5 dicas da regulagem de colheitadeira para melhor desempenho na lavoura

Regulagem de colheitadeira: está insatisfeito com o resultado da sua colheita? Confira agora as dicas para melhorá-la!

A colheita é, sem dúvida, a etapa mais esperada pelo produtor rural, afinal, é a hora de colher os frutos de todos os esforços.

Mas é também uma etapa muito delicada e que exige acompanhamento cuidadoso, pois pode influenciar diretamente na produtividade das lavouras.

É comum que ocorram perdas na hora da colheita, mas é importante que sejam o menor possível!

A má regulagem das colheitadeiras pode aumentar essas perdas e reduzir a margem de lucro do produtor.

Como não queremos isso, confira a seguir 5 dicas de regulagem de colheitadeira para garantir uma colheita de sucesso!

O funcionamento e as perdas das colheitadeiras

Antes de seguirmos para as dicas propriamente ditas, vamos conferir um pouco a respeito das principais perdas que ocorrem nas lavouras.

Como vimos, a perda na hora da colheita é comum, mas não pode ser exagerada!

Além das perdas naturais, resultados de intempéries climáticas, pragas ou doenças, existem as perdas relacionadas às colheitadeiras – as chamadas perdas de plataforma e as perdas internas.

As perdas de plataforma são aquelas resultantes da interação da máquina com a lavoura.

Já as perdas internas são aquelas causadas pelos componentes internos das máquinas.

De forma geral, elas resultam principalmente da má regulagem de colheitadeira e deficiências de projeto das máquinas.

Quando pensamos na colheitadeira, temos que lembrar que, apesar de ser uma coisa só, ela é composta de uma série de sistemas internos que trabalham juntos!

São eles:

  • plataforma de corte
  • alimentação
  • trilha
  • separação
  • limpeza
  • transporte e armazenamento

Cada máquina é uma máquina, mas todas apresentam os sistemas juntos, como podemos ver na imagem.

ilustrações de colheitadeiras com trilha de fluxo radial (esquerda) e de fluxo axial (direita)

Colheitadeiras com trilha de fluxo radial (esquerda) e de fluxo axial (direita)
(Fonte: Prof. José Paulo Molin)

Cada sistema apresenta diferentes componentes e, apesar de compartimentalizados, os sistemas se complementam e precisam trabalhar juntos, numa sincronia perfeita.

Sistema de corte e alimentação

Os mecanismos de corte e alimentação atuam de forma complementar, onde o primeiro ceifa e o segundo conduz o conteúdo nos elevadores até o sistema de trilha.

Apesar de o princípio ser o mesmo, lembre-se: a colheita de cada cultivo agrícola tem suas particularidades!

No caso de culturas de corte elevado, como trigo, cevada e arroz, a plataforma segadora, que conduz a barra de corte, deve ser rígida para manter o padrão.

Já para a lavoura de soja, como temos vagens próximas da base, a plataforma deve ser flexível no sentido transversal. Assim, ela poderá acompanhar irregularidades do solo, reduzindo as perdas.

No caso do milho, o sistema é dividido em unidades despigadoras!

Aqui já podemos notar que as principais regulagens das colheitadeiras vão variar de acordo com a cultura em que estamos trabalhando.

>> Leia mais: “Como escolher a colheitadeira ideal para sua lavoura”

Sistemas de trilha, separação e limpeza

Na trilha, graças à ação do impacto e atrito, remove-se o grão da planta, seja ele uma vagem, sabugo ou panícula.

Na separação, basicamente é feita a limpeza dos grãos, removendo a palha mais grossa e enviando apenas o grão com palhiço para o sistema de limpeza.

Já no sistema de limpeza, peneiras e ventiladores farão a remoção do palhiço, enviando apenas os grãos limpos para o tanque graneleiro.

Agora que vimos o cenário de funcionamento das colheitadeiras, confira as dicas que preparei para vocês!

5 principais dicas para regulagem de colheitadeira

1 – Programe e faça suas manutenções regularmente

A regulagem das colheitadeiras pode fazer a diferença e garantir performances completamente diferentes em campo.

Além disso, quando realizados periodicamente, os custos com reparos podem ser reduzidos em até 25%!

Da mesma forma que ninguém vai viajar sem conferir se está tudo certo com o carro, não devemos iniciar as atividades de colheita sem as devidas manutenções.

Falhas no planejamento das manutenções, ou ainda, na logística do maquinário pode também levar a perdas na colheita.

Barra de corte, navalhas com folgas, altura e velocidade de rotação do molinete são alguns pontos que devemos estar atentos.

Se quiser aprender mais sobre a manutenção de máquinas e implementos, confere aqui!

2 – Atenção à velocidade de operação

A velocidade de trabalho, ou caminhamento, da colheitadeira pode ser um problema, já que um impacto muito elevado das plantas com a máquina pode aumentar as perdas.

Além disso, a velocidade de avanço define a velocidade de alimentação das colheitadeiras.

A velocidade mais indicada para a colheita pode variar de 4 km/h a 6 km/h

Mas cada caso é um caso, já que o valor ótimo de velocidade é influenciado por uma série de fatores relacionados à lavoura e também à colheitadeira utilizada.

Alguns deles são:

  • regularidade do terreno;
  • produtividade;
  • porcentagem de acamamento da cultura;
  • presença de pedras, obstáculos e plantas daninhas;
  • tipo de plataforma, autonivelante ou rígida;
  • sistema de trilha axial ou radial e, principalmente;
  • habilidade e capacitação do operador.
foto de falhas na colheita devido à combinação de diversos fatores - regulagem de colheitadeira

Falhas na colheita devido à combinação de diversos fatores
(Fonte: Cotrisoja)

3 – Linhas na semeadura x plataforma de colheita

Essa é uma dica que vale a pena ser citada pois, às vezes, pode “passar batida”!

É importante lembrar que o número de linhas das semeadoras deve ser igual ou múltiplo do número de linhas das plataformas de colheita.

Dessa forma, evitamos desalinhamentos na hora de colher, evitando repasses e perdas desnecessárias.

4 – Faça o acompanhamento de suas perdas

Como podemos saber se estamos progredindo se não fizermos um acompanhamento contínuo de nosso trabalho?

Fazendo o acompanhamento das perdas podemos verificar se está tudo correndo bem ou se precisamos melhorar em algum ponto.

Existem diversas formas de quantificar o desempenho de nossa colheita e você pode saber mais neste artigo sobre indicadores que já publicamos aqui no blog!

Para a soja, é muito comum o uso de copo medidor para conferir os níveis de perdas que podem indicar necessidade de melhor regulagem das colheitadeiras.

foto de um copo de medição da Embrapa para verificação de perdas de colheita em soja com grãos dentro

Copo de medição da Embrapa para verificação de perdas de colheita em soja
(Fonte: Marisa Yuri Horikawa/Embrapa)

Facilite seus cálculos usando uma planilha gratuita para estimativa de perdas na colheita. Para acessar, clique na figura abaixo!

planilha para estimativa de perdas na colheita Aegro

5 – Capacite os operadores das colheitadeiras

Apesar de parecer ficção científica, caminhamos para uma realidade onde as máquinas poderão trabalhar de forma autônoma!

Mas, enquanto ainda não chegamos lá, o fator humano continua essencial.

Por isso, os operadores das colheitadeiras devem receber treinamentos periódicos sobre o maquinário e os processos agrícolas envolvidos.

Afinal, são os operadores que irão assegurar o zelo, a boa e correta regulagem das colheitadeiras.

Conclusão

Apesar de já estarmos em um elevado nível de integração tecnológica nas lavouras, ainda existem muitas perdas no campo, principalmente relacionadas à colheita.

Por isso, a fim de maximizar a produtividade – e consequentemente os lucros – temos que reduzi-los ao máximo.

E o primeiro passo é quantificar as perdas e identificar a origem dos problemas.

A regulagem adequada das colheitadeiras é um passo importante e essencial nesse processo, já que estão atrelados a outros fatores como os operadores, a manutenção e até mesmo a semeadura!

Espero que tenha conseguido mostrar para vocês o quão complexo é o processo da colheita e que essas dicas sejam úteis!

>> Leia mais:

“Como produtora economizou em manutenção de máquinas a partir de uma ação estratégica”

Restou alguma dúvida sobre a regulagem de colheitadeira? Conte nos comentários os principais problemas que tem encontrado na hora de garantir o desempenho da colheita!

Entenda melhor a classificação da soja e saiba usá-la para aumentar sua lucratividade

Classificação da soja: a atenção ao padrão exigido por indústria e tradings e o diagnóstico correto na hora da colheita são fundamentais para o aumento da sua renda

A colheita é um dos momentos mais aguardados pelo produtor, mas após essa etapa ainda há toda uma cadeia produtiva pela frente.

Afinal, quando se produz soja, estamos tratando de uma matéria-prima com destino diverso, desde exportação do grão in natura até produção de óleo ou utilização na indústria cosmética.

Seja qual for o destino, para adentrar na indústria/trading é preciso haver uma classificação da soja, um padrão de entrada, para assim haver a comercialização de produtos de qualidade.

Essa classificação física de soja é feita com base em leis e instruções normativas. 

Neste artigo, vamos mostrar tudo isso e dar dicas do que fazer para garantir mais lucratividade na comercialização da commodity. Confira a seguir!

Classificação da soja: o que diz a legislação

A classificação física de produtos vegetais foi instituída pela Lei n.º 9.972, de 25 de maio de 2000 e regulamentada pelo Decreto n.º 6.268, de 22 de novembro de 2007. Mais especificamente para a soja usamos a IN (Instrução Normativa) 11 de 2007.

Toda a classificação de soja que ocorre em território nacional usa como base essa IN. 

Mas ela é apenas uma base mesmo, pois nenhuma instituição com fim comercial necessita segui-la, desde que a classificação seja explicada ao produtor e esteja em contrato assinado por ambas as partes.

Na IN temos dois grandes grupos de soja (I e II), como você pode ver na tabela abaixo: 

Variáveis analisadas e os limites na classificação de soja especificadas na IN 11 de 2007
Variáveis analisadas e os limites na classificação de soja especificadas na IN 11 de 2007
(Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento)

Como você pode notar, a tabela acima não delimita a umidade do grão, não sendo considerada para efeito de enquadramento nos grupos. É recomendado o percentual máximo de 14% (IN 11 de 2007) e, acima deste valor, descontos são aplicados. 

O padrão de 14% é seguido por todas as indústrias, ao menos nunca vi negociações com esse números diferentes no parâmetro.   

Processo de classificação de soja em 7 passos

Depois de colhida na lavoura, a soja será encaminhada para uma indústria, trading ou estrutura própria. Independente do destino, as operações a seguir são fundamentais para um correto armazenamento do grão

Nesta ordem ocorrem os processos: calagem (caminhão ou graneleiro), quarteamento, retirada de impurezas, medição da umidade, avaliação de grãos avariados, esverdeados e grãos partidos e amassados (dentro do laboratório de classificação). 

Vou explicar melhor cada uma delas a seguir:

1 – Calagem

Consiste em retiradas de subamostras do caminhão, segundo peso do caminhão (tabela abaixo), para se formar a amostra, segundo a IN:

tabela com número de pontos a se retirar para formar a amostra de trabalho - classificação da soja
Número de pontos a se retirar para formar a amostra de trabalho
(Fonte:  Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento)

2 – Quarteamento

Consiste na mistura e redução da amostra, para se formar a amostra de trabalho homogênea (+- 250 g). Na figura abaixo, vemos um quarteador em cascata: 

foto de  quarteador em cascata
 Quarteador em cascata 
(Fonte: Eagri)

3 – Retirada de matérias estranhas e impurezas

A retirada de matérias estranhas e impurezas é feita com o uso de peneiras de (3 mm e 9 mm). O percentual aceitável é de 1%. Tudo acima desse valor é descontado proporcionalmente.

fotos de matérias estranhas e impurezas com uso de peneira de 3,00 mm
Matérias estranhas e impurezas
(Fonte: Referencial fotográfico da soja)

4 – Determinação da umidade do grão

A determinação da umidade do grão é feita com uso de máquinas próprias para a atividade. O percentual aceitável é de 14% e tudo acima deste valor é descontado.

5 – Determinação dos grãos avariados

A determinação dos grãos avariados deve ser feita com um olhar minucioso. O percentual aceitável é de 8% e, como nos outros casos, tudo acima deste valor é descontado proporcionalmente. 

Estes defeitos implicam na perda direta de qualidade do óleo de soja e teor proteínas presentes.

Abaixo você pode ver diversos exemplos de defeitos:   

fotos de grãos com defeitos, queimados no secador
Grãos mofados causados pelo atraso na colheita
Grãos mofados causados pelo atraso na colheita
(Fonte: Referencial fotográfico da soja)
Comparação entre grãos imaturos e chochos - classificação da soja
Comparação entre grãos imaturos e chochos 
(Fonte: Referencial fotográfico da soja)

Os maiores causadores de grãos avariados são os percevejos barriga-verde e o percevejo marrom.

Esses insetos, após sugarem a seiva dos grãos, deixam um canal de passagem aberto para micro-organismos que acabam por consumir o conteúdo do grão, fermentando-o até chegar ao estágio de grão ardido.

Além deles, a chuva na fase da colheita também é uma grande vilã, pois atrasa esse processo e, com isso, o grão pode “passar do ponto”.

6 – Determinação de grãos esverdeados

São grãos que não alcançaram a maturidade fisiológica por algum motivo (seca, pragas agrícolas, entre outros). 

Essa classificação só é realizada caso seja constatada, a olho nu, a presença de um grande número de grãos esverdeados. O percentual aceitável é de 8% e tudo acima deste valor é descontado proporcionalmente.

Exemplo de grãos esverdeados - classificação da soja

Exemplo de grãos esverdeados
(Fonte: Referencial fotográfico da soja)

7 – Determinação de grãos partidos e amassados

A determinação de grãos partidos e/ou amassados também só é feita caso seja constatada uma grande presença de grãos assim na visualização a olho nu. O percentual aceitável é 30% – acima deste valor é descontado proporcionalmente.

Exemplo de grãos de soja partidos e quebrados

Exemplo de grãos partidos e quebrados
(Fonte: Referencial fotográfico da soja)

Como utilizar os conhecimentos da classificação para aumentar a rentabilidade

Analisando a classificação do local de destino e tendo a devida estrutura, como silos, secadores, peneiras, sistemas de termometria, espalhadores entre outros equipamentos, podemos previamente armazenar o grão em silos próprios. 

Claro que é necessário se organizar na propriedade para ter uma classificação prévia no graneleiro ou no caminhão que vai descarregar (antes de ir para o silo), das variáveis (umidade do grão, avariados e impurezas, principalmente). 

A partir da classificação e com o processo definido do destino da soja, segundo a sua classificação, podemos alocar o grão nos silos. 

Tendo o processo de recepção e manejo definido na propriedade, é preciso conhecer outra técnica conhecida pelas indústrias e tradings chamado de  “blend” (ou mistura, em português).

O blend consiste em misturar a soja com variáveis diferentes, mas mantendo o padrão da classificação da indústria/trading. 

Ou seja, aloca-se a soja com variáveis semelhantes juntas e, ao final, podemos fazer misturas ganhando em peso, poupando em gastos com operações de secagem ou descontos no destino.

Opções de blend

Para que você entenda melhor esse processo de blend, abaixo deixo uma tabela onde faço uma simulação de um produtor de 30 mil sacos de soja que conseguiria armazenar toda a sua produção e fazer o manejo correto dos grãos para possível mistura. 

tabela com simulação de um produtor de 30 mil sacos de soja, com armazenamento total e manejo correto.

Com os dados da colheita em mãos, vemos que João conseguiria misturar a soja do tipo 1 com o tipo 2 ganhando em peso de umidade, evitando descontos.

Outra opção seria misturar soja do tipo 3 com o tipo 2, ganhando em peso de grãos avariados. 

Os processos citados acima envolvem técnicas de conservação, resfriamento e secagem nos silos conforme o tempo decorre e a necessidade de venda do produto surge. Os exemplos acima poderiam ser aplicados principalmente no sul do Brasil.

Abaixo trago uma tabela onde comparo os ganhos do manejo “blendando”, ou seja, misturando diferentes tipos de soja com os da entrega direta para a indústria.

tabela com comparação dos ganhos dos manejo blendando, com vários tipos de soja com os da entrega direta para a indústria.

Quanto maior a área semeada, maiores as possibilidades de maximizar os lucros. 

Não existem respostas certeiras para o manejo do blend, mas ele é um aliado para maximizar os ganhos com a soja e outras culturas, como milho. 

Conclusão

A classificação de grãos padroniza as commodities, facilitando o comércio nacional e internacional para sempre termos produtos de qualidade. 

Neste artigo você viu as legislações referentes à classificação física da soja e as etapas de classificação em 7 passos principais.

Conhecer esses processos que envolvem a classificação e o manejo do grão no pós-colheita pode maximizar seus lucros!

>> Leia mais:

“Entenda os diferentes métodos de amostragem de grãos e como eles podem impactar a comercialização da sua safra”

“Lucro por hectare de soja: saiba como calcular”

Restou alguma dúvida sobre o processo de classificação da soja? Você já tentou fazer algum blend em seus grãos?

Saiba aproveitar ao máximo os programas de pontos do produtor rural

Programa de pontos do produtor rural: entenda como ele beneficia fazendas e a indústria agro

O dinheiro que você investe na lavoura pode voltar para o seu bolso muito antes da venda da produção.

Com um programa de pontos do produtor rural, é fácil reverter a compra de insumos e equipamentos em diversos benefícios.

Quem ainda não participa de alguma plataforma de resgate de pontos está perdendo a chance de obter produtos e serviços sem colocar a mão no bolso.

Quer conhecer os maiores programas do Brasil e descobrir a melhor forma de aproveitá-los na sua fazenda? Continue lendo!

Como funciona o programa de pontos do produtor rural

Pesquisas indicam que o produtor brasileiro se preocupa cada vez menos com a marca dos seus produtos agrícolas.

Neste sentido, o programa de pontos é uma estratégia da indústria para fidelizar seus clientes. Funciona como um incentivo para que o comprador continue adquirindo de fornecedores parceiros.

Cada nota fiscal de compra equivale a moedas digitais que vão sendo acumuladas até que você tenha o suficiente para trocar por um benefício.

Geralmente, basta se cadastrar no site do programa e começar a pontuar, seja a partir de compras online ou offline.

Algumas plataformas aceitam, até mesmo, compras em lojas que não estão relacionadas ao setor agro, como Amazon, Netshoes e Gaston.

Na hora de resgatar os pontos, é possível encontrar produtos e serviços das mais diversas categorias: softwares para o agronegócio, equipamentos de informática, seguro agrícola, cursos, kit de ferramentas, entre outros.

O acesso facilitado a soluções para a propriedade, além de ser economicamente vantajoso, ainda evita que o produtor perca tempo buscando fornecedores.

A melhor forma de aproveitar o programa de pontos

Depois de comprar insumos e equipamentos para a safra, você estará com milhares de pontos acumulados e uma prateleira de soluções na sua frente.

Um novo eletrodoméstico ou passeio com a família podem chamar atenção à primeira vista. Mas que tal contribuir para o crescimento da sua empresa a médio e longo prazos?

Apostando em tecnologia digital, é possível otimizar os processos da fazenda e aumentar a sua produtividade. Como resultado, crescem os ganhos da atividade agrícola.

Considere investir na categoria de software, por exemplo. Um sistema de gestão rural, como o Aegro, une as rotinas do campo e do escritório para facilitar o seu dia a dia.

Fica mais simples de obter informações fundamentais para a sua tomada de decisão, como:

  • Quais defensivos e técnicas de manejo são mais eficientes;
  • Quais máquinas precisam de manutenção e quais devem ser trocadas;
  • Quanto você precisa ter em caixa para manter a operação da propriedade;
  • Quanto você pode estocar de cada insumo para a próxima safra;
  • Qual será a sua rentabilidade, por talhão, no final da safra.

Com decisões embasadas por fatos e dados, você evita desperdiçar dinheiro nas diferentes etapas do processo de produção e alcança maior margem de lucro.

É por isso que trocar os seus pontos por um sistema de gestão é uma forma de multiplicar o seu dinheiro.

Conheça o aplicativo Aegro para gestão de fazendas

Conheça os maiores programas de pontos do Brasil

Agora que você já entendeu a dinâmica e as vantagens de um programa de pontos do produtor rural, vamos conhecer os principais programas existentes no Brasil.

Impulso Bayer

Este programa de relacionamento beneficia compradores da Agro Bayer Brasil.

Ao cadastrar suas notas fiscais no Aegro, o cliente acumula pontos em apenas um clique na ferramenta, enviando suas notas direto para a plataforma Orbia.

Com essa pontuação, o usuário ganha estrelas que lhe permitem acessar um pacote crescente de vantagens, como uma consultoria 360 e o plano plus do sistema Climate Fieldview. 

O resgate de produtos e serviços é feito através da plataforma Orbia, que ainda possui outros parceiros além da Bayer.

Se você não conhece a Orbia, talvez já tenha ouvido falar na Rede AgroServices. Foi assim que a plataforma nasceu há 10 anos, no seu primeiro formato.

Hoje mais de 160 mil produtores rurais participam da plataforma, que também oferece a compra de insumos e a venda de commodities.

Vale destacar que o Aegro é um dos produtos mais resgatados na Orbia, podendo ser adquirido a partir de 65.100 pontos.

Você também pode resgatar soluções integradas ao Aegro, como:

página da plataforma Orbia do Impulso Bayer com o resgate de pontos para assinar o software de gestão Aegro

Resgate o software de gestão Aegro com os seus pontos Bayer

Agrega BASF

Para pontuar no programa de relacionamento da BASF, o produtor precisa adquirir produtos agroquímicos na rede de distribuidores parceiros.

Cada R$ 1 em produtos equivale a 1 ponto na plataforma. A pontuação é liberada automaticamente em 35 dias e tem validade de 24 meses a partir da data de compra.

Você consegue conferir o catálogo de serviços e soluções disponíveis após a inscrição no site Agrega. Além dos prêmios, o programa dá acesso a campanhas exclusivas e inovações digitais da BASF.

É possível adquirir o Aegro a partir de 205.979 pontos BASF. Os adicionais de MIP, Aegro Imagens e Livro Caixa Digital também estão disponíveis na plataforma.

AGREGA - Novo Programa de Relacionamento da BASF

Acessa Agro

A plataforma de benefícios da Syngenta oferece ferramentas de agricultura digital, serviços técnicos, programas educacionais, viagens de relacionamento, entre outros.

Você pode se cadastrar no programa pelo site ou aplicativo. Em seguida, é só comprar produtos Syngenta para acumular pontos.

O software Aegro e suas soluções adicionais para manejo de pragas, mapas NDVI e livro caixa digital podem ser resgatados na Acessa Agro.

Seedz

Diferentemente das opções anteriores, a empresa Seedz desenvolveu um programa de fidelidade independente que possui múltiplos parceiros.

Os pontos podem ser revertidos na aquisição de máquinas, insumos, cursos e até mesmo pagamento de contas de luz.

Qualquer produtor pode se cadastrar pelo CPF ou CNPJ. Na plataforma Seedz, você tem uma carteira digital que acumula moedas automaticamente mediante compras em fornecedores conveniados.

Conclusão

Em suma, mostramos que o programa de pontos do produtor rural traz vantagens tanto para a indústria quanto para os agricultores.

Portanto, vale a pena se atentar às plataformas existentes e realizar suas compras em fornecedores conveniados.

Também explicamos neste artigo que trocar pontos pela assinatura de um software de gestão é uma forma de profissionalizar as rotinas da fazenda para alavancar o lucro a médio e longo prazo.

O que você precisa saber para definir o melhor espaçamento para plantio de café

Espaçamento para plantio de café: entenda quais fatores considerar na hora de escolher o espaçamento do seu cafezal.  

Ao longo dos últimos anos, a cafeicultura nacional vem evoluindo, adotando novas práticas e, por consequência, produzindo mais.

Isso acontece porque passamos a entender melhor o sistema produtivo como um todo,  desde a população de plantas até o manejo. Em outras palavras, estamos cuidando melhor dos nossos pés de café.

Uma das mudanças que contribuíram de maneira mais significativa para essa evolução foi a mudança do espaçamento para o plantio do café. Pode parecer um detalhe apenas, mas isso contribuiu, e muito!

Separei algumas informações sobre o espaçamento do cafezal, como isso pode influenciar no dia a dia da propriedade e na produtividade da lavoura. Confira a seguir!

Espaçamento para plantio do café: um pouco de história 

Antigamente, media-se o espaçamento para plantio de café em palmos. Depois, adotaram-se os espaçamentos bem largos, de 3 m x 4 m, 4 m x 4 m e por aí vai, similar a um pomar de laranja. 

Eram poucas plantas por hectare, às vezes, mais de uma planta por cova.

foto em preto e branco de cafezal antigo com espaçamentos mais largos
Cafezal antigo com espaçamentos mais largos
(Fonte: IBGE cidades)

Aos poucos, foi adensado o cafezal e passou-se a produzir em renques (linhas de café). 

Isso gerou enormes ganhos na população de café por área plantada – passamos de menos de 1.000 planta/ha para 3.000 ou mais –  e, consequentemente, na produtividade do cafezal.

foto de cafezal plantado em renques, espaçamento atual - espaçamento para plantio de café
Cafezal plantado em renques, espaçamento atual
(Fonte: Valor Econômico)

Passamos a produzir menos por planta, mas mais por área. E isso foi uma grande vantagem, que culminou nos espaçamentos para plantio de café atuais. 

Mas você já se perguntou o que muda com um espaçamento mais ou menos adensado? Como a cultivar de café influencia nisso ou ainda as implicações no manejo?

Bem, é isso que pretendemos responder a seguir. 

O que considerar na escolha do espaçamento para plantio de café?

De forma resumida, é preciso ter em mente que quatro coisas andam juntas: o espaçamento, a população de plantas, a cultivar de café e a mecanização da lavoura. 

Esses pontos devem ser considerados e ponderados para que o espaçamento para  plantio de café seja o melhor possível para evitar problema indesejados ao longo da vida útil do cafezal.

População de plantas 

O espaçamento refere-se à distância entre plantas na linha e à distância entrelinhas (o tamanho da rua). Geralmente a distância das plantas na linha varia entre 50 cm e 1 metro; e de 1,5 m a 4 metros na entrelinha, de acordo com o sistema.

Isso dá uma variação entre 2.500 e 13.000 plantas por hectare!

O espaçamento para plantio de café define, portanto, a população de plantas da área e o adensamento do cafezal. 

Podemos classificar os sistemas quanto à população de plantas e adensamento da seguinte maneira:

  • tradicional: até 3.000 plantas/ha.
  • semiadensado: de 3.000 a 5.000 plantas/ha.
  • adensado: de 5.000 a 10.000 plantas/ha.
  • superadensado: até 10.000 a 20.000 plantas/ha.
  • hiperadensado: acima de 20.000 plantas/ha.

Sistemas mais adensados usam espaçamentos menores e tem maior população. Os menos adensados, espaçamentos maiores e menores populações.

Cabe lembrar que uma mesma população de plantas pode ser resultado de espaçamento diferentes. 

Para calcular a população de plantas a partir do espaçamento basta multiplicar a distância entre plantas na linha pela distância na entrelinha, tudo em metros. E dividir 10.0000 por esse valor. Por exemplo:

cálculo da população de plantas a partir do espaçamento, sendo espaçamento de 70 centímetros por 3,5 metros. 0,7 x 3,5 = 2,45
10.000/2,45 = 4081 plantas por hectare

Cultivar de café

Existem inúmeras cultivares de café disponíveis no mercado, já comentamos sobre a escolha delas em outro artigo aqui no blog da Aegro. Confira: “Variedades de café mais produtivas: como escolher a melhor para a sua propriedade”

Quanto a sua influência sobre o espaçamento, o mais importante é considerar o porte e vigor da cultivar.

Cultivares mais altas e vigorosas, como Mundo Novo, necessitam de maior espaçamento entre plantas na linha, acima de 70 cm.  Se usarmos espaçamentos menores, a tendência da planta é estiolar e ficar ainda mais alta. 

Isso aumenta a necessidade de podas para adequar a arquitetura da planta e também os riscos de quebra/tombamento com ventos. 

O problema é maior em regiões mais quentes onde a taxa de crescimento é mais elevada.

Cultivares de porte menor podem ser utilizadas em uma faixa mais ampla de espaçamentos entre plantas.

Mecanização da lavoura

Bem, para uma lavoura mecanizada, o espaçamento entrelinhas deve permitir o tráfego das máquinas

Deve-se considerar o diâmetro da copa da cultivar e o tamanho do trator e implementos. Nesses casos, geralmente adota-se algo entre 3 m e 4 m.

Por outro lado, em locais onde não é possível a mecanização e propriedades que colhem manualmente, talvez a melhor opção seja diminuir o espaçamento entrelinhas, adensando o cafezal e colhendo mais, na área. Nesse caso, o espaçamento seria 2 m a 2,5 m.

Esse maior adensamento aproveita melhor a área, aumenta a reciclagem de nutrientes, a produtividade e o retorno do capital investido é mais rápido.

Por outro lado, o investimento inicial é maior, os custos com colheita e podas também, além da maior incidência de doenças.

Espaçamento para plantio do café canephora 

O que conversamos até agora é válido para café arábica e canephora. Mas algumas particularidades do canephora devem ser ressaltadas.

Nas lavouras de café canephora, bons resultados têm sido obtidos com espaçamento de 3 m entrelinhas e 1 m a 1.2 m entre plantas, o que resulta em 2.700 a 3.300 planta/ha. Uma média de 3.000 plantas/ha, abaixo do utilizado para arábica.

Contudo, a planta de café canephora – robusta ou conilon – é multicaule, isso significa que mais de um ramo ortotrópico é conduzido por planta e isso contribui para a produtividade da lavoura. 

Por essa razão, definido o espaçamento ideal, é mais importante controlar a população de hastes ortotrópicas na área. Geralmente são 4 a 5 hastes por planta, resultando em uma população de 12 mil a 15 mil hastes/ha.

Em locais mais férteis e de alta tecnologia, pode-se aumentar a população de plantas e diminuir de hastes (3 a 4/planta) o que dá bons resultados e facilita o manejo, segundo a Incaper. 

Por outro lado, locais menos férteis podem trabalhar com populações de hastes mais altas, de 16 a 20 mil/ha.

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Conclusão

Como pudemos conferir ao longo do texto, o espaçamento para plantio de café não é uma simples receita de bolo a ser seguida em todas as situações. 

É preciso prestar atenção nos fatores que influenciam ou sofrem influência do espaçamento para escolher.

De antemão, o clima local, a declividade da área, bem como se a colheita é manual ou mecanizada podem determinar o espaçamento. Além disso, o porte da cultivar também deve ser considerado nessa hora.

O espaçamento define a população de plantas da área. E, adotando-se um espaçamento mais ou menos adensado, o manejo de podas, sanitário e até nutricional do cafezal será diferente e deve ser ajustado de acordo.

A determinação do espaçamento para plantio de café deve ser feita de maneira consciente, pois determinará grande parte do manejo ao longo da vida útil do cafezal. Fazendo da maneira correta, não teremos dor de cabeça!

>> Leia mais:

“10 dicas para melhorar a gestão de sua lavoura de café”

Como melhorar a plantabilidade e corrigir falhas e duplas na lavoura”

“Broca-do-café: veja as principais alternativas de controle”

E você, o que achou do texto? Restou alguma dúvida sobre espaçamento para plantio do café? Conte para gente nos comentários. Grande abraço e até a próxima!

Entenda os principais fenômenos meteorológicos na agricultura e planeje melhor sua produção

Fenômenos meteorológicos na agricultura: tire suas dúvidas sobre El Niño, La Niña e microclima e o que fazer para preparar sua lavoura!

O bom desenvolvimento da atividade agrícola é dependente do clima. Além do solo, a umidade e a temperatura impactam diretamente na germinação ou não da semente e no andamento da lavoura. 

As mudanças climáticas alteram todo o desenvolvimento das culturas, com ventos, falta ou excesso de chuva e temperatura aumentando. 

Mas quais são os fenômenos meteorológicos na agricultura aos quais você deve atentar?

Neste artigo, separamos o que você deve conhecer sobre o “tempo” e qual é sua principal influência nas atividades agrícolas. Confira!

Impacto dos fenômenos meteorológicos na agricultura

Acompanhar as previsões climáticas ao longo de toda a safra pode fazer a diferença para acertar nos manejos da propriedade.

Monitorar o clima diariamente até já é rotina para grande parte dos produtores, mas existem processos climáticos mais amplos que são muito importantes de serem considerados quando se planeja uma safra.

Um dos fenômenos meteorológicos na agricultura que causa variabilidade climática na América do Sul é o chamado fenômeno Enos (El Niño e La Niña), que afeta diretamente o regime de chuvas de várias regiões. 

Vou explicar melhor esses e outros eventos climáticos a seguir.

checklist planejamento agrícola Aegro

Chuvas

As chuvas são um dos fenômenos meteorológicos na agricultura mais possíveis de se prever. Elas são fundamentais para a lavoura, principalmente quando bem distribuídas.   

As chuvas são divididas em:

  • orográficas: geradas quando há um impedimento da massa de ar úmida por uma montanha.
  • convectivas: são as chuvas decorrentes de altas temperaturas.
  • frontais: ocorre pelo choque de uma massa de ar fria com uma massa de ar quente.

Em cada região do Brasil, as chuvas também são influenciadas por zonas diferentes como ZCAS (Zona de Convergência do Atlântico Sul) e ZCIT (Zona de Convergência Intertropical). 

Nesse caso, as regiões Sudeste e Centro-Oeste são influenciadas pela ZCAS e as regiões Nordeste e Norte pela ZCIT. 

A expectativa, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), para o verão de 2021 são chuvas frequentes em praticamente todo o país. 

São exceções o extremo sul do Rio Grande do Sul, leste da região Nordeste e a faixa nordeste de Roraima, onde geralmente o total de chuva é inferior a 400 mm. 

Volumes mais altos de precipitação devem ser observados sobre as regiões Norte e Centro-Oeste, com totais na faixa entre 700 mm e 1.100 mm. 

E falando em chuvas, um fenômeno meteorológico que ocorre no Brasil e influencia o clima do país é o chamado rios voadores, que são cursos de água atmosféricos. 

Segundo o pesquisador da Fapesp, Antônio Donato Nobre, este é um fenômeno que ocorre na Amazônia e influencia outras regiões do Brasil em seu regime de chuvas, como o Centro-Oeste, o Sudeste e o Sul. 

Vale muito conferir essa entrevista do professor sobre o assunto no vídeo a seguir!

https://www.youtube.com/watch?v=uxgRHmeGHMs

Fenômenos Enos

Esse fenômeno é o aquecimento ou resfriamento das águas do oceano Pacífico Equatorial, promovidos pelas duas famosas variações: El Niño (águas mais quentes) ou La Niña (águas mais frias). 

Ele impacta o regime de chuvas, embora o regime térmico também possa ser afetado. 

Sua influência ocorre em cerca de 20 regiões no mundo. No Brasil, as regiões mais afetadas são a parte nordeste e leste da Amazônia (na faixa tropical) e a região Sul (na faixa extratropical).

Vale a pena dar uma conferida nesse vídeo que explica claramente como funciona essa dinâmica na zona tropical do oceano:

Entenda o que é El Niño

El Niño

Os efeitos do El Niño vão do aumento de chuvas ao aumento de temperaturas. Em cada região do país, os efeitos são sentidos de forma diferente.  

No Sul e Sudeste, ocorre um aumento da temperatura média. No sul, as precipitações também ficam mais abundantes. 

Já no Nordeste e Norte, há aumento das secas. 

No Centro-Oeste, a tendência é de aumento de temperatura, mas sem efeitos pronunciados nas chuvas.

La Niña

De modo geral, o La Niña tem efeito contrário ao El niño. Em 2021, o Instituto Americano de Meteorologia e Oceanografia manteve o cenário de La Niña para o verão, chegando ao fim no decorrer do outono.

O La Niña tende a favorecer as culturas de inverno (trigo, cevada, aveia, canola, etc) e prejudicar as culturas de verão (soja, milho, feijão, pastagem). Já o El Niño tem efeito inverso.

Microclima

O microclima é o agrupamento de fenômenos meteorológicos na agricultura que acontecem na camada de ar junto à cultura ou ao solo, influenciado diretamente pela localização da lavoura, o tipo de solo e altura da cobertura do solo.

O que promove algumas condições melhores para evitar muito calor ou escassez de água, por exemplo, são práticas como: 

Assim como o fenômeno dos rios voadores, a vegetação próxima às suas lavouras e a cobertura do solo fazem toda a diferença tanto na proteção das áreas quanto a adversidades como ondas de frio e calor, secas e geadas.

Sobre esse assunto, vale a pena conferir também o artigo “Como prevenir a perda de grão por geada”

Outros pontos a serem considerados

Para minimizar os impactos das condições climáticas, alguns pilares podem ser trabalhados:

  • aumento do perfil do solo
  • maior exploração do sistema radicular
  • escolha de genética adequada, genética mais produtiva; 
  • posicionamento.

Por isso, a construção de um bom solo é necessária, com boa capacidade de armazenamento de água. 

As mudanças climáticas trazem tendências como o aumento da temperatura, o que consequentemente altera a taxa de sobrevivência de pragas, parasitas, patógenos de plantas e micróbios do solo, além de estações de cultivo mais longas. 

Nesse cenário, é preciso planejar melhor a produção, utilizar soluções inteligentes como a agricultura digital e manejos mais sustentáveis do solo.

Além disso, não deixe de analisar o zoneamento climático agrícola: ele é fundamental!

Dicas para planejar melhor a sua produção

No planejamento da safra, é preciso manter o hábito de verificar os boletins de previsão de tempo, como os do Inmet.

Além disso, vale acompanhar diariamente e realizar o ajuste do manejo da lavoura de produção de grãos, aguardando as melhores condições para plantio, manejos de aplicações, irrigação e a colheita.

Planilha de Planejamento da Safra de Milho

Conclusão

Vamos precisar nos adaptar e inovar nos próximos anos para melhor manejar nossas lavouras de acordo com os fenômenos meteorológicos na agricultura. 

Quase todos reconhecem que os padrões climáticos estão mudando e a agricultura sente de maneira profunda essa mudança. Talvez seja um dos maiores desafios da nossa atualidade. 

Acompanhar as previsões no planejamento da safra é básico. E saber o impacto dos fenômenos meteorológicos na agricultura é fundamental.

Espero que, com as informações passadas aqui, você consiga ter um melhor entendimento e ações em sua lavoura!

>> Leia mais:

“As melhores práticas para o reúso da água na agricultura

“A influência da lua na agricultura: verdades e mitos”

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Veja 4 indicadores de desempenho para colheita de grãos

Indicadores do desempenho da colheita de grãos mecanizada: entenda melhor as perdas fisiológicas, físicas e operacionais

Apesar da importância de todos os cuidados ao longo do ciclo de uma cultura, é na colheita que o produtor irá, de fato, converter todos os tratos culturais em um produto comercial.

E todas as perdas ocorridas nessa etapa podem impactar muito a lucratividade da fazenda. Por isso, reduzi-las é fundamental para a saúde financeira da propriedade.

Entenda, a partir de agora, quais são os principais indicadores de desempenho para a colheita mecanizada de grãos e onde estão as perdas mais relevantes da produção relacionadas a essa operação!

Funcionamento da colhedora 

A colheita é a etapa que tem como objetivo retirar o produto agrícola do campo, em tempo hábil, com a mínima perda quantitativa e o máximo de qualidade

Porém, para que se obtenha sucesso, devem ser considerados inúmeros fatores que    influenciam diretamente ou indiretamente nesse processo.

O processo de colheita de grãos envolve algumas etapas básicas, sendo elas:

  • o corte: que é responsável por cortar ou arrancar a planta ou parte dela;
  • a trilha: onde ocorre o desprendimento dos grãos da planta;
  • a limpeza: que separa os grãos da palha e do restante da planta.

A colhedora é composta pelos sistemas de corte, alimentação, trilha, separação, limpeza e armazenamento dos grãos, efetuando todas as etapas que vimos logo acima.

ilustração de sistemas de uma colhedora

Sistemas de uma colhedora
(Fonte: Embrapa, 1998)

Embora as perdas durante a colheita sejam diversas, 80% delas estão relacionadas com a plataforma de corte e alimentação. Destes, uma porcentagem significativa está relacionada à perda de qualidade dos grãos no processo de trilha.

Adiante, falarei um pouco mais sobre as perdas físicas, operacionais e as ligadas à fisiologia da planta.

Indicadores de perdas fisiológicas

As principais perdas relacionadas com a fisiologia da planta acontecem devido ao teor de água (umidade) no grão e ao ponto de maturação fisiológica do grão.

Quando a cultura não atingiu esse ponto de maturação, os grãos não se desprendem devidamente das plantas. Um indicador desse problema são vagens não trilhadas caindo do sacapalhas e das peneiras da colhedora no caso da soja.

Outro problema se deve ao teor de umidade dos grãos, que apesar de terem atingido a maturidade fisiológica estão com umidade superior ou inferior à recomendada para a colheita mecanizada (em torno de 13% de umidade).

No caso da soja, o excesso de umidade dos grãos pode ser observado com a quantidade de grãos quebradiços na colhedora.

Já para o milho, grãos muito úmidos ou secos podem acarretar espigas não colhidas no campo, excesso de grãos quebrados ou amassados e sabugos e sujeira acumulados no tanque graneleiro.

Sobre esse assunto, leia também o artigo “Umidade do milho para colheita: todas as dicas para não perder seus grãos”!

Perdas físicas 

As perdas físicas estão relacionadas muitas vezes aos impedimentos ou dificuldades físicas na colheita. Algumas delas são o excesso de plantas daninhas, a altura das plantas ou desuniformidade do terreno.

Muitas vezes isso pode ser solucionado com um ajuste mais cuidadoso da plataforma de corte e/ou molinete da colhedora.

Problemas relacionados à altura das plantas ou desuniformidade do terreno podem ser indicados pelo amontoamento de plantas na barra de corte, plantas se enrolando no molinete (quando há excesso de plantas daninhas).

Na cultura de milho, esses indicadores se relacionam à perda de espigas. Plantas com alta inserção de espiga podem ter as espigas arremessadas lateralmente na plataforma de corte.

Outro indicador é o excesso de milho debulhado no rolo das espigadoras, o qual ocorre devido às unidades de recolhimento operarem em altura superior à recomendada.

Como medir as perdas físicas

Uma forma de medir as perdas anteriores à colheita, as perdas na plataforma e as perdas totais é pela amostragem.

Ela é feita através de uma armação da largura da plataforma e meio metro de comprimento. Nessa armação serão contados o número de grãos caídos antes da passagem da colhedora.

Para determinar as perdas na colheita deve-se retirar a armação, passar com a colhedora e afastá-la, recolocando a armação no local. A contagem dos grãos caídos irá indicar as perdas referentes ao processo de colheita.

ilustração que mostra quantificação das perdas totais: perdas anteriores à colheita (1); perdas na plataforma (2); e perdas totais (3)

Quantificação das perdas totais: perdas anteriores à colheita (1); perdas na plataforma (2); e perdas totais (3)
(Fonte: Adaptado de Aprosoja)

Perdas operacionais 

As perdas operacionais estão diretamente relacionadas com as regulagens dos diferentes sistemas presentes na colhedora.

Como um sistema está diretamente ligado ao outro, erros na regulagem de um deles podem ocasionar perdas no sistema seguinte também.

ilustração que mostra o esquema de uma colhedora - texto sobre indicadores do desempenho da colheita de grãos

(Fonte: Embrapa, 1998)

A velocidade excessiva do molinete ou da colhedora, por exemplo, pode acarretar vagens caídas ou amontoadas na barra de corte, bem como em sobrecarga do cilindro. Essa sobrecarga pode provocar vagens não trilhadas.

As peneiras, divididas em 3 partes, devem estar limpas no terço dianteiro. Já no terço traseiro, deve haver apenas resíduos. 

Caso exista a presença excessiva de grãos na peneira superior, haverá queda de grãos na parte traseira da colhedora.

Na trilha e retrilha, a regulagem do côncavo é de extrema importância, já que pode ocasionar excesso de espigas e vagens não trilhadas no retorno da trilha, indicando uma grande folga entre o cilindro e o côncavo.

Já a pouca folga entre o cilindro e côncavo pode ocasionar na quebra dos grãos, diminuindo a qualidade e facilitando a entrada de patógenos pós-colheita.

planilha para estimativa de perdas na colheita Aegro

Conclusão

Mesmo com toda a tecnologia disponível, as perdas durante a colheita sempre serão consideradas. Mas um excesso de perdas pode acarretar diversos prejuízos na propriedade.

Dessa forma, minimizá-las deve ser o foco no final da safra! Atentar-se às condições meteorológicas e à situação da cultura no campo são os primeiros passos para uma colheita eficiente.

E, como você viu neste artigo, durante o processo de colheita, é essencial acompanhar as etapas, realizando amostragens de perdas sempre que possível. 

É preciso ainda ficar de olho nos diferentes indicadores da colhedora, entendendo qual sinal eles estão passando para que você possa realizar uma colheita mais eficiente e lucrativa!

>> Leia mais:

“5 perdas na colheita que você pode estar sofrendo e o que fazer para resolver”

“O que você precisa saber sobre regulagem e manutenção de implementos agrícolas”

Restou alguma dúvida sobre os indicadores do desempenho para colheita de grãos? Deixe seu comentário abaixo!

Como reduzir os impactos da seca no plantio de café

Impactos da seca no plantio de café: entenda como a seca afeta o cafeeiro e quais atitudes podem contornar essa situação.

Historicamente, a cafeicultura brasileira sofre com episódios de seca severa. Isso vem se agravando dada a expansão dos cultivos para áreas marginais e as mudanças climáticas que acontecem no planeta.

A seca e as temperaturas inadequadas são as principais limitações climáticas da produção de café. Geralmente, elas andam de mãos dadas, o que agrava ainda mais seus impactos negativos.

Os impactos da seca no café podem ser mais ou menos severos dependendo do tipo de solo, sistema de cultivo, espécie, variedade e estágio da produção de café.

Separei algumas dicas sobre os impactos da seca na produção cafeeira, o que podemos esperar nos próximos anos e medidas para lidar com esse problema. Confira!

Impactos da seca sobre as espécies de café

Antes de falarmos sobre os impactos da seca sobre o café, precisamos entender um pouco sobre o ambiente de origem do cafeeiro e como ele molda as respostas das plantas às adversidades climáticas.

O ambiente de origem do cafeeiro

A produção mundial e brasileira de café é baseada em duas espécies: café arábica (Coffea arabica L.) e canephora (C. canephora Pierre). Contudo, essas espécies têm ambientes de origem distintos.

O café arábica tem origem na Etiópia, em condições de temperatura mais amena e altitude superior a 1.600 m. 

O canephora, por outro lado, vem de regiões equatoriais bacia do Rio Congo, mais quentes e com ar saturado de umidade

Mas, por que isso é importante para o manejo nos dias atuais?

Embora o melhoramento genético de café tenha possibilitado a produção de café a pleno sol e em áreas marginais, é certo que as condições em que a planta evoluiu têm influência direta sobre seu comportamento frente a estresses como a seca.

Dada a grande disponibilidade de água em sua origem, o cafeeiro não desenvolveu mecanismos robustos para lidar com déficit hídrico. Isso significa dizer que os cafeeiros, de modo geral, não lidam bem com o déficit hídrico.

Existe variabilidade entre variedades quanto à tolerância à seca, mas dificilmente a produção não é afetada. Ressalta-se que o impacto negativo da falta de água pode variar com as cultivares, estádio fenológico e as condições do local de produção.

Impactos da seca sobre o café

No ambiente tropical, a seca é agravada por altas temperaturas e alta incidência de radiação solar. Dependendo do tipo de solo, haverá mais ou menos água armazenada também.

Fato é, que quanto mais tempo durar o déficit hídrico e menos água armazenada o solo tiver, maiores serão os danos. Dependendo da fase de desenvolvimento da cultura, os danos podem ser piores.

Os impactos da seca sobre o plantio do café são grandes, já que podem levar as mudas recém-plantadas à morte. 

As lavouras em formação, embora maiores e mais resistentes, podem sofrer com desfolha, seca de ramos e até morte de plantas.

Já em lavouras em produção, dependendo do estádio fenológico (ilustrados na figura abaixo), os danos podem ser distintos. 

Esquematização das seis fases fenológicas do cafeeiro arábica, durante 24 meses, nas condições climáticas tropicais do Brasil.
Esquematização das seis fases fenológicas do cafeeiro arábica, durante 24 meses, nas condições climáticas tropicais do Brasil.
(Fonte: Camargo & Camargo, 2001)

A seca na fase vegetativa pode comprometer a produção da safra seguinte e a atual, dependendo da severidade, perdendo folhas e ramos.

Embora um período de déficit moderado seja importante para maturação das gemas florais, uma seca severa pode abortar/secar as gemas e as flores, comprometendo a produção que viria. 

Na fase de chumbinho, o pegamento pode ser reduzido e os grãos podem ser pequenos e chochos caso a seca venha na fase de enchimento de grãos. 

Medidas para minimizar os efeitos da seca

Existem medidas que podem minimizar os efeitos da seca. Sua efetividade depende do momento de uso da técnica, mas principalmente da severidade dos danos já causados pela seca.

Irrigação

Quando o assunto é seca, com certeza a primeira coisa que vem à cabeça para resolver o problema é irrigação, não é mesmo?

Pois bem. É claro que a irrigação é uma medida para conviver com a seca, que permite o fornecimento de água na quantidade certa e na época correta para o cafeeiro. 

Contudo, nem sempre é possível instalar um sistema de irrigação, dada a indisponibilidade de fontes de água no local ou o alto custo envolvido. 

Existem medidas que devem ser tomadas antes mesmo de se pensar em irrigar e que podem beneficiar todos os sistemas de produção, sejam eles de sequeiro ou irrigados. 

Preparo profundo de solo

Enquanto as camadas mais superficiais do solo podem estar secas, o subsolo pode representar um reservatório de água ainda disponível. Para que essa água seja acessada, é necessário que as raízes do cafeeiro cheguem até essas camadas mais profundas

No entanto, as recomendações de correção e adubação são focadas nas camadas mais superficiais do solo e as camadas mais profundas podem apresentar limitações químicas e físicas ao desenvolvimento de raízes.

Uma solução possível seria o preparo profundo de solo na hora do plantio do café. Esse assunto foi abordado em mais detalhes no nosso artigo sobre o plantio do café. Dê uma conferida lá, pois vale a pena!

Uso de culturas intercalares e arborização

Como geralmente as entrelinhas do café ficam expostas ao sol, a perda de água por  evaporação é alta. 

Uma maneira de evitar essa perda, aumentar a infiltração de água e manter mais água disponível no solo é o uso de culturas intercalares. 

Nesse aspecto, é preferível utilizar culturas perenes, com sistema radicular vigoroso e boa produção de biomassa, mas que ao mesmo tempo sejam de fácil manejo e não atrapalhem o cafeeiro se bem manejadas. 

Nesse quesito, as braquiárias são campeãs.

Há ainda a possibilidade de produzir café sombreado, sistema no qual o cafeeiro está submetido a condições mais similares a de seu ambiente de origem e, portanto, sofre menos estresses. 

A arborização pode ser benéfica principalmente em áreas marginais à produção. Contudo, sua adoção deve considerar outros critérios para ser viável. Falamos com mais detalhes sobre isso no nosso texto sobre o plantio do café também.

Café e mudanças climáticas: o que o futuro nos reserva?

Considerando as previsões científicas quanto ao aquecimento global, o cenário não era muito agradável para a produção de café. 

Contudo, em recente revisão publicada pelo professor Fabio DaMatta e colaboradores, o cenário apresentado parece mais otimista. 

Os dados mostram que o CO2 elevado pode ajudar a reduzir os efeitos negativos das elevadas temperaturas e estresse hídrico sobre a produtividade do cafeeiro.

Entretanto, as incertezas do clima, a possibilidade de maior ocorrência de eventos extremos (tempestades, altas temperaturas, etc.) e a interação disso com pragas, doenças e genótipos de café tornam qualquer previsão complicada e mais estudos são necessários sobre o assunto.

De qualquer maneira, fica o registro do que se tem de recente na literatura científica e sobre a necessidade de pesquisas futuras quanto à produtividade e qualidade de café no contexto de mudanças climáticas.

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Conclusão

Como pudemos acompanhar no texto, os cafeeiros arábica e canephora podem sofrer impactos negativos com a seca, principalmente em regiões marginais, onde as condições são naturalmente mais estressantes à planta de café.

Dependendo da severidade da seca, duração e do estádio fenológico no qual a planta se encontra, a produção atual e a da safra seguinte podem ser comprometidas.

Além da irrigação, existem medidas que podem ajudar a reduzir os impactos negativos da seca e tornar o sistema de produção mais resiliente. 

Entre essas medidas destacam-se o preparo profundo de solo, o uso de culturas de cobertura nas entrelinhas dos cafezais e em alguns casos, a adoção da produção arborizada.

>> Leia mais:

“Tudo o que você precisa saber sobre a produção de cafés especiais”

“Acerte no adubo líquido para café e não jogue dinheiro fora”

“Como estimar o custo de produção do café (+ calculadora rápida)”

Restou alguma dúvida sobre os impactos da seca no plantio de café? Conte para gente nos comentários. Grande abraço!

Entenda por que o consultor deve incentivar a diversificação de culturas na fazenda

Diversificação de culturas na fazenda: saiba por onde começar e como essa ação pode gerar impactos positivos e rentáveis para seus clientes!

No cenário de incertezas em que 2021 chegou, a gestão do agronegócio deve estar ainda mais atenta às oportunidades de evitar prejuízos e garantir a rentabilidade do produtor rural. 

Sem trocadilhos, a diversificação da cultura agrícola pode ser, literalmente, a salvação da lavoura. Essa visão é capaz de fazer a grande diferença nas atividades desenvolvidas por um consultor rural.

A aposta em apenas uma cultura pode ser uma fragilidade para o produtor em casos de adversidade climática, provocando prejuízos, por exemplo. E é papel do consultor ajudar a evitar esses riscos.

Mas quais opções de diversificação podem ser implantadas dentro do um plano de gestão? Como incentivar o produtor a ter essa variação de culturas de forma sustentável? Conversamos com o consultor agrícola Douglas Rathke e as principais dicas você confere a seguir!

Por que diversificar as culturas agrícolas da fazenda?

As estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU) apontam que, até 2030, o mundo viverá um aumento populacional de mais de 8 bilhões de pessoas. Este cenário sinaliza quão importante continuará sendo o agronegócio. 

Neste sentido, o consultor pode atuar para orientar o produtor a ter mais rentabilidade, sem perder o foco na subsistência e na qualidade da oferta de produtos ao consumidor final.

“Dentro dessa realidade, é importante garantir formas de sustentabilidade ambiental e financeira na produção agrícola”, comenta Rathke. 

“A produção de subsistência aliada ao uso de tecnologias, já que as commodities estão com preços elevados e nossa economia está defasada, são uma alternativa viável no agronegócio. Assim, é possível despertar o senso de produção mais intensificada de alguns alimentos básicos, fazendo uma gestão inteligente da lavoura”, afirma o consultor.

Quais os impactos da diversificação da lavoura?

Ampliar a gama de produtos produzidos no campo buscando uma diversificação, principalmente no caso de pequenos produtores, pode ajudar na diminuição de custos totais da fazenda. 

Independente do tamanho da propriedade, sempre é possível destinar uma área para culturas que podem ser comercializadas “in natura”. Aquelas em que não é preciso investimento significativo, já que é possível aproveitar o que já existe na aplicação de outros cultivos.

Alguns exemplos dados por Rathke são os plantios de acerola, laranja e maracujá.

“O produtor tem a possibilidade de comercializar a fruta pronta para o consumo, mas também pode lucrar com produção de polpas, suco e geleias, como variantes do cultivo. Isso sem deixar suas culturas de soja, algodão ou milho de lado, por exemplo. A ideia é aproveitar melhor a capacidade produtiva da fazenda”, explica o consultor.

São alternativas de trabalho que não exigem um grande esforço. “Muitas vezes, o produtor paga seus funcionários por dia de trabalho e, dependendo das tarefas, sobram horas. Por isso, a criação dessa diversificação de culturas se torna uma oportunidade para um melhor emprego da mão de obra.” 

diversificação de culturas na fazenda - foto de uma plantação de maracujá

Maracujá pode ser uma boa opção para diversificação em áreas de café
(Fonte: Revista Campo e Negócios)

Outra opção são as hortaliças, que garantem a alimentação da família na propriedade e também das equipes de trabalhadores. Nesse caso, a mão de obra também é menos penosa e menos onerosa, além da atividade ser bem rentável, porque o ciclo é mais curto.

Também é importante se atentar para o fato de que é possível garantir uma redução de cerca de 20% dos custos com alimentação de pessoal.

Utilizando ferramentas de gestão, fica fácil mensurar esses resultados positivos, inclusive. “Com o Aegro, fica otimizada esta avaliação dos benefícios, já que é possível registrar tudo e obter uma análise do cenário de gestão”, explica o consultor.

Geração de resultados 

Em muitos casos, o produtor rural pode se ver diante da perda de rentabilidade por fatores alheios à sua vontade. Por isso, cabe ao consultor pôr em prática seus conhecimentos para levar resultados importantes para o cliente.

A proposta, explica Douglas, é lançar mão de ideias que não sejam fantasiosas, mas sim de fácil implantação, capazes de gerar resultados perceptíveis e a curto prazo.

Portanto, trata-se de um processo de trabalho que deve ser incluído na forma de atuar do consultor rural. 

Ao ser contratado, ele deve sempre estar atento às oportunidades que a rotina do cliente e suas necessidades podem proporcionar na economia, na geração de boas iniciativas e no resultado de uma gestão mais eficiente da fazenda.

O objetivo é estar ciente que se você, consultor, foi contratado, é porque seu cliente está  passando por dificuldades ou tem dúvidas sobre como potencializar seus resultados.

“É preciso estar sempre atento, se organizar, ler muito e conhecer outras experiências. Assim, o profissional de consultoria personaliza seu trabalho com boas práticas que vão gerar economia e ótimos resultados”, diz o consultor.

“São ações deste tipo que ampliam a confiança do cliente no seu trabalho, o colocam em destaque no mercado e fazem o diferencial entre os seus concorrentes,” explica Rathke.

Como montar um projeto de diversificação de culturas na fazenda

Alternativas que efetivamente permitam a diversificação podem parecer um desafio da agricultura moderna. Entretanto, se observados alguns aspectos, fica claro identificar como montar um bom projeto de plantio.

O primeiro passo é avaliar se o ambiente é favorável à diversificação. Segundo o consultor Douglas Rathke, é quase certo que ocorra uma resposta positiva, pois depende muito do desejo do produtor em obter mais lucratividade para seu negócio.

Se ele tem consciência de que a diversificação vai lhe promover benefícios, o próximo passo é definir em que parte da propriedade será implantada essa diversificação.

Em seguida, deve-se definir quais serão os cultivos – hortaliças, leguminosas ou frutíferas, por exemplo.

O ideal aqui é garantir um baixo investimento. Isso é essencial e também uma das estratégias que dão sustentação dessa novidade na rotina da propriedade.

A partir daí, é dar o andamento devido ao plantio e esperar pelos bons resultados. Enquanto isso, já vale elaborar um plano de ação para a comercialização destes produtos.

Conclusão

A produção de grandes culturas não precisa eliminar possibilidades de um cultivo em menor escala de outro tipo de plantação.

Cabe ao consultor demonstrar ao seu cliente ideias que possam ajudar para que, além da busca pela eficiência, seja possível promover uma gestão inteligente. 

Com boas práticas, é possível garantir a sustentabilidade ambiental e também financeira de uma lavoura.

Neste artigo, mostramos como o consultor pode ajudar o produtor a diversificar as culturas agrícolas da fazenda e por onde começar. 

Douglas Rouchez Rathke é consultor agrícola em Mato Grosso do Sul e parceiro Aegro!

Instagram: @douglas_rouchez

LinkedIn: Douglas Rouchez Rathke

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