Gestão rural com planilhas: Cuidados que você deve ter

Gestão rural: A gestão rural é um processo complexo e o uso de planilhas pode auxiliar na melhor administração do seu negócio

Em qualquer empresa, a gestão é representada pelo processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso de recursos com a finalidade de alcançar os objetivos.

Assim, a gestão rural tem como função realizar o estudo dos processos de decisões administrativas ligadas ao agronegócio, aliando os resultados financeiros à produtividade da lavoura.

O uso de uma planilha pode auxiliar na gestão do seu negócio, sendo uma ótima estratégia para a melhorar o desempenho do seu negócio.

Através de dados e cálculos, elas podem auxiliar em estratégias que irão garantir mais sucesso dentro do sistema de produção, principalmente, em um cenário de custos de produção elevados.

Portanto, neste artigo vamos explicar como realizar a gestão rural com o auxílio de planilhas. Boa leitura!

O que é gestão rural?

A gestão rural é o processo de tomada de decisões com a finalidade de administrar um negócio no campo. Essas medidas envolvem tanto os processos de produção quanto estratégias de negócios, visando seu desenvolvimento.

Realizar uma boa administração rural é fundamental para que a empresa obtenha sucesso e se desenvolva no mercado do agronegócio. Para isso, o gestor poderá enfrentar desafios como o controle da produção, gestão de trabalhadores, otimização dos processos, impactos ambientais, entre outros.

A função exige não somente que o gestor tenha conhecimento, mas que também conte com uma equipe qualificada e com ferramentas eficientes.

Como fazer registros eletrônicos nas propriedades?

Nas propriedades rurais, principalmente nas pequenas, é muito comum fazer o registro das contas de forma manual. O que esses gestores talvez não saibam é que o registro eletrônico pode ser mais simples do que imaginam.

O registro eletrônico pode ajudar muito no planejamento de metas e objetivos, dando conta de um volume maior de dados. Também pode ser feito sem custos e a agilidade e precisão na análise são maiores.

Com a informatização na agropecuária, problemas nos processos podem ser identificados com maior rapidez e precisão.

Importância do controle financeiro

Realizar o controle financeiro permite que o produtor tenha maior clareza na observação das entradas e saídas no caixa da empresa rural.

O controle diário, facilita a análise e o planejamento da empresa rural. É importante separar os controles diários dos controles mensais. Essas informações precisam ser registradas de forma sistemática e contínua.

Somente após períodos maiores será possível avaliar tendências e pensar em mudanças.

Os controles diários auxiliam nas decisões rápidas, na obtenção mais imediata de informações e demonstração mais rápida e clara dos dados.

Os controles mensais são fundamentais para o acompanhamento e controle dos recursos, apresentando uma visão de conjunto e de relevância.

Quais são as ferramentas de gestão rural?

As ferramentas de gestão rural sempre existiram, mesmo antes do computador. Um exemplo disso é o livro caixa de papel. Porém, com os avanços da tecnologia, surgiram novos métodos para simplificar tarefas e processos na gestão rural.

Essas ferramentas tecnológicas tendem a aumentar a eficiência das propriedades rurais e otimizar seus resultados. 

Arquivos em papel

Apesar de ainda serem utilizados em muitos negócios, os arquivos de papel apresentam diversas desvantagens em relação às demais ferramentas de gestão rural.

Este material exige espaço para arquivamento e, muitas vezes, gera uma verdadeira bagunça no escritório. Além disso, ao anotar informações importantes em arquivos de papel, o produtor assume riscos.

Um simples descuido pode causar erros no caixa ou até mesmo na declaração do imposto de renda, por exemplo.

Com os arquivos de papel também fica mais difícil contar com a contribuição dos colaboradores da fazenda. Será muito difícil manter isso sem comprometer algo no futuro.

Planilhas

As planilhas de Excel são úteis em muitos casos, pois permitem a visualização das informações em gráficos e podem ser compartilhadas com os demais membros da equipe.

Contudo, para fazer a gestão da fazenda, é necessário criar diversas planilhas diferentes, para financeiro, contábil, estoque e planejamento da safra, por exemplo.

Dessa forma, o gestor da fazenda precisa preencher as mesmas informações mais de uma vez em diferentes lugares, o que acaba tornando o processo mais demorado e desgastante.

Além disso, sempre existe o risco de perder os arquivos e todo o histórico da propriedade, caso o produtor não faça backups da maneira adequada.

Softwares da gestão rural

Ao contar com um software de gestão criado especificamente para propriedades rurais, o produtor tem em mãos uma ferramenta eficiente, que gera dados valiosos para a tomada de decisão na fazenda.

O software de gestão rural da Aegro conta com sete módulos integrados que apoiam a administração de todos os setores da fazenda, eliminando a necessidade de lançar a mesma informação mais de uma vez.

O programa ainda torna as informações mais fáceis de entender, pois os dados são apresentados em gráficos bem organizados e funcionais.

Com o software Aegro é possível fazer o planejamento da safra, o controle de custo de produção, o controle de estoque rural, o caderno de campo, o controle de máquinas e patrimônio, produção e venda e indicadores agrícolas.

Quais os tipos de planilhas que podem ser usadas?

Existem diversas planilhas que podem ser usadas na gestão rural, auxiliando na gestão eficiente dos recursos e do negócio. As principais planilhas que são utilizadas na gestão rural são:

  • Fluxo de caixa;
  • Controle de estoque;
  • Custos de safra;
  • Depreciação de máquinas agrícolas;
  • Controle de custos com insumos.

Conclusão

Realizar uma boa gestão da fazenda é fundamental para seu negócio rural ter mais sucesso e melhorar a rentabilidade.

Neste artigo mostramos como fazer a gestão do seu negócio rural, as vantagens de utilizar a planilha e quais são as principais planilhas para usar na sua propriedade. Com esses recursos você tem melhor controle de custos, estoque, fluxo de caixa e custos de safra.

Cotação agrícola: como está o mercado agro hoje

Cotação agrícola: Veja o que são as cotações agrícolas e como são feitas as cotações das commodities

A cotação agrícola define os preços dos alimentos no Brasil. Dessa forma, é importante entender como as cotações funcionam e como isso influencia nos demais setores e produtos da economia.

Como os índices de cotação agrícola influenciam em toda a economia, não apenas os empresários da área devem estar atentos, mas sim, toda a sociedade. Uma vez que o valor da cotação agrícola tem impacto direto no custo de vida das famílias.

Nesse sentido, neste texto vamos explicar melhor sobre esse tema e entender a importância que tem para a população e para o país. Boa leitura!

O que é a cotação agrícola

Cotação agrícola é um tipo específico de cotação. Ou seja, é a definição pelo mercado dos preços dos produtos agrícolas, como soja, café, milho e diversas commodities agrícolas.

No Brasil, ela ocorre tanto para o agronegócio quanto para a pecuária, seja para o mercado interno e/ou externo.

Como é feita a cotação agrícola

Existem diversas regras a serem seguidas para estabelecer a precificação dos insumos agrícolas. Um dos órgãos responsáveis pelos índices das cotações agrícolas é o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). 

O Cepea é um grupo de pesquisa ligado ao Departamento de Economia, Administração e Sociologia da Escola Superior de Agricultur “Luiz de Queiroz” (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP). Os produtos cotados pela instituição estão listados abaixo:

  • Açúcar;
  • Algodão;
  • Arroz;
  • Bezerro;
  • Boi;
  • Café;
  • Laranja;
  • Etanol;
  • Florestal (56 produtos florestais);
  • Frango;
  • Hortifruti;
  • Leite;
  • Mandioca;
  • Milho;
  • Ovinos;
  • Ovos;
  • Soja;
  • Suíno;
  • Tilápia;
  • Trigo.

Os dados divulgados pelo Cepea são indispensáveis para conhecer a dinâmica do mercado agropecuário brasileiro. 

O que são as commodities agrícolas 

Commodities significa “mercadorias” em inglês, e o termo é designado para se referir a mercadorias brutas ou primárias. Podemos citar como commodity agrícola como soja, café, milho, trigo, entre outras. 

Para que um produto seja considerado uma commodity agrícola, ele tem que ter algumas características:

  • Ser comercializado nas bolsas de valores e de mercadorias em todo o mundo, por meio da compra e venda de ações;
  • Ser um produto homogêneo, que possui alto valor no mercado internacional;
  • Ter seu preço definido pelo mercado internacional;
  • Podem ser estocados sem perder a qualidade;
  • São produtos de origem primária.

Esses itens são negociados no mercado nacional e internacional e são utilizados como moeda de troca na Bolsa de Valores. As cotações são calculadas por tonelada, quilo ou saca e são influenciadas por alguns fatores como o clima, o tempo de colheita de safras, a previsão de produção, os estoques e movimentações especulativas.

Como funciona o mercado de commodities agrícolas

O mercado das commodities agrícolas pode ser nacional ou interncional, podendo ser caracterizado como uma fonte de investimentos. Os contratos são comercializados de acordo com a compra e a venda futuros.

Como já mencionado anteriormente, fatores externos têm forte influência nos valores. Um desses fatores são as variações na oferta e demanda dos principais produtores, exportadores e importadores mundiais, que afetam o comportamento dos preços no mercado nacional.

Tradicionalmente, em períodos de estoques mundiais mais restritos, os preços tendem a ficar mais elevados. Já quando há uma oferta muito superior ao consumo, ocorre queda das cotações.

Como funciona a cotação agrícola da soja

Uma das principais commodities agrícolas é a soja, que é negociada na Bolsa de Valores por meio de contratos de mercado futuro. A cotação agrícola da soja tem como base a Bolsa de Chicago, onde são negociados os contratos futuros de diversas commodities. 

Entretanto, além desse fator, vários outros aspectos entram em jogo ao calcular o preço final em cada país e região produtora. Alguns critérios são avaliados, como:

  • Cotação do dólar: a Bolsa de Chicago leva em consideração essa moeda. Dessa forma, será preciso converter para real.
  • Prêmio de exportação: o valor de referência estabelecido pela cotação da Bolsa de Chicago é responsável por definir a correlação entre os preços atuais do mercado interno e externo. Esse patamar pode variar positiva ou negativamente conforme valor da oferta, logística, demanda de soja e taxa cambial.
  • Despesas de exportação: referem-se às taxas, comissões e gastos portuários.
  • Transporte: custos de frete do local de produção até o porto para exportação.
  • Demais custos: custos variáveis que precisam ser acertados entre comprador e vendedor, como os custos de armazenagem.

O preço da soja é calculado da seguinte forma:

cotação na Bolsa de Chicago (US$/bushel)+Prêmio de Exportação para o destino

– gastos de exportação= Valor da soja no Porto (R$/tonelada)-Gastos Extras (armazenagem, etc)

= Valor da soja regional (R$/saca 60kg)

As cotações podem ser acompanhadas no site da B3.

Calcule seus custos e compare com outras fazendas

Conclusão

Os produtos agrícolas são importantes para o mundo todo, sendo o Brasil um grande produtor desses produtos. Mas existem variações nos preços agropecuários, chamada de cotação agrícola.

As commodities também sofrem essa variação, sendo que a formação do preço destes produtos ocorre de fora para dentro. No texto mostramos como essa formação de preço é feita para a soja.

Assim, é importante para o produtor entender como funciona o mercado de commodities, com alguns fatores que exigem alguns cuidados especiais, tais como variações regionais e a cotação do dólar, que apresenta grande significância no preço.

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Como a agricultura 5.0 vai impulsionar seu trabalho na lavoura

Agricultura 5.0: conheça todas as novidades, o que já é aplicável na sua lavoura e o que esperar das tecnologias

A agricultura está em constante evolução. A vantagem disso é que, cada vez mais, seu trabalho no campo será facilitado.

Atualmente, a agricultura 5.0 vem trazendo uma forte revolução de métodos, processos e demandas.

Uma das principais aliadas de produtores rurais e fornecedores de insumos tem sido a inovação tecnológica para alcançar esse objetivo.

Quer saber mais sobre a agricultura 5.0 e como ela vai impactar a sua fazenda? Acompanhe a leitura!

O que é a agricultura 5.0

A Agricultura 5.0 busca alcançar alta precisão e desempenho na produção agrícola por meio do uso de big data e inteligência artificial. Para viabilizar essa abordagem, a Agricultura 5.0 incorpora uma ampla variedade de serviços e ferramentas digitais, tais como:

  • Análise de solo georreferenciada;
  • Mapeamento via satélite;
  • Utilização de drones;
  • Agricultura de precisão;
  • Maquinário autônomo.

A Agricultura 5.0  não está relacionada apenas ao uso das ferramentas digitais mais modernas. Ela também tem grande papel no auxílio à tomada de decisão.

As decisões são tomadas pelos próprios sistemas autônomos e máquinas inteligentes.

A viabilidade de todas essas operações está intrinsecamente ligada às análises estatísticas e probabilísticas. Por essa razão, a importância da coleta, armazenamento e processamento de dados é destacada.

Quais os objetivos da Agricultura 5.0?

O objetivo principal da Agricultura 5.0 é atingir máxima eficiência no processo de produção agrícola, mesmo em um ambiente de baixa capacidade de controle. 

Esse objetivo pode ser alcançado por meio de sistemas integrados de captação e análise de dados para tomadas de decisão por inteligência artificial.

Para isso, são necessários alguns pilares de evolução dentro do conceito de Agricultura 5.0.

Os 4 pilares e benefícios da agricultura 5.0

A Agricultura 5.0 é composta de 4 pilares.

1. Aumento de produtividade

Esse é um dos principais objetivos desde o começo da agricultura. As soluções que já existem permitem alimentar cada vez mais pessoas.

Além disso, já existem tecnologias na agricultura que ajudam você a ter domínio sobre todos os detalhes da sua plantação. 

Estando por dentro de todos os detalhes do seu trabalho, você pode tomar decisões eficazes para aumentar a produtividade.

2. Segurança alimentar

A agricultura 5.0 já pensa no futuro, e considera aspectos sociais e políticos para garantir a segurança alimentar da população.

Infelizmente, é a realidade de muitas pessoas não saber se terá comida na mesa no dia seguinte. O objetivo é reduzir ao máximo possível essa triste situação.

3. Redução de desperdício

Aproximadamente 30% de tudo que é produzido é desperdiçado. 

Um dos focos da agricultura 5.0 é atuar na melhoria das práticas de conservação, armazenamento e transporte. Assim, o desperdício tende a ser cada vez menor.

Essa redução só é possível por meio da inteligência artificial e de robôs, além de técnicas e métodos de cultivo e colheita avançados.

4. Alimentação saudável e menor impacto ambiental

O estímulo à alimentação saudável também é um foco da Agricultura 5.0.

Ela irá garantir alimentos nutritivos para a população. Ela também irá controlar e reduzir os impactos ambientais que podem ser causados pela atividade.

Tecnologias disponíveis da agricultura 5.0

Graças ao GPS, hoje há muitas tecnologias disponíveis na agricultura 5.0. 

Veja alguns serviços e produtos que já são realidades:

  • Sensores de linha: acoplados às semeadoras, eles conseguem gerar mapas de plantio em tempo real e ainda informar a porcentagem de uniformidade, linhas duplas e falhas.
  • Sistemas distribuidores de sementes: as mudanças nos sistemas distribuidores permitiram uma melhora considerável na uniformidade de distribuição de sementes, além da possibilidade de trabalhar com mais de um híbrido ao mesmo tempo.
  • Sistemas de linhas independentes: esse sistema auxilia na correção do remonte nas cabeceiras e arremates da lavoura. Há expectativas de se aplicar essa mesma tecnologia para a distribuição de adubo, reduzindo gastos excessivos com sementes e insumos.
  • Regulador de pressão das linhas: já amplamente utilizado no exterior, a ideia é substituir as molas de pressão das semeadoras por um sistema pneumático. Esse sistema garantirá a regulagem automática da pressão das linhas exercida sob o solo, variando de acordo com as condições do solo e cultura.

Novidades da agricultura 5.0

muitas outras novidades que já estão chegando e logo serão tendências na agricultura.

Como a agricultura 5.0 será baseada em análises de dados e processamento, os sensores terão local de destaque, pois são os responsáveis pela coleta desses dados.

Dessa forma, podemos esperar sensores em todas as etapas do cultivo, desde a análise e preparo do solo até a colheita!

Atrelado a isso, o uso de drones e o sensoriamento remoto auxiliarão na confecção dos mapas alimentados e processados por softwares de informação em tempo real.

Informação em tempo real é sinônimo de facilidade de monitoramento, gestão integral e economia.

Principais desafios 

A Agricultura 5.0 representará uma grande revolução para o agronegócio. Como qualquer grande mudança, ela enfrenta obstáculos.

Por exemplo, não há incentivos à pesquisa e desenvolvimento de tecnologias com baixos custos para facilitar a vida de quem produz. Mas existem outros:

  • falta de incentivo fiscal;
  • falta de crédito agrícola;
  • pouco treinamento de equipes técnicas especializadas;
  • ausência de internet de qualidade no campo;
  • falta do uso de inteligência artificial.

O agronegócio vive um momento de transformação único e sem precedentes.

Poderemos alcançar uma agricultura sustentável e moderna com base na gestão e processamento de dados.

Quando surgiu a Agricultura 5.0?

O conceito de Agricultura 5.0 surgiu por volta de 2010, motivado pela proposição de uma nova organização da atividade agrícola visando sustentabilidade, qualidade de vida, eficiência e adaptação à tecnologia, em benefício da sociedade em geral.

Inicialmente surgiu no Japão juntamente com o conceito de Sociedade 5.0, que propõe a adaptação da sociedade como um todo à nova geração de tecnologias desenvolvidas ou em desenvolvimento.

A Agricultura 5.0 vem como um avanço das revoluções anteriores da agricultura, desde o início dessa atividade pelos humanos.

Quais outras revoluções a agricultura sofreu?

No início, a relação com a agricultura e a criação de animais permitiu com que as populações humanas obtivessem alimentos numa escala até então nunca vista.

Como consequência, as populações deixaram de ser nômades e se fixaram nos territórios, criando sociedades.

Essa fase pode ser chamada Agricultura 1.0. Aqui, a agricultura dependia do esforço árduo, e todos, de alguma forma, estavam envolvidos na produção de alimentos.

Foto de quadro antigo, com três senhoras em uma lavoura, recolhendo espigas do chão. A imagem é amarelada e envelhecida.
Retrato da Agricultura 1.0 – ‘Era do músculo’
(Fonte: Culte – História da Agricultura)

Depois da Revolução Industrial, começou a “Era das máquinas” ou a Agricultura 2.0. As máquinas atuaram pelas pessoas em algumas atividades.

A principal mudança dessa época foi o motor a combustão, o coração das máquinas e tratores agrícolas.

Foto em preto e branco de uma carroça com um homem sentado sobre a roda, em uma lavoura
Com o surgimento dos motores e tratores, o preparo do solo para a agricultura tornou-se muito mais fácil.
(Fonte: Conectar Agro)

Por volta da década de 70, houve a revolução verde. Graças a ela, começou a Agricultura 3.0, ou a “Era da Química”.

Buscando aumentar a produção e a redução de custos de produção, novos manejos e tecnologias surgiram no campo. 

Essas mudanças aparecem especialmente no campo dos agroquímicos.

Foto de lavoura com máquina moderna no fundo, realizando a pulverização
Avanço no campo dos agroquímicos e mudanças na agricultura 3.0
(Fonte: Brasil Escola)

Na década de 90, surgiu a Agricultura 4.0, ou da “Era da Biotecnologia e genética”.

Nessa época, surgiram culturas geneticamente modificadas, tolerantes à agroquímicos, mais produtivas e adaptadas.

Surgiram também as tecnologias digitais, desde a agricultura de precisão ao sensoriamento remoto com drones e imagens.

A Agricultura 4.0 trouxe um foco bastante acentuado nos maquinários mais eficientes e na automação agrícola como um todo.

Quais as principais diferenças da Agricultura 5.0 para a Agricultura 4.0?

A agricultura 5.0 promete dar continuidade a todas essas mudanças na agricultura, trazendo avanços cada dia mais tecnológicos.

A principal diferença da Agricultura 5.0 em relação à Agricultura 4.0 é o fato de que todos os avanços atingidos até o momento estarão unidos pela conectividade.

Os avanços da internet e sua expansão e cobertura cada vez mais global permitirão uma gestão e execução de atividades remotamente e coordenadas por bancos de dados previamente adquiridos.

Outra alteração importante é que o foco no maquinário será diminuído por serem tecnologias mais consolidadas, sendo que esse foco passará ao indivíduo e a gestão das tomadas de decisão em tempo real, baseadas em um pacote tecnológico. 

Foto de pilhas de papeis, com chamada para baixar o guia de software

Como a agricultura 5.0 pode contribuir com o meio ambiente?

O aumento da eficiência da produção agrícola, por si só, é um ponto importante para o meio ambiente. Hoje em dia há grande desperdício de recursos, sejam eles hídricos, de produtos, de combustível, de material genético e da produção agrícola.

Ao aumentar o controle e a eficiência nas tomadas de decisão, a Agricultura 5.0 irá potencializar a produtividade agrícola com o mínimo necessário de recursos, diminuindo o impacto ambiental da atividade.

Assim, recursos não-renováveis terão maior duração e renováveis serão mais facilmente recuperados. Isso inclui recursos como água, solo, nutrientes, energia, entre outros.

Ou seja, a Agricultura 5.0 vem ao encontro da necessidade de produzir mais alimentos

Conclusão

Agricultura 5.0 emerge como uma revolução significativa no campo, impulsionada pela integração de big data e inteligência artificial. Esta abordagem inovadora visa atingir máxima eficiência na produção agrícola, mesmo em ambientes de baixa capacidade de controle. 

Essa evolução não se restringe apenas à implementação de ferramentas digitais avançadas, mas também desempenha um papel crucial na melhoria da tomada de decisões, delegando tarefas a sistemas autônomos e máquinas inteligentes.

A coleta, armazenamento e processamento de dados desempenham papel essencial, respaldando análises estatísticas e probabilísticas fundamentais para o sucesso da Agricultura 5.0.

Os objetivos claros da Agricultura 5.0 abrangem o aumento de produtividade, a segurança alimentar, a redução de desperdício e o estímulo à alimentação saudável, visando não apenas a eficiência agrícola, mas também a sustentabilidade e menor impacto ambiental.

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Você ficará fora da Agricultura 5.0? Quais tecnologias já integrou na sua lavoura? Vou adorar ler seu comentário!

Redator Alasse Oliveira

Alasse Oliveira

Engenheiro-Agrônomo (UFRA/Pará), Técnico em Agronegócio (Senar/Pará), especialista em Agronomia (Produção Vegetal) e mestre em Fitotecnia pela (Esalq/USP).

Nota fiscal eletrônica: Tudo o que os produtores rurais devem saber

Emissão de Nota Fiscal Eletrônica: O que muda para o produtor rural, prazos e orientações práticas

A obrigatoriedade da emitir nota fiscal produtor rural está avançando em todo o país, trazendo mudanças importantes no processo de emissão.

Mas o que isso significa na prática? Quando será obrigatório para todos os produtores? E, principalmente, como emitir a NF-e de forma segura e simplificada?

Tudo isso você entender neste conteúdo, feito em parceria com a Safeweb Continue acompanhando! 

O que é nota fiscal eletrônica?

A nota fiscal eletrônica (NF-e) é um documento digital que substitui as notas fiscais impressas, que é emitida e armazenada online, sendo autorizada pela Secretaria da Fazenda (Sefaz) do estado.

A NF-e serve para registrar, de forma segura e legal, a circulação de mercadorias. Desde 2006, esse formato vem substituindo os modelos impressos 1 e 1A, facilitando o processo para empresas e produtores rurais.

Para produtores rurais, a emissão da Nota Fiscal Eletrônica de Produtor (NFP-e, modelo 55) começou em 2018. 

Esse modelo substitui a Nota Fiscal Avulsa Eletrônica (NFA-e), permitindo que produtores com CPF e Inscrição Estadual (IE) emitam suas notas diretamente, sem depender da prefeitura ou do site da Sefaz.

Além disso, o novo formato permite operações interestaduais, exportações e vendas para órgãos públicos. Para isso, é necessário um Certificado Digital do Produto, do tipo e-CPF, que garante a segurança da assinatura.

O formato da nota fiscal eletrônica também foi adaptado para atender produtores sem CNPJ. Agora, o campo “série” identifica a nota emitida por pessoa física, utilizando apenas CPF e IE, permitindo um processo mais prático. 

Nota fiscal eletrônica é segura?

A nota fiscal eletrônica (NF-e) é totalmente segura, utilizando o Certificado Digital como uma assinatura eletrônica, assegurando que apenas você, ou alguém autorizado, possa emitir e validar a nota.

Além disso, a NF-e é enviada diretamente para a Secretaria da Fazenda (Sefaz), onde é registrada e armazenada. Isso reduz riscos de fraudes e garante que todos os dados estejam protegidos em ambiente digital.

Com a NF-e, você tem mais segurança e praticidade para documentar suas vendas, sem a preocupação com erros ou extravios de papéis.

Dentro do Aegro você consegue fazer toda a emissão gratuitamente, com integração com o Sefaz, permitindo acesso facilitado para você e a equipe da fazenda. Saiba mais como funciona! 

Modelos 1 e 1A de notas fiscais: O que são?

Os Modelos 1 e 1A eram tipos de notas fiscais impressas utilizadas no Brasil antes da implementação da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e).

O Modelo 1 era usado para registrar a circulação de mercadorias em operações estaduais e interestaduais. Era preenchido manualmente ou por sistemas locais e continha informações básicas da transação, como descrição dos produtos, valores e impostos.

Já o 1A era uma versão mais detalhada do Modelo 1, com campos adicionais para especificar operações relacionadas a indústrias ou setores mais complexos, como o agrícola e o comercial.

Com a chegada da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) em 2006, os modelos foram deixando de ser usados, dando lugar a um sistema digital mais seguro e integrado com a Secretaria da Fazenda.

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O que é certificado digital? Por que é importante para a emissão de NF-e?

O certificado digital para produtor rural é como uma identidade online para pessoas físicas ou jurídicas, que garante a segurança e validade jurídica das operações feitas pela internet.

Para ter o certificado, você deve escolher uma Autoridade Certificadora (AC), que funciona como um cartório digital. Essa AC vai informar o preço, os documentos necessários e onde retirar o certificado.

Todas as AC seguem as regras da ICP-Brasil, órgão que regula e monitora a emissão dos certificados no país. Para saber quais AC estão disponíveis, visite o site do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação.

A emissão da nota fiscal eletrônica ainda oferece dois tipos de certificados: o A1 e o A3.

Certificado A1 

O certificado digital A1 é armazenado no computador ou dispositivo móvel, como tablets ou smartphones, e tem validade de 1 ano.

Esse modelo costuma ser o mais indicado, uma vez que é possível armazenar e utilizar em mais de um computador ao mesmo tempo, por não precisar de token ou cartão.

É muito utilizado em empresas com matriz e filial, por o custo de emissão é para apenas um único CNPJ e sem custos adicionais. Além disso, o certificado A1 pode ser segmentado em: 

  • A1 e-CNPJ: só pode ser usado por empresários (dono ou sócio da empresa) que estão contidos no contrato social.
  • A1 e-NF: pode ser adquirido pelos representantes legais autorizados com procuração. Porém, seus custos geralmente são 60% mais altos que o A1 e-CNPJ.

Certificado A3

O certificado digital A3 é emitido e armazenado na mídia criptográfica, que geralmente é um cartão ou token, com validade de 1 a 3 anos, podendo conter diversos CNPJs em apenas 1 único aparelho.

O uso é restrito com a presença do cartão ou token. Então, se for o caso da necessidade de emissão de uma nota fiscal, será necessário estar portando o aparelho.

A sua maior vantagem é a possibilidade de instalado em qualquer computador e também é seguro, já que apenas o computador que está conectado com o aparelho pode fazer as transações;

Porém, o seu custo pode ser um pouco maior em comparação ao A1. De qualquer maneira, escolha o certificado que melhor se encaixa com a realidade da sua propriedade rural e conte com a Aegro para realizar emissões gratuitas!

O que é GTA na nota fiscal?

O GTA (Guia de Trânsito Animal) é um documento utilizado para controlar o transporte de animais no Brasil, exigido pelas autoridades sanitárias e veterinárias para garantir a rastreabilidade e a saúde dos animais, evitando a propagação de doenças.

Quando um produtor emite uma nota fiscal de venda de animais, é obrigatória a emissão da GTA para garantir que o transporte desses animais para outro local esteja de acordo com as normas sanitárias.

Isso inclui, por exemplo, o transporte para abate, comercialização ou movimentação entre propriedades. Além disso, a GTA contém informações detalhadas sobre os animais, como:

  • Número de identificação
  • Espécie e quantidade
  • Origem e destino dos animais
  • Exames sanitários realizados (se houver)

A GTA também ajuda a manter a saúde pública e a evitar surtos de doenças nos rebanhos, como a febre aftosa, a brucelose e a tuberculose.

O documento é gerido pelo serviço veterinário estadual e, em alguns casos, pode ser exigido também para movimentação de produtos de origem animal.

Quando a emissão de nota fiscal eletrônica será obrigatória para produtores rurais?

A obrigatoriedade da emissão de Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) para produtores rurais está com prazos variados de acordo com o tipo de operação e o faturamento do produtor.

A partir de 3 de fevereiro de 2025 a emissão é obrigatória para operações entre estados, para todos os produtores, independentemente do faturamento.

Já para operações internas, a emissão é necessária para produtores com receita bruta acima de R$ 360 mil em 2023 ou 2024.

Apenas em 5 de janeiro de 2026 a obrigatoriedade se estende a todos os produtores, independente das operações e da receita.

Quais são os benefícios para os produtores que emitem a NFP-e?

O primeiro benefício é a eliminação da prestação de contas na prefeitura. Os produtores que emitem a nota fiscal eletrônica não precisam mais despender tempo na prefeitura, prestando conta das operações realizadas de circulação de mercadorias. 

Como a emissão pode ser realizada eletronicamente, em qualquer local que possua acesso a internet, não é mais necessário retirar as notas na prefeitura.

Outro importante benefício é a redução de erros de escrituração, e com isso, redução no tempo despendido com essa operação de correção de eventuais erros que viriam a ocorrer

Fique por dentro!

Como emitir nota fiscal eletrônica?

A emissão de nota fiscal eletrônica é como o preenchimento de um documento comum, mas com a exigência de informações sobre tipo de produto ou serviço, valores e etc. Confira o passo a passo a seguir e veja o quanto é simples: 

Passo 1: Adquira um certificado digital

O certificado digital assegura validade jurídica das notas emitidas e será utilizado para realizar a assinatura digital. Não é necessário um certificado digital para cada propriedade. 

Passo 2: Escolha o software emissor de NFP-e

Após criar seu certificado digital, é necessário escolher o programa para emissão das NFP-e, como o Aegro, que é responsável pela transmissão das notas emitidas ao servidor da Sefaz. 

Quando a NFP-e é autorizada, um arquivo XML é gerado com a sua assinatura digital. Essa nota deve ser guardada por 5 anos, conforme estabelecido na legislação tributária.

Passo 3: Credenciamento na Sefaz

Posteriormente, é necessário receber a autorização da Sefaz (Secretaria da Fazenda) para emissão de nota fiscal eletrônica.

Cada Estado possui um procedimento que deverá ser realizado no site da Administração Fazendária. Geralmente esse processo é rápido e demora apenas algumas horas.

Passo 4: Geração de NFP-e

Uma vez que o certificado digital já foi criado, o software emissor foi selecionado e o credenciamento já foi realizado na Sefaz, você já está apto a começar a emitir as notas fiscais eletrônicas.

emissão de nota fiscal eletrônica pelo Aegro

Exemplo de emissão de nota fiscal pelo Aegro: simples e seguro

Como emitir a contra nota? 

A contra nota é uma nota fiscal de ENTRADA de mercadoria/produtos agrícolas. Essa contra nota é uma confirmação de recebimento desses materiais, lembrando que ela deve ser emitida pelo comprador.

O produtor rural emite uma nota física, com a descrição dos produtos agrícolas, peso e valor aproximado, esta nota vai para o comprador (cooperativa, outro produtor, sindicatos…).

Ao comprador é destinado a aferição do peso e valor do produto, e o comprador que deve realizar a emissão da contra nota para o produtor.

A 1ª e a 3ª vias da Nota Fiscal de Entrada devem ser enviadas pelo comprador ao produtor rural, no prazo de até 15 (quinze) dias, contados da data do recebimento da mercadoria.

O que é GTA e como emitir?

A Guia de Trânsito Animal (GTA) é um documento que precisa ser emitido sempre que ocorre a comercialização ou o transporte de um animal.

Para o fornecimento da GTA, a propriedade deve estar cadastrada junto ao escritório do seu município, executar e comprovar as vacinações obrigatórias exigidas pela legislação vigente. Cada espécie possui informações específicas.

Qual o melhor software para emitir nota fiscal produtor rural? 

O melhor software para emitir nota fiscal produtor rural é aquele que vai ser fácil para você usar e que vai suprir as suas necessidades diárias. 

O Aegro é um sistema que disponibiliza emissão de notas fiscais grátis, de forma rápida e simplificada. O processo é integrado com o Sefaz, permitindo que você faça todo o monitoramento e reajuste caso precise. 

Não há limite de emissões de nota, sendo acessível para propriedades rurais pequenas, médias e grandes. Disponível para celular ou computador, o preenchimento é automático e pode ser compartilhado com o seu contato. 

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Agricultura moderna: Entenda as principais tecnologias que fazem parte do setor agro

Agricultura moderna: conheça as novas tecnologias que tem mudado o panorama do setor agrícola e ajudado a gestão da propriedade e a produção agrícola.

Foi-se o tempo em que a atividade rural era sinônimo de amadorismo, pouco investimento e baixa tecnologia. Além disso, hoje o produtor não é apenas a pessoa que prepara, lavra e semeia a terra, maneja e colhe. Ele é também um gestor que necessita entender do seu agronegócio e usar as melhores ferramentas à sua disposição.

Isso se dá pois os riscos aumentaram no agronegócio, assim como baixaram as margens de lucro. Outra razão da necessidade de profissionalismo na agricultura moderna, são as imposições dos consumidores e órgãos regulamentadores sobre o uso eficiente de recursos e os impactos ao meio ambiente.

Dessa forma, a agricultura moderna é uma atividade de empreendedorismo, que requer uma gestão muito assertiva, porém em uma fábrica ao céu aberto que tem diversos fatores de influência e muito pouco controle sobre eles.

 Assim, o empresário agrícola hoje precisa se atualizar e utilizar as técnicas modernas que podem auxiliá-lo nas mais diversas fases de gestão e produção em seu empreendimento. Nesse artigo falaremos sobre as tecnologias que podem fazer a diferença na gestão rural.

O que é agricultura moderna?

A agricultura tem se modernizado ao longo dos séculos, sendo que passou de uma atividade quase de extrativismo para um negócio profissional de alto investimento e tecnologia.

Pode-se definir a agricultura moderna como um processo de produção de alimentos, fibras e combustíveis através de procedimentos altamente tecnificados, com altos investimentos e gestão profissional, para se adequar às necessidades e requerimentos dos órgãos de controle e dos consumidores.

São diversas as possibilidades de tecnologias a serem utilizadas na agricultura moderna para auxiliar o produtor rural a se adequar e adaptar e essa fase atual do agronegócio.

Desafios da agricultura moderna

Os principais desafios da agricultura moderna são relacionados a diversas áreas. Abaixo descrevemos pontos de importância para a atual forma da agricultura.

  • Sustentabilidade: produzir de maneira socialmente justa, ambientalmente correta e economicamente viável, permitindo que as futuras gerações possam exercer as mesmas atividades sem riscos.
  • Uso eficiente de recursos: muitos recursos utilizados na agricultura são findáveis, por isso é necessário utilizá-los com consciência e eficiência, sem desperdício. Recursos como água, fertilizantes, energia, combustível, dentre outros precisam ser utilizados racionalmente.
  • Alto investimento e baixo retorno: as novas tecnologias envolvidas no agronegócio requerem investimentos mais altos, assim como os avanços em produtos químicos e biológicos e sementes com genética melhorada. Em contrapartida, o mercado cada vez mais interligo, principalmente para commodities, pode gerar baixas temporárias de preços, diminuindo a margem de lucro.
  • Alto risco: o principal risco na agricultura são as perdas devido às condições climáticas desfavoráveis. Um investimento de muitos milhões pode ir por água abaixo com uma chuva muito forte ou uma seca severa. Novas tecnologias têm vindo em favor de auxiliar o produtor a diminuir seus riscos de produção.
  • Influência do mercado: o mercado cada vez mais interligado tem sido fator desafiador para os produtores. Ao mesmo tempo que permite a venda de seus produtos para diversos mercados e um melhor valor de venda, a integração de mercados também pode resultar em variações muita bruscas nos preços de insumos e commodities. Isso pode ser benéfico em alguns casos, mas também arriscado, como é o caso da alta dos fertilizantes e baixa do preço da soja.
  • Aumento do número e complexidade do processo de produção: o uso de tecnologias e a necessidade de monitorar etapas do processo de produção traz um fluxo de informações muito maior ao produtor e seus colaboradores. Nesse caso, é necessário um nível de organização muito maior para não se perder em meio a muitos dados, datas, maquinários, manejos, etc.

Tecnologias da agricultura moderna

Para auxiliar o produtor, hoje temos uma série de tecnologias que vieram de outras áreas ou foram desenvolvidas para o agronegócio. Muitas delas já são bastante utilizadas, enquanto outras ainda estão sendo conhecidas e implementadas.

  • Sensoriamento remoto: as medições de condições do sistema solo-planta- atmosfera através de sensores modernos é uma ferramenta imprescindível para fomentar os sistemas de manejo automatizados e em tempo real.
  • Mapeamento climático: o conhecimento histórico, atual ou previsão futura dos fatores climáticos tem um papel importante na definição das atividades a serem executadas, bem como do uso de sistemas que minimizem perdas.
  • Georreferenciamento: esse sistema de localização permite o tratamento diferencial das áreas da lavoura e a aplicação de recursos em doses variáveis, além de mapear a produtividade e gerar dados mais precisos.
  • Máquinas autônomas: esse tipo de maquinário, juntamente com as tecnologias de sensoriamento remoto e georreferenciamento permitem grandes avanços na eficiência de atividades como adubação, plantio, pulverizações e colheita, aumentando a produtividade agrícola e diminuindo perdas. 
  • Biotecnologia: o uso de materiais genéticos mais avançados, com tolerância a doenças, pragas ou estresses abióticos e maior eficiência de produção são uma forte base da agricultura moderna.
  • Produtos modernos: o uso de produtos químicos e biológicos mais modernos permite um manejo mais dinâmico, através de soluções integradas e potencialização de características naturais da planta. 
  • Internet: as redes de comunicação, como a internet e os sistemas sem fio, permitem comunicação rápida e armazenamento de informações que auxiliam o produtor na interconexão dos sistemas da fazenda, ajudando na tomada de decisão e no controle e comando de operações, mesmo fora da fazendo 
  • Análise de dados: o uso dos dados coletados através de maquinários, sensores, estações climáticas, GPSs, dentre outros, permite ao produtor montar um banco de dados que dá respaldo e fortalece suas decisões dentro da propriedade. 
  • Gestão: talvez os softwares de gestão sejam uma das ferramentas mais importantes na agricultura moderna. Considerando o número de atividades e tarefas que precisam ser organizadas em uma propriedade rural de alta tecnologia, fica quase impossível não se basear em soluções modernas para uma gestão integrada. 

Benefícios do uso de tecnologias modernas

Essas ferramentas tecnológicas trazem diversos benefícios e permitem a adaptação dos produtores às necessidades da agricultura moderna. É claro que todo nova tecnologia envolve a necessidade de aprendizado e principalmente de investimento.

Algumas ferramentas apresentam uma desvantagem de serem bastante caras quando surgem. Muitas vezes é necessário tempo para a popularização da agricultura inteligente para que eles passem a ser viáveis a muitos produtores.

Porém, as vantagens de seu uso são maiores e o retorno do investimento, normalmente vale a pena, sendo que muitos desses investimentos se pagam com diminuição do perdas ou aumento de ganhos.

As principais vantagens da adoção de tecnologias modernas na agricultura são:

  • Aumento da eficiência do uso de recursos;
  • Diminuição de retrabalho e gastos desnecessários;
  • Maior profissionalismo e controle das atividades da propriedade;
  • Menor risco de perdas e maior chance de sucesso;
  • Mais assertividade na tomada de decisões;
  • Maior sustentabilidade;
  • Maior produtividade;
  • Melhor previsão de problemas e limitações;
  • Maior rentabilidade e retorno do investimento.
planilha de controle e manutenção das máquinas

Considerações finais

Adaptar-se às necessidades do mundo moderno é uma necessidade de qualquer empregado ou empreendedor. No meio rural isso não é diferente e as fazendas vêm se tornando empreendimentos a céu aberto pelo Brasil a fora.

O uso de tecnologias de ponta adaptadas ao setor agro é, mais do que uma opção, uma necessidade da agricultura moderna. Essas ferramentas têm permitido maior controle e eficiência da atividade, melhor gestão de capital e bens, menores riscos, maiores lucros e retorno do investimento.

Essas novas tecnologias podem ser decisivas não sucesso ou fracasso do empreendimento rural. Por isso, os empreendedores rurais precisam estão antenados e, acima de tudo, terem parceiros de confiança que os possam ajudar com tecnologias que os auxiliem em suas tomadas de decisão.O Aegro é um desses parceiros, que caminha ao lado do empreendedor rural, trazendo soluções modernas e inovadoras e permitindo maior avanço da agricultura brasileira e mundial.

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“Robótica na agricultura: o que é e quais inovações vão impactar o agronegócio?”

“Blockchain na agricultura: conheça as 3 principais funções e seus benefícios”

“Quais os impactos da nanotecnologia na agricultura?”

Esperamos que este artigo sobre agricultura moderna tenha auxiliado na sua compreensão sobre o tema! Para mais assuntos como este assine nossa newsletter e receba os conteúdos do Blog da Aegro direto em sua caixa de e-mail!

Sucessão feminina na fazenda: 5 dicas crescer o negócio rural

Sucessão feminina na fazenda: veja os principais pontos de atenção (como organização do negócio, capacitação e outros) para obter uma transição melhor e mais segura.

A sucessão familiar faz parte de um processo e de um planejamento que inclui o que acontece com a propriedade quando uma geração se afasta e a pessoa sucessora assume os negócios.

Isso permite aos sucessores a oportunidade de manter aquela operação agrícola ou pecuária em funcionamento e seguir em frente para que as futuras gerações também continuem no negócio.

Esse planejamento deve incluir não só o objetivo principal da propriedade, mas também considerar as necessidades de ambas as gerações. E, quando tocamos na questão de gênero, muitas vezes essas necessidades, e a própria transição em si, pode ser um pouco mais complicada. 

O último Censo Agropecuário evidenciou que 19% dos estabelecimentos agropecuários tem mulheres como proprietárias, e esse valor só tende a aumentar.

Por isso, listamos aqui 5 pontos de atenção que lhe ajudarão em uma sucessão feminina na fazenda muito mais tranquila e segura. Confira!

1. Organize o negócio rural

É imprescindível que a fazenda possua um inventário detalhado dos ativos que possui, o que é devido (se houver) e quanto vale atualmente. Em outras palavras, um balanço detalhado. 

Caso você já possua um software de gestão agrícola, todos esses dados estarão disponíveis de forma muito mais fácil e, literalmente, na palma da sua mão. Nesse sentido, o Aegro pode te ajudar.

Também será necessário elaborar um testamento e uma procuração para cuidados de saúde do gestor ou gestora atual. Deverá ser decidido como a herança será partilhada entre os entes queridos, sendo possível até mesmo minimizar os impostos nesse planejamento. São assuntos delicados, mas importantes o suficiente para que você não deixe ao acaso.

Para fazer toda essa organização do negócio rural, você precisará de um bom advogado ou escritório de advocacia. Pode parecer exagero, mas os honorários advocatícios são razoáveis em comparação com os benefícios obtidos ou as perdas evitadas. Também existem escritórios, inclusive do agronegócio, especializados em sucessão familiar.

Você pode economizar algum tempo nessa etapa se possuir os registros dos últimos anos (além do balanço patrimonial já citado), fornecendo um retrato preciso do seu negócio com os seguintes documentos:

  • Informações pessoais e familiares, incluindo nomes, endereços, informações de contato, idades, etc.;
  • Se já houver testamento em vigor é preciso encontrá-lo e mostrar aos advogados;
  • Descrição da área, incluindo CAR, posição geográfica, valor estimado atual e outros;
  • Liste outros interesses comerciais que do negócio da família, incluindo a descrições e os valores;
  • Contas bancárias e seus saldos;
  • Ações, fundos e outros;
  • Apólices de seguro de vida, empresa, titular da apólice e outros detalhes, incluindo beneficiários e valores;
  • Planos de aposentadoria;
  • Inventário agrícola e pecuário;
  • Empréstimos ou outras obrigações pendentes, incluindo contratos e valores.
Gerações sobrepostas na gestão de negócios agrícolas
Gerações sobrepostas na gestão de negócios agrícolas
(Fonte: BREKKEN, C.A.; HOBSON, J. em Oregan State University, 2023.)

2. Faça uma capacitação profissional voltada à sucessão feminina na fazenda

Se você já sabe que vai ser a sucessora, ou ao menos uma das sucessoras, do negócio familiar, por que não investir em conhecimento para quando o momento chegar se sentir ainda mais segura?

O agronegócio é dinâmico e vem se tornando cada vez mais tecnológico; a capacitação profissional é essencial para entender como as inúmeras evoluções e novas tecnologias podem ajudar na sua rotina do campo.

Aproveite para complementar seu conhecimento: se você já possui um conhecimento em gestão, faça cursos mais voltados ao agro e à operação. Por outro lado, se você possui formação no agro, faz mais sentido procurar algo relacionado à liderança e gestão.

A capacitação profissional não se limita apenas às habilidades técnicas. Ela também envolve o desenvolvimento de habilidades de liderança feminina e empreendedorismo. As sucessoras precisam se sentir confiantes em liderar, tomar iniciativas e buscar oportunidades de crescimento. Cursos e programas que abordam essas competências são igualmente importantes.

A Agroadvance, a melhor escola do agro, pode te ajudar nesse sentido. Há vários cursos técnicos voltados para o agro (que você pode conferir aqui), e também para gestão e liderança, como o MBA em Liderança, Gestão e Estratégia no Agronegócio com uma abordagem aplicada e mais voltada à gestão e liderança da propriedade.

Controle o balanço patrimonial da fazenda

3. Desenvolva um plano de transição de gestão

Desenvolver um plano de transição envolve garantir que a geração proprietária esteja pronta para abrir mão de algumas decisões e responsabilidades, enquanto a geração sucessora esteja preparada para assumir isso, o que envolve, como citamos no ponto 2, capacitação, além de compromisso e comprometimento.

Diante disso, é preciso criar uma linha do tempo, fornecendo uma estrutura e datas-chave para a transferência de responsabilidades de curto, médio e longo prazo. O cronograma também deve incluir marcos na transferência de gestão. 

Em um primeiro momento não se preocupe em como será feito, mas o que deve ser feito. Sem um cronograma, você não saberá se está falhando ou conseguindo atingir os objetivos da sucessão. 

Coloque tudo isso por escrito e leve ao seu advogado, juntamente com os outros documentos listados no ponto 1.

Durante essa reunião com a advocacia você conhecerá opções ou ferramentas que podem ser utilizadas para tornar sua sucessão feminina na fazenda bem-sucedida.

É importante ressaltar que, embora deva ser estabelecido um cronograma para a realização de cada etapa, dependendo da complexidade dos negócios rurais familiares, o processo sucessório pode envolver alguns anos. Por isso, esteja ciente desse tempo necessário e desenvolva um planejamento já considerando isso.

Dados do IBGE sobre estabelecimentos rurais dirigidos por homens e mulheres apontam a relevância da sucessão feminina
Dados do IBGE sobre estabelecimentos rurais dirigidos por homens e mulheres apontam a relevância da sucessão feminina
(Fonte: Embrapa)

4. Reúna os envolvidos no processo e estabeleçam decisões em contratos

Reúna-se com sua família, sendo que a responsabilidade de quem estará presente nessa reunião deve ser do atual gestor em conjunto com a sua opinião (sucessora). 

Esteja ciente que com isso você colherá a opinião de todos. Depois de recolhidas estas informações, a tomada de decisões será feita também entre a atual gestão e você como sucessora.

Nesse momento é importante a conversa com aqueles que têm direito a herança e não trabalham diretamente nas propriedades, já que eles podem desejar liquidar sua parte do patrimônio mais cedo.

É interessante estar ciente que há algumas opções para a gestão vigente que pode, por exemplo, escolher aposentar mais cedo e viver em outro lugar.

Há também a possibilidade da gestão atual e você sucessora permanecem como coproprietários e receberem dividendos regulares dos lucros da exploração agropecuário. Um acordo como este pode incluir um conselho familiar, incluindo irmãos que não trabalham na agricultura, que funciona de forma semelhante a um conselho corporativo com reuniões e agendas para tomar decisões estratégicas importantes.

Além disso, outros modelos de gestão nas fazendas também estão surgindo e é interessante perguntar ao seu advogado as opções possíveis dentro da sua realidade familiar, financeira e profissional.

Após serem tomadas as decisões, os acordos devem ser escritos e assinados por todos os envolvidos.

5. Prepare-se e esteja atenta às mudanças

O último ponto é saber que o plano que você implementou mudará com o tempo, o que significa que os eventos e circunstâncias familiares tornarão o seu plano atual inválido, e não há problema nenhum nisso.

Você e seu negócio rural já possuem um cronograma, já estão organizados e conseguem fazer essas mudanças muito mais facilmente; só é preciso lembrar de fazê-las.

Portanto, certifique-se de revisar sua sucessão feminina na fazenda periodicamente e alterá-la conforme necessário.

Planilha de fluxo de caixa para sucessão feminina

Conclusão

Durante todo o processo sucessório, é necessária uma boa comunicação entre a gestão atual e a futura. É preciso que o gestor e você sucessora alinhem os objetivos e expectativas, entendendo que ambos os lados terão que fazer concessões.

Isso pode envolver alguns complicadores pela sucessão feminina na fazenda. Porém, ao seguir todos os pontos que aqui listamos, é possível minimizar os atritos.

É importante ressaltar que a sucessão é um processo, ou seja, não acontece de uma só vez. Isso pode envolver anos de capacitação, transição da gestão e outros fatores, mas que no final vale a pena a continuação do legado familiar.

Muitas vezes, a sucessão é deixada de lado, especialmente a sucessão feminina na fazenda, porém é exatamente isso que assegura o negócio familiar rural para as próximas gerações.

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“Liderança feminina no agro: conquistas e desafios do setor”

“Finanças no agronegócio: como fazer uma gestão financeira estratégica”

“Veja como adotar práticas de tecnologia e sustentabilidade no campo na sua fazenda”

Liderança feminina no agro: conquistas e desafios do setor

Liderança feminina no agro: a história das mulheres na agricultura, cenário atual, cooperação, mulheres em destaque, desafios e mais. 

A história é feita por ciclos, que têm por características mudar o modo de visão ou de trabalho de setores e aspectos da vida cotidiana.

Pode-se dizer que as mulheres começaram a ser vistas nestes ciclos como trabalhadoras somente a partir de 1908, e estão conquistando cada vez mais espaços ao longo da história mundial.

No campo, por muitos anos, as mulheres assumiram um papel secundário, de suporte ao homem, auxiliando em seus afazeres conforme necessário.

Porém, nos últimos anos, as mulheres saíram desse segundo plano para assumir um papel de liderança em diversos setores do agronegócio.

Neste texto, vamos abordar a importância da liderança feminina no agro, o que mudou e vem mudando para que as mulheres assumam mais papéis dentro do setor, quais as formas de atuação da mulher e muito mais. 

Papel das mulheres no início da agricultura 

A liderança feminina no agro é histórica. Afinal, as mulheres foram pioneiras no cultivo agrícola.

Esta frase pode soar estranha e errônea se analisarmos o setor agrícola nos últimos séculos. Mas, se pararmos para refletir e acessarmos nossas aulas de História, lembraremos que os seres humanos deixaram de ser nômades, no período neolítico, justamente pela descoberta da arte de semear.

Naquela época, os homens ficavam responsáveis pela caça; o plantio e os cuidados com a terra ficavam a cargo das mulheres. Assim, quando analisamos a história da evolução humana, atestamos que é verdade, as mulheres são pioneiras na agricultura. Mas essa história foi se alterando no decorrer dos anos.

Com o crescimento do setor agrícola e pecuário, principalmente em áreas grandes e médias, os homens foram assumindo o papel de liderança, ficando as mulheres sem atuação ou com papéis secundários no campo.

Cenário das mulheres no agronegócio atual

A liderança feminina no agro foi sendo recuperado aos poucos. Inicialmente, as faculdades de agronomia tinham proporção de uma mulher a cada 40 alunos, e hoje já vemos esse número se equilibrar.

As atividades destinadas às mulheres no agronegócio eram, em sua maioria, dentro de laboratórios e, com menor frequência, uma participação na gestão.

Atualmente, vemos a liderança feminina no agro crescer em diversos setores, como chefes de empresas agrícolas, cargos (grandes) em multinacionais, agrônomas atuando na compra e venda de produtos, consultoria nas fazendas, donas, administradoras e gestoras de fazendas.

Ou seja: em todos os setores agropecuários, é possível hoje se deparar com uma mulher trabalhando no negócio agrícola, e, muitas vezes, em cargos de chefia.

Porém, ainda há bastante a ser conquistado para a liderança feminina no agro ser equânime.

Segundo dados do último Censo Agropecuário em 2017, feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 5,07 milhões de estabelecimentos rurais, apenas 19% (947 mil) são dirigidos por mulheres, que administram 30 milhões de hectares — cerca de 8,5% do total cultivado no país.

As principais atividades exercidas por estas mulheres são apresentadas no gráfico acima. As demais atividades são distribuídas entre produção florestal, horticultura e floricultura, aquicultura, pesca e produção de sementes e mudas certificadas.

Estes dados mostram que, mesmo a pequenos passos, as mulheres estão se inserindo no setor agropecuário.

Crescimento da liderança feminina no agro

O agronegócio no geral é um setor masculino. Foi muito difícil, inicialmente, para a liderança feminina no agro se fazer presente; muitas mulheres se inseriram no setor agrícola ao longo dos anos, mostrando seus conhecimentos, adquirindo espaço e ganhando reconhecimento.

Um diferencial marcante é a ajuda mútua entre mulheres no setor agrícola. Com o aumento da presença e liderança feminina no agro, muitas se juntaram e começaram a criar grupos de apoio, criando atividades, palestras, cursos e treinamentos voltados para o conhecimento em todas as áreas do setor rural.

Alguns grupos, sites e prêmios voltados para as mulheres do agro são listados a seguir:

Estes grupos são criados e administrados por mulheres que participam da agricultura de alguma forma. Em geral, são realizados encontros para troca de conhecimento e ajuda, por meio de discussões, palestras presenciais e online, cursos, eventos e a própria vivência no campo.

Com estes grupos de apoio, as mulheres buscam novas maneiras de enxergar e mudar o rumo da agricultura, compartilhando suas histórias e sucessos.

Há ainda muitas mulheres fazendo conteúdo da vida no campo, do cotidiano, dos trabalhos e conteúdo técnico pelo Instagram, em páginas como Agro Delas, Mulheres Essência do Agro, Ligia Bronholi Pedrini, Mulheres do Agronegócio Brasil, Agro Mulher Mentoring, Khiara Campos e muitas outras.

O crescimento da liderança feminina no agro tem sido tão relevante que, desde 2016, há o Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio (CNMA).

O último, realizado em 2022, contou com mais de 2500 mulheres participantes, vindas de 26 estados brasileiros e outros 3 países, com palestras e debates sobre todos os setores do agronegócio e a inserção de mulheres em posições de liderança.

Além da cooperação, o avanço tecnológico possibilitou a o crescimento da liderança feminina no agro. Antigamente, muitas operações realizadas nas áreas rurais demandavam força — o que, no geral, acaba sendo uma desvantagem para a mulher.

Com o aumento da tecnologia, com tratores e implementos agrícolas, colhedoras, semeadoras, pulverizadores e, mais recentemente, o uso de drones de pulverização, as mulheres foram capazes de realizar estas tarefas.

Liderança feminina no agro

Para ser um bom exemplo de liderança feminina no agro, não é preciso apenas saber dar ordens e gerenciar a equipe de trabalho. Muitas outras funções e responsabilidades vêm com essa posição, seja o líder homem ou mulher.

Liderar uma equipe é tarefa difícil, pois cada membro tem suas características, pontos fortes e fracos, habilidades e incapacidades.

Gerir pessoas é um ato de saber lidar com as diferenças, ter calma em momentos de estresse e erros e, principalmente, conseguir ter uma boa comunicação com a equipe, sabendo impulsionar cada membro para dar o seu melhor.

Uma pesquisa realizada pela Leadership Circle, com análises de mais de 84 mil líderes e 1,5 milhão de avaliadores, apontou que a liderança feminina no agro tem sido mais eficaz que a masculina.

O estudo destaca que as mulheres conseguem ter uma melhor comunicação e transformar a equipe em um time coeso, que busca e foca nos resultados a ser alcançados.

A liderança feminina no agro ainda é alvo de muito preconceito. Isso exige da mulher mais “jogo de cintura” para lidar em determinadas situações e eventos.

Entretanto, já podemos ver muitas mulheres como gerentes de fazendas, consultoras, vendedoras, pesquisadoras e administradoras de grandes empresas.

No Prêmio Mulheres do Agro, muitas se destacam por fazerem sua atuação no agronegócio algo marcante, seja em pequenas, médias ou grandes propriedades rurais.

Helga França de Paiva foi ganhadora do prêmio em 2022 na categoria de grande propriedade, engenharia agrônoma e produtora. Ela destina 5.000 hectares para soja, milho, produção de sementes e pecuária bovina, na cidade de Ibiá, Minas Gerais.

Na categoria de média propriedade, com 150 hectares e produção média de 6 mil sacas de café, Mariana Heitor exporta seus grãos produzidos em Patos de Minas, Minas Gerais, para países como Reino Unido, Japão, Austrália e Grécia, além de ter parceria com Nescafé, Nespresso e Starbucks.

Com uma área de 88 hectares, Juliana Rezende Mello se destacou na premiação de pequena propriedade. Formada em Farmácia, aceitou o desafio de produzir café em Monte Carmelo, também no estado de Minas Gerais.

Essas mulheres são apenas três exemplos de liderança feminina no agro buscando, diariamente, inovação e melhorias para o setor e alcançando ótimos resultados.

Desafios das mulheres no setor agrícola 

Todas as áreas têm desafios a ser superados. Em todas as profissões, as mulheres precisam derrubar obstáculos principalmente na questão salarial.

Na agricultura não é diferente, e a luta por igualdade salarial é um dos principais pontos discutidos quando se trata de cargos ocupados por homens e mulheres.

Além disso, por mais que isso tenha melhorado nos últimos anos, o agronegócio ainda apresenta resistência a mulheres como pessoas capacitadas para diversas áreas do setor agrícola.

Há empresas que ainda buscam apenas funcionários do sexo masculino para desempenhar papeis dentro da fazenda que podem ser preenchidos por mulheres igualmente (ou mais) capazes.

Assim, a falta de capacitação e de oportunidades torna a entrada da mulher mais difícil em determinados setores agrícolas — o que limita a liderança feminina no agro.

Controle o balanço patrimonial da fazenda

A falta de respeito e inclusão das mulheres no meio rural é um desafio tamanho que ainda é possível se deparar com piadas de cunho machista em certos eventos, mesmo com a presença de mulheres. 

Comportamentos assim devem mudar, não pensando apenas em um desafio a ser superado pela mulher, mas como um vício que deve ser corrigido pela sociedade, pois trata-se de uma questão de respeito.

Em resumo, os desafios e cobranças são constantes para as mulheres no agronegócio. Mas, mais uma vez, a cooperação entre produtoras e outras profissionais agrícolas faz com que cada vez mais mulheres sejam capacitadas e treinadas, com o crescimento da liderança feminina no agro abrindo cada vez mais portas para as demais.

Conclusão

A liderança feminina no agro vem crescendo e reflete o fato de as mulheres conseguirem desempenhar cada vez mais papéis em todos os setores do agronegócio.

Mesmo havendo muito a ser conquistado, já é possível ver mulheres se destacando como líderes do setor agrícola no Brasil.

A cooperação entre mulheres no agronegócio gera maior conhecimento e inclusão, aumentando a quantidade e qualidade das lideranças femininas.

Haverá sempre desafios a ser superados, o que fortalece, impulsiona e expande a presença e a liderança feminina no agro.

>> Leia mais:

“5 passos para montar o planejamento estratégico no agronegócio e lucrar mais”

“Veja como adotar práticas de tecnologia e sustentabilidade no campo na sua fazenda”

“Finanças no agronegócio: como fazer uma gestão financeira estratégica”

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Gestão agro: como aumentar sua produtividade em até 30%

Gestão agro: o uso de ferramentas e tecnologias pode ser o grande diferencial de produtividade na sua propriedade agrícola. Saiba mais aqui!

A definição formal de gestão é “ação de gerir, administrar, governar ou  dirigir negócios públicos ou particulares; administração”. Ou seja: qualquer pessoa que atua na organização de um negócio é gestora.

Agora mentalize quantas vezes você ou outra pessoa envolvida no processo de produção da fazenda precisa organizar e tomar decisões na condução de sua propriedade rural.

Portanto, é importante conhecer e utilizar ferramentas que tenham bom custo-benefício e que aumentem a capacidade de organização, controle e execução de atividades dentro da fazenda.

Esse pacote de tecnologias de gestão para propriedades rurais é chamado de gestão agro e será o tema deste texto. Boa leitura!

O que é gestão agro?

Gestão agro nada mais é que a atividade que visa a gerir todos os recursos e processos relativos à atividade agropecuária, em todas as esferas envolvidas na propriedade rural e também fora dela.

Isso inclui a gestão de recursos humanos, físicos e financeiros para uma maior eficiência e racionalidade em seu uso, buscando reduzir custos e aumentar a sustentabilidade, maximizando o lucro. 

Hoje em dia, muitas universidades e centros de ensino têm oferecido cursos ou especializações de Gestão no Agronegócio, assim como existem também cursos de Administração Rural.

Porém, além dos conhecimentos teóricos em gestão conseguidos por formações profissionais, a gestão agro se baseia cada vez mais em tecnologias específicas de gestão do agronegócio.

Quais processos podem ser melhorados pela gestão agro?

A atividade agrícola envolve uma série de atividades, desde o planejamento, organização, execução e avaliação dos processos. Ao se monitorar as atividades, pode-se primeiramente verificar quais têm maior e menor eficiência e mapear onde há espaço para melhorias.

Destacamos abaixo as principais atividades que podem ser melhoradas por meio da gestão agro:

  • Planejamento de safra: definição das áreas a serem utilizadas para culturas e áreas de pousio, assim como o mapeamento necessidade de rotação de culturas e as características específicas de cada área;
  • Projeção de insumos: previsão cada vez mais robusta da necessidade de insumos para cada tipo de cultura e de acordo com as experiências de safras anteriores;
  • Controle de maquinário: avaliação da necessidade de manutenção, das horas trabalhadas e da situação de cada máquina, evitando avarias e horas sem trabalho de maquinários;
  • Gestão de recursos humanos: controle de horas trabalhadas, eficiência e aptidão de funcionários;
  • Execução de tarefas: maior controle e precisão do momento e necessidade de aplicação de produtos para controle de pragas, doenças ou plantas daninhas, de maneira específica para cada cultura e talhão, ou mesmo em áreas ainda mais reduzidas;
  • Previsão de produtividade e colheita: monitoramento de lavouras para previsão de data de colheita e produtividade, dando maior liberdade para negociação de preços do produto;
  • Análise de dados: mapas com análises de dados diferenciais que permitem um tratamento diferenciado de áreas da produtividade.
gestão agro e maquinário
A gestão agro torna seu maquinário mais eficiente, durável e econômico
(Fonte: Embrapa)

Quais os principais benefícios da gestão agro?

Há muitos benefícios do uso de ferramentas de gestão para a organização de propriedades agrícolas. Dentre eles, podemos citar:

  • Aumento da eficiência do uso de recursos: aplicação eficiente de produtos químicos, detecção do melhor momento de aplicação, doses conforme dados de sensoriamento, menor desperdício;
  • Uso racional de maquinários: monitoramento para manutenção de máquinas, prevenção de problemas durante uso, diminuição do retrabalho, controle de estoque para reposição;
  • Acompanhamento em tempo real: o uso de sensores para monitoramento mais frequente de lavouras permite o acompanhamento das condições em tempo real (ou algo muito próximo disso); 
  • Previsão climática: conhecimento do clima a curto prazo para programar execução de atividades e prever situações limitantes para a produção agrícola;
  • Tomada de decisão facilitada: maior capacidade de tomar decisões baseados em extensa base de dados, dados em tempo real, histórico de safras e dados de sensores de medição de características de plantas e meteorológicos;
  • Diminuição de custos: a combinação dos benefícios acima leva à diminuição de custos e de retrabalho, aumentando o custo de produção;
  • Aumento da produtividade agrícola: a aplicação de recursos de maneira diferencial, em doses corretas e momentos propícios pode aumentar a produtividade de plantas, potencializando a genética;  
  • Maior lucratividade: a diminuição de custos combinada a maior produção aumenta margem de lucro do produtor;
  • Sustentabilidade: o uso racional de recursos e combustível causa menores danos ao ambiente, além de ser mais economicamente viável.

Quais ferramentas atuais pode nos auxiliar na gestão agro?

Hoje em dia, não é difícil encontrar produtores rurais que investem altos valores em maquinários agrícolas de última geração, mas ainda continuam fazendo grande parte da gestão da fazenda em planilhas físicas ou softwares antigos e com baixa capacidade de automação.

As seguintes ferramentas são crucias para uma gestão mais profissional e eficiente da propriedade e do negócio:

  • Sensoriamento: medição de características da lavoura, de solo, da incidência de doenças e estágios fenotípicos que permitem tomar decisões diferenciais e em menor tempo;
  • Maquinário autônomo e drones: máquinas que fazem aplicação diferencial ou plantio, de acordo com mapas pré-estabelecidos ou informações de sensores em tempo real;
  • Georreferenciamento: sistemas de posicionamento da propriedade que permitem as tecnologias acima;
  • Softwares de controle de estoque e manutenção de máquinas: diminuem tempo obsoleto de máquinas e de aplicações de produtos;
  • Mapas de rendimento e agricultura de precisão: permitem monitorar áreas em que o manejo foi mais eficiente e o rendimento por uso de recurso foi maior, potencializando a margem de lucro;
  • Dados meteorológicos: sistemas de monitoramento local na propriedade ou regional por plataformas de dados meteorológicas e previsão do tempo em curto e longo prazo;
  • Programas de análise de dados: uso de ferramentas capazes de análise de big data geradas pelas tecnologias de captação de dados, permitindo maior conhecimento dos processos;
  • Inteligência artificial: o uso de algoritmos que sejam capazes de prever o comportamento de plantas através de séries de dados coletados em safras anteriores e informem o produtor sobre possíveis riscos na safra atual.
Kit de gestão do maquinário da fazenda

Conclusão

A margem de lucro do produtor rural tem sido menor a cada safra, por muitos motivos. Já os riscos, principalmente relacionados ao clima, têm sido cada vez maior. Assim, a busca por soluções para minimizar custos e maximizar a produção é extremamente necessária às atividades agropecuárias.

Nesse cenário, tecnologias como sensoriamento remoto, sistemas de georreferenciamento, armazenamento e análise de dados, agricultura de precisão, comunicação por internet, automação e softwares de inteligência artificial, são ferramentas primordiais para a produção agrícola moderna.

A integração dessas tecnologias permite uma gestão agro com menos erros e desperdícios, permitindo que a atividade seja cada vez mais socialmente justa, ambientalmente correta e financeiramente viável — o que define uma atividade sustentável.

O Aegro tem ferramentas de gestão que podem ajudar o produtor a maximizar a eficiência e o lucro de sua atividade.

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