Veja como escolher o adjuvante agrícola e melhorar o seu manejo

Adjuvante agrícola: Diferentes classificações e como escolher o produto certo para ter aplicações melhores e mais efetivas.

Há diversos tipos de adjuvantes agrícolas e produtos disponíveis no mercado. Conhecer todos esses tipos e suas características é fundamental para garantir uma boa produtividade da cultura.

Afinal, há casos em que a adição de adjuvante agrícola permite reduzir a dose de herbicida usada na lavoura em mais de 50%.

Neste artigo, veja o que são adjuvantes, suas classificações, especificidades e detalhes de uso. Boa leitura!

O que são adjuvantes agrícolas?

Adjuvante agrícola é uma substância ou composto sem propriedades fitossanitárias. Ele é adicionado durante a preparação de caldas com defensivos, mudando suas propriedades e aumentando a eficácia no combate a daninhas, pragas e doenças. Ainda, ele facilita a aplicação de produtos e reduz perdas.

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(Fonte: Cotrisoja)

Os adjuvantes são necessários principalmente em de produtos de contato, e que por isso precisam de uma boa cobertura foliar para não comprometer a eficácia do produto. Também há outras situação em que podemos utilizá-los.

Para entender melhor sobre isso, é necessário compreender sobre cada tipo de adjuvante agrícola.

Como os adjuvantes agrícolas são classificados?

A classificação mais utilizada está relacionada a função desempenhada pelo adjuvante agrícola, e podem ser ativadores ou modificadores de calda. Dentro dessa classificação, há diversas subdivisões, cada uma com suas particularidades.

adjuvante agrícola
(Fonte: Arquivo pessoal)

1. Adjuvantes ativadores

Os adjuvantes ativadores elevam a atividade dos produtos quando adicionados ao tanque de pulverização. Nessa classe estão:

  • Surfactantes;
  • Óleos vegetais;
  • Óleos minerais;
  • Derivados de silicone;
  • Fertilizantes nitrogenados.

2. Modificadores de calda

Adjuvantes modificadores de calda alteram as propriedades físicas ou químicas da calda, sendo adicionados com a finalidade de melhorar a aplicação da formulação. Aqui estão classificados:

  • Molhantes;
  • Corantes;
  • Controladores de deriva;
  • Agentes espessantes;
  • Agentes adesivos;
  • Condicionadores de calda;
  • Agentes de compatibilidade;
  • Reguladores de pH;
  • Umectantes;
  • Antiespumantes;
  • Absorventes de UV.

Você pode ter notado que existem muitos adjuvantes e pode ficar difícil saber qual utilizar, não é mesmo?Veja um pouco sobre cada um deles e dar algumas dicas de quando você deve utilizar cada um a seguir:

Adjuvantes agrícolas ativadores

Surfactante

Os surfactantes têm a capacidade de reduzir a tensão superficial da gota pulverizada.

Assim a absorção do produto na planta é facilitado, já que ocorre alteração na estrutura e na viscosidade das ceras que estão na superfície das folhas e caules.

adjuvante agrícola surfactante
(Fonte: Crop Care)

A composição da molécula dos surfactantes são de duas partes distintas, uma com afinidade por óleos e outra com afinidade por água.

Os produtos do tipo adjuvante agrícola surfactante pode ser dividido ainda em quatro classes:

1.Aniônicos

Os surfactantes aniônicos se dissociam em água e a porção ativa da molécula é o ânion (carga negativa).

São utilizados em caldas com herbicidas ou em mistura com os surfactantes não iônicos.

2.Catiônicos

Em água se dissociam em um cátion e um ânion. O cátion é composto por nitrogênio, assim, também são conhecidos por sais de quaternários de amônio.

Entretanto, os surfactantes catiônicos são pouco utilizados pois, devido a alguns motivos já relatados:

  • Elevado custo;
  • Precipitam na presença de sais;
  • Possuem fraco poder detergente;
  • Podem causar fitotoxicidade nas culturas.

3.Não iônicos

Essa classe de surfactante não ioniza, nem dissocia em água. São os mais utilizados já que:

  • Não reagem com sais ou com as moléculas de defensivos que estão na água;
  • Não são influenciados pela “água dura”, não formando sais com cálcio, magnésio ou com íons de ferro;
  • Baixa toxicidade aos mamíferos;
  • Pouco tóxico às plantas.

Desse modo, eles possuem boa compatibilidade com os defensivos, aumentando sua absorção foliar, inclusive de fungicidas sistêmicos e inseticidas.

4.Anfotéricos

Surfactantes pertencentes a essa classe se dissociam em ânions e cátions, ou seja, eles podem apresentar parte da molécula com carga positiva e outra, negativa.

Por isso, tais produtos são especialmente dependentes do pH da calda, sendo muito pouco utilizado.

Óleos

Os adjuvantes a base de óleo possuem como objetivo aumentar a penetração dos herbicidas lipossolúveis (que possuem mais afinidade pelo óleo).

Geralmente são utilizados quando as condições ambientais são alta temperatura e baixa umidade, ou ainda quando a cutícula da folha é muito espessa.

Quando se utiliza um adjuvante a base de óleo, obrigatoriamente deve ser utilizado também um emulsionante tensoativo. Isso é para que as gotas de óleo de distribuem de maneira uniforme na mistura, já que estamos adicionando óleo em água.

1.Óleos minerais

Reduzem a tensão superficial, aumentam a molhagem e o espalhamento, aumentam a absorção e melhoram a resistência ao escorrimento.

Podem ser divididos em óleos parafínicos e óleos naftalênicos. Os óleos parafínicos aumentam a absorção de herbicidas, pois causam trincas nas cutículas das plantas. Eles são formulados com predominância de frações parafínicas de hidrocarbonetos.

2.Óleos vegetais

Reduzem a tensão superficial, mas não são tão eficazes como os outros já citados. Eles podem ser de 2 tipos:

  • Triglicerídeos: são aqueles conhecidos por “óleos de sementes”. No geral possuem apenas entre 5% e 7% de tensoativo emulsionante.
  • Metilados: possuem entre 10% e 20% de tensoativo emulsionante. No geral os óleos de sementes Metilados são melhores que os que possuem como base o petróleo, entretanto são mais caros.

O adjuvante agrícola do tipo óleo, em geral, degrada a cutina (que faz parte da cutícula da folha), possibilitando a entrada direta dos defensivos na planta.

adjuvante-agrícola-folha-cutícula
(Fonte: Armazém da Ciência)

O problema é que a planta continua com a cutícula prejudicada, até que possa refazê-la. Por isso, após a aplicação de defensivos com óleos a folha fica muito sensível aos fatores externos, como luz, doenças, e outros.

Assim, não é indicado a aplicação de fertilizantes foliares com óleos, já que ocorrerá absorção de nutrientes intensa e salinidade, resultando na necrose das folhas.

No caso de áreas de pousio, onde você fará a dessecação os óleos são altamente recomendados, prejudicando mais intensamente as plantas daninhas na área.

Fertilizantes nitrogenados

Os fertilizantes nitrogenados utilizados como adjuvantes são:

  • Nitrato de amônio;
  • Sulfato de amônio;
  • Ureia;
  • Polifosfato de amônio.

São adicionados à calda com objetivo de melhorar os efeitos de produtos, e também como adubo para a cultura. São classificados como adjuvantes ativadores, entretanto podem agir como modificadores de calda. Afinal, eles ajudam a evitar a formação de precipitados no tanque.

Possuem, assim como os outros, capacidade de reduzir a tensão superficial, além de aumentarem a difusão do defensivo na superfície da folha.

Adjuvantes agrícolas modificadores de calda

Molhantes

Os agentes molhantes são basicamente os surfactantes não-iônicos diluídos em água, álcool ou glicóis.

Eles também reduzem a tensão superficial da gota, mas alguns desses produtos apenas irão afetar as propriedades físicas das gotas. Ou seja, não irão afetar o comportamento da formulação quando entrar em contato com a planta.

Corantes

Os corantes têm o objetivo apenas de visualização de onde o defensivo foi aplicado. Dão coloração ao produto formulado, permitindo observar melhor de que como o produto foi aplicado e se a tecnologia de aplicação está correta.

Controladores de deriva

Como o próprio nome diz, são utilizados para reduzir a deriva de defensivos.

Para tanto, essa classe de adjuvantes vai alterar as propriedades da calda. O que ocorre é que teremos maiores tamanhos de gotas e menor número de gotículas pequenas, realizando uma pulverização mais espessa.

No entanto, lembre-se que em cada tipo de pulverização agrícola é requerido um tipo de gota, sendo gotas finas quando precisamos de maior cobertura (produtos de contato). Por isso, não adianta adicionar adjuvantes controladores de deriva quando a aplicação exige uma melhor cobertura.

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(Fonte: Jacto)

Agentes espessantes

Modificam a viscosidade das caldas de pulverização. São utilizados especialmente em aplicações aéreas com objetivo de reduzir as derivas.

Agentes adesivos

Auxiliam na redução das perdas de produtos através da evaporação ou do escorrimento. Os agentes adesivos mantém o produto em contato com a planta aumentando, evitando que sejam derrubados da superfície foliar ou lavados pela chuva.

São muito utilizados com as formulações de pó molhável seco e granulares.

Condicionadores

São utilizados quando a água usada na aplicação tem muitos sais presentes, e, por isso pode resultar em formação de precipitados.

Neste caso é muito importante sabermos a qualidade da água utilizada na hora de preparar a calda. A presença de muitos cátions (como em “água dura”), por exemplo, pode reduzir a absorção dos produtos pelas plantas.

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Classificação da água de acordo com a quantidade de carbonato de cálcio presente
(Fonte: Silva, et al. Manejo de Plantas Daninhas. Viçosa, 2010)

Agentes de compatibilidade

Os agentes de compatibilidade evitam essas interações físicas ou químicas entre os produtos, mantendo-os em suspensão. Lembre-se que a associação de alguns produtos causa efeitos antagônicos, reduzindo a eficácia dos produtos e até mesmo causando problemas de fitotoxicidade.

Reguladores de pH

Todos já sabemos que o pH da calda afeta diretamente a eficácia dos produtos no tanque de pulverização.

Os reguladores de pH têm a capacidade de ajustar o pH da calda o que consequentemente melhora a dispersão do herbicida, além de aumentar a compatibilidade da mistura. No geral, as caldas fitossanitárias apresentam uma maior estabilidade na faixa de pH entre 6,0 e 6,5.

Umectantes

Os umectantes, assim como os agentes adesivos, têm o objetivo de aumentar o tempo que o produto fica sobre a folha e consequentemente disponível para absorção.

São materiais solúveis em água que demoram mais tempo para evaporar depois que seca a água utilizada na pulverização, isso porque eles conseguem reter a umidade do ambiente. Também permitem rápida umectação do produto em contato com a água.

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(Fonte: Formulações de adjuvantes agrícolas)

Antiespumantes

A espuma é um problema na preparação da calda e durante a aplicação, evitando que o produto seja aplicado corretamente em campo.

Os antiespumantes têm a capacidade de reduzir a formação de espuma no tanque, favorecendo a tecnologia de aplicação adequada.


Absorventes de UV

Há poucos adjuvantes que podem proteger o produto da degradação devido à luz. Os que fazem isso têm que ter a capacidade de absorverem a luz ultravioleta ou de aumentar a taxa de captação do herbicida pela cutícula da folha.

Quando utilizar adjuvantes?

A bula do defensivo agrícola que você vai  utilizar sempre vai trazer a informação de quando se deve utilizar um adjuvante. Alguns produtos já vêm com adjuvantes na formulação, e por isso não precisam ser adicionados na hora da aplicação.

Também é importante conhecer a água que você tem disponível, observando se é ou não água dura e se é preciso usar algum adjuvante para adequar isso.

Mas tenha precaução: utilizar adjuvantes quando não é necessário pode causar fitotoxicidade na cultura. A quantidade indicada na bula do produto também deve ser respeitada, pois o excesso pode prejudicar a cultura.

E mesmo que não ocorra intoxicação das plantas, você pode estar gastando dinheiro à toa. Não esqueça de adicionar o custo do adjuvante ao custo de sua aplicação. Se você usa um software de gestão agrícola como o Aegro, você pode verificar qual o custo por talhão de seu manejo, e se ele valeu mesmo a pena.

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No Aegro você pode ter em poucos cliques o custo e ganhos por área, resultando na sua rentabilidade detalhada e descomplicada

Dicas extra para a escolha do adjuvante

Não é preciso receita agronômica para produtos do tipo adjuvante agrícola desde novembro de 2017.

No entanto, ainda sim, é importante verificar com seu consultor engenheiro(a)-agrônomo(a) sobre o produto em questão, sendo essa uma das mais importantes dicas.

Outro ponto muito relevante é ter conhecimento do produto, de seu rótulo e verificar se são confiáveis.

Também é importante ter os custos desse adjuvante e seu ganho em termos de produtividade na ponta do lápis, ou em planilhas e em software agrícola. É assim que você saberá se o adjuvante agrícola realmente valeu a pena e se compensa comprá-lo nas próximas safras.

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Conclusão

Os inúmeros tipos de adjuvantes e diferentes situações de aplicação podem nos deixar confusos, mas depois de conhecer mais sobre cada um deles a escolha fica simples.

É claro que o adjuvante agrícola pode ajudar muito, fazendo com que tenhamos aplicações melhores e mais efetivas.

No entanto, se atente para quando realmente é preciso utilizá-los, sempre verificando se o custo vale a pena!

>> Leia mais:

Guia para iniciantes sobre Agricultura de Precisão (AP)

Software para Agricultura de Precisão: O guia definitivo para escolher um

Gostou dessas dicas? Tem outras dicas a respeito do uso de adjuvante agrícola? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Como utilizar defensivos naturais e diminuir custos

Os defensivos naturais estão sendo cada vez mais utilizados, seja pela sustentabilidade ambiental ou para um manejo mais eficiente e econômico.

Às vezes não conhecemos bem esses produtos, nem ao certo como utilizá-los. Mas a verdade é que não existe uma receita de bolo para isso.

Se bem planejado, os defensivos naturais na agricultura podem te ajudar a diminuir seus custos na produção agrícola e o manejo ser mais eficiente, especialmente em longo prazo.

Nesse artigo vou compartilhar algumas dicas que aprendi com experiência em campo, novidades do mercado e novos caminhos para o planejamento agrícola das próximas safras.

O que são os defensivos naturais?

Sobretudo, existe uma classificação entre esses produtos que os diferencia a partir de seu “princípio ativo”.

É muito comum, que se confunda qualquer biodefensivo como controle biológico de pragas.

Porém, considera-se o controle biológico os produtos utilizados a base de microbiológicos como bactérias, fungos e vírus e macrobiológicos como parasitóides e predadores.

Mas é inegável a importância dos produtos de controle biológico dentro da classificação dos defensivos naturais.

Dados da Associação Brasileira de Empresas de Controle Biológico (ABCBio) de 2017, existem no mercado registrados 102 produtos, sendo 92 inseticidas naturais, 9 fungicidas e 1 nematicida.

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(Fonte: ABCBio)

Os demais defensivos naturais também podem ser substâncias sintetizadas em organismos, como os bioquímicos e semioquímicos.

Os produtos bioquímicos são a base de extratos vegetais, enquanto que os produtos à base de feromônios e aleloquímicos, são classificados como semioquímicos.

Esses nomes podem parecer complicados, mas na verdade as substâncias têm usos simples na natureza.

Os semioquímicos são todas as substâncias químicas utilizadas na comunicação entre seres vivos.

Os semioquímicos específicos de uma mesma espécie são chamados de feromônios, enquanto que aqueles que entre espécies diferentes são os aleloquímicos.

O mais incrível é que podemos utilizar essas substâncias que ocorrem naturalmente para o manejo das lavouras.

Além disso, alguns produtos à base de fontes minerais são considerados defensivos naturais.

Existe ainda a possibilidade de realizar a mistura de alguns microrganismos (fungos e bactérias) em conjunto com  produtos fitossanitários químicos, e as empresas têm investido cada vez mais nesse tipo de pesquisa.

Desse modo, o efeito dos dois tipos de defensivos não é afetado, possibilitando a integração dos defensivos naturais ao sistemas de manejo.

Por exemplo, no site da Koppert você pode verificar a compatibilidade dos controladores biológicos do portfólio com alguns produtos fitossanitários químicos.

(Fonte: Koppert)

Começando o uso de defensivos naturais: Entenda o seu sistema produtivo

Saiba exatamente seus maiores problemas em termos de plantas daninhas, pragas e doenças da sua propriedade.

Para isso, o histórico de suas safras anteriores são fundamentais. Você pode manter os seus registros em cadernos, planilhas ou em software agrícola.

Assim você conhecerá quais os defensivos naturais que deve procurar.

Como já comentamos, também faça o planejamento de quais defensivos químicos vai utilizar, já que pode existir incompatibilidade entre os produtos.

Por fim, a parte financeira também deve ser compreendida como um todo, permitindo que você saiba se o uso dos defensivos naturais realmente compensou.

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Principais defensivos naturais para controle biológico que você deve experimentar

Trichoderma spp.

É um fungo que através de parasitismo, antibiose e antagonismo, realiza a eliminação de fitopatógenos de solo como Fusarium, Rhizoctonia, Sclerotinia (mofo branco), Verticillium, Alternaria, Roselinea, entre outros.

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Recomendação da aplicação de Trichoderma em soja para mofo branco

(Fonte: Pomela, 2012 em apresentação do Prof. José Otávio Menten e Ticyana Banzato)

Bauveria bassiana

É um fungo que parasita mais de 200 espécies de artrópodes como a mosca branca, ácaros, incluindo carrapatos.

Através, do contato direto entre o fungo e o alvo, o fungo germina na superfície do inseto, penetrando no tegumento e colonizando internamente liberando toxinas levando os insetos a morte.

Metarhizium anisopliae

É um fungo em que os esporos entram em contato com o inseto, penetram na sua cutícula colonizando os órgãos internos do hospedeiro, que para de se alimentar e morre.

Este processo ocorre entre 2 a 7 dias após a aplicação, dependendo das condições climáticas.

Sua utilização é consolidada no controle de cigarrinha das pastagens, mas também, em larva alfinete ou coró em culturas como o milho e outras.

Bacillus subtilis

É uma bactéria que promove o crescimento de plantas, atuando de forma preventiva e curativa.

Essa bactéria interfere na aderência do patógeno (fungo ou bactéria) na planta e no seu desenvolvimento posterior.

Ela também produz substâncias que atuam nas membranas e estruturas reprodutivas de fungos, prejudicando o seu desenvolvimento sobre a cultura.

Existem também trabalhos sobre sua contribuição em promover o aumento da nodulação de raízes.

Estudos ainda confirmam sua ação em nematóide dos cistos (Heterodera glycines) na cultura da soja, reduzindo a eclosão de ovos e inibindo a migração de larvas dos nematóides para a planta.

Igualmente, em feijoeiro foi observado eficaz controle de nematóide, até mesmo comparado a produtos como carbofurano.

Bacillus thuringiensis

Bactéria que auxilia principalmente no controle de lagartas ao ser ingerida pelo inseto.

É muito conhecida pelas culturas Bt, onde os genes que produzem as proteínas tóxicas às lagartas são incorporadas às plantas de soja, algodão ou milho.

Também existe o bioinseticida a base de Bacillus thuringiensis, mas não devemos utilizar culturas Bt e inseticidas também Bt, já que são dois métodos de controle com a mesma tecnologia.

Isso porque, desse modo, a pressão de seleção de indivíduos resistentes a Bt aumenta muito.

Além de, produtos comerciais registrados de alta qualidade no mercado, a Embrapa tem promovido formações de capacitações para a produção on farm de qualidade.

Inoculantes

A primeira coisa que vem a cabeça quando se pensa em inoculantes é a fixação biológica de nitrogênio, e realmente este é um dos grandes papéis da realização desta prática nas lavouras.

Mas, além disto, microrganismos utilizados como inoculantes podem ser promotores de crescimento, principalmente das raízes.

Um exemplo é o Azospirillum spp., bactéria descoberta em associação com a cana de açúcar por Johanna Döbereiner.

Vale ressaltar que Johanna foi uma pesquisadora brasileira protagonista na descoberta de bactérias que realizam fixação biológica de nitrogênio (FBN) e que também promovem crescimento.

Além disso, você pode fazer a co-inoculação de Rhizobium spp., Bradyrhizobium spp. e Azospirillum brasiliense, já que estudos mostram que o efeito dessa prática é muito positivo.

A combinação de microrganismos em feijão, por exemplo, pode aumentar a produtividade em 11% ou mais.

Você pode conferir mais informações sobre o assunto em 20 perguntas e respostas sobre Fixação biológica de Nitrogênio

É possível ter mais informações também nesta página da Embrapa sobre FBN nas principais culturas como soja, feijão e milho

Há ainda muitos outros controladores biológicos, que poderíamos comentar e que tem eficiência comprovada como:

  • Pseudomonas flurencens: para doenças de solo;
  • Chromobacterium subtsugae: para percevejo, mosca branca, pulgões e ácaros;
  • Isaria fumosorosea: para mosca branca;
  • A grande família de Bacillus, como o Bacillus pumilis (para doenças foliares), B. licheniformes, B. amylolichefaciens e B. cereus;
  • Paecilomyces spp.: para controle de nematóide;
  • Baculovirus spp.: para lagartas;
  • Microrganismos eficientes.

Baixe aqui a planilha grátis para cálculo de pulverização na sua lavoura

Outros defensivos naturais importantes

Extrato Pirolenhoso

O extrato pirolenhoso é uma opção de defensivo natural bem interessante para se utilizar em conjunto com defensivos químicos.

O extrato pirolenhoso e feito a partir da pirólise (ou seja, da condensação da fumaça) durante o processo de queima da madeira na ausência de oxigênio.

Este líquido possui propriedades bioestimulantes, indutor de enraizamento e efeito sobre a abertura estomática da planta.

Você pode saber mais sobre na Informação Técnica sobre Extrato Pirolenhoso.

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(Fonte: Painel Florestal)

Calda Sulfocálcica

Obtida da mistura entre cal e enxofre, possuindo ação fungicida acaricida, inseticida, fungicida e repelente no controle de ácaros, cochonilhas.

Mais do que isso, uma das melhores estratégias para a entrada desse produto são no início do ciclo da soja em conjunto com outros produtos de calda, promovendo um efeito preventivo.

Você pode ler mais sobre aqui

Nim

O nim tem como principal ingrediente o limonóide azadiractina.

Essa substância provoca toxicidade, repelência, redução do crescimento, da oviposição, da viabilidade de ovos e deterrência alimentar sobre os insetos.

Além disto, o Nim também pode ser utilizado em forma conjunta com qualquer produto fitossanitário.

Feromônios

Os produtos à base de feromônios podem ser utilizados para monitoramento de pragas ou para controle, por meio de confusão sexual.

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(Fonte: Embrapa)

Como inserir os defensivos naturais na sua propriedade e projetar redução de custos

Alguns defensivos naturais podem atingir muitos alvos biológicos, como o pulgões, vaquinhas  e também podem se manter naturalmente no sistema, sendo diminuída a necessidade de aplicações ao longo do tempo.

Os controladores biológicos como Trichoderma spp. e alguns Bacillus spp são exemplos desses defensivos naturais.

No entanto, você só saberá se a praga e esses inimigos naturais estão em populações adequadas na sua lavoura pelo monitoramento, uma das bases do MIP.

Você pode ver mais sobre monitoramento e MIP (Manejo Integrado de Pragas) neste artigo aqui.

Além do MIP, você precisa estar atento ao seus custos agrícolas para verificar a efetividade e economia que os defensivos naturais podem trazer.

Faça o orçamento de todos os seus insumos antes da safra começar, e vá registrando os gastos realizados durante a safra.

Assim você saberá se seu planejamento foi adequado e terá maior controle sobre suas contas.

Comparando manejos diferentes, como uso somente de defensivos agrícolas químicos, e o manejo com o uso também dos defensivos naturais, você poderá saber qual foi o mais econômico.

Você pode fazer essas anotações em um caderno, planilha ou software agrícola, lembrando que esses dados precisam estar seguros.

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Onde buscar mais informações sobre defensivos naturais

A Embrapa lançou em 2016 o livro Defensivos Agrícolas Naturais que você pode visualizá-lo aqui.

Esse livro é o resultado das palestras e discussões científicas do V Congresso Brasileiro de Defensivos Agrícolas Naturais.

Além disso, vai aqui uma lista de empresas que produzem algum tipo de defensivo natural seja controlador biológico ou produto bioquímico e semioquímico, e com as quais você pode se informar mais sobre o assunto:

E também empresas que promovem soluções On Farm (serviços envolvendo defensivos naturais):

Conclusão

Para que defensivos naturais possam te ajudar a diminuir custos com produtos fitossanitários na lavouras, as informações técnicas são muito importantes.

Mais do que isso, conhecer e controlar sua parte financeira se mostra essencial até mesmo para comparar seus diferentes manejos.

Tenha em mente também que é possível tentar novos caminhos para desenvolvermos uma agricultura mais precisa e sustentável, do ponto de vista ambiental e também de negócios.

Agora que você sabe as principais dicas, produtos e informações, já pode começar a experimentar na sua lavoura esses tipos de defensivos!

>> Leia mais: “Entenda a importância das abelhas na agricultura”

>> Leia mais: “Agrotóxicos naturais: Manejo certeiro mesmo em grandes culturas

>> Leia mais: “Por que defensivos biológicos? Conheça mais sobre esses produtos e tire suas dúvidas” 

Gostou das informações? Sabe de mais algum defensivo natural que não citei aqui? Tem alguma outra dica ou história de sucesso com o uso de defensivos naturais? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Regulagem do pulverizador: acerte na tecnologia de aplicação com estas dicas

Regulagem do pulverizador: confira o tamanho ideal das gotas, quais bicos utilizar, volume, faixa de aplicação e muito mais!

A pulverização é uma das atividades que merece atenção redobrada.

Além das perdas que podem ser causadas pelo amassamento das culturas, você pode perder dinheiro e produto devido às calibrações inadequadas.

A perda de defensivos durante a pulverização pode chegar a 70%!

Além de perder produtos, dosagens erradas podem aumentar os problemas nas lavouras.

Neste artigo, confira como regular melhor seu pulverizador, calcular o volume de pulverização ideal de calda e realizar aplicações mais eficientes.

O que são as tecnologias de aplicação e como isso pode te ajudar

As tecnologias de aplicação de defensivos agrícolas são comumente utilizadas nas propriedades agrícolas e mais conhecidas como pulverização agrícola, seja por pulverizador autopropelido ou tratorizado.

Mas o termo não se restringe apenas ao método da aplicação em si, mas na interação equipamento-ambiente.

Nas pulverizações sempre buscamos um melhor controle ambiental e eficácia na operação.

Por isso, o objetivo da tecnologia de aplicação é colocar a quantidade certa do ingrediente ativo no alvo desejado com a máxima eficiência e economia.

Existem diversos equipamentos para a realização da pulverização. Dentre eles, destacam-se aplicação por meio de aviões, fertirrigação, autopropelidos, tratorizados de barras acopladas, barras carreta, pulverizadores costais, etc.

Com o correto dimensionamento de todas as tecnologias, você terá:

  • funcionamento eficiente das barras;
  • menos falhas na faixa de aplicação;
  • redução do escorrimento ou gotejamento;
  • uso adequado da água;
  • pontas de pulverização adequadas para cada atividade;
  • dosagem dos produtos a fim de evitar toxidez e contaminação dos solos;
  • condições climáticas ideais para pulverização;
  • sobreposições mínimas.

Componentes básicos para regulagem do pulverizador

É evidente que no mercado existem centenas de marcas e modelos de pulverizadores. Porém, existem componentes básicos presentes na maioria deles.

Os componentes principais podem ser citados como:

  • tanque de armazenamento;
  • mecanismo agitador;
  • registro de controle de fluxo;
  • filtros;
  • bombas hidráulicas;
  • câmara de compressão;
  • regulador de pressão;
  • manômetro;
  • comando hidráulico;
  • tubulação de retorno;
  • barra de pulverização;
  • bicos de aplicação.

Os componentes podem variar de acordo com o modelo e especificação de pulverizadores.

>>Leia mais: Acerte nas aplicações de defensivos com planejamento agrícola

Check-list antes de pulverizar

Alguns procedimentos básicos devem ser tomados antes de iniciar a pulverização.

Para facilitar a verificação de cada um desses itens fizemos um checklist rápido e prático:

  1. cheque as condições climáticas ideais (temperatura entre 20°C-30°C, umidade 70%-90% e velocidade do vento de 3-10 km/h);
  2. utilize EPI adequado;
  3. use o produto adequado e dose correta;
  4. use água de boa qualidade;
  5. determine altura da barra (normalmente 1 m do chão até a barra);
  6. determine distância entre bicos;
  7. determine velocidade de trabalho ideal;
  8. cheque tanque de armazenamento e limpe se preciso;
  9. cheque mecanismo agitador;
  10. olhe filtros (linha, bicos, barra), limpá-los e trocá-los se necessário;
  11. cheque pressurização de todo o sistema, se existem vazamentos;
  12. cheque mangueiras e acoplamentos;
  13. confira se há vazamentos na barra de pulverização e secções;
  14. cheque bicos e filtros (limpar quando necessário);
  15. monitore a pressão de trabalho para cada conjunto de bico a ser utilizado;
  16. cheque a pressão e depois feche o manômetro durante a aplicação.

Alguns procedimentos devem ser realizados com determinada cautela.

A limpeza dos bicos deve ser realizada com escova de nylon (como escova de dentes) ou ar comprimido para evitar possíveis deformações no orifício.

Não é recomendado utilizar arames, canivetes ou agulhas para desentupir os bicos.

Além disso, pressões de trabalho abaixo do recomendado pelo fabricante da ponta causa distribuição não uniforme.

Já pressões mais altas podem acarretar, além de sobreposições, maior desgaste das pontas e maior risco de deriva.

Falando em pontas, nosso próximo tópico é um item essencial e que deve ser observado com cuidado na pulverização: os bicos! Confira:

Escolha dos bicos na pulverização

Vamos entender um pouco mais sobre as partes constituintes das pontas e bicos de pulverização.

Os bicos de pulverização definem 4 fatores. São eles a vazão, o espectro de gotas, a distribuição da aplicação e o potencial de deriva.

Existem diversos tipos de bicos presentes no mercado e cada um proporciona vazões diferentes, ângulos de pulverização, tamanho de gota e forma da distribuição.

Tais informações podem ser visualizadas conforme a imagem a seguir:

nomenclatura-bico

(Fonte: Copam consultoria)

São constituintes de um bico de pulverização: o corpo, o filtro, a ponta e a capa.

Existem bicos específicos para cada aplicação. No caso de bicos Teejet, temos algumas recomendações da Embrapa:

pontas-e-usos

(Fonte: Embrapa)

Mas você pode conferir o uso de bicos da marca que você já possui com o fabricante. Além disso, lembre-se que bicos também desgastam!

desgaste-bicos
gotas-e-coberturas

(Fonte: Teejet)

Recomenda-se a substituição dos bicos quando a vazão média ultrapassar em 10% a vazão de um bico novo.

Tipos de gotas na pulverização

Os tipos de gotas podem ser classificadas de acordo com seus tamanhos.

regulagem de pulverizadores

(Fonte: Phytusclub)

Mas, qual tipo de gota é o ideal? Depende do objetivo de cada aplicação, conforme veremos abaixo:

Para melhorar a cobertura dos alvos

Gotas menores (muito finas, finas ou médias) ou maior volume de calda.

Para menor volume e manter a cobertura

Gotas mais finas.

Para maior volume e manter a cobertura

Gotas maiores.

Para pragas e doenças de baixeiro

Gotas menores e maior volume da calda.

Cálculo da Vazão

Vamos ver agora como a calcular a vazão e a quantidade de litros de produto a ser gasto por hectare.

Com o auxílio de um copo medidor:

  • marque 50 m no terreno;
  • abasteça o pulverizador;
  • escolha a marcha de trabalho;
  • ligue a TDP;
  • acelere o motor até 540 rpm na TDP;
  • anote o tempo para o trator percorrer os 50 m;
  • com o trator parado na aceleração utilizada, abra os bicos e regule a pressão, de acordo com o recomendado;
  • colete o volume do bico no tempo igual ao gasto para percorrer os 50 m;
  • repita a coleta do volume e tire uma média;
  • se você tiver um copo graduado com a régua da figura abaixo, basta olhar na coluna a quantidade de l/ha de acordo com o espaçamento entre bicos para saber a vazão:
copo-detalhe-calibração

(Fonte: UFRRJ)

Se você não possui o copo graduado, pode usar o exemplo a seguir:

exemplo-calibração

(Fonte: UFRRJ)

Com isso, você pode planejar de maneira muito mais clara suas aplicações, o tempo necessário para essa atividade e a quantidade certa de produto que será necessário.

Além disso, temos hoje softwares que podem nos ajudar muito nessas atividades:

Softwares e aplicativos de pulverização

Existem alguns aplicativos que auxiliam na checagem da qualidade de aplicação do produto.

O software Gotas foi desenvolvido pela Embrapa e faz a análise da distribuição das gotas dispensadas nas lavouras, além de auxiliar os produtores na calibração de pulverizadores.

Segundo Aldemir Chaim, um de seus desenvolvedores, as perdas nas pulverizações podem variar de 20% a 70% dos produtos.

A tecnologia Gotas pode ser baixada neste link gratuitamente.

Além disso, agora você pode escolher com muito mais certeza seu bico de pulverização no site da Seletor de bico John Deere.

Você pode inserir características de seus produtos e operações e o programa seleciona os melhores bicos para utilização, de acordo com a especificidade.

Outro aplicativo muito prático é o Jacto Smart Selector.

O Jacto Smart Selector permite que seu usuário realize de forma simples e rápida a escolha correta do bico de pulverização. Através da indicação de variáveis climáticas, agronômicas e operacionais o aplicativo faz uma rápida seleção dos possíveis modelos de bicos a serem utilizados

Outro software essencial para ter o controle de suas pulverizações e saber o custo real delas é o Aegro.

Com ele, você também sabe corretamente o que foi aplicado nas safras passadas, planeja safras futuras e verifica o que e quando deve ser aplicado neste momento.

custo-realizado-defensivos-herbicida

Conclusão

A noção e realização das regulagens adequadas e funcionamento dos sistemas dos pulverizadores é essencial para pulverizações eficientes e mais econômicas.

Cada pulverizador possui características específicas, cujos vídeos e calibrações podem ser encontrados nos manuais e na internet.

Aqui você conheceu os componentes básicos de um pulverizador, como realizar a calibração de um jeito simples e fácil e a importância do tamanho de gotas na pulverização.

Vimos ainda como softwares podem deixar todas essas etapas mais simples, rápidas e assertivas.

Aproveite as informações, realize as calibrações e checagens necessárias antes de levar seu pulverizador ao campo e boa safra!

>>Leia mais:

6 dicas de compra de defensivos agrícolas para potencializar o manejo da sua lavoura

8 perguntas para fazer ao seu consultor sobre defensivos agrícolas

Qual é a sua dificuldade na regulagem do pulverizador? Restou alguma dúvida? Adoraria ver seu comentário abaixo.

Defensivos agrícolas genéricos ou de marca: qual vale mais a pena usar em sua propriedade

Defensivos agrícolas genéricos: entenda o que são, principais diferenças com os produtos de referência e outras informações que você precisa saber!

Os defensivos genéricos representam cerca de 75% dos produtos comercializados no mundo.

O Brasil, por exemplo, já compra 3x mais defensivos genéricos do que de marca. Você mesmo pode ser habituado a utilizar alguns deles na fazenda!

Mas você sabe a diferença entre um defensivo genérico e um de marca? 

Quer saber qual vale mais a pena utilizar em sua lavoura?

Pensando nisso, neste artigo trago as principais respostas para as dúvidas que você pode ter em relação aos defensivos genéricos. Confira!

O que são defensivos agrícolas genéricos?

Para você entender melhor sobre os defensivos genéricos, precisa antes compreender os defensivos agrícolas de marca.

Os defensivos agrícolas de marca são aqueles que estão sob patente, ou seja, são produtos exclusivos e protegidos por determinado período. 

O período da patente no Brasil segue a Lei n° 9.279 de 1996. Nessa lei, temos o período de 20 anos desde a submissão do processo do produto ou 10 anos depois que sair o certificado de registro, sempre considerando o maior tempo.

Isso significa que, durante um período específico, nenhuma outra empresa pode comercializar produtos com o mesmo ingrediente ativo. O ingrediente ativo é simplesmente o que faz o defensivo “funcionar”.

Por exemplo, em um comprimido de aspirina não há somente a molécula com ação sob nosso corpo de tirar a dor, mas também outras que dão durabilidade, palatabilidade, forma ao comprimido e outros.

Com o defensivo é a mesma coisa! Existe o ingrediente ativo, que é o que realmente mata a planta daninha, o inseto, a doença; e existem outras substâncias que ajudam o produto a penetrar na planta, a misturar melhor na calda de pulverização, e por aí vai.

Mas vamos continuar com nosso tema principal: após cair a patente, outra empresa pode utilizar os ingredientes ativos para fazer seus produtos, os chamados “genéricos”.

Assim, um defensivo agrícola genérico é fabricado e vendido por uma empresa diferente da fabricante pioneira, mas possui o mesmo ingrediente ativo do produto original.

Você sabia que no ano de 2019, 94,5% dos defensivos agrícolas registrados no Brasil foram genéricos?

Para você entender melhor sobre o assunto, vamos falar um pouco sobre as empresas que produzem esses defensivos genéricos.

Empresas produtoras de defensivos genéricos

As empresas que produzem os defensivos genéricos podem ser classificadas em três grupos:

Produtoras de genéricos “puros”: se concentram, principalmente, na venda de produtos que pouco se diferenciam em relação aos produtos originais.

Produtoras de genéricos “diferenciados”: buscam se distinguir dos produtores de genéricos “puros” criando misturas/formulações alternativas, que não são simplesmente cópias exatas dos produtos originais, mas que oferecem benefícios diferenciados em relação aos demais produtos disponíveis no mercado.

Produtoras especializadas em ingredientes ativos genéricos: atuam na venda de ingredientes ativos “puros” (não misturados) para outras empresas que se encarregam de elaborar toda a formulação, registro e comercialização.

O defensivo agrícola genérico é igual ao de marca?

A resposta, como muitas vezes ocorre na agricultura, é: depende.

Em geral, os produtos genéricos não são idênticos. Por isso, é fundamental que você leia a bula desses produtos com atenção para entender as diferenças.

Outro fato interessante é que, como os produtos químicos genéricos não são patenteados, já que a patente original expirou, muitas outras empresas (e não apenas uma) podem ter produtos com esse ingrediente ativo.

Essas diferenças são especialmente quanto à quantidade de ingrediente ativo por quilograma ou litro de produto ou à adição ou não de algum adjuvante na formulação.

Tome como exemplo o Roundup Original da Monsanto, que possui 360 g/L de equivalente ácido de glifosato.

O genérico da Albaugh, chamado Preciso, possui 678,66 g/kg de equivalente ácido de glifosato, além de apresentar glifosato sal de amônio em 747 g/kg.

No entanto, se você verificar a bula do Preciso, saberá com toda certeza qual a melhor dose para a situação que você tem em campo.

Por isso, embora os defensivos agrícolas genéricos não sejam idênticos a seus equivalentes de marca, eles tendem a ser muito semelhantes em termos de desempenho.

É preciso estar atento às recomendações conforme a bula – e isso não vale apenas para genéricos!

Além disso, para receber um registro do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), seja o produto genérico ou de marca, deve ser verificado o seu desempenho.

Para todos os defensivos são realizadas inúmeras avaliações de desempenho agronômico, ambiental e relativas à proteção da saúde humana.

Defensivos genéricos x defensivos de marca: quem ganha essa disputa?

Inovação 

Empresas fabricantes de produtos de marca são focadas em descobrir novas moléculas, com o objetivo de comercializar novos produtos.

Enquanto isso, genéricos têm apenas alguma inovação na formulação do produto, como adição de alguma substância que melhora a absorção do defensivo.

Por isso, nesse ponto, não há dúvida: ponto para defensivos agrícolas de marca!

Até mesmo a Associação Brasileira dos Defensivos Genéricos (Aenda) afirma que os recentes ganhos em produtividade da agricultura brasileira estimulam os produtores a buscar novas tecnologias, aquecendo as vendas de produtos de marca.

Tudo isso colabora para os defensivos de marca conquistarem um pouco mais de força no mercado.

Custo dos defensivos agrícolas genéricos e de marca

É preciso de 10 a 12 anos de pesquisa para que, de 160 mil moléculas, uma vá para o mercado, levando a um investimento de 280 milhões de dólares.

Portanto, empresas de marca de defensivos químicos investem muito dinheiro e tempo na descoberta de novas moléculas e, por isso, seu preço de venda é maior.

Essa relação de preço fica muito evidente quando consideramos que os produtos de marca representam apenas 25% deste setor, porém movimentam 60% da receita (US$ 5,70 bilhões).

Assim, esse ponto é para os defensivos agrícolas genéricos.

Mas, atenção! É importante notar que os genéricos podem ter uma concentração diferente de ingredientes ativos que deve ser considerada no custo de uso.

Por isso, é crucial que você faça as contas das respectivas doses e o cálculo de quanto usaria de cada produto, de marca ou genérico, para saber com certeza se os custos compensam.

Tudo isso entra no seu planejamento agrícola, antes mesmo de começar a safra, com tempo e calma para decidir sua melhor estratégia.

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Confiança dos defensivos agrícolas de marca e genéricos

O reconhecimento de pesquisas e o investimento das marcas tradicionais do mercado geram grande confiança.

Até porque, moléculas descobertas mais recentemente tendem a ter eficiência e toxicologia diferenciada.

Além disso, pode haver ainda alguma desconfiança por parte do produtor sobre os defensivos genéricos, seja pelas marcas não conhecidas ou mesmo pelos preços baixos.

Por isso, esse round foi ponto para o defensivo agrícola de marca!

Qualidade dos defensivos 

Como já comentado, tanto empresas de genéricos quanto de marcas têm de seguir um controle de qualidade rigoroso pela legislação brasileira.

Todos os defensivos agrícolas passam por avaliações na Anvisa, Mapa e Ibama para o registro. 

Há ainda vários trabalhos científicos comparando esses tipos de defensivos químicos.

Por exemplo, em um ensaio com a cultura de soja comparando 18 produtos à base de glifosato, foi observado que, embora as condições estivessem muito secas antes e após a aplicação do herbicida, a eficácia foi semelhante para todos os produtos.

Embora existissem algumas diferenças nas marcas de glifosato, essas diferenças não foram consistentes nos resultados de eficácia aos 14 ou 28 dias após o tratamento (DAT).

E também não foram constatadas intoxicações à cultura em qualquer tratamento.

Como você pode ver, temos aqui um empate!

foto de máquina realizando aplicação de defensivo em lavoura de soja

(Fonte: Cultivar)

Suporte ao cliente

Pela grandiosidade das empresas de marca, a burocracia existente pode gerar lentidão na demanda dos clientes.

Por outro lado, empresas de genérico geralmente são mais rápidas ao atender essas demandas, especialmente nesse momento em que desejam ganhar mercado.

Assim, ponto para os defensivos agrícolas genéricos.

Resultado da batalha e dicas extras

O resultado foi um empate. E o que isso significa?

Significa que os dois tipos de defensivos tem vantagens e desvantagens que devem ser avaliadas por você, dentro de sua propriedade e gestão.

Para demonstrar o quanto esse mercado é neutro, algumas grandes corporações possuem empresas dos dois segmentos: inovação e genéricos.

É o caso da China National Chemical Corporation, que possui a Syngenta no ramo da inovação e a Adama no ramo dos genéricos. 

Para essa tomada de decisão, veja algumas dicas extras que vão te ajudar:

  • conheça as diferenças entre o produto genérico e de marca;
  • faça o cálculo do preço final de cada pulverização dentro do seu planejamento agrícola, considerando as doses e formulações dos produtos;
  • conheça também a diferença de valor, não apenas o preço;
  • conheça as condições de venda, ou seja, devolução, garantia, etc., e o serviço que você está recebendo com sua compra;
  • entenda como essa escolha pode afetar seu relacionamento com fornecedores locais ou de área.

Conclusão

Os defensivos de marca possuem maior confiança por parte do produtor e são mais inovadores.

Já os defensivos agrícolas genéricos possuem ágil suporte ao cliente e um custo menor.

Os dois tipos de defensivos apresentam qualidade, passando pelas mesmas avaliações.

Para decidir mesmo qual vale a pena, é preciso olhar caso a caso.

Neste artigo, você conferiu as principais dicas para que essa decisão seja a mais consciente e melhor possível.

Por isso, faça seu planejamento, confira o valor e preço real de cada produto e tome sua decisão!

>> Leia mais:

Como fazer o controle de estoque de defensivos agrícolas em 5 passos

Armazenagem de defensivos agrícolas: 7 dicas de como fazer em sua propriedade

Gostou dessa batalha? Você costuma usar mais defensivos genéricos ou de marca? Ficou com alguma dúvida? Continue essa conversa comentando aqui embaixo!

Henrique-plácido

Atualizado em 27 de novembro de 2020 por Henrique Fabrício Plácido
Agrônomo pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), mestre pela Esalq-USP, especialista em Gestão de Projetos e doutorando pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) na linha de plantas daninhas.

4 principais inseticidas para combater pragas de grãos

Tipos de inseticidas para lavouras de grãos: saiba quais os defensivos químicos certos para combater as pragas da sua lavoura de grãos eficientemente.

De acordo com a FAO, cerca de 40% da produção agrícola no mundo é perdida todos os anos devido a ataques de pragas.

No Brasil, essa importância não é menor: as pragas agrícolas causam grande apreensão. Tanto é que 25,5%  dos gastos brasileiros em defensivos agrícolas são em inseticidas.

Mas, se bem utilizados dentro do MIP, os inseticidas podem ajudar muito no alcance de altas produtividades agrícolas.

Por isso, neste artigo, vou te mostrar os principais inseticidas para as principais pragas de grãos. Confira:

Conceitos importantes sobre tipos de inseticidas

Um mesmo inseticida pode atingir vários alvos, como diferentes lagartas, percevejos e outros insetos.

Além disso, muitas vezes o mesmo produto pode ser utilizado em diferentes culturas, especialmente em grãos, onde as pragas são semelhantes.

bula-engeo-pleno

Bula do produto inseticida comercial: Engeo Pleno
Classe: Inseticida sistêmico de contato e ingestão; Grupo químico: neonicotinoide e piretroide

(Fonte: Syngenta)

No entanto, as pulverizações devem ser feitas com alternância de produtos de grupos químicos e modo de ação diferentes.

Essa rotação visa diminuir a pressão de um determinado produto sobre as populações de pragas.

Conhecimento do produto e da semente são fundamentais

Isso minimiza tempo, gastos, mão-de-obra, maquinário e principalmente produtos químicos, que em sua maioria pesam muito no bolso do produtor.

Só aí já temos uma ideia de alguns dos benefícios que inseticidas podem trazer na agricultura. Mas, diante de tantos grupos químicos, conhecer os principais deles é essencial!

Os inseticidas são comumente classificados de acordo com sua composição química.

grupo-químico-inseticidas

Grupos químicos, mecanismos de ação, processos afetados e principais ingredientes ativos de inseticidas
(Fonte: Irac)

Existem várias formas do inseticida afetar a praga. Cada grupo químico tem sua característica quanto ao seu modo de ação sobre o inseto. Confira:

ação-tipo-inseticida

(Fonte: Yamamoto adaptado de J Cooper & H Dobson)

Agora veremos os principais tipos de inseticidas por grupos químicos para as principais pragas de grãos:

1° principal tipo de inseticida: diamidas

Principais características:

  • regulam a libertação de cálcio intracelular;
  • age diretamente na contração muscular;
  • provoca um aumento rápido da concentração de cálcio;
  • leva, posteriormente, à cessação de alimentação, letargia, paralisia e, por fim, a morte da praga.

Substância química ativa: Clorantraniliprol e ciantraniliprol (comercializados pela DuPont e Syngenta). 

Alvos: Espécies da ordem de Lepidoptera, Coleoptera, Diptera e Hemiptera.

Principal praga: Helicoverpa armigera (Lepidoptera: Noctuidae)

Estudos indicaram que os inseticidas flubendiamida (Belt) e espinosade (Tracer) mostraram serem muito eficientes no controle da Helicoverpa armigera.

A dose varia de acordo com o nível de infestação e incidência da praga na área.

Geralmente a dose comercial de Belt recomendada para controle de armigera varia entre 50 ml e 70 ml/hectare.

helicoverpa-tipo-inseticida

(Fonte: Rural Pecuária em Embrapa Soja)

2° principal tipo de inseticida: organofosforados

Principais características:

  • custo relativamente baixo;
  • largo espectro de atividade e de alto impacto sobre insetos;
  • ampla gama de produtos agrícolas e sanitários;
  • existem produtos organofosforados desde extremamente tóxicos até aqueles com baixa toxicidade, como o Temephos, que tem seu uso permitido em água potável;
  • na área da Saúde, têm sido bastante usados dada sua eficiência.

Estrutura molecular: são ésteres, amidas ou derivados tiol dos ácidos de fósforo, contendo várias combinações de carbono, hidrogênio, oxigênio, fósforo, enxofre e nitrogênio,

Persistência/Degradação: são biodegradáveis, sendo, portanto sua persistência curta no solo: 1 a 3 meses.

Modo de ação: por contato e ingestão. Agem como inibidores das enzimas colinesterases, causando o aumento dos impulsos nervosos, assim podendo ocasionar a morte.

Alvos: espécies da ordem de Coleópteros, sugadores, mastigadores como: ácaros, percevejos, lagarta-da-soja, mosca-branca, etc.

Principal praga: Ácaros na cultura da soja

acaro-soja

(Foto: Daniel R. Sosa-Gómez em Embrapa)


Ataques severos de ácaros em lavouras de soja podem ser responsáveis por danos que variam de 4 a 8 sc/ha.

Um produto eficaz no controle de ácaros do grupo dos organofosforados é o Orthene, inseticida e acaricida da Arysta Lifescience.

Sua dosagem varia de 300 L a 400 L de calda/hectare.

3° principal tipo de inseticida: carbamatos

Principais características:

  • paralisação muscular do inseto;
  • os alvos apresentam 4 estágios sintomáticos: excitação, convulsão, paralisia e morte.

Estrutura molecular: são praguicidas orgânicos derivados do ácido carbâmico.

Temos três classes de carbamatos conhecidos: carbamatos inseticidas (e nematicidas), carbamatos herbicidas e carbamatos fungicidas.

Persistência/degradação: são compostos instáveis e muitos fatores influenciam a degradação: a umidade, temperatura, luz, volatilidade.

Carbamatos são metabolizados por microrganismos, plantas e animais ou degradados na água e no solo, especialmente em meio alcalino.

Modo de ação: com ação de contato e ingestão, são igualmente inibidores das enzimas colinesterases, embora por mecanismo diferente dos organofosforados.

Principal praga: Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) em milho

Seus prejuízos são estimados em mais de US$ 400 milhões anualmente, e, a lagarta-do-cartucho é considerada a pior praga do milho.

tipos de inseticidas

(Fonte: Agronomia Rústica)

Apesar de seu nome ser em referência a danos feitos principalmente no cartucho do milho, ela pode afetar todos os órgãos da planta em diferentes estágios.

Um produto eficaz no controle de ácaros do grupo dos organofosforados é o Lannate, inseticida sistêmico e de contato da Du Pont.

Sua dosagem varia de 200 L a 300 L de calda/hectare.

4° principal tipo de inseticida: piretróides

Principais características dos piretroides:

  • são atualmente os inseticidas mais utilizados;
  • apresentam baixa toxicidade em mamíferos;
  • baixo impacto ambiental, são efetivos contra um largo espectro de insetos e são necessárias baixas quantidades para exercerem sua ação;
  • agem nos insetos com rapidez causando paralisia imediata e mortalidade, efeito de choque denominado “Knock down”;
  • são geralmente usados como misturas;
  • devem respeitar um intervalo de segurança após aplicação.

Estrutura molecular: são compostos sintéticos análogos aos componentes obtidos a partir dos piretróides, extraídos do crisântemo.

Persistência/degradação:

  • intervalo de segurança de até 37 dias;
  • têm boa estabilidade sob luz e temperatura ambiente.

Modo de ação: são os compostos de mais rápida ação na interferência da transmissão de impulsos nervosos. Podem possuir efeito repelente, espantando os insetos ao invés de eliminá-los.

Principais Pragas

  • Lagarta-da-maça (Heliothis virescens);
  • Lagarta-militar (Spodoptera frugiperda);
  • Lagarta da soja (Anticarsia gemmatalis).

Um produto eficaz no controle de dessas três lagartas do grupo dos piretroides é Permetrina 384 EC, inseticida de contato e ingestão da UPL.

Sua dosagem varia de 100 L a 500 L de calda/hectare (depende do nível de infestação da praga.

Apesar dos inseticidas ajudarem muito, é fundamental fazer o Manejo Integrado de Pragas (MIP) para um controle efetivo das pragas e para não selecionar indivíduos resistentes.

Resistência de pragas a inseticidas e o MIP

O uso contínuo dos defensivos agrícolas sem rotação de seus mecanismos de ação pode afetar diretamente no seu bolso.

Isso porque, dessa maneira, há o desenvolvimento de populações de pragas resistentes a inseticidas.

Além disso, nas últimas décadas, a descoberta de novos inseticidas, de grupos químicos e modo de ação distintos dos inseticidas já existentes no mercado está se tornando cada vez menor.

Desta forma, o agricultor não tem novas opções quando o produto está apresentando falhas de controle devido à evolução da resistência. E, assim, o problema se torna evidente.

O Manejo Integrado de Pragas tem sido o principal responsável por reverter esse quadro, além de trazer mais sustentabilidade para sua fazenda.

mip-tipos-inseticidas

(Fonte: Sebastião Araújo em Embrapa)

O MIP reúne um plano de medidas que busca promover o equilíbrio no sistema.

Assim, muitas outras medidas de controle, além do químico que aqui falamos, devem ser usados.

E isso faz com que haja menor pressão de seleção de indivíduos resistentes e maior eficácia de controle das pragas.

O mais interessante é que por vezes vemos que o MIP reduz as aplicações, podendo também diminuir seus custos de produção agrícola.

Para ver mais acesse “Reduza drasticamente suas aplicações utilizando o Manejo Integrado de Pragas.”

Veja também o MIP especialmente para a cultura do milho em: Como fazer manejo integrado de pragas (MIP) na cultura do milho

Conclusão

Você pode ter prejuízos imensos se o controle de pragas não for feito corretamente.

Nesse sentido, conhecer os principais inseticidas, sejam eles químicos ou inseticidas naturais, e as pragas que combatem, é fundamental para a correta escolha e manejo.

No entanto, não devemos nos apegar somente ao controle químico, mas misturar e agregar diversas medidas de controle de insetos, seguindo as recomendações do MIP.

Esse conhecimento e definição das melhores estratégias de controle fazem parte do planejamento agrícola.

Agora que você já sabe mais sobre os principais tipos de inseticidas para grãos, já pode começar a se planejar no combate às pragas!

>> Leia mais:

“Novidade no mercado de defensivos: inseticida Plethora”

As melhores formas de controle para cigarrinha-das-pastagens

“O que você precisa saber sobre o mecanismo de ação dos inseticidas neonicotinoides, organofosforados e carbamatos”

“Inseticidas ecdisteroides: como agem nos insetos e por que são uma boa opção de manejo”

Gostou do texto? Tem mais algum tipo de inseticida que você costuma usar e não citamos aqui? Restou alguma dúvida? Comente abaixo!

Como otimizar sua lavoura com pulverizador autopropelido

Pulverizador autopropelido: Você sabe como regular? Neste texto, iremos responder essas e outras questões para te auxiliar na pulverização da sua lavoura com autopropelido.

A mecanização agrícola é um dos mais importantes fatores da produção, podendo apresentar em até 50% dos seus custos totais.

Dentre as atividades de mecanização, está a pulverização da lavoura. E só quem viu uma lavoura infestada sabe a importância dessa atividade. Por isso, utilizar algumas tecnologias nessa etapa pode aumentar a sua produção.

Você já parou para pensar qual tipo de pulverizador, autopropelido ou tratorizado, é utilizado na sua lavoura? E se algumas práticas ou tecnologias poderiam te auxiliar no manejo de pragas, doenças e plantas daninhas?

Neste texto vamos falar sobre todos esses assuntos para suas pulverizações se tornarem ainda mais eficientes! Veja a seguir:

O que é um pulverizador autopropelido?

Pulverizar é produzir gotas a partir da calda de uma formulação comercial do produto químico. Aplicar é depositar a gota no objeto (alvo), este alvo muitas vezes são as folhas da cultura.

Pulverizadores são máquinas agrícolas que realizam as aplicações de defensivos agrícolas para que este atinja o alvo de forma adequada.

Assim, a utilização de defensivos agrícolas é para assegurar o potencial produtivo da sua lavoura, protegendo contra pragas (doenças, plantas daninhas e insetos). pulverizador autopropelido também é chamado de automotriz ou autopropulsor.

pulverizador autopropelido

(Fonte: Pulverjet)

Esses pulverizadores são máquinas de alto desempenho, com velocidade de pulverização de 15 a 30 km/h.

Em situações favoráveis, a velocidade operacional pode chegar próxima a 40 km/h. Além disso, esses pulverizadores geralmente apresentam alta tecnologia em eletrônica de bordo para o preciso e total controle da pulverização.

Para entender melhor esses pulverizadores vamos entender melhor quais os seus componentes e funções:

>> 8 perguntas para fazer ao seu consultor sobre defensivos agrícolas

Componentes do pulverizador autopropelido

Os principais componentes de um pulverizador autopropelido, você confere na figura abaixo.

pulverizador autopropelido

(Fonte: Casali, 2015 adaptado de Manual de Operação Massey Ferguson 9030)

Veja a função de alguns componentes:

Reservatório de calda

Local onde é armazenada a calda que é utilizada na pulverização. Existem diversas capacidades desses reservatórios no mercado.

Barras de pulverização

Podem ser instaladas na parte traseira, parte frontal ou central. As barras são equipadas com corpos de bicos múltiplos e com as pontas de pulverização e podem medir em média de 15 a 48 metros.

Cabine

A cabine do pulverizador é fechada, o que proporciona conforto ao operador e impede a contaminação com agrotóxicos.

Eletrônica embarcada

É representada por sensores, atuadores, computadores de bordo, software e GPS. A eletrônica embarcada é utilizada para as funções vitais da máquina, como controle da pulverização, controle da velocidade de deslocamento, transferência de dados, entre outras.

Esses pulverizadores ainda podem apresentar piloto automático, constituindo outra tecnologia comumente vista nessas máquinas. Além disso, esse tipo de pulverizador apresenta uma característica importante para as pulverizações:

Característica importante do autopropelido

O pulverizador autopropelido também possui maior vão livre.

Mas o que é vão livre? Vão livre é a medida composta pela distância do solo até o primeiro ponto da estrutura da máquina. Assim, se seu pulverizador apresenta maior vão livre, permite realizar pulverização em estágios mais avançados de desenvolvimento da sua cultura.

Classificação dos pulverizadores

A Andef classificou os pulverizadores como:

  • Pulverizador costal manual;
  • Pulverizador costal motorizado;
  • Pulverizador tratorizado com mangueira e pistola de pulverização;
  • Pulverizador de barras (tratorizado ou autopropelido);
  • Turbopulverizador ou turboatomizadores;
  • Pulverização com aeronave.

No caso do nosso tema de hoje, pulverizador autopropelido, há dois tipos de classificação:

  • Máquinas projetadas originalmente como pulverizadores autopropelidos;
  • Pulverizadores adaptados à estrutura do trator agrícola.

Vantagens do uso de pulverizador autopropelido

Podemos citar como vantagens de se utilizar pulverizador autopropelido:

  • Maior precisão na pulverização;
  • Otimização de custos de produção e insumos;
  • Permite ser utilizado na agricultura de precisão;
  • Maior planejamento da atividade de pulverização;
  • Menor risco e maior conforto ao operador;
  • Maior rendimento operacional.

Agora vamos para uma etapa crucial da pulverização e que é decisiva para um manejo e gestão agrícola eficaz:

Regulagens e calibração do pulverizador

Alguns passos básicos e simples podem fazer toda a diferença na sua pulverização.

Pensando nisso, fizemos um passo a passo para lhe auxiliar:

1.Manutenções e Limpeza

Você deve realizar as manutenções como a limpeza dos filtros do pulverizador e também dos bicos.

Para não esquecer de realizar manutenções preventivas no seu maquinário, você pode contar com um software de gestão agrícola.

Alerta de manutenção de maquinário agrícola no Aegro

Com o Aegro, por exemplo, é possível programar alertas de manutenção pontuais ou periódicos. Assim, você recebe um aviso por e-mail sempre que estiver na hora de realizar uma nova checagem.

Veja este artigo para mais informações sobre regulagem e manutenção de maquinários agrícolas.

2.Regulagem das barras

Regule o espaçamento entre os bicos na barra e a altura da barra em relação a sua cultura (em geral, deve ser 1m da barra até o chão).

Verifique o ajuste das ponteiras da barra, eliminando as folgas entre o encosto do terminal da barra e a estrutura metálica da ponteira.

Lembrando que as ponteiras são as porções terminais da barra de pulverização.

Verificar também o ajuste do movimento vertical da barra, o nivelamento das ponteiras em relação às barras e o ajuste do desarme das ponteiras.

3.Comece a calibração: Encha o tanque do pulverizador com água

4.Com o pulverizador ligado, verifique se há vazamento nos filtros e nos bicos

5.Calibração da pressão

A pressão será realizada na calda de pulverização pela bomba de pressão.

A pressão deve ser selecionada nos comandos eletrônicos dentro da cabine do pulverizador e deve ser calibrada na parte de fora do pulverizador em cada seção.

Assim, você deve abrir o manômetro e verificar se a pressão em cada seção está de acordo com a qual você selecionou no comando eletrônico.

6.Faça a medição da vazão

Colete a água de um bico unitário por 1 minuto em um recipiente graduado.

Para saber a vazão total dos bicos, veja o exemplo:

Se em um bico foi coletado 800 mL em 1 minuto, então, a vazão unitária é 0,8 L/min.

Se a barra tem 40 bicos, 0,8 x 40= 32 L/min de vazão total.

Você também pode pedir a vazão em todos os bicos e verificar se eles não estão desgastados.

Se algum dos bicos apresentar vazão acima de 10%, o bico deve ser trocado.

Nessa etapa também se atente para o jato que sai dos bicos, observando se há entupimentos e deve desentupir adequadamente conforme mostra figura abaixo:

desentupir-bicos-pulverizador-autopropelido

(Fonte: Jacto)

7.Faça a medição da velocidade do pulverizador

Marque um percurso de 50 metros com uma trena e afaste o pulverizador do local demarcado, pode ser 5 metros como na figura abaixo.

calibração-pulverizador-autopropelido

(Fonte: UFRRJ)

Esse afastamento permite que a velocidade se estabilize até chegar na marcação de 50 metros para sua medição.

Após isso, anote o tempo que o pulverizador percorrer os 50 metros.

Com a distância dividida pelo tempo sabemos facilmente qual a velocidade real da máquina.

Então, se o tempo para percorrer a distância de 50 metros e o tempo foi de 15 segundos, a velocidade é (50/15)x60=200 m/min.

8.Calcule a área tratada por minuto

Nessa etapa continuarei nosso exemplo para facilitar o entendimento dos cálculos:

Exemplo:

Largura da área tratada = 40 bicos x 0,6m de espaçamento entre bicos = 24 metros

Área tratada = velocidade x largura da área tratada

Área tratada = 200m/min x 24 metros = 4800 m/min

Em hectare = 4800/10000 = 0,48 ha/min

9.Taxa de aplicação

A fórmula da taxa de aplicação é:

Taxa de aplicação = vazão total/área tratada

Continuando nosso exemplo:

Taxa de aplicação = 32L/min/0,48ha/min = 67 L/ha

10.Quantidade de produto para o preparo da calda

Quantidade = (capacidade do tanque x dosagem do produto)/taxa de aplicação

Exemplo:

Se o tanque é de 2000 litros e dosagem do produto de 0,2 L/ha: Quantidade = (2000×0,2)/67 = 5,97 L de produto para o preparo da calda de um tanque cheio do pulverizador.

custo operacional de máquinas

O que podemos concluir e planejar com a calibração dos pulverizadores

Continuando com nosso exemplo, temos os seguintes dados após a calibração:

Se a taxa de aplicação de 67 L/ha e o tanque possui volume de 2000 litros, já sabemos que a cada aproximadamente 30 hectares (2000/67) teremos uma parada para reabastecer o tanque. E em quanto temos teremos que reabastecer o tanque?

Só precisamos dividir o número de hectares que um tanque trabalha (30 ha no nosso exemplo) pela área tratada por minuto (0,48 ha/min), o que resulta em aproximadamente 1 hora.

Isso já te prepara e também a sua equipe para as paradas e o abastecimento mais rápido e eficaz possível. Sabendo a área total que deve ser tratada você também sabe a quantidade total do defensivo agrícola a ser comprado.

Desse modo, a regulagem e calibração podem até parecer algo trivial de se fazer, mas pode ser um ótimo começo para uma gestão e planejamento agrícola bem feitos.

Após todas as vantagens, regulagem e calibração dos pulverizadores, também devemos ter alguns outros cuidados importantes nessa atividade:

Cuidados durante a sua pulverização

  • Utilize pulverizadores adequados para a cada atividade e área;
  • Utilize o defensivo agrícola recomendado para a cultura e na dose correta;
  • Realize manutenções nos pulverizadores e limpeza;
  • Certifique-se que o trabalhador está treinado;
  • Uso de equipamento de proteção individual (EPI);
  • Calibração e regulagem dos pulverizadores;
  • Utilize água de boa qualidade;
  • Verifique condições climáticas no local de pulverização antes de iniciar as atividades;
  • Verifique como deve proceder com o descarte de produtos químicos (resíduos);
  • Se atente com a deriva.

Falando em deriva, saiba que muitas vezes ela pode ser evitada com a consulta das condições climáticas na hora de pulverização. E para verificar as condições você pode utilizar aplicativos de celular para isso. Além disso, ressalto que não devemos esquecer que em toda pulverização deve-se utilizar EPI.

Manual-uso-EPI

(Fonte: Andef)

A escolha do pulverizador realmente é muito importante para planejamento da sua propriedade.

Mas, um componente de grande importância no pulverizadores são os bicos e sua escolha.

Utilização dos tipos de bicos na pulverização agrícola

A função dos bicos é dividir o líquido (a calda a ser aplicada) em gotículas e distribuí-las, de forma uniforme, sobre toda superfície da planta (alvo).

Além disso, você deve escolher o bico para o pulverizador de acordo com:

  • Estágio da cultura, as condições de temperatura e umidade no local;
  • Equipamento a ser utilizado;
  • Tamanho da lavoura.

Para isso, é necessário conhecer algumas informações do bico que você pode encontrar nos próprios bicos:

nomenclatura-bico

(Fonte: Teejet)

Nesse sentido, os bicos que você seleciona determinam pelo menos 4 fatores essenciais da pulverização utilizando ou não pulverizadores autopropelidos:

  • Quantidade de produto aplicado na área;
  • Uniformidade da aplicação;
  • Cobertura do produto aplicado sobre o alvo;
  • Quantidade potencial de deriva.

O bico é composto por todo o conjunto com suas estruturas de fixação na barra (corpo, filtro, ponta e capa).

bicos-pulverização-autopropelido

(Fonte: Andef)

Muitas vezes, a ponta é utilizada como sinônimo de bico. Mas lembre-se, que a ponta é uma estrutura do bico. Para te ajudar na escolha do bico para o seu pulverizador, você pode utilizar aplicativos ou software como da John Deere e Jacto.

E lembre-se que bicos desgastados podem te trazer prejuízos. No exemplo abaixo, você pode visualizar o quanto você pode perder com bicos desgastados, considerando uma área de 500 ha e um desgaste de 10% dos bicos de pulverização.

pulverizador-autopropelido-gasto-agroquimico

(Fonte: Jacto)

Alguns fatores que favorecem o desgaste são: limpeza (quando é realizada com material impróprio), poder abrasivo dos defensivos agrícolas, pressão de trabalho e qualidade da água.

Para que você não tenha problemas com prejuízos por bico desgastado se atente: Quando um bico apresentar vazão acima de 10% da vazão nominal de um bico novo, você deve substituir este bico. Assim, se atente a calibração que já vimos como fazer no início deste texto.

Histórico do pulverizador autopropelido

O primeiro pulverizador autopropelido foi criado na década de 1940 nos EUA, este pulverizador foi criado para a lavoura de cultura do milho.

Depois deste, ocorreram muitas modificações nesses pulverizadores. E, no Brasil, o pulverizador autopropelido começou a ser fabricado na década de 1980 por empresas brasileiras. Agora você encontra vários modelos de pulverizadores autopropelidos e de diversas marcas no país.

Na figura abaixo, você confere as marcas de pulverizador autopropelido e o ano em que iniciaram a comercialização no Brasil.

marcas-pulverizadores-autopropelidos

(Fonte: Casali, 2015)

Depois dos conhecimentos sobre pulverizador autopropelido, fica aquela dúvida, podemos utilizá-lo na agricultura de precisão?

Agricultura de precisão e pulverizador autopropelido

Como já comentamos em outros textos, a agricultura de precisão (AP) é um manejo diferenciado em sua lavoura.

Ou seja, sua área não é uniforme, assim, você não deve tratar toda sua lavoura de uma mesma forma, dessa maneira, sua pulverização não é a mesma em toda a área.

Assim, utilizando AP, você pode reduzir o custo de produção da sua lavoura, aplicando a quantidade necessária de defensivo agrícola, e com isso, você reduz o desperdício.

>> 5 dicas infalíveis para uma aplicação de defensivos agrícolas mais eficaz

Para a pulverização da sua lavoura utilizando taxa variável de defensivo agrícola na área, você pode utilizar pulverizador autopropelido.

Os pulverizadores autopropelidos já apresentam algumas tecnologias que permitem realizar a AP na operação de pulverização da sua lavoura.

Assim, a utilização da eletrônica embarcada desses pulverizadores permite a aplicação de defensivos agrícolas em quantidades variáveis e tempos específicos.

Conclusão

Neste texto você aprendeu sobre o pulverizador autopropelido, suas características vantagens e componentes.

Além disso, foram dadas algumas dicas bastante úteis sobre a regulagem do pulverizador. Assim, o pulverizador autopropelido é uma tecnologia que você pode utilizar na sua lavoura para aprimorar a pulverização de defensivos agrícolas.

Como sempre gosto de enfatizar, sua lavoura é sua empresa, por isso, você deve planejar as atividades, entre elas a de pulverização, para que você possa aumentar seus lucros.

Então, boa pulverização da sua lavoura!

>> Leia mais: 

O que é Safs: entenda tudo sobre sistemas agroflorestais

Depreciação de máquinas: Todos os cálculos de forma prática
Como regular plantadeira de trigo e ser mais eficiente

Você utiliza pulverizador autopropelido na sua lavoura? Como você realiza a regulagem do seu pulverizador? Como você escolhe os bicos de pulverização? Adoraria ver seu comentário abaixo!

8 perguntas para fazer ao seu consultor sobre defensivos agrícolas

Entenda agora quais são as 8 perguntas que você deve fazer ao seu consultor sobre uso de defensivos agrícolas.

Pesquisas mostram que os defensivos agrícolas terão aumento de 15% no preço, enquanto outros falam de até 30% em 2018.

O resultado você já sabe: ainda maiores custos na sua produção agrícola.

numeros sobre uso de defensivos agricolas

(Fonte: Dinheiro Rural)

Planejar e orçar tudo o que será usado com o auxílio de um consultor agrícola facilita muito o corte de desperdícios e escolhas indevidas.

No entanto, precisamos saber mais sobre os produtos químicos, especialmente para escapar de “enrascadas”.

Para isso, o que perguntar para seu consultor e evitar todos esses problemas?

Neste artigo mostramos as principais perguntas para você fazer ao seu consultor, com informações valiosas sobre uso de defensivos agrícolas! Veja:

Primeiro passo antes da aquisição de seu defensivo agrícola

Assim como eu já comentei, o planejamento é o primeiro passo para tudo.

Isto inclui a época de plantio, quais as culturas a serem rotacionadas, análise de solo completa e manejo da adubação, escolha de sementes, entre outros.

No caso dos defensivos agrícolas, é muito interessante ter em mãos o histórico da área mostrando o que houve na propriedade em relação às plantas daninhas, doenças e insetos.

Assim você já sabe muito antes o que vai ser preciso na próxima safra, já que essas pragas das safras passadas tendem a ocorrer nas próximas.

Como ter esse histórico: monitoramento.

planilha de compras de insumos

A inspeção frequente da lavoura, anotando o que foi encontrado nela faz com que doenças e outras infestações sejam combatidas logo no início.

Além de que, o monitoramento é chave no Manejo Integrado de Pragas.

Após monitorar sua lavoura e consultar seu histórico, você deve conversar com o consultor e certificar-se de obter respostas precisas às suas perguntas que irão evitar que entre em uma “roubada”.

Para isso, confira as perguntas:

Veja agora as 8 perguntas sobre uso de defensivos agrícolas que você deve fazer ao seu consultor:

1. Qual é a bula deste defensivo agrícola?

Veja a bula dos herbicidas, fungicidas e inseticidas que foi indicado.

Vendo a bula você tem certeza se o produto é mesmo registrado pelo MAPA, se é indicado para sua cultura e para o problema que possui, além das doses corretas.

Eu sei que não é nada confortável ler a bula no próprio produto, mas por isso que existem sites confiáveis que podemos verificar as informações sobre os produtos.

Nesse sentido, você pode consultar os produtos registrados no país pelo site do Agrofit.

No site você pode procurar por inseticidas, herbicidas e todos os produtos químicos registrados no MAPA.

No exemplo abaixo eu comecei a procurar produtos registrados no combate de insetos:

agrofit-defensivos-agrícolas

Depois é só completar com as demais informações e fazer sua consulta.

Lembre-se também que os defensivos agrícolas só podem ser comercializados com receituário agronômico obtido por profissional habilitado.

Neste artigo ensinamos como fazer uma lista de defensivos agrícolas.

>> Tudo o que você precisa saber para fazer sua lista de defensivos agrícolas na pré-safra

Você deve comprar a quantidade exata de defensivo que irá utilizar durante a safra, evitando que sobre ou falte, já que ambas podem lhe causar prejuízos financeiros.

Importante que fique atento ao prazo de validade e à qualidade da embalagem, se estão danificadas e se você consegue ler a bula, sem dificuldades.

Armazene seus defensivos agrícolas adequadamente consultando o artigo:

>> Armazenagem de defensivos agrícolas: como fazer e o que é preciso saber

2. Como deve ser feita a aplicação deste defensivo agrícola?

De nada adianta ter o produto correto, se a aplicação de defensivos agrícolas não for bem realizada.

Assim, pergunte ao seu consultor sobre:

Época de aplicação

A época de aplicação está relacionada com o estádio fenológico da cultura, dessa forma, você deve monitorar sempre como está o desenvolvimento da cultura.

Além disso, também sempre questione qual nível de controle ou infestação, independente se for planta daninha, inseto ou fungo.

Para inseticidas, o correto é fazer o monitoramento e seguir os níveis de controle.

Assim, a aplicação é feita somente quando a população do inseto ou os danos da cultura atingirem esse dano.

É muito importante também perguntar qual época não se pode aplicar por prejudicar muito a cultura.

defenivos-agricolas

(Fonte: Dinheiro Rural)

Condições ambientais

Segundo a Embrapa, de modo geral as condições climáticas no momento de aplicação devem ser:

  • Temperatura: mínima de 10°C; ideal de 20° a 30°C; máxima de 35°C;
  • Umidade relativa do ar: mínima de 60%; ideal 70 a 90%; máxima de 95%;
  • Não realizar aplicações com velocidades de vento acima de 10 km/h sobre plantas estressadas ou em casos de chuva;

A recomendação de não aplicar em plantas estressadas, se deve à menor absorção e translocação do produto no interior da planta.

Lembre-se que cada produto apresenta uma condição ideal de aplicação, portanto, isso é algo que você deve perguntar.

Certifique-se que a regulagem e calibração do pulverizador seja feita a cada aplicação, de acordo com as características da cultura e do produto.

Procure utilizar bicos de acordo com o prescrito, dependendo do alvo a ser controlado, e ao modo de aplicação.

>> O que você precisa saber sobre regulagem e manutenção de implementos agrícolas

3. Qual a dose recomendada?

Perguntar sobre doses, qual a necessidade de aumentar as doses de algum produto dependendo da sua situação, é primordial.

A dose recomendada na bula, podendo variar de acordo com as mudanças das condições climáticas ou situações de aplicação.

Como você já viu, é possível consultar a bula no Agrofit.

No entanto, caso você identifique pragas, doenças ou plantas daninhas que desconheça, sempre questione sobre as dosagens para controlar o alvo.

O volume de calda, principalmente nessas situações de dúvida, deve ser perguntado.

Muitas vezes, o aumento das áreas de plantio ou por questões de transporte, tendemos a optar por diminuir o volume de calda aplicado por hectare.

No entanto, isso causa maior concentração de ingrediente ativo dentro da calda e diminui o tamanho da gota na superfície da folha, podendo causar sintomas de intoxicação, prejudicando a cultura.  

Não se esqueça de perguntar sobre a necessidade de óleos e adjuvantes e qual a dose mais indicada também desses produtos.

4. Qual a porcentagem de controle deste produto para determinada praga? Não existe outro com igual e mais barato?

Tão importante quanto ter os dados do fabricante, sobre quais espécies o produto controla, é ter dados estatisticamente relevantes para te orientar se o seu problema será resolvido.

pulverizador-defensivos-agricolas

(Fonte: Jacto)

Pesquisar sobre a eficiência de controle do produto, além de conhecer as características técnicas, garantem que você esteja a um passo à frente antes de conversar com seu consultor e tomar as decisões de compra.

Por exemplo, no caso de herbicidas, o controle de 80% das plantas daninhas é considerado o mínimo para se dizer que a aplicação foi eficiente.

Menos que isso, não se recomenda que utilize o herbicida.

Além de que, sempre pesquise no Agrofit outros produtos que parecem ter a mesma ação e que podem custar menos.

Você pode questionar o seu consultor sobre esses outros produtos e perguntar as diferenças de eficiência entre eles.

5. Como fazer a mistura de defensivos agrícolas no tanque de aplicação?

Acredito que mistura de defensivos agrícolas no Brasil, em tanques de aplicação é um assunto bastante polêmico.

Isso porque estudos mostraram que 97% dos produtores utilizam misturas, mas ainda não é legalizado no Brasil.

Também há muitas dúvidas sobre  incompatibilidade de produtos e intoxicação das culturas.

Sendo assim, esta é uma pergunta de grande importância: pergunte se esse produto pode ser misturado com outros defensivos químicos, quais possuem incompatibilidade com ele, etc.

Fique atento também para a ordem de mistura desses produtos, conforme recomendado:

ordem-mistura-defensivo-agricola

(Fonte: Syngenta)

Este artigo do blog, pode tirar grande parte de suas dúvidas sobre a mistura de defensivos agrícolas.

6. Qual é o intervalo de segurança desse defensivo agrícola?

Intervalo de segurança, ou período de carência, é o intervalo de tempo entre a aplicação e a colheita, para o uso e consumo seguro do alimento.

Este prazo tem como objetivo garantir que o alimento esteja dentro do LMR (Limite máximo de Resíduos), no momento de colheita e manuseio.

Este limite é determinado pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e cada produto tem o seu intervalo.

É uma informação que você deve se certificar, principalmente para culturas frutíferas, ou se pretende exportar a produção final.

7. Influência do uso de defensivos agrícolas na sua cultura

Você deve ficar atento ao efeito residual no solo, de herbicidas, por exemplo, e à fitotoxicidade.

Uma situação que acaba acontecendo bastante é a seguinte:

Um produtor realiza o controle químico com herbicidas pré-estabelecidos, sem considerar as condições da sua lavoura, como solo, clima, cultivar.

O resultado disso é a intoxicação de plantas por causa de herbicidas, aplicados nessa cultura ou até mesmo aplicados na cultura anterior.

Esse efeito prejudicial de um herbicida aplicado na safra anterior é chamado carryover, e ocorre devido ao efeito residual no solo deste defensivo agrícola.

Este caso evidencia a importância de você conhecer e questionar o consultor sobre a dinâmica dos produtos que você irá utilizar.

No entanto, outros problemas na aplicação e recomendações podem causar intoxicações nas plantas (fitointoxicação).

fitoxidez-soja-triazois

Sintoma de fitotoxicidade por fungicidas triazóis na cultura da soja
(Fonte: Grupo Cultivar)

Os sintomas de fitotoxidez na área podem ser identificados da seguinte maneira:

  • Deformações nas folhas:
    • Encarquilhamento: folhas curvadas;
    • Carijó – queima dos tecidos entre as nervuras da folha;
  • Verificar bordas da lavoura: chegada ou saída do pulverizador após acionamento ou desligamento da barra [;
  • Verificar se houve sobrepasse da barra de aplicação;
  • Observar se não se apresenta em plantas isoladas: por questões operacionais, o problema será visível em áreas de grande trânsito do pulverizador.

Além disso, pesquisas afirmam que a toxicidade de fungicidas aumentam em condições climáticas adversas, como período de seca.

Isso porque altas temperaturas aumentam a evaporação da gota aplicada, formando depósitos cristalinos nas superfícies das folhas.

8. Qual será o custo de aplicação por hectare?

Saber quanto vai custar cada aplicação por hectare, é outro fator de extrema importância que é decisiva para sua tomada de decisão.

Isso te ajuda a se planejar, escolher as melhores estratégias de controle e por fim realizar uma melhor gestão da sua propriedade.

Controlar incorretamente ou não controlar alguma praga ou doença, irá lhe trazer prejuízos financeiros.

Isso vai ocorrer seja pelo gasto desnecessários com produtos errados, ou pela queda de produtividade.

Assim, você pode adicionar esse custo de aplicação com seus custos de produção e assim comparar se vale a pena, e o quanto isso representa de seu custo total.

custo-realizado-defensivos-herbicida

Conclusão

Fazer as perguntas certas te previne de cometer erros na escolha de produtos e auxilia a fazer o manejo da melhor forma possível.

Na minha opinião, quanto mais crítico e questionador, as chances de sucesso serão mais altas.

E não se esqueça, o consultor é alguém que te auxilia e guia para boas escolhas, mas quem tem o poder de decisão final, é você.

Aqui você conheceu mais sobre o uso de defensivos agrícolas e quais as principais perguntas a serem feitas ao seu consultor sobre defensivos agrícolas.

Agora, conhecendo seu histórico da área e seus custos de produção, você pode ter segurança na tomada de decisão!

Leia mais sobre uso de defensivos agrícolas:

>> Tudo o que você precisa saber sobre resistências a defensivos agrícolas

>> Como fazer controle de estoque de defensivos agrícolas em 5 passos

>> Defensivos agrícolas genéricos ou de marca: a batalha definitiva do que usar na sua propriedade

O que você achou do texto? Sentiu falta de alguma pergunta em específico? Quer mais dicas? Deixe seu comentário abaixo!

5 novas tecnologias envolvendo defensivos agrícolas

Parece que cada dia que passa fica mais difícil o controle por defensivos químicos.

Mas, felizmente, estão surgindo novas tecnologias para nos ajudar

Além de auxiliar, algumas tecnologias colaboram, inclusive, com o controle e a diminuição de desperdícios dos defensivos agrícolas.

Vamos ver nesse artigo um pouco sobre algumas tecnologias que vieram para somar na hora de alcançar as altas produtividades:

1.Defensivos agrícolas naturais

Dentre as tecnologias que vieram para ajudar no controle das pragas estão os Biopesticidas.

Conhecidos também por inseticidas biológicos.

Em sua composição podemos encontrar:

Trichogramma

Também conhecido como vespinha, é um inseto benéfico de grande eficácia para controlar os ovos das pragas.

defensivos químicos

(Fonte: Koppert)

Baculovírus

O Baculovírus é à base de vírus, possuindo eficácia para controle da lagartas pequenas, com até 1cm de comprimento.

Bacillus thuringiensis

O Bacillus thuringiensis  pode ser um bioinseticida ou ter algum de seus genes incorporados nas plantas.

A sigla “Bt” das sementes com tecnologia Bt que vemos por aí é justamente aos genes de Bacillus thuringiensis que fazem com que a planta produza proteínas inseticidas.

No caso do bioinseticida, o produto é eficaz no controle de várias lagartas comuns em grãos, sendo uma boa opção de manejo para lagartas mais novas de até 0,5 cm de comprimento.

No entanto, se você já possui cultura com tecnlogia Bt, não recomendo o uso desse bioinseticida, já que desse modo seriam dois manejos envolvendo a mesma tecnologia.

E isso aumenta a possibilidade de resistência a defensivos químicos.

Extrato de nim

A planta do nim tem mostrado atividade inseticida para várias espécies de pragas agrícolas, incluindo a Spodoptera frugiperda.

Saiba mais sobre o nim aqui.

MIP

O bom e velho conhecido de nós, o Manejo Integrado de Pragas (MIP), que não é uma nova tecnologia, mas é essencial para obter sucesso a curto e longo prazo no manejo.

banner planilha manejo integrado de pragas

Paecilomyces lilacinus

Mais recentemente também foram lançados produtos a base de fungos para o controle de nematóides.

Um exemplo é o produto a base do fungo Paecilomyces lilacinus, que tem eficiência para controle de Meloidogyne incognita nas culturas de soja e alface.

nematóide-das-galhas

Nematóide Meloidogyne spp.(nematóide-das-galhas) em soja
(Fonte: Marcelo Madalosso em Phytus Club)

Pochonia chlamydosporia

Outro fungo para controle de nematóides é o Pochonia chlamydosporia, o produto foi posicionado para as culturas de soja, milho, algodão, olerícolas e frutíferas.

O período de carência, ou seja, o número de dias entre a aplicação do produto e a colheita é por volta de 30 dias.

Além disso, precisamos evitar a aplicação do fungo em períodos de estiagem, dando preferência para a aplicação ocorrer nas horas mais amenas do dia, como pela manhã.

O armazenamento desse produto também é importante, sendo essencial guardá-lo longe da luz, na sombra.

Saiba mais sobre armazenamento de defensivos agrícolas aqui.

Vale lembrar que se você for realizar manejos com produtos químicos e biopesticidas, deve-se avaliá-los quanto a seletividade a inimigos naturais e aos componentes do biopesticida.

grafico_site helicoverpa defensivos químicos

(Fonte: Embrapa)

2. Novas tecnologias de defensivos agrícolas para controle químico

Aqui podemos citar uma inovação da Embrapa Meio Ambiente em 2016.

Eles aprimoraram a pulverização eletrostática.

Pulverização eletrostática é um sistema universal de eletrificação de gotas, utilizando um sistema pneumático eletrostático transportado e o pulverizador costal eletrostático.

As cargas elétricas fazem com que a trajetória da gota de pulverização seja modificada, assim as gotas caem na parte superior e inferior das folhas das plantas.

Isso nos traz inúmeras vantagens, dentre elas:

  • Redução do uso de produtos nas lavouras;
  • Há diversas possibilidades de aplicações de defensivos agrícolas, de acordo com a necessidade de cada cultura, de pequeno, médio e grande porte, o que amplia sua utilização;
  • Baixo custo;

Capacidade de reduzir de 50% a 90% da calda aplicada por área.

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(Fonte:  Marcos Alexandre em Embrapa)

Você pode conferir mais sobre essa tecnologia neste link, nele tem vídeos explicativos sobre a pulverização eletrostática.

3. Defensivos químicos e veículos aéreos não tripulados (VANTs)

Como esta tecnologia pode te ajudar a ter um melhor controle

Os VANTs já são usados na agricultura para mapear e identificar doenças.

Agora é possível utilizar esses veículos aéreos como complementação às pulverizações convencionais.

Os VANTs identificam falhas de aplicação, ou reboleiras de plantas daninhas, doenças e pragas e, assim, fazem a aplicação de defensivos agrícolas de forma localizada.

Isso impede que as plantas, doenças e insetos se alastrem pela lavoura e reduzem a aplicação de defensivos em até 60%.

Veja também as principais doenças do milho neste artigo.

>> Se prepare na pré-safra: Como combater as principais doenças de milho, feijão e sorgo

Sensores ópticos

Utilizados na agricultura para avaliações de variabilidade espacial de atributos do solo;

Auxiliam na otimização e eficiência das operações agrícolas;

No Brasil são muito utilizados na aplicação de fertilizantes nitrogenados e mais recentemente na pulverização de defensivos agrícolas.

Um bom exemplo é o WeedSeeker® da Trimble.

Esse equipamento possui um sensor que identifica a ervas daninhas pelo verde da planta e aplica o herbicida somente onde a daninha se encontra:

Além disso, existem muito mais vantagens na utilização de sensores no campo, eles podem ser empregados de diversas formas e diferentes modalidade.

Leia mais sobre isso em: “8 maneiras de deixar sua lavoura mais inteligente utilizando sensores no campo”.

4. Aplicação variada de defensivos químicos

A aplicação homogênea, ou seja, colocar a mesma quantidade de insumo em toda a propriedade não é a melhor opção para um manejo efetivo e sem desperdícios.

A agricultura de precisão (AP) veio para revelar a variabilidade que existe na lavoura, possibilitando a interpretação de mapas e a aplicação em taxa variável.

Para se aprofundar no tema veja alguns artigos relacionados ao tema:

>> Software para Agricultura de Precisão: O guia definitivo para escolher um

>> 3 cursos de Agricultura de Precisão grátis (+ graduação e pós graduação que você pode fazer)

>> Guia absolutamente completo sobre agricultura de precisão na Pré-Safra

Mas você pode começar essa prática pela simples divisão dos talhões e verificando como ocorreram as atividades agrícolas, principalmente a produtividade por talhão.

colheita-indicadores

Além disso, o monitoramento dentro do manejo integrado de pragas te orienta em que faixa de área ou talhão precisam de mais ou menos aplicações.

Desse modo, você já começa a perceber as diferenças da sua lavoura, o que possibilita uma melhor gestão agrícola!

5. Novas tecnologias para gestão de defensivos agrícolas

Você já deve saber a importância da rotação dos mecanismos de ação dos defensivos químicos, de não deixar nenhum produto vencer e ter o controle de tudo o que foi aplicado.

Isso não é só crucial para as aplicações serem efetivas, mas também no controle dos custos de produção.

Mas são muitas operações, aplicações, defensivos…provavelmente você já se sentiu perdido na planilha ou caderno.

Em um software de gestão agrícola você tem todas essas informações organizadas, fáceis de serem visualizadas e tudo em um só lugar.

No software de gestão agrícola AEGRO, por exemplo, seus dados ficam seguros, sem perdê-los ou esquecê-los.

É possível também planejar as atividades durante a safra e acompanhar se estão sendo realizadas.

Você pode baixar o aplicativo de celular gratuito da AEGRO aqui para android, e aqui para Iphone.

Você pode ver mais em:

>> Como controlar os custos com um software de gestão agrícola

>> O que é um Software de Gestão Agrícola?

Tecnologia ajuda, mas não é tudo

Até aqui vimos algumas opções de tecnologias que podem auxiliar a hora da aplicação de defensivos.

Sabemos que a evolução nas operações agrícolas é constante e pode nos trazer inúmeras vantagens.

Mas devemos lembrar de que não adianta utilizar as melhores tecnologias disponíveis se não realizarmos os princípios da tecnologia de aplicação.

Ainda tem dúvidas?

Veja o estudo de caso realizado com um produtor que decidiu mudar e passar a utilizar um sistema de gestão nas suas fazendas:

>> [Estudo de caso] Como Elivelton reduziu 40% do seu custo de manutenção de máquinas com aplicativo para agricultura”.

Enfim, tem muitas novidades na lavoura, como “Novidades de máquinas e implementos agrícolas que ainda não vemos por aí”.

Conclusão

Cada vez mais as tecnologias têm nos ajudado no campo, principalmente em relação à aplicação de defensivos químicos.

Trouxemos neste texto algumas tecnologias que podem auxiliar na aplicação de defensivos e na gestão da lavoura.

E você, o que está esperando para dar o primeiro passo rumo a eficácia de gestão e aplicação?

>> Leia mais: “Agrofit: Conheça o maior banco de informações sobre defensivos do Brasil

Gostou dessas dicas? Tem outras tecnologias que utiliza em sua fazenda? Adoraria ver seu comentário abaixo!