O que você precisa saber para acertar a lubrificação de máquinas agrícolas da sua fazenda

Lubrificação de máquinas agrícolas: diferenças entre óleos e graxas, quando e como realizar as operações e muito mais!

O que você diria que os desgastes, a redução da vida útil e a baixa eficiência operacional têm em comum? É claro que, são todos problemas que podem acometer as máquinas agrícolas, mas, além disso, a solução de todos esses problemas também é a mesma.

A simples lubrificação poderia reduzir ou até mesmo sanar todos esses problemas!

Você conhece todos os benefícios da correta lubrificação das máquinas agrícolas? Ainda tem dúvidas de como e quando fazê-la para otimizar sua eficiência operacional? Confira a seguir!

A função dos lubrificantes nas máquinas agrícolas

A lubrificação de máquinas agrícolas é um dos principais aspectos da manutenção dos equipamentos. Diversos componentes das máquinas requerem lubrificação: os mancais (de atrito ou de rolamento), eixos (sem fim e telescópicos), engrenagens, correntes, pistões até as juntas universais e bombas.

De modo geral, os lubrificantes são substâncias com múltiplas finalidades, que auxiliam as máquinas agrícolas de diversas formas. Eles

  • reduzem o desgaste de peças, amenizando a fricção;
  • auxiliam na limpeza das peças, evitando a entrada de partículas e impurezas;
  • protegem os componentes lubrificados da corrosão;
  • facilitam a vedação e reduzem a perda de pressão, e 
  • auxiliam a dissipar o calor, promovendo o resfriamento das peças.

Como podemos perceber, a lubrificação das máquinas agrícolas é bastante versátil e, justamente por isso, não pode ser feita de qualquer jeito!

Lubrificante é tudo igual?

Antes de mais nada, definitivamente, a resposta para essa pergunta é: não é tudo igual!

Quando pensamos na lubrificação de máquinas agrícolas, normalmente nos lembramos dos óleos primeiro, mas os principais lubrificantes podem ser óleos ou graxas. O tipo de lubrificante a ser utilizado depende do sistema e/ou componente a ser lubrificado.

Os óleos, menos viscosos, são indicados para os motores, para o sistema de transmissão e para o sistema de freios. As graxas, altamente viscosas, vão nas articulações, conexões, mancais e rolamentos das máquinas agrícolas.

Óleos

Atualmente, os óleos podem ser de origem mineral (petróleo), sintéticos (sintetizados artificialmente) ou semissintéticos (misturas).

E são classificados de acordo com a viscosidade, o índice de viscosidade (IV) e o nível de desempenho.

A viscosidade determina a resistência entre as moléculas do óleo, ou seja, sua capacidade de escorrer ou aderir às peças que ele lubrifica.

Na classificação SAE, a viscosidade dos óleos recebe um número: 0, 5, 10, 15, 20, 25, 30, 40, 50 ou 60. Quanto maior o valor, maior a viscosidade.

O IV, por sua vez, indica a variação da viscosidade de um óleo de acordo com a temperatura ambiente. Os óleos com elevados IV têm uma menor variação da viscosidade.

Quando seguidos da letra W (de winter, inverno em inglês) indicam que podem ser utilizados a baixas temperaturas, 0W, 5W, 10W, etc., mas é incomum no Brasil.

Já os nomes compostos, indicam que são óleos multiviscosos e, normalmente, aguentam grandes variações de temperatura!

Para facilitar o entendimento, separei a figura a seguir:

tabela com classificações SAE da viscosidade dos óleos e as faixas de temperatura ambiente adequadas para o uso

Classificações SAE da viscosidade dos óleos e as faixas de temperatura ambiente adequadas para o uso
(Fonte: NQIFS)

Por fim, o nível de desempenho é a classificação em função do tipo de serviço da máquina, feito pela classificação API.

Para motores diesel, de compressão (compression, em inglês), a classificação API é a C e ainda existe uma grande subdivisão nessa categoria.

Mas o importante é saber que cada fabricante dará a correta indicação dos óleos para a adequada lubrificação da máquina agrícola.

Graxas

Ao contrário dos óleos, as graxas são lubrificantes pastosos ou semissólidos.

Elas são utilizadas em mecanismos que não podem ser continuamente lubrificados ou nos quais os óleos não atuam corretamente no local desejado.

Assim como os óleos, existe uma grande diversidade de características das graxas, que podem ser classificadas de acordo com a consistência e substância engrossadora.

A consistência das graxas pode ser de 000, 00, 0, 1, 2, 3, 4 e 5, cada uma com uma finalidade diferenciada.

tabela com classificação, consistência e uso das graxas - lubrificação de máquinas agrícolas

Classificação, consistência e uso das graxas
(Fonte: elaborado pelo autor, adaptado de Leandro Gimenez)

Em linhas gerais, a graxa é composta da mistura de óleo com aditivo e uma substância engrossadora.

Cada substância engrossadora confere uma característica à graxa, sendo as multiuso consideradas as melhores, à base de lítio (Li) ou mistas (cálcio + sódio).

A lubrificação de máquinas agrícolas com graxa deve ser feita nos chamados pinos graxeiros que se localizam em diversos locais, variando de acordo com cada fabricante.

Como e quando fazer a lubrificação de máquinas agrícolas?

Como realizar a lubrificação do maquinário?

Para realizar a lubrificação do maquinário, precisamos elaborar um plano de lubrificação, considerando uma série de fatores, como:

  • quantidade de máquinas/implementos;
  • tipo de equipamento/implemento;
  • frequência de troca/aplicação;
  • tipo de lubrificante a ser utilizado em cada um deles;
  • estoque de lubrificantes;
  • normas industriais;
  • condições de trabalho, entre outras.

Somente assim, com planejamento, conseguimos adequar a lubrificação sem que falte maquinário em serviço ou ainda haja problemas de negligência de manutenção.

Qual o melhor momento para fazer a lubrificação?

Na verdade, isso depende! 

Quando fazer e a frequência de lubrificação de máquinas agrícolas variam principalmente de acordo com o componente em questão.

É de extrema importância seguir as recomendações detalhadas do fabricante.

Lembre-se que, quando se trata de lubrificação de máquinas agrícolas, estamos falando de manutenção preventiva, ou seja, antes de verificarmos que existe um problema!

Algumas dicas são:

  1. A troca do óleo de motor e transmissão são feitas com maior facilidade quando realizadas em temperaturas próximas às de operação. Assim, o óleo escoa com mais facilidade. Mas, cuidado, pois pode estar em elevadas temperaturas e pressão.
  2. Não só o momento para a lubrificação deve ser escolhido com cautela mas também o local para a sua realização.
  3. É muito importante tomar cuidado na hora da lubrificação de máquinas agrícolas para evitar contaminação, fazendo-as em ambientes protegidos como galpões ou oficinas. 

Conclusão

Os lubrificantes, sejam eles óleos ou graxas, são essenciais para o bom funcionamento das máquinas agrícolas.

A lubrificação de máquinas agrícolas é sem dúvida um ponto crucial para garantir a vida útil dos equipamentos.

Um bom plano de lubrificação deverá garantir uma boa eficiência operacional das máquinas no campo.

Ao cuidar bem das máquinas agrícolas, a certeza do sucesso só aumenta!

>> Leia mais:

“Tudo o que você precisa saber sobre lastragem de tratores agrícolas”

“Depreciação de máquinas: todos os cálculos de forma prática”

Qual é a sua maior dificuldade na lubrificação de máquinas agrícolas? Conta pra gente nos comentários!

3 fatores que determinam a qualidade do trigo e o preço de venda dos seus grãos

Qualidade do trigo: o que afeta sua classificação comercial e as dicas para obter melhores resultados na produção do grão.

Mesmo com uma produção alta, nem sempre o valor pago pelos grãos aumenta, não é verdade?

A qualidade do trigo conta muito na hora da negociação da safra e é determinante para alcançar um melhor preço de venda do seu produto agrícola.

Você sabe quais são esses fatores e como determiná-los? 

Entenda neste artigo os três principais indicadores e o que pode ser feito para evitar perda da qualidade do trigo colhido!

3 fatores de qualidade que impactam a venda do trigo

A qualidade dos grãos não é definida somente no momento da colheita do trigo: é a junção de práticas realizadas ao longo de todo desenvolvimento da cultura.

Desde o uso de produtos fitossanitários e do monitoramento do clima até a velocidade e regulagem da máquina na hora da colheita, são vários os fatores que podem impactar na qualidade do trigo.

Para avaliar essa qualidade do produto final, a legislação brasileira instruiu a normativa 38, de 30 de novembro de 2010, para classificação dos grãos de trigo, dividindo-os em 2 grupos, 5 classes e 3 tipos.

  • Grupo I: trigo destinado diretamente à alimentação humana, classificado apenas pelo tipo;
  • Grupo II: trigo destinado à moagem e a outras finalidades, classificado em classes e tipos. 

Para classificação, há alguns fatores a serem considerados, como você verá nas tabelas abaixo:

fatores que interferem na classificação do trigo grupo um: trigo destinado diretamente à alimentação humana, classificado apenas pelo tipo
fatores que interferem na classificação do trigo grupo dois: trigo destinado à moagem e a outras finalidades, classificado em classes e tipos

Fatores que interferem na classificação do trigo
(Fonte: Adaptado de Ministério da agricultura, pecuária e abastecimento)

Esses fatores estão ligados à qualidade do trigo e impactam diretamente na comercialização de grãos

Dentre eles, o teor de umidade, matérias estranhas e impurezas, além do peso hectolitro são os que mais influenciam no valor pago para o produtor.

A seguir, vou explicar o que são e como esses fatores podem interferir no preço que você recebe pela venda do seu trigo!

1. Matérias estranhas e impurezas 

Matérias estranhas são partículas presentes no lote e que não vêm da planta de trigo, como pedaços de plantas e sementes de outras espécies, pedras, terras, entre outros. 

Já impurezas são partículas que estão presentes no lote e que vêm da planta de trigo, como cascas, fragmentos do colmo e folhas.

Essas partículas são de grande importância no momento da comercialização, pois são valores descontados do peso do lote. E isso vale para outras culturas além do trigo.

A determinação da quantidade de impurezas e matérias estranhas presentes no lote é feita com base em uma amostra, que é passada por um jogo de peneiras para separação.

Ao menos uma das peneiras utilizadas deve ter os crivos oblongos, com medidas de 1,75 mm x 20 mm. 

O que passa pela peneira é considerado impureza presente no lote.

Exemplo de peneira utilizada para separar impurezas e matérias estranhas dos grãos de trigo

Exemplo de peneira utilizada para separar impurezas e matérias estranhas dos grãos de trigo
(Fonte: LabGrãos)

O peso das impurezas ou matérias estranhas encontradas na amostra é transformado em porcentagem e feito o desconto do peso do lote.

Cada empresa pode adotar um método de cálculo diferente, mas todas realizam o desconto. Veja um modo de cálculo realizado no exemplo a seguir:

qualidade do trigo, exemplo de método de cálculo

Desse modo, quanto maior a quantidade de impurezas, menor será a qualidade do lote de trigo e, consequentemente, haverá reflexo no preço a ser recebido.

2. Umidade ideal dos grãos 

A umidade é o percentual de água encontrado na amostra do produto já livre de matérias estranhas e impurezas.

Essa umidade é determinada por um método oficialmente reconhecido ou por um aparelho que dê resultado equivalente. 

Ter esse aparelho na propriedade é um bom investimento, pois auxilia na tomada de decisão de colheita de outras culturas além do trigo.

O ideal é sempre realizar a colheita quando a umidade for adequada para operação das máquinas e para comercialização.

Como vimos acima, na classificação do trigo, a umidade ideal é de 13%.

Mas nem sempre é possível realizar a colheita dos grãos nesse percentual devido a impedimentos como excesso de chuva, grandes áreas a serem colhidas, falta de maquinário, etc. 

Desse modo, na comercialização, é considerado o valor da umidade que o lote apresenta.

Assim como para o cálculo de impurezas, o desconto da umidade pode ser realizado de diversos modos, por fórmulas, ou tabelas pré-definidas, dependendo do local em que você comercializa.

Exemplo de tabela utilizada para desconto de impurezas e umidade de um lote de grãos

Exemplo de tabela utilizada para desconto de impurezas e umidade de um lote de grãos
(Fonte: Agais)

Informe-se da metodologia utilizada pelo local onde você entrega para saber realizar o cálculo do mesmo modo.

Veja um exemplo, com uso de fórmula, para calcular o desconto pelo grau de umidade do lote:

qualidade do trigo, exemplo de cálculo do desconto pelo grau de umidade do lote

3. Peso do hectolitro (PH)

Peso do hectolitro ou peso hectolítrico, também conhecido como PH, é a massa de 100 litros de trigo, expressa em quilos, determinado em equipamento específico.

Essa medida é um atributo indireto da qualidade dos grãos de trigo e está relacionada à moagem do cereal.

Assim, o preço pago pelo trigo leva esse fator em consideração, pois é associado também ao rendimento na extração da farinha.

Características dos grãos de trigo, como forma, textura do tegumento, peso e tamanho, além da presença de matérias estranhas e impurezas, estão associadas à determinação do PH.

O peso do hectolitro pode variar em relação à cultivar, porém, valores muito baixos podem indicar problemas, principalmente na época de enchimento dos grãos.

O ataque de pragas e doenças, especialmente na parte aérea e após a formação dos grãos de trigo, diminui o PH, pois afetar diretamente os grãos, o que reduz seu peso.

Há indícios de que, em algumas áreas, o parcelamento da adubação nitrogenada pode favorecer o aumento do peso hectolítrico. Mas isso é dependente também das condições de cultivo, como a disponibilidade de nitrogênio, especificamente, mas também de outros macro e micronutrientes importantes para a cultura, a escolha da cultivar, etc.

Efeito da aplicação de nitrogênio por ocasião do florescimento no peso do hectolitro em duas cultivares de trigo e duas fontes de nitrogênio diferentes

Efeito da aplicação de nitrogênio por ocasião do florescimento no peso do hectolitro em duas cultivares de trigo e duas fontes de nitrogênio diferentes 
(Fonte: Almeida e colaboradores por Embrapa)

Dicas para melhorar a qualidade do trigo 

  • Faça sempre a limpeza da área com herbicidas para que, no momento da colheita, a lavoura tenha poucas plantas daninhas que possam se misturar aos grãos.
  • Regule a colhedora em relação à altura de corte do material, alimentação, trilha e limpeza, para obter o melhor desempenho e para que pouca impureza vá com os grãos. 
  • Atenção ao clima! Verifique o histórico da área para plantar e colher em épocas com ocorrência adequada de chuvas. 
  • Realize um bom planejamento da área, escalonando as semeaduras, para que não necessite realizar a colheita rapidamente em todas as áreas.
  • Fique atento quanto à adubação nitrogenada, principalmente na época de florescimento e perfilhamento. 
  • Controle adequadamente as doenças e pragas, especialmente as que afetam a parte aérea da planta, para evitar perda de peso dos grãos, o que influencia diretamente no PH do trigo.
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Conclusão

Há diversos fatores que influenciam a qualidade do trigo no momento da comercialização.

Realizar um bom manejo da cultura reduz as chances de perdas pós-colheita por descontos, principalmente os relacionados a matérias estranhas e impurezas.

Nem sempre é possível colher com a umidade adequada e, caso isso aconteça, você já saberá fazer o cálculo e saber quanto será descontado.

Além dos 3 fatores citados no texto, outros podem ser considerados no momento da negociação de preços. Então, fique atento para fazer a melhor venda dos seus grãos!

>> Leia mais:

“Como garantir a qualidade durante os processos de secagem e armazenamento de trigo”

“Melhores práticas para fazer o tratamento de sementes de trigo na fazenda”

Restou alguma dúvida quanto aos fatores de qualidade do trigo? Adoraria ler seu comentário!

Logística da pluma do algodão: o que impacta o escoamento da produção?

Logística da pluma do algodão: entenda os desafios que ainda temos de enfrentar e como manter a qualidade do produto no processo de escoamento da produção.

O Brasil atualmente é o quarto maior produtor de algodão do mundo e o segundo maior exportador. Mas o escoamento da produção ainda tem grandes desafios para se tornar mais eficiente. 

Hoje, a maior parte do transporte do algodão depende do modal rodoviário e, no caso das exportações, também do porto de Santos.

Neste artigo, separamos alguns aspectos que envolvem a logística da pluma de algodão e como garantir que o produto saia do campo e chegue à indústria mantendo alta qualidade da fibra. Confira a seguir!

A produção e a qualidade da pluma do algodão

A alta qualidade do algodão é uma exigência do mercado e nela está a garantia do seu lucro. 

Por isso, os cuidados com o manejo da lavoura, como a escolha da tecnologia da semente, adubação, manejos fitossanitários e práticas sustentáveis como o MIP (Manejo Integrado de Pragas), são essenciais! 

Ter um planejamento agrícola detalhado também faz toda a diferença, visto o alto valor investido para produção da cultura. Segundo o Imea, o  custo de produção de algodão chega a R$ 7.252 por hectare atualmente. 

Para alcançar uma qualidade elevada na fibra, o monitoramento diário de pragas e doenças se faz necessário, além de uma série de cuidados na colheita, armazenamento e transporte, como veremos a seguir.

Colheita

A qualidade da fibra do algodão tem relação direta com a qualidade do manejo e a forma como é feita a colheita garante manter ou não essa qualidade.

Por isso, passos básicos devem ser considerados como:

  • realizar a colheita do algodão com tempo seco;
  • garantir uma secagem adequada;
  • realizar o processamento de descaroçamento, enfardamento em pluma e armazenamento em condições adequadas de temperatura e umidade.

E é preciso sempre estar atento a alguns erros comuns da colheita mecanizada, como:

  • velocidade inadequada da colhedora;
  • presença de daninhas;
  • altura das plantas (que deve estar entre 1 m e 1,3 m);
  • erro na utilização de desfolhantes e maturadores;
  • falta de sistema de contenção de incêndios.

Armazenamento

Com a colheita feita, é preciso garantir um armazenamento adequado e seguro do algodão. O produto exige uma qualidade de pureza para seu valor agregado.

No armazenamento, o local deve ser livre de contaminantes, da mesma forma como o controle da umidade é essencial. 

Lembrando sempre de não colocar os fardos diretamente em contato com o piso, evitando a fermentação do produto como a conhecida cavitomia.

Aqui no blog nós já falamos em detalhes tudo o que você precisa saber sobre o armazenamento do algodão. Confira!

Beneficiamento

Segundo a Abrapa, até a safra de 2019, existiam 247 algodoeiras que beneficiavam o algodão ainda em caroço proveniente das fazendas. 

Elas estão distribuídas pelos seguintes estados:

  • Bahia (49)
  • Goiás (17)
  • Maranhão (3)
  • Minas Gerais (16)
  • Mato Grosso do Sul (8)
  • Mato Grosso (139)
  • Piauí (3)
  • Rondônia (2)
  • Roraima (1)
  • São Paulo (2)
  • Tocantins (7)
galpão com beneficiamento do algodão

(Fonte: Abrapa)

Vamos entender um pouco melhor como a tecnologia tem contribuído para o setor e para a alta qualidade do produto brasileiro? 

A padronização e rastreabilidade da pluma

O Brasil tem crescido no mercado e muito se deve à tecnologia que vem adquirindo em relação à padronização e rastreabilidade do produto.

A boa classificação do nosso tipo de algodão, o pagamento de acordo com a qualidade e a centralização dessas informações de fácil acesso são alguns diferenciais.

Desde 2004, existe o Sistema Abrapa de Identificação, que centraliza as etiquetas de códigos de barras para padronização e identificação única dos fardos brasileiros de algodão.

O Programa Standard Brasil HVI – CBRA, promove uma padronização adequada do produto brasileiro medindo, com o equipamento HVI (High Volume Instrument), as características da fibra do algodão como:

  • resistência – capacidade de suportar carga até romper-se;
  • comprimento;
  • uniformidade do comprimento (%);
  • índice ou conteúdo de fibras curtas (%);
  • finura;
  • elasticidade;
  • resiliência – capacidade da fibra voltar ao seu estado original;
  • fiabilidade – capacidade da fibra se transformar em fio;
  • umidade;
  • cor, lustro e reflectância.

As vantagens da padronização são:

  • sistema único e confiável de identificação dos fardos;
  • obtenção de resultados laboratoriais ágeis de classificação;
  • venda ao mercado externo facilitada.

Tanta rastreabilidade e transparência são exigências e qualidades necessárias para o mercado de exportações. Atualmente, a China é o principal país de destino do algodão brasileiro, seguido do Vietnã e Indonésia.

dados e informações de padronização e rastreabilidade de logística da pluma do algodão

(Fonte: Abrapa)

O que impacta na logística da pluma do algodão?

Uma das atividades mais importantes e dispendiosas do processo produtivo é a logística, com influência direta das opções de modais. 

Estudo realizado por Rocha et. al (2016) mostrou que a logística do algodão em pluma chegou a representar 10,36% da receita bruta total da produção. Só o transporte rodoviário contribuiu com 7,6% do custo de produção.

Segundo a Associação Brasileira de Logística e Transporte de Carga (ABTC), as cargas em geral se distribuem entre 65% por modal rodoviário, 15% por modal ferroviário e 20% por modal aquaviário. 

No caso do escoamento da produção agrícola, especificamente, 45% depende do modal rodoviário.

Quando falamos do produto agrícola para exportação, o porto de Santos (SP) é um dos destinos principais. Segundo a Agência Nacional de Transportes Aquaviários, um em cada três produtos exportados passa por lá.

Rotas

A opção de rotas tem relação direta com a infraestrutura e os aspectos tributários. Os tributos mais expressivos e de maior impacto nas operações logísticas são: PIS, Cofins, IRPJ, CSLL e ICMS.

O principal estado produtor do Brasil, o Mato Grosso agora conta com o terminal logístico em Rondonópolis (MT), que já faz as alocações em contêineres e o escoamento via malha ferroviária para os portos.

Já a produção da Bahia ainda se desloca praticamente toda via modal até o porto de Santos para os carregamentos. 

A abertura de escoamento pelo Arco Norte via Santarém (PA) tem sido vista como opção de redução de custos. 

Assim como o porto de Salvador (BA) para a exportação da pluma baiana que ainda concentra a sua exportação via porto de Santos.

A possibilidade de melhoria de nossa infraestrutura de escoamento com redução de custo, contribuiria com um aumento da competitividade do Brasil no mercado de exportações. 

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Conclusão

O país tem crescido no mercado de exportações, a nossa tecnologia de rastreabilidade e avaliação de qualidade do produto já é muito boa.

Da porteira para dentro, somos muito bem abastecidos de tecnologias e eficientes na produção. 

Nosso maior desafio da porteira para fora ainda é a logística do escoamento da nossa produção.

As opções de modal são restritas e os custos são muito elevados. E para que uma mudança ocorra, é preciso haver melhoria da nossa infraestrutura de escoamento.

Restou alguma dúvida sobre os desafios da logística da pluma do algodão? Adoraria ver seu comentário abaixo!

6 dicas para aumentar sua produtividade de café

Produtividade de café: do plantio à colheita, veja as dicas que podem influenciar os resultados da sua lavoura!

A cafeicultura nacional vem evoluindo muito nos últimos anos e parte disso se deve ao melhor conhecimento do sistema produtivo.

Esse entendimento da cultura somado ao planejamento da lavoura é fundamental para se obter ganhos de produtividade.

Neste artigo, separei algumas dicas para que você melhore seu planejamento e possa também aumentar a produtividade de café! Confira a seguir!

A cultura do café

O cafeeiro é uma planta da família das Rubiáceas, tem porte arbustivo e é originário da África. 

O gênero Coffea, segundo o ICO (International Coffee Organization), se divide em ao menos 25 espécies diferentes, sendo Coffea arabica e Coffea canephora (também conhecido como C. robusta e Conillon) as mais importantes no Brasil.

Coffea arábica é menos produtivo e mais suscetível à ocorrência de pragas e doenças que Coffea canephora, porém, produz grãos de maior qualidade e a bebida é mais saborosa. Portanto, o valor de venda dos grãos desta espécie é maior. 

Independentemente da espécie, há uma característica de sazonalidade, sendo que parte dos processos fenológicos da cultura se iniciam em um ano e se completam no ano seguinte, como podemos observar na imagem abaixo. 

Esse fenômeno justifica a queda de produtividade após um ano com bons números e será uma característica de 2021, um ano de produções menores.

tabela com Fenologia do cafeeiro sobre primeiro e segundo ano
Fenologia do cafeeiro
(Fonte: extraído de Mattielo, 2015)

Perspectivas para a cafeicultura em 2021

Segundo dados da Conab, considerando a sazonalidade da cultura e aspectos climáticos negativos em alguns locais durante o ano de 2020, é esperada redução do rendimento médio das lavouras, bem como queda na área de produção.

A expectativa é uma produção entre 43.854 e 49.588 mil sacas de café beneficiado, o que corresponde a uma queda de até 30,5% em relação ao ano anterior, em uma área total de 1.753,3 mil hectares.

Do total estimado para a produção, de 29.719,3 a 32.990,5 mil sacas serão de café arábica e de 14.134,7 a 16.598,1 mil sacas de café conilon.

Estes dados ainda são uma estimativa da produção da cultura para esta safra e temos que agir para que a perspectiva se mantenha ou ainda melhore. 

Mas o que pode ser feito para melhorar a sua produtividade de café? Confira as dicas abaixo.

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5 dicas para melhorar a produtividade de café

1. Conheça bem a área onde a cultura está ou será implantada

Antes de mais nada, é preciso conhecer a área onde a cultura está ou será implantada. Uma análise de solo completa, com análise física e química, contemplando micro e macro nutrientes, é fundamental.

Faça um planejamento completo da implantação para evitar possíveis problemas e garantir o máximo de saúde possível para a sua cultura. Temos uma planilha gratuita para te ajudar nesse momento, e você pode baixar clicando na imagem abaixo:

2. Planeje o plantio

Pode parecer óbvio, mas nem sempre o plantio é planejado

O ideal é adotar um espaçamento que permita movimentação de máquinas, aeração da cultura e o manejo.

Na implantação, o estabelecimento inicial da lavoura é fundamental. Atualmente existem diversos produtos que permitem um enraizamento mais adequado, melhora da retenção de água no solo e melhor arranque, protegendo a cultura no momento em que é mais sensível. 

Outro ponto fundamental é escolher bem a cultivar e espécie que se plantará e utilizar mudas sadias, de produtores idôneos, para não introduzir pragas e doenças na lavoura. 

Como vimos, café arábica tem uma bebida de melhor qualidade e maior valor de venda, mas é mais suscetível ao ataque de pragas e doenças em comparação ao café conilon.

Importante também fazer adubação adequada nesse momento. A partir da análise, deve ser feita a adubação adequada, conforme recomendação.

Aqui no blog, você encontra uma planilha bastante completa e de fácil operação, que pode ser muito útil para sua lavoura! Para baixar gratuitamente, clique na imagem a seguir:

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3. Monitore a lavoura

Uma vez implantada, é preciso monitorar a lavoura constantemente, avaliando a incidência de pragas e doenças que podem impactar sua produção. 

O ideal é adotar medidas de controle quando as pragas ou doenças estiverem acima do nível de dano econômico

Quando usado o controle químico, é importante fazer alternância de grupos químicos e modos de ação para evitar pressão de seleção de população de pragas resistentes ao controle químico. 

Consulte também os comitês de fungicidas, inseticidas e herbicidas para informações sobre ocorrência de resistência a ingredientes ativos e formas de mitigar risco.

Aproveite também a tecnologia nesse monitoramento. O software de gestão agrícola Aegro permite que você tenha um MIP (Manejo Integrado de Pragas) mais eficaz em sua lavoura, registrando o monitoramento e armadilhamento pelo celular. 

Você pode gerar relatórios sobre a incidência de pragas-alvo e verificar o momento certo para pulverizar, o que pode gerar inclusive redução de seus custos com defensivos.

Saiba mais sobre o Aegro: fale com nossos consultores e peça uma demonstração gratuita!

4. Atenção à florada

Como falamos, o café tem a característica de sazonalidade e o manejo da florada é fundamental para a produtividade da lavoura.

Nessa fase, é necessário cuidado redobrado com pragas e doenças e também com a nutrição. Em lavouras bem nutridas, o pegamento das flores é maior. 

É importante ter cuidado no uso de inseticidas nessa fase de floração. Dê preferência para inseticidas específicos para o alvo e seletivos para inimigos naturais, uma vez que o café necessita de polinização por abelhas e alguns inseticidas são bastante tóxicos a esses insetos.

5. Manejo da frutificação

Passada a fase da florada, é hora de ter cuidados com os frutos. 

Da mesma forma que nas flores, precisamos ter certeza de que os frutos serão formados e retidos. Novamente, lavouras bem nutridas e sadias originam mais frutos e frutos de maior qualidade.

O controle de pragas e doenças nessa fase é fundamental.

6. Planejamento da poda

A poda também tem um impacto significativo na produtividade do cafezal. Ela é fundamental para renovar a lavoura e estimular a produção de ramos novos. 

Mas, assim como outros manejos, não pode ser feita ao acaso: é preciso ser bem planejada. Confira neste artigo tudo o que você precisa saber sobre a poda do cafezal.

A adubação correta no momento da poda deve considerar macronutrientes como nitrogênio, fósforo e potássio, além de micronutrientes essenciais, principalmente zinco e boro.

A disponibilidade desses nutrientes é essencial para o desenvolvimento das gemas que darão origem aos ramos. E, a qualidade dos ramos formados, irá refletir diretamente na produtividade da lavoura.

Colheita e comercialização do café

Na fase da colheita, o monitoramento continua. 

O ideal é manter dados de produtividade por talhão, incluindo dados de valor de venda, qualidade do grão e, se possível, da bebida. Tais informações serão úteis no planejamento da safra seguinte.

Com base nos dados da lavoura, é possível decidir a melhor forma de comercialização. Nesse momento, ter o histórico da área é fundamental para saber de onde vêm os grãos com melhor potencial de bebida e qual mercado se busca atingir. 

Cafés de boa bebida atingem melhores preços e tudo o que foi feito na lavoura até o momento, desde a escolha do local de plantio, tem impacto na qualidade final.

E aí, o planejamento acabou? A resposta é não. Ainda temos que continuar monitorando e coletando dados da lavoura para tomar decisões cada vez mais assertivas.

>> Leia mais: “Como a colheita mecanizada do café pode reduzir os custos da sua operação”

Conclusão

O planejamento da lavoura e o conhecimento da cultura são essenciais para atingir uma boa produtividade.

Neste artigo, abordamos as perspectivas de produção para o café e as dicas que podem interferir positivamente na produtividade da sua lavoura.

Lembre-se: tudo começa com um bom planejamento e, para que ele seja eficiente, é preciso haver monitoramento constante da lavoura, coleta e análise dos dados obtidos.

Desta forma, é possível tomar decisões mais estratégicas para alcançar melhor produtividade e também uma bebida de mais qualidade e mais alto preço!

Como está a produtividade da sua lavoura de café? E o seu planejamento? Deixe seu comentário!

>> Leia mais:

Guia de controle das principais plantas daninhas do café”

Entenda como a umidade do grão de café pode impactar a qualidade do produto final

Saiba as vantagens da Cafeicultura de Precisão e como aplicá-la

Tudo que você precisa saber sobre dimensionamento da frota agrícola

Dimensionamento da frota agrícola: você sabe como fazer e quais são os benefícios? Confira a seguir!

As máquinas agrícolas são essenciais para praticamente todas as operações no campo, e precisamos delas a postos para a realização das atividades previstas na safra. 

O dimensionamento dessa frota está diretamente relacionado aos gastos e à lucratividade das empresas agrícolas e fazendas.

Falhas de dimensionamento, tanto para mais quanto para menos, poderão provocar prejuízos financeiros como custos excessivos e menor lucratividade.

Ficou curioso e quer entender melhor como o correto dimensionamento da frota agrícola pode melhorar sua lucratividade? Confira!

O sistema mecanizado agrícola e o dimensionamento da frota

Antes de partirmos para o dimensionamento da frota agrícola em si, precisamos entender a dinâmica de planejamento do sistema mecanizado agrícola.

O sistema mecanizado agrícola nada mais é do que o conjunto de equipamentos, máquinas e implementos que realizam todos os processos de uma lavoura comercial. São tratores, arados, grades, subsoladores, semeadoras, colhedoras, etc.

Dependendo da cultura agrícola, valores de 20% a 40% dos custos da produção podem ser oriundos do sistema mecanizado agrícola. Deu para perceber, então, a importância do correto dimensionamento da frota agrícola, não é?

O processo de planejamento pode ser realizado de diversas formas e o dimensionamento da frota agrícola, assim como a seleção de equipamentos e previsão de custos, faz parte desse processo.

Pode parecer simples, mas o planejamento do sistema mecanizado é uma tarefa complexa, pois se trata de uma atividade multidisciplinar, que engloba aspectos das áreas de engenharia, biologia e até economia!

Fluxograma esquemático de processo geral de algoritmos para seleção de sistemas mecanizados agrícolas

Fluxograma esquemático de processo geral de algoritmos para seleção de sistemas mecanizados agrícolas
(Fonte: Adaptado de Mialhe, 1974)

Com o avanço da informática atrelado à elevada capacidade de processamento de dados pelos computadores, algoritmos têm sido criados para auxiliar no processo de planejamento e dimensionamento da frota agrícola.

As etapas utilizadas por esses algoritmos são os pontos-chave que devemos seguir a fim de fazer o correto dimensionamento da frota agrícola.

Vamos agora analisar esses pontos de forma individualizada, mas tenha em mente que estão interligados.

Análise operacional

De uma forma muito simples, a análise operacional é base para definir o sistema de produção da fazenda.

O sistema de produção nada mais é do que o conjunto sequencial das atividades que serão realizadas para viabilizar a produção agrícola.

Em outras palavras, trata-se de um cronograma das atividades que devem ser realizadas na fazenda, em ordem cronológica, para garantir o bom desenvolvimento das lavouras.

Esquema da análise operacional: operações e suas respectivas épocas de realização em um sistema de produção em cenário imaginário

Esquema da análise operacional: operações e suas respectivas épocas de realização em um sistema de produção em cenário imaginário
(Fonte: Adaptado de Milan, 2013)

Nesta análise, é possível ter uma visão completa das atividades e do tempo previsto para sua finalização no decorrer da safra.

Com isso, podemos realizar o planejamento para a seleção – e este planejamento influenciará diretamente o dimensionamento da frota agrícola.

Planejamento para a seleção 

Durante o planejamento para a seleção, baseado na análise operacional, é necessário definir três estimativas primordiais:

  • tempo disponível para cada operação,
  • ritmo operacional (RO) necessário, e
  • estimativa do número de conjuntos (NC).

Todas essas estimativas são baseadas em inúmeros outros fatores e são interdependentes, ou seja, uma depende do valor da outra.

O tempo disponível para cada operação depende muito das condições de clima e solo.

Portanto, para calculá-lo, precisamos analisar desde o número de domingos e feriados, duração da jornada de trabalho, até o número de dias impróprios para o trabalho da frota agrícola (dias com chuva ou muita umidade), etc.

É com base nesse tempo e na área total que obtemos o ritmo operacional (RO).

O ritmo operacional, por sua vez, dividido pela capacidade de trabalho das máquinas, nos dá o número de conjuntos necessários, ou seja, a dimensão da nossa frota agrícola.

É um pouco complexa a determinação do dimensionamento da frota agrícola, não é?

Porém, uma vez feito corretamente, ele deverá potencializar o uso de cada equipamento!

Se a frota for subdimensionada, poderá haver sobrecarga de equipamentos e, consequentemente, aumento do custo de manutenção.

Confira neste artigo mais sobre como gerenciar as máquinas agrícolas.

Caso seja superdimensionada, haverá ociosidade operacional e um maior custo!

Vale ressaltar que nessa fase de planejamento para seleção entram também aspectos de capacidade de trabalho e eficiência operacional.

Eles estão intimamente relacionados aos custos diretos e indiretos, que serão abordados na próxima etapa.

Seleção e aquisição de máquinas

A última etapa, mas não menos importante, é a de seleção e aquisição das máquinas que irão compor a frota agrícola.

Esta etapa deve ser feita de acordo com as características técnicas do maquinário e as necessidades de potência para a realização das atividades propostas. Tais fatores influenciam diretamente no custo operacional!

O custo operacional atrelado ao número de conjuntos nos dará informações preciosas sobre o dimensionamento da frota agrícola: se ele está adequado, super ou subdimensionado.

Apenas pela descrição escrita pode parecer um processo simples, mas envolve cálculos relativamente complexos que não abordarei neste artigo. Você pode ver parte deles aqui no blog, no artigo “Como calcular o custo operacional de máquinas agrícolas (+ ferramenta grátis)”.

Aproveite, inclusive, a ferramenta gratuita para esse cálculo operacional!

ferramenta para calcular os custos operacionais de máquinas agrícolas

Conclusão

Com o avanço da tecnologia, a mecanização do campo se tornou uma realidade que, a cada dia, tende a ser mais e mais acessível.

Entretanto, não deixa de ser onerosa e necessita de muita atenção e cuidado.

A má gestão do sistema mecanizado agrícola pode levar a falhas no dimensionamento da frota agrícola. E uma frota agrícola mal dimensionada significa prejuízos para você, produtor! 

Apesar de parecer simples e fácil, a correta adequação da frota agrícola é uma atividade extremamente complexa e que muitas vezes requer auxílio de profissionais capacitados, como você viu aqui!

>> Leia mais:

“Como produtora economizou em manutenção de máquinas a partir de ação estratégica”

“Telemetria na agricultura: como ela melhora a gestão de máquinas na sua fazenda”

Você sabe como está o dimensionamento da sua frota agrícola? Conte para a gente nos comentários!

Entenda o Diagnóstico Rápido da Estrutura do Solo (DRES) e como ele pode ser útil para sua lavoura

Diagnóstico rápido da estrutura do solo pode ser mais objetivo e econômico. Saiba como fazer a coleta e análise adequadas!

O perfil do solo impacta diretamente a produtividade de uma lavoura. Por isso, fazer a análise adequada é essencial para garantir uma boa produção agrícola!

Até agora, no Brasil, a estrutura das camadas superficiais do solo era avaliada por métodos quantitativos, com difícil aplicação e interpretação de campo.

Para tornar esse diagnóstico mais objetivo e econômico, a Embrapa, em parceria com outras instituições, criou um método inovador chamado DRES (Diagnóstico Rápido da Estrutura do Solo). 

Quer entender melhor como funciona esse método e como utilizá-lo em sua propriedade? Confira a seguir!

Importância da análise da estrutura do solo

A estrutura do solo influencia seu comportamento físico, químico e biológico, dando sustentação à produtividade agrícola.

Assim, o monitoramento de sua qualidade estrutural é extremamente importante por influenciar a aeração, infiltração e disponibilidade de água e nutrientes, além da atividade biológica do solo. Isso tudo interfere, portanto, na produtividade das culturas.

Até agora, no Brasil, a estrutura das camadas superficiais do solo era avaliada por meio de métodos quantitativos, que não a caracterizavam precisamente. Além disso, eram de difícil aplicação e interpretação em condições de campo. 

Pensando nisso, a Embrapa, em parceria com diversas instituições, desenvolveu o DRES (Diagnóstico Rápido da Estrutura do Solo). 

Trata-se de um método inovador e de fácil aplicabilidade no diagnóstico de sinais de construção ou degradação do solo em determinadas situações de manejo. Assim sendo, o DRES permite analisar a qualidade estrutural do solo de forma rápida e econômica.

Esse diagnóstico rápido também pode ser utilizado como indicador de qualidade do solo, pois não demanda alto custo e identifica alterações provocadas pelo manejo do solo. 

No entanto, é importante que seja avaliado em conjunto com os demais atributos (e não individualmente), por potencializar a detecção precoce de alterações na qualidade do solo.

Vou explicar melhor como o DRES funciona!

Como funciona e quando realizar o DRES?

O Diagnóstico Rápido da Estrutura do Solo caracteriza as camadas superficiais do solo a partir da avaliação visual de características que determinam a qualidade estrutural do solo como:

  • tamanho e forma dos agregados do solo;
  • presença ou não de compactação;
  • evidências de atividade biológica;
  • distribuição do sistema radicular, entre outras. 

Essa avaliação deve ser realizada em uma época do ano preestabelecida, podendo ser antes da semeadura ou após a colheita das culturas.

Para o diagnóstico, é preciso realizar a abertura de uma minitrincheira com auxílio de uma pá reta e coletar um bloco de solo nos primeiros 25 cm. 

Essas amostragens devem ser feitas em áreas homogêneas da propriedade, com o solo próximo à consistência friável. É preciso evitar períodos muito úmidos ou de estiagem para não influenciar nos resultados.

Além disso, deve ser retirada a cobertura vegetal da superfície do solo, sempre evitando linhas de tráfego, sulcos de erosões, pontos de acúmulo de matéria orgânica, entre outros. 

A quantidade de blocos dependerá do tamanho da área que se deseja avaliar. No entanto, a recomendação é de que cada área homogênea não ultrapasse 100 hectares.

Etapas do Diagnóstico Rápido da Estrutura do Solo

Após a remoção, o bloco de solo deve ser colocado cuidadosamente em uma bandeja plástica. 

Em seguida, é preciso fragmentar esse bloco do centro para as laterais da bandeja, aplicando força com as mãos para rompimento dos agregados.

Obtidos os agregados, é necessário analisar algumas características como: 

  • tamanho;
  • forma;
  • resistência à ruptura;
  • orientação e rugosidade; 
  • distribuição de raízes; e
  • evidências de atividade biológica.

Isso é importante para definir quantas camadas existem na amostra de solo para analisá-las separadamente. Uma amostra de solo pode ter de 1 a 3 camadas.

Na figura abaixo, você pode observar a presença de raízes tortas e achatadas. Há predomínio de agregados maiores que 7 cm, com pouca porosidade. Também existe presença de solo pulverizado e poucos indícios de atividade biológica, o que são indicativos de degradação do solo.

seis fotos, uma ao lado da outra, de feições de degradação

Feições de degradação
(Fonte: Embrapa)

Já na próxima figura que separei, você pode notar que as raízes cresceram sem restrição, explorando o interior dos agregados. 

Há predomínio de agregados com tamanho entre 1 cm e 4 cm, com baixa coesão, arredondados, faces de ruptura rugosas, presença de agregados grumosos e indícios de alta atividade biológica. Tais características são indicativas de boa qualidade estrutural do solo.

fotos de feições de conservação/recuperação - diagnóstico rápido da estrutura do solo

Feições de conservação/recuperação 
(Fonte: Embrapa)

Como atribuir as notas

Após a divisão e análise das camadas presentes na amostra de solo, é preciso atribuir notas de qualidade estrutural a cada camada.

Essas notas podem variar de 1 a 6, sendo 1 a pior e 6 a melhor condição de estrutura do solo.

Elas são utilizadas como base para calcular o IQES (Índice de Qualidade Estrutural do Solo). Veja na imagem abaixo:

infográfico para atribuir as notas de qualidade estrutural a cada camada de solo

(Fonte: Embrapa)

Com base nesse índice, você ou a equipe técnica da fazenda poderá saber exatamente qual a condição real da estrutura do solo e tomar as medidas necessárias para manejá-lo.

O material com os procedimentos completos para esta avaliação pode ser encontrado gratuitamente no site da Embrapa.

Como melhorar a estrutura do solo?

O modelo atual de produção na região Centro-Oeste do Brasil baseia-se na sucessão soja-milho safrinha.

Esta sucessão pode promover baixa cobertura do solo devido à pequena quantidade de restos culturais e adição insuficiente de matéria orgânica ao solo, favorecendo a degradação.

A qualidade do solo é determinada pela interação entre os atributos químicos, físicos e biológicos. Esses atributos são ferramentas importantes para demonstrar a influência de determinado manejo sobre o solo.

O equilíbrio entre os indicadores de qualidade influencia no potencial de uso do solo, na produtividade e na sustentabilidade da agricultura. 

A avaliação desses parâmetros é fundamental para o emprego do manejo adequado do solo.

A adoção de práticas conservacionistas do solo permitem a manutenção/melhoria da estrutura do solo, determinantes para obtenção de altas produtividades. Algumas delas são:

A avaliação da estrutura do solo pode ser simples, rápida e econômica, por meio da utilização do DRES. 

Banner de chamada para o download da planilha de cálculos de insumos

Conclusão

O DRES é um método de campo que avalia visualmente a qualidade estrutural do solo nas camadas superficiais.

Essa avaliação permite que técnicos e produtores monitorem a estrutura do solo, detectando de forma rápida e econômica qualquer alteração estrutural, em função do sistema de manejo adotado.

Atente-se à qualidade estrutural do solo para garantir o máximo potencial produtivo da sua lavoura.

Agora que você tem essas informações, não deixe de avaliar a qualidade estrutural do solo da sua propriedade!

>> Leia mais:

“Saiba como a drenagem do solo na agricultura melhora as condições da sua lavoura”

Restou alguma dúvida sobre o DRES? Qual a maior dificuldade em analisar o solo da sua propriedade hoje? Adoraria ler seu comentário abaixo!

O que você precisa considerar antes da contratação de um consultor agrícola para sua fazenda

Contratação de consultor agrícola: entenda quais pontos da sua propriedade podem ser melhorados e quais dicas seguir para escolher um parceiro de trabalho ideal!

Produzir não é apenas semear e colher! Há diversos aspectos que precisam ser considerados durante toda a produção.

Mas, às vezes, as 24 horas do dia parecem pouco para tantas tarefas operacionais e administrativas da fazenda, não é verdade?

Contar com a ajuda de um profissional especializado pode representar um ganho de tempo e economia financeira. Só que mudar a forma de gestão nem sempre é tarefa fácil e rapidamente aceita pelos envolvidos.

Pensando nisso, separei alguns pontos que você, produtor, precisa considerar para saber se vale a pena investir na contratação de um consultor agrícola. Confira!

Como a contratação do consultor agrícola pode ajudar?

Vários fatores influenciam a produção agrícola – desde o campo, com mudanças climáticas, até a comercialização, com a volatilização de preços de venda do produto.

O clima sempre foi uma variável na produção agrícola, mas, ultimamente, estão ocorrendo mudanças nos padrões de chuvas e secas. Você precisa observar todos os dias as previsões climáticas, pois chuvas que estavam previstas podem mudar em questão de horas, afetando toda a dinâmica da fazenda.

O preço dos produtos é influenciado pela cotação do dólar, pela oferta e demanda, exportações e agora também pela pandemia, que ocasionou uma variação grande dos preços pagos e recebidos.

Desse modo, é preciso estar diariamente atento aos valores de compra de insumos e venda da sua produção, que a todo momento sofre altas e queda dos preços.

A manutenção de máquinas e equipamentos também tem de ser feita para evitar perda de tempo com implemente parado. É preciso saber a necessidade de reposição de peças no estoque, como está controle do fluxo de caixa e onde estão os maiores gastos.

Fazer também a gestão de funcionários, como pagamento, férias e licenças, além de sempre observar se as equipes estão trabalhando corretamente, como você deseja. Acompanhar o lançamento de novas tecnologias, tanto na área de máquinas e implementos, quanto nos produtos e parte financeira.

Áreas de possível atuação do consultor rural

Áreas de possível atuação do consultor rural 
(Fonte: adaptado de Instituto Agro)

Todo esse trabalho deve ser realizado ou acompanhado por você. Mas o tempo é escasso para todas essas tarefas, não é verdade? É em um ou mais desses pontos listados acima que um consultor pode te auxiliar!

Como saber se preciso de um consultor agrícola?

Antes de contratar qualquer funcionário, você se questiona sobre alguns pontos como:

  • Porque necessito de mais um funcionário? 
  • Qual função ele vai exercer na fazenda?
  • Há algum funcionário na fazenda que pode fazer esse serviço sem contratar outro?
  • Quanto posso pagar para ele realizar determinada função?

Pelas respostas obtidas para essas perguntas, você determina se precisa ou não contratar mais um funcionário para a fazenda. Com o consultor não é diferente. Antes de contratar, você tem de fazer os mesmos questionamentos, com algumas perguntas específicas como:

  • Qual o problema que está me deixando preocupado ou que precisa mudar? 
  • Vou me dedicar para implementar as mudanças propostas pelo consultor?
  • Irei participar ativamente das reuniões e treinamentos, buscando sempre aprender e colocar em prática o aprendizado?
  • Vou ser sincero com o consultor, mostrando todos os pontos fracos e fortes da minha fazenda?
  • Quanto estou disposto a pagar?

E a pergunta principal que você deve fazer e ser verdadeiro consigo mesmo:

  • Estou disposto a ouvir e aceitar mudanças no estilo que gerencio pessoas, operações ou as finanças da fazenda? 

Ao ter as respostas para estas perguntas, você saberá se está pronto e disposto a melhorar alguma ou algumas área de gestão da sua empresa rural

Banner de chamada para portal de consultores agrícolas

O que o consultor vai fazer na fazenda

Existem vários tipos de consultores: alguns são especializados em várias funções, desde o gerenciamento de pessoas até apoio na venda dos produtos agrícolas.

Outros trabalham em áreas mais específicas como implementação de sistemas de produção, assistência para obtenção de crédito ou seguro rural.

Há ainda os que auxiliam na obtenção da certificação de produtos, como selos para cafeicultores, que agregam valor ao produto final, entre outras funções.

O importante é querer aumentar o lucro da fazenda, seja na parte de produção em campo, no galpão, escritório ou organização geral. Assim, quando estiver disposto a aceitar mudanças, procure um consultor que te passe confiança e resultados.

Converse com ele e tire dúvidas como:

  • Qual sua experiência no ramo e quais resultados você já obteve?
  • Como é sua metodologia de trabalho? 
  • Como irei participar dessas mudanças?
  • Quais ferramentas de gestão você planeja utilizar? São ferramentas de fácil acesso e manuseio para que a equipe possa aprender?
  • O que posso esperar dos seus serviços em médio e longo prazo?
  • Qual frequência você virá na fazenda para observar se as mudanças estão ocorrendo como planejado?

Essas perguntas e demais dúvidas precisam ser feitas para o consultor. Assim, você saberá o que esperar.

Outro aspecto importante que necessita destaque é que, na área agrícola, os passos são dados, mas os resultados podem levar tempo, dependendo das mudanças.

Uma safra de soja, por exemplo, pode ficar no campo até 120 dias, então os resultados demoram a ser obtidos. E, do plantio até a colheita, muitos passos devem ser dados para obter uma boa produção.

Assim é com a consultoria! É preciso ter um planejamento conjunto para o início das mudanças e a adaptação com novos sistemas, para, só então, notar os resultados.

O que esperar com a contratação do consultor agrícola

Ao conversar com o consultor, você precisa detalhar suas atividades, assim o consultor saberá qual principal ponto precisa ser trabalhado.

É um trabalho que deve ser de parceria do produtor com o consultor, onde o profissional contratado irá buscar pontos a serem melhorados e ensinar como alcançá-los. 

O consultor, portanto, poderá auxiliar na operação dos funcionários, interagindo com eles, verificando os problemas das operações, capacitando-os e incentivando-os a cuidar das máquinas que utilizam.

Poderá ajudar também na inovação, implantando novas ferramentas agrícolas, seja na área financeira ou operacional.

Pela experiência, o consultor pode identificar pontos de perdas e realizar melhorias, gerando maiores lucros ao final da produção. Além disso, pode ajudar na organização dos seus dados, como fluxo de caixa, estoque de produtos, valores de venda e compra de insumos.

Alguns consultores agrícolas te ajudam na negociação da sua safra, verificando preços pagos e qual margem de lucro pode obter.

Há vários modos de um consultor lhe auxiliar! O importante é saber que precisa de melhorias, aceitá-las e, principalmente, querer realizar as mudanças. Assim, você pode obter o máximo do consultor para fazer crescer sua empresa rural!

ferramenta diagnóstico de gestão agrícola, teste agora

Conclusão

A contratação de consultor agrícola é um auxílio para iniciar melhorias na fazenda, conseguindo melhor organização do trabalho.

Mas você precisa estar disposto a realizar mudanças antes de contratar um profissional do tipo!

Mostramos aqui os vários serviços prestados por um consultor, como apoio na área financeira, administrativa ou operacional da fazenda. Também abordamos as perguntas que vale a pena você se fazer para decidir pela contratação ou não desse profissional.

Caso opte pela consultoria, busque alguém que te passe confiança, aprenda o máximo que puder e não tenha medo de tirar dúvidas. Assim, as chances de uma parceria bem sucedida são maiores!

>> Leia mais:

“Consultora economiza R$ 70 mil em utilização de insumos”

Qual área da sua fazenda você tem mais dificuldade de gerenciar? Já cogitou fazer a contratação de um consultor agrícola para lhe auxiliar? Adoraria ler seu comentário aqui!

Como estimar o custo de produção do café (+ calculadora rápida)

Custo de produção do café: entenda quais fatores devem ser considerados para o cálculo

O custo de produção é sempre motivo de preocupação. É preciso saber quanto se gastou com adubação, manejo fitossanitário e com a colheita.

Mas será que colocamos todas as informações necessárias na hora de calcular o custo?

Existem informações que não podem faltar para que se tenha o custo de produção corretamente. Do contrário, podemos estar perdendo dinheiro e nem saber!

Confira a seguir algumas dicas de como calcular o custo de produção do café.

Cálculo do custo de produção do café

O custo de produção do café deve englobar todos os fatores que foram utilizados. São mudas, adubos, hora/máquina, diesel, pessoal… e até outros fatores que podemos esquecer como depreciação, encargos trabalhistas, impostos, etc.

Fica claro também que o custo de produção do café depende do nível de tecnologia empregado, pois a quantidade de insumos/máquinas utilizada pode variar de acordo com isso.

Pode parecer muita coisa, mas sem essas informações podemos ter a falsa ideia de que nossa atividade está sendo rentável quando, na verdade, estamos perdendo dinheiro.

Frequentemente esse é o caso. Sempre pensamos que o nosso custo é mais baixo, mas quando se coloca na ponta do lápis, não é bem por aí. Fique atento!

Tipos de custo

Os custos de uma lavoura de café podem ser divididos em: custo variável, custo fixo, custo operacional e custo total. O que cada custo desses engloba está exemplificado nas tabelas abaixo.

tabela com composição dos custos de produção
Composição dos custos de produção
(Fonte: Conab)

Esses dados devem ser computados e somados para compor cada um dos tipos de custo da propriedade, como ilustra a tabela abaixo:

Exemplo de planilha de custo de produção para café arábica obtida no site da Conab, na seção "Planilhas de custo de produção”.
Exemplo de planilha de custo de produção para café arábica obtida no site da Conab, na seção “Planilhas de custo de produção”.

Para se ter informações mais palpáveis e fáceis de entender, é comum dividir o custo de produção do café para cada hectare, por saca produzida ou ainda transformá-lo em “número de sacas”. 

Assim, é mais fácil ter uma ideia prática de quanto se deve produzir para pagar as contas.

Fazendo o rateio dos custos

Perceba que as informações necessárias para os cálculos geralmente são obtidas ao nível de propriedade. No caso da existência de mais uma atividade na propriedade, é necessário fazer o rateio dos custos

Por exemplo, o mesmo trator que realiza pulverizações pode ser utilizado na propriedade para puxar uma carreta ou pulverizar outras culturas que não o café. Como dividir o custo para que somente o que foi utilizado com o café seja computado?

Isso pode ser feito dividindo o valor total obtido pela área de cada atividade – ou então contabilizando as horas trabalhadas com cada atividade na hora da divisão. Desse modo, temos o cálculo correto do custo de produção do café.

Organizando a casa

Você deve ter notado que são muitas informações necessárias para o cálculo correto do custo de produção do café. 

Por isso, antes de mais nada, é necessário que se tenha organização para  lidar com esses dados.

Seja no caderninho, em planilhas ou em softwares de gestão, devemos ter rigor ao manter o histórico desses dados. Valor, local de compra, data, estoque, são algumas das coisas que devemos controlar.

Para os dados mais complexos, como depreciação  e remuneração sobre capital, é preciso buscar fontes confiáveis para realizar o cálculo.

Custo de produção do café: onde encontrar informações confiáveis?

Quando não sabemos exatamente onde conseguir o preço de determinado insumo, como realizar o cálculo do custo de produção ou, ainda, se queremos comparar com o custo de outros lugares, precisamos de informações confiáveis.

No portal da Conab podemos encontrar muitas dessas informações de forma gratuita, inclusive os métodos para estimar depreciação, por exemplo.

Caso precisemos de informações sobre o preço de insumos agropecuários, podemos encontrá-las aqui. Nesse site, encontramos preços de fertilizantes, fitossanitários, máquinas e implementos, etc. 

Exemplo de planilha de preços de fertilizantes obtida no site da Conab, na seção “Preços de insumos agropecuários”.
Exemplo de planilha de custo de produção para café arábica obtida no site da Conab, na seção “Planilhas de custo de produção”

Além disso, caso você queira um modelo de planilha de custos do café, também pode encontrá-lo na Conab, na seção de “Planilhas de custo de produção”. Tem para café arábica e conilon.

Agora, se você precisa de algo mais prático e rápido, pode usar também essa calculadora de custo de produção da Aegro. Basta indicar seus custos com defensivos, fertilizantes, mão de obra, entre outros, e o cálculo é feito de forma automatizada. É simples e rápido. 

Vale lembrar que, se você possuir as informações de preços/custos referentes à sua cidade ou região, é sempre melhor usá-los no cálculo para dar detalhamento, desde que sejam de fontes confiáveis.

Custo de produção agrícola: Controle tudo pelo Aegro!

Conclusão

Como pudemos conferir ao longo do texto, o custo de produção do café não é um bicho de sete cabeças para se calcular. No entanto, algumas informações não podem faltar e muitas vezes passam despercebidas por nós.

É essencial considerar os custos relacionados à depreciação de maquinário e benfeitorias, além de impostos. Não precisamos saber os mínimos detalhes, mas entender o que são custos variáveis e fixos e como chegar ao custo total.

Neste artigo, mostramos algumas planilhas que podem ser utilizadas como modelo e uma calculadora gratuita para facilitar a vida.

De qualquer modo, mantenha sempre um histórico detalhado de suas compras para que possa calcular corretamente o seu custo de produção do café.

>>Leia mais:

“Todas as recomendações para o melhor plantio do café”

Restou alguma dúvida sobre o cálculo de custo de produção do café? Conte pra gente os comentários. Grande abraço e até a próxima.