Consultoria contábil e financeira adequada podem contribuir até para redução da carga tributária da propriedade
Com a informatização chegando ao campo, o papel do contador que atua na fazenda mudou.
Em vez de apenas executar as declarações e pagamentos de cada exercício, ele passou a prestar um serviço de consultoria contábil e financeiradecisivo para os resultados do produtor.
A transformação é significativa. Antes, era o encarregado de cumprir a burocracia fiscal e tributária a partir dos dados e documentos que o cliente fornecia. Agora, é um parceiro que utiliza o planejamento tributário como instrumento de gestão.
O que isso quer dizer? Explicaremos melhor ao longo deste artigo. Boa leitura!
Transformação do papel do contador
Sócia da Muza Assessoria Contábil, Jussara Kuntzler trabalha com contabilidade desde 1985. Naquela época, ouvia que o contador era sempre “o último a saber” e o “culpado de tudo”, já que era o encarregado de fazer as declarações e se encarregar das obrigações tributárias.
“Durante muito tempo, acontabilidade ficou restrita a apenas registrar os acontecimentos conforme eles já tinham ocorrido. Nunca chegava para ele a intenção do contribuinte de fazer uma operação. Era sempre depois”, relembra.
Se a operação já ocorreu, porém, é tarde demais para resolver uma questão tributária, segundo ela. “Depois que o fato aconteceu, dificilmente você consegue reverter.”
Desde 2004, Jussara trabalha com assessoria contábil para o agronegócio no Mato Grosso. De lá para cá, ela percebeu uma grande mudança no campo, com a informatização, chegada da internet, acesso à informação eemissão de nota fiscal eletrônica.
“Essa mudança pegou o produtor que não estava acostumado com a tecnologia de surpresa. Porque agora as informações são emitidas e já vão direto para o banco de dados da Receita Federal“, conta Jussara.
Com esse novo cenário, não sobra muito o que fazer para o contador à moda antiga, aquele que é “sempre o último a saber”.
Muitos profissionais, porém, não identificaram a necessidade de se adaptar. O que, na opinião de Jussara, gerou um vácuo ocupado por advogados, agrônomos, administradores e outros profissionais que atuam como consultores e acabam dando conselhos que seriam da alçada da contabilidade.
Contabilidade como instrumento de gestão
Para Jussara, com essa nova realidade, o contador precisa se antecipar ao fato em vez de apenas registrá-lo.
“Em nosso escritório, fazemos a contabilidade do produtor rural mensalmente. Quando chega setembro ou outubro, no fim do ciclo da receita dele, já temos uma previsão de qual vai ser a tributação naquele exercício. Então, se ainda tiver alguma coisa para ser feita, há tempo”, explica.
A “coisa a ser feita”, neste caso, é explorar possibilidades de dedução nos tributos que o produtor deve pagar.
Se ele sabe que terá um resultado positivo e investe em maquinário, por exemplo, poderá deduzir esses valores do imposto sobre a renda obtida com a produção.
Outra possibilidade é negociar com os compradores dos grãos para que o pagamento ocorra apenas no exercício seguinte. O objetivo é o mesmo: reduzir a carga tributária — sempre dentro da legalidade, é claro — que incidirá naquele momento.
Esses são exemplos de situações em que o contador pode “se antecipar ao fato”, como recomendou Jussara. Afinal, pôde analisar os números antes do exercício chegar ao fim.
Exemplo de fluxo de caixa possível com uso do Aegro
Convencimento e confiança do produtor
Para que o trabalho de consultoria contábil e financeira realmente ajude na tomada de decisão do produtor e tenha impacto em seus resultados, é preciso que o cliente compreenda antes a importância do trabalho do contador.
Segundo Jussara, isso passa por um trabalho de convencimento e pela construção de uma relação de confiança entre os dois. Mas começa com a consciência do próprio contador. “Ele quer ser um profissional que só faz a guia do imposto ou que ajuda o cliente?”, instiga.
Nesse sentido, Jussara vê os produtores da nova geração, mais abertos e com maior domínio da tecnologia, como aliados. O software de gestão rural, por exemplo, facilita o processo de análise dos números em tempo real — assim que a informação é registrada, o contador já pode exportar relatórios e planilhas com poucos cliques.
“Quando o Aegro entrou na rotina de trabalho do nosso escritório, vislumbramos uma outra maneira de trabalhar”, comenta Jussara.
Além da gestão tributária, o software organiza dados sobre estoques de grãos e insumos, produtividade e rentabilidade por talhão e muito mais.
É um recurso importante para diminuir o tempo gasto com planilhas e reduzir o número de erros, permitindo maior dedicação ao planejamento estratégico — e tributário — da lavoura.
Conclusão
É possível explorar a atividade rural com uma pessoa física ou jurídica. Entre os produtores que criam uma empresa rural, é mais fácil ver sentido em uma gestão profissionalizada, com análise de dados constante.
Só que nada impede que o produtor pessoa física faça o mesmo. Qualquer pessoa que lucra com a venda de sua colheita precisa pagar imposto sobre a sua renda. Por esse motivo, o planejamento tributário é um recurso de gestão útil para todos os perfis de produtor.
Para isso, os contadores precisam entender que seu papel mudou. Em vez de aguardar os resultados e executar as declarações e pagamento de impostos, ele precisa ter voz ativa na fazenda, orientando o produtor antes que o exercício chegue ao fim.
Restou alguma dúvida sobre a consultoria contábil e financeira? Quer saber mais sobre como o Aegro pode te ajudar nessa questão? Acesse nosso programa de parcerias aqui!
Certificado digital para produtor rural: quais as diferenças entre os certificados A1 e A3 e outras dúvidas que você pode ter!
O Brasil caminha para, em breve, tornar o certificado digital tão comum quanto a assinatura à mão e a firma reconhecida em cartório.
Além de garantir a segurança e autenticidade nas transações eletrônicas, ele contribui para o fim da papelada de documentos que precisavam ser acumulados nos escritórios.
Com o certificado digital você poderá assinar documentos online de forma que eles tenham validade jurídica, cumprir obrigações do negócio pela internet e autenticar transações do seu computador.
Quer entender melhor como tudo isso funciona e como tirar o seu certificado digital facilmente? Neste artigo, explicamos tudo o que você precisa saber para obter a certificação e emitir a nota fiscal eletrônica! Confira as instruções a seguir!
O que é um certificado digital?
O certificado digital é a identidade digital da sua empresa – ou seu, no caso da pessoa física. Ele permite fazer a assinatura eletrônica/digital de documentos com validade jurídica, assim como fazer transações online com segurança.
Isso facilita a assinatura de documentos digitais, o envio de obrigações ligadas ao governo, evitando a necessidade de reconhecimento de firma em cartório ou assinatura em papel.
O Brasil passou a utilizar o certificado digital em 2001, com a criação da ICP-Brasil pela Medida Provisória n.º 2.200-2/2001.
A partir disso, surgiram as autoridades certificadoras, órgãos responsáveis pela criação e gerenciamento dos certificados digitais, que devem seguir as regras da ICP-Brasil (Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira).
Boa parte das empresas que geram NF-e (Nota Fiscal Eletrônica) e NFS-e (Nota Fiscal de Serviço Eletrônica) tem a utilização do certificado digital obrigatória.
A utilização dos certificados já vinha crescendo no Brasil e foi acelerada por conta da pandemia de Covid-19.
Ao longo de 2020, foram emitidos mais de 5,9 milhões de certificados digitais, sendo 52,2% para pessoas jurídicas, 47,2% pessoas físicas e 0,6% de equipamentos.
E, de acordo com as projeções publicadas, a tendência é que esse número cresça ainda mais, chegando a 6.957.015 emissões de certificados em 2021, o que tornará ainda mais comum a utilização dos certificados digitais!
Formatos e comercialização
No Brasil, existem dois formatos disponíveis para utilizar o certificado digital. Um deles é no formato de arquivo para ser instalado no computador, como um dispositivo (cartão inteligente, token, pen drive ou kit leitora). O outro é como um arquivo na nuvem.
A comercialização fica a cargo das Autoridades Certificadoras credenciadas pela ICP-Brasil, como a Caixa Econômica Federal, Serasa Experian, Receita Federal e Serpro.
É importante também ressaltar a garantia de segurança da informação, uma preocupação central para empresas, pessoas físicas e governo.
O certificado digital foi desenvolvido com o que há de mais avançado em criptografia, assegurando a proteção dos dados e validade das operações.
Desta forma, é possível afirmar que, graças a essa tecnologia, os certificados digitais permitem a troca de informações online de forma totalmente segura. Assim, sua função é emitir, carregar e entregar informações que só você pode criar e depois transmitir esses dados exclusivamente para as pessoas ou entidades que você quer que os recebam.
Mas, afinal, para que serve o certificado digital?
O certificado digital tem como utilidade autenticar todas as transações e atividades online, garantindo segurança, agilidade e privacidade aos seus usuários.
Você pode utilizar seu certificado digital, por exemplo, para:
enviar declarações e obrigações da empresa a órgãos do governo;
fazer login em ambientes restritos como o Portal e-CAC da Receita Federal;
assinar e enviar documentos digitais (contratos, acordos, declarações) com assinatura eletrônica;
emitir e importar NF-e para a Sefaz.
Ele simplifica qualquer operação em que se faça necessária a identificação e validade jurídica pela internet, tanto de pessoas jurídicas como pessoas físicas.
Quais benefícios posso ter?
Você terá maior praticidade para resolver qualquer trâmite burocrático sem ter a necessidade de sair de casa.
Ou seja, você evita que seja necessário ir até o cartório para reconhecer firma da assinatura ou se deslocar para assinatura física de documentos.
Conseguirá ter segurança em suas transações, principalmente online e que envolvam seu dinheiro, dados pessoais ou dados sigilosos da empresa, garantindo segurança total nas suas transações.
Apesar do investimento inicial para adquirir o certificado digital, haverá uma redução de custos, eliminando compra e impressão de papel; abertura e reconhecimento de firma em cartório; custo de envio de documentos; e necessidade de espaço físico para armazenar documentos.
Além disso, também garante o fácil acesso a serviços públicos do governo pela internet. Vale ressaltar que para muitas empresas a assinatura digital é obrigatória para poder emitir notas fiscais.
Quem precisa fazer o certificado digital?
A lei diz que toda empresa que emite NF-e (Nota Fiscal Eletrônica de produtos) é obrigada a ter um certificado digital.
Empresas inscritas nos regimes tributário do Lucro Presumido e Lucro Real também precisam da assinatura digital para declarar suas obrigações à Receita.
As empresas do Simples Nacional são obrigadas a usar o certificado digital se tiverem mais de um empregado.
A única exceção é para o MEI (Microempreendedor individual), que ainda está desobrigado na maioria dos casos, mas pode utilizar o certificado digital de forma voluntária.
Há diversos tipos de certificados digitais à disposição tanto de pessoas físicas como jurídicas no mercado. Veja:
NF-e
Destinado especificamente à emissão de notas fiscais eletrônicas como NF-e, NFS-e e NFC-e, além do Danfe (Documento Auxiliar na Nota Fiscal Eletrônica).
e-Simples ou e-CNPJ ME/EPP
Certificado digital que funciona como um e-CNPJ para pequenas empresas do Simples Nacional.
e-CNPJ
Versão digital do CNPJ usada para acessar sistemas públicos como e-CAC, Receitanet e emissores de documentos (pode ser usado para gerar NF-e quando o próprio titular for emitir as notas, mas não é recomendado que seja compartilhado com outros funcionários).
e-CPF
Versão digital do CPF que permite acessar serviços públicos como o eSocial, e-CAC e Receitanet.
e-MEI
Certificado exclusivo para o MEI que permite emitir NF-e e registro de funcionário pelo eSocial.
Estes certificados podem ser adquiridos em dois diferentes tipos:
Certificado A1
É um arquivo digital com validade de 12 meses que pode ser instalado em várias máquinas e acessado de qualquer dispositivo. Além disso, é integrado à NF-e e exige a senha uma única vez
Certificado A3
É comercializado na forma de um dispositivo móvel (cartão inteligente, token, pen drive ou kit leitora) e possui validade maior, de até 36 meses, podendo ser usado em apenas um computador por vez, além de exigir a senha em cada acesso.
Tipos de Certificados Digitais (Fonte: DLL Automação)
Como obter um certificado digital A1 ou A3?
Escolha a sua autoridade certificadora(AC) Assim, o primeiro passo é escolher uma das autoridades certificadoras subordinadas à ICP-Brasil.
A certificadora deve possuir um catálogo com as opções de certificados digitais disponíveis, como você pôde ver acima.
O produtor rural que precisa emitir e importar uma nota fiscal, por exemplo, pode escolher o NF-e (nesse caso o mais recomendado) ou e- CNPJ.
Também deve escolher o tipo do certificado, se A1 ou A3 citados anteriormente.
Importante salientar que para a utilização no Aegro, o certificado escolhido deverá ser o do tipo A1 e e-CPF.
Realize o cadastro e agendamento
Essas etapas são online: Cadastro: será necessário fornecer todas as informações sobre seu negócio. Observe o correto preenchimento dos dados para não haver problemas futuros. Quaisquer erros nas informações nesse passo são de difícil correção depois.
Agendamento da validação presencial com a empresa de certificação. É necessário nessa etapa apresentar toda a documentação para que a implementação do sistema de certificação digital seja autorizada em seu empreendimento.
Quais são os documentos necessários?
Para e-CNPJ e e-Simples é preciso apresentar o documento original e 1 cópia simples de cada um dos citados abaixo:
documento de constituição da empresa (contrato social, por exemplo, quando houver);
alteração contratual registrada nos órgãos competentes (se houver);
documentos de eleição da diretoria vigente – quando aplicável;
documentos pessoais dos representantes legais (RG e CPF);
cartão do CNPJ impresso no dia anterior da validação presencial.
Para e-CPF é preciso apresentar o documento original e 1 cópia simples de cada um dos citados abaixo:
documento de identificação;
CPF;
comprovante de endereço no nome do titular do certificado e emitido em até 3 meses.
título de eleitor (opcional).
Observe que todos os documentos devem estar em ordem para evitar problemas.
Após seguir todos os passos anteriores, o certificado digital para emissão de notas fiscais ficará disponível geralmente em alguns dias no máximo, dependendo do tipo e da empresa escolhida.
Se você optou pelo certificado do tipo A1, você receberá um link para o seu e-mail para fazer o download do arquivo.
Se você optou pelo certificado do tipo A3 e tiver um dispositivo físico, você poderá retirar o hardware no local da validação.
Contratando uma certificadora
O mercado está repleto de empresas certificadores e escolher a ideal requer atenção e cuidado.
Para facilitar essa tarefa, a Aegro lançou uma parceria com a Rede Ideia, que é reconhecida como uma autoridade no campo da identificação digital, destacando-se pela sua expertise e pelo respaldo legal que possui e desde 2019, possui o status de Autoridade Certificadora junto ao ICP-Brasil.
Você pode emitir seu certificado digital e contar com o suporte do time de especialistas da Rede Ideias e ainda obter desconto sendo cliente Aegro.
Como usar o certificado digital no Aegro
Em um software de gestão agrícola, como o Aegro, o seu certificado digital A1 viabiliza operações fiscais e ainda facilita as rotinas administrativas.
A seguir, conheça duas funções que estão disponíveis por meio da assinatura eletrônica.
Emissão de nota fiscal de venda
Desde 2020, todas as operações de venda realizadas pelo produtor rural devem ser registradas por meio da NF-e.
Essa obrigatoriedade vale para todo o país e visa tornar mais segura a circulação das mercadorias.
No Aegro, você consegue emitir a nota fiscal de forma prática ao cadastrar uma nova receita agrícola. A emissão pode ser feita com múltiplas inscrições estaduais e e-CPFs.
Em poucos minutos, sua transação é autorizada pela Sefaz e o arquivo XML é automaticamente enviado para o destinatário da nota.
Importação de nota fiscal de compra
O Aegro também se conecta à Sefaz para buscar, proativamente, todas as notas fiscais que são emitidas contra o seu CPF ou CNPJ.
Assim, você não precisa correr atrás dos seus fornecedores para ter acesso ao arquivo XML da nota após uma compra.
A captura é feita a partir do certificado digital A1 e facilita a entrada de despesas no seu controle financeiro.
Bastam alguns cliques para importar a NF-e, gerar uma conta a pagar e direcionar produtos para o estoque da fazenda.
Norma Regulamentadora 31: veja os principais pontos da norma e conheça as mudanças após atualização do governo
A Norma Regulamentadora 31 estabelece regras relacionadas à saúde e segurança das atividades e operações ligadas à agricultura, pecuária, silvicultura e exploração florestal.
Por isso, conhecê-la é muito importante para garantir o bom funcionamento da sua propriedade, evitar acidentes e problemas judiciais.
Pensando nisso, separei algumas informações relevantes sobre a normativa e os principais pontos da atualização. Confira!
O que é a Norma Regulamentadora 31 – NR 31?
A NR 31 (Norma Regulamentadora 31) foi criada em 2005 pelo Ministério do Trabalho para estabelecer regras que devem ser observadas em qualquer atividade da agricultura, incluindo atividades industriais desenvolvidas no ambiente agrário.
Se você atua no meio rural, é essencial que tenha familiaridade com essa norma e a cumpra, pois nossa Constituição prevê que “ninguém pode justificar o não cumprimento da lei alegando que não a conhece”.
Para seguir os deveres de ambas as partes (empregadores e trabalhadores), a norma detalha inúmeras ações que devem ser realizadas. A seguir, listamos as principais delas:
Quais os deveres do empregador rural (ou semelhante) na NR 31?
Cumprir e fazer cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e saúde no trabalho rural, garantindo adequadas condições de trabalho, higiene e conforto.
Adotar medidas de prevenção e proteção para garantir que todas as atividades, locais de trabalho, máquinas, equipamentos e ferramentas sejam seguros.
Adotar os procedimentos necessários sobre a ocorrência de acidentes e doenças do trabalho, incluindo a análise de suas causas.
Assegurar que se forneça aos trabalhadores instruções compreensíveis em matéria de segurança, saúde, direitos, deveres e obrigações, bem como a orientação e supervisão necessárias ao trabalho seguro.
Informar aos trabalhadores os riscos decorrentes do trabalho e as medidas de prevenção implantadas, inclusive em relação a novas tecnologias adotadas pelo empregador.
Comunicar resultados dos exames médicos e complementares a que foram submetidos, quando realizados por serviço médico contratado pelo empregador.
Informar os resultados das avaliações ambientais realizadas nos locais de trabalho.
Permitir que representante dos trabalhadores, legalmente constituído, acompanhe a fiscalização das normas legais e regulamentares sobre segurança e saúde no trabalho.
Disponibilizar à Inspeção do Trabalho todas as informações relativas à segurança e à saúde no trabalho.
Quais os deveres do trabalhador previstos na NR 31?
Cumprir as determinações sobre as formas seguras de desenvolver suas atividades, especialmente quanto às ordens de serviço emitidas para esse fim.
Adotar as medidas de prevenção determinadas pelo empregador, em conformidade com a NR, sob pena de constituir ato faltoso a recusa injustificada.
Submeter-se aos exames médicos previstos na Norma Regulamentadora.
Colaborar com a empresa na aplicação da NR.
Não danificar as áreas de vivência, de modo a preservar as condições oferecidas;
Cumprir todas as orientações relativas aos procedimentos seguros de operação, alimentação, abastecimento, limpeza, manutenção, inspeção, transporte, desativação, desmonte e descarte das ferramentas, máquinas e equipamentos.
Não realizar qualquer tipo de alteração nas ferramentas e proteções mecânicas ou dispositivos de segurança de máquinas e equipamentos, de maneira que possa colocar em risco sua saúde e integridade física ou de terceiros.
Comunicar seu superior imediato se alguma ferramenta, máquina ou equipamento for danificado ou perder sua função.
Para ter acesso ao conteúdo completo dos deveres de empregadores e empregados, acesse a NR 31 na íntegra aqui.
O que mudou com a atualização da NR 31?
A NR 31, como diversas outras Normas Regulamentares, passou por diversas atualizações ao longo dos anos, sendo a mais recente em 2022.
Portaria SEPRT nº 22.677
Em outubro de 2020, a NR 31 foi atualizada, visando a simplificar e desburocratizar o texto, que passou a vigorar a partir de outubro de 2021. Essa atualização se deu pela Portaria SEPRT nº 22.677, de 22 de outubro de 2020, que aprovou a nova redação da NR 31.
Segundo o governo, a atualização da norma trouxe mais harmonia com outras normativas relacionadas (ex: normas urbanas), com a proposta de ter fácil entendimento mesmo por pessoas fora da área jurídica e eliminar algumas exigências que fogem da realidade prática.
A modificação da NR 31 teve o objetivo de descrever o que deve ser feito acima de como deve ser feito. Assim, o produtor pode adotar diferentes estratégias, desde que atinja os objetivos propostos. À época, o governo previu economia de R$ 4,3 bilhões anualmente para o setor rural.
Estrutura da norma
Houve redução e reestruturação de capítulos na norma, reduzindo de 23 para 17 capítulos. Para o setor agrícola, somente será aplicável as determinações da NR 31 ou as citações de outras normas presentes nela.
O PGRTR (Programa de Gerenciamento de Risco no Trabalho Rural) substituirá o PGSSMATR (Programa de Gestão de Segurança e Saúde no Meio Ambiente do Trabalho Rural).
Além disso, o governo disponibilizou uma ferramenta para auxiliar no desenvolvimento do PGRTR do pequeno produtor (até 50 trabalhadores), visando à redução de custos e simplificação do processo.
Essa ferramenta gera um relatório descrevendo os riscos inerentes às atividades realizadas e quais as medidas de prevenção a serem seguidas de maneira específica para esse produtor.
Agora a normatização possui especificação diferente para cada atividade realizada.
É o caso das pausas de trabalho, por exemplo, que não são mais padronizadas. Elas têm recomendações de acordo com a atividade do trabalhador.
Treinamento e capacitação
Quanto ao treinamento e capacitação, será possível haver um reaproveitamento de conteúdo. Assim, um trabalhador que já realizava a mesma função ou muito semelhante em outra empresa poderá aproveitar cursos realizados no prazo de 2 anos, desde que essa capacitação tenha sido realizada de acordo com a norma.
Além disso, a NR 31 abre a possibilidade da capacitação semipresencial, em que a parte teórica da capacitação poderá ser realizada a distância. As partes práticas continuarão sendo presencias.
Máquinas e implementos
Com a atualização da NR 31, foram excluídas as exigências exclusivas para fabricantes de máquinas e equipamentos. Agora o fabricante deverá ver o anexo da NR 12.
Haverá uma linha temporal nas exigências das máquinas em que máquinas anteriores ao ano de 2011, mesmo não seguindo exatamente as especificações, poderão ser utilizadas desde que se comprove a segurança em sua utilização.
Além disso, para o transporte de cargas nas vias internas agora será necessário seguir as especificações do fabricante e não o código de trânsito.
Áreas de vivência e alojamento
Também houve mudanças quanto às áreas de vivência, que agora são denominadas áreas móveis.
Para atividades itinerantes, não será mais obrigatória as áreas móveis, desde que sejam descritas quais áreas fixas poderão ser utilizadas em substituição.
Além disso, houve uma flexibilização quanto ao alojamento dos trabalhadores, sendo possível alocar trabalhadores em casas e hotéis por exemplo.
Armazenamento de defensivos agrícolas
Com a atualização da NR 31, será modificada a distância do local de armazenamento de defensivos de 30 m para 15 metros de distância de outras construções.
Isso ajudará a evitar roubos praticados principalmente em pequenas propriedades.
No caso de produtores que utilizam pequenas quantidades de produtos químicos (100 kg ou litros), haverá a possibilidade de armazenamento em armários (com normas próprias) dentro ou próximo de construções específicas.
Dispositivos de Proteção Pessoal
Foram criados os Dispositivos de Proteção Pessoal, uma nova classe que engloba, por exemplo, chapéus de boiadeiro, perneiras e boné árabe, que deverão ser fornecidos pelo empregador e não necessitam de certificado de aprovação.
Portarias 4.219 e 4.223, de 20 de dezembro de 2022
Em 20 de dezembro de 2022, o então Ministério do Trabalho e Previdência publicou no Diário Oficial da União duas novas portarias: a 4.219 e a 4.223.
A Portaria 4.219 altera a nomenclatura da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – Cipa nas Normas Regulamentadoras, trouxe importantes avanços quanto à prevenção e ao combate do assédio sexual e demais formas de violência no ambiente de trabalho. A Cipa passou a ser denominada Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e de Assédio.
Em relação à NR 31, a Portaria ganhou, em seus artigos 16, 17 e 18, novas inclusões e modificações do texto original. O art. 16 trouxe nova redação para a alínea “b” do item 31.2.5 e para o capítulo 31.5, sobre o dever do empregador em adotar medidas de prevenção ao assédio. Além disso, a Cipa, no caso do trabalho rural, passa a se chamar Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e de Assédio do Trabalho Rural – Cipart.
O art. 17 inseriu a alínea “n” no item 31.5.10 e a alínea “h” no item 31.5.24 da NR, em que a Cipart deve incluir temas de prevenção e combate ao assédio sexual e a outras formas de violência no trabalho em suas atividades, práticas e treinamentos.
Já o art. 18 inseriu um novo item (item 31.2.6) na NR 31, descrevendo as medidas que as organizações obrigadas a constituir Cipa devem adotar. Entre elas, estão regras de conduta a respeito do assédio sexual e outras formas de violência nas normas das empresas e a realização de capacitação a cada 12 meses.
Esta Portaria entrou em vigor no dia 20 de março de 2023.
Portaria nº 4.223
A Portaria nº 4.223 alterou a redação do item 31.7.4 e incluiu alguns subitens na NR 31. Esta norma trata da aplicação de agrotóxicos utilizando máquina com cabine fechada original do fabricante ou adaptada.
Esse tipo de aplicação precisa seguir uma série de normas técnicas oficiais, devendo ser interrompida imediatamente se a névoa gerada na aplicação atingir o operador.
Ainda, é obrigatório adequar a máquina com cabine fechada original ou adaptada dentro dos seguintes prazos:
120 meses, para propriedades com área abrangida pela aplicação com atomizador mecanizado de até 25 hectares;
96 meses, para propriedades com área abrangida pela aplicação com atomizador mecanizado de até 50 hectares;
84 meses, para propriedades com área abrangida pela aplicação com atomizador mecanizado de 51 até 100 hectares;
60 meses, para propriedades com área abrangida pela aplicação com atomizador mecanizado de mais de 100 hectares.
Esta Portaria entrou em vigor no dia 3 de janeiro de 2023.
Portaria MTP nº 4.371
A Portaria MTP nº 4.371, publicada em 28 de dezembro de 2022, alterou a Portaria nº 4.223, de 20 de dezembro de 2022, inserindo a definição de cabine fechada no Glossário da NR 31. Esta Portaria entrou em vigor no dia 3 de janeiro de 2023.
Conclusão
Neste texto entendemos a importância da Norma Regulamentadora n° 31 para o setor agrícola. Também vimos quais o principais deveres dos empregadores e trabalhadores do meio rural.
Além disso, falamos sobre a recente atualização da norma, destacando os objetivos e principais mudanças.
Espero que com esse texto você tenha aprendido mais sobre essa legislação do setor agrícola e como se adequar às novidades.
Os relatórios agrícolas trazem indicadores importantes para o acompanhamento da safra e da gestão financeira da fazenda. Veja como montar um.
Os relatórios agrícolas são ferramentas essenciais para o trabalho do consultor. Eles reúnem informações úteis para o acompanhamento da safra e gestão do negócio.
Com esses dados, consultor e produtor qualificam sua tomada de decisão, tornando a lavoura cada vez mais produtiva e rentável.
Neste artigo, falaremos sobre os tipos de relatórios agrícolas, principais indicadores que eles trazem e como estruturar o documento. Boa leitura!
Tipos de relatórios agrícolas
Existem relatórios agrícolas técnicos, produzidos por engenheiros agrônomos, que detalham questões como umidade do solo, desenvolvimento das plantas, ocorrência de pragas, entre outras.
Essas informações são valiosas pois direcionam a aplicação de insumo e outras decisões importantes para o bom andamento da safra.
Aqui, no entanto, abordaremos os relatórios de gestão e produção. Nessa categoria, entram relatórios como:
Relatório de rentabilidade: informa os custos e o lucro da safra ao longo do tempo.
Relatório de custo orçado: traz a previsão de custos da safra.
Relatório de custo realizado: permite avaliar a participação de cada insumo no custo total da safra.
Relatório de atividade da safra: mostra todas as atividades planejadas ou realizadas durante a safra.
Relatório de evolução de safra: com ele, o produtor acompanha o percentual de área realizada para determinada atividade ao longo do tempo.
Relatório de colheita: serve para acompanhar a área colhida, produção e produtividade da safra.
Relatório de insumos: informa a quantidade total planejada e realizada de todos os insumos.
Relatório de silos: lista as sementes armazenadas nos silos e sua respectiva quantidade.
Relatório específico de atividade: reúne informações sobre uma atividade específica, como a aplicação de um insumo em determinada área.
Relatório de estoque: facilita o controle do estoque de produção e insumos e sua movimentação.
Relatório de patrimônio: reúne informações sobre as máquinas da propriedade e seus custos.
A importância do relatório de rentabilidade
Para Marco Antônio Pinheiro Santana, consultor da parte organizacional e financeira em lavouras de soja e milho no Mato Grosso, o mais importante é o de relatório de rentabilidade.
“No meu ponto de vista, é o relatório de maior valia, porque demonstra a saúde financeira da fazenda”, opina.
Santana destaca que o relatório de rentabilidade mostra um quadro geral, mas também o detalhe, informando sobre quais talhões geraram mais receita.
A partir daí, consultor e produtor podem explorar outros relatórios, que ajudam a entender por que determinado talhão rendeu mais que outro. A investigação ajuda a entender melhor o solo e identificar os defensivos e cultivares que valem mais a pena, por exemplo.
“Olhamos o relatório de rentabilidade e depois procuramos entender o que foi feito de diferente nos talhões mais rentáveis. Esse é o ponto”, completa o consultor.
Principais indicadores agrícolas
Os indicadores são números que relacionam duas métricas diferentes, com o objetivo de revelar alguma informação importante.
O percentual de área colhida, por exemplo, relaciona o que já foi colhido com o total que tem para ser colhido. Isolados, esses números não ajudam a entender o status da colheita.
Nos relatórios agrícolas, os indicadores são essenciais, pois permitem uma rápida e fácil compreensão de alguns aspectos da lavoura. A seguir, apresentamos os principais.
Indicadores de produtividade
Relacionam números da produção com o tamanho de uma área. As unidades mais usadas são sacas e hectares. Quanto maior a produção em relação à área, maior a produtividade.
Pode ser feito um relatório de produtividade geral da safra ou específico por cultura, talhão, cultivar, período de plantio, etc.
Ele é calculado com uma simples divisão do total de sacas colhidas pelo total de hectares da área analisada.
Indicadores de rentabilidade
Relaciona as despesas com as receitas. O indicador pode ser expresso em um percentual.
Para calculá-lo, pegue a receita total e subtraia as despesas. O resultado deve ser dividido pelo total das despesas e multiplicado por 100 para chegar ao percentual.
Por exemplo, se uma fazenda teve R$ 800 mil de receita e R$ 650 mil de despesa em uma safra (uma diferença de R$ 150 mil), a conta fica assim:
Rentabilidade = (150 / 650) x 100
Rentabilidade = 23%
Se a conta der negativa, quer dizer que a safra deu prejuízo, claro. Também é possível filtrar os indicadores de rentabilidade por cultura, talhão, cultivar, etc.
Indicadores de atividades e colheita
Os relatórios de acompanhamento da safra devem trazer indicadores que mostram o status de cada fase, como o percentual da área que foi semeada, que recebeu fertilizantes e defensivos e de área colhida.
Como estruturar um relatório agrícola?
Para não se perder diante de tantos números, é preciso superar o caderninho e as planilhas do Excel e contar com umsistema de gestão agrícola, como o Aegro.
“Todo relatório passa pela inserção de dados. Quando está tudo em uma plataforma só, a análise é mais rápida e baseada em informações mais fiéis”, reflete Santana.
Isso é possível porque o software integra as informações em tempo real, cruzando os dados automaticamente.
No momento que o usuário insere a informação sobre a aplicação de um defensivo, por exemplo, com poucos cliques já é possível gerar um relatório.
“A credibilidade da informação é maior, porque quando você usa várias planilhas, acaba se perdendo. Hoje, quase não uso planilhas de Excel por fora do sistema”, acrescenta o consultor.
Além disso, os relatórios gerados por um software de gestão especializado já incluem gráficos que tornam a informação mais fácil de visualizar e entender.
Relatórios são automatizados com uso do Aegro e podem ser acompanhados por produtor e consultor em tempo real
Avaliação periódica dos indicadores
Como gerar um relatório pelo software praticamente não dá trabalho algum, é possível fazer reuniões de acompanhamento dos indicadores com maior frequência.
“Eu planejo reuniões quinzenais com meus clientes, para analisarmos os dados”, conta Santana. Nessas reuniões, ele faz uma avaliação financeira, considerando o fluxo de caixa da fazenda.
Depois da colheita, é feita uma reunião diferente, em que consultor e produtor analisam o relatório de rentabilidade. “Daí já sai a reunião de planejamento da safra. Com base no que fizemos na anterior, projetamos o que vamos fazer na próxima”, explica.
A análise do relatório de rentabilidade, do estoque e do fluxo de caixa é fundamental para tomar decisões sobre aportes financeiros.
“Quanto vamos precisar de custeio ou de investimento? Quanto temos em caixa e quanto temos de contas para pagar? Se está faltando, onde eu vou buscar isso?”, exemplifica o consultor.
Conclusão
O agronegócio brasileiro cresceu bastante, em grande parte graças à implementação de alta tecnologia no campo. Mas tecnologia não são só as máquinas robustas, produtivas e precisas, é também processo e gestão.
Contar com soluções tecnológicas para registrar e acompanhar as informações da safra traz dois benefícios enormes:
mais agilidade na gestão financeira e da produção
menos erros e mais confiabilidade nas informações
E também permite gerar relatórios agrícolas com poucos cliques, o que agrega valor ao serviço do consultor e traz ótimos resultados para seus clientes.
Marco Antônio Santana é consultor agrícola em Mato Grosso e parceiro Aegro.
Restou alguma dúvida sobre os relatórios agrícolas? Quer qualificar sua consultoria com tecnologia e eficiência? Experimente gratuitamente o aplicativo de gestão rural Aegro pelo nosso programa de parcerias.
Planejamento de safra: pontos necessários e fatores-chave no momento de se fazer o planejamento ideal.
Mesmo com o acesso às informações cada vez mais facilitado pelas tecnologias, muitos produtores ainda enfrentam dificuldades para se organizar e planejar ações futuras.
Preparar-se para a safra de verão é um passo crucial para garantir uma colheita produtiva e rentável.
Esse período, caracterizado por temperaturas elevadas e maior incidência de luz solar, pode ser altamente favorável para o desenvolvimento de diversas culturas, desde que o planejamento seja realizado de maneira adequada.
A preparação envolve uma série de etapas essenciais, como a escolha das sementes, o preparo do solo, a gestão hídrica e o monitoramento de pragas e doenças.
Implementar boas práticas agrícolas, como a rotação de culturas, o uso de tecnologias modernas e a adubação correta, pode maximizar os rendimentos e a sustentabilidade da lavoura.
Este guia oferece dicas e estratégias para ajudar os agricultores a planejar e executar uma safra de verão bem-sucedida, abordando desde o planejamento inicial até a colheita final.
Boa leitura!
O que é Planejamento de Safra?
O planejamento de safra é uma ferramenta essencial para a gestão eficiente da lavoura, sendo fundamental para definir metas e objetivos que aumentem a rentabilidade da fazenda.
Este processo deve ser iniciado durante a organização dos detalhes para uma nova safra, considerando possíveis erros e acertos que visem à sustentabilidade do plantio e ao aumento da renda.
Figura 1. Planejamento de safra agrícola. Créditos: IA | Edga
Melhores práticas para um bom planejamento de safra
Para garantir uma safra bem-sucedida, é crucial adotar um conjunto de práticas e estratégias que considerem desde a escolha das culturas até a utilização de tecnologias avançadas.
A seguir, detalhamos os principais pontos para um planejamento eficiente:
1. Planejamento de plantio: escolha das culturas e rotação de culturas
Escolha das culturas: A seleção das culturas deve ser baseada em fatores como a demanda do mercado, condições climáticas locais e características do solo.
É importante analisar o ciclo de crescimento de cada planta e a compatibilidade com o período de cultivo.
Culturas que se adaptam bem ao clima e ao solo local tendem a ser mais produtivas e resistentes a doenças.
Além disso, considere a viabilidade econômica, escolhendo culturas que tenham boa aceitação no mercado e preços favoráveis.
Figura 2. Demonstração de soja, milho e algodão para um futuro planejamento de safra. Créditos: IA | Edga
Rotação de culturas: Implementar a rotação de culturas é essencial para manter a saúde do solo e prevenir o esgotamento de nutrientes. A rotação ajuda a reduzir a incidência de pragas e doenças, além de melhorar a estrutura do solo e a biodiversidade.
Alternar entre diferentes tipos de culturas, como leguminosas e gramíneas, pode melhorar a fertilidade do solo e reduzir a dependência de fertilizantes químicos.
A rotação também ajuda a interromper os ciclos de vida de pragas e doenças específicas a uma cultura, diminuindo a necessidade de defensivos agrícolas.
2. Preparação do solo: análise de solo, adubação e correção
Análise de solo: realize uma análise completa do solo para identificar suas características químicas, físicas e biológicas. Essa análise é crucial para determinar a necessidade de correções e adubação.
A análise deve ser feita em diferentes pontos da lavoura para obter uma visão geral da variabilidade do solo. Parâmetros como pH, matéria orgânica, textura, capacidade de retenção de água e níveis de nutrientes (nitrogênio, fósforo, potássio, entre outros) devem ser avaliados.
Adubação e correção: com base na análise de solo, aplique os corretivos necessários para ajustar o pH e os níveis de nutrientes. Utilize adubos orgânicos e inorgânicos de forma equilibrada para suprir as necessidades das culturas.
A calagem é uma prática comum para corrigir a acidez do solo, enquanto a aplicação de compostos orgânicos ajuda a aumentar a matéria orgânica e a atividade biológica do solo.
A adubação deve ser feita de acordo com as recomendações técnicas, considerando as fases de desenvolvimento das plantas para otimizar a absorção de nutrientes.
3. Seleção e uso eficiente de insumos
Insumos agrícolas: escolha sementes, fertilizantes e defensivos agrícolas de alta qualidade e adequados para as condições específicas da sua lavoura. Prefira insumos certificados e de fornecedores confiáveis.
A qualidade das sementes é um fator determinante para a produtividade. Sementes certificadas garantem maior vigor, uniformidade e resistência a doenças. Os fertilizantes devem ser escolhidos com base nas necessidades nutricionais das culturas, enquanto os defensivos agrícolas devem ser selecionados para controlar pragas e doenças específicas de maneira eficaz e segura.
Uso eficiente: planeje a aplicação dos insumos de forma racional, evitando desperdícios e reduzindo os custos. Utilize técnicas como a adubação de precisão e o manejo integrado de pragas (MIP) para otimizar o uso dos recursos.
A adubação de precisão envolve a aplicação de fertilizantes na quantidade certa, no local certo e no momento adequado, utilizando tecnologias como GPS e sensores de solo. O MIP combina métodos químicos, biológicos e culturais para controlar pragas de forma sustentável, reduzindo a dependência de defensivos químicos.
4. Monitoramento climático: como usar previsões meteorológicas para otimizar o plantio
Previsões meteorológicas: utilize dados meteorológicos para planejar o plantio e as operações agrícolas. Ferramentas como aplicativos de clima e estações meteorológicas locais podem fornecer previsões precisas e em tempo real. Essas previsões ajudam a tomar decisões informadas sobre o melhor momento para semear, irrigar e aplicar defensivos agrícolas. É importante acompanhar não apenas a previsão do tempo, mas também tendências climáticas de médio e longo prazo, que podem afetar o desenvolvimento das culturas.
Tomada de decisões: ajuste as datas de plantio e as práticas de manejo com base nas previsões de chuva, temperatura e umidade. Um bom monitoramento climático ajuda a minimizar os riscos e maximizar a produtividade.
Por exemplo, antecipar ou atrasar o plantio em resposta a uma previsão de seca ou chuvas intensas pode proteger as sementes e melhorar a germinação. Além disso, o monitoramento climático contínuo permite ajustar a irrigação e a aplicação de insumos ao longo da safra, otimizando o uso dos recursos e evitando desperdícios.
5. Ferramentas e tecnologias para a gestão eficiente da safra
Tecnologias digitais: adote tecnologias como software de gestão agrícola, sensores de solo e drones para monitoramento e análise da lavoura. Essas ferramentas auxiliam na coleta de dados precisos e na tomada de decisões informadas.
Softwares de gestão agrícola permitem o registro e análise de dados de campo, facilitando o planejamento e o controle das operações agrícolas.
Sensores de solo fornecem informações em tempo real sobre a umidade e a temperatura do solo, enquanto drones capturam imagens aéreas detalhadas para monitorar o crescimento das plantas e detectar problemas precocemente.
Automação e IoT: utilize sistemas de irrigação automatizados e dispositivos IoT (Internet das Coisas) para otimizar o uso de água e insumos, garantindo eficiência e sustentabilidade.
Sistemas de irrigação automatizados, como a irrigação por gotejamento controlada por sensores de umidade, permitem aplicar a quantidade exata de água necessária, evitando o desperdício e melhorando a eficiência hídrica.
Dispositivos IoT, como sensores de clima e estações meteorológicas conectadas, fornecem dados em tempo real que podem ser usados para ajustar as práticas de manejo e melhorar a precisão das operações agrícolas.
6. Planejamento de safra por estação
Estacionalidade: planeje as atividades agrícolas considerando as características de cada estação do ano. Cada estação oferece condições específicas que podem ser aproveitadas para diferentes culturas e práticas de manejo.
O planejamento estacional envolve a adaptação das operações agrícolas às variações climáticas sazonais, como a temperatura, a precipitação e a duração do dia.
Por exemplo, culturas de estação fria, como trigo e cevada, são mais adequadas para o outono e inverno, enquanto culturas de estação quente, como milho e soja, prosperam na primavera e verão.
Calendário agrícola: desenvolva um calendário agrícola detalhado, mapeando todas as atividades desde o preparo do solo até a colheita. Este calendário deve ser ajustado conforme as condições climáticas e as necessidades da lavoura.
Um calendário agrícola bem planejado permite coordenar todas as operações agrícolas, garantindo que cada atividade seja realizada no momento ideal. Isso inclui o preparo do solo, a semeadura, a irrigação, a adubação, o controle de pragas e doenças, e a colheita.
Ajustes podem ser feitos ao longo da safra com base no monitoramento contínuo das condições climáticas e do desenvolvimento das culturas.
Integração com planejamento financeiro e de estoque
O planejamento de safra deve estar alinhado ao planejamento financeiro e de estoque, sempre partindo dos custos de produção.
A análise financeira contínua e o controle de estoque são fundamentais para evitar gastos desnecessários e otimizar os recursos disponíveis.
Um bom planejamento financeiro envolve a elaboração de orçamentos detalhados, que consideram todos os custos operacionais, desde a compra de insumos até a colheita e a comercialização.
O controle de estoque, por sua vez, garante que todos os insumos necessários estejam disponíveis no momento certo, evitando atrasos e interrupções nas operações agrícolas.
Ferramentas de Gestão: Aegro
Para otimizar o planejamento de safra, considere o uso de ferramentas digitais como o Aegro. Este aplicativo centraliza todas as informações da safra, unindo áreas operacionais e financeiras da fazenda. Entre as principais funcionalidades estão:
Planejamento, controle e registro de atividades no campo;
Mapeamento e medição de áreas dos talhões;
Registro de observações com geolocalização e fotos;
Controle de abastecimentos e manutenções de máquinas;
Monitoramento de pragas e doenças;
Administração do fluxo de caixa;
Gestão do estoque da fazenda.
O Aegro facilita a gestão integrada da fazenda, permitindo que o produtor acompanhe cada etapa da safra, desde a semeadura até a comercialização.
Pelo computador ou celular, o produtor e sua equipe podem trabalhar de forma mais integrada, melhorando a eficiência operacional e a tomada de decisões.
No final do ciclo produtivo, o Aegro oferece uma análise detalhada sobre os custos de produção e a rentabilidade de cada talhão, permitindo entender o que deu certo ou errado no plantio e otimizar os processos da lavoura.
O planejamento de safra é essencial para o sucesso e sustentabilidade da produção agrícola. Envolve desde a escolha das culturas e preparação do solo até o uso eficiente de insumos e tecnologias avançadas. Estratégias como a rotação de culturas e o manejo integrado de pragas são fundamentais.
A utilização de ferramentas digitais, como o Aegro, centraliza informações e otimiza o controle operacional e financeiro.
Alinhar o planejamento de safra ao planejamento financeiro e ao controle de estoque garante eficiência e controle de custos. A integração de práticas sustentáveis também é crucial para a longevidade e produtividade da lavoura.
Com um planejamento bem elaborado e o uso de tecnologias adequadas, produtores podem enfrentar os desafios do campo com mais confiança e obter melhores resultados.
Se tiver dúvidas ou quiser compartilhar suas experiências, deixe um comentário abaixo!
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Contabilidade de fazenda: planejamento tributário, gestão financeira e patrimonial, entre outros pontos importantes para organizar as finanças da sua propriedade rural.
Assim como a contabilidade da vida pessoal, a contabilidade da fazenda é algo vital para o sucesso no campo. Fazê-la permite conhecer a saúde financeira do negócio.
É por meio da contabilidade que se sabe o valor dos ativos, passivos, entradas e saídas da empresa rural.
Se você possui uma boa contabilidade agrícola, consegue visualizar a rentabilidade e lucratividade do negócio. Além disso, as tomadas de decisões se tornam mais assertivas.
Acompanhe neste artigo como fazer a contabilidade de fazenda de forma simples e produtiva.
Pontos de atenção na contabilidade de fazenda
Se o controle de estoque é uma coisa que te deixa nervoso, imagine desconhecer a contabilidade de toda a sua fazenda.
Muitos produtores limitam suas receitas por não terem uma contabilidade e gestão financeira apuradas na propriedade.
Uma vez que as atividades rurais estão sendo tratadas como verdadeiros negócios, a gestão financeira da fazenda deve ser realizada diariamente.
Desta forma, a contabilidade é uma boa forma de realizar o controle das contas da empresa rural.
Dentro do agronegócio existem dois fatores que podemos considerar essenciais para o sucesso e o crescimento das atividades de campo:
Tamanho das fazendas
Capacidade de produzir
Muitos agricultores ainda não praticam a gestão e, principalmente, a contabilidade da fazenda.
Isso acontece por falta de costume, de conhecimento técnico sobre o assunto ou até mesmo devido à desorganização presente “dentro da porteira”.
A contabilidade é necessária, uma vez que o sucesso no campo pode se dar por três motivos principais:
Fluxo de caixa e capital para compra de novas áreas;
Possibilidade de arrendar novas áreas;
Aumento de produtividade nas áreas atuais.
Ganhos em produtividade vêm do investimento em manejo correto, tecnologia aplicada nas áreas, boas práticas agrícolas, etc.
Atualmente, é possível utilizar um aplicativo de gestão para fazer a contabilidade de fazenda, comentaremos sobre ele a seguir.
Três áreas da contabilidade de uma fazenda
A contabilidade da fazenda é fundamental para o bom funcionamento das propriedades rurais.
Sendo que a boa contabilidade permite que você conheça de maneira correta os custos da fazenda, além de auxiliar no cálculo correto de impostos e praticar corretamente a gestão das atividades.
Frente a isso, separamos três áreas para se atentar durante este processo: planejamento tributário, gestão financeira e gestão do patrimônio.
Planejamento tributário
Falando em impostos, a contabilidade é essencial para que sejam realizados estudos e projeções dentro da sua fazenda que possibilitem a escolha do regime tributário mais adequado a cada cenário.
Quais os impactos disso sobre seus custos?
Os estudos tributários são, normalmente, realizados com base nas receitas e despesas da fazenda que só são conhecidas uma vez que a contabilidade do agronegócio esteja em dia.
Dessa maneira, pode-se escolher a melhor forma, desde que dentro da legislação, de pagar menos impostos.
O enquadramento correto da atividade evita possíveis problemas com o recolhimento de tributos.
Na gestão financeira, podem-se citar as despesas, receitas, vendas e o fluxo de caixa, os quais detalharemos a seguir.
O fluxo de caixa da fazenda deve conter todas as movimentações financeiras, demonstrando saldos iniciais, aplicações em curto e longo prazo, despesas e receitas de cada mês.
É por meio do fluxo de caixa que você sabe a saúde financeira do negócio agrícola. E, com estes números em mãos, é possível checar quanto você tem para investimentos em necessidades futuras.
Assim, o fluxo de caixa proporciona uma organização financeira da propriedade, contabilizando gastos e entradas de capital de forma detalhada, sendo muito útil em análises mais abrangentes quando cruzadas com relatórios de custos, despesas e receitas de cada período.
A gestão do patrimônio engloba a realização do levantamento de seus ativos e passivos dentro da fazenda.
Com isso, dentro da gestão se deve considerar o capital financeiro na sua conta, máquinas e implementos da propriedade, galpões, contas a pagar, contas a receber, o valor da terra em questão, entre outros patrimônios que você possa ter.
Após o levantamento desses dados de patrimônio é importante saber separar despesas pessoais de despesas da empresa agrícola.
Grande parte do fracasso das atividades agrícolas é proveniente da não separação entre contas pessoais e contas profissionais.
Separando contas e bens, você terá maior controle tanto do seu negócio quanto da sua vida pessoal.
O que é ano agrícola?
A contabilidade rural se diferencia da contabilidade tradicional em alguns aspectos.
O ano agrícola geralmente inicia com o cultivo do solo e encerra com a colheita.
Diferentemente da contabilidade geral, na qual o exercício social equivale a um ano, de 1º de janeiro até 31 de dezembro, na contabilidade rural o exercício social corresponde ao ano agrícola, que é o período que abrange os processos de plantação, colheita e comercialização da safra.
O exercício social da atividade agrícola se encerra com o ano agrícola, que corresponde normalmente ao período de 12 meses, a partir do início do cultivo.
Isso ocorre porque a produção agrícolaé sazonal. E se uma fazenda tiver mais que uma atividade rural, deve-se considerar aquela com maior representatividade financeira.
A grande diferença de uma contabilidade tradicional para uma rural é que as empresas possuem receita durante todo o ano, enquanto as fazendas só possuem receita no período da colheita.
Dessa forma, se o ano agrícola terminar em junho, o exercício social será encerrado em 31/07, devendo ser avaliados os resultados dos produtos agrícolas da empresa nesse período.
Como é feita a contabilidade rural?
A contabilidade rural deve ser iniciada medindo, controlando e registrando todos seus resultados e, com isso, buscando melhorias e otimizações em tempos e recursos.
Com análises de anos anteriores é possível criar metas futuras para investimentos e novas aquisições.
A simples implementação de um software para gestão pode ajudar a criar rotinas dentro das fazendas e melhorias nos processos operacionais.
Uma vez que temos todos os dados centralizados em relatórios fica bem mais simples o planejamento de objetivos, metas e planos de ação.
Tudo isso tem início no registro de entradas e saídas de dinheiro da fazenda.
Visto que já temos a noção das entradas e saídas de todos os custos envolvidos na nossa atividade agrícola, é possível definir pró-labores, capital de giro e ainda conhecer os resultados reais de sua fazenda.
Aplicativo Aegro para contabilidade da fazenda
A contabilidade rural pode ser realizada com o auxílio de um aplicativo de gestão agrícola como o Aegro.
Desta forma, o controle do fluxo de caixa se torna mais preciso e automatizado. Você tem uma visão clara das parcelas a pagar e a receber e consegue fazer a conciliação de extrato bancário por arquivo OFX.
Além disso, a sua contabilidade fica integrada à área operacional da propriedade. No Aegro, cada compra de insumo é direcionada ao estoque e os gastos com abastecimento são vinculados ao seu maquinário.
Assim, você descobre o seu custo real de produção e analisa a viabilidade financeira das próximas safras.
O Aegro também oferece relatórios para que você avalie a rentabilidade da safra. É possível comparar os resultados de diferentes colheitas, cultivares e talhões a fim de entender quais são as estratégias de manejo mais lucrativas.
Por meio de indicadores, ainda é possível acompanhar a evolução patrimonial da fazenda para fazer investimentos mais assertivos no futuro.
Mas o Aegro não ajuda apenas na sua contabilidade rural. Ele é um sistema completo que acompanha o agricultor desde o planejamento da semeadura até venda do cultivo.
Utilize seus Pontos Bayer para contratar a versão completa (clique aqui).
Além de possibilitar a realização de todos os processos que foram citados neste artigo, o aplicativo é armazenado em nuvem, propiciando segurança ao arquivamento dos seus dados.
Conclusão
Uma contabilidade bem feita auxilia na tomada de decisões futuras na propriedade. Uma vez que você conhece seu fluxo de caixa, fica simples planejar as futuras atividades da fazenda.
Desta forma, uma opção para realização da contabilidade de fazenda é com um auxílio de um software agrícola.
Os benefícios de uma contabilidade bem feita são muitos. Desde a administração das terras de maneira otimizada, gestão dos custos de produção e criação de metas futuras passíveis de serem atingidas.
Cabe a cada produtor escolher se realiza a contabilidade da propriedade em um aplicativo agrícola, planilha de Excel ou terceirizar esse tipo de serviço.
O que não podemos é deixar de registrar o que ocorre na fazenda diariamente e não ter dados e relatórios para a busca constante de melhorias.
Como você realiza a sua contabilidade de fazenda? Sabia que existem softwares dedicados a isso? Restou alguma dúvida? Adoraria ver seu comentário abaixo!
Software para produtor rural: veja quais desafios podem ser solucionados com a tecnologia, as vantagens e dicas de como escolher o ideal.
Todos sabem que as fazendas, atualmente, são verdadeiras empresas. E assim como as empresas, as fazendas também necessitam de gestão.
Com o avanço da tecnologia, os softwares estão cada dia mais completos e, com a integração de diversos sistemas, eles podem ajudar e muito na parte organizacional da propriedade rural.
Diferente de uma planilha de Excel, o software para produtor rural permite gerar relatórios das atividades e com isso tomar decisões mais assertivas. Também é possível acessar e acompanhar as informações de qualquer lugar do planeta, agilizando diversos processos.
Então, veja neste artigo como os softwares auxiliam no dia a dia do campo e o que já é possível de ser realizado nesses programas. Confira!
Quais os desafios da gestão de uma fazenda?
Quem está à frente das atividades de uma fazenda agrícola, conhece muito bem os centenas de afazeres que são realizados todos os dias.
As fazendas são verdadeiros negócios e os processos operacionais não são diferentes daqueles que encontramos em outras empresas.
Veja algumas das diversas atividades que os gestores se deparam dentro das propriedades rurais:
Margem de lucro apertada: as despesas e receitas, assim como o fluxo de caixa devem ser avaliados a todo minuto e frente às baixas margens, pensando sempre em otimizar custos, uma vez que os produtos agrícolas são commodities e as variações comerciais regidas pelo mercado mundial;
Controle de estoque: reposição de centenas de produtos e controle de entradas e saídas, em quantidades grandes, o que torna difícil o controle efetivo de cada item;
Planejamento de safra: planejamento agrícola, escolha da melhor variedade, época de semeadura, escolha dos talhões a semear primeiro, maquinário a ser utilizado, pessoal envolvido, etc;
Gestão da frota: saber os custos realizados de centenas de máquinas, veículos, tratores, colhedoras, transbordo, tempo de reparos, manutenção, substituição de peças, entre outros fatores;
Falta de tempo: o tempo é o fator mais crítico e acaba sendo um dos maiores desafios quando se tem outras atividades na fazenda a serem planejadas, como exemplo: negociação da safra, gestão de funcionários, gestão da frota, chuvas na colheita e no plantio, entre outras atividades presentes no campo.
Frente a estes e mais outros inúmeros desafios presentes no campo, a organização de todo o material da propriedade é essencial para o sucesso da empresa agrícola.
Assim, se não temos os dados tabulados e analisados, as decisões tomadas com pouco embasamento pode levar a fazenda ao fracasso.
Lembre-se: Enquanto se insiste em trabalhar com base no “achismo” e na subjetividade, a otimização dos processos se torna inatingível.
Como um software para produtor rural pode ajudar?
Com o avanço da conectividade e facilidade de integração dos dados, um software de gestão pode ajudar o produtor a ter informações na palma da mão e em tempo real sobre a propriedade rural.
Muitos produtores ficam em dúvida se migram para softwares ou se continuam usando planilhas eletrônicas como o excel.
Um dos pontos que acho importante citar, é que o sistema diminui o tempo que o produtor gasta preenchendo planilhas, visto que esses aplicativos são pensados e programados para serem intuitivos e fáceis de usar.
Além disso, as chances de acontecerem erros no preenchimento dentro do software são pequenas, pois o programa integra diferentes tipos de controles, como por exemplo: uso de insumos com a administração de estoque.
O registro das atividades, bem como dos produtos, variedades e insumos aplicados em cada talhão, podem auxiliar em decisões futuras como a repetição dos procedimentos operacionais nos mesmos locais ou para analisar melhores cenários.
Além da facilidade no uso e organização de todas as informações em um único local, um software pode ajudar profissionais a tomarem decisões mais assertivas.
Isso porque um software agrícola realiza os registros operacionais, financeiros e agronômicos da fazenda, facilitando a visualização desses dados por qualquer pessoa com acesso, além de auxiliar na administração rural da fazenda.
Essa otimização de processos, de acordo com as atividades realizadas, mão de obra empregada, custos de produção agrícola de cada talhão, gestão de estoque, agendamento de manutenções de máquinas, entre outros, facilita a tomada de decisão.
Desta forma, a organização da fazenda em um software rural permite que seja mais simples a sucessão de processos e relatórios a funcionários novos.
Confira como o produtor de soja Fernando economizou pelo menos 5% em custos da safra com gestão tecnológica da fazenda, acesse aqui.
Como escolher o melhor software para produtor rural?
Evidentemente não existe um software que atenderá todas as necessidades dos produtores rurais.
Porém, os sistemas presentes no mercado podem ser personalizados para cada usuário, de acordo com as principais necessidades.
O ideal é que na escolha do seu software rural ele seja baseado em nuvem, ou seja, seus dados estejam armazenados na rede e não apenas no notebook ou no celular, assim pode ser acessado de qualquer dispositivo.
Sempre que esses dados forem armazenados em nuvem, tem-se a segurança de que não perderá os arquivos com o furto de equipamentos ou quebra do computador/tablet.
Outro ponto a se atentar: é vital que o software seja simples e intuitivo, uma vez que deverá ser usado por diferentes pessoas (gestores, funcionários, diretores e todo o pessoal da fazenda).
Alguns softwares oferecidos pelas revendas são baseados no uso de seus próprios produtos e costumam ser mais travados em questão de integração com outras plataformas.
Estes possuem, geralmente, recursos limitados a apenas algumas áreas da gestão e costumam ter maiores focos agronômicos com pouca possibilidade de geração de relatórios mais completos.
Por isso, é preciso ter cuidado na utilização de softwares específicos e focados em cada atividade da fazenda, para que não seja preciso dezenas de programas para a criação de relatórios individualizados para cada operação.
Assim, o sistema a ser escolhido deve ser passível de integração com outros sistemas que são utilizados na fazenda.
Além de que o software para produtor rural ideal deve permitir consulta do histórico de informações cadastradas e geração de relatórios completos, sendo que uma análise criteriosa pode ser a diferença entre sucessos e fracassos futuros.
Software Aegro para gestão das fazendas
Uma boa opção é o software Aegro, desenvolvido e pensado justamente para uma gestão mais simples e eficaz das propriedades agrícolas.
O Aegro é baseado em nuvem, com acesso offline e capacidade de integração com outros sistemas da propriedade, além de ser intuitivo e capaz de gerar relatórios que servirão para otimização dos processos dentro das fazendas.
Alguns pontos que podem auxiliar no controle rural são:
Gestão de Patrimônio e Máquinas
Controle de combustível e peças
Indicadores de desempenho
Manutenções preventivas
Histórico de atividades
Operações Agrícolas
Mapeamento dos talhões
Planejamento da safra
Planejamento e realização de atividades
Controle dos custos da safra e dos talhões
Resultados da safra e dos talhões
Gestão financeira e comercialização
Fluxo de caixa e extrato
Controle de múltiplas contas bancárias
Conciliação de extrato bancário por arquivo OFX
Contas a pagar e contas a receber
Apropriação de custos
Gestão de estoque
Gestão da produção e armazenamento
Controle de vendas
Emissão de Nota Fiscal Eletrônica de venda e remessa de produção
Os softwares agrícolas auxiliam na agilidade das tarefas do campo e diferente de uma planilha eletrônica, possibilita a geração de relatórios padronizados que servirão como norteadores de otimização dos processos.
Desta forma, o armazenamento das informações em nuvem facilita o acesso dos dados a todo o pessoal da fazenda, em tempo real, e ainda garante a segurança dos dados ao longo do tempo.
Assim, é evidente que os softwares trazem inúmeros benefícios aos gestores rurais, porém, cabe a cada um escolher aquele que mais se enquadra em seu modelo operacional.
Com a utilização de um software agrícola, as transações de gestores e funcionários ficam facilitadas, uma vez que os campos para preenchimento são pré-definidos e não dependem de planilhas formatadas por cada gestor que venha trabalhar na propriedade.
Você utiliza algum sistema de gestão em sua propriedade rural? Conhece outros benefícios de software para produtor rural não citados? Restou alguma dúvida? Adoraria ver seu comentário abaixo!
Planilha de custo de produção por hectare: entenda o passo a passo para você controlar os gastos de sua propriedade e ainda ganhe uma planilha modelo grátis!
É, meu amigo, não é fácil trabalhar de sol a sol e chegar o fim do mês com a conta sem fechar. Mas você já se perguntou onde é que está indo todo esse dinheiro?
A falta de controle do custo de produção pode levar à ilusão da lucratividade quando, na verdade, se está no vermelho.
Pensando nisso, fiz um passo a passode como controlar seu custo por hectare a partir de um kit gratuito com uma planilha modelo para você começar a controlar suas finanças. Acompanhe!
A importância de controlar os custos de produção
Toda propriedade agrícola deve ser encarada como uma empresa rural, independentemente do porte.
Como em toda empresa, a organização dos processos e controle das finanças é fundamental para o sucesso do empreendimento.
Dentre os aspectos que merecem atenção está o controle dos custos de produção.
Esse controle deve ser feito de maneira simples, anotando tudo em um caderno ou de forma mais organizada, utilizando uma planilha de custo de produção por hectare, por exemplo.
Confira a seguir, como montar uma planilha para controlar seus custos de produção.
Passo a passo para uma planilha de custo de produção por hectare
Existem várias maneiras de criar uma planilha de custo de produção, com mais ou menos detalhamento. O importante é que ela reflita a realidade de sua propriedade, englobando os custos de todas as atividades realizadas.
Para te auxiliar nisso, montamos um kit gratuito com uma planilha modelo para que você possa acompanhar os procedimentos a seguir e ainda fazer a comparação com os custos de outras propriedades do Brasil. Faça o download gratuito clicando aqui.
1. Organize suas informações
Organize as informaçõesde cada atividade que você realiza. Veja na figura abaixo que na nossa planilha modelo podemos inserir a cultura, o ano, se é safra ou safrinha e a área de plantio.
Repare que temos o custo total da safra e por hectare, além de cada tipo de custo separado e sua contribuição para o total.
O gráfico também facilita a visualização dos dados para extrair informações precisas para a tomada de decisão. Do contrário, seriam apenas vários números, em que ficaria difícil ver alguma coisa…
Mas, para chegar nesse resultado, devemos seguir alguns passos. Confira!
2. Comece pelos insumos
Para começar a lidar com os insumos é interessante ter todo o estoque organizado. Já tratei deste assunto em outros textos, se tiver dúvidas, confira nosso texto sobregerenciamento rural.
Com tudo em ordem, basicamente deve ser contabilizado quais os insumos e a quantidade utilizada para cada atividade.
Por exemplo, quanto de calcário foi usado em cada área, quanto e qual tipo de adubo foi utilizado, quais vacinas foram gastas com o gado… e por aí vai.
Desta forma fica simples e é só inserir na planilha.
Observe que a planilha trabalha com os valores por hectare e apresenta o total gasto, mas os insumos são a parte mais fácil de controlar… Vamos ao restante.
3. Custo das operações
O uso de cada insumo geralmente está atrelado a uma ou mais operações agrícolas. Assim, cada insumo tem um custo associado: da operação para aplicá-lo ou utilizá-lo.
Cada etapa, do plantio à condução da lavoura, demanda uma série de operações. Listadas essas operações, calcule o custo de cada uma delas. Deixe a colheita para uma aba, para o caso de ser terceirizada.
Para isso, precisamos saber o tempo gasto (horas máquina/ha) para cada operação e o custo unitário de hora por hectare (R$/ha). Além disso, o maquinário precisa de manutenção e também gera custos.
Horas máquina por hectare
Na tabela abaixo, segue a nossa sugestão para estimar as horas gastas por hectare para as operações agrícolas.
É lógico que se a realidade de sua fazenda for outra, ou a eficiência maior, sinta-se livre para alterar esses números. Mas tenha muita certeza dos valores antes de alterá-los.
Custo unitário de hora máquina por hectare
Cada hora trabalhada tem um custo associado. Aqui devemos levar em conta a quantidade de diesel gasta, o valor desse combustível e o salário do operador.
Isso varia de propriedade para propriedade, então cabe a você adaptar a planilha às suas condições. Aqui no Blog do Aegro nós já explicamos em detalhes como saber o custo operacional de máquinas agrícolas. Confira!
Custo com manutenção de máquinas
Sugerimos que você utilize um número médio de manutenções realizadasa cada safra ou a cada ano e o custo médio dessas operações.
Leve em consideração troca de óleo, peças, etc. Tudo entra nessa conta e quanto mais detalhes, melhor.
A depreciação de máquinas, parte importante e muitas vezes esquecida, será tratada a seguir.
4. Juros de custeio da safra e depreciação de máquinas
Na aba que tratamos com “investimentos” na planilha, colocamos os juros de custeio da safra e depreciação de máquinas. Empréstimos ou verbas referentes a financiamentos também podem ser colocados aqui.
A dica neste momento é não esquecer de levar em conta o valor da alíquota e dividir os custos por ano/safra pela área usada em cada ano, para então obter o custo por hectare.
5. Colheita, transporte e armazenamento
Se a sua colheita for terceirizada, o custo disso deve ser computado junto com os outros custos referentes a serviços como transporte, silos, etc.
Assim como nos casos anteriores é necessário verificar a quantidade de horas necessárias para cada operação e o preço pago por cada hora.
Um passo a mais no controle de custos por hectare
Este kit com a planilha que disponibilizamosparadownload é um modelo para o controle de custo de produção por hectare. Ao explorá-la, você vai notar que utilizamos valores médios e alguns arredondamentos para o cálculo.
Como a planilha é aberta, o ideal é que você mude os valores para a realidade da sua propriedade para ter uma representação fiel do que está ocorrendo.
Caso sua fazenda já utilize planilhas, você tenha muitas informações ou ainda necessite de um detalhamento maior, somente esta planilha de custo de produção por hectare não será o suficiente.
Talvez seja o caso de começar a utilizar um software de gestão agrícola, como o Aegro.
Com este sistema de controle é possível integrar todas as suas finanças, com detalhamento para cada atividade e ainda organizar as operações e o estoque de sua fazenda.
As informações são agregadas e de fácil visualização, possibilitando maior controle na tomada de decisão.
O Aegro oferece ao empresário rural (produtores, consultores, engenheiros agrônomos):
O seu custo de produção por hectare está muito alto?
Depois de calcular o seu custo de produção com o auxílio da planilha ou software, pode ser que você comece a questionar se não está gastando além do que deveria durante a safra.
A melhor forma de solucionar essa dúvida é comparando os seus números com os números de fazendas que estão próximas de você. Caso as despesas da sua lavoura estejam acima da média, talvez seja a hora de repensá-las.
Para fazer uma análise de mercado rápida e entender melhor o seu cenário, recomendo que você utilize nosso kit comparativo de custos de safra, que permite a comparação com outras fazendas do Brasil.
Ele reúne dados confiáveis de órgãos como a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) para te oferecer um comparativo geral de resultados por cultura e região.
Assim, você confere se produziu e gastou mais ou menos que os seus vizinhos.
Sem dúvida, as informações da Conab vão te ajudar a identificar oportunidades de melhoria no seu processo produtivo e aumentar a competitividade da sua lavoura.
Conclusão
Ao longo do texto você conferiu a importância de se organizar e controlar os custos de produção por hectare de sua propriedade.
Conhecendo as finanças é possível identificar onde melhorar e qual atividade não está dando lucro.
Para isso, pode-se contar com a ajuda de planilhas de controle de custos, como esta que foi disponibilizada para baixar e com o passo a passo de como fazer.
Em alguns casos, um software de gestão agrícola pode facilitar ainda mais a sua vida.
Fato é: não deixe de controlar seu custo por hectare. Isso pode definir o sucesso ou o fracasso do seu negócio.
Como você controla os gastos de sua propriedade? O que achou dessa planilha de custo de produção por hectare? Deixe suas dúvidas e sugestões abaixo. Grande abraço e até a próxima!