Como fazer o rateio de custos simples e efetivo

Rateio de custos: saiba como fazê-lo de forma prática para ajudar a tornar a gestão financeira da propriedade mais eficiente

Com muitas atividades para gerenciar, às vezes fica complicado administrar todos os custos da fazenda.  Mais difícil ainda é saber qual atividade tem dado lucro ou prejuízo…

É o rateio de custos de sua propriedade rural que te ajuda a entender e solucionar esse problema! 

Dúvidas sobre o rateio, especialmente com duas ou mais safras ou atividades econômicas na fazenda? Confira todas as dicas de como fazê-lo.

O que é rateio de custos e sua importância

Dentro de uma propriedade rural, geralmente, temos mais de uma atividade sendo realizada: produção de grãos e criação de animais, por exemplo.

Cada uma dessas atividades tem um custo associado, que somados, compõem o custo total da propriedade.

Rateio de custos é dividir o custo proporcionalmente a cada atividade, área ou categoria. Desse modo, é possível fazer o cálculo da lucratividade de cada coisa e avaliar o retorno que cada uma dá.

Sem saber os custos, não conseguimos saber o lucro da propriedade. 

Pode ser que uma das atividades esteja no vermelho, prejudicando o orçamento no final do mês. 

Analisando tudo junto, fica difícil saber o que está errado. Em outras palavras, de pouquinho em pouquinho, vamos perdendo dinheiro sem nem perceber.

Isso ninguém quer, não é mesmo?

O rateio de custos favorece a análise individual de cada atividade, identificando os problemas e possibilitando que se tomem medidas para solucioná-los.

Primeiros passos para começar o rateio de custos

Primeiramente, é necessário que se tenha organização. Sua propriedade deve ser como uma empresa rural.

Os estoques de insumos e peças devem estar organizados, as contas e o fluxo de caixa em ordem.

Em outras palavras, você precisa conhecer sua propriedade como a palma de sua mão, nos mínimos detalhes.

Pode parecer complicado e trabalhoso no início, mas o tempo investido nesse detalhamento poupará esforços depois.

Com tudo organizado, podemos então começar o rateio de custos. Para isso, precisamos nos familiarizar com alguns conceitos.

rateio de custos

Rateio de custos permite saber a participação de cada produto ou atividade no custo total da empresa rural 

(Fonte: Acceasa

Diferentes custos e tipos de rateio

De modo simplificado, podemos definir dois tipos: custos diretos e indiretos.

Os custos diretos são aqueles inerentes à realização de determinada atividade. Ou seja, são os insumos (adubos, agroquímicos, vacinas, rações, etc), mão de obra e outros materiais que se sabe exatamente para qual atividade foram utilizados.

Por exemplo, as vacinas do gado não poderiam ser usadas na lavoura de milho, não é mesmo? Portanto, são custos diretos da bovinocultura. Mas os herbicidas usados na lavoura são custos direto da produção de milho.

Por outro lado, se utilizarmos um trator para o manejo do milho, mas também o usarmos para tratar do gado, os custos de diesel e hora máquina não são bem definidos para cada atividade.

Esse tipo de custo é chamado indireto, pois várias atividades fazem uso de um insumo, máquina ou funcionário em comum.

Nesse caso, o rateio por custos indiretos irá definir quanto desse custo vai para cada atividade. Mas isso veremos mais pra frente.

rateio de custos

(Fonte: Fortes Tecnologia)

Separando as atividades

Cada atividade desenvolvida na empresa deve ser tratada de forma independente, salvo em situações em que estão diretamente ligadas. 

Por exemplo, a fazenda produz grãos para venda e silagem para alimentar o gado leiteiro. Nesse caso, a produção de grãos é totalmente independente das outras duas atividades.

Por outro lado, a produção da silagem é direcionada para alimentação do rebanho, faz parte da atividade leiteira. Portanto, os custos da produção de silagem entram no rateio de custos da pecuária leiteira.

Lembre-se que nada impede de se fazer o rateio somente da produção de silagem, mas que o objetivo final é a produção de leite.

Separando os custos

Como vimos anteriormente, devemos prestar atenção nos custos indiretos de nossa propriedade. 

Aqueles custos que são compartilhados por mais de uma atividade da fazenda, como óleo diesel, horas máquina, energia elétrica e funcionários que atuam em mais de um tipo de serviço.

Nesses casos, é ideal se que calcule a quantidade de insumo foi gasto para cada atividade ou quantas horas dos funcionários ou máquinas foram dedicadas a cada uma.

Esses custos devem ser divididos proporcionalmente para cada atividade:

Por exemplo: de um total de 8 horas/dia, um funcionário dedica 6 horas para tratar do gado e o restante (2h) para a irrigação da lavoura de grãos. Ele dedica 75% do seu tempo para a criação do gado e 25% para a lavoura.

Assim, o custo correspondente ao salário desse trabalhador deve ser dividido nessa proporção nos centros de custo!

Supondo que ele ganhe R$ 2.000, R$ 1.500 (75%) seriam rateados para a pecuária e R$ 500 (25%) para a lavoura.

O mesmo raciocínio é válido para saber quanto cada atividade deveria pagar dos gastos com máquinas e óleo diesel.

Com isso, a divisão fica proporcional ao trabalho realizado em cada projeto ou atividade, sem que haja desbalanços como ocorreria se utilizássemos um valor igual para todos.

Os 3 métodos de rateio de custos

De modo prático, o rateio de custos é separar os custos de cada atividade. A partir disso podemos calcular a lucratividade de cada uma, levando em conta a receita bruta delas.

Além disso, a dica é ganhar tempo já fazendo a contabilidade de sua empresa rural de forma detalhada, já separando para cada atividade. 

Assim, o “grosso” do rateio de custos diretos já estará feito ao fim da safra. Acrescentamos a isso os custos indiretos, fazendo o rateio proporcional de todos os processos da fazenda.

A partir disso, podemos analisar a lucratividade ao fazer o balanços dos custos rateados com as receitas brutas também rateadas. Abaixo temos os 3 métodos de rateio mais utilizados na agricultura:

Rateio por Absorção

É um dos métodos mais usados, uma vez que divide custos igualmente pelos itens analisados. É o mais intuitivo de todos e é aquele sobre o qual já comentamos aqui.

Rateio por Atividade

É um método um pouco mais complexo e abrangente. Nesse tipo de rateio, você precisa realmente mensurar o uso de um determinado custo para fazer a separação posterior. Por exemplo o quanto cada atividade usa uma máquina por mês.

Rateio por Faturamento

O faturamento também é um tipo comum de critério para divisão dos custos. Supondo que você tenha dois produtos agrícolas (A e B). Se o item B fatura o dobro, ele também será responsável pelo dobro de custos.

Rateio de custos com um software agrícola

Não é preciso quebrar a cabeça para fazer o rateio de custos na sua fazenda. Com um software agrícola, esse cálculo se torna muito mais automatizado.

No Aegro, por exemplo, cada despesa lançada no seu financeiro pode ser facilmente atribuída como um custo de safra, estoque ou fazenda.

Além disso, você consegue ratear o valor de uma nota fiscal entre diferentes safras. O gasto será divido automaticamente pelo sistema, de acordo com a extensão das suas áreas de plantio.

Depois, ao realizar as suas atividades no campo, você registra no software a quantidade de produto que aplicou e até mesmo a máquina ou implemento agrícola que utilizou.

Assim, a divisão de custos de insumos e combustível pelos talhões da lavoura fica ainda mais precisa.

A qualquer momento, a participação de cada categoria de despesas nos custos da sua propriedade pode ser visualizada em detalhes, de forma rápida.

planilha de controle de endividamento rural com rateio por participante

Conclusão

Para sabermos se nossa propriedade rural é lucrativa, precisamos conhecer nossos custos.

Melhor ainda se soubermos como é a lucratividade de cada atividade da fazenda.

O rateio de custos atua exatamente aí, facilitando a análise da nossa propriedade, caso a caso.

Assim é possível identificarmos possíveis problemas e agirmos para solucioná-los e retomar a lucratividade.

>> Leia mais:

Gestão de custos da fazenda: O que é e como fazer

Planilha de gastos agrícolas: Como fazer e como contê-los (+ planilha grátis)

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Planejamento operacional da fazenda: aprenda a fazer e torne sua propriedade mais lucrativa!

Planejamento operacional: Aprenda os principais pontos para planejar suas atividades e tornar sua propriedade mais eficiente. 

Você já teve aquela sensação de que poderia estar extraindo mais de sua fazenda?

A falta de organização geralmente é uma das principais causas de ineficiência e altos custos nas propriedades agrícolas.

O planejamento operacional pode te ajudar a organizar melhor suas atividades e tornar sua fazenda mais eficiente e lucrativa.

Entenda no texto a seguir!

Os tipos de planejamento

Ao realizar o planejamento de uma empresa, temos várias esferas e níveis de detalhamento. Assim, tem-se os diferentes planejamentos: estratégico, tático e operacional.

planejamento operacional

(Fonte: Marcocontabilidade.com.br)

No planejamento estratégico, definimos os objetivos de nossa empresa, numa visão mais ampla e de longo prazo. É o “destino da nossa viagem”.

Já o planejamento tático são os meios que serão utilizados até o nosso objetivo. Seria o carro e as várias rotas até o nosso destino.

Mas então, o que é o tal planejamento operacional?

O planejamento operacional é o mais específico dos três, onde o nível de detalhamento é maior. Ele é o motor e as engrenagens que fazem nosso carro funcionar corretamente e nos levar ao nosso destino.

Em nossa empresa rural, o planejamento operacional corresponde ao detalhamento das diversas operações que compõem o dia a dia. 

Por que realizar o planejamento operacional?

Processos básicos como controle de estoque e das operações podem representar uma boa parte dos custos de uma empresa rural.

Como é extremamente detalhado, o planejamento operacional permite um controle fino da nossa propriedade. 

Além disso, proporciona maior eficiência em nossa gestão, minimizando custos e maximizando nosso lucro.

Começando os planos…

Enquanto o foco dos outros dois planos é no médio e longo prazos, o plano operacional foca no curto prazo. É mais ou menos assim: 

“O que nós podemos fazer hoje (curto prazo) que permitirá atingir nossos objetivos no futuro (médio/longo prazo) da melhor maneira possível?”.

Essa pergunta tem todos os elementos que resumem a essência do planejamento operacional. Nós a usaremos como exemplo a seguir.

Quando realizamos o planejamento operacional, devemos ter algumas questões em mente. Respondê-las significa detalhar cada operação e tornar o nosso planejamento mais robusto e correto.

1. O que fazer?

É cada uma das operações de sua propriedade que precisam ser realizadas a fim de alcançar os objetivos e metas de nossa empresa.

Desde avaliar os recursos disponíveis, organizar as finanças e os estoques até planejar as operações de plantio e colheita da fazenda.

De um ponto de vista mais prático, e partindo do pressuposto a empresa rural já está organizada, nosso foco seria nas atividade do dia a dia da fazenda como o plantio, as adubações, controle de daninhas, etc.

Planejamento operacional da empresa é fundamental para atingir objetivos futuros

(Fonte: EESC Jr – USP)

2. Por que fazer o planejamento operacional?

É uma pergunta simples mas que nunca deve ser esquecida. Todas as operações devem ser direcionadas para atingir os objetivos definidos previamente e/ou adaptar-se a um novo planejamento.

3. Como fazer?

São os detalhes de cada operação propriamente dita, com os insumos e os meios utilizados. Suponhamos que iremos iniciar o plantio de uma área de milho, tudo deve ser especificado:

  • Qual será a área plantada
  • Qual semente e a quantidade utilizada.
  • Quanto de adubo será usado no plantio.
  • Qual trator e plantadeira iremos utilizar.
  • Qual a população de plantas.

A lista poderia continuar, mas já deu pra entender a ideia, não é? Esses detalhes todos entram no planejamento e são avaliados após a realização de cada operação. Quanto mais detalhes, maior será seu controle sobre sua empresa. Mas sua dedicação terá que ser maior também.

4. Quem vai fazer?

Definidas as operações, devemos designar quem irá realizá-las.

No planejamento operacional, isso é muito importante. Cada operação está alinhada com os recursos humanos – um colaborador ou um grupo de colaboradores.

É importante que isso fique claro! Seja em um quadro onde todos possam ver as atividades que lhe cabem ou de uma maneira mais sofisticada, com uso de softwares.

planejamento operacional

Planejamento das atividades da fazenda pode ser facilmente visualizado com uso do Aegro

5. Quando faremos o planejamento operacional?

Há um momento certo para a realização das operações, obedecendo critérios técnicos e/ou econômicos.

Para que tudo siga o cronograma, é importante que se estabeleçam datas e prazos para as atividades.

Sabemos que imprevistos que atrasem as operações podem ocorrer (chuvas, por exemplo). Por isso, é importante darmos um prazo para a conclusão das atividades e avaliar o resultado depois desse prazo.

(Fonte: Ideal Marketing)

6. Quanto isso vai custar?

As diversas operações que compõe uma empresa rural têm sempre um custo associado. Seja o gasto com insumos em si ou a própria depreciação do equipamento, tudo deve ser levado em conta na hora de calcular esses gastos.

O planejamento bem feito permite que façamos um orçamento prévio dos custos das operações, o qual podemos comparar com o custo atual da mesmas operações.

Assim, somos capazes de controlar melhor os recursos financeiros, avaliar a eficiência atual de nossa empresa e melhorar a cada planejamento.

Recapitulando as ideias

Lembra da nossa pergunta lá do início? “O que nós podemos fazer hoje (curto prazo) que permitirá atingir nossos objetivos no futuro (longo prazo) da melhor maneira possível?”.

Vamos agora respondê-la de maneira mais detalhada, para resumir a ideia do planejamento operacional.

“O plantio do milho (o que) será realizado na terça de manhã (quando) pela equipe do senhor José (quem) com o trator X e a plantadeira Y (como). Isso irá nos custar R$ (quanto) e nos permitirá seguir com os cronograma da empresa (o porquê)”.

De maneira simplificada, com o planejamento operacional é possível responder a essas perguntas.

Detalhes são a chave para o sucesso

Ao realizar o planejamento operacional, é fundamental que tenhamos nossa empresa “na palma da mão”. Devemos conhecer os recursos disponíveis e termos definição de metas de nossa empresa rural. 

Desse modo, cada operação é planejada dentro do orçamento e da maneira que melhor atenda nossos objetivos.

Um bom planejamento pode e deve ser atualizado! O mercado é dinâmico e sua empresa deve estar sempre pronta para se adaptar a eventuais mudanças.

Por isso, é necessário que constantemente façamos a reavaliação dos nossos projetos, fazendo os ajustes necessários.

Para correta avaliação e controle das operações, é muito importante que sejam feitos relatórios de cada atividade. 

Assim, garantimos que o resultado de cada operação seja o desejado. E, caso algo dê errado, sabemos exatamente o que ocorreu e dispomos das ferramentas para consertar o erro. Fique ligado!

A tecnologia é uma grande aliada do planejamento operacional

Como você pode perceber, são muitos detalhes que devemos controlar para que tenhamos sucesso no planejamento.

Tomar conta de tudo isso é trabalhoso e muitas vezes não conseguimos visualizar as informações facilmente. 

Softwares de gestão agrícola, como o Aegro, facilitam todo esse processo. Com ele é possível integrar todas as informações de sua propriedade, desde o estoque até a rentabilidade de cada área ou atividade.

O planejamento operacional fica muito mais fácil, pois é possível programar cada operação, designando o operador, a máquina e a área que será utilizada.

planejamento operacional

Com Aegro você consegue visualizar facilmente as operações e os custos de cada categoria em sua propriedade

Teste por você mesmo o software de gestão agrícola Aegro. Temos algumas opções grátis para você começar agora:

Para a versão completa, fale com um de nossos consultores aqui!

planilha para planejamento da safra de soja Aegro

Conclusão

Neste artigo, vimos a importância do planejamento operacional e como ele pode trazer inúmeros benefícios à nossa fazenda, desde maior fluidez das atividades até maior lucratividade.

Para sua realização correta, é necessário que tenhamos nossa empresa organizada, desde o estoque até a parte financeira. 

Também é fundamental que conheçamos nosso planejamento e como cada atividade é realizada.

Assim, podemos traçar um planejamento operacional sob medida para nossas necessidades, sem elevar os custos e maximizando a eficiência de nossa propriedade.

Você já tentou melhorar o planejamento operacional da sua fazenda? Restou alguma dúvida? Deixe seu comentário abaixo! Grande abraço!

Planejamento rural: veja como se preparar para o cenário rural no próximo ano

Planejamento rural: Como ele pode te ajudar na tomada de decisões e na preparação da sua fazenda para o futuro, além do passo a passo de como iniciá-lo.

Aumentar a produtividade e lucratividade da fazenda faz parte das estratégias de crescimento dxe um negócio rural.

Mas diante de um cenário de instabilidade e incertezas da economia, como o atual, é comum ter dúvidas se a empresa está mesmo no caminho certo.

Com certeza, a melhor alternativa para se preparar para o futuro e tomar as decisões certas é ter um planejamento rural eficiente.

Então, saiba como se programar e estabelecer suas metas com oito passos para um bom planejamento rural!

O que é planejamento rural e qual sua importância

O planejamento rural é uma etapa de organização e determinação de tarefas para atingir metas como aumento da produtividade e lucros da fazenda. É um processo que envolve estratégia e eficiência para alcançar os resultados!

Planejar todas as atividades nem sempre é fácil, mas é um trabalho essencial para sua empresa rural. E dá para ser feito de maneira mais simples e descomplicada.

Para iniciar esse trabalho, temos de ter em mente quais são os objetivos e quais as perspectivas para a fazenda. Na sequência, definimos as estratégias para alcançar essas metas em curto, médio e longo prazos.

Para isso, é fundamental que seja realizada uma boa gestão de sua propriedade.

Separei então algumas dicas para você iniciar seu planejamento rural!

8 etapas para um bom planejamento rural

Para iniciar o planejamento rural da sua empresa, há algumas etapas que você pode seguir. Confira!

1ª Etapa: Defina objetivos

A primeira etapa para o planejamento, como mencionei, é traçar seus objetivos. Tenha suas metas bem definidas!

Por exemplo, “quero diminuir meus custos de produção em curto prazo”. Ou, então, “quero aumentar minha produtividade em longo prazo”.

Assim, todas as estratégias estarão voltadas aos objetivos propostos.

planejamento rural
Objetivos do negócio rural deverão estar bem definidos
(Fonte: Jornal O Sul)

2ª: Saiba a situação atual da empresa rural

Para isso, você pode responder algumas questões como:

  • Como está a situação financeira da fazenda hoje?
  • A empresa possui clientes fixos?
  • Qual a cadeia produtiva na qual a empresa está inserida?
  • Quais fatores influenciam na lucratividade da empresa rural atualmente?

Ao fazer essas perguntas, você consegue identificar as forças, oportunidades, fraquezas e ameaças da propriedade rural, como mostra a matriz SWOT ou FOFA (Forças, Oportunidades, Fraquezas, Ameaças). 

A finalidade da matriz é detectar pontos fortes e fracos da empresa, com o objetivo de torná-la mais eficiente e competitiva.

Matriz SWOT ou FOFA
Matriz SWOT ou FOFA
(Fonte: SEBRAE)

>> Leia mais: “6 passos para o planejamento financeiro da sua fazenda com sucesso

3ª: Faça seu diagnóstico

Nessa etapa, você deve indicar todas as informações possíveis sobre sua fazenda!

  • Quais as necessidades?
  • Qual o tamanho de sua propriedade?
  • Quais atividades são realizadas em sua empresa rural?
  • Qual sua infraestrutura?

Não se esqueça de detalhar tudo. Todas as informações são muito importantes!

atividades-realizadas
Exemplo de atividades realizadas com uso do software agrícola Aegro (dados ilustrativos)

4ª: Defina o orçamento

Defina qual o orçamento atual de sua empresa rural. Quanto você tem e quanto pode gastar?

Não se esqueça de indicar quais são seus custos fixos!

5ª: Defina estratégias

Como você já traçou seus objetivos, o que tem e quanto pode gastar, nessa etapa vamos definir qual o melhor caminho para atingir esses objetivos!

Nessa fase, o gestor é fundamental. Ele irá discutir e definir ações que te levam a seu objetivo e indicar quais possíveis problemas durante o percurso.

6ª: Planeje o calendário agrícola

Programe-se descrevendo todas as atividades a serem realizadas detalhadamente. Isso inclui desde a compra dos insumos até local de compra e valor.

Não se esqueça de planejar a data de semeadura e, principalmente, da colheita.O planejamento de cada etapa do calendário agrícola é fundamental para o sucesso da lavoura!

Programe-se descrevendo todas as atividades a serem realizadas detalhadamente. Isso inclui desde a compra dos insumos até local de compra e valor.

Não se esqueça de planejar a data de semeadura e, principalmente, da colheita.

O planejamento de cada etapa do calendário agrícola é fundamental para o sucesso da lavoura!

planejamento rural
(Fonte: Sebrae)

7ª: Colete dados

Possuir um controle dos dados de sua propriedade pode lhe auxiliar no planejamento para alcançar os objetivos que foram traçados.

Você precisa ter em mãos informações como:

Com esses dados, é possível realizar projeções para o sucesso da empresa rural.

Além disso, evitam-se desperdícios de produtos e prepara o empreendimento para

eventuais períodos de crise.

8ª: Coloque seu plano em prática e monitore!

Após estabelecer seu plano, coloque-o em prática e monitore sempre.

Um bom planejamento em empresas rurais é atualizado constantemente.

Assim, você continua no mercado de maneira competitiva, com alta produtividade e melhorando a lucratividade sempre!  

Apesar de parecer que há muitas etapas para a realização do planejamento rural, não se preocupe.Para auxiliar em todas as etapas desse planejamento e facilitar a gestão rural, existem ferramentas digitais disponíveis. Isso permitirá que você possua todas as informações da lavoura na palma da mão!

planejamento rural
Com o Aegro fica fácil colocar todos os seus planos de negócio em prática e monitorá-los

A realização do planejamento da empresa envolve também obter conhecimento dos planos e programas disponibilizados pelo governo.

Esses planos e programas podem auxiliar no levantamento de recursos para o custeio da produção e também a fazer novos investimentos.

Plano Safra 2024: o que devemos esperar

O Plano Safra é um programa do Governo Federal de apoio ao setor agropecuário, que oferece linhas de crédito, incentivos e políticas agrícolas, desde os agricultores familiares até os mega produtores. 

No Plano Safra 2023/2024, foram disponibilizados R$ 364,22 bilhões em crédito rural, um crescimento de 26,8% em relação ao ano anterior. Este plano teve início em julho de 2023 e tem vigência até junho de 2024.

As taxas de juros para custeio e comercialização são de 8% ao ano para os produtores enquadrados no Pronamp e de 12% a.a. para os demais produtores.

Para os investimentos, as taxas de juros variam de 7% a.a a 12,5% a.a., de acordo com cada programa

Esta edição do plano incentiva o fortalecimento dos sistemas de produção ambientalmente sustentáveis. Os produtores rurais que adotam práticas agrícolas consideradas mais sustentáveis serão reconhecidos por meio de uma premiação.

Produtores inscritos no Cadastro Ambiental Rural (CAR) que atendam a certas condições, terão direito a uma redução de 0,5 ponto percentual nas taxas de juros de custeio.

  • Programa de Regularização Ambiental (PRA);
  • Sem Passivo Ambiental;
  • Passível de emissão de cota reserva ambiental.

Os produtores que tenham práticas de produção agropecuária mais sustentável, também terão direito à redução de 0,5 ponto percentual nas taxas de custeio. Como:

  • Produção orgânica;
  • Agroecológica;
  • Bioinsumos;
  • Tratamento de dejetos na suinocultura;
  • Pós de rocha;
  • Calcário;
  • Energia renovável na avicultura;
  • Rebanho bovino rastreado;
  • Certificação de sustentabilidade.

Caso o produtor preencha os dois requisitos, ele poderá ter uma redução de até 1 ponto percentual na sua taxa de juros de custeio.

De acordo com a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, o volume de recursos do Plano Safra vai continuar crescendo em 2024 e que, no pior cenário, o montante deste ano será o piso para a temporada 2024/25.

Garantia-Safra 2024

O Garantia-Safra é uma ação do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), que tem como objetivo garantir condições mínimas de sobrevivência aos agricultores familiares de municípios sistematicamente sujeitos a perda severa de safra por razão de estiagem ou excesso hídrico.

Podem participar os agricultores com renda mensal de até um salário mínimo e meio, quando tiverem prejuízos superiores a 50% na produção de algodão, mandioca, milho, feijão e arroz.

O agricultor apto ao programa recebe um benefício no valor de R$ 1.200,00, dividido em cinco parcelas.

O calendário de cadastramento dos agricultores é diferente para cada estado, que define cronograma para o cadastro dos agricultores nos municípios. 

Como o planejamento rural pode ser utilizado no meu dia a dia?

O planejamento é peça-chave na tomada de decisão do gestor, acelerando diversos processos na empresa rural, tanto burocráticos como operacionais.

Na prática, o planejamento rural permite ter uma visão de quando você deve ou não semear, evitando problemas na colheita.

Quais produtos podem ser utilizados no manejo de doenças e plantas daninhas com o que se possui em estoque.

Planejando o calendário agrícola, fica mais fácil evitar desperdícios. E consequentemente ocorrem menores gastos e maior lucratividade.

Além disso, conhecendo quanto tempo demora cada atividade, você consegue otimizar seu dia e organizar melhor os colaboradores.

Vamos conferir agora, algumas ferramentas que podem auxiliar no planejamento rural de sua propriedade!

Ferramentas para seu planejamento rural

Como eu mencionei, existem inúmeras ferramentas que você pode aproveitar. Use a tecnologia a seu favor!

Consultoria e planejamento rural são alternativas se você não entende muito de planejamento e pode investir um pouco mais! Algumas empresas fornecem esse serviço.

Aqui no blog nós já mostramos alguns aplicativos para planejamento agrícola que você pode utilizar em sua propriedade!

Os softwares na agricultura também são ferramentas super importantes porque podem reunir, em um só ambiente, todas as informações da sua empresa rural.

Na prática, a utilização de sistemas que possibilitem a gestão da propriedade, reflete em menores custos para inúmeras operações!

Muitas vezes aumentam a produtividade por permitir ao produtor entender onde estão os erros do processo.

planejamento rural
Com Aegro, você consegue visualizar rentabilidade por talhão da fazenda
de forma segura e rápida

Você pode começar esse controle na sua fazenda agora mesmo. O Aegro tem opções gratuitas e versão completa com teste grátis!

Kit de gestão do maquinário da fazenda

Conclusão

Neste artigo vimos a importância do planejamento rural e como ele é fundamental para diminuir custos, aumentar sua produtividade e lucratividade.

Mostramos quais as possíveis etapas de um planejamento rural e como pode ser utilizado no dia a dia da empresa rural.

Você conferiu ainda algumas opções de ferramentas disponíveis para um bom planejamento rural!

Espero que com essas dicas você alcance ainda mais sucesso em sua fazenda!

>> Leia mais:

“Big Data no agronegócio: a revolução dos dados”

“Elaboração de projetos de crédito rural: entenda pra que serve e como fazer”

“Como uma boa gestão de máquinas agrícolas pode diminuir seus custos de safra”

Você realiza o planejamento rural em sua propriedade? Quer saber mais sobre o assunto? Assine a nossa newsletter e receba todas as novidades diretamente no seu e-mail!

Foto da autora Mariana, sorrindo com uma parede vermelha no fundo

Atualizado em 21 de novembro por Mariana Rezende.

Sou formada em economia e mestre em Economia Aplicada pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Atualmente sou doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Economia e graduanda de Ciências Contábeis na mesma instituição.

Culturas de inverno: como aumentar o rendimento na propriedade

Culturas de inverno: alternativas de plantio, quais espécies utilizar e como se preparar para ter mais rentabilidade na segunda safra.

As culturas de inverno são opções rentáveis para pequenos, médios e grandes produtores.

Elas diversificam a renda, além de promover melhoras significativas no sistema de produção como um todo.

Mas nem sempre a dobradinha ‘soja-milho’ é a mais vantajosa na sua propriedade.

Veja a seguir as melhores alternativas, vantagens, limitações e como se preparar para um plantio de inverno mais rentável!

Culturas de inverno: Alternativas de plantio

Culturas de inverno são gramíneas, oleaginosas ou leguminosas que sucederão a área ocupada com milho ou soja de verão durante período de janeiro/fevereiro até agosto/setembro, visando a produção de grãos, fibra ou biomassa.

São várias as opções viáveis como:

Sua escolha deve ser marcada pela oportunidade econômica da região, optando pela cultura com melhor rentabilidade.

Além disso, preze pelo terceiro pilar do Sistema de Plantio Direto: a rotação de culturas.

Em muitos locais, a sucessão soja-milho é o padrão na escolha. Mas, o uso desse sistema ao longo dos anos, de modo consecutivo, pode gerar problemas. Isso porque há especialização de daninhas, pragas e doenças na área e, consequentemente, o uso dos mesmos fitossanitários, que começam a apresentar menor eficiência de controle.

Mais adiante veremos quais opções podem ser utilizadas pelos produtores como culturas de inverno e como se preparar para o plantio.

culturas de inverno
Trigo é uma das culturas de inverno que podem gerar boa rentabilidade
(Fonte: Embrapa)

Características das culturas de inverno

As plantas cultivadas na entressafra apresentam diversas características fisiológicas. Assim, podem se mostrar viáveis em diferentes tipos de solo e condições climáticas.

Na região sul, o período de entressafra apresenta menores temperaturas. Por isso, plantas como trigo, aveia ou centeio são indicadas para serem cultivados em sucessão à soja de verão.  

Já em locais com problemas de déficit hídrico, uma opção é a aveia, que apresenta maior tolerância à seca quando comparada ao trigo, por exemplo.

Na região centro-oeste ou sudeste, são indicados sorgo, feijão, girassol, crambe e até mesmo variedades de trigo adaptadas a temperaturas mais altas.

A escolha da espécie da segunda safra deve ser associada também à cultura semeada no verão.

Quando a soja é a cultura da safra, você pode ter mais vantagens no sistema se optar por uma gramínea para sucessão.

Optando por uma cultura de inverno com características diferentes da cultura de verão, o sistema de produção sofrerá menos com a especialização de doenças, pragas e ervas daninhas.

E, utilizando fitossanitários com diferentes modos de ação, o sistema de produção se manterá com maior eficiência por mais tempo!

Na figura a seguir podemos ver um exemplo de como optar pela cultura de inverno de acordo com a cultura de verão:

culturas de inverno
Recomendações para a composição de programas de rotação de culturas para soja, milho, trigo e feijão, em SPD
(Fonte:  Fancelli, 2008)

Segundo Fancelli, em glebas que apresentem nematoides de galha, deve-se utilizar preferencialmente espécies de crotalárias como cultura antecessora.

É preciso tomar cuidado com o cultivo indiscriminado de nabo forrageiro e girassol, pois podem contribuir significativamente para aumento de Sclerotinia sp.

A presença de nematoide migrador (Pratylenchus brachyurus) exige o emprego de Crotalaria spectabilis, sobretudo quando antecede a lavoura de soja.

Benefícios das culturas de inverno para o sistema de produção

Como eu mencionei, as culturas de inverno podem melhorar a eficiência do sistema de produção como um todo.

Cada espécie apresenta uma demanda diferente por nutrientes e potencial de competição maior com algumas espécies de plantas invasoras. Também têm diferentes resistências e tolerâncias a patógenos e pragas.

Desse modo, com a utilização de diferentes culturas de inverno ao longo dos anos, o sistema terá um equilíbrio entre esses fatores.

Uma planta daninha problema, como a buva na soja, pode ser amenizada com a entrada de uma planta que consiga competir melhor com essa espécie.

É o caso do trigo e da aveia, que apresentam espaçamentos menores, além de efeitos alelopáticos que podem diminuir a germinação das daninhas.

Com essa variação, é possível usar outros fitossanitários, como pré ou pós-emergentes no caso das daninhas, diferentes inseticidas e fungicidas, aumentando a eficiência do uso desses produtos nas culturas.

Outras melhoras significativas para o sistema ocorrem no solo.

Veja na figura abaixo que essas culturas apresentam diferentes arquiteturas radiculares e diferentes relações entre carbono e nitrogênio.

Isso pode minimizar a erosão, maximizar a conservação de água no sistema, reduzir o gradiente de temperatura e manter o potencial biológico do solo.

culturas de inverno
Exemplo das diferentes demandas e arquiteturas radiculares das opções de entressafra
(Fonte: Adaptado de Séguy L. & Bouzinac S. (2008))

Como se preparar para o plantio de inverno

Você pode escolher entre diversas opções de culturas de inverno através do zoneamento climático de cada talhão.

Pode ainda optar por rotacionar áreas da sucessão soja-milho semeando outras espécies no lugar do milho em algumas áreas, fazendo rotação de talhões ao longo dos anos.

Para a semeadura de algumas espécies de culturas de inverno (trigo, aveia, cevada), é necessário usar semeadoras de fluxo contínuo.

Elas apresentam sistema de distribuição de sementes de forma contínua, com espaçamento entre linhas reduzido, em torno de 17 cm.

Nesse momento, há duas opções de maquinário para a implantação da cultura:

  • Semeadora específica de grãos miúdos;
  • Semeadoras múltiplas (realizam semeadura de grãos miúdos e grãos graúdos).

As semeadoras múltiplas apresentam maior versatilidade para o produtor, possibilitando a introdução de culturas diferentes no sistema de produção.

Para o uso de sementes miúdas, as semeadoras múltiplas devem sofrer algumas modificações antes. Deve haver a retirada dos sulcadores de adubo e do sistema distribuidor de sementes de grãos graúdos, além da redução do espaçamento entre linhas.

Essas transformações variam e são específicas para cada modelo.

Rentabilidade das culturas de inverno

É desejável que a produção obtida no plantio de inverno apresente liquidez no mercado.

Dessa maneira, a seleção da cultura de sucessão vai se adequando regionalmente, conforme a produção que apresente melhor rentabilidade.

Em anos de baixa nos preços do milho, o produtor pode optar por cultivar parte da área com outra cultura na entressafra. Assim, colherá os benefícios dessa rotação nos anos futuros.

Outra situação recorrente é o atraso no plantio da safra e consequente atraso no plantio da entressafra, o que pode penalizar o plantio de milho.

Nesse caso a escolha de outra cultura de inverno pode trazer mais benefícios a curto e longo prazos.

culturas de inverno
Com Aegro, você consegue visualizar seu custo de produção e rentabilidade de cada talhão da fazenda

Você pode começar esse controle na sua fazenda agora mesmo. O Aegro tem opções gratuitas e versão completa com teste grátis!

Veja também: “Perspectivas para a safra de inverno!

e-book culturas de inverno Aegro

Conclusão

As culturas de inverno são opções rentáveis para o produtor. Elas apresentam vantagens monetárias e de melhora no sistema de produção em comparação ao pousio.

Mas, como vimos, nem sempre a sucessão soja-milho é a mais viável a longo prazo. É possível inserir outras espécies na entressafra, aumentando assim a rentabilidade do sistema ao longo dos anos.

Desse modo, o uso de diferentes culturas de inverno ajuda na efetividade do plantio direto.

E, com base na rotação de culturas, na segunda safra você poderá colher os frutos da adoção do sistema durante o tempo.

Além disso, terá mais opções frente às variações de preço do mercado.

>> Leia mais:

“Por que realizar a cobertura de solo no inverno”

Em quais culturas de inverno você investe? Restou alguma dúvida? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Barter: entenda o que é, como funciona e garanta o sucesso do seu negócio rural

Barter: o que é essa operação, suas diferentes modalidades, como realizá-las e as principais dicas para ter sucesso nessa estratégia do seu negócio rural.

Barter é uma operação financeira entre produtores rurais, fornecedores de insumos e trading, funcionando como uma garantia de venda para o produtor, uma vez que a negociação é feita com antecedência.

Mas você sabe como incluir, de fato, o Barter como uma estratégia para obter maior rentabilidade e ainda mais sucesso no seu negócio rural?

Hoje, a AgroSchool, com Marina Fusco Piccini, conta a você um pouco mais sobre essa importante operação amplamente utilizada no nosso agronegócio!

O que é Barter?

Quando você pensa sobre Barter, qual a primeira definição que lhe vem à mente? Já sei, de que essa é uma operação de troca, ou escambo, em que o produtor rural adquire os insumos necessários para seu plantio e, como forma de pagamento, ele utiliza parte de sua produção, correto?

Não há nada de errado com essa definição, a não ser a utilização da palavra escambo que, no meu ponto de vista, não traduz corretamente o que de fato é essa operação.

Quando se pensa em escambo logo vem à mente aqueles tempos antigos, antes de Cristo, onde as trocas eram baseadas em excedente de produção, sem equivalência de valor.

Ou seja, se o produtor produzisse além da sua necessidade, aquilo que era extra era trocado por algo que ele necessitasse.

ilustração que representa barter com mãos que trocam pão e espigas de trigo

(Fonte: Maarcha)

Em uma reportagem da revista Superinteressante de 2016 eles contam que:

“esse tipo de economia, que começou naturalmente pela necessidade, mudou de figura ao longo da história. (…) A maior dificuldade era o fato de não haver uma medida comum de valor entre os elementos a serem permutados. Com o tempo, alguns produtos passaram a ser mais procurados que outros e assumiram a função de moeda, servindo para avaliar-lhes o valor”.

Deste ponto em diante começa a fazer sentido para mim comparar o Barter com moeda.

Quando você faz uma operação de Barter está, na verdade, utilizando como forma de pagamento uma parte principal da sua produção para quitação de uma parcela do seu custo operacional.

E esse pagamento você não faz com o que sobra, como acontecia no escambo.

Na verdade, você cumpre os contratos de Barter logo após a colheita das primeiras áreas, pois isso é o que está previsto nos contratos, nas garantias reais que lastreiam a operação.

Além disso, essa plantação é monitorada de perto pelos credores para ter certeza de que não haverá desvios para o cumprimento das obrigações acordadas na operação.

Outro aspecto em que o Barter difere substancialmente do escambo é que nele o valor é conhecido e muitas vezes pré-determinado.

Como funciona a operação de Barter e suas limitações

Temos basicamente um tripé nesta operação:

  • Produtor: aquele que precisa comprar seus insumos para produzir e invariavelmente precisa de prazo para pagar essa conta
  • Fornecedor de Insumos agrícolas, máquinas ou equipamentos: que muitas vezes precisam exercer o papel de financiador do produtor, além de fornecer os produtos
  • Off-taker: que pode ser uma trading, uma cerealista, uma comercial exportadora que precisa comprar a produção do produtor, seja para revender no mercado interno, exportar ou mesmo para utilizar como matéria-prima em seus processos produtivos.

O ponto em comum entre os três é que todos precisam de alguma coisa e através do Barter é possível criar uma conexão entre eles de tal forma que se constitua uma relação de ganha-ganha.

Nem sempre a relação de troca oferecida pelo Barter vai atender às expectativas do produtor, justamente porque ela é feita utilizando por base premissas de mercado.

Nesse aspecto é preciso compreender que, embora sejamos importantes players no mercado global de commodities, somos na maioria das vezes tomadores de preço e não formadores.

E o que isso significa? Que o preço das commodities que negociamos aqui no Brasil são formadas em outros mercados, como Chicago, Nova Iorque e Londres.

Além disso, temos o basis, os altos custos logísticos e variação cambial que impactam diretamente na rentabilidade das operações.

Veja mais sobre as premissas do Barter neste vídeo:

YouTube video player

As duas principais modalidades de Barter

Existem diversas modalidades que podemos fazer de operações de Barter, sendo as principais:

Preço Fixo

Quando se estabelece no momento do fechamento do Barter a relação de troca.

Ou seja, o fornecedor apresenta um pacote tecnológico ao produtor com os insumos, dosagens, aplicações necessárias para o plantio de determinada variedade de semente e em uma dada área.

Ele também estabelece quantas sacas ou arrobas o produtor deverá entregar como forma de pagamento daquele pacote.

Qualquer variação de preço da commodity que ocorra na Bolsa de Mercadorias entre a data de fechamento da operação e a data de entrega do produto não irá afetar a quantidade de produto a ser entregue. Isso é o famoso hedge.

Preço a Fixar

Essa modalidade no mercado também é conhecida por componentes.

Aqui vale uma explicação sobre a forma que uma commodity é precificada.

Qualquer commodity, seja ela soja, milho, café, algodão, tem sua estrutura de precificação muito similar: utiliza-se uma cotação em uma Bolsa de Mercadorias de referência, como Bolsa de Chicago, Nova Iorque, Londres ou a própria B3 no Brasil.

Soma-se a esta cotação um prêmio (ou basis) que é a diferença entre o preço no mercado físico e o preço dos produtos agropecuários no mercado futuro na bolsa de referência.

Esse prêmio pode ser tanto positivo quanto negativo, e é influenciado principalmente pela relação de oferta e demanda sobre a commodity em questão.

Desconta-se os custos de frete, elevação portuária, perdas, entre outros, para se chegar a um valor final em dólar, o qual será convertido pela cotação cambial do mesmo mês de referência da cotação da commodity.

foto da bolsa de valores - artigo barter do blog Lavoura10

(Fonte: PBS)

Foi preciso explicar todo esse passo a passo para entender que nesta modalidade a fixar, a empresa oferece a você produtor um prazo pré-estabelecido para fixar alguns destes componentes do preço, como por exemplo a cotação na bolsa (por isso essa modalidade se chama componentes).

Assim, a relação de troca de insumos pode variar e você pode precisar entregar mais (ou menos) produto para quitar seu débito em aberto.

Estas duas modalidades são comumente utilizadas no mercado, sendo a de preço fixo a principal.

Outras modalidades

Além destas existem outras onde se utilizam contratos de opções e o produtor pode participar de uma eventual alta de mercado. Ou mesmo, é possível estabelecer um preço mínimo contra uma queda nas cotações, além de liquidação financeira ao invés de realizar a entrega do produto.

O ponto é que existem diversas maneiras de se estruturar o pacote de trocas e a relação de troca.

Muitas vezes nos apegamos mais a esse aspecto do que a todos os demais serviços que estão, muitas vezes, embutidos dentro deste processo, e que podem passar despercebidos.

>> Leia mais: “Barter soja: o que é e as dicas para realizar essa operação”

Vantagens da operação de Barter para o negócio agrícola

O Barter te oferece a oportunidade de fazer a gestão de riscos de parte do seu negócio.

Tudo isso sem que seja preciso assumir as obrigações que envolve operar em bolsa, como depósito de margem de garantia e ajustes diários.

Além disso, tendo conhecimento prévio da quantidade de produto necessário para pagamento de parte dos seus custos, seu foco passa a ser em produzir mais e melhor.

Isso ocorre tanto para que você possa honrar com seus contratos quanto para obter maior produtividade e assim possa negociar o excedente com preços melhores.

Entende que essa é a principal diferença com o escambo?

Enquanto antes se trocava o excedente pelo o que tivesse disponível no mercado, com o Barter, o excedente é onde justamente os produtores rurais podem ter a possibilidade de melhorar o seu capital de giro e rentabilidade.

Por isso, é preciso ter a clareza que o Barter é um meio, e não um fim em si mesmo.

E o que isso quer dizer? Que a empresa de insumos (fertilizantes, sementes, defensivos) ou de qualquer outra natureza que estrutura uma operação de Barter e a oferece ao mercado tem um objetivo que deseja alcançar com esse operação.

Esse objetivo pode variar de acordo com o momento do mercado e com a estratégia da empresa.

Divulgação do kit de 5 planilhas para controle da gestão da fazenda

Conclusão

Agora você sabe que Barter não se trata de um escambo, conhecendo agora o real valor desta operação.

Precisamos pensar que no Barter não apenas no que ele se propõe a vender, mas sim no resultado que ele proporciona em termos de gestão de riscos, produtividade e rentabilidade.

O Barter vem para ser mais uma opção na estratégia de sua propriedade rural. Por isso, aproveite as informações e orientações e tenha um negócio ainda melhor!

>> Leia mais:

“Cédula de Produto Rural: entenda as mudanças e como elas impactam seu negócio rural”

Como fazer um contrato de hedge e como ele pode assegurar sua rentabilidade

“Comercialização agrícola: saiba como ter sucesso no seu negócio rural”

E você, já faz Barter? Tem alguma dificuldade ainda em entendê-lo? Deixe seu comentário abaixo!

Planilha de gastos agrícolas: como fazer e como contê-los (+planilha grátis)

Planilha de gastos agrícolas: as principais dicas de como fazer uma, o passo a passo para controlar os gastos e ainda uma planilha modelo grátis.

Controlar os gastos é importante para o sucesso financeiro de sua propriedade.

Se você não sabe quanto gastou, como vai saber quanto ganhou?

Existem várias maneiras de se fazer o controle, seja com o uso de planilha de gastos, software agrícola ou até mesmo um caderno.

Mas é necessário coletar os dados de forma organizada, para otimizar o processo e obter informações importantes sobre a propriedade.

Confira como ter uma boa planilha de gastos agrícolas e baixa uma versão gratuita para iniciar seu controle financeiro hoje mesmo!

Saiba quanto você gastou

Um dos maiores erros que podemos cometer em um empreendimento é não ter controle financeiro.

Uma empresa rural tem inúmeros gastos mês a mês: insumos, serviços, impostos e por aí vai.

Não fazer a gestão de custos, mantendo um histórico detalhado desses gastos mensais pode dar a falsa ideia de que o negócio está voando, quando, na verdade, está afundando em prejuízos.

Planilha de gastos agrícolas podem te ajudar a manter o controle sobre a propriedade, mas alguns detalhes são importantes na hora de elaborá-las.

Confira comigo algumas alguns detalhes que não podem faltar em sua planilha.

Como começar uma boa planilha de gastos agrícolas

1. Tenha tudo sobre controle

Se você nunca fez o controle de seus gastos, pode parecer complicado no começo. Mas, fique calmo, não é nenhum bicho sete cabeças.

Primeiramente, devemos ter muita organização!

Tudo deve ser levado em conta na hora de organizar suas despesas: impostos, salários, manutenção de máquinas e por aí vai.

Mas lembre-se que finanças pessoais não devem ser misturadas às finanças da empresa.

Cada um desses itens são dados de entrada de uma planilha de gastos. Quanto mais detalhes, melhor.

A ideia é conhecer detalhadamente as finanças de sua propriedade. Só assim podemos tomar decisões conscientes para guiar o futuro de nossa empresa.

Mas como e quando fazer uma planilha de gastos?

planilha de gastos
(Fonte: Guia do Milhão)

2. Aproveite a entressafra

A melhor época para fazer o planejamento financeiro e colocar a casa em ordem é a entressafra.

Use esse período de forma produtiva! Feche o balanço (receitas e despesas) da safra anterior e aproveite para planejar a próxima.

Arrume o seu estoque, dê manutenção no maquinário e planeje as operações.

Se você nunca fez isso, aproveite para começar a fazer também!

Como dito anteriormente, devemos conhecer detalhadamente a nossa propriedade e não misturar a parte financeira pessoal.

Dividir a fazenda em talhões facilita na organização das informações. Da mesma forma, um estoque organizado pode ajudar na hora do planejamento da safra e elaboração da planilha de controle de gastos.

Além disso, lembre-se: quanto melhor a qualidade dos dados de entrada, melhores serão os resultados obtidos com a planilha.

>> Leia mais: “5 passos para realizar o fechamento de safra de forma prática e rápida”

O que você precisa saber para elaborar sua planilha de gastos agrícolas

Algumas informações não podem faltar para elaborar uma boa planilha de gastos agrícolas.

Usarei como exemplo os custos com insumos. Eles representam grande parte dos gastos de uma fazenda, por isso merecem atenção especial.

Os números utilizados são fictícios, meramente para ilustrar a situação!

Como você pode observar na figura abaixo, algumas informações devem ser levadas em conta:

  • Tipo de insumo: Detalhe cada insumo utilizado, desde sementes, adubos, inoculantes, etc.
  • Área: Divida sua área em talhões e mantenha o histórico de cada talhão individualmente.

Dessa maneira, podemos fazer a contabilidade por talhão e descobrir se a conta está fechando individualmente.

Muito importante é definir a área que iremos utilizar. No exemplo, coloquei 20 ha.

  • Quantidade utilizada por hectare: cada insumo tem uma quantidade correta a ser utilizada em determinada área. Certifique-se de adotar a quantidade recomendada e introduzir na planilha de gastos.
  • Preço e quantidade comprada para cada produto: por exemplo, R$ 248 por 60 kg de sementes.

Essa informações são básicas, mas servem para calcular os gastos com insumos. Com elas podemos entender onde seu dinheiro está indo, talhão a talhão.

O cálculo é simples, mas essa planilha programada já faz automaticamente, gerando inclusive gráficos. Veja na figura abaixo:

Nesse exemplo, conseguimos ver onde você está gastando seu dinheiro, com a porcentagem de cada insumo nos gastos.

Dessa maneira fica fácil visualizar e administrar os maiores “vilões” nas suas finanças.

Com isso, você pode direcionar suas negociações de compras, visando pagar menos por aquele insumo que te dá maior dor de cabeça.

Comprar bem os insumos é uma das maneiras de reduzir os gastos totais. Vale a pena “perder um tempo” com orçamentos e negociando. Pense nisso!

Modernize sua fazenda: softwares de gestão agrícola

Hoje em dia tudo está na palma da mão, nos nossos celulares. Por que não ter um gerenciador financeiro de nossa fazenda também?

Os softwares e aplicativos de gestão agrícola facilitam a sua vida nesse sentido.

Eles sincronizam os dados e os integra de forma automática, facilitando o acesso e a visualização das informações mais importantes para a vida financeira de sua empresa rural.

O Aegro é um software de gestão agrícola que pode te ajudar desde o controle do custo de produção e estoque até a organização das operações de sua fazenda.

planilha de gastos
Com Aegro, você consegue comparar custo orçado e custo realizado, por exemplo, de forma automatizada e acessível a qualquer momento (dados ilustrativos)

Ainda não conhece o software agrícola Aegro? Você pode começar a usar o software pelo aplicativo grátis disponível em:

Para a versão completa, fale com um de nossos consultores aqui!

planilha de controle dos custos com insumos Aegro, baixe grátis

Conclusão

É fundamental controlar os gastos de sua propriedade, seja com planilhas financeiras, software agro ou mesmo no caderninho.

A planilha de gastos agrícolas é uma ferramenta de baixo custo e que pode auxiliar o controle dos gastos da propriedade.

Mas é necessário organização para anotar todas operações de compra e venda da fazenda e tempo para tabulá-las.

Empresas rurais que geram grande quantidade de informações podem ter dificuldade em trabalhar com planilhas. Nesses casos, softwares de gestão que conseguem lidar com todos esses dados de forma automatizada e de mais fácil visualização são opções!

Aproveite as informações passadas aqui e comece a organizar agora mesmo o controle financeiro da sua fazenda!

>>Leia mais:

Todas as dicas para fazer a contabilidade de custos da fazenda sem mistérios!

Como fazer o rateio de custos simples e efetivo

Você já usou uma planilha de gastos em sua fazenda? Como você controla seus custos hoje? Deixe sua dúvida ou comentário. Grande abraço!

Veja como melhorar a logística de transportes da produção agrícola

Logística de transportes: Quanto deve valer seu frete, como ele afeta seu custo de produção e as dicas para diminuir seus impactos.

Você se planeja para altas produtividades e a colheita é farta. Mas falhas na hora de escoar a produção podem trazer prejuízos e colocar sua lucratividade em risco.

A logística de transportes é uma atividade cara e que requer planejamento.

Segundo a NTC, o custo do frete para médias distâncias (800 km) era de R$ 204,38 por tonelada em 2017/2018.

E esse custo impacta não só o transporte dos seus itens agrícolas, mas também o recebimento dos insumos na fazenda. Ou seja, seu custo de produção está vinculado ao valor do frete.

Neste artigo, vamos explicar o funcionamento dessa logística de transportes e quanto deve valer seu frete. Confira a seguir!

Logística de transportes: Entenda o frete

A logística de transportes nada mais é que fazer com que o produto chegue de forma mais rápida, dentro do prazo e com custos mais baixos ao consumidor.

Esse tipo de transporte, conhecido como frete, é o intermediador entre o produtor e o consumidor. Para que isso ocorra é necessário que conheçamos como é o funcionamento do frete.

Conhecendo as etapas que quantificam o frete

No planejamento da logística de transportes, é fundamental conhecer os pilares no qual o frete deve ser embasado. Veja na tabela abaixo:

logística de transportes
(Fonte: Anuário NTC&Logística)

Vou explicar melhor cada pilar dessa logística de transportes:

1 e 2. Tabela de frete peso

É nesta fase que o transporte de mercadorias consegue elencar o preço de acordo com a distância  percorrida.

Em alguns casos, a entrega da carga acontece de forma fracionada, por isso, normalmente, é adicionada uma taxa a esse valor.

3. Frete valor

Nesta etapa conseguimos estimar os riscos que poderão ocorrer com a carga. Com isso, conseguimos estimar valores que consigam cobrir esses riscos.

Normalmente esse valor é calculado relacionando distância e também o tipo de carga. Se é mais frágil, por exemplo, se tem embalagens apropriadas para o produto e qual a condição da mercadoria que será transportada.

4. GRIS (Gerenciamento de risco)

Quando, em caso de roubo, o pessoal responsável pela logística de transportes deve providenciar algumas estratégias para driblar essa situação.

Com isso, dentro do frete existe o valor GRIS, que é uma porcentagem de toda a mercadoria. Não se leva em consideração a distância.

5- Generalidades

Nesta etapa, as taxas cobradas são para serviços do transporte que raramente são feitos, mas que são adicionados ao valor final do frete como respaldo.

logística de transportes
Aumento do frete em 2018 trouxe impacto bilionário no transporte da soja
(Fonte: Valor Econômico)

Frete faz parte do custo de produção?

Sim, o frete faz parte do custo de produção. E você sabe o motivo disso?

O produtor, ao ter toda sua safra colhida, necessita fazer a armazenagem dessa mercadoria. Desta maneira, esse custo entra na cadeia de suprimentos, ou seja, é um custo logístico.

Assim, é importante se atentar para alguns pontos que podem diminuir esses custos, como, por exemplo:

  • A distância da mercadoria até o centro de comercialização, pois a distância é o principal vilão no valor do frete;
  • As condições das estradas rurais, porque elas normalmente não são pavimentadas, o que onera a atividade;
  • Rodagem em pistas que apresentam um certo grau de periculosidade;
  • Transporte de cargas em rodovias que apresentam grande quantidade de pedágios com preços altos, pois também encarecem o frete.

Por isso, é importante que você considere esse custo no seu planejamento, além de possuir um controle de perto da sua produção agrícola.

logística de transportes
Com o Aegro você tem todos os indicadores da sua colheita em alguns cliques, sendo muito mais fácil e simples o planejamento do escoamento da produção.

Logística de transportes: Diferentes tipos

Antes de calcularmos o preço do frete, vou explicar um pouco como ele vem sendo realizado segundo os modais de transporte.

A operação logística de transportes pode ser feitas nos modais ferroviários, aviários, rodoviários e aquaviários.

No Brasil a principal forma de escoar nossos produtos agrícolas é pelo modal rodoviário. De acordo com a CNT (Confederação Nacional do Transporte), esse modal representa 61% de todos os tipos de transporte atualmente.

logística de transportes
Gráfico diz respeito à matriz de transporte brasileira
(Fonte: CNT/ANTT/Esalq-Log)

Ele se sobressai em relação aos outros por sua distribuição abranger maiores áreas e por estar mais estruturado se comparado ao modal ferroviário, por exemplo. Este é sempre motivo de reclamação por suas condições precárias.

Sabendo disso, é possível discutirmos sobre quanto o frete deve custar para que você não corra o risco de pagar mais caro nesses serviços logísticos.

Quanto deve custar o frete na logística de transportes?

Cada vez mais produtores se preocupam com os valores gastos e como será esse  processo logístico.

Isso porque sempre há oscilação de preços em época de safra e às vezes os caminhões não conseguem suprir a demanda para escoar as mercadorias.

Atualmente, o preço do frete é regrado por uma tabela com os pisos mínimos estabelecida pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestre). Confira os valores vigentes desde de 24 de abril de 2019 aqui.  Abaixo você pode ver a tabela de frete mínimo para caminhões de 3 e 5 eixos:

logística de transportes
logística de transportes

Esse piso segue estimativa de valor no qual o caminhoneiro consegue trabalhar em condições adequadas e prestando um bom serviço. A base para o cálculo é feita sob o custo fixo e o variável.

O custo fixo são os que envolvem a manutenção do caminhão, sem levar em consideração a quilometragem percorrida, como depreciação e salário do motorista.

Já os custos variáveis são aqueles que variam de acordo com a distância que, nessa operação logística, é o combustível.

Além do preço mínimo de frete, você também deve estar atento aos pedágios que deverão ser pagos no percurso do frete.

É preciso saber ainda qual a distância do trecho da viagem. Assim, pode ser adicionada alimentação do trabalhador neste somatório final do frete.

A ANTT, através da Resolução n°5820/2018, publica as tabelas de preço mínimo do frete correlacionando eixo e quilometragem percorrida.

Além disso, a agência tem responsabilidade de atualizar a tabela toda vez que o diesel oscilar 10% comparado à última tabela publicada. A atualização mais recente é de abril de 2019.

Conclusão  

Neste artigo, explicamos como funciona a logística de transportes e por que o frete é tão importante.

Esclarecemos como ele é subdividido e discriminamos como funcionam essas categorias. Discutimos ainda qual é o preço do frete no custo de produção.

Você também viu algumas dicas que podem te ajudar a reduzir esses custos.

Espero que, assim, você possa melhorar o planejamento e logística de transportes da sua empresa rural!

>> Leia Mais: "Como fazer o controle de frota da fazenda"

O transporte de carga da sua propriedade rural anda bem? Como você tem planejado sua logística de transportes? Deixe seu comentário!

5 ferramentas gratuitas que todo consultor agrícola deve conhecer

Consultor agrícola e suas ferramentas: Conheça várias ferramentas digitais gratuitas que vão agilizar sua rotina de trabalho e facilitar seu dia a dia.

Todo profissional precisa de ferramentas. Com o consultor agrícola não é diferente.

O carro é indispensável, sendo que uma lupa e um canivete são sempre bem-vindos.

Hoje algumas outras ferramentas, especialmente as digitais, provam seu valor. Por exemplo, qual consultor trabalha sem o WhatsApp?

Aqui trazemos outras opções de ferramentas gratuitas que você deveria conhecer para facilitar sua rotina de trabalho e ser ainda mais eficiente!

1ª ferramenta: monitoramento das condições climáticas

A agricultura é, fundamentalmente, o setor econômico com maior dependência e sensibilidade para a variação e comportamento do tempo e do clima para seu funcionamento.

E é especialmente interessada nas condições climáticas para a obtenção dos melhores resultados.

Por isso é tão importante o uso de informações e monitoramento climático para conhecer, de forma antecipada, as condições climáticas para o planejamento das atividades diárias.

O monitoramento também é necessário para a definição de estratégias de curto e médio prazo (quando semear, quando realizar pulverização, quando colher).

Alguns dos melhores sites para informação climática são:

  • Instituto Nacional de Meteorologia
  • Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos
  • Climatempo

Mas você também pode monitorar as condições climáticas por aplicativos gratuitos de celular.

Um dos melhores que conheço é o do Climatempo (o mesmo do portal).

consultor agrícola

Com ele é possível ter a previsão horária diária e para os próximos 14 dias, além de imagens de satélite para todo Brasil, com análise de meteorologistas.

Outro, menos conhecido mas tão bom quanto o Climatempo, é o AccuWeather.

Ele promete previsão do tempo com informações confiáveis sobre o clima e em tempo real utilizando uma tecnologia própria, a accuracy ™.

Você recebe alertas de tempestade e mudanças de tempo repentinas com avisos meteorológicos para você não ser pego de surpresa.

Sem falar que a previsão diária possui com informações detalhadas como umidade do ar, temperatura e sensação térmica.

2ª ferramenta para consultor agrícola: compêndio de defensivos agrícolas

O Agrofit é um banco de dados disponibilizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. É possível pesquisar defensivos agrícolas por marca comercial, ingrediente ativo, cultura, classificação toxicológica ou classificação ambiental.

Para usar, basta acessar o Agrofit e faça buscas pelo nome vulgar (comum) ou científico da doença.

Depois da busca você terá um relatório descrevendo a doença ou praga, sintomas controle, fotos e outros:

consultor agrícola

Mas nada melhor do que estar no campo e ter um aplicativo que responda facilmente o que você está vendo na lavoura.

Para isso, indico alguns aplicativos confiáveis que auxiliam no manejo fitossanitário:

3ª: mapas de recursos naturais

Outra ferramenta muito importante e que é oferecida online são os chamados mapas de recursos naturais, que trazem uma grande quantidade de informação geográfica digital.

Nestes mapas é possível obter:

  • Informações como dados topográficos;
  • Modelos digitais do terreno;
  • Limites administrativos;
  • Fotografias aéreas do local;
  • Imagens de satélite;
  • Dados hidrológicos em tempo real e outros
consultor agrícola


(Fonte: Bruna Moreira Schrammel)

Alguns dos melhores sites de mapas de recursos naturais são:

>>Leia mais: “Consultoria agro de MS se destaca utilizando tecnologia

4ª ferramenta para consultar: aplicativo de gestão agrícola

Software para fazenda tem sido uma maneira eficiente de você fazer uma gestão agrícola segura.

Com uma gestão agrícola você pode controlar o custos de produção agrícola, ter uma administração rural mais eficiente e implementar novas tecnologias que te ajudam a otimizar seu tempo.

Com Aegro você pode:

  • Ter todos seus talhões mapeados   
  • Registrar atividades e aplicações direto do campo  
  • Tirar fotos, monitorar estande e pragas  
  • Controlar os gastos e abastecimentos das máquinas  
  • Marcar e receber notificações sobre manutenção das máquinas   
  • Fazer orçamentos e controlar todos os custos  
  • Cada funcionário pode ter seu perfil, com permissões específicas   
  • Controlar o estoque da propriedade  
  • Relatórios e indicadores de sua safra

Com a versão gratuita você pode organizar as atividades na sua fazenda através de um planejamento de safra, mapear os talhões, registrar observações, realizar controle dos abastecimentos de máquinas.

Teste por você mesmo o sistema de gestão agrícola Aegro. Temos algumas opções grátis para você começar agora:

5ª: mercado financeiro e bolsa de mercadorias e futuros

O Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Esalq/USP) tem um aplicativo para que você possa acompanhar os preços dos principais produtos agropecuários diariamente.

Já a Scot Consultoria apresenta aplicativo também gratuito. Ele que viabiliza a coleta, análise e divulgação de informações de mercado.

Nele, é possível verificar mercado futuro do boi,mercado do boi gordo,mercado da vaca gorda,mercado de atacado,mercado do leite,mercado de reposição, soja e milho.

>> Leia mais: “Por que produtores não mantêm seus dados organizados e como sua consultoria pode resolver isso

O papel das ferramentas digitais na agricultura atual

Um dia comum do consultor agrícola inclui visitas de campo, discussões com os agricultores sobre problemas nas plantações e recomendações sobre como lidar com eles.

Por isso, toda ferramenta que possa ajudar os consultores é bem-vinda nessa rotina pesada de trabalho.

No futuro, em uma fazenda totalmente digital, as lavouras serão cultivadas usando agricultura de precisão detalhada, os tratores serão autônomos, a colheita pode ser determinada por imagens digitais dos campos, e o agricultor estará trabalhando com um consultor para fornecer conhecimento tecnológico.

Ainda não chegamos neste patamar, mas todas essas tecnologias já começam a aparecer e sempre o objetivo será de facilitar o dia a dia de todos, desde o funcionário de campo até o consultor agrícola.

Além da clara e direta importância da agricultura digital, que permitem a automação e o controle ainda mais preciso de todas as operações, essas ferramentas também têm outros efeitos importantes.

Elas permitem um acompanhamento preciso de cada operação agrícola, do preparo da terra até a comercialização, em todos os pontos de uma propriedade rural.

Algumas delas nos permitem monitorar os movimentos do mercado, outras nos oferecem relatórios financeiros detalhados, planejamento antecipado e demais funções que hoje são essenciais para tomar a melhor decisão.

>> Leia mais: “Novas tecnologias no agro que prometem aumentar seu lucro

Conclusão

Com a evolução tecnológica, faz-se necessário estar cada vez mais atento e atualizado sobre as necessidades, ferramentas e modernizações disponíveis para seu projeto.

Também é interessante destacar que, por meio da democratização do acesso à internet e ferramentas como smartphones, tablets e notebook, mais e mais pessoas têm acesso à informações disponíveis na rede.

A conectividade está  desfazendo o isolamento do campo e tornando o trabalho de rotina mais ágil e eficiente. Aproveite as ferramentas aqui apresentadas para tornar o seu trabalho também mais ágil e ainda mais eficiente!

>> Leia mais:

Consultoria agrícola: Como expandir e ser ainda melhor

Consultoria contábil para o agronegócio: 5 dicas para ganhar mais espaço e crescer

“Consultora economiza R$ 70 mil em utilização de insumos

Você adicionaria outras ferramentas consultor agrícola a essa lista? Tem experiência com algumas dessas ferramentas? Deixe seu comentário!