Saiba como gerenciar o ciclo de produção agrícola com o Aegro

Ciclo de produção agrícola: sistema digital facilita tomadas de decisões nas diferentes etapas do ciclo de produção 

Cada safra que se inicia representa uma oportunidade de produzir mais e melhor.

Para superar os resultados do ano anterior, o produtor moderno pode somar a sua experiência ao uso de sistemas digitais.

Um sistema como o Aegro ajuda a gerenciar as diferentes etapas do ciclo de produção agrícola. Ele automatiza processos e facilita o acesso às informações.

Assim, sobra tempo para que o fazendeiro pense suas estratégias dentro deste ambiente extremamente complexo que é o agronegócio.

Continue lendo para entender como planejar e executar uma safra de sucesso com o Aegro!

Comece pelo planejamento agrícola

Você precisa saber aonde quer chegar com sua empresa rural a curto, médio e longo prazos

Com uma visão clara de futuro, fica mais fácil traçar as ações necessárias para atingir os seus objetivos.

Comece analisando as tendências de mercado, estabeleça a sua estratégia de rotação de culturas e o sistema de plantio.

Então, inicie o planejamento agrícola com o seu sistema de gestão!

No Aegro, é possível mapear as áreas da propriedade em poucos minutos e definir metas de produtividade para os talhões.

Tela do Aegro, na aba de planejamento de aplicação de insumos.
Com o Aegro, é possível fazer todo o planejamento de aplicação de insumos

Você também pode usar o sistema para programar as atividades de safra, prevendo o uso de insumos e máquinas ao longo dos meses.

Desta forma, você consegue fazer as compras com antecedência e preparar o patrimônio da fazenda para as operações.

Gerenciando o ciclo de produção agrícola com o Aegro

Siga com o planejamento financeiro da safra

Depois de realizar o planejamento agrícola, é importante verificar a viabilidade econômica da sua safra.

A boa notícia é que o Aegro te ajuda nessa etapa do ciclo de produção agrícola.

Você pode montar um orçamento, de forma prática, com base nas atividades que já programou.

Basta inserir no sistema o valor base dos insumos e complementar com outras categorias de gastos, como: administração, fretes e o salário dos funcionários.

A partir das projeções de custos e produtividade, o Aegro calcula o lucro ou prejuízo que a fazenda terá ao final do ciclo produtivo.

Descubra qual é o seu ponto de equilíbrio e avalie quais investimentos realmente cabem no seu bolso.

Esse é o momento de decidir, por exemplo, se você vai fechar barter ou contratar crédito agrícola.

Tela do Aegro, na aba de informações gerais da fazenda, todas reunidas em um só lugar.
Todas as informações da sua fazenda ficam reunidas em um só lugar

Organize o fluxo de caixa da fazenda

À medida que os gastos se concretizam, o Aegro descomplica um dos trabalhos mais burocráticos do ciclo de produção agrícola: o fluxo de caixa.

Você pode cadastrar o seu certificado digital no sistema para receber automaticamente todas as notas fiscais que são emitidas contra o seu CNPJ.

Isso quer dizer que você não precisará mais perder horas juntando comprovantes de abastecimento, ou correndo atrás dos seus fornecedores.

Com alguns cliques, você importa a nota fiscal de compra e a transforma em uma despesa no seu financeiro.

Como consequência, o controle do custo de produção se torna mais detalhado. Além disso, você deixa de atrasar o pagamento de contas por falta de organização.

O Aegro também permite que você emita as suas notas fiscais de venda, gerenciando as receitas da fazenda com precisão. 

Tela do Aegro, na aba de organização do financeiro. A imagem demonstra dados fictícios.
Organização do financeiro de uma fazenda. Dados fictícios.
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Mantenha o registro de atividades agrícolas

Se por um lado você tem os lançamentos feitos no escritório, por outro tem as anotações de campo.

Aquela árdua tarefa de registrar as atividades realizadas na lavoura, abaixo de sol, chuva e poeira.

Mas a confusão das agendas de papel que molham, sujam e se perdem com o tempo já ficou no passado.

O Aegro oferece duas alternativas mais práticas para o controle de operações ao longo do ciclo de produção agrícola.

A primeira delas é o aplicativo para celular, que funciona mesmo sem internet e permite que você faça apontamentos de campo georreferenciados

A segunda é a conexão com sistemas de telemetria, como Climate FieldView™ e John Deere Operations Center. 

A partir dessa conexão, você pode transferir dados de plantio, aplicação e colheita das suas máquinas diretamente para o Aegro.

Tela do Aegro, na aba de controle do maquinário da propriedade rural.
Controle todo o maquinário da propriedade rural durante o ciclo de produção agrícola

Faça o controle de estoque rural

A dificuldade de gerenciar o estoque rural tira o sono de muitos produtores. 

Afinal, ninguém quer paralisar uma operação de última hora por descobrir que não há produto suficiente na fazenda. 

Para reduzir os riscos operacionais relacionados ao estoque, o Aegro automatiza completamente este controle.

Você dá entrada nos insumos ao registrar uma nova compra através do financeiro, e dá baixa ao realizar as atividades de campo.

Com isso, não precisa mais se preocupar em atualizar as planilhas de inventário ao longo da safra.

E você ainda pode definir alertas no sistema para a reposição de itens que considera essenciais, como o diesel, evitando sua indisponibilidade durante o ciclo de produção agrícola.

Tela do Aegro, na aba de estoque da fazenda. A imagem apresenta dados fictícios.
Exemplo de controle de estoque com o Aegro. Dados fictícios.

Acompanhe o resultado dos talhões

À medida que você cadastra custos e operações agrícolas no Aegro, o sistema cruza essas informações para entregar relatórios individualizados de desempenho.

Funciona com um raio-X do talhão, mostrando o que deu certo e o que deu errado.

É possível visualizar, com o apoio de gráficos de fácil entendimento, a margem de lucro ou prejuízo que cada área trouxe para o seu negócio.

Esses relatórios te ajudarão a medir o retorno dos investimentos em seu ciclo de produção agrícola. 

Entenda, por exemplo, se aquele cultivar com melhor potencial produtivo realmente impactou no resultado da safra.

Tela do Aegro, na aba de controle de resultados por talhão.
Controle dos resultados por talhão. Dados fictícios.

Tome melhores decisões no próximo ciclo de produção agrícola

Com o histórico da safra documentado no seu Aegro, é chegada a hora de pensar no próximo ciclo de produção agrícola.

Desta vez, ao invés de contar com a sua memória e intuição, você poderá iniciar o planejamento com base em fatos e dados

Use as informações exatas que o sistema fornece para aprender com o passado e determinar quais serão seus passos seguintes.

Será que você deve trocar a plantadeira de 30 linhas por uma de 35? Será que deve substituir a aplicação interna por uma terceirizada?

O Aegro vai te ajudar com essas decisões que envolvem tantas variáveis. Muitas vezes, elas são tomadas sem confiança.

Assim, você entrará em um processo de melhoria contínua, atingindo maiores níveis de rentabilidade.

Conclusão

Sem dúvida, a experiência do produtor rural é insubstituível.

Somente ele conhece a fundo todas as particularidades da sua terra e pode tomar as decisões difíceis ao longo do ciclo de produção agrícola. 

Porém, o uso de tecnologia digital pode trazer mais assertividade para as escolhas do dia a dia. 

Neste artigo, mostramos como o Aegro automatiza as rotinas da propriedade e transforma dados em informações de negócio relevantes.

>> Leia mais:

Avalie o sucesso da safra com ajuda dos indicadores de produção no Aegro

Software agrícola: como ter o controle efetivo da sua fazenda

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Como a agricultura preditiva e autônoma pode impulsionar sua lucratividade

Agricultura preditiva e autônoma: como ela pode auxiliar na detecção de pragas e doenças, na aplicação de insumos, e quais tecnologias fazem parte deste novo cenário do agro

Você já deve ter ouvido falar em agricultura 4.0, não é mesmo?! 

Os avanços e conectividade entre todas as etapas do processo produtivo e a geração de grande volume de dados fazem parte dela.

Até 2022, estima-se que estaremos na agricultura 5.0.

As novas tecnologias permitem que você e o consumidor final acompanhem todas as etapas de produção em tempo real. Isso é possível com a ajuda da inteligência artificial e de máquinas agrícolas.

Esses e muitos outros avanços tecnológicos fazem parte de uma agricultura preditiva e autônoma.

Neste artigo, você verá como ela funciona e quais tecnologias podem ser utilizadas para reduzir custos e otimizar a aplicação de insumos na sua propriedade! Boa leitura!

Mudanças nos mercados agrícolas e perspectivas futuras

São notáveis os grandes avanços do agro. 

Nos últimos dois anos, houve facilitação da conexão com os consumidores finais. 

Além disso, os modelos de mercados digitais e a aplicação de insumos na produção agrícola também vêm sendo otimizados.

Essa otimização busca aumentar a produtividade das áreas. Além disso, busca uma aplicação mais sustentável, com menores danos ao meio ambiente e maior retorno econômico.

O Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) indica que a produção brasileira de grãos deve ultrapassar os 300 milhões de toneladas nas safras 2028/2029.

Através das novas tecnologias, você pode obter maiores produtividades e retorno econômico sem haver maior disponibilidade de áreas agricultáveis.

Com as restrições impostas pelo novo coronavírus, as mudanças que já estavam sendo implementadas a ritmo lento aceleraram.

O mercado precisou se aproximar dos consumidores, que mudaram suas percepções sobre a alimentação. Com consumidores internos e externos mais exigentes, o agro precisou avançar.

A rastreabilidade das culturas e a otimização dos processos produtivos são alguns desses avanços. Eles visam à aplicação mais eficiente de insumos e redução de danos ambientais.

Com essas mudanças, a agricultura preditiva e autônoma também sofreu avanços importantes.

O que é a agricultura preditiva e autônoma?

A agricultura preditiva e autônoma é uma técnica de análise de dados, através de algoritmos e inteligência artificial. Esses dados auxiliam no entendimento e previsão do comportamento de variáveis importantes durante o cultivo.

Essas variáveis incluem:

  • o comportamento do clima, como temperatura e precipitações;
  • ocorrência de doenças nas diferentes culturas (incluindo o comportamento destas  quando realizada a rotação de culturas);
  • fertilidade;
  • desempenho de máquinas.

O acompanhamento em tempo real dos dados gerados pelas máquinas, por exemplo, permite observar e prever problemas.

Assim, é possível realizar a manutenção prévia e evitar que problemas ocorram em épocas de maior demanda, como em semeaduras e/ou colheitas.

Além disso, é possível prever estágios vegetativos e reprodutivos da cultura (fases) e as variáveis climáticas. Dessa forma, pode-se planejar que a fase mais crítica não coincida com períodos em que estresses na cultura possam ocorrer.

A agricultura preditiva e autônoma coleta dados de máquinas e equipamentos e através da inteligência artificial e big data toma decisões.

Em condições de chuvas e temperaturas desfavoráveis, tratores autônomos podem suspender suas atividades.

Também existem os pulverizadores inteligentes

Com a junção de tecnologias baseadas em imagens e inteligência artificial, eles podem aplicar herbicidas apenas em plantas daninhas.

Quando as daninhas não são detectadas, os bicos de pulverização são desativados.  Essa é uma forma de economizar grandes quantidades de produtos e recursos. 

Além disso, também é possível controlar: 

Exemplo do funcionamento de um pulverizador com sensor de infravermelho. A máquina se desloca, detecta a planta através do infravermelho (que permite inclusive a aplicação noturna), aciona os bicos correspondentes apenas onde há presença de plantas daninhas e posteriormente desaciona o bico, economizando produtos

Exemplo do funcionamento de um pulverizador com sensor de infravermelho. A máquina se desloca, detecta a planta através do infravermelho (que permite inclusive a aplicação noturna), aciona os bicos correspondentes apenas onde há presença de plantas daninhas e posteriormente desaciona o bico, economizando produtos
(Fonte: Smartsensing Brasil)

Recursos da agricultura preditiva

Para entender melhor como a agricultura preditiva funciona na prática, alguns conceitos precisam ficar claros. Entenda a seguir a definição de cada um.

Inteligência artificial

A inteligência artificial usa um conjunto de dados para que as máquinas operem tomando decisões.

Desta forma, dados são inseridos no sistema da máquina, que é treinada. Ela aprende a executar tarefas de forma inteligente, próximo ao que a mente humana é capaz de realizar.

As máquinas também são capazes de analisar grande volume de informações.

Internet das coisas 

A Internet das Coisas é a conexão entre dois pontos. Pode ser, por exemplo, entre uma máquina agrícola e o usuário da internet. Os dados gerados na máquina são encaminhados a uma base.

Esta conexão é possível através de GPS, bluetooth e softwares. Os dados podem ser encaminhados à base sem que haja uma conexão com a internet no momento da transmissão. 

Eles ficam armazenados em uma “nuvem digital”.

Machine learning

Em tradução literal, machine learning significa aprendizado de máquinas.

Os algoritmos analisam grandes volumes de dados e identificam soluções ou padrões de comportamento. A machine learning está associada à inteligência artificial.

Algoritmos

Algoritmos são uma sequência de ações executáveis, previamente delineadas. Incluem uma série de raciocínios e instruções que resolvem um problema.

Big data

Big data é um conjunto amplo e complexo de dados. Eles só podem ser interpretados e analisados a partir do seu processamento.

Tecnologias que fazem parte da agricultura preditiva e autônoma

Transborno, logística e transporte em colheitas

Nestas operações, a agricultura preditiva e autônoma auxilia no descarregamento de caminhões e no envio para novas descargas.

O tempo entre os processos pode ser otimizado, sem que haja atrasos em operações de colheita, carga e descarga.

Sensores

Os sensores na agricultura são utilizados de forma independente, e incluem:

  • detecção do nível da água;
  • temperatura do solo;
  • teor de nutrientes e previsão do tempo.

Em função dessas variáveis, alguns acionamentos através de microcontroladores são realizados. Por exemplo, no caso da irrigação por gotejamento.

Sensores imageadores, como a tecnologia de câmeras RGB; multiespectrais (incluindo o infravermelho próximo) e hiperespectrais são utilizados.

Os sensores imageadores detectam mudanças na vegetação, e as imagens são geradas através de:

Essas imagens são posteriormente processadas por softwares computacionais. As mudanças na vegetação podem indicar e monitorar:

  • o surgimento de doenças;
  • ocorrência de pragas;
  • presença de plantas daninhas;
  • estresses nutricionais e hídricos;
  • falhas de semeadura.

Monitorando a lavoura em tempo real, as ações de correções e de tratamentos podem ser localizadas. O efeito disso é a redução de custos e dos impactos negativos ao meio ambiente.

As correções podem ser feitas no caso de pragas e doenças, e até mesmo controle de plantas daninhas.

Distribuição espacial de características de crescimento e fatores ambientais para identificação de áreas anormais no monitoramento de habitat, para avaliar as distribuições de doenças de culturas com base em imagens de satélite e processamento digital de imagens.

Distribuição espacial de características de crescimento e fatores ambientais para identificação de áreas anormais no monitoramento de habitat, para avaliar as distribuições de doenças de culturas com base em imagens de satélite e processamento digital de imagens.
(Fonte: Yuan et al., 2017)

A junção de informações de imagens com variáveis ambientais estima os locais favoráveis para ocorrência de doenças. Veja o mapa a seguir:

Mapa de habitat adequado para ocorrência de doenças, baseado em variáveis climáticas e imagens de satélites. Em verde, áreas inadequadas para ocorrência, em vermelho, áreas adequadas para ocorrência.

Mapa de habitat adequado para ocorrência de doenças, baseado em variáveis climáticas e imagens de satélites. Em verde, áreas inadequadas para ocorrência, em vermelho, áreas adequadas para ocorrência.
(Fonte: Yuan et al., 2017)

Robótica e automação

No campo da robótica e automação, há diversos exemplos de aplicação.

Com a capina a laser, uma luz infravermelha desorganiza as células das plantas daninhas. Os feixes de luz são controlados por computador;

Com sistemas de irrigação automatizados, sensores que geram dados de evapotranspiração de água no solo são acionados conforme necessidade da cultura.

Eles consideram inclusive os estádios de desenvolvimento. Em estádios reprodutivos, por exemplo, a demanda hídrica da grande maioria das culturas é maior.

Também é possível realizar o monitoramento de fazendas.

Esquema ilustrativo de como a Inteligência Artificial é utilizada em conjunto com a internet das coisas em sistemas de controle de irrigação e predição de ocorrência de pragas e doenças.

Esquema ilustrativo de como a Inteligência Artificial é utilizada em conjunto com a internet das coisas em sistemas de controle de irrigação e predição de ocorrência de pragas e doenças.
(Fonte:. Debauche et al., 2020)

Vantagens e desvantagens da agricultura preditiva e autônoma

Assim como toda tecnologia, a agricultura preditiva e autônoma possui vantagens e desvantagens.

Vantagens

Uma agricultura preditiva e autônoma possibilita prever comportamentos e eventos futuros. Assim, resoluções podem ser antecipadas. 

A possibilidade de aplicações localizadas também é vantajosa. Com o uso da agricultura de precisão, os custos e impactos ao meio ambiente são reduzidos.

Desvantagens

Essa tecnologia ainda é de difícil acesso. 

Essa dificuldade é devido à falta de recursos financeiros, de conhecimento e profissionais qualificados que possam auxiliar na implantação de ferramentas.

A utilização de uma agricultura preditiva e autônoma não é reduzida apenas ao uso de máquinas e implementos de última geração. 

Ela pode ser praticada a partir de ferramentas acessíveis. Sensores, imagens de sensoriamento remoto e dados climáticos são algumas delas.

Porém, essas ferramentas exigem que o profissional seja capaz de analisar e extrair dados relevantes. 

guia - a gestão da fazenda cabe nos papéis

Conclusão

Neste artigo, você viu o que é a agricultura preditiva e autônoma, e quais ferramentas estão associadas a ela. As tecnologias podem prever as safras e monitorar em tempo real o desenvolvimento do seu cultivo.

Essas ferramentas também fazem parte da agricultura de precisão. Sensores são utilizados na aplicação de insumos em taxas variadas e na aplicação de tratamentos fitossanitários.

A junção dessas ferramentas tecnológicas pretendem reduzir custos e impactos ambientais, aumentando em contrapartida os resultados produtivos.

É importante lembrar que a geração de grande volume de dados e ferramentas tecnológicas ainda precisarão da inteligência humana. Isso tanto no desenvolvimento e avanços, quanto na interpretação de resultados.

Restou alguma dúvida sobre a agricultura preditiva e autônoma e sua aplicação na agricultura? Você já tem adotado alguma dessas ferramentas nos seus cultivos? Deixe seu comentário.

O que é e por que adotar o sistema de combinação de híbridos?

Sistema de combinação de híbridos: saiba em que consiste, por que utilizá-lo e quais as suas vantagens 

Os híbridos são materiais que apresentam elevado potencial produtivo. 

No entanto, fatores como o clima são determinantes para que a sua máxima produtividade seja alcançada.  

O uso combinado de híbridos, com diferentes características, pode ser uma alternativa interessante para diluir os riscos e manter a produção da sua lavoura.

A seguir, conheça mais sobre este sistema e por que é interessante adotá-lo na sua lavoura.

O que são híbridos?

Os híbridos são obtidos pelo cruzamento de duas variedades puras e geneticamente distintas. Cada híbrido apresenta características de interesse agronômico diferentes.

A obtenção dos híbridos pode ser realizada de diferentes formas. Além disso, eles podem ser de tipos diferentes: simples, duplos, triplos, dentre outros. 

Esse tipo de cruzamento tem como objetivo obter uma nova variedade. Ela deve reunir características de interesse agronômico presentes em seus genitores, ou “pais”.

Dentre as características de interesse está, principalmente, a produtividade. O ciclo produtivo e a resistência a pragas, doenças e estresses ambientais, como a seca, também são visados.

Cada híbrido apresenta características genéticas distintas quanto ao seu potencial produtivo, precocidade e defensividade.

Veja o que cada uma dessas características significa:

  • Potencial produtivo: é definido como o potencial máximo de produtividade que um híbrido apresenta em condições ideais de ambiente e manejo.
  • Precocidade: está relacionada ao período de tempo, desde a semeadura até a maturidade fisiológica dos grãos. Híbridos mais precoces apresentam ciclo produtivo mais curto. Híbridos mais tardios apresentam ciclo produtivo mais longo.
  • Defensividade: diz respeito à capacidade do híbrido em tolerar condições adversas, como estresses ambientais, além do ataque de pragas e doenças. 

O que é o sistema de combinação de híbridos?

O sistema de combinação de híbridos é o uso combinado e proporcional das características de potencial produtivo, precocidade e defensividade presentes em cada híbrido.

Este sistema tem o objetivo de diluir os riscos decorrentes de fatores limitantes das altas produtividades. Ele proporciona maior produtividade, estabilidade e segurança para a lavoura.

Para que a escolha dos híbridos e as combinações sejam realizadas de forma adequada, é importante que você conheça o histórico da sua lavoura e o clima da região.

Por que usar o sistema de combinação de híbridos?

A produtividade de um híbrido é definida pela soma de três fatores: genética, manejo e ambiente.

Desses fatores, em apenas dois você pode intervir: 

  • a genética, escolhendo materiais com elevado potencial produtivo; 
  • e o manejo, adotando formas de manejo adequadas.

O efeito do ambiente não pode ser manipulado. Por isso, é o principal fator de risco para a lavoura. A aposta no sistema de combinação de híbridos pode ser uma saída interessante, pois:

  • é difícil prever todas as condições ambientais que irão ocorrer na safra; 
  • é difícil saber quais doenças ocorrerão, sua intensidade e em qual momento aparecerão;
  • o potencial produtivo de um híbrido depende da sua interação com o ambiente;
  • não existem híbridos perfeitos, que se adaptem às diferentes condições ambientais que podem ocorrer na safra.

O uso do sistema reduz os riscos, principalmente aqueles envolvidos com as condições ambientais. Isso porque adota a combinação de híbridos com diferentes características agronômicas.

O sistema de combinação de híbridos pode ser empregado na safra e na safrinha. Além disso, pode ser usado em diferentes culturas, como o milho, para grãos e silagem, e o sorgo

Veja exemplos de situações em que o uso do sistema de combinação de híbridos pode ser interessante.

Estresse hídrico

O estresse hídrico, provocado pela falta ou baixos volumes de chuva, é um fator limitante para o potencial de produtividade das culturas.

Para o milho, por exemplo, o período crítico para falta de água é em torno de 15 dias antes e até 15 dias após o florescimento.

Nesse caso, o uso do sistema de combinação de híbridos pode auxiliar no manejo do risco de perdas em função da falta de chuva.

A utilização de diferentes híbridos, com ciclos produtivos distintos, é uma alternativa interessante. Assim, nem toda a produção será comprometida.

Caso haja falta de chuvas durante o período crítico de um dos híbridos semeados, o outro, com ciclo diferente, poderá escapar.

Para uma lavoura semeada em setembro, com período de falta de chuvas em novembro, os híbridos mais precoces sofreriam mais com a falta de chuvas. Os mais tardios teriam escapado.

Em outra situação hipotética, com falta de chuvas em dezembro, os híbridos mais precoces escapariam do estresse. Os tardios sofreriam com o estresse.

tabela com exemplo de combinação de diferentes híbridos de milhos na safra verão, visando a reduzir o risco de perdas pelo estresse hídrico

Exemplo de combinação de diferentes híbridos de milhos, visando a reduzir o risco de perdas pelo estresse hídrico
(Fonte: Pioneer)

Colheita

A colheita é outro fator que pode ser melhor manejado com o uso do sistema de combinação de híbridos.

Ao utilizar híbridos com características e ciclos produtivos diferentes, você poderá escalonar a colheita.

O escalonamento da colheita é importante. Se toda a lavoura estiver apta a ser colhida e você não tiver estrutura suficiente para realizá-la, podem ocorrer atrasos.

O atraso na colheita ocasiona perdas de peso e de qualidade aos grãos. Isso porque eles ficam suscetíveis às condições climáticas, como chuvas e altas temperaturas, o que acelera a deterioração.

Portanto, combinando híbridos com diferentes características, você poderá realizar a colheita de forma mais organizada e com menores perdas por deixar os grãos no campo. 

Vantagens do sistema de combinação de híbridos

As principais vantagens do sistema de combinação de híbridos são:

  • não tem custos;
  • possibilita a redução dos riscos, proporcionando maior segurança e estabilidade à sua produção;
  • diminui riscos ambientais, bem como por pragas e doenças;
  • possibilita o escalonamento da colheita;
  • pode ser usado na safra e na safrinha.
planilha para estimativa de perdas na colheita Aegro, baixe agora

Conclusão

A expressão do potencial máximo de produtividade de um híbrido depende, dentre outros fatores, da sua interação com o ambiente.

O sistema de combinação de híbridos tem o objetivo de diluir os riscos, visando à manutenção da produção com maior segurança e estabilidade.

Além disso, o uso do sistema possibilita a colheita escalonada da sua produção, evitando perdas pelo atraso.

Se você quer manter a produção e correr menores riscos relacionados ao clima, a combinação de híbridos é uma alternativa muito interessante.

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Milho Precoce: vantagens e desvantagens para 1ª e 2ª safra

Saiba mais sobre a soja precoce e escolha sua cultivar

Restou alguma dúvida sobre o sistema de combinação de híbridos? Deixe seu comentário abaixo!

Entenda os princípios e benefícios da pulverização eletrostática na agricultura

Pulverização eletrostática: confira o que é e como ela pode te ajudar a garantir melhores resultados na lavoura

Os agroquímicos são um dos insumos mais importantes para a agricultura, independente de sua categoria. Eles ajudam a preservar a sanidade das lavouras e combatem uma gama de agentes prejudiciais.

Porém, a eficiência de deposição desses agroquímicos sobre as plantas ainda é muito baixa. Essa baixa eficiência eleva a frequência de pulverizações. 

Consequentemente, há gastos exagerados, ocorrência de resíduos nos produtos e aumento dos impactos ambientais.

Buscando uma agricultura mais sustentável, a pulverização eletrostática surgiu como alternativa promissora para contornar esse cenário!

Quer saber mais? Confira neste artigo como a pulverização eletrostática pode te ajudar. Aproveite a leitura!

O que é pulverização eletrostática?

A pulverização eletrostática é diferente da convencional, graças ao processo de eletrificação das gotas.

As gotas pequenas são as que geram os melhores resultados de controle dos problemas fitossanitários nas plantas. Porém, essas gotículas são extremamente suscetíveis à deriva.

Para contornar esse problema, você precisa dar, literalmente, uma força para as gotículas. É aí que entra a pulverização eletrostática.

Nesse tipo de pulverização, uma força elétrica é acrescentada às gotículas, controlando seus movimentos.

Eletrificação de gotas

A eletrificação das gotas torna-as fortemente atraídas pelas plantas.

Através desse processo, as gotículas alcançam partes das plantas que dificilmente seriam atingidas na pulverização convencional. A parte inferior das folhas é um exemplo.

Para você entender mais a fundo a eletrificação das gotas, vale revisar algumas leis da eletrostática.

A primeira é que cargas de polaridades opostas se atraem e semelhantes se repelem:

  • cargas positivas e negativas se atraem;
  • carga positiva com positiva ou negativa com negativa se repelem.

A segunda lei diz que a carga de um corpo (ou partículas) induz a formação de uma carga igual, mas oposta nos corpos aterrados mais próximos.

gráfico de efeito de atração da gotícula eletrificada por sua imagem no objeto aterrado a uma distância ‘d’

Efeito de atração da gotícula eletrificada por sua imagem no objeto aterrado a uma distância ‘d’
(Fonte: adaptado de Chaim, 2006)

No caso da pulverização eletrostática, o corpo aterrado é a planta. Ou seja, a nuvem de gotículas eletrificadas será atraída em direção às plantas.

A eficiência da pulverização eletrostática dependerá diretamente do processo utilizado para eletrificar as gotas.

Processos de eletrificação de gotas

É possível eletrificar as gotas de três formas diferentes: por “efeito corona”, por eletrificação indireta e por eletrificação direta.

Conheça melhor cada uma delas a seguir.

Eletrificação por efeito corona 

Nesse processo, um eletrodo pontiagudo sob tensões elevadíssimas ioniza o ar. 

As cargas livres vão se chocar com as gotas que saem do bico de pulverização, tornando-as carregadas.

Esse processo é adequado para diâmetros de gota inferiores a 20 micrômetros. 

Portanto, não é muito adequado para a agricultura, em que as pulverizações com gotas mais finas são superiores a 20 micrômetros.

Eletrificação indireta 

Na eletrificação indireta, a calda de pulverização permanece inicialmente neutra (ou aterrada).

O eletrodo de indução é posicionado na borda do jato, onde as gotas são formadas.

Assim, as gotas adquirem carga na presença do campo eletrostático presente, conforme o esquema.

Esquema de um sistema eletrificação indireta de pulverização eletrostática

Esquema de um sistema eletrificação indireta de pulverização eletrostática
(Fonte: adaptado de Chaim, 2006)

Esse sistema de eletrificação apresenta a enorme vantagem de ter a calda e as tubulações neutras. Entretanto, há uma desvantagem.

Como as gotas adquirem uma carga oposta à do eletrodo, são atraídas para ele. Elas o molham e causam corrimento, o que torna o sistema ineficiente.

Para solucionar isso é necessário o uso de bicos eletrostáticos pneumáticos. Neles, o ar que pulveriza o líquido também o carrega para longe da zona de atração do eletrodo de indução.

Eletrificação direta

No sistema de eletrificação direta, a calda de pulverização encontra-se sob alta tensão e sem o eletrodo de indução.

Sem ele, a voltagem de eletrificação deve ser alta o suficiente para criar um campo eletrostático bastante intenso. Deve ser algo próximo de 30 mil volts.

Esquema de um sistema eletrificação direta de pulverização eletrostática

Esquema de um sistema eletrificação direta de pulverização eletrostática
(Fonte: adaptado de Chaim, 2006)

A principal vantagem desse sistema de eletrificação direta é a ausência do eletrodo de indução próximo ao bico de pulverização.

Entretanto, como a calda deverá estar sob alta tensão, é necessário isolar o tanque e as tubulações envolvidas no processo.

Vantagens da pulverização eletrostática

Independente da forma de eletrificação da calda a ser aplicada, a pulverização eletrostática é uma tecnologia promissora e apresenta uma série de vantagens, como:

  • melhor combate às pragas, já que as gotículas carregadas conseguem superar a força da gravidade e resistência do ar, alcançando locais que a convencional não conseguiria;
  • ao contrário da convencional, as gotas são atraídas para os alvos e não lançadas ao ar, sujeitas à deriva;
  • melhor deposição de gotas na superfície das folhas;
  • as gotas, por estarem com a mesma carga, não se unem formando gotas maiores;
  • economia de calda de pulverização;
  • menor necessidade de reabastecimento do tanque;
  • economia de mão de obra;
  • redução dos custos operacionais;
  • menor perda por evaporação;
  • menor perda para o solo;
  • menor risco de contaminação de lavouras vizinhas;
  • menor impacto ambiental (devido ao menor uso de produto e diminuição de desperdícios).
planilha de cálculo de pulverização Aegro, baixe agora

Desvantagens 

Para a agricultura, os resultados têm apresentado baixa consistência, devido à baixa carga aplicada.

Outro ponto importante diz respeito à avaliação do custo benefício deste equipamento. E isso está diretamente relacionado com o custo do equipamento.

Custos e equipamentos para a pulverização eletrostática

A pulverização eletrostática pode ser realizada em pulverizadores costais ou nos pulverizadores de barra, axiais ou até mesmo aéreos.

Pulverizadores com essa tecnologia apresentam preços superiores aos mesmos equipamentos convencionais.

Entretanto, a médio prazo, o valor do equipamento é coberto. Afinal, dentre as vantagens, há economia de calda e redução de custos de produção.

A Embrapa Meio Ambiente desenvolveu um kit de adaptação de baixo custo para pulverizadores do tipo costal.

Kit de adaptação de pulverização eletrostática desenvolvido pela Embrapa

Kit de adaptação desenvolvido pela Embrapa
(Fonte: Embrapa)

Esse kit, na época de seu desenvolvimento, custou cerca de R$ 100. Ele podia ser adaptado a qualquer pulverizador hidráulico do mercado.

Porém, por envolver corrente elétrica, a segurança deve vir sempre em primeiro lugar.

Para isso é interessante adquirir os pulverizadores já adaptados das diversas empresas existentes no mercado.

O tipo de pulverizador a ser adquirido é o que mais influencia no preço.

Um pulverizador costal é muito mais barato do que um pulverizador de barra ou axial, por exemplo.

Dentro da mesma categoria, existem muitas variações nos preços destes equipamentos, desde R$ 200 a R$ 2.000. Isso acontece porque essa é uma tecnologia ainda em desenvolvimento.

>> Leia mais:  “Limpeza de pulverizador agrícola com segurança: Confira passo a passo!

Conclusão

A pulverização eletrostática tem enorme potencial para redução das perdas na aplicação de agroquímicos.

Além de reduzir as perdas, essa técnica pode aumentar os níveis de controle de pragas e doenças.

Seu sucesso depende do desenvolvimento de novas tecnologias, capazes de formar gotas menores e com maiores intensidades de carga.

Considere as vantagens e as desvantagens desse tipo de pulverização de acordo com as necessidades do seu plantio, e faça um bom planejamento.

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Você já conhecia a tecnologia de pulverização eletrostática? Já fez o uso em sua propriedade? Deixe seu comentário abaixo!

Blockchain na agricultura: conheça as 3 principais funções e seus benefícios

Blockchain na agricultura: o que é a ferramenta que reduz custos nas transações e permite registrar as etapas da produção, oferecendo transparência aos negócios

O uso da blockchain na agricultura tem chamado a atenção de toda a cadeia produtiva do agronegócio. Essa é uma ferramenta nova que traz muitos benefícios. 

Por meio dessa tecnologia, é possível estabelecer mais segurança nas negociações digitais de produtos agrícolas.

A blockchain permite compartilhar informações diversas, desde a produção no campo até a venda no varejo. Isso favorece a rastreabilidade de todo o setor.

Conheça, neste artigo, o que é a blockchain, sua origem, os benefícios para os seus negócios no campo e como utilizá-la. Confira!

O que é a tecnologia blockchain? 

Cadeia de blocos. A tradução literal do termo inglês blockchain resume bem o que é essa tecnologia.

A blockchain é consequência da criação dos bitcoins, as famosas moedas virtuais, ou criptomoedas. O artigo acadêmico que deu origem à blockchain apresentava uma proposta de transações financeiras com bitcoins.

Isso aconteceria sem a intermediação de terceiros (como bancos), já que isso gerava gasto duplo nas negociações.

Para que as transações fossem viáveis – e confiáveis –, apresentou-se como solução a criação de uma rede ponto a ponto, interligada do início ao fim.

Essa rede forma uma cadeia contínua de prova de trabalho com o histórico público das transações (data e hora de recebimento e envio de arquivos). As transações não podem ser alteradas sem refazer a prova de trabalho.

Na cadeia estão os blocos, pedaços de códigos gerados online e conectados entre si, como uma corrente. Cada bloco tem uma identificação digital chamada hash, que os interliga.

A cada nova transação é criado um bloco com dois hashes: um hash do novo bloco e o outro do bloco que já existia.

Nesses blocos estão arquivos. Eles só entram no sistema após validação pelos “nós”, computadores que escrevem em blocos e os validam.

Só as partes envolvidas nas negociações têm acesso ao sistema. Por isso, as violações por invasores são praticamente impossíveis, devido aos dois hashes em cada bloco.

Além disso, os blocos ficam armazenados em nuvem digital (cloud computing), o que também dificulta a violação. Qualquer tentativa pode ser bloqueada em segundos. 

Basicamente, a blockchain tornou viáveis as transações com as criptomoedas, mas sua funcionalidade hoje vai muito além das transações financeiras.

Benefícios da blockchain na agricultura

Com o aprimoramento das funções e usos, a blockchain virou um livro-razão contábil. Ali, estão informações que permitem, por exemplo, a rastreabilidade dos produtos.

Na agricultura, a rastreabilidade dos alimentos tem sido cada vez mais cobrada. Essa cobrança acontece sobretudo por parte dos países mais desenvolvidos, e também da sociedade brasileira.

A rastreabilidade permite identificar a origem dos alimentos até o consumidor final.

Através dessa tecnologia, é possível saber, por exemplo:

  • se determinado produto foi cultivado em área que não é de desmatamento ilegal;
  • a procedência de um selo orgânico;
  • se utiliza mão de obra infantil ou análoga à escravidão.

São diversos os setores do agronegócio brasileiro que enfrentam problemas com a transparência na produção dos alimentos, algo que também não é fácil de resolver.

Mas a tecnologia blockchain já mostra caminhos a serem seguidos. O setor de produção de cacau é um dos que já aderiram à tecnologia no Brasil.

Outro setor do país que tem grande potencial para se beneficiar dessa tecnologia é o de grãos, sobretudo soja, e o de pecuária de corte.

A partir do uso da tecnologia blockchain, esses setores podem comprovar diretamente para seus parceiros comerciais toda a origem dos seus produtos, bem como para o consumidor final.

No caso do consumidor, as informações podem ser acessadas por meio de um QR code. A leitura é feita por meio de aparelho celular (Android ou iOS). 

Veja abaixo algumas das aplicações da blockchain no agronegócio:

tabela de aplicações da blockchain no agronegócio com alimento, objetivo, vantagem e resultado. Redução de riscos e aumento da confiança estão entre as vantagens

Redução de riscos e aumento da confiança estão entre as vantagens
(Reprodução: Digital Agro)

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3 principais funções da blockchain na agricultura 

A tecnologia blockchain possui três funções básicas que você pode aproveitar bastante para dar mais segurança, transparência e reduzir custos da sua produção agrícola

Veja como funciona cada uma delas.

1. O livro-razão distribuído

Todos os participantes têm acesso ao livro-razão, onde estão as informações distribuídas e o seu registro empresarial.

Por ser compartilhado e registrado só uma vez, o livro-razão evita ações duplicadas, como tradicionalmente ocorre nas empresas.  

2. Contratos inteligentes

A tecnologia blockchain possui em seu armazenamento contratos inteligentes, com um conjunto de regras executadas de forma automática.

Essas regras definem, por exemplo, as condições de pagamento, seguros, etc.

3. Registros fixos

Lembre-se: uma vez criado um bloco com informações sobre determinada transação ou informação sobre a rastreabilidade do produto, ele não pode mais ser alterado.

Por isso, é preciso muita atenção com a inclusão das informações para que não haja erro.

A correção só é possível por meio da criação de outro bloco, e ambos ficarão disponíveis para as partes envolvidas na transação.

A depender da situação, seu erro pode ser interpretado como má-fé.

>> Leia mais: “Big data no agronegócio: a revolução dos dados”

Redes de blockchain

Existem quatro tipos de redes:

  • Pública: qualquer um pode participar. As informações dos blocos, como as transações, podem ser visualizadas. Por ser mais aberta, a segurança diminui;
  • Privada: uma organização controla a rede e autoriza ou não a entrada de participantes ao livro-razão. Favorece a segurança dos participantes;
  • Autorizada: geralmente, derivam da rede privada, mas podem ser do tipo pública também. Podem ser impostas regras sobre quem pode participar de certas transações;
  • Consórcio: várias empresas participam e compartilham responsabilidades. É ideal para quando os integrantes necessitam ser autorizados e assumir atribuições.  

Como entrar para o mundo da blockchain

No Brasil e no mundo, há diversas empresas que oferecem soluções em agricultura digital por meio da blockchain. Algumas delas são agtechs, as startups do agronegócio.

Elas podem oferecer serviços exclusivos, como de rastreabilidade, financeiros, seguro da produção, realização de contratos, etc. Avalie suas necessidades e faça uma consulta.

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Conclusão

A blockchain na agricultura, conforme você viu, oferece diversas vantagens: redução de custos nas negociações, rastreabilidade e mais transparência na produção.

O agronegócio brasileiro tem sido muito cobrado por mais informações sobre a origem dos alimentos. A blockchain é uma ferramenta importante para este fim.

Como toda ferramenta tecnológica, ela está em constante evolução. Por isso, você deve verificar suas necessidades e buscar empresas que ofereçam a solução que precisa.

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“5 tecnologias que vão deixar sua fazenda mais inteligente e rentável”

“Agricultura 4.0: como ela pode ajudar na rotina da sua propriedade”

Você tem dúvidas sobre a blockchain na agricultura? Já utiliza essa ferramenta? Compartilhe sua experiência aqui nos comentários!

O que é e por que investir em tecnologias poupa-terra?

Tecnologias poupa-terra: entenda como elas podem aumentar a produção agrícola sem expansão da área cultivada

Expandir a área de cultivo pode ser uma grande dor de cabeça. No entanto, existem formas de aumentar a produção agrícola, sem expansão da área cultivada.

Inserir tecnologias poupa-terra em seu planejamento pode ser interessante. Aproveite o período de entressafra para incorporá-las em sua propriedade.

Neste artigo, você vai conhecer algumas tecnologias poupa-terra e os benefícios que elas geram para o setor agrícola. Confira a seguir!

O que são tecnologias poupa-terra?

Tecnologias poupa-terra são estratégias de poupança de terra que aumentam a produção agrícola, sem expansão da área cultivada.

Essas tecnologias consistem, por exemplo, em:

Quando essas tecnologias são adotadas, não há a necessidade de abertura de novas áreas. Isso acontece devido ao aumento da produção em uma área já utilizada para o cultivo.

Algumas delas já estão consolidadas no Brasil, e são cada vez mais utilizadas pelos produtores.

Vantagens das tecnologias poupa-terra

Ocupar o solo com tecnologias que aumentem a produção em áreas já utilizadas garante a sustentabilidade do setor agrícola.

Em vez de aumentar a produção pela incorporação de novas áreas, a produção é mais intensa em áreas já cultivadas.

A adoção dessas tecnologias traz diversas outras vantagens, como:

  • redução da área cultivada;
  • podem ser adotadas por pequenos, médios e grandes produtores;
  • auxiliam no crescimento do setor agrícola;
  • aumentam a produção agrícola;
  • revertem impactos negativos de práticas agrícolas que empobrecem o solo;
  • contribuem para a preservação de áreas nativas.

Caso esses recursos não fossem utilizados, os impactos ambientais seriam negativos.

O que é preciso para incentivar a adoção de tecnologias poupa-terra no Brasil?

É necessária a criação e aperfeiçoamento de políticas públicas, como o Plano ABC (Programa de Agricultura de Baixo Carbono).

Nesse contexto, é necessária a criação de estratégias e políticas públicas que favoreçam o incentivo e divulgação dessas tecnologias aos produtores rurais.

Abaixo algumas tecnologias acessíveis e de fácil aplicabilidade pelos produtores: 

  • fixação biológica de nitrogênio;
  • sistema plantio direto;
  • rotação de culturas;
  • mix de plantas de cobertura;
  • consórcio milho-braquiária.

Impactos na produção de grandes culturas

Soja

O uso de tecnologias poupa-terra no cultivo da soja foi capaz de poupar milhões de hectares de área cultivada.

Na cultura da soja, é possível destacar:

gráfico comparativo entre a área cultivada e a área poupada, caso a produtividade da soja permanecesse constante ao longo dos anos

Comparativo entre a área cultivada e a área poupada, caso a produtividade da soja permanecesse constante ao longo dos anos
(Fonte: Conab, 2020; Gazzoni et al., 2021)

Caso a produtividade da soja atual fosse a mesma do início do cultivo da cultura no Brasil, hoje, a área cultivada seria 195% superior à área atual.

As tecnologias poupa-terra utilizadas no cultivo da soja foram capazes de poupar cerca de 71 milhões de hectares de áreas cultivadas.

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Milho

A intensificação do uso do solo foi possível devido à sucessão soja-milho safrinha. Mas também há outras tecnologias poupa-terra utilizadas nessa cultura, como:

A produção do milho primeira safra (verão) permaneceu estagnada nos últimos anos. 

O milho segunda safra (safrinha) é o grande protagonista do crescimento da produção do cereal no Brasil.

Segundo os dados da Conab, entre as safras 1989/1990 e 2019/2020, a produção de milho no Brasil passou de 22,2 milhões de toneladas para 102,1 milhões de toneladas. O aumento foi de 359%.

Esse aumento é resultado da:

  • maior produtividade média da cultura, que passou de 1.841 kg ha-1 para 5.520 kg ha-1;
  • maior área cultivada, que passou de 12,1 milhões de hectares para 18,5 milhões de hectares.
gráfico de evolução da produção na primeira e segunda safra de milho no Brasil, 1989/1990 a 2019/2020

Evolução da produção na primeira e segunda safra de milho no Brasil, 1989/1990 a 2019/2020
(Fonte: Conab, 2020; Miranda et al., 2021)

Para se produzir os 102,1 milhões de toneladas de milho colhido em 2019/2020, com a produtividade média de 1989/1990, seriam necessários 55,5 milhões de hectares.

Apesar do aumento da área cultivada, foram poupados 37 milhões de hectares pelos ganhos de produtividade.

Algodão

O algodão brasileiro passou por uma intensa transformação ao longo de quatro décadas. Também houve o aumento da produção com redução da área cultivada.

Esse resultado é fruto da adoção de tecnologias como:

gráfico que mostra que entre 1976 e 2020, a produção de algodão aumentou de 0,6 milhão de toneladas para 2,5 milhões de toneladas de fibra e a área plantada foi reduzida de 4,1 milhões de hectares para 1,7 milhão de hectares

Entre 1976 e 2020, a produção de algodão aumentou de 0,6 milhão de toneladas para 2,5 milhões de toneladas de fibra e a área plantada foi reduzida de 4,1 milhões de hectares para 1,7 milhão de hectares
(Fonte: Conab, 2021; Severino, 2021)

O aumento da produtividade da cultura sem expansão da área cultivada demonstra a sustentabilidade das tecnologias poupa-terra.

Café

O emprego de tecnologias e boas práticas agrícolas contribuíram para o avanço da cafeicultura. Também foi possível expandir a produção e reduzir a área de cultivo.

As tecnologias poupa-terra utilizadas no cultivo do café são:

  • o sequenciamento do genoma do café;
  • a utilização de cultivares mais produtivas;
  • a adequação da fertilidade e nutrição do cafeeiro;
  • a micropropagação;
  • a braquiária como planta de cobertura;
  • o manejo integrado de pragas do café, doenças e plantas daninhas, entre outras.
tabela com evolução da cafeicultura brasileira, nos anos 1997, 2019 e 2020

Evolução da cafeicultura brasileira, nos anos 1997, 2019 e 2020
(Fonte: Associação Brasileira da Indústria de Café, 2021)

De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Café, em 1997, o Brasil produziu 18,9 milhões de sacas.

Isso em uma área de 2,4 milhões de hectares, com produtividade média de 8 sacas por hectare.

Já em 2020, esse número saltou para uma produção de 63,1 milhões de sacas

Houve redução de cerca de 20% da área de cultivo e aumento da produtividade média para 33 sacas por hectare.

Conclusão

Tecnologias poupa-terra permitem o aumento da produção agrícola em uma mesma área. Graças ao seu uso, evita-se a abertura de novas áreas de cultivo.

Elas têm alcançado resultados impressionantes de produção em todo o território brasileiro. São fundamentais para o crescimento do setor agrícola.

É necessário ampliar a adoção dessas tecnologias de poupança de terra por meio do incentivo e divulgação aos produtores rurais.

Você utiliza, já utilizou ou pensa em utilizar alguma tecnologia poupa-terra em sua fazenda? Adoraria ler seu comentário abaixo! 

Irrigação com drip protection: conheça as vantagens e cuidados necessários

Irrigação com drip protection: saiba o que é, como funciona esse sistema, as vantagens, desvantagens e as manutenções que devem ser feitas

A água utilizada na irrigação retorna para o meio ambiente. Ainda assim, é fundamental que seu uso seja racional e eficiente.

Dos diversos sistemas de irrigação, o gotejamento é um dos que mais economiza e conserva água

Quando esse sistema funciona com drip protection, as vantagens são ainda maiores.

Neste artigo, você saberá como funciona a irrigação por gotejamento com drip protection e quais são seus benefícios. Aproveite a leitura!

Como funciona a irrigação por gotejamento

Na irrigação por gotejamento, a água é distribuída lentamente, próxima às raízes das plantas. 

Nesse sistema, a água é levada até as plantas por mangueiras flexíveis com gotejadores que trabalham com baixa vazão e pressão. A água é fornecida gota a gota.

O sistema é simples e composto por:

  • mangueiras ou fitas gotejadoras;
  • canos;
  • bomba;
  • filtro;
  • reguladores de pressão;
  • válvulas.

Uma prática bastante comum no sistema de gotejamento é a aplicação de fertilizantes via água de irrigação (fertirrigação ou nutrirrigação).

Esse sistema é eficiente na aplicação de produtos químicos, biológicos e orgânicos.

infográfico de uso eficiente da água: tanto a água quanto os defensivos agrícolas podem ser distribuídos por meio de pequenos orifícios nas mangueiras

Uso eficiente da água: tanto a água quanto os defensivos agrícolas podem ser distribuídos por meio de pequenos orifícios nas mangueiras
(Fonte: traduzido de Bayer) 

O que é drip protection? 

A tecnologia drip protection é um sistema de injeção de agroquímicos, produtos biológicos e orgânicos na irrigação por gotejamento. 

Essa tecnologia contribui para a aplicação de condicionantes de solo e para o controle de pragas e doenças. 

Vantagens da irrigação com drip protection

O sistema de gotejo apresenta menor consumo de energia em relação a outros sistemas.

Além disso, não impede que outras atividades, como capinas e colheita, sejam realizadas simultaneamente à irrigação

Também promove maior uniformidade de plantas, melhora a qualidade do produto e aumenta a produtividade.

A irrigação com drip protection é um instrumento eficaz no manejo fitossanitário da lavoura e no manejo da adubação.

Quando comparada ao sistema convencional de aplicação de defensivos agrícolas, essa tecnologia permite a economia de insumos, de tempo, mão de obra e redução dos custos.

O sistema possibilita maior precisão na aplicação dos produtos e maior segurança operacional. 

Há maior segurança porque não há contato dos operadores das máquinas com a calda de pulverização. 

Vantagens ambientais

O sistema de irrigação com drip protection economiza e conserva a água.

O sistema reduz a contaminação do solo, rios e lençóis freáticos. Isso porque reduz as perdas de água e insumos por lixiviação e escorrimento superficial.

Na irrigação por gotejamento, não há contato da água com a parte aérea da planta (folhas, flores, frutos, ramos e caule). 

Isso contribui com o manejo fitossanitário da lavoura, pois diminui a incidência de doenças. Principalmente, as doenças beneficiadas por condições de alta umidade.

O gotejamento favorece ainda o controle de plantas daninhas. A água não é distribuída em toda área, e sim apenas na zona radicular das plantas de interesse agronômico

Esse método também apresenta baixo nível de desperdício de água.

>> Leia mais:

“As melhores práticas para o reúso da água na agricultura”

Desvantagens

Quando comparado a outros sistemas de irrigação, o gotejamento apresenta alto custo inicial

A manutenção do sistema também pode ser onerosa. É necessário trocar as mangueiras/fitas gotejadoras que acabam ressecando com o tempo.

Outra desvantagem diz respeito à necessidade da retirada das mangueiras/fitas gotejadoras da área para a realização do preparo de solo.

Além disso, o entupimento dos emissores é algo recorrente.

Cuidados com o sistema de irrigação por gotejamento

No sistema de gotejo, é comum problemas relacionados ao entupimento dos emissores. Por isso, dê uma atenção especial à qualidade da água utilizada na irrigação

A obstrução dos gotejadores ocorre em função da presença de impurezas na água da irrigação, como:

  • areia;
  • argila; 
  • matéria orgânica;
  • sais minerais;
  • organismos vivos.
tabela com elementos físicos, químicos e biológicos que provocam entupimento nos sistemas de irrigação localizada

Elementos físicos, químicos e biológicos que provocam entupimento nos sistemas de irrigação localizada
(Fonte: Bucks et al., 1979)

Com o tempo, os sais solúveis utilizados na fertirrigação podem se acumular nas saídas de água. O acúmulo reduz a vazão dos gotejadores

Esse excesso de impurezas diminui a quantidade de água e produtos que chegam até as plantas, prejudicando o manejo e o desenvolvimento da cultura. 

É importante que uma vez ao dia passe somente água pelo sistema de irrigação. Essa é uma forma de realizar a limpeza de canos e das mangueiras/fitas gotejadoras. 

Outro cuidado diz respeito à integridade dessas gotejadoras. Com o tempo, elas acabam ressecando e podem rachar. 

Com o intuito de preservar o sistema de irrigação e aumentar sua vida útil, elas podem ser instaladas embaixo da palhada ou plástico.

É fundamental que você as vistorie regularmente.

Assim, a presença de rompimentos, rachaduras e emissores entupidos pode ser detectada com antecedência.

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Conclusão

A tecnologia drip protection consiste em um sistema de injeção de produtos químicos, biológicos e orgânicos na irrigação por gotejamento

Essa tecnologia garante maior segurança operacional e precisão na aplicação de produtos.

O sistema de gotejo reduz a mão de obra, economiza tempo e insumos, além de aumentar a produtividade e reduzir os custos de produção.

Caso utilize esse sistema em sua lavoura, não deixe de tomar os cuidados necessários com ele!

>> Leia mais:

“Agricultura irrigada ideal e produtiva”

“Como ocorre e quais os efeitos do estresse hídrico nas plantas”

Você sabia de todas as vantagens da irrigação por gotejamento? Já conhecia a tecnologia drip protection? Conte pra gente nos comentários.

Tudo o que você precisa saber sobre a irrigação por aspersão

Irrigação por aspersão: conheça os principais sistemas de irrigação por aspersão, as culturas e fatores que influenciam na escolha do sistema

A irrigação por aspersão é o método mais utilizado em todo o mundo. Isso graças à sua versatilidade e adaptabilidade.

Mas é importante lembrar que a aspersão não é melhor que os demais tipos de irrigação

Para cada situação, existe um método e sistema que melhor se adequa. O método ideal  depende de uma série de fatores, e conhecê-los é essencial para acertar na escolha!

Ficou com vontade de aprender mais sobre irrigação por aspersão? Confira comigo a seguir!

Método ou sistema de irrigação?

Métodos e sistemas de irrigação são coisas diferentes.

Sistema de irrigação diz respeito ao conjunto de equipamentos e peças que atuam para realizar a irrigação.

Já os métodos de irrigação estão relacionados à forma de aplicação da água nas lavouras. Eles podem se relacionar a mais de um sistema de irrigação. 

Existem quatro tipos de métodos de irrigação:

  • superficial (ou por superfície);
  • aspersão;
  • localizada;
  • subsuperfície (ou subterrânea).

Nesse artigo, você irá conhecer mais sobre o método de irrigação por aspersão. 

Irrigação por aspersão

Irrigação por aspersão é um método de irrigação. Nesse método, os aspersores vão trabalhar para expelir a água. É uma forma de simular a chuva nas áreas de lavoura.

Sem dúvidas, é o mais clássico e popular da agricultura.

Ao simular a chuva, a água é aplicada sobre a folhagem da cultura e o solo.

duas fotos, uma ao lado da outra, de Pivô central e de aspersão convencional

Pivô central e aspersão convencional 
(Fonte: Safra Irrigação)

Para conseguir simular a chuva, os sistemas de irrigação por aspersão dependem de uma série de componentes para realizar o bombeamento, transporte e distribuição.

Bombeamento

O principal componente do bombeamento é o conjunto motobomba: uma bomba centrífuga e um motor acionador.

Esse conjunto é responsável pela captação e impulsionamento da água até os aspersores. 

As motobombas podem ser acionadas por energia elétrica ou por motores de combustão à diesel.

A escolha correta do sistema motobomba é fundamental para o funcionamento do sistema, sem que haja sobrecarga ou pressão insuficiente.

Transporte

Os componentes de transporte são responsáveis por transportar a água impulsionada pelas motobombas aos aspersores.

As tubulações são feitas dos mais diversos materiais. Podem ser materiais metálicos como aço zincado, aluminio e ferro fundido, ou plásticos como PVC ou polietileno.

A escolha do material dependerá da função da tubulação no sistema. A escolha também pode tornar o projeto economicamente viável.

Distribuição

Os aspersores são os componentes-chave da distribuição da água.

Eles podem ser classificados por uma série de critérios diferentes, como tipo de movimentação e alcance do jato, pressão de serviço, tamanho de gotas.

Confira na tabela:

tabela com critério, classificação e características dos aspersores

(Fonte: adaptado de Testezlaf, 2017)

De forma geral, o mais utilizado é o primeiro, a respeito do movimento rotacional dos aspersores.

Agora que você já sabe mais sobre a irrigação por aspersão, conheça a diferença entre os dois principais sistemas: o convencional e o mecanizado.

Sistema de aspersão convencional

Os sistemas convencionais utilizam os componentes tradicionais de aspersão: 

  • motobombas;
  • tubulações; e
  • aspersores.

Esses sistemas podem ser móveis ou fixos no campo. Quando móveis, os aspersores fazem a cobertura da área conforme são movimentados pela área.

Quando fixos, devem ser estrategicamente posicionados para cobrir a área total ou do setor desejado.

Sistema de irrigação por aspersão convencional

Sistema de irrigação por aspersão convencional
(Fonte: Boas Práticas Agronômicas)

Sistema de aspersão mecanizado

Nos sistemas de aspersão mecanizados, os aspersores encontram-se alocados em estruturas.  Essas estruturas, normalmente metálicas, se movem pela área para efetuar a irrigação.

O movimento da aspersão mecanizada pode ser feito pela ação de tratores, de sistemas automatizados ou pela pressão existente na tubulação.

No Brasil, os sistemas de irrigação por aspersão mais conhecidos são o pivô central (movimento circular) e o carretel enrolador (movimento linear).

Sistema de irrigação por aspersão mecanizada em pivô central
(Fonte: Hidrosistemas)

Vantagens da irrigação por aspersão

A principal vantagem da irrigação por aspersão é o fato de não ser necessária intervenção no relevo.

Os sistemas de aspersão adaptam-se muito bem a diferentes topografias. Trata-se de um sistema flexível e versátil

É muito adaptável, seja ao controle da lâmina d ‘água ou à sua disposição no campo.

Diferente do sistema de irrigação por sulcos na irrigação por aspersão, o controle do volume de água aplicada no campo é controlado.

Por ser controlado, o volume de água pode ser facilmente modificado de acordo com as necessidades das culturas irrigadas.

Desvantagens

A principal desvantagem da irrigação por aspersão é sua suscetibilidade a ventos fortes. Esses ventos afetam a distribuição da água.

Devido ao molhamento foliar, a irrigação por aspersão deixa as folhas em condições favoráveis para o desenvolvimento de doenças.

É muito importante ponderar os prós e contras dos métodos de irrigação, de acordo com as características de cada cultura.

A irrigação por aspersão depende de energia elétrica ou de motores de combustão para funcionar.

Todo o acionamento das bombas ou motobombas que fazem a pressurização do sistema de irrigação é feito graças à energia elétrica.

Pensando nos pivôs centrais, a energia é ainda mais necessária, pois todo seu comando central depende dela.

O controle central detém todos os controles elétricos e eletrônicos. Desde o controle da injeção de fertilizantes/agroquímicos para fertirrigação, às operações básicas da motobomba.

Resultados da irrigação por aspersão

Os sistemas de irrigação por aspersão têm apresentado resultados positivos para muitas culturas. O maior destaque é dos sistemas mecanizados em pivô central.

O algodão irrigado mostrou aumentos de até 70 arrobas/hectare quando comparado ao algodão em sequeiro, no Mato Grosso.

No Rio Grande do Sul, a irrigação em pivô central conseguiu driblar a falta de chuvas. Ele quase dobrou a produtividade da soja quando comparado ao sequeiro.

Área de algodão sob pivô central no Mato Grosso

Área de algodão sob pivô central no Mato Grosso
(Fonte: Grupo Cultivar)

Além de garantir aumentos na produtividade, a irrigação por aspersão pode garantir a otimização das áreas produtivas. 

Em alguns casos, é possível levar a produção de 3 safras por ano!

Em Ponta Porã, nas áreas de pivô foram colhidas: soja na safra, milho na safrinha e ainda foi possível a terceira safra de trigo e aveia.

>> Leia mais: 

Plantação de milho irrigado: Quando compensa realizar essa prática?

Como saber se a irrigação por aspersão é a melhor para sua lavoura?

O Brasil é um dos 10 países com as maiores áreas equipadas com irrigação. Ele chega a quase sete milhões de hectares irrigados.

As projeções futuras são de crescimento de até 3 milhões de hectares nos próximos 10 anos. 

Mas como saber se a irrigação por aspersão é a mais adequada para a sua lavoura?

Lembre-se que irrigação por aspersão não é melhor que os demais métodos de irrigação.

Por apresentar maior versatilidade, se adapta bem às diversas regiões do Brasil. Por isso, pode ser utilizado em maior número de regiões.

Ao definir o método e sistema de irrigação que você utilizará, considere aspectos como:

  • a cultura
  • o solo e a topografia
  • o clima; 
  • a disponibilidade de água!
planilha custos de pivô Aegro

Conclusão

A irrigação por aspersão, além de muito popular, é a que mais cresce no Brasil.

Ela vem trazendo vantagens produtivas para produtores espalhados por todo o país.

Ganhos de produtividade, mitigação de efeitos da seca e otimização de áreas são alguns exemplos.

Mas lembre-se de fazer uma boa avaliação das suas necessidades. Assim você conseguirá escolher o método e o sistema de irrigação certo para você!

>> Leia mais:

“Agricultura irrigada ideal e produtiva”

“Irrigação de feijão: quando vale a pena investir?”

“Como a irrigação de precisão pode otimizar o uso da água e gerar economia na fazenda”

“Irrigação por superfície: veja se a prática é boa para sua fazenda”

E você, trabalha com irrigação por aspersão na sua lavoura? Conta pra gente sua experiência nos comentários!