9 fatos primordiais para o manejo de ervas daninhas resistentes a glifosato

Ervas daninhas resistentes a glifosato: entenda como são selecionadas, quais as principais ervas daninhas resistentes, manejo e muito mais. 

Nos últimos 10 anos, todos nós observamos o surgimento de ervas daninhas resistentes a glifosato e a diversos herbicidas.

Estima-se que a resistência de plantas daninhas no Brasil somente para a cultura da soja custe impressionantes 9 bilhões de reais. Esse número mostra a importância de se realizar um bom controle de ervas daninhas.

Com o surgimento da resistência, surgem também outras alternativas de controle, que podem ser a chave para uma alta produtividade

Veja a seguir as principais maneiras para manejar sua lavoura quando aparecem ervas daninhas resistentes a glifosato.

1. Como surge uma planta resistente ao glifosato ou a outros herbicidas

As ervas daninhas, evolutivamente, já apresentam uma variabilidade genética natural. Ou seja, dentro de uma uma mesma espécie de plantas daninhas há diferenças genéticas entre cada indivíduo.

Os herbicidas selecionam aqueles indivíduos que apresentam genes que resultam em resistência. Portanto, aplicações de herbicidas não criam um indivíduo resistente, apenas selecionam.

E essa seleção não é de um dia para outro.

A seleção de biótipos resistentes ocorre através da aplicação de um mesmo herbicida repetidas vezes na mesma área.

Por exemplo, nas culturas transgênicas com tecnologia RR, todo o manejo de plantas daninhas era realizado com glifosato, aplicado sequencialmente ao longo de muitas safras.

Sendo assim, este indivíduo selecionado não morre após a aplicação do produto e produz sementes, ocupando mais facilmente a área que antes era ocupada, em sua maioria, por plantas suscetíveis.

Por isso, o uso massivo de somente um tipo de herbicida auxilia no desenvolvimento da resistência na sua propriedade, seja em lavouras de soja ou qualquer outra cultura.

A figura abaixo ilustra facilmente como isto pode acontecer:

Seleção de resistência em uma nova área

Seleção de resistência em uma nova área
(Fonte: adaptado de Manejo de Resistência)

Vamos ver agora as principais ervas daninhas resistentes a glifosato em nosso país, para você ficar de olho nelas na sua fazenda:

2. Principais ervas daninhas resistentes a glifosato

No Brasil, foram identificados biótipos resistentes ao glifosato das seguintes espécies:

Vou explicar melhor cada uma delas!

Buva e capim-amargoso

Dentre todas essas plantas daninhas resistentes ao glifosato, o capim-amargoso e a buva estão disseminados por todo o Brasil, sendo encontrados em quase todas as lavouras de soja, por exemplo. 

Essas plantas demandam maior esforço e atenção do produtor. O manejo deve integrar vários métodos de controle para impedir a seleção de resistência para novos mecanismo de ação, o que infelizmente aconteceu nos últimos anos. 

Azevém

O azevém é predominante na região sul do Brasil, pois está mais adaptado a regiões frias, sendo um grande problema nas culturas do arroz e do trigo.  Essa planta daninha é uma das que mais possuem histórico de desenvolver resistência no mundo, por isso, muito cuidado no manejo!

Capim-pé-de-galinha

Mesmo estando presente em muitas lavouras do Brasil, o capim-pé-de-galinha, tem apresentado resistência a glifosato em poucas regiões, como no Centro-Oeste do Paraná. 

O importante neste momento é realizar o controle desta planta daninha em estádio inicial (onde é mais suscetível), monitorando a eficiência do glifosato e graminicidas.  

Esta realmente é uma planta daninha para se acompanhar de perto, pois já existem casos no país de plantas com resistência múltipla a glifosato e graminicidas (haloxyfop e fenoxaprop), o que dificulta muito seu manejo. 

Capim-branco

O capim-branco é um planta daninha presente em muitas áreas do país, principalmente em beiras de estradas e carreadores.  

Porém, não há relatos de que populações resistentes estejam se disseminando no país. Hoje, ele está presente principalmente no centro do estado de São Paulo. 

Como essa planta daninha não apresenta resistência a graminicidas, provavelmente sua disseminação está sendo contida pelo manejo do capim-amargoso resistente a glifosato, realizado na maioria das áreas de grãos.  

Mas é muito importante saber identificá-la e controlá-la em estádios iniciais, quando é muito suscetível a vários herbicidas. 

Caruru-palmeri

O caruru-palmeri, devido a um grande esforço do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) em conjunto com outras instituições de pesquisa, está sendo contido em algumas regiões do Mato Grosso. 

Por isso, neste momento, a principal preocupação de produtores fora desta região está em saber como identificar esta planta daninha caso apareça em sua propriedade. 

Acredita-se que esta planta foi inserida no Brasil por transporte de colhedoras sem a devida higienização. 

Por isso, produtores que possuírem propriedades próximas à área de ocorrência desta planta e em outras regiões deve tomar muito cuidado com a limpeza de seus maquinários e implementos para transporte. 

Caruru-palmeri é preocupação no MT

Caruru-palmeri é preocupação no MT
(Fonte: Embrapa)

Caruru-roxo

O caruru-roxo foi a penúltima planta daninha registrada como resistente a glifosato no Brasil. 

A população registrada ocorre na região sul do Rio Grande do Sul. Acredita-se que essa população tenha sido introduzida no Brasil a partir de um dos países vizinhos que já tinham registro de resistência, como Argentina ou Uruguai.

Como as espécies de caruru possuem sementes muito pequenas a higienização de máquinas precisa ser muito cuidadosa. 

Por enquanto não há registro de falhas de controle desta espécie em outras regiões do país, porém o maior medo dos pesquisadores é de que o caruru-roxo se dissemine e cruze com populações de caruru-palmeri.

Isso poderia gerar populações híbridas com grande potencial de crescimento e desenvolvimento, mais adaptadas ao clima local e resistente a vários herbicidas. 

Leiteiro

O último caso de resistência a glifosato registrado no Brasil foi de leiteiro, com ocorrência na região Centro-Norte do Paraná. 

Como este espécie tinha grande importância econômica antes das culturas RR, por já possuir resistência a inibidores da ALS e da PROTOX, é importante que essa população não seja disseminada a outras regiões do país. 

Por isso, a Cocari em parceria com a Embrapa Soja e Universidade Estadual de Maringá tem realizado planos de contenção desta espécie, prestando assistência aos produtores da região. 

Possíveis novos casos de resistência

Além das espécies que citamos, o que vem preocupando os agricultores agora é a presença de picão-preto resistente a glifosato no Paraguai, país que possui grande fluxo de transporte de máquinas e equipamento agrícolas com o Brasil. 

Assim como o leiteiro, a maior preocupação quanto a essa planta daninha está no histórico de resistência aos mecanismo de ação ALS e Fotossistema II, que já causou muitos problemas aos agricultores antes das culturas RR. 

Por isso, se você possui propriedades no Paraguai, tome muito cuidado com a higiene de suas máquinas e implementos para trazê-los para o Brasil. 

Para te ajudar a evitar a perda de rentabilidade com a infestação de plantas daninhas, baixe o e-book gratuito de Manejo de Plantas Daninhas.

3. Importância de entender a biologia da planta daninhas

Entender a biologia destas ervas daninhas é muito importante para manejá-las e saber qual ferramenta é a mais eficaz. 

Por isso, confira algumas características dessas plantas daninhas!

Emergência de sementes

A buva é uma planta fotoblástica positiva, o que significa que suas sementes somente germinam na presença de luz. Sendo assim, o uso de palhada no solo pode ser uma alternativa efetiva ao uso de herbicidas.

Além da necessidade de luz para germinar, o tamanho das sementes influencia sobre sua capacidade de emergir no solo! 

Por isso, geralmente semente pequenas (como de caruru e capim-branco), quando enterradas abaixo de 2 cm no solo, diminuem muito a taxa de emergência. E, quando emergem, produzem plântulas muito fracas e mais suscetíveis ao controle.  

Identificação de plantas daninhas em estádios iniciais

Como muitas plantas daninhas são muito tolerantes a herbicidas fora dos estádios iniciais, é de suma importância saber identificá-las em estádios iniciais.

Outro ponto importante é saber diferenciar espécies do mesmo gênero,  pois o manejo pode ser totalmente diferente. O manejo de caruru-palmeri, por exemplo, é muito mais complexo que o do caruru-de-mancha. 

Crescimento e desenvolvimento

Outro ponto importante é entender as características de crescimento e desenvolvimento das plantas.

Algumas plantas como o caruru-palmeri tem uma taxa de crescimento muito elevada, chegando a crescer de 4 cm a 6 cm por dia por isso. Por isso, a janela de aplicação em planta pequenas é muito curta. 

Além disso, plantas como capim-amargoso a partir de 45 após a emergência produzem estruturas de reserva (rizomas) que conferem uma grande habilidade à planta para se recuperar de dados ocasionados por herbicidas.

Mesmo não possuindo estruturas de reserva como o capim-amargoso o capim-branco, em estádios de desenvolvimento avançados acumula cera e desenvolve estruturas na superfície da folha que reduzem a eficiência de vários herbicidas. 

Ter esses conhecimentos pode auxiliar na decisão de manejo, por exemplo, realizar uma roçada antes da aplicação de herbicidas, que poderá facilitar muito o controle de plantas como capim-amargoso e capim-branco. 

4. Como controlar eficientemente as plantas daninhas resistentes a glifosato

Para realização de um manejo sustentável de plantas daninhas, é preciso fazer mais que apenas o controle.

A prevenção é importantíssima para evitar, ao máximo, o surgimento de espécies resistentes na sua propriedade.

Dessa forma, é necessário reduzir a pressão de seleção na população por meio de práticas do manejo integrado de plantas daninhas:

ervas daninhas resistentes ao glifosato

(Fonte: Fórum sobre manejo de resistência de ervas daninhas a herbicidas)

Você pode adotar técnicas culturais e mecânicas, além do manejo químico, para atingir alta eficácia no controle da sua área.

As principais para o manejo de invasoras são: 

  • diminuição do período de pousio ou fazer cultura de cobertura ao invés do pousio;
  • investimento na palhada para cobertura do solo;
  • uso de cultivares adaptadas a menores espaçamentos na entrelinha.

5. Manejo químico de plantas resistentes ao glifosato e a outros herbicidas

Atualmente, a chave para o controle de plantas daninhas resistentes ao glifosato e a outros herbicidas está no período de entressafra das culturas. 

Neste período existe a possibilidade de se utilizar uma diversidade de ferramentas. 

Por isso recomenda-se que inicie o manejo nas fases iniciais das plantas daninhas, associando herbicidas de diferentes mecanismos de ação e utilizando aplicações sequenciais. 

Uma técnica utilizada no passado e que tem sido recomendada pela maioria das empresas no manejo de plantas daninhas resistentes é o uso de herbicidas pré-emergentes

Além de possuírem pouquíssimos casos de resistência no mundo, esses herbicidas aumentam o intervalo entre aplicação e contribuem para rotação de mecanismos de ação. 

Além dos herbicidas presentes no mercado, alguns princípios ativos já utilizados em outros países serão lançado no mercado brasileiro como pyroxasulfone, tiafenacil e trifludimoxazin.

Como grande novidade, temos o lançamento de um herbicida com um princípio ativo novo, diferente de todos que já estão no mercado, cinmethylin (herbicida Luximo).

Além do novos herbicidas, nos próximos anos, existe previsão da liberação comercial de novos “traits” de resistência a herbicidas para as culturas da soja e milho. Confira:

  • Soja: Enlist (2,4D colina, glifosato e glufosinato de amônio) e Xtend (dicamba e glifosato).
  • Milho: Enlist (2,4D colina, glifosato, glufosinato de amônio e haloxyfop).
  • Soja: Xtend (dicamba e glifosato).
Rotação de mecanismo de ação

Rotação de mecanismo de ação
(Fonte: Fórum sobre manejo de resistência de ervas daninhas a herbicidas)

6. Falha no controle nem sempre significa ervas daninhas resistentes

Nem sempre o escape de plantas após aplicação de herbicidas significa que a sua área está infestada com ervas daninhas resistentes.  

Esta figura abaixo ilustra bem o que quero dizer:

ervas daninhas resistentes ao glifosato

(Fonte: traduzido de Take Action on Weeds)

Assim, é preciso verificar diversas outras causas antes de considerar a resistência, como:

Tecnologia de aplicação do herbicida

  1. dose inadequada;
  2. baixa cobertura do alvo ou incorporação insuficiente;
  3. momento de aplicação inadequado (estádio da planta daninha);
  4. necessidade de adjuvante;
  5. excesso de poeira na folha ou água de baixa qualidade na calda;
  6. efeito “guarda-chuva” nas aplicações em pós-emergência;
  7. antagonismo entre dois ou mais herbicidas no tanque de pulverização.

Solo ou condições climáticas

  1. umidade excessiva ou solo seco;
  2. condições de preparo do solo no momento de aplicação;
  3. adsorção dos herbicidas no solo e na matéria orgânica;
  4. condições de estresse;
  5. período sem chuva após a aplicação para ativação do herbicida.

7. Qual o impacto econômico causado pelo surgimento da resistência?

A resistência causou e vem causando muitos impactos econômicos no setor agro. A Embrapa, por exemplo, fez uma análise geral da economia nacionalmente.

De modo geral, o custo para controle de ervas daninhas em uma área com problema de resistência sobe de 40% para 200% em relação a uma área “suscetível”. A variação aumenta conforme aumentam o número de espécies resistentes.

Esta matéria mostra que alguns produtores do Paraná conseguiram economizar até R$ 138 por hectare ao diminuírem o uso de herbicidas graças ao manejo integrado.

Por isso, conhecer o custo do manejo de plantas daninhas por hectare e da sua fazenda como um todo é fundamental. Assim você saberá o que está compensando fazer e qual é a melhor medida de controle em termos produtivos e financeiros.

8. Termos importantes para entender ervas daninhas resistentes a glifosato e outros herbicidas

Plantas suscetíveis aos herbicidas

A suscetibilidade de uma certa de planta daninha é uma característica natural de cada espécie.

É a mortalidade ou danos que ocorrem em uma planta após a aplicação do herbicida, resultado da incapacidade de suportar a ação do produto.

Plantas tolerantes aos herbicidas

Plantas tolerantes apresentam naturalmente a característica de sobreviver e se reproduzir, mesmo após a aplicação de um herbicida na dose recomendada, desde a primeira aplicação.

Por exemplo: 2,4-D controla plantas de caruru (Amaranthus spp.) mas não controla capim-colchão (Digitaria ciliaris), pois esta espécie é tolerante a este herbicida.

E o que são plantas resistentes aos herbicidas?

Ervas daninhas resistentes são aquelas que anteriormente eram suscetíveis ao herbicida em questão, mas agora conseguem sobreviver e completarem seu ciclo de vida após a aplicação deste produto.

Para que essa ervas daninhas sejam realmente tidas como resistentes, a aplicação do herbicida deve ser na dose recomendada e em condições de campo.

Assim, temos a seleção de biótipos resistentes. Aliás esse é o termo academicamente correto quando falamos nesse assunto.

Esse termo é definido como um grupo de indivíduos com genética semelhante, porém pouco diferenciado da maioria dos indivíduos da população.

Ou seja, dentro de uma mesma espécie com genética semelhante, alguns grupos de indivíduos possuem diferenças.

No caso das ervas daninhas, a caracterização genética é feita apenas pela diferenciação em plantas resistentes e suscetíveis.

Se na sua propriedade apareceram plantas de capim-amargoso resistentes ao glifosato, por exemplo, isso quer dizer que houve seleção de biótipos resistentes.

9. Como me manter atualizado sobre a resistência de plantas daninhas?

Existe uma organização internacional, envolvendo 80 países, responsável por discutir e gerar novas alternativas de manejo para o combate a resistência de plantas daninhas. Esta organização se chama “International Survey of Herbicide Resistant Weeds”.

Sempre que um novo caso de resistência é comprovado, pesquisadores e especialistas da área o adicionam ao site, obtendo um banco de dados mundial.

No site da organização consta que no Brasil há 50 casos de resistência. Também há referência ao ano em que foi descoberto esses biótipos resistentes e quais os mecanismos de ação.

Você pode ver que muitos apresentam resistência múltipla (quando são resistentes a mais de um mecanismo de ação), como a buva resistente a inibidores da EPSPs (ex: glifosato), inibidores da PPO (ex: saflufenacil), auxinas sintéticas (ex: 2,4D), fotossistema I (paraquat) e II (ex:diuron).

Buva (Conyza sumatrensis)

Buva (Conyza sumatrensis) tem resistência registrada a 5 mecanismos de ação diferentes
(Fonte: Weed Science)

O site está em inglês, mas na listagem aparecem os nomes científicos e mecanismos de ação. Além de ser super informativo, a observação do que está acontecendo no Brasil e no mundo, com certeza, vai te ajudar a tomar decisões melhores dentro da porteira.

No Brasil também temos o HRAC-Brasil (Comitê de Ação à Resistência aos Herbicidas). A associação promove o gerenciamento e acompanhamento de casos de resistência com intuito de promover o manejo sustentável das ervas daninhas e o ciclo de vida dos herbicidas.

O HRAC atua no entendimento, cooperação técnica, educação, informação e comunicação entre indústrias, pesquisadores, governo, órgãos de pesquisa, universidade e produtores.

Recomendo a leitura do livro Aspecto de resistência de ervas daninhas a herbicidas”, que explica de modo simples e fácil o manejo de ervas daninhas resistentes aos herbicidas.

No site você pode ficar por dentro de novidades do setor e ver mais materiais relacionados ao tema.

Conclusão

Ervas daninhas resistentes a glifosato são um grande problema na agricultura brasileira pelo impacto financeiro que isso causa para todos os agricultores e para a cadeia.

E é por isso que as questões levantadas neste texto são importantes para seu processo produtivo, entendendo o que é a resistência e como manejá-la adequadamente.

Também vale ressaltar que, no final das contas, os custos do manejo e sua produção final são essenciais para definir qual a melhor maneira de fazer seu controle de plantas daninhas.

Você já teve problemas com ervas daninhas resistentes a glifosato e a outros herbicidas na sua área? Restou alguma dúvida sobre o melhor manejo? Deixe seu comentário.

Henrique-plácido

Atualizado em 22 de julho de 2020 por Henrique Fabrício Placido
Engenheiro agrônomo pela UFPR, mestre pela Esalq-USP e especialista em gestão de projetos. Atualmente, doutorando pela UEM na linha de pesquisa de plantas daninhas.

Como fazer o controle da buva resistente a glifosato

Controle da buva resistente a glifosato é essencial para um bom desenvolvimento da sua lavoura. Neste artigo listamos as melhores práticas e como fazer o controle efetivo desta erva daninha.

Anos atrás, a buva não assustava ninguém. Hoje, a história mudou.

Se você tem essa planta invasora na sua fazenda, sabe bem do que estou falando.

E o principal motivo desse jogo virar foi o desenvolvimento da resistência a glifosato.

Sem conseguir controlar a buva pela aplicação do herbicida, a planta se espalha rápido na lavoura.

Três plantas de buva por m² podem resultar em perdas de 4 sacas de soja por hectare.

Mas como fazer o controle da buva resistente a glifosato? E como verificar se o custo compensa?

buva-danos

(Fonte: Jornal Coamo)

Aqui eu te conto como fazer isso e muitas outras dicas e curiosidades, veja:

Como está a “grama do vizinho”: Cenário de buva resistente a glifosato e outros herbicidas no Brasil

Se você tem ervas daninhas resistentes a herbicidas na sua área, não se preocupe.

A grama do vizinho não está mais verde: infelizmente essa é uma situação comum de ser encontrada no país.

No Brasil existem 50 relatos de plantas daninhas resistentes a herbicidas.

Destes, 15 são plantas resistentes a glifosato (herbicidas inibidores da EPSPs) e 8 são de plantas de buva.

Controle da buva resistente a glifosato

Infestação de buva resistente a glifosato no Brasil

(Fonte: Prof. Michelangelo Trezzi)

No Brasil, o primeiro caso de buva resistente a glifosato foi registrado em 2005.

O mais recente deles, em 2017, que podemos considerar como um cenário preocupante é o da buva resistente a três mecanismos de ação diferentes.

Aqui você pode conferir todos os casos de resistência de buva no Brasil (Fonte: Heap, 2018):

Ano de 2005

  • Conyza bonariensis  a glifosato;
  • Conyza canadensis a glifosato.

Ano de 2010

  • Conyza sumatrensis a glifosato

Ano de 2011

  • Conyza sumatrensis a chlorimuron;
  • Conyza sumatrensis a glifosato e chlorimuron.

Ano de 2016

  • Conyza sumatrensis a paraquat;
  • Conyza sumatrensis a saflufenacil;
  • Conyza sumatrensis a glifosato, chlorimuron e paraquat.

O primeiro passo de um controle eficiente de plantas daninhas, resistentes ou não, é a sua correta identificação.

Por isso, acompanhe abaixo algumas das características mais importantes da buva.

Identificando essa planta daninha: características principais da buva

  • As plantas de buva pertencem à família Asteraceae, são anuais ou bianuais, eretas, chegando até 2,5 m de altura;
  • Possuem fácil disseminação através do vento;
  • Toleram bem condições de seca;
  • Uma planta é capaz de produzir de 100 mil a 200 mil sementes;
  • As sementes não possuem dormência;
  • Ótima germinação entre 20°C a 25°C.

As espécies de buva são difíceis de serem diferenciadas, veja na figura abaixo algumas dicas!

identificação-buva-especies

(Fonte: Michelangelo Trezzi)

Para saber mais sobre a identificação das espécies de buva consulte a publicação do HRAC: “Aspectos Botânicos, Ecofisiologicos e Diferenciação de Espécies do Gênero Conyza”.

Controle da buva resistente a glifosato: Herbicidas

Muitos herbicidas podem ser recomendados para manejar a buva e ajudar na prevenção à resistência.

Para a cultura de soja, veja o quadro abaixo:

buva-resistente-soja-alternativas

(Fonte: Embrapa)

Verifique também os herbicidas com mecanismos de ação alternativos indicados para controle da buva resistente a glifosato:

Inibidores da ALS

Clorimuron, cloransulam, diclosulam e iodosulfuron.

Mimetizador de auxinas

2,4 D e dicamba.

Inibidores da glutamina sintetase

Glufosinato de amônio.

Inibidores da PROTOX

Flumioxazin, saflufenacil e sulfentrazone

Inibidores do fotossistema I

Paraquat

Mas não é só com herbicidas alternativos que controlamos eficientemente essa planta daninhas.

O controle cultura é igualmente importante.

Controle cultural da buva

O controle cultural é uma excelente ferramenta para reduzir a infestação. Assim, temos alguns exemplos a seguir.

Lamego et al. (2013) observaram que a infestação de buva é reduzida quando se tem coberturas vegetal (palhada) sob o solo.

buva-cobertura-vegetal

(Fonte: Lamego et al., 2013)

Os autores também viram que aliando o manejo cultural ao controle químico (por herbicidas) é possível elevar a produtividade da soja pelo controle da buva.

Eles notaram que, em alguns casos, a cobertura sozinha já foi suficiente para garantir a produtividade da soja.

No trabalho realizado por Rizzardi e Silva (2014), o manejo cultura com coberturas de inverno proporcionou a redução no número e na altura de plantas de buva.

redução-buva-cobertura

(Fonte: Rizzardi e Silva (2014))

Ou seja, quanto maior for a cobertura do solo, menor vai ser a germinação das plantas de buva. Isso porque essas plantas necessitam de luz para germinar (são fotoblásticas positivas).

Assim, com a cobertura do solo, dificultamos a germinação dessa planta daninha, evitando que ela se reproduza e que deixe mais sementes no solo.

Por isso, esse manejo cultural é importante para áreas com ou sem buva resistente a glifosato ou outros herbicidas.

Mas ainda tenho algumas indicações sobre o manejo em caso de resistência em sua área.

Baixe grátis o Guia para Manejo de Plantas Daninhas

Dicas indispensáveis para o controle da buva resistente a glifosato e outros herbicidas

Aqui estão as principais dicas para prevenir e manejar a resistência de plantas daninhas, incluindo a buva:

  • Arranque e destrua plantas suspeitas de resistência;
  • Faça rotação de herbicidas com diferentes mecanismos de ação;
  • Realize aplicações sequenciais de herbicidas com diferentes mecanismos de ação;
  • Não use mais do que duas vezes consecutivas herbicidas com o mesmo mecanismo de ação em uma área;
  • Faça rotação de culturas;
  • Inspecione o início do aparecimento da resistência, ou seja, faça monitoramentos constantes na sua área;
  • Use práticas para esgotar o banco de sementes, como estimular a germinação e evitar a produção de sementes das plantas daninhas;
  • Evite que plantas resistentes ou suspeitas produzam sementes, ou seja, controle essas plantas antes de seu florescimento;
  • Especialmente no caso da buva, faça o controle quando a planta apresentar 15 até 30 cm, facilitando seu manejo.

Sobre a última dica, tenho algumas considerações a fazer.

Um dos principais desafios do controle químico da buva é o tamanho da planta, porque quanto maior a altura, das plantas mais difícil é o controle.

Por isso é importante saber identificar as espécies de plantas daninhas quando pequenas para, assim, poder controlá-las quando jovens.

altura-buva-resistente-facilidade-manejo

Influência do tamanho da buva na eficácia do controle químico aos 28 dias após aplicação, ou 13 dias após a segunda aplicação no caso de 2 aplicações.
(Fonte: Blainski,2009)

Aqui fica nítido que quanto maior a altura das plantas de buva no momento da aplicação dos herbicidas, menor é a eficácia de controle.

Para entender mais sobre o controle da buva este vídeo da Embrapa mostra a associação de métodos culturais e químicos:

>> Leia mais: “Entendendo o herbicida sistêmico e dicas para a eficiência máxima na lavoura

O custo da buva resistente a glifosato e outros herbicidas

Quando você tem uma erva daninha resistente a glifosato em sua fazenda, seu custo para controlá-la vai aumentar, especialmente se você estiver habituado a fazer somente o controle por glifosato, que é um herbicida barato.

Nesse sentido, estudos mostraram que o custo com o manejo de plantas daninhas aumentou em 82% para produtores que possuem problemas com controle da buva resistente a glifosato e outros herbicidas.

custo-buva-resistente

(Fonte: Qualittas)

Esse problema fica ainda maior quando se tem além de buva resistente, outras plantas daninhas como azevém e capim-amargoso.

adegas-custo-buva-e-outras-resistentes

Impacto econômico da resistência de plantas daninhas a herbicidas no Brasil
(Fonte: Adegas)

No seu caso, dentro de sua fazenda, você consegue verificar qual o custo com herbicidas ou com manejo de cobertura?

custo-realizado-defensivos-herbicida

Essa observação é extremamente importante para identificar quais os melhores manejos para controle da buva resistente a glifosato e outros herbicidas e garantem rentabilidade.

Recomendo fortemente que você faça seu orçamento da safra com um planejamento agrícola bem feito.

Juntamente com o monitoramento constante da área, você saberá o que e como fazer para melhorar manejar as plantas daninhas e ainda ser economicamente viável.

Conclusão

A buva resistente a glifosato e a outros herbicidas é um grande problema na lavoura, mas o seu manejo efetivo é possível.

Para prevenção dessa resistência, é importante o manejo com outros herbicidas de diferentes mecanismos de ação, além de métodos culturais.

Aqui vimos quais os produtos e outros métodos de controle da buva resistente a glifosato são melhores.

E é no planejamento agrícola que você vai decidir, com segurança, qual a melhor combinação de medidas de controle.

Isso vai garantir o manejo efetivo dessa e de outras plantas daninhas e ainda rentabilidade na sua safra!

>> Leia mais: “Guanxuma: 5 maneiras de livrar sua lavoura dessa planta daninha
>> Leia mais: “Guia para controle eficiente da trapoeraba
>> Leia mais: “O guia completo para o controle de capim-pé-de-galinha

Gostou do texto? Tem problemas para controle da buva resistente a glifosato ou a outros herbicidas na sua área? Sabe de alguma dica importante que não citei aqui? Comente abaixo!

Armazenagem de defensivos agrícolas: 7 dicas de como fazer em sua propriedade

Estoque de defensivos agrícolas: o que você precisa saber para ter um depósito adequado e seguro.

Você tem um estoque de defensivos agrícolas em sua propriedade, mas não sabe bem se é esse o jeito certo de fazer a armazenagem?

Pois saiba que existem boas práticas que podem te direcionar.

Além disso, ter um estoque organizado é garantia de evitar produtos vencidos, vazamentos, acidentes e outros.

Ou seja, isso mantém a segurança de sua fazenda, dos seus colaboradores e ainda cessa gastos desnecessários.

Neste artigo vou te mostrar as principais dicas para te auxiliar nessa armazenagem! Confira:

Por que o controle de estoque de defensivos agrícolas é tão importante?

Você não quer correr o risco de atrasar uma aplicação porque a revenda não tem aquele defensivo.

Nem pagar mais caro porque deixou a compra para a última hora.

Muito menos perder defensivos agrícolas por vencimento, vazamento ou pior, algum acidente.

Por isso precisamos nos atentar às normas e boas práticas agrícolas e fazer a armazenagem adequada de todos os produtos.

Aqui vamos abordar algumas dicas, mas lembre-se que o primeiro passo para o controle real do seu estoque é o registro de todos as entradas e saídas.

Esses registros devem ser guardados em segurança e serem fáceis de acessar.

Assim, você sabe o custo de todos os insumos em cada safra realizada, além de poder negociar melhor seus preços pelos registros da safra anterior.

Controlando os estoques

Você pode ver mais sobre como obter total controle do seu estoque neste artigo:Como ter um controle de estoque rural mais eficiente

E para te ajudar, baixe gratuitamente uma planilha para controle financeiro do estoque clicando na imagem abaixo!

Agora, confira comigo algumas dicas indispensáveis sobre armazenagem de defensivos agrícolas:

7 dicas sobre estoque físico de defensivos agrícolas

1 – Localização da armazenagem de defensivos agrícolas na fazenda

A localização do estoque deve respeitar o zoneamento de ocupação do solo, seguindo também algumas indicações:

  • distante de cursos d’água;
  • afastado de áreas de preservação ambiental;
  • distante de vizinhança estabelecida no local;
  • não construir escritórios parede a parede com o estoque físico, por conta do risco de incêndio;
  • recuo de 10 m entre os ambientes ou parede corta fogo.

Não se esqueça que, em geral, são necessárias certas autorizações e documentação para construções de armazéns/estoques físicos. Veja mais sobre isso no manual da Andav.

2 – Terreno do estoque físico de defensivos agrícolas

O terreno para construção do seu estoque físico de defensivos agrícolas deve ser levemente desnivelado.

Desse modo, em caso de vazamento, o líquido escorre por uma canaleta que também deve possuir em sua construção.

Esse líquido deve ter como destino uma caixa de cimento na área externa do armazém. Assim, evita-se o contato dos defensivos com o solo e demais pessoas.

O piso do estoque também é muito importante no armazenamento:

3 – Piso do estoque físico de defensivos agrícolas

Faça um piso impermeável dentro de seu estoque físico impermeável, sem ralos ou drenos de saída.

Como dissemos anteriormente, a intenção é que os defensivos não entrem em contato com o solo ou atinjam mais pessoas.

Também atente-se para o fato de que o piso não pode apresentar saliências (ser irregular), prejudicando circulação de pessoas e movimentação de materiais.

4 – Paredes do estoque de defensivos agrícolas

As paredes de seu armazém devem ser de alvenaria, sendo o pé direito igual ou maior que 4 m.

O pé direito alto facilita as trocas de ar do ambiente e, se você planeja empilhar muitas coisas, aumente essa altura para no mínimo 6 metros.

Se você não for estocar somente defensivos agrícolas nesse local, faça paredes divisórias que separam tipos de materiais guardados.

Assim, você tem tudo mais organizado e sem problema de contaminação entre produtos.

Também não é recomendado que você tenha ao lado (parede a parede) escritório ou outro ambiente da fazenda.

Além disso, a norma ABNT NBR 9843 recomenda entrada de serviço e acesso externo para o serviço de salvamento e Corpo de Bombeiros. Isso porque estoques com esses acessos se tornam mais protegidos em caso de incêndio e outros tipos de acidentes, especialmente se forem dois armazéns lado a lado:

estoque de defensivos agrícolas

(Fonte: Andav)

5 – Telhado do estoque físico de defensivos

Tenha em mente que o telhado do seu armazém terá que ser de material não inflamável, livre de vazamentos e goteiras.

Também não coloque telhados transparentes ou que deixem passar a luz do dia para seus defensivos agrícolas.

Isso é devido à existência do risco de afetar a qualidade dos produtos, por exposição à luz ou calor.

telhado-estoque-defensivos-agrícolas

(Fonte: Andav)

Desse modo, posicione telhas transparentes apenas em corredores ou locais que não estejam seus produtos.

Além disso, luzes artificiais devem ser focadas mais nos corredores.

E como fica o armazenamento em si dos defensivos?

6 – Armazenamento dos defensivos agrícolas dentro do estoque

Este símbolo de segurança que está aqui em baixo significa “proteger de luz ou irradiação de calor”:

fórmula NDE

(Fonte: Andav)

Você vê esse símbolo na grande maior parte dos defensivos agrícolas. Isso quer dizer que esses produtos são sensíveis à exposição à luz e calor.

Ou seja, eles podem se decompor ou reagir, perdendo suas propriedades originais.

Desse modo, caso esses defensivos sejam expostos à luz e calor, podem perder eficácia e se tornarem inadequados para uso.

Por isso, recomendamos no item anterior que a luz natural ou artificial seja apenas focadas em locais que não há produtos.

Além disso, em qualquer sistema de armazenagem (blocado, racks– estruturas porta paletes, etc.) os produtos devem ser colocados a, no mínimo 0,50 m da parede e 1 m da tesoura do teto ou do ponto mais baixo da estrutura do telhado.

armazenagem e estoque defensivos agrícolas

(Fonte: Andav)

É interessante que você separe seus defensivos de modo organizado.

Você pode fazer essa separação por família agrícola, evitando contaminação cruzada entre os produtos, já que sabemos que muitos são incompatíveis.

Outro tipo de separação é por lote/validade. Assim, você tem um melhor controle dos produtos que estão perto de vencer.

Saiba ainda mais sobre defensivos nesses dois artigos:

E veja agora sobre o uso de EPI no estoque de defensivos:

7 – EPI no armazenamento dos defensivos agrícolas

A norma ABNT NBR 9843 parte 2 dedica todo um capítulo para os cuidados com os operadores dentro do estoque.

Por isso, atente-se aos operadores oferecendo treinamento intensivo e comunicação efetiva.

Para te ajudar nessa comunicação recomendo o artigo: 4 desafios de ser um líder em uma empresa rural.

Além disso, passe para seus colaboradores a importância com as responsabilidades no manuseio dos defensivos agrícolas, como o uso de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual).

Nesse sentido, diferentes tarefas envolvem diferentes uso de EPIs, como mostra o quadro abaixo:

uso-de-epis-defensivos-agrícolas

(Fonte: Andav)

Conclusão

O controle do estoque e o armazenamento adequado dos defensivos agrícolas são fundamentais para o comando de sua propriedade.

Eles garantem operações agrícolas eficientes e são cruciais para a saúde financeira da fazenda.

Aqui você viu detalhes sobre as construções dos estoques físicos, além de como deve ser feito o armazenamento correto.

Aproveite essas dicas e comece agora mesmo o armazenamento correto dos seus defensivos agrícolas!

planilha de compras de insumos

Como é hoje seu estoque de defensivos agrícolas? Tem mais dicas sobre o assunto? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Helicoverpa armigera: histórico, importância, características e tecnologias de manejo

Helicoverpa armigera: como identificar, danos causados, ciclo de vida e culturas afetadas pela praga

A produção agrícola é um dos setores indispensáveis para a vida humana. Porém, com todo grande empreendimento vêm grandes desafios, e a lagarta Helicoverpa armigera é prova disso. Afinal, ela é uma das pragas agrícolas de maior importância nas lavouras.

A espécie já causou prejuízos de R$ 1,5 bilhão somente na Bahia, na safra de 2013. Para evitar mais acontecimentos com esse, medidas de manejo foram intensificadas para manter a praga sob controle.

Neste artigo, saiba tudo sobre identificação, manejo da lagarta helicoverpa e seis formas de controle. Aproveite a leitura!

Histórico da H. armigera no Brasil

A Helicoverpa armigera é uma espécie de mariposa, muito conhecida pelas lagartas que atacam a cultura do algodão. Foi identificada no Brasil em 2013, e antes era considerada uma praga quarentenária

Isso significa que a praga não têm origem no Brasil mas foi aqui introduzida, causando um desequilíbrio da ordem natural.

Assim sendo, essas pragas podem causar sérios prejuízos econômicos em áreas de produção agrícola, causando ameaça à economia. Segundo pesquisadores, a H. armigera foi introduzida no Brasil em 2008 e, aos poucos, alastrou-se pelas regiões produtoras.

Antes, havia dificuldade na identificação da Helicoverpa armigera. Muitas vezes, ela era confundida com outras lagartas, como a lagarta-da-maçã-do-algodoeiro e a lagarta-da-espiga-do-milho, que já existiam no país. 

Ainda, é pequena a diferença entre helicoverpa zea e armigera, o que confunde muito quem produz. Vinda da Oceania, a Helicoverpa armigera se adapta mais facilmente à soja e ao algodão. Por outro lado, a Helicoverpa zea vem do México e causa mais danos ao milho.

Ao longo do tempo, investiu-se em conhecer as características da H. armigera para controlá-la adequadamente, com desenvolvimento de tecnologias adequadas para seu genoma e ciclo de vida.

Ciclo de vida da lagarta helicoverpa spp.

O ciclo de vida da Helicoverpa armigera é composto pelas fases de ovo, lagarta, pupa e adulto. Você pode observar essas etapas a seguir.

 Ciclo de vida H. armigera
Ciclo de vida H. armigera
(Fonte: Embrapa)

Na fase de ovo, há um período de incubação de cerca de 3 dias. O ovo apresenta coloração branco-amarelado após a deposição, e se torna marrom próximo à eclosão da larva.

Após a eclosão dos ovos, é chegado o estágio larval da H. armigera. Ele apresenta seis sub-estágios. As lagartas de primeiro e segundo sub-estágio são pouco móveis na planta e apresentam coloração variando de branco-amarelada a marrom-avermelhada. 

Elas alimentam-se de partes mais tenras das plantas e podem produzir um tipo de teia, ou até mesmo um pequeno casulo. Com o crescimento das lagartas, as colorações mudam, variando de amarelo a verde, apresentando listras de coloração marrom nas laterais. 

É nesse momento de seu ciclo de vida que a praga se torna mais agressiva à cultura. Em seguida, é alcançada a fase de pupa, com duração entre 10 e 14 dias. Nele, a praga apresenta coloração marrom e está em processo de transformação de larva para adulto.

Já adulta, na forma de mariposa, a fêmea tem coloração amarelada e sobrevive em média 12 dias. O macho apresenta cor acinzentada e vive cerca de 9 dias. As mariposas podem ovipositar ovos nas folhas da cultura, dando continuidade ao ciclo de vida da praga.

Bioecologia da Lagarta Helicoverpa, demonstrando o seu potencial de disseminação e consequente alcance em outras culturas
Bioecologia da Lagarta Helicoverpa, demonstrando o seu potencial de disseminação e consequente alcance em outras culturas.
(Fonte: Embrapa)

Culturas de interesse e os danos da Helicoverpa armigera

Uma característica da helicoverpa é ser polífaga. Isso significa que ela pode se beneficiar de muitos hospedeiros, estando presente em uma ampla variedade de espécies de plantas. No Brasil, alguns hospedeiros da lagarta são: 

Os danos que essa lagarta causa às principais culturas de interesse econômico a tornam um alvo importante do manejo de pragas.

Danos causados pela Helicoverpa armigera

É na fase larval que a Helicoverpa armigera na soja e no algodão causa perdas nas culturas. Nela, as lagartas se alimentam de folhas e hastes, causando danos irrecuperáveis às plantas. 

Se a fase mais ativa coincide com o período reprodutivo da cultura, os botões florais, frutos, maçãs, espigas e inflorescências podem ser muito afetados.

As perdas podem ultrapassar 80% em lavouras de feijão e 60% em algodão. Os danos se caracterizam por deformações em folhas e frutos, favorecendo a entrada de doenças para o interior dos tecidos das plantas e a queda precoce de partes das plantas. 

A Helicoverpa armigera é uma praga difícil de controlar e seus danos são irreversíveis. Por isso, o manejo deve ser feito quando as lagartas estão presentes na área de cultivo, mas antes de apresentarem densidade populacional acima do nível de dano econômico.

Uma tática importante no manejo desta lagarta é a adoção do Manejo Integrado de Pragas. A adoção de diferentes estratégias de controle pode reduzir a população da lagarta na área de cultivo, mantendo a sua densidade populacional reduzida.

Manejo Integrado de Pragas da Helicoverpa armigera

Medidas de manejo isoladas não são eficientes para manter a população da praga abaixo dos níveis de dano econômico a longo prazo. Por isso, o que se sabe nesses dez anos de pesquisas para controlar a H. armigera é que o Manejo Integrado de Pragas é essencial. 

Com ele, é possível aplicar práticas adequadas para o contexto específico de cada área.

O MIP utiliza diversas técnicas, sem depender unicamente do controle químico. Com a integração de práticas, todas são potencializadas e protegem a eficiência dos inseticidas

Um dos princípios do MIP é a amostragem da praga. Essa etapa tem o objetivo de determinar qual tipo de manejo utilizar e quando é o momento mais adequado, para reduzir os danos da lagarta na lavoura.

Da mesma forma, o monitoramento e a identificação são práticas essenciais para determinar o momento correto de aplicar medidas de controle mais incisivas. Assim, é possível identificar o nível de equilíbrio e de controle, que indicam quando você deve agir.

Densidade populacional e nível de dano econômico de pragas
Densidade populacional e nível de dano econômico de pragas
(Fonte: Embrapa)

6 técnicas de manejo integrado eficientes contra a helicoverpa

Se você identificou ou desconfia da presença dessa lagarta na sua lavoura, usar técnicas de manejo o quanto antes é essencial. Fique de olho nas principais formas de controle dessa praga agrícola.

1. Controle cultural

Como a H. armigera é polífaga, o controle cultural é uma opção para diminuir a população da praga. A prática consiste em manter a área livre de qualquer planta hospedeira por determinado período. Assim, os espécimes presentes não têm chances de se desenvolver.

Por isso, no período de entressafra, é importante deixar a lavoura sem a presença de plantas de que a H. armigera possa se beneficiar. Isso inclui plantas tigueras da própria cultura recém colhida, daninhas e restos culturais.

Além disso, pode-se utilizar o calendário de plantio curto, em combinação com cultivares de ciclo reduzido. Isso diminui o período de cultivo e possibilita que a lavoura tenha uma janela de inatividade.

Dessa maneira, não se reduz a produção, mas é possível evitar ter plantas em vários estágios de desenvolvimento. Eles servem de fonte de alimento para a lagarta.

2. Controle genético

Outra estratégia de manejo para a lagarta H. armigera é o uso de cultivares resistentes. Uma tecnologia bastante utilizada são plantas com tecnologia Bt, variedades geneticamente modificadas com o gene de uma bactéria que é tóxica para alguns insetos.

As pragas, no entanto, também têm a capacidade de se adaptar a essa tecnologia, que passa a não apresentar a eficiência esperada depois de algumas safras. Felizmente, as áreas de refúgio são alternativas para preservar a qualidade das cultivares resistentes.

Nessa estratégia, parte da área cultivada é semeada com plantas não resistentes, de maneira a evitar a seleção de pragas e manter a eficiência do controle genético. Por isso, a tecnologia Bt e as áreas de refúgio são sempre complementares no manejo.

3. Identificação, amostragem e monitoramento

Conhecer o ciclo de vida dessa lagarta ajuda a entender em que fase ela ataca a cultura e como é possível identificá-la. Além disso, o conhecimento das fases do ciclo de vida é importante para a amostragem da H. armigera para a realização do manejo.

Para identificar a H. armigera, a primeira característica que pode ser observada é a presença de pontuações escuras no quarto e/ou quinto segmento da lagarta. Eles formam um semicírculo e apresentam aspecto mais endurecido.

Características principais da lagarta Helicoverpa que permitem a sua identificação à campo.
Características principais da lagarta Helicoverpa que permitem a sua identificação à campo.
(Fonte: Gabriella C. Gaston em Embrapa)

Por terem colorações diversas ao longo das diferentes fases de seu desenvolvimento, avaliar a disposição das pontuações é a melhor maneira de diferenciá-la das outras espécies. Além disso, verifique as listras nas laterais do tórax, no abdômen e na cabeça.

Caso você ainda tenha dúvidas sobre a identificação da lagarta H. armigera, não deixe de procurar um laboratório que identifique a espécie que você encontrou na sua lavoura. 

A amostragem é feita a partir da contagem dos adultos de H. armigera, por meio de armadilhas luminosas ou com feromônios. A captura e a contagem das mariposas permite prever o potencial de ovos e de lagartas de H. armigera na sua lavoura em um prazo curto.

Tudo isso oferece mais agilidade no manejo. Também é necessário monitorar as plantas durante todo o ciclo do cultivo. Verifique se há presença de lagartas, por meio do pano de batida, ou dos danos que ela causa nas folhas e caules.

Para te ajudar nesse processo, separamos uma planilha gratuita para tornar o MIP na sua fazenda mais assertivo. Basta clicar na imagem abaixo para acessá-la:

Banner planilha- manejo integrado de pragas

4. Controle biológico

Esse tipo de manejo consiste em inserir na área um agente de controle biológico que funcione como inimigo natural da praga.  Entre os insetos benéficos, podemos encontrar os parasitóides e predadores da lagarta. 

Existem também vírus, bactérias, fungos e nematoides capazes de diminuir a população das lagartas. Contra a helicoverpa, a vespa Trichogramma spp. apresenta bons resultados. Há ainda inseticidas biológicos à base de Trichogramma pretiosum.

Outro exemplo de produtos biológicos eficientes contra a H. armigera são aqueles à base da bactéria Bacillus thuringiensis. Elas são capazes de quebrar o ciclo da lagarta.

Como a tecnologia Bt está presente em sementes de cultivares resistentes, o uso das duas técnicas de forma conjunta não é ideal. Isso serve para evitar a pressão de seleção à resistência, que aumenta quando são usados dois produtos com a mesma ação.

Também vale lembrar da existência de inseticidas à base de patógenos virais, como os compostos pelo vírus Nucleopolyhedrovirus. Ele age após ser ingerido pela lagarta, quando ela se alimenta da cultura.

O produto causa redução da alimentação e locomoção da lagarta, até a morte. Este processo dura entre 3 e 7 dias, com efeito mais rápido em lagartas mais jovens. O interessante é que as lagartas contribuem para dispersar o vírus no ambiente.

5. Controle químico

A principal forma de controle da Helicoverpa armigera é o uso de inseticidas químicos em rotação de princípios ativos. O objetivo é evitar a pressão de seleção da praga.

O Comitê de Ação à Resistência a Inseticidas já identificou casos de resistência de H. armigera a inseticidas à base de piretróide no Brasil. Já a Embrapa demonstrou que há mais de 600 relatos de resistência da H. armigera a vários grupos de inseticidas no mundo.

Por isso, compreender o histórico da área de cultivo quanto à incidência da praga e integrar as práticas de manejo são ações fundamentais. Elas irão assegurar a eficiência das soluções e a longevidade de seus princípios ativos. 

A escolha de um inseticida deve considerar quatro fatores:

  • seletividade a inimigos naturais;
  • custo-benefício;
  • eficiência em campo;
  • combinação de ativos.

Para a maior eficiência do controle químico, você deve utilizar rotação de produtos com diferentes modos de ação dentro do MIP. A aplicação de inseticida deve começar quando a praga atinge o nível de controle no processo de amostragem.

6. Gestão agrícola por softwares

Você pode achar que gestão agrícola não tem nada a ver com manejo de pragas. Entretanto, relembre alguns pontos importantes para o controle da Helicoverpa

  • uso de inseticidas com rotação de mecanismos de ação;
  • aplicação de inseticidas mais seletivos;
  • uso de outras formas de manejo, como tecnologia Bt e produtos biológicos;
  • realização do monitoramento e aplicações somente ao atingir o nível de controle.

Para cada uma dessas questões, a gestão agrícola tem um papel fundamental. Felizmente, muitos processos e informações que guiam as escolhas no campo já são amparadas por tecnologias digitais, a partir de softwares.

Esses softwares automatizam o levantamento de dados e facilitam sua visualização. Ainda, com essa tecnologia, você tem o histórico das safras anteriores. 

Desse modo é possível registrar e consultar os produtos que usou na safra passada e conferir sua eficiência. Além disso, você pode fazer um plano de manejo com a rotação de mecanismos de ação de maneira estratégica.

Você também fará o planejamento agrícola de maneira fácil e poderá saber com antecedência quais os melhores produtos a serem utilizados. Isso permite mais tempo para a busca de melhores preços no mercado.

Assim, fica fácil decidir o que fazer em cada etapa da safra, obtendo o manejo eficiente não só da lagarta, mas da lavoura como um todo. As tecnologias digitais também oferecem um sistema georreferenciado para monitoramento de pragas, por meio de mapas de calor.

monitoramento-georreferenciado-aegro
Mapa de monitoramento de pragas com o Aegro

Outra vantagem de contar com um software para a gestão agrícola é o controle financeiro e o manejo de riscos à rentabilidade. A ferramenta permite entender em detalhes: 

  • quanto foi gasto em inseticidas durante a safra passada;
  • qual o custo por talhão;
  • rendimento de cada área;
  • retorno sobre o investimento.

Essas informações têm a finalidade de entender se houve prejuízo ou ganhos nos talhões mais infestados. Com o Aegro, isso fica fácil e simples de ser visualizado. Veja uma prévia a seguir:

Veja também como Elivelton reduziu 40% do seu custo de manutenção de máquinas com aplicativo para agricultura.

Conclusão

Entender sobre a H. armigera é indispensável para evitar danos diretos à lavoura e para um bom planejamento de quais culturas serão implantadas depois. 

Ainda, esse conhecimento te ajuda a entender melhor sobre seus custos de produção e como otimizá-los. 

Para o controle da lagarta helicoverpa é fundamental a adoção do Manejo Integrado de Pragas. Ele ajuda no alcance de um controle eficiente e na manutenção da vida útil dos inseticidas e das cultivares resistentes disponíveis no mercado. 

Você conhecia o ciclo de vida da Helicoverpa armigera? Qual método de controle você utiliza no controle da lagarta? Adoraria ver seu comentário abaixo.

Você conhece o ciclo de vida da Helicoverpa armigera?

Infelizmente sua lavoura está propensa ao ataque de muitas pragas e doenças.

E com certeza você já deve ter escutado sobre a lagarta Helicoverpa armigera, a qual possui enorme importância para o Brasil.

Em 2013, o prejuízo estimado com o ataque da lagarta foi de R$ 2 bilhões de reais.

Você sabe como fazer o manejo dessa praga na sua lavoura?

Para esse manejo ser realmente adequado devemos conhecer a lagarta, especialmente seu ciclo.

Então, me acompanhe para saber tudo sobre o ciclo, identificação e manejo da Helicoverpa armigera:

(Fonte: Adaptado de Embrapa)

Vamos conhecer um pouco do histórico da Helicoverpa armigera no Brasil

A lagarta foi identificada no Brasil em março de 2013 (safra 2012/13).

Antes disso, a Helicoverpa armigera era considerada uma praga quarentenária A1.

Mas, o que são pragas quarentenárias?

São organismos que não existem no país e que, se presente, podem causar sérios prejuízos econômicos mesmo sob controle permanente, causando ameaça à economia agrícola do país.

Há dois tipos de pragas quarentenárias:

A1: praga ainda não presente no país;

A2: praga presente no país, porém, localizada em algumas regiões, não está amplamente distribuída.

No entanto, alguns pesquisadores concluíram que a introdução de H. armigera no Brasil provavelmente ocorreu antes de outubro de 2008.

No início havia dúvidas sobre a identificação da H. armigera em relação às lagartas: lagarta-da-maçã-do-algodoeiro (Heliothis virescens) e a lagarta-da-espiga-do-milho (Helicoverpa zea), que já existiam no país.

Então, quais as características da H. armigera?

Para conhecer sobre as características desta praga e assim poder controlá-la adequadamente, vamos ver mais sobre seu ciclo e suas características:

Ciclo de vida da Helicoverpa armigera e as características de cada fase

A espécie Helicoverpa armigera apresenta em seu ciclo as fases de ovo, lagarta, pupa e adulto.

Veja a seguir cada uma das fases e suas características de acordo com a Embrapa:

Ovo

Esta fase apresenta período de incubação com cerca de 3 dias.

O ovo apresenta coloração branco-amarelado após a deposição no substrato e se torna marrom próximo à eclosão da larva.

Larva

O estágio larval desta espécie tem seis instares, ou seja, estágios larvais.

As lagartas de primeiro e segundo instares são pouco móveis na planta e possuem coloração variando de branco-amarelada a marrom-avermelhada.

Nessas fases, se alimentam de partes mais tenras das plantas, onde podem produzir um tipo de teia ou até mesmo formar um pequeno casulo.

Com o crescimento das lagartas e adquirindo novos instares, as colorações das lagartas modificam, variando de amarelo-palha a verde, apresentando listras de coloração marrom lateralmente.

Veja na figura diferentes colorações das lagartas.

helicoverpa-armigera-diferentes-cores

Diferentes colorações da Helicoverpa armigera na fase larval
(Fonte: André Shimohiro em Embrapa)

Pupa

Nesta fase imóvel do ciclo de vida apresenta coloração marrom e tem duração de cerca de 10 a 14 dias.

É nesta fase que a Helicoverpa armigera se transforma de larva para adulto.

Adulto

O período de sobrevivência na fase adulta da fêmea é de 11,7 dias e o macho é de 9,2 dias.

As mariposas fêmeas podem ovopositar de forma isolada ou agrupada os ovos nas folhas.

As fêmeas apresentam coloração mais amarelada e os machos acinzentados.

bioecologia-helicoverpa-armigera

(Fonte: Embrapa)

É nesta fase que a praga tem grande capacidade de dispersão nos campos de produção.

Agora que conhecemos um pouco mais sobre o ciclo de vida da H. armigera, quais plantas ela pode atacar?

Hospedeiros da Helicoverpa armigera

São chamados de hospedeiros aquelas culturas que a praga pode se alimentar e assim sobreviver.

Desse modo, essa lagarta tem muitos hospedeiros.

Ou seja, a Helicoverpa armigera pode se alimentar e sobreviver de um grande número de espécies de plantas.

Assim, esta praga é considerada também polífaga, ou seja, se alimenta de várias culturas.

No Brasil, alguns hospedeiros da lagarta são: algodão, soja, milho, tomate, feijão, sorgo, milheto, trigo, crotalária, girassol e outras.

E quais são os danos que esta praga pode causar?

Danos causados pela Helicoverpa armigera

É na fase larval que a H. armigera causa perdas nas culturas.

As lagartas podem se alimentar de folhas e hastes das plantas hospedeiras.

Mas, sua preferência é por estruturas reprodutivas da planta hospedeira como: botões florais, frutos, maçãs, espigas e inflorescências.

Devido a esses danos o Sescoop/SP apontou perdas das cooperativas paulistas causadas por Helicoverpa armigera de quase 80% do feijão e 60% da cultura do algodão.

Os danos se caracterizam por deformações, podridões e até quedas de partes das plantas.

Abaixo você pode ver exemplos de danos provenientes do ataque da Helicoverpa armigera em diversas culturas:

danos-helicoverpa-armigera

Danos do ataque de Helicoverpa armigera na cultura do algodão (A), milho (B),
soja (C), feijão (D), tomate (E) e sorgo (F)

(Fonte: Embrapa)

Depois de conhecer mais sobre os danos nas plantas, você deve estar se perguntando como manejar esta praga.

Mas, para o manejo desta praga, você primeiro precisa identificá-la.

Identificação de Helicoverpa armigera

A Helicoverpa armigera apresenta algumas características como a presença de tubérculos (ponto protuberantes) escuros no quarto e/ou quinto segmento da lagarta, formando um semicírculo e apresentando aspecto coriáceo (mais endurecido).

(Fonte: Gabriella C. Gaston em Embrapa)

Caso você ainda tenha dúvidas sobre a identificação da lagarta Helicoverpa armigera não deixe de procurar um laboratório que realize a identificação correta da espécie da sua lavoura.

Agora que conhecemos sobre as características de cada fase do ciclo de vida, você pode estar se perguntando, como isso pode me ajudar no manejo dessa lagarta?

Como o ciclo de vida da Helicoverpa armigera pode ajudar a combater essa praga

O conhecimento do ciclo de vida dessa lagarta te ajuda a entender em que fase a praga ataca a cultura e como é possível identificá-la.

Além disso, o conhecimento das fases do ciclo de vida é importante para a amostragem da H. armigera para a realização do manejo.

Mas, quais são as estratégias de manejo para Helicoverpa armigera?

Estratégias de manejo para Helicoverpa armigera

Inseticidas

A Helicoverpa armigera pode ser controlada por inseticidas químicos ou biológicos.

Já existem vários inseticidas biológicos registrados para o controle desta praga em várias culturas.

Além disso, nos fungicidas químicos apresentam vários princípios ativos.

Para a escolha de um inseticida, você deve considerar três fatores:

  • Seletividade do produto;
  • Custo;
  • Eficiência de campo.

Para a maior eficiência da utilização de controle químico, você deve utilizar rotação de produtos com diferentes modos de ação dentro do manejo integrado de pragas (MIP).

Para saber mais sobre o MIP veja o artigo: “Manejo Integrado de Pragas: 8 fundamentos que você ainda não aprendeu.” e continue lendo esse texto, pois falaremos mais sobre esse assunto.

Nesse sentido, a aplicação de inseticida deve ser iniciada quando a praga atinge o nível de controle no processo de amostragem.

Por isso que precisamos identificar tão bem essa praga, de forma que as aplicações e, consequentemente, o manejo seja bem feito.

Ademais, não deixe de ler sobre amostragem no próximo tópico.

Você também pode utilizar o tratamento de sementes com inseticidas, para retardar o início da aplicação de inseticidas na cultura.

>> Leia mais: “Defensivos agrícolas: 8 curiosidades que você deveria saber.”

Você consegue consultar os inseticidas que são registrados para a sua cultura no manejo da H. armigera no Agrofit.

Não se esqueça de procurar um(a) engenheiro(a) agrônomo(a) para te auxiliar no combate desta praga.

Além disso, o IRAC (Comitê de ação à resistência a inseticidas) divulgou que ocorreram casos de resistência de H. armigera aos inseticidas a base de piretróide no Brasil.

Veja mais sobre resistência de pragas a defensivos em “5 pragas agrícolas resistentes a defensivos agrícolas e como combatê-las.”

Controle biológico

Este tipo de manejo utiliza outro organismo para controlar a praga, chamados de agentes de controle biológico ou inimigos naturais de pragas.

Você pode utilizar o parasitóide Trichogramma sp., veja como ele atua no controle da Helicoverpa:

A mariposa da Helicoverpa armigera deposita seus ovos nas folhas, frutos e pétalas.

Seus ovos liberam um odor que atrai o parasitoide, que vai até o ovo parasitando-o, assim em vez de nascer uma nova lagarta, pode emergir até dois adultos de Trichogramma.

controle-biologico-helicoverpa-armigera

Vespa de Trichogramma spp. parasitando ovo, como controle biológico
(Fonte: 3rlab)

Além disso, há alguns produtos biológicos (inseticidas) que podem ser utilizados no controle desta praga como falamos no item acima de Inseticidas.

Controle genético

Outra estratégia de manejo para a lagarta Helicoverpa armigera é o uso de cultivares resistentes.

Uma tecnologia bastante utilizada é o uso de plantas Bt.

Plantas Bt são plantas geneticamente modificadas com o gene de Bacillus thuringiensis.

Você pode se perguntar, o que são plantas geneticamente modificadas?

São apenas plantas que possuem em seu genoma um ou mais genes de outra ou da mesma espécie, mas que tenham sido modificados e/ou inseridos por meio de técnicas da engenharia genética.

A bactéria Bacillus thuringiensis é naturalmente encontrada no solo, produz uma proteína que é tóxica para alguns insetos.

Para evitar a perda desta tecnologia Bt por ter insetos resistentes, você deve utilizar áreas de refúgio.

Veja neste texto tudo sobre áreas de refúgio para plantas Bt e faça essa prática corretamente!

area-de-refugio

(Fonte: Infográfico: Tudo o que você precisa saber sobre refúgio para plantas Bt)

Controle cultural

Como esta praga é polífaga, no controle cultural você deve deixar sua área sem hospedeiros para a lagarta.

Então, no período de entressafra você pode deixar sua área sem a presença de plantas hospedeiras de Helicoverpa armigera.

Esta estratégia é muito conhecida em soja, o vazio sanitário (veja mais sobre isso aqui).

Além disso, pode utilizar o calendário de plantio curto, para não ter planta em vários estágios de desenvolvimento, que servem de fontes de alimento para a lagarta.

Para determinar qual estratégia você deve utilizar na sua lavoura e qual a melhor época de implementá-la, você pode utilizar o MIP:

Helicoverpa armigera e MIP

O manejo integrado de pragas (MIP) está se tornando uma prática bastante eficaz no manejo de pragas.

Assim, o MIP utiliza diversas técnicas de manejo para manter a população da praga abaixo do nível de dano econômico.

nível de ação mip

(Fonte: Ebook Guia Definitivo do Planejamento Agrícola para Soja e Milho – baixe gratuitamente clicando aqui)

Para saber mais sobre MIP veja este texto que escrevi “Manejo integrado de pragas: 8 fundamentos que você ainda não aprendeu.”

E claro que o MIP pode ser utilizado no manejo da H. armigera.

Assim, um dos princípios do MIP é a amostragem da praga, e com isso, pode determinar se é necessário utilizar algum tipo de manejo, entre eles os que listamos acima.

Então, um dos pilares do MIP é o monitoramento da lavoura para determinar o momento correto para manejar a praga.

Por isso, vamos conhecer um pouco sobre amostragem de Helicoverpa armigera:

Amostragem para Helicoverpa armigera

Você pode utilizar a amostragem dos adultos de H. armigera.

A amostragem de adultos pode ser realizada com armadilhas luminosas ou armadilhas com feromônios.

Amostrar adultos fornece uma previsão do potencial de ovos e lagartas de H. armigera na sua lavoura.

Além disso, permite o tempo ágil para adotar as medidas de manejo.

Mas além do monitoramento dos adultos, você deve monitorar as plantas durante os seus vários estádios de vida.

Você pode monitorar as plantas para a verificação de lagartas com pano de batida, saiba mais sobre esse método neste artigo:

Tudo o que você precisa saber sobre Manejo Integrado de Pragas [Infográfico]

Além disso, aqui disponibilizamos gratuitamente uma planilha para você fazer seu MIP. Baixe aqui!

planilha-mip

Por isso que precisamos identificar tão bem essa praga, de forma que as aplicações e, co

Conclusão

Neste texto, você viu sobre o ciclo de vida da Helicoverpa armigera, suas características e o manejo desta praga.

Além disso, também foi possível relacionar a importância do Manejo integrado de Pragas (MIP) para esta praga.

Agora que você sabe os danos que esta praga pode ocasionar, não deixe de monitorar e manejar sua lavoura.

Este conhecimento pode te ajudar a reduzir as perdas da sua lavoura contra esta praga e aumentar ainda mais seus lucros.

>>Leia mais:

“Principais pragas agrícolas: Como se preparar”

“Pragas do milho: Principais manejos para se livrar delas”

Você conhecia o ciclo de vida da Helicoverpa armigera? Qual método de controle você utiliza no controle da lagarta? Você utiliza manejo integrado de pragas? Adoraria ver seu comentário abaixo.

Como fazer controle de estoque de defensivos agrícolas em 5 passos

Controle de estoque de defensivos agrícolas: o que você precisa saber para otimizar tempo e dinheiro nas operações!

Você já foi verificar seu estoque físico e ele não conferiu com aquele registrado?

Na hora de uma aplicação faltaram alguns litros de um produto ou sobrou algum defensivo e acabou vencendo no estoque?

Pois saiba que a falta de controle de estoque pode gerar grandes desperdícios de dinheiro, especialmente em relação aos defensivos agrícolas! Veja:

Segundo a Conab, os defensivos agrícolas chegaram a representar 17% do custo total de produção do milho safrinha 2017.

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Custo de produção do milho 2° safra em Londrina -PR (Setembro – 2017)(Fonte: Conab)

Por isso, confira agora como fazer o controle de estoque de defensivos agrícolas com 5 passos simples:

1 – Registre os defensivos agrícolas que você já tem para controle de estoque e suas saídas

Para começar o controle de estoque de defensivos agrícolas, registre tudo o que você já tem em seu estoque físico, aquele que fica lá na fazenda.

Não se esqueça de anotar o que você comprou da revenda e ficou no estoque desse fornecedor para ser retirado quando esses defensivos forem utilizados.

Aliás, essa é uma boa forma para quem pretende comprar os defensivos agrícolas com antecedência quando o preço está em baixa.

Mas o problema está quando a retirada é fracionada – quando se compra um produto para várias aplicações, em quantidades diferentes, ao longo da safra, por exemplo.

Você precisa manter registradas essas saídas de produtos do estoque de forma segura, ou seja, conseguindo encontrar essas informações depois.

Eu nem preciso falar que o controle, registrando todas as entradas e saídas de defensivos agrícolas, é fundamental, não é mesmo?!

Todas as entradas (compras) e saídas (utilização dos produtos) devem ser anotadas em fichas, planilhas ou em um sistema informatizado.

Se você acha difícil manter todo esse controle manualmente, anotando em papéis e gerando uma pilha deles, eu concordo com você! Além de ser trabalhoso, é fácil de perder e ainda gera confusão quando você reler tudo.

Para te ajudar, vou deixar uma planilha gratuita de controle de estoque para você baixar (clique na figura abaixo) e começar a botar a mão na massa!

Mas lembre-se sempre: o estoque em propriedades agrícolas está sujeito a normas, cuidados, licenciamentos e documentações.

Esteja atento! Você pode conferir mais sobre essas normas no manual da Andav.

Aqui no Blog do Aegro também já falamos sobre as dicas para armazenagem dos defensivos. Confira: “Armazenagem de defensivos agrícolas: 7 dicas de como fazer em sua propriedade

A planilha também vai te ajudar a realizar os próximos passos:

2 – Faça orçamento dos defensivos agrícolas que você planeja comprar

Planejamento é essencial para manter o controle da fazenda e, especialmente, das finanças.

Isso porque quando você planeja quais defensivos agrícolas serão precisos, você ganha uma janela de tempo maior para buscar preços menores.

Sem falar que vai dar tempo de fazer as contas certas da dose e área de aplicação, para não sobrar e nem faltar produto.

Só nesse quesito, você já pode economizar, ou deixar de perder, muito dinheiro.

Para saber mais sobre planejamento de compra de defensivos agrícolas veja:

>> Tudo o que você precisa saber para fazer sua lista de defensivos agrícolas na pré-safra

Além disso, com a verificação do histórico das safras passadas é possível decidir com muito mais certeza quais defensivos agrícolas serão necessários.

E você sabe como ligar as operações agrícolas e controle de estoque? Veja agora:

3 – Faça a ligação: operações agrícolas e controle de estoque de defensivos

Você já sabe que a operação agrícola de aplicações está totalmente relacionada ao uso de defensivos agrícolas.

Então porque não ligar as duas coisas no seu controle de estoque de defensivos agrícolas?

Eu explico melhor: a cada aplicação planejada e/ou realizada, calcule a quantidade de produto que será usada.

O planejamento você deve usar para comprar os produtos.

No momento da realização da atividade (que foi planejada anteriormente), é só subtrair do seu estoque a quantidade de produto utilizada.

Assim, você mantêm o controle sobre o estoque e também das atividades realizadas em sua propriedade.

Além do que, pelas operações agrícolas, fica muito mais fácil de obter o uso de defensivos por talhão, já que normalmente as atividades ocorrem também por talhão.

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Realização de nova aplicação com retirada automática de defensivos em estoque no Aegro

Faça agora mesmo um teste de 7 dias grátis no Aegro e tenha mais controle sobre seu estoque o seu estoque

Mas e os custos envolvendo o estoque? Confira:

4 – Tenha o controle de estoque de defensivos agrícolas em termos financeiros

Para ter a parte de finanças do controle de estoque de defensivos agrícolas, calcule e mantenha registrado o custo unitário e custo total dos defensivos agrícolas.

Lembre-se que o objetivo é saber qual a quantidade disponível de cada produto e quanto essa quantidade significa em custos (em reais ou dólares).

Também é importante ter o custo por talhão, auxiliando na formação do custo de produção total por talhão de sua propriedade.

Isso possibilita a visualização mais clara do que pode ser melhorado em cada talhão.

Nem sempre esse custo por talhão é fácil de ser feito.

Exemplo de custo por talhão:

Um proprietário faz três compras de glifosato durante a safra:

  1. Primera compra: 500 litros, custando R$ 20 por litro;
  2. Segunda compra: 200 litros, custando R$ 30 por litro;
  3. Terceira compra: 200 litros com um custo de R$ 22,50 por litro.

No Talhão 1, são utilizados 600 litros e, no Talhão 2, são usados 300 litros.

Quanto foi o custo do glifosato em cada talhão?

A conta é uma regra de três relativamente simples, mas que, se ampliada para mais talhões e diversos insumos, aumenta muito a chance de erros nos cálculos feitos à mão.

Um sistema de controle do estoque e de custos faz essa conta automaticamente, reduzindo a zero a chance de erro.

Por isso, aproveite a planilha aqui disponibilizada gratuitamente.

5 – Monitore seu estoque constantemente

Periodicamente, confirme se o que está constando no seu controle de estoque de defensivos agrícolas “bate” com o estoque físico da fazenda.

O monitoramento do estoque também é importante para verificar se está sobrando algum defensivo.

Sabemos que é importante defensivos agrícolas guardados para evitar que faltem num momento crítico.

Mas, defensivo no estoque é capital imobilizado, ou seja, dinheiro parado que poderia ser investido de outras formas para aumentar seu lucro.

Além de que, esses produtos podem vencer e perder sua serventia.

Por isso, saber exatamente quanto é o mínimo que você precisa ter estocado de cada defensivo maximiza o uso do seu dinheiro, sem afetar sua fazenda.

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(Fonte: ANDAV)

Porém, esse é um conhecimento que só temos ao analisar com cuidado o histórico do estoque e das safras.

E para isso, você precisa ter um controle bem feito do seu estoque.

Dica extra: controle de estoque de defensivos agrícolas sem erros

Confiar em nossa memória definitivamente não é uma boa alternativa para seu controle de estoque.

Já o papel e caneta nem sempre estão disponíveis, além da dificuldade de agrupar todas as anotações de cadernos e agendas diferentes para saber o quanto ainda temos nesse estoque.

Planilhas podem ser um bom começo, mas com o tempo você vai notar que elas ficam trabalhosas e confusas, além de ser fácil perder seus dados.

Ou seja, não utilizar software para isso é muito custoso, dependendo de atenção aos detalhes, e com grandes riscos de erros de registros.

Você pode fazer um teste de 7 dias grátis no Aegro e ter o seu estoque mais controlado

E a complexidade da lida da fazenda pode muito bem empurrar essas rotinas de modo que elas não sejam feitas adequadamente.

Um sistema informatizado de controle de estoque facilita muito a visualização do que foi gasto, além de como e onde foi gasto.

O custo por talhão fica muito simples e claro de verificar. Você até mesmo pode ver qual o custo por produto específico sem dificuldades.

Tudo isso com uma organização e segurança que nenhuma planilha lhe dará.

Confira mais sobre isso em “Como usar software para agricultura para melhorar seu custo de produção”.

Conclusão

O controle de estoque de defensivos agrícolas pode evitar desperdícios e melhorar sua rentabilidade.

Esse controle não precisa ser confuso, trabalho e nem difícil.

O controle por planilhas pode ser um bom começo, mas somente um software lhe dará organização, facilidade e comando da sua fazenda como um todo.

Com os 5 passos apresentados aqui, tenho certeza que você conseguirá esse controle e ainda poderá reduzir gastos!

>> Leia mais:

“7 passos para fazer o descarte de embalagens de agrotóxicos corretamente”

Como você faz o controle de estoque de defensivos agrícolas? Usa anotações em papel, planilhas ou software? Vamos continuar a conversar nos comentários!

Como fazer o manejo de plantas daninhas em plantio direto

Você faz plantio direto na sua área mas tem problemas com o manejo de plantas daninhas?

Ou fica na dúvida do que aplicar para um controle eficiente nesse sistema?

A cobertura do solo traz muitos benefícios, podendo aumentar sua produtividade em 30%.

Os benefícios incluem o manejo de plantas daninhas, mas requer cuidados.

Além, é claro, de algumas dicas que você precisa saber para um bom manejo.

Confira todas elas aqui e agora:

Benefícios do plantio direto no manejo de plantas daninhas

Se você ainda não sabe os principais benefício do plantio direto, aqui estão eles:

  • Eliminação ou redução das operações de preparo de solo;
  • Manutenção da cobertura morta (palha): maior umidade, menor erosão, efeitos nas plantas daninhas, etc;
  • Rotação de culturas: quebra de ciclo de pragas, doenças e plantas daninhas.

Todos esses pontos têm grande influência no manejo de plantas daninhas, e todos eles podem ser utilizados a favor do controle das plantas daninhas.

Então a resposta é sim, o plantio direto como um todo podem ajudar no manejo de plantas daninhas.

A palha é o principal ponto do plantio direto que afeta o crescimento da população de plantas invasoras no sistema de plantio direto:

Os efeitos da palha no manejo de plantas daninhas em plantio direto

A palha tem 3 diferentes efeitos no manejo de plantas daninhas:

  • Efeitos Alelopáticos: há muitas substâncias que são liberadas pela palha, neste caso, impedindo a germinação do banco de sementes de plantas daninhas;
  • Efeitos Físicos: é preciso que a semente tenha reservas significativas para conseguir transpor a palha, fazendo com que somente sementes grandes germinem; com menos luz chegando ao solo, apenas as sementes fotoblásticas negativas ou neutras (que germinam no escuro ou são indiferentes) conseguem germinar;
  • Efeitos Biológicos: degeneração das sementes por macro ou micro-organismos do solo.

Mas é preciso entender que as práticas de controle precisam ser adaptadas em relação ao sistema convencional de plantio.

Assim se forem adotadas as mesmas práticas de controle, o plantio direto pode vir a atrapalhar o manejo.

Dessa forma, vemos que o principal para o sucesso no seu manejo não é o sistema em si, mas sim, deve ser feita a adoção correta e planejada das mais diferentes ferramentas de controle.

Me acompanhe agora no manejo de plantas daninhas em grandes culturas:

plantio direto com manejo de plantas daninhas

(Fonte: Senar)

Manejo de plantas daninhas no plantio direto e em grandes culturas

Vamos agora abordar alternativas de herbicidas para o controle de plantas daninhas em importantes culturas, especialmente em soja, milho e cana-de-açúcar.

Leia também: >> Devo comprar Defensivos genéricos ou de marca?

Em todas as culturas é necessário realizar uma dessecação bem feita.

Para isso ocorrer saiba quais as plantas daninhas mais problemáticas da sua área para escolher produtos adequados.

Existem algumas plantas invasoras, como grama seda, capim armagoso, trapoeraba.

O importante é saber identificá-las corretamente.

Para isso o manual de identificação e controle de plantas daninhas do Brasil.

Recomendo muito o uso de herbicidas dessecantes (como glifosato, paraquat ou glufosinato) associados a herbicidas residuais.

Assim, em uma única operação, é feito a dessecação e a aplicação do herbicida residual (ou pré-emergente), que terá o papel de manter a cultura sem invasoras durante a parte inicial do seu ciclo.

Adicionalmente, o uso de herbicidas residuais diminuem a pressão de seleção de plantas daninhas resistentes ao glifosato, o que é um grande problema do plantio direto.

Por isso, é importante ter conhecimento do seu campo e fazer o planejamento agrícola bem feito.

Assim, essas estratégias como podem ser pensadas anteriormente, contribuindo para economia de recursos sem perda de produção.

Manejo de plantas daninhas em soja no plantio direto

É claro que a palha ajuda no controle de plantas daninhas, como já vimos o efeito dela no tópico acima.

Estudo de Guerra et al. (2015), por exemplo, mostra que 6 toneladas de diferentes culturas foram eficientes no controle de amendoim-bravo, planta daninha é importante em soja, também conhecida por leiteiro.

Mas temos que nos atentar as plantas daninhas que ocorrem mesmo em plantio direto.

Desse modo, é importante o uso dos herbicidas pré-emergentes (diclosulam, chlorimuron, metribuzim, etc) na dessecação ou na pré-emergência da soja.

O capim-amargoso é uma planta daninha muito problemática no cultivo de soja, ocasionando perdas de até 40% em produtividade na cultura.

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(Fonte: Cotrijui)

Em pré-plantio e com o amargoso antes da perenização, é recomendado uma aplicação de inibidor da ACCase.

Se o capim-amargoso já estiver perenizado, faça aplicação sequencial, com a primeira com inibidor da ACCase e a segunda com um produto de contato, como o paraquat.

Após a implantação da soja, pode utilizar herbicidas pré-emergentes (como Spider ou Dual Gold) e pós-emergentes também inibidores da ACCase.

Manejo de plantas daninhas em milho no plantio direto

Para aplicação em pré-emergência na cultura do milho é recomendado a atrazina + s-metolachlor, sendo que essa associação asseguram o controle de gramíneas na área. O mecanismos de ação será mais eficiente.

>> 7 passos infalíveis do planejamento agrícola para acertar na semeadura do milho

A aplicação de amicarbazone em pré-emergente é muito eficaz, especialmente se na sua área o problema é com corda-de-viola ou outras plantas daninhas de folhas largas e sementes grandes.

Além disso, o isoxaflutole tem boa ação em gramíneas, e algumas espécies daninhas de folhas largas, mesmo sobre palha e com alguma estiagem.

O capim-amargoso também tem causado muitos problemas para os produtores de milho, sendo seu manejo em  em pré-plantio igual ao da cultura da soja, como falamos no tópico anterior.

A única diferença fica por conta da necessidade de intervalo de 15 dias entre o graminicida e plantio de milho.

Após a implantação da cultura, uso de Soberan ou Callisto associados a atrazina podem ser utilizados, enquanto que o nicosulfuron não tem boa eficácia para capim-amargoso.

>> Tudo o que você precisa saber na pré-safra sobre as principais pragas de milho e sorgo

>> Não erre mais: tudo o que você precisa saber para a compra de sementes de milho

Manejo de plantas daninhas na cultura de cana-de-açúcar

Existem diferenças entre o cultivo com palha ou sem palha na cultura da cana-de-açúcar?

Se você é produtor de cana, já sabe que sim.

Com a presença de palha do cultivo de cana anterior, devido a proibição da queima para a colheita houve uma mudança radical na comunidade infestante devido a palha.

Anteriormente havia predomínio de plantas daninhas folhas estreitas, com a palha agora temos  domínio de folhas largas, as quais possuem sementes que conseguem atravessar a palha.

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Canavial infestado por corda-de-viola

(Fonte: Raffaela Rossetto em Embrapa)

Estudos indicam eficácia no controle de controle de corda-de-viola, acima de 90% para aplicação dos seguintes herbicidas:

  • Amicarbazone (1225 g i.a. ha-1);
  • Diuron + hexazinone + sulfumeturon (1386,9 + 391 + 33,35 g i.a. ha-1);
  • Amicarbazone + isoxaflutole (840 + 75 g i.a. ha-1);
  • Sulfentrazone (900 g i.a. ha-1);
  • Imazapic (154 g i.a. ha-1);
  • Tebuthiuron + isoxafluote (900 + 75 g i.a. ha-1).

Estes e outros herbicidas, como saflufenacil e mesotrione, podem ser utilizados no controle de plantas daninhas na palha em cana-de-açúcar.

Nem tudo são flores: atenção no manejo de plantas daninhas em plantio direto

Como sabemos, o preparo de solo no plantio direto é muito reduzido.

O problema é que o preparo do solo é uma alternativa para o manejo de muitas plantas daninhas.

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Preparo do solo para controle de plantas daninhas

(Fonte: Agro Atlas)

Inclusive, em situações extremas, os produtores de grãos estão precisando entrar com o preparo de solo para controle de plantas daninhas agressivas.

É o caso de capim-amargoso, com resistência e/ou dificuldades no controle.

Assim, todo o trabalho de anos de sistema de plantio direto é interrompido.

Por isso, é preciso manejar muito bem sua lavoura e plantas daninhas mesmo com o plantio direto.

Nesse sentido, indico sempre o uso de pré-emergentes e culturas de cobertura/adubação verde na entressafra.

Essas duas práticas evitam que as plantas daninhas consigam germinar e se tornar uma planta adulta, que produz sementes e se torna difícil de controlar.

Além de evitar o desenvolvimento de plantas daninhas resistentes, especialmente ao glifosato, o que é um grande problema em áreas de plantio direto.

Não são boas práticas você sair aplicando qualquer tipo de herbicida. Eu recomendo você consultar um profissional agrícola para te ajudar neste processo.

Outra prática que nem todo mundo sabe que é fundamental no plantio direto e que traz muitos benefícios é a rotação de culturas:

Baixe grátis o Guia para Manejo de Plantas Daninhas

Rotação de culturas no manejo de plantas daninhas

Rotação de culturas além de um dos pilares do plantio direto, também tem grande influência no manejo de plantas daninhas.

rotação de culturas

(Fonte: Boas Práticas Agronômicas)

Principalmente por representar assim uma rotação nos herbicidas utilizados, o que é importante na prevenção da seleção de ervas daninhas resistentes a herbicidas.

Além do que as plantas daninhas têm elevada capacidade adaptativa, assim em determinado cultivo podem predominar determinadas plantas, enquanto que outro cultivo outras plantas podem ser predominantes.

Assim conhecer as principais plantas daninhas dos seus cultivos ao longo do ano agrícola é fundamental para melhor controle.

>> Leia mais:

“Como utilizar o herbicida 2,4-D e quais cuidados tomar ao usá-lo” 

“Erva-de-passarinho: como livrar a lavoura dessa daninha”

O que você precisa saber sobre mistura de defensivos agrícolas

Tecnologia de Aplicação de defensivos agrícolas: Tire suas dúvidas sobre misturas de defensivos, conhecendo também o volume de calda e o tamanho de gotas ideais para sua aplicação.

Você já aproveitou uma aplicação para pulverizar outro defensivo junto?

Ou teve que aplicar um defensivo e logo depois fazer outra pulverização?

Ficou na dúvida se aquela associação ou mistura de defensivos poderia prejudicar sua cultura ou ter efeito negativo na eficiência dos produtos?

97% das propriedades brasileiras realizam mistura de defensivos agrícolas, sendo que 40,7% faz isso com 3 ou mais produtos. 

Tecnologia de aplicação de defensivos agrícolas

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(Fonte: Gazziero (2015). Revista Planta Daninha, v. 33, n. 1, p. 83-92, 2015)

Logo, nesse artigo vou procurar sanar as muitas dúvidas que são geradas a partir desse tema.

Me acompanhe:

>> 5 dicas infalíveis para uma aplicação de defensivos agrícolas mais eficaz

A mistura de defensivos agrícolas é legalizada?

Até pouco tempo a mistura de defensivos agrícolas, segundo Gazziero:

“Não seria proibida para o agricultor. No entanto, os profissionais técnicos que emitem o receituário agronômico de aplicação não podem emitir uma receita sem nada que não esteja na bula.”

No entanto, em 11/10/2018 foi divulgada a Instrução Normativa que autoriza o engenheiro(a) agrônomo(a) a receitar a aplicação em mistura de defensivos, a partir de um acordo feito com o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea).

Dessa forma, o receituário agronômico pode ser complementado pelo conhecimento técnico do profissional, resultando em maior liberdade para fazer as recomendações necessárias aos produtores.

Benefícios da mistura de defensivos agrícolas

A mistura de produtos no tanque de pulverização tem várias vantagens:

  • Redução dos custos em relação à aplicação dos produtos;
  • Diminuição do tempo para realizar o trabalho;
  • Menor exposição do aplicador.

Para saber ainda mais sobre seu custo de produção agrícola veja o artigo: Como saber seu custo de produção agrícola.

Problemas na mistura de defensivos agrícolas

Uma das principais dúvidas que envolvem o tema é quais os possíveis problemas que a mistura de dois ou mais produtos podem causar.

Na figura abaixo você pode ver que há grande ocorrência de problemas ocasionais quando há mistura de defensivos agrícolas.

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Frequência de ocorrência de problemas quando da utilização de misturas em tanque

(Fonte: Gazziero (2015). Revista Planta Daninha, v. 33, n. 1, p. 83-92, 2015.)

Isso pode acontecer por dois motivos:

  • Incompatibilidade física;
  • Incompatibilidade química.

Geralmente, as interações físicas ocorrem devido aos ingredientes inertes, enquanto que as interações químicas estão relacionadas à molécula dos defensivos.

Além disso, para que ocorra a interação, primeiramente acontece a compatibilidade física.

Por isso temos os primeiros sinais de quando se deve ou não fazer a mistura:

> Tudo o que você precisa saber sobre resistências a defensivos agrícolas

Como saber se devo fazer ou não a mistura de defensivos agrícolas?

É claro que você pode, e deve, procurar o fabricante, falar com um agrônomo(a) e com o pessoal da revenda.

Mas para ter uma noção rápida de incompatibilidade física você pode fazer um teste misturando os produtos e observar o que acontece: o “teste da garrafa”.

O teste nada mais é que a mistura prévia dos produtos na exata proporção esperada no tanque.

Assim você pode ver o que aconteceria no tanque do pulverizador, seja ele autopropelido ou não, facilitando a visualização de problemas de incompatibilidade dos produtos.

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Teste de compatibilidade de misturas

(Fonte: Cultivar)

Segundo a mistura Nacional De Defesa Vegetal (ANDEF), a recomendação para a sequência de mistura no tanque do pulverizador ou no misturador de calda deve ser:

  • Colocar água no tanque ou misturador;
  • Ligar agitação;
  • Colocar adjuvantes condicionadores de calda, surfactantes e emulsionantes;
  • Colocar substâncias altamente solúveis em água (sólidas ou líquidas);
  • Colocar líquidos concentrados;
  • Colocar adubos, micronutrientes e outros adjuvantes;
  • Colocar produtos de base oleosa.

>> Como fazer controle de estoque de defensivos agrícolas em 5 passos

Após a observação do que ocorreu com a mistura/mistura de defensivos agrícolas você pode consultar essa tabela do trabalho de Petter et al. (2002):

estabilidade na mistura

(Fonte: Petter et al. (2012))

O que pode ocorrer na incompatibilidade física com a mistura de defensivos agrícolas?

  • Precipitação;
  • Separação;
  • Floculação.
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Obstrução de filtros do pulverizador proporcionada pela incompatibilidade de defensivos agrícolas adicionados no tanque de pulverização

(Fonte: Infobibos)

O que pode ocorrer na incompatibilidade química com a mistura de defensivos agrícolas?

Na incompatibilidade química pode ocorrer:

  • Dissociação iônica (pH baixo);
  • Hidrólises alcalinas (pH alto);
  • Inativações por radicais nas moléculas dos produtos.

>> Armazenagem de defensivos agrícolas: como fazer e o que é preciso saber

A mistura de defensivos pode causar menor ou maior efeito deles?

Sim! A mistura de defensivos agrícolas pode também resultar em três diferentes efeitos:

  • Antagonismo: ocorre quando o efeito da mistura é menor que a soma dos efeitos quando os produtos são aplicados separadamente;
  • Aditivo: o efeito da mistura é igual a soma dos efeitos de quando os produtos são aplicados separadamente;
  • Sinergismo: a mistura tem um efeito maior que a soma dos efeitos dos produtos aplicados separadamente.

Com o aditivo ou sinergismo não precisamos nos preocupar tanto, apenas se no sinergismo o efeito for tão grande que prejudique a cultura.

Mas em geral, o antagonismo é o que causa dor de cabeça.

É devido ao antagonismo que algumas formulações não devem ser colocadas juntas no tanque de pulverização

Isso porque o resultado pode ser a perda de seletividade do produto na cultura e/ou redução na eficácia de controle.

Tem dúvida quanto a que misturas podem causar antagonismo?

>> 5 novas tecnologias envolvendo defensivos agrícolas

Exemplos de mistura de defensivos agrícolas que causa antagonismo (menor efeito)

Acontece muito quando é feita a mistura de herbicidas de contato (exemplo: paraquat), com herbicidas sistêmicos (exemplo: glifosato).

O menor efeito (antagonismo) ocorre porque a ação do paraquat acontece mais rápido, impedindo que o glifosato tenha efeito, o que reduz a eficácia de controle das plantas daninhas.

Outros exemplos:

– Redução da penetração foliar: os herbicidas inibidores de lipídios não devem ser misturados com 2,4-D, bentazon, chlorsurfuron, chlorimuron, imazaquin, imazethapyr, etc.

– Herbicida de contato é aplicado com glifosato ou com herbicidas auxínicos: Neste caso, a absorção e a translocação do glifosato ficam prejudicadas, resultando em menor eficácia.

Fitotoxicidade de herbicidas influenciada por inseticidas organofosforados ou metilcarbamatos: a tolerância do milho ao herbicida nicosulfuron é devido ao rápido metabolismo deste, mas alguns inseticidas organofosforados podem inibir ou reduzir este metabolismo, o que pode prejudicar a cultura.

– Antagonismo entre herbicidas inibidores da ACCase com inibidores de ALS: quinclorac, clomazone ou propanil + thiobencarb.

– Eventual antagonismo entre os herbicidas inibidores da ACCase e herbicidas latifolicidas: como por exemplo: diclofop + 2,4-D, sethoxydim ou fluazifop com bentazon ou acifluorfen.

Alguns outros princípios ativos de defensivos agrícolas que não devem ser misturados:

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(Fonte: Leite e Uemura em Campo & Negócios)

Saiba mais sobre herbicidas: >> Tudo o que você precisa saber sobre plantas daninhas na pré-safra.

Além disso, não podemos falar de mistura sem lembrar de alguns itens da tecnologia de aplicação de defensivos agrícolas:

Tecnologia de aplicação de defensivos agrícolas de herbicidas, inseticidas e fungicidas

Alguns itens abaixo você vai ver que devem ser utilizados para a aplicação de qualquer defensivo agrícola.

Em outros casos, você notará que a tecnologia de  características inerentes a cada classe de produtos.

Para aplicações ainda mais eficazes confira o artigo: Acerte nas aplicações de defensivos com planejamento agrícola.

Confira:

Regular é diferente de calibrar

Regular é ajustar os componentes da máquina à cultura e produtos a serem utilizados.

O que deve ser regulado?

  • Velocidade;
  • Tipos de pontas;
  • Espaçamento entre bicos;
  • Altura da barra.

Por isso a regulagem dos implementos agrícolas é tão importante.

Calibrar é verificar a vazão das pontas, determinar o volume de aplicação e a quantidade de produto a ser colocada no tanque.

Se você não faz os dois você pode estar perdendo tempo e dinheiro!

Pontas de pulverização

A pergunta feita aqui é: o que vou aplicar?

Dependendo do defensivo agrícola você deve escolher o melhor tipo de bico.

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Tipos de bicos de acordo com o defensivo agrícola a ser aplicado

(Fonte: Agronômico)

Tamanho de gota

Agora que você já sabe o que vai aplicar e escolheu qual o tipo de bico, o próximo passo é saber qual o tamanho de gota mais apropriado para atingir o alvo desejado.

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Tamanho de gota de acordo com a cobertura, risco de deriva, risco de evaporação e aplicação agrícola

(Fonte: Agronômico)

Volume de calda

A definição do volume de calda vai depender:

  • Tipo de alvo;
  • Tamanho de gotas;
  • Cobertura necessária;
  • Modo de ação do produto;
  • Técnica de aplicação.

No Brasil o volume de calda médio utilizado em aplicações terrestres varia de 50 a 200 L por hectare.

A densidade de gotas também vai variar de acordo com os defensivos e alvos desejados.

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Densidade de gotas média de acordo com o produto a ser aplicado

(Fonte: Agronômico)

Condições ambientais

Agora que você já fez tudo certo até aqui lembre-se de aplicar nas condições ideais de temperatura, umidade relativa do ar e velocidade do vento.

>> 8 perguntas para fazer ao seu consultor sobre defensivos agrícolas

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(Fonte: Agronômico)

Conclusão

A mistura de defensivos agrícolas no tanque de pulverização é uma prática adotada pela maioria dos produtores.

É essencial saber quais classes de produtos pode ou não ser misturadas para evitar a incompatibilidade.

Aqui você viu quais são essas incompatibilidade e quais os principais produtos que não devem ser misturados.

Para que a aplicação dos produtos seja eficaz são necessários cuidados a respeito de tecnologia de aplicação, sendo que aqui você também viu as melhores e principais dicas sobre isso.

Lembre-se que tudo o que viu aqui faz parte de um bom planejamento agrícola que também envolve a administração rural.

Boa aplicação!

Leia também:

>>Leia mais:

Tudo o que você precisa saber para fazer sua lista de defensivos agrícolas na pré-safra”


[Infográfico] Defensivos agrícolas genéricos ou de marca: a batalha definitiva do que usar na sua propriedade”

Aplicação noturna de defensivos agrícolas: quando vale a pena?

Gostou do texto? Restou alguma dúvida? Ou tem outras dicas sobre o tema? Adoraria ver seu comentário abaixo!