Sucessão familiar rural: como fazer esse processo sem maiores problemas

Sucessão familiar rural: o que você precisa saber para se planejar e conseguir estruturar a passagem dos negócios para os familiares.

Nos dias atuais, apenas 13% da população vive no campo. Isso indica que não houve, na maioria das fazendas, continuidade da gestão das fazendas pelas gerações seguintes.

De acordo com o IBGE, a maioria das empresas no Brasil é familiar. Entretanto, 70% delas não sobrevivem à geração do fundador e apenas 5% chegam à terceira geração.

Se você está pensando em passar a gestão da fazenda para seus sucessores ou se vai receber a gestão dos seus parentes, precisa saber exatamente como a sucessão familiar no agronegócio  funciona. Afinal, esse processo requer muito planejamento rural.

Neste artigo, saiba quais medidas tomar para acertar esse processo, dicas para facilitar a sucessão e como driblar os principais desafios relacionados. Confira a seguir!

O que é sucessão familiar no agronegócio?

Sucessão familiar no agronegócio é o processo de passagem da propriedade de um negócio, assim como seus bens móveis e imóveis de uma geração para outra. 

Ou seja, é a transferência do poder do administrador, que detém o controle da empresa, para os herdeiros. 

Na fazenda, isso acontece ao se passar os negócios e também o conhecimento agrícola de uma geração para outra. Entretanto, é bom lembrar que esse processo requer muita atenção e não pode ser banalizado.

Ter um planejamento estratégico é essencial, pois a sucessão pode envolver e gerar conflito de interesses. Assim, a participação dos sucessores na empresa familiar deve começar o quanto antes.

A presença dos fundadores do negócio durante a entrada de novas gerações pode ser peça-chave para o futuro da empresa. Os fundadores podem orientar seus sucessores sobre qual o melhor caminho para o desenvolvimento dos negócios.

A união e o diálogo entre as partes são fundamentais em todas as etapas. Todos os membros da família devem saber separar as relações familiares das profissionais. Isso irá evitar muitos conflitos na sucessão familiar na agricultura. 

ilustração de sucessão familiar rural, família com pai, mãe e filho vendo um drone voar na fazenda
(Fonte: Dinheiro Rural)

Como funciona a sucessão familiar e herança?

Ter de assumir a empresa rural após a ausência de um familiar não é tarefa fácil.

Mas alguns pontos podem te ajudar nessa situação. O primeiro passo é a contratação de um advogado pelos herdeiros. Ele irá auxiliar os sucessores no processo burocrático.

Na sequência, será necessária e obrigatória a abertura de um inventário, segundo o Código Civil. Fique atento ao prazo para a abertura do inventário. Além disso, será verificada a existência ou não de testamento.

Feitos os processos legais, é realizada a transferência dos bens para os herdeiros. Contudo, quando se trata de uma propriedade rural, são necessários alguns documentos:

  • Cópia autenticada dos carnês do ITR (Imposto sobre Propriedade Territorial Rural)  dos últimos 5 anos;
  • Certidão de ônus (informa se há alguma restrição à posse da propriedade);
  • Certificado de cadastro no Incra.

Para saber mais sobre esse assunto, você pode conferir a Lei complementar n.º 145 e a Lei n.º 4.504.

Como se preparar para a sucessão familiar na fazenda

A sucessão familiar no campo requer planejamento e preparação da família. O processo deve considerar as particularidades de cada grupo familiar. Todos os envolvidos devem estar dispostos a dialogar para tratar conflitos já existentes e os que podem surgir.

Para obter sucesso no planejamento, é preciso separar os conceitos de família, propriedade e empresa e considerar algumas variáveis que podem afetar a sucessão. Listamos a seguir algumas etapas importantes para preparar o seu negócio para a sucessão familiar.

Reunir e concentrar todos os dados da fazenda

O levantamento de dados é essencial no processo de sucessão familiar na agricultura. É por meio dele que a família terá noção clara da situação atual do negócio. Além disso, é a oportunidade do sucessor entender como funciona o gerenciamento da propriedade. 

Com informações registradas e organizadas, fica fácil para o herdeiro tomar decisões quando estiver no comando da empresa. Dessa forma, reúna todos os dados referentes aos seguintes aspectos para passá-los adiante:

  • rentabilidade;
  • área total cultivada;
  • área reservada à proteção ambiental;
  • maquinário;
  • histórico da lavoura e safras;
  • imóveis;
  • documentos legais;
  • mapeamento de processos;
  • fornecedores; 
  • técnicas e métodos aplicados.

Identificar quem será o sucessor da fazenda

A escolha do sucessor é um elemento muito relevante no processo de sucessão. No caso de vários herdeiros, é importante separar os fatores emocionais.

Em virtude disso, o indicado é pedir ajuda de um profissional fora do contexto familiar. Essa pessoa irá analisar com cuidado quem melhor se encaixa no cargo. A partir da análise, é possível identificar o herdeiro mais apto a assumir o gerenciamento do negócio.

Envolver a família em todo o processo

O planejamento de sucessão requer a participação de todos os integrantes da família.

Sendo assim, ao discutir o futuro do negócio, o dono da fazenda pode descobrir que os herdeiros têm outros planos. Ou seja, não têm a intenção de assumir a administração da propriedade.

Caso isso aconteça, o indicado é contratar um profissional para gerenciar o negócio.

Usar tecnologia para facilitar as etapas

A tecnologia chegou para agilizar e facilitar os processos e operações que envolvem as atividade agrícolas. Assim, ela pode ser uma grande aliada dos sucessores, que poderão usar sistemas para gerenciar a fazenda

As opções são diversas como softwares de gestão, técnicas e instrumentos utilizados na lavoura, como GPS agrícola, sensoriamento remoto e outros. A grande vantagem é que o uso da tecnologia pode atrair o interesse dos herdeiros e facilitar o processo de sucessão.

Como fazer a sucessão familiar?

A sucessão familiar na agricultura era vista como um problema, principalmente pela falta de interesse dos sucessores em se manter no campo. Contudo, com a chegada da tecnologia no campo, muitos jovens voltaram a ter interesse em cuidar da fazenda.

A presença da tecnologia aproximou o campo da cidade. Ou seja, isso estimula os sucessores a buscar novas técnicas para auxiliar na gestão da propriedade. 

Além disso, inúmeras entidades incentivam a inserção dos jovens na fazenda, com cursos de capacitação, mostrando a importância do campo. Deste modo, os jovens aprendem a entender com mais facilidade os processos da fazenda.

Como iniciar esse processo e de quem é a responsabilidade?

A principal dúvida é quando iniciar o processo de sucessão. A resposta é simples: o quanto antes. Assim, os sucessores vão se inteirando do funcionamento da fazenda e das atividades de gestão, tornando o processo sucessório muito mais fácil.

O fundador é o responsável por iniciar o processo, que deve começar com uma simples conversa, buscando trazer o jovem para o dia a dia da empresa familiar rural. Essa conversa deve ocorrer quando os pais ainda têm capacidade intelectual e física completa.

O momento mais delicado para realizar uma sucessão é quando os pais estão doentes ou após a morte. Afinal, além das dificuldades com a empresa rural, o sucessor estará desestabilizado emocionalmente.

Por isso, converse com seus sucessores. Essa etapa é muito importante para a manutenção da empresa rural. Em alguns casos, os desafios envolvendo a empresa podem ser muitos, sendo viável um processo de governança corporativa, auxiliando a sucessão.

6 dicas para facilitar a sucessão familiar na agricultura

Quando se fala em sucessão familiar na agricultura, é comum que ocorram muitas dúvidas. Veja a seguir 6 dicas de como facilitar esse processo de transição.

1. Planejamento com muita antecedência

Inicie o planejamento o quanto antes, mesmo que a sucessão ainda seja uma realidade aparentemente muito distante. Realize reuniões periódicas com os membros da família para mostrar como funciona a empresa rural e qual a situação atual.

2. Faça um bom plano de sucessão

Estruturar um plano de sucessão da empresa familiar é fundamental para garantir a continuidade do negócio. O plano de sucessão ajuda a garantir que a transição seja realizada sem conflitos e que não impacte negativamente nos resultados financeiros.

Isso irá minimizar os riscos na escolha dos sucessores, além de diminuir os possíveis atritos familiares. Ainda, isso possibilita uma transição mais segura e bem-sucedida para o comando da fazenda.

Se o líder da empresa rural quiser deixar a empresa de forma repentina, ou algo inesperado acontecer, a companhia precisa permanecer estável durante os tempos imprevisíveis.

Por isso, é recomendado que este plano seja feito o mais cedo possível. Assim, a próxima geração pode se preparar adequadamente.

3. Invista em documentação

É preciso manter toda a documentação e impostos da empresa rural regularizados. Isso irá evitar problemas para o sucessor. Nesse quesito, empresas rurais que contam com tecnologias como softwares conseguem documentar e repassar informações facilmente.

4. Descreva bem as atividades

Tenha as atividades mais importantes da sua fazenda descritas. Por exemplo: quem são os compradores, fornecedores, melhores preços e quem são seus funcionários de confiança.

O sucessor deve ter isso à mão, pois irá facilitar caso você tenha que se ausentar repentinamente da empresa.

5. Tenha uma boa comunicação

Durante o processo de sucessão, a comunicação entre os sucessores é bastante importante, principalmente para que não ocorra desencontro de informações. Assim, a empresa rural terá mais condições de crescer.

Paciência, diálogo e estabelecimento de regras são fundamentais durante todo o processo sucessório.

esquema de governança na prática, o que proporciona às empresas familiares a nova prática nos negócios - sucessão familiar
(Fonte: Dinheiro Rural)

6. Invista na ajuda de Recursos Humanos e outros profissionais 

O processo de sucessão pode parecer simples por acontecer todo em família. No entanto, contar com setor de Recursos Humanos, contadores, gestores de projetos e outros profissionais pode tornar a jornada mais simples.

Além disso, contar com esses profissionais tem outras vantagens, como evitar conflitos familiares e garantir um ponto de vista mais inovador para o negócio. Ainda, investir em treinamentos para os familiares que irão assumir a fazenda pode ser fundamental. 

7. Conte com a tecnologia para facilitar a sucessão familiar

Realizando a gestão de sua fazenda, os sucessores poderão visualizar todas as características da empresa rural. Desde históricos das safras, custos, rendimentos e benfeitorias.

Para implementar essas dicas em seu negócio rural, esteja por dentro das tecnologias e programas de gestão, como os softwares para fazenda. Eles irão te auxiliar muito nessas etapas!

Exemplo de rentabilidade de uma fazenda com gestão pelo Aegro


Exemplo de rentabilidade de uma fazenda com gestão pelo Aegro

Os principais desafios para a sucessão familiar

A sucessão familiar no agronegócio  pode trazer diversos benefícios. Entretanto, neste processo, existem diversos desafios a considerar. Alguns dos principais exemplos são:

  • A resistência do atual gestor do negócio em passar a responsabilidade para os sucessores;
  • As diferenças culturais e sociais entre gestor e sucessor;
  • Conflitos de interesse e outras discussões familiares;
  • Despreparo dos sucessores frente aos desafios da fazenda.

Além disso, há outros pontos que podem ser complicados. Primeiro, os administradores do negócio devem decidir quais sucessores vão administrar a operação, bem como quando isso ocorrerá. 

Essa pode ser uma jornada que, se for conduzida de maneira errada, pode ter repercussões para o negócio e para a família. Outro desafio é a redução do interesse das gerações mais jovens em trabalhar na empresa familiar. 

Manter os sucessores engajados na causa do negócio é um desafio cada vez maior. Ou seja, o despreparo dos herdeiros precisa ser muito bem driblado. No caso do campo, falamos de um mercado extremamente complexo e volátil.

Sem o preparo necessário, os sucessores podem assumir a empresa e tomar decisões equivocadas desde o início. Outra questão própria da sucessão familiar no campo são as diferenças culturais. Para muitos, a agricultura familiar era uma forma de sustento.

Agora, para agronegócios modernos e já estabelecidos, essa não é a realidade, o que pode atrapalhar a transição do negócio. Por isso, a capacitação e um planejamento bem feito com antecedência são essenciais.

Conclusão

A sucessão familiar na agricultura é um processo delicado, principalmente por envolver negócios e família. No entanto, sabendo realizar esse processo da forma correta, você consegue evitar problemas.

Neste artigo, você viu dicas para facilitar esse processo de transição e a importância do planejamento estratégico em todas as etapas da sucessão.

Na dúvida, não deixe de procurar um advogado ou especialista na área. Afinal, o processo de sucessão familiar no agronegócio pode ser burocrático e, nesses momentos, todo o cuidado é pouco.

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Sementes piratas: porque elas são um problema para sua lavoura

Sementes piratas: entenda o que são, como identificá-las e os 6 principais fatores de risco que elas podem trazer para a produtividade da sua lavoura.

As sementes piratas vêm ganhando um espaço preocupante no setor agrícola.

Estima-se que, atualmente, mais de 30% das sementes de soja utilizadas no país sejam piratas.

Esse uso ilegal de sementes provocou, somente em 2018, prejuízos de mais de R$ 2 bilhões ao agronegócio brasileiro.

Mas você sabe o que são e como identificar  sementes piratas?

Neste artigo, vamos mostrar os 7 principais riscos do uso dessa semente ilegal e como ela diminui a produtividade da sua lavoura. Confira a seguir!

Sementes piratas: Problemas e riscos da utilização

Sementes piratas são aquelas sementes vendidas no mercado informal, ou seja, que não possuem qualquer garantia de procedência ou certificação.

Justamente por isso, elas podem ocasionar sérios problemas para sua lavoura.

Lembrando que você pode salvar suas sementes! Entretanto, é necessário seguir uma legislação específica que mostra o passo a passo de como fazer para estar dentro da lei! 

Ao optar por uma semente não certificada, o produtor acaba expondo sua produção à disseminação de pragas, doenças e plantas daninhas.

Além disso, as sementes comercializadas ilegalmente não possuem qualquer tipo de controle de qualidade.

Isso significa que, muitas vezes, elas não atendem atributos básicos para comercialização, conforme estabelecido pela lei.

Ao comprar uma semente pirata, quem mais perde é você.

Além dos problemas fitossanitários, você pode comprar uma cultivar diferente da escolhida.

Essas  podem também apresentar baixa germinação, comprometendo o estabelecimento da cultura.

sementes piratas
Análise de semente de soja em laboratório da Embrapa
(Fonte: Embrapa)

A maior parte das sementes piratas é proveniente das sementes salvas, que os produtores multiplicam para uso próprio e acabam comercializando o excedente de maneira ilegal.

A compra dessas sementes ilegais normalmente ocorre pela facilidade de acesso, falta de conhecimento do produtor e até mesmo para reduzir os custos de produção.

As culturas mais afetadas pelas sementes piratas são soja, milho, trigo e aveia.

Apesar de parecer uma boa alternativa, utilizar sementes piratas não é solução!

Perde-se em qualidade e, consequentemente, em produtividade!

Para realmente reduzir custos com eficiência o que você precisa é conhecer sua propriedade e ter um bom planejamento agrícola.

Aqui no blog nós já mostramos sobre como uso de planilhas e softwares de gestão agrícola podem te ajudar!

Agora, vou mostrar as principais diferenças entre as sementes certificadas e as piratas.

Sementes piratas x certificadas: Diferenças

A principal diferença entre as sementes certificadas e as não certificadas são os cuidados antes, durante e após sua produção.

A produção certificada é feita por produtores de sementes idôneos, devidamente autorizados e cadastrados no Registro Nacional de Sementes e Mudas (Renasem).

Seus campos de produção devem seguir as normas e os padrões estabelecidos pelo Ministério da Agricultura (MAPA) para a espécie cultivada.

sementes piratas
(Fonte: Fundação Pró-Sementes)

Toda etapa de produção das sementes é realizada mediante controle de qualidade, que ocorre desde a escolha do local até o beneficiamento e comercialização.

Além disso, também é investido em pesquisas e tecnologia para desenvolvimento de novas variedades.

Isso está previsto na Lei Nº 10.711, de 5 de agosto de 2003, e Normativa Nº 9, de junho de 2005.

A utilização de sementes certificadas é estimulada por várias entidades, como a Associação Brasileira dos Produtores de Sementes de Soja, pois possibilita ao produtor maior segurança.

Se você adquiriu sementes certificadas, pode ter certeza que elas estão dentro dos padrões de controle estabelecidos em nosso país!

Fique sempre atento à embalagem em que recebe sua semente e se a indicação de certificação está presente.

Mas e as sementes piratas?

Bom, elas não passam por todos esses cuidados durante a produção e não seguem as normas estabelecidas .

Deste modo, o produtor que adquire sementes piratas não possui amparo legal.

E não é só isso. Vou falar sobre os riscos que você corre se adquirir uma semente proveniente desse comércio ilegal.

Sementes piratas: 6 fatores de risco para sua lavoura

Quando o produtor adquire sementes piratas, não imagina quanto prejuízo ela pode trazer.

Vou listar aqui os 6 principais fatores pelos quais a utilização de sementes ilegais pode prejudicar sua lavoura e ainda diminuir sua produtividade.

1. Misturas de cultivares

Isso prejudica o manejo, causa diferença de ciclos e impacta na diminuição da produtividade.

2. Plantas daninhas entre as sementes

Essa disseminação de sementes de plantas daninhas entre as lavouras dificulta o controle e aumenta a utilização de defensivos. Isso interfere indiretamente na produtividade.

sementes piratas
(Fonte: Cotrisoja)

3. Presença de partículas de solo

Situação que causa disseminação de patógenos de solo, podendo resultar em condenação do campo, falhas no estabelecimento da cultura e perdas na produtividade.

Sem contar a necessidade de mais aplicações de defensivos.

4. Presença de sementes contaminadas

Mais um problema, dessa vez relacionado à disseminação de patógenos transmitidos por sementes. Isso resulta em epidemias do campo e, consequentemente, em perdas na produtividade.

Também impacta em custo, pois representa maior gasto com manejos.

5. Presença de Pragas

Disseminação de pragas, que podem comprometer a produtividade e o estabelecimento da cultura. Custo elevado de manejo.

sementes piratas
(Fonte: Revista Globo Rural)

6. Sementes com baixa germinação e vigor

Primeiramente, a semente pode não emergir no campo. Quando isso ocorre, o produtor pode se deparar ainda com falha no estabelecimento da cultura, resultando em perdas na produtividade.

Além disso, sementes piratas não contém tecnologia nos mesmos padrões fornecidos pela empresa. Pode ocorrer inclusive mutação, o que compromete ainda mais a produtividade.

>> “Entenda a biotecnologia na agricultura e confira as novidades que vêm por aí

planilha de planejamento para milho e soja

Como identificar as sementes piratas

Na prática, nossas dicas são as seguintes:

  • Fique atento à embalagem! Observe as informações apresentadas: sementes certificadas trazem essa informação na embalagem
  • Desconfie de embalagens violadas: Observe se existe a presença de materiais inertes, sementes de plantas daninhas ou sementes nocivas e partículas de solo. Sementes certificadas apresentam valores muito baixos de impurezas
  • Observe se não há mistura de cultivares pela coloração das sementes e de seus hilos. Sementes de um mesmo cultivar costumam possuir uma mesma tendência de coloração
  • Não compre sementes de conhecidos ou vizinhos. Procure sempre uma revenda ou seu engenheiro agrônomo.

Não economize com sementes, compre sementes certificadas. O barato pode sair caro!

Vender e comprar sementes piratas pode gerar multa, conforme a lei de proteção de cultivares Lei Nº9.456.

Embora o uso de sementes piratas seja cada vez mais comum no Brasil, não se esqueça que, além de prejudicar a sua lavoura, a utilização de sementes piratas também é crime!

sementes piratas
Campanha desenvolvida pela Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem) para alertar sobre o problema da pirataria
(Fonte: Adaptado de Abrasem)

Conclusão

Neste artigo vimos o que são sementes piratas e como elas podem influenciar na sua lavoura e na sua produtividade.

Mostramos também o que caracteriza uma semente pirata e como reconhecê-la.

Você conferiu ainda quais os principais fatores negativos da utilização de sementes piratas.

Espero que com esse texto você entenda a importância de usar somente sementes certificadas!

>>Leia Mais:

Como fazer o armazenamento de sementes de soja e assegurar a germinação

Inoculação: Todos os tipos e + 7 dicas par tirar o máximo proveito dela

Tratamento de sementes na fazenda ou industrial? Faça a melhor escolha!

Você conhecia os riscos que as sementes piratas trazem para a lavoura? Quer saber mais sobre esse assunto? Deixe seu comentário!

Tecnologia no campo: como ela impacta a produtividade

Tecnologia no campo: saiba a importância, como ela evoluiu, principais ferramentas, o que ela proporciona e principais benefícios.

Para evoluir e ser competitiva, a propriedade agrícola precisa se adaptar e melhorar processos.

O avanço da tecnologia na agricultura, com uso de ferramentas como GPS, integração de maquinários, softwares para gestão agrícola e outras ferramentas inovadoras permitem o aumento da eficiência de processos e da produtividade geral.

Nesse artigo, veja as principais tecnologias que podem ser usadas nos processos do campo e todas as suas vantagens. Boa leitura!

O que é tecnologia no campo? Qual a sua importância?

A tecnologia no campo consiste no uso de equipamentos e técnicas mais modernas na propriedade. Produtores rurais que não abrem espaço para tecnologias, máquinas modernas e sistemas automatizados dependem de informações sem fundamento. 

Isso compromete completamente as atividades e a produtividade da lavoura. A modernidade te ajuda a fazer a gestão da fazenda e do campo, além do monitoramento da produção, do estoque, distribuição, comercialização e processamento. 

Elas te ajudam a ter maior controle de qualidade das atividades diárias, tanto suas quanto dos seus funcionários. 

A maior importância do uso da tecnologia no agronegócio está ligada ao fato de aumentar a eficiência do trabalho, o que te dá mais tempo para atuar no campo.

O uso de recursos desnecessários também é diminuído pela tecnologia, reduzindo também os riscos da atividade, aumentando a produtividade e a margem de lucro da fazenda.

Evolução da tecnologia agrícola

Muitas das tecnologias hoje utilizadas no campo vem de avanços em outras áreas que foram adaptados à agricultura.

Por exemplo, antes da tecnologia a aração da terra era feita manualmente. Em seguida, passou a ser feita com o uso de tração animal, e depois através de motores em tratores acoplados a implementos agrícolas.

Hoje, esse processo acontece sem necessidade de operação humana. Tudo é feito pela automação agrícola, com máquinas ligadas ao GPS.

Os motores e o GPS não foram inventados para a agricultura, mas foram adaptados para uso nessa atividade.

Dentre os principais avanços tecnológicos implementados na agricultura ao longo do tempo, podemos citar:

  • Desenvolvimento e melhora de técnicas agrícolas;
  • Desenvolvimento de produtos de nutrição e fitossanitários para aumento de produtividade;
  • Melhoramento genético e biotecnologia;
  • Geolocalização e automação agrícola;
  • Uso de computadores para organização de dados e tomadas de decisão;
  • Sensoriamento remoto;
  • Inteligência artificial

Hoje, muito se fala da agricultura 4.0, que nada mais é que o conjunto de tecnologias digitais integradas e conectadas através de softwares, sistemas e equipamentos, que colocar a agricultura de precisão em prática, por exemplo, o conjunto de tecnologias digitais integradas e conectadas através de softwares, sistemas e equipamentos, que colocar a agricultura de precisão em prática, por exemplo.

Banner de chamada para o kit de sucesso da lavoura campeã de produtividade

Como a tecnologia ajuda no campo?

A tecnologia no campo ajuda a aumentar a eficiência, sustentabilidade e produtividade por meio de ferramentas como softwares de gestão, monitoramento remoto com drones e sensores, máquinas automatizadas e agricultura de precisão. Confira mais detalhes: 

1. Gestão mais eficiente:  Softwares como o Aegro permitem o controle de custos, planejamento de safras, monitoramento de receitas e despesas, além de integrar dados fiscais e financeiros, otimizando a administração da propriedade. Conheça a solução!

2. Monitoramento remoto: Com o uso de drones, imagens de satélite e sensores, é possível monitorar a saúde da lavoura, identificar pragas e doenças, medir índices como o NDVI e tomar decisões mais precisas.

3. Automação de processos: Máquinas agrícolas, como tratores autônomos e sistemas de irrigação automatizados, economizam tempo, reduzem custos e aumentam a eficiência no manejo do campo.

4. Acesso a dados climáticos e previsões: Aplicativos e estações meteorológicas fornecem informações sobre clima, chuvas e temperaturas, ajudando no planejamento do plantio, manejo e colheita, além de mitigar riscos climáticos.

5. Sustentabilidade: Tecnologias que promovem o uso eficiente de recursos naturais, como sistemas de energia solar e gestão inteligente do solo, tornam a produção agrícola mais sustentável.

Confira também:

5 Benefícios trazidos pela tecnologia no campo

A tecnologia do campo vem crescendo e trazendo cada vez mais benefícios para quem produz. Ainda assim, pode ser que dúvidas apareçam antes de implementá-la na sua lavoura. 

Para te ajudar, veja algumas das grandes vantagens que a tecnologia no agro proporciona para o seu negócio.

1. Planejamento e antecipação de problemas

Ao conhecer melhor as características específicas das áreas de cultivo e a situação de maquinários, fica mais fácil conhecer os potenciais problemas e antecipar soluções.

Por exemplo, você pode saber se vai ser ou não necessário irrigar um talhão em casos de risco de déficit hídrico. Você também pode saber a hora certa de aplicar defensivos, a depender dos sinais de infestação de pragas ou doenças.

2. Diminuição de retrabalhos 

O uso de máquinas inteligentes conectadas a sistemas de localização permite que as atividades sejam executadas com maior precisão e menor risco de falha humana

Por exemplo, essas tecnologias para o campo evitam a necessidade de replantio por falha de distribuição de sementes. Os riscos disso acontecer são bem menores quando se utiliza um maquinário mais tecnológico. O piloto automático é uma dessas tecnologias.

3. Economia de recursos 

Ao tornar processos mais eficientes, há diminuição no desperdício e aumento na economia em diversos recursos. 

Ao conhecer as necessidades específicas da lavoura por um determinado nutriente, você evita riscos de aplicação exagerada e consequente overfert. Além disso, ao diminuir retrabalho, há economia de combustível e mão de obra.

4. Diminuição de riscos e controle operacional

Uma atividade mais eficiente diminui a chance de perda de produção por fatores externos e diminui o risco da atividade para quem a realiza. 

Além disso, você pode monitorar as atividades feitas na fazenda pela localização de máquinas e check-lists. Isso aumenta o controle e a organização do seu negócio, além de facilitar o planejamento.

5. Maior homogeneidade no campo e na produção

Ao utilizar métodos de localização e aplicação de maior tecnologia, a tendência é diminuir a influência da heterogeneidade de recursos, como solo, água e clima.

Assim, é viável homogeneizar e aumentar a produtividade da área como um todo.

Quais são as tecnologias no campo?

As inovações tecnológicas no campo têm novidades a cada dia. Atualmente, as mais utilizadas no campo são a agricultura de precisão, sensores, drones e automação de máquinas, GPS, robótica, biotecnologia, big data e softwares. Veja mais sobre eles:

1. Agricultura de precisão

A agricultura de precisão é o uso de tecnologias e ferramentas avançadas para analisar as condições das áreas cultivadas. Isso é feito através da variabilidade do solo e do clima, e te ajuda a tomar decisões mais acertadas.

O uso dessas ferramentas em combinação aumenta a eficiência dos processos. Muitos agricultores brasileiros praticam a agricultura pela média, utilizando diagnósticos mais simples e recomendações únicas para a fazenda toda.

Porém, as fazendas e os talhões não são uniformes. Assim, a agricultura de precisão envolve um manejo diferenciado das lavouras, considerando suas desuniformidades.

Novas ferramentas possibilitam explorar detalhadamente as manchas dentro das lavouras e ver se elas se repetem ao longo dos anos ou se estão sempre nos mesmos locais.

Para isso, é crucial ter acesso à caracterização da propriedade de maneira rápida e precisa, seja das condições de clima, solo, maquinários e plantas.

2. Sensores 

O uso de sensores na agricultura para monitoramento de características da lavoura é cada vez mais presente. Hoje você pode medir automaticamente muitos parâmetros do solo, planta, clima e até mesmo de seus maquinários.

Isso aumenta a capacidade de mapeamento de problemas e a proposição de soluções específicas, seja em manutenção de máquinas, controle de estresses bióticos e abióticos, etc.

Existem sensores que são mais e menos invasivos. Alguns são utilizados em contato com a planta, enquanto outros podem medir à distância, através do sensoriamento remoto.

4. Drones 

Sensores acoplados a máquinas ou drones te ajudam a monitorar as áreas específicas da lavoura. Para aumentar o alcance e eficiência da atividade de medição de parâmetros, o uso de drones e máquinas autônomas é um grande avanço.

Por exemplo, uma atividade que necessitaria muita mão de obra pode ser feita muito mais rapidamente através de imagens ou dados de sensores. Eles podem ser acoplados a drones ou outras máquinas.

Existem vários tipos de drones no mercado, variando de acordo com preço e autonomia de voo, peso, tecnologia, etc. Drones na pulverização de defensivos também têm sido utilizados.

5. GPS agrícola

Ao acoplar as informações obtidas por sensores com a localização das medidas, você consegue gerar mapas detalhados da propriedade.

Os sistemas de localização como o GPS agrícola são atualmente bastante utilizados em propriedades agrícolas e acoplados a muitos maquinários..

Esse mapas, permitem decidir quais áreas necessitam de manejo e qual a urgência, seja para aplicação de defensivos, irrigação, época de colheita, preparo de solo, etc.

6. Inteligência Artificial (IA)

A IA na agricultura está transformando o setor ao tornar as operações mais eficientes, sustentáveis e produtivas. Com o uso de sensores, drones, máquinas autônomas e análise de dados, a tecnologia permite uma gestão mais precisa das lavouras.

Com algoritmos avançados, os produtores é possível analisar grandes volumes de dados em tempo real, ajustando suas estratégias conforme as condições climáticas, o solo e o desenvolvimento das plantas.

Isso resulta em um uso mais eficiente da água, fertilizantes e defensivos agrícolas, reduzindo desperdícios e impactos ambientais.

Como a IA pode ser uma estratégia no setor agrícola?

7. Robótica e automação agrícola 

A robótica e a automação agrícola permitem um planejamento de atividades bastante específicas para cada pequena área de um talhão, por exemplo. Isso permite que as atividades sejam aplicadas, o que gera aumento da eficiência.

Para conseguir executar com precisão a recomendação de acordo com as necessidades informadas nos mapas, é necessário o uso de máquinas autônomas. Elas devem exigir o mínimo de atuação humana, com alta eficiência e precisão.

8. Biotecnologia

A biotecnologia na agricultura permitiu o melhoramento genético convencional ou por meio de alterações pontuais e transgenia. Isso tem gerado um avanço enorme no ganho de produtividade na agricultura mundial.

Algumas dessas tecnologias são:

  • sementes mais saudáveis e homogêneas;
  • produtos biológicos;
  • estimulantes de crescimento;
  • protetores de plantas contra pragas e doenças;
  • melhoradores de desempenho sob estresse ambiental.

Essas tecnologias disponíveis no mercado te ajudam a diminuir as perdas, aumentar a eficiência e produtividade.

9. Big Data e Internet das coisas (IoT)

O aumento da capacidade de aquisição de dados pelos métodos de sensoriamento gera uma grande quantidade de informação. Isso acontece em combinação com a agricultura de precisão e com avanços da biotecnologia.

Isso é chamado de Big Data, e é usado para compreender as caraterísticas da fazenda e prever atividades futuras.

Hoje, com mais tecnologia no campo, os produtores já contam com ferramentas que auxiliam a interpretação de dados com agilidade.

Assim, a (IoT)  Internet das Coisas é uma ferramenta que agrupa diversos equipamentos dentro e fora da fazenda, utilizando redes de dados e facilitando o entendimento da Big Data.

10. Tecnologias de Irrigação Inteligente

As tecnologias de irrigação inteligente aumentam a eficiência hídrica na agricultura por meio do uso de sensores de umidade do solo, irrigação automatizada, integração com estações meteorológicas, inteligência artificial e imagens de satélite ou drones.

Esses sistemas ajustam a irrigação de forma precisa, reduzindo desperdícios, custos e impactos ambientais.

Com isso, os produtores conseguem otimizar o uso da água, aumentar a produtividade e tornar suas lavouras mais resilientes às mudanças climáticas.

11. Sensores de Nutrientes e Fertilidade

Os sensores de nutrientes e fertilidade monitoram em tempo real a disponibilidade de macro e micronutrientes no solo, permitindo um manejo mais eficiente da adubação.

Utilizando tecnologias como sensores eletroquímicos, ópticos, IoT e inteligência artificial, eles fornecem dados precisos para ajustar a aplicação de fertilizantes, reduzindo custos, desperdícios e impactos ambientais.

Além disso, quando integrados a máquinas agrícolas, esses sensores otimizam a fertilização de forma automatizada, garantindo maior produtividade e sustentabilidade na lavoura.

12. Energia renovável no campo

A adoção de energia renovável no campo está reduzindo a dependência de combustíveis fósseis e os custos com eletricidade.

Fontes como energia solar, eólica e biomassa vêm sendo utilizadas, permitindo que produtores gerem sua própria energia de forma eficiente. Enquanto painéis solares abastecem sistemas de irrigação, cercas elétricas e máquinas agrícolas, enquanto turbinas eólicas aproveitam ventos constantes para gerar eletricidade.

Já a biomassa e o biogás transformam resíduos agrícolas e dejetos animais em energia térmica ou elétrica, promovendo um ciclo sustentável.

Entre os principais benefícios, está a redução de custos operacionais, menor impacto ambiental, maior autonomia energética e o aproveitamento inteligente dos recursos naturais da propriedade.

13. Gestão e softwares

O uso de softwares de gestão rural é e será cada vez mais importante para evoluir os resultados da lavoura sem gerar prejuízos ao bolso do produtor.

Um bom exemplo disso é o Aegro, um software que facilita a gestão agrícola e financeira da sua propriedade.

Isso porque ele acompanha a evolução da safra direto do campo , oferecendo dados precisos para avaliar a efetividade e o impacto das operações nos custos e, assim, tomar melhores decisões

 Suas soluções digitais  também ajudam a controlar desde o estoque disponível até a manutenção de maquinário, evitando imprevistos na operação e melhorando o gerenciamento de recursos físicos e humanos.

Além disso, ele integra diversos recursos de tecnologias agrícolas, alguns já citados neste texto, em um só lugar.

Como é o caso das imagens NDVI e do Monitoramento Integrado de Pragas em um só lugar. Marque uma demonstração e faça um teste GRÁTIS no Aegro!

Conclusão

O uso de drones e satélites de última geração faz parte do dia a dia de muitos produtores. As aquisições de dados agrícolas estão cada dia maiores e mais precisas, possibilitando a criação e interpretação de inúmeras informações.

Portanto, fique de olho nas tecnologias que estão disponíveis no mercado. Essa é a principal forma de você não ficar para trás e evoluir a sua fazenda assim como a tecnologia evolui.

Comece já a pesquisar quais as tecnologias mais adequadas ao seu dia a dia e modelo de produção agrícola. Com certeza, desta forma você obterá ganhos na sua gestão.

>> Leia Mais:

“Conheça 3 principais motivos para investir em inteligência artificial na agricultura”

O que são mapas NDVI e como consegui-los de graça para sua fazenda

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Como você tem utilizado a tecnologia no campo? Já conhecia essas ferramentas que facilitam o seu dia a dia? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Contabilidade do agronegócio: como funciona e benefícios

Contabilidade do agronegócio: por que a conta da fazenda não fecha? Veja 5 passos para organizar as finanças e outras informações para ter maior eficiência na propriedade.

Qual será o custo de produção dessa safra? Que atividade gera mais lucro?

Por que a colheita é farta, mas sempre é um “Deus nos acuda” para pagar as contas?

Se você se identifica com alguma dessas perguntas, você pode ter um problema nas mãos…

Mas uma boa contabilidade rural pode te ajudar a responder essas perguntas e ainda ter controle sobre as finanças e desempenho do seu negócio. Confira como a seguir!

O que é a contabilidade do agronegócio

A contabilidade agrícola ou do agronegócio é o processo em que são organizadas as contas e outras obrigações fiscais e tributárias das empresas rurais.

A contabilidade do agronegócio controla toda a parte econômica e financeira das propriedades rurais, registrando compras, vendas, recebimentos e pagamentos.

Com essas informações, são gerados demonstrativos e relatórios da situação atual da empresa.

A análise desses relatórios funciona como um “exame de sangue”, apontando o que há de errado com a saúde financeira da propriedade rural.

Com a apuração dos resultados fazemos o planejamento da empresa rural e implementamos mudanças, buscando maior eficiência e melhoria da situação econômica.

O impacto das mudanças adotadas é avaliado novamente pela contabilidade e todo o processo é repetido para a nova realidade.

A ideia é melhorar sucessivamente e a contabilidade é fundamental para isso!

Como funciona a contabilidade do agronegócio

Para fazer a contabilidade do agronegócio, é necessário realizar o registro de todas as compras, vendas, recebimentos, pagamentos de fornecedores, fluxo de caixa, impostos, entre outros.

Ter todos esses registros fica mais fácil de controlar a propriedade rural, estruturando estratégias que irão ajudar na manutenção do negócio.

Esses dados ajudarão a verificar como está a saúde financeira da propriedade e onde estão os problemas. 

Com os problemas identificados, pode ser feito um planejamento para a correção de erros e implementação de mudanças. 

É importante destacar que um profissional de contabilidade pode dar todo o suporte, trazendo maior confiabilidade para as finanças do agronegócio.

Qual a importância da contabilidade no agronegócio

A contabilidade no agronegócio é fundamental, pois permite às empresas do setor se adequarem ao sistema tributário brasileiro, que é bastante complexo.

Dessa forma, são mantidas a estabilidade e a saúde financeira, preservando, assim, a capacidade de investimento e a maximização de lucros.

Como a produção do agronegócio está diretamente relacionada a produtos vivos, como plantações ou animais, esse fato por si só torna a contabilidade rural ainda mais complexa.

Além de todas as questões tributárias, o clima também influencia muito no faturamento, ainda mais quando existem mudanças climáticas que causam grandes perdas.

Portanto, se você tem um bom planejamento, é possível gerenciar bem as finanças e trazer mais facilidade para o dia a dia da gestão.

Qual é o principal objetivo da contabilidade da empresa rural

O principal objetivo da contabilidade do agronegócio é direcionar e planejar as operações agrícolas e pecuárias, de modo que seja possível medir corretamente a performance financeira de cada atividade realizada na fazenda.

Na prática, uma boa contabilidade rural desempenha tarefas de registro, interpretação e análise de dados, que possibilitam um controle de custos melhor e mais eficaz.

Dessa forma, consegue fornecer insight valiosos que podem contribuir para uma gestão fiscal e tributária melhor.

Como se realiza a contabilidade em uma propriedade rural

Para aplicar a contabilidade do agronegócio, primeiramente, é preciso ser feito um estudo sobre a terra, equipamentos, fertilizantes, entre outros ativos e passivos.

Deve-se verificar, inclusive, empréstimos bancários, financiamentos e o patrimônio líquido da propriedade rural.

Para melhor controle e gestão desses dados, é recomendável que as informações estejam especificadas em uma planilha ou software de gestão agrícola, como o Aegro.

Contabilidade do agronegócio: quando a conta não fecha

É muito comum acharmos que o nosso negócio dá lucro, quando na verdade está nos colocando no vermelho!

Mas por que isso ocorre? Como diria um professor meu: “o cara não faz a conta!”

É realmente esse o problema. Mas não é tão simples: isso é consequência de falhas anteriores como:

  • Não registrar corretamente os custos, despesas e receitas
  • Desorganização financeira
  • Não separar o que é “da casa” do que é “da empresa”

A contabilidade rural pode te auxiliar a corrigir essas falhas,  conhecer melhor o seu negócio e como ele está inserido no mercado.

Isso possibilita a avaliação da viabilidade financeira e melhoria da empresa.

     contabilidade do agronegocio
Exemplo de controle de operações de uma fazenda pelo Aegro

Benefícios da contabilidade rural

A contabilidade rural é essencial, é uma atividade que vai além da simples organização financeira e de uma ferramenta de organização fiscal e tributária.

Trata-se de uma forma de compreender qual é a realidade econômica do seu negócio. Com a análise do balanço patrimonial e a demonstração do resultado do exercício, a empresa consegue mergulhar na sua situação financeira a partir de várias perspectivas, entendendo sua liquidez, o retorno sobre investimento e a confiabilidade de sua estrutura.

Além disso, auxilia o produtor a ter uma visão macro do empreendimento. Essa visão sobre a situação financeira permite ao produto fazer um planejamento com maior eficiência.

Ou seja, com base nas informações contábeis, é possível criar planos de ação e adotar estratégias capazes de impactar o negócio. A visão macro possibilita que o empreendedor identifique rapidamente os pontos positivos e negativos sobre sua operação, permitiando uma tomada de decisão ágil e precisa.

Com isso, os resultados da sua empresa rural melhoram. O motivo para isso é simples, as atividades contábeis permitem medir o desempenho econômico-financeiro da empresa e de cada atividade realizada.

Com maior conhecimento acerca de sua capacidade financeira e de suas obrigações de curto e longo prazo, é possível planejar os investimentos da melhor maneira, contribuindo com o seu planejamento financeiro.

5 passos para aplicar a contabilidade na sua fazenda

1º passo: Mude seu ponto de vista

A contabilidade agrícola está inserida no contexto de empresa rural.

Sua utilização passa por uma mudança no modo como se encara a atividade: sai de cena a desorganização, entram o planejamento, as avaliações e as decisões conscientes.

A falta de organização financeira dificulta a vida do produtor.

Ele não é capaz de identificar os custos de cada plantio, a receita e nem a rentabilidade de cada atividade.

E a situação piora quando mais de uma atividade agropecuária é realizada na propriedade rural…

Sem o conhecimento sobre a situação financeira atual, fica cada vez mais difícil dar um passo à frente.

A contabilidade do agronegócio mostra os vários caminhos e te dá embasamento para decidir qual deles é melhor seguir.

2º passo: Cada detalhe importa na hora de fazer as contas

É importante que você registre detalhadamente todos os custos, despesas e receitas de cada atividade rural.

Por exemplo, se produzimos milho para grãos e também leite.

As informações contábeis das duas atividades rurais devem ser organizadas de forma que não se misturem.

Os gastos com sementes, adubos e etc., vão para a contabilidade do milho; os gastos com ordenha e ração, para a do leite.

Com o tempo vamos aumentando o grau de detalhamento e anotando os dados de cada atividade em grupos menores, em talhões ou lotes de animais, por exemplo.

Desse modo, temos como calcular a rentabilidade de cada atividade e saber qual delas é o carro chefe ou se temos prejuízo em alguma delas.

contabilidade do agronegócio
Com Aegro você consegue visualizar os custos por operação de modo fácil e automatizado.
Saiba mais sobre o software agrícola aqui.

3º passo: Não misture casa e trabalho

A maioria dos produtores é de pequeno e médio porte.

Como as atividades são comandadas e executadas pela própria família, é comum que as coisas se misturem.

O que foi gasto nos afazeres da casa se mistura com o que foi gasto na lavoura e vice-versa.

Fica difícil extrair alguma informação útil ao negócio.

Por isso, é extremamente importante que o registro das informações contábeis seja organizado e individualizado.

Devemos elaborar um fluxo de caixa para casa e outro para a empresa. São atividades completamente distintas.

Fazendo essa discriminação, entende-se exatamente como o negócio está financeiramente.

Tem-se o controle sobre ele e se consegue tomar melhores decisões.

Por isso, não leve o trabalho para casa (nem a casa para o trabalho)!

Você pode começar baixando gratuitamente nosso kit de controle de caixa e finanças da fazenda, contendo uma planilha de fluxo de caixa e de conciliação bancária. Clique na imagem para baixar!

4º passo: Tudo a seu tempo

A principal diferença da contabilidade do agronegócio para a de outras empresas é a sazonalidade.

A renda se concentra no período após a colheita dos produtos agrícolas.

Enquanto a maioria da empresas encerra seu exercício social no final do ano, a empresa rural deve fechar a contabilidade ao final do ano agrícola. E isso geralmente ocorre no meio do ano.

No caso de quem realiza diferentes atividades, o ideal é que se finalize o exercício após a colheita/venda da atividade que gera maior valor no período.

5º passo: Separe o que é despesa e o que é custo

Os custos dizem respeito aos gastos que podem ser associados ao produto final, seja para sua produção ou prestação de serviços.

Por exemplo: sementes, adubo, diesel, manutenção de máquinas agrícolas e mão de obra, etc.

As despesas se relacionam mais com consumo de bens ou serviços. Contas de água, luz, aluguel, salário de funcionários e impostos.

contabilidade do agronegócio
(Fonte: Capello em Cepea/USP)

Os impostos representam uma parte significativa dos gastos de uma propriedade rural e precisamos contabilizá-los. Vou explicar melhor abaixo.

Contabilidade do agronegócio: impostos

Para falarmos de impostos, primeiro precisamos definir as formas de exploração do agronegócio: pessoa física ou pessoa jurídica.

A pessoa física corresponde ao indivíduo, a cada produtor individualmente.

A maioria dos produtores rurais adota a pessoa física, pois a tributação e a contabilidade é mais simples.

Já os grandes produtores (alto faturamento) estão sujeitos à mesma tributação de pessoas jurídicas.

Você pode ter alguns benefícios ao se tornar uma pessoa jurídica, sobretudo na questão do imposto para produtor rural. Veja neste artigo mais sobre isso.

A pessoa jurídica pode representar um empresário rural individual ou corresponde à união de indivíduos perante a lei para constituir uma nova pessoa.

Assim, são formadas as empresas, cooperativas e associações.

(Fonte: Coopertradição)

>> Leia mais: “Conheça os 4 principais impostos obrigatórios na tributação do produtor rural

E quais impostos preciso considerar?

O Imposto Territorial Rural é calculado sobre o valor do imóvel rural e leva em conta também a produtividade do imóvel.

No caso de venda do imóvel, temos também que separar o que é terra nua e o que são benfeitorias, pois são tributadas de forma diferente.

Para pessoa física, as principais tarifas são o ICMS, o Imposto de Renda (IR) e o Funrural.

O produtor pode ser isento de pagar ICMS em alguns casos, mas sempre estará sujeito ao IR.

A tabela do Imposto de Renda para o produtor rural varia de 7,5% a 27,5%.

Ela é aplicada sobre o lucro (ou de forma arbitrada sobre 20% da receita bruta) mais os rendimentos tributáveis (salários, pró-labores, aluguéis, etc).

O produtor que possui trabalhadores empregados e que comercializa seus produtos, deve pagar o Funrural. 

Se o produtor optar por calcular o Funrural sobre o valor da produção agrícola, a alíquota total é de 1,5%, sendo 1,2% referente ao INSS, 0,1% para o RAT e 0,2% para o SENAR.

Caso o produtor opte por calcular o Funrural pela folha de pagamento, a alíquota total é de 23% sobre o valor dos salários, sendo 20% referente ao INSS e 3% para o RAT.

Para atividades realizadas por pessoa jurídica, a tributação é mais complexa.

Os tributos nesse caso são:

  • Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ)
  • Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL)
  • Programa de Integração Social (PIS)
  • Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins)
  • Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural)

Cada um deles tem condições específicas que podem ser consultadas no site da Receita Federal.

No caso do Funrural, o produtor que tem trabalhadores contratados e comercializa sua produção, deve pagar o imposto. Sobre o valor da produção, a alíquota é de 2,05%, sendo 1,7% referente ao INSS, 0,1% para o RAT e 0,25% para o SENAR.

Caso o produtor opte pelo recolhimento sobre a folha de pagamentos, a alíquota é a mesma do produtor pessoa física.

Não podemos nos esquecer desses impostos na hora de realizar a contabilidade do agronegócio.

banner de chamada para gestão fiscal

Plano de contas: o que é?

A definição de plano de contas se confunde com a da própria contabilidade.

O plano de contas é o registro detalhado dos dados e de forma padronizada, permitindo a gestão de custos de produção e o valor dos insumos no estoque.

Com ele, podemos verificar a viabilidade financeira da nossa empresa.

O plano de contas é igual para qualquer empresa, o diferencial é o detalhamento dos itens para as empresas rurais.

As plantas e animais são considerados estoques (ativo biológico) e devem ser contabilizados de forma individual para cada categoria.

Peças de reposição, óleo diesel, benfeitorias, entre outros, têm categorias específicas que devem ser detalhadas no plano de contas.

Pra tudo é dado um valor e esse valor é utilizado para calcular os custos e a rentabilidade de cada atividade e da empresa como um todo.

Falando em estoque, clique na figura para baixar gratuitamente uma planilha para controle mais preciso do seu estoque.

Banner para baixar o kit de planejamento tributário rural

Ajuda é sempre bem-vinda

É sempre bom contar com a ajuda de alguém na lida no campo, não é mesmo?

Na contabilidade é a mesma coisa!

Não tente fazer tudo sozinho. Mexer com números pode parecer difícil, mas com a ajuda certa você ficará craque no assunto.

Planilhas agrícolas e software de gestão agrícola te ajudam a deixar tudo mais organizado, sem perda de tempo e permitindo acesso rápido às suas informações.

Assim, sua contabilidade ficará organizada e acessível, permitindo que seja usada no processo de tomada de decisão e melhoria de sua empresa agrícola.

Facilite a gestão agrícola com o Aegro

Centralizar e armazenar as informações do negócio em um único sistema, evita a perda de dados e torna mais fácil a análise dessas informações.

O Aegro centraliza todas as informações, desde o planejamento, produção, financeiro até o pós-venda. Mas apenas armazenar, não garante a análise dos dados, correto? 

Para simplificar, o sistema gera relatórios baseados nestes dados, simplificando a análise de os resultados por safra e por talhão.

Centralizar e armazenar as informações do negócio em um único sistema, evita a perda de dados e torna mais fácil a análise dessas informações.

O Aegro centraliza todas as informações, desde o planejamento, produção, financeiro até o pós-venda. Mas apenas armazenar, não garante a análise dos dados, correto? 

Para simplificar, o sistema gera relatórios baseados nestes dados, simplificando a análise de os resultados por safra e por talhão.

O indicador de Rentabilidade do Aegro ajuda a analisar a relação de despesas e receitas da safra
(Fonte: Aegro)

Com o histórico das safras anteriores e análise dos custos, fica mais fácil identificar oportunidades de economia e redução de custos, tornando cada safra cada vez mais produtiva e rentável.

Mesmo que você tenha um contador para ajudar na gestão contábil da fazenda, o sistema facilita a comunicação e troca de informações com a contabilidade. Você pode transmitir relatórios e dados do sistema direto para o seu contador, ganhando tempo e evitando falta de dados. E se quiser facilitar ainda mais, basta dar acesso ao seu contador criando um perfil para ele no Aegro.

Conclusão

A contabilidade do agronegócio é uma ferramenta que auxilia o produtor ou empresário rural a entender como vai o seu negócio.

Com uma contabilidade bem feita controlamos nosso patrimônio e temos informações precisas sobre o desempenho econômico da empresa.

Assim, é possível planejar o próximo passo e tomar decisões melhores para o futuro de nossa empresa.

>> Leia mais:

“Livro caixa digital do produtor rural (LCDPR): Tudo o que você deve saber

“Como fazer administração rural com essas 3 ferramentas mesmo não sabendo nada de tecnologia”

Nota fiscal eletrônica de produtor rural obrigatória? Veja o que fazer

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Foto da autora Mariana, sorrindo com uma parede vermelha no fundo

Atualizado em 10 de outubro de 2023 por Mariana Rezende

Sou formada em Economia e mestre em Economia Aplicada pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Atualmente sou doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Economia e graduanda de Ciências Contábeis na mesma instituição.

O que é gestão de pessoas e como isso beneficia sua fazenda

O que é gestão de pessoas: Entenda por que ela é importante e veja as dicas para ter mais sucesso com sua equipe!

Para obter alta produtividade, uma lavoura precisa de diversos cuidados.

E, tão importante quanto clima, solo e tecnologia, está o trabalho dos colaboradores da fazenda.

Afinal, a lavoura responde ao manejo, e quem faz todos os manejos são pessoas. No final das contas são as pessoas que importam.

Mas como montar e motivar a equipe de trabalho?

Diversos estudos apontam aumento da rentabilidade de negócios quando utilizadas essas técnicas gerenciais.

Neste artigo, vamos mostrar como fazer uma boa gestão de pessoas e obter mais sucesso com sua equipe. Confira a seguir!

O que é gestão de pessoas nas empresas rurais?

A gestão de pessoas nada mais é que a aplicação de várias estratégias para atrair e manter bons profissionais.

Em empresas rurais, sua aplicação deve ir muito além da básica rotina de pagamentos, faltas e normatizações.

Uma boa gestão de pessoas envolve seleção de funcionários, programas de treinamento e desenvolvimento do capital humano.

Como já dizia o professor Dirceu Gassen e como já citei: a lavoura responde ao manejo, e quem faz todos os manejos são pessoas. No final das contas são as pessoas que importam.

Compreende também avaliação de desempenho (feedback), segurança no trabalho, plano de carreira e programas de participação nos resultados.

A gestão de pessoas nas organizações consiste no trabalho em equipe, que irá trazer benefícios para todos dentro da propriedade, independente do nível hierárquico.

O que é gestão de pessoas
(Fonte: Soften)

Um funcionário que trabalha feliz, motivado, e que se sente bem no ambiente de trabalho, produz mais.

Quando o produtor possui uma boa gestão rural, o trabalhador “veste a camisa” e possui interesse em ver a propriedade crescer.

Deste modo, a gestão de pessoas dentro da fazenda deve possuir estratégias que visem estimular o desenvolvimento profissional.

Isso é possível, por exemplo, incentivando os colaboradores a desenvolverem novas habilidades, de modo que se mantenham na propriedade.

Um trabalhador hábil, eficaz e satisfeito é uma das chaves para a rentabilidade e sucesso da empresa rural!

Além disso, a motivação dos funcionários dentro da propriedade deve ocorrer diariamente, de modo que se sintam reconhecidos e valorizados.

Quando as pessoas se sentem valorizadas, dão o melhor de si, atingindo o objetivo da gestão de pessoas.

Mas como realizar a gestão de pessoas na propriedade? Vou explicar melhor!

Como realizar a gestão de pessoas na sua fazenda

A gestão de pessoas deve ser realizada nos diferentes setores da propriedade, dos funcionários mais antigos aos temporários, independente do nível hierárquico.

planejamento da propriedade é essencial para iniciar a gestão.

Primeiramente, deve-se fazer um levantamento da atual situação da empresa rural, seus pontos positivos, negativos e qual o seu principal objetivo.

Feito isso, o próximo passo é aprofundar o conhecimento da equipe de trabalho. Quais são os pontos fortes e fracos de cada funcionário?

Sabendo isso, o gestor poderá destinar as melhores funções de acordo com o perfil do colaborador.

Deste modo, a execução do trabalho fica mais fácil, pois o trabalhador se sente mais à vontade e pode dar o seu melhor.

Consequentemente, o desempenho do grupo vai melhorar!

Porém, é necessário definir o que é esperado de cada cargo, evitando que um funcionário acabe realizando a função de dois cargos.

Além disso, o gestor precisa saber delegar atividades. Assim, a dinâmica da empresa rural irá fluir e melhores resultados serão alcançados.

Valorize a sua equipe e dê sempre feedback aos colaboradores!

Mostre os pontos positivos e onde cada pessoa pode melhorar.

É preciso também dar espaço para que eles sugiram melhorias na empresa.

Vamos mostrar a seguir as principais dicas para ter uma boa gestão de pessoas na sua empresa rural.

O que é gestão de pessoas
(Fonte: Adaptado de IMC Brasil)

O que é gestão de pessoas: 4 dicas para o sucesso da sua equipe

1º Dica: Comunicação

Uma propriedade que possui boa comunicação evita muitos desencontros de informações.

A adoção de um sistema de comunicação interno na sua empresa rural pode facilitar o diálogo entre todos os cargos.

Além disso, essa prática permite unificar as informações da empresa.

Aproveite a tecnologia disponível para isso! Alguns programas e softwares podem te ajudar nessa comunicação interna.

2º Dica: Motivação

A motivação é o combustível para a realização das atividades. Pessoas motivadas se esforçam mais e trabalham melhor!

Na sua empresa, qual é hoje a maior motivação para um colaborador querer ser selecionado e permanecer no cargo? Pense nisso!

Reconheça o bom trabalho, seja por meio de promoções, treinamentos diferenciados ou aumentos de salários e/ou benefícios.

3º Dica: Treinamento e desenvolvimento

Independente do tamanho da propriedade, invista em cursos de capacitação, treinamentos técnicos e comportamentais para seus colaboradores.

Note quais os cursos seus funcionários gostariam de ter e quais os auxiliariam no dia a dia da sua fazenda.

Elabore um calendário, de modo que esses treinamentos e cursos sejam constantes! O funcionário se sentirá cada vez mais motivado!

Lembre-se que o desenvolvimento e crescimento do colaborador refletem também no crescimento da empresa rural!

O que é gestão de pessoas
Capacitação e aperfeiçoamento: bom para o trabalhador e para a fazenda
(Foto: Marco Ankosqui em Dinheiro Rural)

4º Dica: Trabalho em equipe

O trabalho em equipe é fundamental para o bom funcionamento da fazenda.

Os objetivos de todos os setores deve ser o mesmo, evitando assim as competições entre times, por exemplo.

A atenção com a integração e o trabalho em equipe fazem parte do que é uma boa gestão de pessoas!

Para auxiliar na área de gestão da empresa rural e possibilitar a integração de todos os funcionários, o uso de software novamente entra como uma alternativa!

Agora que já te dei algumas dicas, vamos falar mais sobre o papel do gestor?

O que é gestão de pessoas: como ser um bom gestor

Para aplicar todas as dicas que citei neste artigo, é essencial ser um bom gestor!

Seja o proprietário ou gerente da fazenda, o gestor tem um papel essencial no desenvolvimento de uma equipe de sucesso!

O gestor deve se posicionar como um líder da equipe, não apenas como um chefe.

Um líder ensina, elogia e dá exemplo praticando o que fala.  Ele é um “espelho” para os demais colaboradores da fazenda.

Um líder que inspira irá motivar os funcionários a darem seu melhor sempre!

Escolha ou seja um bom gestor: essa é a chave para o sucesso da gestão!

O que é gestão de pessoas
(Fonte: Universia)

>>Leia mais: “Além da produção agrícola: Liderança e gestão de pessoas na fazenda”

checklist planejamento agrícola Aegro

Conclusão

Neste texto vimoso que é gestão de pessoas, como ela é benéfica para sua propriedade e como ela pode ser realizada em uma empresa rural.

Mostramos também a importância de ter uma equipe motivada e de que forma os colaboradores podem ser mais valorizados.

Você conferiu ainda algumas dicas para o sucesso do seu time e como ser um gestor melhor para a equipe!

Espero que com essas dicas você alcance ainda mais sucesso no gerenciamento de pessoas e na gestão agrícola da sua fazenda!

>>Leia mais:

Quem trabalha no campo, trabalha para todos: Celebre o Dia do Agricultor

Entenda as regras da Norma Regulamentadora 31 para trabalhadores do agro

Como você trabalha a integração da sua equipe hoje? Quer saber mais sobre o que é gestão de pessoas? Deixe seu comentário!

Conceito de empresa rural: use em sua fazenda e melhore seu negócio

Conceito de empresa rural: Saiba como tratar sua fazenda desse modo te ajuda a entender o mercado e impulsionar seus negócios.

O mercado agrícola está cada vez mais competitivo. Isso significa que não há mais espaço para desorganização e amadorismo.

Sua propriedade deve ser encarada como uma empresa e, para isso, é necessário conhecer todos os fatores de produção e mercado. Em outras palavras: é preciso administração e gestão!

Entender o conceito de empresa rural ajuda a administrar melhor seu negócio e orienta sua produção para o mercado.

Isso garante maior lucratividade, eficiência e profissionalismo. Confira como a seguir:

O conceito de empresa dentro do ambiente agrícola

A produção agrícola está inserida em um ambiente de incertezas e muitos riscos.

Como em qualquer outra atividade econômica, há diversos fatores que nós não conseguimos controlar. São questões, por exemplo, de mercado interno e externo, alterações na legislação vigente e política econômica. Mas, no caso do setor rural, temos ainda um agravante: o clima!

De nada adianta o mercado e as políticas estarem favoráveis se o clima não colaborar. Isso não quer dizer que você pode ignorar os fatores que não controla – muito pelo contrário! É preciso estar atento e monitorá-los.

Dessa forma, você consegue entender melhor como o sistema produtivo funciona e passa a ser o protagonista em seu negócio! É nesse contexto que se encaixa o conceito de empresa rural. Vou te explicar melhor:

O conceito de empresa rural orienta sua produção para o mercado

De forma resumida, a empresa rural é definida como aquela que realiza atividades agrícolas com produção voltada ao mercado visando lucro. Atividades de subsistência não estão inclusas.

O empresário rural tem foco na administração e gestão do sistema e sempre busca melhorias para seus colaboradores e consumidores.

O objetivo de uma empresa rural não é apenas produzir. É obter o melhor custo-benefício dentro do mercado que se deseja explorar.

Portanto, é necessário conhecer o ambiente em que sua empresa está inserida, os detalhes da produção e comercialização do produto para obter os melhores resultados.

O conceito de empresa rural pode ajudar você a melhorar seu negócio, torná-lo mais organizado e lucrativo. Vou te dar algumas dicas!

Como aplicar o conceito de empresa rural na fazenda?

Aplicar o conceito de empresa rural em sua fazenda passa por uma mudança no modo como se encara a atividade.

Aquela imagem de uma fazenda desorganizada, onde não há planejamento e as decisões são tomadas sem embasamento precisa ser deixada de lado!

Em uma empresa rural tudo é feito de acordo com as exigências do mercado, com planejamento embasado nos conhecimentos técnicos, nos dados climáticos e com as finanças sempre controladas.

É fundamental, portanto, uma boa administração e uma boa gestão rural!

Ambas são ferramentas que auxiliam os empresários rurais na tomada de decisão, visando melhorias na empresa rural.

Enquanto a administração se refere ao conhecimento mais amplo da empresa, com foco nas finanças e no pessoal, a gestão é mais detalhada e foca principalmente nas operações da fazenda.

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Exemplo de controle das operações agrícolas pelo Aegro

Aqui nós explicamos melhor o que é administração rural e como usar em sua propriedade!

Existem quatro grandes áreas dentro de uma empresa rural que precisam ser administradas e geridas. São elas: produção, recursos humanos, finanças e comercialização.

Para isso, um bom planejamento é importante.

Conhecendo a empresa, as oportunidades de mercado e as finanças, é possível definir o objetivo de sua empresa e, a partir dele, realizar um planejamento eficiente.

Para te ajudar nesse planejamento agrícola e na aplicação do conceito de empresa rural temos 3 dicas imprescindíveis:

1 – Aplicando o conceito de empresa rural: Conheça sua fazenda

É preciso conhecer cada detalhe da sua empresa rural.

Desde o ambiente em que ela está inserida, passando pelas técnicas de produção, gestão de pessoas e vendas. Além do imóvel rural e também dos custos de insumos e produção.

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Painel de controle de uma fazenda pelo software agrícola Aegro

Com esses dados em mãos, identificam-se as fraquezas e pontos forte da empresa. Isso possibilita que ajustes sejam feitos para que se tenha maior eficiência e lucratividade.

Essas mudanças devem ser feitas buscando adequar a realidade da empresa ao mercado que se deseja explorar.

2 – Conheça o mercado para aplicar o conceito de empresa rural

A ideia é encurtar a distância entre produtor e mercado, fazendo com que se saiba exatamente como o mercado funciona, as oportunidades e quais produtos têm demanda.

Por meio de um estudo de mercado você será capaz de:

  1. Identificar oportunidades de mercado
  2. Entender e identificar os requisitos de mercados já existentes e potenciais

Assim, você reduz a incerteza e o risco de se aventurar por um novo mercado ou de expandir seu negócio. A produção passa a ser equilibrada com a demanda, sem excessos ou déficits.

Conhecendo o mercado, você sabe exatamente o que produzir, como produzir e quando produzir.

Produzir mais do mesmo não é o bastante. O mercado exige qualidade e estratégia. Uma tendência é a diferenciação do produto e o foco em mercados menores.

Outra estratégia é fazer o armazenamento de alguns produtos agrícolas, como grãos, para a venda em momentos melhores do mercado.

No caso de produtos com maior valor agregado, como os hortícolas, frutíferas, café e  produção animal, o caminho é mais amplo.

Você pode adotar práticas mais sustentáveis e visar qualidade final, vendendo inclusive pequenos lotes diferenciados, mas obtendo maior preço.

Lembre-se: qualquer produto preenche uma lacuna no mercado.

Se o mercado já está saturado, quem estiver disposto a correr mais riscos e ser criativo para oferecer um outro produto ou atender a um novo nicho, terá vantagem competitiva.

Cabe ressaltar que, ao explorar um novo mercado, a empresa rural deverá ser reformulada para atender aos novos requisitos.

Para isso é preciso ter domínio sobre a empresa e tomar a decisão alinhada como as suas finanças e avaliação da lucratividade do negócio.

3 – Cuide das finanças para aplicar o conceito de empresa rural

Na maioria dos casos, há pouco controle sobre as finanças de uma fazenda. E esse talvez seja o ponto mais complicado para mudanças.

Para pequenos produtores é difícil separar o que é dinheiro da casa do que é dinheiro do negócio.  Para os grandes, o volume de operações financeiras é o que dificulta o controle.

Para ambos, o fundamental é a organização!

Inicialmente um simples quadro com a data, descrição e valor recebido ou desembolsado já é suficiente. Com o tempo a gente vai pegando o jeito e as coisas ficam mais fáceis.

Aspectos que merecem ser monitorados:

  • Lucro e perdas da empresa como um todo (rentabilidade total)
  • Lucro e perdas de cada produto individualmente e de cada talhão (rentabilidade específica)
  • Flutuações de preços de insumos e vendas
  • Demanda do mercado
  • Necessidade de empréstimo
  • Concorrência
5-conceito-de-empresa-rural

Com o Aegro você consegue visualizar a sua rentabilidade total e por talhão de modo muito mais fácil e automatizado. Saiba mais sobre o software agrícola aqui.

Com um histórico de dados detalhado, você será capaz de montar um fluxo de caixa da empresa e aprender a manejar os custos e os riscos de seu negócio.

Você pode começar baixando gratuitamente uma planilha para fluxo de caixa: basta clicar na imagem abaixo!

Conclusão

Como você pôde conferir, o conceito de empresa rural pode ajudar a entender o funcionamento da sua empresa e como ela se insere no mercado.

Na prática, aplicação desse conceito requer uma mudança de mentalidade no modo como se vê o negócio, dedicação e organização por parte do empresário rural.

Com boa administração e gestão, você será capaz de realizar o planejamento de sua empresa, levando em conta aspectos financeiros, técnicos e pessoais.

Assim, você terá condições de tomar decisões conscientes e acertadas, tornando sua empresa mais eficiente e lucrativa!

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Você tem aplicado o conceito de empresa rural na administração da sua fazenda? Quais as suas dificuldades? Compartilhe suas experiências e dicas nos comentários!

Armazenagem de grãos: o que você precisa saber sobre silos

Armazenagem de grãos: saiba como escolher entre silos bolsa, silo próprio de pequeno, médio porte ou silos de uso conjunto e dicas para evitar perdas

Investir em armazenagem de grãos é a certeza de que o planejamento estratégico da fazenda está na sua mão. E esse pode ser um grande diferencial na sua rentabilidade, além de ser fundamental para a comercialização agrícola

Para quem produz, saber bem em qual tipo de armazenagem investir é essencial. Ainda, essa etapa envolve muito planejamento e conhecimento das estruturas do seu próprio negócio.

Neste artigo, discutimos sobre os principais tipos de silos para grãos, inclusive suas vantagens e desvantagens para que você faça a melhor escolha! Boa leitura!

O que são as unidades armazenadoras de grãos?

Uma unidade armazenadora de grãos é uma estrutura que tem como finalidades o recebimento de grãos, sua conservação e distribuição. As unidades armazenadoras mais comuns são os silos e armazéns.

É muito importante que o armazenamento de grãos seja feito de forma correta e cuidadosa. Afinal, ele influencia nas características do produto a ser entregue ao mercado. Grãos armazenados em condições não ideais podem sofrer diversos danos, como: 

  • perda de qualidade sensorial;
  • diminuição nos teores de massa seca ou compostos específicos de qualidade;
  • ataques de patógenos e insetos que impactam no seu valor de venda.

É importante ressaltar que a qualidade dos grãos não pode ser melhorada, apenas preservada durante um bom armazenamento. Por isso é necessário entender onde armazenar seus grãos para que eles não se deteriorem e percam valor.

Quais são as regras para armazenar grãos?

Se você pensa em aproveitar seus silos e prestar o serviço de armazenagem de grãos, é necessário ficar de olho na Lei nº 9.973. Essa Lei regula essa atividade, e também deve ser considerada caso você queira conseguir um financiamento público para a construção.

Nela e na Instrução Normativa Nº 29 de 8 de Junho de 2011 há diretrizes para a instalação e manutenção de estruturas de armazenagem na propriedade. Isso garante a qualidade dos grãos armazenados, a segurança do ambiente e das pessoas.

Para a armazenagem de grãos, há uma lista de requisitos técnicos necessários para a obtenção da certificação de armazenamento.

  • Cadastramento;
  • Localização;
  • Infraestrutura;
  • Isolamento/acesso;
  • Ambiente de atendimento ao público;
  • Escritório;
  • Sistemas de pesagem;
  • Sistemas de amostragem;
  • Determinação da qualidade do produto;
  • Sistema de limpeza;
  • Sistema de secagem;
  • Sistema de movimentação do produto;
  • Sistema de armazenagem;
  • Sistema de segurança. 
planilha de controle de estoque

Quais são as etapas de armazenagem de grãos?

Desde a colheita, até o transporte e outras atividades de pré-armazenamento, há uma série de etapas a serem cumpridas para que a armazenagem de grãos seja eficiente. As principais etapas anteriores ao armazenamento são:

  • Recepção;
  • Amostragem;
  • Pré-limpeza;
  • Secagem;
  • Classificação;
  • Limpeza de sementes e grãos;
  • Armazenamento.

Essas etapas visam homogeneizar a amostra em termos de umidade e outras características do grão. Além disso, a etapa ajuda a classificá-los e retirar impurezas que podem causar problemas, além de diminuir a qualidade do lote.

Tipos de armazenamento de grãos

Existem estruturas para armazenagem de grãos com diferentes funções. Normalmente essas funções se referem às estruturas que são destinadas à armazenagem de longo prazo, com grãos secos.

Porém, existem outros tipos de silos de armazenagem com funções específicas:

  • Silos de espera: são os silos que recebem grãos ainda úmidos por um curto espaço de tempo, para posterior transporte e transferência a silos secadores;
  • Silos secadores: são silos que visam homogeneizar a umidade dos grãos a um nível pré-estabelecido. Esses silos podem apresentam ventilação forçada e sistema de aquecimento para agilizar o processo de secagem;
  • Silos de expedição: são silos elevados que recebem a massa de grãos dos silos armazenadores, facilitando a carga dos veículos transportadores. 

Para escolher o tipo de armazenagem ideal, é necessário ficar de olho em alguns detalhes. Afinal, alguns fatores podem influenciar a decisão da melhor solução para armazenamento na propriedade. Por exemplo:

  • Tipo do produto e suas características;
  • Tempo de armazenagem previsto;
  • Quantidade de produto a ser armazenado;
  • Maquinário disponível e mão-de-obra;
  • Incidência de pragas e patógenos na região;
  • Microclima do local do armazenamento;
  • Dimensão, relevo e face de exposição da propriedade.

Silos de bolsa

Os silos de bolsa, também conhecidos como “bags”, são alternativas àqueles construídos em estrutura metálica.

Nesse caso, é preciso que os grãos estejam secos para que não estraguem. Assim, avalie se o baixo custo desse tipo de armazenagem de grãos compensa os custos com secagem de grãos ou o risco de esperar o grão secar em campo.

Também considere que esse tipo de silo pode sofrer mais facilmente com ataques de animais, além de pragas agrícolas de armazenamento. Tudo isso pode danificar uma grande quantidade de grãos.

armazenagem de grãos
(Fonte: Dinheiro Rural)

Silos fixos ou permanentes

Os silos permanentes são unidades de armazenamento que podem ser construídas de diversos materiais. Mais comumente, encontram-se silos metálicos, de alvenaria, de concreto ou mesmo de madeira.

A escolha da dimensão e do material deve ser feita considerando as características da propriedade, do tipo de produto e da capacidade de produção.

Armazéns para sacarias

Nos métodos acima, os grãos são armazenados à granel. Porém, há também a opção de se alocar os grãos em sacos e armazená-los em um armazém. O armazenamento em sacaria possui diversas vantagens, como: 

  • maior controle de lotes;
  • maior facilidade em detecção e separação de grãos estragados;
  • menor custo de implantação;
  • possibilidade de armazenagem de produtos diferentes.

Por outro lado, esse tipo de armazenamento também possui desvantagens, como: 

  • menor capacidade de controle de condições microclimáticas;
  • facilidade na entrada de doenças e pragas;
  • maior custo com sacaria;
  • maior dimensão para a mesma carga em toneladas se comparado ao silo.

Unidades armazenadora nível fazenda para pequeno e médio produtor

Quando pensamos em silos de grande capacidade para armazenamento de grãos, principalmente de soja e milho, imaginamos a realidade de um grande produtor.

Porém, existem opções de unidades armazenadoras para pequenos e médios produtores que podem fortalecer suas capacidades de negócio. É importante que o planejamento seja bem feito, incluindo projeto técnico, custos operacionais, depreciação, maquinários etc.

As principais vantagens em possuir sua unidade armazenadora própria seria:

  • Venda de sua produção em períodos adequados;
  • Redução das perdas que ocorrem no campo;
  • Economia em transporte. Afinal, na safra os custos se elevam em relação à grande logística para transportar os grãos;
  • Maior rendimento na colheita (evita espera dos caminhões nas filas das unidades coletoras, na grande maioria em cooperativas de recebimento;
  • Melhor independência da estratégia de venda de seus grãos.

Silos de armazenamento em conjunto com outros produtores

Outra opção de armazenagem dos grãos são as estruturas conjuntas, sobretudo para produtores que não possuem muito espaço próprio. As cooperativas agrícolas utilizam bastante esse tipo de armazenagem de grãos. 

Dependendo da sua localização e dos acordos firmados entre os produtores, o armazenamento nesse tipo de unidade pode valer a pena. Para isso, coloque na ponta do lápis todo o custo de construção e manutenção de um silo próprio.

Após isso, considere esse custo de construção com o custo do armazenamento em unidades coletoras. Lembre-se de considerar também as vantagens e desvantagens em relação à estratégia de venda em cada uma dessas situações.

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(Fonte: Globo Rural)

O armazenador de grãos em silo próprio compensa?

Exemplo simples, apenas para refletirmos, seria uma unidade de armazenagem de sementes ou grãos de 50 mil sacas. Se o produtor consegue vender com R$ 2 a mais por saca no momento que achar melhor, isso daria R$ 100 mil a mais de rentabilidade.

Este valor poderia ser usado para quitar a parcela do investimento feito com aquisição da unidade armazenadora em agências financiadoras. Com uma média nacional de produção de grãos, em 5 anos esta unidade armazenadora se paga com investimento feito.

É claro que nem sempre encontramos oportunidades de mercado sempre acima com o armazenamento. Mas fica claro que o poder de barganha e a sua independência de estratégia é muito maior, podendo resultar em rentabilidades muito maiores.

Como fazer controle de custo dos silos com tecnologia?

Os silos são estruturas mais ou menos custosas, a depender do tipo que você escolher. Caso você decida implementar um silo na sua fazenda, é necessário ter na ponta do lápis o controle desses custos.

Nesses casos, contar com a tecnologia é fundamental para não dar margem para o erro.

Com o software de gestão rural Aegro você tem um controle detalhado desses gastos e da quantia exata armazenada, isso porque o sistema integra e simplifica o gerenciamento do campo ao escritório.

Veja mais sobre esses recursos em um vídeo rápido de demonstração que preparamos!

Como evitar perdas no armazenamento de soja, milho e outros grãos?

Alguns cuidados são cruciais para a boa manutenção das características dos grãos durante o armazenamento, evitando deterioração do produto e perdas financeiras.

  • Limpeza da unidade de armazenamento: realize a desinfecção das unidades: baixo custo e alta eficiência;
  • Verifique a umidade dos grãos: a umidade da massa de grãos deve ser medida no momento da entrada dos grãos na unidade de armazenamento e, periodicamente, durante o armazenamento. A umidade aliada à temperatura intensifica a perda de qualidade dos grãos.
  • Monitoramento de temperatura e aeração: esses dois fatores são essenciais para a manutenção da qualidade dos grãos. Tanto a temperatura quanto a aeração podem variar de acordo com a região em que seus grãos estão armazenados. 
  • Monitoramento de pragas e roedores: o monitoramento constante da unidade armazenadora é fundamental, pois permite a verificação de infestações por insetos; pragas; roedores; e até mesmo pássaros, no momento inicial, impedindo grandes perdas.
  • Tratamento da unidade: realizar o tratamento preventivo com a aplicação de inseticidas e até mesmo eliminação de pragas presentes nos grãos e muitas vezes invisíveis a olho nu. Opte por inseticidas residuais de contato ou pelo expurgo.
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Conclusão

Antes da armazenagem de grãos, é importante que você identifique todos os custos (financeiros e de mercado) e vantagens dentro de sua realidade. 

Softwares de gestão ou de planejamento de gastos são ferramentas tecnológicas que podem te auxiliar muito na escolha da melhor solução para o armazenamento da sua produção agrícola.

Assim, com todas essas informações e apoio de profissionais e empresas capacitadas, tenho certeza que tomará uma decisão mais consciente e a melhor para sua empresa rural!

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10 dicas para melhorar a gestão de sua lavoura de café

Lavoura de café: planejamento, adubação, podas e outras orientações para melhorar sua gestão e conseguir rendimentos ainda maiores!

Produzir café no Brasil é desafiador, o clima nem sempre colabora e o mercado consumidor exige mais qualidade e sustentabilidade para produzi-lo.

Cada detalhe pode fazer a diferença no resultado final!

Desde antes do plantio até a venda do café é importante que se tenha tudo bem organizado para alcançar seus objetivos.

Para isso é necessário uma boa gestão de sua lavoura.

A seguir, listo 10 dicas para melhorar sua gestão que podem fazer toda a diferença na sua lavoura de café.

1) Tenha um bom plano.

Um planejamento agrícola bem feito pode garantir o sucesso de sua lavoura, da implantação até a venda do café.

É necessário que você conheça detalhadamente a sua área (dados de condições climáticas, análise de solo, produtividade, disponibilidade de irrigação, condição do meio ambiente da região, etc) e saiba qual mercado pretende explorar (commodity, orgânico e cafés especiais).

Com esses dados em mãos e auxílio de um engenheiro(a) agrônomo(a) você poderá montar e seguir um cronograma de suas atividades, aumentando a eficiência e alcançando melhores resultados.

É lógico, dificuldades podem surgir pelo caminho. Mas com um bom plano você será capaz de encontrar as melhores soluções e superar qualquer problema.

Se atente para o fato de que o planejamento contempla a parte agrícola e financeira. Para te ajudar na gestão financeira você pode baixar gratuitamente a planilha de fluxo de caixa aqui.

2) Atenção para a implantação da lavoura do café

A implantação deve ser feita corretamente! Alguns erros nessa etapa só poderão ser corrigidos na renovação do cafezal.

Para começar com o pé direito a sua lavoura cafeeira as dicas são:

I. Realizar as correções necessárias com base na análise de solo da área;

II. Preparar o solo e ter bem definido o tipo de colheita, se mecânica ou manual, pois isso irá determinar o espaçamento da lavoura. Atenção quanto ao espaçamento, já que você deve ter em mente se irá optar pela lavoura convencional ou adensada (se em uma área comporta 3 mil mudas, na adensada esse número pode ser até 5 vezes maior);

III. Orientar o plantio de acordo com o relevo e a exposição ao sol;

IV. Realizar corretamente a adubação para café no sulco/cova. É o momento de adicionar nutrientes em profundidade para o café;

V. Escolher cultivares de café resistentes à ferrugem, o que evitará gastos com o controle dessa doença neste ano e nos anos futuros;

VI. Outro fator importante, é ter atenção e treinamentos adequados quanto à sua mão de obra.

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(Fonte: Cambucitros)

3) Conheça sua lavoura de café

A ideia aqui é mostrar a importância de se monitorar a lavoura, coletando o maior número de informações possível.

Dados climáticos, análises de solo e folha, incidência de pragas e doenças, produtividade, tempo até a colheita…e por aí vai.

É ideal monitorar cada talhão individualmente no dia a dia da lavoura.

Com o passar do tempo teremos um histórico detalhado do cafezal que definirá ações de manejo como adubação, aplicação de defensivos, podas e renovação.

Isso se traduz em maior eficiência de uso de recursos e dos tratos culturais.

4) Atenda a demanda do seu café

A época de maior demanda por energia e nutrientes é durante a fase reprodutiva do café.

Ao mesmo tempo em que está frutificando, o cafeeiro também está produzindo folhas, ramos e raízes que serão responsáveis por nutrir os frutos da safra seguinte.

A dose aplicada deve atender a demanda do cafeeiro e ser embasada na análise de solo, foliar, além  da expectativa de produção agrícola.

Os nutrientes devem estar disponíveis em quantidades adequadas no início da fase reprodutiva. Sendo assim, a adubação deve ser antecipada a esse período.

Para saber mais sobre esse tema você pode conferir este artigo e baixar esta planilha de recomendação de adubação para café gratuitamente.

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5) Fique de olho na incidência de daninhas, pragas e doenças

As condições ambientais e a época em que cada praga/doença é favorecida e causa maiores danos já são bem conhecidas. O mesmo vale para as daninhas.

O produtor precisa monitorar antecipadamente para na infestação crítica tome as devidas ações de manejo.

No caso das plantas daninhas, embora não elimine o uso de outros métodos de controle, recomenda-se o uso de plantas de cobertura na entrelinha. Além de reduzirem a incidência do mato, controlam a erosão e reduzem a temperatura do solo.

Com monitoramento e seguindo o cronograma corretamente obtém-se melhor controle, reduz-se gastos desnecessários, tornando o sistema mais lucrativo, sustentável e produtivo.

6) Capriche na colheita! E varra toda a sujeira…

A dica é monitorar cada talhão, mantendo um histórico de produtividade da área, do tempo até o ponto de colheita e, se possível, da qualidade.

Assim, você será capaz de planejar melhor a colheita, evitando problemas de logística e colhendo no ponto certo.

Outra questão importante é a eficiência do processo de colheita.

Todos os frutos devem ser retirados do pé, fazendo repasse quando necessário e varrição dos frutos caídos no solo.

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(Fonte: BBMNet)

Colheita e varrição bem feitas reduzem as perdas e diminuem de infestação de broca na safra seguinte, sendo uma medida importante no controle dessa praga.

Como vimos, a colheita pode maximizar o potencial de qualidade do café ainda no campo e tornar a próxima safra menos problemática.

Mas o trabalho não acaba aí. Agora temos que tratar corretamente de todo esse café colhido…

7) Tome uma decisão consciente sobre o grão colhido

Temos um leque de opções para decidir o que fazer com café recém colhido.

Não existe uma única receita certa!

Para o objetivo de cada produtor, para cada lavoura ou lote, a melhor opção a se seguir pode ser diferente. Afinal, mesmo lote de café pode gerar bebidas diferentes se processado de maneira distinta.

Por isso é tão importante o planejamento!

Com base no histórico de cada área, na infraestrutura da propriedade e sabendo-se o mercado que se deseja explorar, você poderá decidir por uma ou outra técnica de processamento do café, escolhendo aquela que melhor atende os seus objetivos.

8) Conheça suas ferramentas: o manejo de podas da lavoura de café

Após a colheita e decisão de processamento, a poda é a atividade da lavoura de café que devemos prestar atenção.

A poda é uma importante ferramenta para auxiliar os produtores de café. Como qualquer ferramenta, ela deve ser usada do modo correto para que se obtenha os melhores resultados.

Cada tipo de poda tem uma finalidade distinta. Eles também diferem entre café arábica e café conilon.

Confira a poda do café arábica passo a passo no vídeo abaixo:

(Fonte: Incaper – Todos os direitos reservados)

Você pode ver como realizar a poda programada de ciclo para café Conilon aqui.

Devemos avaliar cada talhão e agir somente quando necessário, pois dependendo do tipo de poda, a lavoura só voltará a produzir café no segundo ano após sua realização.

A época de realização também é importante. A pesquisa mostra que quanto mais próximo após fim da colheita forem realizadas as podas, melhor será a recuperação da lavoura de café.

9) Devo renovar a lavoura de café?

Essa pergunta deve ser respondida avaliando o histórico individual do talhão, especialmente para cafezais mais velhos.

Vale a pena manter cafezais com bons índices de produtividade, do contrário a renovação se faz necessária.

Lembre-se que a área renovada só voltará a produzir após o terceiro ano aproximadamente e por isso a decisão deve ser bem fundamentada.

Por isso, tenha em mente a sua gestão de custos e todas as informações das últimas produções de café, além do orçamento de quanto ficará a renovação da lavoura de café.

Comparando essas informações você saberá se compensa ou não a renovação.

10) Gestão de risco: a venda do café

O levantamento mais recente feito pela CNA indicou que mais de 60% dos cafeicultores optam por vender o café no momento da colheita, ou optam pelo armazenamamento do café para vender no mercado físico.

Nesse caso, corre-se o risco excessivo de perder dinheiro caso o preço pago pelo café na época da colheita estiver em baixa .

Uma forma de minimizar o risco é fazer a venda no mercado futuro.

Como o preço é fixado antecipadamente, o produtor já sabe exatamente quanto vai receber independentemente do mercado.

A dica é fazer a venda futura para a maior parte da sua produção de café, mas guardar uma parcela para vender no mercado físico, para o caso de o mercado estar em alta.

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Conclusão

Como você pôde conferir, uma gestão bem feita aumenta as chances de sucesso da lavoura de café permitindo alcançar melhores resultados desde o campo até a xícara.

Na agricultura sempre podemos interferir para melhorar o sistema. Até mesmo quanto ao clima, melhor do que “combinar com São Pedro” é ter um planejamento e uma boa gestão, os quais permitem alguns atrasos e modificações, garantindo a sua lavoura.

Isso permite que as ações de manejo sejam as mais adequadas para cada situação, aumentando a eficiência de uso dos insumos e fazendo com que seu tempo e esforço produzam os melhores resultados.

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E você, como faz a gestão da sua lavoura de café? As dicas lhe foram úteis? Tem mais alguma orientação que não comentei aqui? Conte pra gente nos comentários abaixo!