Triticale: alternativa de cultura de inverno para sua fazenda

Triticale: saiba quando e como cultivar, como é feito o controle de pragas e doenças, recomendações de colheita e muito mais!

O triticale é um cereal de inverno gerado a partir do cruzamento do trigo com o centeio. Ele herdou o potencial de rendimento de grãos do trigo e a rusticidade do centeio.

Uma das dificuldades que você pode enfrentar no cultivo do triticale está no manejo da cultura. Afinal, esse cereal possui muitas especificidades.

Neste artigo, você verá detalhes sobre a semeadura e a colheita do triticale, assim como manejo de pragas e doenças. Aproveite a leitura! 

O que é o triticale?

O triticale é um cereal híbrido de inverno. Ele é resultado da hibridação do trigo com o centeio, e possui alta tolerância às geadas. O cereal contribui com a manutenção de palhada em solos arenosos e fracos, além de colaborar com o plantio direto.

Consequentemente, o triticale tem baixa resistência à seca e ao calor excessivo.

Esse cereal se adapta a diferentes condições de solo e clima. Além disso, tem alta capacidade de produção e resistência a doenças fúngicas.

Ele é utilizado principalmente no Sul do Brasil. Afinal, é uma ótima opção para anteceder o cultivo de grandes culturas como milho, soja e feijão

Quando o triticale pode ser cultivado?

A semeadura do triticale ocorre entre os meses de fevereiro e maio

No Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, é semeado na mesma época que a cultura de trigo. Nessa época, há maior possibilidade de a cultura ter um bom rendimento.

Plantio do triticale

A semeadura deve ser feita em linhas, com espaçamento de 17 cm, e a densidade indicada é de 400 sementes por metro (ou 300 sementes por metro, em locais com risco de acamamento).  A profundidade ideal de semeadura deve ficar entre 2 cm e 5 cm.

Outros espaçamentos podem ser utilizados, mas não ultrapasse 20 cm.

É recomendado que você eleve a saturação de bases do solo para 70%.  Conforme os teores de nutrientes do solo, faça a adubação corretiva.

Devido a sua rusticidade, o cereal possui tolerância a solos ácidos e a altos teores de alumínio tóxico. Apesar dessa tolerância, a correção da acidez por meio da aplicação de calcário é fundamental.

Ela proporciona incrementos significativos na sua produtividade. Além disso, o triticale também responde significativamente à adubação nitrogenada

Antes de semear, avalie as condições e faça a adubação e as correções conforme os resultados da análise de solo.

Grãos de triticale vistos de perto

Grãos de triticale após serem colhidos

(Fonte: Kaufmann seeds)

Quantidade de triticale por hectare

A quantidade de triticale por hectare deve ser de 350 a 400 sementes viáveis/m².

Em áreas onde existe o risco de acamamento, a densidade de semeadura pode ser reduzida para 300 sementes viáveis/m².

Esse cereal é rústico e tolera bem solos ácidos e a toxidez de alumínio. Por isso, pode ser cultivado em regiões classificadas como marginais à cultura do trigo.

Controle de doenças do triticale

O primeiro passo para o controle de pragas e doenças está no tratamento de sementes com fungicidas e inseticidas. O tratamento de sementes apresenta diversas vantagens, como:

  • reduz o inóculo inicial de doenças;
  • controla de pragas iniciais;
  • proporciona maior porcentagem de germinação de sementes;
  • garante plântulas mais vigorosas;
  • garante estande adequado de plantas;
  • fornece maior rendimento de grãos.

Durante o desenvolvimento da cultura, a giberela e a brusone merecem atenção especial. Essas doenças atacam as espigas do triticale. Consequentemente, causam danos significativos ao rendimento da cultura.  

Portanto, faça o controle fitossanitário dessas doenças no início da floração plena.

Controle de pragas do triticale

As pragas de maior ocorrência no triticale são lagartas, pulgões, corós e percevejos.

No entanto, vale alertar que o controle dessas pragas deve ser realizado somente quando a população das pragas atingirem o nível de dano econômico utilizando inseticidas.

Para calcular o nível de dano econômico, contar com ferramentas é essencial. Por isso, separamos para você uma planilha de Manejo Integrado de Pragas que te permite fazer esse cálculo.

Clique na imagem a seguir para baixar a planilha gratuita:

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Recomendações de colheita para o triticale

A colheita do triticale deve ser feita com a máquina em baixa velocidade. A umidade das espigas e dos grãos também precisa estar baixa, e o uso de batedores em barras é o mais recomendado.

Além disso, a colheita dependerá da forma de utilização da cultura.

Quando usadas para produção de feno ou silagem pré-secada, as plantas devem ser colhidas até o estádio do emborrachamento.

Quando utilizado como silagem da planta inteira, a colheita deve acontecer quando os grãos atingirem o estádio leitoso a pastoso.

A colheita pode ser feita de forma manual ou mecânica. Na colheita manual, o grão deve ser colhido com menos de 25% de umidade. Em seguida, esses grãos devem ser secos até 14% de umidade para realizar a sua trilha.

Já na colheita mecanizada, o grão deve apresentar entre 14% e 25% de umidade. É importante que a máquina esteja bem regulada e ajustada para colher cereais de inverno de grãos pequenos.

Colha o mais cedo possível. Assim você evita prejuízos na germinação, vigor qualidade dos grãos.

A colheita com menos de 20% de umidade é aconselhável. Isso pode evitar perdas econômicas quando há ameaça de chuva, além da facilidade de secagem.

Pela maior quantidade de palha em relação ao trigo, a colheita deve ser realizada com menor velocidade.

Triticale em fase adulta, em ponto de colheita

Triticale em fase adulta, prestes a ser colhido

(Fonte: FMApa)

Cuidados na pós-colheita

Após a colheita, é importante observar se há a presença de grãos giberelados.

A retirada desses grãos permite que os grãos sadios sejam usados sem problemas na alimentação dos animais. Esse processo pode ser feito com uma máquina de ar e peneira ou outra prática de seleção, como a manual.

Isso é importante porque tanto o triticale como outros cereais de inverno giberelados podem causar problemas de toxidez em animais. Portanto, tenha atenção na pós-colheita e garanta a seleção dos melhores grãos.

Zoneamento Agrícola para o triticale

Recentemente, o triticale entrou para a base de dados do Zarc (Zoneamento Agrícola de Risco Climático). Ele pode ser acessado gratuitamente pela internet.

Ele permite a indicação da melhor época de semeadura nas regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste do Brasil. Isso tanto em sistema de sequeiro quanto irrigado.

A criação do zoneamento para a cultura foi impulsionado pelo aumento da demanda desse cereal na alimentação animal. Essa expansão permitirá o aumento do cultivo do cereal no país.

Benefícios do triticale na sucessão de culturas

Com a inserção do triticale como cultura de inverno, o cultivo de culturas sucessoras pode ser muito mais vantajoso. Afinal, o cereal minimiza danos do solo e suprime plantas daninhas da lavoura

Além dessas, existem outras vantagens:

  • o triticale tem qualidades panificáveis;
  • é uma ótima opção para cobertura do solo na entressafra, protegendo-o da erosão e da lixiviação de nutrientes/
  • é uma excelente alternativa para adubação verde, garantindo muitos nutrientes para a lavoura;
  • possui alta resistência ao frio;
  • seus grãos têm alta qualidade nutricional;
  • também pode ser utilizado na consorciação e rotação de culturas.
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Conclusão

O triticale pode ser utilizado na rotação e/ou sucessão de culturas como cobertura do solo, produção de grãos e alimentação animal.

A giberela e a brusone são as principais doenças que atacam as espigas do triticale, e merecem atenção especial. Com sua inserção como cultura de inverno, o cultivo de culturas sucessoras pode ser muito mais vantajoso.

Agora que você tem essas informações, que tal considerar o triticale como cultura de inverno em sua propriedade?

Restou alguma dúvida sobre o tema? Quais espécies de triticale você utiliza no cultivo de inverno em sua propriedade? Adoraria ler seu comentário abaixo!

Seguro de propriedade rural: o que você precisa saber para contratar

Seguro de propriedade rural: conheça as coberturas dessa modalidade, seguradoras disponíveis, vantagens desse seguro rural e muito mais!

O seguro de propriedade rural é uma modalidade do seguro rural e cobre perdas parciais ou totais dos bens relacionados às atividades agrícolas. 

Os problemas causados pelas mudanças climáticas causam prejuízos à lavoura e ao patrimônio da propriedade.

É preciso buscar meios para que os riscos da atividade agrícola sejam reduzidos. Uma das principais formas é a grande quantidade de seguro para agronegócio existentes.

Neste artigo, você saberá como funciona o seguro de propriedade rural, quais as coberturas e muito mais. Boa leitura!

O que é um seguro rural?

O seguro rural (ou seguro agrícola) é um instrumento de política agrícola fundamental para o produtor rural. Ele protege quem produz contra perdas ocasionadas pelas mais variadas adversidades climáticas.

Existem diversas modalidades do seguro rural, como o seguro de propriedade rural. Conhecer essa modalidade é um passo fundamental para uma gestão agrícola completa e precavida contra riscos.

Caso qualquer uma das causas a seguir cause prejuízo aos seus bens, a seguradora pode precisar pagar. Essas causas também precisam estar bem especificadas na apólice.

  • Chuvas excessivas ou com granizo;
  • Incêndios, fumaça, explosões e quedas de raios;
  • Furacões, ciclones e alagamentos;
  • Roubos;
  • Furtos ocorridos mediante arrombamento;
  • Danos de ordem elétrica;
  • Colisões de veículos;
  • Quedas de aeronaves;
  • Recomposição de documentos.

Esses problemas são também um alerta para que você faça um seguro multirrisco rural, o seguro residencial rural e o seguro porteira fechada.

O que é o seguro de propriedade rural?

O seguro de propriedade rural cobre perdas em caso de danos parciais ou totais aos bens relacionados às atividades agrícola, pecuária, aquícola ou florestal. Isso desde que não tenham sido oferecidos em garantia nas operações de crédito rural

Ele faz parte das modalidades do seguro agrícola e é também conhecido como seguro residência rural ou seguro de benfeitorias e produtos agropecuários

Pode ser contratado por pessoa física ou jurídica. Ele abrange bens utilizados nas operações de:

  • produção no campo;
  • armazenamento;
  • processamento;
  • beneficiamento;
  • manipulação;
  • acabamento do produto agrícola.

Todas essas atividades devem estar listadas na apólice. Só assim elas terão validade em caso de sinistros, que podem ter várias causas.

Bens cobertos pelo seguro de propriedade rural   

Existe uma grande quantidade de bens que podem ser assegurados pelo seguro. Veja abaixo quais bens podem ser cobertos:

  • Construções, benfeitorias e outras instalações destinadas ao desempenho das atividades agropecuárias;
  • Dependências anexas às construções, como instalações fixas de água, eletricidade, gás, refrigeração, calefação e energia solar, além de locais onde são criados animais, cultivada uma lavoura ou mantida exploração de terra;
  • Imóveis destinados à moradia do produtor e familiares ou funcionários;
  • Móveis e utensílios onde são guardados os imóveis (sacarias, embalagens, ferrarias, recipientes e aparelhos eletrîonicos);
  • Equipamentos diversos, como balança rodoviária, geradores e transformadores;
  • Produtos agropecuários, a exemplo de insumos e mercadorias agrícolas;
  • equipamentos, máquinas e implementos agrícolas

Regras para ressarcimento no Seguro de Propriedade Rural

O ressarcimento do prejuízo causado a esses bens mencionados acima deve ocorrer, conforme as seguintes regras:

  • ser de propriedade do segurado, com comprovação da posse no contrato;
  • estar identificado/discriminado na apólice/certificado de seguro;
  • ser relacionado às atividades rurais realizadas pelo segurado;
  • não estar relacionado como garantia de operações de crédito rural.

Valores e relação custo-benefício

Na indenização de um sinistro, é preciso avaliar quais são os valores necessários para a indenização para atender às necessidades geradas pelo evento.

Por isso, analise todas as coberturas conforme as suas necessidades. Considere também o custo das operações, como o prêmio a ser pago todo mês.

Avalie também o valor da franquia e o quanto será descontado do valor devido pela indenização que cabe a você garantir como segurado.

Na relação custo-benefício, avalie cada caso de forma separada e de preferência com a assessoria de uma empresa corretora especializada em seguros rurais. Agindo dessa forma, você estará se precavendo de algum eventual erro de cálculo.

Qual seguradora faz seguro rural?   

Existem 16 seguradoras que atuam com o seguro agrícola no Brasil, segundo o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). 

Além disso, existem diversos prestadores de serviços e tecnologias agrícolas que auxiliam na oferta de cotações entre produtores e seguradoras.

Além do seguro de propriedade rural, o sistema também oferece as modalidades de:

  • Seguro agrícola
  • Seguro de máquinas e equipamentos
  • Seguro automóveis
  • Seguro de vida

Basta preencher um breve formulário totalmente digital que uma corretora parceira entrará em contato com uma proposta personalizada, sem qualquer compromisso prévio.

Quais são as vantagens do Seguro de Propriedade Rural?

O Seguro de Propriedade Rural tem como principais vantagens a proteção do patrimônio e a possibilidade de ressarcimento dos prejuízos causados por eventos diversos. É essencial para evitar grandes perdas e continuar na atividade rural.

Os efeitos das mudanças climáticas têm sido intensificados nos últimos anos. Secas severas, geadas e excesso de chuvas, com inundações de lavouras são mais frequentes.

Chuvas, desabamentos, ventos fortes e raios podem causar prejuízos nos bens necessários para a atividade agrícola. Com um seguro, você garante o ressarcimento por esses bens.

Não deixe de se precaver com um seguro de propriedade rural para garantir a estabilidade financeira da fazenda.

>> Leia mais: O que é seguro de máquina agrícola, vantagens e desvantagens

Comparação entre opções de seguro de propriedade rural 

Ao estabelecer contato com empresas corretoras de seguro para o agronegócio, peça comparativos entre as opções que podem ser utilizadas. Essas opções devem estar de acordo com as necessidades da sua fazenda.

Agindo dessa forma, você poderá assinar um contrato com a garantia das vantagens que o seguro de propriedade rural oferece.

Antes de assinar, leia e revise todos os pontos para que você esteja muito ciente do que está fazendo. Assim, você também confere se as informações inseridas estão corretas.

Caso as informações estejam erradas e houver um prejuízo, as seguradoras podem se negar a pagar por conta desses erros.

Coberturas em combinação 

Você também pode averiguar ainda a necessidade de fazer outros tipos de seguros para ampliar a sua cobertura.

Avalie as modalidades de seguro rural e verifique quais delas podem ser melhor utilizadas para proteger seu patrimônio e a sua produção agrícola.

Quais são as modalidades de seguros rurais?

Além do Seguro de Propriedade Rural, as modalidades de seguro rural são:

  • Seguro agrícola;
  • Seguro Pecuário;
  • Seguro Aquícola;
  • Seguro de Penhor Rural;
  • Seguro de Florestas;
  • Seguro de Vida do Produtor Rural;
  • Seguro de Cédula de Produtor Rural.

Ao contratar uma modalidade de seguro, é importante ficar de olho nas coberturas e o que está especificado na apólice de seguro. 

Conclusão

Estabelecer estratégias que reduzam os riscos da atividade agrícola deve estar sempre presentes na gestão de uma propriedade rural.

Por isso, contratar um Seguro de Propriedade Rural é de grande importância, e ele ganha ainda mais força quando combinado com outros tipos de coberturas de seguros.

Consulte uma seguradora de sua preferência para proteger seu patrimônio e a renda dos seus colaboradores.

Leia mais >>

“Penhor rural: veja como facilitar sua obtenção ao crédito”

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Renagro: como funcionará o registro nacional de tratores e máquinas agrícolas

Renagro: saiba o que é, quando entra em vigor, se é obrigatório, quais os regulamentos, exigências e muito mais!

O Renagro é um registro nacional de tratores e máquinas agrícolas que entra em vigor a partir de outubro deste ano. Essa novidade deve colaborar para dar mais segurança aos produtores rurais em casos de roubo.

Neste artigo, você saberá como funcionará o registro e como ele pode oferecer mais segurança a quem possui máquinas agrícolas. Aproveite a leitura!

O que é Renagro?

O Renagro é a sigla para Registro Nacional de Tratores e Máquinas Agrícolas e será um importante mecanismo para registro e controle desses tipos de veículos no Brasil.

De acordo com o Governo Federal, será facultativo até 30 de setembro de 2022. A partir de outubro, o registro será obrigatório.

Segundo a Anfavea (Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores), a cada ano o país ganha 35 mil novos tratores e máquinas agrícolas. Uma das grandes vantagens do Renagro é trazer mais segurança aos donos de máquinas agrícolas. 

Os órgãos de segurança pública e do Sistema Nacional de Trânsito terão acesso ao Renagro para consultas, como em casos de roubo.

Até então, a forma de comprovar a posse de maquinário agrícola tem sido por meio de nota fiscal de compra. Outra forma é o registro da posse em cartório, o que gera altos custos.

Geralmente, o registro em cartório é uma exigência das seguradoras para a realização do seguro da máquina agrícola

Com o Renagro, não haverá custo algum ao dono de veículos do tipo para que faça o cadastro nacional, segundo o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).

O Renagro vai ser obrigatório?

O registro no Renagro será obrigatório para quem tem máquinas agrícolas que transitam em via pública. O registro será opcional para máquinas que não transitam em via pública.

Vale lembrar que é obrigatório portar o documento ao transitar em via pública. 

O registro de máquinas agrícolas ou tratores fabricados antes de 2016 é opcional, sejam eles de trânsito em via pública ou não. Caso o registro seja feito, deve seguir as mesmas regras dos demais veículos

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Como o Renagro vai funcionar?

O registro funcionará da seguinte forma: fabricantes, importadores e agentes autorizados deverão fazer o pré-cadastro das informações da máquina no Renagro.

Tudo será feito de forma digital, por meio do ID Agro. Essa é uma plataforma que interliga:

  • fabricantes;
  • autorizadas (revendedoras);
  • proprietários;
  • Sistema CNA/Senar;
  • Mapa, responsável pela gestão do Renagro.

Regulamento

O Regulamento do Renagro é um documento que determina as regras para a realização do registro de tratores e máquinas agrícolas.

Ele reconhece como “agente autorizado” a empresa autorizada pelo fabricante ou importador a comercializar ou dar assistência técnica a máquinas agrícolas.

No documento do Renagro, conforme o regulamento, devem constar informações básicas como:

  • dados do trator ou máquina agrícola;
  • dados do proprietário;
  • número de registro do trator ou máquina no sistema.

Regras para gravação do chassi 

A gravação do chassi deve ser feita pelo fabricante, importador ou agente autorizado. Os caracteres de cada chassi são exclusivos para cada veículo. 

Eles devem seguir as normas do Contran, e devem permitir identificar o fabricante ou importador e o modelo da máquina.

A regravação poderá ser feita somente em caso de dano à gravação original. Apenas fabricantes, agentes autorizados e importadores estão autorizados a fazê-la.

Regras para plaquetas de identificação

Outro meio de identificação do trator é por meio das plaquetas. Elas terão o nome e o endereço do fabricante. É importante lembrar que as plaquetas precisam ser fixadas em um local que:

  • dificulte a adulteração ou remoção sem detecção;
  • dificulte a mutilação das características originais da máquina;
  • minimize o risco de danos durante a operação agrícola;
  • seja legível à luz do dia.

Tanto o número do chassi quanto da plaqueta devem vir no manual do trator ou maquinário agrícola ou do sistema Renagro. Pode ser usado um adesivo com essas informações, mas isso é opcional.

Vale lembrar que além de portar chassi e plaquetas conforme o exigido,  o motorista que conduz a máquina agrícola deve ser habilitado na categoria B.

Outras exigências básicas de segurança são requisitadas. Por exemplo, o uso de cinto de segurança, faróis em pleno funcionamento, espelhos bem posicionados, etc.

Documentos necessários para fazer o registro de tratores e máquinas

A análise documental do Renagro deve ser feita pelo fabricante, importador ou agente autorizado. Ela inclui informações fiscais do trator ou da máquina agrícola, condições de uso e informações do proprietário.

Conforme o regulamento, o proprietário pode ser pessoa física ou jurídica. Se você for pessoa física, precisará de:

  • nome completo; 
  • CPF; 
  • comprovante de residência; 
  • telefone;
  • email. 

Agora, se você for pessoa jurídica precisa de alguns documentos diferentes:

  • CNPJ;
  • razão social; 
  • nome fantasia; 
  • endereço; 
  • telefone; 
  • e-mail;
  • identificação de representante legal. 

Em qualquer situação, o documento será obtido de forma gratuita. A validade é em todo o território nacional, e o documento pode ser apresentado em meio físico ou digital.

Como dar baixa de uma máquina no Renagro

É possível dar baixa no sistema Renagro em casos de roubo, furto, perda ou destruição total da máquina agrícola. 

Neste caso, somente é possível com registro policial de boletim de ocorrência. 

Como realizar o pré-cadastro no Renagro

Para fazer o registro de tratores e máquinas agrícolas no Renagro, é necessário um pré-cadastro no sistema. Ele deve ser feito por agentes autorizados, fabricantes ou importadores. As seguintes informações referentes aos veículos são necessárias:

  • modelo;
  • local de produção;
  • nome e registro profissional do responsável técnico;
  • código do chassi;
  • ano de fabricação;
  • dimensões referentes à altura, largura e comprimento;
  • itens obrigatórios para o trânsito em via pública.

Como fazer transferência de propriedade no Renagro

Para transferir a propriedade no Renagro, o novo dono da máquina precisa já ter cadastro no sistema para a troca de titularidade ser feita.

Após a transferência, o novo dono terá 30 dias para aceitar a transferência em sua conta no sistema. Se não fizer isso no prazo, o registro da máquina será bloqueado e o documento ficará indisponível. Uma nova alteração será impedida.

O desbloqueio só será possível se o novo proprietário solicitar ao administrador do sistema. Se houver recusa, a máquina permanecerá no nome do antigo dono.

Conclusão

O Renagro é um importante passo para a modernização dos processos do setor agrícola no país. A partir de outubro de 2022, será obrigatório para as máquinas agrícolas.

Espera-se que por meio dele, daqui a 5 anos ou mais, tenhamos informações mais concretas sobre a frota de tratores e maquinários agrícolas do Brasil. 

A medida também promete mais segurança aos donos dos veículos. Aproveite que é de graça e faça o registro da sua máquina no Renagro, seja ela nova ou antiga.

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Você já sabia da existência do Renagro? Ficou alguma dúvida sobre o assunto? Adoraria ler seu comentário abaixo!

Beneficiamento de grãos: entenda as 7 etapas fundamentais

Beneficiamento de grãos: saiba a importância, quais são as etapas obrigatórias, cuidados que você deve ter e muito mais!

A qualidade de grãos e sementes não pode ser melhorada, apenas conservada

Por isso, todas as etapas do processo produtivo são importantes.

O beneficiamento de grãos é um processo que procura eliminar impurezas de um lote, melhorando suas características. Isso é fundamental para garantir uma boa comercialização.

Neste artigo, veja quais são as etapas do beneficiamento e quais cuidados devem ser tomados no processo. Boa leitura!

O que é o beneficiamento de grãos?

O beneficiamento é uma das últimas etapas da produção de grãos e sementes, e procura melhorar as características de um lote

Isso é feito através da eliminação de impurezas; matérias estranhas (como sementes de outras espécies e outros contaminantes); e também danos leves e graves, até que se alcancem os limites tolerados pela legislação.

Para manter a qualidade dos lotes, são retiradas as matérias estranhas. Alguns exemplos são:

  • grãos e sementes de outras culturas;
  • insetos vivos ou mortos;
  • partes de insetos;
  • torrões de solo;
  • sujidades, dentre outros.

Também são eliminados todos os materiais vegetais que pertencem à cultura, como:

  • folhas;
  • hastes;
  • colmos;
  • raízes;
  • vagens;
  • pedaços de sabugo, dentre outros.

Esses limites máximos tolerados variam conforme o produto (grão). Percentuais acima dos descritos na legislação resultam em descontos no momento da comercialização. 

Embora a legislação traga limites máximos tolerados, eles também podem ser especificados pelas empresas, UBGs (Unidades de Beneficiamento de Grãos) ou UBSs (Unidades de Beneficiamento de Sementes).

As unidades de beneficiamento de grãos (UBGs) são locais onde os grãos são encaminhados após a colheita pelo produtor. 

São localizadas normalmente próximo do local de produção. É nas UBGs que os grãos são limpos, secos, e beneficiados (retirada de matérias estranhas, impurezas, contaminações).

Quais são as etapas do beneficiamento de grãos

As etapas do beneficiamento de grãos são: recepção, amostragem, pré-limpeza, limpeza, secagem, classificação e armazenamento. O objetivo é retirar possíveis contaminações que contribuem para a deterioração dos grãos.

Esquema demonstrativo das etapas de beneficiamento de grãos.

Fluxograma operacional de uma unidade de beneficiamento

(Fonte: Silva e colaboradores, 2012)

Confira a seguir como funciona cada uma das operações envolvidas no beneficiamento de grãos!

1. Recepção

Na recepção, os grãos ficam armazenados provisoriamente na moega. Depois, são  encaminhados para a pré-limpeza, limpeza ou secagem. O destino varia de acordo com o grau de umidade, impurezas e matérias estranhas do lote.

Para que se saiba quais as operações são necessárias, é preciso retirar amostras do produto e avaliar suas condições. A primeira delas é o grau de umidade. Esta informação determina se será necessária a secagem do produto.

Quando o grau de umidade é elevado, é importante que a secagem seja realizada o mais rápido possível. Afinal, a deterioração (redução da qualidade) já estará ocorrendo.

A recepção deve ser programada para que não sejam misturados produtos diferentes. Isso vale principalmente para produtos já secos com produtos que necessitam de secagem.

2. Amostragem

A amostragem é uma etapa importante para que as condições do lote recebido sejam averiguadas. Ela deve ser realizada seguindo metodologias padrão e com auxílio de caladores, que podem ser manuais ou pneumáticos.

Os pontos para retirada das amostras também são importantes. Elas devem ser de diferentes locais e profundidades.

Etapas da amostragem de grãos

  • Tenha em mãos um calador (hidráulico ou manual), um balde plástico, caderno e caneta para anotação;
  • Colete as subamostras: elas são amostras parciais, e devem ser coletadas em diferentes pontos. Isso depende de como a carga de grãos estiver disposta.
  • Misture as amostras uniformemente: assim você terá a amostra para análise, que deve ser identificada corretamente. As subamostras devem contemplar as laterais e o centro da carga;
  • Posicione o calador no ponto, verticalmente e enterrado até o fundo da massa de grãos. Só assim a subamostra pode ser retirada. 

Para checar os sistemas e comparar a eficiência das operações, você pode retirar amostras durante o funcionamento dos equipamentos. Dessas amostras, são avaliadas a porcentagem de cada um dos danos. Nesse caso:

  • Pese a amostra total;
  • Retire os danos a serem avaliados;
  • Calcule a porcentagem desses grãos com danos em relação ao peso inicial.

Fórmula para amostragem de grãos com danos

Para calcular a quantidade de grãos com danos, você pode utilizar uma fórmula. Por exemplo, considere uma amostra de 250 gramas em que 0,8 gramas são de grãos quebrados/partidos.

Basta fazer uma regra de três:

Fórmula para amostragem de grãos com danos: 250 gramas - 100% da amostra/ 0,8 gramas - X. Esquema representado em regra de três.

(Fonte: adaptação da autora)

Essa amostra contém 0,32% de grãos quebrados/partidos. Os valores dos resultados obtidos são comparados aos limites máximos tolerados para cada uma das operações.

3. Pré-limpeza

A pré-limpeza é a retirada inicial de impurezas e matérias estranhas com percentuais próximos a 4%

No beneficiamento de sementes, são tolerados pequenos índices de outras sementes (1%), e zero material inerte. Porém, esse valor pode mudar de acordo com as classes de sementes.

Além disso, as operações de pré-limpeza têm várias vantagens

  • facilidade na operação de secagem, quando necessária;
  • melhor transporte entre os elevadores;
  • condições de armazenamento facilitadas;
  • fluxo no armazém facilitado.

A pré-limpeza é uma etapa obrigatória. Em alguns casos, ela pode ser suficiente. 

Nesta etapa, as peneiras devem ser adequadas. Além disso, o fluxo de ar do ventilador deve ser ajustado corretamente (o que depende do grão a ser beneficiado).

Na pré-limpeza e na limpeza, as sementes são beneficiadas em máquinas de ar e peneiras. Elas usam ventiladores para separar materiais contaminantes e indesejáveis de menor peso e tamanho. 

4. Secagem

A secagem de grãos é a etapa para retirar a água em excesso. Isso pode ser feito através de ar natural ou aquecido. Realize essa etapa o mais rápido possível, após a colheita dos grãos com alto grau de umidade.

O grau de umidade deve ser mais baixo para armazenamento em locais sem aeração.

Na tabela a seguir, confira o grau de umidade recomendado para o armazenamento seguro de diferentes culturas:

Grau de umidade recomendado para feijão, milho, soja, azevém, arroz e aveia.

(Fonte: Elias, 2000)

5. Classificação

A classificação de sementes em relação ao tamanho é feita para padronizar os lotes

Esta operação facilita a semeadura e distribuição no campo. Além disso, proporciona maior plantabilidade quando os equipamentos são ajustados da forma correta. 

6. Limpeza de sementes e grãos

No caso de sementes, os cuidados devem ser redobrados. Afinal, elas são armazenadas até a semeadura da próxima safra.

A retirada de impurezas, matérias estranhas, sementes danificadas e verdes é indispensável. Assim, o vigor das sementes não é reduzido

Este processo é parecido com a limpeza de grãos. Acontece através da passagem das sementes por peneiras de ar e mesa densimétrica.

A mesa densimétrica separa as sementes através da densidade ou peso. Sementes mais leves geralmente têm qualidade reduzida.

No caso de grãos, a limpeza é uma operação extra. Ela faz com que impurezas e matérias estranhas que tenham permanecido após a pré-limpeza sejam retiradas.

7. Armazenamento

Para armazenamento de grãos seguro, eles devem ser secos a uma porcentagem ideal. Assim devem ser mantidos durante o processo. 

O percentual de umidade muda conforme a cultura. Confira: 

Tabela com percentual de umidade em grãos como café, milho, soja, arroz, sorgo e trigo.

(Fonte: Senar, 2018)

Quais etapas de beneficiamento de grãos são obrigatórias?

Nem todas as operações de beneficiamento são necessárias, a depender das condições dos grãos. Em alguns casos, a pré-limpeza é suficiente e a secagem não é necessária, por exemplo.

Duas situações podem ocorrer: 

  • Se os grãos forem limpos, secos e comercializados imediatamente: você deve fazer secagem, limpeza e classificação. Isso garante que impurezas e materiais estranhos não ultrapassem 1%, e que o grau de umidade seja de 13%. Esses são os limites impostos pelo Mapa.
  • Se os grãos forem secos, limpos e armazenados: nesse caso, você deve fazer a pré-limpeza, secagem (e limpeza, quando necessário) e armazenamento. 

8 cuidados essenciais durante o beneficiamento de grãos

No beneficiamento de grãos e sementes, alguns pontos merecem atenção:

  1. Injúrias mecânicas (trincas, quebrados, partidos) são geralmente agravadas pela secagem. A temperatura do ar de secagem deve ser adequada para o teor de água inicial dos grãos;
  2. O local de armazenamento dos grãos e sementes deve ser limpo, seco e arejado. Isso evita a proliferação de pragas de armazenamento, fungos e deterioração;
  3. O ambiente de armazenamento não pode ter goteiras. O contato com a água favorece a germinação dos grãos e sementes. Além disso, acelera sua deterioração.
Foto de sementes de soja germinadas

Grãos de soja germinados devido a goteiras no telhado do silo, provocando aceleração da deterioração dos grãos armazenados.

(Fonte: De Souza, 2012)

  1. Materiais quebrados, trincados, fragmentados, arranhados e danificados são causados por choques com as superfícies durante o beneficiamento. Por isso, regule a velocidade das operações e as monitore sempre;
  2. Grãos danificados são mais suscetíveis ao ataque de fungos e insetos. Isso pode provocar o aquecimento da massa de grãos, e até mesmo gerar fogo;
  3. A conservação dos grãos pode ser comprometida a partir dos 60 a 120 dias. Isso acontece quando os valores de grãos quebrados são entre 5% e 8%.
  4. As perdas durante o beneficiamento podem ser superiores a 3%. A cada 30 mil sacos de grãos beneficiados, 900 podem ser perdidos por manuseio incorreto;
  5. Regule e monitore os equipamentos utilizados durante o beneficiamento. Eles podem trincar os grãos, agregar cinzas, odores e provocar a perda de peso da massa.

Processo de beneficiamento de soja

O beneficiamento da soja começa com a pré-limpeza e é seguida da secagem, pós-limpeza, padronização, tratamento e pesagem. Após a pesagem, os grãos são embalados, amostrados, identificados e armazenados.

É importante ressaltar que o beneficiamento destinado a grãos e a sementes tem operações diferentes. Na primeira, o foco é retirar as impurezas e matérias estranhas que afetam a qualidade do grão, para posterior processamento na indústria.

Na segunda, o objetivo é selecionar sementes de alto potencial germinativo, a depender do padrão da empresa produtora de sementes ou cultivar que está sendo produzida.

Além da máquina de peneiras, a mesa densimétrica é usada. Ela separa as sementes por densidade.

Foto de mesa densimétrica vermelha, utilizada no processo de beneficiamento de grãos de soja

Mesa densimétrica de uma unidade de beneficiamento de sementes. Na imagem à direita é possível observar os dutos de entrada de sementes de diferentes densidades.

(Fonte: Reisorfer, 2012)

Sementes mais leves estão geralmente associadas a danos provocados por insetos, fungos, ou até mesmo má formação. Sementes mais pesadas, em contrapartida, possuem a maior qualidade.

Outro processamento que ocorre é a padronização de lotes de sementes em função do seu tamanho. Isso é importante para a regulagem das semeadoras e para garantir melhor uniformidade de sementes na lavoura.

A padronização é realizada através de peneiras com diferentes tamanhos. O tamanho da semente está relacionado diretamente ao de 1000 sementes. Essa informação é utilizada para que o produtor possa calcular a quantidade de sementes necessária para a semeadura.

Esta classificação em tamanho em função de peneiras pode ser de peneira 50 a 75.

  • Sementes de soja de peneira 50 apresentam peso de 1000 sementes (a depender da cultivar), aproximados a 92 gramas, Logo, 92/1000=0,09 gramas por sementes. Na peneira 50, um grama de sementes conterá 11 sementes, e um saco de 40 kg de sementes conterá 440.000 sementes.
  • Sementes de soja de peneira 75 apresentam peso de 1000 sementes aproximado de 244 gramas. Logo, 244/1000=0,244 gramas por semente. Na peneira 75, um grama de sementes conterá 4 sementes, e um saco de 40 kg de sementes, conterá 160.000 sementes.

Em função da população de sementes desejada, você deverá escolher o tamanho de peneira mais adequado para calcular.

Se as sementes são de diversos tamanhos, na regulagem e na semeadura, mais sementes podem cair no solo. Isso prejudica a plantabilidade (distribuição uniforme de plantas na lavoura). 

Processo de beneficiamento de milho

As etapas de beneficiamento do milho incluem a amostragem inicial do produto, pré-limpeza do lote recebido (etapa que conta com as máquinas de pré-limpeza e mesa de gravidade) e secagem.

Esses processos de beneficiamento possuem o objetivo de limpar o material para ser armazenado adequadamente.

Foto de mesa de gravidade com grãos de milho

A mesa de gravidade é utilizada para realizar a separação de diferentes densidades (pesos) do produto. Os materiais de menor densidade normalmente são restos de sabugo de milho e grãos ardidos

(Fonte: Trogello, 2013)

As sementes de milho ainda são classificadas quanto ao seu tamanho e formato, e posteriormente estocadas em bags até a expedição.

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Conclusão

O beneficiamento de grãos e sementes é uma etapa importante para conservar a qualidade.

O processo é composto por 7 etapas, mas nem todas elas são obrigatórias. Vale analisar a situação dos seus grãos para definir quais das etapas serão fundamentais.

Fique de olho nos limites máximos de umidade, impurezas, matérias estranhas e danos. Assim, você não sofrerá penalidades na comercialização dos seus grãos.

Como você faz o beneficiamento de grãos na sua fazenda? Tem dificuldade em algum desses processos? Adoraria ler seu comentário.

Produção de grãos no Brasil: entenda o cenário e como ele afeta sua lavoura

Produção de grãos no Brasil: importância da agricultura brasileira, cenário de produção de arroz, feijão, soja, milho e muito mais!

Se você produz grãos, ficar por dentro do mercado é essencial.

Conhecer a  lei da oferta e demanda e o cenário de produção de grãos influencia diretamente nos preços recebidos por você. Isso também impacta nos preços que você vai colocar nos seus produtos.

Neste artigo, veja como anda a produção de grãos no Brasil e como isso afeta o seu trabalho no campo. Confira!

Quais os maiores produtores de grãos do mundo?

A alimentação mundial é muito baseada no consumo de grãos, seja de cereais ou de oleaginosas. No cenário mundial os cinco países em destaque são a China, Estados Unidos, Índia, Brasil e Rússia.

Segundo o Conselho Internacional de Grãos (IGC) a estimativa de produção de grãos em 2021/22 será de 2,287 bilhões de toneladas.

Cada país apresenta um destaque da produção. Por exemplo, a China é maior produtor de arroz. O Brasil vem assumindo a posição de maior produtor de soja, antes dos Estados Unidos.

Veja mais adiante a posição de cada país na produção de grãos no mundo.

Produção de grãos no Brasil

A participação do setor do agronegócio no PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro tem média acima de 20% do total.

Em valores reais, o PIB do agronegócio gerou nos últimos anos uma média de mais de R$ 1,2 trilhões. Somente o ramo agrícola apresenta grande parte destes ganhos.

Qual é a área cultivada com grãos no Brasil?

A área cultivada na safra 2021/22 é de 72,9 milhões de hectares. Há um aumento de área prevista para soja e milho, impulsionado pelos preços dessas commodities. Graças a essas duas culturas, a safra 2021/22 pode ser 3,8% maior que a safra 2020/21.

Qual a produção de grãos no Brasil em 2022?

A projeção de produção de grãos no Brasil para a safra 2021/22 é de até 269,3 milhões de toneladas, de acordo com a Conab (Companhia Nacional do Abastecimento).

Em comparação à safra passada, a produção aumenta cerca de 13,8 milhões de toneladas.

A produção de grãos no Brasil está aumentando?

Nas primeiras projeções da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) a produção era de 288,6 milhões de toneladas. Essa redução foi provocada pelo clima adverso em algumas regiões produtoras brasileiras.

Entretanto, observando o histórico de produção do Brasil nos últimos anos, a produção de grãos vem aumentando. Esse aumento está sendo causado por:

  • aumento de área de produção;
  • aumento de produtividade;
  • melhoramento das cultivares;
  • manejo de produção; 
  • investimento em tecnologia no campo.

Quais os grãos mais produzidos no Brasil? 

Soja, milho, arroz, feijão, trigo e algodão estão entre os principais grãos produzidos no Brasil. Na produção mundial, o país assume a quarta colocação, ficando atrás dos Estados Unidos, China e Índia.  Veja um pouco mais esse cenário para os principais grãos produzidos no Brasil.

Soja

O Brasil ganha o cenário mundial como maior produtor e exportador da cultura da soja.

A produção nacional média supera a marca de 120 milhões de toneladas. O Estado do Mato Grosso produziu mais de 34 milhões de toneladas nos últimos anos.

Área (em mil hectares) e produção (em mil toneladas) de soja nas regiões produtoras brasileiras

(Fonte: Adaptado de Conab)

O principal país importador da soja brasileira e americana é a China, com uso principal para ração animal. Logo atrás do Brasil, há os Estados Unidos lidera na produção e exportação. 

Milho

No Brasil, a semeadura do milho pode acontecer em três épocas: 

Esta produção coloca o Brasil como o terceiro maior produtor deste cereal, logo atrás dos Estados Unidos e da China. Juntos, os três produzem mais de 60% do milho do mundo.

Como destaque dos estados produtores temos Minas Gerais na safra e Mato Grosso na safrinha. Na terceira safra, o milho é produzido em poucos estados, mas o destaque é para o Sergipe.

A maior produção e área semeada desta cultura ocorre no milho safrinha. Mais de 65 milhões de toneladas são produzidas. Somando as três épocas, a média da produção nacional nos últimos anos é de 96 milhões de toneladas.

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Arroz 

O arroz é o terceiro cereal mais produzido no mundo, ficando atrás do milho e trigo.

Todos os continentes produzem arroz, com destaque para a Ásia. O principal país produtor é a China, e o Brasil assume o nono lugar.

No Brasil o arroz pode ser cultivado irrigado ou em sequeiro (também conhecido como arroz de terras altas). As maiores produções são obtidas nas plantações de arroz irrigado. 

Em sequeiro, o Brasil produz em média 1 milhão de toneladas. A produção do arroz irrigado é, em média, de mais de 10 milhões de toneladas

O estado do Mato Grosso é o principal produtor, seguido do Maranhão. O destaque para o maior produtor nacional é o Rio Grande do Sul, em seguida Santa Catarina. Juntos, esses dois estados produzem mais de 87% do total de arroz nacional.

A época de semeadura do arroz de sequeiro vai de outubro a fevereiro. O irrigado pode ser semeado de agosto a dezembro. Essas datas são definidas pelo Zarc (Zoneamento Agrícola de Risco Climático).

Tabela com áreas e produção de grãos de arroz sequeiro e irrigado, em todas as regiões do Brasil.

Área (em mil hectares) e produção (em mil toneladas) de arroz de sequeiro (amarelo) e arroz irrigado (azul), das regiões produtoras brasileiras

(Fonte: Adaptado de Conab)

Feijão 

Na produção de feijão, o Brasil está na terceira posição. Ele fica atrás de dois países asiáticos: Myanmar e Índia. No Brasil, o plantio de feijão pode acontecer em 3 épocas: 

  • 1ª safra (ou safra das águas);
  • 2ª safra (ou safra da seca);
  • 3ª safra (ou safra de inverno).

Em relação à produção, a 2ª safra é a principal época de produção no Brasil. Nela, são produzidas mais de 1 milhão de toneladas.

Na 1ª safra, os principais produtores são Paraná e Minas Gerais. 

Na 2ª safra, o Paraná segue como principal produtor, logo após o Mato Grosso. Na 3ª safra, os destaques de produção são os estados de Minas Gerais e Goiás. A melhor época para plantar feijão depende da região produtora.

Produção de feijão no Brasil nas três safras, em todos os Estados Brasileiros.

Área (em mil hectares) e produção (em mil toneladas) de feijão nas 3 épocas

(Fonte: Adaptado de Conab)

Algodão

Para a cultura do algodão, o Brasil é o quinto colocado no ranking mundial.

A produção de pluma brasileira é de mais de 2,5 milhões de toneladas. Além do aproveitamento da pluma na indústria têxtil, o caroço também é aproveitado.

Seu uso vai desde a produção de óleo comestível, até na mistura em rações animais e na na produção de biodiesel.  

Em disparada,  o Mato Grosso é o principal Estado produtor. A média dos últimos anos é maior que 1,7 milhões de toneladas.

Área (em mil hectares) e produção (em mil toneladas) de algodão das regiões produtoras brasileiras.

(Fonte: Adaptado de Conab)

Trigo

Dos principais grãos produzidos no mundo, o trigo é o único em que o Brasil não aparece entre os 10 primeiros países produtores.

O Brasil é o 16º produtor mundial deste cereal, com uma produção média de mais de 6 milhões de toneladas. 

O Brasil não produz a quantidade de trigo consumida. Por isso, é necessário importar principalmente dos Estados Unidos e Argentina quase a mesma quantia que produz.

O Paraná e o Rio Grande do Sul são responsáveis por cerca de  85% a 90% do total de trigo produzido. A época de semeadura do trigo nestes estados varia de abril e agosto, conforme o zoneamento agroclimático.

Qual a projeção de produção de grãos no Brasil até 2031?

Dos principais grãos produzidos e comercializados no mundo, o Brasil tem sua parcela de produção e comercialização, interna e externa.

A produção brasileira, mesmo em anos de intempéries climáticas, como secas e geadas, ainda consegue obter grandes volumes. Esse volume abastece o mercado interno e externo.

A demanda por alimentos é cada vez maior. Por isso, a  busca por produzir mais e com melhor qualidade tem se tornado uma realidade. Isso tudo se agravou após as consequências da pandemia de coronavírus na agricultura.

Pelas projeções realizadas pelo Mapa, até a safra de 2030/31, o Brasil deve ultrapassar a marca de 333 milhões de toneladas de grãos produzidos.

Projeções de produção de grãos no Brasil das próximas safras, até 2031, em 4 regiões: sul, centro-oeste, norte e sudeste.

Projeções da produção de grãos no Brasil entre 2020/2021 e 2030/2031

(Fonte: Mapa)

Projeção do aumento e redução da área de produção no Brasil

Há estimativas para um aumento de área de produção. Mas, segundo as projeções, nem todas as culturas participarão deste aumento de área.

Segundo o Mapa, o arroz perderá 62% de área colhida. O feijão perderá 36,9% de área. Por outro lado, o milho segunda safra ganha 35,2% de área plantada, a soja ganha 26,9% e o milho, 10,6% a mais.

A boa notícia é que não haverá redução da produção destas culturas que perdem área. Afinal, as projeções realizadas consideram vários fatores, como:

  • aumento tecnológico;
  • novas cultivares mais adaptadas e resistentes às principais doenças e pragas;
  • novos produtos para manejo e maior produtividade, etc.

Assim, mesmo com a redução da área de plantio de algumas culturas, a produtividade pode manter ou até mesmo aumentar ao longo dos anos.

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Conclusão

A produção de grãos no Brasil é competitiva com demais países produtores.

Entre os seis principais grãos produzidos no mundo, em cinco deles o Brasil está entre os dez primeiros. No caso da soja, é o maior produtor do mundo.

É clara a importância da agricultura na economia mundial. E, além disso, a quantidade de área e produção do Brasil ainda tem potencial para crescimento nos próximos anos.

Você sabia o quanto a produção de grãos no Brasil é promissora? Qual ou quais desses grãos você produz? Adoraria ler seu comentário!

Commodities agrícolas: conheça os 4 tipos de negociação

Commodities agrícolas: veja como funcionam, os tipos de negociações possíveis, as diferentes categorias e mais!

Commodities agrícolas são mercadorias que sofrem pouca ou nenhuma interferência industrial. Soja, milho e café são apenas alguns exemplos.

Se você produz alguma dessas culturas, ficar por dentro do mercado das commodities é fundamental. Afinal, esse mercado pode influenciar muito o gerenciamento da fazenda.

Quer conhecer os diferentes tipos de negociação, como funciona este mercado e como você pode sofrer os impactos? Acompanhe o artigo! 

O que são commodities agrícolas?    

Commodities agrícolas são as mercadorias do agronegócio que sofrem o mínimo possível de interferências industriais em seus processos.

Commodity significa mercadoria. Ele vale para a maioria dos produtos comercializados no mercado internacional.

O preço de uma commodity não possui grandes diferenças de um país para o outro. Afinal, o produto segue uma padronização de tamanho, tipo, peso, dentre outras especificações.

Commodities negociadas em qualquer país vão obedecer a um preço internacional por determinada quantidade/peso.

Fatores que influenciam os preços das commodities     

As commodities sofrem impacto com as mudanças climáticas (secas, geadas, La Niña e excesso de chuvas). Perdas em diversas culturas são a consequência.

A situação fica mais preocupante por causa da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, que agravou a crise dos fertilizantes.

Esses fatores fazem com que os preços das commodities agrícolas e dos insumos necessários para produzi-las sofram grandes mudanças.  

A variação de preços é influenciada pela bolsa de valores. Nas bolsas, são registrados os preços que vão balizar as negociações atuais ou do mercado futuro.

Os preços sofrem oscilações acontecem por vários fatores. Por exemplo: safra, entressafra, distância entre compradores e vendedores, eficiência dos portos.

Outras influências nos preços das commodities são:

  • Riscos geopolíticos, como o da guerra na Ucrânia;
  • Crises sanitárias (pandemia de Covid-19);
  • Cenários macroeconômicos;
  • Nível de desenvolvimento da economia internacional, sobretudo porque eles são indicativos das demandas por matérias-primas ou produtos primários e da movimentação de câmbio.

Requisitos das commodities agrícolas    

Para ser uma commodity, a mercadoria precisa ser negociada em bolsa de valores. Ela também precisa obedecer características pré-estabelecidas do contrato negociado em bolsa.

Por exemplo, a soja precisa ter um máximo de 14% de umidade, máximo de 8% de grãos avariados, máximo de 8% de grãos esverdeados e até 30% quebrados. Caso a saca não se enquadre nessas regras, ela não pode ser negociada.

Para ser uma commodity, a mercadoria precisa ser negociada em bolsa de valores. Nelas são registrados os preços que vão balizar as negociações atuais ou do mercado futuro 

Para um produto agrícola ser considerado commodity, deve ser in-natura ou sofrer o mínimo de interferência possível da indústria.

As commodities agrícolas são produtos primários. Por exemplo, o grão de café é uma commodity, mas a bebida pronta não. Chocolate não é commodity, mas o cacau é.

Quais mercadorias são consideradas commodities    

As mercadorias consideradas como commodities podem ser:

  • Financeiras (títulos do Tesouro Direto, euro, dólar, real, além de moedas fiduciárias);
  • Ambientais (água, energia, madeira);
  • Agrícolas.

Na agricultura, existem vários produtos comercializados no mercado nacional e no internacional. 

O Brasil é destaque como maior produtor e exportador de soja, açúcar, café e suco de laranja. Também é um grande competidor de milho, algodão e carnes

Quais são os tipos de commodities?

As commodities são classificadas “de origem” e “por uso”. A classificação é feita conforme a organização do próprio mercado. 

As commodities do grupo de origem são:

  • Agrícolas: soja, milho, café, açúcar, algodão, biocombustíveis, trigo, cacau;
  • Minerais: gás natural, petróleo, minérios;
  • Industriais: inclui os petroquímicos. 

O grupo de commodities do grupo por uso são:

  • Alimentos: soja, milho, açúcar;
  • Metais: minérios, aço, alumínio;
  • Energia: petróleo, gás, gasolina, biocombustíveis;
  • Fibras: pluma de algodão, fibras sintéticas.

As commodities também podem ser agrupadas entre soft e hard. As soft commodities são os produtos agrícolas e as hard commodities os minerais.

Imagem do quadro de commodities da bolsa de valores do Brasil

Quadro de commodities da B3, a bolsa de valores do Brasil

(Fonte: B3

Subdivisões das commodities    

As commodities agrícolas possuem uma subdivisão:

  • grãos: soja, milho e trigo;
  • proteínas: carnes, leite e derivados;
  • softs: açúcar, cacau, café, suco de laranja e algodão.

Esse agrupamento pode variar de acordo com o que cada país produz. No entanto, seguem a mesma linha de comercialização e padronização.

Talvez você tenha estranhado não ter visto o feijão nessa lista de commodities agrícolas. Ele, apesar de também ser exportado, não é considerado uma commodity. 

Isso acontece por o feijão ser de difícil padronização. Há diferentes características dele, assim como do arroz, como teores de amilose e amilopectina, além do comprimento dos grãos.

Como funciona o mercado de commodities agrícolas   

As negociações das commodities agrícolas podem ser feitas no mundo todo.

No mercado internacional, um dos principais fatores que interferem nos preços das commodities é a oferta e a demanda agregada.

Normalmente, as empresas não interferem nos preços das negociações. 

Porém, as indústrias nacionais estão com prêmios mais altos que a exportação nos últimos tempos. Isso acaba influenciando, mesmo que indiretamente, o mercado físico e os preços.

Os países também possuem poder limitado de influenciar nos preços das commodities. 

Uma vantagem das bolsas de valores é que algumas delas atuam também com a estocagem de commodities para venda futura. Por exemplo, as bolsas de Nova Iorque, Chicago e Londres.

Isso favorece as commodities agrícolas porque a oferta ocorre durante certa época do ano, mas a demanda ocorre o ano todo

A instabilidade dos preços é uma grande característica das commodities agrícolas.

Isso porque as culturas sofrem grande influência das instabilidades climáticas. Elas interferem nas épocas de plantio e colheita, bem como no volume da produção.

Tipos de negociações das commodities agrícolas 

Existem quatro tipos de mercados de negociação das commodities agrícolas:

1. Mercado físico

Se caracteriza pela troca de mercadorias em dinheiro (à vista). 

A venda é feita para um comprador que atua no mercado físico, também conhecido como spot ou disponível.

2. Mercado a termo

Nesta negociação, ocorre um acordo de pagamento a prazo entre vendedor e comprador. Todos os detalhes da negociação são definidos previamente, sem haver variações de preço após finalizado o acordo.

Com isso, neutraliza-se a instabilidade dos preços. Isso pode causar prejuízos ou lucros para as partes, a depender do cenário futuro do produto negociado.

3. Mercado futuro

Segue o mesmo tipo de negociação do mercado a termo. A diferença é de que os contratos futuros derivam de produtos agrícolas, e não ocorre a entrega física quando o contrato é encerrado. 

É também conhecido como mercado de derivativos.

A liquidação é financeira, com diferença de preços baseada nas oscilações da bolsa de valores. Com isso, ocorre uma maior proteção das safras agrícolas de eventuais prejuízos.

4. Mercado de opções

É também um mercado de derivativos. Porém, ele dá a opção para o negociador vender ou comprar um produto agrícola com prazos e preços pré-definidos.

Cenário das commodities do Brasil

Nos últimos meses, o setor agrícola mundial tem sentido de maneira mais firme os impactos das mudanças climáticas nas negociações.  Com a guerra na Ucrânia, houve uma oscilação ainda maior dos preços das commodities.

Soja

A soja é um dos principais grãos produzidos no Brasil. O preço da soja tem sido muito influenciado pela instabilidade geopolítica no leste europeu. Outras grandes influências são as perdas da safra no Brasil e Argentina, devido à seca e excesso de chuvas. 

Entre fevereiro e março de 2022, o preço subiu 10,6% (está em US$ 16,9/bu). A colheita de deve ficar em 121,17 milhões de toneladas (-4,2%);

Milho

Em dois meses, o preço do milho valorizou 20,4% (cotado a US$ 7,64/bu), atingindo os maiores preços desde 2012.  O cenário de guerra na Ucrânia e seca no Brasil fizeram o preço disparar. 

A primeira safra deve ficar em 25 milhões de toneladas (-1,1%) e a segunda em 89,4 milhões de toneladas. Isso resultaria em safra recorde de 116,1 milhões de toneladas.

Algodão

A expectativa real de redução do consumo pela indústria, por conta do cenário global, fez preço cair 2,3%, indo a cUS$ 108,2/lp.

As cotações da pluma no Brasil devem seguir o mercado internacional, com preocupações com poder de compra por parte da indústria local;

Arroz

O preço do arroz aumentou 13,8% em dois meses, cotado a R$ 75,18/sc. Isso aconteceu devido à alta demanda provocada pelo andamento da colheita no Rio Grande do Sul. 

Na bolsa de Chicago, chegou a US$ 15/cwt, por conta da redução de área plantada nos EUA, secas e excesso de chuvas.          

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Conclusão

O mercado de commodities agrícolas é essencial para um controle maior sobre as negociações globais dos alimentos. As regras são claras e valem para todos.

Para quem produz, são várias as opções de negociação.

É importante estar sempre em constante atualização dos seus conhecimentos sobre o tema. O mercado varia bastante, e ficar sempre de olho é fundamental.

>> Leia mais: “O que é hedge e por que você deveria ter essa opção

Você costuma se informar sobre as commodities agrícolas? Quais são suas fontes de informação? Deixe seu comentário!

Impostos sobre a venda de soja: saiba quais são os principais

Impostos sobre venda de soja: saiba como funciona para pessoa física e jurídica, e regras para o MT, MS e RS.

A soja é a cultura agrícola mais importante do país. Sua cadeia de produção movimenta bilhões de dólares todos os anos, tanto em receita quanto em impostos.

É importante saber quais impostos incidem sobre a comercialização desse produto. Assim, é mais fácil traçar um plano de venda e chegar a um preço justo.

Neste artigo, veja como esses impostos funcionam e tire todas as suas dúvidas. Boa leitura!

Impostos sobre venda de soja para pessoa física x pessoa jurídica

Os impostos sobre a comercialização da soja variam de acordo com:

  • o regime tributário da empresa rural;
  • Estado de origem;
  • destino da mercadoria.

A escolha do regime de tributação impacta diretamente os resultados financeiros de quem produz. A diferença na tributação da venda de soja por pessoa física e a pessoa jurídica acontece na incidência do Funrural e do Imposto de Renda.

Veja um pouco mais sobre essas tributações.

Funrural

O Funrural é a contribuição previdenciária da atividade rural. Ela incide sobre a receita bruta de comercialização dos produtos.

Ele engloba o INSS Patronal, o Gilrat (Contribuição do Grau de Incidência de Incapacidade Laborativa decorrente dos Riscos Ambientais do Trabalho) e o Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural).

Para os produtores de soja, a alíquota do Funrural é de:

  • 1,5% para pessoa física;
  • 2,05% para pessoa jurídica.

Imposto de Renda

Para produtores pessoa física, a tributação do Imposto de Renda deve ser feita pela escrituração do Livro Caixa com todas as receitas, despesas e investimentos.

Se o resultado for apurado de forma presumida, a alíquota do IR fica limitada a 20% da receita bruta.

No caso da pessoa jurídica, a tributação vai depender do regime tributário que a empresa rural está enquadrada. A tributação pode ser feita pelo Simples Nacional, Lucro Real ou Lucro Presumido.

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PIS/Pasep e Cofins

A contribuição do PIS/Pasep e Cofins é aplicável apenas para as pessoas jurídicas e está suspensa sobre as receitas decorrentes da venda de soja por produtores, conforme Art. 29, Lei nº 12.865/2013.

As pessoas jurídicas têm direito ao crédito presumido do PIS/Pasep e Cofins. Isso desde que produzam mercadorias por processo de industrialização da soja adquirida de pessoa física ou cooperado pessoa física.

ICMS

O ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) é de competência dos estados. Ele incide sobre as operações relativas à circulação de mercadorias. 

Nas operações interestaduais se aplica a alíquota de:

  • 12%, quando o  destinatário estiver localizado nos estados de Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo;
  • 7%, quando o destinatário estiver localizado nos demais Estados e no Distrito Federal.

Em relação à tributação da soja na operação dentro do estado, depende da legislação de cada Unidade da Federação.  Agora, você verá a legislação em alguns dos estados produtores de soja.

Impostos sobre venda de soja por Estados

Mato Grosso

No estado do Mato Grosso (MT), a alíquota interna do ICMS para a soja é de 17%. Porém, o RICMS (Regulamento do ICMS) de 2014 determina algumas especificidades para a comercialização da soja.

De acordo com o Art. 31, inciso 2, do Anexo 5 do RICMS/MT, nas operações entre Estados, a base de cálculo do ICMS será reduzida para 70% do valor da operação nos casos de:

  • farelos;
  • tortas;
  • cascas;
  • sojas desativadas e seus farelos.

A regra vale quando esses elementos são destinados à alimentação animal ou fabricação de ração animal.

As operações dentro do Estado desses mesmos subprodutos, destinados à alimentação animal ou fabricação de ração, tem suas operações isentas até o final de 2032. Essa regra é de acordo com o  Art. 115, inciso 17, do Anexo 4 do RICMS/MT. 

Conforme Art. 7º do Anexo 7 do RICMS/MT, o imposto incidente na venda de soja em vagem ou batida poderá ser diferido no momento que ocorrer:

  • a venda para outro estado ou exterior
  • venda para outro estabelecimento comercial ou industrial; 
  • venda com destino a estabelecimento varejista; 
  • saída de produto resultante de seu beneficiamento ou industrialização.

O diferimento nas operações internas só poderá ser concedido para os produtores remetentes da mercadoria.  A regra vale para quem contribuiu para as obras e serviços do Sistema Rodoviário e Habitacional do Estado do Mato Grosso.

Mato Grosso do Sul

No Mato Grosso do Sul (MS), os produtores de soja devem recolher o ICMS nas saídas interestaduais de soja e farelo de soja. 

Isso vale quando os produtos são destinados a estabelecimentos industriais produtores de óleo de soja detentores de Regimes Especiais de Pagamento do ICMS.

Nas operações interestaduais de soja destinadas à alimentação animal ou à fabricação de ração animal, há uma redução de 30% da alíquota até 2025. Essa regra está de acordo com o Decreto n.º 15.643/2021.

A alíquota efetiva nas operações com soja dentro do estado é de 17%. Entretanto, para os casos que não se aplica o diferimento e que sejam destinados à comercialização ou industrialização, o produtor tem benefício da redução da base de cálculo.

Neste caso, a carga tributária de ICMS sobre a venda de soja é de 12% (Art. 23, Decreto nº 9895/2000).

As operações internas de soja podem ter o benefício de diferimento do ICMS a depender da destinação da mercadoria, como:

  • Soja destinada a estabelecimentos industriais, exceto estabelecimentos de ração animal;
  • Soja destinada a estabelecimentos industriais detentores de regimes especiais, exceto estabelecimentos de ração animal;
  • Soja destinada a estabelecimentos da própria cooperativa, cooperativa central ou de federação de cooperativa de que o produtor remetente faça parte, desde que seja detentor de regime especial;
  • Soja destinada à industrialização de ração animal pelo estabelecimento industrial adquirente;
  • Soja destinada a produtores rurais, para uso como ração animal.

>> Leia mais: “Guia completo para emitir a nota fiscal eletrônica de produtor no MS

Rio Grande do Sul

Segundo o Art.9º, inciso 9, alínea a do Livro 1 do RICMS/RS, as vendas dentro do Estado do Rio Grande do Sul são isentas de ICMS. Essa regra é válida quando os seguintes produtos são destinados à alimentação animal ou fabricação de ração:

  • farelos;
  • tortas de soja;
  • cascas e farelos de cascas de soja;
  • sojas desativadas e seus farelos.

Esse benefício é válido até o fim do ano de 2022.

Além disso, o comércio interno de cascas e farelos de cascas de soja, soja desativadas, seus farelos e o grão têm o benefício do diferimento da alíquota de ICMS.

Nas operações interestaduais desses produtos, a base de cálculo tem redução de 30% (corresponde a 70% da base de cálculo) até 2025. A regra está conforme o Art. 23, inciso 10, alínea a do Livro 1 do RICMS/RS 

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Conclusão

A tributação na venda de soja pode ser diferente de acordo com o regime de tributação do produtor rural, do subproduto e com o Estado de origem e de destino.

A comercialização de soja triturada, em farinha e resíduos sólidos provenientes da extração do óleo de soja isenta quem produz de impostos como PIS/Pasep e Cofins.

Ficar por dentro dessas regras pode ajudar quem produz a pensar melhor os preços de comercialização. Como consequência, mais lucros na venda podem ser possíveis.

Você sabe como funciona os impostos sobre venda de soja no seu Estado? Por onde costuma se informar? Adoraria ler seu comentário.

Guia completo de manutenção de máquinas agrícolas + planilha grátis

Manutenção de máquinas agrícolas: saiba quais são os principais processos, melhores épocas e cuidados que você deve tomar.

O trabalho em uma propriedade rural é baseado no uso das mais diversas máquinas

O uso inadequado do maquinário pode gerar custos desnecessários e queda de produtividade. Por isso, existem três tipos de manutenção que você pode e deve fazer: preditiva, preventiva e corretiva.

Quer conhecer todas elas e garantir uma ótima manutenção?

Neste artigo, confira os principais procedimentos de manutenção e tudo o que você precisa saber para manter sua frota em dia. Boa leitura!

Principais usos das máquinas agrícolas

São várias as atividades agrícolas que podem ser efetuadas por máquinas e implementos:

  • Preparo de solo: essa etapa consiste em revolver, descompactar, nivelar e fazer sulcos de plantio. As máquinas utilizadas são subsolador, grade, arado, sulcador;
  • Correção do solo e adubação: consiste em corrigir as propriedades químicas do solo por meio de adubos, gessagem e calagem. As máquinas utilizadas são carretas, calcareadoras, adubadoras;
  • Plantio: consiste em semear (no caso de sementes) ou plantar (no caso de plântulas ou toletes). As máquinas utilizadas são semeadoras e plantadoras;
  • Controle de plantas daninhas: consiste em diminuir ou eliminar a população de plantas que podem competir com a cultura de interesse. As máquinas utilizadas são roçadeiras, enxada rotativa, pulverizadores;
  • Controle de pragas e doenças: consiste em controlar a população de pragas e doenças que podem diminuir a produtividade das culturas. As máquinas utilizadas são pulverizadores, fumigadores, atomizadores;
  • Colheita: consiste em tirar do campo o produto agrícola de interesse como grãos, frutos ou plantas inteiras. As máquinas utilizadas são colhedora de grãos e ensiladora.

Além dos implementos mencionados, o trator agrícola  é uma máquina que está envolvida em todas essas atividades. 

Manutenção de máquinas agrícolas. Foto de vários tipos diferentes de máquinas, como trator, colhedeira de grãos, enxada rotativa, etc.

Exemplos de implementos agrícolas

(Fonte: Adaptação feita pelo autor)

Pra que serve a manutenção de máquinas agrícolas

As máquinas agrícolas podem ser muito caras e necessitar de alto investimento. 

Por isso, devem ser cuidadas e preparadas para o trabalho. Essa é uma forma de aumentar sua vida útil.

É importante  que o maquinário esteja sempre disponível e que apresente o menor número de falhas durante o funcionamento. Assim, suas tarefas na lavoura não serão atrasadas.

A manutenção prepara a máquina para estar em perfeitas condições de uso e diminui os riscos de problemas durante a atividade no campo. 

Isso aumenta a eficiência dos processos e evita perdas da sua cultura, de combustível, de tempo, de mão de obra e de insumos. Além disso, você garante um menor custo operacional das máquinas.

Porém, é importante lembrar que nem toda manutenção deve ser feita a qualquer momento. Veja um pouco mais sobre isso em seguida.

Épocas ideais para a manutenção de máquinas agrícolas

Os maquinários agrícolas são demandados em diferentes épocas do ano ou do ciclo das culturas. Pensando nisso, sempre planeje a manutenção de algumas máquinas enquanto outras estão em uso.

Por exemplo: arados e sulcadores são mais utilizados na época de estiagem, antes do plantio. 

Semeadoras são necessárias no início da safra e antes da implantação da safrinha. As colheitadeiras precisam estar disponíveis no final do ciclo das culturas

Seguindo esse exemplo, você pode planejar a manutenção das semeadoras durante o uso das colheitadeiras. Assim, para a próxima semeadura, elas estarão prontas e disponíveis.

O planejamento das épocas também deve acontecer de acordo com o tipo de manutenção. Elas são três:

Manutenção preventiva das máquinas

Esse tipo de manutenção é feito de tempos em tempos, em intervalos definidos pelos manuais das máquinas.

O objetivo é verificar o estado geral de componentes da máquina, fazer sua troca e prevenir falhas e danos ao seu maquinário. Esse tipo de manutenção pode e deve ser planejada.

As manutenções preventivas mais comuns são, normalmente, as seguintes: 

  • verificação de filtros e níveis de fluido de refrigeração;
  • lubrificação;
  • condição de pneus;
  • checar nível de combustível;
  • identificar possíveis bloqueios ou vazamentos em sistemas de circulação de ar ou fluido;
  • lubrificação de sistemas móveis;
  • verificação da fixação de peças, etc.

Apesar da manutenção preventiva evitar as manutenções corretivas, elas também podem gerar gastos desnecessários. Isso principalmente porque o desgaste ou estados de algumas peças podem depender do tipo de atividade e não apenas das horas de uso indicadas no manual.

Para evitar esse problema, a manutenção preditiva pode ser uma solução.

Manutenção preditiva das máquinas

A manutenção preditiva procura predizer a possibilidade de falhas dos sistemas de máquinas agrícolas baseados em informações provenientes de equipamentos de análise.

Por ser feita baseada em marcadores mais confiáveis, ela aumenta a confiabilidade do maquinário. Isso diminui a necessidade de manutenções corretivas e a execução de manutenções preventivas não necessárias.

Esse tipo de manutenção ainda não é muito utilizada em máquinas agrícolas, mas deve ser implementada de acordo com a possibilidade.

Elas são bastante utilizadas, por exemplo, em veículos de passeio ou de transporte, por meio de equipamentos de telemetria como:

  • ultrassom;
  • sensores de vibração;
  • escaneamento de central de injeção eletrônica;
  • testes de bateria;
  • termografia.

Manutenção corretiva das máquinas

Ela é feita quando um problema surge durante a operação da máquina. Nesses casos, é necessária a intervenção imediata.

Essa manutenção é crítica, afinal, pode causar perdas e diminuição da eficiência da atividade. Por exemplo, algumas falhas que podem gerar manutenções corretivas são:

  • sobretemperatura de motores;
  • falta de líquido de lubrificação;
  • peças emperradas ou soltas;
  • pneus murchos;
  • sistemas de ar ou fluidos bloqueados;
  • falha elétrica;
  • baterias descarregadas, etc.

É muito importante ter à disposição peças de reposição, ferramentas, equipamentos e mão de obra para a execução dessa manutenção. Assim, caso a manutenção seja necessária, o tempo de inatividade da máquina será menor.

Principais manutenções de máquinas agrícolas

Cada tipo de maquinário apresenta um nível de tecnologia e demanda um tipo de manutenção. 

Quanto maior o nível de detalhes e de peças da máquina, maior será a necessidade e a quantidade de manutenções a serem executadas.

Por isso, é normal que a atividade de manutenção em um semeadora-adubadora seja muito mais detalhada que em um arado simples.

Além disso, o tipo de manutenção dependerá da composição da máquina e se ela tem motores, sistemas hidráulicos, peças móveis, etc. 

Veja quais são as atividades mais comuns:

  • Troca de filtros de ar, óleo e combustível;
  • Verificação de níveis de água, fluidos e combustíveis;
  • Lubrificação de peças móveis;
  • Calibragem das condições de pneus e fixação de rodados;
  • Limpeza e desbloqueio de sistemas de circulação e/ou injeção de ar ou líquidos;
  • Detecção de vazamentos em tubulações;
  • Isolamento e conectividade de sistemas elétricos;
  • Teste de sistemas de freio e movimentação.

Cuidar da manutenção de máquinas não é uma tarefa fácil, sobretudo em fazendas com frota grande. Você e a equipe responsável pelo maquinário devem estar sempre na mesma página quanto aos status de manutenção.

A tecnologia pode e deve ser sua aliada nesses momentos. Por isso, separamos para você uma planilha para gerenciar a manutenção das suas máquinas de forma simples e intuitiva.

Com ela, você pode ficar sempre por dentro do que foi feito e do que precisa ser ajustado em cada máquina. Clique na imagem abaixo para baixar:

Banner da planilha de manutenção de máquinas

Cuidados a serem tomados na manutenção

Há uma série de cuidados que devem ser tomados na execução da manutenção. Esses cuidados garantem:

  • segurança de quem estiver envolvido na atividade;
  • o bom uso de ferramentas e insumos;
  • a integridade da máquina;
  • a eficiência da atividade,

Estas são algumas boas práticas importantes de serem verificadas durante a manutenção:

  • Executar manutenção sempre com as máquinas e implementos desligados;
  • Verificar a fixação da máquina em caso de necessidade de elevação do maquinário;
  • Uso de peças originais ou similares de boa qualidade;
  • Uso de insumos de qualidade e de ferramentas adequadas;
  • Controle de estoque e armazenamento de insumos para evitar indisponibilidade;
  • Planejar uma janela de tempo adequada para a execução do serviço;
  • Buscar mão de obra especializada caso não haja um  especialista na propriedade;
  • Seguir sempre o manual do fabricante;

Conclusão

Ter um maquinário sempre em bom estado e disponível para as atividades da propriedade pode definir o sucesso do seu negócio. Porém, são inúmeras as atividades que precisam ser organizadas em conjunto.

O gerenciamento de manutenções de um número grande de máquinas pode ser bastante confuso e complicado. 

Isso pode causar indisponibilidade de máquinas, gerar atrasos e perdas na atividade, além de diminuir a eficiência da propriedade. 

Por isso, conte com ferramentas como a planilha disponibilizada no artigo para tornar esse processo mais simples e intuitivo.

Como você faz a manutenção de máquinas agrícolas? Ficou com alguma dúvida? Adoraria ler seu comentário!