Por que defensivos biológicos? Conheça mais sobre esses produtos e tire suas dúvidas

Defensivos biológicos: Quando usá-los e o que fazer para adaptar à realidade da sua lavoura.

Os defensivos biológicos vêm ganhando mais espaço na agricultura brasileira. Prova disso é o crescimento do mercado, que avançou mais de 70% em 2018, segundo dados da Abcbio.

Mas sua utilização ainda é pequena: alcança apenas 5% da produção em algumas regiões do país, de acordo com a associação.

Neste artigo, vou te mostrar por que e quando usar os defensivos biológicos e as alternativas para adaptá-los à sua realidade. Confira a seguir!

O que são defensivos biológicos?

Os defensivos biológicos são aqueles que têm como base produtos naturais utilizados no controle de insetos e doenças agrícolas.

Sua classificação pode se dar de acordo o princípio ativo utilizado:

  • Produtos de controle biológico têm como princípio ativo os microbiológicos (como bactérias, fungos e vírus) e macrobiológicos (como parasitoides e predadores).
  • Produtos de substâncias sintetizadas em organismos – têm como princípio ativo os bioquímicos e semioquímicos.

Para controle de insetos, a entomologia foca na utilização de insetos predadores vivos, nematoides entomopatogênicos ou patógenos microbianos para suprimir populações de diferentes insetos-praga. 

No controle de doenças, a função fica com os antagonistas microbianos para suprimir doenças, bem como o uso de patógenos específicos do hospedeiro para controlar populações de ervas daninhas.

O que é o controle biológico e Manejo Integrado de Pragas?

A premissa do controle biológico é o uso de inimigos naturais, no qual pragas e doenças podem ser suprimidas pelas atividades de um ou mais micróbios associados às plantas ou outros insetos. 
O MIP (Manejo Integrado de Pragas) é o método racional e preventivo para a sua lavoura. Você se baseia na identificação correta das espécies, monitoramento constante e avaliação dos níveis de necessidade de controle e condições ambientais.

infográfico com bases e pilares do MIP

Mercado de defensivos biológicos

Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Brasil é responsável por 1/5 do consumo mundial dos produtos químicos para a agricultura. Utilizamos 19% da quantidade produzida no mundo. 

E a questão mais alarmante é que cerca de 30% dos agroquímicos foram classificados como muito perigosos. 

Mas o que mais tem impactado e sido sentido no campo é o desenvolvimento de resistência das pragas, doenças e plantas daninhas. Essa resistência se deve ao uso contínuo e não racional dos agroquímicos.

Neste sentido, os defensivos biológicos têm tido maior desenvolvimento, de forma recente, como estratégia de insumo para a produção em escala. 

Em 2012, através do Ministério da Agricultura, foi lançada a  Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica que apoia os pesticidas naturais. 

Isso impulsionou empresas do setor vinculadas à Associação Brasileiras das Empresas do Controle Biológico (ABCBio). Além disso, empresas tradicionais do ramo dos defensivos químicos também vêm incluindo produtos biológicos no portfólio. 

Os dados são muito positivos. Só em 2018, com novos registros de defensivos biológicos, o crescimento do mercado foi de 77% – o que representa em torno de R$ 464,5 milhões.

defensivos biológicos

(Fonte: SBA)

É uma tecnologia que dá resultado. E, com as empresas mais estruturadas e os resultados de protocolos agronômicos mais acertados, o desafio é levar informação para mais produtores, segundo Arnelo Nedel, presidente da ABCBio.

A fatia do bolo do mercado de defensivos agrícolas que são comercializados em nosso país ainda é pequena. 

Porém, os movimentos de produção de microrganismos On farm tem crescido em muito e não são contabilizados. 

E essa tem sido a realidade para pequenos produtores com produção de biofertilizantes até mesmo para grande grupos como o Amaggi.

defensivos biológicos - Biofábrica on farm em fazenda de Goiás

Biofábrica on farm em fazenda de Goiás

defensivos biológicos - Produção de biofertilizante em agricultura orgânica no RS

Produção de biofertilizante em agricultura orgânica no RS
(Fotos: Arquivo pessoal da autora)

Exemplos de defensivos biológicos 

Antes de citar uma lista de produtos que você pode usar em sua lavoura para controlar pragas e doenças, acho importante falar da base de conhecimento que leva o controle biológico e os biodefensivos. 

Os micro e macro organismos usados no controle biológico têm como base as relações de antagonismos interespécies:

  • Antagonismo direto: mecanismo hiperparasitismo/predação, exemplo Trichodermma spp.
  • Antagonismo de caminho misto: mecanismo de produção de antibióticos, enzimas líticas, resíduos não regulamentados e interferências física e química. Exemplo: Pseudomonas spp. na produção de antibióticos.
  • Antagonismo indireto: mecanismos como concorrência e a partir de exsudação, consumo de lixiviados, sideróforos e indução de resistência das plantas. 

E outro termo que é mais amplo é o estabelecimento de uma boa microbiota nos solos. Isso promove a chamada supressividade dos solos, nos quais temos, como resultados: 

  • Patógeno não se estabelece;
  • Patógeno se estabelece, mas falha ao causar a doença; ou
  • Patógeno se estabelece, mas a severidade é reduzida.
defensivos biológicos - Vespa da espécie Trichogramma galloi parasita ovos da broca-da-cana

Vespa da espécie Trichogramma galloi parasita ovos da broca-da-cana
(Fonte: Terra)

Empresas de produtos biológicos para agricultura

Agora, deixo uma lista de empresas que produzem algum tipo de defensivo natural, seja controlador biológico, produto bioquímico ou semioquímico:

  • Simbiose;
  • Promip;
  • Koppert;
  • Laboratório Farroupilha;
  • Gênica;
  • BioControle;
  • STK Bio Ag Technologies;
  • RSA Biotecnologia Agrícola;
  • Ballagro;
  • FMC – Nemix;
  • Korin – Embiotic;
  • Bayer – Sonata.

E também empresas que promovem soluções On Farm (serviços envolvendo defensivos naturais):

Defensivos agrícolas x defensivos biológicos

  • Solubio;
  • Agrobiológica – Soluções Naturais.

Não é uma disputa: é uma forma um pouco diferente de controlar pragas e doenças nas lavouras. 

Os desafios da agricultura atual são muitos:

  • Doenças iatrogênicas
  • Desequilíbrio biológico, com alterações no ciclo de nutrientes e matéria orgânica;
  • Eliminação de organismos benéficos; 
  • Resistência desenvolvida por pragas e doenças aos produtos químicos convencionais;
  • Falta de desenvolvimento de novas moléculas química.

E o MIP é parte fundamental nessa mudança. Além de que, a pesquisa tem possibilitado caracterizar estruturas e funções de agentes de biocontrole, patógenos e plantas hospedeiras nos níveis molecular, celular, orgânico e ecológico.

planilha Manejo Integrado de Pragas - MIP

Conclusão

Vimos que o desenvolvimento do setor de defensivos biológicos é cada vez maior. E a perspectiva é de melhora significativa também nos protocolos de aplicação de campo e qualidade de produtos empregados.

Isso se deve principalmente aos avanços em tecnologias computacionais, biologia molecular básica, química analítica e estatística. 

A expansão dos defensivos biológicos é motivada pelo foco em uma agricultura mais sustentável do ponto de vista econômico e do meio ambiente. 

E isso repercute em melhoria na qualidade de vida do produtor rural e também do produto que você entrega.

>> Leia mais:

Agrotóxicos naturais: Manejo certeiro mesmo em grandes culturas

6 inseticidas naturais para você começar a usar na sua lavoura

“O que são bioinsumos e como eles podem ajudar a reduzir custos”

Qual é a sua experiência com os defensivos biológicos na lavoura? Restou alguma dúvida? Deixe seu comentário!

Tudo sobre oídio e como manejá-lo em sua área

Oídio: Principais características da doença e todas as formas de controle para evitar prejuízos na sua lavoura

São vários os cuidados que você precisa ter com a sua lavoura: preparo do solo, época de plantio, adubação, manejo de pragas

E, como você sabe, as doenças são um grande problema para sua produção. Por isso, você precisa identificar e saber manejá-las corretamente.

O oídio é uma doença que pode ocorrer em várias culturas, tendo um sintoma muito característico.

As perdas com esta doença podem chegar até 60%, como na cultura do trigo, por exemplo.

Por isso, preparamos este texto que aborda os principais sintomas do oídio nas plantas e o seu controle na sua lavoura. Confira!

Uma doença importante para doenças de plantas: Oídio

O oídio é uma doença causada por fungos, favorecida por ambientes secos e quentes (época seca), apesar de ser encontrada em clima úmido e frio.

Uma característica marcante são os sintomas de eflorescência de coloração branca ou acinzentada (bolor) e pulverulenta (aspecto de pó), que pode recobrir folhas, ramos, flores e até os frutos. 

Normalmente, esse sintoma de coloração branca é observado na face superior das folhas. Mas, em menor frequência, pode ser constatado na parte inferior também.

oídio

Oídio em abobrinha: eflorescência pulverulenta de coloração branca

(Fonte: Arquivo pessoal da autora)

Além do sintoma de eflorescência, podem ocorrer áreas amareladas ou necróticas nos locais das manchas da eflorescência. 

Em ataques severos, pode ocasionar o retorcimento das folhas, morte de ramos, deformação de frutos, queda das folhas, flores e frutos.

A colonização do fungo na planta acontece, na maior parte das espécies, pelo desenvolvimento de uma estrutura responsável pela retirada de nutrientes das células epidérmicas da planta (haustório). 

Mas o desenvolvimento das hifas ocorre na superfície da planta, por isso, observamos a eflorescência de coloração branca (desenvolvimento fora da planta).

Seu desenvolvimento é favorecido em ambiente seco e em estufas. Chuvas fortes, por exemplo, podem retirar as estruturas do fungo da superfície da planta.

O dano causado pela doença é a interferência no processo de fotossíntese, que pode, em alguns casos extremos, causar a morte da planta. 

No entanto, o que normalmente ocorre é a redução na produção das plantas.

A disseminação da doença no campo acontece principalmente pelo vento, que leva os esporos para longas distâncias. A água também pode atuar na disseminação, em distâncias menores.

O controle, normalmente, ocorre pela utilização de variedades resistentes e controle químico.

Agora que conhecemos as características gerais, veremos os sintomas e controle da doença em algumas culturas agrícolas.

Oídio na cultura da soja

O oídio na cultura da soja é causado pelo fungo Microsphaera diffusa, que pode causar perdas produtivas de 10%.

É uma doença comum nas lavouras de soja, sendo favorecido por temperaturas entre 18℃ a 24℃ e baixa umidade.

Os sintomas podem ser notados na parte aérea da planta (folhas, pecíolos, hastes e vagens), observando estruturas de coloração branca (eflorescência), que são os esporos e micélios do patógeno. E com a evolução da doença, as manchas pulverulentas brancas nas folhas tornam-se castanho-acinzentadas.

oídio em soja

Oídio na soja: Sintomas da eflorescência de coloração branca e pulverulenta, sintomas iniciais (à esquerda) e com o progresso da doença (à direita)

(Fonte: Arquivo pessoal da autora)

Em ataques severos, pode haver queda das folhas, afetando a produção.

A doença pode ocorrer durante todo o ciclo da cultura, durante as fases vegetativas e reprodutivas. A maior evolução se dá entre os estádios de R1 e R6.

oídio

(Fonte: Agro Bayer)

Medidas de manejo do oídio na cultura da soja:

  • Uso de cultivares resistentes;
  • Controle químico com fungicidas;
  • Evitar semeadura em épocas favoráveis a ocorrência da doença.

Para consultar os produtos químicos (fungicidas) que são indicados para a cultura da soja, consulte o Agrofit!

Oídio na cultura do trigo

Também conhecida como mofo ou cinza, o oídio ocorre em quase todas as regiões tritícolas do mundo e é causado pelo patógeno Blumeria graminins f. sp. tritici.

Danos de até 60% no rendimento dos grãos ocorreram na cultura do trigo com a utilização de cultivares suscetíveis.

A doença no trigo é favorecida por baixa umidade relativa do ar e temperaturas amenas (15℃ a 22℃).Os sintomas de eflorescência de coloração branca ocorrem principalmente nas folhas e nas bainhas. Se agitar asplantas doentes, você pode observar a liberação de um pó branco, que são estruturas do fungo.

Sintoma de oídio em trigo

(Fonte: Leila Maria Costamilan em Embrapa)

Com o progresso da doença, as partes da planta afetadas ficam amareladas. E, em ataques severos, podem ocorrer desfolha e acamamento da planta.

Medidas de manejo para o oídio na cultura do trigo:

  • Variedades resistentes (a medida mais indicada);
  • Tratamento químico: fungicidas sistêmicos em tratamento de sementes e na parte aérea das plantas.

Oídio na cultura do feijoeiro

O fungo que causa oídio no feijoeiro é Erysiphe polygoni.

A doença tem ampla distribuição pelo mundo, mas no Brasil, devido à sua baixa ocorrência, é considerada uma doença de importância secundária.

O oídio no feijoeiro tem maior ocorrência no estádio de florescimento e depois deste estádio, o que pode causar sérios danos à cultura se ocorrer antes da formação de vagens.

Os sintomas da doença são eflorescências pulverulentas de coloração esbranquiçadas nas folhas.

oídio em feijoeiro

Sintoma de mancha esbranquiçada e pulverulenta do oídio do feijoeiro

(Fonte: Denis Bassi)

Se ocorrer ataques severos, você pode observar folhas amareladas e retorcidas, com desfolhamento da planta.

Medidas de manejo do oídio na cultura do feijoeiro:

  • Controle químico com fungicidas;
  • Uso de cultivares resistentes;
  • Evitar semeadura em épocas favoráveis da doença.

Oídio na cultura do tomateiro

O oídio no tomateiro pode ser causado pelos fungos Oidium neolycopersici e Oidiopsis haplophylli.

A doença é bastante comum na cultura do tomateiro, aumentando sua incidência nos últimos anos devido a cultivos de tomate em estufa (ambiente protegido). E esses ambientes, como já vimos, acabam favorecendo o desenvolvimento do patógeno.

A doença é favorecida por umidade relativa baixa, menor que 60%.

Quando a doença é causada por Oidium neolycopersici, observa-se estruturas pulverulentas de coloração branca na face superior e inferior das folhas (preferencialmente na face superior), sendo chamado de oídio-adaxial.

Se a doença é causada por Oidiopsis haplophylli, não se observa facilmente a massa pulverulenta (eflorescência). 

O que se observa com facilidade são manchas amareladas nas folhas, evoluindo para necrose, que começa no centro da lesão. O oídio causado por este fungo é chamado de oídio-abaxial.

Medidas de manejo do oídio na cultura do tomateiro:

  • Controle químico

Além das culturas que comentamos acima, o oídio pode aparecer em outras espécies de plantas.

Oídio em outras culturas

O oídio pode ocorrer em várias espécies de plantas, além daquelas que comentamos. Veja algumas outras:

  • Abacateiro (Oidium perseae);
  • Aveia (Blumeria graminis f. sp. avenae);
  • Brássicas (Erysiphe polygoni);
  • Canola (Oidium balsamii);
  • Cevada (Blumeria graminis f. sp. hordei);
  • Cucurcubitáceas (Padosphaera xanthii);
  • Ervilha (Erysiphe poligoni);
  • Girassol (Erysiphe cichoracearum);
  • Videira (Erysiphe necator).

Diferença entre oídio x míldio

O oídio e o míldio podem se confundir em relação aos sintomas semelhantes, por serem pulverulentos e com coloração esbranquiçada nas plantas.

Algumas diferenças dessas doenças são:

  • O míldio se desenvolve no interior das plantas (endoparasitas). Já o oídio tem seu maior desenvolvimento fora da planta (ectoparasita);
  • O míldio se encontra mais na face inferior das folhas, por terem sua esporulação através dos estômatos que se localizam geralmente na parte inferior da folha. Já os oídios podem apresentar os sintomas na parte superior e inferior das folhas;
  • O sintoma pulverulento e branco é normalmente mais generalizado nos oídios que nos míldios (sintomas mais localizados);
  • Míldio é causado por Oomiceto e oídio por fungo.

Em análise dessas doenças em microscópio, as estruturas dos patógenos são muito diferentes, sendo de fácil distinção entre elas.

Por isso, se ficar com dúvida, procure um(a) eng.(a) agrônomo(a) ou uma clínica fitopatológica.

calculo-de-pulverizacao

Conclusão

Neste texto vimos os sintomas do oídio em diferentes culturas agrícolas.

Abordamos as condições climáticas favoráveis, desenvolvimento do patógeno na planta e as principais medidas de manejo.

E, por fim, falamos de algumas diferenças entre o míldio e o oídio.

Não deixe que o oídio reduza a sua produção agrícola. Realize o correto diagnóstico da doença e utilize as medidas de manejo para o oídio na sua lavoura. 

Lembre-se que sua lavoura é sua empresa e é preciso obter lucro com ela!

>> Leia mais:

Antracnose nas culturas de grãos: Como controlar de modo eficaz

Mofo-branco: Como identificar, controlar e prevenir na sua lavoura

Como fazer o manejo efetivo da necrose da haste da soja

Você tem problemas com oídio na sua lavoura? Quais medidas de manejo utiliza para o controle da doença? Adoraria ver seu comentário abaixo.

Como fazer o manejo eficiente do capim-colonião

Capim-colonião: Época certa para controle, quais herbicidas utilizar e as principais dicas para evitar o prejuízo da lavoura

O capim-colonião é uma forrageira muito utilizada para alimentação animal, por sua adaptação ao clima do país e grande capacidade de crescer e se desenvolver. 

Forma uma grande quantidade de massa verde, podendo chegar a 3 m de altura. 

Porém, essa grande capacidade de crescer e se desenvolver rapidamente é muito prejudicial quando infesta algum cultivo, diminuindo muito a produtividade

Quer saber como fazer um manejo eficiente de capim-colonião? A seguir, explicarei o período ideal para controle e os herbicidas mais indicados. Confira!

Capim-colonião: Principais pontos sobre essa planta daninha

O capim-colonião (Panicum maximum Jacq.) é uma planta daninha de ciclo perene, que tem reprodução por sementes e de forma vegetativa (rizomas). 

Seu florescimento ocorre durante um longo período. É comum encontrar plantas florescendo e frutificando durante todo o ano. 

A produção de rizomas subterrâneos possibilita a fácil recuperação de danos mecânicos na parte aérea, como roçadas. 

capim colonião

Plantas adultas de capim-colonião (Panicum maximum
(Fonte: Tropical forages)

Essa planta daninha tolera ambientes secos por um curto período, não tolerando também  solos encharcados por longo período. 

Além disso, é bastante suscetível a geadas.  

O capim-colonião pode ser encontrado em quase todas as regiões do país, infestando principalmente a cultura da cana-de-açúcar, citros e grãos. 

Não tolera temperaturas mais frias, por isso não é muito encontrada em todas as regiões do país. 

Como esta espécie é utilizada como forrageira, o tipo de variedade encontrada na região geralmente depende muito do que os agricultores costumam produzir.

E, devido ao manejo incorreto, acabaram produzindo sementes que infestam outras áreas. 

Sua ampla dispersão está associada à capacidade de produzir uma grande quantidade de sementes (mais de 120 mil sementes por planta), que são facilmente disseminadas pelo vento durante todo o ano.

capim colonião

(Fonte: USDA Plants)

Suas sementes possuem maior capacidade de germinação em temperaturas entre 20ºC e 30ºC. Por isso, a alta germinação pode ocorrer o ano todo, dependendo da região do país.

Alguns pesquisadores afirmam que daninhas são plantas cuja utilização ainda não foi descoberta. Porém, no caso do capim-colonião, sua utilização já foi descoberta!

Por isso falaremos dos benefícios de utilizar esta espécie como forrageira e dos malefícios de tê-la como invasora. 

Benefícios do capim-colonião

É uma ótima forrageira para regiões quentes e com boa distribuição de chuvas, pois produz um grande quantidade de massa verde, com boa palatabilidade para o gado. 

Além disso, pode ser usada na fitorremediação de solos que contêm metais pesados

As plantas novas chegam a conter 13% de proteína!

Malefícios do capim-colonião

Essa planta é problema principalmente na cultura da cana-de-açúcar, pois, no início de seu desenvolvimento, se assemelha à cultura, dificultando o controle.  

Lembrando que, quando utilizada como forrageira, essa planta não chega a florescer!

Além disso, pode ocorrer acúmulo de glicosídeos cianogênicos em sua inflorescência, o que intoxica rapidamente os animais que a consomem.

capim colonião

Inflorescência de capim-colonião (Panicum maximum
(Fonte: Conabio)

Dessa forma, pode ser muito prejudicial quando infesta uma área de pastagem ou de integração lavoura-pecuária. 

Além disso, pode ser hospedeira de nematoides

capim colonião

(Fonte: USDA Plants)

Baixe grátis o Guia para Manejo de Plantas Daninhas

Manejo de capim-colonião na entressafra do sistema soja-milho

Herbicidas aplicados em  pós-emergência: 

Cletodim

Possui ótimo controle de plantas pequenas (20 cm a 40 cm) ou pode ser utilizado na primeira aplicação do manejo sequencial (geralmente associado a glifosato). Recomendada dose de 0,40 a 0,45 L ha-1. Adicionar óleo mineral 0,5 a 1,0 % v v-1.

Haloxyfop

Possui ótimo controle de plantas pequenas (20 cm a 40 cm) ou pode ser utilizado na primeira aplicação do manejo sequencial (geralmente associado a glifosato). Recomendável na dose de 0,5 a 1,2 L ha-1. Adicionar óleo mineral 0,5 a 1,0 % v v-1.

Este são os exemplos mais comuns de graminicidas utilizados no mercado. Porém, existem outros produtos com ótimo desempenho, que seguem a mesma lógica de manejo. 

Quando forem misturados 2,4D e graminicidas, deve-se aumentar a dose do graminicida em 20%, pois este herbicida reduz sua eficiência. 

Glifosato

Possui ótimo controle (20 cm a 40 cm) ou pode ser utilizado na primeira aplicação do manejo sequencial (associado a pré-emergentes), na dose de 5,0 a 6,0 L ha-1

cultivares de panicum maximum

(Fonte: Disponível em Bueno e Pereira

Herbicidas aplicados em pré-emergência:

Flumioxazin 

Herbicida com ação residual para controle de banco de sementes. Utilizado na primeira aplicação do manejo outonal associado a herbicidas sistêmicos (ex: glifosato, graminicidas e imazetapir); ou no sistema de aplique plante da soja, na dose de 90 a 120 g ha-1.

S-metolachlor 

Herbicida com ação residual para controle de banco de sementes. Utilizado no sistema de aplique plante da soja, na dose de 2,5 L ha-1. Não deve ser aplicado em solos arenosos. 

Trifluralina 

Herbicida com ação residual para controle de banco de sementes. Utilizado na primeira aplicação do manejo outonal associado a herbicidas sistêmicos (ex: glifosato, graminicidas).

Recomendada dose de 0,9 a 4,0 L ha-1, dependendo da planta daninha a ser controlada e nível de cobertura do solo. Deve ser aplicado em solo úmido e livre de torrões. 

Sulfentrazone

Herbicida com ação residual para controle de banco de sementes. Utilizado na primeira aplicação do manejo outonal associado a herbicidas sistêmicos (ex: glifosato). Recomenda-se dose de até 0,5 L ha-1, pois apresenta grande variação na seletividade de cultivares de soja

>> Leia mais: “Últimas notícias sobre ervas daninhas: Dicamba e Amaranthus palmeri

Manejo na pós-emergência das culturas de soja e milho

Para plantas pequenas ou rebrota de plantas maiores na soja, temos como opção eficiente somente o uso de graminicidas (clethodim, haloxyfop e outros). 

Em caso de soja RR, podem ser associados ao glifosato

Em áreas com grande infestação devem ser utilizados herbicidas pré-emergentes (flumioxazin e s-metolachlor) no sistema de “aplique plante” para diminuir o banco de sementes e o número de aplicações em pós-emergência.

O inclusão de pré-emergentes em diferentes etapas do manejo é fundamental, principalmente em áreas com grandes infestações. Assim pode-se controlar os diferentes fluxos de emergência ocasionados pela dormência das sementes. 

O controle de capim-colonião no milho é mais complexo, pois o milho também é uma gramínea e existem poucas opções que são seletivas ao milho e controlem capim-colonião. 

Para controle do banco de sementes, podemos aplicar herbicidas pré-emergentes em sistema de “aplique plante” (ex:trifluralina, s-metolachlor e isoxaflutole). 

Para controle de plântulas em estádio inicial (20 cm a 30 cm) temos as seguintes opções: 

  • Nicosulfuron
  • Atrazina+mesotrione
  • Atrazina+mesotrione.   

Em caso de milho RR ou LL, podem ser utilizados glifosato ou amônio-glufosinato, respectivamente, para controle desta planta daninha em pós-emergência. 

Conclusão

Neste artigo vimos a importância econômica que o capim-colonião possui em nosso país e como realizar um manejo eficiente em lavouras de grãos. 

Entendemos a importância de conhecer a biologia da planta daninha antes de manejá-la. 

E vimos algumas estratégias de manejo para controle eficiente, evitando seleção de resistência. 

Com essas dicas, espero que você consiga realizar um manejo eficiente do capim-colonião!

>> Leia mais:

Como fazer o manejo eficiente do capim-amargoso

O guia completo para controle do capim-pé-de-galinha

Como fazer o manejo eficiente do capim-colchão

Como você controla a infestação de capim-colonião na lavoura hoje? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Agrotóxicos naturais: Manejo certeiro mesmo em grandes culturas

Agrotóxicos naturais mais recomendados para citros, soja e milho que você pode conhecer e testar na sua lavoura

A cada nova safra temos novos desafios. E nosso objetivo sempre é o de obter eficiência agronômica nos cultivos.

Ou seja, alcançar bons resultados na produção e também que o programa agronômico aplicado seja otimizado.

O uso de defensivos naturais como tecnologia a campo tem ganhado maturidade como prática cotidiana de uso nas lavouras. 

Nesse artigo vou compartilhar um pouco sobre resultados positivos de seus usos em diferentes lavouras. Confira!

Defensivos agrícolas convencionais x agrotóxicos naturais: Quais as diferenças?

Defensivos agrícolas são caracterizados como herbicidas, inseticidas e fungicidas, podendo ter atuação seletiva ou não. 

Os defensivos convencionais são agentes de processos químicos ou sintéticos. Já os defensivos naturais são agentes de processos biológicos.

E, nesse sentido, os produtos biológicos têm recebido maior atenção, com experimentos em grandes culturas complementando a eficiência dos produtos químicos. 

O diferencial dos defensivos biológicos é a segurança para o aplicador e a eficiência do controle dos alvos. Isso porque, em geral, são seguidas corretamente as recomendações dos fabricantes. Eles ainda possuem um nível residual que se mantém no sistema e é muito positivo para o equilíbrio biológico. 

Embora o uso de agroquímicos seja indispensável para atender às crescentes demandas de

alimentos, existem oportunidades em diversas outras culturas, sempre como um componente do MIP.

O Manejo Integrado de Pragas faz toda a diferença em qualquer sistema produtivo e um defensivo natural se encaixa – e é mais eficiente – quando está neste contexto.

Mas 43% dos produtores brasileiros ainda não têm conhecimento sobre os defensivos biológicos, segundo a Abcbio. 

É uma quantidade bem significativa que desconhece outras opções de controle disponíveis, não é mesmo?

Classificação toxicológicas dos defensivos agrícolas

A classificação toxicológica é umas das formas de mensurar o impacto dos defensivos agrícolas no ambiente. 

Ela é feita a partir de resultados de estudos toxicológicos agudos, realizados com a formulação pretendida, tanto no ingrediente ativo como componentes.

Atualmente, a Anvisa padronizou a classificação com respectivos nomes das categorias e cores nas faixas do rótulo dos produtos em quatro classes:

  • Classe I, produto extremamente tóxico, faixa vermelha
  • Classe II, produto altamente tóxico, faixa amarela
  • Classe III, produto moderadamente tóxico, faixa azul
  • Classe IV, produto pouco tóxico, faixa verde
agrotóxicos

Classe toxicológica e suas respectivas cores de faixa

(Fonte: Anvisa) 

E uma das grandes diferenças entre defensivos químicos e os biológicos é a classificação. Os biológicos são faixa verde, indicando que são pouco tóxicos em geral. 

Agrotóxicos naturais pesquisados pela Embrapa

A Embrapa é protagonista em volume de pesquisas e resultados na área de controle biológico

Uma prioridade da instituição é agilizar a transferência dos conhecimentos e tecnologias gerados nesta área para o setor produtivo. Isso permite ampliar a utilização de agentes de controle biológico, colaborando para a redução do uso de agrotóxicos sintéticos.

Nesse sentido, a Embrapa tem publicações como o livro “Defensivos agrícolas naturais: uso e perspectivas”.

Além disso, pesquisas de microrganismos endofíticos também são um caso antigo. A Embrapa foi protagonista na descoberta do Azospirillum spp. 

Lembrando que o Brasil é líder no uso de bactérias fixadoras de nitrogênio. Tal condição representa uma economia de US$ 13 milhões que seriam gastos em fertilizantes químicos.

A Embrapa também têm realizado pesquisas sobre o controle de insetos sugadores de seiva, como o psilídeo asiático Diaphorina citri Kuwayama (Hemiptera: Liviidae) em citrus.

Outros estudos são com os bioherbicidas e com rizobactérias como Burkholderia pyrrocinia e Pseudomonas fluorescens.

Agrotóxicos naturais para citros

O Brasil é responsável por cerca de 85 % da produção mundial de citros. E, até mesmo por isso, vemos investimentos para o manejo da cultura, inclusive em termos de agrotóxicos naturais.

Um dos principais problemas dos pomares, a larva minadora, pode ser combatida com a vespa Ageniaspis citricola

Os pulgões e vaquinhas também são grandes problemas da cultura, sendo que o controle é efetivo com o uso de parasitóides (como Aphidius sp) ou com óleo de Nim e caldo de fumo. 

Pesquisas também apontam o uso de Metarhizium anisopliae no controle de Ceratitis capitata, até mesmo em associação muito positiva com defensivos naturais como o nim. Você pode ver sobre o estudo aqui.

Agrotóxicos naturais para soja e milho

Segundo a Anvisa, existem 2.053 defensivos registrados para o controle de problemas fitossanitários em soja. Há ainda 155 defensivos biológicos, classificados como pouco tóxicos.

Os principais para você conhecer e testar são:

  • Trichoderma spp. para mofo branco;
  • Bacillus subtilis para o controle de nematoide dos cistos (Heterodera glycines);
  • Bacillus thuringiensis para controle de lagartas;
  • Chromobacterium subtsugae para o controle de percevejo, mosca branca, pulgões e ácaros;
  • Paecilomyces spp.: para controle de nematoide;
  • Metarhizium anisopliae para controle de coró em milho e cigarrinha das pastagens;
  • Beauveria spp. para o controle de pragas como a mosca branca.
agrotóxicos naturais

Cigarrinha morta pela ação do fungo-verde Metarhizium anisopliae

(Fonte: GBio)

Inseticidas naturais para lagartas

O clássico baculovírus tem sua eficiência comprovada a campo e novas opções no mercado. 

O Trichogramma pretiosum também tem sua eficiência comprovada, parasitando ovos de diversas mariposas. 

E outros estudos têm avançado em avaliar a aplicação dos mesmos em conjunto com a aplicação de herbicidas no controle de Spodoptera frugiperda, o que facilita a sua utilização. Veja aqui sobre o estudo.

agrotóxicos naturais

Apresentação Curso do Controle Biológico Embrapa Clima Temperado

(Fonte: Promip)

Uso e perspectivas dos agrotóxicos naturais

Atualmente, os agrotóxicos naturais cobrem apenas 2% dos fitossanitários usados

globalmente. No entanto, sua taxa de crescimento mostra uma tendência crescente nas duas últimas décadas. 

No Brasil, o mercado dos agrotóxicos naturais ainda é de 1% dos defensivos agrícolas. E a perspectiva de crescimento aumentou em torno de 20% ao ano a partir da safra de 2012/2013, quando houve introdução de Helicoverpa armigera. Em 2014, houve a detecção de populações de Spodoptera frugiperda resistentes a toxinas de Bacillus thuringiensis em cultivos transgênicos.

Nessa tendência mundial, não estamos ficando para trás. O foco tem sido em pesquisa e inovação na melhoria de formulações de biopesticidas bacterianos, virais e fúngicos. 

Há ainda tecnologias eficientes de aplicação, como os drones, que já falamos algumas vezes aqui no blog, e que estão potencializando muito a eficiência do uso de parasitoides a campo. 

Entre produtos com princípio ativos como feromônios, agentes macrobiológicos (parasitas, parasitoides e predadores) e agentes microbiológicos (bactérias, fungos e vírus), já existem 128 produtos registrados.

A produção global de biopesticidas ou agrotóxicos naturais foi estimada em mais de 3 mil toneladas por ano, o que está aumentando rapidamente. Globalmente, o uso desses produtos está aumentando 10% a cada ano.

O aumento da demanda de produtos agrícolas livres de resíduos, o cultivo de alimentos orgânicos e o registro mais fácil em relação aos agrotóxicos convencionais são alguns dos impulsionadores desse mercado. 

A ciência dos agrotóxicos naturais ainda é considerada nova e está apenas evoluindo. É necessária uma pesquisa aprofundada em muitas áreas, especialmente na produção, formulação, entrega e comercialização dos produtos. 

banner planilha manejo integrado de pragas

Conclusão

Os agrotóxicos naturais vêm despertando interesse por suas vantagens associadas à segurança ambiental, especificidade para o alvo, eficácia, biodegradabilidade e adequação no Manejo Integrado de Pragas. 

Neste artigo, falamos sobre as principais diferenças entre os agrotóxicos naturais e convencionais. Também mostramos os biopesticidas mais recomendados para culturas como citros, soja e milho.

Você viu ainda os defensivos naturais utilizados para controle de pragas como as lagartas.

Embora a aplicação potencial de biopesticidas em segurança ambiental seja bem conhecida, a procura tem aumentado com a crescente demanda por alimentos orgânicos. 

Novos caminhos são possíveis para desenvolvermos uma agricultura mais precisa e sustentável do ponto de vista do meio ambiente e também dos negócios.

>> Leia mais:

“Saiba tudo sobre o ácaro azul das pastagens, uma praga emergente no Brasil”

Tem alguma experiência com o uso de agrotóxicos naturais em suas lavouras? Restou alguma dúvida? Deixe seus comentários!

Pesticidas: 8 mitos e verdades que você precisa saber

Pesticidas prejudicam a biodiversidade? Uso de glifosato pode reduzir absorção de nutrientes? Brasil é o país que mais utiliza pesticidas? Tire essas e outras dúvidas agora! 

Após a revolução verde e o aumento das áreas agrícolas, ocorreu consequentemente o aumento do uso de pesticidas. 

Desde então, polêmicas vêm sendo geradas sobre o uso desses produtos em nosso país. 

Por um lado, muitos defendem que o Brasil é o país que mais consome pesticidas no mundo; que inúmeras doenças estão associadas a seu uso; e que a agricultura poderia alimentar o mundo sem utilizá-los. 

Do outro, estão os que pensam que pesticidas são inofensivos; que existe a extrema necessidade de novas moléculas; e que a agricultura não poderia alimentar o mundo sem utilizá-los. 

Neste artigo, vamos discutir alguns mitos e verdades propagados pelos dois extremos e trazer informações técnicas para melhor explicá-los. Confira!

1º mito ou verdade: o Brasil é o país que mais consome pesticidas no mundo (5 litros por habitante) 

Mito. Esta é uma maneira extremamente tendenciosa de mostrar os dados!

Nessa notícia, simplesmente houve uma divisão da quantidade total de pesticidas utilizados no país pelo número total de habitantes. 

Isso não é correto, pois nem todos os produtos serão aplicados em cultivos destinados à alimentação humana.

Devemos considerar inúmeros outros fatores como a área cultivada no país e a diversidade de culturas produzidas. 

Porém, a redução do uso de pesticidas é totalmente possível por meio de recomendações corretas para controle de pragas no momento correto. 

Além disso, utilização de outras técnicas de manejo como a rotação de culturas, adubação verde, controle biológico e indução de resistência têm apresentado ótimos resultados e devem ser mais utilizadas. 

2º mito ou verdade: a utilização de pesticidas prejudica a biodiversidade do meio ambiente 

Verdade. A utilização em larga escala de pesticidas vem afetando drasticamente a biodiversidade, diminuindo a existência de inimigos naturais de pragas, insetos polinizadores e microorganismos benéficos do solo. 

Mesmo se todos os produtores seguirem todas a recomendações de uso e posicionamento técnico, ainda assim ocorreriam alguns impactos ao meio ambiente. 

Porém, o problema é agravado quando a utilização destes produtos é feita de modo indiscriminado, em modalidades proibidas (ex: aplicações aéreas de produtos não autorizados) ou de pesticidas contrabandeados ou falsificados.

Um grande problema que vem sendo relatado é a diminuição da população de abelhas ao redor do mundo. Isso preocupa muito os pesquisadores devido à sua grande importância como polinizadoras de plantas.

pesticidas

(Fonte: DW)

3º mito ou verdade: lavar frutas com bicarbonato de sódio elimina 100% dos resíduos de pesticidas

Mito. A boa higienização de frutas e verduras antes do consumo é essencial. Porém, a utilização de bicarbonato de sódio ou outras técnicas de limpeza não garante a retirada completa de qualquer produto aplicado durante o cultivo de frutas e verduras.

Se o produto for aplicado dentro das recomendações para a cultura, não se preocupe: a ocorrência de resíduos é insignificante ou nula!

Contudo, se aplicado fora da recomendação, pode ocasionar resíduos! Mas, a solução de bicarbonato não será eficiente, pois, como muitos produtos têm ação sistêmica ou fisiológica, esse resíduo estará presente não apenas na superfície externa.

O que realmente tem sido efetivo para impedir a contaminação de alimentos são campanhas de conscientização para uso correto de pesticidas e fiscalização de alimentos, como vem sendo feito pela Anvisa.

Um grande problema em nosso país é detecção de resíduos do uso de agrotóxicos em uma cultura que não tem registro para os mesmos. 

Por isso, é importante que o governo adote medidas para melhorar o suporte fitossanitário de culturas consideradas de suporte fitossanitário insuficiente.

Desta forma, produtores teriam opções disponíveis para controle de pragas em seus cultivos. Estes seriam corretamente recomendados por um agrônomo sem infringir a lei ou prejudicar o meio ambiente e consumidor final.

Fonte: Gazeta do Povo

4º mito ou verdade: o uso de glifosato pode influenciar negativamente na absorção de nutrientes e fixação biológica de nitrogênio da soja RR 

Verdade. Existem trabalhos que demonstraram que, nas primeiras gerações de soja RR, havia menor absorção de nutrientes e água e redução na fixação biológica de N em plantas tratadas com glifosato.

Porém, a empresa detentora desta tecnologia vem tentando contornar este problema nas últimas gerações lançadas

Além disso, vem sendo muito estudados os problemas ocasionados pelo uso intensivo e continuado deste produto ao longo dos anos e qual o impacto, por exemplo, do acúmulo dos composto provenientes de sua decomposição para o meio ambiente. 

Mas, até o momento, não foram detectados problemas tão graves a ponto de ser necessário tirar esta molécula do mercado.  

É importante que existam estudos que avaliem o risco ambiental de diferentes técnicas e produtos que vêm sendo utilizados na agricultura. O mesmo vale quanto à saúde humana, para impedir problemas maiores aconteçam no futuro! 

5º mito ou verdade: alimentos orgânicos são mais saudáveis e devem ser consumidos sempre no lugar de alimentos convencionais 

Mito. Não é possível afirmar que os alimentos orgânicos são mais saudáveis ou de melhor qualidade em relação aos convencionais. Se produzidos de maneira correta, os dois terão a mesma qualidade. 

Muitas pessoas optam por comprar alimentos orgânicos sem se preocupar quanto à sua procedência ou como realmente foram produzidos pelo simples fato de serem orgânicos. 

Fique atento, pois alimentos orgânicos mal produzidos podem estar contaminados com patógenos, insetos ou outras substâncias prejudiciais ao homem.

Por isso quando adquirir um alimento, seja ele orgânico ou convencional, tenha certeza de sua procedência. E faça sempre uma boa higienização antes do consumo.    

6º mito ou verdade: a utilização de pesticidas pode contaminar águas subterrâneas 

Verdade. Alguns estudos recentes demonstraram que alguns pesticidas são comumentes encontrados em águas subterrâneas ou corpos de água. Alguns deles estão proibidos há anos no país, porém ainda persistem nestes locais.   

A contaminação de águas (lençóis freáticos) por pesticidas está diretamente ligada às normas de utilização desses produtos. Se estas não forem seguidas, associadas ao uso indiscriminado, podem ocasionar sérios problemas ao meio ambiente e à saúde humana. 

Um dos grandes avanços que o Brasil conseguiu foi o alto índice de devolução de embalagens de pesticidas. O percentual ultrapassa muitos países desenvolvidos inclusive, o que diminui o risco de contaminação ambiental.

Porém, muito ainda pode ser melhorado. Além disso, estudos contínuos sobre a contaminação ambiental e risco associado são de suma importância, inclusive para preservar os recursos naturais que são explorados através da agricultura.  

7º mito ou verdade: culturas transgênicas transmitiram genes mutantes para plantas daninhas deixando-as resistentes a herbicidas 

Mito. As plantas transgênicas com resistência a herbicidas não têm a capacidade de transferir genes de resistência para outras espécies. 

Se houver possibilidade de uma cultura transgênica cruzar com uma espécie de planta daninha do mesmo gênero (ex: espécies com proximidade botânica podem cruzar), jamais seria aprovada pela CTNBio.  

O problema da resistência de plantas daninhas é explicado pelo uso indiscriminado de um mesmo herbicida em uma grande área, o que pode selecionar indivíduos resistentes.

E, devido ao uso contínuo deste produto, estas plantas se desenvolveram e produzem sementes dominando o ambiente em relação aos indivíduos sensíveis. 

Desta forma, pode-se afirmar que a resistência de plantas daninhas a herbicidas está ligada ao manejo incorreto de herbicidas e não à transferência de genes de cultivos transgênicos.   

pesticidas

Pesticida é substância química ou agente biológico com intuito de destruir, repelir ou mitigar qualquer praga; primeiro pesticida utilizado foi enxofre e depois compostos químicos como arsênio e mercúrio 

(Fonte: MAPA)

8º mito ou verdade: a compra de pesticidas via internet sem receituário agronômico é proibida 

Verdade. O Brasil possui um conjunto de leis que regulamenta a venda de pesticidas. Desta forma, a empresa deve cumprir uma série de normas para realizar a venda, incluindo a forma de armazenamento e transporte desses produtos. 

Além disso, somente é permitida a compra de pesticidas por produtores rurais cadastrados no Card/pro. É preciso ainda comprovar a necessidade de uso por meio de um receituário agronômico. 

Conclusão

Neste artigo vimos algumas notícias sobre pesticidas que são cada vez mais disseminadas pela internet, sobretudo nas redes sociais.  

Discutimos até que ponto essas informações poderiam ser verdadeiras e quais os pontos relevantes sobre o assunto. 

Sempre que ler uma notícia nas redes sociais, antes de compartilhá-la, verifique se a informação é verdadeira com um profissional da área ou com trabalhos científicos confiáveis. 

>> Leia mais:

Defensivos agrícolas: 8 curiosidades que você deveria saber

O que você precisa saber sobre mistura de defensivos agrícolas

“Inseticidas ecdisteroides: como agem nos insetos e por que são uma boa opção de manejo”

Você já recebeu alguma dessas notícias sobre os pesticidas? Ficou surpreso com alguma informação passada? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Míldio: Como identificar na sua lavoura e combater essa doença

Míldio: Veja as principais características e sintomas dessa doença, além de todas as formas de controle para evitar prejuízos na sua lavoura.

Muitas doenças podem afetar sua lavoura em alguma fase do desenvolvimento ou durante todo o ciclo da cultura. Uma delas é o míldio.

Ele ocorre principalmente em condições climáticas de alta umidade e temperatura amena, podendo afetar diversas culturas.

Sua ocorrência na lavoura de sorgo, por exemplo, pode causar danos de até 80%.

Para reduzir as perdas com esta doença, é preciso estar preparado. Confira neste artigo as principais características, como identificar os sintomas e fazer um controle eficiente na sua lavoura!

Uma doença importante para as culturas agrícolas: míldio

O míldio é causado por um grupo de patógenos chamados de oomicetos

Existem vários gêneros de oomicetos que causam míldios como: Plasmopara, Peronospora, Bremia, Sclerospora e outros. Ao longo do texto, vamos comentar sobre algumas espécies desses gêneros que causam a doença em algumas culturas.

O míldio ataca preferencialmente as folhas, mas pode ocorrer também em ramos e frutos.

A doença ocorre mais frequentemente em regiões de umidade e com temperatura amena (condições favoráveis).

São sintomas típicos do míldio as manchas de coloração verde-claro a amarela na parte superior da folha. E, com o progresso da doença, essas manchas se tornam escuras (necróticas). 

Na parte inferior da folha que corresponde ao local da mancha, ocorre o aparecimento de estruturas do patógeno, uma eflorescência de coloração esbranquiçada (bolor cinza).

Como o patógeno coloniza os tecidos foliares surge o sintoma de mancha nas folhas na parte superior com coloração verde-claro a amarelo, como descrevemos.

E, simultaneamente a isso, ocorre a reprodução do patógeno, que emite as estruturas reprodutivas para o exterior da folha (eflorescência esbranquiçada), como comentamos. Isso ocorre geralmente através dos estômatos.

míldio

Estruturas da Plasmopara viticola (míldio da videira) na parte inferior da folha

(Fonte: Gessler et al. (2011) em Phytopathologia Mediterranea)

Essas estruturas aparecem principalmente na parte inferior da folha, onde normalmente os estômatos se localizam. Essas estruturas reprodutivas, por estarem externas à folha, são disseminadas pelo vento e pela água.

Diante disso, você pode perceber que há interferência da área fotossintética da planta, sendo um dos prejuízos que a doença causa.

Agora vamos aos sintomas e às medidas de manejo para míldio em algumas culturas.

Míldio na cultura do sorgo

O patógeno que causa míldio na cultura do sorgo é Peronosclerospora sorghi.

A doença pode causar danos de até 80% nesta cultura, com a utilização de cultivares suscetíveis.

No Brasil, o míldio do sorgo se encontra distribuído em quase todas as regiões de cultivo.

Na região sul do país, esta doença é considerada a segunda mais importante, atrás apenas da antracnose.

O patógeno pode infectar a planta de duas formas: localizada e sistêmica.

A forma localizada ocorre pela infecção de esporos (estruturas do patógeno) nas folhas. 

Essa infecção causa lesões necróticas nas folhas com formato retangular que, em condições úmidas e frias, ocorre o crescimento de estruturas do patógeno (eflorescência) com aspecto pulverulento e de cor acinzentado na parte inferior da folha.

Se o patógeno atingir o meristema da planta, pode ocorrer o aparecimento de sintomas sistêmicos.

A infecção sistêmica ocorre quando o patógeno invade as células do meristema apical.

Plantas jovens, quando infectadas sistematicamente, apresentam sintomas de clorose e enfezamento, podendo morrer prematuramente.

Além disso, pode haver prejuízos no desenvolvimento dos grãos nas plantas com a doença.

A clorose foliar é um sintoma característico da infecção sistêmica.

Este sintoma de clorose apresenta faixas de coloração de verde claro a amarelo, que são intercaladas pela coloração normal da folha.

Correspondente a essas regiões cloróticas, na parte inferior da folha, quando em condições de alta umidade, pode aparecer o crescimento de estruturas de coloração branca (eflorescência).

míldio

Infecção sistêmica (A), infecção localizada (B), estádio mais avançado da infecção sistêmica (C) em sorgo

(Fonte: Luciano Viana Cota em Embrapa)

Algumas medidas de controle para o míldio do sorgo são:

  • Variedades resistentes – este é o método mais eficiente para a doença na cultura do sorgo;
  • Rotação de culturas com espécies não-hospedeiras – lembre-se de não utilizar milho na rotação, por ser hospedeiro do patógeno (vamos ver no próximo tópico);
  • Destruição dos restos culturais;
  • Época de semeadura – deve-se antecipar a semeadura em locais de alta incidência da doença;
  • Uso de sementes de boa qualidade.

No Brasil, até o momento, não há produtos químicos registrados para o controle do míldio na cultura do sorgo. 

Por isso, não há recomendações de aplicação para a parte aérea das plantas e nem para o tratamento de sementes utilizando controle químico.

Míldio na cultura do milho

Há vários patógenos que causam míldio na cultura do milho. O mais comumente encontrado no Brasil é o Peronosclerospora sorghi, o mesmo que causa a doença no sorgo e em algumas outras gramíneas.

Esta doença no milho, no caso do Brasil, não causa prejuízos econômicos tão significativos, como ocorre em outros países.

A infecção sistêmica da planta causa clorose nas folhas, que ficam com estrias e faixas brancas. Além disso, as folhas das plantas infectadas com míldio apresentam as folhas mais eretas e estreitas, com o colmo mais fino e acamado.

Folhas estreitas e eretas, com presença de faixas esbranquiçadas.

(Fonte: Carlos Roberto Casela em Embrapa)

A doença também pode ocasionar problemas na formação dos grãos nas espigas.

Em condições de alta umidade e temperaturas frias podem surgir ainda estruturas de coloração esbranquiçada nas folhas, como ocorre na cultura do sorgo.

Algumas medidas de manejo para o míldio na cultura do milho são:

  • Utilização de variedades resistentes;
  • Tratamento de sementes com fungicidas sistêmicos;
  • Eliminação de plantas doentes e restos culturais;
  • Rotação de culturas;
  • Plantio precoce em áreas com ocorrência da doença.
planilha de produtividade de milho

Míldio na cultura da soja

Na cultura da soja, o míldio pode ocorrer em qualquer região produtora do país, sendo causada pelo oomiceto Peronospora manshurica.

Nas folhas da parte superior, os sintomas são lesões de coloração verde-claro a amarelada, que pode progredir para necrose. 

Na parte inferior da folha, nessas lesões aparecem estruturas de aspecto cotonoso (aspecto de algodão) de coloração cinza, que são estruturas de frutificação do fungo.

A doença pode se desenvolver na vagem, podendo ficar com redução do grão ou deteriorada.

O patógeno pode ser introduzido na lavoura por sementes contaminadas e estruturas reprodutivas do patógeno que são disseminadas pelo vento.

Algumas literaturas não descrevem medidas de manejo para o míldio da soja por ser considerada uma doença de pouca importância econômica para as principais regiões produtoras do país.

Mas, se você tem problema com esta doença na sua lavoura, algumas medidas de manejo que você pode utilizar para soja são:

  • Tratamento de sementes com produtos registrados;
  • Destruição de restos culturais;
  • Uso de cultivares resistentes.

Míldio em outras culturas

O míldio pode afetar outras culturas além das que comentamos. Veja algumas delas:

  • Alface (Bremia lactucae);
  • Cebola (Peronospora destructor);
  • Brássicas (Peronospora parasitica);
  • Videira (Plasmopara viticola).

E você sabia que o míldio da videira está envolvido com a descoberta do primeiro fungicida?

Míldio da videira e histórico dos fungicidas

No Brasil, o míldio é considerado a doença mais importante da videira, causada por Plasmopara viticola.

Em condições favoráveis, a doença pode ocasionar perdas de até 75% da produção.

Na videira, os sintomas da doença podem ocorrer em todas as partes verdes da planta.

Nas folhas, surgem inicialmente pequenas manchas encharcadas e translúcidas na parte superior da folha, chamada de “mancha de óleo”, se você observar as folhas contra a luz. Essas manchas têm coloração verde mais claro.

míldio

Mancha de óleo com necrose na folha.

(Fonte: Gessler et al. (2011) em Phytopathologia Mediterranea)

Com o desenvolvimento da doença, essas manchas se tornam mais escuras e podem causar a queda das folhas.

Já na face abaxial da folha, na parte correspondente a essas manchas, surgem uma eflorescência esbranquiçada (estrutura reprodutiva do patógeno), com aspecto cotonoso.

As folhas severamente infectadas podem cair, o que pode comprometer o desenvolvimento da planta.

Já nos ramos ocorrem as manchas encharcadas, que rapidamente são recobertas pela eflorescência esbranquiçada.

Nos cachos ocorre morte e queda de flores, além de podridão das bagas (frutos).

E você pode ser perguntar, o que esta doença em videira tem relação com o histórico do controle químico?

Então vamos voltar um pouco na história para entender este fato:

Míldio e o uso de fungicidas

Por volta de 1870, o míldio (Plasmopara viticola) foi identificado como um dos recentes problemas em Bordeaux, uma região da França, pelo pesquisador Pierre Marie Alexis Millardet.

Ele observou que algumas plantas de videira próximas de estradas não estavam infectadas com míldio. 

Quando perguntou ao produtor se ele tinha realizado algo com as plantas, este relatou que as videiras estavam pulverizadas com uma mistura (calda) para evitar roubo das uvas, pois elas ficavam com uma cor diferente devido à pulverização e gosto amargo.

Então, Millardet e outro pesquisador (Ulysse Gayon) investigaram sobre a mistura usada pelos agricultores e aperfeiçoaram a calda. 

Assim, em 1885, eles publicam o efeito da calda bordalesa (sulfato de cobre e cal) – que era a mistura que os produtores de uvas usavam para evitar roubo – no controle do míldio da videira.

A calda bordalesa é então considerada o primeiro fungicida!

E esta mistura de cobre e cal pode ser utilizada até hoje para o controle do míldio em videira.

Veja que a partir do míldio da videira foi divulgado o primeiro fungicida, que já era utilizado pelos produtores, mas não com esse intuito.

Míldio x oídio: algumas diferenças

O oídio é outra doença que tem importância para várias culturas agrícolas, mas falaremos sobre ela em outra oportunidade.

Fato é que míldio e oídio podem ser confundidos, pois apresentam sintomas similares de cor branca e aspecto pulverulento.

Algumas diferenças são:

  • A maioria dos míldios apresenta a eflorescência (coloração esbranquiçada e pulverulenta) na face inferior da folha, onde geralmente se localizam os estômatos. Já o oídio apresenta sintomas de coloração esbranquiçada em ambas as faces da folha com extensão em grande parte do limbo foliar;
  • Míldios ocorrem geralmente em época úmida e os oídios em época seca;

Já no microscópio, as estruturas desses patógenos são muito diferentes, sendo de fácil distinção entre elas.

Por isso, se ficar com dúvida procure um(a) eng.(a) agrônomo(a) ou uma clínica fitopatológica.

Conclusão

Neste texto, comentamos sobre o míldio nas culturas agrícolas.

Abordamos a doença em várias culturas, descrevendo os sintomas, o patógeno e as principais medidas de manejo.

Também comentamos sobre o míldio da videira e o surgimento do primeiro fungicida.

Por fim, falamos de algumas diferenças entre o míldio e o oídio.

Agora que você tem essas informações, não deixe que esta doença reduza a produção da sua lavoura!

>> Leia mais:

Doenças de final de ciclo soja: Principais manejos para não perder a produção
Mofo-branco: Como identificar, controlar e prevenir na sua lavoura
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Você tem problemas com míldio na sua lavoura? Quais medidas de manejo utiliza para o controle da doença? Adoraria ver seu comentário abaixo.

Todas as formas de controle para se livrar do percevejo-castanho

Percevejo-castanho: Como enfrentar as dificuldades de controle e os melhores manejos para se livrar dessa praga na sua lavoura

Quando o assunto é praga subterrânea, dá até um certo desânimo, não é mesmo? Principalmente porque ela pode lhe causar sérios prejuízos se não for detectada a tempo.

Uma delas é o percevejo-castanho-da-raiz, que tem sido bastante frequente nos últimos anos. Essa praga ataca culturas como soja, milho, sorgo, algodão, café, arroz e pastagens, dentre diversas outras. 

No Mato Grosso do Sul, por exemplo, há casos de perdas de até 100% em pastagens devido aos danos causados pela praga. 

E, então, o que devo fazer para não ser pego “de surpresa” por uma praga dessas? Vou te explicar melhor a seguir! 

Características do percevejo-castanho-da-raiz

Como o próprio nome diz, esse percevejo tem hábito subterrâneo e ataca as raízes, inserindo o aparelho sugador no tecido da planta, no qual se alimenta da seiva

Ao atacar as raízes, esses insetos injetam toxinas que reduzem o crescimento da planta, além de provocarem enfraquecimento, amarelecimento e murcha. 

O percevejo-castanho-da-raiz Scaptocoris castanea é a espécie que vem provocando danos bastante expressivos em diversas culturas de norte a sul do Brasil, principalmente na região do Cerrado. 

As ninfas passam por 5 ínstares e são branco-leitosas, inicialmente. Os adultos medem cerca de 8 mm de comprimento e têm coloração marrom-claro.

Uma característica bastante marcante desta praga é a presença de pernas anteriores do tipo escavadoras, que permitem que os insetos se movimentem no solo. 

Por ser uma praga polífaga, tem grandes chances de permanecer em uma área mesmo após o fim do cultivo. Isso ocorre principalmente se houver plantas remanescentes ou plantas daninhas que servirão como hospedeiras.

percevejo-castanho

Ciclo do percevejo-castanho

(Foto: J. M. S. Bento)

Hábitos do percevejo-castanho 

Você deve levar em consideração o clima da sua região para detectar a presença do percevejo-castanho. 

Em épocas de períodos chuvosos, esses percevejos permanecem na camada mais superficial do solo, onde atacam as raízes em reboleiras. É também quando acontecem as revoadas dos insetos adultos

A dispersão por voo acontece após a cópula dos insetos, o que permite que as fêmeas possam estar aptas a ovipositar em novas áreas e recomeçar o ciclo biológico.

A falta de umidade faz com que se aprofundem no solo. Com isso, vão para as camadas que podem variar de 50 cm a 2 metros. 

Com essas informações fica um pouco mais fácil de você detectá-los, concorda?

Ninfas e adultos de Scaptocoris castanea

Ninfas e adultos de Scaptocoris castanea

(Foto: Ivan Cruz em Defesa Vegetal)

Controle do percevejo-castanho

No geral, o controle de pragas subterrâneas costuma ser mais oneroso do que o controle de pragas aéreas. 

No caso do percevejo-castanho, existe ainda a questão de se aprofundarem no solo, o que dificulta ainda mais seu controle. 

Por isso é importante que você considere o uso de diferentes táticas do Manejo Integrado de Pragas (MIP) para te auxiliar na redução populacional deste inseto. 

>> Leia mais: “Percevejo marrom: 7 estratégias de controle na soja

Amostragens e monitoramento

Como você pode perceber, após a entrada na área, o controle dessa praga se torna bastante dificultado. Por isso, é muito importante que você conheça o histórico da área.

Se já houve algum surto anteriormente, é preciso que você considere o que conversamos sobre o hábito desta praga em diferentes climas. 

É fundamental que você faça o monitoramento através de amostragens em trincheiras em épocas de períodos chuvosos para detectar as pragas na parte mais superficial do solo. Pode realizar amostragem em covas de 30 x 30 x 50 cm. 

Se possível, faça covas mais profundas de até 1,5 m caso seu solo esteja seco, pois você já sabe que a praga pode estar presente devido à falta de umidade na parte superficial.

O nível de dano econômico não é preciso, mas a presença de 24 a 40 percevejos por metro linear já é suficiente para causar perdas nas lavouras. 

percevejo-castanho

Amostragem de solo com percevejo-castanho em café

(Fonte: Marcelo Jordão Filho e José Braz Matiello)

percevejo-castanho

 A) Foco localizado de algodoeiro atacado por percevejo castanho; B) Plantas com sintomas de ataque de percevejo castanho (à esquerda, em destaque) ao lado de planta normal (à direita)

(Fonte: José Ednilson Miranda, Circular técnica 138) 

Controle cultural

As medidas preventivas são viáveis para evitar perdas na produção por ataques do percevejo-castanho. Tais medidas devem ser realizadas quando o solo estiver mais úmido, para atingir as pragas que estarão nas camadas superficiais. 

 Dentre as táticas do controle cultural , você deve considerar:

  • Aração (do tipo aiveca) para expor as pragas e condicionar o solo 
  • Solos bem manejados com adubação equilibrada com Ca e P para um bom desenvolvimento radicular 
  • Utilizar sementes de boa qualidade
  • Fazer tratamento de sementes e antecipar a semeadura 

Controle químico

O controle químico pode ser feito no sulco de semeadura ou no tratamento de sementes. Porém, ele é difícil, pois existem poucos inseticidas registrados para controle desta praga pelo Mapa (Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento).

Esse déficit se dá pela falta de eficiência, visto que os inseticidas podem chegar a, no máximo, 15 cm de profundidade e a possibilidade de atingir o inseto é baixa. 

No site do Agrofit tem-se registro de:

  • Algodão e Milho: Counter 150 G (terbufós; grupo químico: organofosforado)
  • Milho: Durivo (Clorantraniliprole + tiametoxam; grupos químicos: diamida e neonicotinoide)

Lembre-se sempre de consultar um engenheiro(a) agrônomo(a).

>> Leia mais: “As principais orientações para se livrar do percevejo barriga-verde

Controle biológico do percevejo-castanho

O controle biológico com organismos naturalmente presentes no campo não é suficiente para controlar esta praga. 

Por isso, há a possibilidade de utilizar o fungo entomopatogênico Metarhizium anisopliae que tem registro no site do Mapa para todas as culturas com o produto Meta turbo SC

Da mesma forma que os inseticidas, o produto biológico deve ser aplicado no sulco de semeadura ou com jato dirigido à base das plantas. 

planilha manejo integrado de pragas MIP Aegro, baixe agora

Conclusão 

O percevejo-castanho é uma praga que pode causar sérios prejuízos à sua lavoura. Neste artigo, vimos as principais dificuldades de controle desse inseto e as recomendações de manejo.

É importante que você tenha o controle do histórico das infestações de percevejo-castanho na área em que for iniciar o cultivo para não ter problemas ao final da produção. 

Lembre-se que a profundidade em que ninfas e adultos se encontram depende da umidade do solo.

Somente o controle químico não é suficiente para controlar o percevejo-castanho-da-raiz. O mais recomendado é o uso de diversas táticas do MIP. Assim, seu controle será muito mais preciso!

Referências 
Avila, C.J., Xavier, L.M.S. and Santos, V., 2016. Fluctuation and vertical distribution of a population of brown root stink bug Scaptocoris castanea (Hemiptera: Cydnidae) in the soil profile in Mato Grosso do Sul State, Brazil. Embrapa Agropecuária Oeste-Artigo em periódico indexado (ALICE).

Souza, C.P.R., Turchen, L.M., Cossolin, J.F.S. and Pereira, M.J.B., 2019. Flight dispersion in field and reproductive status of Scaptocoris castanea Perty (Hemiptera: Cydnidae). EntomoBrasilis, 12(1), pp.44-46. 

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Você já teve ou tem problemas com o percevejo-castanho em sua área? Como tem feito o manejo? Adoraria ler seu comentário!


Tecnologia de aplicação de defensivos agrícolas: as melhores práticas e todas as orientações

Tecnologia de aplicação: escolha de bicos, redução da deriva e outras dicas importantes para ter mais eficiência em suas aplicações.

Não adianta comprar a melhor semente do mercado ou o produto mais caro se você não tomar alguns cuidados no momento da aplicação.

Muitas vezes, cometemos erros ou esquecimentos na hora de aplicar os defensivos agrícolas, diminuindo a eficácia da aplicação e aumentando os efeitos negativos ao ambiente.

A simples mudança da ponta de pulverização, por exemplo, pode alterar completamente o tamanho de gotas da aplicação e aumentar a deriva.

Então, é necessário que algumas técnicas sejam realizadas e, dentre elas, o estudo da Tecnologia de Aplicação de Defensivos Agrícolas

Neste artigo, vamos abordar alguns assuntos sobre essa tecnologia de aplicação. Confira!

O que é tecnologia de aplicação?

A tecnologia de aplicação pode ser definida como o emprego dos conhecimentos científicos para que o produto utilizado atinja o seu alvo (seja uma planta ou insetos).

A aplicação do produto deve ser na quantidade necessária, com o mínimo de gastos extras e contaminação de áreas vizinhas.

Além disso, antes de tudo, é muito importante que o responsável seja devidamente equipado com os EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) a cada aplicação, para que a exposição do aplicador ao defensivo agrícola utilizado seja a menor possível.

EPIs: equipamentos de proteção individual necessários na tecnologia de aplicação
Equipamentos de Proteção Individual
(Fonte: Rehagro Blog)

Outros dois conceitos que podemos definir para compreender melhor a tecnologia de aplicação de defensivos agrícolas são pulverização e aplicação.

Pulverização e aplicação

A pulverização é a transformação de uma substância líquida em gotas. Já a aplicação é a deposição dessas gotas sobre o alvo.

As gotas precisam estar no tamanho e densidade adequados ao objetivo da aplicação.

Para que isso aconteça, é necessário o conhecimento correto da tecnologia de aplicação.

tipos de bicos
tipos de bicos

Tipos de bico de aplicação (Fonte: Agrozapp)

Observe na figura abaixo como uma mudança na ponta de pulverização muda o tamanho das gotas de aplicação:

A) papel sensível preso à haste; b) papéis sensíveis após a aplicação: gotas produzidas pelos atomizadores rotativos, pelas pontas de cone vazio (MAG-2) e pelas pontas de jato plano duplo com indução de ar (AD/IA/D 11002), respectivamente.
(Fonte: Rodrigues et al., 2011)

Regulagem e calibração

Regular um equipamento significa ajustar os componentes da máquina de acordo com a cultura e os produtos que serão utilizados.

Por exemplo: tipos de pontas mais adequados, velocidade de aplicação, altura da barra em relação ao alvo e espaçamento entre os bicos.

Já calibrar um equipamento é verificar qual será o volume de aplicação, a quantidade de produto que será utilizada e a vazão das pontas.

Sabendo desses conceitos, alguns riscos podem ser evitados, como a deriva. Mas o que seria isso?

O que é deriva de agrotóxicos?

Deriva é definida como o deslocamento da calda do produto para fora do alvo.

A deriva pode ter três causas:

  • Ação do vento
  • Escorrimentos 
  • Volatilização
Deriva
(Fonte: Química Nova)

A deriva pode ainda ser classificada em:

  • Endoderiva
  • Exoderiva

Na endoderiva, as perdas são internas, ou seja, dentro da área. Geralmente, a endoderiva está relacionada a altos volumes de calda e gotas grandes. Neste processo, ultrapassa-se a capacidade das folhas em reter o produto.

Na exoderiva, ocorre o deslocamento das gotas para fora da área da cultura. A exoderiva é causada pela ação do vento e evaporação da água utilizada no preparo da calda e está associada a gotas pequenas.

tecnologia de aplicação
Endoderiva e exoderiva
(Fonte: Cultivar)

As gotas menores têm maior capacidade de cobertura do alvo, ou seja, maior número de gotas por cm².

Gotas menores são recomendadas quando é necessária uma boa cobertura e penetração.

Porém, quando utilizamos gotas pequenas, temos que levar em conta que elas são mais propensas à evaporação e, consequentemente, a sofrerem o processo de deriva — principalmente quando aliada a alta temperatura e baixa umidade relativa do ar.

tecnologia de aplicação
Diferença de aplicação de gotas grossas e finas
(Fonte: Jacto)

Quais fatores influenciam a deriva?

A deriva pode ocorrer devido a alguns fatores, como: 

  • Tipo de ponta
  • Condições climáticas durante a aplicação
  • Velocidade de aplicação
  • Altura de aplicação
  • Composição da calda de aplicação

Esses fatores necessitam de uma atenção especial, pois pequenos detalhes podem contribuir para a redução da deriva.

tamanho de gota defensivos
Tamanhos de gotas
(Fonte: Sabri)

Devido a alguns problemas em relação ao tipo de ponta (ou bico hidráulico), gota e deriva, atualmente existe “pontas de baixa deriva” ou “bico com injeção de ar”, que produzem gotas relativamente grandes, mas como uma cobertura adequada.

Isso porque aqueles conhecidos como cone cheio de grande abertura angular são menos propensos a ter deriva do que cone vazio ou jato leque convencional. Porém, o cone cheio não permite bom controle ao se utilizar herbicidas de contato, inseticida e/ou fungicida.

Pontas de Pulverização de Jato Plano - ULD 120º
Exemplo de ponta de baixa deriva do catálogo de pontas de pulverização HYPRO
(Fonte: EMBRAPA)

Tecnologia de aplicação: o que fazer para reduzir a deriva

As condições climáticas no momento da aplicação são fundamentais para se obter eficácia do produto.

Você se lembra quais são elas?

  • Temperatura inferior a 30°C
  • Umidade relativa do ar acima de 60%
  • Ventos na faixa de 3 km/h a 6,5 km/h, não ultrapassando os 10 km/h
compensação entre condições de temperatura e umidade relativa
Temperatura e umidade relativa do ar favoráveis e desfavoráveis para o momento da aplicação
(Fonte: Syngenta)

É importante ressaltar que essas condições geralmente são observadas antes das 10 horas e após as 16 horas. 

Um outro fator é o tamanho das gotas, pois isso está diretamente relacionado ao vento. Observe na figura abaixo — com ventos de 5 km/h, as gotas mais leves percorrem 321 metros do local aplicado. Caso haja aumento da velocidade do vento, essa distância possivelmente aumentará.

Velocidade do vento e tamanho da gota: outro cuidado necessário em se tratando de tecnologias de aplicação
Movimento da gota conforme a velocidade do vento
(Fonte: Iniciativa 2,4-D)

O tamanho das gotas também depende de outros fatores, como: 

  • Tipo de ponta
  • Vazão
  • Pressão
  • Ângulo do jato 
  • Propriedade do líquido pulverizado

Em relação ao tipo de ponta, como dito anteriormente, existem no mercado pontas antideriva ou pontas com indução de ar.

Em relação ao tipo de ponta, como dito anteriormente, existem no mercado pontas de baixa deriva ou pontas com indução de ar.

Algumas características destas pontas são:

  • Tamanho das gotas não aumenta muito com o aumento da pressão de trabalho
  • Espectro de gotas homogêneo
  • Pode superar rajadas de vento entre 15 km/h e 20 km/h
  • Recomendadas para condições meteorológicas extremamente adversas

Além dessa, existem outros tipos, como leque, cone/cônico vazio e cone/cônico cheio:

Essas pontas proporcionam gotas maiores e são conhecidas como pontas de pulverização venturi. Elas produzem gotas com bolhas de ar “misturadas” no líquido pulverizado.

Aplicabilidade das principais pontas de pulverização
Aplicabilidade das principais pontas de pulverização
(Fonte: Agronomico)

Fatores que influenciam a tecnologia de aplicação

Em relação aos produtos, por exemplo, você deve atentar para as características físico-químicas.

Um produto que possua uma elevada pressão de vapor tem um maior risco de sofrer volatilização e é, consequentemente, maior a chance de ocorrer a deriva.

Outro importante fator a ser observado é em relação à formulação do produto, pois a pressão de vapor pode ser alterada com a formulação.

Alguns exemplos são: 

  • 2,4-D amina;
  • Clomazone (Gamit 360 SC);
  • Trifuralina gold
Formulações do produto para aplicação
Formulações do produto
(Fonte: Iniciativa 2,4-D)

Esses três ingredientes ativos fazem referência a novas formulações de herbicidas, os quais possuem uma menor pressão de vapor.

Portanto, podemos chegar à conclusão de que existem três principais maneiras de reduzir o risco da deriva:

  • Calibrar a pressão do pulverizador
  • Características físico-químicas das caldas (formulação dos produtos e tipos de adjuvantes)
  • Escolha de pontas de pulverização adequadas

Lembre-se sempre de que o sucesso de uma pulverização depende de:

  • Pulverizador de boa qualidade 
  • Calibração e regulagem do equipamento 
  • Água de boa qualidade
  • Produto de boa qualidade
  • Condições climáticas favoráveis
  • pH ideal
  • Operador treinado

É importante também que o produtor tenha conhecimento dos tipos de pulverizadores que podem ser utilizados: hidráulicos, autopropelidos, hidropneumáticos e eletrostáticos.

Pulverizadores hidráulicos

Fragmentam o líquido em gotas, pela pressão exercida sobre a mistura (água + produto) decorrente de uma bomba hidráulica. Como pulverizador costal manual e de barra.

Pulverizadores autopropelidos

Possuem grande capacidade de carga e contem motor, cabine e sistema de pulverização (bombas, barras e bicos).

Pulverizadores hidropneumáticos

Conhecidos como atomizadores tipo cortina de ar. Utilizado em culturas perenes.

Pulverizadores eletrostáticos

Transferência de cargas elétricas às gotas.

Além de condições climáticas, tipos de pulverizadores, bicos e outros, existe um detalhe importante a ser considerado: o fato de que a planta apresenta uma barreira natural para a penetração de líquidos, conhecida como cutícula. 

Então, para que o defensivo agrícola consiga realizar sua função, é utilizada uma substância inerte chamada de aditivo ou adjuvante, que apresenta a capacidade de modificar a atividade dos produtos e as características da pulverização.

O aditivo pode alterar o depósito do ingrediente ativo na superfície da folha, causar efeito na difusão transcuticular e interferir na permeabilidade da membrana plasmática.

Esses adjuvantes podem apresentar outras funções, como:

Classificação e função dos adjuvantes
(Fonte: Rehagro Blog)

O mercado cresce e a demanda por novas tecnologias também. Por isso, existem algumas tendências com resultados positivos, que são:

  • Eletrovortex: pulverização com uma taxa de aplicação menor, por meio de carregamento eletrostático de gotas com assistência do ar atmosférico
  • Telemetria: coleta e compartilhamento remoto de informações
  • Spot Spray: presença de sensores que possibilitam a identificação de plantas que necessitam de aplicação de defensivos

Conclusão

A aplicação de defensivos agrícolas de maneira correta permite o devido controle de pragas, doenças e plantas daninhas.

Neste artigo, vimos como a tecnologia de aplicação nos ajuda a obter uma maior eficiência nesse controle.

Também conseguimos entender como alguns fatores interferem no sucesso da pulverização e como a tecnologia de aplicação pode nos ajudar a reduzir esses problemas.

O principal ponto tratado aqui foi a deriva, que está entre as principais perdas de defensivos que temos na agricultura hoje.

Assim, vimos que calibração, características da calda e escolha de pontas de pulverização adequadas são maneiras de reduzir essas perdas.

Com essas práticas, espero que você tenha sucesso na aplicação dos defensivos em sua lavoura!

>> Leia mais:

“Passo a passo de como fazer a limpeza de pulverizador agrícola com segurança”

“Aplicação noturna de defensivos agrícolas: quando vale a pena?”

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Atualizado em 16 de junho de 2023 por Alasse Oliveira.

Alasse é Engenheiro-Agrônomo (UFRA/Pará), Técnico em Agronegócio (Senar/Pará), especialista em Agronomia (Produção Vegetal) e mestrando em Fitotecnia pela (Esalq/USP).