Financiamento de Plantio 2025: Tire todas as Dúvidas

O financiamento de plantio é uma forma de viabilizar seus projetos e impulsionar a produtividade no campo.

Essa linha de crédito cobre boa parte dos custos da produção agrícola antes da colheita e da geração de receita.

Ou seja, mesmo antes de vender a safra, você precisa investir pesado, e o financiamento surge como um opção de antecipar esse capital.

Se você é produtor rural e busca entender melhor como custear sua próxima safra, este conteúdo é para você. Acompanhe!

O que é financiamento de plantio?

O financiamento de plantio, também conhecido como custeio agrícola, custeio rural ou custeio agropecuário, é usado para cobrir as despesas operacionais do ciclo produtivo.

É como se fosse um capital de giro da sua lavoura, que permite financiar os gastos para levar a produção adiante, desde a compra de insumos até a colheita ou o manejo dos animais.  

Mas o que exatamente o custeio pode cobrir? A lista é variada e busca atender às necessidades rotineiras da produção, como:

  • Na agricultura: Compra de sementes, fertilizantes, defensivos, mudas, gastos com preparo do solo, plantio, tratos culturais e colheita;
  • Na pecuária: Aquisição de ração, sal mineral, medicamentos veterinários, vacinas, inseminação artificial, e até a compra de animais para recria e engorda (em alguns casos);
  • Outras despesas: Em algumas linhas, pode cobrir até pequenos investimentos ligados ao ciclo, como a aquisição de silos (com limites percentuais sobre o valor do custeio).  

Algumas linhas de custeio, como as oferecidas pelo Banco do Brasil, podem financiar até 100% do orçamento apresentado, garantindo que você tenha acesso aos melhores insumos para um ciclo produtivo bem-sucedido.

Essa possibilidade de financiar a totalidade dos custos operacionais alivia o fluxo de caixa, mas exige um planejamento financeiro cuidadoso para gerenciar o endividamento e garantir o pagamento após a venda da produção.  

Planilha de controle de endividamento rural

Principais tipos de crédito rural para custeio em 2025

Para a safra 2025, as condições de crédito rural são definidas pelo Plano Safra 2024/2025, a principal política do governo federal para o setor.

Anualmente, o Plano Safra estabelece os volumes de recursos disponíveis, as taxas de juros, os prazos e os públicos prioritários para o financiamento agropecuário.

Para o ciclo 2024/2025, foi anunciado um volume recorde de R$ 475,5 bilhões no total, sendo R$ 76 bilhões destinados especificamente à agricultura familiar (Pronaf) e R$ 400,59 bilhões para a agricultura empresarial (incluindo médios produtores via Pronamp).  

Dentro desse universo, se destacam alguns programas e tipos de linhas de crédito para custeio. Os principais são:

1. Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar)

O Pronaf é destinado para agricultores familiares que se enquadram em alguns critérios legais, sendo eles:

  • Ter Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF) ativo;
  • Respeitar o limite de Renda Bruta Familiar Anual (RBFA);
  • Possuir a maior parte da renda vinda da atividade agropecuária;
  • Usar mão de obra predominantemente familiar;
  • Ter área de até 4 módulos fiscais.

O Pronaf é a principal fonte de crédito para pequenos produtores, com as menores taxas de juros do mercado, subsidiadas pelo governo.

As taxas variam conforme o tipo de produção, sendo menores para alimentos básicos e agroecológicos.

Já os limites de financiamento são voltados à agricultura familiar, público-alvo do programa, reconhecido como essencial para seu desenvolvimento no Brasil.

Crédito rural: como funciona e o que você precisa saber para obter

2. Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural)

Produtores rurais cuja Renda Bruta Anual (RBA) ultrapassa o teto do Pronaf, mas se mantém dentro do limite estabelecido para o Pronamp (atualmente R$ 3 milhões). É preciso ter no mínimo 80% da renda originária da atividade agropecuária.  

O Pronamp oferece condições de financiamento mais vantajosas que as linhas de mercado com recursos livres, mesmo com juros amiores aos do Pronaf.

Para o Plano Safra 2024/2025, a taxa de juros para custeio e comercialização no Pronamp foi fixada em 8% ao ano. O limite de financiamento para custeio é de R$ 1,5 milhão por ano agrícola.  

3. Linhas de Crédito de Bancos (Públicos/Privados) e Cooperativas (Recursos Livres/Outros)

Produtores rurais de todos os portes podem acessar crédito rural para financiamento de plantio, conforme a política de cada instituição financeira.

Além de operarem os recursos dos programas oficiais, as instituições como Banco do Brasil e CAIXA, e cooperativas de crédito como Sicredi, Cresol e Sicoob, também oferecem linhas de custeio com recursos próprios ou de outras fontes.

As condições dessas linhas são definidas pelas próprias instituições e, geralmente, seguem o mercado, sendo menos vantajosas do que as linhas subsidiadas pelo governo.

Linha de CréditoPúblico-Alvo (Resumo)Taxa de Juros Referência (a.a.)*Limite Referência (por ano-safra)*Onde Solicitar
Pronaf CusteioAgricultores Familiares (CAF, Renda até R$500k, etc.) 0,5% a 6% Até R$ 250 mil Bancos e Cooperativas Credenciadas
Pronamp CusteioMédios Produtores (Renda até R$3M, 80% agro) 8% Até R$ 1,5 milhão Bancos e Cooperativas Credenciadas
Linhas Livres/OutrasTodos os portes (conforme instituição)Variável (Mercado) Variável (conforme instituição)Bancos e Cooperativas

*Valores de referência baseados no Plano Safra 2024/2025. Condições podem variar. Consulte a instituição financeira.

Como solicitar financiamento de plantio?

Conseguir o financiamento de plantio para sua safra 2025 pode parecer complexo, mas seguindo alguns passos e com organização, o processo se torna mais claro.

Seja para Pronaf, Pronamp ou outras linhas, o caminho geral costuma ser semelhante, necessitando de:

  1. Planejamento de tudo o que você precisa
  2. Documentos pessoais, como RG, CPF, comprovante de estado civil e residência;
  3. Escolha da instituição financeira;
  4. Apresentação da proposta e análise;
  5. Acompanhamento e fiscalização da instituição;
  6. Liberação dos recursos na sua conta ou aos fornecedores, de acordo com o cronograma estabelecido.  

Como conseguir financiamento para plantio de soja?

O processo é exatamente o mesmo. A principal diferença estará na linha de crédito, que envolve áreas e custos maiores, se enquadrando melhor no Pronamp ou utilizam linhas de crédito com recursos livres.

O Pronaf Custeio também pode financiar soja para agricultores familiares, mas o limite de R$ 250 mil pode ser baixo para grandes áreas.

A taxa de juros provavelmente será a geral, de 6% na safra 24/25, a menos que se encaixe em alguma condição especial.

Financiamento de Plantio: Financiando de terras e culturas

O crédito rural oferece soluções para para o financiamento de culturas específicas e compra de terra, que também são importante para o financiamento de plantio.

As linhas de custeio do Pronaf, Pronamp e linhas livres são aplicáveis para financiar as despesas de produção da maioria das culturas, como café, soja, cacau, mandioca e laranja.

O que pode mudar de uma para a outra são as condições específicas, especialmente dentro do Pronaf. Veja:  

Incentivos no Pronaf

Como vimos, o Pronaf tem taxas de juros mais baixas para o custeio de produtos essenciais, como mandioca, feijão, arroz, milho (até R$ 20 mil), e algumas frutas como laranja.

As culturas ligadas à sociobiodiversidade, como cacau extrativo ou cultivado em sistemas agroecológicos/orgânicos, também podem ter acesso a taxas reduzidas . Isso funciona como um estímulo direto para investir nessas produções.  

Culturas de maior escala

Culturas como soja e café , que demandam maior volume de recursos e tecnologia, costumam ser financiadas via Pronamp ou por de linhas de crédito de bancos e cooperativas.

As projeções indicam crescimento contínuo para essas culturas nos próximos anos , reforçando a importância do acesso ao crédito.  

Comprar terra é um passo gigante e representa um investimento de longo prazo, muito diferente do custeio, que cobre as despesas de um ciclo produtivo.

Por isso, as linhas de crédito para aquisição de terra são específicas. A principal política pública para isso é o Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF), rebatizado como Terra Brasil.

O objetivo é permitir que agricultores familiares sem terra ou com pouca terra consigam comprar seu próprio imóvel rural.  

Como o Terra Brasil funciona?

O programa usa recursos do Fundo de Terras do Governo Federal para financiar a compra da terra e o investimentos básicos necessários para iniciar a produção, estruturar a propriedade e os custos com documentação.

O processo pode ser de forma digital, pelo do portal Gov.br, com a participação de entidades de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) credenciadas, que ajudam na elaboração do projeto.  

As condições estão liberadas para trabalhadores rurais sem terra, posseiros, arrendatários, parceiros, meeiros e proprietários de áreas muito pequenas.

O programa ainda disponibiliza diferentes linhas de crédito com condições variadas. Veja:

  • PNCF Mais: Para famílias com RBFA de até R$ 58.235,86 e patrimônio de até R$ 140 mil. Juros de 2,5% a.a;
  • PNCF Social: Para famílias inscritas no CadÚnico, com RBFA de até R$ 29.117,93 e patrimônio de até R$ 70 mil (região Norte e SUDENE). Juros de 0,5% a.a;
  • PNCF Jovem: Para jovens agricultores (menos de 30 anos) com RBFA de até R$ 58.235,86 e patrimônio de até R$ 140 mil. Juros de 0,5% a.a;
  • PNCF Empreendedor: Para famílias com RBFA de até R$ 314.379,46 e patrimônio de até R$ 500 mil. Juros de 4% a.a;
  • O teto de financiamento por beneficiário é de R$ 293.527,64. Há também um bônus de adimplência (desconto) para quem paga as parcelas em dia.  
Divulgação do kit de gestão financeira da fazenda. na lateral direita, uma foto com cédulas de real, calculadora e caneta

Daniel Oliveira

Formado em Ciências Contábeis, pós-graduado em gestão financeira, Mestre em Contabilidade e finanças pela UFMG, Doutorando em Economia aplicada pela USP Esalq.

Guia para iniciantes sobre agricultura de precisão 

Você já parou para pensar por que algumas partes do seu talhão produzem mais que outras, mesmo recebendo o mesmo tratamento? 

Essa pergunta é comum para quem vive o dia a dia no campo. A boa notícia é que a agricultura de Precisão (AP) é uma forma de fazer isso. 

O uso de tecnologias agrícolas, como a AP, tem permitido um manejo melhor elaborado e detalhado da propriedade, áreas e culturas. 

Poder plantar a quantidade certa de sementes, fornecer o adubo exato que solo precisa e aplicar defensivos apenas onde a praga realmente está, já é uma realidade.

Neste artigo, você vai conhecer os conceitos e vantagens da agricultura de precisão e quais ferramentas estão tomando conta das lavouras. 

O que é agricultura de precisão?

A agricultura de precisão é uma estratégia de gestão de informações das culturas agrícolas para coletar, processar e analisar dados sobre as variações espaciais e temporais dentro de uma lavoura. 

O objetivo principal é otimizar a produção agrícola, a sustentabilidade da fazenda e a produtividade.

A AP reconhece que sua lavoura não é um algo uniforme. Existem diferenças nas características do solo (fertilidade, textura, umidade), no relevo, na incidência de pragas e doenças, e até no potencial produtivo de cada metro quadrado. 

A agricultura de precisão usa a tecnologia para mapear essas diferenças, permitindo um um manejo “metro a metro”, aplicando os insumos de acordo com a necessidade de cada local.

Quais são os benefícios da agricultura de precisão?

Há inúmeras vantagens da agricultura de precisão em relação a economia e a saúde da fazenda. 

A partir desse método, temos informações que auxiliam a tomar decisões, permitindo aplicar somente o necessário em cada pedaço da propriedade. Isso gera vários benefícios como:

1. Aumento da eficiência e produtividade 

Ao aplicar insumos apenas onde, quando e na quantidade necessária, você evita o desperdício e otimiza o potencial produtivo de cada área.

Isso leva a um melhor desenvolvimento das culturas e a um aumento na produtividade geral da lavoura. 

2. Redução de custos

A economia pode ser grande, especialmente com fertilizantes e defensivos

Além disso, a otimização das rotas das máquinas com GPS e piloto automático reduz o consumo de combustível e o tempo de operação. 

3. Sustentabilidade ambiental

Usar menos insumos químicos e aplicar de forma mais inteligente minimiza a contaminação do solo e da água, contribuindo para a preservação do meio ambiente.

4. Decisões mais estratégicas

A coleta e análise de dados detalhados sobre a lavoura oferecem informações para decisões de manejo mais assertivas.

Isso inclui desde o planejamento do plantio até a colheita, passando pelo manejo de fertilidade e pragas.

5. Melhora na qualidade do produto 

Um manejo personalizado, que atende às necessidades da cultura em cada ponto da lavoura, pode resultar em produtos agrícolas de maior qualidade, mais uniformes em tamanho, cor e sabor, atendendo melhor às exigências do mercado.

Comparativo: Plantio tradicional vs. plantio com agricultura de precisão

CaracterísticaPlantio TradicionalPlantio com AP
Gerenciamento da ÁreaUniforme (baseado na média)Localizado (baseado na variabilidade)
Uso de TecnologiaBaixo a Médio (mecânico)Alto (GPS, VRT, Sensores, Software) 13
Aplicação de Insumos (Sementes/Adubo)Taxa FixaTaxa Variável (VRT) 11
Precisão no Plantio (Espaçamento/Pop.)Menor (depende do operador/máquina)Maior (automação, controle linha a linha) 2
Uso de DadosLimitado/HistóricoIntensivo (tempo real, mapas, análise) 13
Potencial de Eficiência (Insumos)MenorMaior (otimizado) 1
Potencial de ProdutividadeLimitado pela médiaOtimizado por zona 1
Impacto Ambiental (Insumos)Potencialmente maior (desperdício)Potencialmente menor (uso racional) 1

Quais são as ferramentas usadas na agricultura de precisão?

Muita gente confunde agricultura de precisão com somente o GPS agrícola, piloto automático ou até mesmo drones

Todas estas tecnologias são ferramentas de agricultura de precisão nas fazendas, que trabalham juntas.  

Esses equipamentos são componentes de um sistema integrado de gestão para levantar dados e aplicações em campos. Confira: 

1. GPS agrícola

O GPS fornece as coordenadas geográficas exatas de qualquer ponto da lavoura, permitindo criar mapas detalhados, guiar máquinas agrícolas e registrar amostras de solo.

Para operações que exigem altíssima precisão, como o plantio, sistemas de correção como o RTK são utilizados para reduzir a margem de erro.

O GPS é como o endereço de cada ponto da sua lavoura, sendo importante para saber onde aplicar cada insumo ou semente.

2. Máquinas de Taxa Variável 

Após identificar e mapear áreas semelhantes no talhão, o próximo passo é tratar de forma específica — seja na adubação ou no controle de pragas e doenças. 

Para isso, são usadas máquinas que aplicam produtos em taxas variáveis, como fertilizantes, fungicidas e inseticidas.

Essa tecnologia permite que plantadoras, distribuidores e pulverizadores ajustem automaticamente a quantidade de insumos aplicada enquanto operam. 

Isso é possível graças aos mapas de prescrição, carregados no computador de bordo da máquina, que indicam a dose ideal para cada parte da área.

3. Colheita monitorada

Toda e qualquer alteração no manejo das áreas irá refletir na produtividade. 

Ter uma colhedora que monitore esse processo de acordo com o georreferenciamento é a maneira mais fácil de verificar a eficiência das aplicações. 

Além disso, esses dados formam os mapas de colheita, que servem de base para as próximas safras/safrinha.

4. Sensores (Remotos, de solo e de planta) 

Os sensores são como os olhos e os ouvidos dentro da agricultura de precisão e do campo. A partir deles são coletados dados sobre o solo, as plantas, o clima e as máquinas — em tempo real.  Veja: 

Sensores remotos (drones e satélites)

Drones e satélites capturam imagens da lavoura em diferentes espectros de luz, avaliando a saúde das plantas em larga escala. 

Com essas imagens, são gerados índices como o NDVI, que mostra o vigor da vegetação e ajuda a identificar estresse hídrico, falta de nutrientes ou pragas. 

Já os drones oferecem alta resolução e monitoramento sob demanda e os satélites cobrem grandes áreas com frequência.

Sensores de solo

Podem medir diversas propriedades do solo diretamente no campo, como teores de nutrientes, pH, umidade, compactação e condutividade elétrica. 

Esses dados geram mapas de fertilidade, que servem de base para a aplicação de corretivos e fertilizantes em taxa variável. 

Sensores de planta

Instalados em máquinas ou portáteis, medem características das próprias plantas, como o teor de clorofila ou a refletância da luz nas folhas.

Essas informações ajudam a avaliar o estado nutricional da cultura em tempo real, permitindo ajustes finos na adubação, especialmente a nitrogenada.

5. Software de gestão rural

A agricultura de precisão traz uma capacidade enorme de captar dados e usá-los para tomada de decisão mais rápida e assertiva dentro da propriedade. 

Para isso, os softwares de gestão rural são indispensáveis, já que potencializam as ferramentas aplicadas e permitem a análise de muitos mais dados. 

Um exemplo disso é o software Aegro, que  integra operações do campo ao escritório, gerando de forma automática indicadores agrícolas e financeiros.

6. Piloto Automático Agrícola

Alguns maquinários mais modernos já saem de fábrica com piloto automático integrado ao GPS

Essa tecnologia permite o georreferenciamento da área e o mapeamento das heterogeneidades dela. 

Utilizando sinais de GPS de alta precisão (como RTK), o piloto automático guia tratores, pulverizadores e colhedoras ao longo de trajetórias pré-definidas.

Isso reduz falhas e sobreposições, gerando economia com combustível e trabalhar em condições de baixa visibilidade.

7. Semeadoras/plantadoras de precisão 

As plantadoras modernas vão muito além de lançar sementes no solo e usam GPS para piloto automático, VRT para aplicar sementes e fertilizantes em taxas variáveis, e sistemas de dosagem com alta precisão. 

Também controlam a profundidade da semeadura e contam com sensores que detectam falhas ou sementes duplas. 

Essas máquinas ainda contam com desligamento automático por seção ou linha evitando sobreposição e desperdício. Tudo isso garante precisão milimétrica no plantio.

Kit de gestão do maquinário da fazenda

Quais são as etapas da agricultura de precisão?

Todas as ferramentas da agricultura de precisão devem ser utilizadas em etapas específicas. Confira quais são:

Etapa 1: Coleta de dados

Antes de agir, você precisa coletar os dados da sua lavoura. Afinal, você precisa saber exatamente a situação do solo, das daninhas presentes, dos fertilizantes utilizados.

Para coletar dados da lavoura, é necessário usar ferramentas de agricultura de precisão.

Por exemplo, GPS agrícola, drones, telemetria e sensores podem ser utilizados para coletar os dados. É importante dar atenção a essa etapa, já que é ela que te ajuda nas tomadas de decisão.

Essas informações podem ser exportadas em tempo geral ao seu sistema de gestão, como na integração entre Aegro e as plataformas Climate FieldView e Operations Center John Deere.

Etapa 2: Planejamento

Com os dados coletados, é hora de planejar as ações na lavoura. Sabendo como está a situação do solo e das plantas, você consegue elaborar um mapa de aplicação para garantir assertividade na etapa.

Com os dados coletados, você também consegue saber e decidir quais as melhores táticas de colheita, de plantio e de aplicação. 

É bom lembrar que, na dúvida de como interpretar os dados coletados, é necessário procurar uma pessoa especialista para te orientar.

O planejamento de atividades e pontos de monitoria podem ser elaborados também com apoio do Aegro, dando mais mobilidade a sua equipe. 

Acompanhe os principais eventos da safra em um só lugar com Aegro

Etapa 3: Aplicação localizada

A etapa final é a hora de colocar a mão na massa e aplicar os produtos na lavoura. 

Antes disso, é claro, é necessário garantir que suas máquinas e equipamentos estão em ordem.

Você também pode contar com ferramentas da agricultura de precisão, como drones aplicadores. 

Tendo feito bem as duas etapas anteriores, a garantia de que a aplicação correrá bem é enorme.

Como a agricultura chegou a esse nível de tecnologia?

A jornada até a agricultura de precisão foi impulsionada por uma combinação de necessidades crescentes e avanços tecnológicos. 

Vários fatores motivaram a busca por novas tecnologias agrícolas ao longo do tempo, como: 

  • Pressão de alimentar uma população mundial em crescimento;
  • Busca por eficiência e rentabilidade;
  • Crescente preocupação com os impactos ambientais da agricultura tradicional;
  • Avanços tecnológicos em diversas áreas; 
  • Percepção de que as lavouras não eram uniformes.

A agricultura de precisão moderna começou a se consolidar nas décadas de 1980 e 1990, com o avanço do GPS e dos computadores. 

No Brasil, chegou em 1990 com a importação de colhedoras com monitores de produtividade, mas ganhou força em 2000, quando o GPS ficou mais acessível.

Ao longo dos anos, alguns projetos e iniciativas foram acontecendo como o primeiro simpósio sobre o tema, feito pela ESALQ/USP, em 1996, e o projeto Aquarius (UFSM) e iniciativas da UFV, nos anos 2000.

Quais informações podem ser obtidas com esse sistema na agricultura?

Considerando que a área não é uniforme, com as ferramentas da agricultura de precisão e uma dose de tecnologia, seguem alguns mapeamentos e levantamentos de informação que podem ser feitas na sua fazenda:

  • Mmapas de infestação de insetos para pulverização;
  • Mapas de irrigação;
  • Semeadura a taxa variável;
  • Mapas de solo para aplicação de fertilizantes;
  • Criação de unidades de gestão diferenciadas;
  • Levantamento de áreas degradadas;
  • Quantificação de biomassa das lavouras;
  • Estimativas de produtividade;
  • Automação de máquinas e processos, etc.

Com uso de sistemas de posicionamento global, como GPS ou Glonass, Galileu, entre outros, você pode fazer aplicação de insumos a taxa variável utilizando AP. Os insumos que podem ser aplicados em doses variadas podem ser:

  • Ssementes;
  • Herbicidas;
  • Princípio ativo;
  • Macro e micronutrientes;
  • Agentes biológicos;
  • Água (irrigação);
  • Fungicidas;
  • Inseticidas, entre outros.

Pontos positivos e negativos da tecnologia na agricultura

Como toda tecnologia, a AP traz um conjunto de pontos positivos e negativos (ou desafios).

Quanto aos pontos positivos, pode ter  aumento de eficiência e produtividade, redução de custos, maior sustentabilidade e melhores decisões.

Já como pontos negativos, pode ter um custo maior na aquisição de máquinas equipadas com GPS e piloto automático, por exemplo. 

Algo bastante comum também é a falta de mão de obra qualificada para analisar os dados e transformar em ações. 

Muitos produtores ainda têm dúvidas sobre como começar, quais tecnologias escolher e como implementar a AP. 

Por mais que seja desafiador, a agricultura de precisão realmente faz mudanças na lavoura e a Aegro pode ajudar você a deixar tudo mais simples. Converse com os nossos especialistas. 

Tipos de agricultura: Onde a agricultura de precisão se encaixa?

Para entender onde a agricultura de precisão se insere, é útil conhecer as classificações mais comuns

Frequentemente, ouvimos falar em “4 tipos de agricultura”, mas existam várias formas de categorizar. Algumas das principais são:

1. Agricultura tradicional ou de subsistência

Caracterizada pelo uso de ferramentas simples, como enxada e arado animal, a agricultura de subsistência quase não usa tecnologia. 

A sua maior característica é o uso de  mão de obra predominantemente manual ou familiar.

A produção é em pequena escala, muitas vezes com policultura e destinada ao consumo da própria família ou comunidade local.

A agricultura de precisão, com seu alto custo e dependência tecnológica, geralmente não se aplica a este sistema.

2. Agricultura Familiar

É praticada em pequenas propriedades rurais onde a gestão e a maior parte do trabalho são feitos pela família.

A produção da agricultura familiar pode ser tanto para subsistência quanto para venda no mercado interno, sendo responsável por uma grande parcela dos alimentos que chegam à nossa mesa.

Embora a adoção de AP seja mais desafiadora pelo custo e à escala, existe um potencial crescente com o uso de ferramentas mais acessíveis, como apps e modelos cooperativos.

3. Agricultura moderna, comercial, patronal ou empresarial 

É a agricultura moderna é voltada para o mercado, tanto interno quanto de exportação, é praticada em médias e grandes propriedades.

Sua maior característica é o alto investimento em tecnologia, gestão, mão de obra especializada, produção em larga escala e monocultura.

É neste tipo de agricultura que a AP encontra seu principal campo de aplicação e onde sua adoção é mais expressiva.

As ferramentas são usadas para maximizar a eficiência e a rentabilidade dessas operações de grande escala.

4. Agricultura orgânica

É um sistema de produção que busca a sustentabilidade ambiental, social e econômica, evitando o uso de fertilizantes sintéticos, agrotóxicos, transgênicos e outras práticas. 

Utiliza adubos orgânicos, controle biológico de pragas, rotação de culturas e outras técnicas para manter a saúde do solo e a biodiversidade.

As ferramentas da AP, como GPS, podem ser usadas para aumentar a eficiência do manejo orgânico e melhorar o planejamento. 

Mesmo com essas funções ajudando, a sua aplicação ainda é menos comum do que na agricultura comercial convencional.

Exemplos da agricultura de precisão no plantio brasileiro

A agricultura de precisão já é uma realidade em muitas lavouras brasileiras, especialmente nas grandes culturas como soja, milho e cana-de-açúcar

O uso estratégico de dados, sensores e máquinas inteligentes têm transformado a forma de planejar e executar o plantio. Veja alguns exemplos abaixo:

Soja e milho 

O uso da taxa variável (VRT) na semeadura e adubação ajusta a quantidade de sementes e fertilizantes conforme o potencial produtivo do solo, aumentando a produtividade e reduzindo custos. 

Plantadoras modernas, aliadas ao GPS de alta precisão (RTK), garantem um estande mais uniforme, melhorando o aproveitamento de luz, água e nutrientes. 

Estudos e análises econômicas confirmam a rentabilidade dessas tecnologias na produção de soja e milho no Brasil. 

Cana-de-Açúcar

A revitalização do Método Interrotacional Ocorrendo Simultaneamente (MEIOSI) mostra bem o impacto da agricultura de precisão na cana-de-açúcar. 

Com GPS e piloto automático, foi possível resolver o problema de alinhamento das linhas para a colheita mecanizada, tornando o método mais eficiente.

O MEIOSI também costuma ser usado junto com Mudas Pré-Brotadas (MPB), garantindo mudas mais saudáveis e vigorosas.

Na cana-de-açúcar, a AP também é usada na aplicação de insumos em taxa variável, no mapeamento da produtividade e no tráfego controlado para reduzir a compactação do solo.

Outras culturas

Outras culturas como algodão, arroz irrigado, café, citros, eucalipto e frutas de clima temperado têm apresentado resultados positivos com a AP.

Isso tem acontecido porque a agricultura de precisão pode ser usada fpara aprimorar ou viabilizar práticas agronômicas já conhecidas e adaptar aos sistemas de produção modernos e mecanizados. 

Ao resolver problemas como o alinhamento das máquinas, a AP permite que métodos como o MEIOSI voltem a ser usados com eficiência em grande escala.

Plantando o futuro com inteligência

A agricultura de precisão vai além de máquinas modernas, é uma nova forma de gerenciar a lavoura com base em dados e tecnologia. 

Seu foco é entender e manejar a variabilidade do campo, aplicando insumos de forma precisa para reduzir custos, aumentar a produtividade e promover sustentabilidade.

No plantio, tecnologias como GPS, VRT e semeadoras de precisão garantem um aproveitamento máximo da área. 

Apesar dos desafios, como custo inicial e necessidade de capacitação, a adoção da AP no Brasil cresce com apoio da pesquisa, da indústria e do próprio produtor. 

A Aegro pode ajudar você nessa jornada. Com uma plataforma completa de gestão rural, é possível reunir e analisar dados da propriedade de um jeito simples, integrado e acessível. Fale com os nossos especialistas!

banner com fundo, com um notebook no lado direito e texto no lado esquerdo, convidando para uma demonstração no software Aegro

Manejo Integrado de Pragas e Doenças para Soja e Milho

O começo de tudo na lavoura é um momento de grande expectativa. A germinação das sementes, a emergência das plântulas e o desenvolvimento das primeiras folhas definem o potencial produtivo da safra.

No entanto, essa fase é também um período de alta vulnerabilidade, por conta das pragas e doenças que podem comprometer a cultura.

Para proteger a lavoura, é preciso adotar uma abordagem inteligente e sustentável. É aqui que entra o Manejo Integrado de Pragas e Doenças para Soja e Milho.

Muito mais do que simplesmente aplicar defensivos, este tipo de manejo combina diferentes ferramentas de controle, baseada em conhecimento técnico e observação atenta do campo.

O que é o Manejo Integrado de Pragas e Doenças para Soja e Milho?

O MIP é uma combinação harmônica de diferentes métodos de controle para manter as populações de pragas e a incidência de doenças em níveis que não causem perdas econômicas significativas.

Para que o Manejo Integrado de Pragas e Doenças funcione, é necessário seguir alguns passos. Sendo eles:

  • Monitoramento constante;
  • Identificação correta da praga ou doença;
  • Níveis de Ação (NA);
  • Integração de métodos de controle;
    • Controle cultural;
    • Controle biológico;
    • Controle comportamental;
    • Controle genético;
    • Controle químico;
  • Avaliação da lavoura.

O MIP pode ser usado em todas as culturas agrícolas e se apoia na informação coletada no campo para decidir quando e como agir.

Investir tempo no monitoramento e no entendimento dos níveis de ação, é um modo mais racional de usar insumos, gerando economia e menor impacto ambiental.

Manejo ecológico de pragas e doenças

Dentro dessa filosofia mais ampla, você pode ouvir falar também em manejo ecológico de pragas e doenças.

Esse termo se refere a uma abordagem com mais foco em táticas preventivas, no controle biológico e cultural, para reduzir ao máximo ou até eliminar o uso de defensivos químicos sintéticos.

Pode ser visto como uma vertente, ou um aprofundamento, dos princípios do MIP, porém com um foco maior em métodos considerados mais naturais.

No fim das contas, seja no MIP padrão ou no manejo ecológico, a meta não é a erradicação total, mas sim o manejo inteligente e sustentável dos problemas fitossanitários, mantendo a lavoura saudável e viável.

Banner planilha- manejo integrado de pragas

Soja e Milho: Quais pragas e doenças ficar de olho?

As primeiras semanas após o plantio são um período delicado e é quando o manejo integrado de pragas e doenças para soja e milho vão fazer diferença.

Desde a seleção de sementes e a germinação, até as pequenas plântulas com poucas folhas (estádios V1 a V4, por exemplo), a lavoura está suscetível a uma série de inimigos.

Os danos nessa fase inicial podem resultar diretamente na redução do número de plantas por área (estande), desenvolvimento desuniforme e perdas de produtividade.

A melhor forma de prevenção é reconhecer as pragas e doenças desse período crítico, que aparecem nos primeiros 30 a 45 dias após o plantio. Veja a seguir:

Principais ameaças nas fases iniciais da soja e do milho

CulturaFase CríticaAmeaçaTipoDanos
SojaGerminação/PlântulaCorós, Elasmo, TamanduáInseto (Solo)Falhas na germinação, corte de plântulas, danos radiculares
SojaGerminação/PlântulaTombamento (Pythium, etc.)Fungo (Solo/Semente)Semente não germina, plântula morre antes/após emergir
SojaVegetativo InicialVaquinhas, Lagartas IniciaisInseto (Folha)Desfolha, danos em cotilédones/folhas jovens
SojaVegetativo InicialAntracnose (início)FungoManchas escuras em hastes/pecíolos (pode começar cedo)
MilhoGerminação/PlântulaLarva-arame, AlfineteInseto (Solo)Falhas na germinação, galerias em raízes/colmo inicial
MilhoGerminação/PlântulaPodridões (Fusarium, etc.)Fungo (Solo/Semente)Falha na emergência, podridão de sementes/raízes/plântulas
MilhoPlântula/Veg. InicialLagarta-elasmo, RoscaInseto (Superfície/Solo)Corte de plântulas na base, “coração morto”
MilhoPlântula/Veg. InicialCigarrinha (Dalbulus)Inseto (Vetor)Sucção de seiva, transmissão de enfezamentos (viroses/molicutes)
MilhoVegetativo InicialLagarta-do-cartuchoInseto (Folha)Folhas raspadas/perfuradas, dano no cartucho

Pragas de solo

Insetos como corós, larva-arame, larva-alfinete e lagarta-elasmo atacam as sementes antes mesmo da germinação ou as raízes, e o caule das plântulas logo após a emergência.

Seus danos são muitas vezes silenciosos, resultando em falhas de estande que só são percebidas tarde demais.  

Doenças de solo e semente

Um complexo de fungos no solo ou nas sementes, pode causar o apodrecimento das sementes ou a morte das plântulas antes ou logo após emergirem. Condições de solo úmido e frio podem agravar o problema.  

Pragas iniciais da parte aérea

Assim que as primeiras folhas aparecem, pragas como vaquinhas, pulgões, lagartas desfolhadoras e a cigarrinha-do-milho começam a atacar, sugando seiva, comendo folhas ou transmitindo doenças.

Doenças foliares iniciais

Embora muitas doenças fúngicas tenham seu pico mais tarde, algumas como a antracnose na soja.

Algumas manchas foliares também podem iniciar a infecção nos estágios vegetativos iniciais, especialmente se as condições climáticas forem favoráveis.  

A similaridade nos tipos de ameaças sugere que práticas de manejo focadas na saúde do solo e na qualidade de sementes podem trazer benefícios para ambas as culturas dentro de um sistema de rotação.

Como se preparar para as principais pragas agrícolas

Como colocar o MIP em prática desde o plantio?

Sabendo quais são as principais ameaças, a pergunta é: como implementar o Manejo Integrado de Pragas e Doenças para soja e milho desde o início do ciclo?

A resposta está em combinar planejamento, prevenção e monitoramento constante. Veja o passo a passo abaixo:

1. Planejamento e prevenção (antes e durante o plantio)

  • Conheça sua Área: O histórico de ocorrência de pragas e doenças no talhão é uma informação valiosa. Anote o que aconteceu nas safras anteriores para saber o que esperar;
  • Escolha da variedade/híbrido: Opte por materiais geneticamente resistentes ou tolerantes às principais doenças e pragas da sua região, e adaptados às suas condições;
  • Qualidade da semente e tratamento: Use sempre sementes certificadas e de alta qualidade para proteger contra o complexo de fungos de tombamento e pragas de solo.  
  • Época de plantio: Dentro da janela recomendada para sua região, ajustar a data de plantio pode ajudar a escapar de picos populacionais de certas pragas ou de períodos com clima muito favorável a doenças iniciais;
  • Manejo do solo: Um solo bem estruturado, com boa drenagem e níveis adequados de matéria orgânica, promove um desenvolvimento mais rápido e vigoroso das plantas, tornando-as menos suscetíveis ao ataque de patógenos de solo.

2. Monitoramento e amostragem

  • Frequência: Nas primeiras semanas (até V4-V6, aproximadamente), visite a lavoura com frequência, idealmente duas vezes por semana. As plantas crescem rápido e os problemas podem surgir de um dia para o outro;
  • O que procurar: Caminhe pela lavoura em zigue-zague, observando falhas no estande, observe as plântulas emergidas, danos de insetos ou sintomas de ataque de sugadores.
  • Técnicas: No início, a principal técnica é a observação visual direta e a contagem de plantas/pragas. Armadilhas adesivas amarelas podem ajudar a monitorar a chegada de cigarrinhas no milho. O pano-de-batida será mais útil para lagartas e percevejos em fases posteriores da soja.
  • Anotação: Registre o que foi encontrado, onde e em que quantidade. Isso cria um histórico e ajuda a identificar se as populações estão aumentando e se aproximando do Nível de Ação.

3. Táticas de controle cultural

  • Rotação de culturas: Alternar soja e milho é uma das melhores formas de quebrar o ciclo de vida de muitas pragas e doenças que são mais específicas de uma cultura.
  • Densidade de plantio: Usar a população de plantas recomendada para a cultivar/híbrido e a região ajuda a garantir um bom fechamento das linhas e boa aeração entre as plantas.
  • Manejo de plantas daninhas: Mantenha a lavoura limpa, especialmente no início. As plantas daninhas competem por água, luz e nutrientes, enfraquecendo as plantas cultivadas. Essas invasoras e também podem servir de abrigo ou hospedeiras alternativas para pragas e doenças.
Guia para manejo de plantas daninhas

4. Controle Biológico

  • Conservação: A principal estratégia é proteger os inimigos naturais já presentes na área (joaninhas, aranhas, tesourinhas e etc.). Isso é feito para evitar pulverizações desnecessárias de inseticidas de amplo espectro, que matam tanto as pragas quanto seus predadores/parasitoides.
  • Bioinsumos: O uso de produtos biológicos à base de microrganismos está crescendo e pode ser uma ferramenta importante dentro do MIP, especialmente em programas com foco mais ecológico.

5. Controle Químico

  • Baseado em níveis de ação: A decisão de aplicar um inseticida ou fungicida deve ser tomada apenas quando o monitoramento indicar que a praga ou doença atingiu o Nível de Ação (NA) ou Nível de Dano Econômico (NDE) estabelecido para aquela situação. Aplicar “por via das dúvidas” ou por calendário vai contra os princípios do MIP.
  • Seletividade: Quando a aplicação for necessária, escolha produtos que sejam eficazes contra o alvo, mas que tenham o menor impacto possível sobre os inimigos naturais, polinizadores e o ambiente. Leia atentamente o rótulo e a bula.
  • Aplicação correta: Use a dose recomendada, calibre bem o pulverizador, escolha o bico correto e aplique nas condições climáticas adequadas para garantir boa cobertura e eficácia, evitando deriva e desperdício.

A implementação bem-sucedida do Manejo Integrado de Pragas e Doenças para soja e milho nas fases iniciais depende muito mais das ações preventivas e da qualidade do monitoramento.

Essas ações iniciais criam uma base sólida para a saúde da lavoura ao longo de todo o ciclo.

Monitoramento de pragas eficiente por aplicativo

Por que investir no MIP gera retorno?

Adotar o Manejo Integrado de Pragas e Doenças para soja e milho não é apenas uma questão de seguir boas práticas agrícolas, é também um investimento inteligente.

Por conta da eficácia, o MIP acaba gerando retorno a curto, médio e longo prazo, além de outros benefícios, como:

  • Redução de custos;
  • Otimização da produtividade;
  • Manejo da resistência;
  • Menor carga de pesticidas no ambiente;
  • Conservação da biodiversidade;
  • Melhora a saúde do solo.

O uso do Manejo Integrado de Pragas e Doenças para soja e milho vai muito além da economia na compra de defensivos.

Se trata de uma abordagem que fortalece a resiliência do sistema produtivo, protege os recursos naturais, reduz riscos e contribui para a viabilidade econômica e social da atividade agrícola.

É um jeito de cuidar da lavoura pensando no todo, equilibrando produtividade com a saúde do ambiente.

Com o Aegro, você coloca isso em prática: monitore a lavoura, reduza os custos com defensivos e receba relatórios que mostram as pragas-alvo e o melhor momento para pulverizar

Mathias Bergamin

Engenheiro Agrônomo (UFRGS, Kansas State) e especialista de Novos Negócios na Aegro. Reconhecido como referência em Agricultura Digital, especialização em administração, gestão rural, plantas de lavoura.

Imposto de Renda Produtor Rural: Esclareça as principais dúvidas sobre a declaração

Imposto de Renda Produtor Rural: Quem precisa declarar, quais as diferenças entre os modelos e outros pontos do processo que você precisa saber!

Todos os anos, nesse período, os contribuintes reúnem a documentação necessária para elaborar a DIRPF (Declaração do Imposto de Renda da Pessoa Física).

Mas o assunto gera muitas dúvidas que, se não forem esclarecidas, podem dificultar o processo e, em alguns casos, resultar em multas desnecessárias.

De acordo com consultores da Safras & Cifras, consultoria especializada em Famílias Produtoras Rurais, o ideal é que o acompanhamento fiscal seja feito durante o ano-calendário e não somente no período de entrega do IR.

Para os produtores rurais, esse processo é ainda mais delicado, pois apresenta algumas particularidades que precisam ser observadas com atenção.

Para te auxiliar, a Safras & Cifras, em parceria com a Aegro, elencou as dúvidas mais frequentes. Confira:

Quem precisa declarar o Imposto de Renda Produtor Rural?

Nem todo produtor rural precisa declarar o imposto de renda, mas há critérios que determinam essa obrigatoriedade. Em 2025, deve declarar quem se encaixar em pelo menos um dos seguintes casos:

  • Recebeu rendimentos tributáveis acima de R$ 30.639,90 ao longo de 2024;
  • Obteve receita bruta anual da atividade rural superior a R$ 153.199,50. Se a fazenda faturou mais do que esse valor, a declaração de produtor rural é obrigatória;
  • Possui bens e propriedades acima de R$ 800.000,00, incluindo terras, equipamentos e outros ativos da fazenda;
  • Teve ganhos com a venda de bens rurais (imóveis, maquinários, animais, entre outros), sujeitos ao pagamento do imposto.

Se você se enquadra em um desses casos, é recomendado preparar a documentação corretamente para evitar multas e pendências com a Receita Federal.

Como é tributado o Resultado da Atividade Rural?

O imposto de renda rural é calculado com base no resultado da atividade, ou seja, na diferença entre as receitas da fazenda e os custos da operação. O produtor pode escolher entre duas formas de tributação:

1. Tributação pelo Lucro Real

O imposto incide sobre o lucro líquido da fazenda, considerando todas as receitas e despesas. A tributação pelo lucro real permite que o produtor rural deduza todos os custos operacionais, como compra de insumos, salários e investimentos.

2. Tributação Presumida

Nesse caso, 20% da receita bruta da atividade rural é considerada como lucro, e o imposto incide sobre esse valor, independentemente dos custos reais da fazenda. Essa opção pode ser vantajosa para quem tem poucas despesas.

A escolha entre esses dois modelos deve ser feita com planejamento, considerando a estrutura da sua propriedade e o impacto tributário de cada um.

Quais os modelos de declaração de imposto de renda produtor rural?

Ao declarar o Imposto de Renda, é possível optar por dois modelos de declaração: o completo e o simplificado. Confira a diferença entre eles:

1. Modelo Completo: É possível usar todas as deduções admitidas pela legislação, incluindo despesas com saúde, instrução, previdência oficial e complementar. Tudo deve ser comprovado através de documentação idônea, para reduzir a base de cálculo do Imposto de Renda.

2. Modelo Simplificado: Ao optar pelo Desconto Simplificado, o produtor rural substitui todas as deduções permitidas pela legislação pelo desconto de 20% da base de cálculo do Imposto de Renda.

Entre as duas opções, não é possível afirmar a mais vantajosa para declaração do imposto de renda produtor rural.

Isso porque para cada declarante caberá um formato, variando de acordo com suas necessidades e condições.

planilha - faça o planejamento tributário para diferentes fazendas

Tabela do Imposto de Renda Produtor Rural 2025

A tabela do imposto de renda 2025 segue a mesma estrutura dos anos anteriores, com alíquotas progressivas aplicadas sobre os rendimentos tributáveis:

  • Até R$ 26.963,20 – Isento
  • De R$ 26.963,21 até R$ 33.919,80 – 7,5%
  • De R$ 33.919,81 até R$ 45.012,60 – 15%
  • De R$ 45.012,61 até R$ 55.976,16 – 22,5%
  • Acima de R$ 55.976,16 – 27,5%

Os impostos são calculados sobre a base tributável do produtor rural, ou seja, após a dedução de despesas e investimentos comprovados.

A receita proveniente de arrendamento pode ser tributada como receita da atividade rural?

Os rendimentos recebidos por arrendamento são tributados conforme a origem do pagamento:

  • De pessoa física: Devem ser declarados e tributados mensalmente através do Carnê-Leão;
  • De pessoa jurídica: Estão sujeitos à retenção na fonte do Imposto de Renda, sendo a responsabilidade do recolhimento do imposto da fonte pagadora, que repassa ao arrendador o valor do arrendamento já descontado do imposto devido.

Esses rendimentos são equiparados a aluguéis para fins de tributação.

Como deve ser a tributação do produtor rural que receber o arrendamento em produto?

O arrendamento não pode ser tratado como receita da atividade rural. Portanto, deverá ser recolhido o imposto de renda sobre o valor recebido por meio do carnê-leão.

Além disso, é importante lembrar que quando este produto for vendido por um valor superior ao recebido, deverá ser apurado o ganho de capital, que será tributado pelas alíquotas progressivas que variam de 15% a 22,5%.

Como organizar as Notas Fiscais para o IR 2025?

Manter uma boa organização das notas fiscais é essencial para evitar problemas na declaração de imposto de renda produtor rural. Aqui estão algumas práticas recomendadas:

  1. Guarde todas as notas fiscais de compra e venda da atividade rural. Isso inclui vendas de produção agrícola e pecuária, além de compras de insumos, equipamentos e serviços;
  2. Registre todas as operações no Livro Caixa Produtor Rural. Esse documento é obrigatório para quem deseja deduzir despesas do imposto de renda rural e comprovar as movimentações da fazenda;
  3. Digitalize documentos importantes para evitar perdas e facilitar o acesso na hora da declaração.
  4. Revise as informações regularmente para garantir que todas as receitas e despesas estejam registradas corretamente antes do prazo de envio da declaração.

A partir de fevereiro de 2025, é obrigatório emitir nota fiscal produtor rural, substituindo o antigo sistema de talões de papel.

É importante estar atento às despesas dedutíveis no Imposto de Renda Rural, como assistência técnica, armazenamento de produtos agrícolas, compra ou aluguel de máquinas e fertilização. Manter registros detalhados dessas despesas pode auxiliar na redução da carga tributária.

Missão Safra 2024 | Transformação digital na gestão tributária e financeira com Matheus Machado

Quem está obrigado à entrega do Livro Caixa Digital do Produtor Rural (LCDPR)?

A partir do ano-calendário de 2019 (declaração transmitida em 2020), o LCDPR é obrigatório para produtores rurais com receita bruta anual superior a R$ 7,2 milhões. Desde o ano-calendário de 2020, esse limite foi reduzido para R$ 4,8 milhões.

O Livro Caixa Digital do Produtor Rural é ser assinado digitalmente, por meio de certificado digital. A entrega acontece por um arquivo digital com suas informações, até o final do prazo de entrega da DIRPF, referente ao ano-calendário.

O arquivo deve incluir todas as movimentações provenientes das atividades rurais que constem como receitas e despesas na Declaração de Ajuste Anual.

A escrituração do Livro Caixa do Produtor Rural foi instituída pela Instrução Normativa RFB 1.848/2018. Com ele, a realização de um planejamento tributário se torna ainda mais importante.

O que é o Ganho de Capital e quais são as operações sujeitas à sua apuração?

Ganho de Capital é a diferença positiva entre o valor de alienação de bens ou direitos e o respectivo custo de aquisição.

Com base na pergunta número 544 do Perguntão IRPF 2019, estão sujeitas à apuração do Ganho de Capital as seguintes operações:

I – Alienação, a qualquer título, de bens ou direitos ou cessão ou promessa de cessão de direitos à sua aquisição, tais como as realizadas por compra e venda, permuta, adjudicação, dação em pagamento, procuração em causa própria, promessa de compra e venda, cessão de direitos ou promessa de cessão de direitos e contratos afins;

II – Transferência a herdeiros e legatários na sucessão causa mortis, a donatários na doação, inclusive em adiantamento da legítima, ou atribuição a ex-cônjuge ou ex-convivente, na dissolução da sociedade conjugal ou união estável, de bens e direitos por valor superior àquele pelo qual constavam na Declaração de Ajuste Anual do de cujus, do doador, do ex-cônjuge ou ex-convivente que os tenha transferido;

III – Alienação de bens ou direitos e liquidação ou resgate de aplicações financeiras, de propriedade de pessoa física, adquiridos, a qualquer título, em moeda estrangeira.

O que acontece se o Produtor Rural não declarar o imposto?

Deixar de declarar o Imposto de Renda como produtor rural pode acarretar em multa de 1% ao mês sobre o imposto devido, com valor mínimo de R$ 165,74, de acordo com a Receita Federal.

Além desse problema, que já é bastante complicado, ainda podem ter outras consequências, como:

  1. Multas e juros: A Receita Federal pode aplicar uma multa de 1% ao mês sobre o imposto devido, com valor mínimo de R$ 165,74;
  2. Restrição para financiamentos: Muitos bancos exigem o imposto de renda rural como comprovação de renda para liberar créditos e financiamentos agrícolas;
  3. Pendências no CPF: A falta de declaração pode bloquear seu CPF, impedindo a emissão de certidões e a realização de transações comerciais.

Caso o produtor não se regularize dentro do prazo estipulado pela Receita Federal, pode ser iniciado um procedimento de fiscalização, resultando em multas de ofício que variam de 75% a 225% sobre o saldo de imposto apurado.

Essas penalidades podem levar à inscrição do débito na Dívida Ativa da União e à cobrança judicial, incluindo imposto, multas e correção monetária.

Se você perdeu o prazo ou tem dúvidas sobre sua declaração, o ideal é buscar orientação com um contador para regularizar sua situação o quanto antes.

Qual o tratamento para recebimento de valores referentes a uma venda em que os produtos serão entregues futuramente?

Os valores recebidos somente serão considerados como receita da atividade rural no mês da efetiva entrega dos produtos vendidos.

Embora este valor não seja considerado como receita na data de seu recebimento, ele movimenta o fluxo de caixa do negócio rural. Por isso, deverá ser declarado como adiantamento em campo específico da DIRPF.

A aquisição de bens no exterior deve ser informada na declaração do Imposto de Renda Produtor Rural?

Sim! Todos os bens adquiridos fora do país deverão ser registrados na Relação de Bens e Direitos da DIRPF.

É obrigatória a entrega da Declaração de Capital Brasileiro no Exterior (CBE), anualmente ou trimestralmente, ao Banco Central do Brasil.

Essa entrega deve ser feita pelas pessoas físicas ou jurídicas, residentes, domiciliadas ou com sede no Brasil, que detenham no exterior ativos que totalizem:

  • US$ 100.000,00, ou equivalente em outras moedas, em 31 de dezembro de cada ano-base – CBE Anual;
  • US$ 100.000.000,00, ou equivalente em outras moedas, em 31 de março, 30 de junho e 30 de setembro de cada ano-base – CBE Trimestral.

O que é o CAEPF?

O Cadastro de Atividade Econômica da Pessoa Física (CAEPF) é um registro da Receita Federal em que constam informações sobre as atividades econômicas exercidas pelas pessoas físicas dispensadas a inscrição no CNPJ.

O produtor rural pessoa física está obrigado à inscrição no CAEPF e, desde 15/01/2019, a matrícula CEI foi substituída por este cadastro.

O cadastro deverá ser informado em campo específico dentro do Livro Caixa Digital do Produtor Rural e acredita-se que será utilizado no e-social do produtor rural.

Como fazer a declaração de Imposto de Renda Produtor Rural?

O processo de como fazer a declaração de imposto de renda produtor rural pode parecer complicado à primeira vista, mas com organização ele se torna simples. Confira abaixo:

  1. Baixe o Programa da Receita Federal – O primeiro passo é acessar o site da Receita e instalar o programa do IR 2025;
  2. Preencha seus dados pessoais – CPF, endereço, dependentes e outras informações básicas;
  3. Informe os rendimentos e despesas da atividade rural – Use os registros do Livro Caixa Produtor Rural para declarar corretamente as receitas e custos;
  4. Revise e envie a declaração – Antes de finalizar, confira se todas as informações estão corretas.

Com um sistema de gestão financeira, o processo se torna ainda mais fácil, pois todas as receitas e despesas podem ser organizadas de forma automatizada.

Como a HBB Contabilidade aumentou a assertividade na gestão fiscal das fazendas com o Aegro

Seleção de sementes de soja: Guia para escolher a ideal

Em um cenário agrícola brasileiro em que a soja é a protagonista econômica, a busca pela rentabilidade na lavoura passa por uma decisão determinante: a escolha da semente ideal. 

A seleção de sementes de soja deve considerar a adaptabilidade à região, resistência a pragas e doenças, ciclo de desenvolvimento, perfil de manejo e até exigências de mercado.

O histórico da área, o planejamento e a estratégia comercial da fazenda também influenciam diretamente nessa decisão. Saiba mais acompanhando o conteúdo!

Seleção de sementes de soja: O que considerar?

A jornada de seleção de sementes de soja perfeita para sua propriedade precisa de uma boa análise de diversos fatores interligados.

Ignorar qualquer um deles pode comprometer o potencial produtivo e a lucratividade da sua lavoura. Para ajudar nisso, separamos tudo o que você deve considerar. Veja:

1. Potencial de rendimento e adaptação ambiental

A ambição de colher o máximo por hectare é natural, e o potencial de rendimento de uma variedade é, sem dúvida, um ponto de partida importante.

Esse potencial, medido por componentes, como número de plantas, vagens e peso dos grãos, mostra o quanto a semente pode produzir em condições ideais

No entanto, o ambiente de cultivo tem uma influência poderosa. Uma semente com alto potencial em um local pode não apresentar o mesmo desempenho em outro.

A adaptabilidade às condições locais (temperatura, chuva, luz solar), solo (tipo, fertilidade, pH) e o grupo de maturação para a sua latitude, são fatores determinantes.

Escolher o grupo de maturação correto, garante que o ciclo da planta se alinhe com as características da região, evitando problemas com floração precoce ou tardia.

Portanto, a busca pela alta produtividade deve considerar a avaliação da capacidade da semente de prosperar nas condições específicas da sua fazenda.

2. Resistência a pragas, doenças e tolerância a herbicidas

A lavoura de soja no Brasil enfrenta um exército de ameaças, desde pragas, como o percevejo-marrom e a lagarta da soja, até doenças, como a ferrugem asiática e o crestamento foliar.

A incorporação de resistência genética nas sementes é uma tipo de defesa proativa e econômica contra esses inimigos.

As tecnologias como a Bt, com resistência a diversas lagartas, nematóides, doenças do caule e raiz, diminuem a necessidade de intervenções químicas, reduzindo custos e impactos ambientais.

As diversas tecnologias disponíveis no mercado (RR, Intacta, Xtend, Conkesta) oferecem diferentes ferramentas para o manejo de plantas daninhas.

A escolha da tecnologia ideal deve estar alinhada com o sistema de manejo da sua fazenda, considerando a eficácia contra as ervas predominantes e os riscos de deriva para culturas vizinhas.

A combinação inteligente de resistência genética e tolerância a herbicidas otimiza a proteção da lavoura e simplifica o manejo.

Monitorar a lavoura e registrar as ocorrências de pragas e doenças pode ser simplificado com o Aegro, que registra e a cria um histórico da propriedade.

Com o uso da ferramenta e do manejo integrado, as decisões de tornam mais precisas sobre a necessidade e o momento ideal das intervenções.

Banner planilha- manejo integrado de pragas

3. Custos, mercado e o futuro da sua lavoura

Mesmo que o desempenho no campo seja importante, o custo-benefício da seleção de sementes de soja também conta

O custo das sementes, especialmente as transgênicas, geralmente é mais elevado, mas essa análise não pode ser simplificada ao preço por saco.

É preciso ponderar o potencial de redução nos custos com defensivos e herbicidas e o quanto a tecnologia pode aumentar a produtividade.

Além disso, as demandas do mercado tem influência crescente. A busca por soja não transgênica em alguns nichos pode gerar prêmios atrativos, tornando essa opção economicamente interessante para alguns produtores.

Acompanhar os lançamentos de cultivares e tecnologias, como Intacta 2 Xtend e Conkesta E3, permite entender futuro do manejo da soja e antecipar as escolhas para as próximas safras.

Tendências e adaptações na seleção de sementes de soja

As preferências e as variedades de sementes de soja mais utilizadas não são uniformes em todo o Brasil.

Cada estado produtor, com suas particularidades climáticas, de solo e desafios fitossanitários, desenvolve suas próprias tendências e adaptações na hora da escolha.

No Mato Grosso, a adoção de tecnologias transgênicas é predominante, refletindo a busca por alta produtividade e controle de pragas em larga escala.

Já no Paraná, há uma maior diversidade, com espaço para a soja transgênica e para a não transgênica, influenciada pela safrinha e a necessidade de ciclos de maturação específicos.

O Rio Grande do Sul, pelo clima mais instável, é priorizada a adaptabilidade das variedades e a resistência a doenças, como a ferrugem asiática, utilizando diferentes grupos de maturação para mitigar riscos.

Em Goiás, a produção de soja não transgênica tem uma parcela significativa, enquanto tecnologias, como Intacta e Conkesta E3, ganham espaço pelo alto rendimento em diferentes épocas de plantio.

Por fim, no Mato Grosso do Sul, a alta adoção de soja transgênica, com destaque para a tecnologia Intacta, indica a busca por proteção contra pragas e a integração com outras culturas, como o milho safrinha.

Essas tendências regionais demonstram a importância de considerar as condições locais ao tomar a decisão sobre qual semente plantar.

Qual o impacto da escolha de sementes na lucratividade?

A decisão de qual semente de soja levar pode ser a diferença entre uma safra lucrativa e um resultado decepcionante.

A otimização do rendimento é o primeiro e mais impacto. Variedades com alto potencial produtivo e bem adaptadas ao ambiente maximizam a colheita por hectare.

Paralelamente, a escolha de sementes com resistência a pragas e doenças e a tolerância a herbicidas leva a uma redução de custos com defensivos e manejo de plantas daninhas.

Além disso, escolher variedades com diferentes ciclos de maturação ajuda a reduzir riscos, escalonar a colheita e evitar perdas por clima adverso

Por fim, estar atento às demandas do mercado, como a crescente procura por soja não transgênica em certos nichos, pode abrir portas para os melhores preços e aumentar a receita da fazenda.

Manejo integrado da lavoura: como ele pode impulsionar sua produtividade

Melhores práticas para a seleção de sementes de soja

Para não deixar a escolha da semente de soja ao acaso, é preciso adotar uma série de melhores práticas que aumentam a rentabilidade. Confira a lista a seguir:

1. Conheça bem a sua propriedade

Primeiramente, é necessário conhecer a fundo as condições da sua fazenda, desde o tipo de solo até o histórico de pragas e doenças.

A dica é consultar um engenheiro agrônomo de confiança para interpretar esses dados e receber recomendações personalizadas.

2. Use dados de safras anteriores

Acompanhar os resultados de safras anteriores na sua propriedade ou em áreas semelhantes ajuda a identificar quais variedades se adaptam melhor ao seu contexto.

Além disso, participar de dias de campo e eventos técnicos é uma ótima forma de ficar por dentro das novidades do mercado e aprender com a experiência de outros produtores.

3. Planeje a longo prazo e diversifique

É importante também fazer um planejamento a longo prazo, integrando a escolha da semente com as demais práticas de manejo da sua lavoura.

Em áreas maiores ou com variabilidade de condições, diversificar as variedades plantadas pode ser uma estratégia inteligente para mitigar riscos.

4. Avalie o custo-benefício da semente

Lembre-se de sempre avaliar o custo-benefício das sementes. Não considere apenas o preço inicial, mas também o potencial de economia e ganho de produtividade que cada opção oferece.

Para auxiliar na organização das atividades e acompanhamento da lavoura, o Aegro tem soluções que facilitam o planejamento das tarefas, do plantio até a colheita.

Realizar múltiplas atividades, como o plantio de variedades, monitoramento de pragas e a programação de aplicações de defensivos, pode ser gerenciada no Software de Gestão Rural Aegro. Faça uma demonstração gratuita!

banner com fundo, com um notebook no lado direito e texto no lado esquerdo, convidando para uma demonstração no software Aegro

Mathias Bergamin

Engenheiro Agrônomo (UFRGS, Kansas State) e especialista de Novos Negócios na Aegro. Reconhecido como referência em Agricultura Digital, especialização em administração, gestão rural, plantas de lavoura.

Perspectivas para o Mercado de Commodities Agrícolas em 2025

O ano de 2025 se apresenta como um período de atenção para quem acompanha o mercado de commodities agrícolas.

As dinâmicas globais de oferta e demanda, as condições climáticas e as políticas econômicas traçam um panorama com tendências e expectativas distintas para culturas como soja, milho, café e cana-de-açúcar.

O comportamento dos principais importadores, como China e União Europeia, e o crescimento da demanda por biocombustíveis, também tem influenciado o mercado de commodities.

Entender esses fatores são importante para quem trabalha diretamente no campo ou atua como investidor dentro do setor.

Soja: Oferta robusta e pressão nos preços

O mercado de soja em 2025 deve ser marcado por uma oferta global abundante, impulsionada principalmente por uma safra recorde esperada no Brasil.

Esse aumento na disponibilidade da oleaginosa tende a ter pressão sobre os preços, mesmo diante de uma expectativa de demanda elevada para processamento e exportações.

A competitividade da soja brasileira, favorecida pela taxa de câmbio, pode intensificar esse cenário, influenciando as decisões de plantio em outras regiões, como nos Estados Unidos, onde se projeta uma menor área cultivada.

Apesar da pressão nos preços, a demanda consistente por farelo e óleo de soja pode atenuar quedas mais acentuadas, mantendo um volume significativo no mercado de commodities.

planilha - monitore e planeje a safra de soja de forma automática

Como funciona o mercado de commodities?

O mercado de commodities é onde se compram e vendem produtos básicos, que servem de matéria-prima para outros produtos, como soja, milho e café.

Esses produtos são padronizados, ou seja, não importa quem os produziu, o objetivo é que tenham as mesmas características técnicas.

A partir disso, os negócios são realizados por meio de bolsas de mercadorias, que organizam e garantem as negociações.

Essas negociações ainda podem ser divididas em dois tipos: Spot (à vista), compra e venda imediata, com entrega rápida; ou futuros, que você negocia hoje o preço de um produto que será entregue no futuro.

Café: Volatilidade climática e preços sustentados

O setor de café em 2025 enfrenta um cenário de volatilidade após um pico de preços no início do ano.

Por conta der problemas climáticos em regiões produtoras, como Brasil e Vietnã, a expectativa é de uma menor produção brasileira na safra 2025/26.

Essa redução na oferta, combinada com uma demanda global que segue em crescimento, pode manter os preços em patamares elevados.

Contudo, é importante notar que previsões de uma possível correção nos preços no final do ano também existem, à medida que o mercado se ajusta às novas perspectivas de produção.

Quais as principais commodities brasileiras?

O Brasil é um dos maiores exportadores do mercado de commodities do mundo, e suas principais estão ligadas, principalmente, ao agronegócio e à mineração. Veja:

Commodities AgrícolasCommodities Minerais
1. Soja;
2. Milho;
3. Café;
4. Açúcar;
5. Algodão;
6. Carnes (bovina, suína e de frango).
1. Minério de ferro;
2. Ouro;
3. Alumínio (bauxita).

Cana-de-açúcar: Balança entre etanol e açúcar

A perspectiva para a cana-de-açúcar em 2025 é fortemente influenciada pela crescente demanda por etanol, especialmente no Brasil.

Embora a produção global deva apresentar um aumento, o Brasil, como principal exportador mundial, enfrenta desafios relacionados ao clima e à destinação da cana para a produção de biocombustíveis.

Estoques globais mais apertados e uma demanda firme por etanol deverão sustentar os preços do açúcar em níveis razoáveis.

A decisão dos produtores brasileiros em alocar a cana para açúcar ou etanol, impactada por políticas governamentais e pela rentabilidade de cada produto, será um fator determinante para o mercado global.

Como se preparar para as mudanças do mercado de commodities?

O mercado de commodities está cada vez mais imprevisível, seja pelo clima, câmbio, conflitos internacionais ou demanda global.

Para quem é produtor rural, isso representa um grande necessidade de estar preparado. Se você quer proteger sua margem de lucro e tomar decisões mais seguras.

A melhor forma de fazer isso é acompanhar o mercado de perto, controlar seus custos e agir com estratégia, além de seguir as dicas abaixo:

  • Acompanhe cotações em tempo real (soja, milho, café, etc.).
  • Utilize hedge para proteger seus preços;
  • Tenha controle de custos e margem;
  • Planeje a safra com antecedência;
  • Procure atualizações sobre o mercado e economia.

O mercado de commodities é imprevisível, mas suas decisões não precisam ser. No aplicativo Aegro Negócios, você acompanha cotações em tempo real e analisa tendências com mais segurança. Baixa o app gratuitamente.

   
Pedro Martins Dusso

Pedro Dusso

Bacharelado em Ciência da Computação pela UFRGS, Mestrado em Bancos de Dados e Sistemas de Informação, pela TU Kaiserslautern, Fundador e CEO da Aegro.

ITR 2025: Veja como fazer declaração, prazos e multas

ITR 2025: o que é, prazos, valores, como fazer sua declaração. Saiba tudo sobre esse imposto federal.

O ITR (Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural) é um tributo anual que deve ser pago por todos os proprietários de terras, incluindo titular ou possuidor do título. O pagamento desse imposto é essencial para se ter acesso às linhas de crédito e ao seguro rural

O valor a ser pago está diretamente relacionado à atividade desenvolvida e ao tamanho do estabelecimento rural. Dessa forma, quanto mais você investe em sua propriedade, menor é o valor pago pelo tributo.

Neste artigo, vamos explicar tudo sobre o ITR 2025, o que é, prazos e valores. Boa leitura!

ITR 2025: o que é o imposto e para que serve?

O ITR 2025 é um imposto federal para pessoas físicas ou jurídicas proprietárias de estabelecimentos rurais, que funciona como um regulador estatal sobre áreas improdutivas.

Quanto maior o investimento na propriedade, menor o valor do ITR e mais regressivas são as alíquotas. 

Sendo assim, propriedades ociosas podem pagar um percentual maior do que outras propriedades de mesmo tamanho, mas que são altamente produtivas.

O ITR deve ser declarado todo ano junto à Receita Federal, dentro do prazo estabelecido, que ainda não foi divulgado.

Quem precisa declarar o ITR 2025?

De acordo com a Instrução Normativa (IN) da Receita Federal Nº 2151 de 10/07/2023, está obrigado a pagar o ITR referente ao exercício de 2025:

  • Proprietários de Imóveis Rurais: Qualquer pessoa física ou jurídica que possua propriedade rural registrada em seu nome.
  • Titulares do Domínio Útil: Quem detém o direito de usufruto ou exploração econômica do imóvel rural.
  • Possuidores a Qualquer Título: Inclui quem ocupa ou utiliza o imóvel rural, mesmo sem ser proprietário (como arrendatários ou posseiros).
  • Imóveis Isentos ou Imunes: Mesmo quem está isento do pagamento (ex.: áreas menores que 30 hectares exploradas por agricultores familiares ou imóveis em área de preservação permanente) precisa declarar para manter o cadastro atualizado.

Quem possui imóvel rural com área menor que o limite para isenção e que seja explorado exclusivamente como pequena propriedade familiar, está dispensado da declaração,  conforme definido na legislação.

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Quem não precisa pagar ITR?

Os arrendatários, comodatários e parceiros não são responsáveis pelo pagamento do ITR, pois essa obrigação recai sobre o proprietário, titular do domínio útil ou possuidor a qualquer título.

A Receita Federal isenta do pagamento do ITR os donos de propriedades rurais que atendam a critérios de área e uso. A isenção de pagamento é válida para os seguintes casos:

  1. Imóveis rurais com até 30 hectares (ha), desde que sejam explorados como pequena propriedade rural por agricultores familiares e o proprietário não possua outro imóvel rural ou urbano.
  2. Imóveis rurais com até 50 hectares localizados na Amazônia Oriental ou no Polígono das Secas, explorados sob as mesmas condições citadas acima.
  3. Imóveis rurais com até 100 hectares, localizados no Pantanal ou na Amazônia Ocidental, explorados por agricultores familiares.
  4. Imóveis de domínio público ou de interesse social, incluindo:
    • Áreas pertencentes ao Governo Federal;
    • Assentamentos de reforma agrária;
    • Territórios de comunidades quilombolas;
    • Áreas de Organizações Não Governamentais (ONGs) e partidos políticos, quando utilizadas para fins institucionais, sem fins lucrativos.

A isenção do pagamento do imposto por alguns proprietários de estabelecimentos rurais não exclui a obrigação de fazer a declaração do ITR.

A declaração ITR é fundamental para garantir a posse do imóvel e estar regularizado junto à Receita Federal. O documento ainda é essencial para o produtor ter acesso ao Plano Safra, Seguro Rural e outros tipos de crédito rural.

Quando começa a Declaração do ITR 2025?

O período para a Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (DITR) referente ao exercício de 2025 ainda não foi oficialmente divulgado pela Receita Federal. 

Historicamente, o prazo para a entrega da DITR tem início em meados de agosto e se estende até o final de setembro. Por exemplo, em 2024, o prazo começou em 12 de agosto e terminou em 30 de setembro. 

É recomendável que os proprietários de imóveis rurais fiquem atentos às publicações oficiais da Receita Federal para obter informações atualizadas sobre os prazos e procedimentos para a declaração do ITR 2025.

Documentos necessários para declarar o ITR 2025

Para declarar o ITR 2025, é preciso apresentar os seguintes documentos:

  • Ato Declaratório Ambiental (ADA): Caso o imóvel possua áreas não tributáveis (como reservas legais ou áreas de preservação permanente), é necessário entregar o ADA ao Ibama para comprovação.
  • Documento de Informação e Atualização Cadastral (DIAC): Contém as informações cadastrais de cada imóvel rural e de seu titular.
  • Documento de Informação e Apuração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (DIAT):
    Contém as informações necessárias para a apuração do valor do imposto devido para cada imóvel rural.

Como consultar o ITR 2025?

Todos os procedimentos da Receita Federal são feitos totalmente de forma virtual. Para fazer a Declaração do ITR, é preciso baixar o programa no site da Receita Federal

Tenha todas as documentações já separadas em uma pasta em seu computador para não perder tempo. 

“Após emitir a declaração é possível acompanhar o processamento da declaração de IR e verificar a situação da entrega. Se a declaração estiver retida na malha, consulte as inconsistências e, se for o caso, retifique as informações enviando uma nova declaração retificadora.

Qual o valor do ITR 2025?

O valor do ITR 2025 é calculado com base no Valor da Terra Nua Tributável (VTNT) e na alíquota correspondente, que varia conforme o tamanho da propriedade e seu grau de utilização.

Fórmula Básica do Cálculo: ITR = VTNT × Alíquota

Componentes do Cálculo:

  1. Valor da Terra Nua Tributável (VTNT):
    • Corresponde ao valor de mercado da terra sem quaisquer benfeitorias, culturas ou florestas plantadas.
    • São excluídas do cálculo áreas de preservação permanente, reserva legal e outras protegidas por legislação ambiental.
  2. Alíquota:
    • Determina o percentual aplicado sobre o VTNT para calcular o imposto devido.
    • As alíquotas variam conforme o tamanho da propriedade e seu grau de utilização, conforme demonstrado na tabela abaixo:

Tabela de Alíquotas do ITR:

Tamanho da Propriedade (em hectares)Grau de Utilização (%)Alíquota (%)
Até 5080% ou mais0,03
Até 50Menos de 30%1,00
Mais de 5.00080% ou mais0,45
Mais de 5.000Menos de 30%20,00

Nota: O grau de utilização é calculado pela relação entre a área efetivamente utilizada e a área aproveitável do imóvel.

Exemplo de Cálculo:

  • Propriedade: 100 hectares
  • VTNT: R$ 1.000.000,00
  • Grau de Utilização: 50%
  • Alíquota Aplicável: 0,30%

Cálculo: ITR = R$ 1.000.000,00 × 0,30% = R$ 3.000,00

É importante ressaltar que, conforme a Lei nº 14.932/2024, o Cadastro Ambiental Rural (CAR) pode ser utilizado para apurar a área tributável das propriedades rurais, auxiliando no cálculo do ITR.

Como pagar a declaração ITR 2025?

Após finalizar a declaração ITR, é gerado um Darf (Documento de Arrecadação de Receitas Federais), que pode ser pago por meio do código de barras pelo aplicativo do banco ou em uma agência. 

A Receita também autoriza que metade da dívida seja paga por meio do Título da Dívida Agrária Escritural (TDA) em instituição financeira que seja autorizada.

Retificação da declaração ITR 2025

Depois de feita e emitida a declaração, você pode pedir uma retificação, caso tenha deixado passar algo ou tenha errado alguma informação.

Para fazer a retificação, basta acessar o sistema com seus dados, incluir ou excluir as informações. Essa retificação pode interferir no valor final a ser pago do ITR.

Para não gerar multa, esse procedimento deve ser feito dentro do prazo para não gerar multa, já que a última versão é a que será considerada como válida pela Receita.

Plantação de trigo: Conheça as etapas fundamentais

A safra 2025/26 promete ser histórica para a triticultura brasileira, com estimativa de 10 milhões de toneladas de trigo.

Este é um marco que reflete o avanço tecnológico, o esforço de produtores em investir em planejamento e manejo adequado desde o início do cultivo.

Com o aumento da demanda e da área plantada, cultivar trigo no Brasil tem se tornado uma atividade cada vez mais estratégica.

Mas, para ter bons resultados, é indispensável seguir cada etapa do processo com atenção — da escolha da cultivar ao manejo das pragas no início da lavoura.

Você sabe qual é o melhor momento para semear o trigo na sua região? E como preparar o solo, ajustar o espaçamento e definir a quantidade de sementes? Esses detalhes fazem toda a diferença e você confere tudo neste conteúdo.

Como está o mercado de trigo hoje no Brasil?

A produção de trigo no Brasil deve alcançar 10 milhões de toneladas na safra 2025/26, o que representa um aumento de 29,9% em relação ao ciclo anterior. O avanço expressivo se deve, principalmente, à base comparativa baixa do ano anterior.

A área plantada também deve crescer, com estimativa de 3,1 milhões de hectares, um acréscimo de 6,2% em relação à safra 2024/25.

No Rio Grande do Sul, principal estado produtor, projeta-se um crescimento de 11,7% na área cultivada e de 11,9% na produção, chegando a 4,4 milhões de toneladas.

Já o Paraná, mesmo com leve redução de 0,7% na área, deve ter um salto de 57,6% na produção, totalizando 3,7 milhões de toneladas.

Em relação ao comércio internacional, a Argentina ainda possui um saldo exportável de 4,3 milhões de toneladas de trigo, o equivalente a 33% dos 13 milhões produzidos

No ciclo anterior, esse percentual era de apenas 18%. Esse cenário indica que, nos próximos meses, o Brasil deve encontrar espaço para importar o volume necessário sem grandes pressões no mercado.

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Qual a importância do cultivo do trigo?

O trigo é uma das culturas mais antigas cultivadas no mundo. Por ser fonte de carboidratos, proteínas, gordura, fibra, cálcio, ferro e ácido fólico, tem um grande papel na alimentação humana.

Podendo ser consumido de diversas formas, há plantações de trigo em diversas localidades, como China, União Europeia, Índia, Rússia, EUA, Canadá, Austrália, Paquistão, Ucrânia e Turquia.

A plantação de trigo no Brasil assume apenas a 15ª posição de produção. Porém, há espaço para crescimento tanto em área quanto em produtividade.

Para a cultura se desenvolver, é necessário planejamento adequado e utilizar técnicas para o plantio do trigo corretas.

Tabela

O conteúdo gerado por IA pode estar incorreto.

Figura 1. Maiores produtores mundiais de trigo. (Fonte: Atlas Big, 2025).

Como plantar trigo: passo a passo 

Saber como é plantado o trigo é o primeiro passo que você deve seguir para ter altas produtividades.

Em cada uma das etapas, há uma série de especificidades que devem ser seguidas com o máximo de cuidado possível. Confira a seguir.

1. Escolha do cultivar

No Brasil, a produção de trigo está concentrada na região Sul, mas também há produção na Bahia, Minas Gerais, Distrito Federal e Goiás.

O que muda na plantação de trigo nas regiões brasileiras é o tipo de cultivar escolhido. Cada uma delas é desenvolvida para ser adaptada ao clima de cada região.

Para que você faça uma boa escolha, fique de olho em alguns pontos, como:

  • Indicação de produção;
  • Alto desempenho no campo e produtividade;
  • Resistência à doenças; 
  • Indicação da cultivar de acordo com o sistema de produção; 
  • Fertilidade do solo; 
  • Época de semeadura;
  • Entre outros fatores.

2. Época de plantio de trigo

Na região do Cerrado a época de plantio é de janeiro a fevereiro (sequeiro) e abril a maio (trigo irrigado). Já o plantio de trigo na região Sul, a janela de semeadura é entre março e junho.

A época de plantio do trigo depende de cada região de cultivo da cultura. Para te auxiliar nessa escolha, você pode seguir as recomendações do Zarc (Zoneamento Agrícola de Risco Climático).

O Zarc disponibiliza uma lista de cultivares recomendadas para cada região, além da relação de municípios com seus respectivos calendários de plantio.

Com isso, você tem acesso aos dados específicos do estado, incluindo a lista de municípios indicados, os períodos de plantio (início e fim) por cidade, além de informações sobre o tipo de solo e o grupo de cultivares recomendado.

3. Condições ideais de plantio

O trigo é uma cultura que pode ser produzida em regiões tropicais e subtropicais, mas para alcançar altas produtividades, a umidade do ar ideal para cultivar o trigo é de 70%.

Umidades muito elevadas podem causar danos fitossanitários, influenciando diretamente no rendimento dos grãos. A alta umidade também não é bem-vinda durante o plantio do trigo, então fique de olho. 

Para a emergência do trigo, temperaturas do solo entre 15 °C e 20 °C são favoráveis. Mas as temperaturas acima de 26 °C podem ser prejudiciais para o estabelecimento desta cultura de inverno.

Por isso, realize o planejamento de sua semeadura, acompanhando as previsões climáticas, para evitar semear em períodos com temperaturas baixas ou altas demais. 

Condições como umidade, temperatura e chuva durante todo o ciclo da cultura também refletem diretamente na qualidade do grão.

4. Preparo do solo para plantio de trigo

Após fazer o planejamento e ter definido todos os parâmetros citados acima, comprado suas sementes, está na hora de preparar o solo para o plantio de trigo.

Primeiro, determine qual o tipo de sistema de cultivo será ou é utilizado na área, sendo convencional ou plantio direto, e realizar as práticas de acordo com ele. Outros fatores importantes para o estabelecimento da lavoura de trigo são: 

  • Semear no limpo; 
  • Fazer um bom manejo de cobertura do solo até a semeadura;
  • Análise de solo (adubação equilibrada);
  • Semeadura de qualidade; 
  • Cuidados com velocidade de semeadura e profundidade (2 cm a 5 cm); 
  • Escolha da semente de qualidade;
  • População de planta adequada.

Para o preparo do solo, saiba qual a quantidade de fertilizantes e corretivos a serem aplicados no solo. Esse é um fator importante quando se pensa no custo com a cultura.

Isso porque os fertilizantes têm maior participação nos custos de produção do trigo, representando aproximadamente 25% do investimento na lavoura. Por isso, é importante realizar a análise de solo.  

Passo a passo representando como fazer a preparação do solo para a plantação de trigo.

5. Análise do solo

Para determinar se o solo precisa de correção ou de fertilizantes é necessário realizar a análise. As amostras devem ser representativas da área. 

Para plantio direto, é recomendada a amostragem de 0 cm – 10 cm e ocasionalmente de 0 cm – 20 cm de profundidade.

Para o plantio convencional, a amostragem recomendada é de 0 cm – 20 cm. A interpretação da análise de solo é realizada de acordo com o nível de cada elemento.

Já para determinar a necessidade de calagem e adubação para a área amostrada, devem ser utilizados manuais ou indicações técnicas para cada região do país. 

6. Correção com calcário

Determinar se a área precisa de calagem e qual quantidade utilizar é extremamente importante. Você deve ter a interpretação da análise de solo com as recomendações para cada região de cultivo do trigo.

7. Adubação

A adubação com fertilizantes NPK e micronutrientes para o trigo costuma ser feita no sulco de semeadura.

O nitrogênio é o nutriente mais exigido pela planta, e sua quantidade varia conforme alguns fatores, como: matéria orgânica do solo, cultura anterior, clima da região e expectativa de produção.

No Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, por exemplo, a dose de nitrogênio depende principalmente da matéria orgânica, da cultura precedente e da expectativa de rendimento.

O nitrogênio costuma ser aplicado em cobertura, entre o perfilhamento e o alongamento do colmo, enquanto no Paraná, essa adubação é feita com base na cultura anterior.

Cada estado tem uma recomendação específica, por isso o indicado é consultar os estudos da Embrapa ou procurar um(a) engenheiro(a) agrônomo(a).

Adubação nitrogenada: um guia rápido de manejo para altas produtividades na lavoura

8. Semeadura, espaçamento e densidade

A maior parte do plantio de trigo no Brasil é realizado com semeadoras. As sementes serão plantadas seguindo estas indicações:

  • Espaçamento entre linhas de 17 cm a 20 cm;
  • Densidade média de 200 a 400 sementes viáveis por ;
  • Profundidade de semeadura de 2 cm a 5 cm.

Também há quem faça a semeadura a lanço, onde é possível distribuir as sementes de maneira manual ou mecanicamente. Entretanto, dessa forma, você terá um espaçamento irregular e desuniformidade em sua área.

Para saber a quantidade de sementes que você irá utilizar por metro e por hectare, você utilizará a seguinte conta:

Fórmula:

L = (100 × S × E) / PG
D = (L / E × L × M) / 100
L = (100 × S × E) / PG
D = (L / E × L × M) / 100
S = número de sementes por m² (estande de plantas/m²)
E = espaçamento em metros
PG (%) = poder germinativo
L = número de sementes por metro
M = massa de 1.000 sementes em gramas

Quanto tempo o trigo demora para crescer?

O tempo que o trigo demora para crescer varia de acordo com o tipo de trigo (trigo de inverno ou trigo de primavera), clima e manejo, mas em geral:

  • Trigo de inverno: Leva de 6 a 8 meses do plantio à colheita, com semeadura no outono, passando pelo inverno em dormência. É colhido no final da primavera ou começo do verão;
  • Trigo de primavera: Cresce mais rápido, levando de 4 a 5 meses do plantio à colheita. É semeado na primavera e colhido no verão.

No Brasil, onde o cultivo é mais comum entre maio e setembro, o ciclo do trigo costuma durar em torno de 110 a 150 dias, dependendo da variedade e das condições climáticas.

Fases de crescimento do trigo
  • Germinação e emergência: 5 a 15 dias;
  • Perfilhamento: 20 a 40 dias;
  • Alongamento do colmo: 30 a 50 dias;
  • Emborrachamento e espigamento: 15 a 30 dias;
  • Floração e enchimento de grãos: 20 a 40 dias;
  • Maturação e colheita: 20 a 30 dias.

Manejo inicial da lavoura de trigo

Os cuidados com as plantas de trigo devem ser tomados antes e durante a instalação da lavoura. O  manejo de doenças, pragas e plantas daninhas da cultura é fundamental.

As plantas daninhas devem ser controladas para que você semeie o trigo no limpo. O trigo deve permanecer, por no mínimo 12 dias, sem a interferência de plantas invasoras.

A atenção deve ser principalmente para gramíneas como o azevém, capim-amargoso e aveia. 

Doenças e pragas devem ser controladas antes que causem danos econômicos na sua lavoura. Entre as principais doenças do trigo que podem aparecer no início do ciclo da cultura, há:

  • Oídio;
  • Ferrugem;
  • Mancha amarela da folha;
  • Mancha-marrom;
  • Nanismo-amarelo;
  • Mal-do-pé.

Estas são apenas algumas doenças que causam impacto desde a germinação e perfilamento. Independente do tipo, o MID (Manejo Integrado de Doenças) precisa ser realizado. Elas podem variar entre as regiões de cultivo e condições climáticas.

Os pulgões, assim como os corós, percevejo-barriga-verde e lagartas, são pragas do trigo que podem ocorrer durante todo o ciclo da cultura. Elas devem ser monitoradas desde a germinação.

Para controle, o MIP (Manejo Integrado de Pragas) é fundamental. Ele irá reduzir os danos e a incidência destas pragas nas plantações de trigo.

Existem várias outras ferramentas essenciais para se ter uma lavoura sadia. O conhecimento do histórico da área, o monitoramento climático, a rotação de culturas, o controle químico no momento correto são as principais.

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Redator Alasse Oliveira

Alasse Oliveira

Engenheiro-Agrônomo (UFRA/Pará), Técnico em Agronegócio (Senar/Pará), especialista em Agronomia (Produção Vegetal) e mestre em Fitotecnia pela (Esalq/USP).