Como melhorar a aplicação de defensivos para pragas do milho

Aplicação de defensivos para pragas do milho: Veja a melhor maneira de utilizar inseticidas, além da época e condições ideais para controle efetivo. 

A cultura do milho possui diversas pragas e, por isso, muitas vezes é necessário recorrer ao uso de defensivos agrícolas. 

As lagartas do milho, por exemplo, se não controladas podem causar até 50% de perdas na produtividade.

Mas você sabe a melhor maneira de utilizar os inseticidas? E o momento ideal da aplicação?

Essas perguntas podem até parecerem irrelevantes, mas são ideais para que se conheça todo o processo que envolve a aplicação de defensivos para pragas do milho.

Vou te explicar com mais detalhes a seguir, além do melhor manejo, o uso da tecnologia e época de aplicação. Confira! 

As pragas do milho

Na cultura do milho podemos detectar a presença de diversas pragas e doenças que prejudicam a produtividade agrícola. 

O uso de defensivos agrícolas tem o objetivo de controlar tanto insetos como ácaros, fungos, nematoides e plantas daninhas

Sendo assim, vamos falar sobre o controle de insetos-praga com o uso de inseticidas na cultura do milho. 

Os principais insetos que podem causar injúrias nesta cultura são:

  1. Corós (família Melolonthidae)
  2. Larva-arame (Conoderus scalaris)
  3. Lagarta-rosca (Agrotis ipsilon
  4. Lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus)
  5. Larva-alfinete (Diabrotica speciosa
  6. Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda
  7. Lagarta-da-espiga (Helicoverpa zea
  8. Broca-da-cana (Diatraea saccharalis)
  9. Percevejos (Dalbulus sp. e Dichelops spp.) 

Como você já deve saber, essas pragas não ocorrem ao mesmo tempo na cultura. Algumas causam maiores problemas no período inicial, outras na fase vegetativa e outras na fase reprodutiva. 

pragas-cultura-milho

E o que isso tem a ver com o controle químico desses insetos? 

Saber a época dos ataques dessas pragas é fundamental para garantir o controle efetivo da população da espécie que se deseja reduzir. 

Quando aplicar os inseticidas?

No passado, era costume que muitos produtores rurais fizessem aplicações de inseticidas de maneira calendarizada. 

Haviam épocas pré-determinadas para realizar as pulverizações na lavoura de milho. Porém, essa forma de aplicação não é aconselhável, pois pode gerar efeitos indesejáveis ao produtor. 

Hoje, com o manejo integrado de pragas (MIP), a ideia não é excluir o uso do método, mas utilizá-lo de uma forma que não seja banalizado e que se faça o uso correto da tecnologia. 

No MIP, recomenda-se a integração de vários métodos para reduzir as populações das pragas. 

O controle químico é um desses procedimentos e pode ser utilizado com base no nível de dano da praga.

O ideal é entrar com aplicação inseticida no momento em que a população atingir o nível de controle. 

Veja abaixo alguns níveis em que há necessidade de medidas de controle das pragas, podendo optar pelo controle químico. 

níveis de controle pragas do milho

Para saber o nível de controle de cada praga é necessário fazer o monitoramento. Você pode conferir as principais formas neste texto: Por que você deve fazer monitoramento de pragas e como iniciá-lo?”.

Após o monitoramento, pode-se fazer a tomada de decisão.

Da mesma maneira deve acontecer com o controle biológico para que o uso dos produtos seja efetivo.

Aplicação de defensivos para pragas do milho: Áreas com tecnologia Bt

O uso da tecnologia Bt (Bacillus thuringiensis) para controle de lagartas na cultura requer alguns cuidados e, por vezes, é necessário complementar com a aplicação de defensivos para pragas do milho.

É muito importante que você saiba como fazer o manejo da resistência de pragas e junto  com o monitoramento e as práticas do MIP, com certeza, terá grandes chances de sucesso na lavoura.

Mas se mesmo com todos os cuidados for necessário o controle químico, fique atento a algumas diferenças do controle convencional. Como, por exemplo, o nível de dano em que se deve entrar com controle. 

Lembre-se que a tecnologia Bt não controla percevejos, por isso, o nível de controle para esses insetos deve ser o mesmo das áreas convencionais. 

aplicação de defensivos para pragas do milho

Nível de controle para lagartas em milho – em áreas de refúgio e Bt
(Fonte: Pioneer Sementes)

Condições para aplicação de defensivos para pragas do milho

Bom, você fez todos os passos, observou sua lavoura de milho, fez monitoramento e chegou à conclusão que vai utilizar inseticidas para controle da praga (ou das pragas) que está causando problemas na sua plantação

Mas qual seria a melhor forma de aplicar? Alguns aspectos importantes devem ser observados.

Estágios da planta

Como as pragas não atingem a planta ao mesmo tempo, o estágio fenológico deve ser levado em consideração no momento da aplicação. 

O melhor momento é no período para controlar a geração da praga, normalmente, chamado de janela de aplicação

Grupos químicos dos inseticidas

Os inseticidas têm modos de ação distintos que podem ser utilizados para controlar uma mesma praga. 

Para evitar que a tecnologia do produto se perca é importante rotacionar o modo de ação dos inseticidas, ou seja, não utilizar o mesmo produto por muito tempo e intercalar com aqueles de modo de ação diferentes. 

Não é recomendado que se repita a mesma mistura pronta de inseticidas e, caso utilize mistura, não use inseticidas que apresentem o mesmo modo de ação na próxima janela de aplicação. 

Prefira os defensivos seletivos aos inimigos naturais, devido à ação desses organismos no agroecossistema com o controle biológico natural.

Além disso, consulte um(a) engenheiro(a) agrônomo(a) para lhe fornecer todas essas informações. 

Veja abaixo algumas recomendações para o momento correto da aplicação (quando a praga estiver no nível de controle), para milho não-Bt (ou convencional), milho Bt e área de refúgio. 

milho não Bt
milho bt
refúgio mínimo 10% da área
aplicação de defensivos para pragas do milho

(Fonte: IRAC – Brasil (Comitê de Ação à Resistência a Inseticidas – Brasil)

Condições climáticas

Outro fator muito importante no momento de fazer as aplicações com inseticidas é saber o momento certo do dia, em que as condições climáticas favoreçam e não prejudiquem o efeito dos produtos sobre as pragas.

No momento da aplicação é ideal que a temperatura esteja entre 20 a 30 °C, a umidade do ar entre 60 a 90% e a velocidade do vento não ultrapassando os 10 km/h – para que não ocorra desperdício e deriva do produto. 

Tecnologia de aplicação dos produtos

Por último e não menos importante: esteja sempre atento à tecnologia de aplicação dos produtos. 

A deposição correta do produto sobre a planta vai garantir o controle efetivo na redução populacional da praga e também vai evitar que ocorra desperdício. 

Por isso, verifique sempre se o equipamento utilizado está com as pontas ideais para aquela aplicação e se o tamanho e a densidade das gotas estão corretas e uniformes. 

Na cultura do milho são muitos os insetos que, se não controlados no momento ideal, vão causar grandes problemas por permanecerem, em grande parte do desenvolvimento, dentro da planta. 

Como no caso das espécies Spodoptera frugiperda, a lagarta-do-cartucho, e Diatraea saccharalis, a broca-da-cana. 

Dessa forma, a tecnologia de aplicação vai contribuir, e muito, para a eficácia do controle químico. 

Conclusão

A cultura do milho possui diversas pragas que, se não controladas, podem causar sérios prejuízos ao produtor.

O controle com aplicação de inseticidas é um dos métodos que pode ser utilizado no manejo integrado de pragas.

Vimos neste artigo que para saber a real necessidade de controle das pragas, o monitoramento deve ser feito tanto nos cultivos convencionais de milho como para áreas em que se utiliza milho-Bt e áreas de refúgio

E, também, que para um controle efetivo é importante saber quando, como e quais produtos devem ser utilizados. 

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Essas dicas te ajudaram? Como você realiza aplicação de defensivos para pragas do milho? Conte para a gente nos comentários.

Como calcular o custo de milho para silagem

Custo de milho para silagem: Veja quais dados considerar, como se planejar para o futuro e como calcular o preço de venda da silagem. 

O Brasil possui o maior rebanho bovino do mundo, com cerca de 214,7 milhões de cabeças, sendo muitas delas dependentes de silagem.

Além do maior tempo de armazenamento, a silagem de milho possui alto teor nutritivo. É um ótimo complemento na alimentação de bovinos, especialmente em áreas tropicais como o Brasil.  

No entanto, é importante que o produtor tenha em mente seus custos de produção e como fazer milho silagem de qualidade para maximizar seus lucros.  

Veja a seguir: Qual é, em média, o custo de milho para silagem e como estabelecer seu preço de venda. 

Qual o custo de milho silagem por hectare?

O custo total da silagem por hectare gira em torno de R$ 5.000 a R$ 6.500, incluindo gastos com insumos; preparo do solo; plantio; tratos culturais; colheita e ensilagem; depreciação e outros.

Porém, esse valor é maior ou menor dependendo da região e nível de tecnologia empregada.

Por isso, é importante que o produtor tenha seus custos na palma da mão para obter o máximo de rentabilidade. 

Custos de produção da silagem de milho

Custos de produção da silagem de milho
(Fonte: Santos et al., 2017)

Muitas vezes, a depreciação e o custo de oportunidade não costumam ser levados em consideração.

Mas é importante ter um bom planejamento para saber quanto lucraria caso investisse o dinheiro em outro segmento.

Colheita do milho para realizar a ensilagem
(Fonte: Rural Pecuária)

É muito importante ter sempre o dinheiro necessário para renovação de estrutura, maquinário e implementos que são a base para uma boa produção

Além disso, é preciso considerar que podem ocorrer perdas de 10% a 30% devido ao processo de fermentação ou a práticas de manejo inadequadas. 

E, quanto maior a perda, maior o custo de produção, como você pode observar na tabela abaixo:

custo milho silagem

Relação entre perdas e produtividade da silagem
(Fonte: Santos et al., 2017)

Custo de milho para silagem: Produção por hectare

A média de produção do milho para silagem é de 30 a 40 toneladas de matéria seca por hectare. 

Isso depende principalmente de fatores como:

  • Clima da região;
  • Tipo do solo;
  • Híbrido escolhido; 
  • Adubação;
  • Manejo fitossanitário. 

Além do total produzido, é muito importante que o processo de ensilagem seja feito de forma a manter a qualidade do alimento para compensar o investimento feito.  

Para tanto, é fundamental fazer a colheita no momento certo e uma boa compactação, vedação e manejo no painel do silo. 

Processo de ensilamento milho

Processo de ensilamento
(Fonte: Milkpoint)

Como calcular o preço de compra e venda da silagem?

De modo geral, o preço da silagem pode ser calculado em cima do preço de mercado do milho em grãos. 

Seguindo este raciocínio, como o processo de ensilagem é feito com aproximadamente 35% de matéria seca, a cada tonelada temos 350 kg de matéria seca. 

Como, em média, 50% da matéria seca é constituída por grãos, temos 175 kg de grãos na silagem. 

Desta forma, é só multiplicar o preço do milho em grãos pelo preço da saca de milho e chegamos ao valor base. 

Considerando o preço médio da saca de milho em R$ 30, temos: 

R$ 30  ÷ 60 kilos → R$ 0,5 por kilo

R$ 0,5 por kilo x 175 kg → R$ 87,5  por tonelada de silagem

Além do preço base, sabemos que a qualidade nutritiva da silagem influencia totalmente no seu preço devido ao valor agregado. 

Assim, silagens com alta qualidade podem ser vendidas com 10% a 15% acima deste valor base. 

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Conclusão

O milho silagem é uma importante estratégia para alimentação de bovinos em regiões com períodos de baixa produtividade de pastagens ou como complemento alimentar.   

Porém, é de suma importância que o produtor saiba calcular os custos de produção para ter uma maior rentabilidade. 

Além disso, os custos de produção e a qualidade da silagem são informações imprescindíveis na precificação da silagem.

Acredito que, com essas informações, você poderá fazer um melhor  levantamento de custos e definição de preços para sua produção de silagem de milho! 

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Principais e melhores manejos na dessecação para pré-plantio de milho

Como você realiza o levantamento de custo de milho para silagem? Adoraria ver seu comentário!

Adubo para milho: recomendações para aumentar a produtividade da lavoura

Adubo para milho: recomendação da época certa e doses ideais para aplicação de nitrogênio, fósforo e potássio em cada situação, inclusive para milho silagem.

Muitas vezes a lavoura de milho é colocada em segundo plano na propriedade.

Mas, com o conhecimento de alguns conceitos sobre planta, solo e nutrientes, podemos aumentar a eficiência dos insumos e minimizar os riscos da cultura.

O manejo da adubação é essencial para isso, principalmente pela baixa fertilidade dos solos brasileiros.

Confira a seguir as melhores recomendações de adubo para milho e como tirar o melhor proveito delas em sua propriedade. 

Conceitos básicos da recomendação de adubo para milho

Um dos conceitos de suma importância na adubação é o de rendimento máximo econômico.

Nele, o produtor deve procurar a lucratividade máxima da exploração agrícola e não o máximo rendimento.

Isso porque, o máximo rendimento normalmente não se traduz em máxima rentabilidade.

Produtividade com doses de nitrogênio

Produtividade de grãos em função de doses de nitrogênio
(Fonte: Lyra et al., 2014)

Como podemos ver na figura acima, com o aumento da dose do nutriente, no caso nitrogênio, o incremento na produtividade da cultura diminui.

Com isso, você deve observar, de acordo com seu sistema de produção e híbrido usado, qual o maior rendimento econômico para adubação.

Junto com o conceito de rendimento máximo econômico, você deve trabalhar com as análises de solo

O solo é um ambiente dinâmico e uma análise mostra apenas uma “imagem parada”. Com isso em mente, mantenha sempre um histórico de análises para entender como as adubações e o uso de corretivos estão agindo no solo.

E outros dois conceitos importantes são os de adubação de correção e de manutenção.

A adubação de manutenção coloca a quantidade de nutrientes que foram exportados pela planta, ou seja, que foram colhidos e saíram do sistema.

Já a adubação de correção aumenta o estoque do nutriente no solo, e ele é de grande importância já que a planta necessita absorver maior quantidade do nutriente do que a exportada.

Nitrogênio na recomendação de adubação para milho

O nitrogênio é o nutriente de maior demanda nas plantas. Especialmente no milho e em outras gramíneas, ele apresenta as maiores respostas à produtividade tanto de biomassa quanto de grãos.

O nitrogênio está diretamente relacionado com a fixação de carbono pela planta e com a síntese de aminoácidos. E, carbono e aminoácidos são iguais à biomassa e proteínas.

Apesar de ser nutriente mais exigido, o nitrogênio praticamente não existe nas rochas que dão origem aos solos.

Então, podemos considerar que a fonte primária de nitrogênio é o ar. E ele vai parar no solo basicamente de duas formas: amônio (NH4) e nitrato (NO3).

Mas, como isso impacta o manejo da adubação nitrogenada?

Bom, dependendo da fonte de adubo nitrogenado que utilizarmos, ela tende a ter diferentes comportamentos no solo.

A ureia, por exemplo, após ser aplicada no solo úmido, será quebrada em amônio.

A quebra da ureia eleva o pH em uma mínima região em torno do grânulo de adubo, fazendo com que boa parte do nutriente aplicado seja perdido por volatilização.

Outros adubos nitrogenados com base no amônio, como o sulfato de amônio e o nitrato de amônio, também podem sofrer com a volatilização em menor grau, principalmente se forem aplicados sobre restos vegetais.

Já os fertilizantes à base de nitratos podem sofrer com outro problema: a lixiviação. O nitrato não se prende à famosa CTC do solo.

Isso faz com que o nutriente possa ser levado pela água até zonas mais profundas e fora do alcance do sistema radicular de algumas culturas.

Adubação com nitrogênio

Agora que já sabemos um pouco sobre alguns conceitos do nitrogênio, vamos falar de números… Quanto devo aplicar de nitrogênio na lavoura?

Para respondermos a essa pergunta, devemos ter em mente dois conceitos:

  • Saber quanto de nitrogênio estamos retirando na silagem ou nos grãos de milho para que possamos repor via adubação;
  • Considerar que, do nitrogênio absorvido pela planta, apenas de 30% a 50% (no máximo) são oriundos diretamente do adubo. 

E de onde vem o resto? Do solo!

Dessa forma, é sempre importante mantermos uma adubação nitrogenada condizente com a produtividade da área e com a quantidade de nitrogênio exportada do sistema.

recomendação de adubação para milho

Extração média de nutrientes pela cultura do milho destinada à produção de grãos e silagem em diferentes níveis de produtividade
(Fonte: IPNI)

Observando a tabela acima, podemos ver que o milho extrai em média 21 kg de nitrogênio por tonelada de grão. 

Se fossemos repor o nitrogênio extraído utilizando uma adubação de ureia (45% de N), seriam usados em média 47 kg do adubo por tonelada produzida.

Um talhão com produtividade média de 9 toneladas de grão/ha, por exemplo, exigiria uma reposição de aproximadamente 420 kg de ureia/ha.

No caso da produção de silagem, a exportação de nitrogênio é de 10 kg por tonelada de matéria seca produzida. 

Levando em conta uma produção de 50 toneladas de silagem, com um teor de matéria seca de 30% (15 toneladas de matéria seca), seriam necessários 150 kg de N/ha ou 330 kg de ureia/ha.

Quando aplicar o nitrogênio na adubação de milho?

Muito se fala sobre os possíveis benefícios de se parcelar a adubação nitrogenada ao longo do crescimento da planta.

Mas para compreender melhor isso, temos que entender qual o período de maior exigência de nitrogênio pela planta de milho. 

absorção do nitrogênio no milho

Estágios fenológicos e curva de absorção do nitrogênio no milho
(Fonte: Forseed)

Como podemos ver na figura acima, a fase do pendoamento é onde ocorre o pico de absorção de nitrogênio na planta de milho.

Dessa forma, devemos garantir que haja a quantidade necessária desse nutriente no solo.

Um experimento antigo, de 1974, mostra o efeito dos diferentes parcelamentos da adubação nitrogenada no milho:

recomendação de adubação para milho

Efeito do parcelamento de nitrogênio nas doses de 60 kg/ha e 120 kg/ha na produção de milho
(Fonte: Novais et al., 1974)

No experimento da tabela acima, podemos ver duas coisas interessantes. A primeira é como o nitrogênio é limitante na produção (diferenças entre 60 kg e 120 kg de N aplicados).

A segunda é que as maiores produtividades foram com o nitrogênio fornecido todo aos 45 dias após o plantio, com 33% do N fornecido no plantio e o restante aos 45 dias após o plantio (cobertura).

Adubo para milho: Fósforo

O fósforo é essencial na recomendação de adubo para milho.

A maior parte das áreas agrícolas do Brasil é deficiente em fósforo e seu manejo é um tanto quanto complexo devido à sua interação com o solo. Mas o nutriente é essencial na recomendação de adubação para milho.

Os adubos fosfatados aplicados no solo se dissolvem, passando para a solução do solo (local onde fica disponível para absorção pelas plantas) e sua tendência é de se adsorver aos sólidos do solo.

adubo para milho

Representação da relação entre o fósforo na solução do solo, na fase lábil e não lábil
(Fonte: International Superphosphate Manufacturers Association – ISMA, 1978)

Com a forte tendência de se adsorverem à camada sólida do solo, eles passam para a forma lábil. Ou seja, o fósforo aqui pode passar para a solução do solo e, consequentemente, para a planta. 

O problema é que, ao longo do tempo, o fósforo da fase lábil se “prende” mais fortemente ao solo, passando para não lábil.

Nessa forma, o fósforo fica praticamente indisponível para as plantas e seu retorno para a forma lábil é extremamente lenta.

Resumindo, toda vez que aplicamos fósforo no solo, pagamos um “pedágio” ao próprio solo (como dizia o saudoso Prof. Vitti).

Adubação com fósforo

Na hora da adubação temos duas estratégias que podem ser adotadas:

  • Corrigir os baixos níveis de fósforo no solo;
  • Fornecer apenas a quantidade necessária do nutriente para a safra atual.

A primeira estratégia se chama adubação de correção. E, como os solos brasileiros apresentam alto potencial de fixação de fósforo, essa adubação exige altíssimas doses de fertilizante.

A segunda estratégia, a adubação de manutenção, é a mais utilizada por aqui.

Mas, para se usar a segunda estratégia temos que nos lembrar do “pedágio” que pagamos ao solo. Desse modo, quanto menor o teor de fósforo do seu solo, maior a “quantia paga”.

Classes de teores de fósforo no solo

Interpretação das classes de teores de fósforo no solo
(Fonte: IPNI)

De forma geral, podemos considerar que 20% a 30% do fósforo aplicado é utilizado pela planta.

Então, de acordo com a tabela acima, o produtor deve observar qual o teor de fósforo do seu solo.

Com base lá na primeira tabela deste artigo, a planta de milho exporta aproximadamente 10 kg/ha de P2O5 (ou 4,2 kg de P) por tonelada de grão produzida.

Qual quantidade de adubo fosfatado aplicar

Então, para uma produção de 5 toneladas de grãos em um solo com teor médio ou alto de fósforo (textura média ou argilosa), precisaremos de 50 kg de P2O5

Considerando uma fonte de 50% de P2O5 (MAP ou Super Triplo), precisaríamos de 100 kg de adubo fosfatado/ha.

Já em um solo com teores baixos de fósforo, a mesma produtividade precisaria de cerca de 160 kg/ha de P2O5, ou 320 kg de MAP ou Super Triplo, considerando uma eficiência de 30%.

E, em solos arenosos com baixos teores de fósforo, a fixação (pedágio) que esse nutriente tem no solo pode ser maior ainda. Isso diminuiria ainda mais sua eficiência.

A ideia aqui é que quanto menor o teor do de P no solo e mais arenosa sua textura, maior o pedágio pago ao solo (ou menor a eficiência da adubação fosfatada).

Falando sobre eficiência da adubação fosfatada, alguns manejos podem ajudar a aumentar essa eficiência. 

A correção do pH do solo é uma forma simples de aumentar a eficiência de absorção do fósforo pelas plantas.

Como fazer a fosfatagem

Outra discussão no meio agronômico é sobre a aplicação de fósforo a lanço ou incorporado.

Aplicações de fósforo no solo

Teores de fósforo no solo de acordo com diferentes métodos de aplicação
(Fonte: Prochnow et al., 2018)

Observando a imagem acima, podemos tirar algumas conclusões sobre esses dois métodos de adubação fosfatada.

Uma delas é que a fosfatagem a lanço concentra o fósforo nas camadas superficiais.

Isso pode interferir no crescimento do sistema radicular para camadas mais profundas e, em épocas de déficit hídrico, pode ser uma desvantagem.

Outra conclusão é que como a maior parte do fertilizante fica na camada superficial, solos com pouca ou nenhuma cobertura (palha) podem sofrer com a erosão, levando todo o fertilizante embora. 

A vantagem operacional do fertilizante aplicado a lanço é clara para todos os produtores e pode ser feita de maneira técnica. 

Mas, para isso, precisamos conhecer em quais situações a incorporação ou aplicação no sulco de plantio do fósforo é recomendada.

Uma delas é em áreas novas de agricultura ou em áreas onde existam baixos teores de fósforo na subsuperfície.

Outra situação onde o fósforo incorporado se sai melhor é em terrenos declivosos ou que não tenham palha suficiente ou ainda que passem por cultivo convencional (sem o sistema de plantio direto). 

Por isso, é sempre importante estar atento ao histórico das análises de solo da propriedade.

Potássio 

O potássio é o segundo nutriente em maior quantidade nas plantas.

Apesar de não ser um componente estrutural (não está ligado à estrutura da planta), está presente em grande parte das reações, sendo o principal cátion nas plantas.

A dinâmica do potássio nos solos tropicais é muito mais simples em comparação ao nitrogênio e ao fósforo. 

Em solos muito intemperizados, como os do Brasil, todo o potássio está na CTC do solo e, por equilíbrio, passa para a água do solo, de onde a planta pode absorvê-lo.

Desse modo, uma simples análise de solo pode dizer com mais exatidão a quantidade total de potássio que temos na área.

Mas, e quanto ao manejo da adubação de potássio na lavoura de milho?

Bem, podemos dizer que, como a dinâmica desse nutriente no solo é mais simples, seu manejo é também mais simples.

Adubação potássica

O que irá nos guiar para o cálculo da quantidade de potássio a ser adicionada na área será o teor do nutriente na análise de solo (baixo, médio ou alto) e a produtividade esperada.

Para um baixo teor de potássio, o correto, como no caso do fósforo, é corrigir esse teor ao longo do tempo para que possamos diluir os custos da adubação de correção.

Então vamos lá! Com um teor médio ou adequado de potássio no solo, sabemos que a exportação de potássio nos grãos de milho fica em torno de 15,5 kg K/ton ou 26 kg KCl/ton.

Sabemos, com isso, que uma produtividade esperada de 5 toneladas de grãos irá precisar de 130 kg de KCl/ha. 

No caso da produção de silagem, o potássio é exportado em 14 kg/ton de matéria seca.

Em uma produtividade de 50t de silagem (30% matéria seca) estaremos exportando 210 kg de potássio/ha, ou 350 kg de KCl/ha.

Podemos ver que a exportação de potássio na produção de silagem é bem maior que na produção de grãos – e isso tem grande importância no manejo.

Produções de silagem podem esgotar o estoque de potássio do solo de modo bem mais rápido. Por isso, esteja atento às análises de solo e à adubação de manutenção.

Como fazer a adubação com potássio

Qual é a melhor época para a aplicação de potássio na lavoura de milho?

Como regra geral, doses acima de 50 kg/ha de cloreto de potássio no plantio podem prejudicar as sementes.

Mas essa quantidade depende muito da textura do solo e do teor de argila dele. 

Solos arenosos (menos de 15% de argila) podem facilmente apresentar problemas com altas doses de KCl na semeadura.

matéria seca, nitrogênio, fósforo e potássio no milho

Acúmulo de matéria seca, nitrogênio, fósforo e potássio na parte aérea de plantas de milho
(Fonte: Karlen et al., 1987)

Sobre o momento da aplicação, vemos na figura acima que praticamente todo o potássio necessário para a cultura é absorvido antes do florescimento.

Com essa informação em mente, o essencial é que a cultura tenha o potássio necessário desde o início. 

Para isso, o recomendado é parcelar parte da adubação na semeadura e parte entre V4 e V6 no máximo. Outra opção é realizar a adubação antecipada a lanço adotada em alguns locais.

A figura acima nos mostra que, entre V3 e V4 (aproximadamente 30 dias após a semeadura), a planta de milho aumenta exponencialmente a absorção de nutrientes.

Por isso, a importância de se programar para a adubação de cobertura e garantir que o fertilizante esteja disponível para a cultura quando ela mais necessita.

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Conclusão

A cada safra vemos surgir mais produtos que prometem resolver todos os problemas no campo e, no meio disso tudo, nos esquecemos dos conhecimentos mais simples. 

Mas o futuro do agro está exatamente aí: aplicar o conhecimento para aumentar a eficiência e o lucro dos nossos produtores, produzindo mais com menos!

Com as recomendações passadas aqui, espero que você alcance mais produtividade na sua área!

Restou alguma dúvida sobre a recomendação de adubo para o milho? Adoraria ver seu comentário!

Podridão branca da espiga: Entenda mais e controle essa doença na sua área

Podridão branca da espiga: Sintomas, disseminação, fonte de inóculo, grãos ardidos, micotoxinas e o manejo para reduzir os prejuízos em sua lavoura.

Vários fatores podem afetar a produção de uma lavoura, entre eles as doenças

A podridão branca da espiga, por exemplo, pode causar perdas superiores a 70% no peso das espigas, impactando demais a produtividade e qualidade da produção.

Para reduzir os prejuízos com a doença, é preciso conhecê-la e saber como manejar corretamente.

Por isso, fizemos este artigo exclusivo com o Agronômica Laboratório de Diagnóstico Fitossanitário para que você entenda e evite a podridão branca em sua área. Confira:

Podridão branca da espiga: Importância e patógenos

A podridão branca da espiga pode causar grandes prejuízos na cultura do milho, afetando diretamente os grãos ou sementes, ou seja, o produto comercial. 

Ela causa redução na produtividade e qualidade dos grãos ou sementes colhidas na lavoura.

A podridão branca é causada pelos fungos Stenocarpella macrospora e Stenocarpella maydis, que tem como o nome sinônimo de Diplodia maydis e D. zeae.

Por isso, você também pode encontrar o nome da doença como Podridão da Espiga causada por Diplodia.

Uma pesquisa da Embrapa constatou perdas superiores a 70% no peso das espigas quando comparadas com espigas não inoculadas artificialmente com S. maydis.

As espécies de Stenocarpella spp. podem ocasionar, além da podridão branca, a Podridão do Colmo, podendo ser causada por ambas as espécies; e a Mancha foliar de Diplodia, causada por S. macrospora.

A ocorrência da podridão branca da espiga depende do clima. São condições favoráveis ao desenvolvimento da doença as temperaturas moderadas e alta umidade.

Por isso, atenção após longos períodos de chuva.

E como identificar essa doença na sua lavoura? Vamos falar sobre isso a seguir:

podridão branca da espiga

Doença causa perda de produtividade e qualidade na lavoura de milho
(Fonte: Elevagro)

Como identificar a podridão branca da espiga

Geralmente, os sintomas da podridão branca começam pela base da espiga, com crescimento do micélio do fungo entre os grãos.

Você pode observar na imagem abaixo, as espigas infectadas podem adquirir coloração acinzentada a esbranquiçada, enrugada e leve. 

Além disso, podem apresentar as palhas internas fortemente aderidas umas às outras e aos grãos por ter ocorrido o crescimento do micélio do fungo quando a infecção acontece logo após  a polinização.

Os grãos ou sementes, quando infectados, apresentam coloração cinza a marrom.

Com o desenvolvimento do fungo, observa-se a formação de uma camada esbranquiçada entre as fileiras de grãos na espiga, o que explica o nome da doença: podridão branca da espiga.

espiga Embrapa Stenocarpella maydis

Espiga completamente colonizada por Stenocarpella maydis
(Fonte: Embrapa)

Se as espigas são colonizadas tardiamente na cultura, os sintomas se mostram menos severos.

Porém, é possível observar o crescimento do fungo entre os grãos, não apresentando manifestação externa na espiga.

Nas sementes contaminadas pode não ocorrer a germinação, indicando que os fungos atacam e matam o embrião.

Já se a semente germina e a plântula emerge infectada, o vigor da planta sobrevivente é comprometido.

Baseado no sintoma, não é possível que você diferencie se a doença é causada por S. macrospora ou por S. maydis.

Uma forma simples de diferenciar os fungos é pelo tamanho dos esporos (conídios) visualizados em microscópio. Normalmente, os esporos de S. macrospora são maiores que os de S. maydis.

Embrapa esporos de S. macrospora

Conídios de Stenocarpella macrospora
(Fonte: Embrapa)

Embrapa Stenocarpella maydis

Conídios de Stenocarpella maydis
(Fonte: Embrapa)

Lembrando que existem outros métodos para a diferenciação dos fungos. Agora que você sabe os sintomas dessa doença, como manejá-la na sua área?

Controle da podridão da espiga na sua área

Quando pensamos em medidas de manejo para a podridão branca da espiga, uma importante estratégia de controle preventivo é a utilização de sementes sadias.

Para garantir a qualidade das sementes e a produção de grãos de milho na sua lavoura, é recomendável enviá-las a um laboratório para detecção precoce, mesmo quando não apresentam aspecto de “grãos ardidos”.

Laboratórios como o Agronômica dispõem de métodos rápidos e sensíveis para a detecção precoce da doença.

Assim, há mais segurança para os lotes e campos de produção de sementes e grãos de milho. Você ainda agrega valor econômico e nutricional a seu produto final.

Para um eficiente controle da podridão branca da espiga, você pode utilizar um controle integrado, com:

  • Uso de sementes sadias;
  • Tratamento de sementes: prevenir a deterioração da semente e evitar a transmissão dos patógenos das sementes infectadas para as plântulas;
  • Rotação de culturas;
  • População adequada, para não propiciar um ambiente favorável para a doença;
  • Equilíbrio nutricional;
  • Resistência genética: híbridos de milho (comerciais) têm sido classificados quanto a sua resistência às podridões do colmo e da espiga. Mas, não existe uma descrição clara da reação dos materiais genéticos especificamente para cada patógeno.

Em caso de dúvidas, procure um engenheiro(a) agrônomo(a).

Agora que você sabe como manejar a doença na sua lavoura, veja as principais fontes de inóculo e a disseminação da podridão branca da espiga.

Fontes de inóculo e disseminação da podridão branca da espiga

Os fungos S. macrospora e S. maydis são fungos necrotróficos, apresentando fase parasitária na planta viva e fase saprofítica em restos culturais. 

Por isso, esses fungos podem ser encontrados fora do período de cultivo em sementes e nos restos culturais. Esta informação é importante para a determinação das fontes de inóculo.

Uma importante fonte de inóculo desses fungos são as sementes contaminadas.

Por isso, é de extrema importância que você utilize na sua lavoura sementes sadias e certificadas.

A semente infectada é um dos principais veículos para disseminação dos fungos para novas áreas de cultivo e lavouras de milho.

Outro ponto importante é que sementes infectadas com os fungos causadores da podridão branca, quando armazenadas, podem garantir a sobrevivência dos patógenos até a semeadura.

O período mais crítico para a introdução da doença é de duas a três semanas após o início da formação dos grãos.

Além das sementes, restos de culturas de milho contaminados com S. macrospora e S. maydis que permanecem na superfície do solo também são fontes de inóculo para a doença.

Monocultura e SPD

A podridão branca da espiga ocorre com mais intensidade em lavouras de monocultura, principalmente produtoras de semente, onde o milho é frequentemente cultivado na mesma área, ocasionado pela fonte de inóculo dos restos culturais.

Neste sentido, a Aprosoja orienta os produtores que, plantios sucessivos com ampla adoção do sistema de plantio direto, sem rotação de culturas, e a utilização de genótipos suscetíveis, acabam favorecendo a ocorrência da doença.

Isso acontece em função da elevada capacidade dos patógenos sobreviverem no solo e em restos de cultura, resultando no rápido acúmulo de inóculo nas áreas de cultivo.

Atente-se que o problema não é realizar o plantio direto, mas não utilizar a rotação de culturas, que é um dos princípios fundamentais do SPD.

A palha (restos culturais) sobre o solo desfavorece a decomposição rápida, o que aumenta o período de sobrevivência dos patógenos necrotróficos, favorecendo a dispersão e a ocorrência da podridão branca da espiga.

A infecção da espiga normalmente ocorre por esporos dos fungos disseminados pelo vento, provenientes de restos culturais contaminados com o patógeno.

Esses patógenos afetam os grãos e as sementes por poderem produzir grãos ardidos e micotoxinas.

Grão ardidos e micotoxinas causados por Stenocarpella macrospora e S. maydis

Os fungos S. macrospora e S. maydis são conhecidos por causar os “grãos ardidos”, que tem essa denominação pelas espigas se tornarem leves devido ao baixo peso dos grãos infectados.

Grãos ardidos em milho são grãos que possuem pelo menos um quarto de sua área descolorida. Sua cor varia entre diferentes tons de marrom, roxo e vermelho.

podridão branca da espiga

Comparação de amostras de grãos de milho ardidos (A) e sadios (B)(Fonte: Rodrigo Véras da Costa em Embrapa)

Além disso, associados a esses grãos ardidos, pode haver problemas qualitativos (qualidade do grão) e quantitativos (grãos de menor peso).

Com isso, ocorre redução do preço de comercialização do grão ou da semente.

Então, podridão da espiga e do grão causadas por fungos que afetam o milho em contaminação na pré-colheita são denominados grãos ardidos.

Já se isso ocorre na pós-colheita (transporte, beneficiamento e armazenamento) é denominado grãos mofados ou embolorados.

Os principais fungos que podem causar grãos ardidos na sua lavoura são:

  • S. maydis;
  • S. macrospora;
  • Fusarium verticilioides; 
  • F. subglutinans; 
  • Gibberella zeae; 
  • Penicillium oxalicum (ocasionalmente);
  • Aspergillus flavus (ocasionalmente);
  • A. parasiticus (ocasionalmente).

Além da produção dos grãos ardidos, os fungos podem produzir micotoxinas.

Isso pode influenciar no valor econômico dos grãos e na redução da qualidade nutricional para o consumo humano e para produção de rações para os animais.

Micotoxinas são metabólitos secundários produzidos por fungos e estão associados a efeitos desfavoráveis à saúde humana e animal.

O fungo S. maydis pode produzir uma micotoxina denominada diplodiotoxina. O S. macrospora também pode produzir as micotoxinas diplodiol, chaetoglobosins K and L.

planilha de produtividade de milho

Conclusão

A podridão branca da espiga do milho pode causar perdas quantitativas e qualitativas nos grãos e nas sementes, causando os grãos ardidos.

Neste artigo comentamos a importância e os patógenos que causam a doença.

Além disso, abordamos os principais sintomas e como realizar um manejo eficiente na sua lavoura.

Por fim, discutimos as fontes de inóculo, disseminação da doença e a produção de micotoxinas.

Agora que você sabe mais sobre a doença, realize o manejo na sua lavoura para não ter problemas com a podridão branca da espiga em sua propriedade!

>> Leia mais:

Antracnose nas culturas de grãos: Como controlar de modo eficaz

Mofo-branco: Como identificar, controlar e prevenir na sua lavoura

Míldio: Como identificar na sua lavoura e combater essa doença

Você já teve problemas com podridão branca da espiga do milho na sua lavoura? Quais medidas de manejo utiliza para o controle? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Potássio para milho: por que é tão importante e como fazer seu manejo

Potássio para milho: Sintomas de deficiência, parcelamento de adubação e época de aplicação na lavoura.

Para uma alta produtividade, a lavoura depende de vários fatores, entre eles a oferta adequada de nutrientes às plantas.

O potássio é um dos mais requeridos na cultura do milho e responsável pelo crescimento da plantação, formação de frutos, além da resistência a doenças fúngicas.

Fazer o manejo correto é essencial para um bom resultado. Neste artigo, vamos ver sintomas de deficiência e como fazer a correta adubação de potássio para milho. Confira a seguir:

Deficiência de potássio no milho

Sintomas de deficiência, muitas vezes são identificados por características expressas nas plantas. 

A localização de carência está relacionada à mobilidade do nutriente pela planta. No caso do potássio (K) no milho, ele é bem móvel na planta, o que permite a redistribuição facilmente para os órgãos mais novos.

Portanto, sintomas visuais de carência de potássio são notados em folhas mais velhas, que manifestam clorose nas pontas e margem das folhas, com posterior secamento, necrose (queima) e dilaceração de tecido. 

As espigas de plantas com deficiência de K são de tamanho reduzido. Geralmente, apresentam-se pontiagudas e com enchimento incompleto de grão nessa extremidade. 

Outro sintoma é o encurtamento dos internódios do colmo. Quando muito agravada a carência, as folhas novas podem demonstrar clorose internerval, sintoma parecido com a deficiência de ferro. Veja:

sintomas de deficiência milho

Sintomas de deficiência de potássio para milho
(Fonte: IPNI)  

Outro parâmetro (mais preciso) utilizado para averiguar a deficiência de potássio é a utilização de análise da folha. 

Esse método, baseia-se na comparação dos teores que contêm nas folhas com os que são adequados, como mostra a tabela abaixo: 

potássio para milho

(Fonte: CCPran) 

Mas podemos utilizar qualquer folha para fazer essa análise química?

Não! No caso do milho, utilizamos a folha inteira oposta e abaixo da primeira espiga (superior), excluída a nervura central, coletada por ocasião do aparecimento da inflorescência feminina (embonecamento). 

E porque nessa época? Devido às seguintes ponderações:

a) O estádio de desenvolvimento e a posição da folha são facilmente reconhecidos;

b) A remoção de uma simples folha não afeta a produção

c) O efeito de diluição dos nutrientes nessa fase é mínimo;

d) O requerimento de nutrientes é alto nessa fase. 

Recomenda-se a utilização de 30 folhas/ha quando 50% a 75% das plantas estiverem embonecadas. 

Para que serve o potássio no milho?

Sabemos que o potássio é o nutriente mais absorvido em quantidades pelo milho, ficando atrás somente do nitrogênio. 

O potássio para milho, em níveis adequados, propicia:

  • Formação de folhagem sadia, verde; 
  • Atua na regulação estomática;
  • Ativa inúmeras enzimas;
  • Melhora o crescimento radicular; 
  • e, por consequência de todas essas características, aumenta o rendimento. 

Além disso, o potássio no milho ainda é importante na fotossíntese, formação de frutos, resistência ao frio e a doenças fúngicas. 

O potássio possui ainda uma relação com a resistência física da planta. Em solos que suprem a demanda de K da planta, a cultura tem redução dos problemas de colmo e tombamento. 

Adubação de potássio para milho silagem

Recomendações de adubação são sempre feitas, tomando como referência os dados da análise de solo!

Com essas informações em mãos, devemos analisar em qual classe se encontra o solo quanto a esse nutriente. Veja a tabela de recomendações abaixo: 

adubação potássica milho

Recomendação de adubação potássica para a cultura do milho com base em análise de solo
(Fonte: CCPran)

Em seguida, deve-se ter em mente qual é a produtividade desejada desse milho silagem. 

As dosagens recomendadas são sempre feitas baseadas na produtividade esperada, como mostra a tabela a seguir: 

potássio para milho

Recomendação de adubação para milho destinado à produção de forragem, com base em resultados de análise de solo e produtividade esperada.
(Fonte: Embrapa

Em estudos, pôde-se notar aumento de produção de até 100% em solos com teores considerados baixos apenas adicionando de 120 kg a 150 kg de K2O/ha. 

E será que posso aplicar isso tudo de uma só vez? A seguir explico melhor!

Parcelamento da adubação e época de aplicação de potássio para milho

A absorção mais intensa do potássio para milho ocorre nos estágios iniciais de crescimento da cultura. 

No milho, percebe-se que essa absorção ocorre entre os 60 e 70 dias. Nessa fase, o milho já acumulou cerca de 50% de matéria seca e já absorveu 90% de toda a sua demanda potássica.

plantas de milho Embrapa

Acúmulo de matéria seca, nitrogênio, fósforo e potássio na parte aérea de plantas de milho.
(Fonte: Embrapa

Desta forma, recomenda-se a aplicação no máximo em até 30 dias após o plantio. Ou, se possível, todo no sulco do plantio do milho. 

Em solos muito deficientes desse nutriente, esse último tipo de aplicação permite maior concentração próximo às raízes. 

Porém, em situações onde a carência de nutriente é muito alta, a quantidade a aplicar é demasiada. 

Desta forma, recomenda-se parcelar a aplicação quando as dosagens forem superiores a 50 Kg/ha, aplicando um terço disso no plantio e o restante na cobertura.

A justificativa do parcelamento está associada ao efeito salino que esse adubo próximo à semente pode causar. Isso prejudica o estande de plantas, visto que provoca a “queima” da semente.

As adubações de cobertura podem ser fracionadas em uma ou duas aplicações, desde que esta ou estas sejam feitas entre os estágios fenológicos V3 e V6.

potássio para milho

Efeito do parcelamento do potássio e nitrogênio na produção de grãos e algumas características agronômicas do milho sob condições irrigadas .
(Fonte: INPI

Fonte mais utilizada e forma de utilização 

Em situações na qual o potássio existente no solo não supre a demanda que a planta tem de absorver, deve-se realizar aplicações com fontes de potássio.

A fonte de potássio mais utilizada tanto para cobertura quanto para plantio é o cloreto de potássio (KCl).

O KCl pode ser aplicado isoladamente ou, em casos práticos, pode ser misturado a alguma fonte nitrogenada sem que haja complicação. 

Até 50Kg/ ha, pode-se aplicar no sulco de plantio. Acima dessa quantidade, recomenda-se a aplicação a lanço.

planilha de produtividade de milho

Conclusão 

O potássio para milho tem resultado direto na produtividade da cultura. Desta forma, saber como manejar a dosagem aplicada é um ponto de sucesso de produção. 

Além de saber a quantidade, é importante conhecer os sinais de deficiência visual e interpretar os dados das análises foliares. 

E, por fim, estratégia de manejo como o parcelamento da adubação é algo que deve entrar no seu planejamento agrícola, buscando sempre a produção eficiente! 

>> Leia mais: “Calcule seu custo de produção de milho por hectare

>> Leia mais: “Recomendação de adubação para milho

Restou alguma dúvida sobre o potássio para milho? O que achou das dicas? Gostaria da sua opinião! 

Todas as dicas para sua aplicação de herbicida pré-emergente para milho

Herbicida pré-emergente para milho: importância na lavoura, principais recomendações de uso e quais produtos utilizar 

Os herbicidas pré-emergentes são excelentes ferramentas no combate à resistência. Mas, quando as recomendações técnicas não são seguidas, podem ocasionar grandes estragos na lavoura. 

Porém, não se preocupe! Neste artigo daremos várias dicas de como evitar problemas de fitotoxidade em sua lavoura e garantir a eficiência no controle de plantas daninhas. Confira a seguir!

8 dicas para garantir a aplicação segura de herbicida pré-emergente para milho

Os herbicidas pré-emergentes são assim denominados por serem aplicados antes da emergência das plantas daninhas. Eles têm seu efeito durante a germinação das sementes e/ou crescimento inicial das plântulas. 

Veja as oito principais dicas que eu separei para garantir uma aplicação segura de herbicida pré-emergente para milho.

1ª Dica

Use uma boa tecnologia de aplicação e tenha seu pulverizador sempre revisado e calibrado.

herbicida pre emergente milho

(Fonte: Revista Exame)

2ª Dica 

Tenha certeza de que o produto que deseja utilizar é recomendado para as características do seu solo e qual é a dose recomendada nesta situação (por exemplo: matéria orgânica, teor de argila e pH).

3ª Dica  

Certifique-se que conseguirá respeitar o período mínimo entre a aplicação do herbicida pré-emergente para milho e a semeadura da cultura (se houver esta restrição). 

4ª Dica 

Certifique-se que as culturas que serão plantadas em sucessão (rotação de culturas) ou consórcio com o milho não serão afetadas por estes herbicidas.

5ª Dica 

Se houver palha no solo, verifique se o produto será efetivo mesmo nestas condições!

6ª Dica

Veja se as condições climáticas posteriores à aplicação (seca ou muita chuva) não podem ampliar o efeito do produto ou prejudicá-lo. 

7ª Dica 

Não aplique sobre grande quantidade de matéria verde. As plantas podem reter estes produtos e impedir sua chegada no solo, onde realmente são efetivos.

8ª Dica

Algum manejo realizado antes ou depois da aplicação do herbicida pode modificar seu efeito, por exemplo calagem ou distribuição de ureia. Esteja atento!

herbicida pre emergente milho

Épocas de aplicação de herbicidas na cultura do milho, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

(Fonte: Embrapa)

Herbicida pré-emergente para milho: Produtos recomendados para aplicação em milho convencional 

Atrazina

Quando aplicar: Pode ser aplicado na pré-emergência da cultura imediatamente antes da semeadura, simultaneamente ou logo após a semeadura. Em aplicações em pós-emergência da cultura e plantas daninhas, deve-se acrescentar óleo vegetal. 

É um herbicida que fornece bom controle quando aplicado na pré-emergência ou pós-emergência precoce das plantas daninhas. 

Espectro de controle: Controla plantas daninhas de folha larga como picão-preto, guanxuma, caruru, corda-de-viola, nabo, leiteira, poaia, carrapicho-rasteiro e papuã. 

Também é muito utilizada para controle de soja tiguera no milho, em aplicação isolada ou associada aos herbicidas mesotrione ou nicosulfuron! 

Lembre-se: é muito importante que haja um manejo eficiente da soja tiguera para se respeitar o vazio sanitário. 

Dosagem recomendada: 3 a 5 L ha-1, dependendo das características do solo e plantas daninhas presentes. 

Pode ser misturado com: Glifosato (se misturado em pós-emergência – milho RR), mesotrione, nicosulfuron, S-metolachlor. 

Cuidados: Recomenda-se aplicação em solo úmido. Aplicação em solo seco, período de seca após aplicação de até 6 dias ou presença de palha cobrindo o solo podem diminuir a eficiência do produto.

S-metolachlor

Quando aplicar: Aplicar na pré-emergência da cultura e das plantas infestantes. 

Espectro de controle: Ótimo controle de gramíneas de semente pequena (ex: capim-amargoso, capim-pé-de-galinha e papuã), e bom controle de algumas folhas largas de sementes pequenas (ex: caruru, erva-quente e beldroega)

Dosagem recomendada: 1,5 a 1,75 L ha-1, dependendo da planta daninhas a ser controlada. 

Pode ser misturado com: Atrazina e glifosato.

Cuidados: Deve ser aplicado em solo úmido. 

Isoxaflutole

É muito importante consultar e seguir as recomendações da empresa para evitar toxicidade no cultivo.  

Quando aplicar: Deve ser aplicado na pré-emergência do milho e das plantas daninhas. 

Espectro de controle: Exerce bom controle em gramíneas anuais e algumas folhas largas como caruru e guanxuma. 

O grande diferencial deste herbicida é que, em condições de seca, pode permanecer no solo por um período razoável (> 80 dias), até que nas primeiras chuvas é ativado, o que irá coincidir com a emergência de várias plantas daninhas.  

Dosagem recomendada: 100 a 200 mL ha-1, dependendo das características do solo e plantas daninhas presentes (somente para solos com textura média e pesada). 

Pode ser misturado com: Atrazina. 

Cuidados: Não é recomendado para solo arenoso e com baixo teor de matéria orgânica. 

Trifluralina

Quando aplicar: Aplicar no sistema de plante-aplique ou até 2 dias após da semeadura do milho. 

Espectro de controle: Bom controle de gramíneas de semente pequena (ex: capim-amargoso, capim-pé-de-galinha e papuã).

Dosagem recomendada: 1,2 a 4,0 L ha-1, dependendo da planta daninha a ser controlada e nível de cobertura do solo. 

Pode ser misturado com: Atrazina e glifosato.

Cuidados: Deve ser aplicado em solo úmido e livre de torrões. Solo coberto com resíduos vegetais (palha) ou com alta infestação de plantas daninhas diminuem a eficiência do produto. Formulações antigas devem ser incorporadas, pois são degradadas pelo sol. 

herbicida pre emergente milho

(Fonte: Grão em Grão)

Atrazina+Simazina 

Quando aplicar: Aplicar na pré-emergência total da cultura e das plantas daninhas logo após o plantio. 

Espectro de controle: Folhas largas como picão preto, carrapicho de carneiro, corda de viola e leiteiro. Algumas gramíneas (capim-marmelada e capim-colchão). 

Dosagem recomendada: 3,0 a 6,0 L ha-1, dependendo da planta daninha a ser controlada.

Cuidados: Deve se aplicado em solo úmido.

Herbicida pré-emergente para milho Clearfield 

Imazapir+imazapic

Quando aplicar: Deve ser aplicado na pré-emergência do milho e das plantas daninhas. 

Espectro de controle: Plantas daninhas de folhas larga (leiteiro, trapoeraba, picão-preto e corda de viola), algumas gramíneas (capim-colchão e capim-carrapicho) e tiririca. 

Qual a dosagem recomendada: 100 g ha-1.

Cuidados: Utilizar exclusivamente na pré-emergência de milho clearfield. Para milho convencional, o intervalo de segurança para o plantio de milho deverá ser de 300 dias.

Atenção! As sugestões feitas neste artigo são para híbridos de milho para produção de grãos. Outras cultivares como milho pipoca, milho doce ou milho em consórcio com forrageiras possuem outras indicações de manejo. 

É importante que a recomendação de produtos fitossanitários seja feita por um agrônomo. Mas o produtor deve estar sempre atento a novas informações para auxiliar em sua recomendação. 

guia de manejo do milho

Conclusão

Neste artigo vimos a importância do manejo de herbicida pré-emergente para milho e as principais dicas para não ter problemas no cultivo.

Além disso, citamos os principais herbicidas aplicados em pré-emergência que podem ser utilizados para controle de plantas daninhas na cultura do milho.

Com essas informações, tenho certeza que você irá realizar um bom manejo de herbicidas pré-emergentes na sua lavoura de milho!

>> Leia mais:

Calcule seu custo de produção de milho por hectare

“Tudo a respeito do novo herbicida terbutilazina”

Como funciona o herbicida tembotrione para controle de plantas daninhas

Qual herbicida pré-emergente para milho você utiliza? Qual é a principal invasora da sua lavoura? Baixe gratuitamente aqui o Guia para Manejo de Plantas Daninhas e faça o melhor controle!

Principais e melhores manejos na dessecação para pré-plantio de milho

Dessecação para pré-plantio de milho: Saiba quais pontos considerar e quais produtos utilizar no manejo das principais plantas daninhas

A entressafra com certeza é o momento ideal para fazer um bom manejo de plantas daninhas na sua lavoura! Nesse período, é possível utilizar muitas técnicas de manejo como o controle cultural, mecânico e químico. 

No caso do manejo químico, utilizar uma quantidade maior de mecanismos de ação de herbicidas melhora o controle de plantas daninhas de difícil controle e previne a resistência. 

E como realizar um manejo eficiente de plantas daninhas antes do plantio de milho? Saiba mais a seguir:

Dessecação de plantas daninhas para pré-plantio de milho: Principais pontos 

A cultura do milho possui uma capacidade maior de competição com plantas daninhas, podendo conviver até 30 dias sem perdas na produtividade. 

Porém, o alto investimento justifica que seja feito um ótimo manejo de plantas daninhas na entressafra.

Saiba os principais pontos na dessecação de plantas daninhas para pré-plantio de milho:  

dessecação pré-plantio milho

Plântula de capim-amargoso

(Fonte: Lorenzi, 2014 )

  • Rotacionar técnicas de manejo para evitar a seleção de plantas daninhas resistentes a herbicidas;
  • Controlar plantas daninhas dentro do estádio recomendado de controle: 2 a 4 folhas para folhas largas; e 2 a 3 perfilhas para gramíneas;
dessecação pré-plantio milho

Plântula de leiteiro, no estádio ideal de controle

(Fonte: Lorenzi, 2014)

dessecação pré-plantio milho

Plântula de capim-branco, no estádio ideal de controle

(Fonte: Arquivo do autor)

  • Realizar manejo outonal ou antecipado, com uso de aplicações sequenciais;
dessecação pré-plantio milho

Inversão de flora após manejo de plantas daninhas perenizadas

(Fonte: Arquivo do autor)

  • Usar de herbicidas pré-emergentes;
  • Respeitar período residual de herbicidas para evitar Carry over (danos a culturas seguinte);
  • Seguir as boas práticas na tecnologia de aplicação.

Dessecação para pré-plantio de milho: Principais herbicidas utilizados no manejo de entressafra 

Quando houver plantas daninhas de folhas largas (buva, por exemplo) e folha estreita (ex: capim-amargoso) de difícil controle na área, deve-se priorizar o manejo de plantas de folhas estreita na entressafra, devido à seletividade do milho. 

Herbicidas pós-emergentes: 

Paraquat

Quando aplicar: pode ser utilizado em plantas pequenas provenientes de sementes (< 10 cm) ou em manejo sequencial para controle da rebrota de plantas maiores,

Espectro de controle: não seletivo. 

Dosagem recomendada:  1,5 a 2,0 L ha-1.

Pode ser misturado com: apresenta muitos problemas com incompatibilidade de calda. 

Cuidados: Necessidade de bom molhamento das folhas. Está sendo retirado do mercado por problemas de toxicidade. 

2,4 D 

Quando aplicar: utilizado nas primeiras aplicações de manejo sequencial. 

Espectro de controle: plantas daninhas de folhas largas (ex: buva).

Dosagem recomendada: 1,2 a 2 L ha-1.

Pode ser misturado com: herbicidas sistêmicos (ex: glifosato) e/ou pré-emergentes. Cuidado com problemas de incompatibilidade no tanque (principalmente graminicidas). 

Cuidados: Cuidar com período entre a aplicação de 2,4D e o plantio de milho, nas doses recomendadas, esperar um período mínimo de 8 dias. 

Glifosato

Quando aplicar: possui ótimo controle de plantas pequenas (até 2 perfilhos) ou pode ser utilizado na primeira aplicação do manejo sequencial.

Espectro de controle: não seletivo.

Dosagem recomendada: 2,0 a 4,0 L ha-1.

Pode ser misturado com: herbicidas sistêmicos (ex: 2,4 D, graminicidas), pré-emergentes (ex: sulfentrazone) ou de contato (ex: saflufenacil). 

Produtos à base de dois sais ou em formulação granulada possuem maiores problemas de incompatibilidade de calda! 

Cuidados: muitos casos de resistência. Há perdas de eficiência quando associado a produtos que aumentam o pH da calda. 

Glufosinato de amônio

Quando aplicar: pode ser utilizado em plantas pequenas provenientes de sementes (< 10 cm) ou em manejo sequencial para controle de rebrota de plantas maiores. 

Espectro de controle: não seletivo, porém mais efetivo em folhas largas. 

Dosagem recomendada: 2,5 a 3,0 L ha-1.

Pode ser misturado com: herbicidas sistêmicos (ex: glifosato e graminicidas). 

Saflufenacil 

Quando aplicar: pode ser utilizado em plantas pequenas (< 10 cm) ou em manejo sequencial para controle de rebrota de plantas maiores. 

Espectro de controle: plantas daninhas de folhas larga (ex: buva).

Dosagem recomendada: 70 a 100 g ha-1.

Pode ser misturado com: herbicidas sistêmicos (ex: glifosato). 

Cletodim

Quando aplicar: possui ótimo controle de plantas pequenas (até 2 perfilhos) ou pode ser utilizado na primeira aplicação do manejo sequencial.

Espectro de controle: controle de gramíneas. 

Dosagem recomendada: 0,5 a 1,0 L ha-1.

Pode ser misturado com: geralmente associado ao glifosato. Quando misturado com 2,4 D, aumentar 20% da dose de clethodim. 

Haloxyfop

Quando aplicar: possui ótimo controle de plantas pequenas (até 2 perfilhos) ou pode ser utilizado na primeira aplicação do manejo sequencial.

Espectro de controle: controle de gramíneas. 

Dosagem recomendada: 0,55 a 1,2 L ha-1.

Pode ser misturado com: geralmente associado ao glifosato. Quando misturado com 2,4 D, aumentar 20% da dose de haloxyfop.

O uso de adjuvantes deve seguir a recomendação de bula!

Herbicidas pré-emergentes:

Atrazine 

Atualmente o herbicida mais utilizado para a cultura do milho!

Quando aplicar: Pode ser aplicado na pré-emergência da cultura imediatamente antes da semeadura, simultaneamente ou logo após a semeadura. Em aplicações em pós-emergência da cultura e plantas daninhas, deve-se acrescentar óleo vegetal. 

O produto fornece bom controle quando aplicado na pré-emergência ou pós-emergência precoce das plantas daninhas. 

Espectro de controle: controla plantas daninhas de folha larga como picão-preto, guanxuma, caruru, corda-de-viola, nabo, leiteira, poaia, carrapicho-rasteiro e papuã. 

Também é muito utilizada para controle de soja tiguera no milho, em aplicação isolada ou associada aos herbicidas mesotrione ou nicosulfuron! 

Lembre-se, é muito importante que haja um manejo eficiente da soja tiguera para se respeitar o vazio sanitário. 

Dosagem recomendada: 3 a 5 L ha-1, dependendo das características do solo e plantas daninhas presentes. 

Pode ser misturado com: glifosato (se misturado em pós-emergência – milho RR), mesotrione, nicosulfuron, S-metolachlor e simazine. 

Cuidados: Recomenda-se aplicação em solo úmido. Aplicação em solo seco, período de seca após aplicação de até 6 dias ou presença de palha cobrindo o solo (plantio direto) podem diminuir a eficiência do produto.

S-metolachlor

Herbicida com grande potencial de ser inserido no manejo de plantas daninhas na cultura do milho. Pode ser utilizado para ampliar o espectro de controle de herbicidas para folha larga. 

Quando aplicar: na pré-emergência da cultura e das plantas infestantes. 

Espectro de controle: Ótimo controle de gramíneas de semente pequena (ex: capim-amargoso, capim-pé-de-galinha e papuã), e bom controle de algumas folhas largas de sementes pequenas (ex: caruru, erva-quente e beldroega)

Dosagem recomendada: 1,5 a 1,75 L ha-1, dependendo da planta daninha a ser controlada. 

Pode ser misturado com: atrazine e glifosato.

Cuidados: Deve ser aplicado em solo úmido. 

Isoxaflutole

Herbicida técnico que exige alguns conhecimentos prévios quanto a características do solo (teor de argila e matéria orgânica) e cuidados com as condições climáticas no momento e após a aplicação.

É muito importante consultar e seguir as recomendações da empresa para evitar toxicidade no cultivo.  

Quando aplicar: deve ser aplicado na pré-emergência do milho e das plantas daninhas. 

Espectro de controle: exerce bom controle em gramíneas anuais e algumas folhas largas como caruru e guanxuma. 

O grande diferencial deste herbicida é que, em condições de seca, ele pode permanecer no solo por um período razoáv 80 dias), até que nas primeiras chuvas é ativado, o que irá coinc (opens in a new tab)”>el (> 80 dias), até que nas primeiras chuvas é ativado, o que irá coincidir com a emergência de várias plantas daninhas.  

Dosagem recomendada: 100 a 200 mL ha-1, dependendo das características do solo e plantas daninhas presentes (somente para solos com textura média e pesada). 

Pode ser misturado com: atrazine. 

Cuidados: Não é recomendado para solo arenoso e com baixo teor de matéria orgânica. 

Trifluralina

Herbicida muito utilizado no passado que pode voltar a ser inserido no manejo de plantas daninhas do milho, principalmente devido ao lançamento de novas formulações que não necessitam ser incorporadas (menor problema com fotodegradação).  

Quando aplicar: no sistema de plante-aplique ou até 2 dias após da semeadura do milho. 

Espectro de controle: bom controle de gramíneas de semente pequena 

Dosagem recomendada: 1,2 a 4,0 L ha-1, dependendo da planta daninhas a ser controlada e nível de cobertura do solo. 

Pode ser misturado com: atrazine e glifosato.

Cuidados: Deve ser aplicado em solo úmido e livre de torrões. Solo coberto com resíduos vegetais (palha) ou com alta infestação de plantas daninhas diminuem a eficiência do produto. 

>> Leia mais: “Plantação de milho: 5 passos para maior produção e lucro

Conclusão

Neste artigo vimos a importância do manejo eficiente de dessecação para pré-plantio de milho. 

Discutimos a quais principais pontos o produtor deve se atentar para realizar o planejamento do manejo de plantas daninhas na entressafra. 

Falamos sobre as principais ferramentas de controle químico que podem ser utilizadas no período de entressafra. Discutimos ainda como realizar seu posicionamento correto para não ocasionar danos à cultura do milho.  

Com essas informações, tenho certeza que você irá realizar um bom manejo de herbicidas!

>> Leia mais:

Como funciona o herbicida tembotrione para controle de plantas daninhas

Quais herbicidas você utiliza na dessecação para pré-plantio de milho? Aproveite e baixe gratuitamente aqui o Guia para Manejo de Plantas Daninhas e saiba como controlá-las melhor em sua lavoura!

Fertilizantes NPK: Como obter alta eficiência das fórmulas comerciais

Fertilizantes NPK: Como influenciam na sua produtividade e qual melhor momento para aplicação em soja e milho.

O tão conhecido e falado NPK também tem seus truques!

Esse tipo de fertilizante, contendo Nitrogênio, Fósforo e Potássio, é a principal fonte de nutrientes que colocamos no solo.

Por isso, conhecer como otimizar seu uso e conseguir uma nutrição ainda melhor para a lavoura é essencial!

Veja neste artigo como obter a melhor eficiência com os fertilizantes NPK em sua lavoura.

Fertilizantes e tipos de NPK

Os fertilizantes fornecem nutrientes necessários para o pleno crescimento e desenvolvimento das plantas. Os mais utilizados são os químicos, estercos e resíduos de plantas. 

Uma fonte nutricional bem equilibrada aumenta a produtividade. Desta forma, damos destaque ao fertilizante NPK. 

Os fertilizantes NPK são fontes de três nutrientes: nitrogênio (N), fósforo (P2O5) e potássio (K2O). 

No Brasil, a utilização de NPK vem crescendo devido ao aumento produtivo no país, como você pode ver na figura abaixo:

fertilizantes NPK

(Fonte: IPNI)

O fertilizante NPK pode ser disponibilizado de diferentes tipos físicos, sendo eles:

Mistura de grânulos: 

Ocorre quando dois ou três tipos de grânulos diferentes estão presentes na mistura. 

Consiste simplesmente em uma mistura física de matérias-primas previamente granuladas. Neste caso, cada grânulo é fonte de somente um nutriente

Por exemplo: Mistura de grânulos de sulfato de amônio + Grânulos de super fosfato triplo + Grânulos de cloreto de potássio.

fertilizantes NPK


(Fonte: Boletim técnico 89 – UFLA)

Mistura granulada:

É uma mistura de produtos em pó que passa pelo processo de granulação para que os diferentes nutrientes fiquem no mesmo grânulo. Não ocorre reação entre os componentes da mistura. 

Por exemplo: N-P-K no grânulo

fertilizantes NPK

(Fonte: Boletim técnico 89 – UFLA)

NPK micrado com micronutriente: 

Nesse processo ocorre, além da adição de N, P e K, também há adição de algum(ns) micronutrientes aos grânulos. Isso garante uma melhor distribuição, principalmente de micronutrientes, normalmente requeridos em pequenas quantidades. 

É uma mistura de produtos em pó que passa pelo processo de granulação. 

NPK de liberação lenta (osmocote): 

É um fertilizante constituído por grânulos, formado pela mistura das matérias primas, fonte de nitrogênio, fósforo e potássio. 

Esse fertilizante tem uma característica específica de ir liberando lentamente os nutrientes do qual é composto. 

Os benefícios da utilização deste fertilizante são:

  • Nutrição precisa e segura;
  • Utilização de uma única adubação;
  • Fornecimento contínuo dos nutrientes durante o desenvolvimento das mudas;
  • Disponibilização do nutriente num período de 2 a 14 meses;
  • Melhor aproveitamento dos nutrientes, evitando excesso e falta;
  • Proporciona maior volume e crescimento de raízes, menor suscetibilidade a condições adversas, entre outras vantagens.

Fórmulas de adubos NPK

Existe no mercado uma infinidade de fórmulas de fertilizantes NPK. Veja as mais utilizadas em cada região na tabela que eu selecionei: 

fórmula média NPK

(Fonte: IPNI) 

Mas como escolher entre as formulações? 

A escolha deve ser baseada na análise de solo associadas à demanda da cultura. A formulação deve ser a mais próxima possível das demandas da cultura plantada. 

E quando a formulação não se encaixa? 

Quando isso ocorrer, é necessário fazer uma suplementação do nutriente faltante com uma fonte externa. 

Agora que você já entendeu os diferentes tipos de NPK, vamos falar sobre a aplicação desse fertilizante na soja e também no milho.

planilha de fertilizantes

Fertilizantes NPK na soja

O  Brasil é o segundo maior produtor de soja do mundo atualmente. Esse destaque na produção é reflexo da atividade eficaz de manejo, principalmente relacionado à adubação equilibrada e feita no momento correto. 

Relata-se que a soja chega ao seu pico máximo de absorção aos 75 dias. Veja a tabela de exportação da soja: 

fertilizantes NPK

(Fonte: Embrapa)

Sabe-se que a soja consegue se associar a microorganismos capazes de fixar nitrogênio atmosférico. 

Hoje, inoculações com Bradyrhizobium possibilitam uma economia anual estimada de US$ 3 bilhões em fertilizantes nitrogenados. 

Com isso, podemos perceber que a soja consegue ser autossuficiente com relação ao N, quando na presença da associação biológica.

Existem relatos, em estudos, que a adubação nitrogenada interfere negativamente nas FBN. Portanto, recomenda-se que o uso de adubo nitrogenado não supere 20Kg/ha. 

Hoje ainda ocorre a associação de Azospirillum brasilense, que é responsável pela produção de fito-hormônios que desenvolvem o sistema radicular, o que também auxilia no aumento da eficiência produtiva, pois aumenta a área radicular.  

As recomendações de adubação na soja são baseadas na quantidade de produção esperada. Veja:

fertilizantes NPK

(Fonte: Boletim 100)

Recomenda-se que, quando as doses de potássio excederem 50kg/ha, haja o fracionamento de ⅔ na cobertura e ⅓ no plantio. 

Se o teor de argila for inferior a 40%, também recomenda-se o fracionamento

O fósforo é disponibilizado todo no momento da semeadura, isso devido à sua função energética, demandada principalmente no momento da germinação. 

>> Leia mais: “Como fazer o manejo mais adequado dos fertilizantes fosfatados na sua área

Fertilizantes NPK para milho

A utilização de fertilizantes químicos na cultura do milho é uma alternativa eficiente, pois expressa um aumento significativo da produtividade. 

No milho, as principais adubações  são realizadas na semeadura e na cobertura. Entre os nutrientes utilizados em grande quantidade se destacam o NPK. 

No caso específico dessa cultura, ocorre o interesse de dois produtos, a silagem e o grão. Com isso, deve-se conhecer a quantidade extraída pela planta em cada situação. 

fertilizantes

(Fonte: IPNI)

Estudos comprovam que a quantidade demandada de nutriente segue paralela à produção. Ou seja, quanto mais se produz, mais se exige. 

As maiores exigências são de nitrogênio e potássio (K), seguida de cálcio (Ca), magnésio (Mg) e fósforo (P).  

No que se refere à exportação dos nutrientes nos grãos, o fósforo é quase todo translocado para as sementes (80 a 90%); seguindo-se o nitrogênio (75%); enxofre (60%); magnésio (50%); potássio (20-30%); e cálcio (10-15%).

Portanto, percebe-se que potássio e cálcio são os dois nutrientes que ficam mais retidos na palhada, sendo importante a reposição destes no solo. 

Já, quando estamos tratando de produção de silagem, devem se atentar à reposição completa desses nutrientes, visto que toda a planta é colhida. 

Bem, agora que já sabemos para onde vão os nutrientes nas plantas, vamos visar a máxima eficiência produtiva

Eficiência produtiva

Primeiramente, é importante que saibamos qual é a época que a planta mais demanda esses nutrientes e associar à atividade desses elementos no solo! 

No milho, pode-se dizer que os nutrientes são absorvidos a todo momento. Porém, a intensidade de absorção é diferenciada em cada ciclo.

A primeira absorção intensa ocorre no desenvolvimento vegetativo em V4 a V12. A segunda ocorre durante a fase reprodutiva ou formação da espiga.

Conhecido como elemento de “arranque”, o potássio tem um padrão diferente de absorção quando comparado ao N e ao P. 

A máxima absorção do K ocorre no período vegetativo, se acumulando muito entre os 30 a 40 dias de desenvolvimento. 

No caso do nitrogênio e do fósforo, ocorrem dois picos de absorção: fase de desenvolvimento vegetativo e reprodutivo (formação de espiga). 

Para garantir maior eficiência, a aplicação de N deve ser feita no plantio e na fase de desenvolvimento vegetativo. É importante também pensar na uniformidade de aplicação.

O não suprimento deste nutriente durante a fase inicial de desenvolvimento vegetativo, com aplicação de toda a dose no florescimento (65 DAP), assim como o excessivo número de aplicações parceladas, afetam negativamente a produção. 

Conclusão 

Os fertilizantes NPK vêm sendo a melhor ferramenta para aumentar a eficiência produtiva da lavoura, principalmente devido à praticidade. 

Mas para ter um bom resultado é preciso conhecer os diferentes tipos e melhor momento para aplicação na cultura. 

Neste artigo, explicamos tudo isso e outros pontos que facilitam o planejamento agrícola da sua fazenda.

Os resultados discutidos aqui evidenciam que, no manejo de fertilizantes, o conhecimento das demandas de nutrientes durante o ciclo da cultura contribuem para uma maior eficiência da adubação!

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