O que são fazendas digitais e por que elas custam menos e valem mais

Fazendas digitais: entenda o conceito, saiba quais tecnologias estão presentes e o que você pode fazer para transformar a sua a partir de agora!

O uso de tecnologia no campo é um viés cada vez mais presente na agricultura mundial. O Brasil já se adequa e prepara para sua utilização por meio das fazendas digitais.

Essa modernização da atividade agrícola caminha com a necessidade de se produzir mais de maneira mais sustentável. Isso diminui perdas, aumenta a eficiência e gera lucros a quem produz.

Esses avanços vêm em combinação com os conceitos de Agricultura Digital, Agricultura 4.0 e Agricultura 5.0. Eles são cada dia mais difundidos no meio rural brasileiro.

Nesse artigo, saiba como funciona o processo de digitalização da fazenda, as técnicas mais utilizadas, seus benefícios e os principais desafios do setor. Boa leitura!

O que é uma fazenda digital?

Uma fazenda digital é a propriedade que adota técnicas baseadas em tecnologias modernas, com maior uso de máquinas automáticas e computadores. Essas ferramentas diminuem a necessidade de intervenção humana no processo produtivo.

Existem diferentes níveis de digitalização dentro das propriedades. Várias atividades podem acontecer utilizando diferentes tecnologias, como:

A revolução digital no meio rural já acontece há algum tempo. Muitas das tecnologias são importadas de países com maior capacidade de inovação tecnológica. 

Porém, já há muitas soluções sendo geradas no país através de pesquisa e desenvolvimento. Tudo isso acontece através de instituições públicas e privadas.

Muitas tecnologias já são adotadas pelos produtores brasileiros. Entretanto, ainda há um longo caminho a percorrer visando a implementação de técnicas inovadoras e da digitalização das fazendas.

Como exemplo da agricultura digital, podemos citar técnicas já comuns como:

Como implementar a revolução digital na fazenda?

A agricultura digital é baseada em diversas tecnologias que facilitam a sua vida nas mais diversas atividades necessárias ao bom andamento do negócio. Agora, confira mais detalhes de cada uma dessas tecnologias.

Inteligência artificial e robótica

A automação de processos agrícolas é um dos esteios das fazendas digitais. O uso de máquinas autônomas (terrestres ou aéreas) e robôs aumenta a confiabilidade da execução das atividades.

Além disso, o seu uso diminui a chance de erro e o tempo de execução. Isso permite a execução da agricultura de precisão, além de reduzir o seu trabalho no campo.

Telemetria e sensoriamento

A medição de parâmetros por meio de sensoriamento remoto aumenta a capacidade de monitoramento do negócio na totalidade. Esse sensoriamento pode envolver:

  • telemetria de máquinas;
  • medição de parâmetros climáticos através de estações meteorológicas na fazenda;
  • identificação das características de solo e planta;
  • avaliação das condições de áreas de armazenamento de insumos ou produtos agrícolas;

Sistemas de localização (GPS)

O uso do GPS agrícola permite o comando remoto de máquinas autônomas. Ele registra os dados com precisão dentro da lavoura, permitindo um manejo diferencial e o aumento da eficiência do uso de recursos.

Internet das coisas

A internet das coisas, por meio da conectividade, engloba todos os sistemas de informação proveniente de sensores e do sistema de localização. 

Ela conecta dados da sua propriedade, permitindo tomada de decisão em tempo real e atuação remota nas máquinas e sistemas de controle da fazenda.

Big Data

A Big Data fornece maior capacidade de monitoramento de várias atividades da fazenda. Ela gera um conjunto de dados muito robusto e completo. 

Esses dados permitem a compreensão da produção e os principais fatores que causam diminuição ou aumento da produção. Como consequência, possibilita o aprendizado das máquinas e te informa para decisões futuras.

Softwares de gestão

Com o aumento do nível de tecnologia e da quantidade de informação, há necessidade de softwares de gestão na propriedade.  Esses softwares auxiliam no controle de diversos processos, como:

  • recursos humanos;
  • manejo da lavoura;
  • estoques;
  • manutenções;
  • financeiro;
  • dentre outros.

Um exemplo de software que reúne todos esses processos é o Aegro, que facilita a gestão agrícola e financeira da sua fazenda. Com ele, você consegue acompanhar a evolução da safra e receber dados precidos para avaliar a efetividade das operações.

Com o Aegro, você também consegue visualizar facilmente seus indicadores de produção

Softwares como o Aegro também integram vários recursos diferentes, como imagens NDVI e MIP. Esses recursos contribuem não apenas para tornar sua fazenda mais digital, mas também para te auxiliar nas mais difíceis tomadas de decisão.

Exemplo de como é possível visualizar todos os custos de produção com o Aegro

Você pode ver esses e muitos outros recursos do Aegro em ação, fazendo um teste gratuito de 7 dias. Você também pode pedir uma demonstração gratuita em apenas alguns cliques.

Mercado digital

A compra e venda de produtos por meio digital permite buscar por melhores preços e maior disponibilidade, aumentando o lucro e diminuindo custos. 

Isso também permite a rastreabilidade e venda de produtos diferenciados a mercados de maior requerimento, aumentando o valor agregado do produto final.

Quais as principais vantagens da agricultura digital?

A digitalização das fazendas traz melhorias em vários níveis do negócio, dentro e fora da porteira. As principais vantagens das fazendas digitais são:

  • Aumento da eficiência do uso da terra, de recursos naturais, de implementos e insumos, do tempo e da mão de obra;
  • Maior precisão nas atividades organizacionais, técnicas e de manejo e de gestão;
  • Diminuição do impacto ambiental e aumento da sustentabilidade;
  • Diminuição na probabilidade de erros humanos, perdas de produção e quebra de safra;
  • Maior controle da propriedade e da atividade;
  • Rapidez na tomada de decisão e execução de tarefas;
  • Aumento da margem de lucro do produtor por diminuição de custos e aumento da produtividade;
  • Alto grau de confiabilidade de informação para produtores, assistentes técnicos e empregados;
  • Maior confiança de clientes e colaboradores.

Todas essas vantagens levam a um aumento da sustentabilidade da fazenda, uma vez que tornam a atividade mais rentável economicamente. Ainda, as atividades passam a causar menor impacto ao meio ambiente.

Foto de pilhas de papeis, com chamada para baixar o guia de software

Desafios atuais na implantação de tecnologia no campo

Como todo processo de adaptação e modernização, a implementação das fazendas digitais requer tempo e investimento da sua parte.

Essas novas tecnologias são um diferencial para muitos produtores. Em alguns anos, elas serão uma necessidade, ou mesmo uma ferramenta sem a qual o negócio rural ficará inviável. Mas isso não quer dizer que não há desafios. Dentre eles, há:

Alto investimento

Por enquanto, muitas das inovações que têm sido implantadas no campo são importadas ou pertencem a um mercado fornecedor bastante limitado.  Vale lembrar que isso não se aplica aos softwares de gestão, que possuem preços muito mais leves ao bolso de quem produz.

A tendência é que a popularização dessas tecnologias crie uma maior competição de oferta, baixando preços das soluções digitais.

Conectividade

A internet é ferramenta crucial para a digitalização de fazendas. Em muitos pontos do nosso território, a qualidade e disponibilidade de sinais de internet é bastante limitada.

Mão de obra especializada

Muitas das tecnologias diminuem a intervenção humana, mas requerem profissionais mais capacitados e com maior nível de especialização. Esses profissionais ainda são escassos no mercado, mas a tendência é que isso evolua bastante em breve.

Extensão das propriedades

Propriedades muito grandes podem ter um desafio maior na implementação da agricultura digital por questões físicas, de relevo, ou mesmo de risco de perdas de equipamentos

Por outro lado, propriedades muito pequenas podem não ser rentáveis o suficiente para arcar com os custos da digitalização.

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Conclusão

A pressão e os desafios para a produção sustentável têm aumentado muito nas últimas décadas. A agricultura tradicional está com os dias contados e tem sido substituída por uma atividade tecnológica, de alto investimento, menor risco e maior retorno.

A implantação e uso de tecnologias modernas traz diversos benefícios a você, ao meio-ambiente e à sociedade em geral. As fazendas digitais são a nova realidade do campo.

Atualize-se bem e prepare os seus recursos físicos e financeiros para aumentar a sua capacidade de concorrer num mercado cada dia mais tecnificado.

Saiba mais >>

“ASG na agricultura: como se beneficiar dessas práticas”

“Sustentabilidade no campo: veja como adotar as práticas”

O que você já faz para implementar as tecnologias das fazendas digitais na sua propriedade? Tem alguma dúvida ou curiosidade sobre o assunto? Deixe um comentário abaixo!

Safra de milho no Brasil: veja as previsões para 2022/23

Safra de milho: saiba quando começa, quanto tempo dura, preços previstos para a próxima safra, estimativa de produtividade e mais!

Com cenário de oferta mundial limitada para 2023, a safra de milho brasileira pode alcançar preços melhores que em 2022, segundo a Conab.

A previsão de mais um recorde na safra do milho no Brasil e a menor oferta global do grão deverão ser muito benéficos para os produtores em 2023.  

Segundo a Conab, na safra 2022/23 serão colhidas 126,9 milhões de toneladas. Isso representa um aumento de 12,5% em relação à safra anterior. A projeção é de aumento de 3,8% na área plantada e de 8,4% na produtividade.

Com menor produção nos Estados Unidos e Ucrânia, devido à guerra da Rússia, o Brasil deve exportar milho a preços mais compensadores em 2023. 

Neste artigo, saiba quando começa a safra do milho e veja mais detalhes sobre previsão de preços e produtividade agrícola. Aproveite a leitura!

Época de colheita do milho na safra de milho 2022

Saber a época da safra desse cereal é fundamental. A plantação de milho começa em setembro e segue até dezembro. Essa é a safra de verão, conhecida também como 1ª safra.

Um boletim recente da Conab aponta que 27% da área de milho já tenha sido plantada. A previsão é a de que na safra 2022/23 sejam plantados 22,4 milhões de hectares no total.

As condições climáticas são mais favoráveis neste ano, ao contrário do ano passado. Em 2021, a produção foi prejudicada nas regiões Sul e Centro-Oeste devido à seca.

Por isso, é estimada recuperação da produtividade da 1ª safra e ampliação de área da 2ª safra de milho (plantio de janeiro a abril).   

No país, além da 1ª e 2ª safra, há ainda a 3ª safra de milho (ou safra de inverno), cujo plantio vai de abril a junho. Isso faz do Brasil o único entre os grandes produtores mundiais a colher três safras durante um ano – ou seja, o Brasil produz milho o ano todo

Até pouco tempo, o país tinha duas safras de milho. Com os avanços tecnológicos e investimentos em sistemas de irrigação, a 3ª safra tornou-se viável.

Por conta disso, os termos para se referir às safras estão mudando. A 2ª safra, conhecida como safrinha de milho, já se tornou a mais importante da produção do grão.

Na temporada 2021/22, a estimativa de produção é de 87,4 milhões de toneladas colhidas na 2ª safra. A terceira safra, por conta da seca no inverno, passou a ser chamada também de safrinha. Ela é cultivada nos estados da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco e Roraima.

Quantos dias dura a safra do cereal?

A duração de uma safra de milho varia entre 85 e 120 dias. Esse é o tempo do ciclo completo da cultura, da semeadura à colheita do milho.

Esse tempo varia de acordo com o tipo de grão de milho, bem como a sua finalidade. Afinal, o milho pode ser plantado para produção de silagem, grãos para ração, pipoca, farinha, para subprodutos industrializados, etc.   

O plantio do milho no Brasil não é somente para finalidades comerciais. O milho é uma das culturas utilizadas no sistema de plantio direto, que conserva mais o solo. Isso acontece devido à formação da palhada que sobra após a colheita.

banner para baixar a planilha de cálculo de fertilizantes para milho e soja

Boa parte dos plantios de soja, cultivados na safra de verão no Brasil, são feitos no sistema plantio direto, com a semeadura em cima da palha do milho. Essa palha ajuda a conservar mais a umidade do solo e favorece à sustentabilidade ambiental.

É em boa parte dessas áreas de soja que é plantado o milho 2ª safra.

Preço do milho para a safra 2022/23  

O preço do milho para a safra 2022/23 deve alcançar bons níveis de rentabilidade para o produtor brasileiro, que, ao mesmo tempo, estará tendo boa produção.

De acordo com analistas de mercado, mesmo com maior oferta, o cenário de demanda interna e externa é favorável para a cultura. Afinal, há expectativa de aumento da produção de carnes nacionais para 2023, favorecendo o aumento da demanda por milho.

No início de outubro, a cotação do milho na Bolsa de Chicago, para contratos com vencimento em setembro de 2022, foi valorizada 2% em relação a setembro, com USD 6,83/bu.

O mercado, segundo avaliação do Itaú BBA Agro, foi influenciado pela intensificação das tensões entre Rússia e Ucrânia. Houve vazamentos em dois gasodutos no Mar Báltico e a ameaça de armas nucleares, o que coloca em risco as rotas de exportações da Ucrânia.

No Brasil, o indicador Cepea/Esalq para Sorriso aumentou, no início de outubro, também em 2%. A saca de 60 kg foi negociada a R$ 67. Na B3, também houve aumento de 2%, com negociações de R$ 87/sc.

Os analistas sugerem que, no curto prazo, como já ainda 37% do milho safrinha para ser comercializado, os preços devem descolar das cotações internacionais. Isso vai liberar os armazéns, que serão utilizados para a produção de soja da safra de verão.

Evolução dos preços do milho de setembro de 2019 a setembro de 2022
(Fonte: Itaú BBA Agro)

Produção para a safra de milho em 2023

No mundo, as condições climáticas dos Estados Unidos reduziram as estimativas para a produção do grão para 2022/23 em 353 milhões de toneladas. Conforme relatório do USDA, o volume é 7,5% menor ao da safra passada.

Com isso, os estoques finais devem ficar reduzidos, mesmo com o recuo do consumo interno e das exportações, que vão aumentar no Brasil.

Produção mundial de milho 
(Fonte: Itaú BBA Agro)

Haverá redução de produção de milho na Europa também por conta da guerra da Rússia na Ucrânia, além das adversidades climáticas, com a seca impactando a produção.

A safra europeia de milho está estimada em 56 milhões de toneladas pelo USDA, redução de 21%. Mas é preciso ficar atento ainda para a possível crise global da economia, especialmente em relação à China, que pode reduzir o consumo e as importações.

Conclusão

A produção da safra do milho 2022/23 tende a ser muito favorável aos produtores brasileiros, por conta da redução da produção nos EUA e Europa.

A demanda, mesmo com perspectiva de pequena redução, ainda deve permanecer alta. A  produção da safra 2022/23 será recorde, e são esperados bons rendimentos com a cultura.

Mas é preciso estar atento ao cenário global da economia. Afinal, há o risco de uma recessão, o que pode afetar o consumo e reduzir as exportações.

>> Leia mais:

“Previsão do preço do milho: o que esperar para 2023”

Banner de chamada para baixar o kit safrinha

 O que você acha sobre as perspectivas e estimativas para a safra de milho em 2022/23? Você tem boas expectativas? Adoraria ler seu comentário!

Análise foliar: veja como fazer o “check-up” da lavoura

Análise foliar: veja como funciona, quais são as boas práticas para adotar, como interpretar e mais!

A análise foliar é uma maneira de verificar as deficiências nutricionais da lavoura e corrigi-las. Assim, você evita as limitações de produtividade

A nutrição de plantas causa muita influência na produtividade de culturas agrícolas, assim como estresses bióticos e abióticos. A boa execução de correção do solo e adubação pode diminuir as incertezas da sua safra.

Mesmo utilizando de técnicas como análise de solo, correção de acidez e aplicação de fertilizantes, podem ocorrer desbalanços nutricionais na lavoura. Assim, você precisa de métodos para diagnosticar as deficiências nutricionais o mais cedo possível na safra. 

Neste artigo, saiba como diagnosticar as deficiências nutricionais o mais cedo possível, como fazer análise foliar e todos os detalhes necessários para o uso do método.

O que é a análise foliar?

A análise foliar é um conjunto de métodos bioquímicos que quantifica a concentração de nutrientes minerais específicos nas células de uma folha.

No método, amostras de folhas de plantas são coletadas e processadas. Então, é verificada a quantidade de determinadas moléculas ou nutrientes isolados.

Ela é um “check-up” para saber quanto a planta conseguiu absorver dos nutrientes ofertados a ela. Além disso, é possível comparar com as quantidades exigidas para a cultura numa etapa específica de desenvolvimento.

A diagnose foliar substitui a análise de solo?

Não, a análise foliar é um método complementar que permite verificar se a correção e adubação de solo geraram a resposta esperada na planta.

Após a análise de solo, são calculadas as quantidades necessárias de produtos para correção e para o fornecimento de nutrientes para a cultura a ser implantada.

Porém, alguns fatores podem resultar em deficiência ou toxidez de nutrientes durante o crescimento da planta. Entre eles, podemos citar:

  • Má amostragem para análise de solo;
  • Erros no cálculo da correção e adubação;
  • Problemas na aplicação de fertilizantes;
  • Lixiviação ou inativação de nutrientes;
  • Características físicas e químicas do solo;
  • Problemas de crescimento de raiz;
  • Estresses bióticos como seca ou alagamento.

Assim, é necessário verificar se a projeção feita após a análise de solo realmente foi alcançada. Verifique também se a planta absorveu quantidades suficientes de nutrientes para alcançar seu potencial produtivo.

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Análise foliar ou visual: qual é a melhor?

A análise foliar não é o único método para verificar o estado nutricional das plantas.

O método mais comum para a avaliação nutricional de plantas durante seu ciclo de crescimento e desenvolvimento é a análise visual. Ela consiste em mapear sintomas que podem ser indicativos da deficiência de nutrientes específicos.

Esse método é muito utilizado por dois motivos principais: baixo custo e rapidez para verificação. Afinal, ele não necessita de nada além de mão de obra especializada, e uma vez detectado o sintoma, você já pode atuar sobre o nutriente deficiente.

Porém, o método de análise foliar apresenta uma série de vantagens em comparação ao método de análise visual, como:

  • Precisão: a diagnose visual pode ser problemática pois muitos sintomas são comuns a algumas deficiências. Além disso, pode acontecer de que o sintoma de um nutriente esteja mascarando a falta de outro. Isso não ocorre na quantificação feita pela análise foliar;
  • Detecção precoce: mesmo sem ainda apresentar sintomas, um nutriente pode estar em concentrações próximas ao limite mínimo, o que pode ser corrigido a tempo. Isso evita perdas de produtividade por diagnose tardia, principalmente em fases importantes para definição de produtividade;
  • Correção da deficiência: a análise foliar mostra as concentrações exatas dos nutrientes presentes na folha, o que permite uma correção por uso de fertilizantes de maneira precisa, sem aplicação excessiva ou menor que a necessária.

Como fazer amostragem para análise foliar?

Na análise foliar, a amostragem correta é fundamental. Por isso, é importante conhecer os passos e métodos para uma boa amostragem de folhas. 

A época de coleta de amostras para a análise foliar depende da cultura. Porém, normalmente, essa análise é feita visando à correção de deficiências para as etapas de desenvolvimento mais relacionadas à produção.

Em café, normalmente as análises são feitas nas fases de chumbinho/chumbão. Isso é feito em torno do mês de dezembro, previamente à granação dos frutos. 

Em culturas anuais de grãos, a coleta pode ser feita mais de uma vez na safra. Normalmente, isso é feito nas fases finais do ciclo vegetativo e no início do ciclo reprodutivo.

Alguns pontos são importantes para uma boa amostragem de folhas:

  • Dividir as áreas de coleta nos mesmos talhões utilizados para a análise de solo, para se ter possibilidade de comparação e avaliação da adubação;
  • Coletar folhas de múltiplas plantas aleatoriamente, andando em ziguezague dentro da lavoura, em cada talhão;
  • Utilizar sacos de papel e não de plástico para o armazenamento das folhas;
  • Fazer a identificação correta da fazenda, talhão, cultura, estágio de desenvolvimento e previsão de produção;
  • Não coletar logo após adubação de solo ou foliar ou de aplicação de defensivos agrícolas;
  • Evitar folhas com necroses ou ataques de pragas ou sintomas de doença;
  • Não coletar folhas molhadas ou úmidas, após chuva ou irrigação;
  • Evitar áreas próximas a carreadores ou estradas.

Como fazer a interpretação de análise foliar?

Existem algumas possibilidades de locais para a execução da análise foliar, dependendo de cada região. Laboratórios particulares ou de instituições estaduais ou federais como Epamig, Embrapa e universidades são boas opções.

Na tabela de resultados da análise foliar, normalmente há macronutrientes e micronutrientes minerais. Eles aparecem em suas concentrações médias nas amostras de cada talhão.

Os macronutrientes (nitrogênio, fósforo, potássio, magnésio, cálcio, enxofre) são normalmente dados em gramas por quilo (g/kg). 

Os micronutrientes, por sua vez, (boro, cobalto, cobre, ferro, molibdênio, manganês e zinco) em miligramas por quilo (mg/kg).

tabela de resultado de análise foliar de café
Exemplo de tabela de resultado de análise foliar de café
(Fonte: Cocapec)

De posse dos resultados da análise foliar, os teores dos nutrientes devem ser comparados aos valores de referência para a cultura. Caso haja deficiência, a correção pode ser feita por aplicação de nutrientes por via de solo ou foliar.

No caso da tabela que você acabou de ver, comparando a referência da amostra “Café 144” com os valores de referência, é possível perceber:

  • Falta de nitrogênio, potássio, magnésio, enxofre, boro e zinco;
  • Teores adequados de fósforo, cálcio, ferro e manganês;
  • Excesso de cobre.

Como calcular quantidade de adubo na análise foliar?

Você pode estar se perguntando se é possível calcular a quantidade de fertilizante necessária através da análise foliar. A resposta é sim, e esta é uma das grande vantagens de se usar a análise foliar ao invés da diagnose visual. 

Porém, a necessidade de reposição e as quantidades de fertilizante são definidas de acordo com a previsão de produção de cada talhão.

Isso é feito a partir dos valores obtidos na análise foliar, considerando também o tipo de fertilizante a ser usado (de solo ou foliar) e as concentrações do nutriente presentes nele.

Esse é um procedimento que, se não feito com atenção, pode causar danos por overfert ou por adubação insuficiente na lavoura. 

Por isso, a recomendação é que você procure um(a) engenheiro(a)-agrônomo(a) para te orientar da maneira correta, de acordo com as características da sua lavoura e da sua cultura.

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Conclusão

A produção agrícola depende do planejamento e da capacidade de executar bem o manejo das lavouras.

A limitação da produção por falta de nutrientes é uma condição real. Entretanto, ela pode ser evitada com a adoção de boas práticas como análise de solo, correção e adubação e análise foliar.

A análise foliar é importantíssima e possui inúmeras vantagens em relação ao diagnóstico visual. Ainda, siga as boas práticas da coleta de amostras e, na dúvida, consulte um(a) engenheiro(a)-agrônomo(a).

Ficou com alguma dúvida sobre como fazer a análise foliar na sua cultura? Adoraria ler seu comentário abaixo!

Saiba como fazer um projeto de fazenda sustentável

Fazenda sustentável: saiba o que é, quais são as bases, o que fazer para implementar novas práticas e mais!

A sustentabilidade se tornou assunto comum, principalmente no meio agrícola. 

Isso tanto nas discussões na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima de 2021 quanto nas empresas que prestam serviços no meio agrícola.

Porém, quando se trata de agricultura sustentável, a maioria das pessoas conhece pouco os conceitos em que ela é usada.

Nesse artigo, saiba o que é fazenda sustentável e veja práticas e soluções que podem ser empregadas na sua propriedade rural. Boa leitura!

O que é fazenda sustentável?

Uma fazenda sustentável é a propriedade que utiliza técnicas integradas, usando de forma racional e eficiente recursos como solo, água, energia, fauna, flora e biodiversidade com o menor impacto ambiental possível. 

O objetivo é reduzir a poluição, consumo de água, energia, adubos químicos, pesticidas, fertilizantes e outros produtos que podem trazer impacto ambiental.

Ou seja, em uma fazenda sustentável, são utilizadas técnicas que não causam grande dano ambiental. Ainda, elas permitem seu ganho econômico, além de serem justas do ponto de vista social.

Esquema que mostra como funciona a agricultura sustentável
Bases da agricultura sustentável

É importante diferenciar agricultura sustentável de agricultura orgânica, porque esses conceitos são bastante confundidos. A agricultura orgânica é um modelo de agricultura que proíbe o uso de produtos sintéticos, sementes modificadas e maquinário pesado.

Apesar de algumas dessas técnicas apresentarem potencial para a diminuição de riscos ambientais, não há relação entre agricultura orgânica e agricultura sustentável. Afinal, a produtividade da agricultura convencional é maior do ponto de visto econômico. 

Além disso, o preço final de produtos orgânicos tende a ser maior, devido ao nicho de mercado. Isso pode ser socialmente injusto, uma vez que ele não é acessível a toda a população. 

Ou seja, uma fazenda orgânica pode ser sustentável, mas essa não é a única maneira de se alcançar a sustentabilidade da atividade.

O que fazer para ter uma fazenda auto sustentável no Brasil?

Existem algumas práticas que devem ser buscadas em um projeto de fazenda sustentável. Abaixo, veja algumas dessas bases e técnicas que podem ser usadas para alcançá-las.

1. Construa um perfil de solo 

A construção do perfil de solos saudáveis e a prevenção de degradação e erosão é feita através de algumas técnicas. Rotação de culturas, plantio direto, uso de plantas de cobertura e adubação verde são alguns dos exemplos.

Elas podem aumentar a matéria orgânica do solo e a microbiota natural. Além disso, podem diminuir perdas de nutrientes por lixiviação e evitar a alteração brusca de temperatura no solo.

2. Faça um manejo consciente da água

Os processos de captação de água podem auxiliar na estocagem desse recurso primordial para a fazenda. O manejo de água junto de tecnologias de agricultura de precisão podem aumentar a eficiência do seu uso.

Isso acontece tanto na irrigação quanto na aplicação de defensivos agrícolas. Além disso, a melhora do perfil do solo auxilia na retenção de água e na diminuição de sua perda.

3. Minimize a poluição do ar e da água

A diminuição da necessidade de defensivos agrícolas e da queima de combustíveis fósseis são dois fatores cruciais para minimizar a poluição. Algumas técnicas podem diminuir muito o uso de defensivos agrícolas, como: 

Além disso, a mecanização agrícola pode diminuir a necessidade de entrada de máquinas na área. A consequência disso é a diminuição do gasto de combustível.

4. Promova biodiversidade

A biodiversidade é importante em termos de fauna e flora. 

A rotação de culturas e o uso de sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta  são formas inteligentes e rentáveis de aumentar naturalmente a biodiversidade. Elas aumentam a microfauna do solo, da flora e da fauna.

5. Aumente a resiliência a eventos climáticos extremos

A diminuição de perdas relacionadas a estresses abióticos aumenta a sustentabilidade, porque evita o desperdício de recursos naturais em anos de baixa produção. 

Existem várias práticas que tendem a diminuir o impacto dos eventos climáticos na sua propriedade. Algumas das principais são:

  • tecnologias de previsão climática, como estações meteorológicas na fazenda;
  • aumento da capacidade de absorção de água e nutrientes no solo;
  • uso de plantas geneticamente modificadas e produtos fisiológicos.

6. Faça estoque de carbono na fazenda

Ao aumentar a produção, principalmente em processos de integração lavoura-pecuária-floresta, a propriedade passa a ser um estoque ainda maior de carbono.

Isso diminui ou anula a sua “pegada” de carbono, e pode ser fonte de renda na venda de reservas através do sequestro de carbono. Todas as técnicas citadas acima contribuem para isso. 

7. Faça um balanço de energia

A energia é um dos desafios futuros das fazendas, e a possibilidade de geração de energia em combinação com a agricultura será crucial para a sustentabilidade. 

Isso pode ser alcançado por meio do uso de energia solar na agricultura. Ainda, o uso de energia eólica, hidroelétrica, de biodigestores ou culturas energéticas também pode ser muito vantajoso.

Benefícios de um modelo de fazenda sustentável

Ao utilizar técnicas de sustentabilidade, você pode se beneficiar de diversas maneiras:

  • Diminuição de custos, possibilidade de vendas a maior preço e aumento do lucro;
  • Capacidade da obtenção de selos e certificações ambientais e de mercado;
  • Aumento da eficiência de processos e do uso de recursos naturais ou industrializados;
  • Diminuição do uso de recursos com maior potencial de poluição, como combustíveis e defensivos agrícolas;
  • Longevidade da atividade por menor impacto ambiental e desgaste de recursos finitos, como o solo;
  • Acúmulo e venda de créditos de carbono;
  • Impacto positivo na imagem da empresa frente a concorrentes e ao mercado.

Para que esses benefícios possam ser ainda maiores, é necessário que todas essas atividades que aumentem a sustentabilidade sejam bem executadas e contabilizadas. 

Para isso, as técnicas e soluções de gestão são cada vez mais necessárias para o controle e organização de tantas variáveis na propriedade. 

Uma fazenda sustentável obrigatoriamente necessita de um sistema de gestão da propriedade, de seus empregados e maquinários.

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Conclusão

A adoção de técnicas que podem aumentar a capacidade de exploração sustentável de recursos é, além de uma tendência, uma realidade do agronegócio.

Esse movimento será ainda mais presente nas próximas décadas, se expandindo para diversas cadeias da agricultura. 

Uma fazenda sustentável é possível através da adequação de processos e implantação gradativa de técnicas e manejos. Elas tornam a atividade mais ambientalmente neutra, economicamente viável e socialmente justa.

Saiba mais >>

“ASG na agricultura: como se beneficiar dessas práticas”

Restou alguma dúvida sobre fazenda sustentável? Quais práticas você já adota na sua fazenda? Adoraria ler seu comentário!

Veja como identificar e resolver a deficiência nutricional do cafeeiro

Deficiência nutricional do cafeeiro: conheça os principais sintomas, qual nutriente é mais ou menos importante e muito mais!

O sucesso da plantação de café depende de vários fatores. 

Os nutrientes, por exemplo, são elementos importantes para atingir o potencial produtivo da planta. Suas deficiências podem limitar e prejudicar demais a produção.

Saber identificar a deficiência nutricional no cafeeiro e compensar os nutrientes faltantes é um dos principais passos para garantir sucesso na lavoura.

Neste artigo, saiba como manter um balanço nutricional no cafezal e identificar a deficiência dos principais nutrientes da cultura. Boa leitura!

O que é deficiência nutricional do café?

O café requer uma quantidade específica de nutrientes para completar o ciclo de vida. A deficiência de nutrientes essenciais para a cultura, como cobre, boro e zinco, por exemplo, pode causar vários sintomas. Folhas cloróticas, pequenas ou lanceoladas são alguns deles.

A deficiência nutricional pode ser definida como a situação em que a concentração de nutrientes nas células da planta é inferior aos níveis adequados. Esses níveis são específicos para cada cultura quanto para o estágio de desenvolvimento em que ela está.

Essa deficiência pode ter diferentes causas: 

  • baixa disponibilidade do nutriente no solo;
  • limitação de crescimento de raízes para captação de nutrientes;
  • problemas de pH no solo, que diminuem a absorção de nutrientes;
  • falta de água, que limita o transporte de nutrientes para a parte aérea, dentre outros.

Os nutrientes podem ser exigidos em maior ou menor quantidade pelas plantas, o que os classifica entre macro e micronutrientes. Os macronutrientes são requeridos em maior quantidade, enquanto que os micronutrientes são requeridos em menor quantidade.

Os macronutrientes podem ser primários, como nitrogênio, fósforo e potássio, e também podem ser secundários, como cálcio, magnésio e enxofre. Os micronutrientes, por sua vez, são: boro, cloro, cobalto, cobre, ferro, molibdênio, manganês, níquel e zinco.

Qual o nutriente mais importante para uma cultura?

Conforme a lei do mínimo, o nutriente que mais limita a produção de uma cultura é o que está em maior deficiência. Ele é calculado em porcentagem da sua necessidade.

Imagine que os nutrientes fossem ripas de um barril. A capacidade de armazenamento do barril seria regulada pela ripa mais baixa, ou seja, a mais deficiente.

Foto de barril cheio de grãos de milho, para simbolizar a deficiência nutricional
Representação da lei dos mínimos para produção vegetal
(Fonte: RuralMark)

Assim, é importante tomar cuidado para que o balanço e a oferta de todos os nutrientes estejam bem manejados no solo e na planta.

Porém, cada cultura tem alguns nutrientes que necessitam de um manejo mais cuidadoso por terem maior probabilidade de serem limitantes. Isso pode variar com os talhões da fazenda, o tipo de solo, as culturas anteriormente usadas no campo, a região do país, etc.

Para o cafeeiro, além dos seis macronutrientes, os cinco micronutrientes mais importantes são: ferro, boro, zinco, manganês e cobre. Eles são os mais requeridos pela cultura entre os demais citados anteriormente.

Principais sintomas de deficiência de nutrientes no cafezal

Os sintomas de deficiência muitas vezes são específicos para cada tipo de nutriente, mas alguns podem ser comuns. Os sintomas normalmente são relacionados ao papel do nutriente na planta e à sua mobilidade entre partes velhas e jovens da planta.

Por exemplo, a deficiência de nutrientes necessários para a formação da clorofila irá causar uma coloração verde menos intensa ou um amarelecimento das folhas. Isso é conhecido como clorose.

Da mesma forma, a deficiência de um nutriente necessário para a formação de parede celular na planta irá causar folhas pequenas e encarquilhadas.

Além disso, é importante notar que nutrientes que são mais móveis na planta são facilmente realocados para partes mais jovens. Isso causa sintomas de deficiência em folhas mais velhas

De outro modo, nutrientes que são pouco móveis na planta ficarão retidos em folhas velhas. Como consequência, seus sintomas serão mais observados em folhas novas

A deficiência de alguns nutrientes causa sintomas principalmente em folhas novas. São eles:

  • Cobre;
  • Boro;
  • Zinco;
  • Manganês;
  • Ferro;
  • Enxofre;
  • Cálcio.

Por outro lado, a deficiência de outros nutrientes causa sintomas nas folhas mais velhas do cafezal. Esses nutrientes são:

  • Magnésio;
  • Fósforo;
  • Potássio;
  • Nitrogênio.

Além de notar os sinais físicos de deficiência nutricional, a análise foliar de nutrientes também é uma ferramenta possível para identificar esse problema. Abaixo, listamos os principais sintomas de deficiência dos macro e micro nutrientes no cafeeiro.

Deficiência de nitrogênio

A adubação nitrogenada é uma das mais importantes na cultura do café. Afinal, o nitrogênio é o nutriente mais requerido pela cultura. 

Os principais sintomas desta deficiência são a clorose e amarelecimento de folhas velhas. Isso pode acontecer tanto no limbo quanto nas nervuras, que podem evoluir para necrose e queda de folhas.

Deficiência de fósforo

O fósforo nas plantas é um nutriente muito importante na fase de formação da lavoura e no crescimento de raízes. O principal sintoma da sua deficiência é a alteração de cor das folhas velhas, que passam de verde para tons de amarelo rosado, vermelho e arroxeado. 

As folhas também apresentam necrose em forma de “V”, que pode se estender por todo o tecido caso não haja desfolha.

Deficiência de potássio

O potássio é o segundo nutriente mais requerido na planta de café, principalmente em plantas em estágio adulto. 

O principal sintoma da deficiência de potássio no café é o amarelecimento da borda das folhas velhas, que evoluem para manchas marrons e negras e necroses. As folhas também podem ser facilmente retiradas do caule.

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Deficiência de cálcio

O cálcio é importante para o crescimento radicular do café, e por isso deve ser bem manejado na implantação da lavoura. 

A deficiência de cálcio no cafeeiro aparece através de folhas novas com amarelecimento característico do limbo foliar. No entanto, a coloração verde nas nervuras das folhas se mantém.

Deficiência de magnésio

O magnésio tem papel importante no acúmulo de biomassa da planta e no crescimento em altura das plantas. 

A deficiência de magnésio no café causa amarelecimento entre as nervuras em folhas velhas e próximas aos frutos que evoluem para uma coloração parda. Ela também causa a queda prematura de folhas e plantas com baixo porte.

Deficiência de enxofre

O enxofre é um nutriente importante para a formação de proteínas e da clorofila. Sua ausência faz com que as folhas novas assumam uma coloração entre amarelo e verde muito claro.

Essa coloração se estende para as outras partes da planta. Além disso, há encurtamento dos internódios foliares, diminuindo a distância entre as folhas nos ramos.

Deficiência de ferro

O ferro é o micronutriente mais absorvido pelas plantas de café. 

Os sintomas da deficiência de ferro no cafeeiro são o amarelecimento do limbo foliar em folhas novas e a presença de um reticulado verde e bastante fino nas nervuras.

Deficiência de boro

O boro é um dos micronutrientes que mais limita a produção do cafeeiro. A deficiência desse nutriente causa folhas novas pequenas e retorcidas e com bordos recortados. 

Ainda, há a perda da gema apical e superbrotamento de folhas e ramos, dando a caraterística de “leque”. O encurtamento de internódios também pode acontecer.

Deficiência de zinco

O zinco é outro micronutriente que pode causar grandes perdas de produção. A deficiência de zinco faz com que as folhas em formação se tornem retorcidas, estreitas e de aspecto coriáceo e quebradiça.

A coloração fica amarela entre as nervuras, e podem aparecer saliências no limbo foliar.

Deficiência de manganês

O manganês é o segundo micronutriente mais acumulado no cafeeiro, após o ferro. Sua ausência causa coloração verde-claro e pontuações amarelas próximas às nervuras da folha.

Deficiência de cobre

A deficiência de cobre nas plantas de café não é tão comum de ser vista. Normalmente, esse nutriente é indiretamente fornecido à lavoura por meio de fungicidas cúpricos.

Porém, seus sintomas são bastante característicos, como perda de coloração das folhas novas e proeminência das nervuras secundárias, o que causa deformidade e curvatura.

Fotos de folhas de café com deficiência nutricional
Sintomas mais comuns de deficiência de nutrientes em cafeeiro
(Fonte: adaptação do autor)

Como corrigir a deficiência nutricional do cafeeiro

A melhor estratégia para a adubação do cafeeiro depende de alguns fatores. No início da safra, é feita baseada normalmente em análises de solo. Posteriormente, visando à produção, são feitas baseadas em diagnóstico visual de sintomas das plantas de café e análise foliar

Essas análises garantem que você saiba exatamente qual nutriente está em falta e o quanto você deve repor de cada um. Afinal, vale lembrar que a overfert (fertilização em excesso) pode causar tantos danos quanto a falta de nutrientes.

A adubação é diferente para uma situação de implantação de lavoura ou de lavoura já implantada. Por exemplo, na implantação, nutrientes como fósforo e cálcio necessitam atenção especial.

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Outro fator que altera a definição da quantidade de nutrientes a ser fornecido é a estimativa de produção com relação à bienalidade do cafeeiro. Isso principalmente com relação aos macronutrientes primários.

Normalmente, a calagem irá fornecer o cálcio e magnésio para o cafeeiro. 

Já os fertilizantes NPK devem ser administrados como adubo formulado, de acordo com a produção esperada. Uma relação comum entre eles é de 6:1:6. 

O enxofre deve ser considerado principalmente de acordo com a interpretação da análise de solo, ou em uma proporção da quantidade de nitrogênio recomendado.

Quanto aos micronutrientes, normalmente ferro e manganês são presentes em quantidades suficientes no solo para a necessidade do cafeeiro. 

O boro pode ser fornecido via solo por meio de ácido bórico, enquanto o zinco e cobre são aplicados por via foliar. Para o cobre, o uso de fungicidas cúpricos pode ser suficiente para o suprimento do nutriente.

Conclusão

A nutrição é um dos pontos mais facilmente controláveis que definem a produção. Entender e mapear os nutrientes das plantas de café pode aumentar a produção e evitar perdas.

O uso de análises de solo e foliar é fundamental, principalmente para evitar a fertilização em excesso.

Um cálculo cuidadoso da adubação e a verificação do aparecimento de sintomas de deficiência de nutrientes são práticas que devem ser adotadas constantemente. 

Com essas práticas, você garante um cafezal regulado e produtivo.

>> Leia mais:

“Deficiência de fósforo no milho: como identificar e resolver?”

Está tendo problemas de deficiência nutricional do cafeeiro? Este artigo esclareceu suas dúvidas? Deixe seu comentário abaixo!

Armazenamento de café: dicas para fazer corretamente

Armazenamento de café: saiba a importância desse processo, as melhores técnicas e os principais problemas e soluções

A cultura do café tem grande destaque no Brasil, que é o maior produtor e exportador mundial dessa commodity agrícola. A demanda de café dos países importadores é variável. 

Isso faz com que haja necessidade de armazenamento para venda futura e para controle de preço das commodities agrícolas. Para garantir uma boa armazenagem, é necessário manter a temperatura em torno de 20 °C.

Além disso, a umidade relativa do ar deve estar em 65%, enquanto a umidade do grão deve estar entre 11% e 12%. Além desses aspectos, muitos outros precisam ser cuidados nesse processo.

Nesse artigo, veja os aspectos mais importantes sobre o armazenamento de café, além dos principais problemas que podem surgir nessa etapa. Boa leitura!

Por que armazenar o café?

Apesar de ser uma prática usada há muito tempo, é importante ressaltar os principais motivos que levam à necessidade de se armazenar o café. Os principais motivos são o controle de estoque, oportunidades de negócio, manutenção da qualidade e bienalidade.

  • Controle de estoque: esse controle é importante para se ter poder de manejo no preço do café mundial, uma vez que uma alta oferta (alto estoque) pode gerar queda de preço e uma baixa oferta (baixo estoque) pode gerar subida repentina;
  • Oportunidades de negócio: apesar do controle de estoque, também existem outros fatores que ditam os preços do café no mercado internacional, como por exemplo, quebras de safra. Assim, oportunidades de venda de café a preços melhores podem surgir;
  • Manutenção da qualidade: a qualidade de bebida tem sido cada vez mais requerida por consumidores no mundo todo. De nada adianta um manejo correto de produção e colheita se a pós-colheita do café e a estocagem forem deficientes. Isso deprecia a qualidade de bebida do café;
  • Bienalidade: esse caráter produtivo do cafeeiro causa uma variação entre anos de alta e baixa safra. Isso altera grandemente a disponibilidade de café no mercado e o armazenamento pode ajudar a diminuir os impactos dessa variável nos estoques e no preço.
Gráfico que mostra preços de café ao longo dos anos, demonstrando que o armazenamento de café é positivo
Indicador de preço do café arábica
(Fonte: Cepea/USP)

Em quais estágios fazer armazenagem de café?

É importante conhecer a anatomia do fruto do café para entender em quais estágios de beneficiamento do grão eles podem ser armazenados. O fruto do café é formado pela casca, polpa, pergaminho e semente/grão.

Foto de grão de café cortado ao meio. É possível ver a casca, a polpa, o pergaminho e a semente.
Anatomia do fruto de café
(Fonte: O Fruto)

Após a colheita, e durante o processo de beneficiamento e limpeza do grão, há alguns estágios em que ele pode ser armazenado. São eles: café em coco, café em pergaminho e café em grão.

O café em coco é o café colhido e seco, mas ainda com a presença da casca e polpa, na forma de fruto seco. O café em pergaminho é o grão de café já sem a casca e a polpa, mas ainda com o pergaminho, que recobre a semente.

O café em grão é o endosperma sem a cobertura do pergaminho. Cada fruto gera 2 grãos.

Normalmente, cafés em coco e em pergaminho são armazenados por períodos menores. Muitas vezes, se aguarda o final da colheita ou a possibilidade de terminar o beneficiamento para armazená-los por maiores períodos, na fazenda ou em cooperativas/empresas.

Fotos de café em vários estágios: em coco, em grão e em pergaminho.
Tipos de café passíveis de armazenamento
(Fonte: editado pelo autor de diversas fontes)

Tipos de armazenamento de café

Existem diferentes estruturas para armazenamento de café, cada uma com sua especificidade, vantagens e desvantagens. As principais estruturas são as tulhas, os silos e os armazéns.

Tulhas

As tulhas são estruturas que podem ser de metal, alvenaria ou madeira. Normalmente, são construídas nas proximidades do terreiro suspenso ou secador. 

O uso de madeira é mais comum por ter maior capacidade de manter a temperatura interna. Essa estrutura é recomendada para armazenamento de cafés secos, em coco, pergaminho ou grão. 

O café pode ser estocado a granel ou em sacaria. Normalmente o café beneficiado é armazenado em sacaria e os cafés em coco e pergaminho, a granel. O armazenamento em sacaria facilita o movimento, transporte do produto e controle de lotes, sem mistura. 

Além de armazenagem, o café também passa por processos de secagem dentro das tulhas. A recomendação é de que o café seja mantido por pelo menos 30 dias dentro da tulha.

Silos

Os silos são estruturas que podem ser fixas ou móveis, normalmente em metal, para receber café a granel. Além dos silos de armazenamento, existem também silos-secadores que além de armazenar, fazem a secagem do café.

Armazém de café

Os armazéns são, normalmente, estruturas fixas para armazenamento de café. Em geral são armazenados cafés ensacados e não à granel. O tamanho das estruturas depende da necessidade de capacidade de armazenamento.

Além dos mencionados acima, existem novas opções de armazenamento como galpões flexíveis metálicos ou galpões de lona.

Fotos de tipos de armazenamento de café: tulhas, silos e armazéns
Tipos de café passíveis de armazenamento
(Fontes: Cafés Terra de Santana, Granfinale e Dinheiro Rural)

Alguns aspectos são importantes no design e construção de armazéns de café. De acordo com o Manual de segurança e qualidade para a cultura do café, esses são os pontos mais importantes a serem considerados para armazéns para estocagem de café em sacaria:

  • Instalação de portas de maneira técnica, facilitando operação de carga e descarga;
  • Portas frontais umas a outras em paredes opostas;
  • Pé-direito de no mínimo 5 metros;
  • Paredes lisas, evitando-se reentrâncias e terminando em “meias cana” junto ao piso e nunca em ângulo reto;
  • Fechamento lateral de paredes, junto ao piso e à cobertura, para evitar acesso de animais;
  • Aberturas laterais de ventilação com aberturas reguláveis e telas de proteção;
  • Instalações de lanternins para a boa circulação de ar natural;
  • Uso de telhas transparentes, para aproveitamento da iluminação natural;
  • Uso de piso de concreto impermeável, no mínimo, a 40 cm acima do nível do solo;
  • Construção de marquises externas nas portas para carga e descarga em dias chuvosos;
  • Instalação de sistema de prevenção e combate a incêndios.

Estratégia de armazenagem de café: tipos de embalagens

Existem várias opções para armazenagem de café, mas as mais comumente usadas, são os sacos de juta e as big bags.

Sacos de juta

Os sacos de juta são os mais usados para armazenagem de café. Suas vantagens são a boa ventilação e o fato de terem menor impacto ambiental.

No entanto, esses sacos também apresentam desvantagens. A possibilidade de entrada de água e patógenos são algumas delas.

Big bags

Os bags plásticos têm sido cada vez mais usados. Suas principais vantagens são o fato de serem mais herméticos, evitando entrada de água e patógenos e as variedades de volumes disponíveis. 

Uma de suas desvantagens é o potencial de condensação de água dentro do bag. Posso pode deteriorar a qualidade do produto armazenado.

Fotos de sacas e big bags de café.
Tipos de ensacamento de café
(Fontes: Mercado Livre e Rafitec)

Existem diversos estudos para o desenvolvimento de novas opções de sacaria para armazenamento de café. Essas pesquisas têm por objetivo minimizar os problemas citados acima, mantendo ao máximo as características de qualidade do café.

Uma das soluções são sacos de papel kraft especial, que impedem as trocas gasosas e de umidade entre o produto e o ambiente. Por outro lado, eles evitam a condensação de água dentro da sacaria. 

Esse produto já foi apresentado em uma parceria entre a Klabin, a Universidade Federal de Lavras e a Associação Brasileira de Cafés Especiais.

Banner de chamada para download da ferramenta: calculadora de custos por saca

Quais fatores causam perda de qualidade do grão?

Existem vários fatores que podem influenciar a qualidade do café durante o armazenamento. As principais características que podem sofrer alterações no café são composição química, umidade e textura do grão, sabor e aroma do produto final.

Para evitar esses problemas, é necessário controlar temperatura, umidade do ar, umidade do grão, luminosidade e presença de pragas do armazenamento e patógenos.

Existe uma nova tendência de um nicho de mercado para o consumo de cafés fermentados. Nesse caso, as condições de armazenamento podem necessitar de adequação, de maneira que propiciem a fermentação e não a evite.

Essa fermentação controlada cria características únicas no café que podem se adequar mais ao paladar.

planilha de controle de estoque

Conclusão

O café necessita de uma cadeia de produção e distribuição bastante estratégica. O armazenamento do produto tem papel crucial nessa cadeia e é muito importante para produtores, cooperativas, empresas de trade e compradores.

Nesse artigo, apresentamos e discutimos as principais características do armazenamento de café, as opções mais utilizadas e as novas tecnologias.

As soluções para armazenamento de café são bastante específicas para cada tipo e tamanho de propriedade. Busque sempre o aconselhamento técnico com empresas, engenheiros(as)-agrônomos(as) ou representantes de cooperativas.

Como você faz o armazenamento de café na sua propriedade? Ficou com alguma dúvida sobre o tema? Adoraria ler seu comentário!

Seguro soja: por que você deve fazer

Seguro soja: saiba a importância desse recurso, como é a subvenção, como contratar, quanto custa e muito mais!

Devido aos fatores climáticos, sobretudo a falta de chuvas, fazer o seguro da soja é uma ação estratégica para a gestão rural que ajuda a se manter na atividade 

Na safra 2021/2022, a produção de soja foi marcada pela falta de chuvas e altas temperaturas em regiões produtivas. Houve perda de 10% em relação à safra anterior.

A soja teve sua produção afetada, principalmente, nos estados do Sul e Centro-Sul. Só no Rio Grande do Sul, a quebra foi de mais de 50%.

Neste artigo, saiba o que é o seguro soja, como funciona, como é a subvenção e quais os benefícios de contratá-lo. Confira!

O que é o seguro rural?

O seguro rural é um instrumento de política agrícola criado para minimizar as perdas decorrentes de eventos climáticos e sanitários que podem afetar a atividade no campo.

A sua utilização deve sempre fazer parte das estratégias de gestão rural (previsão de riscos e eliminação de prejuízos). Isso evita danos causados à lavoura e ao financeiro do seu negócio.

Além do clima, você precisa lidar com as pragas, cada vez mais destrutivas e resistentes aos defensivos químicos. Outro problema são as oscilações do mercado, causadas por questões geopolíticas, guerras e de saúde da população, dentre outros.

Por isso, o seguro soja representa uma ferramenta para evitar perdas, contribuindo para a estabilidade financeira. Ele atua como transferência do risco da agricultura para o mercado securitário, minimizando a necessidade de socorro financeiro do governo.

Através da subvenção econômica ao prêmio do seguro rural, o Governo Federal apoia financeiramente os que contratarem essa modalidade de garantia. Ele arca com parcela dos custos de aquisição do seguro.

A operação oficial se dá por meio do PSR (Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural), cujas diretrizes estão no PTSR (Plano Trienal do Seguro Rural).

Além de minimizar perdas, o seguro agrícola no Brasil auxilia a conseguir taxas mais baixas na obtenção do crédito rural. Ele também estimula o aumento de áreas cultivadas e o uso de tecnologias.  

Por isso, o orçamento do PSR tem sido priorizado: no exercício 2022, foram R$ 990 milhões para auxiliar o produtor no momento da aquisição do seguro. No 1º trimestre de 2022, foram pagos R$ 5,8 bilhões em indenizações, por conta de sinistros relativos ao clima.

Kit de Cálculo de Fertilizantes em Milho e Soja

Importância do seguro soja

O seguro agrícola para a soja objetiva te tranquilizar no que se refere aos problemas que podem ocorrer na lavoura devido a fatores climáticos ou sanitários.

A soja, por ser a principal cultura agrícola produzida no Brasil, tem grande participação na economia do país. É tanto que a redução de 10% na safra 2021/2022 foi o principal fator para a queda de 0,3% do VBP (Valor Bruto da Produção Agropecuária) em 2022, em relação a 2021.  

Assim, além de ser bom para o produtor rural, a contratação do seguro agrícola é importante para a economia nacional. Afinal, isso garante o pagamento de tributos, a manutenção dos empregos e a geração de renda.

Como funciona o seguro soja

O seguro soja segue regras específicas. A primeira delas é que cobre apenas os dados causados pela influência do clima na agricultura:

  • seca;
  • geada;
  • chuva excessiva;
  • tromba d’água;
  • granizo;
  • ventos frios/fortes;
  • incêndio/raio;
  • variação excessiva de temperatura.

Outra regra é que a cobertura da soja inicia quando 70% ou mais da lavoura atinge a 2ª folha ou 15 cm de altura. Pode ser contratada toda a área plantada ou por talhão.

O seguro soja não cobre problemas relacionados a pragas, doenças, ervas daninhas, falhas de estande e lavouras implantadas sem obediência ao Zarc (Zoneamento Agrícola de Risco Climático).

Já o seguro de produtividade é calculado conforme o valor investido para custear a lavoura segurada. Sendo assim, o valor é definido na contratação da apólice.

Aplica-se uma indenização quando a produtividade é menor que a garantida na apólice. Isso garante a você a capacidade de permanecer custeando a atividade.

Subvenção federal para o seguro

No PSR, a subvenção federal para a soja é de 20%. Esse valor pode chegar a 25% se você aderir ao Programa ABC, de agricultura de baixo carbono

A cobertura de replantio, no seguro soja, é feita somente em caso de ter ocorrido tromba d’água, chuva excessiva ou granizo. A vigência inicia 24h após o plantio e acaba quando as plantas atingem da  2ª até a 8ª folha. Isso varia entre as seguradoras.

Os eventos climáticos devem ser comunicados desde o início do plantio às corretoras ou diretamente à seguradora. 

Em caso dos eventos climáticos citados, o prazo máximo da comunicação é de 8 dias corridos, e de 5 dias para coberturas de seca e chuva excessiva.

As vistorias são feitas de forma preliminar (20 dias corridos a contar do aviso) e final (no máximo em 15 dias antes da colheita). Os prazos podem ser alterados em casos de eventos catastróficos, e a área não pode ser colhida antes da vistoria do perito.

Outras vistorias podem ser feitas a qualquer momento pela seguradora. O perito deve ser sempre acompanhado por você ou por outro responsável por essa área da fazenda, de posse da apólice e do croqui da área para conferência dos dados.

O laudo deve ser assinado por essas mesmas pessoas, mesmo se houver discordância sobre as informações constantes. Caso isso ocorra, é possível fazer anotações relativas às dúvidas ou críticas, que serão analisadas pela seguradora.

Focos de pragas, doenças e falhas de estande são passíveis de penalização pelas seguradoras, por exemplo.

Como contratar o seguro agrícola no Brasil?

O seguro agrícola no Brasil é contratado diretamente junto a uma das 16 seguradoras credenciadas para este fim no Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). 

Ao manter contato, você deve conferir quais são as coberturas e valores da apólice. Em seguida, você escolhe a que mais se adequa para o seu objetivo com o seguro soja.

Em média, o custo do seguro soja por estado está em média de 6,28% do custo de produção. Essa porcentagem pode variar conforme a área de produção e a cobertura. Por isso, é sempre bom se informar bem antes de contratar.

Planilha de custos dos insumos da lavoura

Conclusão

Com os efeitos das mudanças climáticas atingindo cada vez mais a produção agrícola em todo o mundo, fazer o seguro soja é algo que deve estar no planejamento da produção.

Atualmente, o governo federal tem buscado simplificar as regras de contratação para que mais produtores possam adquirir esse importante serviço. Também surgem novas alternativas para a contratação rápida e prática de seguro. Esse é o exemplo da corretora Aegro.

Procure um especialista na área de seguros e veja qual a melhor forma de proteger a sua lavoura de soja. Fazendo isso, você estará garantindo a sua sobrevivência na atividade.

>> Leia mais:

“Estoque sob controle: como sojicultor melhorou seus indicadores”

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Solo humífero: vantagens e desvantagens de utilizar para plantio

Solo humífero: saiba o que é, quais suas  principais características, como é formado e muito mais!

O solo é um dos principais fatores da produção agrícola. Suas características normalmente definem o tipo de atividade que pode ser executada na fazenda. 

Além disso, os tipos de solo e a declividade do terreno podem definir também o valor da propriedade.

Diferentes tipos de solo requerem diferentes tipos de manejo e por vezes não toleram alguns tipos de atividade agrícola. Os solos humíferos, por exemplo, têm características bastante diferenciadas dos demais solos.

Nesse artigo, entenda as características desse tipo de solo, saiba como é formado e veja se vale a pena produzir nele. Boa leitura!

O que é solo humífero?

O solo humífero é conhecido por diversos nomes: solo humoso, solo húmico e, pelas suas características, é popularmente chamado de terra preta.

A definição e nomenclatura como solo humífero é bastante controversa, uma vez que essa definição pode ter diversos sentidos. O mais comum é “solo que apresenta húmus”

A composição do solo humífero é baseada no húmus, um material formado a partir da decomposição da matéria orgânica por microrganismos e minhocas.

No ensino primário e até no ensino médio, é comum ver uma classificação de solos como: arenosos, argilosos, calcários e humíferos. Porém, essa classificação não tem qualquer embasamento, uma vez que são classificados de acordo com bases diferentes.

Por exemplo, solos arenosos e argilosos estão relacionados à textura; solos calcários são provenientes de rochas calcárias ou tem acumulação de calcário. Os solos humíferos, por sua vez, são baseados em alto teor de matéria orgânica

Características do solo humífero

Os solos humíferos possuem características bem particulares. Além de coloração escura ou preta, esse tipo de solo apresenta:

  • Alta quantidade de matéria orgânica;
  • Grande porcentagem de húmus;
  • Baixa densidade;
  • Alta aeração;
  • Boa permeabilidade, com capacidade de reter água sem encharcamento.

Na atual classificação da Embrapa, os solos que apresentam algumas características similares ao dos solos humíferos seriam os classificados como organosolos.

Foto de solo humífero na mão de pessoa
Exemplo de solo humífero
(Fonte: Mundo Ecologia)

Onde encontrar solo humoso?

Para a formação de um solo humífero, são necessárias características bastante específicas. Sendo assim, é possível encontrar solo humífero em áreas que possuem:

  • Alta umidade do ar e do solo: a umidade permite a manutenção de umidade no solo e a baixa perda de água para o ar;
  • Baixa temperatura: essa característica diminui a evapotranspiração e mantém os microrganismos do solo vivos;
  • Baixa declividade: propicia uma condição de repouso para o solo, permitindo tempo para que os microrganismos possam agir na decomposição da matéria orgânica;
  • Sombreamento: a presença de árvores, além de propiciar material vegetal que será decomposto, causa sombreamento. Isso contribui para manutenção de temperaturas mais baixas e baixa evaporação;
  • Cobertura vegetal: o uso de técnicas como o plantio direto pode facilitar a formação de uma camada de húmico na parte superior do solo, devido à baixa evaporação e baixas temperaturas.

No Brasil, há divergência sobre a presença ou não desse tipo de solo. De acordo com a Embrapa, há condições que propiciam a formação desses solos em áreas planas de altas altitudes ou em áreas de várzea em locais mais frios.

Como formar esse tipo de solo?

O processo de formação do solo é algo natural e que se desenvolve ao longo de milhares de anos. A formação de um perfil de solo com características de solo humífero só acontece de maneira natural e com tempo.

Para se ter uma ideia, estima-se que, em média, o processo natural leve 400 anos para formar 1 cm de solo. Porém, em ambientes naturais, pode-se fazer usos de técnicas que potencializam o acúmulo de matéria orgânica.

A matéria orgânica, como precursora de substâncias húmicas, pode formar uma camada humífera na parte superior do solo. Para isso, é necessário:

  • Sombreamento do solo por espécies arbóreas em sistemas de manejo integrado de espécies florestais e lavoura;
  • Uso de cobertura vegetal no solo como em sistemas de plantio direto;
  • Uso de irrigação na área para manutenção de umidade;
  • Evitar exposição do solo à radiação solar direta e altas temperaturas;
  • Evitar áreas muito declivosas;
  • Manter a fertilidade do solo em condições ótimas;
  • Evitar produtos que causam morte de microrganismos do solo;

Porém, é comum o uso de produtos usados para melhorar as condições físico/químicas do solo. Esses produtos são normalmente conhecidos como compostagem, esterco, terra vegetal, substrato orgânico, dentre outros.

Esse tipo de produto pode ser conseguido através do processo de compostagem ou em um minhocário. Ele pode ser utilizado como fonte de nutrientes, principalmente para produtores orgânicos. 

Vantagens e desvantagens desse tipo de solo

Como qualquer outro tipo de solo, o solo humoso possui vantagens e desvantagens. Suas principais vantagens são:

  • Alta capacidade de permeabilidade e escoamento de água;
  • Baixa resistência física ao crescimento de raiz;
  • Alto teor de matéria orgânica e substâncias húmicas;
  • Níveis elevados de microbiota de solo.

As principais desvantagens, principalmente em condições de campo, são:

  • Alto potencial de compactação do solo;
  • Fácil perda por erosão em condições naturais;
  • Potencial de lixiviação de nutrientes pelo movimento de água no solo.

Além disso, também existem alguns mitos sobre os solos húmicos, como o fato de ter alta fertilidade natural. 

A decomposição e a presença de húmus não garantem que haja balanço correto e disponibilidade alta de todos os nutrientes necessários ao desenvolvimento de uma planta. Bons exemplos desses nutrientes são os macro e micronutrientes.

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Conclusão

Existe muita informação desencontrada sobre o solo humífero. Neste artigo, fizemos uma revisão sobre esse tipo de solo e desvendamos muitas das incertezas sobre ele.

É fato que a presença e decomposição de matéria orgânica em substâncias húmicas aumenta grandemente a aeração do solo. Isso diminui sua densidade, facilitando a entrada de água e liberando nutrientes para as plantas.

Assim como existem práticas que auxiliam na formação de camada humífera em condições naturais, existem técnicas para formação de substratos humíferos para uso em agricultura de menor escala.

Você tem solos humíferos na sua propriedade? Costuma produzir alguma cultura nesses espaços? Adoraria ler seu comentário!