Barter soja: O que é e as dicas para realizar essa operação

Barter soja: Entenda como funciona e as dicas para utilizá-lo e conseguir negociações ainda melhores para sua propriedade rural.

Você já ouviu falar em Barter?

É um tipo de negociação muito utilizada no agronegócio, principalmente no caso da soja.

Por meio do Barter é possível a aquisição e pagamento de insumos com a produção de soja futura.

É uma estratégia financeira que garante o preço mínimo de venda e pode ser benéfico para negociar sua produção.

Acompanhe neste artigo as dicas, orientações e muito mais sobre a modalidade de Barter soja!

Afinal, o que é Barter?

Qual é o conceito de Barter? Barter é uma operação financeira que envolve a troca dos produtos finais produzidos pelos agricultores por adubo, herbicida, ou qualquer outro tipo de insumos em geral.

Isso significa que, por meio desse tipo de operação, produtores de grãos podem trocar sacas de soja, milho, cereais e etc., por insumos necessários.

Estes insumos, que serão utilizados na condução da lavoura, podem ser adquiridos sem a necessidade do pagamento antecipado em dinheiro.

O termo “Barter” vem do inglês e, ao ser traduzido, pode ter alguns significados como: permuta, troca, comércio de permuta. E reflete muito bem esse tipo de operação financeira.

Os produtores que optarem por esse tipo de operação farão uma troca com a cooperativa ou com uma trading e oferecerão seus produtos em troca dos insumos adquiridos.

No Brasil, antigamente, esse tipo de operação financeira era conhecida como “soja verde”.

Mencionei acima “trading”, então vou explicar seu significado! A palavra trading vem do inglês e significa negociar.

No trading, o objetivo é lucrar por meio da compra e venda das ações, matérias-primas ou moedas, vendendo a um preço mais alto que aquele pelo qual se comprou.

Então, o objetivo das tradings é um investimento a curto prazo.

Vou mostrar agora quando e como a operação de Barter soja é realizada.

barter soja
Para o agronegócio, Barter representa um mecanismo de financiamento de safra
(Fonte: Roberto A. S. Lima baseado em Azimute Agronegócios)

Quando o Barter é utilizado?

O Barter é utilizado por muitas cooperativas e tradings, que realizam essa troca de insumos (sementes, adubos, defensivos) por produtos agrícolas como milho, soja, algodão, café, boi etc.

Esse tipo de negociação é oferecido aos produtores por grandes companhias como a FMC, Bayer, Adama, Bunge, Cargill, Monsanto. Além disso, há inúmeras cooperativas que podem ter demanda por esse tipo de negociação.

Na maioria dos casos, as operações de Barter são atreladas à Cédula de Produto Rural (CPR) e exigem certos cuidados de ambas as partes no preenchimento e formulação do contrato.

Segundo o advogado Tobias Marini de Salles Luz, existem vários casos em que o instrumento foi mal feito e acabou por impedir que a empresa fizesse a devida cobrança de seu crédito.

Existem também cenários em que os produtores tiveram que pagar mais que o realmente devido pela má formulação do acordo.

Então, muito cuidado no momento de formulação dos contratos de ambas as partes. É sempre válido buscar auxílio de um profissional especializado nesse tipo de transação financeira.

Barter soja: Mercado em ascensão

Com créditos cada dia mais escassos para custear plantio, o Barter soja é uma solução que os produtores podem utilizar para adquirir insumos e tecnologias.

O Barter geralmente envolve 3 instituições: o próprio produtor; uma trading; e uma companhia ou cooperativa de insumos.

Já existem casos registrados deste tipo de operação até para financiamento de grandes colheitadeiras – de até R$ 1 milhão.

O sistema de financiamento por meio do Barter para colheitadeiras estreou no Brasil com a New Holland em 2015. Diversos negócios foram fechados naquele ano nessa modalidade financeira.

A New Holland aceita soja na operação. E, com o apoio da americana Cargill, que tem interesse em ficar com a oleaginosa para processamento ou exportação, abriu o mercado para esse tipo de transação financeira.

No caso das colheitadeiras, Jefferson Kohler, então gerente de marketing da New Holland, explicou que os produtores normalmente querem usar suas futuras sacas de soja para arcar com uma entrada de cerca de 10% do valor total da máquina.

O restante era financiado pelo Finame Agrícola (BNDES). Mas houve casos em que o Barter representou 40% do valor negociado do equipamento.

Para participar do Barter soja, o produtor rural precisa de um avalista e da CPR correspondente ao volume de soja ou cultura envolvida, se o negócio ficar em até US$ 250 mil.

Para valores acima de US$ 250 mil é exigido uma hipoteca da terra.

O mercado brasileiro passa por uma fase de safras recordes, onde os preços tendem a ficar pressionados frente à grande demanda dos produtos no mercado.

Por meio do Barter soja, produtores travam o preço de uma entrega na formalização do contrato. Essa operação impede a variação de preço das commodities e dos preços dos produtos.

Isso ajuda a entender o forte crescimento deste tipo de operação comercial no mercado.

Barter soja: O caso Bayer

Eduardo Roncaglia, diretor de Operações Estruturadas da Bayer, afirma que, com as grandes safras, os produtores acabam ficando em dúvida na tomada de decisão de gerenciamento do negócio.

Com um bom planejamento, os produtores podem ter ótimos resultados de vendas.

Ele lembra que, quem travou seus preços na safra 2017, acabou tendo um bom resultado financeiro (cerca de 30% melhor), pois as cotações despencaram desde 2016.

Nesse caso específico da Bayer, após a colheita, os produtores não entregam seus produtos para a empresa.

Quem recebe os produtos agropecuários são as tradings. Mas a Bayer possui estrutura para auxiliar o produtor a travar seu preço, incluindo uma mesa de negócios que opera na bolsa de Chicago.

Para o caso da Bayer aqui citada, existem 3 modalidades de Barter:

  • A primeira aproveita um contrato que o produtor já tem fixado com uma trading (no qual o produtor repassa à empresa de defensivos o direito de receber o pagamento);
  • A segunda é a “financeira (na qual a Bayer trabalha com opções de venda e compra e ajuda o produtor a se proteger da volatilidade do mercado);
  • A terceira é a “física” (em que ocorre a venda do produto negociado com o agricultor).

Assim, o Barter é uma modalidade de negócios mais segura, pois trava preços das mercadorias e trabalha com contratos.

Os encargos geralmente também são menores, ajudando a impulsionar as vendas das empresas de insumos.

O Barter permite que os envolvidos trabalhem num ambiente de baixo risco. As empresas envolvidas vendem maior volume de seus produtos; os produtores também conseguem benefícios como a troca de seus produtos futuros por insumos.

A modalidade viabiliza redução da necessidade de financiamentos de safra em bancos. Isso pode ser percebido como um grande benefício, pois os produtores receberão seus insumos via operações de permuta.

Tipos de Barter soja

Vamos apresentar algumas das mais usuais modalidades de Barter encontradas nas negociações dos produtos agropecuários brasileiros.

As classificações podem ser visualizadas no vídeo da Marina Piccini.

Compra de Contrato

A compra de contrato é quando o produtor já fechou negócio com a trading.

A empresa que está vendendo os insumos pede que o produtor faça uma cessão de crédito.

Isso funciona da seguinte maneira: quando, por exemplo, as sacas de soja forem entregues pelo produtor à Trading, de acordo com aquilo que foi negociado em contrato, esta possuirá subsídio para pagar o fornecedor que comercializou esses insumos.

Normalmente, a cooperativa que vendeu os insumos já possui a CPR com penhor daquele volume que foi negociado com a Trading.

Basicamente, é uma venda a prazo normal que, depois de faturada, ou mesmo antes de faturar, o produtor faz essa cessão de crédito para a empresa.

Campanha da Indústria/Cooperativa com a Trading

Essa modalidade de Barter soja ocorre geralmente quando a indústria ou cooperativa decide fazer campanha para aumentar suas vendas em parceria com uma trading.

Nessa prospecção de novos negócios, a indústria pode criar um pacote promocional com preços diferenciados aos produtores rurais. A trading, por sua vez, entra com uma cotação de preço para aquela safra futura.  

Essa modalidade de Barter é mais comercial e usual por ter maior potencial de alavancar vendas das indústrias ou cooperativas.

barter soja
Com operação de Barter, produtor consegue manter protegido capital de giro
(Fonte: Advertising Week)

Indústria ou Cooperativa assume o preço

Geralmente, nestes casos, a indústria ou cooperativa assume o risco e vi sozinhas (sem o auxílio de uma trading) ao mercado negociar com os produtores.

As empresas montam seus pacotes de insumos e cobram um valor pré-determinado em sacas de soja para a permuta na operação de Barter.

Nestes casos, as indústria ou as cooperativas devem estar estruturadas para calcular estes valores. Também precisam contar com profissionais que entendam de mercado futuro para minimizar seus riscos de perda de dinheiro.

É importante frisar que as empresas devem ter estabelecido no contrato social que elas podem comercializar esses tipos de commodities.

Por fim, a área contábil dessas indústrias/cooperativas também deve estar altamente envolvidas nesse tipo de operação. No momento de entrada do ativo, ela deve realizar uma marcação a mercado para vender bem os produtos em cada situação.

Conclusão

A operação financeira de Barter soja está cada dia mais frequente no agronegócio.

A possibilidade de permuta de produtos produzidos por insumos com pagamento futuro pode ser uma das alternativas mais viáveis frente a créditos bancários com diversas taxas de juros.

É evidente que, na maioria dos casos, a compra dos insumos agrícolas à vista é a melhor opção de negócio.

Porém, quando você não possui tal disponibilidade financeira, o Barter pode ser uma modalidade interessante.

Vale analisar sua situação, optando por crédito bancário ou realizar uma operação de Barter. Aproveite esse conhecimento e analise suas opções!

>> Leia mais:

O que é hedge e por que você deveria ter essa opção

“Venda da soja: como garantir uma boa negociação de forma antecipada”

Você já tinha ouvido falar em Barter soja? Já praticou ou conhece alguém que realiza esse tipo de operação? Compartilhe sua experiência nos comentários!

Além da produção agrícola: liderança e gestão de pessoas na fazenda

Liderança e gestão de pessoas na fazenda: como melhorar essas habilidades e ter pessoas comprometidas para o sucesso do negócio rural.

Uma empresa rural precisa ser eficiente para se destacar no mercado. Mais do que dominar as técnicas e ter as melhores máquinas, é preciso focar em algo além da produção agrícola: seus colaboradores.

Uma boa liderança e gestão de pessoas é fundamental para que seu pessoal se torne mais eficiente e comprometido com o trabalho.

O sucesso da empresa rural depende disso!

Confira a seguir algumas dicas de como se tornar um líder e fazer uma boa gestão de pessoas na fazenda.

Liderança e gestão de pessoas na fazenda: o que são?

As funções de liderar e gerir devem sempre andar juntas, mas não necessariamente um mesmo perfil reúne tais características.

A figura do gestor propriamente dita, que focava em processos e resultados, esquecendo muitas vezes das pessoas que comandava, está saindo de cena.

Apesar da importância inegável dessa figura no passado, hoje o mercado  e o sucesso das empresas exigem outro perfil: o de líder.

Bons líderes conhecem muito bem os processos que compõem as atividades da empresa. Mas, acima de tudo, sabem lidar com pessoas: os seus colaboradores.

É função da liderança fazer com que seus colaboradores entendam os valores e o objetivo da empresa rural. Assim, cria-se o ambiente de trabalho ideal para que sua equipe atinja potencial máximo.

Como melhorar sua liderança e gestão de pessoas

Certas habilidades são exigidas em quem ocupa cargos de liderança.

Organização, disciplina, bons relacionamentos interpessoais, resolução de conflitos, inteligência emocional… e por aí vai.

Engana-se quem pensa que alguém nasce com todos esses requisitos. Tais habilidades podem ser desenvolvidas e trabalhadas, desde que se queira melhorar.

A seguir, trago alguns pontos importantes para melhorar a liderança e gestão de pessoas na sua fazenda.

liderança e gestão de pessoas
Líder é visto como um exemplo a ser seguido pelos colaboradores
(Fonte: CPB Educacional)

1. Conhecer a empresa e a si mesmo muito bem

As ações da liderança devem estar ligadas ao objetivos da empresa, por isso, conhecer detalhadamente a empresa é essencial.

Além disso, um bom líder deve conhecer a si mesmo e como isso pode afetar o funcionamento da empresa rural.

O líder deve entender que ele mesmo possui limitações, e portanto, precisa de ajuda para supri-las.

Conseguimos isso com um bom time de liderados.

2. Comece com o pé direito: Contrate as pessoas certas

Ao formar uma equipe, devemos escolher os colaboradores com perfis que não apenas estejam alinhados com os objetivos da empresa, mas que podem suprir as limitações do próprio líder.

As grandes empresas do agro já utilizam plataformas de recursos humanos que auxiliam neste direcionamento de colaboradores com perfil adequado à vaga disponível.

Essa tecnologia pode parecer um pouco distante ainda nas propriedades rurais, mas fato é que contratar a pessoa correta para a sua equipe faz toda diferença.

O perfil do colaborador é importante principalmente no modo como se relaciona com outras pessoas.

É mais fácil capacitá-lo com conhecimentos técnicos que lhe faltam do que mudar más condutas que ele possa apresentar.

Um mal funcionário pode criar um péssimo ambiente  de trabalho e ainda “piorar” seus colegas.

liderança e gestão de pessoas
Processo de contratação é fundamental para uma boa liderança e gestão de pessoas
(Fonte: Hinc)

3. Desenvolvimento pessoal é essencial

Quanto mais capacitadas forem as pessoas, melhores serão os frutos de todo o trabalho. Isso vale tanto para os líderes como para colaboradores.

Como já falamos, o líder é visto como exemplo por seus liderados. Para se tornar uma melhor liderança, invista em conhecimento sobre o assunto. Busque cursos livres ou uma pós-graduação, troque experiências com outros líderes e gestores, etc.

Desenvolva suas habilidades tanto para as atividades do dia a dia no campo como para melhorar sua gestão de pessoas.

Da mesma maneira, invista no seu pessoal: dias de campo, treinamentos, dicas, etc. Assim ele estará contente com o papel que desempenha e proporcionará os melhores resultados para a empresa.

liderança e gestão de pessoas
(Fonte: Revista Exame)

4. Informe a equipe sobre o desempenho

É fundamental mostrar resultados aos seus colaboradores também. Indique como estão desempenhando suas funções; onde devem melhorar; e onde devem seguir com o bom trabalho.

Nesse sentido, invista em processos e tempo para que as funções e atividades do período estejam bem definidos, bem como as datas de início e término das tarefas.

liderança e gestão de pessoas
Com o Aegro você pode registrar atividades agrícolas com datas de início e término, além de colocar um responsável pela tarefa

Institua um feedback mensal sobre o desempenho de seus colaboradores, com dicas de como melhorar e cumprimentos pelo bom trabalho.

Desse modo, cada um consegue compreender como seu trabalho está sendo avaliado e tem oportunidades para mudar e fazê-lo da melhor forma possível.

O contato direto com seus colaboradores facilita a realização das atividades. Facilita também a comunicação entre as partes e a avaliação dos resultados, o que nos leva ao próximo passo….

5. Diminua as distâncias: Aproxime-se de seus liderados

Liderar pessoas não é dar ordens. É também ouvir as sugestões que seus liderados tem a dar sobre determinado assunto.

Encurte as distâncias entre você e seus colaboradores. Dê espaço para as ideias deles.

Ser mais acessível a novas ideias torna o ambiente mais produtivo e eficiente, pois seus colaboradores sentem que são parte fundamental da empresa. Isso também facilita na hora de resolver conflitos.

A palavra final pode até ser sua, mas uma ajuda para planejar e prever possíveis problemas é sempre bem-vinda!

Lembre-se que você não é capaz de analisar tudo e que duas cabeças (ou mais) pensam melhor do que uma.

liderança e gestão de pessoas
(Fonte: Dinheiro Rural)

6. Organize-se

Enquanto a parte da liderança se ocupa mais com as pessoas da empresa, a gestão se preocupa mais com fazer os ajustes para que tudo siga no caminho correto até os objetivos da empresa.

Devemos ter cada vez mais disciplina e organização para manter a empresa nos trilhos.

Designar as atividades que cada colaborador ou equipe deve realizar de forma clara é necessário.

É possível fazer isso através de cronogramas e planilhas, mas além de trabalhoso, pode ser confuso.

Existem softwares de gestão agrícola que podem facilitar sua vida.

O Aegro permite que você planeje e direcione cada atividade, detalhando os talhões, a equipe e as máquinas e insumos utilizados. Tudo de forma organizada e de fácil acesso.

liderança e gestão de pessoas
Exemplo de controle de atividades fácil e rápido com uso do software de gestão agrícola Aegro (dados ilustrativos)

Divulgação do kit de 5 planilhas para controle da gestão da fazenda

Conclusão

Como pudemos conferir, as pessoas são parte fundamental de uma empresa. As atividades que elas desempenham determinam o sucesso do empreendimento.

Um pessoal competente e que gosta do trabalho que faz é fundamental para isso.

Sendo assim, é essencial uma liderança focada em pessoas e que sirva de referência.

Como líder e gestor, você deve criar o melhor ambiente para que essas pessoas desempenhem seu papel.

Isso permite aumentar a eficiência e diminuir a rotatividade de funcionários dentro da empresa.

>>Leia mais: “3 maneiras de lucrar mais com um software de gestão agrícola

Gostou do texto? Já pensou como melhorar a liderança e gestão de pessoas na sua fazenda? Qualquer dúvida, deixe nos comentários. Grande abraço!

Hedge agrícola: o que é e por que você deveria ter essa opção

Hedge agrícola: como funciona essa operação, todas as dicas de como utilizá-la e ter uma boa opção de venda da sua produção.

A função do hedge é minimizar os riscos e proteger contra as oscilações de preço que podem afetar a produção agrícola.

O risco do mercado de commodities é grande, e com a margem pequena da agricultura, não é difícil acabar tendo prejuízo.

Neste artigo, vou explicar o que é hedge agrícola e como essa operação financeira pode ser uma opção de negócio para você. Confira a seguir.

O que é e por que fazer hedge?

Hedge é uma palavra inglesa que significa proteção/cobertura. Assim, hedge é um instrumento que busca proteger operações financeiras contra oscilações de preço.

Ele reduz o risco de grandes variações de preço de um ativo ou commodity, por exemplo.

É uma operação antiga. No século 19, no mercado de commodities de Chicago, agricultores e pecuaristas traziam os produtos para venda na cidade e queriam reduzir o risco com a oscilação de preço dos produtos.

Então, eles decidiram negociar o preço antes da venda, o que hoje é chamado de operação a termo.

Por isso, o hedge faz parte de instrumentos financeiros chamados de derivativos. Vou explicar melhor no próximo tópico!

Derivativos e hedge agrícola

Os derivativos são instrumentos que têm objetivo de gerenciar o risco financeiro adequadamente, sendo utilizado por pessoas ou instituições.

Como o próprio nome diz, os derivativos derivam do preço de algum ativo. Ou seja, o valor depende e deriva de um ativo como commodities, taxa de juros, taxa de câmbio da moeda estrangeira, ações e outras.

Existem vários tipos de derivativos, sendo mais comuns:

  • Mercado a termo (compromisso de comprar ou vender um bem por preço fixado em data futura);
  • Mercado futuro;
  • Opções;
  • Swaps.

Esses podem ou não ser negociados na bolsa de valores.  Veja a diferença desses tipos de derivativos na tabela abaixo:

tabela com tipos de derivativos de hedge nos mercados a termo, futuro, de opções e de swap.

(Fonte: InvestMax)

Os derivativos têm várias funções. Uma delas é justamente proteger contra a variação do preço (hedge).

Os derivativos agropecuários disponíveis para negociação na bolsa de valores são: açúcar cristal, boi gordo, café arábica, etanol, milho e soja.

Agora que conhecemos mais sobre o conceito e como funciona o hedge, vamos entender como utilizá-lo no agronegócio.

Função dentro do agronegócio

É comum termos notícias, por exemplo, de que o preço da saca de soja caiu, afetando muitos produtores brasileiros.

Esse fato é frequente no Brasil, que produz commodities como soja, milho, café e outras. E elas apresentam variações de preço dependendo da oferta e demanda.

O Brasil produziu 252,3 milhões de toneladas de soja na safra 2020/21, segundo a Conab. Agora imagine se todos os produtores fossem vender esse grão ao mesmo tempo!

O preço certamente seria baixo, pois a oferta do produto seria alta. E isso, poderia trazer prejuízo aos produtores, não tendo dinheiro nem para pagar o custo de produção.

E como sempre gosto de destacar: sua lavoura é sua empresa e você precisa ter lucro com ela para continuar o negócio!

Por isso, você precisa vender o seu produto (commodity) por um preço adequado.

Assim, é possível realizar o hedge agrícola — ou seja, essa operação financeira que protege o valor do produto contra as variações/oscilações do preço de venda, onde o preço é negociado antes.

Agora que você já sabe o que é hedge agrícola, vou falar sobre a importância dessa operação para a agricultura.

Exemplo prático da importância do hedge agrícola

Do plantio até a colheita da lavoura, há um período de vários meses e muita coisa pode ocorrer nesse tempo. Você corre diversos riscos, como:

E tudo isso pode afetar a produção e o preço de venda do produto. Além das oscilações de preços das commodities.

O hedge, como já falamos, minimiza esses riscos com a oscilação de preços. Vou dar um exemplo de hedge agrícola, considerando a commodity soja.

Lembro que este é um exemplo muito simplificado, tendo mais valores e custos que podem estar associados a esta operação.

Suponhamos que o produtor de soja vai colher sua safra daqui a 40 dias e está com medo das oscilações do preço da saca. Ele então decide realizar hedge no mercado a termo para assegurar o preço e cobrir o custo de produção, com valor acordado de R$ 70 a saca de 60 Kg.

Após os 40 dias, no vencimento do contrato, o preço à vista da soja é de R$ 75. O produtor vai entregar a soja a R$ 70 e, assim, perde (na verdade, deixa de ganhar) R$ 5 comparado à venda à vista.

Mas, se ao contrário, o preço da saca de soja estiver R$ 65 no dia da venda, o produtor ganharia R$ 5. Pois, como se valeu do hedge agrícola, ele vende a produção a R$ 70 a saca.

Então, é importante entender que o hedge é uma operação que protege a commodity contra a oscilação de preço.

Mas antes de realizar uma estratégia de hedge em sua fazenda, veja outros pontos que são essenciais antes de iniciar esta operação.

O que você precisa saber antes de fazer a operação

Para fazer operações de hedge agrícola, você precisa ter um bom planejamento da lavoura e saber seu custo de produção.

Assim, você terá os dados precisos para a tomada de decisão do quanto vale a pena vender sua produção agrícola. Por exemplo, se meu custo de milho foi de 22 reais, meu hedge agrícola precisa ser, no mínimo, desse valor.

captura de tela de custo realizado no sistema de gestão rural Aegro
Com o Aegro, é possível planejar um custo orçado e acompanhar o custo realizado na safra em apenas alguns cliques, com todos os dados seguros

Por isso é tão importante conhecer, ou ao menos ter um planejamento, dos custos da produção da sua lavoura. Assim, você pode verificar se o preço que está negociando cobre ou não seu custo de produção.

Veja algumas dicas de como realizar o hedge na agricultura.

Dicas para realizar o hedge agrícola

Como você observou nos tópicos anteriores, o hedge agrícola pode ser importante para a proteção de preços das commodities e você pode ter essa opção para sua fazenda.

Então veja algumas dicas para realizar o hedge agrícola em sua fazenda:

  • Tenha o planejamento e custo de produção da lavoura;
  • Mantenha um planejamento estratégico: qual quantidade de produção será comercializada (fazer hedge) e qual será armazenada, por exemplo;
  • Acompanhe o preço dos produtos na bolsa de valores: veja por quanto as commodities estão sendo negociadas e analise com base no seu custo de produção;
  • Defina qual derivativo irá utilizar para realizar o hedge. Se utilizar o mercado futuro, por exemplo, você precisa ter uma conta em uma corretora de mercado futuro para conseguir negociar na bolsa de valores, ou entrar em contato com um corretor;
  • Ao escolher um corretor, ou uma empresa corretora, esteja seguro que são pessoas idôneas e de confiança;
  • Observe todas as opções no mercado de derivativos e tipos de hedge agrícola, escolhendo a melhor para a sua propriedade.
planilha controle de custos por safra

Conclusão

O hedge agrícola é uma importante ferramenta para se proteger das oscilações de preços das commodities.

Mas antes de fazer uma operação do tipo, você precisa conhecer tudo sobre o que está relacionado a ela.

Neste artigo, mostramos o que é hedge agrícola e o que são os derivativos. Falamos sobre como eles são importantes para a agricultura e o que você pode fazer antes de realizar essa operação.

Espero que essas informações te ajudem a melhorar o processo de venda dos seus produtos agrícolas e ter mais lucratividade!

>> Leia mais:

Tudo sobre barter: garanta o sucesso do seu negócio rural
Barter de milho: como começar e como melhorar suas negociações

Ficou alguma dúvida sobre o que é hedge agrícola e como ele pode ser feito? Assine nossa newsletter para receber nossos artigos direto em seu e-mail!

5 dicas para otimizar a logística na sua fazenda

Logística:  Como minimizar os custos do escoamento de produção e entrega de insumos para alcançar resultados cada vez melhores em sua empresa rural.

A logística custa cerca de 15% do PIB do Brasil. Fica claro que os custos aqui são altos.

Você precisou dos insumos certos, no momento adequado de utilização, para garantir uma boa safra, e precisará escoar toda essa produção.

Ou seja, precisamos de operações logísticas para que todo esse processo siga com eficiência.

Essas operações impactam diretamente os custos, a produtividade e os lucros na sua fazenda.

Por isso, separei 5 dicas que vão ajudar a otimizar a logística na sua empresa rural. Confira!

logística
(Fonte: Cargox)

Logística na fazenda: como fazer um bom processo operacional

A logística tem a função de organizar as atividades e tornar mais eficiente a utilização dos recursos disponíveis.

O planejamento logístico, portanto, é o estabelecimento de metas que devem ser realizadas em determinado prazo para que os objetivos de eficiência sejam satisfeitos.

Adaptando essa situação ao campo: uma boa logística é garantir que haverá insumos suficientes, na etapa certa da produção.

E que, após a colheita, seus produtos agrícolas sairão da fazenda e chegarão no local correto, dentro do prazo estipulado e com o menor custo possível.

Para te ajudar nesse processo, listei 5 dicas para otimizar a logística no ramo agrário.

1ª Dica – Organização é essencial para a logística

Em todo negócio, é importantíssimo conhecer bem todas as etapas referentes a ele. Na lavoura, isso inclui saber desde a quantidade de utilização de água, por exemplo, até a produtividade e escoamento da produção.

Esse conhecimento amplo e específico deve ser tratado como organização do negócio.

A organização se insere em um ciclo de atividade dentro do agronegócio. Um deles é a logística.

Mas e quando a dificuldade está em conseguir se organizar?

Bom, primeiramente é preciso saber claramente como andam os processos da sua linha de produção – supply chain (cadeia de suprimentos).

Nos processos que envolvem a cadeia de produção, é essencial que eles estejam ágeis devido à fluidez da atividade, principalmente a sazonalidade de produção.

É importante que haja alinhamento nas várias etapas, como produção e o transporte, por exemplo.

Além disso, que apresentem estratégias de adaptação, visto que trabalhamos com materiais biológicos, que estão propensos a várias adversidades, destacando a climática.

Estando tudo “nos conformes”, o profissional de logística, se incumbirá dos recursos e das informações para que o negócio tenhas saldos positivos.

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Logística da distribuição de grãos e derivados no Brasil
(Fonte: CNT em Sá e Souza, 2017)

2ª Dica – Conheça bem o mercado

Assim como qualquer negócio, saber as expectativas de oferta e demanda são essenciais. Isso possibilitará melhores negociação e comercialização do que foi produzido.

Com isso você tem mais chances de produzir o que estiver com melhores preços, além de planejar diferentes estratégias de comercialização.

Um exemplo é a venda escalonada, o que exigirá uma boa logística cada vez que você vender um pouco da produção.

3ª Dica- Utilize tecnologia

A tecnologia é cada vez mais importante e presente no nosso dia a dia. Por que não aproveitá-la ao máximo também na agricultura?

Hoje, temos escassez de mão de obra e, além disso, uma exigência maior quanto à quantidade produzida. E então, como vamos resolver isso?

Bem, o uso da tecnologia é um caminho. E já estamos conseguindo resultados super positivos.

A tecnologia pode ser usada na produção propriamente dita e também na logística.

Um exemplo é a utilização da localização de caminhões no transporte, em tempo real, através dos rastreamentos via satélite.

Além disso, com uso de um software agrícola você pode controlar seus estoques, tanto de insumos quanto da produção. Assim, você cobre as demandas de controle que essas etapas exigem.

Isso te ajuda a ter uma gestão melhor do estoque, o que é crucial no momento da comercialização do produto.

logística
Com Aegro você consegue controlar e gerenciar seu estoque de forma simples e precisa

E, falando em comercialização, muitas delas – e até mesmo negociações de produtos – vêm sendo feitas via internet, que é um meio mais dinâmico e prático.

E mais uma vez a tecnologia vem sendo usada por profissionais da área de logística para agilizar e aumentar a eficiência das atividades através do comércio eletrônico.

4ª Dica – Saiba selecionar os responsáveis pela logística  

Quando tratamos de um negócio rural, também devemos selecionar pessoas aptas às funções, certo?!

Neste caso, estamos tratando das pessoas que vão fazer a parte da logística do negócio agro.

A logística rural, assim como a logística empresarial, deve ser algo bem dinâmico. É preciso estar atento às sazonalidades produtivas e, além disso, às condições climáticas, que influenciam muito neste tipo de negócio.

Atualmente, existe formação específica para a área, com cursos de logística em diversos níveis: curso técnico, graduação e pós-graduação.

Eles ajudam na formação de profissionais com competências para gestão de estoques, fluxo de produtos, logística reversa, etc.

O mercado de trabalho demanda profissionais com expertise na área, o que reduz gastos, utilizando melhor os recursos, conseguindo suprir as demandas de mercado.

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Profissionais de logística podem atuar em diversas funções, com gestão de produtos desde o estoque até a entrega, por exemplo
(Fonte: TecHoje)

5ª Dica – Diversifique transportadoras

Quando se trata de logística, é comum associarmos a transporte, não é mesmo?

Realmente não estamos errados, mas devemos ter em mente que não é só isso que uma pessoa da logística faz!

O transporte é de muita relevância dentro da logística porque é através dele que conseguimos levar o produto até o consumidor.

Mas quais os perigos quando essa atividade é mal dirigida?

O primeiro e mais direto reflexo é a não chegada do produto ao consumidor.

Além disso, quando o transporte é feito por uma só empresa, corremos muito risco quanto à qualidade do serviço e até mesmo com relação às entregas.

Então, considere utilizar mais de uma empresa transportadora. Isso ajuda na fiscalização do serviço prestado, pois uma fica de olho na outra e, caso haja algum problema, não haverá o risco do produto não ser entregue.

Nessa fase do processo, o pessoal de logística tem de associar estoque com escoamento, sempre tentando negociar os melhores preços para os produtores.

logística
(Fonte: Sistema Faep)

Conclusão

A logística é fundamental em uma fazenda e impacta seus custos de produção.

Nesse artigo, você conferiu as dicas para melhorá-la na empresa rural e como deve funcionar a sua cadeia de produção.

Também discutimos a questão do transporte da fazenda e a importância da tecnologia para o setor.

Com isso, podemos concluir que, quando feita uma logística bem direcionada, é possível produzir de maneira eficiente, utilizando os recursos da melhor forma, que é produzindo mais.

Como você faz a logística na sua fazenda? Como tem sido seus resultados? Adoraria ver seu comentário!

Como utilizar a entressafra de maneira produtiva em sua fazenda

Entressafra: aproveite o momento menos ocupado para melhorar sua gestão e alcançar maior rentabilidade e eficiência na atividade rural.

Na entressafra, temos menos atividades de campo para realizar na fazenda. Sobra mais tempo, mas também não ficamos parados.

É nessa hora que devemos nos organizar, colocar a “casa” em ordem e nos prepararmos para a safra que virá.

Confira comigo como utilizar o período de entressafra de forma produtiva e nos prepararmos para colher bons frutos na safra seguinte!

O que é o período de entressafra

A entressafra é o período entre o fim da colheita – da principal ou das principais culturas –  e o início do novo ciclo produtivo. Como cada cultura tem um ciclo (algumas são anuais e outras perenes), elas podem diferir quanto ao período que caracteriza a entressafra.

Embora o cronograma de atividades seja mais folgado durante esse período, não é hora de ficar parado!

Utilizar essa maior disponibilidade de tempo de maneira produtiva na fazenda pode fazer toda a diferença no final das contas.

entressafra
(Fonte: Adaptado de Heringer)

Em vez de deixarmos tudo para última hora, um bom planejamento pode determinar o sucesso ou fracasso de uma safra.

Isso requer tempo e organização.

Nada melhor que aproveitar a entressafra para planejar as atividades de sua fazenda, garantindo melhores resultados nas safras seguintes.

Listei 4 coisas para você fazer durante essa época. Confira:

4 dicas essenciais para planejamento na entressafra

1. Organize as finanças da fazenda

Precisamos registrar tudo o que foi gasto com insumos, serviços, impostos e demais custos, e o que recebemos pela venda dos produtos.

E não há momento melhor para fazer isso que na entressafra. Afinal, todo o ciclo de cultivo anterior já foi finalizado.

Devemos elaborar um fluxo de caixa detalhado, mantendo um histórico da saúde financeira da propriedade.

Para te ajudar, deixo uma planilha gratuita para elaborar seu fluxo de caixa. Aproveite!

Finalizado o balanço da safra anterior, devemos começar os preparativos para a safra seguinte.

Com essas informações, somos capazes de planejar a próxima safra de acordo com o orçamento e melhorar nossa gestão.

2. Organize o estoque

A entressafra é a melhor hora para organizar o estoque da fazenda! Ninguém quer chegar na hora do plantio e descobrir que está faltando alguma coisa, não é mesmo?

A ideia é planejar para não fazer falta depois. Desde sementes e fertilizantes, até peças de reposição do maquinário e defensivos, tudo deve ser monitorado.

Mantenha o controle sobre o estoque da sua fazenda. Organize um fluxo de entrada e saídas dos insumos: a data da compra, vendedor, valor pago, quantidade disponível, quanto já foi utilizado, etc.

Separei aqui uma planilha gratuita de controle de estoque. Com certeza ela te ajudará nesse controle!

Essas informações do estoque já vão alimentando nosso fluxo de caixa, tornando tudo mais organizado conforme as operações são realizadas.

3. Planejamento das atividades

Com nosso estoque e fluxo de caixa em dia, podemos planejar melhor as atividades e fazer a gestão da fazenda.

A ideia é começar revisando todas as máquinas e equipamentos, realizando a manutenção do que for necessário.

Troca de óleo, pneus, regulagens… Tudo deve ser levado em conta. Para isso, é fundamental ter um estoque organizado e abastecido.

Previna-se! Pode parecer perda de tempo, mas na hora que precisarmos do maquinário, ele não nos deixará na mão.

Perceba que as coisas estão sempre interligadas: a parte financeira com o estoque, e, por sua vez, o estoque com a manutenção.

Não adianta apenas melhorar um ponto, devemos melhorar o nosso gerenciamento rural como um todo.

Por isso é tão importante organizar-se e planejar as atividades de sua fazenda.

entressafra
Exemplo de planejamento de atividades fácil e rápido com uso do software de gestão agrícola Aegro

4. Atualização

Conhecimento nunca é demais! Utilize o tempo da entressafra para realização de cursos e participar de eventos da área.

Vale atualizar seus conhecimentos sobre a produção agrícola, finanças e sobre o mercado.

Ah, e quem sabe até aprender mais sobre o funcionamento das máquinas para facilitar a manutenção e regulagem delas. Quem fica parado acaba ficando para trás!

Estudando um pouquinho sobre os fatores que afetam sua propriedade, você é capaz de tomar melhores decisões e tornar sua propriedade mais eficiente.

Lembre-se: ampliar o conhecimento não é gastar dinheiro, é investir no futuro.

Aproveite a entressafra para melhorar seu manejo

Buscamos sempre maior eficiência tentando aproveitar ao máximo o potencial produtivo de nossa propriedade.

Contudo, o efeito do clima sobre a culturas agrícolas torna a produção sazonal: a variação anual das condições ambientais faz com que o desenvolvimento das culturas também varie ao longo do ano.

Assim, conforme passa a estação chuvosa, as culturas tornam-se limitadas por um ou mais fatores climáticos, como água, temperatura e fotoperíodo.

O risco de insucesso torna-se maior e, portanto, as opções para ocupar a terra e tirar algum proveito são reduzidas.

A entressafra será tanto maior, quanto maiores forem as limitações para o desenvolvimento das culturas.

De qualquer maneira existem meios de aproveitar esse tempo improdutivo e alguns detalhes que podem ajudar em sua propriedade. Veja:

Uso de culturas de inverno

É uma possibilidade para expandir a janela de produção e garantir uma renda extra ou alimentação animal em locais onde não há limitação hídrica.

Diversificação de atividades

Adicionar a pecuária como atividade pode garantir a produtividade da fazenda durante a entressafra.

Devemos levar em conta que os animais precisam de pasto, silagem e/ou ração, os quais têm sua disponibilidade afetada pelo período de entressafra também.

Um bom planejamento é essencial! Não se faz nada da noite para o dia, ainda mais iniciando uma nova atividade na fazenda.

Manter o solo coberto

É inadmissível deixar o solo descoberto durante a entressafra. Além dos danos causados por erosão, temos uma infestação elevada de daninhas.

Seja com os resíduos da safra anterior ou alguma cultura de cobertura adaptada, mantenha o solo coberto.

Uma opção é o uso do consórcio milho-braquiária, onde a forrageira é mantida para a formação de pasto após a colheita do milho, em sistemas de integração lavoura pecuária (ILP) ou como cultura de cobertura apenas.

entressafra
(Fonte: Embrapa)

>>Leia mais: “Adubação verde e cultura de cobertura: como fazer?”

Oportunidades de negócio: Não se esqueça do mercado de preços agrícolas na entressafra

A sazonalidade da produção concentra a oferta de produtos agrícolas nas águas, quando a maioria das culturas são implantadas.

Isso faz com que o mercado seja inundado com a oferta do mesmo produto, o que derruba o preço.

Da mesma forma, na entressafra, o preço sobe, pois a oferta é mais baixa, já que não há grande produção nesse período.

A ideia aproveitar a entressafra para vender seus produtos, obtendo maior preço.

Claro que não é tão simples assim… É necessário ter uma estrutura de armazenamento da produção para vendê-la depois. Isso requer investimentos.

Pode não ser uma solução em curto prazo, mas é algo para se pensar. Isso pode fazer toda a diferença no futuro.

planilha de fluxo de caixa

Conclusão

Conferimos como o período de entressafra pode ser usado de forma proveitosa para a melhoria da fazenda.

Desde planejar a próxima safra e fazer o balanço da anterior, a entressafra pode ser utilizada para ampliar seus conhecimentos e preparar-se para o futuro.

Desse modo, utilizamos a entressafra de forma produtiva em nossa fazenda e conseguimos extrair o máximo potencial dela!

>> Leia mais: 

Apaga-fogo (Alternanthera tenella): como manejar essa planta daninha

Safra e safrinha: diferenças, dicas e cuidados para o produtor

Manejos pré-plantio: o que você precisa saber para começar bem a próxima safra

E você, tem aproveitado a entressafra para tirar o máximo do potencial de sua propriedade? Conte nos comentários! Abraços e até o próximo texto!

Como fazer administração rural e gestão do agronegócio

Administração rural e gestão do agronegócio: Como alcançar maior rentabilidade melhorando seu planejamento, organização e controle.

Você sabe quanto investiu e quanto terá de retorno nesta safra? Para onde vai a maior parte do seu dinheiro?

Perguntas como essas são fáceis de serem respondidas quando fazemos uma gestão eficiente.

Neste artigo, vou explicar como melhorar sua administração rural e gestão do agronegócio com planejamento, organização, liderança e controle. Confira a seguir!

Administração rural e gestão do agronegócio: O que é

Administração rural e gestão do agronegócio não são sinônimos. A gestão de uma empresa é muito mais do que a administração do seu negócio.

A administração rural pode ser definida como um conjunto de atividades que ajudam a tomada de decisões na lavoura. O processo administrativo é composto por 4 etapas: planejamento, organização, liderança e controle.

Assim como em qualquer ramo, no agronegócio essas etapas também são fundamentais, principalmente o planejamento. Ele é primordial devido às incertezas que ocorrem no setor agrícola, como as condições climáticas, por exemplo.

Já a gestão do agronegócio envolve a administração da cadeia produtiva, levando em consideração mercado, tendências, tecnologias e produtividade.

Como você pode perceber, elas caminham juntas e quando bem coordenadas, trazem benefícios para sua propriedade. Assim, o papel do gestor e administrador se resume a uma questão central que é a produtividade e como alcançá-la com máxima eficiência.

E para isso, aquelas habilidades que eu mencionei são essenciais para isso. A seguir, vou falar sobre o que compõe cada uma dessas etapas essenciais para a administração rural e gestão do agronegócio.

>>Leia mais: “Gestão de risco no agronegócio: 4 passos simples para diminuir as incertezas na gestão da sua fazenda”

Etapas da administração rural e gestão do agronegócio

Planejamento

Com o planejamento você conseguirá definir como deseja que sua fazenda esteja no futuro. Assim, define-se metas de curto, médio e longo prazo.

É papel do gestor definir esses objetivos e planejar as metas para se chegar lá.

As metas podem ser definidas como tarefas que devem ser cumpridas dia após dia.

Lembre-se que o planejamento é o sucesso de qualquer empresa, não sendo diferente para as empresas rurais.

Você pode ter metas em diversas áreas, interligadas ou mensuráveis. As mensuráveis podem ser definidas em duas perguntas: quando e quanto.

atividades-realizadas

Planejamento de atividades no software agrícola Aegro

Organização

A etapa de organização consiste em separar as tarefas definidas no planejamento. É muito importante, durante este processo, ter tudo anotado.

Para isso, você pode contar com tecnologias voltadas para a gestão. Muitas ferramentas podem ajudar a aumentar a produtividade e a analisar suas anotações, simplificando o processo.

Já mencionamos aqui no Lavoura 10 os benefícios de usar um software agrícola na gestão da sua fazenda. Confira: “Software rural no sucesso da lavoura: a história de um produtor de Mato Grosso”.

Com a ajuda de um software, você tem o controle da sua fazenda nas mãos.

Liderança

A liderança inclui não apenas definir o que cada membro da equipe vai ter como tarefas, mas também motivar e incentivar a equipe.

A liderança usa a influência para motivar a equipe a alcançar os resultados.

Mesmo se sua empresa for um negócio familiar, há a necessidade de escolher alguém como líder, gestor e administrador da empresa rural.

Controle

Você sabe dizer se as estratégias utilizadas na sua lavoura trazem pontos positivos?

Se você ou seu gestor não sabem dizer se os métodos adotados na fazenda trazem o retorno esperado, possivelmente não estão tendo o controle de todo o processo.

O controle inclui o monitoramento e a avaliação de tudo o que acontece. É através da avaliação de controle que se identifica o que pode ser melhorado no processo.

Assim, pode ser realizado um novo planejamento de acordo com a etapa de controle.

Um bom controle também exige que se tenha todas as informações anotadas.

Com base na análise dos dados podem ser definidos novos planejamentos. Entendendo como tudo funciona pode-se visualizar o que precisa ser modificado.

Portanto, desenvolva boas práticas de gestão e faça auto avaliações para saber se os resultados estão sendo alcançados.

Agora que já definimos algumas etapas essenciais na gestão da sua fazenda, vamos ver mais algumas dicas que podem lhe auxiliar nesta tarefa!

Como melhorar sua administração rural e gestão do agronegócio

Como já falamos, administração rural e gestão do agronegócio andam lado a lado e impactam diretamente a rentabilidade da sua fazenda.

Mas não é difícil encontrar propriedades rurais com dificuldade em fazer uma boa gestão.

Entre os erros mais comuns, vemos:

  • Não registrar informações importantes, deixando apenas na memória, caindo no esquecimento;
  • Não ter organização financeira e/ou misturar despesas pessoais com as da atividade agrícola;
  • Não calcular o lucro adequadamente – muito comum se você não sabe avaliar custos e receitas.

Sem esse controle, fica difícil mensurar resultados obtidos com os cultivos, analisar custos de cada plantio e perceber onde poderiam ser reduzidos custos de produção, etc.

E essa situação piora se há mais de uma atividade econômica na propriedade. Fica difícil distinguir o dinheiro recebido com a venda do arroz do obtido com a venda do leite, por exemplo.

Uma boa administração rural e gestão do agronegócio ajuda na tomada de decisões assertivas na lavoura e a melhorar o posicionamento perante o mercado.

Além disso, é possível evitar o desperdício de insumos, se preparar melhor para eventuais períodos de crise e otimizar tempo e mão de obra.

Para uma boa gestão, invista em tecnologia. Hoje, há muita tecnologia no campo. Temos plantas transgênicas resistentes a insetos, drones, etc.

Então, por que não investir em uma tecnologia que vai te auxiliar na gestão da lavoura? E, melhor ainda, compilar as informações necessárias para tomadas de decisões importantes no dia a dia?

Comece a usar o Aegro hoje mesmo na sua fazenda:

Foto de pilhas de papeis, com chamada para baixar o guia de software

Conclusão

Ter uma boa administração rural e gestão do agronegócio é cada vez mais necessária na fazenda.  

Deixar de fazer a gestão pode significar perdas de produtividade na lavoura.

Falamos sobre as habilidades necessárias ao gestor e como aplicá-las à sua propriedade.

Então, aproveite essas informações e toda tecnologia disponível para melhorar sua gestão e alcançar ótimos resultados!

>>Leia mais:

Planilhas agrícolas x softwares: O que é melhor para sua fazenda
Planilha de gastos agrícolas: Como fazer e como contê-los (+planilha grátis)”

Calcule seu custo de produção de milho por hectare

Custo de produção de milho por hectare: saiba quais dados considerar e como isso otimiza seu gerenciamento para obter mais rentabilidade

Insumos, tecnologia, maquinário. Tudo isso está envolvido nos custos de produção da lavoura. Você sabe o que considerar no cálculo do custo de produção de milho por hectare?

Você anota tudo e depois não sabe o que fazer com as informações? Se esse é o seu caso, cuidar dos custos de produção deve ser uma prioridade. Assim, você consegue cuidar melhor das finanças e não ficar para trás nos lucros.

Neste artigo, veja quais dados considerar para o cálculo e como otimizar seu gerenciamento para obter mais rentabilidade na plantação de milho. Veja a seguir!

Como calcular o custo de produção de milho por hectare

Para saber quanto custa plantar um hectare de milho, você precisa considerar vários fatores. A combinação desses fatores forma o custo de produção. Veja quais são:

Cada fator é dividido por unidade de área, sendo conhecidos por coeficientes técnicos de produção. Eles podem ser medidos em: tonelada, quilograma, litros e horas ou dia de trabalho. As unidades de medidas vão depender do que está sendo considerado.

O valor de cada fator muda em relação à região de cultivo. Vale lembrar que o custo de produção de milho por hectare também muda pelo nível tecnológico utilizado. Os dados devem ser anotados corretamente. 

Para ter maior controle do cálculo, normalmente os custos são divididos em:

  • custo variável: despesas com a lavoura, despesas de pós-colheita e financeiras;
  • custo fixo: depreciação e exaustão;
  • custo operacional: custo variável + custo fixo, renda de fatores (remuneração esperada sobre o capital fixo e terra);
  • custo total: custo operacional + renda de fatores.

Esses custos são divididos entre as máquinas e implementos, insumos, irrigação e outros custos. Veja abaixo o que cada um destes tópicos considera para o custo de produção.

1. Máquinas e implementos agrícolas

As máquinas e implementos agrícolas são usados para o preparo e correção do solo, plantio, tratos culturais, colheita e pós-colheita. Os coeficientes técnicos para cálculo do custo do plantio incluem: 

  • horas trabalhadas por hectare;
  • preço do combustível;
  • salário do operador e seus encargos sociais.

Como calcular a hora/máquina

Você precisará saber o preço e a quantidade consumida dos itens de cada equipamento, tudo isso por cada hora de trabalho. Considere:

  • a potência;
  • gastos com óleo diesel;
  • filtro/lubrificantes;
  • energia;
  • salários e encargos sociais e trabalhistas dos operadores.

O consumo de óleo diesel, segundo a Conab, é igual a 12% da potência da máquina.

Para motores estacionários elétricos, o consumo de energia elétrica é igual a 75% da potência da máquina.

Os gastos com filtros e lubrificantes são estimados em 10% das despesas de combustível. Por outro lado, a remuneração dos operadores é geralmente expressa em horas trabalhadas no mês. O valor é dividido por 220, a média de horas trabalhadas em um mês. 
Aqui, nesse valor, considere 8 horas de trabalho por dia, durante 5 dias por semana.

custo de produção de milho por hectare: tela do aegro que mostra custos totais operacionais

Controle de horas trabalhadas e custo operacional das máquinas de modo ágil e fácil com software agrícola Aegro

2. Insumos

Os insumos também devem ser considerados no custo de produção de milho por hectare. Entretanto, a forma de calcular cada tipo de insumo é diferente e você precisa estar de olho nisso.

Defensivos

Inclua aqui os gastos com herbicidas, inseticidas, fungicidas e adjuvantes. Para saber o gasto com esses produtos, anote a dose utilizada por hectare e o preço pago pelo produto.

Fertilizantes

Considere os gastos com calcário, gesso agrícola, macro e micronutrientes. Assim como nos gastos com defensivos, você também precisará saber as doses e quantidade utilizadas. Anote também o preço pago por quilo, litro ou tonelada.

Sementes

Neste caso, o custo é calculado pela quantidade de semente de milho utilizada no plantio. O valor é multiplicado pelo preço pago. O preço pago pelos insumos podem apresentar grandes variações no decorrer do ano.

Fique de olho no mercado dos insumos necessários para sua produção. Ele afeta diretamente seu custo e sua rentabilidade. 

3. Irrigação

Caso você opte pela plantação de milho irrigado, a irrigação deverá ser incluída nos custos de plantio e da safra. Para este cálculo você precisará saber aspectos ligados ao:

  • clima;
  • solo;
  • turno de rega;
  • topografia;
  • método de irrigação; 
  • legislação;
  • regras de cobrança;
  • isenção de pagamento do uso da água.

O cálculo será a soma dos gastos com a outorga, captação, consumo e efluentes. O valor é dividido pela produtividade da cultura. Caso você não se enquadre no pagamento do uso da água, o custo de produção será o gasto com:

  • o conjunto de motobomba e/ou motores utilizados (hora/máquina);
  • depreciação;
  • manutenção;
  • seguro agrícola
  • remuneração do investimento no conjunto de irrigação.

4. Outros custos variáveis

É importante considerar outros custos que variam conforme a produção. Considere os custos com seguro agrícola, transporte, impostos sobre venda de milho e taxas sobre produção, beneficiamento dos grãos e outros.

Gestão de custos de produção agrícola pelo Aegro

Visualização de custos de uma fazenda com gestão pelo Aegro (dados são ilustrativos)

Como calcular a produtividade de milho por hectare

Estimar a produtividade de milho por hectare pode parecer difícil, mas você pode aprender em apenas três minutos. Veja no vídeo a seguir:

Saiba estimar a produtividade de milho em 3 minutos!

Com a estimativa da produtividade do milho, você consegue calcular o preço de equilíbrio. Esse valor te auxilia nas tomadas de decisão. A estimativa da produtividade vai te mostrar se o que foi investido e os manejos foram suficientes para o retorno esperado.   

Ainda, considere o seguinte ponto na estimativa de produtividade de milho safrinha por hectare: sua produção sofreu avanço tecnológico. No entanto, nem sempre a redução de custos na implantação de áreas para silagem reflete em melhor retorno. 

As áreas para silagem devem ser planejadas para uma elevada produtividade.

Preço e produção de equilíbrio e lucratividade por hectare de milho

Preço de equilíbrio

O custo médio para produzir um hectare de milho na safra depende do nível de tecnologia que você irá adotar na sua lavoura. 

Sabendo seu custo e projetando a produtividade, você consegue calcular o preço mínimo de venda para conseguir pagar todas as despesas obtidas na produção. Esse preço é denominado preço de equilíbrio

Ao vender sua saca por esse preço, não há lucro e nem prejuízo. Ele é calculado pela fórmula: preço de equilíbrio = custo total da produção por hectare dividido pela produção esperada por hectare.

Com este valor, é possível realizar a venda futura do seu cereal. Com ele, você já tem ideia do lucro de 1 hectare de milho que possivelmente será obtido. Anote corretamente todos os gastos para a estimativa de ganho ser correta, até mesmo os menores valores.

Outro ponto de atenção: a agricultura é uma empresa a céu aberto. Fixar preço de venda futura deve ser algo feito de maneira cautelosa. Faça isso apenas se você realizar o custo de produção corretamente.

Produção de equilíbrio

Há possibilidade também de realizar o cálculo da produção de equilíbrio. Para isso, é importante ter o custo de produção correto da sua área. Tenha também o histórico de preços de comercialização dos grãos de milho na sua região.

Nos últimos anos, os preços das commodities agrícolas vem apresentando oscilações. Então, para esse cálculo, utilize os valores mais consolidados de venda da sua região.

O cálculo é realizado da seguinte forma:

  • Produção de equilíbrio = custo total da produção por hectare dividido pelo preço de venda esperado por saca.

Sabendo a quantidade de sacas de milho necessárias para pagar o custo de produção obtido, acima desta quantidade é considerado lucro por hectare. Estes cálculos são importantes para te auxiliar no momento da comercialização.

Saber essas margens de preço e produção necessárias para pagar todos os gastos obtidos com a lavoura, te traz mais confiança e segurança na venda. Isso só é possível se o custo de produção for realizado de modo organizado e correto.

Use estas informações para definir as estratégias de venda do seu cereal, seja antes ou depois da colheita.

Lucro por hectare de milho em 2023

Entendendo seus custos você consegue definir o seu lucro por hectare de milho. O lucro de 1 hectare de milho depende, além dos seus custos, do preço final que você coloca na saca.

Claro que o preço no momento da venda será o definitivo na lucratividade por hectare do seu milho. Entretanto, tendo definido estes valores de equilíbrio e conhecendo o mercado, é possível obter as melhores oportunidades.

O lucro por hectare do milho em 2023 para o milho safra, provavelmente será inferior ao obtido ano passado. Afinal, o preço dos insumos estava elevado no momento de compra, principalmente do adubo.

Já para o milho de segunda safra, o preço dos insumos está mais estável e com queda nos valores dos adubos. Entretanto, há dois pontos negativos para a lucratividade da 2ª safra:

  • produtividade do milho segunda safra é menor;
  • alta pressão de cigarrinha, que aumenta o custo com produtos.

Além de você fazer corretamente os tratos culturais, é importante acompanhar os principais pontos que interferem no preço do milho em 2023. A seca na Argentina, guerra entre Rússia e Ucrânia, área de plantio dos Estados Unidos e colheita brasileira são exemplos.

Somente tendo uma visão geral do mercado e realizando corretamente seus custos e preço equilíbrio, é possível conseguir atingir o lucro por hectare de milho desejado.

Quanto custa plantar um hectare de milho?

Plantar um hectare de milho verde pode custar em média R$ 6 mil reais. Entretanto, esse valor depende muito da sua região e da tecnologia utilizada na sua lavoura. 

Portanto, é muito importante que você busque referências externas. Entenda como estão os seus resultados em relação a outras fazendas. Para fazer esse estudo de mercado de forma rápida, recomendo que você utilize o nosso kit comparativo de custos de safra!

O kit conta com duas planilhas: uma para calcular seus custos de produção por hectare e outra para comparar seu resultado com fazendas de todo o Brasil. Basta clicar na imagem abaixo para baixar!

Custo de produção agrícola: Controle tudo pelo Aegro!

Automatizando o cálculo do custo de produção 

Para simplificar o processo do cálculo, os usuários do Aegro contam com diversas funcionalidades. Com o software de gestão agrícola, você consegue:

  • controlar a quantidade de combustível e o gasto por safra;
  • registrar o abastecimento das máquinas e veículos;
  • calcular a depreciação de máquinas;
  • calcular o custo de hora máquina;
  • gerar relatórios para auxiliar na gestão do maquinário.

Um exemplo disso é o relatório de consumo e eficiência de máquinas e veículos. Ele te ajuda a comparar o consumo e gastos das máquinas.

Acompanhe a quantidade de insumos planejados na safra e a quantidade utilizada por área. Isso te apoia na identificação de gargalos no seu custo de produção.

Controle de insumos planejados, utilizados e percentual por área para gestão no software agrícola Aegro

Controle de insumos planejados, utilizados e percentual por área para gestão no software agrícola Aegro

Com todos os dados disponíveis, é possível acompanhar dentro do Aegro o custo realizado por safra e gerar relatórios completos ou simplificados.

Acompanhe o custo realizado com o Aegro

Com dados da sua produção disponíveis no sistema, é possível visualizar gráficos e emitir relatórios de rentabilidade de safra. Assim, você acompanha dados como preço médio de venda, quantidade de produção vendida, produção em estoque e despesas da safra.

Indicador e relatório de rentabilidade da safra no software Aegro

Indicador e relatório de rentabilidade da safra no software Aegro

Quer ver todas essas funcionalidades de perto? Então peça uma demonstração gratuita do Aegro!

  • Computador (teste grátis por 7 dias – clique aqui)
  • Celular Android (aplicativo gratuito – clique aqui)
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  • Utilize seus Pontos Bayer para contratar a versão completa do Aegro (clique aqui)

Conclusão

O custo de produção de milho por hectare varia conforme a região de plantio e nível de tecnologia adotado.

Neste artigo, você viu o que considerar para chegar ao custo de produção na sua lavoura. Também falamos sobre o preço e produção de equilíbrio da safra e como calcular a produtividade de milho na sua lavoura.

Com essas informações em mãos, você conseguirá gerenciar melhor sua propriedade para obter mais lucratividade.

Como você calcula seus custos de produção de milho por hectare? Não deixe de compartilhar este artigo com sua equipe de trabalho!

5 maneiras de melhorar seu gerenciamento rural

Gerenciamento rural: entenda como ele pode contribuir para uma fazenda mais eficiente e produtiva!

O setor agropecuário é muito competitivo. Não há espaço para amadorismo.

O produtor rural, que já era muito bom da porteira para dentro, agora tem de ajustar seu sistema de acordo com as exigências da porteira para fora.

Para isso, é fundamental que se tenha uma boa gestão das atividades da propriedade rural.

Reuni algumas dicas que vão facilitar o gerenciamento rural, ajudando a tornar seu sistema mais eficiente. Confira comigo!

Gerenciamento rural: como funciona o sistema

O cenário em que a produção agropecuária está inserida é complexo.

Temos as propriedades rurais em si, o mercado e os recursos que utilizamos para produzir.

Hoje já não adianta apenas conhecer muito bem o que acontece porteira adentro. É preciso saber o que acontece fora dela também!

Fatores externos à propriedade, como a economia global, câmbio e mesmo as leis e impostos, afetam diretamente o agronegócio brasileiro.

Mais que produzir, precisamos gerenciar e administrar bem essas informações para obtermos os melhores resultados em nossa propriedade.

Muitas vezes isso requer grandes mudanças no sistema produtivo.

Esteja aberto a mudar seu ponto de vista para não ficar para trás!

Um bom gerenciamento rural exige que o modo como se encara a atividade agrícola mude: os produtores rurais devem ver sua propriedade como uma empresa rural.

Aplicando o conceito de empresa rural, seremos capazes de gerenciar todas as atividades e ter controle das finanças.

Além disso, podemos analisar melhor o mercado e avaliar o desempenho da empresa, tornando-a mais eficiente e rentável a longo prazo.

Isso requer um bom gerenciamento rural.

Mas antes de falar do gerenciamento propriamente dito, temos que nos familiarizar com alguns conceitos chave: empresa rural, gestão agrícola e administração rural.

Calma, meus amigos! Parece muita coisa, mas não é! Aqui no Blog do Aegro temos muito material para te ajudar, como nos dois textos que sugiro abaixo:

>>“O que é administração rural e como usar em sua propriedade”

>>“Como negociar preços mesmo sendo pequeno produtor através da gestão de fazendas”

Isso vai te ajudar a entender a importância de se organizar e gerenciar para melhorar os resultados de sua empresa rural.

gerenciamento rural
Exemplo de gerenciamento rural fácil e ágil do Aegro

5 maneiras para melhorar seu gerenciamento rural

1. Tenha sempre um bom plano

Nossa empresa rural deve ser dinâmica, como se fosse um veículo em movimento fazendo a rota de entrega.

O planejamento são os detalhes dessa viagem: as rotas disponíveis até o destino, as possíveis paradas, o quanto vamos gastar, o que devemos levar na viagem, etc.

No percurso, podemos errar o caminho ou aparecer um obstáculo na pista e termos que desviar. Nessas horas, conhecer rotas diferentes para chegar ao destino final é importante!

Um bom planejamento faz isso: te mostra os melhores caminhos a seguir e como contornar adversidades caso elas apareçam durante o percurso!

Controle de atividades agrícolas no Aegro
Exemplo de cronograma de atividades dentro do planejamento no Aegro

Mas, para decidir qual caminho é o melhor naquele momento, precisamos de um bom motorista… Por isso:

2. Gerenciamento rural: “você no volante”

O gerenciamento rural permite que você assuma o volante deste veículo. Você passa a controlar cada detalhe da sua empresa durante a jornada até a venda da produção.

Gerenciar é controlar as diversas atividades que compõe o dia a dia de nossa empresa. Faz parte disso manter um histórico detalhado de todos os processos que auxiliem na tomada de decisão.

Em outras palavras: sabendo onde estamos, podemos, então, decidir para onde ir.

Como ao dirigirmos, é necessário prestar atenção ao redor antes de tomar as decisões. Ou seja, ficar atento às coisas que estão acontecendo no ambiente em que sua empresa está inserida.

O modo como o mercado funciona, que produto ele exige e quanto paga por esse produto são coisas que o empresário rural deve se perguntar e entender.

Essas perguntas são importantes para avaliarmos o desempenho da nossa empresa e podem definir tudo que acontece dentro da porteira.

gerenciamento rural
(Fonte: Datacoper)

3. Estoque: O “tanque de combustível” da nossa empresa

De maneira simplificada, o estoque é o tanque de combustível do nosso veículo.

O combustível da nossa empresa são os insumos que utilizamos para produzir: sementes, adubos, produtos fitossanitários, diesel, peças de trator, etc.

Ninguém quer parar no meio do caminho porque acabou a gasolina, não é mesmo?  

Quantidades insuficientes de insumos podem atrasar ou inviabilizar o plantio, a cobertura e os tratos culturais.

É necessário mantermos um estoque organizado e um fluxo de entradas e saídas detalhado: de onde compramos, quanto pagamos, quantidade disponível em estoque e onde estão guardados (qual galpão, por exemplo).

Para te ajudar, vou deixar uma planilha gratuita de controle de estoque para você pôr a mão na massa!

4. Não deixe para última hora

Com o estoque em ordem, podemos agora planejar melhor as atividades da propriedade, buscando maior eficiência nas operações.

Inicialmente programamos e realizamos a revisão e manutenção do maquinário.

Em seguida, detalhamos o que cada operação irá precisar, desde insumos, máquinas, operadores e época correta de realização.

A ideia é planejar cada operação!

Desse modo, as máquinas ficam prontas para o trabalho e, para cada atividade, a quantidade de insumos e pessoal estará ajustada.

Além disso, as operações ficam organizadas ao longo do ano para que não haja problemas.

Com essas medidas, é possível maximizar a qualidade das operações, o uso de insumos e de pessoal. Evitamos contratempos e gastos desnecessários.

5. Fluxo de caixa: será que a conta vai fechar?

O fluxo de caixa consiste no monitoramento das entradas e saídas de dinheiro do empreendimento.

Voltando à analogia do nosso veículo: precisamos manter um registro de todos os custos e despesas para que eles não sejam maiores que o valor que receberemos pelo frete ao chegar no destino.

A ideia é manter um histórico detalhado do que foi gasto com sementes, adubos, serviços de terceiros, fretes, imposto, entre outros; e do que recebemos pelas vendas de nossos produtos.

Assim podemos elaborar um fluxo de caixa e descobrir se estamos realmente obtendo lucro ou mesmo como reduzir custos.

Separei uma planilha gratuita de fluxo de caixa que, com certeza, facilitará seu dia a dia!

Simplifique seu gerenciamento rural

Existem várias maneiras de realizar o gerenciamento rural.

Podemos anotar em cadernos e planilhas, mas são tantas informações que fica difícil manter organizado. E, pior, fica difícil quando o produtor precisa extrair algo de útil para o futuro da empresa.

Além disso, quando queremos um maior nível de detalhamento, talhão a talhão, por exemplo, a coisa se complica.

Mas um software de gestão agrícola, como o Aegro, facilita esse gerenciamento da nossa empresa rural!

Com ele, conseguimos controlar o estoque detalhadamente, planejar as atividades da fazenda, manter um fluxo de caixa automatizado, a ainda obter relatórios de custos e rentabilidade.

gerenciamento rural
Exemplo de análise de rentabilidade em uma fazenda pelo Aegro

Confira algumas opções para começar a gerenciar sua propriedade com o Aegro agora mesmo:

  • Teste grátis do sistema completo por 7 dias (clique aqui);
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  • Utilize seus Pontos Bayer para contratar a versão completa do Aegro (clique aqui).

Conclusões

Conferimos como o gerenciamento rural é fundamental para conduzirmos nossa empresa. E ele não precisa ser um bicho de sete cabeças!

Com um bom gerenciamento, conhecemos a fundo nosso sistema e controlamos cada passo para melhorarmos o desempenho e alcançar nosso objetivo.

Nossa empresa passa a ser mais eficiente e dinâmica, pronta para enfrentar as adversidades que possam surgir.

Você pode começar o seu gerenciamento rural com as planilhas de controle de estoque e fluxo de caixa. Mas vale a pena investir em um software de gestão agrícola para agilizar esses processos na sua fazenda.

>> Leia mais:

“Como utilizar a entressafra de maneira produtiva em sua fazenda”

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