura dos alvéolos e limpeza das aberturas;
  • Ventiladores: regulagem do fluxo de ar.

Sistema de transporte, armazenamento e descarga

  • Ajuste da tensão das correias;
  • Lubrificação;
  • Substituição de peças gastas.
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(Fonte: Agrolink)

Futuro das colhedoras e as perdas na colheita

As colhedoras estão sendo equipadas com dezenas de sensores para evitar que as perdas ocorram.

A indústria de máquinas agrícolas está buscando e incorporando tecnologias como inteligência artificial provenientes de sensores imageadores dos grãos deixados no campo.

Estão sendo testados também inúmeros sensores que quantificam tais perdas e que corrigem em tempo real a velocidade da colhedora, altura e rotação do molinete.

Juntamente com essa tecnologia, softwares de gestão agrícola possibilitam o planejamento das operações agrícolas e o acompanhamento dos resultados baseados em dados.

Assim você evita perdas e ainda sabe exatamente como foi sua colheita em cada talhão, qual seu custo e qual o custo de produção agrícola total.

Conclusão

Todos nós sofremos perdas na colheita. Mas podemos minimizar essas perdas.

Agora você sabe como identificar essas perdas e quais são as mais importantes dentro da realidade de sua fazenda.

Além de que, com o avanço das tecnologias acopladas às máquinas, num futuro não muito distante será possível ajustar e calibrar em tempo real cada máquina no campo.

Mas nada disso substituirá o valor e importância de um planejamento da colheita feito com antecedência.

Aproveite todas essas dicas para colocar em prática na sua colheita!

Você fiscaliza e calibra as máquinas que irão realizar a colheita dos grãos em suas propriedades? Como tem buscado reduzir as perdas na colheita? Adoraria ver seu comentário abaixo.

O que é administração rural e como ela pode melhorar sua propriedade

O que é administração rural: entenda o que é e como ter uma lavoura de sucesso em 7 passos simples!

Não importa se a sua fazenda é grande ou pequena, a administração rural é fundamental.

Você acha que essa tal de “administração rural” é frescura?

Hoje eu vou te mostrar que não é e, de quebra,  como isso pode te auxiliar no dia a dia da fazenda.

Pense em como, independente do tamanho da sua família, é preciso controlar e verificar gastos, compras, reformas, férias, etc.

Na fazenda é mais complexo, mas o ato de administrar (controlar, verificar, planejar) continue sendo muito necessário.

Na prática a teoria não é diferente: temos casos reais de aumento de produtividade e rentabilidade com a administração rural.

Inclusive você pode usar agricultura digital para administrar sua fazenda mesmo não sabendo nada de tecnologia.

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O que é administração rural e a importância na sua fazenda

Administração rural é o conjunto de atividades que auxiliam na tomada de decisão de seus gestores, com o objetivo de obter maior rentabilidade.

A administração moderna das fazendas, ano após ano, acaba exigindo cada vez mais profissionalismo das pessoas envolvidas nos negócios.

o que é administração rural

O aumento expressivo da produtividade aumenta a complexidade dentro da fazenda, o que torna a administração rural indispensável.

(Fonte: Conab em Estadão)

A agricultura não pode continuar com a mesma administração que era realizada no passado.

Especialmente porque as pressões dos custos de insumos e custos de produção afetam cada vez mais os produtores.

Se eu puder te dar somente uma dica hoje, essa dica seria:

Esqueça aquela administração que levava em conta valores médios ou estimados e que tudo era “guardado na cabeça”.

Hoje isso acontece pelos sistemas computacionais e planilhas agrícolas eletrônicas onde os valores são reais e guardados em segurança para nunca mais se perder.

Para isso, é necessário uma administração bem feita das entradas e saídas de todos os fatores gerais do nosso sistema.

Continue comigo para aprender como fazer isso:

Diferença entre administração e gestão

As vezes temos dúvidas quanto às diferenças da administração rural e gestão agrícola, então vamos esclarecer isso.

Administrar é planejar e controlar com uma visão geral da fazenda, especialmente a parte financeira e pessoal, para atingir maior produtividade e rentabilidade.

A gestão agrícola também envolve planejar e controlar, mas isso é feito com maior detalhamento, especialmente na parte de operações agrícolas.

Sabendo disso, vamos para o próximo passo para uma administração rural bem feita:

Administração rural e gestão do agronegócio: 7 passos simples

1. Finanças organizadas e em segurança

Registre tudo o que foi gasto, item por item, e tudo o que foi usado e quando foi utilizado.

Pode parecer exagero, mas o detalhamento por talhão vai te mostrar quais são seus problemas e quais talhões merecem mais sua atenção.

2. Faça um planejamento

Com as finanças em ordem, você sabe o quanto pode gastar na lavoura e assim pode orçar e planejar toda a sua safra.

Quem não se planeja se torna refém do acaso.

Para saber mais sobre planejamento agrícola você pode ver esses dois artigos:

>> Planejamento Agrícola: 6 mandamentos que você deveria seguir

>> Como produzir 211 Sacas de Milho por hectare com Gestão Agrícola

3. Saiba seu custo de produção agrícola

Uma coisa puxa outra: com as finanças organizadas e detalhadas  você vai poder conhecer o custo de produção agrícola real, o que te dará certeza na hora de ver os preços de venda dos produtos agrícolas.

Saiba mais sobre isso em:

>> Como saber seu custo de produção agrícola

>> Entenda os custos de produção agrícola e esteja no comando de sua fazenda

custo-orçado-realizado-adiministração-rural

4. De olho no estoque

Se falta insumos o preço pago em cima da hora é maior, isso se tiver o que você procura. Sem falar que pode paralisar a operação agrícola e atrasar toda a produção.

Se sobrar insumos, muitos podem estragar e levar a prejuízo.

Saiba como controlar seu estoque de modo eficaz pelo artigo:

“5 motivos para você começar agora a controlar seu estoque” , e ainda ganhe gratuitamente uma planilha para começar essa gestão.

5. Equipe bem treinada e motivada

Toda a condução da fazenda é feita por pessoas. E essas pessoas precisam estar conscientes do que precisam fazer e, o mais importante, o porquê estão fazendo.

Nosso artigo “O desafio de ser um líder de uma empresa rural” pode te ajudar bastante sobre isso.

6. Registre, registre e registre

Registrar absolutamente tudo o que você usou para as operações agrícolas, em quais talhões, quem participou da operação e quanto tempo durou.

Registre as principais pragas, plantas daninhas e doenças. Anote o que foi usado para combatê-los.

Registre os gastos com salários, impostos, custos dos escritórios.

O registro de tudo o que for possível faz o controle do seu negócio ser real e eficaz.

Por exemplo, sabendo sobre as pragas, daninhas  e doenças e o que foi usado você sabe o que deu e o que não deu certo nesse manejo.

Além de que, na próxima safra, você já vai saber quais os principais problemas da propriedade e procurar soluções efetivas, como defensivos agrícolas mais recomendados.

Entenda mais sobre pragas agrícolas onde você pode ler ou ouvir esse artigo.

7. Monitore e valide

De nada adianta um planejamento bem feito se você não verificar como foi sua realização.

Monitore e valide o que deu certo e o que deu errado, e é aí que entre também os registros.

É por meio dos registros que o monitoramento e validação acontece, melhorando cada vez mais sua fazenda, sua produtividade e rentabilidade.

Para fazer isso de um jeito mais simples e fácil veja: “Como estas 5 tecnologias mudam a forma de monitoramento da produção agrícola”.

administração-rural

(Fonte: Portal administração)

Dicas extras sobre administração rural

Na maioria dos cenários encontramos a tentativa de redução dos custos, contratação de mão de obra mais barata e redução do quadro de funcionários.

Mas isso pode prejudicar os processos e operações dentro das nossas fazendas.

Lord Kelvin disse em sua frase célebre:

“Quando não se consegue medir ou traduzir em números o que se está falando, pouco ou quase nada se conhece do assunto.”

Frente a isso, não se controla aquilo que não se conhece e não se conhece aquilo que não se mede.

Por isso a administração rural requer das pessoas envolvidas características como:

  • Amor pela atividade que desempenham;
  • Crença no que fazem;
  • Perseverança na atividade;
  • Força de vontade;
  • Profissionalismo ;
  • Ser organizado ;
  • Ter espírito de liderança.

Você acha que a administração é um conceito novo? Moderno? Pense de novo:

História da administração rural

Se tem algo que sempre veio junto com o ser humano, esse algo se chama problema.

Foi para resolver esses problemas que o conceito de administrar surgiu no ano 5000 A.C. na Suméria.

Depois de mais de 7000 anos de prática, a administração está cada dia mais intensificada e pode nos ajudar muito.

Na agricultura brasileira, responsável pela geração de mais de 25% dos recursos componentes do PIB do país, temos a administração rural como forte aliado dos produtores.

O setor do agronegócio está cada vez mais tecnificado e sofisticado.

Para acompanhar esse ritmo frenético de crescimento, a administração rural surge para estudar e melhorar quesitos dentro das empresas agrícolas

Alguns desses problemas são: gestão financeira, logística, mercado, mão-de-obra, tecnologias, planejamentos futuros, etc.

Administração rural moderna

Atualmente com a infinidade de softwares para fazendas seja para computador ou aplicativos nos smartphones, a administração atingiu um novo patamar.

Todos aqueles registros que falei no passo a passo da administração rural podem ser feitos de forma muito mais fácil, rápida, com comunicação entre equipes, verificação do gestor e guardados de forma segura.

software para fazendas

O dados são transformados em conhecimento a respeito das nossas propriedades, o que acaba sendo decisivo para a tomada de decisão consciente e segura.

A administração da fazenda toda pode ser acompanhada com poucos cliques de qualquer lugar do planeta onde estivermos.

Isso facilita na hora dos gestores ou dos tomadores de decisões planejarem ou executarem operações sem estarem presentes fisicamente nas propriedades onde atuam.

O sistema de administração moderno, propicia um controle de 24h por dia de tudo o que está acontecendo nas fazendas.

Quer ter o controle de custo de forma fácil e rápida? Marque agora uma demonstração do Aegro e veja como podemos te ajudar!

Administrador rural do futuro

O administrador rural do futuro terá de ser capaz de resolver inúmeros problemas, o que é próprio da agricultura, mas está cada vez mais complexo.

Terá que ampliar seus conhecimentos em diversas áreas e se atentar ao capital humano e como conseguir motivar e extrair o melhor de cada integrante da cadeia produtiva.

Por isso, se atente às novas tecnologias, pensando na agilidade das operações e melhoria dos processos.

Busque não mais a máxima produção, e sim aquela que forneça a melhor relação custo x benefício.

Conclusão

Com a dinâmica das fazendas e operações ocorrendo cada vez mais rápido, a administração rural mostra-se fundamental para os produtores que querem estar no comando de suas atividades.

Atentar-se a todos as entradas e saídas presentes na sua fazenda é também essencial quando o assunto é administração rural.

Aqui você aprendeu os primeiros passos para começar a administração rural e a importância de tudo isso na sua fazenda.

Lembre-se que os administradores rurais modernos devem se atentar não somente à administração de custos de produção, mas também ao capital humano e às relações pessoais que ocorrem dentro de seu sistema produtivo.

Devem tentar otimizar e melhor explorar cada operação e ação presente na propriedade, tirando sempre que possível proveito econômico delas!

>> Leia mais:

“Administração de fazendas: Como fazer com um software de gestão agrícola”.

5 planilhas de Excel para administração rural grátis

“Gestão de risco no agronegócio: 4 passos simples para diminuir as incertezas na gestão da sua fazenda”

Você utiliza conceitos de administração rural em sua propriedade? Quer saber mais sobre algum deles? Restou alguma dúvida? Adoraria ver seu comentário abaixo.

O guia definitivo para escolher um software para Agricultura de Precisão

Software para agricultura de precisão: como funciona, como escolher e como melhorar sua administração rural com ele!

Quantas vezes você ouviu falar sobre Agricultura de Precisão (AP) só nos últimos meses? Aposto que não foram poucas.

A AP pode economizar tempo, reduzir gastos com fertilizantes em até 50%, e ainda pode ajudar para conquistar maior produtividade.

Existem muitos softwares para agricultura de precisão à nossa disposição.

Se você ainda não sabe qual deles é o melhor, como escolher um ou mesmo as diferenças entre os softwares de AP e quaisquer outros softwares, confira a seguir!

Diferenças dos softwares de agricultura de precisão

Os softwares de AP são conhecidos como SIG (Sistemas de Informação Geográfica), pois utilizam dados georreferenciados.

Você pode encontrar softwares pagos e softwares de agricultura de precisão grátis. Mas, antes, vamos entender como funcionam esses sistemas?

O que são dados georreferenciados?

Os dados georreferenciados nada mais são do que coordenadas geográficas de cada ponto para localização no globo terrestre.

Quem nunca utilizou o Waze, Google Maps ou qualquer outro aplicativo para chegar a algum lugar?

Usamos diariamente dezenas de aplicativos que nos ajudam a chegar a um lugar que não conhecemos. E como eles conseguem nos levar exatamente ao endereço que nos foi fornecido?

Estes aplicativos utilizam diversos satélites para calcular nossa localização no globo terrestre.

Como funciona a localização por satélites?

São diversas constelações com dezenas de satélites cada. A constelação norte americana, mais conhecida como GPS (Global Positioning System) possui 30 satélites em órbita operacionais.

Além dessa, temos a nossa disposição a constelação russa GLONASS, a chinesa BAIDU, a Europeia GALILEU e outras ainda em fase de construção.

O posicionamento é conseguido por meio da triangulação de 4 satélites. Quanto mais satélites existirem sobre o campo de visão das máquinas, maior será a garantia do posicionamento.

Tudo isso para garantir a cobertura e melhorar a qualidade da localização das pessoas, máquinas e equipamentos no planeta Terra.

Por meio dos satélites, os dados coletados são corretamente posicionados nas coordenadas no globo terrestre.

O que consigo fazer com os softwares de SIG?

Com a utilização dos softwares de agricultura de precisão é possível a confecção de diversos mapas:

  • mapa de colheita
  • mapa de vigor de vegetação (NDVI, NDRE, etc.)
  • mapa de nutrientes nos solos
  • mapas de declividade
  • curvas de nível
  • mapas 3D das culturas
  • delimitação de talhões e áreas
  • mapa de pragas
  • visualização de fazendas
  • criação de grids amostrais
  • geração de mapas de recomendação
  • interpolação de dados
  • álgebra de mapas
  • análises quantitativas de acúmulo de nutrientes

Além dos itens citados, há inúmeras outras ferramentas e complementos que podem ser instalados para utilização em diversas outras finalidades, o que dá origem a uma ampla gama de aplicativos no mercado.

Software para agricultura de precisão grátis e pagos

Existem algumas centenas de aplicativos e software para agricultura de precisão. Alguns gratuitos e outros pagos.

Dentre eles pode-se destacar QGIS, ArcGIS, AgroCAD, Falkermap, SSTsoftware, Inceres e Geofielder da Embrapa. A Embrapa disponibiliza o Geofielder.

Estes softwares para agricultura de precisão podem ser usados em aeronaves, para imageamento aéreo, em máquinas agrícolas e veículos para captura de imagens em solo.

Como acadêmico, eu utilizo o software QGIS como ferramenta para trabalho na área de Agricultura de Precisão.

QGis, um software para agricultura de precisão livre

O QGIS é um software livre e programado na linguagem Python. O que isso significa?

Significa que ele é gratuito, podendo ser baixado neste link. Além disso, ele possibilita que os usuários criem suas próprias programações para manipular os dados da maneira que achar melhor.

Porém, se você não souber programar, não tem problema! O QGIS é um software bem completo e disponibiliza centenas de ferramentas para facilitar a vida de seus usuários.

Como fazer o download e começar a utilizar o QGIS?

Vamos ao passo a passo de como baixar e instalar o QGIS em seu computador:

1. Acesse o endereço que está neste link

2. Clique em “Para Usuários

qgis software para agricultura de precisão

3. Clique em “Baixar o QGIS

qgis software para agricultura de precisão

4. Escolha o instalador segundo as especificações de seu computador (32 bits ou 64 bits)

qgis software para agricultura de precisão

Na internet existem vídeos, tutoriais e cursos de QGIS ensinando a instalar e podem ser acessados gratuitamente por qualquer usuário. O Anderson Medeiros, por exemplo, apresenta diferentes tutoriais em português para te ajudar no uso do Qgis.

Como processar os dados em um software de SIG

Os softwares de agricultura de precisão, como já mencionado, trabalham com localização dos pontos no espaço.

Os arquivos provenientes de GPS, das máquinas agrícolas ou dos sensores virão com as colunas das coordenadas (geralmente Latitude e Longitude) e os valores dos outros atributos que serão avaliados.

É necessário um cuidado inicial para manuseio dos dados.

A escolha das colunas latitude e longitude é vital para o correto posicionamento dos pontos que serão analisados. Se essas colunas estiverem trocadas, todas as análises realizadas no programa estarão posicionadas nos locais errados.

Vários são os formatos de arquivos que os softwares de AP aceitam. O mais conhecido é o shapefile.

Porém, utilizando o QGIS é possível trabalhar com dados do tipo .csv (planilha de valores do Excel), .txt (arquivo de texto), kml ou kmz (arquivos do Google Earth), além de inúmeros outros formatos.

Vantagens em trabalhar com um software de SIG

Os softwares utilizados em agricultura de precisão já possibilitam que os arquivos gerados possam ser levados diretamente para as máquinas equipadas com piloto automático.

À medida em que as máquinas realizam as operações, novos arquivos de dados são gerados e devem ser analisados em um SIG, assim todo o ciclo recomeça.

Os SIGs possibilitam a confecção de mapas que facilitam a visualização das áreas e talhões, auxiliando nas tomadas de decisões.

Independentemente dos modelos de máquinas e sensores que coletaram os dados, todas as informações podem ser analisadas em conjunto em um SIG, o que permite um maior entendimento de cada porção da lavoura e cada zona produtiva.

Vale ressaltar que cada conjunto de dados deve ser analisado e, se necessário, passar por um pré-processamento, a fim de eliminar dados errôneos.

O uso adequado desse sistema resulta em:

guia - a gestão da fazenda cabe nos papéis

Conclusão

Atualmente existem diversos softwares e ferramentas para que consigamos trabalhar com agricultura de precisão na fazenda.

Diversas empresas de tecnologia na agricultura estão desenvolvendo e criando seus próprios softwares para facilitar o manuseio e armazenamento dos dados dos seus clientes.

Hoje já existem programas que processam os dados na nuvem e enviam somente os relatórios aos produtores, o que facilita a tomada de decisão.

Agora que você já sabe como escolher um software, estude suas opções e veja qual está mais alinhada com sua propriedade, prestando atenção no custo-benefício. Boa escolha!

>> Leia mais:

Mapas de produtividade na agricultura de precisão: Como otimizar seus insumos

Saiba as vantagens da Cafeicultura de Precisão e como aplicá-la

Você já utiliza algum software para agricultura de precisão em sua propriedade? Quer saber mais sobre algum dos que citei? Adoraria ver seu comentário abaixo.

O que você precisa saber sobre regulagem e manutenção de implementos agrícolas

A regulagem de implementos agrícolas pode fazer com que as máquinas tenham diferentes performances no campo.

Você já percebeu como motosserras, furadeiras e cortadores de grama podem ser regulados e utilizados de diferentes formas? O mesmo acontece com os vários tipos de implementos agrícolas.

Além disso, 25% dos custos provenientes de reparo podem ser cortados se a manutenção do maquinário agrícola for realizada rotineiramente. A correta manutenção e regulagem fará a diferença entre redução de custos de produção e maiores ganhos dentro da porteira.

Confira o que você precisa saber sobre manutenção e regulagem de implementos agrícolas.

Tipos de máquinas e implementos agrícolas

Existem 10 grupos de máquinas e implementos agrícolas usados na lavoura dependendo da função no campo:

  1. Preparo do solo (correntão, lâminas desenraizadoras, arados de disco, sulcadores, etc);
  2. Semeadura, plantio e transplante (semeadoras, plantadoras, transportadoras);
  3. Aplicação, carregamento, e transporte de adubos e de corretivos (adubadoras, calcareadoras, carretas);
  4. Limpeza de terrenos (roçadoras);
  5. Aplicação de defensivos (pulverizadoras, fumigadores, atomizadores, etc);
  6. Cultivo, desbaste e poda (cultivadores de enxadas rotativas, ceifadoras, etc);
  7. Trator Agrícola para colheita (colheitadoras em geral);
  8. Processamento (beneficiadoras de café, arroz, algodão, cana, etc);
  9. Transporte, elevação e manuseio (carretas, carroças, caminhões, etc);
  10. Utilitárias (perfurador de solo, etc).

Manutenção preventiva ou corretiva?

regulagem de implementos agrícolas
Manutenção e regulagem de implementos agrícolas
Fonte: (Jim Patrico em DTN/The Progressive Farmer)

Afinal, qual manutenção é melhor para minhas máquinas e implementos agrícolas? Vamos entender um pouco mais sobre as diferenças entre elas.

A manutenção preventiva é realizada antes que os problemas ou quebras de peças ocorram. É utilizada como uma forma de prevenir que a máquina se quebre ou pare de atuar no meio da operação em que ela foi designada a realizar.

Garante seu bom funcionamento e maximiza a vida útil. É semelhante às revisões feitas em nossos carros. A substituição de peças como filtros de óleo, revisão das engrenagens, checagens de pontos de engraxe, troca de correias antes que estas se quebrem é um exemplo de manutenção preventiva.

Essa manutenção varia de acordo com cada máquina e fabricante. Mas em geral, você pode fazer uma boa manutenção preventiva verificando os itens abaixo conforme as horas trabalhadas:

itens a serem verificados e tipos de implementos agrícolas
(Fonte: Portal Máquinas Agrícolas)

A manutenção corretiva acontece com o objetivo de substituir uma peça quebrada ou algum sistema danificado.

Na maioria dos casos em que esta manutenção é necessária, a máquina ou o implemento cessa a operação que está realizando, gerando atrasos ou acarretando em tempo ocioso de máquina e operador.

Evidentemente que este tipo de manutenção é mais cara, tanto financeiramente quanto operacionalmente. Por isso, devemos sempre realizar a manutenção preventiva: custa menos e depende apenas de um bom planejamento agrícola.

Como regular implementos e máquinas agrícolas?

A adequada regulagem de implementos agrícolas varia de acordo com cada fabricante. O gestor da propriedade deve buscar um profissional qualificado frente aos equipamentos e implementos que possui.

O que você deve fazer com certeza é testar o funcionamento dos implementos agrícolas antes de autorizar a realização da operação na área inteira.

É nesse momento que vão aparecer os problemas a serem solucionados: colhedora com corte muito alto ou muito baixo, bico de pulverização entupidos, semeadoras com discos dosadores errados etc. Desse modo você evita que a operação em toda área fique comprometida.

Algumas operações possuem softwares e programas gratuitos para avaliação do desempenho das máquinas agrícolas. Um exemplo é o Adulanço 3.1, desenvolvido pelo LAP (Laboratório de Agricultura de Precisão) da Esalq/USP.

Com o auxílio do Adulanço é possível verificar qual a largura de trabalho ideal em máquinas de distribuição transversal de fertilizantes e corretivos. No programa, ele gera a largura de aplicação de cada máquina avaliada, segundo os coeficientes de variação.

Para começar, você pode baixá-lo gratuitamente aqui.

adulanço 3.1 para regulagem de implementos agrícolas

Após ler o manual, você pode começar seu teste.

Em geral, o teste consiste em arranjar corretamente bandejas (coletores) em campo; regular sua máquina e implemento e passar pelas bandejas, depositando nelas os insumos.

Após inserir os dados de quantidade de insumo de cada coletor,  é possível ver o perfil de distribuição, segundo a largura simulada (neste caso é 8,5 m) de acordo com as passadas do implemento.

perfil de distribuição adulanço

Assim, você pode saber exatamente qual a largura de trabalho mais eficiente das suas máquinas ensaiadas.

banner-máquinas

Importância de regular sua semeadora

Durante a semeadura, a regulagem correta posicionará tanto a semente quanto o adubo nos locais corretos. A profundidade de semeadura é essencial para a boa emergência das plântulas.

A semente possui uma reserva de energia, e em profundidades inadequadas, tal reserva se esgota antes da planta emergir no solo, acarretando desuniformidade e falhas no dossel. A escolha dos dosadores de sementes é fundamental na hora do plantio.

Teste antes os discos com as sementes que possui para que a distribuição da semente seja adequada.

Sementes_mal_calibradas
Disco inadequado para as sementes (má calibração)
(Fonte: Semeato)

Sementes com discos mal dimensionados causam falhas no plantio e redução das produtividades. E lembre-se que é preciso a correta regulagem de implementos agrícolas, da semeadura até a colheita. Nesse sentido, veja também os artigos:

Regulagem de implementos agrícolas para colheita

A regulagem de equipamentos agrícolas é o procedimento mais importante a ser realizado na colheita. O objetivo é coletar o máximo dos produtos com a melhor qualidade possível.

Após todo o trabalho de correção do solo, adubação adequada, manejo de pragas e doenças ao longo da safra, temos o produto pronto para ser colhido e vendido, perdas não são toleráveis.

Máquinas desreguladas ocasionam perdas de colheita da ordem de 3 a 10%, cerca de 2 sacas de soja /ha ou mais, segundo a Conab. O aceitável nacional e internacionalmente para a cultura da soja é 1 saca/ha.

Segundo Nunes, do total de perdas na colheita, 80% se deva a má regulagem da colhedora e 20% ao manejo inadequado da cultura.

Implementos agrícolas na colheita

Além da boa regulagem de implementos agrícolas, o momento de realização da colheita é essencial para evitar perdas. O teor de umidade dos grãos deve ser respeitado. Para a colheita da cultura do milho, o ideal é que os grãos estejam entre 12 e 13% de umidade e a colhedora com velocidade entre 4 e 6 km/h.

Se houver necessidade de colheita antecipada com umidades entre 18 e 20%, o produtor precisará levar em conta a secagem do material antes do armazenamento, segundo José Nunes. Em grãos, a colhedora é considerada uma máquina combinada, pois realiza na mesma passada diversas operações.

Durante a colheita da soja ou do milho, a colhedora efetua as operações de corte do material, alimentação, trilha e limpeza.

É essencial que cada um desses sistemas esteja calibrado e com as devidas regulagens e manutenções em dia. Se um sistema estiver em desequilíbrio, vários outros podem ser prejudicados. Fique atento para alguns fatores de perdas na colheita:

  • Barra de corte, substituição de navalhas danificadas e ajuste da folga;
  • Troca de dedos quebrados e alinhamento dos dedos;
  • Velocidade de rotação do molinete, de acordo com umidade e massa de plantas;
  • Altura do molinete (geralmente 30cm a frente da barra de corte);
  • Caracol (altura em relação a parte posterior de alimentação);
  • Velocidade de colheita (entre 4 e 8 km/h).

Uma colheita mal feita deixa muitos grãos no solo, os quais germinarão e resultarão em tiguera na próxima cultura.

tiguera
(Fonte: Cotrisoja)

É evidente que o manejo das lavouras também deve ser realizado adequadamente, mesmo uma máquina bem regulada irá embuchar numa colheita de soja com a presença de muitas plantas daninhas. Falando em manejo bem feito, como está seu pulverizador?

Pulverizador também necessita de regulagem?

O pulverizador, seja autopropelido ou não, necessita de muita regulagem, que no caso é feita pela calibração. Vários são os fatores que interferem diretamente nas aplicações realizadas nas lavouras.

O pulverizador é um dos equipamentos mais versáteis presentes nas propriedades e sua correta regulagem irá influenciar na efetividade da operação.

Com este intuito, a Basf realizou um estudo testando a influência da má regulagem do equipamento quando aplicava defensivos agrícolas na cultura da soja.

O resultado foi que: Ajustar corretamente o equipamento eleva a produtividade e reduz custos com agroquímicos em até 30%.

Então fique atento à calibração com escolha dos bicos, velocidade do vento adequada, altura de pulverização, parte da planta a ser atingida pelas gotas, tipo de gotas, etc. E sempre teste antes para saber se o volume de calda, bicos, altura da barra, entre outros estão adequados.

Futuro da manutenção e regulagem de implementos agrícolas

As máquinas e implementos agrícolas estão cada dia mais modernas. Muitas possuem sistemas auxiliares, que ajudam nas regulagens, mesmo durante a operação.

Da cabine das máquinas é possível alterar a forma de trabalho.

Atualmente as máquinas agrícolas possuem dezenas de sensores e sistemas de monitoramento nas controladoras que englobam a tecnologia de telemetria e gestão de frotas.

Todos os dias, milhares de dados são gerados. Muitas empresas estão usando algoritmos e inteligência artificial para tentar antever os problemas nas máquinas.

Em um  futuro próximo, as concessionárias terão informações das máquinas de seus clientes; e todo o processo de revisões e manutenções irá atingir um novo patamar.

Assim, cada vez mais revisões serão programas e problemas serão antecipados.

Dessa e de outras maneiras a tecnologia vem para ajudar a agricultura.

Conclusão

As máquinas e implementos agrícolas são nossas ferramentas de trabalho, e toda ferramenta precisa de regulagem. E ferramenta adequada rende muito mais!

Máquinas com manutenções em dia possuem maior valor na revenda, menos problemas no meio da operação e, assim, menos prejuízos.

Então aproveite essas dicas, faça a manutenção preventiva e sempre faça sua regulagem de implementos agrícolas antes de uma atividade rural.

É assim que você pode começar a ganhar eficiência e reduzir prejuízos na fazenda

Reduza drasticamente suas aplicações utilizando o Manejo Integrado de Pragas

Aplicações com Manejo Integrado de Pragas: o que você precisa saber para reduzir os custos da sua lavoura

Manejo Integrado de Pragas (MIP), como o próprio nome diz, é uma técnica de controle de pragas da sua lavoura.

Em lavouras de cultura do milho no Brasil, a lagarta-do-cartucho do milho pode causar nível de dano econômicos que chegam a variar de 15% a 35% da produção

Em condições favoráveis, os valores podem chegar a 100%, como aconteceu em algumas fazendas do Centro-Oeste no final de 2015, segundo Caio Efrom, pesquisador da Fepagro.

É realmente um dos maiores problemas enfrentado pelos agricultores.

O controle das principais pragas agrícolas da sua propriedade parece algo difícil de ser resolvido ou avaliado? Cenas como esta são comuns na sua fazenda?

Saiba que existem diversas outras maneiras de controle eficiente de pragas que não utilizam produtos químicos e reduzem custos. Confira neste artigo como reduzir drasticamente as suas aplicações com o Manejo Integrado de Pragas.

O que é Manejo Integrado de Pragas?

Afinal, o que é o MIP?

O Manejo Integrado de Pragas é um conceito de tomada de decisão que utiliza diversas tecnologias e tipos de ferramentas para o controle de pragas nas propriedades agrícolas.

A figura abaixo nos mostra outras alternativas além do controle químico e que, certamente,  irão auxiliar no MIP presentes nas nossas propriedades.

bases-e-pilares-do-MIP

Nesse sistema, é necessário conhecer o comportamento do nosso oponente nessa batalha que tarda em terminar.

Utilizando apenas um único método (o químico) e um só tipo de produto (mecanismo de ação) para combater a praga, deixamos que apenas os insetos resistentes àquele produto sobrevivam.

E assim, cada vez mais enfrentamos problemas com pragas resistentes aos químicos existentes no mercado.

estágios de manejo da resistencia de insetos

(Fonte: Fundação MT)

O MIP surge como uma ferramenta de gestão diferente, o qual promove a auto regulação do controle ambiental.

Inseto bom é inseto morto?

É travada uma verdadeira batalha entre os produtores e os seres que habitam suas lavouras. Quem geralmente sai perdendo? Evidentemente, o produtor!

Nem todos os insetos são prejudiciais à cultura, e alguns até mesmo são inimigos naturais das principais pragas.

Por isso, escolher métodos que não prejudiquem esses insetos é fundamental.

Bem como, escolher defensivos agrícolas menos agressivos à esses insetos.

O controle químico é permitido no MIP?

O MIP demandará um estudo a respeito dos níveis de dano econômico de cada praga, e com o monitoramento das pragas, será pensado na melhor tomada de decisão.

O controle químico não é proibido no MIP, porém deve ser analisado alguns conceitos básicos a respeito das pragas.

Alguns termos são essenciais no MIP. Temos o Nível de dano Econômico (NDE) e o Nível de Controle (NC).

Como mostra o gráfico abaixo, as pragas devem ser controladas antes de atingir o NDE. Uma vez que, neste ponto, a nossa cultura já estará sendo prejudicada economicamente pela praga.

aegro-manejo-integrado-de-pragas-na-soja

Conhecendo as nossas propriedades teremos a avaliação do sistema como um todo.

Se houver um predador natural de alguma praga, a aplicação pode se tornar desnecessária, e a economia de dinheiro será evidente.

O MIP preza pelo ambiente tentando se autorregular, minimizando os gastos com inseticidas, melhorando, desta forma, as questões ambientais.

Evidentemente, em certos casos o controle será inevitável, seja ele químico ou biológico.

Reduza suas aplicações com Manejo Integrado de Pragas

A adoção dessa filosofia de controle permite um manejo mais inteligente das pragas.

Aplicações mais efetivas e aporte de recursos mais eficientes são consequências dessa metodologia.

Frente a tais manejos, a redução de custos e geração de sustentabilidade nos sistemas produtivos são evidentes, a médio ou longo prazo.

Com a utilização do MIP, podemos chegar a reduzir as aplicações  em até 68%.

Para isso, as informações de monitoramento são essenciais para o gestor da fazenda realizar ou não uma medida de controle, dependendo se atingiu o nível de controle ou não.

O software agrícola Aegro possibilita que dados da presença da praga sejam coletados em tempo real.

aegro - software de gestão agrícola

Os dados são obtidos por meio do GPS do seu celular, o que nos possibilitará saber os locais mais infestados.

Em vez de aplicar o produto químico em área total, matando na maioria das vezes os insetos que seriam úteis para combater as pragas, não seria mais inteligente aplicar somente nos talhões com NC (Nível de Controle)?

Assim, reduziríamos custos nas áreas onde não necessitam de aplicação, utilizando menos produtos e preservando o meio ambiente, o solo e possíveis contaminações residuais dos grãos nos campos.

Mas… se o MIP é tão bom, por que ainda não é adotado?

Ainda existe muita resistência na utilização do MIP.

A falta de informações a respeito do controle de diversas pragas faz com que a aceitação seja ainda mais difícil.

Deixar o inseto no campo, em certos casos, permitirá o controle natural das pragas presentes nas lavouras, sem que o produtor tenha que gastar dinheiro com aplicações de inseticidas. Por isso que precisamos nos  conscientizar.

Banner planilha- manejo integrado de pragas

Controle de pragas no futuro

Como será o manejo integrado de pragas no futuro?

Hoje em dia já existem produtos comerciais e estudos a respeito de insetos irradiados, transgenia e organismos estéreis geneticamente modificados.

O irradiamento de insetos já é fonte de estudos no Cena, em Piracicaba-SP.

Os insetos irradiados são estéreis, o que impossibilita a criação de novas gerações após o cruzamento com as populações presentes nas propriedades.

O Aedes do Bem é um exemplo de sucesso desse processo de irradiação.

irradiação insetos

(Fonte: Folha de São Paulo)

O futuro é promissor! E você vai aproveitar a tecnologia ao seu alcance?

Conclusão

O Manejo Integrado de Pragas (MIP) é, com a mais absoluta certeza,  a maneira mais responsável e eficiente de manejo de pragas.

Atualmente, as lavouras brasileiras estão perdendo produtividade devido à falta de controle no uso de inseticidas e manejo inadequado de químicos nas propriedades.

Será que não compensa alguns minutos de planejamento no controle de pragas com o MIP nas nossas fazendas?

É claro que sim! Siga essas dicas, reduza suas aplicações e, assim, se beneficie com o manejo!

>>Leia mais:

5 pragas agrícolas resistentes a defensivos agrícolas e como combatê-las

Restou alguma dúvida sobre como é possível diminuir as aplicações com Manejo Integrado de Pragas? Adoraria ver seu comentário abaixo!