MDF-e para produtor rural: como funciona e como emitir

MDF-e Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais para produtores rurais: entenda sua definição, quem está sujeito à obrigatoriedade de emissão, qual sua finalidade e demais informações relevantes!

O MDF-e (Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais) é um documento emitido para o transporte de cargas. Muitas empresas e produtores rurais ainda desconhecem.

O documento é regido pelo Ajuste SINIEF 21/2010.  Nele, é instituída a obrigatoriedade do documento para alguns produtores emitentes de NF-e (Nota Fiscal Eletrônica), modelo 55.

Neste artigo, abordaremos detalhadamente o documento, esclareceremos quem possui a obrigação de emiti-lo e forneceremos instruções sobre como proceder. Acompanhe!

O que é MDF-e para produtor rural?

O Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais (MDF-e), modelo 58, é um documento digital com validade jurídica assegurada pela assinatura digital do emissor, conforme exigido pela Secretaria da Fazenda (Sefaz). 

Sua finalidade é registrar operações de transporte de mercadorias, integrando a Nota Fiscal Eletrônica e o CT-e (Conhecimento de Transportes). 

O MDF-e inclui informações cruciais, como origem e destino, dados do veículo e do motorista. 

Ao substituir a versão em papel, simplifica as responsabilidades do contribuinte e possibilita o monitoramento em tempo real das operações pelos órgãos fiscais.

Quem é obrigado a emitir o MDF-e?

Desde abril de 2020, o MDF-e é obrigatório nas operações de transporte intermunicipal em todos os estados. A exceção é São Paulo, que segue sua legislação própria.

Via de regra, o  MDF-e deve  ser emitido pela transportadora  emitente do CT-e.

No entanto, quando não há um transportador contratado, a responsabilidade pela emissão do Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais (MDF-e) recai sobre o emissor da NF-e. Essa condição aplica-se aos casos de transporte de bens ou mercadorias conduzido em veículos de propriedade própria, arrendados ou na contratação de um transportador autônomo.

Na contratação de uma transportadora para o transporte das mercadorias, o documento deverá ser emitido pelo transportador responsável pelo serviço.

Se você vai realizar o transporte em veículo próprio ou arrendado, ou se for contratado um transportador autônomo, você pode precisar emitir o MDF-e.

O MDF-e deve ser emitido nas operações dentro do Estado e entre Estados. 

A emissão do MDF-e não é obrigatória nas operações realizadas por produtores rurais e acobertadas por Nota Fiscal Avulsa Eletrônica, modelo 55. 

Emissão de MDF-e simplificada

Para que serve o MDF-e?

O Manifesto de Documentos Fiscais Eletrônicos registra o transporte de mercadorias. Além disso, concentra todos os dados necessários em um só documento.

Nele ficam registrados:

  • todos os documentos (NF-e ou CT-e) das mercadorias que estão sendo transportadas;
  • o local de origem e destino da carga;
  • informações sobre o motorista e o veículo.

O MDF-e desempenha um papel crucial na fiscalização da mercadoria nos postos de controle. Ao apresentar esse documento, a fiscalização é capaz de verificar integralmente todas as informações relacionadas ao trânsito da mercadoria.

O que é necessário para emitir o MDF-e?

Para emitir o Manifesto de Documentos Fiscais Eletrônicos, você precisa ter um certificado digital. É através dele que você assinará o documento.

O credenciamento na Sefaz também é necessário, além de um sistema que emita o MDF-e.

Como emitir o MDF-e para produtor rural

Se você emite NF-e, já deve utilizar um programa para sua emissão. Neste mesmo programa, é possível preencher e emitir o Manifesto de Documentos Fiscais Eletrônicos.

Para evitar erros, procure sempre importar os dados diretamente da NF-e ou do CT-e através da sua chave de acesso ou arquivo XML.

Você deverá preencher o MDF-e com as seguintes informações:

  • informações e identificação dos documentos relativos à carga transportada;
  • local de origem e destino do transporte;
  • nome e documento do motorista;
  • possuir número sequencial por estabelecimento e série;
  • assinatura digital do emitente, com certificado digital.

Ao preencher o documento, realize a transmissão para que ele seja autorizado. Se algum campo foi informado incorretamente, o MDF-e será rejeitado. Caso isso aconteça, corrija a informação antes de tentar transmitir novamente.

Antes de começar o  transporte das mercadorias, é preciso imprimir o DAMDF-e (Documento Auxiliar do Manifesto de Documentos Fiscais Eletrônicos).

Este documento é a comprovação de que o MDF-e foi autorizado e deverá ser apresentado em caso de fiscalização durante a viagem. Assim, é importante anexá-lo às notas fiscais e CT-e.

Com todos esses documentos em mãos, você já pode despachar a mercadoria, realizando o mesmo itinerário informado no MDF-e.

Cancelamento ou alterações no MDF-e

Você pode cancelar o MDF-e autorizado, desde que solicite em até 24 horas desde a autorização.

É possível também incluir, trocar ou substituir novos condutores no MDF-e autorizado, caso seja preciso alterar o motorista informado anteriormente.

MDF-e para transportes para mais de um Estado

Se a carga for destinada para mais de um estado, o transportador deverá emitir um MDF-e para cada estado em que irá descarregar

Só é possível utilizar o mesmo MDF-e para cidades de destino no mesmo estado.

Após a entrega das mercadorias no endereço de destino, é necessário enviar o comando de encerramento através do programa emissor de MDF-e. Dessa forma, o veículo estará disponível para iniciar uma nova viagem.

Se o MDF-e não for encerrado por quem o emitiu, não será possível iniciar um novo MDF-e para o mesmo veículo, com mesmo estado de origem e destino e com outra data. 

Neste caso, você receberá uma mensagem de rejeição do MDF-e. O encerramento do MDF-e também se dá quando houver transbordo ou substituição do veículo.

Diferença entre MDF-e e CT-e

O MDF-e costuma ser confundido com o CT-e (Conhecimento de Transporte Eletrônico). Porém, eles não são a mesma coisa.

A emissão do CT-e tem como objetivo acobertar a prestação de serviço de transporte. Ele também certifica que a transportadora está informando ao fisco sobre a operação de transporte que está sendo realizada.

Ou seja, ele tem a função de fazer a identificação do remetente, destinatário e a rota de entrega da mercadoria. Além disso, o CT-e é emitido para registrar a prestação de serviço da transportadora. Ele também serve para fins de tributação.

O MDF-e engloba todas as informações do remetente, destinatário, motorista, da rota e mercadoria. Ele serve apenas para o acompanhamento do transporte, ou seja, não sofre tributação.

Conclusão

Neste artigo, discutimos a aplicação técnica do Manifesto de Documentos Fiscais Eletrônicos (MDF-e). 

Essa ferramenta é essencial para registrar minuciosamente as operações de transporte de mercadorias, abrangendo informações detalhadas sobre as próprias mercadorias, dados do destinatário e remetente, bem como as rotas utilizadas no transporte.

 Se você é um contribuinte de ICMS e emite a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), a emissão do MDF-e para o transporte dos produtos vendidos pode ser compulsória, estando sujeita à legislação específica do seu Estado.

Em síntese, o MDF-e simplifica a gestão logística para produtores rurais ao consolidar informações de transporte, destinatários e rotas. Essencial para atender aos requisitos fiscais, sua emissão eficiente requer conhecimento das normativas estaduais e expertise especializada.

Ficou alguma dúvida sobre o MDF-e para produtor rural? Já precisou emitir esse documento alguma vez? Deixe seu comentário!

Tudo o que você precisa saber para o manejo da mancha-branca do milho

Mancha-branca do milho: entenda o que causa, sintomas, condições favoráveis, disseminação e manejo da doença.

A mancha-branca (ou pinta-branca) é uma doença foliar de grande importância agronômica. Ela está presente nas principais regiões produtoras de milho do Brasil.

Essa doença é agressiva e acontece mais em plantios de milho safrinha

Quando não controlada ou manejada de forma ineficiente, pode causar sérios prejuízos e reduzir a produtividade da lavoura.

Neste artigo, confira mais sobre as causas e consequências dessa doença no seu milharal. Boa leitura!

O que causa mancha-branca do milho

A mancha-branca é uma doença do milho provocada por mais de um agente.

O principal microrganismo causador da mancha-branca é a bactéria Pantoea ananatis. Além dessa bactéria, alguns fungos também estão associados à doença, como:

  • Phaeosphaeria maydis;
  • Phoma sorghina;
  • Phyllosticta sp.;
  • Sporormiella sp.

Como a mancha-branca se espalha na lavoura

A disseminação dos microrganismos responsáveis pela mancha-branca ocorre pela ação do vento e por respingos de água.

Os patógenos sobrevivem nos restos culturais, constituindo a fonte primária do inóculo

As lavouras de milho em sistema de plantio direto estão mais sujeitas à ocorrência da doença. Afinal, nesses casos há aumento na concentração do inóculo.

Como identificar a mancha-branca no milho

Inicialmente, você vai observar sintomas nas folhas inferiores da planta de milho. Porém, com a evolução da doença, as folhas superiores também podem apresentar sintomas. 

As lesões começam na ponta das folhas. À medida que a doença avança, as manchas foliares progridem para a base das folhas do milho. 

Foto de uma folha de milho com manchas brancas na ponta.

Sintomas iniciais da mancha-branca na ponta da folha de milho 

(Fonte: Circular Técnica 167 — Embrapa)

As lesões foliares provocadas pela mancha-branca têm formato circular ou oval. Elas têm aspecto encharcado e coloração verde-clara.  Com o tempo, essas manchas tornam-se necróticas e adquirem coloração palha.

O tamanho das lesões varia de 0,3 cm  a 1,0 cm de diâmetro.

Foto de mancha branca em folha de milho, vista de perto

Sintomas da mancha-branca do milho

(Fonte: Agência Embrapa de Informação Tecnológica)

Dependendo da severidade da doença, os sintomas também podem ser observados na palha das espigas

A severidade da doença está relacionada ao nível de suscetibilidade do híbrido de milho. Condições ambientais também podem agravar a mancha-branca. 

A mancha-branca provoca a seca prematura das folhas. Ela também pode causar prejuízos ao processo de enchimento de grãos.

Em geral, não é comum observar sintomas de mancha-branca em plântulas de milho. Os sintomas da doença são mais severos durante a fase reprodutiva da lavoura, especialmente após o pendoamento.

Como fazer manejo preventivo da mancha-branca do milho

Melhor que cuidar da mancha-branca no milho é conseguir evitar que a doença chegue na lavoura. Isso é possível de três formas: através do manejo de resistência, da antecipação de semeadura e evitando as condições favoráveis.

Faça o manejo de resistência 

O primeiro passo do manejo preventivo é a resistência genética. Essa é uma alternativa eficiente e de baixo impacto ambiental no manejo dessa doença. 

Os híbridos desenvolvidos pela Embrapa (BRS 1010, BRS 1030 e BRS 1035) são exemplos de milho com resistência à mancha-branca.

Evite as condições favoráveis da mancha-branca

O segundo passo é evitar as condições climáticas que favorecem a doença. A mancha-branca se desenvolve em alta umidade relativa do ar (acima de 60%) e temperaturas amenas (14 °C a 20 °C).

Geralmente, as lavouras de milho plantadas na segunda safra têm maior ocorrência da mancha-branca. Nesse período, outros fatores podem contribuir para o desenvolvimento da doença:

  • elevado índice de chuvas;
  • noites com temperaturas mais baixas;
  • formação de orvalho.

A fase mais comum de início da doença é durante o estádio V9 de desenvolvimento do milho. A fase mais crítica acontece entre os estádios VT — R5.

Antecipe a semeadura

Outra boa forma de evitar a mancha-branca é a rotação com culturas não suscetíveis à doença

A antecipação da semeadura do milho também é uma boa opção.  Isso reduz as chances de que a fase de maior suscetibilidade da cultura coincida com condições climáticas favoráveis à doença.

Melhores fungicidas para mancha-branca do milho

Se você identificou a doença na lavoura, é necessário fazer o manejo químico quanto o antes. A aplicação de fungicidas para milho é indicada para plantações suscetíveis à doença.

Uma pesquisa realizada pela Embrapa concluiu que alguns produtos têm baixa eficiência no controle da mancha-branca. São eles:

  • carbendazim (fungicida);
  • triazóis (fungicida);
  • oxitetraciclina (antibiótico);
  • kasugamicina (antibiótico).

O estudo também apontou que os fungicidas do grupo químico das estrobilurinas têm muita eficiência no controle dessa doença.

No controle químico, é essencial fazer a rotação dos produtos com diferentes ingredientes ativos. Isso previne o desenvolvimento de resistência dos patógenos.

Também é fundamental seguir as recomendações do fabricante quanto à dosagem, modo e época de aplicação dos produtos. Esses fatores interferem na eficiência do defensivo agrícola no controle da mancha-branca.

Além de tudo, faça monitoramentos periódicos na lavoura. Essa ação permite identificar a doença ainda em fase inicial

Você também poderá quantificar a área afetada, estabelecer como é a distribuição na lavoura (reboleiras, bordaduras, etc) e quais os sintomas das plantas. 

O diagnóstico correto da doença, as informações coletadas no monitoramento e os dados meteorológicos são fundamentais para a tomada de decisão. 

A partir disso, é possível traçar um plano de manejo preciso para a doença. 

Vale lembrar que, no controle da mancha-branca, é fundamental a necessidade de adotar estratégias integradas de manejo

Conclusão

A mancha-branca é uma doença foliar causada por bactéria e fungos

Em geral, os sintomas são mais severos na fase reprodutiva do milho, especialmente após o pendoamento.

Alta umidade e temperaturas amenas favorecem o desenvolvimento da mancha-branca. A disseminação ocorre pela ação do vento e respingos de água.

Faça um manejo integrado para garantir sucesso no controle. Plante híbridos resistentes e aplique defensivos químicos quando necessário. Na dúvida, consulte um especialista!

>> Leia mais:

“Mancha foliar milho: como livrar a sua lavoura?”

“Como prevenir e manejar o enfezamento do milho”

“Podridão-branca da espiga: entenda mais e controle essa doença na lavoura”

Você já conhecia a mancha-branca do milho? Essa doença já foi detectada na sua lavoura? Como foi realizado o manejo? Deixe seu comentário.

Contra nota produtor rural: veja o passo a passo para emitir

Contra nota de produtor rural: entenda o que é, a importância, legislação e como emitir em MG, MT, RS, RO e SP.

A contra nota é um documento essencial para quem produz. Você ainda tem dúvidas de quando e onde emitir?

Ela deve ser emitida pelas empresas que compram mercadorias de produtores rurais não obrigados a emitir documentos fiscais. Isso ocorre devido à regulamentação do ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias).

Esta nota fiscal  é uma confirmação de recebimento dos produtos. Ela serve como registro da operação na Receita Federal.

Neste artigo, veja como emitir e a legislação deste documento em alguns estados.

O que é a contra nota de produtor rural

A contra nota do produtor rural é uma nota fiscal emitida pela empresa que está recebendo as mercadorias de produtores rurais pessoa física. 

Ela serve como a confirmação do recebimento dos produtos.

Esse documento mostra se tudo o que a empresa recebeu está correto. Por exemplo, é possível saber se o peso, quantidade e qualidade das mercadorias correspondem ao pedido.

A contra nota permite que os órgãos reguladores fiscalizem todas as operações de compra e venda do setor. Afinal, ela registra a circulação de mercadorias por todo o território brasileiro.

Assim, emitir a contra nota corretamente é estar em conformidade com as leis brasileiras.

Importância de emitir a nota fiscal de produtor rural (NFP-e)

A legislação do ICMS de vários estados exige a emissão da contra nota. Portanto, a empresa que recebe mercadorias de um produtor rural deve tomar alguns cuidados.

Isto significa que somente a emissão da Nota Fiscal de Produtor Rural nas operações com mercadorias não é suficiente.

Contra nota produtor rural: passo a passo para emitir

Para emitir a contra nota de produtor rural, é preciso preencher os campos da nota fiscal de acordo com as exigências legais. Veja como deve ser preenchido abaixo:

1. Informações básicas

Insira a data de emissão, em que o produto foi recebido pela empresa.

Você também deve inserir os documentos básicos da sua empresa rural e seus, como nome completo, CPF e Inscrição Estadual.

Na seção de Indicador da Inscrição Estadual do destinatário, escolha a opção “1 — contribuinte de ICMS”.

2. CFOP e natureza da operação

O CFOP a ser utilizado dependerá da destinação que será dada ao bem ou mercadoria adquirida. Caso seja compra para a industrialização ou comercialização será:

  • 1.101 para compra para a industrialização;
  • 1.102 para compra para a comercialização.

3. Código de Situação Tributária do ICMS

O CST será conforme a tributação da mercadoria adquirida pelo produtor rural. Por exemplo, se a mercadoria não for tributada no seu estado, será:

  • 041 — para empresas do Lucro Real ou Presumido;
  • 400 — para optantes do Simples Nacional.

4. Código de Situação Tributária do PIS/COFINS

Nessa seção, utilize o código 99. Ele é referente a “outras”.

5. Documentos Referenciados

Se foi emitida a NFP-e ou Nota Fiscal Avulsa Eletrônica, você deve inserir a chave de acesso dessas notas. Por isso é muito importante ter controle das notas emitidas, para não perder essas informações.

6. Informações complementares

Você deve preencher esse campo com “Nota Fiscal de Produtor nº ______ emitida em ______”. 

O valor da contribuição no Funrural, se existente, também deve ser inserido.

Legislação da contra nota de produtor rural nos estados

Cada estado tem uma legislação própria para emitir a contra nota de produtor rural. Verifique com atenção o regulamento do ICMS de seu Estado.

Minas Gerais

A regulamentação sobre a contra nota no estado de Minas Gerais se encontra no Artigo 20 do RICMS/MG. A legislação não se aplica  nas operações com produto ou subproduto florestal.

Mato Grosso

A obrigatoriedade da contra nota de produtor rural no estado está prevista no Artigo 201 do RICMS/MT

Todo contribuinte, com exceção do produtor rural, deverá emitir nota fiscal sempre que entrarem mercadorias remetidas por produtores rurais.

A contra nota pode ser utilizada como nota fiscal de ajuste, para corrigir divergências no peso e quantidade recebida pelo comprador.

O produtor rural deverá utilizar essa nota para regularizar seus controles fiscais.

Rio Grande do Sul

A legislação sobre contra nota no Rio Grande do Sul se encontra no Artigo 26 do Livro II — Das obrigações acessórias no RICMS/RS. 

No Estado, todo contribuinte, com exceção do produtor rural, emitirá a contra nota. Isso sempre que em seus estabelecimentos entrarem mercadorias remetidas por produtores rurais.

Rondônia

O Artigo 88 do RICMS/RO traz orientações sobre quem deve emitir a contra nota de produtor rural.

A contra nota de produtor rural não precisa ser emitida se não houver divergência de peso na mercadoria. A Nota Fiscal Avulsa deve ser emitida para a regra valer.

São Paulo

Para o estado de São Paulo, a regulamentação se encontra no Artigo 136 do RICMS/SP.

Os contribuintes, exceto o produtor, emitirá Nota Fiscal quando receber mercadoria de produtor não obrigado à emissão de documentos fiscais.

Conclusão

A contra nota de produtor rural registra a circulação de produtos. Assim, os negócios rurais ficam em conformidade com a regulamentação do ICMS.

Além disso, esse documento é importante também para registrar se houve diferenças entre a quantidade de mercadoria comprada

Assim, para evitar problemas com a legislação, é sempre importante tirar dúvidas com um(a) contador(a).

Você costuma emitir contra nota produtor rural? Já enfrentou alguma dificuldade nesse processo? Deixe seu comentário!

Conheça 4 grandes desafios da comercialização agrícola e saiba como eles te afetam

Comercialização agrícola: saiba o que é, conheça suas quatro funções, canais, compradores, preços e muito mais!

A comercialização agrícola é o grupo de atividades necessárias para os produtos agrícolas chegarem à mesa da população. Esse é um dos principais desafios do agronegócio.

A comercialização agrícola funciona como um sistema econômico que precisa atuar de forma organizada. Além de produzir os alimentos, você precisa estar por dentro de como esse processo funciona.

Afinal, ele impacta diretamente o seu trabalho, no quanto você tem de lucro, no seu capital de giro e em outros aspectos do seu negócio.

Neste artigo, você saberá quais fatores interferem na comercialização agrícola e como ela precisa funcionar para você obter sucesso em seu negócio rural. Acompanhe!

O que é a comercialização agrícola

A comercialização agrícola é um conjunto de ações necessárias para os produtos agrícolas chegarem à cidade

O Estado brasileiro desenvolve políticas públicas sobre o tema desde 1943. Aí foi criada a Comissão de Financiamento da Produção.

Hoje, o apoio oficial à venda dos produtos agrícolas é dado também por meio do crédito rural. A comercialização é um dos quatro tipos de crédito: os outros são os créditos custeio, investimento e industrialização.

O crédito comercialização pode ser usado para:

  • financiar estocagem;
  • proteção de preços e prêmios de risco;
  • equalizar preços; 
  • garantir preços ao produtor.  

Além disso, o Governo Federal apoia também a comercialização agrícola por meio da:

  • PGPM (Política de Garantia de Preços Mínimos);
  • AGF (Aquisição do Governo Federal);
  • EGF (Empréstimo do Governo Federal), dentre outras ações pontuais e regulares.

Funções da comercialização agrícola

Na comercialização agrícola, há funções importantes que fazem parte da venda dos produtos.

A função de comercialização é definida como uma atividade especializada, desempenhada nas várias fases da comercialização.

É importante que você faça uma análise funcional, ou seja: um estudo das funções ou serviços executados durante a venda da produção. 

De acordo com o professor Judas Tadeu Grassi Mendes, Pós-Doutor em Economia Rural, a análise das funções é útil para:

  • avaliar custos de comercialização dos intermediários;
  • comparar custos dentro de uma mesma categoria de intermediários;
  • e entender a diferença nos custos de comercialização entre os produtos. 

Agora, veja abaixo quais são essas funções.

Funções de troca

Envolve a transferência de propriedade dos bens, com a criação da utilidade de posse. Fazem parte dela a compra, a venda e a formação de preços.

Funções físicas

Relaciona-se com as atividades de manuseio e movimentação das mercadorias: transporte, armazenamento, processamento, beneficiamento e embalagem.

A função de transporte é uma das mais importantes, pois faz com que a mercadoria chegue ao destino. Isso envolve a escolha de rotas e meios de transportes.

Funções auxiliares

São funções que facilitam e permitem o funcionamento das funções descritas acima.

Nas funções auxiliares estão incluídas a padronização e a classificação; o financiamento (crédito), o risco, a informação de mercado e a pesquisa de mercado.

Outras funções  

O agrônomo e professor Alberto Martins Rezende, mestre em Economia Aplicada, acrescenta ainda as funções:

  • mercadológica (ajustamento dos produtos para atender ao mercado);
  • de propaganda (indução à compra);
  • terminação (qualidade, quantidade e preço).

As funções devem ser balanceadas. Você ou a pessoa responsável pela negociação deve aumentar as vendas e obter bons lucros.

Canais de comercialização agrícola

Acima, definimos que a função de comercialização envolve o desempenho de atividades especializadas. Veja quem realiza tais ações.

  • Corretor: atua como intermediário na aproximação entre compradores e vendedores, ou vice e versa. Não estoca bens, não financia e nem assume riscos.
  • Facilitador: influencia no processo de distribuição, sem assumir a posse dos bens, nem negociar a compra ou venda;
  • Representante de fabricante: empresa que vende bens de vários fabricantes, de forma independente;
  • Comerciante: influencia a compra, assume o bem e revende.
  • Varejista: vende bens ou serviços ao consumidor final;
  • Agente de vendas: procura clientes e negocia em nome de um fabricante, mas não assume a propriedade dos bens;
  • Força de vendas: grupo de pessoas que vendem produtos e serviços em nome de uma empresa;
  • Atacadista: empresa que vende bens ou serviços comprados para revenda ou uso empresarial.

Assim, o canal de comercialização ou de distribuição é a sequência de etapas por onde passa o produto agrícola, até o consumidor final.

Os canais de distribuição são conjuntos de organizações interdependentes. Elas são envolvidas no processo de tornar um produto disponível para consumo.

Banner de chamada para o download da planilha de controle de custos de safra

Desafios na comercialização dos produtos 

A comercialização dos produtos agrícolas envolve diversos fatores e ações que devem ser bem executadas.

É importante ter cuidados em ao menos 4 pontos. Acompanhe abaixo. 

1. Prazo de validade dos produtos

A produção agrícola tem prazo de colheita. Ela deve ser feita no tempo certo para poder ser comercializada e suportar melhor longas viagens.

Da mesma forma, tem também prazo para comercialização. Os produtos não podem ficar em estoque por muito tempo, sobretudo frutas, legumes, carnes e produtos lácteos

Outros cuidados essenciais são a organização da logística para manter os produtos em bom estado de comercialização.

2. Custos com frete

Os custos com frete devem estar embutidos na comercialização. Assim, você terá o máximo de lucros possível. Mas, para isso ocorrer, vai depender muito da sua habilidade de negociação.

Alguns compradores já negociam com frete próprio e pegam o produto na fazenda. Outros pedem que a mercadoria seja entregue no local de comercialização ou no porto para embarque.

Então, você deve avaliar sempre qual a opção que não vai te dar prejuízo ou reduzir seu lucro.

3. Época em que as culturas são produzidas (sazonalidade)

Este é um fator que contribui bastante para a obtenção de lucros na comercialização agrícola.

Se tem muito produto no mercado, o preço cai; se não tem, ele sobe.

Produtos comercializados em suas épocas normalmente vão ser comercializados quando há muitos concorrentes no mercado.

O preço pode subir dependendo de outros fatores, sobretudo climáticos. 

Eles podem favorecer uma redução do abastecimento. Assim, a grande procura faz os preços subirem, mesmo em épocas normais de comercialização.

Estocar produtos também é algo muito utilizado para comercialização em melhor preço, quando há redução da oferta.

4. Instabilidade nos preços

A produção agrícola, comercializada em nível nacional ou global, sofre diversas influências no seu preço.

Um bom exemplo é o que ocorre atualmente com a alta dos preços dos fertilizantes. Eles têm grande impacto nos custos de produção agrícola, e devem ser repassados para evitar prejuízos.

fidelizar clientes na consultoria agrícola

(Fonte: Shutterstock)

Compradores de produtos agrícolas

Com o avanço das tecnologias e das comunicações, as fronteiras dos negócios deixaram de existir.

Qualquer produto, desde que atenda às exigências dos compradores, pode ser comercializado para qualquer local do mundo.

Os compradores estão nas feiras livres (consumidores diretos), podem ser outros agricultores, atacadistas e varejistas, restaurantes, etc.

Os preços da comercialização agrícola 

A formação de preços dos produtos agrícolas depende de vários fatores. Eles podem ser:

Tipo de cultura

Há produtos mais valorizados que outros, tanto no mercado interno quanto externo. Essa preferência influencia na formação do preço.

Qualidade

Produtos certificados ou com selos de qualidade são mais valorizados no mercado. A  procedência, produção sustentável e orgânica também contam.

Sazonalidade

A demanda e a oferta do produto são de grande importância para formação de preços. A sazonalidade ou época em que estão disponíveis no mercado vai influenciar no valor final.

Tendência

Essa é uma importante estratégia na formação de preços. A tendência envolve diversos fatores, desde a demanda por maior consumo até a busca por determinado produto em específico.

Ela deve ser feita sempre com base em critérios técnicos que envolvem o histórico dos preços. A tendência pode indicar a necessidade de inovação e uso de tecnologia para atendimento das demandas.

Ciclos

Os produtos agrícolas podem ser influenciados pelos ciclos de preços, geralmente em períodos mais longos (um ano ou mais) de estabilidade. Por isso, sobem de valor. 

Geralmente, os agentes de mercado atuam com mais firmeza para ajustar os valores. Tudo isso é feito conforme os produtos.

Movimento brusco

Problemas emergenciais, como desastres naturais ou o início de uma guerra, podem ser a razão de um movimento brusco no mercado. Isso faz com que os preços subam de uma hora para outra, podendo ou não se manterem depois. 

Época de comercialização (safra ou entressafra) 

Os produtos comercializados na época da safra sofrem com baixa dos preços, sobretudo se houver grande produção. 

No entanto, essa situação pode ser revertida por outros fatores externos ou internos que geram alta dos preços. Por exemplo, fatores climáticos, desabastecimento em grandes regiões produtoras, etc.

Oscilação do mercado (no caso de produtos exportados)

A oscilação no mercado de commodities é uma das principais características desses produtos. Afinal, há variáveis que interferem nos valores a nível internacional;

Fatores climáticos, sanitários, políticos ou sociais

Os preços dos produtos agrícolas podem ser afetados por fatores não previstos. Isso pode gerar uma baixa da procura pela impossibilidade de comercialização em determinados estabelecimentos comerciais.

Alguns exemplos desses fatores são a Pandemia do Coronavirus e a Guerra entre Rússia e Ucrânia.

Como é feita a comercialização agrícola

Há produtos, como os grãos, que também possuem características próprias de comercialização. Uma delas é o barter, uma troca de insumos pela produção de grãos.

Outra opção de comercialização de grãos é o hedge, no qual os preços são fixados conforme a cotação da bolsa de valores.

É possível, ainda, negociar grãos a preços pré-fixados, com pagamentos antecipados. Também é possível por meio de cooperativas, que armazenam e negociam os produtos dos cooperados.

As tradings e corretoras possuem também papel de grande relevância na comercialização agrícola. Elas atuam no mercado internacional, com commodities.

Essas empresas são especializadas em suas áreas de atuação. Por isso, são muito exigentes com o tipo de mercadoria que vão comercializar. 

Elas prezam muito pela qualidade do produto para atendimento a mercados mais exigentes.

Como são feitas as entregas dos produtos comercializados

Na negociação, as partes decidem se o preço da mercadoria será com base no tipo de entrega. Essa entrega pode ser feita de duas formas: por FOP ou por CIF.

Por FOB, o comprador é responsável pelo transporte do produto comercializado. Esse comprador também é responsável por eventuais perdas no transporte. Nessa modalidade, a remuneração é menor.

Por CIF, quem faz a entrega é o próprio vendedor. Ele também é responsável pelo valor do frete e pelas eventuais perdas do produto.

>> Leia mais: “Como fazer um contrato de hedge e como ele pode assegurar sua rentabilidade

Banner de chamada para portal de consultores agrícolas

Conclusão

A comercialização agrícola é um sistema complexo. 

É preciso estar atento a todos os detalhes, com o objetivo de reduzir os riscos que envolvem a comercialização

Fatores relacionados à logística e que interferem nos preços também devem ser cuidados.

É importante que tais atividades sejam realizadas por pessoas ou empresas especializadas. Assim, há garantia de que os lucros finais sejam satisfatórios.

Você já conhecia o termo comercialização agrícola? Quais profissionais costuma chamar para te ajudar nessa etapa? Adoraria ler seu comentário.

10 passos para uma manutenção de tratores eficiente

Manutenção de tratores: conheça os tipos, as melhores épocas para se fazer, como gerenciar, organizar a frota e muito mais!

Os tratores agrícolas são máquinas indispensáveis para quem produz. 

Eles são usados em várias atividades na propriedade e precisam estar sempre prontos para a tarefa.

Como toda máquina ou automóvel, o trator também necessita de manutenção. Ela é  necessária para diminuir a depreciação das máquinas e evitar problemas.

Neste artigo, você verá tudo sobre a manutenção dos tratores agrícolas e sua composição! Boa leitura!

Pra que serve a manutenção de tratores agrícolas?

Os tratores agrícolas, por realizarem tarefas muito desgastantes, precisam de manutenção constante.

Esse trabalho é crucial em diversos pontos, como: 

  • aumentar a vida útil do trator;
  • diminuir gastos desnecessários;
  • manter a eficiência da atividade executada;
  • diminuir o custo de consertos;
  • menor custo com abastecimento das máquinas;
  • dar mais segurança a quem realiza as operações.

Além disso, esses serviços evitam que seus tratores não estejam disponíveis para as atividades. 

As falhas e atrasos nas atividades também diminuem. Isso aumenta a eficiência geral da atividade, já que o trator precisa de menos tempo para cumprir uma tarefa. 

Composição de um trator agrícola

O trator agrícola é composto de partes externas e internas. Ele pode ser detalhado nos sistemas a seguir:

  • Carenagem, lataria ou carroceria: protege o motor e os sistemas acessórios;
  • Cabine: local de trabalho de quem opera os comandos e controle da máquina;
  • Chassi: é a parte de sustentação do trator, sobre a qual a carroceria é montada. É uma parte bastante robusta;
  • Motor: gera potência para o trabalho e a movimentação da máquina;
  • Rodado: é o sistema de rodas, normalmente divididas em rodas de direção ou rodas motrizes; 
  • Sistemas Acessórios: são os sistemas hidráulico, de direção, de transmissão, alimentação, elétrico, de lubrificação, de arrefecimento ou refrigeração.
Manutenção de tratores: foto mostrando as partes do trator: motor, cabine, carenagem, chassi e rodado..

Esquema geral de partes de um trator 

Fonte: (adaptado de Navarra)

Tipos de manutenção de tratores

A manutenção de tratores pode ser feita em diversas épocas do ano ou do ciclo agrícola. Elas são definidas de acordo com o momento em que são executadas.

Manutenção preventiva

Esse tipo de manutenção é feita de tempos em tempos, em intervalos definidos pelos manuais das máquinas.

Seu objetivo é verificar o estado geral de componentes do trator. Assim, as trocas podem ser feitas preventivamente, evitando falhas e danos ao trator.

Manutenção preditiva

Essa manutenção se baseia nas condições de marcadores como filtros, óleos e peças.

Ela evita que problemas inesperados ocorram entre os intervalos de manutenções preventivas.

Manutenção corretiva

A manutenção corretiva é feita quando um problema surge durante a operação da máquina. Ou seja, quando é necessária uma intervenção imediata.

Cada uma dessas prevenções tem um papel diferente e um impacto maior ou menor na eficiência da máquina. 

Melhor época para fazer a manutenção de tratores agrícolas

As manutenções preventivas e preditivas devem ser programadas para as épocas em que a necessidade do uso de trator seja menor. Por exemplo, nos períodos de entressafra

Essas manutenções, quando bem executadas, irão diminuir necessidade de correções. Agora, veja as atividades de manutenção e a recomendação de horas para sua execução.

Manutenção diária 

Diariamente, você precisa:

  • Checar o nível de água do radiador;
  • Checar o nível de óleo do motor;
  • Checar o nível de óleo da transmissão;
  • Avaliar a condição dos freios;
  • Drenar o sedimentador;
  • Drenar filtros de combustível;
  • Lubrificar o trator.

Manutenção semanal

A cada semana, é necessário:

  • Verificar correias;
  • Verificar o sistema elétrico;
  • Conferir o nível de óleo dos sistemas hidráulicos e de transmissão;
  • Checar e ajustar a pressão dos pneus.

Manutenção mensal

As tarefas mensais são menores. São elas:

  • Trocar o óleo lubrificante do motor e filtro;
  • Conferir o nível de óleo bomba injetora.

Manutenção semestral

A cada semestre, você precisa fazer as seguintes operações:

  • Desmontar as rodas e engraxamento;
  • Substituir a água do radiador e limpá-lo;
  • Substituir os filtros de combustível;
  • Checar o filtro primário (pré-filtro);
  • Conferir o filtro secundário (de combustível).

10 passos para uma manutenção de tratores completa

O trator é dividido em partes e sistemas. Cada um desses sistemas precisa de manutenções específicas. Confira a seguir:

1. Manutenção do sistema elétrico

O sistema elétrico fornece energia elétrica para os demais sistemas de controle do trator. Ele é composto por alternador, bateria, fiação, indicadores do painel e lâmpadas. Nesse sistema, é preciso:

  • Avaliar o estado dos cabos e conectores;
  • Checar o nível de água de fluido da bateria;
  • Analisar o estado e tensão da correia do alternador.

2. Manutenção do sistema de combustível

Esse sistema faz o transporte de combustível do tanque e sua injeção no motor. Ele é composto por tanque de combustível, tubulação, bomba, injetores e filtros. Nele, você precisa:

  • Drenar o copo sedimentador;
  • Trocar o filtro de combustível;
  • Verificar a presença de vazamentos na tubulação;
  • Conferir o estado geral e entupimentos da bomba de injeção.

3. Manutenção do sistema de resfriamento do motor

Esse sistema é responsável pelo controle da temperatura do motor. É composto por radiador e tampa, termostato, ventilador, bomba de água e mangueiras. Você precisa:

  • Limpar o radiador;
  • Conferir o nível da solução de arrefecimento;
  • Trocar os aditivos do líquido de arrefecimento;
  • Conferir vazamento na tubulação ou tampa do radiador;
  • Analisar o funcionamento e tensão da correia da ventoinha.

4. Manutenção do sistema de ar

Ele é responsável pela alimentação de ar para o motor, permitindo a combustão. É composto por pré-filtro e filtro, turbo compressor, coletor e válvulas de admissão. Você deve:

  • Fazer a regulagem de válvulas;
  • Verificar a pressão de ar;
  • Conferir a integridade dos dutos de transporte;
  • Fazer a limpeza ou troca de filtros.

5. Manutenção do sistema de lubrificação do motor

Ele diminui o atrito e desgaste das peças do motor. É composto por cárter, bomba de óleo, filtro e dutos. Os pontos de manutenção são:

  • Conferir nível e qualidade do óleo;
  • Ver a necessidade de troca de filtros;
  • Identificar a presença de vazamentos.

6. Manutenção do sistema de transmissão

Esse sistema transforma a energia produzida no motor para o sistema de rodado. É composto por embreagem, caixa de marchas, conjunto coroa/pinhão, diferencial e redução final. Os pontos de manutenção são:

  • Checar e trocar óleo;
  • Checar e trocar filtros;
  • Averiguar a presença de vazamentos;
  • Fazer a limpeza de respiros.

7. Manutenção do sistema hidráulico

Esse sistema fornece potência para sistemas de direção, freio e levante do trator. É composto por bomba hidráulica, reservatório de óleo, válvulas e atuador motriz. Aqui, você deve:

  • Conferir nível e qualidade do óleo;
  • Checar necessidade de troca de filtros;
  • Analisar a presença de vazamentos e atuação de válvulas;
  • Acoplar mangueiras.

8. Manutenção do sistema de rodado

O sistema é responsável pela movimentação do trator através da potência gerada pelo motor. É composto por aro, pneu e componentes de fixação. Nesse sistema, você deve:

  • Calibrar e conferir o estado de conservação dos pneus do trator;
  • Reapertar componentes de fixação ao eixo;
  • Conferir níveis de patinagem.

9. Manutenção do sistema de freios

O sistema controla a velocidade do trator. É composto por pedais, cabos, discos e reservatórios de fluidos. Nele, você deve: 

  • Conferir a altura dos pedais;
  • Analisar a qualidade e nível do fluido;
  • Acionar os freios.

10. Manutenção da lubrificação

A lubrificação diminui o atrito entre partes móveis do seu trator. Por isso, você deve aplicar graxa periodicamente, sempre que necessário.

Gerenciamento e organização da manutenção de tratores

O gerenciamento da manutenção pode ser feito por meio de planilhas baseadas nas recomendações dos manuais de trator. 

Porém, contar com softwares de gestão agrícola pode ser uma saída muito mais prática. O Aegro, por exemplo, permite que você ative lembretes de manutenção e faça uma checklist das atividades previstas. 

alerta de manutenção no Aegro

Fazer a manutenção dos seus tratores é mais fácil com o Aegro

Fonte: (Aegro)

Assim, você evita esquecimentos e aumenta a eficiência desse processo.

Além disso, é importante que seus funcionários tenham acesso a cursos sobre a manutenção de tratores. Isso dará à sua equipe maior capacidade de solução de problemas.

Os gastos desnecessários e falta de maquinário em etapas cruciais do ciclo da cultura também serão evitados dessa forma.

Além disso, não se esqueça de organizar o estoque para não faltarem ferramentas e peças de reposição para as manutenções.

Conclusão

Ter um maquinário sempre preparado para uso é essencial para o sucesso do manejo da sua lavoura. 

A manutenção bem executada e no tempo correto evita atrasos e possíveis perdas na lavoura. Isso também diminui custos desnecessários e evita desperdícios.

Além disso, você pode aumentar o rendimento e vida útil da máquina

Não se esqueça de fazer um bom controle do seu estoque de peças e de gerenciar bem as atividades de manutenção das máquinas. Na dúvida, sempre procure um profissional.

>> Leia mais: “Renagro: como funcionará o registro nacional de tratores e máquinas agrícolas”

E você? Como costuma se organizar para fazer a manutenção de tratores na sua propriedade? Segue todos os passos citados no artigo? Adoraria ler seu comentário!

BPO Contábil: como sua fazenda pode se beneficiar desse serviço

BPO contábil: conheça as rotinas, vantagens, como e quem pode fazer esse serviço e muito mais!

Para deixar a gestão mais eficiente, você pode terceirizar alguns processos secundários da sua fazenda. Um desses processos é a contabilidade rural.

A contabilidade lida com questões legais, tributárias e fiscais. Ter uma equipe especializada pode ser o menor caminho para a assertividade da gestão.

Essa equipe pode ser terceirizada por um BPO (Business Process Outsourcing), dado o nível de especificidade e complexidade da área contábil. 

Neste artigo, você vai saber o que é o BPO contábil e o que ele pode oferecer para seu negócio rural. Boa leitura!

O que é BPO Contábil?

O BPO é a terceirização de processos secundários dos negócios. Em outras palavras, é delegar algumas atividades a empresas especializadas.  Esse tipo de prática permite a redução de custos e o aumento da produtividade. Além disso, possibilita que você foque em atividades estratégicas.

O BPO contábil faz os processos contábeis do seu negócio. Em vez de você ou sua equipe interna realizarem esses processos, uma empresa terceirizada faz esse trabalho. 

Os fornecedores de BPO precisam ser empresas com conhecimentos técnicos mais específicos. Esta prática diminui muito os erros técnicos.

Quais rotinas contábeis podem ser terceirizadas?

O BPO Contábil une processos e tecnologia para proporcionar mais agilidade e eficiência às empresas. Dentre as rotinas que podem ser terceirizadas, há:

  • Elaboração do balanço do patrimônio rural;
  • Apuração dos impostos e emissão de guias;
  • Entrega de obrigações fiscais, sociais e acessórias;
  • Elaboração de folhas de pagamento;
  • Relatórios e demonstrativos contábeis;
  • Controle de vencimento de certidões e alvarás.

Vantagens do BPO Contábil

O BPO contábil garante que as obrigações fiscais serão cumpridas. Isso evita entraves com a Receita Federal. Além dessa grande vantagem, há muitas outras.

1. Mais eficiência nos processos

Contratar um BPO aumenta a eficiência dos processos internos da sua propriedade rural. Afinal, sem as obrigações contábeis nas suas mãos, você pode se dedicar ao gerenciamento de processos operacionais da fazenda. 

2. Redução dos custos operacionais 

O BPO contábil reduz os custos com a contratação de colaboradores especialistas nas áreas  de contabilidade, na gestão de pessoas e nas questões fiscais. 

Eles criam planejamentos estratégicos muito seguros. Ainda, podem reduzir os pagamentos de tributos que não são necessários na sua situação.

3. Aperfeiçoamento dos controles fiscais 

A sua empresa irá se manter atualizada sobre as alterações legislativas na área tributária, reduzindo as chances de erros ou multas. 

Os profissionais de BPO contábil vão cumprir todas as obrigações tributárias e fiscais para o seu negócio. Outra vantagem é que você sempre pode contar com o conhecimento desses profissionais para tirar quaisquer dúvidas.

4. Análise para possíveis investimentos

O profissional de BPO pode te ajudar com análises para que seus investimentos sejam mais eficazes e certeiros.  Ao optar por esse recurso, você pode obter melhores resultados e escolher os melhores investimentos.

5. Garantia de regularidade 

O BPO oferece a garantia de que sua empresa vai atuar de acordo com a legislação. 

A equipe responsável irá te orientar sobre políticas e diretrizes que devem ser seguidas no desenvolvimento das atividades. Qualquer inconformidade é detectada e solucionada de forma rápida e eficaz.

Esquema que mostra os benefícios do BPO contábil: redução de processamentos manuais, acesso às tecnologias, trabalho mais rápido, benefícios financeiros, vantagem competitiva e maior desempenho

Todos os tipos de BPO oferecem muitos benefícios para a sua empresa rural

Fonte: (Taugor)

Como fazer BPO Contábil

O primeiro passo é buscar um excelente fornecedor.  Os serviços contratados e as responsabilidades desse fornecedor devem estar claros.

Além disso, na organização interna, é necessário desenhar como funciona o processo antes do BPO. 

Na parte contábil, quase todas as atividades podem ser terceirizadas. Mas ainda assim é preciso saber como será a troca de informações e documentos com o fornecedor e quais os responsáveis por esta etapa.

Após implantado, o BPO precisa de monitoramento por parte do contratante. É importante manter os processos sob controle. Assim, você poderá identificar falhas nos resultados. 

Para ter um serviço de qualidade e com os melhores resultados, escolha uma empresa de confiança no mercado.

Quem pode fazer o BPO Contábil?

Nos serviços de BPO contábil, você pode contar com apoio na emissão e no processamento da documentação. Tudo é feito diretamente pela empresa terceirizada.

Para ser considerado BPO contábil, o serviço precisa oferecer todas as etapas da contabilidade externas à empresa, tais como: 

Vale lembrar que serviços de BPO financeiro não oferecem a parte contábil.

Banner para baixar o kit de planejamento tributário rural

Diferença entre BPO contábil, financeiro e fiscal

O BPO contábil é a realização dos processos contábeis da empresa por outra empresa.

O BPO financeiro é a contratação de uma empresa terceirizada para a gestão das finanças do seu empreendimento. Ele é responsável por toda ou parte da gestão financeira. 

Já o BPO fiscal faz o processamento e o cruzamento de informações fiscais da empresa. Ou seja, deve atender às obrigações fiscais e acessórias, além de manter os impostos sempre atualizados.

Esses três tipos de BPO oferecem um gerenciamento estratégico.  Para as empresas que não possuem um setor contábil interno, essa assessoria é a solução para que os negócios não fujam da regularidade.

Banner de chamada para portal de consultores agrícolas

Conclusão

BPO contábil é a terceirização de serviços contábeis da empresa. 

Ao optar pelo BPO, os processos contábeis da sua fazenda são executados por especialistas externos.

O BPO possibilita que você e sua equipe interna foquem em atividades estratégicas. Isso  melhora os resultados da fazenda, reduz seus custos e aumenta sua produtividade. 

Você já conta ou pensou em contar com BPO contábil na sua propriedade? Deixe seu comentário abaixo!

Veja como calcular a margem de lucro da sua fazenda

Margem de lucro da fazenda: como calcular margem bruta e líquida, como garanti-las, dicas e muito mais!

A manutenção de um caixa saudável da atividade agrícola é o primeiro passo para uma boa gestão. 

É necessário entender, exatamente, para onde está indo o dinheiro, o trabalho e a rentabilidade da sua produção. 

A consequência disso é saber se há uma boa margem de lucro no seu negócio rural. Com essa informação, você pode tomar decisões muito mais assertivas.

Neste artigo, veja como obter a margem de lucro do seu negócio e como a tecnologia pode te ajudar nesta gestão. Boa leitura!

O que é margem de lucro?

Margem de lucro é um indicador financeiro muito utilizado para avaliar a saúde financeira das empresas. 

O lucro bruto ou líquido são a diferença entre o faturamento obtido com as vendas dos produtos e os custos da sua fazenda.

A margem de lucro, por sua vez, é o percentual obtido da relação entre o lucro bruto ou líquido com a receita total do seu negócio.

Ou seja, ela é a porcentagem do preço de um produto que corresponde ao lucro do negócio.

Ter conhecimento sobre a margem de lucro é imprescindível para o sucesso da empresa rural. Afinal, ela auxilia na formação do preço de vendas dos seus produtos, garantindo a saúde financeira da fazenda.

Como calcular a margem de lucro da fazenda?

Para garantir a margem de lucro da empresa rural, saber apenas o preço de venda do produto final não é suficiente. É preciso ir além.

É necessário conhecer profundamente os custos de produção. Isso é tão importante quanto conhecer os preços de venda do seu produto.

A margem de lucro é afetada pelos custos de produção. Assim, conhecer seu orçamento é fundamental para definir o preço de venda. A partir dessa informação, você saberá qual será o seu lucro. 

Nesse momento, contar com a tecnologia é fundamental para fazer contas precisas. Por isso, separamos um kit gratuito com duas planilhas para você.

Com uma, você irá calcular os seus custos de produção. Com a outra, vai comparar seus custos com as fazendas de todo o Brasil. Clique na imagem abaixo para baixar:

Banner para baixar o kit comparativo de custos de safra

O que é o lucro?

O lucro é a diferença entre a receita bruta e o custo total. Ele pode ser líquido ou bruto.

O custo total é composto pelo custo operacional total e o custo de oportunidade sobre todo o capital investido na fazenda.

O período considerado na análise é de um ano. Portanto, é fundamental conhecer a receita bruta e o custo total no mesmo período.

Como calcular o lucro da fazenda

Para calcular o lucro da fazenda, você deve subtrair a receita bruta do custo total de produção:

Lucro = Receita Bruta — Custo Total

Para que a atividade rural seja sustentável no longo prazo, o lucro deve ser positivo

Este lucro deve ser reinvestido para o crescimento da empresa, garantindo o sucesso econômico da empresa rural no longo prazo.

Cálculo do lucro bruto da fazenda

Agora que você já sabe calcular o lucro da sua fazenda, precisa saber também calcular o lucro bruto. Você vai precisar desse número para calcular a margem bruta da sua propriedade.

Para descobrir seu lucro bruto, você deve calcular:

Lucro bruto = receitas totais — custos operacionais

Cálculo do lucro líquido da fazenda

Você também precisará saber o lucro líquido da sua fazenda. Afinal, irá precisar desse número para encontrar a margem líquida.

Para descobrir, você precisa calcular:

Lucro líquido = receitas totais — custos totais

Margem Bruta

Se você considera o resultado da conta receita — despesa como lucro, pode estar afastando seu negócio do sucesso.

Nessa conta, são consideradas apenas as despesas diretas ou operacionais. Mão de obra, fertilizantes, água e combustível fazem parte dessas despesas. 

A margem bruta é um importante indicador gerencial que pode ser extraído da demonstração do resultado do exercício

O custo operacional efetivo são as despesas diretas ou custos variáveis. Eles são os que geraram um desembolso direto por você.

A margem bruta representa a eficiência comercial da atividade. Ou seja, indica se a sua empresa rural está comprando bem os insumos e matéria prima. Também indica se está comercializando bem a produção.

Nela, são consideradas apenas as despesas de apenas um ciclo de produção

As atividades de pecuária e agricultura têm uma alta representatividade dos custos variáveis na receita. Eles podem afetar a margem de lucro. 

Uma parte destes custos pode estar atrelada a insumos que crescem proporcionalmente ao volume de produção.

Outra parte destes custos apresenta alta volatilidade, relacionada a fatores externos à fazenda, como: câmbio, oferta, demanda e clima.

Existem outros tipos de indicadores derivados da margem bruta. 

Um exemplo é a margem bruta por hectare. Ela é utilizada para avaliar a viabilidade econômica da produção por cada hectare utilizado. 

Como calcular a margem bruta da fazenda

A margem bruta é calculada como a diferença entre a receita bruta e o custo operacional efetivo:

Margem Bruta = (lucro bruto / receita líquida) x 100 

Se a margem bruta for negativa, isto significa que a atividade é economicamente inviável a curto, médio e longo prazo.  Nesse caso, você estaria pagando para produzir.

Se a margem bruta for igual a zero é preciso ficar em alerta

Este resultado mostra que a margem paga os custos operacionais. Porém, ela não paga os demais custos com depreciação, custo de oportunidade, entre outros.  

Neste caso, a atividade pode ser inviável no médio prazo.

Margem líquida

A margem líquida é a diferença entre a receita bruta e o custo operacional total

Nela, são consideradas as despesas que não geram desembolso imediato. Depreciação de máquinas e equipamentos, custo de oportunidade do capital e mão de obra familiar são alguns exemplos.

A margem líquida é uma análise de médio prazo. Ela considera todos os custos operacionais e relacionados aos bens de produção da fazenda. O período considerado na análise é de um ano.

A análise da viabilidade econômica no médio prazo permite avaliar se a receita bruta paga o custo operacional efetivo. Também avalia se ela é suficiente para pagar os custos de depreciação e mão de obra familiar.

Como calcular a margem líquida da fazenda

Para calcular a margem líquida, você deve fazer a seguinte conta:

Margem Líquida = (lucro líquido / receita líquida) x 100

Se a margem bruta for negativa, a margem líquida também será negativa.

Se a margem líquida for positiva, a atividade está pagando as contas de custeio, custos com depreciação e mão de obra familiar no médio prazo. 

5 passos para alcançar uma boa margem de lucro da fazenda

1. Levante seus custos

O primeiro passo para entender e garantir uma margem de lucro é o levantamento de todos os custos.

Junte todos os custos relacionados ao processo de produção, dos mais complexos aos mais simples.

Este levantamento de todos os custos envolvidos deve ser realizado de forma precisa e criteriosa.  A forma com que esse levantamento é realizado depende muito das características de cada processo de produção

2. Faça a apropriação dos custos levantados

O segundo passo é a apropriação dos custos levantados em cada setor da fazenda. 

Isto é, saiba precisamente onde foi gasto cada insumo e cada hora trabalhada. Esses detalhes são  fundamentais para o entendimento dos custos.

3. Analise seus custos

O terceiro passo consiste em analisar estes custos e estudar melhorias na utilização dos insumos. A partir dessa avaliação, serão tomadas ações e decisões no processo de otimização e diminuição dos custos.

4. Faça uma boa gestão de estoque

Faça uma gestão eficaz e eficiente do estoque

Estoques mal geridos podem representar um grande obstáculo para o alcance de boas margens dentro de uma empresa rural.

Compras estratégicas podem reduzir significativamente o custo de produção da sua fazenda. Isso contribui para o sucesso na obtenção de margens de lucro satisfatórias.

5. Conte com um software de gestão

Para calcular e garantir uma boa margem de lucro na sua fazenda, muitas contas são necessárias.

Você pode facilitar esse processo através de um software de gestão agrícola como o Aegro. Com ele, controlar todos os seus custos e receitas é muito mais simples e intuitivo.

Foto de tela do aplicativo Aegro, na aba de custos. Há um gráfico redondo colorido.

Analisar os custos da sua fazenda é mais fácil com o Aegro

Afinal, todos os dados da sua fazenda, desde os da lavoura até o financeiro, ficam concentrados em um só lugar.

Outra facilidade é conseguir monitorar a rentabilidade do seu negócio. Nesses momentos, contar com a tecnologia pode te dar uma grande ajuda.

Conclusão

O conhecimento sobre os custos de produção e o cálculo correto da margem de lucro pode contribuir para o sucesso da sua atividade rural.

A correta separação e análise entre margem bruta, líquida e lucro pode auxiliar na correta avaliação dos indicadores econômicos. Isso irá embasar as tomadas de decisão na fazenda. 

Com esses conceitos bem definidos, é possível refinar a gestão da fazenda e ter melhores parâmetros para a tomada de decisão.

Como você calcula a margem de lucro da fazenda? Usa algum software ou planilha para te ajudar? Deixe seu comentário!

5 passos para calcular o custo de produção do feijão por hectare

Custo de produção do feijão: entenda como calcular o custo com insumos, operações, transporte, armazenagem e mais!

Além de grande consumidor, o Brasil é um grande produtor do feijão. Ele está entre os cinco maiores do mundo.

Esse grão precisa de diversos cuidados e manejo que geram custos para quem produz. É necessário um bom planejamento e controle cuidadoso desses custos de produção. Assim, as despesas não vão superar a receita.

Neste artigo, veja o passo a passo para calcular o custo de produção e garantir uma lavoura mais rentável. Boa leitura!

Como calcular o custo de produção do feijão

O valor dos produtos e serviços necessários para produzir têm aumentado constantemente. É muito importante saber seus gastos por hectare. Assim, no final do ciclo da cultura, você não sairá no prejuízo.

Você deve somar todas as despesas, fixas e variáveis, de preferência com ajuda de planilhas e tecnologias. Essas ferramentas facilitarão o seu controle.

Veja agora todas as etapas para fazer esse cálculo.

1. Custo com insumos

Contabilize todos os insumos utilizados para a implantação e condução da cultura do feijão. Faça isso independente da tecnologia que você usa.

Os valores de muitos insumos são reajustados pela variação da cotação do dólar. Analisar esses custos é fundamental na hora de decidir o quanto, onde e quando plantar. Para você produzir uma lavoura de feijão, vai precisar de muitos insumos. 

Como essa é uma cultura sensível à competição, a lavoura necessita de controle eficiente de plantas daninhas. Inicialmente, você também precisa adquirir sementes, sejam elas tecnológicas ou convencionais.

É comum produtores pequenos salvarem a sua própria semente, mas isso tem um custo que não pode ser ignorado. Fique sempre de olho nas normas para sementes salvas no Ministério da Agricultura. Para a condução de uma lavoura de feijão, os seguintes insumos são essenciais:

  • Sementes;
  • Produtos para tratamento de semente;
  • Herbicidas;
  • Fungicidas;
  • Inseticidas;
  • Óleos e adjuvantes;
  • Corretivos e fertilizantes (orgânicos ou minerais);
  • Inoculante;

Cálculo de sementes de feijão por hectare

  1. Através da densidade de plantio, você sabe a quantidade de sementes que deve ser utilizada em um hectare;
  2. Use o preço por kg ou saca de sementes e transforme isso para um hectare;
  3. Multiplique o preço pela quantidade de sementes por hectare (em kg ou sc).

Cálculo de fertilizantes de feijão por hectare

Para os fertilizantes, use a mesma lógica do cálculo de sementes. 

  1. Multiplique o preço do produto (por kg) pela quantidade (em kg) utilizada por hectare.
  2. Multiplique o valor da tonelada de corretivo pela quantidade usada por hectare (em tonelada). Se for o caso, divida pela quantidade de safras até a próxima correção.

Para correção do solo, você pode fazer o rateio entre as safras em que a correção se mantém.

Cálculo de agroquímicos no feijão por hectare

  1. Saiba a quantidade de cada produto utilizada por hectare no decorrer da safra;
  2. Multiplique pelo valor do produto.

Como exemplo, se você utilizou 0,5L de abamectina em um hectare, o valor do produto é de 30 reais por litro. 

Multiplique 30 (valor por litro) por 0,5 (quantidade usada por hectare). Seu custo por hectare com esse produto foi de 15 reais. Agora, basta organizar e calcular todos esses custos. Em vez de fazer esses cálculos em um caderno, você pode contar com a tecnologia.

Foto de uma tabela de computador, com opções de descrever os insumos, unidade, quantidade e preço

Modelo de planilha para cálculo do custo de insumos por hectare

Com tecnologia, você não precisa perder muito tempo. Além disso, pode garantir que os cálculos estão todos corretos. Separamos para você uma planilha grátis de cálculo de custo com insumos por hectare! Você pode baixar clicando na imagem abaixo:

Planilha de custos dos insumos da lavoura

2. Custo com operações

Esse é basicamente o custo que você tem para aplicar os insumos na lavoura.

Nessa conta, entram os custos de:

Organizada a lista de todas as operações necessárias, você calculará o custo delas. Caso as operações sejam terceirizadas, esse cálculo é mais simples. Se você utilizar maquinário próprio, deve considerar diversos fatores:

  • Combustível (valor combustível x consumo por hora x horas por hectare);
  • Manutenção (valor médio por safra / hectares cultivados);
  • Depreciação ou desvalorização.

Para calcular a depreciação das suas máquinas, você pode usar a seguinte fórmula:

  • Depreciação anual = (valor de compra — valor residual ao final da vida útil) / anos de vida útil

O cálculo de depreciação de máquinas pode ser mais simples com a ajuda da nossa planilha gratuita! Clique na imagem abaixo para baixar:

Cada hora trabalhada tem um custo, saiba organizar suas despesas.

Use os custos de manutenção, a depreciação da máquina e custo com combustível. Divida isso pelos hectares cultivados. Esses custos são bastante variáveis. Você deve adaptar tudo de acordo com as condições da sua região.

3. Mão de obra

A mão de obra representa um custo na sua fazenda. Ela deve ser contabilizada, seja ela contratada ou familiar.  Se a mão de obra for contratada, inclua na planilha de custos os salários pagos por safra e todos os impostos inclusos.

Caso somente a família trabalhe na lavoura, você pode calcular da seguinte maneira:

  • Estipule um salário por hora trabalhada para cada membro da família ou funcionário;
  • Multiplique as horas totais trabalhadas pelo valor estimado.

Neste campo de custos, você também pode colocar o gasto com assistência técnica, caso haja.

4. Custos financeiros

O cálculo de custos financeiros por hectare deve ser feito quando você tem:

  • juros a pagar referente ao custeio da safra;
  • juros de financiamentos de máquinas e implementos;
  • custo de oportunidade (o lucro que você deixa de ganhar caso use a área com outra atividade).

5. Transporte/Armazenagem

O ideal é que os custos da pós-colheita sejam lançados separadamente dos demais. Esses custos incluem desde o transporte do grão até as despesas com secagem e armazenamento. A pós-colheita do feijão é bastante crítica. Afinal, a maior parte da produção é destinada ao consumo “in natura”.

Se o transporte do campo ao armazém for fretado, faça a seguinte conta:

  • Verifique a quantidade de horas das operações e o preço pago por hora;
  • Divida tudo pelo número de hectares.

O armazém pode ser próprio ou alugado. Se for próprio, você deve saber qual o custo do armazém, e dividir isso pelos hectares cultivados. A locação de espaço em armazém facilita o cálculo. Se esse for seu caso, apenas divida o valor cobrado pelos hectares cultivados.

É importante que a armazenagem dos grãos de feijão seja feita de forma eficaz. O local deve ter secador eficiente e um silo adaptado a esses grãos. 

Isso pode gerar um custo diferente dos grãos mais comuns (milho e soja). Esteja sempre de olho em todos os detalhes para garantir seus lucros.

Como calcular o custo de produção do feijão com software?

Muitas vezes, quem produz esquece o caderno de anotações no escritório e deixa de anotar alguns gastos. A desvantagem disso é nunca conseguir definir e entender bem os custos de produção, o que pode tornar o planejamento financeiro incerto.

Ferramentas de gestão como o software agrícola Aegro te ajudam muito nesse momento, já que cálculos ficam mais automatizados. Com essas ferramentas, você pode inserir os gastos pelo celular.

Além disso, o próprio sistema gera automaticamente gráficos e tabelas que facilitam seu entendimento e visualização:

gif que mostra a tela de custo realizado do software de gestão rural Aegro

Agora que você já sabe qual o seu custo de produção e tem tudo contabilizado, fica mais fácil definir qual será sua margem de lucro. Assim, você pode definir qual a produtividade e preço por saca de feijão necessários para chegar na sua meta.

Custo de produção agrícola: Controle tudo pelo Aegro!

Conclusão

É muito importante ter a noção do seu custo para produzir um hectare de feijão.

Para controlar esses custos, lembre-se de separar as atividades por tipo de gasto. Insumos, máquinas, operações, transporte e armazenamento devem ser calculados separadamente.

O planejamento é essencial para manter a saúde financeira da propriedade. E não se esqueça de que você sempre pode contar com a tecnologia e com planilhas nesses momentos.

>> Leia mais: Previsão para o preço do feijão: saiba quais são as expectativas

Você sabe qual é o custo de produção do feijão por hectare na sua propriedade? Deixe um comentário contando como você se organiza!