Tudo o que você precisa saber sobre os tipos de irrigação na agricultura para acertar na escolha

Tipos de irrigação na agricultura: confira os principais sistemas de irrigação, suas vantagens e desvantagens e quais critérios considerar no momento da escolha.

Existem diversos tipos de irrigação na agricultura. Eles podem ter elevado nível tecnológico, ser bastante complexos e muitas vezes custosos.

Encontrar um tipo de irrigação que seja compatível com as características da sua plantação, portanto, pode ser uma tarefa difícil.

Você sabe quais aspectos considerar ao escolher o tipo correto de irrigação?

Confira um pouco mais sobre os tipos de irrigação na agricultura e entenda como acertar na escolha!

Método x sistema de irrigação na agricultura

Existe uma diferença entre método e sistema de irrigação.

Os métodos de irrigação estão relacionados à forma de aplicação da água nas lavouras. Eles podem ser:

  • superficiais (ou por superfície);
  • por aspersão;
  • localizados;
  • por subsuperfície (ou subterrânea).

Os diferentes métodos ou tipos de irrigação podem se relacionar com um ou mais sistemas de irrigação.

Para selecionar o melhor método, você deve avaliar fatores como o tipo de solo, terreno, clima e a cultura em questão.

Sistema de irrigação diz respeito ao conjunto de equipamentos e peças que atuam para realizar a irrigação.

Você verá agora quais são os principais tipos de irrigação.

Irrigação superficial

Este tipo de irrigação é provavelmente o mais antigo de todos e vem sendo usado pela humanidade desde os primórdios da agricultura.

É incrivelmente simples: consiste na cobertura gradual do solo com água por ação da gravidade.

Este tipo de irrigação na agricultura possui duas possibilidades de sistema: o de inundação e o de sulcos.

Diferentes sistemas de irrigação do tipo superficial: inundação (esquerda) e sulcos (direita)

Diferentes sistemas de irrigação do tipo superficial: inundação (esquerda) e sulcos (direita)
(Fonte: Embrapa)

No sistema de inundação, a água é aplicada em toda a área do cultivo. No sistema de sulcos, a água é direcionada apenas aos sulcos.

Veja na tabela as vantagens e desvantagens do uso desse tipo de irrigação na agricultura.

tabela com principais vantagens e desvantagens da irrigação superficial

Principais vantagens e desvantagens da irrigação superficial
(Fonte: elaborado pelo autor com base em Testezlaf, 2017)

Irrigação por aspersão

A irrigação por aspersão é o tipo mais clássico da agricultura atual. Nele, aspersores expelem a água para a simular a chuva numa área de lavoura.

Na irrigação por aspersão, há os sistemas convencionais e os mecanizados.

Os convencionais são os clássicos, que utilizam motobombas, tubulações e aspersores. Podem ser fixos ou móveis. 

Os mecanizados são sistemas com sprays montados em estruturas metálicas que se movimentam pela lavoura (como os pivôs centrais e carreteis).

duas fotos com sistemas de irrigação por pivô central (esquerda) e aspersão convencional (direita)

Sistemas de irrigação por pivô central (esquerda) e aspersão convencional (direita)
(Fonte: Safra Irrigação)

Uma das principais vantagens da irrigação por aspersão é a baixa necessidade de mão de obra

Não é necessário fazer nivelamento do terreno, ter boa uniformidade e eficiência de aplicação. Mas tudo tem seu revés.

Esse tipo de irrigação é muito afetado pelo vento e o custo inicial pode ser elevado. Além disso, por molhar as folhas muitas vezes, o ambiente se torna propício para o desenvolvimento de patógenos.

Irrigação localizada

Esse tipo de irrigação, diferente dos demais que você viu até aqui, aplica a água de forma localizada, próximo ao sistema radicular das plantas.

A principal característica é o uso de baixos volumes de água, mas em elevadas frequências de aplicação (ou turnos de rega frequentes).

A utilização desse tipo de irrigação é mais comum para espécies perenes, principalmente frutíferas. Também pode ser utilizado para olerícolas, ornamentais e florestais.

Existem dois sistemas principais para a irrigação localizada: o gotejamento e a microaspersão. Entenda as características de cada um deles:

tabela com principais diferenças entre os sistemas de irrigação do tipo localizada

Principais diferenças entre os sistemas de irrigação do tipo localizada
(Fonte: Elaborado pelo autor com base em Testezlaf, 2017)

duas fotos com exemplos de irrigação por microaspersão (esquerda) e gotejamento (direita) - tipos de irrigação na agricultura

Exemplos de irrigação por microaspersão (esquerda) e gotejamento (direita)
(Fonte: Jacobucci)

As vantagens desse tipo de irrigação estão relacionadas ao melhor aproveitamento da água, pois há pouca evaporação e escoamento.

O sistema também pode ser utilizado para aplicação de fertilizantes, não interfere nos demais manejos das culturas e requer pouca energia.

Entretanto, seu custo inicial é bastante elevado e requer água de melhor qualidade, pois podem ocorrer entupimentos.

Em alguns casos, a irrigação localizada pode limitar o desenvolvimento do sistema radicular das plantas, devido à zona de molhamento restrita que se forma.

Subsuperfície

O método da irrigação por subsuperfície funciona aplicando água diretamente ou abaixo do sistema radicular das plantas.

Existem dois sistemas de irrigação por subsuperfície: o de gotejamento subterrâneo e a elevação do lençol freático.

Exemplo de gotejamento por subsuperfície em cafeeiros.

Exemplo de gotejamento por subsuperfície em cafeeiros.
(Fonte: CaféPoint)

Apesar de incomum, esse é um método de alta eficiência e uniformidade. Ele reduz a perda de água e forma a  zona de molhamento restrito.

Porém, o custo inicial para enterrar é elevado e exige um sistema de filtragem muito bom, pois em caso de entupimento será necessário desenterrar.

Como escolher corretamente o tipo de irrigação na agricultura?

Para escolher o melhor método de irrigação na agricultura, você precisa considerar aspectos relacionados à cultura, solo, clima e a água que você tem disponível.

Separei alguns pontos-chave que podem te ajudar.

tabela com aspectos a considerar na escolha do sistema de irrigação - tipos de irrigação na agricultura

Aspectos a considerar na escolha do sistema de irrigação
(Fonte: elaborado pelo autor)

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Conclusão

É muito importante que você conheça todos os tipos de irrigação existentes na agricultura para que possa fazer uma escolha mais assertiva.

Cada lavoura é única, e não adianta “colar” do vizinho. É importante que você estude o tipo de solo, declividade e as necessidades da sua cultura para a correta escolha e dimensionamento da irrigação.

Lembre-se que existem muitos profissionais capacitados no mercado que podem te auxiliar com isso. Arriscar fazer por conta pode trazer apenas prejuízos.

>> Leia mais: 

“Irrigação com drip protection: conheça as vantagens e cuidados necessários”

“O que é evapotranspiração e como ela pode te ajudar a explorar o potencial máximo de produção”

“Como a irrigação de precisão pode otimizar o uso da água e gerar economia na fazenda”

Quais tipos de irrigação na agricultura você utiliza ou pensa em utilizar? Restou alguma dúvida ou tem alguma experiência para compartilhar? Conta pra gente nos comentários!

Estratégias para o manejo de grãos ardidos de milho e soja

Grãos ardidos: saiba como fazer a identificação correta e quais cuidados tomar a campo, secagem e armazenagem da sua produção! 

Os grãos ardidos são um dos principais defeitos na classificação de grãos de milho e soja

Eles estão relacionados à contaminação por micotoxinas, o que pode inviabilizar a sua utilização, gerar perda de valor comercial e causar prejuízos na lavoura

Você sabe identificar os grãos ardidos e como diferenciá-los dos demais defeitos? 

Sabe quais manejos adotar para evitar a incidência deste problema na sua produção? Eu conto para você!

Classificação de grãos de milho e soja

A classificação de milho e soja tem o objetivo de caracterizar o lote de grãos para a comercialização.

A classificação do milho é normatizada pela Instrução Normativa 60/2011. Já as regras para a classificação da soja são dadas pela Instrução Normativa 11/2007. 

Dentre os defeitos analisados estão os grãos ardidos, um dos principais problemas porque, além de reduzirem a qualidade do lote, podem estar contaminados com micotoxinas.

O que são grãos ardidos e como identificá-los

Na legislação, o enquadramento dos grãos ardidos de milho e soja é diferente. Portanto, o manejo visando a redução deste defeito também pode ser um pouco diferente. Vejamos:

No caso do milho, são considerados grãos ardidos aqueles “que apresentam escurecimento total, por ação do calor, umidade ou fermentação avançada atingindo a totalidade da massa do grão, sendo também considerados como ardidos, devido à semelhança de aspecto, os grãos totalmente queimados” (IN n.º 60/2011). 

No caso da soja, são considerados ardidos aqueles “grãos ou pedaços de grãos que se apresentam visivelmente fermentados em sua totalidade e com coloração marrom escura acentuada, afetando o cotilédone” (IN n.º 11/2007).

Desta forma, para milho, enquadram-se defeitos que podem ocorrer no campo, na secagem e no armazenamento.

Já para soja, por tratar somente como fermentados, separando os grãos danificados por calor em “queimados”, os cuidados devem ser tomados, principalmente, no campo e no armazenamento.

Outro aspecto importante a ser destacado é que, para o milho, os grãos somente serão considerados ardidos se a sua totalidade estiver fermentada. Caso contrário, serão classificados fermentados.

Diferenças entre grãos de milho ardidos (esquerda) e fermentados (direita)

Diferenças entre grãos de milho ardidos (esquerda) e fermentados (direita)
(Fonte: adaptado de Aiba)

Para a soja, essa diferenciação está relacionada à coloração. Os grãos que sofreram fermentação com alteração da cor dos cotilédones, desde que não seja a definida para ardidos (marrom escuro acentuado), serão considerados fermentados.

Diferenças entre grãos de soja ardidos e fermentados
Diferenças entre grãos de soja ardidos e fermentados
(Fonte: Referencial fotográfico dos defeitos da soja)

Estratégias de manejo para evitar os grãos ardidos em milho e soja

Os principais momentos para o manejo de grãos ardidos em milho e soja são no campo, na secagem (no caso do milho) e no armazenamento

Portanto, vamos ver quais cuidados devem ser tomados em cada uma destas etapas, visando a reduzir a incidência de grãos ardidos na sua produção.

1. Manejo a campo

O manejo a campo deve ser realizado para reduzir a incidência de patógenos que ocasionam doenças nos grãos, principalmente para o milho.

Além disso, deve ser dada atenção à colheita, pois ela deve ser planejada adequadamente

Controle de doenças

O controle de doenças que causam grãos ardidos é importante para o milho devido às podridões de espiga, suas principais causadoras na cultura. Estes cuidados também podem ser tomados em relação à soja.

Os principais agentes causadores de grãos ardidos em milho pertencem às espécies Stenocarpela maydis, Stenocarpela macrospora, Fusarium verticillioides, Fusarium subglutinans e Gibberella zeae (Fusarium graminearum).

três fotos: Podridão rosada da ponta da espiga (Gibberella zeae), podridão branca da espiga (Stenocarpella maydis) e podridão rosada da espiga (Fusarium verticilleoides)

Podridão rosada da ponta da espiga (Gibberella zeae), podridão branca da espiga (Stenocarpella maydis) e podridão rosada da espiga (Fusarium verticilleoides)
(Fonte: adaptado de Embrapa e Pioneer)

O manejo destes patógenos a campo deve ser realizado através de várias estratégias diferentes:

  • escolher híbridos e cultivares resistentes;
  • realizar a rotação de culturas;
  • semear na época e na densidade recomendada;
  • realizar a análise do solo, visando equilíbrio da adubação;
  • realizar a aplicação de fungicidas, tomando cuidado com a escolha do produto e com o momento e a qualidade da aplicação.

Os cuidados com a sanidade da planta devem ser tomados desde a semeadura, partindo do tratamento adequado de sementes

No entanto, o momento mais crítico para a infecção destes patógenos é durante a fase reprodutiva, em que há a formação do pendão e dos estigmas. Aplicações de fungicidas são recomendadas nesta fase. 

Gerenciamento da colheita

O planejamento adequado da colheita pode fazer a diferença na redução de grãos ardidos, principalmente em relação ao momento da sua realização.

O retardo na colheita poderá impactar no percentual de grãos ardidos na sua produção, principalmente se neste período ocorrerem chuvas

A manutenção dos grãos úmidos no campo por muito tempo acelera a perda de qualidade, aumenta o ataque dos patógenos e o percentual de ardidos. 

Recomenda-se a retirada dos grãos da lavoura o quanto antes, os encaminhando diretamente para a secagem.

2. Manejo na secagem

O manejo da secagem deve ser observado principalmente para o milho, já que para essa cultura os grãos danificados pelo calor estão inclusos como ardidos na legislação.

O principal fator a ser manejado deve ser a temperatura do ar de secagem

Temperaturas elevadas podem ocasionar o escurecimento e a queima dos grãos, o que aumenta o percentual de ardidos. Além disso, ocasionam vários danos aos grãos, principalmente físicos, como trincas e fissuras que podem ser porta de entrada para fungos no armazenamento.

A temperatura adequada para a secagem do milho depende da sua finalidade. Para a semente, recomenda-se que a temperatura da massa de grãos não ultrapasse 40°C. 

Já para consumo humano, não deve ultrapassar 55°C. Para ração, a temperatura deve ser no máximo 82°C.

E para secagem com ar natural em silo-secador, os cuidados devem ser quanto à demora no processo. Quanto mais tempo os grãos permanecerem úmidos, maior a probabilidade de sofrerem fermentação. Essa recomendação serve também para soja.

A secagem com ar natural só deve ser realizada em grãos com teor de água inicial de no máximo 20% e em locais que possibilitem condições de umidade relativa adequadas para este tipo de secagem.

3. Manejo no armazenamento

Os grãos devem ser armazenados limpos, frios e secos, visando a redução da degradação e a proliferação de fungos. 

Os principais fatores a serem observados são a temperatura e o teor de água da massa de grãos.

O teor de água indicado para o armazenamento de milho é no máximo 14%. Para ter mais segurança, opte por secar mais, até no máximo 13%. 

Para a soja, devido ao maior percentual de óleo, recomenda-se teores de água mais baixos no armazenamento, em torno de 11% a 12%.

A temperatura de armazenamento recomendada deve ser a mais baixa possível: em torno de 15°C. Para isso, o silo deve estar equipado com sistema de aeração.

Estes manejos visam a reduzir a proliferação de fungos, principalmente os mofos e bolores (Penicillium spp. e Aspergillus spp.). Eles são os principais responsáveis pelo aparecimento de grãos ardidos no armazenamento e, também, os principais produtores de micotoxinas em grãos.

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Conclusão

Como vimos, os grãos ardidos são um dos principais problemas na classificação de soja e milho.

O manejo para evitar ou reduzir o percentual deles nestas culturas deve ser realizado a campo, na secagem e no armazenamento.

No campo, os cuidados devem acontecer para evitar as doenças que atacam os grãos, principalmente para o milho. Além disso, a colheita deve ser planejada, visando a retirada dos grãos do campo o quanto antes possível.

Na secagem, o cuidado deve ser com a temperatura, que não pode ser elevada demais. 

Já no armazenamento, os grãos devem ser conservados limpos, frios e secos para evitar a deterioração e a contaminação por fungos.

Espero que essas informações te ajudem a realizar o manejo adequado desses grãos e, assim, você consiga evitar futuros problemas.

Restou alguma dúvida sobre as estratégias de manejo de grãos ardidos em milho e soja? Assine nossa newsletter para receber mais artigos assim em seu e-mail.

Como a agricultura digital facilita e otimiza o planejamento da próxima safra

A agricultura digital está revolucionando o manejo agrícola, proporcionando ferramentas e tecnologias que permitem uma avaliação detalhada do desempenho de produtos e práticas de manejo em cada região do talhão. 

O planejamento é crucial para o sucesso da safra, por prevenir possíveis problemas, traçar ações futuras e melhorar o custo-benefício do produtor.

Mas a estruturação de um plano de safra requer investimento de tempo para se entender as necessidades específicas da lavoura. 

Para isso, o agricultor precisa de um insumo fundamental: dados sobre a fazenda, que precisam ser fidedignos, organizados e acessados com facilidade.

Confira nesse artigo, escrito em parceria com a Climate FieldView™, como a tecnologia pode ser aliada do processo de construção do planejamento e conheça diferentes ferramentas que a agricultura digital oferece ao produtor nesse importante momento da safra.

O que é o planejamento agrícola?

O planejamento é o estágio em que se definem estratégias para a gestão da lavoura, com objetivos variados, adaptados às necessidades de cada realidade e de cada fazenda, considerando fatores como a redução de custos, o aumento da produtividade e a busca pela sustentabilidade do negócio.

Por isso, planejar a safra é momento de tomar decisões importantes que consideram o exercício de analisar ações anteriores e compreender seus impactos, tudo isso visando ser mais assertivo em: 

  • definir tipo de cultivo, materiais genéticos, bem como janelas ideais de plantio;
  • avaliar o estoque remanescente de produtos;
  • comprar insumos e verificar a relação custo-benefício;
  • avaliar performance do maquinário e operadores;
  • contratar pessoas e treiná-las;
  • realizar análises de solo

>>Leia mais: “Como as ferramentas da Agricultura Digital impactam o seu negócio”

A agricultura digital potencializa o planejamento da safra

A agricultura 4.0 se consolida como o braço direito do produtor no alcance de melhores tetos produtivos em sua lavoura. Não se limita apenas às operações de campo, como plantio e colheita, mas se estende a todos os momentos do ciclo produtivo.

O uso de diferentes tecnologias facilita e otimiza a gestão do planejamento, abrangendo processos administrativos, operacionais e de armazenamento, bem como análises de desempenho de produtos e manejos. Nessa linha, diversas plataformas de agricultura digital podem ser decisivas no planejamento de todo o ciclo produtivo.

Ter à disposição dados detalhados das últimas safras, gerados a partir da realidade do campo de cada agricultor, é fundamental para embasar um bom curso da safra e cumprir os objetivos traçados. 

Isso permite ao produtor avaliar o que foi feito adequadamente, as correlações entre a produtividade e os manejos realizados, o aprendizado nas zonas menos produtivas em termos de fertilidade, o que não deve ser repetido na próxima safra e em que parte do talhão se obteve maior retorno.

Ao planejar a próxima safra, três ferramentas digitais se destacam: imagens de satélite, mapeamento de operações e relatórios automatizados.

Ao planejar a próxima safra, dentre as várias existentes, podemos destacar três ferramentas digitais: imagens de satélite, mapeamento de operações e relatórios automatizados

>>Assista: “Histórias de Sucesso mostram resultados positivos com agricultura 4.0

foto de um satélite visto do espaço - Imagens de satélite permitem melhor gestão e acompanhamento da lavoura

Imagens de satélite permitem melhor gestão e acompanhamento da lavoura

Como as imagens de satélite podem apoiar no planejamento?

Muitas empresas e plataformas do mercado estão apostando nas imagens de satélite para auxiliar produtores em uma melhor gestão e acompanhamento do desenvolvimento de sua lavoura.

Funcionalidades como o Diagnóstico FieldView™ acabam sendo fundamentais no período de preparação da safra, basicamente por dois motivos: 

  1. Existe um banco de imagens históricas que os agricultores podem receber, viabilizando uma análise mais embasada de seus talhões; 
  2. Por meio dos mapas recebidos da última safra colhida, é visualmente mais simples entender, com a variabilidade na escalada de cores, se existiu algum fator que impactou no desenvolvimento ideal do cultivo e, consequentemente, na produtividade.

Com esses dados em mãos, o produtor pode identificar comportamentos recorrentes, como manchas e reboleiras, conseguindo mensurar o tamanho do impacto e se preparar para minimizá-lo na próxima safra. 

foto de três tablets que exigem imagem real, mapa de vegetação e mapa de monitoramento. Imagens atuais e históricas da lavoura são importantes para traçar um plano assertivo para a safra

Imagens atuais e históricas da lavoura são importantes para traçar um plano assertivo para a safra

Imagens históricas também apoiam na avaliação, por exemplo, de manchas de deficiência nutricional, uma vez que, ao compará-las com mapas de análises de solo, pode-se verificar se o problema é um ponto antigo ou recente no campo, permitindo o investimento correto na quantidade e tipo de adubo.

Por meio delas, pode-se constatar as causas da baixa performance do talhão, que podem ser: 

  • fertilidade, aplicações e manejos equivocados; 
  • janela de plantio e colheita não ideais.

Possibilitar esse entendimento permite ao produtor desenvolver uma estratégia customizada em cada parte de sua fazenda e preparar sua equipe.

As imagens apoiam ainda na compra de insumos corretos para cada área do talhão, como defensivos, fertilizantes e sementes/híbridos.

>>Saiba mais: “Benefícios do Diagnóstico FieldView™ no Plano de Entrada da Climate

Mapeamento das operações auxilia na gestão assertiva do campo

No dia a dia da lavoura, diferentes operações do campo podem ser mapeadas, como plantio, pulverização e colheita

 Isso significa que, através de plataformas da agricultura 4.0, um grande volume de dados agronômicos pode ser gerado nas lavouras por meio de maquinários como plantadeiras, pulverizadores e colheitadeiras.

Essas máquinas, uma vez conectadas a dispositivos digitais como o FieldView™ Drive, coletam e processam os dados, gerando mapas e relatórios diversos, apoiando o produtor não somente quando a lavoura está instalada, mas também em decisões para a próxima safra, como na definição de:

  • quais variedades/híbridos plantar em cada talhão;
  • qual é a melhor janela de plantio para cada material;
  • quais são os melhores tratamentos de sementes;
  • quais são os defensivos mais eficientes;
  • quais operadores precisam ser treinados ou substituídos;
  • quais maquinários não tiveram bom desempenho e precisam ser trocados ou enviados para manutenção, etc.
foto de soja em desenvolvimento, foco em mudas crescendo no solo

As tecnologias digitais ajuda definir quais variedades/híbridos plantar em cada talhão

Esse mapeamento permite ter o registro de todos os dados, uma vez que ficam armazenados em segurança, em nuvens. Isso facilita o acesso às informações, como a visibilidade de mapas de colheita, compostos por diferentes dados, como produtividade e velocidade do equipamento.

Ademais, a esse exemplo, ao considerar o Mapa de Produtividade no planejamento de safra, é possível avaliar a performance do híbrido ou da variedade plantados em uma área, e também se a população semeada foi adequada. 

Esses dados podem ser comparados entre siou com outros mapas e imagens históricas de satélite, permitindo verificar:

  • se houve alguma falha; 
  • avaliar o desempenho dos produtos escolhidos e das aplicações; 
  • fazer ajustes para a nova safra.

Desse modo, o agricultor consegue verificar como cada fator influenciou nos seus resultados e se planejar para as safras seguintes em vários aspectos, baseando-se em dados precisos para escolha do produto A ou B, como fertilizantes, defensivos, tratamento de sementes, tratores, etc.

>> Leia mais: Qual é o segredo da fazenda que colheu 11 sacos de soja a mais de uma safra para outra?

três máquinas agrícolas realizando pulverização em uma lavoura de soja com destaque para o horizonte e pôr do sol. Agricultura digital e planejamento safra

A escolha de defensivos para a próxima safra deve ser embasada em dados, o que permite escolher os que tiveram melhor desempenho em cada ponto da lavoura

Relatórios automatizados otimizam o planejamento da lavoura?

Você viu que o mapeamento das operações possibilita a geração de relatórios automatizados, tanto gerais quanto específicos, para cada ponto do talhão, o que possibilita uma análise profunda de fatores que impactaram a produtividade da fazenda.

Esses relatórios podem apresentar, de forma automática, o compilado dos dados do campo, como o ranking de produtividade, trazendo os híbridos ou variedades que performaram melhor, auxiliando a definir quais materiais devem ser plantados novamente.

Nessa linha, de posse dessa ferramenta, é possível ainda ter um olhar mais granular de cada parte do talhão, trazendo para a gestão da lavoura uma visão personalizada quanto ao potencial produtivo.

>> Conheça: O que o Plano Plus pode fazer por você?”

foto de homem de camisa xadrez azul e cinza mexendo em um celular em uma lavoura de arroz. Em volta do celular saltam vetores tecnológicos.

Serviços e soluções inovadoras baseadas em ciência de dados permitem o melhor gerenciamento das operações no campo

Quais plataformas podem fazer isso pela sua fazenda?

Para ter acesso a funcionalidades como as descritas neste artigo, plataformas como Climate FieldView™ podem ser uma boa escolha por parte dos agricultores brasileiros. 

Composta por serviços e soluções inovadoras baseadas em ciência de dados, FieldView™ apoia o produtor na integração de diferentes informações agronômicas e no gerenciamento de suas operações, proporcionando maior eficiência durante toda a safra, permitindo agilidade e assertividade na tomada de decisão sobre seu manejo e otimizando seus resultados.

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Conclusão

Ter um bom planejamento é fundamental para o sucesso da safra!

Neste artigo, mostramos como a tecnologia pode ser aliada no processo de construção desse planejamento e como diferentes ferramentas podem ajudar o produtor a organizar os dados da fazenda e a entender as necessidades específicas da lavoura.

Com essas dicas, temos certeza que, ao utilizar a agricultura digital no planejamento da sua próxima safra, otimizar recursos e assegurar a boa performance serão desafios superados com maior facilidade. 

Restou alguma dúvida sobre como utilizar a agricultura digital no planejamento da safra? Divida sua experiência nos comentários!

Por que investir na rotação de culturas com girassol pode ser uma opção vantajosa para sua fazenda

Rotação de cultura com girassol: saiba o que é e como essa ótima opção pode te ajudar a recuperar o solo da sua lavoura

Você está procurando uma boa alternativa para iniciar a rotação de culturas na sua fazenda? Que tal o girassol?! 

Essa oleaginosa de ciclo curto é uma excelente alternativa para safrinha nas regiões produtoras de grãos!

A inserção do girassol no sistema produtivo proporciona a diversificação de culturas e de renda, além de aumentar a oportunidade de comercialização.

Separei neste artigo alguns motivos pelos quais você deve investir na rotação de culturas com girassol e como fazer um manejo adequado dessa cultura na propriedade. Confira!

Quando e como o girassol pode ser cultivado

Em decorrência da janela de semeadura mais curta na safra 2020/2021, muitos produtores procuram alternativas além do milho safrinha.

A atitude não ameaça a predominância do milho, que representa mais de 90% da safrinha, mas abre espaço para culturas como o girassol. E ele é uma excelente alternativa de cultura de inverno para a rotação nas regiões produtoras de grãos.

A época de semeadura varia de acordo com a região. No Rio Grande do Sul, a cultura se adapta bem ao cultivo da primeira safra. Já na região Centro-Oeste (maior produtora), adapta-se ao cultivo de inverno (safrinha).

O girassol pode ser cultivado em sistema solteiro, após a colheita da cultura principal (entressafra) ou em consórcio com a cultura de interesse comercial.

Além disso, também pode ser cultivado em associação com outras espécies, como o nabo forrageiro

Essa associação aumenta a proteção do solo devido ao maior aporte de resíduos vegetais, reduzindo assim a incidência de plantas daninhas.

Culturas como o girassol passaram a ser mais atrativas a partir da criação do PNPB (Programa Nacional de Biodiesel) em 2004, pois se tornaram mais uma opção de cultivo comercial. 

Por que fazer a rotação de cultura com girassol?

Como se sabe, a sucessão soja-milho safrinha não é, a longo prazo, uma alternativa benéfica para o sistema produtivo.

Com a inserção do girassol na rotação de culturas com a soja, milho e outros grãos, o cultivo pode ser muito vantajoso.

Essa cultura tem baixo custo de implantação e um bom retorno econômico.

Abaixo há alguns benefícios do cultivo do girassol:

  • ciclo curto de produção (90 a 130 dias);
  • seu sistema radicular pivotante permite reciclar os nutrientes do solo;
  • ótima tolerância à seca;
  • absorve mais água e nutrientes;
  • amplas possibilidades em esquemas de sucessão, consorciação e rotação de culturas;
  • melhor aproveitamento da mão de obra da propriedade;
  • produz óleo comestível;
  • tem efeito alopático (inibidor) sobre várias plantas daninhas;
  • tem ampla adaptação a diferentes condições climáticas;
  • cultura de baixo investimento.

Grande parte da planta de girassol pode ser aproveitada. 

O sistema radicular pivotante permite a ciclagem de nutrientes do solo, as hastes e folhas têm boa produção de massa verde, as flores atraem polinizadores para as áreas de plantio e os aquênios (principal parte comercializada) são fontes de óleo. 

rotação de cultura com girassol - O sistema radicular do girassol, bastante ramificado e profundo auxilia na descompactação de solos adensados e na absorção de água e nutrientes

O sistema radicular do girassol, bastante ramificado e profundo auxilia na descompactação de solos adensados e na absorção de água e nutrientes
(Fonte: Michael Palomino, 2018)

Com preços aquecidos e uma grande versatilidade de comercialização, o girassol se apresenta como uma excelente alternativa para a segunda safra (safrinha).

Aspectos importantes de manejo

Ninguém quer perder a lucratividade, seja na safra verão ou na safrinha! 

O girassol é uma cultura que se desenvolve bem na maioria dos solos brasileiros e pode ser cultivado em praticamente todo o país.

Um dos maiores problemas do cultivo do girassol está no estabelecimento e uniformidade das plantas.

A população adequada varia de 40 mil a 45 mil plantas por hectare, com espaçamento entre linhas entre 50 cm e 90 cm. 

Assim, é buscado o estabelecimento de três plantas por metro linear, devendo ser a semeadura uma operação cuidadosa.

Veja alguns cuidados que devem ser tomados na implantação da cultura para evitar perdas.

  • sementes de qualidade e de cultivares adaptados à região;
  • escolha de áreas sem problemas de acidez e compactação;
  • época de semeadura, baseada no zoneamento agroclimático da região;
  • correta adubação;
  • cuidados na semeadura para um bom estabelecimento e uniformidade de plantas.

Outro desafio a ser enfrentado no cultivo do girassol está na pequena quantidade de defensivos agrícolas registrados para a cultura.

Além disso, áreas com alta incidência de aves podem ser alvos de ataques, prejudicando a produtividade da lavoura.

Apesar desses riscos, existe um bom mercado para a venda. A  inserção do girassol na rotação de culturas é uma alternativa rentável e sustentável para a sua propriedade.

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Conclusão

O girassol é uma oleaginosa com grande potencial energético. Por isso, é uma ótima alternativa para a rotação de culturas nas regiões produtoras de grãos.

Seu sistema radicular pivotante auxilia na descompactação de solos adensados.

A cultura pode ser utilizada no outono-inverno, na rotação e/ou sucessão de culturas com soja, milho e algodão.

É utilizada na produção de óleos para alimentação humana, para a produção de biodiesel e para produção de farelo para a alimentação animal. Além disso, possui flores que enchem os olhos de todos que se deparam com a cultura.

Agora que você tem essas informações, pese vantagens e desvantagens para cogitar o plantio de girassol em sua próxima safra ou safrinha!

>> Leia mais:

“Por que realizar a cobertura de solo no inverno”

Restou alguma dúvida sobre rotação de cultura com girassol? Quais espécies agrícolas você utiliza para a rotação em sua propriedade? Adoraria ler seu comentário abaixo!

Pivô central: entenda tudo sobre esse sistema de irrigação (+ planilha grátis)

Pivô central: entenda os princípios de funcionamento, os tipos de pivô, vantagens e desvantagens para fazer a melhor escolha!

A irrigação por sistemas de pivô central é a técnica de maior uso no Brasil atualmente: cerca de 1,6 milhão de hectares foram irrigados através desse sistema em 2020.

Mas o pivô central tem vantagens e desvantagens que precisam ser bem analisadas antes de se fazer um investimento – que costuma ser elevado.

Quer entender melhor o funcionamento desse sistema e saber quanto pode custar essa implantação de fato? 

Neste artigo, separamos essas informações e também uma planilha gratuita para que você estime os custos e decida se vale ou não a pena ter essa opção em sua fazenda. Confira a seguir!

Princípio de funcionamento do sistema de pivô central

O sistema de pivô central é baseado em três etapas principais: a captação de água, seu transporte para a torre central e sua distribuição por aspersão na lavoura.     

A etapa da captação consiste no bombeamento de água de uma fonte hídrica, seja ela superficial (rios, lagos, represas) ou subterrânea (poços, lençol freático).

Essa etapa é importante para a definição do potencial de área a ser irrigada, uma vez que, no pedido de outorga de água, são definidos vazão e  volume disponíveis para a irrigação.

O processo seguinte é o transporte da água da captação para a torre central através de uma adutora equipada, geralmente, com uma motobomba. 

O comprimento da adutora e a potência da motobomba são definidos de acordo com a distância e o desnível do terreno entre o ponto de captação e a torre do pivô.

A última fase do processo é a distribuição de água pelos aspersores através de uma tubulação aérea, sustentada pelas torres centrais e móveis.

No sistema típico de pivô central, as torres são movimentadas por um motor propulsor e giram ao redor da torre central, formando a clássica área circular de irrigação.

Diagrama esquemático das partes de um sistema de pivô central

Diagrama esquemático das partes de um sistema de pivô central
(Fonte: Adaptado de Testezlaf, 2015)

Porém, existem outras variações do sistema, como você verá em seguida.

3 principais tipos de sistemas de pivô

Em termos de estrutura e operação, existem 3 tipos principais de sistema de pivô central:

Pivô central fixo

É o sistema em que a torre central é ancorada em uma superfície de concreto. O sistema fica fixo em uma área específica, e forma uma superfície circular ao redor da torre central.

Pivô central rebocável

É um sistema similar ao fixo. Porém, a torre central é montada sobre dispositivo móvel, o que permite seu transporte para outras áreas, conforme necessário.

Pivô lateral

É um sistema de torres móveis que pode percorrer grandes áreas lineares, cobrindo uma área quadrada.

Exemplos de sistemas de irrigação pivô fixo e lateral

Exemplos de sistemas de irrigação pivô fixo e lateral
(Fonte: adaptado de Free3D)

Vantagens e desvantagens dos sistemas de pivô

Quando comparado a outros métodos de irrigação, os sistemas de pivô central apresentam vantagens e desvantagens.

Em termos da área coberta, o pivô central pode alcançar áreas grandes comparadas a outros sistemas. 

Uma limitação dos sistemas de pivô fixo ou rebocável é que há uma perda na área por causa da forma circular da aplicação. Além disso, um relevo menos plano pode limitar o uso desses sistemas.

Em relação à precisão da aplicação, o sistema de pivô apresenta alta eficiência e precisão de lâmina aplicada se comparado, por exemplo, ao sistema de canhão. Porém, é menos preciso que sistemas de gotejo.

As condições ambientais, como o vento, podem ser limitantes à irrigação por pivô central devido à deriva, diminuindo a precisão.

A mão de obra necessária para controle e operação dos sistemas de pivô é baixa se comparada a outros sistemas. Além disso, um sistema pode ter vida útil de 15 a 20 anos, mas recomenda-se manutenção preventiva antes da safra.

Uma vantagem adicional do sistema de pivô é a possibilidade de fazer a fertirrigação (adição de fertilizantes à água de irrigação). Porém, a aspersão de água na planta toda pode aumentar a incidência de doenças, por criar um microclima favorável.

O uso da irrigação por pivô central utilizando o método Lepa pode trazer vantagens ao sistema de pivô convencional. 

Ele diminui o requerimento de energia, aumenta a precisão de aspersão da lâmina, diminui a deriva por vento, o molhamento das plantas e os riscos de doenças.

Custos de implantação de um pivô central 

O sistema de pivô apresenta um custo de implantação mais elevado que outros sistemas. Ainda, os custos de manutenção e energia são geralmente mais elevados devido à necessidade de movimentação do sistema pelo campo. 

Para que você possa fazer um planejamento desse investimento com mais segurança, preparamos uma planilha gratuita com o que você precisa considerar para cada área a ser irrigada. 

O que considerar para investir em um sistema de irrigação

Tenha em mente que, além dos valores estimados, dentre os fatores mais importantes para o bom desempenho de um sistema de irrigação, destacam-se: 

  • projeto inicial de qualidade
  • água disponível
  • tipos adequados de solo e topografia
  • disponibilidade e uso de energia
  • tipos de cultura.

A escolha por um pivô central ou outro método de irrigação que seja de fato eficiente para sua lavoura também envolve fatores como características topográficas, climáticas, tecnológicas e de mão de obra da propriedade, bem como o perfil financeiro do produtor.

Por isso, vale contatar um profissional capacitado para te ajudar nesse processo!

>> Leia mais: “Plantação de milho irrigado: quando compensa?”

Conclusão

O sistema de pivô central apresenta vantagens e desvantagens em comparação a outros. Porém, a extensão de seu uso no país mostra sua eficiência. 

Neste artigo, vimos os princípios de funcionamento do pivô central e diferentes tipos.

Lembre-se que, por se tratar de um sistema de alto custo de implantação, ter um projeto inicial bem feito é decisivo para o sucesso do investimento.

Aproveite essas informações e a planilha gratuita para fazer a melhor escolha do sistema de irrigação para sua fazenda!

>> Leia mais:

“Como a irrigação de precisão pode otimizar o uso da água e gerar economia na fazenda”

“Tudo o que você precisa saber sobre os tipos de irrigação na agricultura para acertar na escolha”

Você utiliza o pivô central na sua lavoura? Restou alguma dúvida? Assine nossa newsletter e receba mais artigos por e-mail!

As melhores práticas para o reúso da água na agricultura

Reúso da água na agricultura: saiba como algumas práticas simples podem preservar e otimizar esse recurso primordial para a produção agrícola.

Os recursos hídricos são muito valiosos para a produção agrícola. Planejar o seu uso e a sua preservação é muito importante para a atividade e, claro, para o meio ambiente em geral.

O campo demanda milhares e milhares de litros de água por dia e promover um uso mais consciente desse recurso dribla a escassez e ainda pode diminuir os custos em sua propriedade.

Neste artigo, separamos algumas das principais práticas que podem te ajudar a fazer o reúso da água na agricultura. Confira a seguir!

Onde está localizada a água doce?

Antes de falar sobre o reúso da água na agricultura, vale lembrar como é a distribuição da água doce no mundo. 

Cerca de  12% de toda a água doce disponível para consumo no planeta está no Brasil.  Além do Rio Amazonas ser o maior em vazão no mundo, há também dois significativos aquíferos: o Guarani e o Alter do Chão. 

Nove países concentram cerca de 60% de todo o suprimento de água doce do mundo: Brasil, Rússia, China, Canadá, Indonésia, EUA, Índia, Colômbia e a República Democrática do Congo.  

Outros países buscam alternativas para suprir suas necessidades. É o caso de Israel, com cerca de 60% do território localizado no deserto. Atualmente, é líder em tecnologias de reúso de águas dessalinizadas e de esgoto doméstico e assim abastece a necessidade de sua agricultura.  

O processo produtivo da agricultura é o que mais consome água, segundo dados do Programa Mundial de Avaliação da Água da ONU (Organização das Nações Unidas).

Setenta por cento de toda a água é utilizada exclusivamente na agricultura. No Brasil, a distribuição ocorre da seguinte maneira: 72% destinada à agricultura, 11% à produção animal, 9% distribuída nas cidades e 1% distribuição para consumo em áreas rurais. 

A quantidade de água no planeta é sempre a mesma, mas seu ciclo é constante. Se está ocorrendo uma seca em algum local, a água está em outro lugar do planeta ou em outro momento de seu ciclo.

O que é considerado água de reúso? 

A água de reúso é aquela usada mais de uma vez antes de voltar para seu ciclo natural.

Nós temos o reúso potável e reúso não potável, de acordo com o fim da sua utilização, além do reúso direto ou indireto, potável planejado ou não planejado. 

O que as práticas de reúso fazem é promover a disponibilização de água de uma forma mais prática e localizada. Vamos entender um pouco melhor como essas práticas podem ajudar na agricultura.

Sistemas de captação da água da chuva para reúso na agricultura

O índice pluviométrico no Brasil, mesmo com suas variações ao longo do território, apresenta uma situação bem confortável de chuvas. Aqui você pode ver um mapa interativo da precipitação média anual no país. 

As águas de chuva são encaradas atualmente pela legislação brasileira como efluentes, pois usualmente vão dos telhados e dos pisos para os bueiros. Ali, como “solventes universais“, carregam todo tipo de impurezas.

Essa água pode ser encaminhada a algum córrego direcionado ao rio, que vai suprir uma captação para tratamento de água potável. 

No campo, os sistemas de captação de água da chuva (como as cisternas) são uma das formas de aproveitamento. 

As vantagens do uso desses sistemas de captação são redução de custo, operação simples e sustentabilidade

Confira os principais sistemas:

Cisternas Calçadão e de Enxurrada

A infraestrutura é um calçadão de cimento construído na parte mais baixa do terreno. Através de canos, a água da chuva que cai no calçadão escoa para a cisterna. 

A captação da água da chuva se dá por meio do leito de enxurradas, escorrendo para um decantador e, após uma filtragem, para a cisterna.

Barragem subterrânea 

A infraestrutura é uma vala forrada por uma lona de plástico e depois fechada novamente. A vala vai até a camada de rocha, parte impermeável do solo. Com isso, cria-se uma barreira que mantém a água da chuva escorrendo por baixo da terra. 

Tanques de pedra

São fendas largas, barrocas ou buracos naturais, normalmente de granito, construídas em áreas de serra ou lajedos. 

Podem ser construídas paredes de alvenaria na parte mais baixa ou ao redor do caldeirão natural, e servem como barreira para acumular mais água. 

Curvas de nível

Em locais com declividade superior a 45%, as curvas promovem um cordão em infiltração da água de chuva no solo de forma lenta, trazendo de volta o fornecimento de água em quantidade e qualidade.

Barreiros Trincheira

São tanques longos, estreitos e fundos escavados no solo, como as pequenas barragens (barraginhas) desenvolvidas pela Embrapa Milho e Sorgo

A captação de água de chuvas impede o aparecimento de erosões e recupera áreas degradadas.

foto de barraginha, tanque estreito e fundo escavado no solo - artigo sobre reúso de água na agricultura

Barraginha
(Fonte: Embrapa Milho e Sorgo)

Reúso de água de esgoto

A reciclagem, recuperação e reutilização de águas residuárias é uma alternativa que já é realidade em muitos países.

Também é uma realidade que, segundo o Relatório de Desenvolvimento Mundial da Água das Nações Unidas de 2015, 80% das águas residuais do mundo são despejadas no ambiente sem tratamento

O tratamento é indispensável para a reutilização por evitar exposição a patógenos e doenças, além da contaminação do ambiente devido a metais pesados no solo.

No uso com fins agricultáveis, as situações de maior exposição à contaminação são em água de irrigação de hortaliças e frutas. Nesse processo, o tempo do contato e manipulação da colheita interferem ou não no risco. 

Existem pequenas estações que possibilitam a instalação local de tratamento da água na propriedade. 

foto de estação de tratamento de esgoto no campo

Estação de tratamento de esgoto
(Fonte: Embrapa)

Outras práticas para o reúso de água na agricultura

A proteção da fonte é mais que necessária. O modelo de construção de um dique para locais declivosos, chamado Sistema Caxambu, tem como objetivo realizar o armazenamento da água. 

Assim, a água é protegida e canalizada direto da fonte para as residências ou para fins agricultáveis, além de ser uma medida fácil e eficiente.

Na mureta, são instaladas 3 saídas com cano PVC. A inferior realiza a limpeza da fonte; a segunda canaliza a água para o local de consumo; e a superior serve para drenar o excedente, para que o fluxo natural da água não seja totalmente interrompido.

As bitolas devem ser dimensionadas de acordo com a capacidade de vazão da fonte. A parte superior é revestida com lona 200 micras e coberta com terra (mínimo 20 cm). 

Esse sistema é importante para terrenos com granulometria arenosa ou areno-argilosa

Filtro utilizado em propriedades agropecuárias com o propósito de purificar a água oriunda de lagoas naturais com vegetação aquática e a água das chuvas

Filtro utilizado em propriedades agropecuárias com o propósito de purificar a água oriunda de lagoas naturais com vegetação aquática e a água das chuvas 
(Fonte: Epagri)

Outra prática para o manejo de água de uma parte mais baixa do terreno para uma alta é o carneiro hidráulico, uma ótima opção, de baixo custo e simples.

Exemplos e legislação para reaproveitamento de água

A indústria sucroalcooleira foi uma das primeiras a realizar as práticas de reutilização de água residuárias, através da reciclagem das águas originárias das destilarias de álcool para uso na irrigação dos canaviais. 

Para que se avance nas práticas de reúso da água com fins agricultáveis no Brasil é necessária a criação de um legislação federal mais específica para a prática, com parâmetros e normas claras. 

Somente algumas legislações estaduais e municipais são modelo, como o estado do Ceará e o município de Maringá (PR).

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Conclusão

Os recursos hídricos são muito valiosos para a produção agrícola. Planejar o seu uso e a sua preservação é muito importante para a atividade. 

Pequenas ações podem promover a sustentabilidade da sua propriedade. 

Por exemplo, o  armazenamento de água pluvial fornece a demanda necessária e sana complicações, como as enfrentadas com as constantes crises no fornecimento e disponibilizando água para a sua produção. 

Espero que, com as informações adquiridas aqui, você possa pensar em mais práticas para reutilização da água em sua propriedade!

>> Leia mais:

“Agricultura irrigada e produtiva”

“Irrigação com drip protection: conheça as vantagens e cuidados necessários”

Restou alguma dúvida sobre reúso de água na agricultura? Você utiliza algum dos métodos citados aqui? Deixe um comentário!

Semeadora mecânica ou pneumática: qual é a melhor opção para a sua lavoura?

Semeadora mecânica e pneumática: confira as vantagens, desvantagens e recomendações para o uso em sua propriedade

O processo de semeadura é uma das etapas mais importantes na formação de cultivos agrícolas. Ele impacta na taxa de germinação de sementes, na população inicial e no vigor de plântulas, além de influenciar muito nos resultados de produtividade.

Existem dois tipos básicos de maquinários para semeadura que normalmente são utilizados na atualidade: as semeadoras mecânicas e as pneumáticas.

Ambas apresentam vantagens e desvantagens e podem ser indicadas de acordo com as características da área e da propriedade.

Neste artigo, você verá as principais diferenças técnicas entre as duas opções de semeadoras, suas recomendações, custos e impactos na formação da lavoura. Confira!

Qual a importância da semeadura na atividade agrícola?

A semeadura é uma atividade inicial do processo de produção agrícola, essencial para a definição da produção potencial ao final do ciclo de cultivo.

É durante a semeadura que se define:

  • o estande inicial;
  • a distância entre plantas e linhas de semeadura;
  • a população total por área.

Isso definirá o grau de competição entre plantas por luz, nutrientes e água, podendo potencializar a produção de biomassa, quando feito de maneira correta.

Além da necessidade de entregar sementes em quantidade e espaçamento ideal, condições ótimas para a germinação de sementes são criadas através da profundidade de semeadura, aumentando a taxa de germinação e o vigor de plântulas.

O que interfere na qualidade da semeadura?

A semeadura, junto aos processos e insumos utilizados nela, é responsável por grande parte dos custos de produção de um cultivo, desde o preparo do solo até a colheita. 

Esses valores podem variar de acordo com a cultura, mas estão entre 40% e 50% do custo total de produção em grãos.

Esse fato aumenta a necessidade de uma semeadura de qualidade e com o mínimo de falhas possíveis. 

Dentre os fatores que mais afetam a qualidade da semeadura, podemos listar os seguintes:

  • semente: a qualidade da semente deve ser julgada não só por seu potencial de germinação e pelas suas características fisiológicas. É importante ressaltar a homogeneidade de características físicas e morfológicas como tamanho e forma, o que pode impactar no desempenho das semeadoras;
  • semeadora: a escolha da semeadora acontece em função da cultura, do tipo de plantio e das características do solo. Algumas atividades executadas pela máquina semeadora são: corte de palhada, abertura de sulco, distribuição e cobertura de sementes e disposição de fertilizantes;
  • solo: a cobertura do solo, sua umidade e características físicas como granulometria, estrutura, densidade, constituição e topografia podem alterar a qualidade de semeadura e interferir na decisão do maquinário.

Diferenças entre semeadoras mecânicas e pneumáticas

Ao longo do tempo, muitas foram as formas utilizadas por agricultores para a execução da  semeadura. Atualmente, as principais opções para semeadoras são as mecânicas e as pneumáticas.

As semeadoras mecânicas funcionam com base na distribuição de sementes por meio da gravidade. Essas sementes são colocadas em discos que podem ser dispostos na direção vertical, horizontal e inclinada.

Já as semeadoras pneumáticas são mais modernas e funcionam com base na distribuição de sementes através de vácuo. As sementes são retidas em furos pela pressão negativa gerada.

Sistemas de distribuição de sementes em semeadoras mecânicas (esquerda) e pneumática (direita)

Sistemas de distribuição de sementes em semeadoras mecânicas (esquerda) e pneumática (direita)
(Fonte: Mais Soja, 2018)

Hoje em dia, nas propriedades brasileiras, 70% das semeadoras são mecânicas. Porém, a maior disponibilidade de semeadoras pneumáticas, em conjunto com preços mais acessíveis, deve gerar uma igualdade, em porcentagem, em um futuro próximo.

Vantagens e desvantagens dos dois sistemas

Podemos comparar as semeadoras mecânica e pneumática usando vários parâmetros. A seguir, mostramos alguns dos mais importantes:

Custo

As semeadoras mecânicas são, em geral, mais baratas que as pneumáticas. São mais acessíveis para produtores com menores áreas ou investimentos, também por apresentar menor depreciação. 

Já as pneumáticas são mais caras em preço de aquisição e manutenção e, pela tecnologia envolvida, têm maior depreciação.

Tecnologia

As semeadoras pneumáticas apresentam um grau de tecnologia maior que as mecânicas. Isso se dá pela presença de um sistema mais moderno de controle de distribuição da semente. 

Operação

As semeadoras mecânicas necessitam de ajuste e adequação de discos dependendo do tipo da cultura a ser semeada. Isso demanda um maior cuidado e gasto de tempo na operação.

A semeadora pneumática, por sua vez, tem menor necessidade de ajustes durante a operação, pois o sistema de vácuo se adequa a diversos tamanhos e tipos de semente.

Energia

As semeadoras pneumáticas precisam, normalmente, de tratores de maior potência e apresentam maior gasto de energia pela presença da turbina de vácuo. 

As mecânicas são mais robustas e necessitam de menor energia para a operação.

Qualidade

Ambos os tipos são capazes de executar a semeadura com alta qualidade quando bem reguladas e operadas. Porém, com a semeadora mecânica, há uma maior chance de dano mecânico na semente ao passar pelo sistema de discos.

Rendimento

Em termos de rendimento, a semeadora pneumática tende a cobrir uma área maior que a mecânica no mesmo tempo de trabalho. Isso porque a velocidade recomendada para as semeadoras pneumáticas é cerca de 2 km/h a mais que para as mecânicas.

Modelos de semeadoras mais usadas no país

Os maquinários agrícolas para semeadura são normalmente disponibilizados nos tipos de distribuição, mecânico ou pneumático. 

Além disso existem múltiplas opções como semeadoras para plantio convencional ou plantio direto, com ou sem adubadora, de acordo com o número de linhas, para sementes graúdas (milho, soja, algodão, feijão, sorgo e girassol) ou sementes finas (trigo, aveia, arroz, cevada e canola).

Aqui destacamos as marcas e modelos mais utilizados para plantio direto de sementes graúdas no Brasil.

Uma das marcas de maior uso no mercado nacional é a Tatu Marchesan, com os modelos mais comuns sendo o PST4 (mecânica) e o PST4 Suprema (pneumática). 

foto de semeadora azul e amarela da Tatu Marchesan

(Fonte: Tatu Marchesan)

Outra opção é a marca Jumil, sendo os modelos Exacta Air JM 8090 (pneumática) ou Magnum JM 8080 (mecânica) as mais comumente utilizadas.

Outras marcas são a John Deere em que a Série 1113 apresenta opções mecânica e pneumática para um número menor de linhas ou a série DB para maior número de linhas. 

Outra marca disponível é a Stara com a linha Prima (mecânica) e Victória (pneumática).

Além disso, existem outras opções como a Massey Ferguson com os tipos MF 512 MM (mecânica) e XH (pneumática), por exemplo. 

Uma opção adicional é a marca New Holland com a linha Sol Tower com as duas opções, mecânica e pneumática.

Conclusão

A semeadura é responsável por grande parte dos custos de produção de um ciclo de cultura. Sua qualidade é dependente de fatores como a escolha da máquina semeadora mais adequada, sendo que, atualmente, as mais usadas são as mecânicas e pneumáticas.

Essas semeadoras apresentam modos de funcionamento diferentes, assim como múltiplas vantagens e desvantagens, como vimos ao longo do texto. 

A escolha da semeadora deve ser feita de acordo com o tamanho da área, nível tecnológico e capacidade financeira do produtor.

Para áreas maiores e com altas demandas tecnológicas, as semeadoras pneumáticas podem ser mais efetivas devido à maior velocidade de operação e menor necessidade de manutenção. 

Já as semeadoras mecânicas podem ser recomendadas para áreas menores ou para produtores com menor condição financeira.

De qualquer modo, ambas são soluções viáveis, principalmente quando apresentam boas práticas de uso, como manutenção atualizada, regulagem apropriada e operação criteriosa. 

>>Leia mais:

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“Regulagem de semeadora: 5 dicas para melhorar seu desempenho”

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Restou alguma dúvida sobre semeadora mecânica e pneumática? Qual você utiliza em sua fazenda hoje? Adoraria ler seu comentário!

O que você precisa saber sobre fenologia do milho

Fenologia do milho: o que é, como é dividida, fatores que interferem nos estádios fenológicos e mais.

A fenologia é o estudo das relações entre os processos biológicos e o clima, e inclui as diferentes fases do crescimento da planta.

Conhecer a fenologia das plantas te ajuda a determinar as necessidades da lavoura, saber quais fatores são críticos durante o ciclo e a realizar um planejamento de produção adequado às necessidades da cultura.

Confira neste artigo os estádios fenológicos da cultura do milho, aprenda a diferenciá-los e saiba o que afeta cada fase.

Aspectos gerais da fenologia do milho 

O ciclo da cultura do milho pode ser dividido em três grupos:

  1. superprecoce: até 110 dias;
  2. normal: entre 110 e 145 dias;
  3. tardio: maior que 145 dias.

Independente do ciclo, o desenvolvimento da cultura do milho (como o da maioria das culturas anuais) pode ser dividido em dois estádios: o vegetativo e o reprodutivo.

O que muda na fenologia da planta de milho em relação ao ciclo é o tempo de duração dos estádios fenológicos. 

ilustração com fases de desenvolvimento do milho desde vegetativo até reprodutivo

Fases de desenvolvimento do milho
(Fonte: adaptado da Universidade de Kansas)

O estádio vegetativo começa com a germinação e emergência e termina com o pendoamento. A partir do pendoamento, começam os estádios reprodutivos, que terminam no ponto de maturidade fisiológica do grão.

No geral, os estádios vegetativos são diferenciados pela quantidade de folhas da planta, e os reprodutivos pelo desenvolvimento da espiga.

A importância de conhecer estes estádios é saber quais são as principais fases que determinam o potencial produtivo da cultura, além de quais fatores interferem nessas fases.

Assim, é possível adotar as melhores práticas de manejo para que você consiga ter o máximo potencial da sua lavoura.

Estádio vegetativo

Os estádios vegetativos começam no VE e terminam no VT. Ocorrem vários estádios entre o início e o final da fase vegetativa. 

Vale lembrar que a definição da fase vegetativa é a quantidade de folhas totalmente desenvolvidas.

tabela com exemplos dos estádios vegetativos da cultura do milho

Exemplos dos estádios vegetativos da cultura do milho
(Fonte: adaptado de Embrapa)

A folha desenvolvida é composta pela lâmina foliar, bainha, aurículas, lígulas e colar. Quando o colar fica visível, é considerado uma folha totalmente desenvolvida.

infográfico com componentes de uma folha desenvolvida - fenologia do milho

Componentes de uma folha desenvolvida
(Fonte: Ufal)

Por exemplo, o estádio V1 é caracterizado pela presença da primeira folha totalmente desenvolvida e vai até V18, V20, dependendo da cultivar ou híbrido utilizado. 

Abaixo vamos destacar os estágios vegetativos mais importantes para cultura do milho:

VE

VE compreende a germinação das sementes e a emergência das plântulas de milho.

Nessa fase, é preciso ficar atento à profundidade e uniformidade de semeadura, temperatura (ideal entre 25°C e 30°C) e à disponibilidade de água adequada. Estes são fatores fundamentais para uma emergência rápida e uniforme das plântulas.

V3 a V5

De V3 a V5, a planta ainda é pequena, com o ponto de crescimento abaixo do solo.

Neste período ocorre a definição do potencial produtivo da planta. No estádio V4, a perda de folhas pode reduzir a produtividade em 6% a 14%.

Em V5 já foi definida a quantidade de folhas e espigas que a planta irá formar, e a base de crescimento ainda se localiza abaixo da superfície do solo. Por isso, a temperatura do solo muito baixa pode prolongar o ciclo da cultura.

Falta e excesso de água são fatores importantes nesse momento. A falta irá prolongar mais os estádios vegetativos, e o excesso pode levar a planta à morte caso afete a gema apical (ponto de crescimento).

V6 a V10

No estádio V6, com seis folhas totalmente desenvolvidas, o ponto de crescimento e o pendão estão acima do nível do solo.

Isso reflete no crescimento mais rápido da planta. Além disso, o sistema radicular está em pleno funcionamento.

A adubação nitrogenada em cobertura deve ser realizada até estes estádios, pois no período entre V9 e V10 há maior necessidade da cultura.

Em V8, é definido o número de fileiras de grãos na espiga, e o excesso de água nesse período pode trazer prejuízos na produção.

Caso ocorra chuva de granizo, geada, ataque de pragas ou doenças que afetam grande parte da área foliar, há perda de produtividade de 38% a 62%.

De V9 a  V10, os órgãos florais iniciam um rápido desenvolvimento. E, a partir de V10, o tempo de um estádio a outro diminui, além de aumentar a necessidade por água.

V12 a V18

Em V12, o tamanho e o número de grãos em potencial de cada espiga é definido. Os estilos-estigmas, que são os cabelos do milho, começam a se desenvolver em V17.

A falta de água nessas duas semanas antes e duas semanas depois do florescimento e enchimento de grãos pode causar redução de 22% de produtividade.

VT ou pendoamento

O estádio VT (ou pendoamento) é definido quando o último ramo do pendão está completamente visível e os “cabelos” ainda não tenham emergido da espiga.

 A duração deste estádio até R1 depende do cultivar ou do híbrido utilizado.

Falta de chuva e temperaturas acima de 35℃ podem reduzir a formação de grãos de pólen. Isso causa falha na formação de grãos na espiga.

Representação dos estádios V3 (A); V9 (B); V18 (C) e VT (D) da cultura do milho

Representação dos estádios V3 (A); V9 (B); V18 (C) e VT (D) da cultura do milho
(Fonte: adaptado de Ritchie e colaboradores)

Estádio reprodutivo

Os estádios reprodutivos começam quando estilos-estigmas (cabelos) estão visíveis. São divididos em 6 estádios, descritos abaixo.

Exemplos dos estádios reprodutivos da cultura do milho

Exemplos dos estádios reprodutivos da cultura do milho
(Fonte: adaptado de Embrapa)

R1

No estádio R1 ou de embonecamento e polinização, os grãos de pólen são liberados para que ocorra a polinização. 

A quantidade de óvulos que serão fecundados é definida. Alguns fatores ambientais interferem nessa fecundação, causando baixa granação da espiga.

Temperaturas muito elevadas e falta de água causam problemas de desidratação dos grãos de pólen e dos cabelos da espiga. Nesse momento, deve haver uma atenção especial ao controle da lagarta-da-espiga que se alimenta dos estilos-estigmas.

R2

O estádio do grão bolha d’água tem essa denominação porque os grãos são basicamente um fluido, composto de açúcares.

De R2 a R5, falta de água, ataque de pragas e doenças da área foliar, desequilíbrio nutricional e falta de luminosidade afetam o acúmulo de matéria seca nos grãos. O peso e a produtividade dos grãos são afetados.

R3

Em R3, os açúcares dos grãos já estão se transformando em amido. Por isso, a denominação desse estádio é de grão leitoso.

Começa neste estádio a diferença de coloração da parte mais leitosa da parte mais dura (amido), comumente chamada de linha do leite.

O peso do grão é definido e este estádio ocorre entre 12 e 15 dias após a polinização.

R4

No estádio de grãos pastosos, a formação do amido é intensa e há ganho de peso do grão.

Ele já é mais consistente (cerca de 70% de umidade), com aproximadamente metade do peso que terá na maturidade fisiológica. 

R5

O teor de umidade do grão neste estádio está em torno de 55%. Os grãos começam a ficar farináceos e a linha do leite fica nítida neste ponto.

Neste estádio aparece uma concavidade na parte superior do grão, denominada “dente”.

Estresse, como o causado pela geada, causará redução da produtividade por afetar o peso dos grãos, além do aparecimento prematuro da camada preta, que indica a maturidade fisiológica.

R6

Esse estádio é caracterizado pela formação completa dos grãos na espiga. A camada do leite reduziu, apresentando o grão completo de amido. A camada preta, localizada na base dos grãos, indica a maturidade fisiológica

Os grãos apresentam o máximo acúmulo de matéria seca. Dependendo das condições ambientais, eles possuem 30%-35% de umidade e começa a acontecer a senescência natural das folhas.

Caso a colheita ocorra no início deste estádio, há necessidade de secagem dos grãos para o armazenamento. O teor de umidade ideal é de 13%-15% para milho em espiga.

Representação dos estádios reprodutivos da cultura do milho

Representação dos estádios reprodutivos da cultura do milho
(Fonte: adaptado de Fahl e colaboradores)

Conclusão

Neste artigo, você conheceu todos os estádios da fenologia do milho.

Viu que o tempo de ocorrência de cada estádio varia em função da cultivar e do híbrido utilizado. Aprendeu ainda a diferenciar os estádios fenológicos, tanto os vegetativos quanto os reprodutivos.

Além disso, viu os fatores que afetam os estádios fenológicos e que podem prolongar o ciclo do milho, além de afetar a produtividade.

Restou alguma dúvida sobre a fenologia do milho? Deixe seu comentário abaixo!