Tudo que você precisa saber sobre milho para silagem

Milho para silagem: veja qual espaçamento usar, melhor semente de milho para silagem e outras dicas essenciais para garantir a sua produtividade.

O milho é a planta mais utilizada para fazer silagem. Afinal, temos híbridos de milho adaptados a todas as regiões produtoras.

A planta produz muita massa verde. Sua silagem possui um bom conteúdo energético devido à presença de grãos, sendo bem consumida pelos animais

Neste artigo, veja algumas dicas que vão te ajudar a melhorar a produtividade ou começar a sua lavoura de milho silagem. Confira a seguir!

O que é silagem de milho?

A silagem é uma técnica de armazenamento que diminui as perdas de qualidade e nutrição da planta coletada. A manutenção dessas características se dá pelo processo de fermentação controlada da matéria fresca. 

Esse método permite ao produtor ter disponibilidade de material vegetal fresco, principalmente para alimentação animal. Isso sobretudo em épocas em que o clima não é favorável ao cultivo.

A silagem de milho atualmente é a mais utilizada no Brasil. Devido ao fornecimento de muita energia e proteína para o animal, além do cultivo mais fácil quando comparado a outras plantas.

Além do tipo de grão dentado e dos teores de fibras, outras características são importantes:

  • Resistência ao acamamento;
  • Estabilidade produtiva em diferentes épocas, condições de plantio e altitudes;
  • Resistência ou tolerância às principais doenças (ferrugens, enfezamentos do milho, Phaeosphaeria spp. e Cercospora spp.);
  • Alta produtividade de grãos, determinante para a maior parte da energia digestível;
  • Ciclo longo de enchimento de grãos e maior período de colheita do milho;
  • Porte médio a alto, pois assim você terá maior volume de massa seca por hectare. 

Portanto, considere três pontos para a escolha da melhor semente de milho para silagem: a boa digestibilidade da parte fibrosa das plantas, grande quantidade de massa verde produzida e alta porcentagem de grãos na forragem. 

Também considere o custo do milho silagem. O qual, depende da região e da época do ano. Entretanto, os valores mais comuns vão de 450 a 600 reais por tonelada. 

Fases da produção de silagem de milho

Para uma silagem de qualidade é importante se atentar a três etapas:

  • Plantio e condução agronômica;
  • Colheita e ensilagem;

Densilagem e fornecimento.

Ensilagem é o nome dado ao processo de produção da silagem.

Qual o melhor milho para silagem?

As cultivares usadas em milho silagem nem sempre são as mesmas utilizadas nas lavouras de grãos. Apesar dos grãos serem parte importante para a quantidade de energia provida pela silagem, há que se atentar para a sua digestibilidade.

Nesse ponto, é crucial o uso de híbridos que produzem grãos dentados e não grãos duros. Os grãos dentados apresentam características que aumentam a qualidade da 

silagem:

  • Maior proporção de endosperma farináceo em comparação ao vítreo;
  • Maior facilidade de gradação em água;
  • Maior disponibilidade ao animal, resultando em maior teor energético;
  • Maior digestibilidade.

Vale ressaltar que no endosperma farináceo (mole), o amido é frouxamente empacotado. O que facilita na quebra e digestão do milho dentado.

Além da parte de grãos da silagem, entre 55% e 65% da massa seca é composta por parte vegetativa da planta. Assim, atente-se às quantidades de fibras da cultivar, expressas em:

  • Valores de FDA (Fibra Detergente Ácido);
  • FDN (Fibra Detergente Neutro)
  • Pectina;
  • celulose;
  • Lignina;
  • Hemicelulose.

Uma boa silagem tem teor de FDN entre 38% e 45%.  Além disso, quanto maior o teor de FDA, menor a qualidade e digestibilidade da silagem. Afinal, o FDA está relacionado à lignina, que tem baixa digestibilidade

Por isso, recomenda-se sempre realizar a análise bromatológica da silagem.

Como plantar milho para silagem

A época de plantio é a mesma recomendada para a produção de grãos. Estudos realizados pela Embrapa mostram perdas de 24 kg a 30 kg de grãos/ha/dia de atraso após a época ideal de plantio do milho.  Desta forma, o atraso no plantio causa alguns problemas como:

  • Menor porcentagem de grãos;
  • Plantas estioladas;
  • Menor porcentagem de espigas viáveis;
  • Falhas de polinização;
  • Maior presença de planta daninhas, pragas e doenças (por consequência de altas temperaturas e umidade no milho);
  • Elevada possibilidade de seca no florescimento ou enchimento dos grãos.

Assim, você pode utilizar uma cultivar de ciclo longo de enchimento ou maturação para ampliar a janela de colheita. Há também a possibilidade de uso de variedades superprecoces para o plantio de milho para silagem em segunda safra (safrinha).

Além disso, a produtividade média de massa seca de milho para silagem é de cerca de 30 a 40 toneladas por hectare. Porém, já existem registros de novos híbridos que produziram até 80 t/ha em condições ideais.

O processo de silagem (fermentação) leva algum tempo. O mínimo é em torno de 25 e 30 dias. Porém, pode-se estender o processo para até 60 dias, sendo que o período de armazenagem para uso pode ser de vários meses, dependendo das condições do silo.

Espaçamento 

No caso de milho para silagem, pode-se reduzir o espaçamento entrelinhas. Porém, não aumente mais do que 10% a população de plantas. Dessa forma, você pode comprometer a qualidade da silagem, causando aumento nas porcentagens de FDN e FDA

Também é bom lembrar que o aumento de FDN reduz o consumo da silagem. O aumento da FDA, por sua vez, reduz a digestibilidade da silagem.

Adubação e correção do solo para ensilagem

A grande pergunta sobre adubação para milho e correção do solo é se são as mesmas realizadas para a produção de grãos. E a resposta é não! 

Neste caso, não existe ‘depende’. Se fosse assim, estaria retirando nutrientes do campo que ficariam na palha como cálciomagnésio e potássio. As regras de preparo do solo são diferentes para produção de silagem de milho. Por isso, fique de olho nos valores abaixo:

  • Eleve a saturação de bases (V%) para 70%;
  • Eleve o potássio para 5% da CTC do solo;
  • Adubações de 30% 50% a mais do que a utilizada para grãos;
  • Análise do solo de 0 cm a 20 cm, e de 20 cm a 40 cm;
  • Realize rotação de cultura para melhorar o desenvolvimento da cultura.

A rotação de cultura pode ser feita, por exemplo, com: sorgocrotalária, tremoço branco, guandu, girassol, canola, aveia, triticale, braquiária e milheto.

Potencial produtivo de grãos e da planta e teor de matéria seca da planta de milho silagem conforme estágio de maturação
(Fonte: Embrapa)

Ponto ideal do milho para silagem

Quando se colhe o milho silagem antes do ponto ideal, este estará com baixo teor de matéria seca (25% a 29%), além de pouco enchimento de grãos. Consequentemente, haverá perdas de qualidade nutricional e de fermentação.

O momento ideal para o processo de ensilagem deve ser baseado na matéria seca da planta ou no nível de enchimento dos grãos. No caso de você escolher a porcentagem de matéria seca como ponto de ensilagem, considere: 

  • A qualidade da fermentação;
  • A facilidade de compactação;
  • O nível nutricional, que deve estar entre 32% a 37% de matéria seca (tolerância entre 30% e 39%). 

Se você optar pelo enchimento dos grãos como ponto ideal de ensilagem, preste atenção na linha de leite.

Para a colheita com máquinas sem processador de grãos, o ideal é que a linha do leite esteja em 1/2. Já para a colheita com máquina com “cracker”, o ponto ideal é quando ela está a 1/3 do milho grão e indo até a fase de 3/4 do grão. 

Caso não veja a linha de leite, a planta já deverá estar com porcentagem de matéria seca superior a 40%
Em ambas as formas demonstradas de avaliação do ponto de ensilagem, a recomendação é realizar frequentemente esta avaliação na área. Faça isso em várias espigas e pontos da lavoura.

Linha do leite e características da forragem
(Fonte: Biomatrix)

Altura de corte ideal

Há uma grande dúvida sobre altura de corte da planta de milho para silagem.

De acordo com vários estudos que focaram na busca pelo melhor custo-benefício, os melhores resultados foram obtidos com a altura de corte em torno de 25 cm do solo. 

Os benefícios e vantagens para o corte em torno de 25 cm são:

  • Evita-se a quebra das facas e danos por pedras, paus, torrões ou materiais espalhados no solo;
  • Melhora a qualidade de fermentação;
  • Melhora o rendimento de massa/ha.

Tamanhos de partículas ideais

Outro ponto importante é o tamanho das partículas da silagem. O processamento de plantas após colheita deve buscar um tamanho de partículas entre 0,5 cm e 1,5 cm. Esse tamanho de partícula traz os seguintes benefícios:

  • Facilita a compactação da silagem e diminui os bolsões de ar;
  • Melhora a fermentação;
  • Aumenta a digestibilidade;
  • Facilita o processamento de grãos.

Densilagem e fornecimento

Alguns pontos devem ser levados em consideração, como:

  • Face de retirada do silo deve ser plana e perpendicular ao solo e laterais, diminuindo a superfície exposta;
  • Em locais com temperaturas mais elevadas, deve-se retirar de 30 a 35 cm por dia;
  • Evitar o acúmulo de silagem solta na base da face, por ser mais vulnerável a decomposição aeróbica;
  • Descarte da silagem deteriorada.

Conclusão

Neste texto, você viu alguns fatores que podem melhorar a produtividade da sua lavoura de milho silagem. Também viu o momento certo de colheita e a altura de corte da planta.

Fique sempre de olho na hora da escolha da cultivar, do híbrido, do espaçamento entrelinhas e da época de plantio para produção da ensilagem.

Em caso de dúvidas, sempre consulte um especialista ou profissional de Engenharia Agrônoma.

>> Leia mais:

Mancha foliar no milho: como livrar sua lavoura dessas doenças

O que fazer em caso de deficiência de fósforo em milho?

Glufosinato de amônio: como fazer aplicação certeira em milho

Gostou do texto? Assine nossa newsleter para receber mais artigos diretamente em seu e-mail.

Redator Alasse Oliveira

Atualizado em 14 de agosto de 2023 por Alasse Oliveira

Alasse é Engenheiro-Agrônomo (UFRA/Pará), Técnico em Agronegócio (Senar/Pará), especialista em Agronomia (Produção Vegetal) e mestrando em Fitotecnia pela (Esalq/USP).

Atualizado anteriormente, em 25 de novembro de 2022, por João Paulo Pennacchi

Colheita do milho safrinha: mercado e dicas para não errar

Atualizado em 23 de abril de 2021.
Colheita do milho safrinha: entenda como obter melhores resultados na colheita para grãos e silagem; e como anda o mercado para a segunda safra. 

O milho safrinha já foi sinônimo de inferioridade… “safrinha” se referia à baixa produção e à importância que se dava para a segunda safra da cultura do milho no Brasil. Mas parece que o jogo virou, não é mesmo?

Segundo a última estimativa da Conab, a safrinha 2020/2021 apresentará 75,8% da produção total de milho. São 82,6 milhões de toneladas! Um aumento de 10,1% em relação à safrinha passada. 

Isso só é possível por conta de muita competência no manejo da produção e da colheita.

Além disso, com tanto milho sendo produzido, como será que está o mercado?

Preparei este texto com alguns pontos importantes da colheita do milho safrinha para grãos e silagem, além da expectativa de mercado nesse cenário de COVID-19. Confira a seguir!

O milho safrinha

Não é de hoje que a safrinha corresponde à maior produção de milho e área plantada da cultura. Isso porque ela está associada à dobradinha soja-milho, ocupando a maior parte da área liberada após a colheita da soja. 

Com tanto milho sendo produzido, a colheita do milho safrinha deve ser bem feita para colhermos os frutos de tanto trabalho na condução da lavoura. Mas alguns cuidados devem ser tomados. 

Essa época de cultivo do milho já têm maiores riscos devido a piores condições de luminosidade e de chuvas. Porém, neste ano estamos passando por algo inédito: o tal do coronavírus.

Como veremos a seguir, embora o agro não pare e a pandemia não afete o ciclo do milho safrinha, esse novo cenário afeta o mercado.

Expectativa do mercado para a colheita do milho safrinha 2020/21

O mercado do milho está voltado para o que está acontecendo nas lavouras de milho safrinha, principalmente a aspectos relacionados ao clima, já que uma área considerável foi semeada fora da janela de zoneamento para a segunda safra do milho.

O atraso nas colheitas da soja fez com que muitos produtores se arriscassem fora do Zarc (Zoneamento Agrícola de Risco Climático) do milho safrinha. 

Em alguns estados produtores, como no Mato Grosso, 45% da área total de milho safrinha foi semeada fora do período recomendado pelo Zarc.

O clima e os riscos do milho safrinha 2020/21

As incertezas quanto à produtividade da safrinha em 2021 começaram quando estados como Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul atrasaram a semeadura da soja, à espera de chuvas em 2020.

Isso acarretou a semeadura do milho safrinha fora do período recomendado pelo zoneamento agrícola de risco climático, em grande parte das regiões produtoras do país. 

Quando semeado fora da janela ideal, os riscos climáticos aumentam, já que o cultivo do milho na safrinha é uma atividade de alto risco.

Contudo, como a área semeada fora da janela do zoneamento é significativa, chuvas que ainda estão por vir podem ser benéficas e garantir menor perda de sacas por hectare nessas áreas.

Histórico das condições hídricas e possíveis impactos sobre as diferentes fases das lavouras de milho segunda safra
Histórico das condições hídricas e possíveis impactos sobre as diferentes fases das lavouras de milho segunda safra

Nota: (PS)=pré-semeadura; (S)=semeadura; (E)=emergência.

Histórico das condições hídricas e possíveis impactos sobre as diferentes fases das lavouras de milho segunda safra
(Fonte: Conab)

Mercado do milho safrinha 2020/21

O mês de março de 2021 foi marcado por recordes nos preços do milho em muitas regiões do país. O aumento ocorreu devido à alta do dólar, a baixa oferta do cereal no mercado spot e de incertezas quanto à produtividade das lavouras de milho safrinha.

Essa incerteza quanto a produtividade da cultura ocorreu devido ao estado do Mato Grosso, maior produtor do cereal no Brasil, ter encerrado a semeadura do milho safrinha com 45% da área total, fora da janela ideal de semeadura

Devido a esse atraso, a cultura vem sofrendo muito com a falta de chuvas e isso pode prejudicar a produtividade das lavouras. Porém, os produtores ainda contam com as chuvas de abril e maio para garantir uma boa safrinha.

No dia 14 de abril, o indicador Esalq/BM&Bovespa (Campinas – SP) alcançou patamares recordes, fechando em R$ 96,92/ sc de 60 kg de milho.

Tendo em vista as incertezas sobre a produção do milho safrinha no Brasil e, principalmente, as previsões climáticas de baixa ocorrência de chuvas, os preços devem se manter altos.

No gráfico abaixo é possível verificar o constante aumento nos preços da saca de milho nos últimos 12 meses:

gráfico com variação do indicador do preço do milho ESALQ/BM&FBOVESPA nos últimos 12 meses - colheita do milho safrinha

Variação do indicador do preço do milho ESALQ/BM&FBOVESPA nos últimos 12 meses
(Fonte: Cepea/Esalq)

Devido ao crescimento exponencial da demanda mundial por grãos, é esperado que os preços do milho permaneçam em alta na safra 2021/2022.

Dicas para uma melhor colheita do milho safrinha 

Planejamento é essencial

Mesmo antes do início da safra, é importante ter um planejamento já preparado.  Qual será o destino da safrinha? Silagem ou venda de grãos? Utilize o tempo ocioso da entressafra para se organizar.

Esse ano está atípico por conta da semeadura fora do período ideal, mas mesmo assim, com um cronograma bem feito, as chances de erro podem ser reduzidas.

Como já vimos, os atrasos na safra de verão podem afetar diretamente a segunda safra do milho.  

Logicamente que tudo depende de São Pedro colaborar com as chuvas, mas um bom plano evita surpresas – inclusive no preço. Veja mais em nosso guia de manejo do milho.

Colha no ponto certo: grãos ou silagem

O ponto correto para a colheita do milho safrinha depende da finalidade de uso e da existência de infraestrutura para secagem dos grãos na propriedade.

Para grãos, a colheita deve ser feita na fase de desenvolvimento R6, na maturidade fisiológica. Esperar demais pode favorecer a infestação de plantas daninhas no final do ciclo e prejudicar a colheita.

Como a umidade de armazenamento é de 13%, devemos colher valores próximos a esse.  Se houver disponibilidade de secadores na fazenda, a janela é maior, podendo realizar a colheita com maior umidade. 

Se o objetivo é a produção de silagem, a colheita deve ser realizada quando a matéria seca estiver entre 30% e 35%. Valores fora desse limite dificultam o processo e prejudicam a qualidade da silagem.

Dica extra: a tal da linha do leite não correlaciona muito bem com a matéria seca da planta, um dos principais parâmetros para a ensilagem. Por isso, não é o melhor critério para se usar – pode dar certo, mas pode dar errado. Com a matéria seca não tem erro!

Regule bem as máquinas 

Para o milho em grão, a velocidade de rotação do cilindro e o espaçamento entre cilindro e côncavo devem ser ajustados de acordo com a lavoura e a umidade dos grãos no momento da colheita.

Os danos e as perdas são geralmente menores em rotações mais baixas e com umidade dos grãos inferior a 16%.

Para silagem, um aspecto importante é o tamanho da partícula. Isso depende do maquinário utilizado para colheita e também da categoria animal que vai alimentar. 

Em geral, recomenda-se um tamanho médio próximo a 10 mm para máquinas acopladas ao trator e de até 17 mm para automotrizes.

Conclusão

Durante o texto, pudemos acompanhar os aspectos mais marcantes do mercado e para uma boa colheita do milho safrinha.

Vimos a importância do planejamento do ano-safra como um todo, pois atrasos na semeadura impactam diretamente nos riscos e produtividade da safrinha.

A semeadura da safrinha fora do período recomendado pelo zoneamento e as condições climáticas desfavoráveis podem afetar a produção de milho este ano.

Desse modo, há muitas incertezas no que há por vir e, por isso, o mercado está receoso e os preços altos. 

Safra e safrinha: veja as diferenças, dicas e cuidados para o produtor

Safra e safrinha: entenda as principais diferenças, os riscos e como fazer a programação da sua lavoura.

Se você tem contato com a agricultura, com certeza já ouviu muito os termos “safra” e “safrinha”. Mas você sabe o que significam ou qual a implicação sobre as culturas?

Geralmente, esses termos são associados às culturas anuais e se referem tanto à época de plantio quanto à expectativa de produção em si.

Confira neste artigo, o que muda entre essas duas épocas de cultivo e como extrair o máximo potencial de sua lavoura. Vem comigo!

Qual a diferença entre safra e safrinha (e entressafra)?

Safra, safrinha e entressafra. Confuso, né? Bem, esses termos estão associados às culturas anuais, principalmente à dobradinha soja-milho em plantio direto, como você já deve saber. 

Assim, eles se referem à época do ano agrícola em que será feito o plantio das culturas e, ainda, refere-se à produtividade esperada. 

Na safra, o plantio é feito quando as chuvas voltam e vai de outubro a dezembro, como no caso do milho. Nessa época, as condições climáticas –  temperatura, luminosidade e umidade – são as melhores para o desenvolvimento das culturas. 

Por isso, em geral o produtor investe mais na safra, pois há um potencial produtivo e de retorno financeiro maior.

A safrinha vem logo após a safra e foi assim apelidada, no diminutivo, porque a produtividade era geralmente menor, devido a condições sub-ótimas de luminosidade, além dos riscos de veranico, por exemplo.

Hoje, devido ao aumento de área e produtividade do milho safrinha, por exemplo – o qual se tornou maior que a safra –  já podemos chamar a safrinha de 2ª safra.  Pois esse termo dá a ideia da importância dessa época de plantio para o agro. Mas, e a entressafra?

A entressafra é o período entre o fim da colheita da(s) principal(is) e o início da próxima colheita. Esse período pode e deve ser aproveitado para colocar a fazenda em ordem e se preparar para a próxima safra.

Para resumir: a safra é a primeira safra; safrinha, a segunda. A entressafra fica entre o fim do último cultivo (da segunda safra, por exemplo) e o início da próxima safra.

Ciclo do milho safrinha

Devido à força e participação no agronegócio nacional, geralmente associamos safra e safrinha à soja e milho. Por essa razão, será o foco deste texto também.

Mas para outras culturas, as nomenclaturas podem ser diferentes. Por exemplo, no feijão, temos até uma terceira safra; e nas culturas adaptadas a condições mais frias, temos o chamado cultivo de inverno.

Mas vamos à cultura do milho… O milho safrinha deixou de ser coadjuvante no cenário nacional porque a produtividade média hoje é semelhante à da safra, mas a produção e a área plantada são bem maiores.

Pra você ter noção, tanto a produção de milho safrinha quanto a área plantada são o dobro do que se tem na safra, como podemos ver na figura abaixo.

(Fonte: IBGE – Levantamento Sistemático da Produção Agrícola)

Isso é fruto da preferência pela soja na safra principal devido às condições de mercado, por exemplo. E onde é possível o cultivo, faz-se milho na safrinha.  Além disso, os estádios fenológicos são os mesmos do milho plantado na safra. 

Mas, em geral, os estádios podem durar mais tempo, pois devido à luminosidade que não é a mais adequada e ao menor acúmulo de graus dia, o ciclo do milho é maior na safrinha.

Quando se planta o milho safrinha?

O plantio do milho safrinha ocorre entre janeiro e abril para as maiores regiões produtoras, mas isso pode variar um pouquinho nos vários cantos desse Brasilzão. Como mostra o calendário de plantio da Conab que eu trouxe pra você observar abaixo:

milho safrinha

(Fonte: adaptado de Conab)

O que é safrinha de soja?

Este é um assunto que gera polêmica!  Pode parecer interessante cultivar a soja na safrinha, principalmente quando o preço do milho está baixo e o mercado da soja está aquecido. Mas calma, “pisa no freio Zé”… pois existem mais contras que prós nesse caso.

Primeiro, as condições de fotoperíodo, pluviosidade e temperatura não são as melhores e poucas cultivares seriam adaptadas – o que por si só já é um problema. 

Ainda mais se o cultivo for feito após a safra da própria soja.

Desta maneira, pragas, plantas daninhas, doenças e até questões de conservação e cobertura do solo seriam problemáticos.

Outro argumento que coloca a soja safrinha como uma atividade de alto risco é o fato de não termos informações sólidas sobre população de plantas, pragas e adubação da cultura nessa época.

Portanto, soja safrinha é ainda um cultivo arriscado e que necessita de mais informações e análises para se mostrar uma boa opção.

Planejamento de safra e safrinha

Um bom planejamento conta muito no sucesso das atividades que você realiza em sua fazenda. 

Nem seria preciso dizer que como cada cultura tem um ciclo e em determinados casos você pode plantá-las na safra e na safrinha, é preciso organização.

Como estamos falando em sistemas de produção, a escolha da cultura para a safra determina ou limita as opções para safrinha, principalmente por questões fitossanitárias, do cronograma e da janela de cultivo. 

Veja na figura abaixo os exemplos dos ciclos das culturas e das épocas de plantio e colheita

safra e safrinha

(Fonte: adaptado de Heringer)

Uma ideia é utilizar o período de entressafra para realizar esse planejamento.

Geralmente é o período “mais tranquilo” da fazenda e, portanto, podemos usá-lo de maneira proveitosa para planejamento e manutenção do maquinário, por exemplo.

Se precisar de uma mãozinha para se programar e colocar a casa em ordem, o Aegro pode te ajudar. 

Assim, suas informações ficam organizadas e de fácil visualização, para você não se perder no planejamento.

Banner de chamada para o download da planilha de controle de custos de safra

Conclusão

Como acompanhamos, os termos safra e safrinha são relacionados a épocas de cultivo de culturas anuais dentro do ano agrícola. 

De modo geral e em anos normais, a safra significa melhores condições para a cultura e maiores produtividades. 

Por sua vez, a safrinha apresenta condições marginais de cultivo e, portanto, limitações que se traduzem em menores produtividades ou produção total.

Mas vimos que nem sempre é assim. No caso da cultura mais associada à safrinha, o milho, é clara a importância dessa época de plantio para a agricultura nacional, já para a soja precisamos tomar cuidado.

Por isso, o produtor deve estar atento a esses detalhes na hora de planejar seu plantio, pois assim terá pensado nos riscos de cultivar determinada cultura na safra ou na safrinha. 

Além de que, um bom planejamento pode ajudar bastante em um plantio e condução de lavoura bem-feitos.

>>Leia mais:

“Por que o crambe pode ser uma ótima opção para a safrinha”

Manejos pré-plantio: o que você precisa para começar bem a próxima safra

E você? Já sabia das diferenças entre safra e safrinha? Restou alguma dúvida? Conte pra gente nos comentários abaixo. Grande abraço!

Adubo para plantio de milho: 5 dicas para maximizar a produção

Adubo para plantio de milho: entenda mais sobre a adubação de plantio e confira recomendações para o sucesso de sua lavoura.

Em 2019, o Brasil se tornou o maior exportador de milho e a tendência para 2020 é o crescimento da área plantada da cultura.

Uma das estratégias para aumentar a produtividade e manter o Brasil entre os maiores produtores é a fertilidade do solo.

Por isso, confira agora as cinco dicas que separamos para te ajudar a ter mais sucesso no adubo para plantio de milho. Aproveite!

Orientações: adubo para plantio de milho

O Brasil é um dos maiores produtores de milho do mundo e, segundo o IBGE, as expectativas de produção para 2020 são cerca de 92,7 milhões de toneladas.

Contudo, de acordo com estudos de pesquisadores da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-Minas Gerais) a manutenção de altas produtividades só é possível levando em conta alguns fatores como:

  • Escolha do híbrido;
  • Tratamento de sementes;
  • Condições climáticas;
  • Fertilidade do solo;
  • Manejo de pragas, doenças e plantas daninhas.

Dentre esses fatores, a fertilidade do solo é um dos mais importantes para a produção de grãos.

Por isso, é essencial que você realize um bom planejamento antes do plantio do milho.

Confira a seguir algumas dicas sobre adubação para plantio de milho que podem auxiliar no seu planejamento – maximizando sua produção de grãos.

1ª Dica: Planejamento Inicial

O preparo para a adubação da cultura inicia muito antes da semeadura. Primeiramente, você deve conhecer todo o sistema de produção da lavoura.

Isso inclui tanto as culturas semeadas na área, quanto as análises de solos atuais e as antigas!

Dessa forma, ter em mãos o histórico das análises já realizadas em outras safras é fundamental para você entender o comportamento de seu solo.

Assim, você entende como ele age com a aplicação de corretivos e com a adubação.

A recomendação deve ser realizada em função da análise de solos e exigência da cultura do milho, podendo variar de acordo com a textura de seu solo.

Realize o planejamento antes de adubar sua lavoura, assim você minimizará seus custos e aumentará a rentabilidade de sua propriedade.

adubo para plantio de milho

2ª Dica: Cálculo de adubação para plantio do milho

Após observar a análise de solo, o segundo passo é verificar se a adubação a ser realizada será a de manutenção ou a de correção.

Já falamos aqui no blog sobre esses conceitos, mas vale a pena relembrar!

A adubação de manutenção, nada mais é aquela que colocamos no solo, sendo a quantidade de nutrientes que foram extrapolados pelas plantas, em outras palavras, aqueles nutrientes que foram colhidos (saindo do sistema).

Já na adubação de correção, acrescenta-se nutrientes no solo visando aumentar o estoque.

Outro fator levado em consideração no momento do cálculo de adubação é a cultura anterior e a produtividade média do milho esperada.

Abaixo podemos observar as indicações para aplicação de nitrogênio para o milho segunda safra, no estado do Paraná.

adubo para plantio de milho

Adubação nitrogenada para o cultivo de milho segunda safra no Paraná
(Fonte: Manual de adubação e calagem para o estado do Paraná)

Acima apresento apenas a tabela indicada para a adubação nitrogenada para o cultivo do milho segunda safra no estado do Paraná.

Porém, caso semeie milho na primeira safra no Paraná, fique atento, pois as indicações sofrem algumas alterações.

Agora se você for de outro estado, pode conferir aqui no blog, ou consultar alguma instituição de pesquisa próxima da sua localização.

Mas se você ainda está em dúvida de como calcular sua adubação na prática, não deixe de conferir o vídeo abaixo, do canal AgricOnline:

3ª Dica: Adubo para plantio de milho – macronutrientes

A adubação de macronutrientes é fundamental para o sucesso do estabelecimento do estande inicial.

Isso porque se tornou rotina de boa parte das regiões optar pela utilização dos macronutrientes parceladamente, parte no plantio e o restante em adubação de cobertura.

Porém o indicado é que cada agricultor leve em conta as particularidades e necessidades de sua propriedade, ficando sempre atento às características físico-químicas de seu solo.

Contudo vale a pena lembrar que alguns cuidados sempre devem ser levados em consideração, como por exemplo:

  • Doses elevadas de potássio, que podem prejudicar o estabelecimento do estande adequado e influenciar negativamente as sementes.
  • Altos níveis de nitrogênio no plantio, que podem ser perdidos por lixiviação e, o excesso de sais no sulco, pode prejudicar a qualidade das sementes.

Já a adubação do fósforo deve ser estratégica, pois no solo esse nutriente é pouco móvel. Uma das alternativas tem sido aplicação de nutrientes via tratamento de sementes.

Um exemplo prático é o Fulltec Mais, composto por nitrogênio, fósforo e alguns micronutrientes.

4ª Dica: Adubo para plantio de milho: micronutrientes

Apesar da quantidade requerida de micronutrientes ser bastante pequena, sua ausência pode refletir em menor desenvolvimento das plantas e, consequentemente, menor produtividade.

A aplicação de micronutrientes no solo muitas vezes é inviável, devido ao comportamento complexo de alguns micronutrientes e a influência de inúmeros fatores sobre sua disponibilidade para as plantas.

Por isso, a aplicação no plantio do milho deve ser realizada com cautela e dentro do planejamento, para evitar perda de fertilizantes e dinheiro.

Nesse caso, novamente a aplicação de nutrientes via tratamento de sementes aparece como uma excelente alternativa!

Atualmente no mercado, existem inúmeros produtos compostos por micronutrientes, por isso observe qual a necessidade de sua lavoura. O agricultor deve sempre consultar seu engenheiro(a) agrônomo(a).

5ª Dica: Adubo para plantio de milho: custos

Os fertilizantes compõem em média 25% dos custos de produção de milho no Brasil. Para você calcular os custos e a quantidade de fertilizantes em sua lavoura, você deve considerar:

  • Aplicação de calcário;
  • Aplicação de gesso agrícola;
  • Aplicação de macro e micronutrientes.

Não esqueça de levar em consideração a dose utilizada, quantidade de nutrientes e preço pago por quilo, litro ou tonelada.

Para facilitar, tenha todas as informações na palma da mão em uma planilha ou software de controle agrícola. 

O Aegro é um software de gestão agrícola que atua mesmo offline e auxilia o produtor da semeadura até a colheita, assim como no cálculo dos custos com adubação. Oferece:

  • Gestão de patrimônio e de máquinas;
  • Operações agrícolas como custos e insumos;
  • Gestão financeira e comercialização;
  • Monitoramento integrado de pragas – MIP;
  • Integração com o Climatempo; 
  • Imagens de satélite e análise NDVI;
  • Cotação de seguro rural; 
  • Anotador – ferramenta para os lançamentos do LCDPR;
  • Entre outras funções para o controle da fazenda. 

É possível testar o sistema de gestão agrícola Aegro de forma gratuita, por meio de:

Também existe a possibilidade de utilizar seus Pontos Bayer para contratar a versão completa do Aegro (clique aqui).

Custo de produção agrícola no Aegro

Visualização de custos de uma fazenda com gestão pelo Aegro (dados são ilustrativos)

Conclusão

A adubação para o plantio do milho é de extrema importância para o estabelecimento da cultura.

Mostramos neste artigo algumas dicas para te auxiliar nessa etapa, desde o planejamento inicial aos custos.

Espero que com essas informações, você consiga realizar o plantio de milho e alcançar altas produtividades. Boa safra!

Como você realiza adubação em sua lavoura? Ficou com alguma dúvida sobre adubo para plantio de milho? Deixe seu comentário abaixo!

Adubação de milho para altos rendimentos: Como calcular + planilha grátis

Adubação de milho: veja como calcular e o que você precisa saber para altas produções em sua lavoura.

O milho é uma planta bastante exigente em nutrientes para que sejam alcançadas altas produtividades.

A recomendação de adubação para esta cultura deve levar em consideração os teores disponíveis no solo e extraídos pela planta.

Dessa forma, a exigência nutricional varia conforme a finalidade da produção, seja para grãos ou silagem. Por isso, a adubação também será diferente.

Neste artigo, mostraremos para você como calcular a adubação de milho para produção de grãos e silagem. Aproveite!

Importância da cultura do milho

Juntamente com a soja, a produção de milho representa cerca de 80% da produção de grãos no Brasil.

Na safra de 2018/19, a área plantada do milho safrinha cresceu, principalmente, no Cerrado brasileiro. Isso fez com que a produção de milho na safrinha se tornasse maior que a da safra de verão.

adubação de milho

Mapa da Produção Agrícola – Milho primeira safra
(Fonte: Conab)

Mapa da Produção Agrícola

Mapa da Produção Agrícola – Milho segunda safra
(Fonte: Conab)

Qual a adubação de milho ideal?

A tomada de decisão na adubação de milho deve ser feita levando em consideração os seguintes critérios:

  • Análise do solo;
  • Produtividade esperada: extração e exportação de nutrientes;
  • Fenologia da cultura;
  • Histórico da cultura;
  • Aspectos econômicos.

A análise de solo nos mostrará a disponibilidade de nutrientes no solo e a necessidade de correção da acidez e elevação da saturação por bases do solo.

Já o manejo da adubação de correção é feito para elevar a disponibilidade de outros nutrientes no solo.

Agora, a adubação de manutenção, pode ser feita através da reposição dos nutrientes exportados pela cultura do milho. Ela será o foco deste texto.

A exportação de nutrientes não é uniforme durante todas as fases de desenvolvimento da planta. Por isso, é importante entender sobre o ciclo do milho antes de começarmos a recomendar a adubação.

Como é o ciclo e desenvolvimento do milho?

O ciclo do milho é dividido em estádios fenológicos vegetativos (V) e reprodutivos (R).

Entre V6 e V10, o potencial  número de fileiras por espiga é determinado. Também é uma fase de alta demanda e absorção de nutrientes. 

No estádio V12, a disponibilidade de nutrientes é decisiva para a confirmação da produção e do rendimento da cultura, pois aqui se definem o tamanho da espiga e número de grãos por fileira.

O aparecimento do pendão ocorre no estádio VT, que marca a transição para o estádio reprodutivo do milho. 

Cerca de 63% do nitrogênio (N) e 80% do potássio (K) são absorvidos até o estádio VT!

Assim, fica claro que devem haver nutrientes disponíveis durante o período vegetativo da cultura do milho, principalmente N e K. 

adubação de milho

Percentual de N absorvido pela planta, antes e após o florescimento, e percentual de N presente no grão no período da absorção no pós-florescimento (após VT-R1) e fontes remobilizadas.
(Fonte: Pioneer)

Exigência nutricional da cultura do milho

No caso do milho, a quantidade de nutrientes extraída varia conforme a finalidade da produção: sendo grãos ou silagem. 

Veja na tabela abaixo acúmulo de nutrientes na planta do milho (grãos e parte aérea) e somente nos grãos para cada tonelada de grãos produzida. 

(Fonte: dados médios compilados de vários autores)

Quando o milho é colhido para silagem, a parte vegetativa também é removida, aumentando a quantidade de nutrientes exportada.

Por isso a adubação deve ser ajustada de acordo com a finalidade de produção!

Adubação de milho nitrogenada

O milho é uma cultura bastante exigente em nitrogênio. São necessários em torno de 15 kg por tonelada de grãos produzidos e aproximadamente 23 kg quando se produz silagem.

Para calcular a quantidade de N a ser aplicada, é necessário ter uma ideia da produtividade esperada e a finalidade da produção – grãos ou silagem.

Assim, multiplica-se os valores de produtividade esperada pela extração de N e se tem a demanda desse nutriente da planta.

A cultura anterior também pode influenciar na adubação de milho. Os restos culturais de soja são capazes de fornecer 15 kg de N por tonelada de grãos produzidos.

Também se deve considerar a eficiência dos fertilizantes nitrogenados, que é em torno de 60%.

Assim, se for produzido 10 toneladas de grãos, a exportação é de cerca de 144 kg de N. Considerando uma eficiência de 60%, teríamos que aplicar 240 kg/ha.

E se a ureia possui 45% de N, serão necessários 400 kg/ha desse adubo.

Recomendação de adubação

Recomendação de adubação de manutenção de acordo com a produtividade esperada de grãos
(Fonte: dados médios compilados de vários autores)

Como é feita a adubação de cobertura? 

A recomendação atual é de que seja aplicado em torno de 50 kg/ha de N na semeadura. O restante deve ser aplicado em cobertura.

Essa adubação de cobertura é iniciada quando a planta está com a 3 a 4 folhas formadas. Dessa maneira, o N estará disponível na fase seguinte (V6 a V10) em que é mais exigido, como vimos anteriormente.

As condições para fazer o parcelamento da dose podem ser vistas na tabela abaixo.

Recomendação de adubação nitrogenada de cobertura

Recomendação de adubação nitrogenada de cobertura
(Fonte: Visão Agrícola)

Adubação de milho fosfatada 

Apesar da planta de milho exigir menos fósforo (P) em comparação com N e K, a adubação fosfatada é muito importante para garantir altas produtividades. 

A recomendação de adubação com P é feita conforme o seu teor no solo e a extração da planta. Se a disponibilidade de fósforo estiver abaixo do adequado, devemos fazer a adubação de correção. 

Do contrário, procedemos apenas com a manutenção baseada na extração. Esta dose deve ser aplicada no sulco de plantio. 

Classes de teores de P-resina no solo
(Fonte: Boletim 100-IAC)

Adubação de milho potássica 

O potássio (K) é o segundo nutriente mais exigido pela cultura do milho. 

As respostas à aplicação de K têm sido maiores com a intensificação do cultivo e com a rotação da soja milho, uma vez que esta leguminosa exige altos teores de K. 

A recomendação de adubação potássica para o milho grão ou silagem pode ser feita com base na disponibilidade de K do solo e expectativa de produtividade. 

(Fonte: Boletim 100-IAC)

Por exemplo, com teores adequados de K do solo, a extração para 10 ton/ha de grãos seria de 43 kg. No caso da silagem, esse valor seria de 200 kg.

Por isso, ajustar a adubação conforme a finalidade da produção é muito importante, do contrário, a fertilidade do solo seria debilitada em pouco tempo.

Como doses maiores que 50 kg/ha na semeadura podem prejudicar a germinação da semente, é aconselhado que o restante seja parcelado na adubação de cobertura.

Parcelamento da adubação com potássio

Grande parte do potássio é requerido no começo do ciclo da cultura. 

Até o estádio VT a planta acumula cerca 50% da matéria seca e absorve mais de 80% de sua necessidade total em K. 

Assim, a aplicação restante da dose de K deve ser feita em pré-semeadura ou em cobertura antes de chegar no reprodutivo.

Planilha gratuita para cálculo da adubação de milho

Para te auxiliar, montei uma planilha para o cálculo da adubação de milho com base na extração de nutrientes e produtividade.

adubação de milho

Como calcular: basta entrar com os dados da análise de solo para P e K e produtividade da cultura esperada. Pronto, a planilha faz o restante, tanto para produção de grãos como para silagem.

O download gratuito você pode fazer aqui!

Conclusão 

Como vimos, a adubação do milho deve seguir a análise de solo, expectativa de produção e a fenologia da cultura.

Com teores adequados, atuamos somente com a adubação de manutenção. Do contrário, a fertilidade do solo precisa ser construída com adubações de correção.

O posicionamento das adubações deve respeitar os estádios de maior demanda da cultura.

De acordo a finalidade da produção, grãos ou silagem, a dose aplicada deve ser ajustada para suprir a demanda da cultura. Seguindo esses critérios, você não terá surpresas com a produção de seu milho.

E você, tem alguma dúvida sobre adubação de milho? Conte pra gente nos comentários abaixo. Grande abraço!

Milho precoce: vantagens e desvantagens para 1ª e 2ª safra

Milho precoce: entenda mais sobre o ciclo, vantagens, desvantagens, diferentes tecnologias e mais estratégias para o manejo eficiente de sua lavoura!

As expectativas de produção do milho para 2020, de acordo com o IBGE, são cerca de 92,7 milhões de toneladas.

Esse número leva em conta a maior participação do milho safrinha (2ª safra). 

Uma das estratégias para alta produção do milho safrinha é o uso de milho precoce, buscando as melhores condições climáticas para a cultura. 

Aqui você pode conferir as principais vantagens e desvantagens de se utilizar o milho precoce, qual híbrido de milho usar na lavoura e outras dicas para o sucesso de sua produção.

Milho precoce: como é o ciclo e como varia dependendo da data de semeadura

O milho precoce nada mais é que híbridos que se desenvolvem em um menor período de tempo, possuindo um ciclo entre plantio e colheita menor quando comparados com materiais denominados como normais.

Os materiais de ciclo precoce permitem uma colheita em um menor período de tempo, mantendo a qualidade dos grãos.

Além disso, a utilização do milho precoce na safrinha (2º safra) pode ser uma excelente alternativa para evitar longos períodos de seca ou geada. 

Como comentamos acima, é a principal estratégia dos produtores para garantir boas condições para o milho safrinha.

Mas fique atento para a escolha de seu híbrido, pois o ciclo pode apresentar variação de acordo com a data de semeadura, condições climáticas e região.

Veja como o ciclo de um mesmo híbrido pode variar de acordo com a época de semeadura:

Variação do ciclo da cultura de milho Embrapa

Variação do ciclo da cultura de milho em função da época de plantio para a produção de milho verde
(Fonte: SANS et al. citados por PEREIRA FILHO & CRUZ (1993), adaptado por Embrapa)


Além disso, tenha em mente que, em geral, a duração média de cada ciclo é esta:

  • Superprecoce: Ciclo menor que 120 dias
  • Precoce: Ciclo entre 120 e 130 dias
  • Normais: Acima de 130 dias

Milho precoce: vantagens e desvantagens

Vantagens

  • Redução dos riscos de estresses
  • Menor pressão de doenças
  • Redução dos riscos com variabilidade do clima
  • Escalonamento da colheita
  • Possibilidade do plantio subsequente de outra cultura
  • Cobertura do solo
  • Aumento da janela de plantio

Desvantagens

Com a redução do ciclo do cultivo, a principal desvantagem do milho precoce é que a cultura frente à uma condição climática adversa apresenta um curto período de tempo para se recuperar.

Até por isso, o milho precoce exige alta necessidade de manejo e adubação.

De modo geral, as vantagens e desvantagens do milho primeira e segunda safra são bem parecidas!

Cabe ao engenheiro(a) agrônomo(a) responsável juntamente com o empresário rural estabelecer qual a melhor estratégia para o sucesso da lavoura!

Diferentes híbridos de milho precoce

Para o sucesso de sua lavoura, tanto em primeira quanto em segunda safra, a palavra-chave é planejamento.

Analise qual o melhor híbrido para sua fazenda e não se esqueça de pensar na safra subsequente. Para te ajudar, abaixo separei alguns híbridos de milho precoce disponíveis no mercado:

DKB 360 PRO3

É um híbrido de milho precoce, com excelente performance em todos os ambientes de produção.

Tem excelente potencial produtivo, alta qualidade de grãos com boa tolerância a grãos ardidos. Também possui tolerância à cercóspora e à mancha branca.

DKB 363 PRO3

É um híbrido de milho precoce com ampla adaptação e alto teto produtivo. Possui uniformidade de espigas e alta sanidade.

Além disso, apresenta excelente resposta no manejo fertilidade e de fungicidas. Tolerante à mancha branca e polysora.

2B688PW

Possui precocidade, com excelente qualidade bromatológica da silagem e estabilidade com potencial produtivo e qualidade de colmo.

2A510PW

Possui precocidade, alto potencial produtivo com boa uniformidade e padrão de espiga. Além disso, apresenta grande sanidade foliar.

Defender Viptera

Possui precocidade com estabilidade, ampla adaptabilidade e alto potencial produtivo. Possui boa tolerância a doenças foliares e colmo, além de alta qualidade de grãos.

Contribuindo para o manejo de plantas daninhas, é tolerante aos herbicidas:

  • Callisto + Primóleo (0,25 + 3,0 L/ha);
  • Nicosulfuron + atrazina (0,5 + 3,0 L/ha);
  • Tembotriona + atrazina (0,24 + 2,0 L/ha).

Supremo

Elevado potencial produtivo e precocidade com estabilidade. Boa resposta a manejo, ampla adaptação e alta qualidade de grãos. O Supremo possui baixo fator de reprodução de nematoides.

Milho Precoce: outras dicas para uma estratégia de sucesso

Realizar um planejamento adequado é fundamental para maior lucratividade, principalmente no milho safrinha, onde a cultura pode ficar exposta a condições adversas.

Por isso, a escolha da cultivar e de algumas técnicas de manejo são essenciais para plantar milho precoce com segurança.

Além dos cuidados no momento da semeadura, para o sucesso de sua lavoura não deixe de ter atenção com:

Tratamento de sementes

Essa técnica é uma forte aliada para o estabelecimento do estande adequado da lavoura, principalmente em condições adversas.

Um tratamento de sementes de milho de qualidade reflete em maior produtividade.

milho-precoce

(Fonte: Blog do Aegro)

Residual de herbicidas

Esse ponto é muito importante! Antes de realizar o plantio do milho, observe quais herbicidas foram utilizados para o manejo da cultura anterior.

Alguns herbicidas podem apresentar efeito residual, influenciando no estabelecimento da cultura.

Manejo da cultura

Em cultivos de ciclo precoce, fique atento aos manejos! Eles são fundamentais para garantir alta produtividade.

Primeiro realize a análise de solo em sua fazenda, em seguida efetue a adubação!

Lembre-se: faça o manejo preventivo de pragas e doenças!

Além do controle de plantas daninhas, que podem influenciar negativamente na sua lucratividade.

Rotação de culturas

Planeje a rotação de culturas de sua propriedade e a realize de modo correto!

Assim, este manejo será benéfico para sua lavoura a pequeno, médio e longo prazo!

Colheita

O momento da colheita é planejado no plantio. Evite períodos chuvosos para que, principalmente, a colheita do milho não influencie a semeadura da cultura subsequente.

planilha de planejamento da safra de milho

Conclusão

Neste artigo vimos o que são híbridos precoces de milho e quais as principais vantagens e desvantagens.

Mostramos os principais híbridos de milho precoce disponíveis no mercado.

Você também conferiu a importância do manejo em híbridos de milho precoce e algumas dicas para melhorá-lo na lavoura.

Espero que com essas dicas você alcance ainda mais sucesso em sua empresa rural!

>>Leia mais:

Como escolher as variedades de milho mais produtivas para sua lavoura

“O que esperar do milho safrinha em 2021?”

“O que é e por que adotar o sistema de combinação de híbridos”

“Safra de milho: conheça as previsões para 2022/23”

Você utiliza milho precoce? Realiza o manejo adequado? Deixe seu comentário! 

Barter de milho: como começar e como melhorar suas negociações

Barter de Milho: Entenda o que é e como funciona essa operação, conferindo como você pode realizá-la no seu negócio rural e ter benefícios.

Vários são os custos de uma lavoura de milho e ter capital suficiente para tudo isso exige muito trabalho, além de inúmeros cálculos e estratégias.

Você pode dispor de recursos próprios, linhas de créditos ou de operações financeiras.

Uma operação financeira que pode auxiliar o produtor rural a ter os insumos para a próxima safra é o chamado Barter.

Nessa operação, os insumos agrícolas ou maquinários são comercializados e o pagamento é feito com produto agrícola após a colheita.

Aqui vamos comentar mais sobre o Barter de Milho. Aproveite os benefícios dessa operação e tire todas as suas dúvidas!

Barter de milho: significado

O termo Barter vem do inglês que significa permutar, ou também chamado de troca. Ou seja, é uma operação financeira baseada em troca de mercadorias, em que o produtor se compromete a entregar uma parte da sua produção em troca de insumos ou serviços, que podem ser herbicidas, inseticidas, adubos e outros.

A operação de Barter normalmente acontece antes da colheita ou até mesmo do plantio, sendo negociado os insumos que serão utilizados na lavoura para efetuar o pagamento com produto colhido (paga com o que produz) e não realizando o pagamento em dinheiro.

Assim o produtor não precisa mexer no capital de giro e pode até melhorá-lo.

Se pensarmos na história, essa operação se remete ao escambo, um dos comércios mais primitivos de troca de mercadorias – mas com suas diferenças.

A operação de Barter começou com a cultura do café e, hoje, já é utilizado nas culturas como milho, soja, algodão e café – e está no mercado brasileiro desde 1990.

Para o produtor rural, o Barter é uma opção para obtenção de insumos que são necessários para a lavoura por meio de pagamento quando colhe a safra.

Além disso, o agricultor pode adquirir insumos sem ter crédito no mercado.

E também pode facilitar a negociação entre produtor e empresa de insumos ou serviços, em que a moeda de compra é o próprio produto da lavoura, sem usar dinheiro.

Contrato de Barter de milho: Como funciona

Como já comentamos, o Barter é importante ao produtor por permitir a compra de insumos agrícolas, maquinários ou equipamentos que são necessários para realizar a safra sem tirar dinheiro do bolso.

Então, além do produtor e da empresa de insumos ou de maquinários, que já discutimos neste texto, esta operação geralmente também envolve off-taker (trading, cerealista ou comercial exportadora).

São três partes que realizam uma negociação onde cada uma tem seus objetivos e, que muitas vezes, escutamos falar de ser uma “troca triangulada”. 

Veja o objetivo de cada parte envolvida nesta operação financeira:

  • Produtor: aquele que precisa de insumos ou maquinário para sua lavoura e prazo para pagamento, em troca disso, entrega parte dos produtos colhidos da lavoura;
  • Empresa de insumos ou de maquinários: quem fornece insumo ao produtor e estipula o prazo para o pagamento desses insumos;
  • Trading, cerealista ou comercial exportadora: compra a produção do produtor para revender no mercado interno, exportar ou para utilizar como matéria-prima em seus processos produtivos e paga a empresa de insumos.

Então, o produtor adquire insumo para sua lavoura e em troca realiza o pagamento com milho. E, normalmente, as empresas de insumos trabalham em parceria com as tradings que vão adquirir o milho.

Essa operação pode trazer benefícios para ambas as partes envolvidas, o que podemos chamar de relação ganha-ganha.

O Barter, em geral, está associado a uma Cédula de Produto Rural (CPR) que é um documento/contrato em que o produtor se compromete a entregar parte da produção agrícola (próxima colheita) como pagamento dos insumos utilizados.

barter de milho

(Fonte: TerraMagda)

Como em todo contrato, é preciso cuidado para o preenchimento e formulação da CPR para ambas as partes.

Por isso, busque auxílio de um profissional especializado para começar essa operação.

Como começar uma operação de Barter

Quando os produtores rurais precisam de produtos agropecuários e querem entregar parte da sua produção como pagamento, eles podem realizar o Barter.

Para iniciar este processo é necessário definir quais insumos e/ou maquinários são necessários para a implantação da lavoura e que precisam ser negociados.

Além disso, precisa-se verificar quais são as empresas ou cooperativas que realizam essa operação com o produtor de milho e como é realizada através da CPR, como já comentamos.

É necessário ficar atento a esse documento e verificar se a operação é vantajosa para o produtor, definindo se irá ou não realizá-la.

O Barter é uma opção de negociação interessante quando não há disponibilidade de compra dos insumos para a safra à vista.

Mas lembre-se: há várias formas de custeio da lavoura, por isso, é necessário conhecê-las e determinar qual é a melhor para a empresa agrícola na safra de milho.

Barter de milho: como a operação é utilizada por agricultores e cooperativas

Como exemplo, temos o caso de produtores de milho do Mato Grosso que no último ano realizaram a operação de Barter quando o preço do grão era baixo, como forma mais segura de não obter prejuízo, mas com empresas confiáveis para fazer o procedimento.

Cooperativas podem ajudar nessa escolha de empresas que auxiliam nas transações.

Elas também podem estimular o Barter para alcançar uma produção mínima de milho na região.

Foi isso que algumas cooperativas fizeram em 2018, quando havia redução no preço do grão e, com isso, desestímulo para a produção do milho pelos agricultores e da área plantada.

Modalidades de Barter

No canal da AgroSchool, a Marina Piccini explica as principais modalidades de Barter que são:

Compra de contrato

Produtor já fechou contrato com a trading, sendo que esse contrato não está ligado a nenhum financiamento. 

Assim, o produtor entrega o produto colhido à trading – como já foi negociado em contrato – e essa pagará para a empresa fornecedora de insumos ao produtor.

Campanha da empresa/cooperativa com a Trading

Neste caso, a empresa de insumos ou cooperativa decide fazer campanha para aumentar suas vendas em parceria com uma trading.

Quando o produtor está colhendo a safra, a empresa cria um pacote promocional com preços diferenciados aos produtores e a trading entra com uma cotação de preço para àquela safra futura.

Empresa ou Cooperativa assume o preço

Situação na qual a empresa ou cooperativa assume o risco, sem ter auxílio da trading. Ela monta o seu pacote de insumos e cobra um valor de produção por isso.

bot diagnóstico de gestão agrícola Aegro

Vantagens da operação de Barter de milho

Em qualquer operação financeira, precisamos saber suas vantagens. Para a operação de Barter, alguns benefícios são:

  • Oportunidade de financiamento seguro;
  • Facilidade na compra de insumos ou maquinários;
  • Oportunidade dos produtores com menor crédito rural realizar as atividades agrícolas;
  • Negociação travada: redução das variações dos preços tanto dos insumos como das commodities;
  • Redução do risco na operação financeira devido ao CPR, que legaliza e formaliza o processo;
  • Conhecimento antecipado da quantidade de produto agrícola para realizar o pagamento da operação financeira.

Além de conhecer todas essas vantagens, é necessário ficar atento a alguns pontos na operação de Barter (precauções):

  • Analise a equivalência de preço dos insumos e dos produtos agrícolas;
  • Veja as condições de contrato (CPR) entre os envolvidos no Barter;
  • Observe o custo-benefício desta operação (taxa de juros).

E você ficou interessado(a) no tema e quer aprender mais sobre essa operação financeira? Você pode se especializar em Barter realizando um curso. Confira abaixo:

Curso de Barter 

Se você quer conhecer mais sobre esta operação financeira para te auxiliar com o seu negócio agrícola ou quer ser um profissional neste tipo de operação, faça uma especialização. 

A AgroSchool possui um curso online sobre Barter e você pode aprender o passo a passo de como realizar essa operação, além de quais são os riscos e oportunidades, estrutura necessária, estudos de casos e exercícios.

Conclusão

Sabemos que Barter é uma operação financeira para adquirir insumos ou maquinários e realizar o pagamento com o grão colhido.

Ela é utilizada por produtores de milho para troca de insumos e quando há variação no preço do grão, estimuladas por cooperativas e empresas.

Por isso, vale a pena considerar essa opção de negociação da sua safra e para a sua empresa rural. Então, analise esta operação para a aquisição de insumos e maquinários para sua lavoura.

>> Leia Mais: 

O que é hedge e por que você deveria ter essa opção
Como fazer um contrato de hedge e como ele pode assegurar sua rentabilidade

Você realiza Barter de Milho na sua propriedade rural? Quais as vantagens dessa operação para sua empresa? Adoraria ver seu comentário abaixo.

Como fazer a aplicação de fósforo para milho de altas produtividades

Fósforo para milho: doses recomendadas e mais estratégias para potencializar sua produção com este nutriente. 

O sucesso na produção é baseado no equilíbrio do solo, da planta e do ambiente. 

No solo, quando os nutrientes estão em níveis adequados as plantas conseguem completar seu ciclo com excelência, o que resulta em ganhos produtivos. 

Quando falamos de nutrientes e produção em milho, jamais esquecemos do fósforo (P), essencial para a lavoura.

A seguir vamos mostrar como fazer as recomendações de fósforo para milho, quais os fatores de interferência e mais. Vamos lá!

Importância do fósforo para o milho 

É normal que a fertilidade de solos de clima tropical seja considerada baixa, com teores de fósforo bem reduzidos. 

Desta forma, a adubação mineral fosfatada permite explorar melhor o potencial produtivo da planta de milho, conseguindo aumentar a produtividade

O P está envolvido na fotossíntese, respiração, armazenamento e transferência de energia, divisão celular, crescimento das células, além de contribuir na qualidade do grão de milho

Sua disponibilização deve ser feita desde o início da cultura, pois plantas mais jovens apresentam maiores absorções, acarretando crescimento dinâmico e bom desenvolvimento de raízes. 

Porém, no milho o fósforo é um dos macronutrientes de menos exigências, ficando somente na frente do enxofre. Em estudos, relata-se que a planta de milho extrai cerca de 10 Kg de P para cada tonelada de grão produzido. 

Mas, por que grande parte do total de gastos com fertilizantes é devido ao fósforo? 

Bom, esse nutriente tem uma forte interação com as partículas sólidas do solo, o que o torna indisponível para a planta e ainda se relata que 80% a 90% do P absorvido é exportado para os grãos, o que requer reposição constante. 

Assim, para conseguir maximizar essa aplicação de fósforo, temos algumas dicas que você pode ver a seguir.

O que conhecer antes de estabelecer as doses de adubação?

1- Expectativa de produtividade

Conforme aumenta a produtividade, tem-se maior extração de fósforo e, portanto, precisamos fornecer maiores doses.

extração média de fósforo pelo milho

(Fonte: IPNI)

2- Análise de solo em toda safra

Conhecer a disponibilidade real do fósforo no solo exige que sejam feitas análises em toda safra, considerando também as manchas de solo.

Vemos alguns agricultores que fazem só a “receita de bolo” da dose de 400 kg/ha de NPK 08 28 16, ano após ano. 

Nos primeiros anos a receita dá certo, muito provavelmente devido aos teores naturalmente baixos de fósforo nos solos brasileiros.

Porém, com o passar do tempo e dependendo do tipo de solo, os teores de fósforo vão aumentar e não será mais necessário essa fórmula (que por sinal, é cara). 

Assim, podemos chegar em outras formulações mais baratas e que vão atender plenamente a produção, além de gerar economia no final da safra.

Também é necessário conhecer seu solo por meio dessas análises.

Por exemplo, se for uma área com maior teor de matéria orgânica, já sabemos que menos fósforo estará disponível para as plantas, já que o P é fortemente ligado a essas moléculas.

3- Condições climáticas

Volume de chuvas, temperatura, dentre outras condições climáticas, interferem na disponibilidade dos nutrientes. 

Quanto mais seco estiver, menos solução do solo temos para que a planta absorva água e nutrientes.

4- Objetivo da cultura

Se o milho é para semente, apenas produção de grãos ou silagem, as doses recomendadas de fósforo podem mudar.

Para silagem, além dos grãos, a parte vegetativa também é removida. Por isso, como mostra a tabela anterior, há alta extração e exportação de nutrientes.

Consequentemente, problemas de fertilidade do solo deverá se manifestar mais cedo na produção de silagem do que na produção de grãos.

No entanto, para fósforo em silagem não muda muito em termos de doses de adubação, já que 80% deste nutriente ficam nos grãos da espiga.

Extração média de nutrientes pela cultura do milho destinada à produção de grãos e silagem, em diferentes níveis de produtividades
(Fonte: Embrapa)

5- Momentos certos de aplicação

É importante conhecer como a planta de milho exporta e acumula fósforo na sua matéria seca, para que possamos saber o momento correto de disponibilizar o nutriente.

fósforo para milho

(Fonte: INPI)

Como suprir a demanda de fósforo do milho: Recomendações de adubação

Primeiro, verifique o nível de fertilidade que deve ser feito se baseando nos valores da análise de solo, podendo inferir se os teores de fósforo estão muito baixos, baixos, médios, altos ou muito altos, de acordo com o teor de argila.

Interpretação das classes de teores de fósforo nos solos e doses recomendadas para milho

Interpretação das classes de teores de fósforo nos solos e doses recomendadas para milho
(Fonte: Coelho e França; Embrapa e IPNI)

Feito isto, o produtor poderá vincular o teor com a produtividade desejada e desta forma conseguirá obter uma quantidade em kg/ha de P2O5 como mostrado nas tabelas a seguir.

Recomendações de fósforo no sulco de plantio
Recomendações de fósforo no sulco de plantio safrinha

Recomendações de fósforo no sulco de plantio
(Fonte: IPNI)

No entanto, existem outras estratégias de adubação que o produtor pode seguir.

Quais as estratégias de manejo do fósforo na sua lavoura de milho? 

A utilização eficiente dos fertilizantes fosfatados é resultante da interação de boas práticas que afetam diretamente a disponibilidade de P no solo e seu uso pelas plantas de milho.

Tanto o milho safra, quanto o safrinha e o para silagem existem três estratégias básicas de manejo.

A primeira consiste no aumento da disponibilidade do elemento no solo através da adubação corretiva, a segunda visa manter a fertilidade do solo pela adubação de manutenção e a terceira tem o intuito de reposição

Relação entre o rendimento relativo de uma cultura e o teor de um nutriente no solo
(Fonte: Recomendações de Adubação)

Dose corretiva: esta é utilizada quando se deseja elevar os teores de fósforo no solo até condições ótimas, ou seja, elevar a classe do teor de P com o intuito de ultrapassar o teor crítico.

Esse aumento de teor de fósforo não é tão fácil, devido ao comportamento desse nutriente quando estamos tratando da sua relação com os coloides do solo.

Desta forma, nota-se que nesse tipo de adubação são exigidos dosagens pesadas, visto que essa adubação servirá tanto para aumentar a disponibilidade de P no solo quanto para a planta suprir sua demanda. É aqui que fazemos a fosfatagem.

Essa estratégia é mais voltada para solos com baixa fertilidade, o que não é difícil de verificarmos aqui no Brasil.

Dose de Manutenção: é uma adubação na qual é utilizada para manter os níveis de fertilidade do solo para os anos subsequentes, sendo uma adubação baseada na extração da planta.  

Dose de Reposição: é uma adubação baseada somente na exportação da planta de milho, isto é, o quanto daquele nutriente é colhido em forma de produto devendo ser reposto.  

Como calcular as doses nessas outras estratégias de adubação?

De maneira geral, para esse tipo de adubação você deve apenas verificar a tabela de extração e exportação abaixo, pegar um valor de extração que ache mais correto dependendo do trabalho (ou a média deles) e multiplicar para a transformação de P2O5 (multiplicar por 2,29136). 

Nutrição de Safras

(Fonte: Nutrição de Safras)

Sem contar com a eficiência desse fertilizante, o que para P geralmente é apenas 20% devido à sua fixação no solo.

Por exemplo, para a dose de reposição:

Média de exportação pelo milho = 3,15 Kg de P por tonelada de grãos de milho.

Se eu pretendo produzir 10 toneladas de milho por hectare, então a cultura exportará 31,5 Kg de P.

Mas, como o fertilizante é em P2O5, tenho que multiplicar esse valor por 2,29:

2,29 x 31,5 = 72,2 Kg/ha

Como normalmente a eficiência é de apenas 20%, temos como dose final:

(100 x 72,2)/20 = 361 Kg/ha

Adubação de fósforo para milho em plantio direto e para milho safrinha

Diversos trabalhos mostram resultados de que o fósforo também pode ser aplicado a lanço no sistema de plantio direto sem perda de produtividade, mas desde que os níveis desse nutriente estejam adequados.

Outra dúvida que sempre fica é a questão de antecipar a adubação de fósforo na cultura de verão, esperando suprir a demanda de nutriente para o milho safrinha

Ressaltamos que isso é possível também sem perda de produtividade, mas há ressalvas. Nesse caso, isso só dá certo se o solo estiver com quantidades significativas de fósforo, sendo necessário apenas a adubação de exportação.

Se esse for o seu caso, então some a adubação de seu cultivo de verão (normalmente soja, na famosa dobradinha soja-milho) com a adubação de milho.

Baixe grátis a planilha de Estimativa da Produtividade do Milho

Conclusão 

Neste artigo vimos a importância crucial do fósforo para as lavouras de milho e ainda citamos como este nutriente auxilia na potencialização de produção.

Levantamos os fatores importantes que devem ser estudados antes de realizar a adubação fosfatada. 

Além de demonstrarmos as recomendações e as metodologias utilizadas, cada qual com a sua finalidade. 

>> Leia mais: 

Potássio para milho: Por que é tão importante e como fazer seu manejo

Restou alguma dúvida quanto à adubação estratégica do fósforo para o milho? Como você realiza esse manejo em sua plantação? Deixe seu comentário abaixo!