Entenda os impactos da reforma tributária no agronegócio e nas contas da sua fazenda

Reforma tributária no agronegócio: conheça as possíveis mudanças e saiba quais setores do agro serão afetados

Os impactos da reforma tributária no agronegócio estão entre os principais assuntos do momento. Na reforma, há possíveis alterações nas contas das propriedades.

São três propostas ainda em andamento e discussão no Congresso.

Elas geram impactos negativos em diversas cadeias produtivas, e informar-se sobre essas mudanças é essencial.

Neste artigo, você conhecerá as propostas e como elas podem afetar os custos de produção. Aproveite a leitura!

Quais são as propostas da reforma tributária 

As propostas com alterações no sistema tributário estão em discussão no Congresso Nacional, com relativo avanço.

São elas:

O que muda na reforma?

As PECs 45 e 110 unificam a incidência de impostos, em todos os níveis da federação, no IBS (Imposto sobre Bens e Serviços). O IBS será criado com as alterações.

O PL 3.887 substitui Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) e PIS (Programa de Integração Social) pela CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços).

As propostas geram impactos negativos em diversas cadeias produtivas. Por isso, especialistas já sugeriram mudanças.

Caso as alterações sejam aprovadas, haverá aumento da carga tributária para o agro. Como consequência, haverá elevação dos custos de produção agrícola

Importância da reforma tributária no agronegócio

As discussões sobre a necessidade de uma reforma tributária no Brasil vêm há muito tempo.

Várias propostas de mudança nos impostos já foram levadas ao Congresso Nacional. Mas, por razões de interesse político ou do momento vivido pelo país, elas não andaram.

Agora, as atenções se concentram nas três propostas. Elas já passaram por diversas comissões no Congresso, e em breve devem ser postas em votação no plenário.

A reforma tributária é importante porque reduz a carga tributária no país, simplifica e unifica a cobrança de impostos.

Seria, assim, um estímulo ao desenvolvimento econômico como um todo. E a proposta de criação do IBS, contida nas PECs 45 e 110, surge neste sentido.

Na PEC 45, o IBS será a fusão do:

  • PIS;
  • Cofins;
  • IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados);
  • ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços);
  • ISS (Imposto Sobre Serviços).

A PEC 110  cria o IBS e o Imposto Seletivo. Além disso, extingue 9 impostos, incluindo os que deixam de existir pela PEC 45, mais os seguintes: 

  • IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras);
  • Pasep (Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público);
  • Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) incidente sobre combustíveis;
  • e Salário-Educação.

O IBS das PECs e o CBS do PL seriam tributos sobre o valor agregado, semelhante à legislação internacional. Por isso, eles são compatíveis.

Competência, base de incidência e alíquota

Dentre os pontos que devem ser discutidos no Congresso, a competência tributária e a base de incidência estão entre os principais.

Veja como eles estão sendo propostos: 

Imposto sobre Bens e Serviços na PEC 45

O IBS, pela PEC 45, é um imposto instituído por meio de lei complementar federal

Há exceção às parcelas fixas de alíquotas da União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Elas serão definidas por meio de lei ordinária de cada ente federativo.    

Imposto sobre Bens e Serviços na PEC 110

O IBS seria instituído, na PEC 110, pelo Congresso por meio de lei complementar. Teria poder de iniciativa reservado a representantes de Estados e Municípios.

A exceção é para as comissões mistas de senadores e deputados, criadas para este fim ou por bancada.

Substitutivo à PEC 110

Aqui, a proposta é que o IBS federal seja instituído por lei complementar.

Já o IBS estadual/municipal, pelo Congresso, também por meio de lei complementar, mas específica. Ele teria o poder de iniciativa reservado a representantes de Estados e Municípios.

A exceção ficaria para uma comissão mista de senadores e deputados federais, criada especificamente para esse fim ou por bancada estadual.

Contribuição sobre Bens e Serviços no PL 3887

Pela proposta, é uma contribuição social federal.

infográfico sobre a proposta do governo PL-3887 de 2020

(Fonte: CNA Brasil)

Como será a base de incidência

O IBS, conforme as propostas das PECs 45 e 110, incidirá sobre todos os bens e serviços, e terá alíquota de 25%.

Estão incluídos a exploração de bens e direitos, tangíveis e intangíveis, e a locação de bens nas operações no mercado interno e na importação. A incidência não ocorre na exportação.

O CBS, no PL 3.887, também é amplo na incidência sobre as operações no mercado interno e na importação.

Também não incide na exportação, apesar de a lei ter adotado formulação diversa das PECs na definição do fato gerador. A alíquota é de 12%.

Impactos da reforma tributária no agronegócio

Perda de incentivos fiscais e aumento dos custos de produção

O setor tem sido beneficiado com incentivos fiscais dos impostos. Conforme as PECs, eles deixarão de existir.

Caso isso ocorra, o setor teria de arcar com os 25% de alíquota. Isso aumentaria os custos de produção.

Redução do ICMS

O ICMS é um imposto reduzido para o setor. Em alguns casos, é até isento de pagamento.

Recentemente, na Bahia, o Governo do Estado reduziu de 12% para 2% o ICMS incidente sobre o milho comprado em outros estados.  

A medida visa a beneficiar a cadeia produtiva do grão. Houve queda de produção no país devido à seca e geada, que afetam, sobretudo, o sul e centro-sul do país.

Essa redução do ICMS do milho é uma situação pontual. Mas, o exemplo serve para mostrar um dos impactos que teria a criação de um imposto que unificaria outros cinco.

Taxação de 25% e novas exigências para quem produz

Pela proposta, o IBS teria taxação de 25% também para diversas outras atividades da economia no país. O IBS só não incidiria na exportação.

Outra  proposta preocupante é a de o IBS atingir produtores rurais pessoas físicas. Além do tributo, será exigido também a gestão da contabilidade da fazenda.

Aumento dos custos de insumos

Outro impacto seria no aumento dos custos de insumos para as culturas da soja e milho.

No Paraná, por exemplo, os custos devem saltar de 15% para 17% no caso dos fertilizantes. Para os fungicidas, o salto é de 14% para 16%.

Em Sorriso, no Mato Grosso, o custo de produção deve chegar a 19%.

De acordo com o IPA (Instituto Pensar Agropecuária), várias cadeias agropecuárias serão inviabilizadas pela reforma tributária proposta.

As que sofrerão maior impacto são o café, arroz, milho e soja, hortaliças e flores, pecuária de leite e cana-de-açúcar.

Planilha de cálculo do funrural ao fundo uma foto com uma mão segurando moedas

Conclusão 

A reforma chama a atenção para uma constatação que não é de agora: é preciso fazer uma gestão eficiente da fazenda

Conforme você observou neste artigo, são vários os setores que serão impactados.

Café, milho, arroz, soja e cana-de-açúcar são apenas algumas cadeias em potencial prejuízo.

Se você produz alguma dessas culturas, não deixe de atualizar-se sempre sobre todas as mudanças.

>> Leia mais:

“Imposto de renda para produtor rural: leis e normas para ficar atento”

Você já sabia dos impactos da reforma tributária no agronegócio? Como tem se preparado para as possíveis mudanças? Deixe seu comentário abaixo!

Saiba o que muda com as novas regras de sementes salvas

Sementes salvas: entenda o que diz a nova legislação que passa a vigorar em 21 de março de 2021

O decreto 10.586/2020 entra em vigor no dia 21 de março de 2021 e nele constam algumas alterações no que diz respeito às sementes salvas. 

As novas orientações prometem desburocratizar o processo e facilitar a vida do produtor. Mas também prevê punições mais severas, diferenciando o usuário do produtor ilegal de sementes. 

Quer entender melhor as novas regras para sementes salvas? Confira a seguir!

O que são sementes salvas?

Sementes salvas são aquelas sementes reservadas pelo produtor para serem plantadas exclusivamente na próxima safra, não sendo possível sua comercialização.

Essa reserva é feita somente após a aquisição comercial da semente. Ou seja, o produtor compra as sementes de uma empresa devidamente cadastrada no Renasem (Registro Nacional de Sementes e Mudas) para formar sua lavoura, que terá parte da sua produção reservada para ser plantada na safra seguinte. 

É direito do produtor, previsto em lei, guardar parte da sua produção. No entanto, é preciso estar em concordância com o que preconiza a legislação, que agora tem mudanças. Separei as principais para que você entenda melhor.

Quais alterações foram feitas?

A primeira alteração trazida pelo decreto 10.586/2020 está no aumento do prazo para que o produtor rural solicite junto ao Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) a amostragem para verificação do índice de germinação ou viabilidade, quando for o caso. 

Após o recebimento da semente pelo produtor, o prazo para solicitação de amostragem foi estendido de 10 para até 20 dias. É importante ressaltar que a solicitação deve ser feita mediante justificativa e que a embalagem das sementes não tenha sido violada. 

Outra modificação se refere à documentação que o produtor deve ter sob sua posse. Continua sendo obrigatório, por parte do produtor, manter à disposição da fiscalização a documentação original de aquisição da semente. Porém, a documentação necessária e o tempo de arquivamento ainda serão determinados. 

Outra alteração está relacionada às exigências quanto à identificação da embalagem e local de armazenamento das sementes. O antigo decreto não especificava essas questões.

O novo decreto indica que a semente reservada pelo produtor rural deverá ser identificada em seu local de armazenamento. Entretanto, mais informações precisam ser determinadas em norma complementar a ser divulgada.

Antes, somente as áreas destinadas à produção de cultivares protegidas precisavam ser inscritas pelo produtor. Com a nova legislação, tanto as cultivares protegidas quanto as de domínio público precisam ter suas áreas de produção declaradas.

Reserva técnica

Outra modificação trazida pelo decreto 10.586/2020 refere-se à reserva técnica

Antes, a reserva de sementes para uso próprio era quantificada somente com base na área a ser plantada na próxima safra. 

Já o novo decreto autoriza que o produtor tenha uma reserva técnica com quantidade de sementes maior que a necessária para o plantio da safra seguinte. 

Essa atualização na legislação possibilita que o produtor tenha material de propagação no caso da necessidade de ressemeadura

Apesar disso, é importante lembrar que informações sobre o percentual da reserva técnica terá por base a espécie a ser cultivada e ainda será divulgado.

Confira também: “Melhores práticas para fazer o tratamento de sementes de trigo na fazenda”

Punições previstas

O novo decreto também prevê que o produtor que descumprir as orientações poderá ser enquadrado como produtor ilegal de sementes, estando sujeito às penalidades administrativas, civis e financeiras.

A reserva de sementes não pode ser plantada fora da área de posse do produtor e deve ainda ser utilizada, exclusivamente, na safra seguinte à da sua reserva. 

Além disso, a reserva de semente deve estar em concordância com o tamanho da área a ser cultivada na safra seguinte e de acordo com as recomendações técnicas indicadas para a cultura. 

Já o percentual da reserva técnica não pode exceder o estabelecido pela legislação para a cultura.

Veja mais informações sobre as mudanças nas regras na figura abaixo:

infográfico que mostra todas as mudanças das sementes salvas para o novo decreto

(Fonte: adaptado de Sistema Faep)

Como armazenar sementes com segurança?

Depois de beneficiadas, as sementes salvas podem ser armazenadas em sacos de papel, polipropileno ou juta e também em sacos tipo big bag. 

foto de armazenamento de sementes em sacos de papel

Armazenamento de sementes em sacos de papel
(Fonte: Cocari)

foto de armazenamento de sementes em sacos tipo big bag

Armazenamento de sementes em sacos tipo big bag
(Fonte: Sementes São Francisco)

Outra forma de armazenagem é em silos de madeira com sistema de ventilação para auxiliar no processo de conservação das sementes.

Silos de madeira utilizados no armazenamento de sementes

Silos de madeira utilizados no armazenamento de sementes
(Fonte: Sementes Simão)

As sementes também podem ser armazenadas em contêineres. Essas estruturas metálicas são herméticas, de fácil higienização e podem ser transferidas de um local para outro sem prejuízo para as sementes. 

Container dry utilizado para armazenamento de sementes

Container dry utilizado para armazenamento de sementes
(Fonte: Miranda Container)

Vale lembrar que a escolha de como será o armazenamento deve considerar as características fisiológicas das sementes, bem como fatores econômicos e tecnológicos disponíveis. 

9 dicas para o armazenamento de sementes

Abaixo você pode conferir algumas orientações de como armazenar sementes de forma correta:

  1. o local deve ser seco e arejado;
  2. controle e monitore as condições ambientais do armazém como temperatura e umidade. Para a preservação e conservação das sementes é preciso ambiente com baixa temperatura e baixa umidade. É necessário respeitar as características intrínsecas de conservação de cada espécie.
  3. mantenha os sacos de sementes sob estrados (pallets), de modo que não fiquem em contato direto com o solo;
  4. identifique as sementes por lotes;
  5. não faça pilhas de sacos muito altas e mantenha distanciamento das paredes e do telhado do armazém, facilitando a ventilação;
  6. evite o contato direto das sementes com a luz solar;
  7. não guarde as sementes e outros tipos de insumos como adubos, defensivos agrícolas e ração no mesmo local;
  8. controle insetos e roedores no local de armazenagem e arredores;
  9. mantenha o local limpo, organizado e bem sinalizado.
checklist planejamento agrícola Aegro

Conclusão

A semente é um organismo vivo e seu armazenamento requer cuidados específicos para melhor conservação. 

As corretas condições de armazenamento das sementes salvas, aliadas ao manejo adequado, garantem o bom desenvolvimento inicial da cultura e um estande de plantas uniforme, o que é importante para atingir altas produtividades. 

Diante deste cenário, é preciso estar atento às mudanças na legislação. Como você viu nesse artigo, algumas informações ainda precisam ser divulgadas por meio de normas complementares, que não têm data prevista para serem publicadas.

Enquanto algumas orientações específicas não são determinadas, considere o decreto atual para não sofrer penalidades.

>> Leia mais:

“O que caracteriza sementes piratas e como fugir disso”

“Tratamento de sementes na fazenda ou industrial? Faça a melhor escolha!”

“O que é e por que adotar o sistema de combinação de híbridos”

Restou alguma dúvida sobre as novas normas para sementes salvas? Como você faz em sua propriedade hoje? Deixe seu comentário!

Entenda os principais fenômenos meteorológicos na agricultura e planeje melhor sua produção

Fenômenos meteorológicos na agricultura: tire suas dúvidas sobre El Niño, La Niña e microclima e o que fazer para preparar sua lavoura!

O bom desenvolvimento da atividade agrícola é dependente do clima. Além do solo, a umidade e a temperatura impactam diretamente na germinação ou não da semente e no andamento da lavoura. 

As mudanças climáticas alteram todo o desenvolvimento das culturas, com ventos, falta ou excesso de chuva e temperatura aumentando. 

Mas quais são os fenômenos meteorológicos na agricultura aos quais você deve atentar?

Neste artigo, separamos o que você deve conhecer sobre o “tempo” e qual é sua principal influência nas atividades agrícolas. Confira!

Impacto dos fenômenos meteorológicos na agricultura

Acompanhar as previsões climáticas ao longo de toda a safra pode fazer a diferença para acertar nos manejos da propriedade.

Monitorar o clima diariamente até já é rotina para grande parte dos produtores, mas existem processos climáticos mais amplos que são muito importantes de serem considerados quando se planeja uma safra.

Um dos fenômenos meteorológicos na agricultura que causa variabilidade climática na América do Sul é o chamado fenômeno Enos (El Niño e La Niña), que afeta diretamente o regime de chuvas de várias regiões. 

Vou explicar melhor esses e outros eventos climáticos a seguir.

checklist planejamento agrícola Aegro

Chuvas

As chuvas são um dos fenômenos meteorológicos na agricultura mais possíveis de se prever. Elas são fundamentais para a lavoura, principalmente quando bem distribuídas.   

As chuvas são divididas em:

  • orográficas: geradas quando há um impedimento da massa de ar úmida por uma montanha.
  • convectivas: são as chuvas decorrentes de altas temperaturas.
  • frontais: ocorre pelo choque de uma massa de ar fria com uma massa de ar quente.

Em cada região do Brasil, as chuvas também são influenciadas por zonas diferentes como ZCAS (Zona de Convergência do Atlântico Sul) e ZCIT (Zona de Convergência Intertropical). 

Nesse caso, as regiões Sudeste e Centro-Oeste são influenciadas pela ZCAS e as regiões Nordeste e Norte pela ZCIT. 

A expectativa, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), para o verão de 2021 são chuvas frequentes em praticamente todo o país. 

São exceções o extremo sul do Rio Grande do Sul, leste da região Nordeste e a faixa nordeste de Roraima, onde geralmente o total de chuva é inferior a 400 mm. 

Volumes mais altos de precipitação devem ser observados sobre as regiões Norte e Centro-Oeste, com totais na faixa entre 700 mm e 1.100 mm. 

E falando em chuvas, um fenômeno meteorológico que ocorre no Brasil e influencia o clima do país é o chamado rios voadores, que são cursos de água atmosféricos. 

Segundo o pesquisador da Fapesp, Antônio Donato Nobre, este é um fenômeno que ocorre na Amazônia e influencia outras regiões do Brasil em seu regime de chuvas, como o Centro-Oeste, o Sudeste e o Sul. 

Vale muito conferir essa entrevista do professor sobre o assunto no vídeo a seguir!

https://www.youtube.com/watch?v=uxgRHmeGHMs

Fenômenos Enos

Esse fenômeno é o aquecimento ou resfriamento das águas do oceano Pacífico Equatorial, promovidos pelas duas famosas variações: El Niño (águas mais quentes) ou La Niña (águas mais frias). 

Ele impacta o regime de chuvas, embora o regime térmico também possa ser afetado. 

Sua influência ocorre em cerca de 20 regiões no mundo. No Brasil, as regiões mais afetadas são a parte nordeste e leste da Amazônia (na faixa tropical) e a região Sul (na faixa extratropical).

Vale a pena dar uma conferida nesse vídeo que explica claramente como funciona essa dinâmica na zona tropical do oceano:

Entenda o que é El Niño

El Niño

Os efeitos do El Niño vão do aumento de chuvas ao aumento de temperaturas. Em cada região do país, os efeitos são sentidos de forma diferente.  

No Sul e Sudeste, ocorre um aumento da temperatura média. No sul, as precipitações também ficam mais abundantes. 

Já no Nordeste e Norte, há aumento das secas. 

No Centro-Oeste, a tendência é de aumento de temperatura, mas sem efeitos pronunciados nas chuvas.

La Niña

De modo geral, o La Niña tem efeito contrário ao El niño. Em 2021, o Instituto Americano de Meteorologia e Oceanografia manteve o cenário de La Niña para o verão, chegando ao fim no decorrer do outono.

O La Niña tende a favorecer as culturas de inverno (trigo, cevada, aveia, canola, etc) e prejudicar as culturas de verão (soja, milho, feijão, pastagem). Já o El Niño tem efeito inverso.

Microclima

O microclima é o agrupamento de fenômenos meteorológicos na agricultura que acontecem na camada de ar junto à cultura ou ao solo, influenciado diretamente pela localização da lavoura, o tipo de solo e altura da cobertura do solo.

O que promove algumas condições melhores para evitar muito calor ou escassez de água, por exemplo, são práticas como: 

Assim como o fenômeno dos rios voadores, a vegetação próxima às suas lavouras e a cobertura do solo fazem toda a diferença tanto na proteção das áreas quanto a adversidades como ondas de frio e calor, secas e geadas.

Sobre esse assunto, vale a pena conferir também o artigo “Como prevenir a perda de grão por geada”

Outros pontos a serem considerados

Para minimizar os impactos das condições climáticas, alguns pilares podem ser trabalhados:

  • aumento do perfil do solo
  • maior exploração do sistema radicular
  • escolha de genética adequada, genética mais produtiva; 
  • posicionamento.

Por isso, a construção de um bom solo é necessária, com boa capacidade de armazenamento de água. 

As mudanças climáticas trazem tendências como o aumento da temperatura, o que consequentemente altera a taxa de sobrevivência de pragas, parasitas, patógenos de plantas e micróbios do solo, além de estações de cultivo mais longas. 

Nesse cenário, é preciso planejar melhor a produção, utilizar soluções inteligentes como a agricultura digital e manejos mais sustentáveis do solo.

Além disso, não deixe de analisar o zoneamento climático agrícola: ele é fundamental!

Dicas para planejar melhor a sua produção

No planejamento da safra, é preciso manter o hábito de verificar os boletins de previsão de tempo, como os do Inmet.

Além disso, vale acompanhar diariamente e realizar o ajuste do manejo da lavoura de produção de grãos, aguardando as melhores condições para plantio, manejos de aplicações, irrigação e a colheita.

Planilha de Planejamento da Safra de Milho

Conclusão

Vamos precisar nos adaptar e inovar nos próximos anos para melhor manejar nossas lavouras de acordo com os fenômenos meteorológicos na agricultura. 

Quase todos reconhecem que os padrões climáticos estão mudando e a agricultura sente de maneira profunda essa mudança. Talvez seja um dos maiores desafios da nossa atualidade. 

Acompanhar as previsões no planejamento da safra é básico. E saber o impacto dos fenômenos meteorológicos na agricultura é fundamental.

Espero que, com as informações passadas aqui, você consiga ter um melhor entendimento e ações em sua lavoura!

>> Leia mais:

“As melhores práticas para o reúso da água na agricultura

“A influência da lua na agricultura: verdades e mitos”

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Como garantir uma boa negociação da venda da soja de forma antecipada

Venda da soja: diferentes opções de negócios e as dicas do que considerar antes de fechar o contrato de comercialização do grão

A incerteza da venda de um produto agrícola, principalmente do preço de venda, pode ser uma dor de cabeça. E a dúvida, independente do ano, é sempre a mesma: “será que vou conseguir vender por um bom preço?”.

A venda antecipada é muito comum para commodities, principalmente os grãos. Mas afinal, o como garantir uma boa negociação antecipada para a venda da soja? Quer saber mais sobre esse assunto? Confira!

Venda da soja antecipada: modalidades de comercialização

A atual redução nos estoques brasileiros de soja, acompanhados da alta do dólar, manteve os preços domésticos firmes para a venda da soja em grão.

Isso garantiu avanços surpreendentes na venda antecipada da safra 2020/2021, que está 3 vezes maior que o habitual e pode chegar a até 50% da produção esperada!

A fim de garantir sempre maior rentabilidade na venda da soja, é muito importante ter cautela, e, além disso, sempre negociar com empresas e pessoas idôneas

As negociações da soja podem ocorrer em 4 diferentes mercados:

  • mercado físico (spot, cash ou à vista);
  • mercado a termo;
  • mercado futuro;
  • mercado de opções.

Esses quatro mercados são praticados no mundo todo, inclusive no mercado interno brasileiro. Conhecê-los pode trazer um diferencial na busca pelo melhor preço. É claro que cada mercado apresenta vantagens e desvantagens e abordaremos isso a seguir.

Mercado físico

No mercado físico – spot, cash ou à vista – os negócios são imediatos, ou seja, a compra e a entrega do produto ocorrem no mesmo momento

Vantagens: possibilita aproveitamento de oportunidades pontuais do mercado e garante disponibilidade financeira imediata.

Desvantagens: sujeito às oscilações no preço.

Para realizar a venda da soja no mercado físico, os negócios devem ser feitos com as tradings ou outros compradores.

Mercado a termo

No mercado a termo, também conhecido como hedge, as transações ocorrem em dois ou mais momentos no tempo.

Nos contratos a termo, tudo é acordado de forma antecipada, desde a mercadoria, entrega, local, meio de transporte, forma de pagamento e qualquer outro ponto necessário.

Vantagens: garantia de preços sem necessidade de gastos e grande flexibilidade de modelos de transação.

Desvantagens: impossibilidade de aproveitar oportunidades do mercado; risco de não cumprimento do contrato.

Para a venda no mercado a termo, os produtores devem combinar o contrato com empresas compradoras.

Mercado futuro

O mercado futuro da soja, assim como outras commodities, é negociado na Bolsa BM&FBovespa ou ainda CBOT (Bolsa de Chicago).

O produtor pode fixar o preço de venda na Bolsa com a garantia de que receberá o valor esperado no futuro.

Vantagens: proteção a variações negativas do mercado, garantia do recebimento (não há possibilidade de calote) e a bolsa oferece liquidez nas negociações.

Desvantagens: impossibilidade de aproveitar variações positivas do mercado, necessidade de capital para composição de margem de garantia, ajustes e taxas de corretagem e influência das oscilações de câmbio (operações em dólares).

Para realizar negociações nessa modalidade, o produtor deve trabalhar com uma corretora cadastrada na bolsa, fazendo as negociações através dela.

Mercado de opções

O mercado de opções está intimamente ligado ao mercado futuro e também ao hedge, do mercado a termo.

Neste caso, são contratos que asseguram o direito de compra e venda de algum ativo, que pode ser físico ou futuro.

O direito de compra, também chamado Call, o comprador pode comprar um contrato futuro com base num preço pré-estabelecido.

Já a obrigação de venda, ou Put, o vendedor tem a obrigação de vender caso seja desejo do comprador adquiri-lo.

Vantagens: proteção de baixa dos preços, sem ficar atrelado a preços pré-estabelecidos. 

Desvantagens: necessita desembolso financeiro, vulnerável às oscilações do câmbio, risco de precisar aplicar mais recursos financeiros, principalmente, caso não haja variação positiva.

Para adquirir direitos de compra ou venda, os produtores devem contatar corretoras cadastradas na Bolsa – e assim a corretora cuidará dos trâmites.

Outras opções

É claro que existem diversas modalidades para a venda da soja e outros grãos, como o barter, que podem ser alternativas interessantes e que valem a pena ser conhecidas.

4 dicas do que considerar antes de fazer a venda da soja

Mas, afinal, agora que já conhecemos as opções de mercado para venda da soja, a pergunta que todo mundo quer saber: qual delas é a melhor?

E os únicos que podem responder a essa questão são os próprios produtores.

Veja bem, cada caso é único, cada fazenda tem suas dificuldades e objetivos a serem superados e alcançados. Mas com algumas das dicas que separei para vocês, isso pode ficar mais fácil:

Dica 1 – Planejamento

Essa é sempre a dica número 1, com um planejamento bem feito, todas as etapas do processo produtivo fluem com facilidade, principalmente na hora da comercialização.

checklist planejamento agrícola Aegro

Dica 2 – Conheça suas necessidades

Como já diz o ditado, “nenhum vento sopra a favor de quem não sabem para onde ir”. 

Portanto, conhecer a sua fazenda, os custos, a rentabilidade e a produtividade são essenciais para definir o melhor caminho.

“Quanto eu posso negociar? Quanto eu já negociei? Esse preço cobre meus gastos? Qual meu histórico de produtividade?”

São todas perguntas que devemos saber a resposta antes de fechar negócio!

E nessa horas, precisão é tudo. Usar um software para produtor rural pode ser a diferença entre o acerto e o erro!

painel de controle Aegro
Softwares como o Aegro podem fazer a diferença na precisão da gestão da sua fazenda

Dica 3 – Diversificação

Lembre-se que, na hora da venda da soja, diversificar as vendas é uma excelente alternativa para garantir flexibilidade e maximizar a rentabilidade.

Dica 4 – De olho no mercado

O agronegócio é mundial e tudo o que acontece no setor pode impactar positiva ou negativamente os preços de venda da soja.

Portanto, estar atento às perspectivas do mercado dos países produtores e compradores é essencial.
Assim, você tem embasamento na hora de tomar as decisões.

Para garantir os melhores preços, é importante estar antenado no mercado internacional e nas condições climáticas.

Banner de chamada para portal de consultores agrícolas

Conclusão

Atualmente, temos diversas operações financeiras que podem ser realizadas para a venda da soja, sempre buscando os melhores preços para o produtor.

A escolha de como realizar a venda da soja cabe a cada produtor, com base em planejamento e gestão atrelado sempre às mudanças do mercado nacional e internacional.

Trabalhar com a diversificação da venda da soja, optando por mais de uma modalidade evita prejuízos e garante lucratividade.

Agora você conhece quatro formas para negociar a venda da sua soja, escolha aquela que melhor reflete e satisfaz suas preocupações.

Você fez a venda da soja antecipada nesta safra? O que considerou na negociação? Aproveite e compartilhe este artigo com outros produtores em suas redes sociais!

Entenda a biotecnologia na agricultura e confira as novidades que vêm por aí

Biotecnologia na agricultura: o que é, importância no setor, organismos geneticamente modificados e mais!

Plantas mais nutritivas, cultivares mais resistentes ao ataque de pragas… Se tudo isso já é uma realidade no campo, só é possível graças ao avanço da biotecnologia na agricultura.

Ela é uma realidade muito mais próxima do que pode parecer e não para de evoluir na busca de soluções mais sustentáveis para os problemas do campo e desafios alimentares que estão por vir.

Hoje, dezenas de produtos com biotecnologia estão em desenvolvimento e devem ser lançados em breve, como a soja tolerante à seca. Quer entender melhor tudo isso e conhecer as novidades? Confira a seguir!

O que é biotecnologia?

Conceitualmente, o termo biotecnologia consiste na união da biologia com a tecnologia. É um conjunto de técnicas que utiliza organismos no desenvolvimento de produtos ou processos.

Embora muitas vezes se pense que a biotecnologia é uma técnica recente, ela está presente em nosso dia a dia há muito tempo! A biotecnologia surgiu por volta de 1.800 a.C., com a utilização de microrganismos para os processos fermentativos para produção de vinhos, pães, queijos e cervejas.

Com o passar dos anos, essa técnica foi aprimorada e ganhou espaço em diversas áreas como a medicina, a farmácia e a agricultura.

Contudo, o fato mais marcante foi quando pesquisadores descobriram que podiam manipular o material genético dos organismos (DNA).

Mas você deve estar pensando: qual a ligação dessa teoria com a prática?

A biotecnologia veio para revolucionar diversos setores! Com ela, os pesquisadores podem manipular o DNA de uma planta ou de um microrganismo, por exemplo, retirando ou acrescentando alguma característica de importância. De modo geral, essa técnica abrange principalmente o uso do DNA. 

organograma dos principais produtos da biotecnologia

Principais produtos da biotecnologia
(Fonte: Embrapa)

Agora vamos entender a aplicabilidade e importância dessa técnica na agricultura?  

Importância da biotecnologia na agricultura

A biotecnologia na agricultura ganhou lugar de destaque por tornar a produção mais eficaz. Estudos nessa área permitem identificar e selecionar genes de interesse, obtendo características agronômicas desejáveis como tolerância a clima adverso, resistência a doenças e outras necessárias para reduzir perdas e alcançar altas produtividades.

Na prática, a biotecnologia juntamente com a engenharia genética já desenvolveu plantas tolerantes a herbicidas, como é o caso da soja RR e resistentes a insetos, como a tecnologia Bt.

A biotecnologia possibilita a criação de organismos geneticamente modificados (OGMs), ou seja, transferindo genes de uma espécie para outra. Vou explicar melhor:

Organismos geneticamente modificado (OGMs) – transgênicos

Os organismos geneticamente modificados ou transgênicos, como são popularmente conhecidos, são frutos da biotecnologia. Foram criados visando solucionar problemas do dia a dia no campo.

Trazem inúmeros benefícios como maior produtividade, maior qualidade dos produtos e, consequentemente, maior rentabilidade.

Além disso, proporcionam facilidade no manejo de plantas daninhas, pragas e doenças.

Isso se reflete em menos aplicações de herbicidas, inseticidas e fungicidas, auxiliando na preservação do meio ambiente.

O algodão, por exemplo, é uma das culturas que mais necessita de aplicação de produtos químicos. O número de pulverizações é de aproximadamente 20 aplicações por safra.

A utilização da tecnologia Bt facilitou o Manejo Integrado de Pragas (MIP) da lavoura de algodão, diminuindo o número de aplicações de inseticidas.

Estudos realizados na China indicam que essa tecnologia pode reduzir em até 67% a aplicação de inseticida.

Os cultivos transgênicos, quando bem manejados, podem ainda diminuir as perdas no campo.

Vale lembrar que, antes de chegar a você, todos os produtos transgênicos passaram por inúmeros testes, tanto de campo quanto de laboratório, para avaliar eficiência e segurança.

foto de uma espiga de milho vista com uma lupa e identificando sua fórmula - biotecnologia na agricultura

(Fonte: Tecnologia Cultura)

Biossegurança

Após os diversos testes, os produtos transgênicos devem ser aprovados legalmente. A Lei 11.105/05 é a que regulamenta as atividades com biotecnologia em geral, inclusive com plantas transgênicas.

Ela indica que um transgênico deve ser obrigatoriamente testado desde a sua descoberta até liberação como produto comercial.

Todos esses estudos levam em média 10 anos para serem concluídos e visam garantir que o produto é seguro tanto para a produção de alimentos quanto para o meio ambiente.

São inúmeras etapas, bastante criteriosas, ligadas à biossegurança. Depois de analisado e aprovado pela CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança), é que o produto vai para o mercado. 

organograma complexo com as etapas da biossegurança do CTNBio

(Fonte: CTNBio)

Os membros da CTNBio são pesquisadores especializados, de diversas partes do país. A Comissão avalia os organismos geneticamente modificados detalhadamente, observando as possíveis vantagens e desvantagens, além de impactos à saúde humana, animal, meio ambiente e à agricultura. 

Ao final das análises, um parecer sobre o organismo geneticamente modificado é expedido, indicando se o produto pode ou não ser liberado para comercialização.

Apesar dessas tecnologias auxiliarem muito no manejo, quando utilizadas sem planejamento, podem ser uma desvantagem no campo.

Um exemplo clássico, é a utilização da soja RR, que possibilita a utilização do herbicida glifosato no manejo de plantas daninhas da soja

Com a chegada dessa tecnologia no campo, o produtor começou a utilizar muito esse herbicida em seu manejo, sem utilizar uma rotação de mecanismos de ação. Isso acarretou na seleção de inúmeras plantas daninhas resistentes ao glifosato.

Por isso, o uso das tecnologias deve ser feito de maneira consciente para não selecionar organismos resistentes.

Próximos avanços da biotecnologia na agricultura

Existem muitos outros produtos geneticamente modificados em fase de desenvolvimento ou em fase final para comercialização.

Separei algumas informações sobre o que vem por aí:

Soja tolerante à seca

A CTNBio já aprovou essa tecnologia de soja tolerante à seca, mas o lançamento comercial da característica HB4® no Brasil depende de aprovações dos principais países importadores de grãos de soja.

Além da característica HB4® sozinha, um outro evento combinando HB4® com tolerância ao herbicida glifosato também foi aprovado. Esse processo, juntamente com o registro de variedades, está em andamento. 

Esse novo evento permitirá aos produtores de soja proteger os rendimentos sob condições de estresses climáticos, proporcionando maior estabilidade ao cultivo.

Algodão: WideStrike 3 

A CTNBio também já aprovou essa tecnologia e o lançamento comercial da empresa TMG aconteceu nesse mês de agosto de 2020.

É uma tecnologia que visa proteção contra os insetos. Contém três eventos:

proteínas Cry1Ac e Cry1F e uma proteína inseticida vegetativa (Vip3A) do Bacillus thuringiensis (Bt). 

WideStrike oferece proteção superior durante todo o ciclo da cultura do algodão, protegendo a plantação de uma grande variedade de pragas importantes.

Outras tecnologias

Outras tecnologias vêm sendo desenvolvidas pela Embrapa como: 

  • soja Cultivance resistente a herbicida AHAS;
  • método para a produção de plantas sem sementes;
  • produção de plantas transgênicas que produzem proteínas inseticidas;
  • produção de plantas transgênicas mais tolerantes ao déficit hídrico e estresse salino;
  • métodos para o biocontrole de insetos;
  • método de produzir planta de soja com composição diferenciada de ácidos graxos na semente.

Nesta página da Embrapa você consegue acompanhar essas e outras novidades que estão sendo estudadas e podem ser lançadas em breve!

Conclusão

A biotecnologia é peça-chave na agricultura moderna, sendo forte aliada para altas produtividades.

Mostramos neste artigo o que é a biotecnologia, sua importância na agricultura e como ela está inserida no dia a dia do campo.

Você pôde conferir também informações sobre a biossegurança e novas tecnologias que chegarão em breve ao campo.

>>Leia mais:

O que você precisa saber sobre o melhoramento genético do milho

Tudo o que você precisa saber sobre qualidade de sementes

“Entenda como a biotecnologia no algodão pode melhorar o controle de Spodoptera e Helicoverpa na sua lavoura

Você costuma acompanhar as novidades da biotecnologia na agricultura? Já utilizou algumas nas suas lavouras? Adoraria ver seu comentário abaixo! 

Novidade no mercado de defensivos: inseticida Plethora

Inseticida Plethora: saiba o que é importante observar quando há um produto novo no mercado. 

A dinâmica de controle de algumas pragas agrícolas é bastante intensa e, por isso, há maior foco e desenvolvimento de novas estratégias.

Recentemente, a multinacional Adama lançou o inseticida Plethora, que tem sido muito bem aceito pelos produtores.

A novidade tecnológica deste produto é que ele possui combinação de ingredientes ativos inéditos no mercado. Seu registro é para diversas culturas e diferentes pragas. 

Entenda a seguir um pouco mais sobre esse inseticida, considerando tanto os benefícios como os riscos ao utilizá-lo. 

Como funciona o inseticida Plethora

O Plethora foi registrado recentemente pela empresa Adama Brasil S.A. no Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) na categoria agronômica “inseticida”, com número 8920. 

Este defensivo possui em sua formulação os ingredientes ativos indoxacarbe e novaluron, que nunca antes foram combinados. 

Indoxacarbe

Indoxacarbe foi desenvolvido pela empresa DuPont e é do grupo químico da oxadiazina.  Tem como sítio de ação os canais de sódio dependentes de voltagem. O papel da molécula é bloquear o canal. 

Os canais ficam fechados, bloqueando o fluxo de sódio para o interior da célula e os impulsos nervosos. Em consequência, ocorre paralisia e morte. 

Isso quer dizer que indoxacarbe age no sistema nervoso dos insetos. Por isso, é de amplo espectro de ação, ou seja, pode agir também no sistema nervoso de outros organismos que não as pragas. 

ilustração de uma lagarta mostrando em azul o seu sistema nervoso

Sistema nervoso de uma lagarta (em azul)
(Fonte: Canal Jerson Guedes)

Novaluron 

novaluron foi desenvolvido pela própria Adama e é do grupo químico das benzoilureias. Age no crescimento e desenvolvimento das pragas. 

São inibidores da biossíntese de quitina e isso causa uma deposição endocuticular anormal e muda abortiva. O que quero dizer é que causa problemas fisiológicos nas fases jovens dos insetos e a consequência é a morte antes mesmo de se tornarem adultos.  

Não é um ingrediente ativo de amplo espectro, principalmente por agir na fase larval. E é considerado mais seguro por não atingir diretamente organismos não-alvo. 

imagem de cutícula mal formada de lagartas no processo de muda

Cutícula mal formada de lagartas no processo de muda 
(Fonte: Folhetim Basf)

Indoxacarbe + Novaluron 

O inseticida Plethora, contendo esses dois ingredientes ativos, age no sistema nervoso do inseto, inibindo a entrada de íons de sódio nas células nervosas, e também como inibidor da síntese de quitina. 

Tem 24% de indoxacarbe e 8% de novaluron em sua composição. Por essa razão, o produto em si é de amplo espectro. 

Age tanto por ingestão como por contato com atividade translaminar nas folhas. Isso significa que, após pulverizado, o produto permanece em uma subcamada das folhas, o parênquima foliar. 

Além disso, Plethora tem ação sistêmica, pois fica ativo nos vasos condutores de seiva, onde é enviado por toda a estrutura da planta. 

Com essa combinação, tem ação rápida e permite um efeito residual longo. 

É uma ferramenta para o manejo da resistência, já que muitos produtos que estão no mercado para as praga-alvo deste inseticida têm se mostrado ineficientes. 

Pode ser aplicado de maneira terrestre ou aérea. 

ilustração da embalagem do Inseticida Plethora

Inseticida Plethora
(Fonte: Adama)

O que o inseticida Plethora controla?

O que faz com que este produto tenha sido um bom arremate é o seu controle sobre o complexo de lagartas de várias culturas, como soja e algodão,  mas também de pragas do cafeeiro. 

Além disso, seu registro é amplo, abrangendo também controle para pragas das culturas de canola, feijão, gergelim, girassol, linhaça, milheto, milho e sorgo.

As espécies para controle são:

Culturas: algodão, linhaça e soja.

Culturas: algodão, feijão e soja. 

  • Lagarta-da-maçã (Chloridea virescens)

Cultura: algodão.

  • Lagarta-das-vagens (Spodoptera eridania)

Culturas: algodão e soja.

  • Traça-das-crucíferas (Plutella xylostella)

Cultura: canola. 

  • Lagarta-enroladeira (Antigastra catalaunali)

Cultura: gergelim. 

  • Lagarta-do-girassol (Chlosyne lacinia saundersii)

Cultura: girassol. 

Culturas: milheto, milho e sorgo. 

  • Lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis)

Cultura: soja. 

  • Bicho-mineiro (Leucoptera coffeella)

Cultura: café. 

Cultura: café. 

As doses recomendadas são semelhantes para todas as culturas e pragas: de 200 a 300 mL/ha. Apenas na cultura do café que há diferenças, sendo de 500 a 700 mL/ha para a broca-do-café e de 300 a 400 mL/ha para o bicho mineiro. 

Mesmo com doses semelhantes, é muito importante que você respeite o nível de controle de cada praga e as recomendações que estão na bula. 

Riscos do Inseticida Plethora

Mesmo sendo uma boa ferramenta, o inseticida Plethora apresenta alguns riscos.  

A classificação toxicológica é 5, sendo improvável de causar dano agudo. Porém, sua classificação com relação ao meio ambiente é 2, com indicação de muito perigoso ao meio ambiente. 

Isso quer dizer que deve-se usar o Plethora com prudência, respeitando as especificações do fabricante, dose a ser aplicada, além do número, época e intervalo entre aplicações. 

Uma forma de uso correto é aplicando os preceitos do Manejo Integrado de Pragas (MIP). Com o MIP, é possível fazer as aplicações somente quando o monitoramento mostrar necessário.

Você pode, inclusive, usar um software de gestão agrícola para monitorar focos de infestação na lavoura e controlar a quantidade de inseticida que deve ser aplicada em cada talhão. Assim, você tem um manejo mais efetivo de pragas e evita pulverizações excessivas.

Um erro seria utilizá-lo em pulverizações calendarizadas e sem monitoramento prévio das pragas. Além de causar possíveis contaminações, isso pode reduzir a eficácia do produto e prejudicar a tecnologia em um curto período de tempo. 

planilha manejo integrado de pragas MIP Aegro, baixe agora

Se for utilizado de maneira correta, poderá contribuir para um bom manejo na sua cultura. 

Consulte um profissional agrônomo para que você tenha maior auxílio ao utilizar este produto. 

Conclusão 

Um novo produto fitossanitário teve registro recente e tem sido muito bem aceito por produtores em todo o Brasil. 

O Plethora é um inseticida de amplo espectro e longo período residual. Tem combinação inédita de dois ingredientes ativos, o indoxacarbe e o novaluron. São de grupos químicos diferentes, agindo tanto no sistema nervoso como no crescimento e desenvolvimento dos insetos. 

Até o momento, seu registro é para uso em 11 culturas e 11 pragas, sendo, em sua maioria, do complexo de lagartas. 

Existem alguns riscos ao utilizar o produto, mas que podem ser manejados de acordo com o MIP. 

Utilizado da maneira correta, esse inseticida poderá contribuir para um bom manejo na sua cultura!

Como você monitora as pragas da sua lavoura hoje? Restou alguma dúvida sobre o inseticida Plethora? Adoraria ler seu comentário!

Como funciona o novo Intacta 2 Xtend para a cultura da soja

Intacta 2 Xtend: conheça essa tecnologia, saiba o que ela traz de novidades e quando estará disponível no Brasil.

Alcançar altas produtividades na lavoura é sempre uma meta!

E um dos passos para isso é manejar bem as pragas e plantas daninhas na plantação. Sem um controle eficiente, toda a produção pode ser posta a perder.

Ao longo dos anos, algumas tecnologias surgiram para auxiliar nesse manejo. No caso da cultura da soja, há uma novidade no mercado: a plataforma Intacta 2 Xtend, que traz proteção contra mais lagartas e tolerância ao dicamba.

Ficou curioso sobre essa nova tecnologia? Confira mais informações sobre a Intacta 2 Xtend a seguir!

Afinal, o que é essa tecnologia para soja Intacta 2 Xtend?

A Intacta 2 Xtend é uma nova biotecnologia desenvolvida pela Bayer para a cultura da soja. O produto tem como escopo a proteção de lagartas dos gêneros Helicoverpa e Spodoptera, além de ser tolerante aos herbicidas dicamba e glifosato.

Com o uso dessas moléculas de herbicidas, pode ser facilitado o manejo de plantas daninhas como buva, caruru, corda-de-viola e picão-preto, que são importantes para a cultura da soja. Além, é claro, do aumento de produtividade das lavouras.

Fernando Adegas - Buva é uma das plantas daninhas que apresenta resistência a herbicidas

(Fonte: Fernando Adegas em Embrapa)

A Intacta 2 Xtend é a terceira geração em soja, o que promete uma alta eficiência no controle das pragas e daninhas, como já explicamos.

A primeira geração, a RR (Roundup Ready), foi lançada em 1998 e trouxe como tecnologia a tolerância ao herbicida glifosato

Já a segunda geração, a Intacta RR2 Pro, em 2013, teve como nova tecnologia a proteção contra algumas lagartas. 

Mas, quando a tecnologia Intacta 2 Xtend chega ao país?

Lançamento da plataforma no Brasil

O lançamento comercial da plataforma Intacta 2 Xtend no mercado brasileiro está previsto para a safra 2021/22.

Essa plataforma deve proporcionar ao produtor uma série de ferramentas de forma integrada, tendo um manejo inteligente com uma variedade de germoplasmas, variedades específicas para refúgio e novas formulações químicas para manejo de plantas daninhas. Ou seja, combina a utilização de sementes com alta tecnologia, produtos químicos eficientes e equipamentos adequados.

intacta 2 xtend

(Fonte: Plataforma Intacta 2 Xtend)

Essa tecnologia já foi aprovada no Brasil pela CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) em março de 2018. Desde então, vários testes vêm sendo realizados por produtores de diversas regiões do país. 

Recentemente, o ministério da agricultura da China liberou o certificado de importação dessa tecnologia para uso de alimentos e ração, em que realizou o processo de revisão e aprovação da tecnologia. Ou seja, o Brasil vai poder produzir e vender soja com essa tecnologia para a China após seu lançamento. 

Essa aprovação é importante, pois um dos maiores consumidores de soja do mundo é o mercado chinês. Sem a aprovação desse país, a soja plantada com essa nova tecnologia teria sua comercialização prejudicada. Agora a tecnologia aguarda a aprovação da União Europeia.

E quais são as novas tecnologias da Intacta 2 Xtend?

Novidades trazidas pela Intacta 2 Xtend

Proteção contra lagartas:

Essa biotecnologia expandiu sua proteção para soja em relação às lagartas Helicoverpa armigera e Spodoptera cosmioides. Isso se soma às outras quatro que já estavam no escopo da tecnologia Intacta RR2 PRO. A Intacta 2 Xtend protegerá contra: 

  • Helicoverpa armigera;
  • lagarta da vagem (Spodoptera cosmioides);
  • falsa-medideira (Chrysodeixis includens);
  • lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis);
  • lagarta-da-maçã (Chloridea virescens);
  • broca-das-axilas (Crocidosema aporema).

A Helicoverpa armigera é uma lagarta que pode atacar muitas culturas e foi identificada pela primeira vez no país em 2013.

Sebastião José de Araújo/Embrapa - Helicoverpa armigera

(Fonte: Sebastião José de Araújo em Embrapa)

A Spodoptera cosmioides, que também é conhecida como lagarta da vagem, pode atacar a soja no estabelecimento da cultura e também na fase reprodutiva, danificando as vagens. Essa lagarta também é considerada polífaga, se alimentando de várias culturas e de plantas daninhas.

Spodoptera cosmioides

(Fonte: Irac)

Tolerância a alguns herbicidas

Além da resistência a lagartas e ao glifosato, a Intacta 2 Xtend tem tolerância a mais uma molécula de herbicida: o dicamba.

Dicamba é um herbicida pós-emergente com alvo de controle para daninhas de folhas largas que pertence ao mecanismo de ação das auxinas sintéticas.  

Este herbicida tem baixa absorção pelas folhas de gramíneas e a translocação é limitada pelo floema. Assim, é seletivo a essas plantas. Mas seu uso era complicado em culturas como a soja.

Por isso, é muito importante essa nova tecnologia que foi preparada para soja.

As plantas daninhas comprometem a produtividade da soja porque competem por espaço, água, nutrientes e luz. Além disso, ainda podem dificultar a colheita e servir de hospedeiras para algumas pragas e doenças da cultura.

Há relatos que as plantas daninhas podem causar perdas de até 70% quando não controladas adequadamente. A buva, por exemplo, pode reduzir a produtividade em até 12%.

Infestação de buva em plantação de soja na região do oeste do Paraná

Infestação de buva em plantação de soja na região do oeste do Paraná
(Fonte: Andherson Matuczak em UFRRJ)

Quer saber como identificar e controlar melhor as principais plantas invasoras da soja? Baixe gratuitamente aqui o Guia para manejo de plantas daninhas!

Conclusão

Plantas daninhas e lagartas podem impactar muito a produtividade da soja. Por isso, novas tecnologias são desenvolvidas para realizar o manejo mais eficiente.

Neste artigo comentamos as novidades que chegarão com a Intacta 2 Xtend e a previsão de seu lançamento no Brasil.

Conhecer as tecnologias disponíveis é muito importante para pensar o melhor manejo de pragas e plantas daninhas visando aumento da produtividade e rentabilidade da lavoura de soja.

>> Leia mais:

“Como a tecnologia Enlist na soja pode tornar sua lavoura mais produtiva”

Lagartas na soja: como identificar e controlar

Calcule sua produtividade de soja antes da colheita

Você já conhecia a tecnologia Intacta 2 Xtend? Ficou com alguma dúvida? Adoraria ver seu comentário abaixo.

Como funciona o novo herbicida Luximo para controle de daninhas resistentes

Herbicida Luximo: conheça o novo mecanismo de ação do mercado e seu desempenho no controle de invasoras.

Um dos maiores problemas da agricultura brasileira vem sendo o manejo de plantas daninhas resistentes a herbicidas.

Todos os anos surgem novos casos de invasoras resistentes a diferentes modos de ação, o que dificulta o controle e agrava a situação.

Um novo produto, que atua em sítio de ação diferente, acaba de ser lançado no mercado internacional: o herbicida Luximo. Neste artigo, vou explicar a importância desse lançamento e como pode ser seu posicionamento no mercado brasileiro. Confira!

Desenvolvimento de novos herbicidas

O desenvolvimento de novas moléculas herbicidas sempre gerou grande custo no orçamento das empresas de agroquímicos. Além disso, alguns acontecimentos históricos reduziram drasticamente o lançamento de herbicidas no mundo. 

O principal fator para redução desse investimento por parte das companhias foi a chegada de cultivares transgênicos com resistência a glifosato

Como o glifosato é um herbicida não seletivo, com alta eficiência de controle mesmo em plantas mais desenvolvidas, as empresas voltaram seu recursos para desenvolvimento de culturas transgênicas e para outros setores do mercado. 

Outro ponto foram as exigências ambientais e sanitárias maiores nas últimas décadas, o que também impacta nos custos de produção das empresas, pois órgãos regulatórios só liberam produtos com baixa toxicidade ao ambiente e ao ser humano. 

Além disso, nos últimos anos houve compras e fusões de grandes empresas do setor. Consequentemente, isso diminuiu a oportunidade de metodologias de pesquisas inovadoras. 

Porém, com aumento da resistência de diversas ervas daninhas ao glifosato, muitas empresas retomaram os investimentos em novas moléculas.

As companhias também têm reavaliado moléculas descobertas no passado. São substâncias que não foram lançadas na época por não serem competitivas, mas que hoje se tornaram excelentes ferramentas para manejar a resistência de daninhas. 

Um exemplo prático é o cinmethylin, justamente o princípio-ativo do herbicida Luximo. Descoberto em 1981, só agora ganhou mercado devido ao aumento de casos de gramíneas resistentes como o azevém.

Número de novos casos de espécies de plantas daninhas resistentes a herbicidas por mecanismo de ação no mundo

Número de novos casos de espécies de plantas daninhas resistentes a herbicidas por mecanismo de ação no mundo
(Fonte: Heap)

Mecanismo de ação do herbicida Luximo

O herbicida Luximo, como adiantei acima, tem a cinmethylin como ingrediente ativo. Essa molécula atua inibindo a síntese ácidos graxos Tioesterase (FAT), danificando a membrana celular e a formação de novos tecidos vegetais. 

É, portanto, um herbicida recomendado para aplicação em pré-emergência das plantas daninhas.

Ao entrar em contato com sementes de daninhas no início da germinação, ele impede a formação de membranas celulares e, consequentemente, a emergência. Assim, controla várias plantas daninhas de folha estreita e algumas de folha larga!

Mesmo possuindo ação semelhante a alguns herbicidas como trifluralina e pyroxasulfone, o Luximo tem mecanismo de ação novo. E não existem casos de resistência registrados no mundo. 

O produto foi submetido a diversos estudos na Austrália, país que tem grande problema com resistência de azevém (Lolium rigidum). Sua eficiência foi testada em 130 populações suspeitas de resistência a outros herbicidas e foi eficaz em todas as populações. 

Além disso, populações com resistência simples e múltipla aos herbicidas trifluralina, pyroxasulfone e prosulfocarb já registradas na Austrália também foram tratadas com Luximo, apresentando ótimo controle. 

Desta forma, os pesquisadores australianos consideraram o novo herbicida uma importante ferramenta no combate a plantas daninhas resistentes. 

Recomendação de manejo do herbicida Luximo na Austrália

Na Austrália, esse herbicida é recomendado principalmente para controle de folhas estreitas na cultura do trigo, fornecendo controle residual de até 12 semanas

O trigo possui seletividade bioquímica ao herbicida, ou seja, tem capacidade de metabolizar parte do herbicida por meio de um complexo enzimático chamado fitocromo p450.  

Contudo, mesmo tendo essa capacidade de metabolização, os cultivos de trigo não podem ter contato com grandes quantidades do herbicida, pois poderão ter seu desenvolvimento inicial prejudicado.

Por isso, recomenda-se que a cultura seja plantada mais fundo (no mínimo 3 cm) que o convencional. 

Para melhorar a ação do produto e diminuir sua degradação, recomenda-se que seja aplicado 3 dias antes da semeadura, incorporado no processo. 

Porém, alguns ajustes devem ser realizados para que o solo tratado não seja acumulado próximo à semente. 

Provavelmente este produto será recomendado da mesma forma no Brasil ou no sistema de plante-aplique. 

Também é importante ressaltar que, assim como para outros herbicidas aplicados em pré-emergência, alguns cuidados devem tomados: 

  • Aplicação em solo úmido e livre de torrões;
  • Aplicação em solo com com menos de 50% de cobertura por palhada ou cobertura vegetal (incluindo plantas daninhas);
  • Previsão de chuvas leves nos próximos 10 dias após aplicação.

Este produto deve ser lançado no Brasil nos próximos anos e será uma importante ferramenta para o controle de plantas daninhas resistentes!

Conclusão

Vimos neste texto o atual cenário do desenvolvimento de novos herbicidas no mundo e os fatores que diminuíram o lançamento de moléculas no últimos anos. 

Também citamos a importância da inserção de diferentes mecanismos de ação no manejo de resistência de plantas daninhas, como o Luximo. 

Você conferiu o histórico de uso do produto na Austrália, primeiro país a liberá-lo comercialmente. Assim, pode entender seu papel no controle de plantas daninhas resistentes e seu possível posicionamento de mercado no Brasil. 

>> Leia mais:

Como fazer o manejo eficiente do capim-amargoso

Você tem dúvidas sobre outros herbicidas para plantas daninhas? Já conhecia o herbicida Luximo? Adoraria ver seu comentário abaixo!