Como escolher as variedades de milho mais produtivas para sua lavoura

Variedades de milho mais produtivas: como fazer a escolha certeira da semente para grãos, milho verde ou outros interesses da cultura.

No mercado existem diversas variedades e híbridos de milho, com infinitas características fenotípicas e adaptativas. Mas nem sempre o que vai bem em uma região dará certo na sua lavoura.

É preciso saber escolher uma semente com alta taxa produtiva, que possua características de interesse dentro do seu sistema produtivo!

Por isso, preparei um roteiro com perguntas que você deve se fazer para eleger o híbrido ou as variedades de milho mais produtivas para sua realidade. Confira!

Variedades de milho mais produtivas: o que saber antes de pesquisar sua semente

Antes de pesquisar possíveis sementes de milho para compra, é muito importante que você tenha em mente certas informações…

Primeiro, como essa cultura vai se enquadrar em seu sistema produtivo? O milho será cultivado no verão? Será cultivado na segunda safra? Estará em consórcio com alguma outra cultura?

Isso vai dizer muito sobre quais características buscar no híbrido ou variedade!

Depois de determinar qual período do ano seu milho estará no campo, pense em quais problemas podem ocorrer a partir daí.

Quais pragas têm maior ocorrência? Quais doenças têm maior incidência? E quais plantas daninhas estão presentes em sua área e deverão ser controladas neste período? 

Além disso, preste muita atenção ao histórico climático durante o período. 

Já ocorreram veranicos nessa época? Eles podem coincidir com qual estádio da cultura?

Para facilitar a organização destas perguntas e te ajudar a escolher as variedades de milho mais produtivas para sua lavoura, separamos os tópicos mais importantes a seguir.

variedades de milho mais produtivas

Lavoura de milho afetada por ventos fortes
(Fonte: Canal Rural)

Variedades de milho mais produtivas: aptidão da variedade ou híbrido utilizado

Atualmente, as principais aptidões que as variedades/híbridos de milho podem apresentar são:

  • grãos;
  • silagem;
  • milho doce;
  • pipoca;
  • milho verde.

Dentro destas aptidões, as características de interesse da cultura podem variar.

Híbridos ou variedades de milho para grãos priorizam boa polinização e desenvolvimento de espiga.

Já híbridos ou variedades de milho mais produtivas para silagem priorizam desenvolvimento vegetativo e palatabilidade.

Cultivares de milho voltadas para produção de milho doce, além de palatabilidade, geralmente priorizam rusticidade e baixo investimento.

Agora os híbridos ou variedades para milho verde geralmente priorizam rusticidade e baixo investimento.

Há ainda os híbridos ou variedades utilizados para milho pipoca, que priorizam capacidade de expansão dos grãos (o que fará a pipoca estourar mais facilmente).

Colheita de milho para silagem

Colheita de milho para silagem
(Fonte: Compre Rural)

Planejamento no sistema produtivo

Milho primeira safra ou milho verão

Neste sistema, o milho está posicionado no melhor período climático para sua produção, podendo-se utilizar híbridos com ciclos maiores e mais produtivos.  

Mas este também é o período com maior desenvolvimento de plantas daninhas e pragas. Por isso, a escolha de híbridos com resistência a herbicidas e a insetos pode ser de grande valia. 

É importante lembrar que este período é muito utilizado para produção de híbridos de milho para silagem, que necessitam de maior desenvolvimento vegetativo.

Milho segunda safra ou safrinha

Milho segunda safra ou safrinha é muito utilizado para rotacionar milho com outros cultivos de verão, principalmente a cultura da soja

Neste sistema produtivo, geralmente, o principal ofensor é o clima, pois pode coincidir com períodos de déficit hídrico, geadas e ventos fortes. 

Desta forma, híbridos com ciclo curto têm sido uma excelente opção para este sistema. 

O que pode influenciar muito na escolha do material genético é o período de colheita da cultura anterior. Fique atento!

Mesmo que um híbrido de ciclo curto seja uma excelente opção para evitar problemas de final de ciclo, neste sistema, a planta tem menos tempo para se recuperar de danos no meio do ciclo. 

Por isso, escolha um híbrido com boa resistência a doenças e pragas (predominantes neste período). Além disso, priorize semear no limpo, tendo feito um bom controle de ervas daninhas na entressafra e na cultura anterior. 

Devido ao maior risco neste sistema de produção, recomenda-se que haja um escalonamento de semeadura de milho em suas diferentes áreas. 

Utilize híbridos mais resistentes para minimizar o risco e ser muito produtivo na média dos anos!

Milho consorciado com outras culturas

Atualmente o sistema de consórcio mais utilizado em nosso país é o milho safrinha com braquiária

Nesse sistema, além da escolha do híbrido, o produtor deve escolher uma boa variedade de braquiária. 

Quanto ao milho, é importante que ele seja mais rústico e com crescimento inicial rápido. 

Desde que a semeadura aconteça no limpo, não será necessário priorizar híbridos com resistência a herbicidas além do glifosato devido ao fechamento da entrelinha pela braquiária. 

Quanto à escolha da braquiária, é importante que ela tenha um crescimento inicial lento ou o sistema de semeadura retrase sua emergência. Assim, evita-se competição inicial com o milho.

Além disso, é muito importante que a braquiária seja suscetível ao glifosato para ser dessecada antes de produzir sementes. 

Outro fator muito importante na escolha da braquiária é o uso de sementes certificadas com baixo índice de impurezas. 

Uso de sementes contaminadas com sementes de plantas daninhas, por exemplo, pode trazer problemas muito grandes!

variedades de milho mais produtivas

Consórcio de milho com braquiária
(Fonte: Compre Rural)

Variedades mais resistentes a pragas, doenças e herbicidas

Resistência a pragas

Temos disponíveis no mercado as seguinte tecnologias para o controle de lagartas:

As tecnologias mais antigas, como Bt, possuem um número reduzido de proteínas que atuam no controle das lagartas. Assim, associado ao tempo de usos, há inúmeros casos de resistência. 

Por isso, se sua região possui uma incidência grande dessas pragas, dê preferência a tecnologias mais novas. Priorize as que possuem maior número de proteínas, abrangendo um maior complexo de lagartas. 

Além dos insetos, os híbridos ou variedades de milho possuem suscetibilidade diferencial a nematoides. Desta forma, em área com incidência desta praga, priorize sementes de milho que a tolerem mais.

Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) atacando o milho

Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) atacando o milho
(Fonte: Pioneer Sementes)

Os milhos podem ter diferentes graus de suscetibilidade aos seguinte nematoides:

  • Pratylenchus brachyurus;
  • Meloidogyne incognita;
  • Meloidogyne javanica.

Além das tecnologias de resistência a pragas, é importante saber identificar, conhecer o ciclo e o controle das pragas! Aqui no Blog do Aegro já falamos sobre as principais pragas de milho e sorgo. Confira!

Nematoide do milho

Meloidogyne incognita: Nematoide do milho
(Fonte: Aaas Journal)

Tolerância a doenças

Os híbridos e variedades também apresentam diferentes padrões de suscetibilidade às principais doenças do milho como:

  • Ferrugem comum;
  • Ferrugem polissora;
  • Mancha branca;
  • Mancha turcicum; 
  • Cercosporiose;
  • Enferamento.

Além do melhoramento para tolerância a doenças, é importante saber identificar, conhecer o ciclo e o controle das doenças. Saiba mais sobre as doenças na cultura do milho aqui!

variedades de milho mais produtivas

Cercosporiose do milho
(Fonte: Embrapa)

Resistência a herbicidas

  • Roundup Ready® → Resistência ao herbicida glifosato;
  • LibertyLink® → Resistência ao herbicida glufosinato de amônio;
  • Enlist® → Resistência aos herbicidas 2,4 D (em doses mais altas que milho convencional), haloxifope, glufosinato de amônio e glifosato. 

Além disso, os híbridos podem ter suscetibilidade diferencial aos resíduos de herbicida da cultura anterior ou herbicidas que podem ser usados na pós-emergência.

Já ocorreram muitos casos de injúrias ocasionadas no milho pelo herbicida nicosulfuron. 

Para alguns híbridos, esse produto é muito seletivo e não ocasiona danos à cultura. Já para outros, causa sérios danos no crescimento e folhas, diminuindo a produtividade e provocando deformações nas espigas. 

Por isso, se pretende usar este herbicida, cuidado na escolha do híbrido. Saiba como escolher o herbicida para milho mais adequado aqui!

Veja a semente escolhida no campo

A melhor forma de se assegurar de que fez a escolha certa é visitar uma lavoura no meio do ciclo do híbrido ou variedade escolhida.

Deste modo, você pode observar as características que mais lhe importam e consultar o produtor da área sobre sua experiência. 

O mais indicado é que esta área seja próxima à sua propriedade, pois haverá muitas características em comum!

Caso isso não seja possível, faça um pequeno teste em sua propriedade semeando a semente de milho escolhida em uma pequena área para ver seu desempenho!

planilha de planejamento da safra de milho

Conclusão

O milho é uma cultura muito importante e utilizada para diferentes finalidades como produção de grãos, silagem, pipoca, milho doce e milho verde. 

Além disso, pode ser inserido em diversos sistemas produtivos como cultura principal, cultura secundária ou em consórcio com outros cultivos. 

Aqui discutimos como escolher as variedades de milho mais produtivas para cada situação, considerando finalidade, sistema produtivo e características da lavoura.  

Desta forma, espero que você faça uma escolha segura e alcance todo potencial produtivo em sua área.

Quais informações você considera importante para escolher um híbrido ou variedades de milho mais produtivas? Ficou alguma dúvida? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Qual o teor de umidade de armazenamento da soja?

Umidade de armazenamento da soja: entenda ainda mais sobre umidade e temperatura na hora de armazenar o grão de soja.

Quando se colhe a soja, pode ser necessário armazená-la por um determinado período. 

E para manter as boas condições do grão, precisa-se fazer o armazenamento em umidade e temperatura adequadas.

Seja qual for o seu objetivo, grão ou semente, atente-se ao teor de umidade para armazenar este produto e a quais condições de temperatura e umidade relativa do ar que vai colocá-lo.

Assim, para preservar a qualidade do grão é essencial que a colheita seja realizada com a umidade do grão adequada. Isso porque é muito comum que após a colheita da soja ocorra o processo de secagem.

Vamos ver agora como a umidade de armazenamento da soja pode afetar a qualidade do grão.

Como a umidade afeta a qualidade do grão de soja

Muitos fatores interferem na qualidade do grão de soja, entre eles podemos citar:

  • condições genéticas;
  • estrutura da semente;
  • fatores de pré e pós-colheita;
  • umidade e temperatura ambiente.

A umidade pode interferir tanto no campo, durante o processo de maturação das sementes, como também durante o armazenamento, pois a umidade do ar interfere no grau de umidade da semente. 

umidade de armazenamento da soja

Lavoura de soja no MS praticamente perdida em função de chuvas intensas
(Fonte: Ciência e Agricultura – Carlos Bortoletto)

No campo, durante a etapa final do ciclo de soja, a ocorrência de chuvas intensas e frequentes antes da colheita podem causar a deterioração da semente.

Observe pela figura abaixo que, quando ocorre chuvas antes da colheita, acontece uma oscilação no teor de água da semente.

Isso causa alterações físicas que podem ser observadas pelo aparecimento de rugas nas sementes.

umidade de armazenamento da soja

(Fonte: adaptado de França-Neto e Henning (1984))

Sementes de soja com sintomas de deterioração por umidade

À esquerda: sementes secas com enrugamento devido a esse tipo de dano; no centro: sintoma de deterioração por umidade, caracterizado no teste de tetrazólio; à direita, sementes de soja com rupturas no tegumento.
(Fonte: Embrapa Soja; França-Neto et al. (2016))

Já durante o armazenamento das sementes de soja ocorre o equilíbrio higroscópico entre a semente e a umidade relativa do ar do local armazenado, ou seja, do silo.

Por isso que pode considerar que a umidade relativa do ar é a medida do grau de umidade das sementes. 

Além disso, lembre-se que após colher a soja, os grãos começam a entrar no processo de deterioração, principalmente devido à taxa respiratória. 

Assim, a secagem tem um papel fundamental! Pois com a umidade de até 13%, a taxa respiratória é baixa, não causando problemas. 

Agora que você viu como a umidade interfere no grão de soja, vamos falar sobre a umidade ideal para armazená-lo.

Qual a umidade ideal para armazenar soja?

Quando se armazena as sementes de soja, deve-se lembrar que vai acontecer uma troca de umidade entre a semente e o ambiente em que ela está armazenada. 

Esse fenômeno, como dito anteriormente, é denominado de equilíbrio higroscópico.

Para armazenar a semente com a umidade ideal, é necessário realizar a secagem dos grãos pois este processo vai retirar a água, o que possibilitará armazenar a soja por um período maior de tempo.

A umidade de armazenamento da soja ideal vai depender do tempo que você deseja armazenar os grãos, da umidade relativa do ar e da temperatura do ambiente no qual será armazenada.

Para entender melhor, vamos observar a tabela abaixo que relaciona a umidade da soja (%) com a temperatura (°C) e apresenta o período de tempo que é possível armazenar o grão.

Por exemplo, se você armazenar o grão por um período de um ano a 32°C, a umidade da soja deverá ser de 10% ou 11%.

Observe que com o aumento da % de umidade do grão, reduzimos o tempo de armazenamento. 

Outro ponto a ser visto é que com a redução da temperatura do ambiente é possível armazenar o grão com até 16% de umidade, caso seja de 2°C.

armazenamento seguro para soja

Gráfico de armazenamento seguro para soja
(Fonte: Science of Sensing)

Como deve ser feito o armazenamento da soja

Após a colheita da soja, algumas práticas podem e devem ser utilizadas como:

  • limpeza e preparo da unidade que armazenará os grãos;
  • avaliação dos grãos na recepção, para verificar se há necessidade das etapas de pré-limpeza e limpeza;
  • manutenção dos equipamentos;
  • manejo das pragas de grãos armazenados;
  • controle das condições do ambiente de armazenamento (temperatura e umidade relativa do ar);
  • cuidados na secagem, carregamentos de silos e dos armazéns.

Como vimos, o ideal é que a porcentagem de umidade do grão seja a mais baixa possível. Entretanto, sabemos que isso não é facilmente alcançado em campo.

A maturação fisiológica da soja ocorre quando o grão está com umidade entre 45% e 50%, mas a colheita só é realizada quando a umidade atinge entre 14% e 20%.

Para armazenar por um período de até um ano, você vai precisar secar esses grãos até atingirem 11% de umidade.

Mas, caso o armazenamento seja maior que um ano, essa umidade deverá chegar entre 9% e 10%, a depender da temperatura ambiente e da umidade relativa do ar.

Processo de secagem dos grãos de soja

Já vimos que o processo de secagem dos grãos é uma etapa importante a ser realizada para o armazenamento dos grãos de soja.

Para isso, você pode optar pelos métodos:

  • naturais;
  • adaptados;
  • tecnificados.

Os métodos mais utilizados para a secagem da soja são os tecnificados, como o sistema contínuo e o seca-aeração.

Secagem contínua

Neste caso, podem ser utilizadas temperaturas do ar de 70 a 130°C na entrada do secador.

Para isso é necessário que os grãos não tenham muitas impurezas, além disso, deve ser realizada a remoção diária de poeira para evitar incêndios.

Assim, na secagem contínua deve ser feito o acompanhamento da temperatura dos grãos, para que não ultrapasse os 43°C.

Secador de fluxo contínuo

Secador de fluxo contínuo
(Fonte: Agrolink)

Seca-aeração

Neste sistema, os grãos passam por uma secagem preliminar com o objetivo de chegar a dois ou três pontos percentuais acima da umidade que se deseja. 

Na secagem por este método são utilizadas temperaturas entre 60 e 90°C.

Após esta etapa, ocorre uma secagem estacionária que acontece com ar, porém sem aquecimento.

Secador estacionário

Secador estacionário
(Fonte: Agrolink)

planilha controle de custos por safra

Conclusão

No texto de hoje você soube mais sobre a umidade de armazenamento da soja.

Vimos a importância de realizar a secagem dos grãos para armazenar, pois isso influencia diretamente no tempo de armazenamento, junto com outros fatores como: temperatura e umidade relativa do ar.

Assim, também mostramos a importância de se atentar ao período de colheita, à secagem e ao armazenamento dos grãos para garantir e manter a qualidade do seu produto.

>>Leia mais:

“Entenda melhor a classificação da soja e saiba usá-la para aumentar sua lucratividade

Gostou do texto? Tem mais dicas sobre a umidade de armazenamento da soja? Adoraria ver o seu comentário abaixo!

Como fazer a gestão de pessoas no agronegócio?

Gestão de pessoas no agronegócio: o que é, quais são os desafios, dicas para profissionalizar colaboradores e como ser um bom gestor.

Não adianta ter bons maquinários, insumos, tecnologia e uma boa área agrícola se as pessoas não estão preparadas e gerenciadas para as atividades.

Por isso, é importante ter uma boa gestão de pessoas na sua empresa. 

Você pode achar que é difícil empregar gestão de pessoas no agro, mas vamos mostrar que isso é essencial para o sucesso do seu negócio.

Essa pode ser uma gestão esquecida no meio rural, mas isso não pode acontecer. 

Assim, preparamos este texto de como você pode fazer a gestão das pessoas no agronegócio. Confira!

O que é gestão de pessoas?

Gestão de pessoas é um conjunto de estratégias que visa o desenvolvimento do capital humano nas organizações.

Esta deve ser realizada para qualquer funcionário da fazenda e em qualquer nível hierárquico.

Assim, a gestão de pessoas envolve atrair e manter bons profissionais com atividades como: seleção de funcionários, programas de treinamentos, desenvolvimento do capital humano, entre outras.

gestão de pessoas no agronegócio

(Fonte: Blog Luz)

Uma boa gestão de pessoas no agronegócio deve ter estratégias para estimular o desenvolvimento profissional. 

Dessa forma, um profissional motivado, satisfeito e com habilidades é muito importante para a empresa rural, podendo aumentar a produção da fazenda.

É o que relata uma importante fazenda produtora de leite no Brasil, a Fazenda Colorado, que 70% do sucesso de qualquer negócio está intimamente ligado à maneira como as pessoas encaram o desafio que desempenham dentro do negócio. 

Assim, se o profissional tem interesse da fazenda prosperar é para que junto ele também possa crescer profissionalmente.

Por isso, é importante que os profissionais sejam motivados diariamente.

Além disso, deve-se valorizar e reconhecer esses profissionais, ter respeito no ambiente de trabalho, além de manter um local adequado e com segurança.

Lembre-se que profissionais satisfeitos trabalham com mais entusiasmo e isso é importante para o sucesso e lucratividade das atividades rurais

Mas não podemos esquecer que para uma boa gestão de pessoas se faz necessário um bom gestor. 

Esse profissional precisa estar atento às estratégias de gestão, sempre buscando se profissionalizar e modernizar a gestão da empresa.

No entanto, a gestão de pessoas pode não ser tarefa fácil, como relata o Prof. Dr. Gilberto Shinyashiki da área de Recursos Humanos e Comportamento Organizacional da USP: “Gestão de pessoas é a parte mais difícil do trabalho gerencial”.

Por isso, vamos falar dos desafios da gestão de pessoas no agronegócio no próximo tópico.

Desafios da gestão de pessoas no agronegócio

Ter uma boa gestão de pessoas pode não ser fácil por conta de alguns desafios. Dessa forma, é importante conhecê-los para tentar minimizá-los.

Alguns desafios da gestão de pessoas no agronegócio são:

Comunicação entre colabores e gestores

gestão de pessoas no agronegócio
A gestão de pessoas no agronegócio é fundamental para o sucesso da fazenda

Se a comunicação não ocorrer ou for mal feita entre os envolvidos nas atividades agrícolas pode gerar muitos problemas na empresa como a não execução de trabalho ou realização de forma incorreta, o que traz prejuízos.

Um estudo feito pelo Project Management Institute Brasil (PMI) constatou que, para 76% das empresas, o principal motivo para seus projetos fracassarem são falhas na comunicação.

Isso não deve ser diferente para as empresas rurais, por isso, é um fator muito importante na gestão de pessoas.

Assim, para te auxiliar e melhorar a comunicação interna da sua empresa rural você pode utilizar da tecnologia, com programas e softwares.

Atrair e manter bons profissionais

Uma das funções da gestão de pessoas é a contratação de bons profissionais, a fim de mantê-los na atividade.

Para minimizar esse desafio é necessário realizar uma boa seleção, com recrutamento que explique todas as atividades a desenvolver na empresa, remuneração e se há plano de carreira.

Outro ponto importante a ser observado é que, muitas vezes, é difícil encontrar trabalhadores no campo.

Por isso, quando for selecionar um profissional para as atividades da fazenda é recomendável a capacitação constante para mantê-lo motivado e conservá-lo na empresa.

Mas além de atrair bons profissionais, é necessário mantê-los na sua empresa. Para isso, é importante dar feedbacks e ter metas claras.

Capacitação e treinamento dos profissionais

Como falamos, a capacitação dos profissionais é importante para a retenção deles na empresa rural.

Mas, a capacitação pode ser um desafio para o gestor no quesito de escolher quais os cursos e treinamentos ideais e identificar o momento certo de realizá-los.

Entretanto, este é um fator extremamente necessário por conta das novas tecnologias cada vez mais inseridas na agricultura. 

Pois, não adianta nada ter tantas tecnologias disponíveis se o profissional não consegue utilizá-las adequadamente para melhorar as atividades agrícolas. Então, tenha sempre em mente que profissionais do futuro no agro precisam se capacitar.

Liderança

Outro desafio que a gestão de pessoas no agronegócio pode enfrentar é a falta de liderança. 

O gestor precisa ser um líder que orienta, incentiva, ajuda, motiva e elogia, ou seja, ele deve dar exemplo com as suas ações na empresa rural (praticando o que fala).  

Para te auxiliar ainda mais nisto, veja algumas dicas de como profissionalizar a gestão de pessoas.

5 dicas para profissionalizar a gestão de pessoas no agronegócio

1. Planejamento e levantamento de dados

Como sempre gosto de enfatizar, o planejamento é importante em toda atividade e isso não é diferente para a gestão de pessoas.

Primeiro, realize um planejamento de sua empresa, observando como está a situação atual, qual seu recurso financeiro, suas atividades e profissionais envolvidos nessas rotinas.

Com isso, você já pode realizar o levantamento de dados dos funcionários da fazenda: quais atividades desempenham, em qual setor, suas qualificações, entre outras informações importantes. 

Também tente levantar informações sobre o perfil de cada funcionário, com isso, o gestor pode realocar colaboradores de acordo com suas qualificações e perfis.

2. Boa comunicação com a equipe de trabalho 

A comunicação é fundamental na gestão de pessoas, como já vimos neste texto. 

Por isso, esteja sempre conversando com seus colaboradores para entender suas dificuldades e desafios durante o dia a dia. 

Uma alternativa é realizar reuniões específicas em grupo e de forma individual, ao menos uma vez por mês.

3. Avaliação dos profissionais

Para o desenvolvimento de pessoas, deve-se realizar a avaliação de desempenho de cada profissional (feedback), mostrando os pontos positivos e os que precisam ser melhorados.

Isto vai melhorar o processo produtivo, garantir maior eficiência e bons resultados. 

Para ajudar neste processo, conte com um aplicativo de gestão que tenha toda a equipe, com possibilidade de relatório de suas atividades. 

No Aegro, por exemplo, é possível adicionar todas as pessoas que trabalham na fazenda e estabelecer o perfil de usuário dentro do software. 

O aplicativo disponibiliza seis perfis diferentes, cada um com responsabilidades e acessos diferentes.

Gif mostra a gestão de pessoas no agronegócio por meio do Aegro

Menu do perfil dos usuários no aplicativo Aegro

4. Capacitação das pessoas da propriedade rural

Como comentamos no tópico acima, este é um desafio para a gestão de pessoas no agronegócio, mas também é uma dica de como melhorar essa gestão.

Para te auxiliar com a escolha de capacitação e treinamentos dos colaboradores, você pode realizar um pequeno questionário com os profissionais perguntando qual(is) curso(s) eles gostariam de realizar para melhorar sua atuação.

E com essas respostas, você determina qual treinamento será realizado e qual o cronograma para isso.

Lembrando que a capacitação deve ser realizada independente do tamanho da propriedade.

5. Metas e plano de carreira

Tenha metas com sua equipe de trabalho. É importante destacar sempre quais são os objetivos da empresa e quais as metas que se pretende alcançar. 

Se as metas forem atingidas, pense em bonificação ou até mesmo um aumento no salário, além de reconhecer e valorizar esses profissionais.

Assim, é importante também determinar se a empresa apresenta um plano de carreira e quais as condições para alcançar níveis mais altos, ou seja, o que a empresa espera do profissional para determinado cargo.

Depois dessas dicas de como melhorar a gestão de pessoas no agronegócio, veja como melhorar e ser um bom gestor.

Como fazer uma boa gestão de pessoas no agronegócio?

Muitas pessoas que estão à frente de um negócio não se posicionam como líder, mas sim como apenas um chefe que demanda os trabalhos. Mas, lembre sempre que um gestor deve ser um bom líder.

diferença entre líder e chefe
gestão de pessoas no agronegócio

(Fonte: aec)

Além da liderança, a comunicação é essencial para um gestor, escutando os colaboradores para entender o que esperam do local de trabalho e como podem melhorar as atividades na fazenda. 

O gestor também tem como responsabilidade definir o que cada profissional realizará de acordo com o seu cargo, quais suas funções e atividades dentro da empresa rural.

E mais, deve proporcionar trabalho em equipe e motivar seus colaboradores. Então pense e reflita: Qual a motivação dos colaboradores da sua empresa rural?

Portanto, o gestor deve estar presente, sempre que possível, nas atividades e observando como essas tarefas diárias são executadas, o que pode ser melhorado, como os profissionais estão atuando nos locais de trabalho, entre outras funções que considere importante.

Divulgação do kit de 5 planilhas para controle da gestão da fazenda

Conclusão

Vimos neste texto o que é e qual a importância da gestão de pessoas na empresa rural e, ainda, algumas dicas para profissionalizar essa gestão.

Também discutimos alguns desafios que podem acontecer na gestão de pessoas no agronegócio e como ser um bom gestor.

Agora que você sabe mais sobre gestão de pessoas, realize um bom gerenciamento dos seus colaboradores e, com isso, obtenha sucesso e melhores resultados na sua empresa rural.

Você realiza gestão de pessoas na sua empresa rural? Quais os desafios que você enfrenta com essa atividade? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Impactos e perspectivas do novo coronavírus no agronegócio

Coronavírus no agronegócio: confira as principais notícias do setor, as perspectivas do mercado e uma solução para sua gestão. 

O agro não vai parar! Isso é fato, até porque os negócios rurais alimentam o mundo e fornecem matéria-prima para diversos produtos que fazem a economia girar. 

Mas entre tantas incertezas após a chegada do Covid-19, todos ficam apreensivos sobre os próximos acontecimentos e como isso será refletido no mercado. 

Para auxiliar produtores e profissionais rurais, selecionamos as principais informações sobre os impactos e perspectivas durante e após o coronavírus no agronegócio. Confira a seguir!

Logísticas e exportações 

Mesmo com incertezas futuras, os mercados internos e externos de soja, por exemplo, continuam trabalhando com otimismo. 

Isso porque o dólar se valorizou diante das mudanças no cenário econômico mundial e, como resultado, os preços da oleaginosa subiram. 

A demanda chinesa permanece nos portos brasileiros e pretende superar as expectativas de exportações em abril e, ainda, de acordo com o Canal Rural, deve ser assim durante todo o primeiro semestre do ano. 

Essa valorização também se mantém para outras commodities agrícolas como o milho e o café.  

Esse cenário tende a mudar naturalmente no segundo semestre de 2020, por conta de acordos comerciais norte-americanos. 

coronavírus no agronegócio

(Fonte: Canal Rural)

Os produtores podem continuar otimistas? 

Recentemente conversamos sobre este momento com o Francisco Jardim, sócio-fundador da SP Ventures (referência na condução de investimentos em Venture Capital no Brasil e focada em promover o crescimento de negócios inovadores no agronegócio). 

No bate-papo abordamos os cenários dos mercados financeiros e da economia mundial para os produtores e que o otimismo depende da situação de cada negócio rural. 

“Para quem já vendeu e garantiu margem, esse não será um grande desafio, mas a preocupação é o planejamento para a próxima safra. Num cenário de crise, a regra do jogo é liquidez”, relata o especialista. 

Outro assunto comentado durante a conversa é que um dos setores mais atingidos e preocupantes é o da cana – mercado de açúcar e álcool – por conta da queda do preço do petróleo.  

Outro setor de atenção é o de algodão – mercado de fibra, o de flores e plantas ornamentais e também o de hortaliças e frutas por conta da mudança de alimentação.

Entretanto, os cereais estão sendo vistos com bons olhos como já citado acima.

Obrigatoriedades: IR, LCDPR e Crédito Rural

Uma das medidas adotadas pela Receita Federal e seguindo a recomendação de isolamento social da Organização Mundial da Saúde (OMS) foi a prorrogação das obrigatoriedades que aconteceriam em abril. 

A entrega final da declaração do Imposto de Renda de pessoa física, assim como do Livro Caixa Digital do Produtor Rural (LCDPR) serão até o dia 30 de junho de 2020.

É um fôlego a mais para produtores e empresários rurais buscarem os documentos necessários, mas atenção: não deixe para o último momento! 

Sobre o Crédito Rural, no último dia 07 de abril foi sancionado a chamada MP do Agro (Lei 13.986/2020) que amplia o acesso ao financiamento agrícola, expandindo recursos e reduzindo taxas de juros. 

A medida provisória prevê: 

  • Fundo Garantidor Solidário (FGS) – troca de aval entre produtores para dar garantia às empresas, bancos e tradings. 
  • Patrimônio Rural em Afetação – permite ao proprietário rural oferecer parte de seu imóvel como garantia nos empréstimos rurais.
  • Além de equalização de taxas de juros para instituições financeiras privadas, entre outras operações. 

Segundo o especialista, Francisco Jardim, o ideal agora é analisar como está a saúde financeira da fazenda e a gestão para se devolver e evoluir.

Mudança de hábito dos consumidores 

O isolamento social na maioria das cidades brasileiras levou a uma mudança no dia a dia e, sobretudo, na alimentação das famílias. 

E assim também aconteceu com o consumo de carnes, por exemplo. Nos últimos dias, o preço do boi gordo caiu por conta da pressão dos frigoríficos sobre os pecuaristas e como divulgado pelo Canal Rural, apesar dessas projeções o cenário ainda se mantém incerto. 

Por isso, o momento também é de adaptação dentro e fora da porteira para garantir liquidez e trabalhar com produtos que podem ser menos afetados durante a crise.

“Essa crise tem um impacto devastador na demanda e no consumo de formas diferentes, causando uma ruptura na cadeia de suprimentos”, destaca Fernando Jardim.

Como se proteger e cuidar da gestão rural?

“Quem tiver o controle da gestão e uma boa saúde financeira de seu negócio, provavelmente sairá melhor desta crise” ressaltou Francisco Jardim, sócio-fundador da SP Ventures. 

Cuidar do fluxo de caixa, mapear 100% despesas, entender o que pode ser cortado e saber exatamente como está a saúde financeira da fazenda é essencial. Assim, as plataformas que ajudam na gestão do campo ganham ainda mais importância nesse período.

“A melhor forma de disseminar a gestão é via ferramentas tecnológicas, este é o diferencial. Em um cenário de crise, o produtor deve olhar suas operações e saber onde está ganhando, onde está perdendo, se é o momento de investir em agricultura de precisão e como estão seus investimentos, a compra de insumos, etc.”

Isso é possível com um software de gestão, que torna todo o processo e análise mais fácil!

Procurando um aplicativo de gestão? Conheça o Aegro!

O Aegro já ajudou mais de mil produtores rurais a melhorarem a gestão da sua fazenda e tem mais 1,5 milhão de hectares cadastrados.

O aplicativo une as áreas operacional e financeira da fazenda para dar ao produtor uma gestão eficiente da propriedade rural. 

Desenvolvido com ajuda de produtores e agrônomos para se adaptar à rotina no campo, o Aegro é fácil de usar e pode ser utilizado pelo computador ou celular, com cadastro de atividades e consulta de estoque pelo aplicativo mobile, mesmo sem internet.

No final do ciclo produtivo, o Aegro oferece uma análise detalhada sobre os custos de produção e a rentabilidade de cada talhão.

Desta maneira, o produtor pode entender o que deu certo ou errado no plantio e otimizar os processos da sua lavoura.

Com ele sua equipe pode:

  • Planejar, controlar e registrar atividades diretamente do campo, mesmo sem internet;
  • Mapear e medir áreas dos talhões;
  • Registrar observações com geolocalização e fotos;
  • Controlar os abastecimentos e as manutenções de máquinas;
  • Registrar leitura de pluviômetros e acompanhar a quantidade acumulada de precipitação na safra;
  • Realizar o monitoramento de pragas e doenças (MIP);
  • Gerenciar o fluxo de caixa, visualizando contas a pagar e cadastrando novas despesas;
  • Consultar o estoque da fazenda;
  • Trabalhar de forma integrada, com acesso simultâneo ao aplicativo.
aegro

É possível testar o aplicativo de gestão agrícola Aegro de forma gratuita, por meio de:

Boas práticas de prevenção

Além de cuidar da saúde de seu negócio, os produtores devem estar atentos à prevenção do Covid-19 no campo. 

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) alerta para os cuidados necessários, reforçando medidas de higiene em todas as etapas da produção. 

São mais de 15 milhões de pessoas que trabalham nos estabelecimentos agropecuários do Brasil (segundo IBGE) e por ser considerado linha de frente e atividade essencial neste momento, os profissionais do agro não podem ficar em isolamento social assim como a grande parte da população. 

Mesmo que as regras higiênicas-sanitárias já são conhecidas pelo produtores, vale lembrá-las principalmente para a circulação de mercadorias, logística e entradas e saídas dos colaboradores da fazenda. 

Veja abaixo as recomendações gerais do Mapa:

  • Lavar, com frequência, as mãos, braços e rosto com água e sabão;
  • Aplicar, frequentemente, e sempre que necessário álcool gel nas mãos;
  • Aumentar a frequência de desinfecção das superfícies de contato de veículos, seja volante do trator e ou câmbio, painel e maçanetas de carros;
  • Manter a distância segura (cerca de 2 metros) entre pessoas nos locais de descanso e evitar aglomerações.

Conclusão 

Vimos que todos os setores do agro estão em oscilações por conta da pandemia do coronavírus que atinge o mundo todo. Alguns setores são mais preocupantes e outros ainda se mantêm em evolução, como os grãos e cereais. 

Portanto, quem saber cuidar de sua gestão, de forma digital e remotamente, com certeza se sairá melhor durante e após os impactos do Covid-19. Para isso, um bom aplicativo de gestão fará toda a diferença.  

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Qual a melhor época para plantar feijão?

Confira qual a melhor época para plantar feijão em cada região do país, além dos componentes, ciclo da cultura e estratégia de produtividade. 

O feijão é um dos principais alimentos da mesa do brasileiro e por conta do período de quarentena devido ao Covid-19, as vendas no mercado interno e externo cresceram.

Segundo o Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses (Ibrafe), em 2019 a exportação de feijão já era de  US$ 57,1 milhões nos sete primeiros meses do ano, um avanço de 34% em relação aos US$ 42,7 milhões do mesmo período de 2018.

O mercado que já vinha aquecido, nesse momento só tende a crescer. 

Sendo uma vantagem para você produtor planejar bem a sua safra, pois a compra é garantida. 

Por isso, vamos falar justamente sobre qual a melhor época para plantar feijão e seu ciclo em cada parte do Brasil. Acompanhe a seguir!

A produção de feijão no país

Por ser um alimento rico pela sua fonte nutricional e também pela sua alta durabilidade, atualmente o feijão vem sendo ainda mais consumido. 

A espera é que a segunda safra de 2020 seja boa para que o mercado interno fique abastecido e a demanda de exportação se mantenha. 

Desta forma, são três os principais tipos de feijões produzidos: 

  • Feijão comum-preto; 
  • Comum-cores; 
  • Feijão caupi. 

Vamos entender melhor sobre esta cultura e a melhor época de plantio.

Os componentes da planta

Para compreender o ciclo da feijão, precisa-se antes conhecer as partes que compõem sua planta.

O feijão (Phaseolus spp.) é uma planta herbácea pertencente à família Fabaceae, a mesma da soja.

São muitos os tipos de feijão, mas o nome científico do comum em que o mercado mais consome é Phaseolus vulgaris, principalmente o feijão-carioca, o feijão-preto  e o feijão-branco. 

Também temos suas variáveis como o feijão caupi, conhecido como feijão de corda – Vigna unguiculata.

As sementes do feijão apresentam germinação epígea, e seu sistema radicular é pivotante, com uma raiz principal e muitas ramificações (raízes secundárias).

A profundidade das raízes do feijoeiro podem chegar a alcançar cerca de 1,1 metro de profundidade, mas grande parte da densidade radicular se concentra nos 0,63 cm/cm³ do solo.

Outra característica é que o feijoeiro possui dois tipos de folhas: as folhas simples são as primárias, já presentes no embrião, e as demais folhas são trifolioladas.

A disposição das flores favorece a autofecundação e essas possuem diferentes colorações como brancas, branco-amareladas, róseas, purpúreas e ainda violetas. 

Além disso, o hábito de crescimento do feijoeiro pode ser determinado ou indeterminado. 

Crescimento determinado: o caule principal termina numa inflorescência, ou seja, quando inicia-se o florescimento o crescimento vegetativo finaliza. 

Crescimento indeterminado: na extremidade do caule existe gema vegetativa ou floral e vegetativa, ou seja, quando inicia o florescimento, o crescimento vegetativo pode continuar.
 

Qual a melhor época para plantar feijão: ciclo

Existe uma certa variabilidade no ciclo do feijão e a média geral se completa em 70 a 110 dias, dependendo da cultivar e das condições climáticas.

Diferente da soja que atualmente mudou suas nomenclaturas do ciclo de duração para grupos de maturação, o feijão mantém a mesma.  

A divisão entre a duração do ciclo pelas cultivares se dá entre superprecoces, precoces, médias e tardias.

Uma das recentes cultivares precoces do mercado tem a duração do ciclo abaixo dos 65 dias – a BRS FC 104 lançada pela Embrapa.

E falando em ciclo, as características morfológicas utilizadas na identificação de cultivares do feijoeiro, envolvendo as fases vegetativa e reprodutiva são muito importantes de serem conhecidas, pois interferem nos períodos em que se realiza o plantio (considerando o momento ideal das condições climáticas).

qual a melhor época para plantar feijão


Estádios de desenvolvimento da planta de feijoeiro
(Fonte: Embrapa)

Melhor época de plantio em cada região 

No Brasil, durante todo o ano ocorre a produção de feijão. Mas existem três safras mais pré-definidas no país. 

Na região Sul, o plantio é iniciado na segunda quinzena de agosto, quando se considera que não terá problemas com geadas. Essa é a conhecida “safra das águas”, que em geral vai de dezembro a fevereiro para realização da colheita. 

Na região Nordeste e Norte o plantio acontece de outubro em diante, indo até as colheitas de janeiro a abril. 

Na região Sudeste o plantio também se inicia em outubro, seguindo a colheita de janeiro a abril. 

Já na região Centro-Oeste ocorre em um período um pouco diferente, na conhecida “safra de inverno” que inicia com o plantio de maio a agosto.

Abaixo segue as recomendações do calendário agrícola para se plantar feijão em cada uma  das três safras que ocorrem no país: 

1º Safra

Região Norte

  • Tocantins:
    Primavera – plantio: novembro
    Verão – plantio/colheita: fevereiro

Região Nordeste

  • Piauí:
    Primavera – plantio: dezembro
    Verão – plantio/colheita: janeiro a fevereiro
  • Bahia:
    Primavera – plantio: outubro a dezembro 
  • Maranhão:
    Primavera – plantio: dezembro
    Verão – plantio: janeiro

Região Centro-Oeste 

  • Mato Grosso:
    Primavera – plantio: outubro a novembro
  • Mato Grosso do Sul:
    Primavera – plantio: outubro a novembro
  • Goiás – Distrito Federal:
    Primavera – plantio: outubro a dezembro

Região Sudeste

  • Minas Gerais:
    Primavera – plantio: outubro a dezembro
  • Espírito Santo:
    Primavera – plantio: novembro a dezembro
  • Rio de Janeiro:
    Primavera – plantio: outubro a novembro
  • São Paulo:
    Inverno – plantio: agosto a setembro
    Primavera – plantio: outubro

Região Sul

  • Paraná:
    Inverno – plantio: agosto a setembro
  • Santa Catarina:
    Inverno – plantio: setembro
    Primavera – plantio: outubro a dezembro
  • Rio Grande do Sul:
    Inverno – plantio: agosto a setembro
    Primavera – plantio: outubro
qual a melhor época para plantar feijão

Mapa da produção agrícola – Feijão primeira safra
(Fonte: Conab)

2º Safra

Região Norte

  • Roraima:
    Inverno – plantio: setembro
    Primavera – plantio: outubro a novembro
  • Rondônia:
    Verão – plantio: fevereiro a março
  • Acre:
    Verão – plantio: fevereiro a março
  • Amazônia:
    Inverno – plantio: julho a setembro
    Primavera – plantio: outubro a dezembro
  • Amapá:
    Outono – plantio: maio a junho
  • Tocantins:
    Verão – plantio: fevereiro a março
    Outono – plantio: abril a maio 

Região Nordeste

  • Piauí:
    Verão – plantio: março
    Outono – plantio: abril a maio 
  • Ceará:
    Verão – plantio: janeiro a março
    Outono – plantio: abril
  • Rio Grande do Norte: 
    Verão – plantio: fevereiro a março
    Outono – plantio: abril
  • Paraíba:
    Verão – plantio: janeiro a março
  • Pernambuco:
    Verão – plantio: fevereiro a março
    Outono – plantio: abril 
  • Maranhão:
    Verão – plantio: março
    Outono – plantio: abril a maio

Região Centro-Oeste 

  • Mato Grosso:
    Verão – plantio: fevereiro a março 
  • Mato Grosso do Sul:
    Verão – plantio: fevereiro a março
    Outono – plantio: abril
  • Goiás:
    Verão – plantio: janeiro a março 
  • Distrito Federal:
    Verão – plantio: janeiro a fevereiro

Região Sudeste

  • Minas Gerais:
    Verão – plantio: janeiro a março
    Outono – plantio: abril
  • Espírito Santo: 
    Verão – plantio: fevereiro a março
    Outono – plantio: abril
  • Rio de Janeiro:
    Verão – plantio: fevereiro a março
    Outono – plantio: abril
  • São Paulo:
    Verão – plantio: janeiro a março

Região Sul

  • Paraná:
    Inverno – plantio: dezembro
    Verão – plantio: janeiro a março
  • Santa Catarina:
    Verão – plantio: janeiro a março
  • Rio Grande do Sul:
    Verão – plantio: janeiro a fevereiro 

3º Safra

Região Norte

  • Pará:
    Outono – plantio: abril a junho
  • Tocantins:
    Outono – plantio: maio a junho
    Inverno – plantio: julho

Região Nordeste

  • Ceará:
    Outono- plantio: junho
    Inverno – plantio: julho
  • Paraíba:
    Outono- plantio: abril a junho 
  • Pernambuco:
    Outono- plantio: maio a junho
    Inverno – plantio: julho
  • Maranhão:
    Verão – plantio:
    Outono- plantio: abril a junho

Região Centro-Oeste 

  • Mato Grosso:
    Outono- plantio: maio a junho
    Inverno – plantio: julho
  • Mato Grosso do Sul:
    Inverno – plantio: julho a setembro 
  • Goiás:
    Outono – plantio: abril a junho
  • Distrito Federal:
    Outono- plantio: maio a junho

Região Sudeste

  • Minas Gerais:
    Outono – plantio: abril a junho
    Inverno – plantio: julho a setembro
  • São Paulo:
    Outono- plantio: maio a junho
    Inverno – plantio: julho

Região Sul

  • Paraná:
    Verão – plantio: março
    Outono – plantio: abril e maio.

Mesmo com essas safras determinadas, sabemos que o clima tem se modificado e que nem sempre as estações estão pré-definidas. 

Por isso, é recomendada a semeadura em condições climáticas com menor probabilidade de ocorrência de estresse hídrico possível, principalmente na fase vegetativa da cultura.

Considerando que essa condição interfere diretamente na quantidade de plantas por área, tanto a escassez quanto o excesso podem contribuir para baixa produtividade da cultura.

E a tecnologia sempre pode auxiliar, como essa ferramenta desenvolvida pela Embrapa que orienta os períodos ideais de semeadura com menor risco climático e as cultivares de acordo com o ciclo.

>>Leia mais: “Irrigação de feijão: quando vale a pena investir

Como aumentar a produtividade no plantio de feijão

Os rendimentos acompanhados nas três safras são variados. E um dos fatores que contribui diretamente nesse resultado é a umidade do solo

Essa variação de produtividade pode ser resumida em dois fatores: 

  1. O plantio em épocas com bom volume de chuvas;
  2. Evitar que a colheita seja feita em períodos com maior probabilidade de ocorrência de chuvas.

Além disso, seguir o vazio sanitário estabelecido na sua região é extremamente importante. Sendo que na cultura do feijão, um dos principais motivos do vazio é em função da mosca branca – vetor do mosaico dourado e também do carlavírus, que atinge o feijão e a soja. 

Veja mais no artigo: Prepare-se na pré-safra: Como combater as principais doenças de milho, feijão e sorgo. 

E claro, temperatura ideal, condição do solo rico em matéria orgânica e adubação bem feita são muito importantes para os resultados da sua safra. 

Assim como a inoculação da cultura de feijão também é uma das práticas para desenvolvimento e crescimento das plantas. Já falamos sobre o assunto, confira aqui.

Conclusão 

Acertar na época do plantio garante maior probabilidade de redução das perdas na lavoura por intempéries. É a escolha certa para a rentabilidade dos produtores rurais!

O mercado do feijão tem apresentado muitas vantagens econômicas e o investimento no plantio da cultura tem se mostrado bem vantajoso. 

Mas vimos que para garantir boas safras, a gestão dos manejos durante o ciclo é fundamental.

>> Leia Mais:
Feijão Guandu: Como ele pode melhorar seu sistema de produção

Veja como identificar as principais pragas do feijão

Inoculante para feijão caupi: por que e como utilizar

Restou alguma dúvida sobre qual a melhor época para plantar feijão? Tem alguma dica? Deixe nos comentários abaixo!

Como organizar uma propriedade rural com a tecnologia

Como organizar uma propriedade rural: confira ferramentas digitais para controlar a gestão da sua fazenda de qualquer lugar. 

A cada dia temos novas tecnologias surgindo no meio rural. 

Muitas delas servem para facilitar e organizar as atividades diárias, outras para levantamento de dados, sejam por meio de satélites, sensores ou outras ferramentas.

O importante é que os produtores acompanhem a evolução da tecnologia, buscando soluções e softwares que otimizem seus processos operacionais.

Com a agricultura digital é possível otimizar e gerar mais lucros para as nossas propriedades agrícolas.

Por isso, separei algumas alternativas de controle e dicas de como organizar uma propriedade rural e otimizar o seu tempo. Aproveite!

Avaliação da gestão na propriedade rural

Durante o dia a dia do campo, existe uma infinidade de atividades agrícolas que precisam ser realizadas.

Uma propriedade sem boa gestão e organização pode entrar em colapso rapidamente.

Atualmente, com a digitalização dos processos e avanço da internet no campo, encontramos diversas tecnologias que podem auxiliar os produtores rurais em processos operacionais e gerenciais.

Problemas com imprecisão no controle de estoque da fazenda, em entradas e saídas, fluxo de caixa, registro de insumos utilizados em cada talhão e muitos outros, já podem ser resolvidos com o auxílio de tecnologia. 

Se o gestor ou o produtor rural não possui anotações e registros de custos da sua produção, uma busca por redução ou otimização desses custos se torna quase impossível, concordam comigo?

Assim, se eu não registrar os gastos de cada operação dentro da propriedade, nunca saberei  se estou gastando muito em minha fazenda.

Uma frase da qual gosto muito de Peter Drucker diz o seguinte:Se você não pode medir, você não pode gerenciar”.

O pensamento pode parecer simples, mas quanto mais simples, geralmente, melhores são os resultados.

Uma vez que temos na ponta do lápis todos os gastos das operações, controle de estoque, gastos com maquinário, reparos, manutenções e afins, as decisões serão mais assertivas.

Nosso amigo pensador Peter Drucker diz outra frase que nos remete muito à capacidade de organizar e gerir uma propriedade agrícola: “O que pode ser medido, pode ser melhorado.

Desta forma, é necessário que o empresário rural faça uma avaliação de seus processos, problemas e desafios para tomar a decisão de escolher uma tecnologia que vai auxiliá-lo nesse processo organizacional. 

Assim, certamente a sua fazenda será otimizada.

Como organizar uma propriedade rural usando tecnologia

Vamos citar algumas tecnologias que podem auxiliar os produtores na gestão e organização da propriedade rural.

Muitos destes softwares e ferramentas são gratuitos, porém podem não apresentar tudo o que os gestores desejam. Outros são pagos e podem ser personalizados para melhor atender cada necessidade.

Conheça essas opções a seguir:

AgriConnected

AgriConnected é um aplicativo para monitoramento de frota agrícola que resolve os desafios logísticos do campo. Ele ajuda a coordenar a utilização do maquinário e demais implementos na sua propriedade.

Os agricultores conseguem visualizar a localização de cada equipamento em tempo real, bem como o seu histórico de movimentação. Um relatório diário mostra qual foi o trajeto do veículo e a quilometragem percorrida.

Assim, o AgriConnected oferece aos fazendeiros um controle mais preciso sobre a atividade das máquinas e dos operadores. 

Como organizar uma propriedade rural

(Fonte: AgriConnected)

É possível calcular, por exemplo, quantas horas de trabalho foram necessárias para a realização de uma aplicação específica na lavoura. Ou por quanto tempo um trator ficou ocioso durante o dia.

Também dá para analisar se os operadores trafegaram dentro da velocidade adequada. Eles mesmos podem conferir, no velocímetro do aplicativo, se não estão passando dos limites estabelecidos.

Entre as principais vantagens dessa tecnologia está o aumento de eficiência na organização da frota, pois os produtores saberão quais veículos estão disponíveis para a operação planejada sem saírem do escritório. 

Além disso, será possível reduzir custos com combustível e manutenção, definindo os melhores itinerários para cada máquina e garantindo o aproveitamento consciente do seu patrimônio.

QGIS

O QGIS é um software livre e gratuito que permite a visualização, edição e análise de dados georreferenciados.

Com o QGIS, os produtores e gestores conseguem criar mapas com várias camadas de informações dos seus talhões e confeccionar relatórios personalizados que, certamente, auxiliarão no melhor entendimento de suas lavouras

Com o auxílio dessa ferramenta digital é possível levantar dados de todas as áreas, sendo uma possibilidade de como organizar uma propriedade rural. 

No QGIS é possível desenhar os talhões, bem como quantificar tamanho e gastos operacionais com insumos em cada pedaço da lavoura.

Como organizar uma propriedade rural

(Fonte: Canal no Youtube do LAP)

O armazenamento dos mapas ao longo dos anos é um importante aliado dos gestores no entendimento de áreas mais produtivas dentro da fazenda. 

Analisando estas informações presentes nos mapas, o processo de tomada de decisão e otimização dos processos se torna menos complexo.

Aegro

Se a ideia é levar organização para todos os cantos da propriedade rural, vale a pena apostar em um software de gestão agrícola completo como o Aegro.

Ele une as áreas operacional e financeira da fazenda em uma plataforma fácil de usar, centralizando informações que costumam ficar espalhadas em diferentes sistemas ou planilhas de Excel.

Com essa ferramenta, o agricultor planeja e acompanha cada etapa da safra: desde a semeadura até a comercialização. Dados sobre as atividades do campo, estoque e contas a pagar podem ser visualizados pelo computador ou celular.

Além disso, todos os funcionários conseguem acessar o aplicativo simultaneamente para registrar suas tarefas – trabalhando de forma mais integrada. É possível criar diferentes perfis para o proprietário, o agrônomo, o consultor financeiro e os operadores.

No final do ciclo produtivo, o Aegro oferece uma análise detalhada sobre os custos de produção e a rentabilidade de cada talhão. Desta maneira, o produtor pode entender o que deu certo ou errado no plantio e otimizar os processos da sua lavoura.

Confira as principais funcionalidades do aplicativo:

  • Gestão de patrimônio e de máquinas;
  • Operações agrícolas;
  • Gestão financeira e comercialização;
  • Monitoramento integrado de pragas;
  • Cotação de seguros agrícolas; 
  • Integração com o Climatempo, para verificar as previsões em tempo real;
  • Livro Caixa Digital do Produtor Rural (LCDPR). 

É possível realizar um teste gratuito do sistema de gestão agrícola Aegro. Algumas opções grátis para começar agora:

Novo perfil de administrador rural

Com o avanço da tecnologia, muitas fazendas estão empregando um administrador rural.

Essa pessoa, que antes era responsável pelo planejamento e gerenciamento das lavouras, se transformou em um profissional mais versátil.

O perfil atual do administrador rural é mais estratégico, deixando de centralizar a maior parte das informações, aumentando a transparência e agilidade nos processos, além de diminuir a margem dos erros.

É fundamental que esse profissional do campo busque e implemente ferramentas que auxiliem na otimização dos processos.

O conceito de medir tudo que acontece na fazenda pode parecer muito complexo, mas na prática, o simples fato dos funcionários terem consciência de que estão sendo medidos os fazem trabalhar de forma melhor.

Quando os gestores afirmam que estão computando tudo o que é feito na fazenda, as pessoas acabam sendo mais eficazes em suas atividades.

O administrador rural deve ser capaz de anotar e armazenar o máximo de informações, basicamente o que todos  sabem que é importante, mas poucos fazem corretamente.

Com a organização e gestão da fazenda em dia, os resultados positivos são iminentes, uma vez que com as medições estamos analisando tudo que ocorre na propriedade.

No final de todo mês, o ideal é comparar os resultados atuais com o mês anterior e se tiver gastado mais, um certo desconforto será gerado e, se isso ocorrer no mês seguinte, ficará ainda pior. 

Consequentemente, a atitude imediata é a busca por soluções para reduzir custos e melhorar os processos operacionais.

Com o levantamento dos dados é possível ter visões mensais, semestrais e anuais dos fluxos, sejam eles financeiros, gerenciais ou operacionais.

No início, as análises com números negativos acabam criando um senso de querer melhorar e, convenhamos, por mais difícil que seja é melhor saber que os negócios estão indo mal e corrigir, antes que seja tarde demais.

Confira como o produtor de soja Fernando economizou pelo menos 5% em custos da safra com gestão tecnológica da fazenda, acesse aqui.

Conclusão

Os empreendedores de qualquer área, inclusive a agrícola, devem ficar atentos às mudanças que ocorrem nos processos gerenciais das propriedades rurais.

Saber escolher qual o melhor pacote tecnológico para sua fazenda é essencial.

Vimos neste texto que com o auxílio da tecnologia, a agilidade e registro das atividades na propriedade ficam otimizadas e de fácil acesso a todos os envolvidos. 

Assim, com as tecnologias cada vez mais presentes no agronegócio e o surgimento de novos produtos e softwares, cabe ao produtor e administrador escolher qual se encaixa melhor no seu modelo para ter melhores resultados!

Você possui algum software ou programa computacional para gestão da fazenda? Conhece outros benefícios que a tecnologia pode agregar em como organizar uma propriedade rural? Adoraria ver seu comentário abaixo.

Secagem do arroz: tudo sobre esse processo

Secagem do arroz: Veja a umidade ideal para a colheita, qual secador utilizar e como realizar o processo de secagem para melhor produtividade.

Sabemos de todos os cuidados que o produtor rural precisa ter desde o plantio de sua safra e sua busca constante por aprimoramento para melhorar a produtividade da sua lavoura de arroz

E na hora dos processos de pós-colheita não é diferente.

A armazenagem dos grãos tem um papel importante na produtividade e, uma das etapas mais importantes nesse processo, é a secagem dos grãos de arroz. Confira!

Qual o teor de umidade ideal para a colheita?

Para uma boa colheita de arroz, o produtor deve acompanhar o ponto de maturidade fisiológica, que está principalmente ligado ao teor de umidade nos grãos.

Na prática o produtor pode se basear na coloração da casca do arroz, sendo o ponto ideal quando dois terços dos grãos da panícula apresentarem cascas (glumelas) com coloração amarelo dourado.

Além disso, é possível apertar os grãos e sentir sua textura: caso o grão fique amassado ele é considerado imaturo, já se o grão quebrar provavelmente estará no ponto de colheita.

Como o teor de umidade tem influência direta sobre a qualidade industrial dos grãos, é fundamental aferir a umidade constantemente. 

Sendo assim, o ideal é que a colheita seja realizada na faixa de 18% a 23% de umidade.

Além disso, o produtor deve acompanhar a previsão do tempo para evitar que os grãos fiquem expostos no campo a condições adversas como alta umidade relativa do ar, presença de orvalho e alternância entre chuvas e dias quentes.

Caso os grãos sejam colhidos acima da faixa ideal de umidade, ocorrerá maior presença de grãos imaturos e mal formados na colheita, aumentando o índice de quebra durante o beneficiamento do arroz.

Já se o arroz for colhido com umidade abaixo da faixa ideal, especialmente se for menor de 15%, ocorrerá maior incidência de perdas pelo desprendimento natural dos grãos e dano mecânico na colheita, o que diminuirá sua qualidade.

Como é feita a secagem do arroz?

Para que estejam adequados para o armazenamento, os grãos devem ter a sua umidade reduzida para uma faixa de 12% a 13%, o que é fundamental para a preservação de sua qualidade e para evitar o crescimento de fungos.

Esse processo de secagem pode ser realizado de duas maneiras: secagem artificial e secagem natural.

A secagem natural é um processo bastante simples, que consiste na utilização da radiação solar e temperatura do ar ambiente para redução do teor de água dos grãos.

Na prática, os grãos são espalhados sobre uma superfície de lona, cimento ou asfalto e revolvidos constantemente para facilitar a perda de umidade.

Esse método tem baixo custo e é bastante utilizado por produtores que não possuem orçamento para realizar a secagem artificial.

Contudo, vale lembrar que esse método depende muito das condições climáticas e pode ser bastante demorado!

Além disso, é um processo de maior exposição dos grãos, o que aumenta a ocorrência de microrganismos e pragas agrícolas.

secagem do arroz

Secagem natural de arroz
(Fonte: Planeta Arroz)

Já a secagem artificial é um processo um pouco mais elaborado, que consiste no emprego de técnicas para uma secagem rápida e uniforme com a utilização de silos secadores.

As principais vantagens dos secadores artificiais são a praticidade, melhor qualidade do produto final e maior capacidade de secagem. 

Ainda que tenha um custo maior, é a prática mais utilizada no mercado justamente pelos seus benefícios. 

Um dos fatores mais importantes na hora de escolher um sistema de secagem, é estimar com precisão os custos envolvidos. 

Se você não sabe quanto gasta com a secagem ou pretende implantar um novo sistema em sua fazenda e quer saber mais sobre os custos, aqui no blog já explicamos como fazer esse cálculo. 

Confira em: “Secagem e armazenamento de grãos: diferentes tipos e seus custos”.

Secadores de arroz: qual utilizar

Para a cultura do arroz, tanto para sementes quanto para os grãos, os secadores mais indicados são do tipo intermitentes.

A secagem intermitente consiste na passagem dos grãos diversas vezes pelo secador, evitando assim choques térmicos e perda acelerada de água dos grãos.

Nesses secadores intermitentes, os grãos passam pela ação do fluxo de ar aquecido na câmara de secagem a intervalos de tempo definidos.

Assim, ocorre a homogeneização da umidade e resfriamento (quando não estão passando pelas áreas de aquecimento).

secador de fluxo intermitente

Exemplo de secador de fluxo intermitente
(Fonte: Nunes)

Contudo, antes de utilizar os secadores, é necessário efetuar a pré-limpeza dos grãos e saber qual o teor de água deles.

Secagem do arroz: Armazenamento de grãos

Logo após a secagem, o próximo passo é o armazenamento de seus grãos.

Essa etapa deve ser planejada desde a semeadura, evitando assim problemas na pós-colheita e garantindo sucesso em sua comercialização.

Se você tem dúvidas sobre essa etapa, não deixe de conferir nosso artigo sobre armazenagem de grãos e este mais específico sobre armazenagem do arroz.

banner ebook produção eficiente de arroz

Conclusão

Entender sobre os cuidados durante a secagem de grãos de arroz é fundamental para a manutenção da qualidade da safra, então esperamos ter ajudado você a entender melhor esse processo.

Além disso, não se esqueça: mapear os custos de secagem e armazenamento são essenciais para a saúde financeira da fazenda e precisam estar previstos no custo de safra.

E você, tem alguma dica sobre secagem do arroz? Restou alguma dúvida? Deixe o seu comentário abaixo!

Tudo que você precisa saber sobre armazenagem do arroz

Armazenagem do arroz: a importância dessa atividade, umidade e temperatura ideais, silos para armazenamento e controle de pragas.

Podendo ser cultivado em todo o país com destaque para os estados do Sul (81% da produção safra 2020), Norte (9%) e Centro-Oeste (6%), o arroz é uma cultura importante que precisa ser armazenado para que possa ser comercializado e consumido o ano inteiro. 

Assim, o produtor também pode aumentar a sua renda com um preço melhor de comercialização.

Essa atividade precisa ser bem planejada e executada e ter os seus custos mapeados em caso de armazenagem própria. Assim, a qualidade do grão e a lucratividade da safra são preservadas.

Preparamos este texto com tudo que é preciso entender sobre armazenagem do arroz. Confira!

A importância de uma boa armazenagem do arroz

Todas as atividades do plantio à colheita da cultura do arroz são importantes para ter uma boa produção do grão e a colheita é um momento muito esperado na rotina na fazenda. 

Mas, todo esse trabalho precisa ser preservado por uma boa armazenagem.

armazenagem do arroz

Do plantio à colheita do arroz
(Fonte: Arquivo pessoal da autora)

Lembrando que a qualidade dos grãos não pode ser melhorada, apenas preservada durante um bom armazenamento.

Pode haver uma variação de 1,5% a 4% de perdas na armazenagem em silos nos estados de maior produção nacional do arroz como Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Tocantins.

Mas se ocorrer um armazenamento incorreto, esses valores podem ser ainda mais elevados.

Para não ter complicação, é importante ter todas as atividades planejadas antes do plantio: transporte, secagem e armazenamento.

Transporte e secagem dos grãos de arroz

Após a colheita do arroz, este precisa ser transportado para o armazenamento ou para a venda do grão, caso o agricultor opte por vender a produção ou parte dela logo após a colheita.

Essa decisão de armazenar ou vender o produto após a colheita depende da situação atual de cada propriedade, da parte econômica da empresa rural e de qual decisão irá compensar.

armazenagem do arroz

(Fonte: Arquivo pessoal da autora)

O arroz deve ser transportado até a unidade de armazenamento e neste processo deve-se evitar as perdas.  

Ao chegar à unidade de armazenamento, há o processo de recepção do grão, em que ocorrem a pesagem, a identificação da carga e a coleta de amostras para a avaliação de sua qualidade inicial.

Após o arroz ser descarregado na moega, são removidas as impurezas e materiais estranhos em relação ao grão de arroz no processo de pré-limpeza.

Depois da limpeza acontece a secagem dos grãos, que pode ser realizada de diversas formas desde a natural até a secagem forçada. 

Vamos falar um pouco mais sobre esta etapa no próximo tópico sobre a umidade do grão.

Armazenagem do arroz: Temperatura e Umidade ideais

Fatores que são importantes na armazenagem do arroz para manter sua qualidade são temperatura e umidade.

Para a colheita, recomenda-se que o teor de umidade do grão esteja entre 18% a 22%. Mas para armazenar o grão, deve-se reduzir essa umidade.

Para isso, existem secadores para realizar essa operação de conservação do grão.

Alguns desses secadores podem ser

  • Estacionário (com ar em fluxo radial ou axial); 
  • Convencional (contínuo ou intermitente); 
  • Misto (seca-aeração).

O grão é considerado seco com teor de umidade entre 12% e 13%. Assim, para armazenar deve ter essa faixa de umidade com mínimas impurezas, reduzida população de pragas e baixa temperatura.

Temperatura baixa é uma medida de manejo para o armazenamento que evita o desenvolvimento de pragas, o recomendado é 18°C. 

Ter esses parâmetros de umidade e temperatura nos silos é importante para que o ambiente seja desfavorável ao surgimento de pragas, que podem gerar perdas muito significativas de grãos.

Após a secagem, antes de colocar o grão no silo para armazenamento, é importante ter uma etapa de resfriamento dos grãos para evitar perdas, como as trincas.

E antes do grão chegar ao armazém, também é necessário limpar a unidade armazenadora para eliminar qualquer possível praga presente no ambiente.

Silos para armazenagem do arroz

Os grãos de arroz podem ser armazenados em silos na própria propriedade ou em silos de vizinhos, cooperativas e armazéns conjuntos com outros produtores ou de empresas. 

Por isso, é importante realizar o planejamento para determinar se é viável armazenar o arroz e onde armazenar, caso você não tenha silos na propriedade.

Mais de 90% do arroz armazenado nas principais microrregiões produtoras nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Tocantins, Maranhão e Mato Grosso são armazenados em silos a granel.

Capacidade dos tipos de armazéns das principais microrregiões produtoras de arroz nos estados: RS, SC, TO, MA e MG
(Fonte: Conab)

Um tipo de silo que é bastante indicado para a armazenagem do arroz para pequeno produtor é a unidade armazenadora com silo secador. No entanto, existem outros que você pode utilizar para a sua propriedade.

Determinar onde armazenar o grão e qual tipo de unidade de armazenamento depende da sua propriedade, região, custo e dos benefícios de cada opção.

Controle de pragas em grãos armazenados

Como vimos até aqui, é fundamental o controle das pragas de armazenamento, veja algumas mais comuns:

  • Oryzaephilus surinamensis
  • Cryptolestes ferrugineus
  • Ephestia kuehniella
  • Sitophilus oryzae
pragas da armazenagem do arroz

Sitophilus oryzae
(Fonte: Pacific Pests and Pathogens)

Para o controle das pragas no armazenamento do arroz, você pode utilizar algumas dessas medidas de manejo:

  • Controle químico indicado para armazenamento (exemplo: inseticidas à base de fosfeto de alumínio);
  • Manipulação da umidade relativa e da temperatura nos locais de armazenamento;
  • Utilização de pó inerte à base de terra de diatomáceas (atua por contato nos insetos e remove as camadas de cera da cutícula, o que causa a morte do inseto);
  • Controle físico: radiação e outros;
  • Armadilhas para monitorar as pragas nos silos de armazenamento.
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Conclusão

Após a colheita do arroz, você pode optar por vender o grão imediatamente ou armazenar.

Se optar por armazenar o arroz, esta é uma etapa muito importante para ter o grão durante todo o ano e possibilitar que o produto seja comercializado com um melhor preço.

Por isso, para ter um bom armazenamento do arroz e manter a qualidade do produto, realize um planejamento desta operação. 

Além disso, conheça os processos realizados desde a saída do grão da fazenda até o seu armazenamento. E não se esqueça de controlar as pragas durante esse período.

E você, realiza armazenagem do arroz em sua propriedade? Quais cuidados você tem com esse processo? Deixe o seu comentário abaixo!