About Luis Gustavo Mendes

Sou Engenheiro Agrônomo e Licenciado em Ciências Agrárias pela Esalq/USP em Piracicaba-SP. Mestre em Engenharia de Sistemas Agrícolas, tema "Agricultura de Precisão" na mesma Instituição. Atualmente sou professor e empreendedor.

Aumente sua rentabilidade com o planejamento estratégico da produção agrícola

Planejamento estratégico da produção agrícola: Veja como começar agora, além das principais dicas e orientações para garantir o aumento da sua rentabilidade.

Quem nunca ouviu alguém dizer que é melhor planejar antes de fazer?

O tempo utilizado no planejamento agrícola é essencial para o sucesso ou fracasso das atividades.

E com o preço das commodities oscilando conforme o mercado, o planejamento estratégico da produção é algo indispensável.

No planejamento estratégico podem ser definidas metas e como atingi-las para melhorar nossa rentabilidade.

Confira neste artigo como explorar os pontos fortes de cada atividade realizada na fazenda, e além disso, a aumentar a rentabilidade e competitividade da sua fazenda.

O que é planejamento estratégico da produção agrícola?

Afinal, o que é o planejamento estratégico da produção e como criamos um realmente bom para utilizar nas propriedades agrícolas?

O planejamento estratégico da produção agrícola nada mais é do que o desenvolvimento de estratégias, geralmente a médio e longo prazo, que servirão para aumentar a competitividade e o lucro.

planejamento estratégico da produção

(Fonte: Administradores.com)

No meio agrícola, o planejamento estratégico pode envolver a produção maior, ou de maior qualidade, ou mesmo com algum diferencial como não transgênicos.

Desse modo, estamos criando estratégias competitivas para melhorar nossa empresa rural.

Além disso, quando pensamos apenas em commodities devemos olhar formas de melhorar a eficiência na cadeia produtiva.

Na minha opinião, para garantir a competitividade desses produtos agrícolas, garantindo sua competitividade no setor, é preciso certo investimento em inovação e melhorias nos processos.

Eficiências gerenciais, eficiências de campo, maquinário, tempos ociosos, tudo deve estar na ponta do lápis, a fim de ser quantificado e otimizado.

A utilização de planilhas eletrônicas que possam medir e quantificar os processos é essencial para o correto dimensionamento das operações.

Hoje em dia, existem softwares de gestão que auxiliam os produtores na quantificação e geração de relatórios muito importantes para planejamentos futuros.

telas do Aegro

O principal objetivo do planejamento estratégico da produção é pensar no negócio agrícola como uma empresa e assim atingir seus objetivos.

Dessa forma, ele não deve ser pensado e implementado apenas pelo dono ou encarregado da propriedade, mas sim por todos que estão envolvidos de alguma maneira ou de outra,  na cadeia de produção.

Motivar as pessoas envolvidas na fazenda é fundamental

Pode parecer óbvio, mas é essencial para o correto planejamento estratégico o conhecimento das pessoas envolvidas no nosso negócio.

As pessoas são a chave para o sucesso produtivo e os ganhos em eficiência.

Afinal, quem cuida da lavoura, desde o tratamento de sementes até a colheita e armazenamento, são pessoas. E é o “capricho” e atenção delas que vão determinar a produção.

As pessoas envolvidas nos processos também possuem metas próprias que podem ser fonte de motivação para um trabalho mais dedicado e eficiente. Às vezes muitos proprietários se  esquecem de levar em consideração a mão de obra (capital humano).

3-planejamento-estratégico-da-produção

Assim  que as pessoas envolvidas são ouvidas, bem como seus objetivos e metas pessoais forem identificados, cabe a cada gestor pensar em metas a serem atingidas com as atividades realizadas na empresa.

Objetivos pessoais podem envolver a conclusão de um curso universitário; produtos mais seguros, orgânicos, passar mais tempo com a família, etc.

Se as metas da empresa agrícola não forem projetadas, levando em consideração os objetivos das pessoas envolvidas, elas deveriam passar por um processo de reavaliação.

Você pode saber mais sobre gestão de pessoas e administração rural neste artigo.

O planejamento estratégico da produção exige pensar “fora da porteira”

Focar  o pensamento nos processos que ocorrem apenas dentro da propriedade já não são mais suficientes.

4-planejamento-estratégico-da-produção

(Fonte: Silbeck)

O planejamento estratégico é o topo da pirâmide organizacional da gestão agrícola, e as pessoas envolvidas na realização dos planos e metas são os donos da fazenda, pessoas de confiança, etc.

Note que o planejamento estratégico da produção está no topo da pirâmide, ou seja, as pessoas nele envolvidas tomarão as decisões mais importantes da empresa agrícola.

No planejamento estão inseridos procedimentos de análise internos e externos que podem afetar a rentabilidade e o bom funcionamento do negócio.

A análise de mercado, direcionamento e posicionamento do produto em relação aos clientes finais também devem ser pensados durante o planejamento estratégico da produção.

Assim, você como produtor rural tem a função propor metas e tomar decisões que serão fundamentais para o sucesso do negócio. Algumas metas e análises são fundamentais, como:

  • Custos de produção (orçado e realizado);
  • Escolher o mercado que receberá o produto (interno ou exportação);
  • Forma que o produto será comercializado;
  • Momento em  que o produto será comercializado ou estocado;
  • Avaliar o que acontece ao nosso redor;
  • Tendências do setor;
  • Concorrentes ;
  • Economia;
  • Taxa de juros;
  • Nichos de mercado;
  • Programas governamentais;
  • Inflação;
  • Mercado futuro.
5-planejamento-estratégico-da-produção

Dessa forma, você deve avaliar os recursos financeiros e humanos para que os projetos estratégicos sejam realizados.

É importante ressaltar que atualmente o mercado ao redor da fazenda e dos produtos está cada dia mais dinâmico, exigindo que o produtor seja um líder na empresa rural.

Tenha em seu planejamento estratégico a diferenciação da sua empresa rural

A observação dos concorrentes e indústrias onde os nossos produtos estão inseridos pode ser um forte indicativo do que os consumidores finais estão procurando.

Uma simples diferenciação do produto e/ou da produção em relação ao nosso vizinho pode agregar valor ou eficiência na nossa cadeia produtiva.

É importante também uma estratégia para diversificar suas mercadorias e introduzir novos processos.

Você pode, por exemplo, introduzir a agricultura de precisão na fazenda, otimizando o uso de insumos.

Ter o planejamento e controle das atividades agrícolas, dos custos envolvidos na produção, bem como uma visão total do seu negócio de forma organizada também é outra maneira de melhorar a eficiência da fazenda.

6-planejamento-estratégico-da-produção

Com a criação de novos produtos e sistemas de produção diferenciados, não só a sustentabilidade, como também os padrões de qualidade tendem a melhorar.

A criação de selos de qualidade, cultura regional, boas práticas agrícolas e outros devem ser levados em conta na hora da diferenciação do produto.

Tais selos, boas práticas, sofisticações nas embalagens, projetos de contabilidade e afins, certamente, farão com que o preço final pago pelo seu produto seja maior. Com isso, a margem de lucro também aumentará.

Prever metas e realizar o planejamento estratégico para quantos anos?

Essa é uma questão muito importante a ser avaliada antes de realizar o planejamento estratégico.

Cada produtor ou propriedade terá que encontrar as suas respostas embasadas em alguns questionamentos a seguir:

  • A empresa rural existe há quanto tempo?
  • Existirá por mais 10 ou 30 anos?
  • Quais são minhas metas e objetivos como empresa?
  • Até onde quero chegar?
  • Como atingir essa meta?
  • Quero expandir ou manter o mesmo tamanho?
  • Como penso em crescer?
  • Existe demanda para minha produção?

Note que se o produtor for jovem ou possuir sucessão familiar, o planejamento da empresa deve ser longo. Recomendo uma estratégia mais agressiva de crescimento, fusão de novas propriedades, intensificação da produção, adoção de tecnologia etc.

Se o produtor pretende se aposentar, o planejamento pode ser em curto prazo, considerando até fechar a empresa agrícola.

Você pode ver mais a respeito neste artigo “O futuro da fazenda: Sucessão familiar em uma empresa rural”.

planejamento de safra de soja Aegro

Conclusão

O planejamento estratégico da produção agrícola não é uma coisa simples de ser realizada, porém se bem feito, certamente trará uma vantagem competitiva sustentável a longo prazo frente a seus concorrentes.

O planejamento estratégico da produção nos força a pensar “fora da porteira”, contudo deve sempre estar focado em metas e objetivos da propriedade.

Melhor que trabalhar baseando-se em achismos, o planejamento estratégico da produção permitirá que conheçamos a nossa realidade produtiva.

Antes de sair correndo e querer abraçar o mundo, é importante avaliar a situação da nossa propriedade agrícola, o cenário em que ela está inserida e assim decidir qual rumo tomar.

Drones e Agricultura de Precisão: Conheça os melhores tipos

Os drones podem nos ajudar em uma variedade de tarefas na agricultura de precisão, desde o planejamento até a análise da colheita.

O setor de drones está em enorme expansão no Brasil, sendo que esse mercado fatura R$ 300 milhões, com boa parte desse proveniente do agronegócio.

Mas quando será que vale a pena comprar um drone? O que se deve levar em conta para sua escolha?

Neste artigo, veremos como é o funcionamento de drone agricultura de precisão, os principais tipos e o que considerar no momento da sua compra de equipamento ou serviço.

Como um drone agricultura de precisão funciona?

Antes de iniciar as dicas, é importante que você entenda como funciona um drone agricultura de precisão.

O aparelho é programado para sobrevoar a área com rotas predefinidas via GPS, capturando imagens e dados com câmeras e sensores avançados, como multiespectrais e térmicos.

Esses dados são processados para gerar índices como o NDVI, que indicam a saúde das plantas, identificando problemas como pragas, doenças, falta de nutrientes ou estresse hídrico.

Com isso, são criados mapas detalhados que mostram a variabilidade da lavoura, permitindo ações direcionadas, como aplicar fertilizantes ou defensivos apenas onde necessário.

Assim, os drones tornam o manejo mais eficiente, econômico e sustentável, otimizando os recursos e aumentando a produtividade.

Leia também:

Tipos de drone agricultura de precisão

Hoje em dia temos uma variedade de tipos de drones no mercado brasileiro. As principais variações são acerca das câmeras e dos sensores embarcados.

Para a escolha da câmera e dos sensores, faça seu planejamento agrícola. Pense no que é mais importante para sua propriedade que seja monitorado e analisado.

Se sua área é grande, por exemplo, e há diversas reboleiras de plantas daninhas de difícil controle, talvez seja interessante buscar por mapas NDVI de alta qualidade, que vão indicar exatamente onde é necessário fazer aplicações.

Além disso, os tipos de drones ainda podem ser divididos entre com asas fixas, multirotores, híbridos e de grande escala. Entenda mais detalhes abaixo:

Drones Multirotores

São drones de múltiplas hélices, geralmente de 4 a 6, oferecendo grande estabilidade e capacidade de voo controlado em altitudes baixas. São ideais para inspeções detalhadas de áreas pequenas a médias, permitindo voos lentos e estáveis, capturando imagens e dados com alta precisão.

Seu uso é comum para monitoramento de lavouras, levantamento de dados para mapas de NDVI, análises de saúde das plantas e inspeção de infraestruturas.

Drones de Asa Fixa

Neste modelo as asas são fixas, semelhantes a aviões, proporcionando maior alcance e eficiência em grandes áreas. O desempenho é melhor em áreas vastas, com capacidade de cobrir grandes distâncias e maior tempo de voo.

Drones Híbridos (asa fixa + multirotor)

É a combinação das características dos drones multirotores e de asa fixa, oferecendo a estabilidade de voo vertical e a autonomia das asas fixas. Por ser versátil, é ótimo para áreas grandes e pequenas, além de poder de decolagem e pouso vertical, ideal para áreas com espaço limitado.

Drones de Grande Escala (Industrial)

São equipados com sensores avançados e capacidade para carregar grandes cargas, como câmeras de alta resolução, além de mais recursos para análise de dados complexos, adequados para grandes propriedades e áreas agrícolas.

Entre as suas vantagens estão o levantamentos topográficos de alta precisão, monitoramento ambiental em larga escala, e mapeamento avançado de lavouras.

5-drone-agricultura-de-precisão
Drone asa fixa Verok e Drone multirotor Phantom DJI
(Fonte: Horus)

Satélites ou drones: Qual escolher?

Tanto os satélites quanto os drones oferecem dados importantes para a criação de mapas de avaliação de propriedades e lavouras.

No entanto, é importante entender as diferenças entre esses dois tipos de tecnologia para escolher a mais adequada conforme a necessidade da operação. Veja:

Vantagens dos satélitesVantagens dos drones
– Tem maiores áreas de cobertura com uma imagem;– Alta resolução espacial (centímetros);
– Maiores estabilidades e confiabilidade de correções atmosféricas;– Maior flexibilidade para obtenção das imagens;
– Disponibilidade de sensores multi e hiperespectrais;– Baixo custo (dependendo do produto de interesse);
– Tendência de baixo custo;– Cobertura menor e dependente da autonomia da bateria;
– Problemas de indisponibilidade com nuvens;– Dificuldade de correções atmosféricas;
– Dependente do tempo de revisita .– Sombreamento com nuvens.

A principal diferença entre satélites e drones é a cobertura e resolução. Satélites cobrem grandes áreas com uma resolução menor e são ideais para monitoramento em larga escala, mas podem ser afetados por nuvens e têm uma menor resolução temporal.

Já os drones tem alta resolução (centímetros), são mais flexíveis e ideais para análises detalhadas de áreas menores, mas têm autonomia limitada pela bateria e cobrem uma área reduzida. Ambos funcionam bem, mas tudo depende da necessidade da sua lavoura.

Que tipo de agricultura usa drones?

Os drones são utilizados em diversos tipos de agricultura de precisão, aplicados para otimizar o manejo e aumentar a produtividade. Alguns exemplos incluem:

  1. Agricultura de grãos: para monitorar a saúde das plantas, identificar pragas e doenças e otimizar a aplicação;
  2. Horticultura: na análise da saúde das plantas, detecção de estresse hídrico, monitoramento de irrigação e produtividade das colheitas;
  3. Viticultura: criação de mapas de vigor da vegetação e identificação de áreas que necessitam de mais ou menos irrigação;
  4. Agricultura Orgânica: monitoramento de solo e na gestão integrada de pragas;
  5. Pastagem e Pecuária: monitoramento de áreas de pastagem, controle do estado das plantas e manejo do gado;
  6. Florestas e Agroflorestas: verificação de crescimento da vegetação, detecção de áreas de risco de incêndios e avaliação da saúde das árvores.

Qualquer tipo de agricultura que precise de monitoramento detalhado, análise de dados e otimização de recursos pode se beneficiar do uso de drones, até mesmo aquelas fora da lista acima.

diagnostico de gestao

Como os drones facilitam a agricultura de precisão?

Os drones são equipados com sensores que capturam dados específicos, como mapas de biomassa, infestação de pragas e modelos digitais de elevação.

Esses mapas são gerados por algoritmos que processam faixas de luz ou radiação eletromagnética, fornecendo informações valiosas para a agricultura de precisão.

Muitas empresas oferecem plataformas de processamento na nuvem, acelerando a análise e garantindo que os agricultores obtenham as informações rapidamente, o que pode ser crucial para o sucesso da safra.

Ao escolher um drone agricultura de precisão, é essencial considerar a agilidade no processamento dos dados e a plataforma de suporte.

Drone para Agricultura de Precisão: Tipos de resolução

Na agricultura de precisão, a resolução dos drones afeta diretamente a qualidade dos dados coletados. Por conta disso, precisamos saber o que eles significam para fazer a escolha correta.

Considerando esse ponto, existem três tipos principais de resolução usados por drones na agricultura, sendo elas:

1. Resolução espacial

É representada pelo tamanho do pixel, ou também a capacidade de utilização da imagem para distinguir objetos. Geralmente os satélites possuem tamanhos de pixel maiores, o que não expressa tanto a variabilidade em pequenas distâncias.

2. Resolução espectral

Representada pelo número de bandas espectrais de um sensor. Podem ser os comuns em uma câmera colorida (RGB), ou ainda infravermelho próximo (NIR), Red-Edge, etc.

3. Resolução temporal

É o tempo de revisita do satélite (sensoriamento remoto orbital). Importante um intervalo de poucos dias, a fim de que seja possível o monitoramento das culturas em tempo hábil para a tomada de decisões.

4-drone-agricultura-de-precisão

(Fonte: Eye Above)

Leia mais:

Drone Agricultura de Precisão: O que considerar para comprar?

Em primeira lugar, considere como está a sua gestão agrícola, especialmente a gestão de custos. Se estiver tudo ordem, sabendo exatamente qual o capital que você tem disponível para investimentos futuros, pode realizar a compra.

Além do fator financeiro, considere alguns fatores que vão influenciar na performance e no retorno sobre o investimento. Como:

Tipo de Sensor

  • Multiespectral: Essencial para mapear a saúde das plantas (NDVI, por exemplo).
  • Hiperspectral: Oferece maior profundidade de análise, ideal para diagnósticos mais complexos.
  • RGB (Câmera Normal): Para inspeções visuais e imagens gerais da lavoura.

1. Autonomia de Voo

Avalie a duração da bateria, que impacta diretamente a área coberta por voo. Drones de asa fixa, por exemplo, têm maior autonomia, enquanto multirotores cobrem áreas menores, mas oferecem maior flexibilidade para ajustes rápidos.

2. Facilidade de Processamento de Dados

Considere drones que oferecem plataformas de processamento em nuvem, para análise rápida e eficiente dos dados coletados. Isso agiliza a tomada de decisões e otimiza o tempo de resposta em campo.

3. Cobertura e Alcance

O alcance do drone afeta o tamanho da área que pode ser monitorada em uma única missão. Drones de asa fixa cobrem grandes áreas rapidamente, enquanto drones multirotores são ideais para áreas menores, com maior precisão.

4. Software de Gerenciamento

Verifique se o drone vem com software para planejar missões, processar imagens e gerar relatórios. Alguns sistemas oferecem integração com outras ferramentas de agricultura de precisão, facilitando o manejo das lavouras.

5. Facilidade de Uso

Para garantir eficiência no campo, escolha drones com interface intuitiva e fácil controle, permitindo que você se concentre no monitoramento da lavoura e não no aprendizado do equipamento.

Como está o mercado de drones no Brasil?

Devido à crescente demanda por tecnologias no campo, o mercado de drones aposta alto neste setor. Mais de um terço das empresas inseridas nesse ambiente de drones no Brasil está voltada ao agronegócio.

Equipamento desse tipo, e outras tecnologias no campo, podem auxiliar os produtores, desde tarefas cotidianas, como simples verificação da lavoura, até tarefas mais elaboradas, como de mapas de vigor de vegetação, contagem de gado, etc.

Nos primeiros cinco meses de 2024, as importações de drones no Brasil alcançaram US$ 16 milhões, representando um aumento de 24,1% em relação ao mesmo período de 2023. Em termos de unidades, o crescimento foi de 115%, indicando uma demanda crescente por essa tecnologia.

Além disso, o mercado de drones no Brasil deve gerar uma receita de US$ 33,9 milhões em 2024, com uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 5,27% prevista até 2029.

O setor agrícola se destaca no uso de drones, sendo o responsável pela expansão, com perspectivas promissoras para os próximos anos.

Gestão de custos: como controlar sua fazenda e saber para onde está indo o dinheiro

Gestão de custos: veja como começar a gestão efetiva, controlando melhor a fazenda e sabendo para onde seu dinheiro está indo

Como pensar em expansão dos nossos negócios sem saber quanto de dinheiro realmente temos?

A gestão de custos da propriedade pode parecer ser algo trabalhoso e talvez menos importante que o anseio de produzir cada dia mais. Mas é com ela que conseguimos enxergar para onde nosso dinheiro está indo.

Afinal, quais são as atividades que nos fazem desembolsar mais? Quais custos podemos reduzir para aumentar o lucro?

Não espere a safra acabar para começar a tabular os custos da sua propriedade rural. Confira aqui como começar a gestão de custos e entenda os benefícios dessa prática.

O que é gestão de custos?

A gestão de custos no meio agronômico pode ser explicada como o conhecimento de todos os custos envolvidos na atividade agrícola. Essa gestão também envolve controlar os custos durante o processo produtivo.

Quando não se tem uma gestão de custos bem feita, fica difícil saber se está realmente tendo lucro com a atividade agrícola, por exemplo.

Mas mais importante que o conhecimento e o controle é mudar fatores na produção conforme o andamento da safra e seus custos. Assim, você garante a sustentabilidade da empresa rural e pode fazer planejamentos futuros mais eficientes.

Além disso, abaixo você pode ver efeitos diretos de uma boa gestão de custos:

gestão de custos

(Fonte: Folha Vitória)

Nem sempre é fácil ter o conhecimento real dos custos de produção agrícola. Isso exige registros constantes e diversas informações das operações agrícolas.

Vou explicar melhor como realizar e facilitar essa gestão de custos a seguir!

Importância da gestão de custos da fazenda

A gestão dos custos da fazenda é tão importante quanto o manejo correto do plantio ou da colheita.

Pode parecer simples em seu conceito, porém requer certa prática e habilidade para ser realizada da maneira correta.

A venda do produto agrícola, por ser commodity, segue o preço praticado pelo mercado.

As commodities são basicamente produtos de qualidade e características que não são diferenciadas de acordo com quem os produziu ou sua origem.

Por isso, seu preço de venda é igual para todo o mercado, sendo determinado pela oferta e procura internacional.

Frente a isso, fica claro que é preciso realizar a gestão dos custos para o aumento do lucro na fazenda.

Como os preços dos produtos obedecem os preços determinados pelo mercado e a lei da oferta e demanda, apenas com uma redução de custos, os produtos podem se tornar competitivos nesse cenário.

Como começar a gestão de custos

A administração de custos pode ser realizada de diversas maneiras na fazenda.

O principal fator aqui é registrar todos os gastos. Para isso tenho 4 dicas:

  • Tenha um controle do estoque, com o registro de tudo que foi gasto com os produtos ali guardados;
  • A cada operação agrícola peça para o operador anotar quanto foi utilizado de cada insumo;
  • Tenha registrado também o custo do serviço de terceiros, manutenção de máquinas agrícolas, e outros;
  • Mantenha todos esses registros em local seguro e, de preferência, em um só lugar, permitindo a visualização do todo da fazenda.

Gestões tradicionais envolvem a utilização de planilhas eletrônicas, como o Excel, e as mais desenvolvidas utilizam softwares de gestão agrícola.

Você pode começar sua gestão de custos com uma planilha de fluxo de caixa gratuita que preparamos. Para baixá-la, clicando na imagem abaixo!

planilha de fluxo de caixa

Ambas as ferramentas, planilhas ou softwares, se bem manuseadas, proporcionarão o mesmo resultado final. A diferença entre elas é o tempo despendido para tal.

Simplifique sua gestão com tecnologia

Alguns softwares como o Aegro facilitam muito a rotina do produtor rural, pois permite que a gestão custos e operacional da fazenda seja feita em um único lugar.

O planejamento da safra, o registro de atividades de manejo, o controle de estoque e o fluxo de caixa ficam completamente integrados no sistema.

Desta forma, você consegue visualizar a trajetória do seu dinheiro ao longo de todo processo produtivo. Fica muito mais simples de visualizar problemas e soluções que antes eram impossíveis de enxergar.

gestão-de-custos-fluxo-de-caixa-geral
Organização de um fluxo de caixa extenso no Aegro

Você pode descobrir, por exemplo, onde o custo realizado extrapolou o custo orçado ou quais foram os talhões mais produtivos da lavoura. Tudo isso em alguns cliques.

Além do mais, as informações são armazenadas na nuvem. Isso representa maior segurança para os dados da fazenda e permite que você acesse o software a qualquer momento, pelo computador ou celular.

Confira algumas opções para começar a gerenciar a sua propriedade rural com o Aegro:

  • Teste grátis do sistema completo por 7 dias (clique aqui);
  • Aplicativo gratuito para celular Android (clique aqui);
  • Aplicativo gratuito para celular iOS (clique aqui);
  • Utilize seus Pontos Bayer para contratar a versão completa do Aegro (clique aqui).

Como classificar custos e ter uma gestão melhor

Os custos podem ser divididos em fixos e variáveis, sendo o custo total de produção composto pela soma de todos os recursos utilizados.

Custos fixos são aqueles que não irão variar de acordo com a quantidade produzida. Podem ser classificados como: pagamentos rotineiros de contas, fornecedores, funcionários, aluguel, terras, equipamentos, máquinas, entre outros.

Principais itens que compõem os custos fixos são:

  • Depreciação;
  • Juros sobre capital investido;
  • Capital investido em terras;
  • Seguro sobre o capital fixo;
  • Mão de obra permanente;
  • Taxas e impostos fixos .

Os custos variáveis são aqueles que irão variar de acordo com a quantidade produzida. Eles estão relacionados a todos os fatores utilizados no processo produtivo, como se fossem as “matérias-primas”.

Podem ser classificados como gastos com sementes, fertilizantes, defensivos, serviços de máquinas e equipamentos etc.

Principais itens que compõem os custos variáveis

  • Reparo de máquinas e equipamentos;
  • Implementos e utensílios;
  • Mão de obra temporária;
  • Insumos;
  • Transporte externo;
  • Armazenagem.

gestão-de-custos-maquinas
Com o Aegro você consegue visualizar seus custos em diferentes categorias, de forma organizada e fácil de entender

Mais informações a respeito dos custos de produção agrícola podem ser acessados neste documento da Conab.

Como já comentamos você deve registrar todos os seus gastos. Se esse registro seguir as categorias que mostrei aqui, você conseguirá ter uma gestão ainda melhor.

Assim você identifica com maios facilidade para onde está indo seu dinheiro e como ajustar seus investimentos para ter mais retorno.

Contabilidade rural

Nem sempre as empresas que mais produzem são as que possuem a maior margem de lucro. Hoje, a sua empresa é a sua fazenda – e é importante você enxergá-la como tal.

Uma empresa que vende produto ou serviço sempre se atenta para a contabilidade. Não pode ser diferente na empresa rural.

A contabilidade rural nada mais é que o conhecimento e interpretação das movimentações financeiras (entradas pelo volume de vendas e saídas pelos custos). Por isso, a gestão de custos é parte da contabilidade rural.

O uso desses dados e informações gerados, com base na análise de todos os custos, é uma excelente ferramenta de melhoria na parte financeira das unidades produtivas.

Decisões a respeito de expansão ou melhorias das atividades econômicas podem ser implantadas com embasamento em tais informações técnicas e econômicas. Quem conhece bem seus custos e faturamentos dos negócios consegue gerenciar a propriedade de forma mais clara e objetiva.

A contabilidade rural te auxilia a conhecer o comportamento dos preços dos insumos gastos em suas propriedades, além de entender os custos das safras passadas. Com posse de tais informações e observando os principais custos de produção, o planejamento das ações futuras pode ser realizado para aumentar a rentabilidade.

Confira como o produtor de soja Fernando economizou pelo menos 5% em custos da safra com gestão tecnológica da fazenda, acesse aqui.

Conclusão

Não existe negócio pequeno ou pequeno produtor, existem produtores que não fazem gestão da fazenda e, por isso, lucram menos.

Todo negócio deve ter seus custos de produção registrados, sabendo exatamente para onde o dinheiro está indo. E, com a agricultura, não pode ser diferente.

Com o que vimos aqui, você conseguirá começar essa gestão de custos o quanto antes, iniciando o controle da fazenda. Aproveite as dicas, as planilhas grátis e boa gestão!

Você realiza a gestão de custos da sua empresa rural? Tem dificuldade na hora da organização dos dados na planilha? Deixe seu comentário abaixo!

Como fazer a regulagem de plantadeira de soja e garantir a lavoura

Regulagem de plantadeira de soja: Cálculo de sementes,  determinação da quantidade de adubo/ha e outras orientações para garantir o estande de plantas e sua produtividade de soja.

Todos temos aquele instante em que olhamos o calendário e percebemos que está quase na hora de colocar as sementes de soja no solo.

A pressão começa nesse momento: há uma grande quantidade de trabalho por vir e melhorar a produtividade sempre é um dos objetivos.

Um dos primeiros passos é a boa regulagem de plantadeira de soja.

Semeaduras inadequadas acarretam em perdas maiores que 10% na produtividade da cultura.

Depois dos gastos com sementes, fertilizantes e toda tecnologia envolvida, não há espaço para perdas na semeadura.

Assim, confira como realizar a regulagem e garantir a lavoura:

Por que fazer a regulagem de plantadeira de soja?

Há vários tipos de máquinas e implementos presentes no mercado. Comentaremos a respeito de algumas delas e seus principais componentes.

Mas o importante é entender que é melhor despender algumas horas realizando manutenções e preparação do maquinário, do que semear ou utilizar peças desreguladas durante a operação.

Uma má regulagem de plantadeira de soja pode resultar em baixa germinação e falha no estande, afetando diretamente nossa produtividade.

Além disso, uma vez que a operação já fora iniciada, a janela de plantio é curta, e todos os contratempos devem ser evitados.

De forma que atrasos na semeadura, devido à máquinas descalibradas ou mal reguladas podem acarretar em grandes prejuízos à produtividade.

Em estudo realizado no Mato Grosso, nota-se a diferença de 7,7 sacas/ha entre sojas semeadas entre a primeira data de semeadura (24/out) e a segunda data (12/nov).

Neste caso, a semeadura tardia chegou a atingir 24 kg/ha de redução diária na produção agrícola de soja.

Assim, a semeadura inadequada e com máquinas desreguladas pode acarretar em:

  • Maior ocorrência de plantas duplas;
  • Má germinação das plântulas;
  • Falha no estande;
  • Atraso na semeadura;
  • Desuniformidade no dossel.
regulagem de plantadeira de soja

(Fonte: Denilso José Mombelli em Coagril)

E como fazer essa regulagem de plantadeira de soja? Veja a seguir:

Começando a regulagem correta das plantadeiras de soja

A plantadeira é uma máquina que merece atenção redobrada na regulagem.

Assim, a regulagem correta se inicia com uma limpeza geral das máquinas agrícolas que irão semear a soja.

A limpeza geral do maquinário impede possíveis contaminações de plantas daninhas ou doenças de safras passadas, em talhões onde antes elas não existiam.

Além disso, uma inspeção geral deve ser realizada no maquinário, a fim de checar peças quebradas ou desgastadas, que precisam de reposição.

No caso da soja, os produtores devem escolher o espaçamento de semeadura ideal.

Após isso, monte e ajustar os carrinhos de acordo com esta distância predefinida.

A distância convencional e também a mais indicada para a semeadura na cultura da soja é de espaçamento 45 ou 50 cm entre fileiras, e de 7 a 10 cm entre plantas, sempre em linhas paralelas.

Lembrando que o melhor desempenho da lavoura normalmente está na população de plantas de 200 a 400 mil plantas/ha.

2-regulgem-de-plantadeira-de-soja

(Fonte: Embrapa)

Além dessa metodologia, alguns produtores utilizam a semeadura com plantio cruzado, ou redução de espaçamento entre fileiras.

Assim, escolha seu método de semeadura e faça a regulagem de plantadeira de soja para o modo desejado.

Após esses procedimentos, veja como fazer a escolha correta dos discos e anéis da plantadeira de soja:

custo operacional de máquinas

Escolha correta dos discos e anéis

Existem diversos modelos e marcas de discos alveolados e diversos tipos de anéis no mercado.

Assim, se o trator agrícola a ser utilizado apresentar distribuição por discos alveolados, deve-se observar o estado da caixa distribuidora (roletes, gatilho e molas).

3-regulagem de plantadeira de soja

Discos alveolados: mecanismo o mais utilizado e de menor custo no Brasil
(Fonte: Dalacort e Stevan Jr.)

No caso da distribuição pneumática, é necessário verificar o estado das mangueiras e se existe ressecamento ou vazamentos de ar, e realizar a substituição, se necessário.

4-regulagem de plantadeira de soja

Dosador pneumático: As sementes são dosadas uma a uma, ocorrendo menores danos nas mesmas
(Fonte: Dalacort e Stevan Jr.)

Além disso, o espaçamento e alinhamento dos carrinhos devem ser checados sempre antes do início da semeadura.

Devido à grande diversidade de formatos encontrados no mercado, as sementes de cultivares de soja podem ser assimétricas e apresentar alturas diferentes em cada lote.

De acordo com o tipo de sementes que será utilizado na semeadura, deve-se escolher qual o melhor disco alveolado e anel para cada situação.

Para isso garantir isso, temos alguns passos simples:

4 Passos para escolher corretamente o disco e anel da plantadeira de soja

1. Separe um pequeno volume de sementes que representam o nosso lote adquirido;

2. Deste volume, separe as sementes maiores e experimente colocá-las no disco;

3. Se as sementes ficarem bem alojadas, sem que haja a presença de duas sementes no mesmo orifício ou a presença de sementes presas, isso quer dizer que o disco é apropriado;

5-regulagem de plantadeira de soja

(Fonte: J.ASSY)

4. Agora insira o anel sob o disco e verifique como ficaram as sementes: elas não devem ficar expostas acima da altura do disco, ou muito fundas dentro do disco escolhido.

6-regulagem de plantadeira de soja

(Fonte: J.ASSY)

Dessa forma, algumas especificações podem ser levadas em conta na escolha dos discos.

A empresa J. Assy, por exemplo, disponibiliza em seu site diversos tipos, modelos e tabelas de discos e anéis.

Além disso, os discos mais indicados para a cultura da soja são:

  • Discos de 45 furos (média de plantio de até 10 sementes/metro);
  • Discos de 90 furos (média de plantio de 11 a 21 sementes/metro);
  • Discos de 135 furos (acima de 22 sementes/metros, exclusivo para dosador Titanium).

Agora que já escolhemos nossos discos e anéis, vamos para a profundidade de semeadura:

Ajuste de profundidade de semeadura

O ajuste de profundidade de semeadura engloba diversas regulagens que devem ser realizadas para possibilitar a correta deposição das sementes no solo.

Vamos comentar a respeito de cada uma dessas regulagens. Primeiramente, deve-se atentar à pressão da mola e ajuste dos carrinhos.

Sendo assim, se a máquina foi armazenada desde a última safra com as molas pressionadas, os produtores devem checar o estado e a pressão dessas molas.

Uma maneira de realizar a checagem da pressão é medindo o “curso” da mola e observando se todas estão iguais.

Em caso de divergência em alguma mola, a substituição é recomendada.

Os carrinhos possuem ajustes manuais e é importante checar se todas as linhas estão com os mesmos ajustes e nas mesmas profundidades.

7-regulagem de plantadeira de soja

(Fonte: John Deere)

Além disso, lembre-se que a semeadura recomendada para soja é de 3 a 5 cm.

Assim, agora que já conhecemos mais sobre a profundidade de semeadura, vamos para a checagem dos discos:

Checagem dos discos de corte ou botinhas

Outro fator que está em constante contato com o solo e requer atenção devido ao desgaste são os discos de corte e as botinhas para plantadeira plantio direto.

Deve-se atentar ao estado geral dos discos de corte e discos duplos. Se estes estiverem muito desgastados, não irão desempenhar sua função corretamente e devem ser trocados.

No caso dos discos duplos desencontrados, deve-se retirar a calota do cubo, verificando os retentores e rolamentos.

Após a limpeza da graxa antiga, todo o sistema deve ser engraxado e montado novamente, retirando as folgas.

Além disso, os limpadores internos e externos dos discos devem ser ajustados e substituídos em caso de desgaste.

Também é importante seguir as recomendações do fabricante, tanto nas checagens quanto nas regulagens.

Agora que você sabe mais sobre a checagem e regulagem de plantadeira de soja, vamos para os cálculos da quantidade e número de sementes:

Cálculo da quantidade de sementes por hectare e metro linear

Para realizar os cálculos de sementes por hectare nas nossas lavouras, basta seguir os cálculos abaixo.

O estande inicial de soja pode variar de 200 a 400 mil plantas por hectare, idealmente.

Assim, sabendo as fórmulas abaixo temos como conferir a regulagem da plantadeira:

8-regulagem-de-plantadeira-de-soja

(Fonte: Anselmi, Spekken e Molin em A Granja)

Então, supondo um cenário de:

  1. Estande = 350.000 sementes/ha;
  2. Espaçamento = 0,45 m;
  3. Poder germinativo = 98% (informação no saco da semente evitando confusões);
  4. Sobrevivência = 95% (estimado).

Sementes/ha = 350.000/ 0,98x 0,95 = 375.939,9 sementes/ha

Metros Lineares ou metros de sulco/ha  = 10.000/0,45m = 22.222,22 metros lineares

Sementes/metro = 375.939,9/ 22.222,22 = 17 sementes em cada linha de plantio.

Andar com a plantadeira 10 metros e coletar as semente depois de 5 metros rodados, já que assim a velocidade da máquina e a dosagem de sementes foi estabilizada.

Desse modo, em 5 metros o valor total coletado deve ser próximo de 17 x 5 = 85 sementes.

Calculadas as sementes, vamos para os cálculos de fertilizantes:

Regulagem de plantadeira de soja e cálculo da quantidade de adubo

Algumas semeadoras também adubam o sulco de semeadura, sendo que o fertilizante deve ficar ao lado ou abaixo da semente.

As partes responsáveis pela distribuição do adubo devem ser checadas e reparadas se houver necessidade.

Devido ao fertilizante ser um produto com características salinas, as peças envolvidas nestas distribuições podem apresentar oxidações.

Dessa forma, é comum ocorrer o travamento da transmissão destes mecanismos.

Como teste rápido, pode-se tentar girar o eixo responsável pela distribuição com uma chave ou manivela, o sistema deve virar sem muito esforço.

Para correta distribuição de fertilizantes, deve-se verificar o estado dos rotores denteados e das roscas sem-fim.

No caso das roscas sem-fim, deve-se checar as bases do distribuidor. Se as peças das bases estiverem muito desgastadas devem ser substituídas, a fim de evitar quebras durante o plantio.

Após essa checagem, vamos para o cálculo do adubo:

Cálculo do adubo para regulagem de plantadeira de soja

Passe a área de hectares para metros lineares:

1 ha/ espaçamento da cultura (m)

10000m²/0,45m = 22.222 metros lineares

Supondo 500 Kg de adubo por hectare:

500 kg/22.222 metros lineares = 0,0225 Kg

Ou seja, em 1m a plantadeira coloca 0,022 Kg ou 22,5 g de adubo.

Se você preferir, é possível conferir apenas em um metro linear se há 22,5 g de fertilizante.

Mas você pode testar melhor ao andar 10 metros com a plantadora, coletando o adubo após 5 metros caminhados, onde devemos ter um valor de 22,5 x 5 = 112,5 g de adubo.

Caso os volumes coletados estiverem fora dos calculados, novas regulagens nas engrenagens devem ser realizadas até que se atinja o número desejado de adubo.

Agora que temos a quantidade adequada de adubo e semente que serão requeridas, vamos para outros cuidados fundamentais:

Outros cuidados fundamentais com a regulagem de plantadeira de soja

Outros cuidados devem ser tomados para o sucesso da operação de semeadura, dentre eles podemos citar:

  • Velocidade de semeadura de 4 a 6 Km/h;
  • Calibragem dos pneus;
  • Engrenagens em perfeito estado (limpas e lubrificadas);
  • Lubrificação das correntes;
  • Verificação de pinos e contrapinos;
  • Lubrificação geral da máquina e graxeiras.

Além desses fatores citados, de uma maneira geral, as peças com defeito devem ser listadas e trocadas.

Faça isso de preferência antes da plantadeira iniciar a semeadura, e assim possibilitar maiores eficiências operacionais e gerenciais.

Ademais, a procedência das peças adquiridas deve ser levada em conta, uma vez que as peças originais garantirão melhores desempenhos.

A qualidade da operação também depende do operador.

Os funcionários ou operadores das plantadeiras devem saber tudo o que acontece com as máquinas e possuir treinamento especializado para realização da operação.

A manutenção preventiva é a mais recomendada, uma vez que máquina quebrada durante a curta janela de semeadura poderá ocasionar no fracasso na cultura.

Com o Aegro é possível programar alertas de manutenção e recebê-los no seu e-mail

Para saber mais sobre manutenção preventiva e corretiva, acesse:

O que você precisa saber sobre regulagem e manutenção de implementos agrícolas “.

Além disso, também vale a pena verificar o vídeo da Embrapa, Canal Rural e Projeto Soja Brasil com as principais dicas na semeadura da soja:

(Fonte: Embrapa)

Tecnologias para melhorar a semeadura e evitar falhas

Existem no mercado uma infinidade de sensores e produtos que podem ser acoplados às linhas de semeadura e permitem a checagem em tempo real da qualidade da operação.

Tais sensores óticos calculam quantas sementes caíram em cada porção da lavoura, horas trabalhadas, rendimento operacional, população de sementes e possibilitam a análise de qualidade do plantio aos produtores.

11-regulagem de plantadeira de soja

(Fonte: John Deere, MPA2500)

Estes sensores também auxiliam e avisam em tempo real a ocorrência de algum problema em alguma linha de semeadura, como entupimento ou falhas.

Dessa forma, com estes sensores é possível checar plantas duplicadas e falhas no estande.

A agricultura de precisão também entra nesse contexto de tecnologias na agricultura que ajudam no plantio.

Outro fator importante da semeadura é o seu planejamento e acompanhamento de custos.

Antes mesmo de colocar a semente no solo é preciso estar consciente de todo o custo da operação, inclusive dimensionando a quantidade de máquinas agrícolas e pessoal envolvido corretamente.

Além disso, o acompanhamento dos custos da semeadura e de toda a safra permite verificar o que está ou não dando certo, evitando desperdícios e melhorando a gestão.

Isso fica muito mais fácil quando realizado em um software agrícola, trazendo agilidade e segurança para sua tomada de decisão.

O Elivelton, por exemplo, percebeu que o seu custo de manutenção era tão alto que compensava a compra de uma nova máquina. Veja esse caso de sucesso real aqui.

Conclusão

Para o sucesso do plantio, vários são os fatores que devem ser levados em conta, inclusive,  se o maquinário estiver pronto para o uso e devidamente calibrado e regulado.

Essa pode ser a diferença entre o sucesso ou o fracasso da safra.

O plantio é uma das operações mais importantes nas lavouras, e uma vez que os estandes estiverem bem semeados e as lavouras bem implementadas, maiores serão as chances de sucesso.

Como qualquer máquina agrícola, a plantadeira também exige regulagens, planejamento e acompanhamento, e o produtor que as realiza sai na frente no plantio!

Agora que você já sabe como fazer a regulagem de plantadeira de soja, ficou alguma dúvida? Quer saber mais sobre novas tecnologias acoplados às máquinas? Deixe seu comentário abaixo.

Semeadoras plantio direto: Como encontrar a melhor para sua fazenda

Plantadeira plantio direto: as melhores do mercado, as principais funções para você se atentar e mais dicas para não ter falhas na semeadura.

Semeaduras inadequadas podem ocasionar perdas na emergência de 15% ou mais na cultura do milho.

Se cada planta de soja produz em média 18 g de grãos, com a falta de emergência de uma planta por metro linear já perdemos 6 sacas de soja por hectare.

Você pode perceber como é importante a escolha correta das semeadoras.

E existe uma infinidade de máquinas presentes no mercado que podem atender às nossas condições, especialmente em plantio direto.

Mas como saber qual é a máquina ideal?

Veja agora quais são os melhores tipos de semeadoras e outras dicas para não perder mais nenhuma saca devido ao plantio:

Quais as principais funções de uma plantadeira?

As funções básicas de uma plantadeira podem ser classificadas como:

  • Armazenamento de sementes;
  • Promover a liberação controlada das sementes;
  • Distribuir corretamente a semente no terreno;
  • Preparar o leito de semeadura;
  • Cobrir as sementes;
  • Adensar o solo ao redor das sementes.

Além disso, as máquinas podem ser divididas quanto a forma de distribuição das sementes.

Essa distribuição pode ser à lanço, aérea e terrestre ou linhas.

No caso da distribuição em linhas, há duas formas de semeadura:

  1. Fluxo contínuo: sem precisão entre sementes/sementes miúdas, conhecida convencionalmente como semeadora;
  2. De precisão: dosadas uma a uma, conhecida convencionalmente como plantadora.

Partes constituintes mais importantes das semeadoras

As partes que possibilitam que as funções das plantadeiras (citadas acima) possam ser realizadas corretamente são:

  • Mecanismos dosadores de sementes;
  • Mecanismos dosadores de adubo (se houver);
  • Sulcadores;
  • Mecanismos para corte de palha – discos de corte (plantadeira plantio direto);
  • Controladores de profundidade;
  • Cobridores de sulco;
  • Mecanismos de compactação;
  • Reservatório de sementes;
  • Mecanismos de transmissão;
  • Tubos condutores de sementes;
  • Marcadores de linha;
  • Rodados.
plantadeira plantio direto

(Fonte: Semeato em Campo e Lavoura)

Além do mais, os mecanismos devem estar calibrados corretamente para execução da boa semeadura.

Para a melhor calibração você deve se atentar ao manual da semeadora, ou mesmo consultar o revendedor ou site do fabricante.

Isso porque, as particularidades entre máquinas são muitas, e você deve adequá-las ao seu ambiente da fazenda.

Qual a diferença para uma plantadeira plantio direto?

Uma plantadeira plantio direto realiza a semeadura em áreas sem o preparo convencional do solo e com a presença de cobertura vegetal. Assim, ela deve mobilizar o mínimo necessário o solo, apenas nas linhas de semeadura.

A principal diferença de uma plantadeira plantio direto é que ela deve, além das demais funções que já comentamos, cortar a palha e abrir o sulco afastando-a.

Infelizmente, às vezes temos problemas para cortar e afastar a palha corretamente.

Por isso, vale a atenção redobrada na manutenção dessas máquinas agrícolas: as trocas de peças e regulagens não podem ser deixadas de lado.

Nesse sentido, saiba mais sobre regulagens em: “Como fazer a regulagem de plantadeira de soja e garantir a lavoura”.

A equipe de operadores também deve ser devidamente treinada, conhecendo todo o potencial da plantadeira plantio direto em questão.

Além disso, fique atento para os restos vegetais presentes na sua área antes da semeadura.

Se os restos estiverem mal distribuídos ou forem de grande tamanho, é provável que a plantadeira plantio direto “embuche”.

Por isso, a máquina que manejou a cultura de cobertura ou a cultura anterior deve ser adequada para picar e distribuir bem os restos vegetais.

As plantadeiras, ou semeadoras, podem ainda ser classificadas naquelas que realizam ou não a adubação em conjunto com a semeadura.

Semeadoras adubadoras: principais características

É comum optar por plantadeira plantio direto que possua a função de adubação também.

Para semeadoras adubadoras de sementes graúdas (milho, soja, etc.) em plantio direto, deve-se buscar:

  • Carrinhos de sementes independentes e desencontrados;
  • Sistema pantográfico, principalmente nas sementes;
  • Boa flutuação vertical nos carrinhos;
  • Sulcadores que mobilizem pouco o solo;
  • Diversas opções de regulagens;
  • Fácil troca de sulcadores.
2- plantadeira-plantio-direto

(Fonte: Grupo Cultivar)

Semeadoras sem adubadoras

São máquinas que realizam a semeadura, mas não possuem depósitos de fertilizantes acoplados à máquina.

Para estes casos é necessário a realização de duas operações na área: uma máquina realizará  a semeadura da cultura e outra a adubação, na maioria das vezes a lanço.

Desse modo, é possível a realização da adubação antecipada no sulco de semeadura utilizando ferramentas de agricultura de precisão disponíveis no mercado.

A vantagem dessas semeadoras sem o depósito de adubos são os ganhos em rendimento operacional. Uma vez que, retirados os depósitos de fertilizantes é possível acoplar um maior número de linhas e ganhar em escala.

São máquinas maiores e utilizadas em terrenos extensos e relativamente planos, como temos nos cerrados brasileiros.

Assim, as máquinas que vêm se destacando  neste cenário são as famosas DBs da John Deere.

Tratam-se de  plantadoras de grandes dimensões para agricultores de média e grande escala. As máquinas variam de 23 a 48 linhas.

Algumas máquinas possuem capacidade operacional de até 18 hectares por hora, o que auxilia nas curtas janelas de semeadura, encontrados em diversas regiões brasileiras.

Opções de máquinas semeadoras sem adubadoras

A DB74 (48 linhas) e a DB50 (32 linhas) da John Deere são máquinas que se destacam nesse cenário.

3-plantadeira-plantio-direto

Plantadeira plantio direto DB74 48 linhas
(Fonte: John Deere)

O plantio sem adubação na linha, com disco duplo na semente e o sistema VacuMeter permitem velocidades maiores no deslocamento, podendo chegar até 12 km/h.

Além disso, os carrinhos do tipo pantográfico auxiliam na melhor distribuição de sementes na profundidade correta, e com isso, tem-se uma melhor emergência de estande.

Semeadora múltipla: é possível sementes miúdas e graúdas

Esta plantadeira é conhecida como multissemeadora, semeadora 2 em 1, ou ainda semeadora múltipla.

A mesma máquina possui mecanismos que são capazes de executar semeaduras tanto de fluxo contínuo quanto de precisão.

Tais máquinas possibilitam que sejam realizadas algumas alterações nos mecanismos dosadores e distribuidores.

Com essas alterações é possível semear desde culturas de inverno, como também de verão.

Essas multissemeadoras são mais comuns nas pequenas propriedades, uma vez que com apenas uma máquina, ambas as operações podem ser executadas.

No entanto, a complexidade da regulagem das peças para as operações fazem com que elas não sejam muito utilizadas.  

Além disso, as multissemeadoras exigem certa capacitação e pessoal qualificado para realização das manutenções, substituições e troca de componentes para cada operação.

>> Leia mais: “Plantio direto na soja: Como fazer ainda melhor na sua lavoura”.

Opção de semeadora múltipla

Uma das semeadoras múltiplas presentes no mercado é a linha SHM 11/13 e 15/17 da Semeato.

Embora sejam múltiplas, são semeadoras versáteis e de fácil manuseio e regulagem. Ideais para pequenas e médias propriedades.

Assim, a distribuição de sementes miúdas é realizada por meio de rotor acanalado helicoidal, com abertura de acordo com o tamanho das sementes.

Já a distribuição de sementes graúdas é realizadas por meio de discos alveolados, que devem ser trocados dependendo do tamanho de cada semente a ser plantada.

Agora que vimos sobre essas semeadoras, vamos para outro tipo de máquina:

Semeadoras de precisão (ou de sementes graúdas)

São as plantadeiras que fazem a semeadura e adubação de sementes graúdas, como o milho ou soja.

Assim, as sementes são depositadas no solo uma a uma, com distância (em geral) uniforme.

Essa distribuição uniforme é o resultado do mecanismo dosador-distribuidor e do deslocamento da máquina.

Opções de semeadora adubadoras de precisão

Uma semeadora muito boa presente no mercado para semeadura em plantio direto é a PST3 da Tatu Marchesan de 8 a 12 linhas para o espaçamento 0,45m e 0,50m entre as linhas.

A plantadora possui chassi reforçado e resistente, corte eficiente da palhada, uniformidade da adubação, plantio do estande correto e na profundidade certa com linhas de plantio do tipo pantográfica.

Suas regulagens são fáceis de serem realizadas e possui boa capacidade tanto para sementes quanto para adubos.

São 45 litros para cada linha de sementes e 400 Kg por caixa de adubo, o que diminui o tempo para reabastecimento e aumenta os rendimentos operacionais.

Veja também: “Guia para iniciantes sobre Agricultura de Precisão (AP)

Tecnologias envolvendo semeadoras

Hoje em dia, existem uma infinidade de acessórios que auxiliam os produtores no momento da semeadura perfeita. Veja algumas delas:

Monitores de sementes

Estão presentes no mercado, sensores com fotocélula que realizam a contagem de sementes que foram introduzidas na área em cada tubo condutor de sementes.

Dessa forma, erros operacionais de entupimento de linhas de semeadura podem ser evitados em tempo real.

Um sinal sonoro é emitido sempre que existirem problemas com a semeadura, auxiliando os operadores na execução correta da atividade.

Controladores de seção no plantio

Outra tecnologia bacana para quem busca otimização e intensificação da semeadura são os controladores de desligamento de seção.

Com esta ferramenta é possível reduzir gastos extras com sementes.

Ela mantém os espaçamentos corretos de semeadura, mesmo nas bordaduras ou fechamento das quadras, aumentando a eficiência de campo operacional.

Estimativas falam sobre a margem de sobreposição de 2,6% da área total semeada, sem a utilização desse sistema.

Normalmente essas tecnologias de semeadoras existem em máquinas novas, mas será que sempre compensa uma plantadeira plantio direto nova ou melhor investir na usada?

Plantadora nova X plantadora usada

É uma dúvida de muitos produtores: compro uma plantadora nova ou usada?

Atualmente existem diversas linhas de crédito que auxiliam a compra de máquinas novas.

Um programa de financiamento é o “Moderfrota”, disponível com taxa de juros pré fixada de até 7,5% ao ano aos produtores que possuem faturamento anual de até R$ 90 milhões e 9,5%  daqueles que faturam acima de R$ 90 milhões.

A aquisição de máquinas usadas pode ser uma solução também, porém, o estado da máquina a ser adquirida deve ser muito bem avaliada.

Se os custos com manutenções e peças de reposição forem altos e o rendimento operacional for prejudicado, vale sempre buscar alternativas para aquisição de máquinas novas.

No entanto, fica difícil essa avaliação se você não tem os custos reais de toda a sua produção, especialmente as máquinas e seus abastecimentos.

Com o Aegro é possível visualizar seus custos de abastecimento de modo muito mais fácil e rápido

Veja aqui como o agricultor Elivelton descobriu, por meio de dados reais, que compensava comprar uma nova máquina devido aos custos de manutenção da antiga.

Cálculo de rendimento operacional: Quanto a máquina consegue trabalhar por dia?

Vamos aprender a calcular o rendimento operacional da plantadeira plantio direto

Exemplo de uma DB74, da John Deere, plantando soja:

6-plantadeira-plantio-direto

(Fonte: John Deere)

Dessa forma, conseguimos calcular o quanto em hectares conseguimos plantar em um dia de trabalho de 10h.

Se eu tenho que plantar 2000 ha e meu rendimento operacional é de 182,25 ha/dia:

2000 ha/182,25 ha/dia = 10,97 dias

Precisaremos de uma janela de plantio de aproximadamente 11 dias para realizar a operação com essa máquina.

Se a minha janela de plantio for menor que esses 11 dias, uma solução é terceirizar parte do plantio. Outra solução seria aumentar a jornada de trabalho diário.

A compra de outra máquina que fique ociosa pode acarretar em custos desnecessários, por isso o bom planejamento agrícola é essencial para o sucesso das operações.

Plantadeira plantio direto ou Plantadora? Semeadeira ou semeadora?

Você pode perceber que ao longo do texto utilizei várias denominações. Isso porque estamos em um conversa informal.

No entanto, no conceito teórico, ocorreu em 2011, um fórum para padronização destes termos no meio acadêmico.

Esse fórum ficou conhecido pelo seu tema de “Terminologia de Máquinas Agrícolas” e foi inserido na programação do Conbea (Congresso Brasileiro de Engenharia Agrícola).

As diferenças, basicamente, dependem da operação que cada máquina realiza.

A semeadora é a máquina que acoplada a um trator agrícola realiza a operação da semeadura das culturas, ou seja, introduz sementes de plantas no solo.

A plantadora é a máquina que realizará o plantio das culturas e inserção no solo de partes vegetativas de plantas como bulbos, colmos e tubérculos.

Além disso, a transplantadora é a máquina que realizará o transplantio das culturas nas nossas lavouras, inserindo plântulas ou mudas no solo em seu estágio inicial.

Como exemplos das três operações podemos citar:

  • Semeadura: soja, milho, feijão, aveia
  • Plantio: cana, mandioca, batata
  • Transplantio: eucalipto, café, tomate

Portanto, como em plantio direto normalmente temos grãos, ocorre a semeadura dos mesmos.

Qual é o correto: semeadeira ou semeadora?

Geralmente o sufixo “ora” remete a máquina agrícola que realiza a operação.

E o sufixo “eira” remete a pessoa que planta ou semeia, por exemplo plantadeira e semeadeira.

Assim, o mais correto seria “semeadora”.

Conclusão

Existe uma infinidade de máquinas presentes no mercado. Aqui neste artigo, cito algumas que estão mais presentes nas fazendas que visito. Cada máquina e cada produtor deve avaliar o que é melhor para sua fazenda.

Máquinas grandes que ficam ociosas devem ser evitadas, enquanto que máquinas pequenas que possuam baixos rendimentos operacionais também. Cada operação deve ser bem planejada, iniciando como planejamento da safra e safrinha.

Os bons gestores conseguem aumentar seus rendimentos operacionais com as máquinas certas. Os ótimos gestores conseguem fazer exatamente a mesma coisa, e ainda reduzir os custos operacionais!

>> Leia mais:

Moderfrota: veja o que é preciso para conseguir recursos

4 tipos de implementos agrícolas e quais são seus usos

O que você precisa saber sobre regulagem e manutenção de implementos agrícolas

Como fazer fluxo de caixa sem complicação na sua fazenda

E você? Já utiliza algumas dessas máquinas citadas? Utiliza alguma plantadeira plantio direto específica? Sabia que existiam semeadoras múltiplas? Assine nossa newsletter para receber outros artigos direto em seu e-mail.

Como gerenciar seu maquinário agrícola

Maquinário agrícola: veja como otimizar seu rendimento operacional, dicas sobre manutenção do maquinário, abastecimento e muito mais!

Máquinas agrícolas necessitam de cuidados periódicos, assim como nós, que vamos ao médico para realização de exames de rotina.

A correta manutenção, além de manter o bom funcionamento dos equipamentos, aumenta sua vida útil e você evita gastos desnecessários.

Com o melhor gerenciamento, os danos prematuros também são evitados e o rendimento operacional aumenta.

Você quer saber algumas dicas e conceitos para melhor utilização e gerenciamento do maquinário agrícola?

Neste artigo, você verá como abastecer corretamente sua frota, como otimizar seu rendimento operacional e muito mais! Veja a seguir:

[form-post-v2]

Custo do maquinário agrícola e indicadores de eficiência

Fazer as máquinas trabalharem mais, gastando menos, pode parecer impossível, mas com o correto gerenciamento isso é viável.

As despesas com reparos e manutenção compõem um dos mais elevados custos operacionais das máquinas e implementos agrícolas usados.

Alguns fatores contribuem para acelerar os desgastes e aumentar os custos das máquinas agrícolas.

Dentre eles:

  • O uso intensivo das máquinas;
  • Falta de manutenção preventiva;
  • Qualidade das peças de reposição;
  • Treinamento inadequado dos operadores.

Com a manutenção adequada e o armazenamento correto das máquinas e implementos agrícolas, o tempo perdido com paradas para correção de eventuais problemas são minimizados.

O custo de acompanhamento da frota é bem menor do que quando existe a necessidade de parada do equipamento para manutenção corretiva (Alvarez, 1991).

Para checar a eficiência do maquinário agrícola, preste atenção aos seguintes fatores:

  • Nível de fluidos (cárter, transmissão, radiador etc.);
  • Pressão e estado de conservação dos pneus;
  • Filtros de ar;
  • Pontos de engraxe;
  • Sistemas elétricos (partida, luzes etc);
  • Lastreamento;
  • Treinamento dos operadores.

Quando algo não vai bem, isso reflete nos custos dos implementos e máquinas agrícolas.

No entanto, se você não tem um controle sobre esses custos, fica difícil perceber esses gastos e corrigir o problema.

Aegro é um aplicativo de gestão agrícola que te auxilia a calcular o custo operacional do maquinário, a capacidade efetiva de trabalho e o consumo de combustível por hectare.

Você consegue todos esses indicadores de modo muito mais automático, simples e seguro.

demonstrativo dos custos operacionais do maquinário no aplicativo Aegro

Com o Aegro, você pode controlar a quantidade de combustível utilizada nas operações e vincular estes valores ao custo realizado em cada talhão.

Para conhecer mais sobre como fazer isso no Aegro, acesse: Custos do maquinário e indicadores de eficiência das máquinas.

Um dos principais componentes desses custos do maquinário agrícola é o combustível. E é sobre isso que vamos falar a seguir:

Abastecimento da frota: qual o melhor jeito de fazer

O correto abastecimento da frota é outro fator muito importante para garantir melhor gerenciamento das nossas máquinas agrícolas.

Na medida em que as operações vão se realizando e o combustível vai sendo consumido, os vapores se acumulam dentro do tanque.

É recomendado o abastecimento no final da jornada de trabalho, com o trator ainda quente e preenchendo totalmente o tanque (Mialhe, 1980).

Dessa forma, abastecer no final do turno expulsa os vapores de água acumulados dentro do tanque das máquinas e impede a contaminação do combustível.

Se os operadores não abastecerem as máquinas no mesmo dia, o vapor dentro dos tanques irá condensar nas paredes.

Essa água irá se misturar ao óleo diesel do tanque, provocando possíveis contaminações.

Assim, o óleo diesel misturado com água poderá causar desgastes acelerados e possíveis corrosões nas peças dos motores e de todo conjunto de alimentação do maquinário.

Além de desgaste acelerado de peças, o combustível misturado com água se torna menos eficiente durante as operações, acarretando em maiores gastos de combustível dos equipamentos.

No entanto, como o trabalho se encerra no campo próximo ao horário de saída dos funcionários, muitos não o fazem.

Por isso, são necessárias algumas simples mudanças no planejamento das atividades nas fazendas por parte dos gestores das atividades.

banner planilha combustíveis

Para evitar o desgaste desnecessário de peças e outros problemas, inclusive com combustíveis, também é necessário entender melhor sobre o lastreamento da frota:

Lastreamento da frota e pressão dos pneus

O lastreamento é o peso do trator que deve ser adequado para as operações agrícolas, evitando acidentes e desgaste de peças.

Assim, o lastreamento dos tratores, bem como as calibrações dos pneus devem seguir o manual do fabricante para cada tipo de operação.

Pressões acima do recomendado auxiliam no aumento da patinagem. Já pressões muito baixas aceleram o desgaste dos pneus, podendo danificá-los.

O peso excessivo ou abaixo do recomendado resulta em prejuízos nas máquinas agrícolas, como mostra a figura abaixo:

tabela que mostra o que ocorre com o trator com peso de trabalho incorreto, excesso ou insuficiência - maquinário agrícola

(Fonte: Alisson Henrique em Revista RPA News)

Outro fator importante para manter todo o maquinário em ordem são as manutenções. Vou explicar melhor:

Manutenção das máquinas agrícolas

As máquinas agrícolas mais recentes possuem inúmeras funcionalidades que auxiliam os operadores no correto manuseio e uso dos equipamentos.

Os painéis possuem uma infinidade de alarmes e luzes que indicam funcionamento ideal ou não dos componentes envolvidos.

Alguns dos itens mais comuns que podem ser visualizados no painel de instrumentos são:

  • Temperatura além do intervalo;
  • Rotação do motor;
  • Indicador de restrição de passagem de ar;
  • Falta de lubrificação;
  • Nível de combustível.

Nesse sentido, aquele sinal de luz  apontando restrição da passagem de ar pelo filtro é indicativo de baixa eficiência do elemento filtrante.

Como consequência direta desse fator, o motor pode perder potência, provocar aumento do consumo de combustível, bem como danos de superaquecimento.

Aliás, hoje já é possível gerenciar as manutenções de nossas máquinas em softwares agrícolas, que nos avisam quando é hora de trocar ou óleo ou realizar uma checagem geral.

No Aegro, por exemplo, você programa o recebimento alertas via e-mail para garantir que não se esqueça de realizar a manutenção preventiva das suas máquinas.

Como já citamos brevemente, para que tudo corra bem com as máquinas agrícolas é primordial o planejamento agrícola. E é exatamente sobre isso que vamos nos aprofundar no próximo tópico!

Planejamento do maquinário

O planejamento do maquinário agrícola é fundamental para o correto dimensionamento da frota a ser adquirida pela propriedade.

Máquinas paradas ou quebradas custam muito caro a todos produtores.

As máquinas agrícolas deveriam trabalhar na maior parte do tempo e apenas parar para reabastecimento ou manutenções preventivas.

Um bom gestor sabe a importância da realização de um bom planejamento agrícola.

Assim, ele conhece a necessidade de máquinas para cada cultura e operações a serem realizadas nas fazendas.

Se somente para uma propriedade o planejamento já era necessário, imagine agora com o surgimento das cooperativas que compartilham o uso do maquinário agrícola.

Dessa forma, é evidente que esses produtores têm ciência da necessidade de um planejamento da utilização compartilhada dessas máquinas.

Além disso, o conhecimento prévio dos serviços prestados por terceiros pode ajudar os produtores na escolha frente às operações agrícolas.

Cabe a você dimensionar a sua frota e calcular qual é a saída mais vantajosa.

E é claro que, com um planejamento agrícola considerando todos os custos, fica muito mais fácil de visualizar qual a melhor estratégia.

demonstrativo de custos realizados no aplicativo Aegro

Com o Aegro, você faz o planejamento orçamentário da sua safra e obtém uma análise de custos detalhada para cada item do seu maquinário

Afinal, como fazer para aumentar o rendimento do maquinário agrícola?

Hoje em dia existem diversas maneiras de aumentar o rendimento operacional das máquinas agrícolas.

Como comentamos, uma boa manutenção preventiva e regulagens asseguram que grande parte das peças não quebrem no meio da operação.

Além disso, já existem sistemas que possibilitam o acompanhamento em tempo real ou quase instantâneo dos componentes das nossas máquinas.

É possível saber e gravar informações de qualidade das operações realizadas pelas máquinas nas nossas lavouras.

Também existem sistemas eletrônicos que gravam as rotações de trabalho utilizadas durante a operação e outras informações.

Temperatura e pressão do óleo, velocidade de deslocamento das máquinas são exemplos dessas informações.

Com esse banco de dados em mãos, é possível que os gestores ou produtores analisem os dados e gráficos e realizem melhores ajustes no maquinário.

Ademais, sempre trabalhe em faixas ideais de rotação para cada operação, o que é vital para a economia de combustível nas máquinas agrícolas.

Dessa forma, para aumento do rendimento das máquinas, é necessário o correto dimensionamento de tratores e tipos de implementos agrícolas que irão realizar cada operação é essencial.

Um trator agrícola mais potente às vezes é mais econômico do que um trator de menor potência que trabalha no limiar de sua força de tração.

O trator trabalhando em altas rotações do motor consome mais combustível do que outro que trabalha em uma faixa mais econômica.

Conclusão

Neste artigo você aprendeu como realizar as manutenções corretas no seu maquinário agrícola para melhor desempenho.

Conversamos também sobre a correta maneira de abastecer sua frota sem causar contaminações do combustível nos tanques das máquinas.

Vimos que muitas máquinas possuem sistemas que auxiliam na hora da realização de alguma checagem ou manutenção e discutimos sobre como aumentar o rendimento do maquinário.

Ainda mostramos que existem empresas e softwares que facilitam os cálculo dos custos operacionais e nas análises dos dados da safra.

Assim, percebemos que o planejamento das operações e máquinas agrícolas juntamente com a análise dos dados posteriores, é essencial para o bom gerenciamento das máquinas agrícolas.

>> Leia mais:

Depreciação de máquinas: Todos os cálculos de forma prática

Como escolher a colheitadeira ideal para sua lavoura

Máquinas para culturas de inverno: Diferentes tipos e particularidades

Agora você já sabe como gerenciar melhor suas máquinas agrícolas! Restou alguma dúvida? Quer saber mais sobre manutenções do maquinário agrícola? Deixe seu comentário abaixo.

De que forma o plantio direto contribui para a fertilidade do solo?

Por que o plantio direto contribui para a fertilidade do solo? Essa é a pergunta que irei te responder neste artigo. Então confira!

Não é à toa que cada dia o sistema de plantio direto ganha novos adeptos.

Segundo dados da Embrapa Soja de 30 anos de estudo o sistema de plantio direto mostrou 60% a mais de produção em relação ao convencional.

O revolvimento mínimo no solo propicia aumento do teor de matéria orgânica, diminui as erosões, além de inúmeros outros fatores que colaboram com a fertilidade do seu solo.

Você provavelmente já sabe de alguns benefícios do SPD (Sistema de Plantio Direto), mas talvez não tenha se atentado para toda a sua importância quanto à fertilidade do solo e nutrição de plantas.

Então, confira neste artigo as principais dicas sobre o plantio direto, seu impacto na fertilidade do solo e toda sua importância para a agricultura brasileira.

O que é plantio direto e seus princípios

O plantio direto é um método de manejo baseado no revolvimento mínimo dos solos, com cobertura do mesmo e diversificação de culturas.

Assim, no sistema de plantio direto (SPD) não há revolvimento do solo por arados ou grades, além da formação de palhada e rotação de culturas.

No Brasil, ele foi introduzido a partir da década de 1970, inspirado em modelos europeus e norte-americanos.

Nos EUA e na Europa era necessário o revolvimento do solo para aquecê-lo, uma vez que os solos ficavam cobertos com neve e isto prejudicava o desenvolvimento das sementes.

Assim, segundo especialistas como Dirceu Gassen, aqui em ambiente tropical e subtropical, o revolvimento não é necessário.

Na verdade, muitos defendem que o revolvimento das áreas poderá até ser prejudicial.

Isso porque ele afeta a estrutura dos agregados nos solos e pode acarretar em maiores incidências de plantas daninhas.

O sistema de plantio direto possui 3 princípios:

1. Mínimo revolvimento do solo

Para que o revolvimento do solo seja mínimo, o indicado aos produtores é que apenas o solo na linha de semeadura seja mobilizado.

Para que isso seja realizado todos os anos, o preparo inicial das áreas é essencial.

Neste preparo inicial deve ser realizado correção das camadas superficiais com a calagem, e se necessário, a correção nas camadas mais profundas por meio da gessagem.

Para saber mais sobre realização da calagem e gessagem confira o artigo “Como fazer calagem e gessagem nas culturas de soja, milho e pastagem”

2. Manutenção do solo coberto

A manutenção do solo coberto, seja por meio de palhada ou plantas vivas deve ser realizada durante o ano todo, o que é bem possível no nosso clima.

No entanto, em ambientes tropicais como esses, a cobertura do solo deve ser bem planejada, uma vez que as condições climáticas favorecem a rápida decomposição do material vegetal.

Veja como realizar adubação verde e utilizar culturas de cobertura neste artigo “Adubação verde e cultura de cobertura: Como fazer?”

3. Rotação das culturas

Quando o assunto é a diversificação das culturas, este é um dos pontos chave a serem levados em conta na hora do planejamento de seu sistema de plantio direto.

Deve-se realizar sistemas de rotação, sucessão e/ou consorciação de culturas.

A diversificação de culturas prevê inúmeros benefícios ao solo quando bem planejada e organizada.

Desse modo, a combinação de espécies vegetais com características diferentes auxiliam no manejo integrado de pragas, doenças e plantas daninhas.

Ademais, diferentes espécies possuem diferentes raízes que perfuram o solo e liberam substâncias.

Isso melhora a estrutura do solo, favorecendo a formação de macro e microporos, o que aumenta a retenção de água, a descompactação do solo e outros, sendo fundamental para o aumento de fertilidade do seu solo.

Todos esses princípios do SPD contribuem para as condições físicas, químicas e biológicas dos solos, e vamos entender melhor sobre eles, começando pela cobertura do solo:

por-que-plantio-direto-fertilidade-solo

(Fonte: Geoview)

Cobertura do solo: como e porque fazer

Vale ressaltar que a manutenção da cobertura do solo é vital para o sucesso do plantio direto.

A formação de resíduos ou palhada sobre o solo é algo difícil de ser atingido para adoção do plantio direto em ambiente tropical.

Isso ocorre porque em condições de altas temperaturas e umidade a degradação ocorre  em velocidade muito elevada.

Assim, para manter uma cobertura vegetal consistente não podemos revolver o solo e devemos introduzir plantas com elevado potencial de produção de matéria seca.

Esse elevado potencial de produção de matéria seca é determinado pela composição química do resíduo, o qual afeta diretamente sua velocidade de decomposição.

A relação C/N do resíduo dessas plantas é o principal parâmetro a ser avaliado para se estimar o comportamento no solo.

A velocidade de decomposição do resíduo é diminuída quando a relação C/N diminui, já que quanto mais nitrogênio (N) maior a velocidade de decomposição.

Leguminosas têm, em geral, resíduos que se decompõem mais rápido quando comparados aos resíduos das gramíneas, já que sua relação C/N é menor.

Portanto, para ambientes em que temos a rápida decomposição dos restos culturais, deve-se optar pela introdução de gramíneas no sistema de plantio direto para criação e manutenção da palhada nas áreas.

Nas regiões onde a decomposição é mais lenta, pode-se optar por leguminosas ou outras espécies vegetais de mesmas características.

E por que essa cobertura de solo influencia a fertilidade do solo?

Por que o plantio direto contribui para a fertilidade do solo?

A conservação da palhada evita a destruição mecânica dos agregados do solo pela chuva e o arraste de terra provocado pela enxurrada, resultado dos processos erosivos.

Se este solo geralmente superficial não é levado pelas erosões, ele consequentemente armazenará mais nutrientes, fertilizantes e corretivos quando comparados com o manejo convencional.

Além disso, o não revolvimento do solo favorece populações de ciclo biológico longo como consumidores de palha, inimigos naturais, corós, grilos e cupins.

Com esse não revolvimento as raízes das plantas de safras anteriores se decompõe e se transformam em resíduos orgânicos, liberando nutrientes de forma mais gradual às plantas.

A matéria orgânica transforma-se em compostos de alta solubilidade nos solos, e tal fator associado a menor variação de temperatura propicia o melhor crescimento radicular.

O plantio direto ainda propicia o restabelecimento da fauna nativa dos agroecossistemas e condições favoráveis ao desenvolvimento de inimigos naturais, auxiliando no manejo integrado de pragas (MIP).

Ademais, como já falamos, a diversificação de espécies faz com que a estrutura do solo seja melhorada, resultando em maior retenção de água, maior exploração das raízes, e, assim, maior fertilidade do solo.

agua-no-solo-plantio-direto

Água disponível entre a capacidade de campo e o ponto de murcha permanente, para solo em SPD e sistema convencional, no cultivo do milho
(Fonte: Dalmago et al. em Almeira e Favarin, 2015)

Dicas de como começar a fazer um plantio direto

Os produtores que querem iniciar com o plantio direto devem pensar primeiramente na rotação de culturas a ser utilizada na área.

Ou seja, devem pensar e se planejar na diversificação de espécies a serem introduzidas nos sistemas e na formação de palhada.

Plantas que produzem grandes volumes de biomassa são as mais utilizadas, como por exemplo as braquiária e milheto.

Assim, as chamadas plantas de cobertura possibilitam a ciclagem dos nutrientes e quando morrem, a sua liberação na superfície do solo se dá por meio da decomposição da palhada.  

A obtenção da palhada sobre o solo também pode ser pelo consórcio de plantas.

Muitos produtores estão optando pelo plantio do milho nas culturas de verão, seja safra ou safrinha, consorciado com braquiária.

consorcio-milho-braquiaria

(Fonte: Rural Pecuária)

Esse consórcio tem se tornado um investimento de baixo custo para a melhoria da fertilidade solo.

Em áreas manejadas com plantio direto pelo consórcio milho-braquiária já há relatos de maior resiliência à estresses.

Isso também possibilita uma segunda ou até terceira safra, quando os produtores colocam o gado nas áreas, o que acabou sendo chamado de “safrinha de boi”.

Benefícios do Plantio Direto

Manutenção da temperatura do solo numa faixa ideal para as plantas;

Diminuição da perda de água por evaporação;

Reduz o impacto da gota da chuva na superfície do solo, reduzindo com isso as perdas de água e solo por erosão;

Aumento da atividade microbiana, e animal como um todo, do solo;

Melhora na estrutura do solo;

Redução das infestações de plantas daninhas.

plantio-direto-raízes

(Fonte: Pioneer)

Esses fatores auxiliam nos ganhos em produtividade das culturas, desde que bem realizados e manejados.

A temperatura ideal auxilia a emergência das sementes e contribuem para formação de um dossel mais homogêneo.

A diminuição das perdas de água por evaporação propicia aos produtores uma maior estabilidade de produção ao longo do tempo, especialmente em anos de seca, uma vez que mais água fica retida na palhada e na matéria orgânica do solo nesse sistema.

Com menores erosões nas áreas, água e nutrientes são mantidos no solo e auxiliam em melhores desenvolvimentos das culturas.

A rotação das culturas e construção de palhada no solo é o principal fator para que ocorra o algum incremento da matéria orgânica do solo.

Porém, é importante que aqueles que desejam praticar o plantio direto tenha em mente que isto é um trabalho a longo prazo, sendo necessário cerca de vários anos para que se consiga pequenos aumentos nos teores de matéria orgânica nos solos.

Resultados de pesquisas de mais de 30 anos da Embrapa Soja mostram que a cada 1kg de C orgânico acumulado no solo corresponde ao aumento de 1 kg por hectare na produtividade da soja.

E para isso, o mesmo estudo apontou a necessidade de 12 anos de manejo no sistema de plantio direto.

Áreas sem palhada ou cobertura vegetal, auxiliam a lixiviação dos nutrientes e perdas nas camadas mais profundas.

Isso, além de prejudicar o desenvolvimento das culturas, pode acabar poluindo os rios e cursos d’água com fenômenos como a eutrofização.

No entanto, para que todos esses benefícios sejam aproveitados, especialmente a melhora na fertilidade do solo, o SPD tem que ser bem feito, e isso envolve planejamento.

Plantio direto e planejamento agrícola

Os produtores que desejam começar o plantio direto em suas áreas devem planejar bem todas suas fases.

O planejamento agrícola é essencial para o sucesso de todo o ciclo do plantio direto, desde a instalação da cultura principal até as culturas de cobertura.

A decisão sobre a rotação de cultura pode deve ser feita com base no levantamento da área e no conhecimento das espécies da rotação.

Se você tiver problemas com nematóides, com certas espécies de plantas daninhas ou até algumas doenças, algumas espécies de cultura de cobertura podem ajudar.

Assim, faça uma escolha consciente de quais são as melhores espécies de cobertura, e a possibilidade de se fazer também o consórcio milho-braquiária.

Para isso ainda é necessário orçar os custos dessas práticas, contando com o benefício depois, mas sempre tendo em mente o capital que você tem disponível para a safra.

As máquinas utilizadas nesse sistema também possuem certas peculiaridades e é necessário certo nível de treinamento para realização das operações.

Recomendo fortemente que você anote em caderno, planilha ou software agrícola tudo o que será necessário para começar esse sistema, especialmente o orçamento.

Durante e após a safra também anote seus resultados, inclusive por talhão, e assim você saberá exatamente quais foram seus ganhos, seus gastos totais e como foram em relação àqueles orçados.

custoorçadoerealizado

Com o Aegro você consegue seu custo orçado e realizado de forma muito mais ágil e descomplicada

diagnostico de gestao

Conclusão

Aqui vimos porque o plantio direto contribui para a fertilidade do solo.

O sistema de plantio direto oferece soluções para os desafios atuais e futuros da agricultura quando o assunto é o aumento das produtividades e maior eficiência do sistema.

O plantio direto traz benefícios tais como: a maior retenção de água e facilidade de infiltração no solo, redução da erosão e perda de nutrientes.

Desse modo, o SPD contribui muito para a fertilidade do solo e, assim, para o aumento de produtividade.

Além disso, evita assoreamento de rios, auxilia a menor compactação do solo, economia de combustíveis e menor número de operações.

Entretanto, todos esses benefícios só ocorrem com as técnicas bem realizadas, exigindo um planejamento agrícola adequado.

E você? Já utiliza o sistema de plantio direto em sua fazenda? Pretende começar a utilizá-lo visando os  inúmeros benefícios que ele proporciona frente ao sistema convencional? Restou alguma dúvida? Adoraria ver seu comentário abaixo.

9 Tipos de implementos agrícolas mais importantes

Os implementos agrícolas são equipamentos usados para atividades agrícolas, e são conectados a algum sistema de tração. 

O uso desses equipamentos ajudam nas tarefas do campo, aumentando a agilidade e eficiência das atividades.

Existe um grande número de implementos e conhecer todos eles é fundamental para fazer boas escolhas.

Neste artigo, você saberá mais sobre os 9 principais tipos de implementos agrícolas, seus usos e o que considerar para fazer uma boa escolha. Confira!

O que é um implemento agrícola?

Os implementos agrícolas são equipamentos acoplados a algum sistema de tração, como máquinas e tratores, para ajudar a executar uma atividade específica. 

É comum estarem presentes em várias tarefas, desde o preparo do solo até o fim do ciclo da cultura

A principal diferença entre máquinas e implementos agrícolas é que um implemento agrícola não tem um sistema motriz, ou seja, não se move sozinho.  

Cada tipo de implemento tem uma função bastante, por isso é importante você ter os equipamentos corretos para o tipo de atividade que exerce na propriedade. 

9 tipos de implementos agrícolas mais usados

Existe uma grande variedade de equipamentos, que podem ser puxados por tratores ou, em alguns casos, ser utilizados manualmente. Confira os 9 implementos agrícolas mais usados e importantes para se ter na fazenda:

1. Arados

Os arados são implementos agrícolas usados no preparo do solo e servem para arar e descompactar a terra para o cultivo das plantas. Sua atuação é na camada superficial da terra e sua principal função é propiciar melhores condições de:

Os arados podem ser usados em tipos diferentes, sendo eles: de discos ou de aivecas, fixos ou reversíveis

Arados de Discos

Os arados de discos são formados pelos discos, colunas e cubos, acoplados ao trator agrícola por meio dos três pontos.

Os discos podem ter números e tamanhos diferentes, promovendo corte, elevação e mobilização da leiva.A escolha correta consiste em avaliar o solo onde o implemento irá trabalhar.

Para solos arenosos, são indicados os discos lisos, já para solos argilosos e com maiores quantidades de palhada, são indicados discos com bordas recortadas, pois possibilita maior penetração.

Arados de aiveca

Os arados de aiveca têm uma superfície torcida que recebe o nome de “aiveca”. Essa superfície é responsável por elevar, torcer e inverter parcialmente a leiva cortada.

O arado de aiveca promove melhor incorporação dos restos culturais quando comparado com o de discos. Por isso, no caso de adubação de cobertura, esse arado pode ser mais indicado.

Além disso, ele não precisa de peso como o de discos para penetração no solo, já que a sua penetração é dada pela conformação de suas partes ativas. 

Arados reversíveis 

Os modelos  reversíveis podem movimentar o solo para a direita ou esquerda. Basta que o operador, ao manobrar o trator, coloque o implemento no sentido inverso.

Esse tipo de arado melhora o desempenho operacional nas manobras de cabeceira. Como resultado, o trabalho se torna mais ágil e eficiente, aumentando a produtividade e reduzindo o desgaste do equipamento.

arado-aiveca

2. Subsolador

O subsolador atua na superfície e na subsuperfície do solo, desagregando as camadas compactadas. Devido ao intenso tráfego de máquinas pesadas nas lavouras, a compactação do solo nas camadas inferiores é comum.

É importante lembrar que passar o subsolador não resolve o problema de compactação do solo. Essa é uma medida paliativa. 

Existem no mercado diferentes tipos de subsoladores, mas todos atuam em uma camada superior a 30 cm de profundidade. Trata-se de um implemento robusto, que demanda grande força de tração.

A subsolagem é uma das operações de maior custo operacional porque necessita de tratores potentes e grande consumo de combustível.

As hastes têm diferentes calibrações, que devem ser ajustadas de acordo com a necessidade. O número de hastes, angulação e espaçamento entre as hastes também podem ser escolhidos.

No entanto, quanto maior o número de hastes, maior será o gasto energético do conjunto trator-implemento e mais cara será a operação.

3. Grades aradoras e niveladoras

As grades aradoras intermediárias ou pesadas realizam em uma só operação a aração e a gradagem. O perfil do solo revolvido é superficial, cerca de 10 cm a 15 cm.

O solo preparado com esse tipo de implemento, especialmente quando úmido, apresenta descontinuidade entre o perfil preparado e o solo abaixo.

As consequências deste preparo são conhecidas como “pé de grade”, que é uma camada com 5 cm ou mais de espessura endurecida ou compactada. Os efeitos disso são:

  • Erosão laminar;
  • Dificuldade de crescimento das raízes das plantas;
  • Baixa capacidade de infiltração de água nos solos;
  • Prejudica a emergência das plantas.

O trabalho deve ser realizado com velocidades em torno de 5 km/h a 6 km/h. Dentre os benefícios deste implemento, há: incorporação de adubos orgânicos ou químicos, enterrio de sementes distribuídas a lanço e destorroamento.

De acordo com o tamanho dos discos, formato e peso, teremos diferentes profundidades de trabalho. As grades aradoras e niveladoras são os implementos de preparo de solo mais utilizados no Cerrado.

4. Sulcadores

Os sulcadores têm a função de abrir um sulco no solo, onde serão depositadas as sementes e os adubos. São normalmente usados em combinação com semeadoras ou semeadoras-adubadoras.

Normalmente,  os tipos de sulcadores são de disco, haste ou enxada:

  • Sulcadores de discos: Podem ser de discos simples ou de discos duplos, e são os mais presentes em semeadoras-adubadoras;
  • Sulcadores de haste (ou facão): Usados, principalmente em combinação com adubadoras, rompendo mais facilmente as camadas de solo e depositando o adubo em maiores profundidades; 
  • Sulcadores de enxada: São mais recomendados para áreas mais limpas e sem restos de cultura ou troncos/tocos.

Em termos de gasto de combustível, os que menos demandam são os de disco, seguidos pelo de haste e de enxada. Essa é a mesma ordem para o embuchamento por restos vegetais. 

Manejo integrado da lavoura: como ele pode impulsionar sua produtividade

5. Semeadoras-adubadoras

A função da semeadora-adubadora é depositar no sulco de plantio a semente e/ou o adubo. Esses implementos agrícolas podem ser encontrados individualmente ou em conjunto.

Existem semeadoras-adubadoras com sistema de movimentação, porém, o mais comum é  usar acoplados ao trator.

As semeadoras podem ser específicas ou adaptáveis para diversos tipos de plantio. Por exemplo, existem:

  • Semeadoras para sementes miúdas ou graúdas;
  • Semeadora para plantio direto ou convencional;
  • Semeadura de precisão ou fluxo contínuo.

Já as adubadoras podem estar em conjunto com as semeadoras no plantio, mas também atuar individualmente para adubação de cobertura.

As carretas esparramadoras ou distribuidoras também são importantes na adubação e correção do solo

6. Pulverizadores

Os pulverizadores têm a função de aplicar produtos fitossanitários no campo, como fungicidas, inseticidas, herbicidas, dessecadores ou mesmo fertilizantes.

Os pulverizadores autopropelidos, com alta performance e que não permitem desacoplamento são cada vez mais comuns. Porém, pulverizadores tratorizados ainda são muito utilizados.

Esse é um dos tipos de implementos agrícolas mais importantes durante todo o ciclo da cultura e podem ser usados para a proteção e controle de pragas, doenças e plantas daninhas. 

7. Enxada rotativa

A enxada rotativa atua sobretudo no preparo de solo, na eliminação de plantas daninhas, trituração e incorporação de fertilizantes, corretivos e restos culturais.

Esse implemento consiste em lâminas que giram em torno de um eixo horizontal, mas causa revolvimento intenso da camada superficial do solo. Por isso, deve ser bem regulada, evitando assim a pulverização do solo.

8. Rolo-faca

O rolo-faca é bastante utilizado em sistemas de plantio direto, sendo muito usado para derrubar, amassar e acamar as plantas de cobertura ou restos da cultura.

Essa atividade melhora a eficiência da cobertura do solo e mantém grande parte da palhada na área de plantio, o que facilita a incorporação posterior ao solo.

9. Colhedeira de forragem

As colhedeiras de forragem são utilizadas, conforme o próprio nome, para colher forragem. A grande maioria é autopropelida, mas também existem as colhedeiras de acoplamento

Uma das vantagens de seu uso é a menor compactação do solo, uma vez que são muito mais leves que as autopropelidas. Também são mais econômicas em termos do gasto de combustível.

banner kit colheita de sucesso

Quando usar implementos agrícolas?

Os implementos agrícolas podem ser usados em várias etapas do processo produtivo, de acordo com a necessidade da operação. As situações mais comuns são: 

  • Baixa eficiência de atividades agrícolas;
  • Baixa escala produtiva;
  • Atividades e processos demorados;
  • Baixa flexibilidade do sistema de manejo em geral;
  • Extenuação e insatisfação de funcionários envolvidos em atividades no campo;
  • Baixa produtividade da cultura e do sistema em geral;
  • Perdas relacionadas a atrasos de atividades como preparo de solo, plantio, controle de doenças, pragas e plantas daninhas, colheita, etc.

Se uma ou mais dessas situações acontecem na sua fazenda, você provavelmente precisa avaliar e investir em implementos.

O que considerar para escolher seus implementos?

Para escolher os implementos agrícolas adequados, é importante considerar alguns fatores que impactam a eficiência, a produtividade e o custo-benefício da operação. Veja quais são estão alguns aspectos: 

1. Cultura

Alguns implementos são adaptados para sementes graúdas e miúdas. Porém, existem máquinas que são específicas para certas culturas

Por exemplo, propriedades com atividades relacionadas a grãos terão tipos de máquinas bastante diferentes de propriedades canavieiras ou cafeicultoras

2. Dimensão da propriedade

Muitos implementos são separados de acordo com suas dimensões, como número de linhas, área de cobertura, etc. Considere a dimensão de sua área ao decidir a dimensão do implemento.

3. Sistemas de cultivo

Apesar da possibilidade de alteração, alguns implementos são específicos para manejos em plantio direto ou convencional. Por isso, é importante levar o sistema de plantio em conta antes de escolher um implemento.

4. Planejamento e capacidade de expansão

A escolha da dimensão dos implementos deve considerar não só o patamar atual da fazenda, mas a previsão de expansão nos anos seguintes.

5. Compatibilidade 

Verifique se o implemento a ser comprado é compatível com as características do sistema de tração a ser utilizado. Por exemplo, veja se a potência do trator é compatível com a requerida pelo implemento.

6. Custo-benefício 

Existem máquinas mais baratas que são capazes de efetuar com grande qualidade suas funções. Juntamente com os fatores anteriores, o custo deve ser avaliado e decidido de acordo com a capacidade de investimento.

Benefícios dos implementos agrícolas na fazenda

O uso de implementos pode trazer várias facilidades para o seu trabalho, como o aumento da eficiência das atividades agrícolas. Tarefas repetitivas e de alta intensidade tornam-se muito mais viáveis. Além disso, existem outras vantagens:

  • Aumento da uniformidade da atividade;
  • Diminuição da necessidade de mão de obra e supervisão humana;
  • Diminuição dos riscos de acidentes e erros;
  • Diminuição do tempo e aumento da eficiência da atividade;
  • Diminuição da dependência do fator humano na execução;
  • Aumento no controle do tempo de execução;
  • Aumento na liberdade e planejamento do produtor ou mão de obra.

Esses benefícios contribuem para um ambiente de trabalho mais seguro, produtivo e organizado, resultando em uma gestão mais eficiente da propriedade rural e no aumento da rentabilidade.

Banner de chamada para o kit de sucesso da lavoura campeã de produtividade