Como funciona o novo Intacta 2 Xtend para a cultura da soja

Intacta 2 Xtend: conheça essa tecnologia, saiba o que ela traz de novidades e quando estará disponível no Brasil.

Alcançar altas produtividades na lavoura é sempre uma meta!

E um dos passos para isso é manejar bem as pragas e plantas daninhas na plantação. Sem um controle eficiente, toda a produção pode ser posta a perder.

Ao longo dos anos, algumas tecnologias surgiram para auxiliar nesse manejo. No caso da cultura da soja, há uma novidade no mercado: a plataforma Intacta 2 Xtend, que traz proteção contra mais lagartas e tolerância ao dicamba.

Ficou curioso sobre essa nova tecnologia? Confira mais informações sobre a Intacta 2 Xtend a seguir!

Afinal, o que é essa tecnologia para soja Intacta 2 Xtend?

A Intacta 2 Xtend é uma nova biotecnologia desenvolvida pela Bayer para a cultura da soja. O produto tem como escopo a proteção de lagartas dos gêneros Helicoverpa e Spodoptera, além de ser tolerante aos herbicidas dicamba e glifosato.

Com o uso dessas moléculas de herbicidas, pode ser facilitado o manejo de plantas daninhas como buva, caruru, corda-de-viola e picão-preto, que são importantes para a cultura da soja. Além, é claro, do aumento de produtividade das lavouras.

Fernando Adegas - Buva é uma das plantas daninhas que apresenta resistência a herbicidas

(Fonte: Fernando Adegas em Embrapa)

A Intacta 2 Xtend é a terceira geração em soja, o que promete uma alta eficiência no controle das pragas e daninhas, como já explicamos.

A primeira geração, a RR (Roundup Ready), foi lançada em 1998 e trouxe como tecnologia a tolerância ao herbicida glifosato

Já a segunda geração, a Intacta RR2 Pro, em 2013, teve como nova tecnologia a proteção contra algumas lagartas. 

Mas, quando a tecnologia Intacta 2 Xtend chega ao país?

Lançamento da plataforma no Brasil

O lançamento comercial da plataforma Intacta 2 Xtend no mercado brasileiro está previsto para a safra 2021/22.

Essa plataforma deve proporcionar ao produtor uma série de ferramentas de forma integrada, tendo um manejo inteligente com uma variedade de germoplasmas, variedades específicas para refúgio e novas formulações químicas para manejo de plantas daninhas. Ou seja, combina a utilização de sementes com alta tecnologia, produtos químicos eficientes e equipamentos adequados.

intacta 2 xtend

(Fonte: Plataforma Intacta 2 Xtend)

Essa tecnologia já foi aprovada no Brasil pela CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) em março de 2018. Desde então, vários testes vêm sendo realizados por produtores de diversas regiões do país. 

Recentemente, o ministério da agricultura da China liberou o certificado de importação dessa tecnologia para uso de alimentos e ração, em que realizou o processo de revisão e aprovação da tecnologia. Ou seja, o Brasil vai poder produzir e vender soja com essa tecnologia para a China após seu lançamento. 

Essa aprovação é importante, pois um dos maiores consumidores de soja do mundo é o mercado chinês. Sem a aprovação desse país, a soja plantada com essa nova tecnologia teria sua comercialização prejudicada. Agora a tecnologia aguarda a aprovação da União Europeia.

E quais são as novas tecnologias da Intacta 2 Xtend?

Novidades trazidas pela Intacta 2 Xtend

Proteção contra lagartas:

Essa biotecnologia expandiu sua proteção para soja em relação às lagartas Helicoverpa armigera e Spodoptera cosmioides. Isso se soma às outras quatro que já estavam no escopo da tecnologia Intacta RR2 PRO. A Intacta 2 Xtend protegerá contra: 

  • Helicoverpa armigera;
  • lagarta da vagem (Spodoptera cosmioides);
  • falsa-medideira (Chrysodeixis includens);
  • lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis);
  • lagarta-da-maçã (Chloridea virescens);
  • broca-das-axilas (Crocidosema aporema).

A Helicoverpa armigera é uma lagarta que pode atacar muitas culturas e foi identificada pela primeira vez no país em 2013.

Sebastião José de Araújo/Embrapa - Helicoverpa armigera

(Fonte: Sebastião José de Araújo em Embrapa)

A Spodoptera cosmioides, que também é conhecida como lagarta da vagem, pode atacar a soja no estabelecimento da cultura e também na fase reprodutiva, danificando as vagens. Essa lagarta também é considerada polífaga, se alimentando de várias culturas e de plantas daninhas.

Spodoptera cosmioides

(Fonte: Irac)

Tolerância a alguns herbicidas

Além da resistência a lagartas e ao glifosato, a Intacta 2 Xtend tem tolerância a mais uma molécula de herbicida: o dicamba.

Dicamba é um herbicida pós-emergente com alvo de controle para daninhas de folhas largas que pertence ao mecanismo de ação das auxinas sintéticas.  

Este herbicida tem baixa absorção pelas folhas de gramíneas e a translocação é limitada pelo floema. Assim, é seletivo a essas plantas. Mas seu uso era complicado em culturas como a soja.

Por isso, é muito importante essa nova tecnologia que foi preparada para soja.

As plantas daninhas comprometem a produtividade da soja porque competem por espaço, água, nutrientes e luz. Além disso, ainda podem dificultar a colheita e servir de hospedeiras para algumas pragas e doenças da cultura.

Há relatos que as plantas daninhas podem causar perdas de até 70% quando não controladas adequadamente. A buva, por exemplo, pode reduzir a produtividade em até 12%.

Infestação de buva em plantação de soja na região do oeste do Paraná

Infestação de buva em plantação de soja na região do oeste do Paraná
(Fonte: Andherson Matuczak em UFRRJ)

Quer saber como identificar e controlar melhor as principais plantas invasoras da soja? Baixe gratuitamente aqui o Guia para manejo de plantas daninhas!

Conclusão

Plantas daninhas e lagartas podem impactar muito a produtividade da soja. Por isso, novas tecnologias são desenvolvidas para realizar o manejo mais eficiente.

Neste artigo comentamos as novidades que chegarão com a Intacta 2 Xtend e a previsão de seu lançamento no Brasil.

Conhecer as tecnologias disponíveis é muito importante para pensar o melhor manejo de pragas e plantas daninhas visando aumento da produtividade e rentabilidade da lavoura de soja.

>> Leia mais:

“Como a tecnologia Enlist na soja pode tornar sua lavoura mais produtiva”

Lagartas na soja: como identificar e controlar

Calcule sua produtividade de soja antes da colheita

Você já conhecia a tecnologia Intacta 2 Xtend? Ficou com alguma dúvida? Adoraria ver seu comentário abaixo.

Como funciona o novo herbicida Luximo para controle de daninhas resistentes

Herbicida Luximo: conheça o novo mecanismo de ação do mercado e seu desempenho no controle de invasoras.

Um dos maiores problemas da agricultura brasileira vem sendo o manejo de plantas daninhas resistentes a herbicidas.

Todos os anos surgem novos casos de invasoras resistentes a diferentes modos de ação, o que dificulta o controle e agrava a situação.

Um novo produto, que atua em sítio de ação diferente, acaba de ser lançado no mercado internacional: o herbicida Luximo. Neste artigo, vou explicar a importância desse lançamento e como pode ser seu posicionamento no mercado brasileiro. Confira!

Desenvolvimento de novos herbicidas

O desenvolvimento de novas moléculas herbicidas sempre gerou grande custo no orçamento das empresas de agroquímicos. Além disso, alguns acontecimentos históricos reduziram drasticamente o lançamento de herbicidas no mundo. 

O principal fator para redução desse investimento por parte das companhias foi a chegada de cultivares transgênicos com resistência a glifosato

Como o glifosato é um herbicida não seletivo, com alta eficiência de controle mesmo em plantas mais desenvolvidas, as empresas voltaram seu recursos para desenvolvimento de culturas transgênicas e para outros setores do mercado. 

Outro ponto foram as exigências ambientais e sanitárias maiores nas últimas décadas, o que também impacta nos custos de produção das empresas, pois órgãos regulatórios só liberam produtos com baixa toxicidade ao ambiente e ao ser humano. 

Além disso, nos últimos anos houve compras e fusões de grandes empresas do setor. Consequentemente, isso diminuiu a oportunidade de metodologias de pesquisas inovadoras. 

Porém, com aumento da resistência de diversas ervas daninhas ao glifosato, muitas empresas retomaram os investimentos em novas moléculas.

As companhias também têm reavaliado moléculas descobertas no passado. São substâncias que não foram lançadas na época por não serem competitivas, mas que hoje se tornaram excelentes ferramentas para manejar a resistência de daninhas. 

Um exemplo prático é o cinmethylin, justamente o princípio-ativo do herbicida Luximo. Descoberto em 1981, só agora ganhou mercado devido ao aumento de casos de gramíneas resistentes como o azevém.

Número de novos casos de espécies de plantas daninhas resistentes a herbicidas por mecanismo de ação no mundo

Número de novos casos de espécies de plantas daninhas resistentes a herbicidas por mecanismo de ação no mundo
(Fonte: Heap)

Mecanismo de ação do herbicida Luximo

O herbicida Luximo, como adiantei acima, tem a cinmethylin como ingrediente ativo. Essa molécula atua inibindo a síntese ácidos graxos Tioesterase (FAT), danificando a membrana celular e a formação de novos tecidos vegetais. 

É, portanto, um herbicida recomendado para aplicação em pré-emergência das plantas daninhas.

Ao entrar em contato com sementes de daninhas no início da germinação, ele impede a formação de membranas celulares e, consequentemente, a emergência. Assim, controla várias plantas daninhas de folha estreita e algumas de folha larga!

Mesmo possuindo ação semelhante a alguns herbicidas como trifluralina e pyroxasulfone, o Luximo tem mecanismo de ação novo. E não existem casos de resistência registrados no mundo. 

O produto foi submetido a diversos estudos na Austrália, país que tem grande problema com resistência de azevém (Lolium rigidum). Sua eficiência foi testada em 130 populações suspeitas de resistência a outros herbicidas e foi eficaz em todas as populações. 

Além disso, populações com resistência simples e múltipla aos herbicidas trifluralina, pyroxasulfone e prosulfocarb já registradas na Austrália também foram tratadas com Luximo, apresentando ótimo controle. 

Desta forma, os pesquisadores australianos consideraram o novo herbicida uma importante ferramenta no combate a plantas daninhas resistentes. 

Recomendação de manejo do herbicida Luximo na Austrália

Na Austrália, esse herbicida é recomendado principalmente para controle de folhas estreitas na cultura do trigo, fornecendo controle residual de até 12 semanas

O trigo possui seletividade bioquímica ao herbicida, ou seja, tem capacidade de metabolizar parte do herbicida por meio de um complexo enzimático chamado fitocromo p450.  

Contudo, mesmo tendo essa capacidade de metabolização, os cultivos de trigo não podem ter contato com grandes quantidades do herbicida, pois poderão ter seu desenvolvimento inicial prejudicado.

Por isso, recomenda-se que a cultura seja plantada mais fundo (no mínimo 3 cm) que o convencional. 

Para melhorar a ação do produto e diminuir sua degradação, recomenda-se que seja aplicado 3 dias antes da semeadura, incorporado no processo. 

Porém, alguns ajustes devem ser realizados para que o solo tratado não seja acumulado próximo à semente. 

Provavelmente este produto será recomendado da mesma forma no Brasil ou no sistema de plante-aplique. 

Também é importante ressaltar que, assim como para outros herbicidas aplicados em pré-emergência, alguns cuidados devem tomados: 

  • Aplicação em solo úmido e livre de torrões;
  • Aplicação em solo com com menos de 50% de cobertura por palhada ou cobertura vegetal (incluindo plantas daninhas);
  • Previsão de chuvas leves nos próximos 10 dias após aplicação.

Este produto deve ser lançado no Brasil nos próximos anos e será uma importante ferramenta para o controle de plantas daninhas resistentes!

Conclusão

Vimos neste texto o atual cenário do desenvolvimento de novos herbicidas no mundo e os fatores que diminuíram o lançamento de moléculas no últimos anos. 

Também citamos a importância da inserção de diferentes mecanismos de ação no manejo de resistência de plantas daninhas, como o Luximo. 

Você conferiu o histórico de uso do produto na Austrália, primeiro país a liberá-lo comercialmente. Assim, pode entender seu papel no controle de plantas daninhas resistentes e seu possível posicionamento de mercado no Brasil. 

>> Leia mais:

Como fazer o manejo eficiente do capim-amargoso

Você tem dúvidas sobre outros herbicidas para plantas daninhas? Já conhecia o herbicida Luximo? Adoraria ver seu comentário abaixo! 

Perspectivas para o mercado de controle biológico

Mercado de controle biológico cresce cerca de 15% ao ano e pode ser uma alternativa eficaz para sua lavoura.

Quando o assunto é controle de pragas, a primeira solução que vem à cabeça do produtor é o uso de defensivos químicos.

Mas, ao longo dos anos, muita coisa tem mudado. Desde 2011, o mercado de controle biológico vem crescendo cerca de 15% ao ano na agricultura brasileira, de acordo com a Embrapa.

Além de ser um método que tem se mostrado eficaz em muitas realidades brasileiras, é uma forma de utilizar ferramentas mais sustentáveis, principalmente pela alta demanda de alimentos mais seguros aos consumidores.

Você sabe quais as perspectivas e quais são os produtos biológicos que estão no mercado para controle de pragas agrícolas? Confira a seguir!

Mercado de controle biológico

O objetivo do controle biológico é controlar pragas através do uso de inimigos naturais – que podem ser predadores, parasitoides, microrganismos ou outros organismos benéficos. 

Nos últimos anos, o mercado de controle biológico cresceu mais de 70% no Brasil, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Controle Biológico (ABCBio). 

Em 2019, especulou-se uma expectativa de movimentação desse mercado de cerca de US$ 5 bilhões para 2020 em todo o mundo. 

Mesmo com esse crescimento, o consumo de produtos biológicos no Brasil corresponde a 2% do faturamento total do mercado para a proteção de plantas. 

Além de ser culturalmente aceito o uso de defensivos químicos – como a calendarização – a falta de informação contribui muito para que o controle biológico de pragas não seja implementado por muitos produtores. 

No Manejo Integrado de Pragas (MIP), preconiza-se o uso consciente de vários métodos de controle e, dentre eles, o biológico, sem eliminar o uso do controle com produtos químicos, por exemplo. 

Por isso, dentre os vários benefícios do MIP, está o uso de táticas visando a sustentabilidade do meio ambiente. Também é mais uma maneira de enfrentar os desafios da agricultura tropical

Mas, para que isso aconteça, é importante que você conheça esse mercado de controle biológico que muito tem contribuído na agricultura brasileira e pode contribuir ainda mais.

Produtos biológicos

Existem diversos defensivos biológicos produzidos por biofábricas em larga escala e comercializados para utilização no campo. 

O intuito é o mesmo com relação aos defensivos químicos: conseguir controlar as pragas agrícolas em uma velocidade ideal para não atingir níveis de dano econômico. 

São classificados como macrorganismos, microrganismos, bioquímicos e semioquímicos. 

Veja abaixo a definição de cada um deles e alguns exemplos de produtos que já são registrados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). 

Macrorganismos

Os macrorganismos são os parasitoides e predadores – como insetos, ácaros e nematoides – que atuam em liberações massais no campo. 

Cotesia flavipes parasitando lagarta de Diatraea saccharalis

Cotesia flavipes parasitando lagarta de Diatraea saccharalis
(Fonte: Heraldo Oliveira)

  • Trichogramma spp. – parasitoide de ovos de lagartas lepidopteras de várias culturas, como de soja e milho
Trichogramma pretiosum parasitando ovo de lepidoptera

Trichogramma pretiosum parasitando ovo de lepidoptera
(Fonte: Koppert)

  • Neoseiulus californicus – ácaro predador para controle de ácaro-rajado em todas as culturas com presença da praga, principalmente milho e soja. 
Ácaro predador Neoseiulus californicus

Ácaro predador Neoseiulus californicus
(Fonte: Koppert)

Microrganismos 

Os microrganismos são fungos, bactérias e vírus que colonizam e/ou infectam os hospedeiros e os matam. A maioria deles atua em diferentes estágios dos hospedeiros. Veja alguns exemplos: 

Beauveria bassiana colonizando adultos e ninfas de mosca-branca

Beauveria bassiana colonizando adultos e ninfas de mosca-branca
(Fonte: MF Rural)

  • Bacillus thuringiensis – é uma bactéria que possui uma toxina que rompe o intestino de lagartas da ordem Lepidoptera, como Spodoptera frugiperda em milho e Anticarsia gemmatalis em soja. 
mercado de controle biológico

Produto biológico à base de Bacillus thuringiensis 
(Fonte: Simbiose)

  • Trichoderma harzianum – é um fungo que age como fungicida microbiológico para controle de fungos e nematoides presentes no solo. 
Trichoderma harzianum

Trichoderma harzianum 
(Fonte: Koppert)

Bioquímicos 

Os produtos bioquímicos são sintetizados à base de extratos vegetais, algas, enzimas e hormônios. Estes atuam como estimulantes de defesa das plantas e como pesticidas naturais. 

  • Óleo de Neem – produto à base de extrato da planta de nim (Azadirachta indica Juss). 
mercado de controle biológico

Produto à base de óleo de Neem para controle de pragas
(Fonte: Grow Plant)

Semioquímicos

Os semioquímicos são substâncias químicas produzidas por organismos que têm funções de alterar o comportamento de outros organismos. Existem dois tipos deles: 

  • Feromônios – utilizados para comunicação de uma mesma espécie (são produtos específicos para cada espécie em que se requer controle ou monitoramento). 
  • Aleloquímicos – utilizados na comunicação entre insetos de espécies diferentes. 
Feromônio sintético para Spodoptera frugiperda

Feromônio sintético para Spodoptera frugiperda
(Fonte: BioControle)

Novos produtos no mercado de controle biológico

No ano de 2019, o Mapa aprovou o registro de 474 defensivos e, dentre eles, 40 foram produtos biológicos e orgânicos. 

Recentemente, foram aprovados dois defensivos biológicos inéditos. 

Um dos produtos é à base de alho, sendo, portanto, um produto bioquímico. Este poderá ser utilizado para controle de nematoides que atacam raízes das plantas. 

O outro produto é um macrobiológico, o ácaro Amblyseius tamatavensis que controla a mosca-branca (Bemisia tabaci Biótipo B), predando ovos e ninfas da praga.  

Um ponto importante a ser comentado é que, para registro de novos fitossanitários biológicos, o processo é o mesmo que para defensivos químicos. 

Pela Lei 7.802 e Decreto 4.074, é necessário que os produtos passem pela avaliação de três órgãos federais: 

  • Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) – órgão responsável por avaliar a eficiência agronômica dos produtos;
  • Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) – avalia o impacto para a saúde humana;
  • Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) – avalia os impactos no meio ambiente.

Com o aumento da procura pelo biológicos, tudo indica que, nos próximos anos, outros produtos serão registrados e estarão ao alcance do produtor para uso. 

Biofábricas

Se tudo que foi falado aqui é novidade para você e não sabe onde encontrar as biofábricas, o Governo Federal disponibilizou uma plataforma com a localização de todas as biofábricas no território nacional. 

Hoje são mais de 80 empresas em todo o Brasil, incluindo multinacionais. 

Mapa para localização de biofábricas no Brasil

Mapa para localização de biofábricas no Brasil 
(Fonte: Governo Federal)

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Conclusão

Neste artigo você viu que o mercado de controle biológico no Brasil está em crescimento, apesar do maior consumo para proteção de plantas ainda ser de defensivos químicos. 

Os defensivos biológicos podem ser classificados em macrobiológicos, microbiológicos, bioquímicos e semioquímicos. 

Todos os produtos devem ser registrados pelo Mapa e já existem mais de 80 biofábricas por todo o território nacional. 

>> Leia mais:

“O que são bioinsumos e como eles podem ajudar a reduzir custos”

Restou alguma dúvida sobre o mercado de controle biológico? Você já utiliza alguns deles na sua lavoura? Deixe seu comentário!

Nuvem de gafanhotos no Brasil: devemos nos preocupar e o que podemos aprender?

Nuvem de gafanhotos no Brasil: Entenda o contexto histórico, as principais características desses insetos e quais medidas o país tem tomado.  

Você deve ter acompanhado inúmeras reportagens na últimas semanas falando sobre a nuvem de gafanhotos que se aproximava do Brasil. 

Muitas exploraram até um lado sensacionalista, falando sobre devastação das plantações. 

Mas será que essa nuvem realmente é um perigo iminente? 

Acompanhe neste artigo o histórico das nuvens de gafanhotos no Brasil, comportamento desse inseto, situação atual da nuvem e as medidas que estão sendo tomadas pelo governo brasileiro!

Histórico de nuvens de gafanhotos no Brasil

Ao contrário do que se imagina, essa nuvem de gafanhotos não é o primeiro acontecimento do tipo que ocorre no Brasil ou em países próximos.

O Brasil possui espécies de gafanhotos nativas que tem esse mesmo hábito migratório, por exemplo, a espécie Rhamamtocerus pictus no estado de Rondônia

A diferença é que as espécies nativas no Brasil têm menor capacidade reprodutiva e não percorrem distâncias tão grandes.

Espécie de gafanhoto migratório presente no Brasil

Espécie de gafanhoto migratório presente no Brasil (Rhammatocerus pictus)
(Fonte: Agrolink)

Gafanhotos da espécie Schistocerca cancellata, presentes na nuvem atual, já tiveram ocorrência no Brasil nos anos de 1947/48

E, por mais que apresentem grande agressividade, ainda não são tão nocivos quanto os encontrados no continente africano, por exemplo. 

Nuvem de gafanhotos no continente africano

Nuvem de gafanhotos no continente africano
(Fonte: Hypeness)

Principais informações sobre os gafanhotos sudamericanos (Schistocerca cancellata)

Os gafanhotos que compõem esta nuvem, que está se movimentando próximo à região Sul do Brasil (Rio Grande do Sul e Santa Catarina), são da espécie Schistocerca cancellata provenientes da região do chaco, no Paraguai

São popularmente chamados de gafanhotos sudamericanos.  

Essa espécie, devido a padrões evolutivos, desenvolveu uma característica migratória para assegurar a sobrevivência. 

Em geral, esses gafanhotos não possuem hábitos migratórios durante seu ciclo de vida. Mas, pela interação com um conjunto de fatores, alguns indivíduos se diferenciam dos demais, adquirindo características migratórias. 

Quando isso ocorre, normalmente a espécie acaba migrando próximo à fronteira do Paraguai, Argentina e Bolívia.

 Porém, esse ano teve uma rota diferente – o que não acontecia há 70 anos

Ciclo de vida do gafanhoto sudamericano (Schistocerca cancellata)

Ciclo de vida do gafanhoto sudamericano (Schistocerca cancellata)
(Fonte: El Diario)

Os fatores que impulsionam essa mudança de habitat são:

  • falta de alimento;
  • condições climáticas desfavoráveis (temperaturas acima de  30℃).

A principal diferença entre os gafanhotos que permaneceram no local de origem e os que iniciaram a migração está na cor. Confira suas fases de desenvolvimento na figura que eu separei: 

Nuvem de gafanhotos no Brasil

Estádios de desenvolvimentos do gafanhoto sudamericano (Schistocerca cancellata) com características migratórias e não migratórias
(Fonte: Entomology Today)

Nuvem de gafanhotos no Brasil: informações importantes e trajetória

O que realmente impressiona nesta nuvem é a quantidade de indivíduos migrantes: são cerca de 400 milhões de gafanhotos, o que equivale a uma área de aproximadamente 10 km2

Considerando que um gafanhoto pode consumir aproximadamente duas gramas de matéria verde por dia, essa nuvem poderia consumir uma quantidade de matéria verde por dia semelhante a um rebanho com 20 mil bovinos.

Ataque do gafanhoto sudamericano a uma lavoura de milho

Ataque do gafanhoto sudamericano a uma lavoura de milho
(Fonte: Guía Rural del Paraguay)

Esses insetos aproveitam o dia para se deslocar e, ao entardecer, pousam em uma região para se alimentar e ovipositar. Na manhã seguinte, continuam o trajeto. 

Além do estrago ocasionado pela alimentação no local de pouso, cada fêmea pode ovipositar de 80 a 100 ovos no solo deste local.

Levando em consideração que cada fêmea poderá realizar até 6 posturas durante sua vida, muitos locais podem ser infestados. 

O inseto insere parte do seu corpo no solo e deposita os ovos. Além disso, excreta uma substância que impermeabiliza os ovos, protegendo-os da umidade. 

Postura de ovos do gafanhoto sudmericano no solo

Postura de ovos do gafanhoto sudmericano no solo
(Fonte: Senasa)

Entre 15 e 61 dias após a deposição no solo, os ovos podem eclodir, contudo, é necessário que ocorra no mínimo 25 mm de chuva.

Assim, surgem as primeiras ninfas que, inicialmente, se desenvolveram para saltões, indivíduos menores que não possuem asas, mas que continuam saltando seguindo a trajetória da nuvem.

Por isso, é de suma importância que, além de controlar a nuvem, seja feito o controle das novas gerações de insetos provenientes dos ovos. Vou explicar melhor a seguir. 

Trajetória 

No momento que esses gafanhotos iniciam a migração, a trajetória percorrida já está previamente determinada. Em alguns momentos, são feitos desvios para utilizar as correntes de ar favoráveis e evitar condições climáticas desfavoráveis. 

Alguns pesquisadores acreditam que essa trajetória seja determinada por algum tipo de atração magnética. Até o momento, porém, isso não foi provado. 

Baseados nessas informações, pesquisadores da Epagri, em parceria com outras instituições de pesquisa, calcularam as possíveis rotas que a nuvem poderia adotar, conforme a trajetória já percorrida e previsões climáticas. 

Previsão de movimentação da nuvem de gafanhotos sudamericanos em junho 
(Fonte: Epagri)

Por isso, entendeu-se que a possibilidade desta nuvem ocasionar problemas em território brasileiro é muito baixa. 

Entretanto, como medida preventiva, o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) disponibilizou uma portaria com aspectos legais e medidas de controle destes gafanhotos. 

Medidas de controle recomendadas pelo Brasil

O primeiro passo importante no controle destes gafanhotos é o monitoramento. Os órgão responsáveis devem acompanhar o deslocamento da nuvem e, principalmente, demarcar os locais de pouso. 

As medidas de controle recomendadas pelo Mapa são divididas em duas frentes: controle da nuvem e controle das novas gerações. 

Controle da nuvem

Recomenda-se que a nuvem seja acompanhada pelos órgãos responsáveis e que, ao pousar, imediatamente seja demarcado o local, determinando a área a ser tratada e como será a forma de aplicação. 

Após isso, deve-se fazer um levantamento dos produtos químicos disponíveis na região, para que aplicação seja realizada na primeira hora do próximo dia. 

Dependendo do local onde estes gafanhotos pousarem, algumas situações podem dificultar o manejo. Em uma área florestal, por exemplo, o método de aplicação e cobertura do alvo são mais complicados. 

Assim, para auxiliar a tomada de decisão, o Mapa disponibilizou produtos que podem ser utilizados e suas dosagem para diferentes culturas. Também há recomendações para culturas que não tem esses produtos registrados. 

Para ter acesso a essa recomendação, acesse o Manual de controle do gafanhoto sudamericano do Mapa.

Controle de novas gerações

No caso das novas gerações, após demarcação do local de oviposição, deve-se acompanhar até o momento da saída dos indivíduos da terra e determinar o trajeto que irão percorrer e as dimensões da área tratada. 

Uma primeira opção seria o cultivo mecânico da área, expondo os ovos ao sol para que se desidratam. Porém, o Mapa recomenda que essa seja última opção, sendo adotada apenas em regiões onde o manejo químico não será possível.  

Devido à menor mobilidade, pode-se realizar uma área menor de tratamentos, onde aplicam-se faixas de 30m a 50 metros, dependendo do sentido do vento, com intervalos de 150m a 500 metros, dependendo do estádio dos insetos, seguindo o sentido de deslocamento.  

Assim, uma quantidade menor de produto é necessária e os insetos serão controlados ao se deslocarem sobre o solo tratado. 

Atual situação da nuvem de gafanhotos

A nuvem de gafanhotos permanece na Argentina neste começo de julho, ainda na região de Corrientes (cerca de 130 km do Brasil), segundo monitoramento do Senasa (Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agroalimentar da Argentina).

Uma informação recente que tranquiliza os produtores brasileiros são as notícias da eficiência de controle da nuvem pelo governo do país vizinho. 

Os poucos indivíduos não controlados, devido às condições climáticas, tiveram um deslocamento curto (4 km) e o governo argentino já está monitorando para finalizar seu controle.  

Mesmo assim, estados do Sul do Brasil ainda mantêm alerta de risco da entrada da praga no país. 

Mas o país demonstra estar preparado para controle destes invasores, caso ocorra uma nova migração. 

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Conclusão

Vimos neste texto que nuvens de gafanhotos não são um assunto totalmente novo no Brasil, que já registrou casos inclusive da mesma espécie no passado. 

Entendemos algumas características que tornaram esses gafanhotos importantes, como sua alta taxa reprodutiva e alimentar. Além disso, entendemos por que esses gafanhotos têm esse hábito migratório. 

Vimos que a perspectiva é que esta nuvem não chegue ao Brasil, porém, se acontecer, o governo brasileiro já estabeleceu medidas de contenção da praga. 

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Como funciona o novo herbicida Luximo para controle de daninhas resistentes

Restou alguma dúvida sobre a nuvem de gafanhotos no Brasil? Já tinha ouvido falar sobre problemas do tipo? Deixe seu comentário!

Colheita do milho safrinha: mercado e dicas para não errar

Atualizado em 23 de abril de 2021.
Colheita do milho safrinha: entenda como obter melhores resultados na colheita para grãos e silagem; e como anda o mercado para a segunda safra. 

O milho safrinha já foi sinônimo de inferioridade… “safrinha” se referia à baixa produção e à importância que se dava para a segunda safra da cultura do milho no Brasil. Mas parece que o jogo virou, não é mesmo?

Segundo a última estimativa da Conab, a safrinha 2020/2021 apresentará 75,8% da produção total de milho. São 82,6 milhões de toneladas! Um aumento de 10,1% em relação à safrinha passada. 

Isso só é possível por conta de muita competência no manejo da produção e da colheita.

Além disso, com tanto milho sendo produzido, como será que está o mercado?

Preparei este texto com alguns pontos importantes da colheita do milho safrinha para grãos e silagem, além da expectativa de mercado nesse cenário de COVID-19. Confira a seguir!

O milho safrinha

Não é de hoje que a safrinha corresponde à maior produção de milho e área plantada da cultura. Isso porque ela está associada à dobradinha soja-milho, ocupando a maior parte da área liberada após a colheita da soja. 

Com tanto milho sendo produzido, a colheita do milho safrinha deve ser bem feita para colhermos os frutos de tanto trabalho na condução da lavoura. Mas alguns cuidados devem ser tomados. 

Essa época de cultivo do milho já têm maiores riscos devido a piores condições de luminosidade e de chuvas. Porém, neste ano estamos passando por algo inédito: o tal do coronavírus.

Como veremos a seguir, embora o agro não pare e a pandemia não afete o ciclo do milho safrinha, esse novo cenário afeta o mercado.

Expectativa do mercado para a colheita do milho safrinha 2020/21

O mercado do milho está voltado para o que está acontecendo nas lavouras de milho safrinha, principalmente a aspectos relacionados ao clima, já que uma área considerável foi semeada fora da janela de zoneamento para a segunda safra do milho.

O atraso nas colheitas da soja fez com que muitos produtores se arriscassem fora do Zarc (Zoneamento Agrícola de Risco Climático) do milho safrinha. 

Em alguns estados produtores, como no Mato Grosso, 45% da área total de milho safrinha foi semeada fora do período recomendado pelo Zarc.

O clima e os riscos do milho safrinha 2020/21

As incertezas quanto à produtividade da safrinha em 2021 começaram quando estados como Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul atrasaram a semeadura da soja, à espera de chuvas em 2020.

Isso acarretou a semeadura do milho safrinha fora do período recomendado pelo zoneamento agrícola de risco climático, em grande parte das regiões produtoras do país. 

Quando semeado fora da janela ideal, os riscos climáticos aumentam, já que o cultivo do milho na safrinha é uma atividade de alto risco.

Contudo, como a área semeada fora da janela do zoneamento é significativa, chuvas que ainda estão por vir podem ser benéficas e garantir menor perda de sacas por hectare nessas áreas.

Histórico das condições hídricas e possíveis impactos sobre as diferentes fases das lavouras de milho segunda safra
Histórico das condições hídricas e possíveis impactos sobre as diferentes fases das lavouras de milho segunda safra

Nota: (PS)=pré-semeadura; (S)=semeadura; (E)=emergência.

Histórico das condições hídricas e possíveis impactos sobre as diferentes fases das lavouras de milho segunda safra
(Fonte: Conab)

Mercado do milho safrinha 2020/21

O mês de março de 2021 foi marcado por recordes nos preços do milho em muitas regiões do país. O aumento ocorreu devido à alta do dólar, a baixa oferta do cereal no mercado spot e de incertezas quanto à produtividade das lavouras de milho safrinha.

Essa incerteza quanto a produtividade da cultura ocorreu devido ao estado do Mato Grosso, maior produtor do cereal no Brasil, ter encerrado a semeadura do milho safrinha com 45% da área total, fora da janela ideal de semeadura

Devido a esse atraso, a cultura vem sofrendo muito com a falta de chuvas e isso pode prejudicar a produtividade das lavouras. Porém, os produtores ainda contam com as chuvas de abril e maio para garantir uma boa safrinha.

No dia 14 de abril, o indicador Esalq/BM&Bovespa (Campinas – SP) alcançou patamares recordes, fechando em R$ 96,92/ sc de 60 kg de milho.

Tendo em vista as incertezas sobre a produção do milho safrinha no Brasil e, principalmente, as previsões climáticas de baixa ocorrência de chuvas, os preços devem se manter altos.

No gráfico abaixo é possível verificar o constante aumento nos preços da saca de milho nos últimos 12 meses:

gráfico com variação do indicador do preço do milho ESALQ/BM&FBOVESPA nos últimos 12 meses - colheita do milho safrinha

Variação do indicador do preço do milho ESALQ/BM&FBOVESPA nos últimos 12 meses
(Fonte: Cepea/Esalq)

Devido ao crescimento exponencial da demanda mundial por grãos, é esperado que os preços do milho permaneçam em alta na safra 2021/2022.

Dicas para uma melhor colheita do milho safrinha 

Planejamento é essencial

Mesmo antes do início da safra, é importante ter um planejamento já preparado.  Qual será o destino da safrinha? Silagem ou venda de grãos? Utilize o tempo ocioso da entressafra para se organizar.

Esse ano está atípico por conta da semeadura fora do período ideal, mas mesmo assim, com um cronograma bem feito, as chances de erro podem ser reduzidas.

Como já vimos, os atrasos na safra de verão podem afetar diretamente a segunda safra do milho.  

Logicamente que tudo depende de São Pedro colaborar com as chuvas, mas um bom plano evita surpresas – inclusive no preço. Veja mais em nosso guia de manejo do milho.

Colha no ponto certo: grãos ou silagem

O ponto correto para a colheita do milho safrinha depende da finalidade de uso e da existência de infraestrutura para secagem dos grãos na propriedade.

Para grãos, a colheita deve ser feita na fase de desenvolvimento R6, na maturidade fisiológica. Esperar demais pode favorecer a infestação de plantas daninhas no final do ciclo e prejudicar a colheita.

Como a umidade de armazenamento é de 13%, devemos colher valores próximos a esse.  Se houver disponibilidade de secadores na fazenda, a janela é maior, podendo realizar a colheita com maior umidade. 

Se o objetivo é a produção de silagem, a colheita deve ser realizada quando a matéria seca estiver entre 30% e 35%. Valores fora desse limite dificultam o processo e prejudicam a qualidade da silagem.

Dica extra: a tal da linha do leite não correlaciona muito bem com a matéria seca da planta, um dos principais parâmetros para a ensilagem. Por isso, não é o melhor critério para se usar – pode dar certo, mas pode dar errado. Com a matéria seca não tem erro!

Regule bem as máquinas 

Para o milho em grão, a velocidade de rotação do cilindro e o espaçamento entre cilindro e côncavo devem ser ajustados de acordo com a lavoura e a umidade dos grãos no momento da colheita.

Os danos e as perdas são geralmente menores em rotações mais baixas e com umidade dos grãos inferior a 16%.

Para silagem, um aspecto importante é o tamanho da partícula. Isso depende do maquinário utilizado para colheita e também da categoria animal que vai alimentar. 

Em geral, recomenda-se um tamanho médio próximo a 10 mm para máquinas acopladas ao trator e de até 17 mm para automotrizes.

Conclusão

Durante o texto, pudemos acompanhar os aspectos mais marcantes do mercado e para uma boa colheita do milho safrinha.

Vimos a importância do planejamento do ano-safra como um todo, pois atrasos na semeadura impactam diretamente nos riscos e produtividade da safrinha.

A semeadura da safrinha fora do período recomendado pelo zoneamento e as condições climáticas desfavoráveis podem afetar a produção de milho este ano.

Desse modo, há muitas incertezas no que há por vir e, por isso, o mercado está receoso e os preços altos. 

Impactos e perspectivas do novo coronavírus no agronegócio

Coronavírus no agronegócio: confira as principais notícias do setor, as perspectivas do mercado e uma solução para sua gestão. 

O agro não vai parar! Isso é fato, até porque os negócios rurais alimentam o mundo e fornecem matéria-prima para diversos produtos que fazem a economia girar. 

Mas entre tantas incertezas após a chegada do Covid-19, todos ficam apreensivos sobre os próximos acontecimentos e como isso será refletido no mercado. 

Para auxiliar produtores e profissionais rurais, selecionamos as principais informações sobre os impactos e perspectivas durante e após o coronavírus no agronegócio. Confira a seguir!

Logísticas e exportações 

Mesmo com incertezas futuras, os mercados internos e externos de soja, por exemplo, continuam trabalhando com otimismo. 

Isso porque o dólar se valorizou diante das mudanças no cenário econômico mundial e, como resultado, os preços da oleaginosa subiram. 

A demanda chinesa permanece nos portos brasileiros e pretende superar as expectativas de exportações em abril e, ainda, de acordo com o Canal Rural, deve ser assim durante todo o primeiro semestre do ano. 

Essa valorização também se mantém para outras commodities agrícolas como o milho e o café.  

Esse cenário tende a mudar naturalmente no segundo semestre de 2020, por conta de acordos comerciais norte-americanos. 

coronavírus no agronegócio

(Fonte: Canal Rural)

Os produtores podem continuar otimistas? 

Recentemente conversamos sobre este momento com o Francisco Jardim, sócio-fundador da SP Ventures (referência na condução de investimentos em Venture Capital no Brasil e focada em promover o crescimento de negócios inovadores no agronegócio). 

No bate-papo abordamos os cenários dos mercados financeiros e da economia mundial para os produtores e que o otimismo depende da situação de cada negócio rural. 

“Para quem já vendeu e garantiu margem, esse não será um grande desafio, mas a preocupação é o planejamento para a próxima safra. Num cenário de crise, a regra do jogo é liquidez”, relata o especialista. 

Outro assunto comentado durante a conversa é que um dos setores mais atingidos e preocupantes é o da cana – mercado de açúcar e álcool – por conta da queda do preço do petróleo.  

Outro setor de atenção é o de algodão – mercado de fibra, o de flores e plantas ornamentais e também o de hortaliças e frutas por conta da mudança de alimentação.

Entretanto, os cereais estão sendo vistos com bons olhos como já citado acima.

Obrigatoriedades: IR, LCDPR e Crédito Rural

Uma das medidas adotadas pela Receita Federal e seguindo a recomendação de isolamento social da Organização Mundial da Saúde (OMS) foi a prorrogação das obrigatoriedades que aconteceriam em abril. 

A entrega final da declaração do Imposto de Renda de pessoa física, assim como do Livro Caixa Digital do Produtor Rural (LCDPR) serão até o dia 30 de junho de 2020.

É um fôlego a mais para produtores e empresários rurais buscarem os documentos necessários, mas atenção: não deixe para o último momento! 

Sobre o Crédito Rural, no último dia 07 de abril foi sancionado a chamada MP do Agro (Lei 13.986/2020) que amplia o acesso ao financiamento agrícola, expandindo recursos e reduzindo taxas de juros. 

A medida provisória prevê: 

  • Fundo Garantidor Solidário (FGS) – troca de aval entre produtores para dar garantia às empresas, bancos e tradings. 
  • Patrimônio Rural em Afetação – permite ao proprietário rural oferecer parte de seu imóvel como garantia nos empréstimos rurais.
  • Além de equalização de taxas de juros para instituições financeiras privadas, entre outras operações. 

Segundo o especialista, Francisco Jardim, o ideal agora é analisar como está a saúde financeira da fazenda e a gestão para se devolver e evoluir.

Mudança de hábito dos consumidores 

O isolamento social na maioria das cidades brasileiras levou a uma mudança no dia a dia e, sobretudo, na alimentação das famílias. 

E assim também aconteceu com o consumo de carnes, por exemplo. Nos últimos dias, o preço do boi gordo caiu por conta da pressão dos frigoríficos sobre os pecuaristas e como divulgado pelo Canal Rural, apesar dessas projeções o cenário ainda se mantém incerto. 

Por isso, o momento também é de adaptação dentro e fora da porteira para garantir liquidez e trabalhar com produtos que podem ser menos afetados durante a crise.

“Essa crise tem um impacto devastador na demanda e no consumo de formas diferentes, causando uma ruptura na cadeia de suprimentos”, destaca Fernando Jardim.

Como se proteger e cuidar da gestão rural?

“Quem tiver o controle da gestão e uma boa saúde financeira de seu negócio, provavelmente sairá melhor desta crise” ressaltou Francisco Jardim, sócio-fundador da SP Ventures. 

Cuidar do fluxo de caixa, mapear 100% despesas, entender o que pode ser cortado e saber exatamente como está a saúde financeira da fazenda é essencial. Assim, as plataformas que ajudam na gestão do campo ganham ainda mais importância nesse período.

“A melhor forma de disseminar a gestão é via ferramentas tecnológicas, este é o diferencial. Em um cenário de crise, o produtor deve olhar suas operações e saber onde está ganhando, onde está perdendo, se é o momento de investir em agricultura de precisão e como estão seus investimentos, a compra de insumos, etc.”

Isso é possível com um software de gestão, que torna todo o processo e análise mais fácil!

Procurando um aplicativo de gestão? Conheça o Aegro!

O Aegro já ajudou mais de mil produtores rurais a melhorarem a gestão da sua fazenda e tem mais 1,5 milhão de hectares cadastrados.

O aplicativo une as áreas operacional e financeira da fazenda para dar ao produtor uma gestão eficiente da propriedade rural. 

Desenvolvido com ajuda de produtores e agrônomos para se adaptar à rotina no campo, o Aegro é fácil de usar e pode ser utilizado pelo computador ou celular, com cadastro de atividades e consulta de estoque pelo aplicativo mobile, mesmo sem internet.

No final do ciclo produtivo, o Aegro oferece uma análise detalhada sobre os custos de produção e a rentabilidade de cada talhão.

Desta maneira, o produtor pode entender o que deu certo ou errado no plantio e otimizar os processos da sua lavoura.

Com ele sua equipe pode:

  • Planejar, controlar e registrar atividades diretamente do campo, mesmo sem internet;
  • Mapear e medir áreas dos talhões;
  • Registrar observações com geolocalização e fotos;
  • Controlar os abastecimentos e as manutenções de máquinas;
  • Registrar leitura de pluviômetros e acompanhar a quantidade acumulada de precipitação na safra;
  • Realizar o monitoramento de pragas e doenças (MIP);
  • Gerenciar o fluxo de caixa, visualizando contas a pagar e cadastrando novas despesas;
  • Consultar o estoque da fazenda;
  • Trabalhar de forma integrada, com acesso simultâneo ao aplicativo.
aegro

É possível testar o aplicativo de gestão agrícola Aegro de forma gratuita, por meio de:

Boas práticas de prevenção

Além de cuidar da saúde de seu negócio, os produtores devem estar atentos à prevenção do Covid-19 no campo. 

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) alerta para os cuidados necessários, reforçando medidas de higiene em todas as etapas da produção. 

São mais de 15 milhões de pessoas que trabalham nos estabelecimentos agropecuários do Brasil (segundo IBGE) e por ser considerado linha de frente e atividade essencial neste momento, os profissionais do agro não podem ficar em isolamento social assim como a grande parte da população. 

Mesmo que as regras higiênicas-sanitárias já são conhecidas pelo produtores, vale lembrá-las principalmente para a circulação de mercadorias, logística e entradas e saídas dos colaboradores da fazenda. 

Veja abaixo as recomendações gerais do Mapa:

  • Lavar, com frequência, as mãos, braços e rosto com água e sabão;
  • Aplicar, frequentemente, e sempre que necessário álcool gel nas mãos;
  • Aumentar a frequência de desinfecção das superfícies de contato de veículos, seja volante do trator e ou câmbio, painel e maçanetas de carros;
  • Manter a distância segura (cerca de 2 metros) entre pessoas nos locais de descanso e evitar aglomerações.

Conclusão 

Vimos que todos os setores do agro estão em oscilações por conta da pandemia do coronavírus que atinge o mundo todo. Alguns setores são mais preocupantes e outros ainda se mantêm em evolução, como os grãos e cereais. 

Portanto, quem saber cuidar de sua gestão, de forma digital e remotamente, com certeza se sairá melhor durante e após os impactos do Covid-19. Para isso, um bom aplicativo de gestão fará toda a diferença.  

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Qual a melhor época para plantar feijão?

Confira qual a melhor época para plantar feijão em cada região do país, além dos componentes, ciclo da cultura e estratégia de produtividade. 

O feijão é um dos principais alimentos da mesa do brasileiro e por conta do período de quarentena devido ao Covid-19, as vendas no mercado interno e externo cresceram.

Segundo o Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses (Ibrafe), em 2019 a exportação de feijão já era de  US$ 57,1 milhões nos sete primeiros meses do ano, um avanço de 34% em relação aos US$ 42,7 milhões do mesmo período de 2018.

O mercado que já vinha aquecido, nesse momento só tende a crescer. 

Sendo uma vantagem para você produtor planejar bem a sua safra, pois a compra é garantida. 

Por isso, vamos falar justamente sobre qual a melhor época para plantar feijão e seu ciclo em cada parte do Brasil. Acompanhe a seguir!

A produção de feijão no país

Por ser um alimento rico pela sua fonte nutricional e também pela sua alta durabilidade, atualmente o feijão vem sendo ainda mais consumido. 

A espera é que a segunda safra de 2020 seja boa para que o mercado interno fique abastecido e a demanda de exportação se mantenha. 

Desta forma, são três os principais tipos de feijões produzidos: 

  • Feijão comum-preto; 
  • Comum-cores; 
  • Feijão caupi. 

Vamos entender melhor sobre esta cultura e a melhor época de plantio.

Os componentes da planta

Para compreender o ciclo da feijão, precisa-se antes conhecer as partes que compõem sua planta.

O feijão (Phaseolus spp.) é uma planta herbácea pertencente à família Fabaceae, a mesma da soja.

São muitos os tipos de feijão, mas o nome científico do comum em que o mercado mais consome é Phaseolus vulgaris, principalmente o feijão-carioca, o feijão-preto  e o feijão-branco. 

Também temos suas variáveis como o feijão caupi, conhecido como feijão de corda – Vigna unguiculata.

As sementes do feijão apresentam germinação epígea, e seu sistema radicular é pivotante, com uma raiz principal e muitas ramificações (raízes secundárias).

A profundidade das raízes do feijoeiro podem chegar a alcançar cerca de 1,1 metro de profundidade, mas grande parte da densidade radicular se concentra nos 0,63 cm/cm³ do solo.

Outra característica é que o feijoeiro possui dois tipos de folhas: as folhas simples são as primárias, já presentes no embrião, e as demais folhas são trifolioladas.

A disposição das flores favorece a autofecundação e essas possuem diferentes colorações como brancas, branco-amareladas, róseas, purpúreas e ainda violetas. 

Além disso, o hábito de crescimento do feijoeiro pode ser determinado ou indeterminado. 

Crescimento determinado: o caule principal termina numa inflorescência, ou seja, quando inicia-se o florescimento o crescimento vegetativo finaliza. 

Crescimento indeterminado: na extremidade do caule existe gema vegetativa ou floral e vegetativa, ou seja, quando inicia o florescimento, o crescimento vegetativo pode continuar.
 

Qual a melhor época para plantar feijão: ciclo

Existe uma certa variabilidade no ciclo do feijão e a média geral se completa em 70 a 110 dias, dependendo da cultivar e das condições climáticas.

Diferente da soja que atualmente mudou suas nomenclaturas do ciclo de duração para grupos de maturação, o feijão mantém a mesma.  

A divisão entre a duração do ciclo pelas cultivares se dá entre superprecoces, precoces, médias e tardias.

Uma das recentes cultivares precoces do mercado tem a duração do ciclo abaixo dos 65 dias – a BRS FC 104 lançada pela Embrapa.

E falando em ciclo, as características morfológicas utilizadas na identificação de cultivares do feijoeiro, envolvendo as fases vegetativa e reprodutiva são muito importantes de serem conhecidas, pois interferem nos períodos em que se realiza o plantio (considerando o momento ideal das condições climáticas).

qual a melhor época para plantar feijão


Estádios de desenvolvimento da planta de feijoeiro
(Fonte: Embrapa)

Melhor época de plantio em cada região 

No Brasil, durante todo o ano ocorre a produção de feijão. Mas existem três safras mais pré-definidas no país. 

Na região Sul, o plantio é iniciado na segunda quinzena de agosto, quando se considera que não terá problemas com geadas. Essa é a conhecida “safra das águas”, que em geral vai de dezembro a fevereiro para realização da colheita. 

Na região Nordeste e Norte o plantio acontece de outubro em diante, indo até as colheitas de janeiro a abril. 

Na região Sudeste o plantio também se inicia em outubro, seguindo a colheita de janeiro a abril. 

Já na região Centro-Oeste ocorre em um período um pouco diferente, na conhecida “safra de inverno” que inicia com o plantio de maio a agosto.

Abaixo segue as recomendações do calendário agrícola para se plantar feijão em cada uma  das três safras que ocorrem no país: 

1º Safra

Região Norte

  • Tocantins:
    Primavera – plantio: novembro
    Verão – plantio/colheita: fevereiro

Região Nordeste

  • Piauí:
    Primavera – plantio: dezembro
    Verão – plantio/colheita: janeiro a fevereiro
  • Bahia:
    Primavera – plantio: outubro a dezembro 
  • Maranhão:
    Primavera – plantio: dezembro
    Verão – plantio: janeiro

Região Centro-Oeste 

  • Mato Grosso:
    Primavera – plantio: outubro a novembro
  • Mato Grosso do Sul:
    Primavera – plantio: outubro a novembro
  • Goiás – Distrito Federal:
    Primavera – plantio: outubro a dezembro

Região Sudeste

  • Minas Gerais:
    Primavera – plantio: outubro a dezembro
  • Espírito Santo:
    Primavera – plantio: novembro a dezembro
  • Rio de Janeiro:
    Primavera – plantio: outubro a novembro
  • São Paulo:
    Inverno – plantio: agosto a setembro
    Primavera – plantio: outubro

Região Sul

  • Paraná:
    Inverno – plantio: agosto a setembro
  • Santa Catarina:
    Inverno – plantio: setembro
    Primavera – plantio: outubro a dezembro
  • Rio Grande do Sul:
    Inverno – plantio: agosto a setembro
    Primavera – plantio: outubro
qual a melhor época para plantar feijão

Mapa da produção agrícola – Feijão primeira safra
(Fonte: Conab)

2º Safra

Região Norte

  • Roraima:
    Inverno – plantio: setembro
    Primavera – plantio: outubro a novembro
  • Rondônia:
    Verão – plantio: fevereiro a março
  • Acre:
    Verão – plantio: fevereiro a março
  • Amazônia:
    Inverno – plantio: julho a setembro
    Primavera – plantio: outubro a dezembro
  • Amapá:
    Outono – plantio: maio a junho
  • Tocantins:
    Verão – plantio: fevereiro a março
    Outono – plantio: abril a maio 

Região Nordeste

  • Piauí:
    Verão – plantio: março
    Outono – plantio: abril a maio 
  • Ceará:
    Verão – plantio: janeiro a março
    Outono – plantio: abril
  • Rio Grande do Norte: 
    Verão – plantio: fevereiro a março
    Outono – plantio: abril
  • Paraíba:
    Verão – plantio: janeiro a março
  • Pernambuco:
    Verão – plantio: fevereiro a março
    Outono – plantio: abril 
  • Maranhão:
    Verão – plantio: março
    Outono – plantio: abril a maio

Região Centro-Oeste 

  • Mato Grosso:
    Verão – plantio: fevereiro a março 
  • Mato Grosso do Sul:
    Verão – plantio: fevereiro a março
    Outono – plantio: abril
  • Goiás:
    Verão – plantio: janeiro a março 
  • Distrito Federal:
    Verão – plantio: janeiro a fevereiro

Região Sudeste

  • Minas Gerais:
    Verão – plantio: janeiro a março
    Outono – plantio: abril
  • Espírito Santo: 
    Verão – plantio: fevereiro a março
    Outono – plantio: abril
  • Rio de Janeiro:
    Verão – plantio: fevereiro a março
    Outono – plantio: abril
  • São Paulo:
    Verão – plantio: janeiro a março

Região Sul

  • Paraná:
    Inverno – plantio: dezembro
    Verão – plantio: janeiro a março
  • Santa Catarina:
    Verão – plantio: janeiro a março
  • Rio Grande do Sul:
    Verão – plantio: janeiro a fevereiro 

3º Safra

Região Norte

  • Pará:
    Outono – plantio: abril a junho
  • Tocantins:
    Outono – plantio: maio a junho
    Inverno – plantio: julho

Região Nordeste

  • Ceará:
    Outono- plantio: junho
    Inverno – plantio: julho
  • Paraíba:
    Outono- plantio: abril a junho 
  • Pernambuco:
    Outono- plantio: maio a junho
    Inverno – plantio: julho
  • Maranhão:
    Verão – plantio:
    Outono- plantio: abril a junho

Região Centro-Oeste 

  • Mato Grosso:
    Outono- plantio: maio a junho
    Inverno – plantio: julho
  • Mato Grosso do Sul:
    Inverno – plantio: julho a setembro 
  • Goiás:
    Outono – plantio: abril a junho
  • Distrito Federal:
    Outono- plantio: maio a junho

Região Sudeste

  • Minas Gerais:
    Outono – plantio: abril a junho
    Inverno – plantio: julho a setembro
  • São Paulo:
    Outono- plantio: maio a junho
    Inverno – plantio: julho

Região Sul

  • Paraná:
    Verão – plantio: março
    Outono – plantio: abril e maio.

Mesmo com essas safras determinadas, sabemos que o clima tem se modificado e que nem sempre as estações estão pré-definidas. 

Por isso, é recomendada a semeadura em condições climáticas com menor probabilidade de ocorrência de estresse hídrico possível, principalmente na fase vegetativa da cultura.

Considerando que essa condição interfere diretamente na quantidade de plantas por área, tanto a escassez quanto o excesso podem contribuir para baixa produtividade da cultura.

E a tecnologia sempre pode auxiliar, como essa ferramenta desenvolvida pela Embrapa que orienta os períodos ideais de semeadura com menor risco climático e as cultivares de acordo com o ciclo.

>>Leia mais: “Irrigação de feijão: quando vale a pena investir

Como aumentar a produtividade no plantio de feijão

Os rendimentos acompanhados nas três safras são variados. E um dos fatores que contribui diretamente nesse resultado é a umidade do solo

Essa variação de produtividade pode ser resumida em dois fatores: 

  1. O plantio em épocas com bom volume de chuvas;
  2. Evitar que a colheita seja feita em períodos com maior probabilidade de ocorrência de chuvas.

Além disso, seguir o vazio sanitário estabelecido na sua região é extremamente importante. Sendo que na cultura do feijão, um dos principais motivos do vazio é em função da mosca branca – vetor do mosaico dourado e também do carlavírus, que atinge o feijão e a soja. 

Veja mais no artigo: Prepare-se na pré-safra: Como combater as principais doenças de milho, feijão e sorgo. 

E claro, temperatura ideal, condição do solo rico em matéria orgânica e adubação bem feita são muito importantes para os resultados da sua safra. 

Assim como a inoculação da cultura de feijão também é uma das práticas para desenvolvimento e crescimento das plantas. Já falamos sobre o assunto, confira aqui.

Conclusão 

Acertar na época do plantio garante maior probabilidade de redução das perdas na lavoura por intempéries. É a escolha certa para a rentabilidade dos produtores rurais!

O mercado do feijão tem apresentado muitas vantagens econômicas e o investimento no plantio da cultura tem se mostrado bem vantajoso. 

Mas vimos que para garantir boas safras, a gestão dos manejos durante o ciclo é fundamental.

>> Leia Mais:
Feijão Guandu: Como ele pode melhorar seu sistema de produção

Veja como identificar as principais pragas do feijão

Inoculante para feijão caupi: por que e como utilizar

Restou alguma dúvida sobre qual a melhor época para plantar feijão? Tem alguma dica? Deixe nos comentários abaixo!

Descubra como eliminar o besouro castanho

Como eliminar o besouro castanho com maneiras eficazes de controle dessa praga e, ainda, evitar prejuízos no armazenamento de grãos.

Na produção de grãos, os desafios não param após a colheita e você, como produtor, deve ficar de olho nas pragas de armazenamento.

De modo geral, as pragas secundárias não costumam ser vistas como problemas, mas as de armazenamento podem fazer um estrago e tanto. 

O besouro castanho é um desses insetos que podem causar sérios prejuízos no armazenamento de culturas como arroz, milho, soja e trigo.  

E é realmente possível acabar com essa praga? Vamos entender como eliminar o besouro castanho. Confira a seguir! 

Características do besouro castanho

A espécie é Tribolium castaneum que pertence à família Tenebrionidae, da ordem Coleoptera. O besouro castanho é popularmente conhecido como ‘caruncho’.

São besouros bastante diminutos, medindo cerca de 2 a 4 mm de comprimento, possuem coloração castanho-avermelhada e corpo achatado. 

As fêmeas ovipositam, em média, 500 ovos em locais como frestas, fendas de parede, sacarias e sobre os grãos. 

Como eliminar o besouro castanho

Adulto de besouro castanho
(Fonte: AgroBase)

Já as larvas, branco-amareladas, têm corpo alongado e cilíndrico e são do tipo elateriforme. 

Todo o ciclo de uma geração desta praga dura cerca de 20 dias em ambientes quentes com umidade alta.

Assim, o besouro castanho é tido como uma praga secundária por não ter a capacidade de romper o tegumento dos grãos. Devido a isso, ataca grãos armazenados que já haviam sido atacados por pragas primárias.

Além de causar sérios prejuízos em estoques de produtos moídos, farináceos e em grãos que não permanecem totalmente íntegros, o grande problema está no ataque do embrião dos grãos.

Como eliminar o besouro castanho

Besouro castanho – Tribolium castaneum. Larva (a, b), pupa (c) e adulto (d)
(Fotos: Adriana de Marques Freitas/Embrapa)

Manejo do besouro castanho

Para manter o controle do besouro castanho nos armazéns é essencial o Manejo Integrado de Pragas de Grãos e Sementes Armazenadas (MIPGRÃOS/ MIPSEMENTES).

E o controle dele não se dá de forma individual. 

Por isso, quando se trata de grãos armazenados existe todo um complexo de pragas em que se deve ter atenção.

No MIP, a integração de diferentes métodos e um bom sistema de monitoramento é o que vai garantir a supressão e, até mesmo, a eliminação desta praga. 

Antes de tudo, tenha em mente 6 etapas essenciais como prevenção e para manter a fitossanidade do armazém:

1. Mudança de comportamento dos armazenadores

É imprescindível que produtores e operadores estejam cientes da importância das pragas de grãos armazenados.

Não adianta você somente se preocupar com a praga quando ela já estiver lhe causando danos. 

2. Conhecimento da unidade armazenadora de grãos

Saiba qual o histórico de pragas do local nos anos anteriores e identifique problemas passados. 

A unidade deve ser conhecida por todos que estiverem envolvidos com o armazenamento, desde a colheita até o momento em que o produto será retirado do local. 

3. Limpeza e higienização local

A limpeza do local vai contribuir para que possíveis focos de infestações sejam eliminados e não prejudiquem um armazenamento adequado. 

Como mencionado, o besouro castanho tem hábito de oviposição em substrato inerte, ou seja, em fendas de parede e outros locais em que há necessidade da higienização. 

4. Fazer uma correta identificação das pragas 

As medidas de controle somente serão corretas se a identificação das pragas também estiver sido feita corretamente. 

Uma vez que tiver uso incorreto de alguma medida, o resultado só será visto quando já houver prejuízo final. 

5. Potencial de destruição das pragas 

Entender a capacidade de destruição de cada praga para que se determine a viabilidade de comercialização dos grãos armazenados. 

6. Gerenciamento da unidade armazenadora

Todas as atitudes devem ser realizadas por meio de um gerenciamento, desde a chegada dos grãos, a permanência no armazém até a saída para comercialização e consumo. 

Tudo isso garantirá diminuição de perdas e aumento da qualidade dos grãos.

E como deve ser o monitoramento?

O monitoramento do besouro castanho deve estar atrelado ao das demais pragas de grãos armazenados. Isso porque, como você viu, esta praga é secundária e sua ação será facilitada com a presença de pragas primárias no armazém.

Assim, os grãos devem ser monitorados durante todo o período de armazenamento. Isso vai garantir a detecção de possíveis focos das pragas. 

Desta forma, você deve utilizar armadilhas fixas ou fazer a coleta de grãos em vários pontos do armazém.  

As armadilhas fixas são para a captura dos insetos em pontos pré-determinados no local de armazenamento. 

E, ao optar pela coleta das amostras, você pode utilizar uma peneira de 20 x 20 cm, com malha de 2 mm com coletor para posterior identificação da praga.

Além disso, fique de olho na temperatura e umidade do local. 

Se ficar muito quente e úmido, você corre um sério risco de aumentar a população da praga caso seja detectada.

Controle de pragas em grãos armazenados

No MIP, o ideal é que não seja feito apenas o controle químico. Por isso, utilize de vários métodos ao mesmo tempo.

Como eliminar o besouro castanho: Métodos físicos

Você deve manipular os fatores físicos do ambiente de armazenamento como temperatura, umidade relativa do ar, controlar a atmosfera do ar (CO2, O2 e N2), utilizar pós-inertes, remoção física, radiação, luz e som. 

Ao ajustar todos ou apenas um dos métodos citados acima, a eliminação do besouro castanho e das demais pragas ficarão em níveis mais toleráveis ou poderão ser totalmente eliminadas.

Caso o uso dos métodos físicos não seja suficiente, você pode utilizar o método químico em conjunto.

Como eliminar o besouro castanho: Métodos químicos

O método químico é bastante empregado, mas lembre-se que não deve ser o único. Se utilizado de maneira incorreta e demasiada pode comprometer o controle e provocar resistência das pragas aos inseticidas

Podem ser feitos dois tipos de tratamentos:

1. Tratamento preventivo de grãos e sementes

Se o período de armazenamento for acima de 90 dias, os grãos e sementes devem ser secos, limpos e expurgados antes da entrada no armazém. 

Neste tratamento, aplica-se inseticidas líquidos sobre os grãos, na correia transportadora, no momento de carregar o armazém ou no momento de ensaque das sementes. 

É importante que os grãos e as sementes estejam descansados e recebam a aplicação de forma homogênea. 

2. Tratamento curativo (expurgo) de grãos e sementes 

Caso você já esteja tendo problemas com as pragas com os grãos já armazenados, é o momento de fazer um tratamento curativo com inseticidas. 

Os produtos à base de fosfeto de alumínio, precursores das fosfinas são os mais utilizados. A temperatura ideal para realizar o expurgo é cerca de 25°C. 

O local deve ficar vedado para que seja feita a fumigação do produto. 

Veja na tabela abaixo os inseticidas indicados tanto para tratamento preventivo como para curativo. Lembre-se sempre de consultar o(a) engenheiro(a) agrônomo(a).

Inseticidas indicados Embrapa

Inseticidas indicados para tratamento preventivo e/ou curativo de pragas de grãos e sementes armazenadas
(Fonte: Embrapa)

Conclusão

O besouro castanho é uma praga secundária de grãos armazenados, mas pode causar grandes perdas na produção se não for controlado. 

Portanto, algumas medidas podem ser tomadas para evitar surtos e também existem maneiras de controlar este inseto para suprimir ou eliminá-lo do armazém.

Vimos então que as medidas de controle devem ser feitas de acordo com MIP.

Quais medidas de como eliminar o besouro castanho você utiliza? Deixe seu comentário abaixo!