Como fazer o preparo do solo para plantio de trigo

Preparo do solo para plantio de trigo: escolha da cultivar, melhor época de semeadura, preparo do solo e rotação de culturas.

O trigo é um importante cereal cultivado em todo o mundo, com produção de 735 milhões de toneladas em 2018 (segundo a FAO). 

Já no Brasil, em 2019 a produção alcançou 5,2 milhões de toneladas (dados do IBGE).

Assim, para ter uma alta produção nessa cultura tudo começa com um bom preparo do solo para o plantio.

Por isso, preparamos este texto para te auxiliar com esta prática agrícola e com o seu planejamento na cultura do trigo. Confira!

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Qual cultivar de trigo plantar e a melhor época de plantio?

No Brasil, a produção de trigo está concentrada na região Sul, mas o Cerrado também está produzindo trigo na Bahia, Minas Gerais, Distrito Federal e Goiás.

Assim, a produção de trigo nos estados brasileiros na safra de 2019, segundo o IBGE, foi de 4,5 milhões de toneladas no Sul do país, 505 mil toneladas no Sudeste, 30 mil no Nordeste e 138 mil no Centro-Oeste. 

Falando em cultivares de trigo, estão sendo desenvolvidas novas adaptadas ao clima de cada região. E para realizar a melhor escolha se atente em:

  • Indicação de produção;
  • Alto desempenho no campo e produtividade;
  • Resistência à doença
  • Indicação da cultivar de acordo com o sistema de produção; 
  • Fertilidade do solo
  • Época de semeadura;
  • Entre outros fatores.
preparo do solo para plantio de trigo

(Fonte: Agro Advisor)

Além da escolha da cultivar, um ponto importante é saber a melhor época para o plantio de trigo – que deve ser realizado de acordo com o período indicado para cada município. 

Para te auxiliar nessa escolha, você pode seguir as recomendações do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc), que apresenta uma lista de cultivares indicadas para cada região e a relação de municípios com os respectivos calendários de plantio.

Para conseguir as informações, acesse, escolha o estado e selecione a cultura do trigo.

Dessa forma, aparecerá os dados para o estado escolhido, a relação das cidades indicadas, além dos períodos de plantio (início e fim) para cada município, por tipo de solo e por grupo de cultivar. 

Esses dados podem te ajudar a reduzir riscos na cultura do trigo como geada no espigamento, doenças na fase inicial de enchimento de grãos, perda da qualidade dos grãos e baixo desenvolvimento da cultura.

Após determinar a melhor época de semeadura e cultivar, se atente no preparo do solo para plantio de trigo.

Fazendo o preparo do solo para plantio de trigo

Em qualquer cultura, é necessário planejamento e histórico da área para o preparo do solo. Por isso, deve-se determinar qual o tipo de sistema de cultivo será ou é utilizado na área, sendo convencional ou plantio Direto, e realizar as práticas de acordo com ele.

Para alguns agricultores do Rio Grande do Sul, o plantio direto garantiu o dobro de produtividade de trigo. Esse sistema também pode ter outros benefícios como diminuição da erosão do solo, redução de operações no preparo do solo, aumento da matéria orgânica, entre outros.

Mas lembre-se que cada propriedade tem suas particularidades, por isso, realize o melhor sistema de plantio para a sua fazenda.

Outros fatores importantes para o estabelecimento da lavoura de trigo são: 

  • Semear no limpo; 
  • Fazer um bom manejo de cobertura do solo até a semeadura;
  • Análise de solo (adubação equilibrada);
  • Semeadura de qualidade; 
  • Cuidados com velocidade de semeadura e profundidade (2 a 5 cm); 
  • Escolha da semente de qualidade;
  • População de planta adequada.

Para o preparo do solo, deve-se também saber qual a quantidade de fertilizantes e corretivos a serem aplicados no solo, sendo um fator importante quando se pensa no custo com a cultura.

Isso porque os fertilizantes têm maior participação nos custos de produção do trigo, representando aproximadamente 25% do investimento na lavoura. Por isso, é importante realizar a análise de solo

Análise do solo

Para determinar se o solo precisa de correção ou de fertilizantes é necessário realizar a análise do solo, mas lembre-se que as amostras devem ser representativas da área. 

Para plantio direto, é recomendado a amostragem de 0-10 cm e ocasionalmente de 0-20 cm de profundidade, já para o convencional normalmente é de 0-20 cm.

A interpretação da análise de solo é realizada de acordo com o nível de cada elemento e, para determinar a necessidade de calagem e adubação para a área amostrada, devem ser utilizados manuais ou indicações técnicas para cada região do país. 

Ou seja, isso depende da região produtora de trigo, como vamos ver em exemplos mais adiante.

Correção com calcário

Para determinar se a área precisa de calagem e qual quantidade utilizar, deve-ser ter a interpretação da análise de solo com as recomendações para cada região de cultivo do trigo.

Preparo do solo para plantio de trigo: Adubação

Geralmente, a adubação com nitrogênio, fósforo e potássio (NPK) e com micronutrientes para a cultura do trigo, é realizada no sulco de semeadura e o suprimento de N é complementado em duas aplicações de cobertura.

Para te auxiliar no manejo de fertilizantes, veja a figura abaixo:

preparo do solo para plantio de trigo

Manejo nutricional e fenologia da cultura do trigo
(Fonte: Modificada de Pires et al. (2011) em IPNI)

O nitrogênio é o elemento mais demandado pela planta de trigo. Sua dose recomendada varia em função do teor de matéria orgânica do solo, cultura precedente, região climática e da expectativa de rendimento de grãos.

Para os estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, a quantidade de fertilizante nitrogenado varia em função do nível de matéria orgânica do solo, da cultura precedente e da expectativa de rendimento de grãos da cultura.

Assim, a dose de nitrogênio a ser aplicada na semeadura varia entre 15 kg/ha a 20 kg/ha, sendo que o restante deve ser aplicado em cobertura entre as fases de perfilhamento e alongamento do colmo da cultura.

Indicação de adubação nitrogenada

Indicação de adubação nitrogenada (kg/ha) para as culturas de trigo e triticale nos estados do RS e SC
(Fonte: Embrapa)

Já para o estado do Paraná, essa adubação nitrogenada é realizada com base na cultura anterior.

Indicação de adubação nitrogenada PR

Indicação de adubação nitrogenada (kg/ha) para as culturas de trigo e triticale no estado do PR
(Fonte: Embrapa)

Com os exemplos acima, verificamos que para cada estado existe uma indicação de nitrogênio, que é baseada em variáveis do solo, do clima ou da cultura anterior. 

Para os outros estados, você pode consultar nos estudos da Embrapa e verificar ali as recomendações para os demais macros e micronutrientes.

Em caso de dúvidas, consulte um(a) engenheiro(a) agrônomo(a) para auxiliar nas recomendações.

Benefícios da rotação de culturas com o trigo

A rotação de culturas é a alternância de diferentes culturas na mesma área de cultivo e na mesma época ao longo dos anos.

preparo do solo para plantio de trigo

Com inúmeros benefícios, o trigo é a melhor opção de cultura para o inverno
(Fonte: Correio do Povo do Paraná)

O trigo é uma cultura de inverno e pode ser utilizado no sistema de rotação de culturas trazendo diversas vantagens como:

  • Retorno econômico;
  • Redução de plantas daninhas, pragas e doenças;
  • Controle da erosão;
  • Melhora das características físicas, químicas e biológicas do solo;
  • Aumento dos teores de matéria orgânica no solo;
  • Importante para o plantio direto;
  • Entre outros.

Para realizar a rotação de culturas é importante ter um bom planejamento, para determinar quais as culturas serão utilizadas na área e se no inverno será utilizado trigo ou outra cultura.

Para auxiliar na composição dos programas de recomendações de culturas no sistema de plantio direto, veja a figura abaixo.

culturas plantio direto

(Fonte: Fancelli, 2008)

e-book culturas de inverno Aegro

Conclusão

A cultura do trigo é um importante cereal que pode ser utilizado na rotação de culturas como cultura de inverno.

Também abordamos neste texto sobre como realizar um bom preparo do solo, com a escolha da cultivar e da melhor época do ano, além de como fazer a adubação e a calagem para a cultura do trigo.

Agora que você tem todas essas informações, realize um bom preparo do solo para a cultura de trigo na sua fazenda e alcance altas produtividades.

>>Leia mais:

O que você precisa saber para fazer a melhor aplicação de 2,4 D em trigo

Como você realiza o preparo do solo para a cultura de trigo? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Como é feita a colheita de soja? Veja passo a passo!

Como é feita a colheita de soja: saiba qual é o ponto ideal e as principais orientações para garantir boa produtividade e rentabilidade.

A colheita da soja é um momento de extrema importância e que exige muito planejamento do produtor.

Quando feita fora do momento adequado, pode refletir em menor produtividade. Por isso, é fundamental que as operações de colheita sejam planejadas, evitando que os grãos fiquem expostos às condições climáticas.

É preciso fazer desde a revisão e planejamento logístico dos maquinários até o acompanhamento do clima e fenologia da soja, para garantir a colheita no ponto ideal. 

Por isso, vale a pena se preparar e saber mais sobre como é a feita a colheita de soja de maneira eficiente e melhor. Confira a seguir!

Quando realizar a colheita de soja

A colheita de soja ocorre conforme o ciclo de cada cultivar, sendo normalmente feita entre janeiro e abril nas regiões do Centro-Oeste e Nordeste. A colheita de soja precoce em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul durante janeiro e fevereiro possibilita a semeadura da segunda safra, como o milho safrinha.

Na prática, é recomendável que a colheita da soja seja realizada logo após a maturidade fisiológica do grão, ou seja, quando o transporte de nutrientes para o grão cessa e ela chega ao acúmulo máximo de matéria seca, com as melhores condições fisiológicas. 

Porém, nesse período, a soja se encontra com alta umidade e presença de ramos e folhas verdes, o que impossibilita a colheita mecanizada. Dessa forma, realiza-se o manejo de dessecação, quando necessário, para diminuir o período em que os grãos ficam no campo expostos a condições climáticas adversas, pragas e doenças. 

Assim, o produtor deve realizar a aplicação do dessecante no estádio R7 da cultura, logo após o ponto de maturidade fisiológica, quando pelo menos uma vagem está com coloração madura na haste principal.

Para você identificar no campo a melhor época de aplicação, é simples. Observe o momento em que a soja possuir em torno de 70% de suas vagens com coloração amarronzada ou bronzeada, no estádio R7.

fenologia da soja. Fonte: Coopertradição

Ciclo da cultura da soja
(Fonte: Coopertradição)

Veja mais sobre como fazer um manejo eficiente de herbicidas para soja, mesmo em casos difíceis, e evite problemas em sua área plantada, no artigo: “Herbicidas para soja: manejo certeiro sem prejudicar a lavoura”.

Qual o tempo entre o plantio e a colheita da soja?

O tempo entre o plantio e a colheita pode variar de acordo com a região e a cultivar utilizada, indo de 100 a 160 dias – sendo que os ciclos das cultivares mais plantadas vão de 60 a 120 dias.

De acordo com as características da região, você pode selecionar uma variedade mais tardia ou precoce para ter as melhores condições climáticas em seu ciclo. Além da escolha da cultivar, é importante consultar o zoneamento agrícola da soja e plantar na época certa para que ocorram chuvas nos momentos ideais da cultura (como florescimento e início do enchimento de grãos). 

Após o ponto de maturidade fisiológica dos grãos, considera-se que os mesmos já estão sendo armazenados no campo. Desta forma, se ocorrerem muitas chuvas após esse período, os grãos podem mofar ou brotar dentro das vagens – o que diminui consideravelmente seu preço de mercado.  

Então, um dos primeiros passos para ter uma boa colheita de soja é plantar no tempo certo.

Para te auxiliar nisso, confira o Zarc, aplicativo da Embrapa desenvolvido para que o produtor acesse de forma rápida o Zoneamento Agrícola de Risco Climático. 

como é feita a colheita de soja

(Fonte: Dinheiro Rural)

Umidade e ponto ideal de colheita da soja

A colheita de soja deve ser realizada assim que possível, após os grãos atingirem a maturação fisiológica.

Na prática, a colheita deve ocorrer quando os grãos de soja atingirem teor de água que possibilite a colheita mecânica.

Quando a colheita é realizada fora da faixa do teor de umidade ideal, pode ocorrer perdas na rentabilidade do produtor, devido aos danos mecânicos.

Por isso, o planejamento dessa etapa é fundamental!

Estudos realizados por pesquisadores da Embrapa Soja, indicam que a colheita realizada antecipadamente, com 18% de umidade, proporciona maiores danos nos grãos.

Atualmente, a umidade recomendada para colheita pode variar entre 13% a 15%.

O indicado é que você monitore a umidade de seus grãos nos dias que antecedem a data prevista para colheita, pois as condições climáticas influenciam diretamente nisso.

Monitorando a umidade dos grãos durante a colheita, você também evitará perdas na colheita.

Se logo após a colheita você deseja armazenar sua soja, fique atento aos processos de secagem e condições de armazenamento.

E não se esqueça de verificar qual a umidade dos grãos antes da entrada na unidade armazenadora.

A alta umidade pode lhe trazer problemas futuros, por isso tenha atenção!

Passo a passo para uma colheita de soja eficiente

1º Passo: Planejamento

Planeje seu plantio, para colher no momento certo. Planejando o plantio e a colheita, você evita que as plantas fiquem no campo por um longo período.

2º Passo: Manejo Fitossanitário

Faça uma bom preparo do solo e manejo fitossanitário de pragas, doenças e plantas daninhas.

3º Passo: Maturação

Acompanhe o processo de maturação da sua soja.

4º Passo: Manejo de Dessecação

Faça um bom manejo de dessecação no estádio ideal, utilizando boa tecnologia de aplicação. 

Estima-se que a realização da dessecação para colheita de soja fora do estádio recomendado pode ocasionar perdas de até 12 sacas ha-1.

5º Passo: Revisão

Revise as máquinas que serão utilizadas na colheita como colhedoras, bazucas, tratores e caminhões. Evite surpresas no meio da processo!

6º Passo: Velocidade

Mantenha uma velocidade de colheita constante. Altas velocidades resultam em prejuízo.

7º Passo: Umidade

Acompanhe a umidade dos grãos e a previsão do tempo para iniciar e terminar sua colheita com as melhores condições possíveis. 

8º Passo: Transporte e Armazenamento

Planeje como será feito o escoamento e armazenamento de seus grãos. Acompanhar as tendências de mercado pode ajudar neste processo.

Estima-se que em apenas uma safra o Brasil perde aproximadamente 1,076 milhão de toneladas de soja devido a falhas no transporte. Por isso, o transporte e armazenamento dos grãos devem ser planejados e feitos com muito cuidado. 

como é feita a colheita de soja

(Fonte: Dinheiro Rural)

9º Passo: Relatório 

Anote todos os problemas que ocorreram durante a colheita para evitá-los no próximo ano. 

Além disso, tenha em mãos todas as informações sobre a safra atual e as passadas, com ajuda de um software como o Aegro, isso facilitará qualquer tomada de decisão.

reprodução de uma tela de colheita de soja acompanhada pelo Aegro

Exemplo da gestão da colheita pelo Aegro: dados seguros e acompanhamento da operação em alguns cliques

10º Passo: Resultados

Colha os seus grãos! Faça os cálculos de lucratividade e planeje o futuro do sua empresa rural.

Veja mais neste artigo:Planejamento rural eficiente: maximize sua produtividade e aumente seu lucro”.

planilha controle de custos por safra

Conclusão

Realizar o planejamento da colheita é necessário e fundamental para a qualidade do grão.

Por isso, neste artigo vimos o que devemos saber para colher a soja no momento ideal, assim como realizar um bom manejo de dessecação.

Também vimos a importância de colher com a umidade ideal e de evitar chuvas nesse período. 

Além disso, citamos 10 passos de como se planejar para não ter surpresas desagradáveis e fazer uma colheita eficiente. 

>> Leia mais:

“5 perdas na colheita que você pode estar sofrendo e o que fazer para resolver”

Como é feita a colheita de soja em sua lavoura? Já teve algum problema? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Como fazer o controle de frota da fazenda

Controle de frota: veja dicas de como fazer, de como planejar a gestão operacional e tecnologias que podem auxiliar nessa questão. 

O controle de frotas na fazenda pode auxiliar em maiores ganhos financeiros dentro das propriedades.

Mas o gerenciamento da frota não é tão simples de ser realizado!

Você sabia que pode trabalhar com menos máquinas e otimizar os rendimentos operacionais?

Acompanhe neste artigo quais são os pontos principais que você deve avaliar para facilitar sua tomada de decisões quanto ao controle de frota. Confira!

Como fazer controle de frota?

Em qualquer atividade, o controle sobre a frota não é algo tão simples de ser realizado e nas propriedades agrícolas não é diferente. 

Isso porque é uma tarefa que deve envolver cada veículo, seus operadores, vida útil do maquinário, entre diversos outros fatores.

Grandes usinas, como a São Martinho, investem dezenas de milhões de reais para assegurar praticidades e eficiências maiores durante as operações.

O controle de frotas é essencial para que os gestores e donos das propriedades consigam identificar gargalos que prejudicam as eficiências dessa atividade.

Além disso, ter o maquinário disponível no momento da colheita, transporte e armazenamento dos produtos é fundamental para garantir o cumprimento dos prazos e assegurar o lucro das fazendas. 

Para fazer o controle da frota de sua fazenda, o primeiro passo é mapear em uma planilha ou até mesmo no papel todas as operações que sua frota realiza, dentro e fora da propriedade.

Algumas propriedades já possuem tais mapeamentos e devem levantar estes dados com o gestor de frotas, se possível do último ano ou dos últimos seis meses de operações.

controle de frota

Como fazer uma boa gestão de frota?

Para quem deseja iniciar uma boa gestão de frota, do zero, montamos um passo a passo a seguir para orientar no levantamento de informações.

Vale ressaltar que o ideal é que cada propriedade faça suas alterações e modificações para o seu cenário produtivo, buscando um modelo que otimize e traga soluções simples, mas eficazes para sua fazenda.
 

gerenciando o maquinário agrícola

1. Levantamento de informações da frota

O primeiro passo é saber a quantidade de veículos da empresa que estão envolvidos nas operações, sejam tratores, colhedoras, caminhões, carros, motos, etc.

Após a contabilização dos veículos, é necessário anotar os gastos com combustível por equipamento, bem como os custos com manutenções, capacidades operacionais de cada equipamento, rotas e disponibilidade de cada veículo ao longo do ano.

É ideal que se tenha um custo por km rodado de cada equipamento, para fins de comparação e otimização dos processos. 

Também recomenda-se um mapa da necessidade de equipamentos dentro da fazenda, mês a mês, e a partir dessa análise será possível entender a dinâmica de maquinário em cada época.

Outro fator essencial é o dimensionamento da frota para que os custos estejam dentro do ideal para a propriedade.

Frotas subdimensionadas podem acarretar em sobrecargas nos equipamentos, aumentando custos com reparos e manutenções.

Por outro lado, frotas superdimensionadas acarretam em ociosidade operacional e elevação dos custos.

O dimensionamento correto deve potencializar o uso de cada equipamento.

Tenha uma coisa em mente: Um trator grande e mais potente também trará maiores gastos com combustível e manutenções;  já um bem dimensionado realizará a mesma operação e com custos menores.

2. Análise das informações da frota

Uma análise profunda deve ser realizada após o levantamento dos dados – de gastos com combustível, custos com reparo e manutenção.

Para verificar o uso inadequado do equipamento, pode-se utilizar um software de telemetria seguido de treinamento dos condutores para correção.

A manutenção e reposição de peças são fortes agregadores de custos nas operações dentro das fazendas.

Por isso, o ideal é que sejam realizadas manutenções preventivas e não corretivas.

Você pode saber mais neste artigo: “Máquinas agrícolas: Como gerenciá-las”.

Um cronograma de manutenção preventiva também pode ser criado no papel ou com o auxílio de softwares digitais, contendo revisões a cada número de horas, trocas de óleo, filtros e outras peças que demandem reposição, evitando quebras durante a operação. 

O Aegro, por exemplo, pode auxiliar a calcular o custo operacional do maquinário, capacidade efetiva de trabalho e consumo de combustível por hectare.

Você consegue todos esses indicadores de modo mais automático, simples e seguro.

controle de frota aegro

Com esse software, pode-se controlar a quantidade de combustível utilizada e vincular estes valores ao custo realizado em cada talhão.

Para conhecer mais sobre como fazer isso no Aegro, acesse: Custos do maquinário e indicadores de eficiência das máquinas.

Existem usinas que conseguem atingir os mesmos índices produtivos, com redução da frota e otimização dos processos.

Como isso é possível? É simples! Os dados mostram qual marca de trator quebra mais e possui maiores custos com reparo e manutenção.

O segredo está na escolha da marca que trabalha mais e possui custos operacionais menores.

Assim, com o passar do tempo a usina pode vender os equipamentos da marca mais custosa e começar a adquirir os que possuem números melhores.

Este é apenas um exemplo de como o controle de frotas pode otimizar os ganhos dentro da propriedade.

custo operacional de máquinas

3. Planejamento de otimizações na frota

Após uma análise da necessidade de equipamentos, consumo de combustível e rotas que cada máquina percorre na propriedade, é ideal que se tenha em mente algumas metas.

Pense em metas possíveis de serem atingidas, como exemplo, redução de 10% do consumo de combustível e redução de ociosidade da frota.

Até mesmo a contratação de terceiros para realização de atividades dentro da fazenda deve ser considerada como uma possível atuação.

Com dados consistentes em mãos, fica mais simples checar qual equipamento consome mais combustível em operações semelhantes e qual fica mais tempo parado devido à quebra de peças.

Uma vez que se sabe qual equipamento funciona melhor para cada fazenda, decisões de compras futuras são facilitadas.

É fundamental que se tenha assistência e peças de reposição no pós-venda e perto da fazenda, sendo que este pode ser outro fator importante no momento da aquisição dos equipamentos.

Desta forma, as metas devem ser checadas a cada bimestre ou semestre e, caso algo não esteja funcionando conforme o desejado, devem ser feitos ajustes que proporcionem o cumprimento das metas propostas.

4. Gestão de pessoas

Por fim, não teria como esquecer o capital humano envolvido no processo de um controle de frota eficiente da fazenda.

Na maioria das vezes, os operadores desconhecem as faixas de rotações ideais para o menor consumo de combustível e melhor qualidade nas operações.

Alguns softwares de telemetria possuem sistemas de alertas que informam quando os operadores estão trabalhando fora da faixa ideal de rotação, de acordo com cada operação.

Portanto, todos os envolvidos devem ser submetidos a treinamentos que propiciem alcançar melhores rendimentos operacionais no dia a dia.

A análise dos dados por meio de um software pode auxiliar no levantamento dos erros mais frequentes dos operadores, facilitando pontos-chave a serem corrigidos em treinamentos futuros.

Tecnologias para auxiliar no controle de frota

Comentei um pouco dos softwares de telemetria que podem ser colocados nas máquinas e vou explicar como eles funcionam.

Atualmente, já existe tecnologia que pode auxiliar na gestão das frotas da fazenda e, com o auxílio da internet, é possível usar telemetria e rastreabilidade em boas práticas dentro das operações.

A telemetria é um sistema que possibilita identificar como a máquina está sendo operada em campo, bem como acompanhar sua localização em tempo real e acompanhar relatórios de diversos sistemas da máquina.

Por meio de sensores instalados ou levantamento de informações das máquinas, é possível configurar faixas de rotação ideais para cada operação, assim como velocidade de deslocamento e marcha ideal.

Também é possível indicar as causas que acarretaram na parada dos maquinários, como por exemplo, se foi uma quebra de peça, falta de combustível, falta de sementes ou fertilizantes.

Uma análise desses dados pode auxiliar em melhores planejamentos de acordo com cada operação.

Com estes fatores preestabelecidos, é possível realizar as operações com maior qualidade e ainda reduzir custos com combustível, manutenção e uso inadequado dos equipamentos.

Estes softwares facilitam, também, na interpretação de uma série de fatores:

  • Identificação de ociosidade da máquina;
  • Consumo excessivo de combustível;
  • Trabalho fora do padrão preestabelecido;
  • Correção em tempo real de erros operacionais;
  • Identificação de melhores rotas;
  • Identificação de melhores equipamentos;
  • Entre outros. 

Para quem se interessa em adquirir tais equipamentos, muitas empresas estão presentes neste mercado.

As próprias fabricantes possuem seus sistemas próprios de telemetria como a Auteq, atuante nas máquinas da John Deere, e ainda empresas privadas como a Solinftec e a Climate FieldView.

Gerenciamento de Informações Autotec Telemática

Gerenciamento de Informações Autotec Telemática
(Fonte: John Deere)

Conclusão

Falamos um pouco da importância da gestão de frota da fazenda e benefícios econômicos provenientes dessas análises.

Hoje, já estão disponíveis ferramentas tecnológicas que realizam a telemetria das máquinas em campo e em tempo real, facilitando a correção de erros pontuais ou da falta de padronização dentro das operações.

Seja no papel ou em um software de telemetria, cabe a cada produtor escolher o melhor modelo de gestão de frotas que vai trazer benefícios para sua propriedade.

Você já realiza o controle de frota da sua propriedade agrícola? Possui outro sistema de gestão que não mencionei? Adoraria ver seu comentário abaixo.

Adubo para plantio de milho: 5 dicas para maximizar a produção

Adubo para plantio de milho: entenda mais sobre a adubação de plantio e confira recomendações para o sucesso de sua lavoura.

Em 2019, o Brasil se tornou o maior exportador de milho e a tendência para 2020 é o crescimento da área plantada da cultura.

Uma das estratégias para aumentar a produtividade e manter o Brasil entre os maiores produtores é a fertilidade do solo.

Por isso, confira agora as cinco dicas que separamos para te ajudar a ter mais sucesso no adubo para plantio de milho. Aproveite!

Orientações: adubo para plantio de milho

O Brasil é um dos maiores produtores de milho do mundo e, segundo o IBGE, as expectativas de produção para 2020 são cerca de 92,7 milhões de toneladas.

Contudo, de acordo com estudos de pesquisadores da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-Minas Gerais) a manutenção de altas produtividades só é possível levando em conta alguns fatores como:

  • Escolha do híbrido;
  • Tratamento de sementes;
  • Condições climáticas;
  • Fertilidade do solo;
  • Manejo de pragas, doenças e plantas daninhas.

Dentre esses fatores, a fertilidade do solo é um dos mais importantes para a produção de grãos.

Por isso, é essencial que você realize um bom planejamento antes do plantio do milho.

Confira a seguir algumas dicas sobre adubação para plantio de milho que podem auxiliar no seu planejamento – maximizando sua produção de grãos.

1ª Dica: Planejamento Inicial

O preparo para a adubação da cultura inicia muito antes da semeadura. Primeiramente, você deve conhecer todo o sistema de produção da lavoura.

Isso inclui tanto as culturas semeadas na área, quanto as análises de solos atuais e as antigas!

Dessa forma, ter em mãos o histórico das análises já realizadas em outras safras é fundamental para você entender o comportamento de seu solo.

Assim, você entende como ele age com a aplicação de corretivos e com a adubação.

A recomendação deve ser realizada em função da análise de solos e exigência da cultura do milho, podendo variar de acordo com a textura de seu solo.

Realize o planejamento antes de adubar sua lavoura, assim você minimizará seus custos e aumentará a rentabilidade de sua propriedade.

adubo para plantio de milho

2ª Dica: Cálculo de adubação para plantio do milho

Após observar a análise de solo, o segundo passo é verificar se a adubação a ser realizada será a de manutenção ou a de correção.

Já falamos aqui no blog sobre esses conceitos, mas vale a pena relembrar!

A adubação de manutenção, nada mais é aquela que colocamos no solo, sendo a quantidade de nutrientes que foram extrapolados pelas plantas, em outras palavras, aqueles nutrientes que foram colhidos (saindo do sistema).

Já na adubação de correção, acrescenta-se nutrientes no solo visando aumentar o estoque.

Outro fator levado em consideração no momento do cálculo de adubação é a cultura anterior e a produtividade média do milho esperada.

Abaixo podemos observar as indicações para aplicação de nitrogênio para o milho segunda safra, no estado do Paraná.

adubo para plantio de milho

Adubação nitrogenada para o cultivo de milho segunda safra no Paraná
(Fonte: Manual de adubação e calagem para o estado do Paraná)

Acima apresento apenas a tabela indicada para a adubação nitrogenada para o cultivo do milho segunda safra no estado do Paraná.

Porém, caso semeie milho na primeira safra no Paraná, fique atento, pois as indicações sofrem algumas alterações.

Agora se você for de outro estado, pode conferir aqui no blog, ou consultar alguma instituição de pesquisa próxima da sua localização.

Mas se você ainda está em dúvida de como calcular sua adubação na prática, não deixe de conferir o vídeo abaixo, do canal AgricOnline:

3ª Dica: Adubo para plantio de milho – macronutrientes

A adubação de macronutrientes é fundamental para o sucesso do estabelecimento do estande inicial.

Isso porque se tornou rotina de boa parte das regiões optar pela utilização dos macronutrientes parceladamente, parte no plantio e o restante em adubação de cobertura.

Porém o indicado é que cada agricultor leve em conta as particularidades e necessidades de sua propriedade, ficando sempre atento às características físico-químicas de seu solo.

Contudo vale a pena lembrar que alguns cuidados sempre devem ser levados em consideração, como por exemplo:

  • Doses elevadas de potássio, que podem prejudicar o estabelecimento do estande adequado e influenciar negativamente as sementes.
  • Altos níveis de nitrogênio no plantio, que podem ser perdidos por lixiviação e, o excesso de sais no sulco, pode prejudicar a qualidade das sementes.

Já a adubação do fósforo deve ser estratégica, pois no solo esse nutriente é pouco móvel. Uma das alternativas tem sido aplicação de nutrientes via tratamento de sementes.

Um exemplo prático é o Fulltec Mais, composto por nitrogênio, fósforo e alguns micronutrientes.

4ª Dica: Adubo para plantio de milho: micronutrientes

Apesar da quantidade requerida de micronutrientes ser bastante pequena, sua ausência pode refletir em menor desenvolvimento das plantas e, consequentemente, menor produtividade.

A aplicação de micronutrientes no solo muitas vezes é inviável, devido ao comportamento complexo de alguns micronutrientes e a influência de inúmeros fatores sobre sua disponibilidade para as plantas.

Por isso, a aplicação no plantio do milho deve ser realizada com cautela e dentro do planejamento, para evitar perda de fertilizantes e dinheiro.

Nesse caso, novamente a aplicação de nutrientes via tratamento de sementes aparece como uma excelente alternativa!

Atualmente no mercado, existem inúmeros produtos compostos por micronutrientes, por isso observe qual a necessidade de sua lavoura. O agricultor deve sempre consultar seu engenheiro(a) agrônomo(a).

5ª Dica: Adubo para plantio de milho: custos

Os fertilizantes compõem em média 25% dos custos de produção de milho no Brasil. Para você calcular os custos e a quantidade de fertilizantes em sua lavoura, você deve considerar:

  • Aplicação de calcário;
  • Aplicação de gesso agrícola;
  • Aplicação de macro e micronutrientes.

Não esqueça de levar em consideração a dose utilizada, quantidade de nutrientes e preço pago por quilo, litro ou tonelada.

Para facilitar, tenha todas as informações na palma da mão em uma planilha ou software de controle agrícola. 

O Aegro é um software de gestão agrícola que atua mesmo offline e auxilia o produtor da semeadura até a colheita, assim como no cálculo dos custos com adubação. Oferece:

  • Gestão de patrimônio e de máquinas;
  • Operações agrícolas como custos e insumos;
  • Gestão financeira e comercialização;
  • Monitoramento integrado de pragas – MIP;
  • Integração com o Climatempo; 
  • Imagens de satélite e análise NDVI;
  • Cotação de seguro rural; 
  • Anotador – ferramenta para os lançamentos do LCDPR;
  • Entre outras funções para o controle da fazenda. 

É possível testar o sistema de gestão agrícola Aegro de forma gratuita, por meio de:

Também existe a possibilidade de utilizar seus Pontos Bayer para contratar a versão completa do Aegro (clique aqui).

Custo de produção agrícola no Aegro

Visualização de custos de uma fazenda com gestão pelo Aegro (dados são ilustrativos)

Conclusão

A adubação para o plantio do milho é de extrema importância para o estabelecimento da cultura.

Mostramos neste artigo algumas dicas para te auxiliar nessa etapa, desde o planejamento inicial aos custos.

Espero que com essas informações, você consiga realizar o plantio de milho e alcançar altas produtividades. Boa safra!

Como você realiza adubação em sua lavoura? Ficou com alguma dúvida sobre adubo para plantio de milho? Deixe seu comentário abaixo!

Feijão guandu: como ele pode melhorar seu sistema de produção

Feijão guandu: saiba todos os benefícios desse cultivo, suas utilizações como adubo verde, consórcio e na alimentação animal. 

Nos últimos anos, o cultivo de feijão guandu cresceu aproximadamente 50% no mundo. Além de ser uma planta rústica e tolerante a secas e solos inférteis, apresenta um grande potencial para alimentação humana e animal.

Essas características fazem do feijão guandu uma planta extremamente interessante para os sistemas de produção, principalmente os que apresentam déficit hídrico em algum período do ano.

O guandu pode beneficiar o solo, servindo como um ótimo adubo verde, além de poder ser consorciado com outras culturas e incrementado na alimentação animal.

Veremos a seguir os aspectos do feijão guandu, como pode ser introduzido nos sistemas de produção e os benefícios dessa cultura na realidade brasileira.

Características do feijão guandu

O feijão guandu (Cajanus cajan) é uma leguminosa arbustiva da família das fabáceas, semiperene, de crescimento ereto/semiereto e que pode rebrotar após cortado. O ciclo de produção varia de 90 até 180 dias aproximadamente, isso porque o guandu é uma planta sensível ao fotoperíodo. 

Como é uma planta de dias curtos, assim como a soja, a fase vegetativa é influenciada pelo comprimento do dia. 

Dessa forma, quanto mais cedo o plantio (início da primavera) maior o ciclo vegetativo da planta e, consequentemente, maior a produção de biomassa.

feijão guandu

Relação entre biomassa seca e época de semeadura do Feijão Guandu
(Fonte: Modificado de Amabile et al (1996))

O feijão guandu é uma leguminosa e, portanto, é capaz de fixar nitrogênio do ar por meio de associação simbiótica com microrganismos.  

Graças à fixação biológica do nitrogênio, famosa FBN, o guandu apresenta altíssimas porcentagens desse nutriente em seus grãos e nas folhas (entre 15% e 20%).

Por não ter grandes exigências climáticas, pode ser cultivado de modo satisfatório nas regiões tropicais, subtropicais e no semiárido brasileiro.

Para completar o ciclo, o guandu necessita entre 500 e 1200 mm de chuvas. A fertilidade dos solos pode influenciar de maneira pequena no rendimento da planta, sendo que a disponibilidade de microrganismos que propiciem a FBN é o principal fator.

Como resultado, pode produzir de 5 a 15 toneladas por hectare de matéria seca e pode fixar de 90 a 150 kg de nitrogênio no solo por hectare. Sendo que as maiores produtividades ocorrem em solos com pH entre cinco e seis.

Sistema de produção

O feijão guandu pode entrar no sistema de produção como cultura alimentícia durante a segunda safra, como adubo verde e também como suplementação proteica animal. 

Como alimentação humana, seu uso tem crescido em algumas regiões do Brasil por conta da rusticidade da planta, seu elevado teor proteico e sua produção considerável de cerca de uma tonelada de grãos por hectare.

Quando usado como adubo verde, o feijão guandu se destaca não só pela fixação de nitrogênio no solo, mas também pela rápida degradação da sua biomassa, que está relacionada com a alta relação C/N (carbono e nitrogênio) do material. 

Já vimos aqui no Lavoura 10 como a relação C/N influencia na degradação do material vegetal e, também, já discutimos como o uso de plantas leguminosas é inviável pura e simplesmente para a formação de palha no solo. 

Mas os benefícios do guandu não estão na formação de palha. 

Como já citamos, a maior vantagem dessa planta é seu alto teor de nitrogênio e seu potencial na adubação verde e na rotação de culturas, que pode ter grandes benefícios na área. 

Outro uso crescente do feijão guandu no Brasil é na alimentação animal. Aí está outra aplicabilidade para seu alto teor de nitrogênio, já que quanto maior o teor do nutriente maior o teor proteico do alimento.

Dessa forma, muitos produtores têm usado o guandu como forrageira para ser ofertada no inverno para os animais, picada, ensilada com milho, pastejada diretamente affordablepapers e até mesmo em fardos de feno.

Veremos mais sobre alimentação animal mais adiante. Agora, vamos falar um pouco de como contornar as limitações do feijão guandu: consorciando!

Consórcios com feijão guandu

Uma das maneiras de contornar o problema da rápida decomposição da palha formada pelo feijão guandu e, ainda assim, aproveitar seus benefícios no solo como cultura de cobertura e adubo verde é consorciando essa leguminosa com gramíneas.

O guandu pode ser consorciado com milho ou sorgo, com o objetivo de aumentar a qualidade da silagem do material ou apenas para beneficiar o solo. 

feijão guandu

Milho (BRS 1035) solteiro e consorciado com guandu com e sem nitrogênio
(Fonte: Modificado de Oliveira et al (2010))

Também pode-se consorciar com forrageiras tropicais como a braquiária. A Embrapa lançou em 2010 o sistema Santa Brígida que consorcia milho, guandu e braquiária.

Milho (BRS 1035) solteiro e em diferentes consórcios

Milho (BRS 1035) solteiro e em diferentes consórcios
(Fonte: Modificado de Oliveira et al (2010))

Implantado solteiro, consorciado com milho ou com braquiária, a população de guandu semeada é em torno de 10 plantas por metro, espaçadas de 40 cm a 1,2 m. A taxa de semeadura pode chegar em até 40 kg de sementes por hectare.

Relação de Carbono e Nitrogênio na palha das culturas

Relação de Carbono e Nitrogênio na palha das culturas
(Fonte: Modificado de Oliveira et al (2010))

Como podemos ver, quando se realiza o consórcio do feijão guandu alteramos sua relação C/N de aproximadamente 25 para mais de 40, aumentando em muito o tempo de persistência desse material sobre o solo.

Assim, com palha mais tempo sobre o solo, tem-se maior proteção contra a chuva e os processos erosivos, além de maior umidade, temperatura e outros características do solo.

Feijão guandu na alimentação animal

Outro uso para o guandu que tem crescido muito no Brasil é sua utilização na alimentação animal.

Ao contrário de outras leguminosas usadas como adubo verde, como as crotalárias, o feijão guandu não é tóxico para o gado.

Desse modo, ele tem grande serventia para incrementar os teores de proteína nas dietas, por meio de silagem ou pastejo direto.

Como silagem, o guandu pode ser semeado em consórcio com o milho, sendo colhidos e ensilados conjuntamente. Esse processo pode elevar os níveis de proteína bruta da dieta em até 6%.

Valor nutritivo das silagens de milho com níveis crescentes de guandu
(Fonte: Quintino et al (2013))

O feijão guandu também pode ser semeado em consórcio simultâneo com pastagens como braquiária ou sobressemeado. Nesse caso, o objetivo é ser consumido diretamente pelos animais.

Como os animais pastejam pouco o guandu antes do florescimento, o cultivar conseguirá crescer e acumular uma boa quantia de biomassa até se tornar mais palatável no início da seca (pós-florescimento).

Na estação chuvosa seguinte, o material remanescente de guandu deverá ser roçado por volta dos 50 cm de altura, visando sua rebrota e o início de um novo ciclo de vegetação e posterior pastejo.

e-book culturas de inverno Aegro

Conclusão

O feijão guandu pode ser uma ótima opção quando pensamos em alimentação animal, na famosa rotação de culturas e como adubação verde.

Essa leguminosa pode incrementar a produtividade dos sistemas de produção e, de quebra, ajudar na sanidade dos solos agrícolas.

Após anos da “dobradinha” soja-milho, o sistema tende a declinar a produtividade e exige maior quantidade de insumos. Dessa forma, é de extrema importância que possamos variar essa sucessão sem diminuir os lucros.

>> Leia mais:

Qual a melhor época para plantar feijão?

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Adubação de milho para altos rendimentos: Como calcular + planilha grátis

Adubação de milho: veja como calcular e o que você precisa saber para altas produções em sua lavoura.

O milho é uma planta bastante exigente em nutrientes para que sejam alcançadas altas produtividades.

A recomendação de adubação para esta cultura deve levar em consideração os teores disponíveis no solo e extraídos pela planta.

Dessa forma, a exigência nutricional varia conforme a finalidade da produção, seja para grãos ou silagem. Por isso, a adubação também será diferente.

Neste artigo, mostraremos para você como calcular a adubação de milho para produção de grãos e silagem. Aproveite!

Importância da cultura do milho

Juntamente com a soja, a produção de milho representa cerca de 80% da produção de grãos no Brasil.

Na safra de 2018/19, a área plantada do milho safrinha cresceu, principalmente, no Cerrado brasileiro. Isso fez com que a produção de milho na safrinha se tornasse maior que a da safra de verão.

adubação de milho

Mapa da Produção Agrícola – Milho primeira safra
(Fonte: Conab)

Mapa da Produção Agrícola

Mapa da Produção Agrícola – Milho segunda safra
(Fonte: Conab)

Qual a adubação de milho ideal?

A tomada de decisão na adubação de milho deve ser feita levando em consideração os seguintes critérios:

  • Análise do solo;
  • Produtividade esperada: extração e exportação de nutrientes;
  • Fenologia da cultura;
  • Histórico da cultura;
  • Aspectos econômicos.

A análise de solo nos mostrará a disponibilidade de nutrientes no solo e a necessidade de correção da acidez e elevação da saturação por bases do solo.

Já o manejo da adubação de correção é feito para elevar a disponibilidade de outros nutrientes no solo.

Agora, a adubação de manutenção, pode ser feita através da reposição dos nutrientes exportados pela cultura do milho. Ela será o foco deste texto.

A exportação de nutrientes não é uniforme durante todas as fases de desenvolvimento da planta. Por isso, é importante entender sobre o ciclo do milho antes de começarmos a recomendar a adubação.

Como é o ciclo e desenvolvimento do milho?

O ciclo do milho é dividido em estádios fenológicos vegetativos (V) e reprodutivos (R).

Entre V6 e V10, o potencial  número de fileiras por espiga é determinado. Também é uma fase de alta demanda e absorção de nutrientes. 

No estádio V12, a disponibilidade de nutrientes é decisiva para a confirmação da produção e do rendimento da cultura, pois aqui se definem o tamanho da espiga e número de grãos por fileira.

O aparecimento do pendão ocorre no estádio VT, que marca a transição para o estádio reprodutivo do milho. 

Cerca de 63% do nitrogênio (N) e 80% do potássio (K) são absorvidos até o estádio VT!

Assim, fica claro que devem haver nutrientes disponíveis durante o período vegetativo da cultura do milho, principalmente N e K. 

adubação de milho

Percentual de N absorvido pela planta, antes e após o florescimento, e percentual de N presente no grão no período da absorção no pós-florescimento (após VT-R1) e fontes remobilizadas.
(Fonte: Pioneer)

Exigência nutricional da cultura do milho

No caso do milho, a quantidade de nutrientes extraída varia conforme a finalidade da produção: sendo grãos ou silagem. 

Veja na tabela abaixo acúmulo de nutrientes na planta do milho (grãos e parte aérea) e somente nos grãos para cada tonelada de grãos produzida. 

(Fonte: dados médios compilados de vários autores)

Quando o milho é colhido para silagem, a parte vegetativa também é removida, aumentando a quantidade de nutrientes exportada.

Por isso a adubação deve ser ajustada de acordo com a finalidade de produção!

Adubação de milho nitrogenada

O milho é uma cultura bastante exigente em nitrogênio. São necessários em torno de 15 kg por tonelada de grãos produzidos e aproximadamente 23 kg quando se produz silagem.

Para calcular a quantidade de N a ser aplicada, é necessário ter uma ideia da produtividade esperada e a finalidade da produção – grãos ou silagem.

Assim, multiplica-se os valores de produtividade esperada pela extração de N e se tem a demanda desse nutriente da planta.

A cultura anterior também pode influenciar na adubação de milho. Os restos culturais de soja são capazes de fornecer 15 kg de N por tonelada de grãos produzidos.

Também se deve considerar a eficiência dos fertilizantes nitrogenados, que é em torno de 60%.

Assim, se for produzido 10 toneladas de grãos, a exportação é de cerca de 144 kg de N. Considerando uma eficiência de 60%, teríamos que aplicar 240 kg/ha.

E se a ureia possui 45% de N, serão necessários 400 kg/ha desse adubo.

Recomendação de adubação

Recomendação de adubação de manutenção de acordo com a produtividade esperada de grãos
(Fonte: dados médios compilados de vários autores)

Como é feita a adubação de cobertura? 

A recomendação atual é de que seja aplicado em torno de 50 kg/ha de N na semeadura. O restante deve ser aplicado em cobertura.

Essa adubação de cobertura é iniciada quando a planta está com a 3 a 4 folhas formadas. Dessa maneira, o N estará disponível na fase seguinte (V6 a V10) em que é mais exigido, como vimos anteriormente.

As condições para fazer o parcelamento da dose podem ser vistas na tabela abaixo.

Recomendação de adubação nitrogenada de cobertura

Recomendação de adubação nitrogenada de cobertura
(Fonte: Visão Agrícola)

Adubação de milho fosfatada 

Apesar da planta de milho exigir menos fósforo (P) em comparação com N e K, a adubação fosfatada é muito importante para garantir altas produtividades. 

A recomendação de adubação com P é feita conforme o seu teor no solo e a extração da planta. Se a disponibilidade de fósforo estiver abaixo do adequado, devemos fazer a adubação de correção. 

Do contrário, procedemos apenas com a manutenção baseada na extração. Esta dose deve ser aplicada no sulco de plantio. 

Classes de teores de P-resina no solo
(Fonte: Boletim 100-IAC)

Adubação de milho potássica 

O potássio (K) é o segundo nutriente mais exigido pela cultura do milho. 

As respostas à aplicação de K têm sido maiores com a intensificação do cultivo e com a rotação da soja milho, uma vez que esta leguminosa exige altos teores de K. 

A recomendação de adubação potássica para o milho grão ou silagem pode ser feita com base na disponibilidade de K do solo e expectativa de produtividade. 

(Fonte: Boletim 100-IAC)

Por exemplo, com teores adequados de K do solo, a extração para 10 ton/ha de grãos seria de 43 kg. No caso da silagem, esse valor seria de 200 kg.

Por isso, ajustar a adubação conforme a finalidade da produção é muito importante, do contrário, a fertilidade do solo seria debilitada em pouco tempo.

Como doses maiores que 50 kg/ha na semeadura podem prejudicar a germinação da semente, é aconselhado que o restante seja parcelado na adubação de cobertura.

Parcelamento da adubação com potássio

Grande parte do potássio é requerido no começo do ciclo da cultura. 

Até o estádio VT a planta acumula cerca 50% da matéria seca e absorve mais de 80% de sua necessidade total em K. 

Assim, a aplicação restante da dose de K deve ser feita em pré-semeadura ou em cobertura antes de chegar no reprodutivo.

Planilha gratuita para cálculo da adubação de milho

Para te auxiliar, montei uma planilha para o cálculo da adubação de milho com base na extração de nutrientes e produtividade.

adubação de milho

Como calcular: basta entrar com os dados da análise de solo para P e K e produtividade da cultura esperada. Pronto, a planilha faz o restante, tanto para produção de grãos como para silagem.

O download gratuito você pode fazer aqui!

Conclusão 

Como vimos, a adubação do milho deve seguir a análise de solo, expectativa de produção e a fenologia da cultura.

Com teores adequados, atuamos somente com a adubação de manutenção. Do contrário, a fertilidade do solo precisa ser construída com adubações de correção.

O posicionamento das adubações deve respeitar os estádios de maior demanda da cultura.

De acordo a finalidade da produção, grãos ou silagem, a dose aplicada deve ser ajustada para suprir a demanda da cultura. Seguindo esses critérios, você não terá surpresas com a produção de seu milho.

E você, tem alguma dúvida sobre adubação de milho? Conte pra gente nos comentários abaixo. Grande abraço!

Plantio cana ano-meio: Quais as particularidades e orientações para melhorar o canavial

Plantio cana ano-meio: veja dicas para auxiliar no manejo como espaçamento, uso de vinhaça e de torta de filtro, épocas de plantio e mais. 

Você sabia que o Brasil é o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo? São mais de 8,6 milhões de hectares cultivados (SENAR, 2018).

A cana-de-açúcar é uma cultura com três épocas de plantio: cana de ano (outubro a dezembro – início da estação chuvosa), cana de ano e meio (janeiro a março) e cana de inverno (locais com disponibilidade de água).

A seguir, vamos tratar sobre o plantio cana ano-meio, suas características e dicas para melhor produtividade no canavial. Confira!

Plantio cana ano-meio: definição

A cana de ano-meio é aquela com ciclo de 18 meses, com plantio entre janeiro a março.

No entanto, de abril a agosto (devido ao inverno) o crescimento da cana de ano e meio é lento. 

Assim, a cultura começa a vegetar entre os períodos de setembro a abril, amadurecendo nos próximos meses até completar de 16 a 18 meses.

O plantio cana ano-meio é o mais utilizado pelo produtores rurais, devido às maiores produtividades, mas é necessário um tempo maior para a colheita.

plantio cana ano-meio

Ciclos da cana-de-açúcar e variações na temperatura e pluviosidade da região centro-sul do Brasil
(Fonte: Luis Fernando Sanglade Marchiori)

Vantagens do plantio de cana de ano e meio

No ano, o período de janeiro a março é o melhor para o plantio de cana-de-açúcar.

Isso porque esses meses apresentam temperatura e umidade que favorecem a brotação da cana-de-açúcar.

Essa brotação rápida reduz a incidência de doenças nos toletes, como a podridão abacaxi que é causada pelo fungo Thielaviopsis paradoxa. A doença ocorre devido ao atraso na brotação das gemas, a baixas temperaturas e seca no plantio.

Estádios de desenvolvimento da cana-de-açúcar

Estádios de desenvolvimento da cana-de-açúcar
(Fonte: YARABRASIL, 2016

Quer saber mais sobre o plantio de cana-de-açúcar? Leia também o artigo: Como plantar cana-de-açúcar para altas produtividades”.

Espaçamento do plantio cana ano-meio

O espaçamento utilizado varia de acordo com a fertilidade do solo e com a variedade de cana-de-açúcar, sendo uniforme ou combinado.

Assim, o espaçamento uniforme é aquele em que as distâncias entre os sulcos são iguais em toda área de plantio.

Já o combinado é conhecido como espaçamento abacaxi em cana-de-açúcar, feito com duas linhas de cana plantadas, a 30 cm de distância uma da outra, com espaçamento da entrelinha de 1,50 metros – num total de 1,80 metros. 

O objetivo do espaçamento combinado é de propiciar condições para o controle do tráfego.

Em solos mais arenosos, utiliza-se espaçamento de 1 m ou 1,20 m, pois permitem que a cana-de-açúcar feche mais rápido a entrelinha, reduzindo gastos com o controle de plantas daninhas.

Em solos férteis e nas áreas onde a colheita for mecanizada, o espaçamento deve ser de pelo menos 1,5 m para evitar a compactação e o pisoteamento das linhas.

plantio cana ano-meio

(Fonte: Professor Doutor Alexandrius de Moraes Barbosa)

Épocas de plantio em função dos ambientes de produção

Como sabemos, a cana-de-açúcar possui ambientes de produção e o plantio dos canaviais pode variar de acordo com este fator.

Veja na figura abaixo como o plantio pode variar de acordo com o solo, sua textura, o relevo e as épocas de plantio.

Épocas de plantio da cana-de-açúcar

Épocas de plantio da cana-de-açúcar em função dos ambientes de produção, tipos de solos, drenagem, textura e relevo
(Fonte: Boletim Técnico IAC, 2016)

Adubação de base para plantio cana ano-meio

A adubação na cultura da cana-de-açúcar vai ser diferente se for cana-planta ou cana-soca.

Na cana-planta, ou seja, no plantio da cultura, utiliza-se altas doses de fósforo e potássio, mas baixas doses de nitrogênio.

Já em cana-soca, utiliza-se altas doses de nitrogênio e potássio e baixas doses de fósforo.

Os nutrientes que devem ser fornecidos com a adubação em cana-de-açúcar são: 

  • Nitrogênio; 
  • Fósforo;
  • Potássio;
  • Cálcio;
  • Magnésio;
  • Enxofre;
  • Boro;
  • Cobre;
  • Manganês;
  • Zinco;
  • Molibdênio. 

A quantidade a ser colocada de cada nutriente varia na extração e exportação destes pela cultura. 

Extração e exportação de macronutrientes para a produção de 100 t de colmos
(Fonte: Vitti et al. (2005))

Extração e exportação de micronutrientes para a produção de 100 t de colmos
(Fonte: Vitti et al. (2005))

Quer saber mais sobre adubação de cana-de-açúcar? Leia também o artigo: Adubo para cana: principais recomendações para alta produtividade”.

Uso de vinhaça em cana-de-açúcar

A vinhaça é o resíduo da produção de álcool etílico (etanol), sendo que a cada litro de etanol produzido, 12 litros de vinhaça são gerados.

Desta forma, a vinhaça é aplicada nos canaviais com o objetivo de atingir maiores produtividades e reduzir o uso de fertilizantes nas lavouras.

Além disso, com esse método também é possível reduzir o uso de água para irrigação e aumentar a fertilidade dos solos, o que reduz custos.

Entretanto, deve-se lembrar que há um limite no uso de até 300 m³/ha. O uso em excesso pode causar danos em solos rasos e/ou arenosos, além de contaminação de água subterrânea.

A vinhaça é capaz de fornecer ao solo água e nutrientes, como cálcio, magnésio e potássio, o que contribui para altas produtividades dos canaviais.

Geralmente, é utilizada na cana-soca fornecendo parte do nitrogênio e todo o potássio necessário para o canavial.

Em doses adequadas, as principais vantagens de utilizar a vinhaça no plantio cana ano-meio são:

  • Aumento da produtividade do canavial;
  • Melhora das propriedades químicas e biológicas do solo;
  • Aumento da matéria orgânica;
  • Ajuda na melhora da fertilidade do solo;
  • Aumento do poder de retenção de água pelo solo.
plantio cana ano-meio

Plantio de mudas pré-brotadas de cana-de-açúcar
(Fonte: da autora)

Uso da torta de filtro nos canaviais

A torta de filtro, assim como a vinhaça, também é um resíduo da indústria sucroenergética.

Em sua composição podemos encontrar de 1,2% a 1,8% de fósforo, 70% de umidade, alto teor de cálcio, uma boa quantidade de micronutrientes e 50% de fósforo prontamente disponível para a planta.

Para saber mais sobre o uso de fósforo em cana-de-açúcar, leia também o artigo: Como fazer manejo de fósforo para aumentar a produção de cana”.

A alta concentração de umidade na torta de filtro é muito importante nos plantios realizados durante o inverno, porque precisam da umidade para a brotação.

O método é muito utilizado em cana-planta, na dose de 80 a 100 toneladas/ha. Em cana-soca pode ser aplicada a torta de filtro de 40 a 60 toneladas/ha nas entrelinhas.

Também pode ser utilizada na dose de 15 a 35 toneladas/ha (sulco) em área total.

planilha ponto otimo de renovacao canavial

Conclusão

Neste texto vimos mais sobre o que pode auxiliar o produtor para manter ou aumentar a produtividade dos canaviais, principalmente em plantio cana ano-meio. 

Conferimos também as épocas de plantio, adubação, espaçamento, uso de vinhaça, torta de filtro, entre outras particularidades da cultura da cana-de-açúcar.

O plantio da cana pode ser feito em três épocas e em usinas, com o devido planejamento, todas são utilizadas. Cada uma tem suas particularidades e envolvem alguns cuidados diferentes. 

>> Leia Mais:

5 passos para fazer o cultivo do consórcio cana e milho

Como fazer o melhor manejo da broca da cana-de-açúcar

E você, tem mais dicas sobre plantio cana ano-meio? Adoraria ver o seu comentário abaixo!

Mercado futuro da soja: seu funcionamento e as principais vantagens

Mercado futuro da soja: entenda como funciona, as principais vantagens e desvantagens e como você pode tirar proveito disso para alavancar sua rentabilidade.

E se eu te falar que você pode vender soja sem ter plantado ou comprar um “caminhão” de soja sem ter um silo para guardar?

Pois é, isso é possível no mercado futuro da soja.

Pode parecer complicado no começo, mas no futuro é uma boa maneira de assegurar o preço de venda e faturar no mercado.

Nesse artigo vamos abordar como funciona o mercado futuro da soja e como você, empresário rural, pode tirar proveito disso para aumentar sua lucratividade. Confira comigo!

O que é o mercado futuro da soja?

Sem complicações e em palavras simples, o mercado futuro da soja assegura o preço de hoje para a venda que você fará amanhã.

Mas como isso funciona? Eu explico. Por exemplo…

Vamos supor que hoje a cotação da soja  2019/20 está em R$ 80 por saca de 60 kg e, para o empresário rural, esse é um bom preço. Então prefiro não esperar, porque “vai que o preço despenca quando for vender”.

Assim, pode-se proteger das oscilações do mercado fazendo um contrato de mercado futuro e fixando o preço da soja nos R$ 80 de hoje, mesmo que a venda só se concretize meses depois.

Como veremos a seguir, temos muito o que levar em consideração ao atuar neste mercado, mas podemos tirar bom proveito disso.

Como funciona o mercado futuro da soja?

Assim como para outras commodities, os contratos são negociados na bolsa BM&FBovespa e podem ser relativos à soja Brasil ou à soja da bolsa de Chicago (Estados Unidos). Em ambos os casos os contratos são fixados em dólar.

mercado futuro da soja

(Fonte: AFNews)

Nesse mercado, se negocia soja a granel tipo exportação, com certas especificações de pureza e teor mínimo de óleo. Cada contrato segue as condições da tabela abaixo.

Os contratos em aberto ficam disponíveis no site da BM&FBovespa e o ideal é que você escolha entre esses junto com a sua corretora.

O calendário de negociações segue de acordo com o pré-estabelecido pela BM&FBovespa, disponível aqui, com informações relativas às atividades de negociação, registro, compensação, liquidação e depósito centralizado durante o referido ano.

Vale lembrar que no mercado futuro só existe a liquidação financeira, em primeiro momento, não há a entrega do produto físico. Sendo que isso é um grande atrativo para investidores. 

Se você tiver curiosidade de entrar no site da bolsa, verá que existem vários códigos para designar os produtos e serviços. Parece complicado, mas eu explico.

Como são formados os preços? 

A formação dos preços de qualquer contrato disponível para o mercado futuro da soja depende da cotação do mercado físico, dada pelo indicador da soja Cepea/Esalq-Usp e da proximidade do mês de vencimento do contrato.

Assim, quanto mais alto o valor do indicador do mercado físico, mais o contrato futuro de soja se valoriza.

No entanto, essa valorização é limitada pela proximidade do mês de vencimento. Quanto mais próximo da data, menor a valorização.

Entenda os códigos

O mercado futuro da soja utiliza códigos que indicam o produto negociado, o mês de vencimento e o ano. É importante entender essas siglas para quando for realizar suas operações no futuro.

Veja na imagem abaixo como são formados os códigos:

mercado futuro da soja

(Fonte: Autor, de acordo com as diretrizes da BM&FBovespa)

Desta forma, os meses seguem uma nomenclatura específica, que apresento na tabela abaixo.

meses de vencimento mercado futuro da soja

(Fonte: Autor, de acordo com as diretrizes da BM&FBovespa)

Vale lembrar que a data de vencimento e o último dia para negociação do contrato é sempre o 2º dia útil anterior ao mês de vencimento.

Tarifações e garantias

Para investir no mercado futuro da soja, é exigido que se tenha a garantia mínima de 4.32% do valor do negócio em conta, em ações ou em títulos do tesouro. Também existem tarifações para cada negócio.

Veja as principais tarifas cobradas em operações:

Repare que as tarifas dependem do volume de contratos e do tempo de permanência.

Quais as vantagens e desvantagens do mercado futuro da soja?

Vantagens

Com o mercado futuro da cultura de soja você consegue fixar o preço atual, protegendo-se contra oscilações do mercado.

Pelo fato da liquidação ser apenas financeira e não do produto físico em primeiro momento, isso é interessante para investidores pois não é necessário possuir um silo para comprar ou uma planta de soja para vender.

Assim, há a possibilidade de especular o mercado – como em qualquer investimento na bolsa – o que possibilita alavancar sua lucratividade.

Desvantagens

Como todo investimento, o mercado futuro da soja está sujeito a riscos. Os preços podem subir acima do que você fixou ou, ainda, existe a possibilidade de perder dinheiro com especulações na bolsa.

Por isso, o ideal é entender a dinâmica e o funcionamento do mercado futuro antes de entrar nessa jogada. 

Da mesma forma, especular na bolsa pode ser uma maneira de ganhar mais com a venda ou acordo de compra da soja, mas sempre tenha cautela.

Como investir no mercado futuro da soja?

Se após tudo o que abordamos até agora, você se interessou pelo mercado futuro da soja, decidiu conhecer mais a fundo e investir, o que você precisa fazer é encontrar uma corretora que opere na bolsa.

No site da BM&FBovespa, você encontra uma lista completa de corretoras, basta escolher uma de sua confiança e que trabalhe neste mercado.

A partir disso, faça seus investimentos e tome suas decisões de compra e venda. Geralmente, o contato é por telefone, mas algumas corretoras disponibilizam canais online para fazer suas operações. 

planilha de produtividade da soja

Conclusão

Como conferimos no texto, o mercado futuro da soja é uma opção para quem quer fugir das oscilações do mercado e garantir o preço atual na venda que virá.

E como ressaltamos, é um mercado onde não ocorre a venda física da soja em primeiro momento – há apenas a liquidação financeira do produto. Por essa razão, muitos investidores utilizam esse mercado para especulação e como alavanca para se ganhar dinheiro.

Embora existam algumas garantias iniciais e taxas que devem ser pagas, quando se entende o funcionamento esse mercado se torna um ótimo aliado para aumentar a rentabilidade do produtor e, principalmente, do empresário rural.

>> Leia mais:

“Veja a previsão do preço da soja para 2022″

Venda da soja: como garantir uma boa negociação de forma antecipada”

E você, já comprou ou vendeu no mercado futuro da soja? Restou alguma dúvida sobre este assunto? Conte pra gente nos comentários abaixo. Grande abraço e até a próxima!