Como regular plantadeira de trigo e ser mais eficiente

Como regular plantadeira de trigo: Veja um passo a passo detalhado para a regulagem correta da semeadora-adubadora. 

Durante todo o cultivo do trigo existem vários entraves que vão surgindo, como ataques de pragas e doenças.

Mas no momento do plantio, você pode evitar alguns erros para garantir uma melhor produtividade. 

Um fator importante a ser considerado é a regulagem correta da semeadora-adubadora, que evita problemas como espaçamento incorreto e falta de germinação.

Vamos entender melhor cada processo de como regular plantadeira de trigo? Confira a seguir!

Semeadora-adubadora de trigo

como regular plantadeira de trigo

Semeadora-adubadora utilizada no plantio de trigo
(Fonte: Grupo Cultivar)

Você deve ter notado que o título desse artigo fala em plantadeira e, logo em seguida, em semeadora-adubadora. 

Isso porque as semeadoras são bastante conhecidas como plantadeiras pelos produtores, mas no caso do plantio do trigo, o mais correto é semeadora, pois o plantio será realizado com sementes e não com partes da planta. 

De forma geral, as semeadoras de trigo são usadas tanto para semeadura quanto para a adubação.  

Em sistemas de plantio direto, possibilitam qualidade na semeadura com sementes colocadas corretamente no solo, assim como o estabelecimento rápido e uniforme da população de plantas. 

As semeadoras devem ter uma atenção especial antes de iniciar todo o processo do plantio, pois a sua regulagem correta vai evitar a perda de produtividade. 

Aqui, mais especificamente, falaremos de como regular plantadeira de trigo – ou seja – as semeadoras-adubadoras de trigo. Vamos lá?

Passos importantes na semeadura

Alguns pontos no momento do plantio são deixados de lado por serem considerados muito simples. Mas você já parou para pensar que esses passos podem fazer toda a diferença na produtividade final da lavoura?

Conhecer bem a semeadora, velocidade em que precisa ser usada, quantidade de sementes e de adubo vai garantir uniformidade populacional e melhor rendimento dos grãos. 

Na cultura do trigo,  a semeadora-adubadora utilizada é de fluxo contínuo, o que quer dizer que a distribuição das sementes no solo e do adubo ocorre de forma contínua. 

E uma dúvida muito recorrente é sobre a regulagem da máquina para a adubação. 

É muito importante você seguir as recomendações técnicas sobre espaçamento, cálculo da quantidade de sementes e adubo.

custo operacional de máquinas

Como regular plantadeira de trigo: adubo

É necessário que você siga algumas instruções para que a regulagem seja apropriada para a cultura do trigo. Então, antes de trabalhar com a máquina é importante que você siga esses 6 passos:

1. Calcular o comprimento de sulco por hectare 

Metros/ha =   10 000 m²/ha           
                         espaçamento (m)

Para trigo, o espaçamento das linhas de plantio é de 17 cm. Sendo assim, o cálculo será:

Metros/ha =   10 000 m²/ha           
0,17 m
= 58.823,5 m sulco/ha

2. Calcular o peso de adubo desejado por metro de sulco

Se for recomendado 250 kg/ ha, dividi-se pelo comprimento de sulco por hectare:

250 000 g/58.823,5 m = 4,25 g/m

3. Coletar o adubo

Nesse passo, você precisa conhecer a quantidade de adubo que a máquina está calibrada ao dosar em um determinado espaço percorrido. 

Por isso, deve-se colocar a alavanca de regulagem em uma posição pré-determinada e um recipiente coletor sob as linhas a serem testadas. 

4. Deslocar uma distância conhecida 

Por exemplo, digamos que você decida percorrer uma distância de 20 m.

5. Pesar o adubo que cair no coletor

Após percorrer os 20 m, você deve coletar a quantidade de adubo que cair no coletor e pesar. 

Digamos que você pesou e viu que tem 60 g de adubo. Logo:

60 g/ 20 m = 3 g/ m

6. Verificar se os valores dos itens 3 e 5 estão batendo 

Como vimos no nosso exemplo hipotético, a quantidade que a máquina está aplicando é menor que a desejada para o plantio de trigo

Sendo assim, deve-se aumentar a abertura do mecanismo dosador e repetir o processo até que os valores se igualem. 

Mesmo que você tenha experiência na área, é válido fazer esse processo. 

Lembre-se que a adubação correta no momento do plantio de trigo vai garantir uma boa produtividade ao final da safra. 

Como regular sementes da semeadora?

Assim como para o adubo, a regulagem da semeadora é de acordo com o número de sementes.

É recomendado que você faça o cálculo da quantidade de sementes de trigo para que sejam distribuídas cerca de 300 a 330 sementes aptas por m². 

E quais os passos necessários para calibrar a máquina? Veja a seguir!

1. Calcular o comprimento de sulco por hectare

Essa etapa é a mesma para o cálculo de adubo, recapitulando:

Metros/ha =  10 000 m²/ha           
                  espaçamento (m)

Para trigo, o espaçamento da linha de plantio é de 17 cm. Sendo assim, o cálculo será:

                                          Metros/ha =  10 000m²/ha = 58 823,5 m sulco/ha
                        0,17 m

2. Calcular a quantidade de sementes a ser distribuída por hectare

Vamos considerar que serão 300 plantas/m², com poder germinativo de 90%. Sendo assim, deve-se calcular:

sementes/m² = 300 x 0,9 = 330 sementes/m² ou 3 330 000 sementes/ ha

Supondo que o peso de 1000 sementes seja de 40 g, deve-se calcular a quantidade de sementes em kg/ha:

kg/ha = 3 330 000 x 40 = 133,2 kg/ha

3. Calcular o peso de semente por metro de sulco

Se teremos 133,2 kg/ha, devemos calcular quanto será necessário para  58 823,5 metros de sulco. 

133 200 g / 58 823,5 m =  2,26 g/metro linear 

4. Coletar as sementes 

Assim como na regulagem para adubo, nesse passo você precisa conhecer a quantidade de sementes que a máquina está calibrada a dosar em um determinado espaço percorrido. 

Por isso, coloque a alavanca de regulagem em uma posição pré-determinada e um recipiente coletor sob as linhas a serem testadas. 

5. Deslocar uma distância conhecida 

Digamos que você decida percorrer novamente uma distância de 20 m. 

6. Pesar as sementes que caírem no coletor

Após percorrer os 20 m, colete a quantidade de sementes que caírem no coletor e pese. 

Digamos que você pesou e viu que tem 50 g de sementes. Logo:

50 g/ 20 m = 2,5 g/ metro linear

7. Verificar se os valores dos itens 3 e 6 estão batendo 

O valor determinado de peso de sementes está abaixo daquele que a máquina está dosando. 

Por isso, nesta situação recomendo que diminua a abertura do mecanismo dosador e repita o processo até que os valores se igualem. 

Todo o processo de regulagem tanto para adubo como para sementes é bastante simples, mas se você deixar esta etapa de lado, corre o risco de ter prejuízo. 

Conclusão

Como vimos até aqui, são passos simples, seis paro o adubo e sete para as sementes, que você precisa seguir para realizar a regulagem correta da semeadora-adubadora. 

E sabemos que isso está diretamente relacionado com a produção final da lavoura.

Então, vale a pena segui-los para evitar erros e ter uma melhor produtividade na sua lavoura de trigo.

>> Leia Mais:
Como fazer a regulagem de plantadeira de soja e garantir a lavoura
Plantadeira de milho: Quais são as melhores e outras dicas de uso
Como otimizar sua lavoura com pulverizador autopropelido

E você, tem alguma dica sobre como regular plantadeira de trigo? Restou alguma dúvida? Deixe o seu comentário abaixo!

Como fazer o controle de frota da fazenda

Controle de frota: veja dicas de como fazer, de como planejar a gestão operacional e tecnologias que podem auxiliar nessa questão. 

O controle de frotas na fazenda pode auxiliar em maiores ganhos financeiros dentro das propriedades.

Mas o gerenciamento da frota não é tão simples de ser realizado!

Você sabia que pode trabalhar com menos máquinas e otimizar os rendimentos operacionais?

Acompanhe neste artigo quais são os pontos principais que você deve avaliar para facilitar sua tomada de decisões quanto ao controle de frota. Confira!

Como fazer controle de frota?

Em qualquer atividade, o controle sobre a frota não é algo tão simples de ser realizado e nas propriedades agrícolas não é diferente. 

Isso porque é uma tarefa que deve envolver cada veículo, seus operadores, vida útil do maquinário, entre diversos outros fatores.

Grandes usinas, como a São Martinho, investem dezenas de milhões de reais para assegurar praticidades e eficiências maiores durante as operações.

O controle de frotas é essencial para que os gestores e donos das propriedades consigam identificar gargalos que prejudicam as eficiências dessa atividade.

Além disso, ter o maquinário disponível no momento da colheita, transporte e armazenamento dos produtos é fundamental para garantir o cumprimento dos prazos e assegurar o lucro das fazendas. 

Para fazer o controle da frota de sua fazenda, o primeiro passo é mapear em uma planilha ou até mesmo no papel todas as operações que sua frota realiza, dentro e fora da propriedade.

Algumas propriedades já possuem tais mapeamentos e devem levantar estes dados com o gestor de frotas, se possível do último ano ou dos últimos seis meses de operações.

controle de frota

Como fazer uma boa gestão de frota?

Para quem deseja iniciar uma boa gestão de frota, do zero, montamos um passo a passo a seguir para orientar no levantamento de informações.

Vale ressaltar que o ideal é que cada propriedade faça suas alterações e modificações para o seu cenário produtivo, buscando um modelo que otimize e traga soluções simples, mas eficazes para sua fazenda.
 

gerenciando o maquinário agrícola

1. Levantamento de informações da frota

O primeiro passo é saber a quantidade de veículos da empresa que estão envolvidos nas operações, sejam tratores, colhedoras, caminhões, carros, motos, etc.

Após a contabilização dos veículos, é necessário anotar os gastos com combustível por equipamento, bem como os custos com manutenções, capacidades operacionais de cada equipamento, rotas e disponibilidade de cada veículo ao longo do ano.

É ideal que se tenha um custo por km rodado de cada equipamento, para fins de comparação e otimização dos processos. 

Também recomenda-se um mapa da necessidade de equipamentos dentro da fazenda, mês a mês, e a partir dessa análise será possível entender a dinâmica de maquinário em cada época.

Outro fator essencial é o dimensionamento da frota para que os custos estejam dentro do ideal para a propriedade.

Frotas subdimensionadas podem acarretar em sobrecargas nos equipamentos, aumentando custos com reparos e manutenções.

Por outro lado, frotas superdimensionadas acarretam em ociosidade operacional e elevação dos custos.

O dimensionamento correto deve potencializar o uso de cada equipamento.

Tenha uma coisa em mente: Um trator grande e mais potente também trará maiores gastos com combustível e manutenções;  já um bem dimensionado realizará a mesma operação e com custos menores.

2. Análise das informações da frota

Uma análise profunda deve ser realizada após o levantamento dos dados – de gastos com combustível, custos com reparo e manutenção.

Para verificar o uso inadequado do equipamento, pode-se utilizar um software de telemetria seguido de treinamento dos condutores para correção.

A manutenção e reposição de peças são fortes agregadores de custos nas operações dentro das fazendas.

Por isso, o ideal é que sejam realizadas manutenções preventivas e não corretivas.

Você pode saber mais neste artigo: “Máquinas agrícolas: Como gerenciá-las”.

Um cronograma de manutenção preventiva também pode ser criado no papel ou com o auxílio de softwares digitais, contendo revisões a cada número de horas, trocas de óleo, filtros e outras peças que demandem reposição, evitando quebras durante a operação. 

O Aegro, por exemplo, pode auxiliar a calcular o custo operacional do maquinário, capacidade efetiva de trabalho e consumo de combustível por hectare.

Você consegue todos esses indicadores de modo mais automático, simples e seguro.

controle de frota aegro

Com esse software, pode-se controlar a quantidade de combustível utilizada e vincular estes valores ao custo realizado em cada talhão.

Para conhecer mais sobre como fazer isso no Aegro, acesse: Custos do maquinário e indicadores de eficiência das máquinas.

Existem usinas que conseguem atingir os mesmos índices produtivos, com redução da frota e otimização dos processos.

Como isso é possível? É simples! Os dados mostram qual marca de trator quebra mais e possui maiores custos com reparo e manutenção.

O segredo está na escolha da marca que trabalha mais e possui custos operacionais menores.

Assim, com o passar do tempo a usina pode vender os equipamentos da marca mais custosa e começar a adquirir os que possuem números melhores.

Este é apenas um exemplo de como o controle de frotas pode otimizar os ganhos dentro da propriedade.

custo operacional de máquinas

3. Planejamento de otimizações na frota

Após uma análise da necessidade de equipamentos, consumo de combustível e rotas que cada máquina percorre na propriedade, é ideal que se tenha em mente algumas metas.

Pense em metas possíveis de serem atingidas, como exemplo, redução de 10% do consumo de combustível e redução de ociosidade da frota.

Até mesmo a contratação de terceiros para realização de atividades dentro da fazenda deve ser considerada como uma possível atuação.

Com dados consistentes em mãos, fica mais simples checar qual equipamento consome mais combustível em operações semelhantes e qual fica mais tempo parado devido à quebra de peças.

Uma vez que se sabe qual equipamento funciona melhor para cada fazenda, decisões de compras futuras são facilitadas.

É fundamental que se tenha assistência e peças de reposição no pós-venda e perto da fazenda, sendo que este pode ser outro fator importante no momento da aquisição dos equipamentos.

Desta forma, as metas devem ser checadas a cada bimestre ou semestre e, caso algo não esteja funcionando conforme o desejado, devem ser feitos ajustes que proporcionem o cumprimento das metas propostas.

4. Gestão de pessoas

Por fim, não teria como esquecer o capital humano envolvido no processo de um controle de frota eficiente da fazenda.

Na maioria das vezes, os operadores desconhecem as faixas de rotações ideais para o menor consumo de combustível e melhor qualidade nas operações.

Alguns softwares de telemetria possuem sistemas de alertas que informam quando os operadores estão trabalhando fora da faixa ideal de rotação, de acordo com cada operação.

Portanto, todos os envolvidos devem ser submetidos a treinamentos que propiciem alcançar melhores rendimentos operacionais no dia a dia.

A análise dos dados por meio de um software pode auxiliar no levantamento dos erros mais frequentes dos operadores, facilitando pontos-chave a serem corrigidos em treinamentos futuros.

Tecnologias para auxiliar no controle de frota

Comentei um pouco dos softwares de telemetria que podem ser colocados nas máquinas e vou explicar como eles funcionam.

Atualmente, já existe tecnologia que pode auxiliar na gestão das frotas da fazenda e, com o auxílio da internet, é possível usar telemetria e rastreabilidade em boas práticas dentro das operações.

A telemetria é um sistema que possibilita identificar como a máquina está sendo operada em campo, bem como acompanhar sua localização em tempo real e acompanhar relatórios de diversos sistemas da máquina.

Por meio de sensores instalados ou levantamento de informações das máquinas, é possível configurar faixas de rotação ideais para cada operação, assim como velocidade de deslocamento e marcha ideal.

Também é possível indicar as causas que acarretaram na parada dos maquinários, como por exemplo, se foi uma quebra de peça, falta de combustível, falta de sementes ou fertilizantes.

Uma análise desses dados pode auxiliar em melhores planejamentos de acordo com cada operação.

Com estes fatores preestabelecidos, é possível realizar as operações com maior qualidade e ainda reduzir custos com combustível, manutenção e uso inadequado dos equipamentos.

Estes softwares facilitam, também, na interpretação de uma série de fatores:

  • Identificação de ociosidade da máquina;
  • Consumo excessivo de combustível;
  • Trabalho fora do padrão preestabelecido;
  • Correção em tempo real de erros operacionais;
  • Identificação de melhores rotas;
  • Identificação de melhores equipamentos;
  • Entre outros. 

Para quem se interessa em adquirir tais equipamentos, muitas empresas estão presentes neste mercado.

As próprias fabricantes possuem seus sistemas próprios de telemetria como a Auteq, atuante nas máquinas da John Deere, e ainda empresas privadas como a Solinftec e a Climate FieldView.

Gerenciamento de Informações Autotec Telemática

Gerenciamento de Informações Autotec Telemática
(Fonte: John Deere)

Conclusão

Falamos um pouco da importância da gestão de frota da fazenda e benefícios econômicos provenientes dessas análises.

Hoje, já estão disponíveis ferramentas tecnológicas que realizam a telemetria das máquinas em campo e em tempo real, facilitando a correção de erros pontuais ou da falta de padronização dentro das operações.

Seja no papel ou em um software de telemetria, cabe a cada produtor escolher o melhor modelo de gestão de frotas que vai trazer benefícios para sua propriedade.

Você já realiza o controle de frota da sua propriedade agrícola? Possui outro sistema de gestão que não mencionei? Adoraria ver seu comentário abaixo.

Barter de milho: como começar e como melhorar suas negociações

Barter de Milho: Entenda o que é e como funciona essa operação, conferindo como você pode realizá-la no seu negócio rural e ter benefícios.

Vários são os custos de uma lavoura de milho e ter capital suficiente para tudo isso exige muito trabalho, além de inúmeros cálculos e estratégias.

Você pode dispor de recursos próprios, linhas de créditos ou de operações financeiras.

Uma operação financeira que pode auxiliar o produtor rural a ter os insumos para a próxima safra é o chamado Barter.

Nessa operação, os insumos agrícolas ou maquinários são comercializados e o pagamento é feito com produto agrícola após a colheita.

Aqui vamos comentar mais sobre o Barter de Milho. Aproveite os benefícios dessa operação e tire todas as suas dúvidas!

Barter de milho: significado

O termo Barter vem do inglês que significa permutar, ou também chamado de troca. Ou seja, é uma operação financeira baseada em troca de mercadorias, em que o produtor se compromete a entregar uma parte da sua produção em troca de insumos ou serviços, que podem ser herbicidas, inseticidas, adubos e outros.

A operação de Barter normalmente acontece antes da colheita ou até mesmo do plantio, sendo negociado os insumos que serão utilizados na lavoura para efetuar o pagamento com produto colhido (paga com o que produz) e não realizando o pagamento em dinheiro.

Assim o produtor não precisa mexer no capital de giro e pode até melhorá-lo.

Se pensarmos na história, essa operação se remete ao escambo, um dos comércios mais primitivos de troca de mercadorias – mas com suas diferenças.

A operação de Barter começou com a cultura do café e, hoje, já é utilizado nas culturas como milho, soja, algodão e café – e está no mercado brasileiro desde 1990.

Para o produtor rural, o Barter é uma opção para obtenção de insumos que são necessários para a lavoura por meio de pagamento quando colhe a safra.

Além disso, o agricultor pode adquirir insumos sem ter crédito no mercado.

E também pode facilitar a negociação entre produtor e empresa de insumos ou serviços, em que a moeda de compra é o próprio produto da lavoura, sem usar dinheiro.

Contrato de Barter de milho: Como funciona

Como já comentamos, o Barter é importante ao produtor por permitir a compra de insumos agrícolas, maquinários ou equipamentos que são necessários para realizar a safra sem tirar dinheiro do bolso.

Então, além do produtor e da empresa de insumos ou de maquinários, que já discutimos neste texto, esta operação geralmente também envolve off-taker (trading, cerealista ou comercial exportadora).

São três partes que realizam uma negociação onde cada uma tem seus objetivos e, que muitas vezes, escutamos falar de ser uma “troca triangulada”. 

Veja o objetivo de cada parte envolvida nesta operação financeira:

  • Produtor: aquele que precisa de insumos ou maquinário para sua lavoura e prazo para pagamento, em troca disso, entrega parte dos produtos colhidos da lavoura;
  • Empresa de insumos ou de maquinários: quem fornece insumo ao produtor e estipula o prazo para o pagamento desses insumos;
  • Trading, cerealista ou comercial exportadora: compra a produção do produtor para revender no mercado interno, exportar ou para utilizar como matéria-prima em seus processos produtivos e paga a empresa de insumos.

Então, o produtor adquire insumo para sua lavoura e em troca realiza o pagamento com milho. E, normalmente, as empresas de insumos trabalham em parceria com as tradings que vão adquirir o milho.

Essa operação pode trazer benefícios para ambas as partes envolvidas, o que podemos chamar de relação ganha-ganha.

O Barter, em geral, está associado a uma Cédula de Produto Rural (CPR) que é um documento/contrato em que o produtor se compromete a entregar parte da produção agrícola (próxima colheita) como pagamento dos insumos utilizados.

barter de milho

(Fonte: TerraMagda)

Como em todo contrato, é preciso cuidado para o preenchimento e formulação da CPR para ambas as partes.

Por isso, busque auxílio de um profissional especializado para começar essa operação.

Como começar uma operação de Barter

Quando os produtores rurais precisam de produtos agropecuários e querem entregar parte da sua produção como pagamento, eles podem realizar o Barter.

Para iniciar este processo é necessário definir quais insumos e/ou maquinários são necessários para a implantação da lavoura e que precisam ser negociados.

Além disso, precisa-se verificar quais são as empresas ou cooperativas que realizam essa operação com o produtor de milho e como é realizada através da CPR, como já comentamos.

É necessário ficar atento a esse documento e verificar se a operação é vantajosa para o produtor, definindo se irá ou não realizá-la.

O Barter é uma opção de negociação interessante quando não há disponibilidade de compra dos insumos para a safra à vista.

Mas lembre-se: há várias formas de custeio da lavoura, por isso, é necessário conhecê-las e determinar qual é a melhor para a empresa agrícola na safra de milho.

Barter de milho: como a operação é utilizada por agricultores e cooperativas

Como exemplo, temos o caso de produtores de milho do Mato Grosso que no último ano realizaram a operação de Barter quando o preço do grão era baixo, como forma mais segura de não obter prejuízo, mas com empresas confiáveis para fazer o procedimento.

Cooperativas podem ajudar nessa escolha de empresas que auxiliam nas transações.

Elas também podem estimular o Barter para alcançar uma produção mínima de milho na região.

Foi isso que algumas cooperativas fizeram em 2018, quando havia redução no preço do grão e, com isso, desestímulo para a produção do milho pelos agricultores e da área plantada.

Modalidades de Barter

No canal da AgroSchool, a Marina Piccini explica as principais modalidades de Barter que são:

Compra de contrato

Produtor já fechou contrato com a trading, sendo que esse contrato não está ligado a nenhum financiamento. 

Assim, o produtor entrega o produto colhido à trading – como já foi negociado em contrato – e essa pagará para a empresa fornecedora de insumos ao produtor.

Campanha da empresa/cooperativa com a Trading

Neste caso, a empresa de insumos ou cooperativa decide fazer campanha para aumentar suas vendas em parceria com uma trading.

Quando o produtor está colhendo a safra, a empresa cria um pacote promocional com preços diferenciados aos produtores e a trading entra com uma cotação de preço para àquela safra futura.

Empresa ou Cooperativa assume o preço

Situação na qual a empresa ou cooperativa assume o risco, sem ter auxílio da trading. Ela monta o seu pacote de insumos e cobra um valor de produção por isso.

bot diagnóstico de gestão agrícola Aegro

Vantagens da operação de Barter de milho

Em qualquer operação financeira, precisamos saber suas vantagens. Para a operação de Barter, alguns benefícios são:

  • Oportunidade de financiamento seguro;
  • Facilidade na compra de insumos ou maquinários;
  • Oportunidade dos produtores com menor crédito rural realizar as atividades agrícolas;
  • Negociação travada: redução das variações dos preços tanto dos insumos como das commodities;
  • Redução do risco na operação financeira devido ao CPR, que legaliza e formaliza o processo;
  • Conhecimento antecipado da quantidade de produto agrícola para realizar o pagamento da operação financeira.

Além de conhecer todas essas vantagens, é necessário ficar atento a alguns pontos na operação de Barter (precauções):

  • Analise a equivalência de preço dos insumos e dos produtos agrícolas;
  • Veja as condições de contrato (CPR) entre os envolvidos no Barter;
  • Observe o custo-benefício desta operação (taxa de juros).

E você ficou interessado(a) no tema e quer aprender mais sobre essa operação financeira? Você pode se especializar em Barter realizando um curso. Confira abaixo:

Curso de Barter 

Se você quer conhecer mais sobre esta operação financeira para te auxiliar com o seu negócio agrícola ou quer ser um profissional neste tipo de operação, faça uma especialização. 

A AgroSchool possui um curso online sobre Barter e você pode aprender o passo a passo de como realizar essa operação, além de quais são os riscos e oportunidades, estrutura necessária, estudos de casos e exercícios.

Conclusão

Sabemos que Barter é uma operação financeira para adquirir insumos ou maquinários e realizar o pagamento com o grão colhido.

Ela é utilizada por produtores de milho para troca de insumos e quando há variação no preço do grão, estimuladas por cooperativas e empresas.

Por isso, vale a pena considerar essa opção de negociação da sua safra e para a sua empresa rural. Então, analise esta operação para a aquisição de insumos e maquinários para sua lavoura.

>> Leia Mais: 

O que é hedge e por que você deveria ter essa opção
Como fazer um contrato de hedge e como ele pode assegurar sua rentabilidade

Você realiza Barter de Milho na sua propriedade rural? Quais as vantagens dessa operação para sua empresa? Adoraria ver seu comentário abaixo.

Como calcular o custo de milho para silagem

Custo de milho para silagem: Veja quais dados considerar, como se planejar para o futuro e como calcular o preço de venda da silagem. 

O Brasil possui o maior rebanho bovino do mundo, com cerca de 214,7 milhões de cabeças, sendo muitas delas dependentes de silagem.

Além do maior tempo de armazenamento, a silagem de milho possui alto teor nutritivo. É um ótimo complemento na alimentação de bovinos, especialmente em áreas tropicais como o Brasil.  

No entanto, é importante que o produtor tenha em mente seus custos de produção e como fazer milho silagem de qualidade para maximizar seus lucros.  

Veja a seguir: Qual é, em média, o custo de milho para silagem e como estabelecer seu preço de venda. 

Qual o custo de milho silagem por hectare?

O custo total da silagem por hectare gira em torno de R$ 5.000 a R$ 6.500, incluindo gastos com insumos; preparo do solo; plantio; tratos culturais; colheita e ensilagem; depreciação e outros.

Porém, esse valor é maior ou menor dependendo da região e nível de tecnologia empregada.

Por isso, é importante que o produtor tenha seus custos na palma da mão para obter o máximo de rentabilidade. 

Custos de produção da silagem de milho

Custos de produção da silagem de milho
(Fonte: Santos et al., 2017)

Muitas vezes, a depreciação e o custo de oportunidade não costumam ser levados em consideração.

Mas é importante ter um bom planejamento para saber quanto lucraria caso investisse o dinheiro em outro segmento.

Colheita do milho para realizar a ensilagem
(Fonte: Rural Pecuária)

É muito importante ter sempre o dinheiro necessário para renovação de estrutura, maquinário e implementos que são a base para uma boa produção

Além disso, é preciso considerar que podem ocorrer perdas de 10% a 30% devido ao processo de fermentação ou a práticas de manejo inadequadas. 

E, quanto maior a perda, maior o custo de produção, como você pode observar na tabela abaixo:

custo milho silagem

Relação entre perdas e produtividade da silagem
(Fonte: Santos et al., 2017)

Custo de milho para silagem: Produção por hectare

A média de produção do milho para silagem é de 30 a 40 toneladas de matéria seca por hectare. 

Isso depende principalmente de fatores como:

  • Clima da região;
  • Tipo do solo;
  • Híbrido escolhido; 
  • Adubação;
  • Manejo fitossanitário. 

Além do total produzido, é muito importante que o processo de ensilagem seja feito de forma a manter a qualidade do alimento para compensar o investimento feito.  

Para tanto, é fundamental fazer a colheita no momento certo e uma boa compactação, vedação e manejo no painel do silo. 

Processo de ensilamento milho

Processo de ensilamento
(Fonte: Milkpoint)

Como calcular o preço de compra e venda da silagem?

De modo geral, o preço da silagem pode ser calculado em cima do preço de mercado do milho em grãos. 

Seguindo este raciocínio, como o processo de ensilagem é feito com aproximadamente 35% de matéria seca, a cada tonelada temos 350 kg de matéria seca. 

Como, em média, 50% da matéria seca é constituída por grãos, temos 175 kg de grãos na silagem. 

Desta forma, é só multiplicar o preço do milho em grãos pelo preço da saca de milho e chegamos ao valor base. 

Considerando o preço médio da saca de milho em R$ 30, temos: 

R$ 30  ÷ 60 kilos → R$ 0,5 por kilo

R$ 0,5 por kilo x 175 kg → R$ 87,5  por tonelada de silagem

Além do preço base, sabemos que a qualidade nutritiva da silagem influencia totalmente no seu preço devido ao valor agregado. 

Assim, silagens com alta qualidade podem ser vendidas com 10% a 15% acima deste valor base. 

Banner de chamada para o download da planilha de controle de custos de safra

Conclusão

O milho silagem é uma importante estratégia para alimentação de bovinos em regiões com períodos de baixa produtividade de pastagens ou como complemento alimentar.   

Porém, é de suma importância que o produtor saiba calcular os custos de produção para ter uma maior rentabilidade. 

Além disso, os custos de produção e a qualidade da silagem são informações imprescindíveis na precificação da silagem.

Acredito que, com essas informações, você poderá fazer um melhor  levantamento de custos e definição de preços para sua produção de silagem de milho! 

>> Leia mais:

Como fazer o manejo de herbicida para milho

7 dicas dos especialistas para uma safra de milho verão ainda melhor

Principais e melhores manejos na dessecação para pré-plantio de milho

Como você realiza o levantamento de custo de milho para silagem? Adoraria ver seu comentário!

5 dicas para o plantio de algodão de alta produtividade

Plantio de algodão: Pré-plantio, manejo de solo, escolha da variedade e outros pontos importantes para alcançar altas produtividades.

O Brasil é o 5º maior produtor de algodão do mundo, com colheita estimada em 2,7 milhões de toneladas de pluma apenas nesta safra.

Nas últimas safras, também vimos um aumento de área bem significativo desta cultura.

Para alcançar altas produtividades e se manter entre os maiores produtores de algodão do mundo, o plantio requer uma atenção especial.

Confira as 5 dicas que separamos para te ajudar a ter mais sucesso em sua produção de algodão. 

1ª dica: Cuidados com a área e rotação de culturas no plantio de algodão

Para obter sucesso em sua lavoura, dê preferência por áreas planas, de fácil mecanização e com boa drenagem. 

A rotação de culturas em seu pré-plantio ajuda na melhor estruturação do solo e, consequentemente, melhor drenagem. Essa técnica também irá auxiliar a reduzir os custos com pragas e doenças da cultura.

Para fazer a rotação, opte por espécies de fácil condução e alta produção de matéria seca. Mas fique atento se a espécie escolhida não é hospedeira de pragas, doenças e nematoides.

Se você ainda não realiza a rotação, tente utilizar esse manejo em uma parte de sua área.

Tenho certeza que na safra seguinte você irá ampliar sua utilização, pois a rotação de culturas auxilia na “saúde” de sua área.

Temos algumas matérias que podem te ajudar nesta escolha de espécies para rotação:

2ª: Plante no limpo

As plântulas de algodão são muito sensíveis à competição. Por isso, o estabelecimento da cultura deve ocorrer no limpo, ou seja, sem a presença de plantas daninhas.

Nos primeiros 80 dias após a semeadura, até um pequeno número de plantas daninhas pode afetar o crescimento e consequentemente a produtividade.

plantio de algodão

(Fonte: Grupo Cultivar)

Entretanto, a cultura deve estar “no limpo” durante todo o ciclo, pois a qualidade do produto final é muito importante.

Mas, em quais momentos posso aplicar herbicidas sem ocasionar danos? Veja: 

  • Pré-plantio;
  • Pré-emergência da cultura;
  • Pós-emergência da cultura;
  • Dessecação de plantas.

Para saber qual o melhor herbicida, conheça as plantas daninhas presentes em sua lavoura e não deixe de realizar um planejamento com seu consultor!

3ª: Preparo do solo para plantio de algodão

Devido à maior permanência da umidade, normalmente os solos médios a argilosos permitem que a cultura mostre seus melhores resultados.

Contudo, as boas práticas são fundamentais para o sucesso de lavoura. Por isso, realize uma análise de seu solo.

Os solos escolhidos para implantação da cultura devem apresentar características físicas, químicas e biológicas favoráveis ao algodoeiro.

Caso seu solo apresente alguma limitação física, por exemplo, faça a correção prévia antes do plantio do algodão.

Não semeie em solos compactados e mal drenados: a cultura do algodão é altamente suscetível. A mesma dica vale para solos com limitações químicas ou biológicas.

Fique atento: o algodoeiro é muito sensível à acidez do solo. Realize o manejo conforme a necessidade de seu solo.

Caso seja necessário e possível, a correção do solo deve iniciar 3 meses antes do plantio.

manejo plantio de algodão

Manejo do solo para plantio de algodão
(Fonte: AMIPA)

>>Leia mais: “6 funcionalidades do Aegro que vão te ajudar durante o plantio

Adubação 

Para o algodão, a adubação pode ocorrer em diferentes momentos para suprir as necessidades da cultura. Na semeadura, ocorre normalmente no sulco.

A recomendação de macro e micronutrientes acontece em função da análise de solo.

Porém, a recomendação para nitrogênio é baseada na produtividade esperada e no histórico da área.

Caso seja necessário, pode ser realizada a adubação de cobertura de forma única ou parcelada.

Assim, as coberturas devem ser realizadas:

1ª – Entre 30 e 35 dias após a emergência;

2ª – Entre 20 e 30 dias após a primeira.

Alguns produtores ainda utilizam aplicações aos 80 dias após a emergência, mas fique atento, pois esta aplicação pode ocasionar danos à cultura.

Baixe a planilha gratuita de cálculo da produtividade de algodão!

4ª dica: Variedades, espaçamento e época de semeadura

Variedades do plantio de algodão

Opte por variedades tolerantes a pragas e doenças, nematoides e herbicidas, e, principalmente, com alto potencial produtivo.

A escolha da semente pode influenciar diretamente no estabelecimento da cultura. Escolha sementes que tenham boa adaptabilidade em sua região e opte pela diversificação de variedades em sua propriedade!

Antes de iniciar a semeadura, realize um teste de emergência em um canteiro da fazenda.

Algumas variedades de algodão disponíveis no mercado para sua safra são:

  • BRS 187 8H;
  • BRS 371 RF;
  • TMG 81 WS;
  • TMG 62 RF;
  • IAC 24;
  • IAC 25 RMD;
  • DP 1536 B2RF.

Para mais opções, confira o portfólio das empresas. 

Espaçamento

Quanto maior o número de plantas em uma mesma área, maior será a competição entre elas, tanto por água quanto por luz e nutrientes.

Mas como escolher o melhor espaçamento?

O melhor espaçamento é aquele em que a planta tem ótimo aproveitamento e pode expressar suas melhores características. Para o plantio de algodão, geralmente, são indicados:

  • Espaçamento entre fileiras de 0,76 m a 0,90 m; 
  • Optando pelo cultivo adensado, o espaçamento muda para 0,45-0,50 m;
  • Densidade de 8 m² a 10 plantas por m².

Caso você opte por variedades que apresentam porte mais elevado, a densidade não deve ser maior que 8 plantas por m².

Lembrando: maiores densidades são indicadas para variedades de menor porte e para solos arenosos.

Época de plantio

A época de plantio deve ser determinada, principalmente, pelo zoneamento e regime de chuvas regionais.

Quando escolhida sem planejamento, pode acarretar em perdas de produtividade.

produtividade algodoeiro Fundação MT

Produtividade do algodoeiro em função da localidade e época de semeadura
(Fonte: Fundação MT)

Pode-se realizar o plantio do algodão em “época normal” ou “safrinha”, dependendo do tipo de sistema realizado na propriedade.

Na chamada semeadura em época normal, é realizada apenas uma safra por ano. Neste sistema, a produção de algodão pode expressar sua máxima produtividade.

Já a semeadura safrinha, que ocorre após a colheita da soja, normalmente se inicia em fevereiro – ou assim que possível.

Na prática, para garantir um estabelecimento adequado do estande: 

  • Regule seu maquinário antes de iniciar a semeadura;
  • Utilize sementes de alta qualidade;
  • Semeie na época adequada: com temperatura e umidade ótimas;
  • Observe se a profundidade está uniforme no momento do plantio.

5ª: Custos e planejamento do plantio de algodão

O Imea aponta que o custo do algodão para o mês de outubro em Mato Grosso, para a safra 2019/20, aumentou em relação à safra 2018/19 para os custos variáveis e operacionais, os quais tiveram um crescimento de 5,80% e 5,70%, respectivamente. 

Os principais fatores do aumento dos custos se deram em virtude de:

  • Alta do dólar;
  • Despesas com macronutrientes e fungicidas, que tiveram um avanço anual de 12,00% e 9,70% respectivamente;
  • Mão de obra do trabalhador rural, pois boa parte da remuneração é paga em sacas de soja, oleaginosa que teve uma valorização nos preços.  

Para conseguir ter rentabilidade mesmo com esses custos, o planejamento é muito importante na empresa rural e deve ser realizado em todas as etapas, inclusive no plantio de algodão.

Planejando as suas atividades, você pode conhecer quais são seus principais custos. Isso auxilia sua tomada de decisão, do plantio à comercialização.

Por isso, é fundamental que você tenha todas as informações de sua lavoura registradas.

Como sabemos, o algodão é uma cultura que envolve muito investimento, sendo considerada uma das culturas mais “caras”. Assim, qualquer detalhe pode fazer muita diferença em sua rentabilidade!

Com o Aegro você consegue ter acesso a todos seus custos a qualquer momento e com segurança. Dados ilustrativos.

Conclusão

O plantio do algodão é de extrema importância para o sucesso dessa cultura de custo tão elevado.

Mostramos neste artigo algumas dicas para te auxiliar nessa etapa, desde o pré-plantio à emergência da cultura.

Espero que com essas informações, você consiga realizar o plantio de seu algodão e alcançar altas produtividades. Boa safra!

>> Leia mais:

“Como evitar e combater a mela do algodoeiro na sua lavoura”

Como você realiza o plantio de algodão em sua lavoura? Ficou com alguma dúvida? Deixe seu comentário!

Silos para grãos: vender ou guardar sua produção?

Silos para grãos: Quando vale a pena armazenar a produção, diferentes tipos de silos e seus custos.

Começa a safra, seu planejamento e começam também as dúvidas.

Uma das mais importantes é sobre o final dela: devo vender a minha produção ou armazená-la em silos?

As duas opções podem resultar em ganhos ou em perdas na rentabilidade.

Neste artigo, vamos mostrar as vantagens e desvantagens do armazenamento em silos para grãos, diferentes tipos e seus custos para que você tome a melhor decisão. Confira!

Armazenar ou vender os grãos?

O momento mais importante após a colheita é a comercialização. Todos pensam em vender seus grãos por um bom preço, mas qual seria o ponto-chave para maior rentabilidade? Planejamento!

Traçar uma estratégia de comercialização é fundamental para obter mais lucratividade.

Desde o momento da semeadura, você já deve pensar qual o melhor momento para vender seus grãos.

Para isso, a dica é colocar todos os custos de armazenamento na ponta do lápis.

Outro ponto importante é acompanhar o cenário econômico do Brasil e dos países produtores de grãos. Esse fato irá interferir diretamente no preço de venda, então fique atento.

Você pode ainda contar com a ajuda de um consultor que, analisando o mercado, pode te indicar qual o melhor momento para a venda.

Como já falamos aqui no Blog do Aegro, investir em diferentes modalidades de comercialização, de forma planejada, diminui riscos e aumenta as chances de uma venda rentável.

Mas observe com cautela quais modalidades se encaixam em seu perfil! Sobre isso, vamos falar mais a seguir.

silos para grãos

(Fonte: Bio Rural)

Armazenamento: silos para grãos

O armazenamento correto de seus grãos pode se refletir em maior lucratividade!

Mas antes de tomar essa decisão, você deve observar a situação atual de sua empresa rural

Você tem estrutura para armazenar seus grãos ou é parceiro de alguma cooperativa, por exemplo? 

O armazenamento deve ser planejado e está diretamente ligado à gestão de sua propriedade. 

Afinal de contas, não podemos perder uma boa safra no armazenamento!

Para planejar o armazenamento, conhecer as opções de mercados e custos dos silos é muito importante!

Por isso, abaixo vamos mostrar algumas opções para armazenamento de seus grãos e seus custos.

Tipos de silos para grãos e seus custos

Existem diversas formas de armazenar seus grãos. E, utilizando uma estrutura de qualidade, você terá mais tranquilidade para vender seus grãos.

Além disso, investindo em silos para armazenamento, você economiza com transporte e pode vender seus grãos na entressafra, o que se traduz em ganhos de até 55%!

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Silos metálicos

São fabricados em aço e construídos por empresas especializadas, com tempo médio de 6 meses para entrega – considerando um tamanho médio, com capacidade de 100 mil sacas.

Esses silos podem conservar seus grãos por aproximadamente um ano, não influenciando na qualidade do grão.

Possuem custo médio de R$ 2 milhões (fora os gastos com a base de concreto, que podem variar).

A durabilidade muda conforme as condições ambientais. As empresas citam por volta de 30 anos!

Silos bolsas

Essa opção é para quem busca uma solução rápida e com custo um pouco mais baixo.

Esse tipo de silo também é fabricado por empresas especializadas e o tempo de entrega normalmente é de algumas semanas.

Possui capacidade de 180t a 250 toneladas em cada bolsa. Os grãos podem ficar armazenados por até 18 meses.

Contudo, realize todos os cuidados necessários para evitar problemas com doenças.

O custo médio por bolsa é de R$ 1.500.

Apesar do baixo custo, o material tem uma durabilidade de apenas 18 meses após a armazenagem dos grãos.

Caso opte por esse tipo de silo, será necessária a utilização de uma máquina extratora de grãos, além de uma ensiladora ou embutidora.

Nesse caso, para diminuir os custos, você pode solicitar o serviço de empresas terceirizadas.

silos bolsas

(Fonte: Brasilagro)

Silo de concreto

Esse tipo de silo vem ganhando mercado principalmente nas regiões produtoras de milho e arroz!

São construídos com a supervisão de um especialista. A mão de obra pode ser contratada por você e a construção dura em média 20 dias.

Com uma capacidade de cerca de 1.800 toneladas e um custo médio de R$ 360 mil.

Quando armazenados nestes silos, em condições ideais, os grãos podem manter sua qualidade por até quatro safras. Além disso, eles têm alta resistência e durabilidade.

Contudo, antes de optar por este tipo de silo para grãos, planeje bem quais culturas pretende semear nas próximas safras!

Silos de alvenaria

Esse tipo de silo é bastante resistente, mas demanda manutenção periódica.

O tempo de construção depende muito do tamanho. Um silo pequeno (de até 600 sacas), por exemplo, leva em média uma semana para ficar pronto.

Fique atento, pois quanto menor o silo, maior é a manutenção da qualidade do grão! 

Em média, o tempo indicado para armazenagem para esse tipo de grão é de apenas um ano.

O custo varia de acordo com a região, ficando em torno de R$ 27 mil!

Se você optar por construir um destes silos em sua fazenda, confira a Instrução Normativa nº 15, do MAPA, de 09 de junho de 2004, pois seus grãos devem ser armazenados em condições ideais, conforme os padrões de comercialização.

silos para grãos

(Fonte: Cooperagri)

Silos para grãos: Armazenamento em cooperativas

Outra opção bastante utilizada por produtores é o armazenamento em conjunto nas cooperativas.

Atualmente, elas são responsáveis por 25% da capacidade estática de armazenagem no país.

Antes de optar por essa modalidade de armazenamento, observe pontos como:

  • Localização (tanto da cooperativa quanto de sua propriedade);
  • Acordos firmados para os cooperados;
  • Benefícios;
  • Obrigações;
  • Custo (transporte, taxas…).
armazenamento de silos

(Fonte: Globo Rural)

Silos para grãos: Qual escolher?

Após observar algumas das opções de silos disponíveis, é comum ter dúvidas sobre qual escolher.

Como vimos acima, existem diversos tipos de silos para grãos, com diferentes custos e especificidades.

Na hora de decidir qual silo utilizar ou implantar em sua propriedade, leve em consideração:

1. Gestão da propriedade

Quais grãos você costuma cultivar e quais pretende armazenar nesta safra e nas próximas?

Além disso, mantenha o registros das áreas colhidas, quantidade de cada uma delas e para onde foi cada produção.

aegro

Exemplo de gestão da colheita dentro do software agrícola Aegro.

2. Custo

Compare o custo de transporte de seus grãos. Observe também quais seriam seus custos caso resolva armazenar os grãos em silos de terceiros ou cooperativas. 

Além disso, leve em conta seus custos durante o armazenamento.

3. Planeje a safra

Planejando a semeadura, você consegue colher seus grãos em épocas diferentes, podendo planejar a logística de uso de seu silo. Além disso, sempre estime sua produtividade.

4. Manutenção do silo para grãos

Observe se o silo escolhido necessita de manutenção por profissionais especializados e quanto isso costuma custar.

Atenção! Antes de armazenar, lembre-se de verificar a umidade da massa de grãos. O processo de secagem é essencial para a manutenção da qualidade de seu produto.

>> Leia mais: “Entenda os diferentes métodos de amostragem de grãos e como eles podem impactar a comercialização da sua safra”

Conclusão

Após uma boa safra, escolher o momento certo para a comercialização é fundamental.

Neste artigo, você conferiu algumas dicas para definir se é melhor vender a produção logo após a colheita ou se armazenar é a melhor opção.

Mostramos os principais tipos de silos para grãos e os custos envolvidos na construção ou utilização de um silo terceirizado.

Espero que com essas informações, você consiga traçar estratégias para uma comercialização mais rentável.

>> Leia mais:
Secagem de grãos de milho: Quando vale a pena e como aprimorá-la
Secagem do arroz: tudo sobre esse processo
Qual o teor de umidade de armazenamento da soja?

Você realiza o armazenamento em silos para grãos ou vende logo após a colheita? Esperamos que este texto tenha sido útil para você. Assine nossa newsletter para receber nossos artigos em seu e-mail!

6 passos para fazer o planejamento financeiro da sua fazenda com sucesso

Planejamento financeiro: Como estruturá-lo em sua propriedade para tomar decisões mais assertivas e alcançar mais lucro.

Você tem controle do financeiro da sua empresa agrícola hoje? Sabe quando tem lucro ou prejuízo com a fazenda?

Diante dessas questões, vejo que muitos produtores ainda não têm uma administração financeira da propriedade.

Ter as respostas para essas perguntas é muito importante para o sucesso de um negócio agrícola.

Para responder a essas questões, é necessário ter uma boa gestão agrícola – e é indispensável ter um planejamento financeiro.

Para te ajudar com isso, preparamos este texto com 6 passos para a elaboração do planejamento financeiro. Confira!

Planejamento financeiro na sua empresa agrícola

Você já deve ter escutado esta frase: “o sucesso de um negócio começa com um bom planejamento”.

Em uma empresa rural, não é diferente. Com o avanço das tecnologias, problemas de pragas nas lavouras e o grande número de atividades envolvidas nas propriedades rurais, é necessário ter planejamento.

E o planejamento agrícola é o ato de se programar pensando no seu objetivo agrícola. Por isso, é preciso que você entenda e planeje todas as atividades envolvidas na sua lavoura.

Como sempre falo, sua propriedade rural é sua empresa, por isso, você precisa cuidar do seu negócio.

Assim, para obter lucro e tomar decisões assertivas na sua atividade, você deve ter um planejamento financeiro. Desta forma você tem o direcionamento de que caminho seguir para ter sucesso e alcançar seu objetivo.

O planejamento financeiro é importante para que sua empresa rural não tenha um custo maior que a renda. E, se isso ocorrer, você deve modificar suas atividades e sua programação.

Deixar de lado esta etapa ou realizar um planejamento financeiro mal feito pode acarretar prejuízos para sua fazenda.

Mesmo que sua empresa rural seja pequena, é muito importante realizar esse planejamento. 

Por isso, listei 6 passos para você iniciar um planejamento financeiro com sucesso na sua fazenda.

Passo 1: Realize o diagnóstico financeiro da empresa

Conheça como está a parte financeira da empresa, ou seja, a situação atual do negócio (diagnóstico do seu negócio).

Analise os dados de safras anteriores (histórico da parte financeira da propriedade). Quais foram os gastos da fazenda; o que recebeu da sua produção agrícola; qual foi o custo de produção da safra passada, entre outros dados.

Saber onde sua empresa rural está na parte financeira te auxilia no planejamento, determinando quais os pontos a serem melhorados ou que devem ser seguidos no planejamento.

Além de conhecer a parte financeira, conheça seu negócio como um todo. Saiba as características da cultura; produção estimada; operações agrícolas necessárias; defensivos que serão utilizados, entre outros.

Aqui no blog temos diversos materiais que te auxiliam no conhecimento de pragas, doenças, plantas daninhas, análise de solo, adubação e outros dados sobre a cultura que irá implantar na sua fazenda.

Então, procure ter o máximo de informações que sejam importantes para o planejamento financeiro do seu negócio – e não deixe de registrar esses dados!

E um lembrete muito importante: separe suas finanças pessoais e a da empresa sempre.

Passo 2: Registre todas as informações para realizar o planejamento financeiro 

Anote ou registre todas as informações da parte financeira de sua fazenda. Essas informações podem estar contidas no histórico da propriedade que comentamos no passo 1.

Além disso, para realizar o planejamento das finanças você precisa registrar o que pretende gastar, o que irá ganhar, quando pretende vender e muitas outras informações.

Outro ponto importante que deve ser registrado é sobre situações que podem ocorrer durante as atividades agrícolas: quais tipos de operações agrícolas podem ser usadas; preço de defensivos agrícolas; preço de venda da cultura; armazenamento do produto, entre outras.

Ou seja, você tem de ter um olhar para diferentes cenários que podem ocorrer na sua lavoura. 

Por exemplo, o preço do grão pode reduzir ou aumentar na época que você irá colher e isso deve constar no planejamento financeiro. Assim, você sabe o que fazer se isso acontecer. 

Outro ponto que deve ser considerado para o planejamento financeiro são as informações sobre o mercado. Se você produz soja, por exemplo, veja qual a tendência do preço do grão no momento em que for colher.

Também verifique e registre se irá estocar a soja colhida e quando pretende vendê-la.

Passo 3: Verifique o fluxo de caixa

Fluxo de caixa é você registrar todas as contas da sua empresa rural, tanto a entrada como a saída de dinheiro (receitas e despesas).

planejamento financeiro

(Fonte: Sebrae)

Mas como isso pode te auxiliar no planejamento financeiro?

Você pode utilizar o fluxo de caixa de safras passadas para te auxiliar a planejar a parte financeira da sua empresa, já que lá tem tudo organizado: o que e com que gastou; o que e com o que recebeu; qual foi o lucro, entre outros dados.

Enfim, o fluxo de caixa te ajuda a trilhar o planejamento financeiro.

Além disso, com o fluxo de caixa você sabe onde sua fazenda está em relação à parte financeira. Você também consegue planejar as contas da sua empresa de acordo com o valor que tem em caixa.

Ter um fluxo de caixa atual da fazenda te auxilia no acompanhamento do planejamento financeiro que realizou para a sua empresa rural.

Para fazer o fluxo de caixa da sua fazenda e o planejamento financeiro de forma descomplicada, você também pode utilizar softwares de gestão.

Vou falar mais sobre esse assunto no passo 5.

Passo 4: Confira seu estoque

Ter o estoque organizado pode te ajudar muito no planejamento financeiro da empresa.

Se você sabe o que tem no estoque e o que precisa comprar, isso facilita o planejamento financeiro.

É importante ter o estoque conferido para saber qual a quantidade disponível de cada produto e quanto essa quantidade significa em custos (em reais ou dólares).

Se você planeja suas atividades agrícolas, você sabe se precisa comprar fertilizantes, por exemplo, e pode realizar orçamentos desses produtos.

Com esses orçamentos em mãos, seu planejamento financeiro é mais efetivo.

Lembre-se que comprar insumos com antecedência pode proporcionar uma boa economia. Se precisar de ajuda com esse controle, aproveite para baixar uma planilha de controle de estoque de defensivos agrícolas.

Passo 5: Registre e controle o planejamento financeiro

Ao longo da execução das atividades da sua empresa rural, você deve se atentar se o planejamento financeiro está sendo executado (registre as informações) e o que pode ser melhorado tanto no planejamento como nas atividades da fazenda.

Caso o planejamento financeiro não tenha sido executado e você obteve prejuízo, é necessário identificar qual foi a falha do processo e corrigir.

Passo 6: Use um software de gestão agrícola

As planilhas são ótimas para começar. Mas, com o tempo, os seus dados estarão descentralizados e ficará cada vez mais difícil de analisar o cenário econômico do seu negócio rural.

Para resolver esse problema, conte com um software de gestão como o Aegro. Essa ferramenta permite que você acompanhe a trajetória completa do seu dinheiro em um só lugar, além de acompanhar os indicadores financeiros por completo.

Tudo começa com o orçamento da safra, onde você define o quanto quer gastar com insumos, maquinário, salários, entre outras possíveis despesas. Você também estabelece suas metas de produtividade e verifica o quanto precisa vender para não ficar no prejuízo.

controle de custos Aegro

Depois, você vincula as suas contas bancárias ao sistema e começa a organizar o seu fluxo de caixa, registrando parcelas a pagar e a receber. O controle das suas finanças pode ser feito tanto pelo computador, quanto pelo celular.

No final do processo produtivo, o aplicativo te oferece uma análise detalhada de custos e rentabilidade para cada talhão. Ou seja, você tem em mãos um histórico de gastos e receitas para tomar melhores decisões no futuro.

Além disso, suas informações ficam armazenadas na nuvem, o que permite que você acesse o software de qualquer lugar e garante mais segurança para o seu planejamento financeiro.

Simplifique a gestão do seu negócio com a importação financeira de contas a pagar e receber

A importação de histórico financeiro é o jeito mais simples e prático de começar a utilizar o Aegro. 

Importe os dados de contas a pagar e receber de suas planilhas ou de outras ferramentas e ganhe agilidade no uso do sistema. Assim, você mantém o controle do seu histórico e garante a eficiência do seu time, reduzindo o tempo gasto com a digitação dos dados para outras atividades.

Seus dados são importados de uma vez, permitindo que o Aegro utilize as informações para gerar as análises necessárias para o controle do negócio.

Tela que mostra importação de histórico financeiro com Aegro

Quer saber como o Aegro pode agilizar ainda mais as atividades do seu negócio? Clique aqui e assista a uma demonstração gratuita!

planilha de fluxo de caixa

Conclusão

O planejamento financeiro é indispensável para uma boa gestão da empresa rural.

Neste texto, comentamos a importância do planejamento da parte financeira da fazenda, visando a obtenção de lucro com as atividades.

Também abordamos 6 passos para que você realize um planejamento de sucesso e a importância de separar sua vida financeira das contas da fazenda.

Com estas informações, dê o primeiro passo e mãos à obra, ou melhor, mãos no computador/celular para começar seu planejamento financeiro!

>> Leia mais:

“Conheça a relação entre taxa Selic e agronegócio”

Você sabe onde está o gargalo do seu planejamento agrícola?”

Planejamento rural eficiente: maximize sua produtividade e aumente seu lucro

Você realiza o planejamento financeiro em sua fazenda? Quais são suas dificuldades? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Livro Caixa Digital do Produtor Rural (LCDPR): o que você deve saber

Livro Caixa Digital do Produtor Rural: saiba os prazos, normas, possíveis multas e penalidades, o que deve constar no documento e mais!

O LCDPR (Livro Caixa Digital do Produtor Rural) é uma obrigatoriedade fiscal. Ele é um instrumento de escrituração contábil para pessoas físicas que possuem operações rurais.

O objetivo do Livro Caixa é apurar os resultados obtidos no campo. Isso inclui receitas, investimentos, despesas de custeio e outros lançamentos.

O prazo de entrega do LCDPR (referente ao ano calendário 2022) será 31 de maio de 2023.  Isso significa que quem produz deve ter até o último dia útil de maio (ano receita bruta total) para o envio do documento. 

Neste artigo, veja como declarar o LCDPR, quais informações devem estar contidas neste documento e muito mais. Boa leitura!

O que é Livro Caixa Digital do Produtor Rural (LCDPR)

O Livro Caixa é o instrumento de escrituração digital criado pelo governo. Ele fornece ao fisco informações sobre a movimentação financeira da atividade rural dos contribuintes. A declaração deve ser feita apenas somente por meio digital. 

Por causa disso, o livro caixa impresso foi dispensado. O resultado da exploração da atividade deverá ser apurado mediante escrituração do LCDPR. Ela abrange:

  • as receitas;
  • despesas de custeio;
  • investimentos;
  • demais valores que integram a atividade desenvolvida. 

Informações sobre prejuízos acumulados não devem ser informadas no livro. No LCDPR, devem ser lançadas informações do produtor e do imóvel que está sendo explorado para a atividade rural. Além disso, devem ser lançadas as receitas vindas da atividade, contendo:

  • tipo de lançamento;
  • número do documento correspondente;
  • data;
  • valor;
  • observações;
  • número do contrato.

Devem ser lançadas as despesas de custeio agrícola e investimento da atividade rural. Produtos entregues no ano referente a adiantamentos de recursos financeiros recebidos no ano anterior também devem entrar no livro.

Qualquer tipo de informação vinculada à atividade rural deve ser lançada no LCDPR. Cada informação deve ser seguida de um documento idôneo que a comprove.

Leis e normas do LCDPR

A obrigatoriedade do Livro Caixa Digital do Produtor Rural auxilia a fiscalização da Receita Federal. A fiscalização recai sobre o imposto de renda de Pessoas Físicas, inclusive quem produz.

Quem está obrigado ao Livro Caixa Digital do Produtor Rural (LCDPR)?

A entrega anual do LCDPR é obrigatória a todos os produtores que obtiveram receita bruta da atividade rural igual ou superior a R$ 4,8 milhões.

Produtores que tiveram resultados inferiores a esse podem apresentar o LCDPR de forma voluntária. Entretanto, a partir dessa apresentação voluntária, a atividade será obrigatória para os próximos anos.

Quando há mais de uma pessoa na área de exploração rural, o valor total das receitas anuais deve ser dividido entre as partes. Ou seja, quem tiver o rendimento acima do teto entra na lista dos declarantes.

Quais são os próximos prazos de entrega do LCDPR?

Em relação às atividades agrícolas de 2022, o prazo de entrega do LCDPR será 31 de maio de 2023. Isso significa que quem produz deve ter até o último dia útil de maio (ano receita bruta total) para o envio do documento. Normalmente, o prazo termina em 30 de abril, mas em 2023, foi prorrogado pelo Governo.

Quem for entregar o LCDPR de 2022 já precisa começar a coletar essas informações para apresentar o documento referente a 2023 em 2024. O Livro Caixa deve ser preenchido mês a mês. 

Cada mês deve ser lançado no arquivo modelo do governo, desde o primeiro dia do ano.

No site da Receita Federal, você tem acesso às instruções de preenchimento do LCDPR.
No site da Receita Federal, você tem acesso às instruções de preenchimento do LCDPR.
(Fonte: Receita Federal)

Após pronto, o LCDPR deverá ser assinado digitalmente.  Isso é feito através de um certificado digital válido, emitido por entidade credenciada na ICP — Brasil (Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira). 

Isso garante a autenticidade do documento digital. Se houver erro no LCDPR enviado, o produtor tem prazo máximo de 5 anos para retificar o arquivo digital do LCDPR. A retificação pode ser apresentada por meio do Portal e-CAC.

O que deve ter no Livro Caixa Digital do Produtor Rural

Informações sobre os responsáveis pela propriedade e dos cadastros do imóvel devem estar presentes. Além delas, outros dados da atividade agrícola devem ser fornecidos. No LCDPR, você precisa preencher o registro Q100 e o registro Q200. 

Veja mais detalhes sobre isso a seguir.

Obrigatoriedade de registros no Livro Caixa Digital do Produtor Rural
Obrigatoriedade de registros no Livro Caixa Digital do Produtor Rural
Fonte: (Receita Federal)

Registro Q100

No Registro Q100 (Demonstrativo do Livro Caixa do Produtor Rural), as seguintes informações são exigidas:

  • Tipo de Lançamento
    • Receita da Atividade Rural
    • Despesas de custeio e investimentos
    • Receita de produtos entregues no ano referente a adiantamento de recursos financeiro
  • Histórico
  • CPF ou CNPJ rural do participante
  • Tipo de Documento
  • Nota Fiscal
  • Fatura
  • Recibo
  • Contrato
  • Folha de Pagamento
  • Outros
    • Valor de entrada dos recursos
    • Valor de saída dos recursos
    • Saldo Final
    • Natureza do Saldo Final (Negativo ou Positivo)
Registro Q100 do livro caixa do produtor rural LCDPR
Registro Q100 do livro caixa do produtor rural LCDPR
Fonte: (Receita Federal)

Registro Q200

Já no Registro Q200, são requeridas as seguintes informações mês a mês:

  • Mês/ano da entrada ou da saída dos recursos
  • Valor total de entrada dos recursos no mês
  • Valor total de saída dos recursos no mês
  • Saldo Final do mês
  • Natureza do Saldo Final (Negativo ou Positivo)
Registro Q200 do livro caixa do produtor rural LCDPR
Registro Q200 do livro caixa do produtor rural LCDPR
Fonte: (Receita Federal)

Repare que nem todos os itens são obrigatórios ainda. Isso pode facilitar o preenchimento neste primeiro momento.

Quais são as multas do LCDPR?

Se você deixar de apresentar o Livro Caixa Digital do Produtor Rural no prazo ou apresentar inadequadamente, poderá receber multas. Penalidades também podem acontecer. As penalidades são a suspensão ou cassação da inscrição de produtor.

As multas, em geral, são:

  • R$ 100 por mês-calendário ou fração, por apresentação fora do prazo;
  • R$ 500 por mês-calendário, por não cumprimento à intimação da Receita Federal para cumprir obrigação acessória ou para prestar esclarecimentos nos prazos estipulados;
  • 1,5%, não inferior a R$ 50, do valor das transações comerciais ou das operações financeiras, próprias da pessoa física ou de terceiros. Isso em relação aos quais seja responsável tributário, no caso de informação omitida, inadequada ou incompleta.

O Livro Caixa Digital do Produtor Rural pode ser postergado?

Em 2020, houve uma postergação do prazo em função da pandemia do Coronavírus. Em 2021 não houve nenhuma postergação e, para 2022 (com declaração em 2023), não há nenhuma sinalização de que o prazo inicial seja alterado.

Fique sempre de olho nas atividades do Governo Federal, que começou a se movimentar com os demais Ministérios envolvidos.

Como organizar seus dados para o Livro Caixa Digital

Inicialmente é importante lembrar que não há programa gratuito disponibilizado pelo Governo para gerar o Livro Caixa Digital do Produto Rural. Portanto, o produtor rural deve contratar um software para isso.

São muitas informações e dados da contabilidade agrícola para inserir no livro caixa. Enquanto alguns pensam na quantidade de trabalho a fazer, outros já sabem exatamente o que colocar.

A diferença está na sua gestão agrícola. Para quem costuma registrar a gestão de custos e receitas em um software como o Aegro, o preenchimento do LCDPR será muito mais fácil.

Manter o fluxo financeiro da sua fazenda digitalizado é apenas o primeiro passo para garantir a entrega da obrigação fiscal. A Receita Federal só aceitará registros que atenderem às normas e aos padrões citados nos tópicos anteriores. 

Isso quer dizer que, além de correr atrás dos dados, será preciso ordená-los conforme o layout divulgado pelo governo.

Solução Aegro para o Livro Caixa Digital do Produtor Rural (LCDPR)

5 dicas para declarar o Livro Caixa

Declarar o livro caixa não é uma tarefa fácil, e você precisa ter o máximo de atenção possível. Para te ajudar, separamos 5 dicas que podem facilitar seu trabalho. Acompanhe:

1. Separe os gastos pessoais dos gastos da propriedade agrícola

Isso facilita o preenchimento do LCDPR. Nele, devem constar apenas os lançamentos referentes às atividades rurais.

2. Guarde todos os comprovantes e notas fiscais

Com os documentos em mãos e organizados, fazer os lançamentos é muito mais fácil.

De preferência, organize esses comprovantes por mês. Isso facilitará o momento de declarar o LCDPR, além de você poder adiantar seus lançamentos.

3. Não deixe para fazer os lançamentos perto do prazo

O ideal é fazer todos os lançamentos mensalmente. Afinal, além de o volume de lançamentos ser grande, você consegue acompanhar as movimentações da sua fazenda em tempo real, o que pode te ajudar nas tomadas de decisões.

4. Automatize a sua gestão fiscal

Para evitar inadequações no seu Livro Caixa e consequentes penalidades, invista em ferramentas para automatizar a formatação do documento. O Livro Caixa Digital do Produtor Rural é um recurso existente no Aegro, que facilita todo o seu processo de declaração.

Através do Aegro, você consegue fazer a gestão agrícola, financeira e ainda gerar o arquivo do Livro Caixa para enviar para a Receita Federal.

captura de tela do Anotador no sistema de gestão rural Aegro, documentação do Livro Caixa Digital do Produtor Rural LCDPR
Organização do Livro Caixa no Aegro, com as receitas e despesas de cada mês 

Outra vantagem do sistema é a possibilidade de compartilhar acesso com o seu contador ou com seu consultor financeiro. Assim, ele pode conferir cada lançamento de acordo com a nova normativa. 

Após organizar as informações e fazer os ajustes necessários, basta um clique para gerar o arquivo no formato .txt que deve ser enviado à Receita Federal. Ter o histórico da fazenda e saber para onde seu dinheiro está indo também é fundamental para sua empresa rural.

Essas informações servem para você tomar decisões mais seguras e lucrativas ao longo de toda a safra.

5. Comece com uma planilha gratuita

Se você não possui um controle preciso das suas finanças, disponibilizamos aqui uma planilha gratuita de fluxo de caixa que pode ser útil no dia a dia.

planilha de fluxo de caixa

Mas, para uma gestão agrícola e contabilidade rural ainda mais detalhadas e seguras, você deve usar um software agrícola com maior automatização desses registros.

Fluxo de caixa no software Aegro
Fluxo de caixa fácil, completo e seguro no software Aegro

Ainda não conhece o software agrícola Aegro? Você pode começar a usar o software pelo aplicativo grátis disponível em:

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Conclusão

A entrega do Livro Caixa Digital do Produtor Rural é obrigatória aos produtores que atingirem o limite de faturamento de R$ 4.8 milhões. A entrega deve ser feita até 31 de maio de 2023.

As informações preenchidas no LCDPR serão úteis para a sua declaração do imposto de renda. Portanto, aproveite este momento para colocar em ordem as finanças da fazenda. 

Assim, além de ficar mais fácil preencher o LCDPR nos próximos anos, você terá uma gestão melhor e com decisões muito mais seguras e assertivas.

Como está o seu LCDPR  — Livro Caixa Digital do Produtor Rural? Não deixe de conferir nossa página de materiais gratuitos para acessar planilhas que facilitam a apuração do Livro Caixa!