Planejamento operacional da fazenda: aprenda a fazer e torne sua propriedade mais lucrativa!

Planejamento operacional: Aprenda os principais pontos para planejar suas atividades e tornar sua propriedade mais eficiente. 

Você já teve aquela sensação de que poderia estar extraindo mais de sua fazenda?

A falta de organização geralmente é uma das principais causas de ineficiência e altos custos nas propriedades agrícolas.

O planejamento operacional pode te ajudar a organizar melhor suas atividades e tornar sua fazenda mais eficiente e lucrativa.

Entenda no texto a seguir!

Os tipos de planejamento

Ao realizar o planejamento de uma empresa, temos várias esferas e níveis de detalhamento. Assim, tem-se os diferentes planejamentos: estratégico, tático e operacional.

planejamento operacional

(Fonte: Marcocontabilidade.com.br)

No planejamento estratégico, definimos os objetivos de nossa empresa, numa visão mais ampla e de longo prazo. É o “destino da nossa viagem”.

Já o planejamento tático são os meios que serão utilizados até o nosso objetivo. Seria o carro e as várias rotas até o nosso destino.

Mas então, o que é o tal planejamento operacional?

O planejamento operacional é o mais específico dos três, onde o nível de detalhamento é maior. Ele é o motor e as engrenagens que fazem nosso carro funcionar corretamente e nos levar ao nosso destino.

Em nossa empresa rural, o planejamento operacional corresponde ao detalhamento das diversas operações que compõem o dia a dia. 

Por que realizar o planejamento operacional?

Processos básicos como controle de estoque e das operações podem representar uma boa parte dos custos de uma empresa rural.

Como é extremamente detalhado, o planejamento operacional permite um controle fino da nossa propriedade. 

Além disso, proporciona maior eficiência em nossa gestão, minimizando custos e maximizando nosso lucro.

Começando os planos…

Enquanto o foco dos outros dois planos é no médio e longo prazos, o plano operacional foca no curto prazo. É mais ou menos assim: 

“O que nós podemos fazer hoje (curto prazo) que permitirá atingir nossos objetivos no futuro (médio/longo prazo) da melhor maneira possível?”.

Essa pergunta tem todos os elementos que resumem a essência do planejamento operacional. Nós a usaremos como exemplo a seguir.

Quando realizamos o planejamento operacional, devemos ter algumas questões em mente. Respondê-las significa detalhar cada operação e tornar o nosso planejamento mais robusto e correto.

1. O que fazer?

É cada uma das operações de sua propriedade que precisam ser realizadas a fim de alcançar os objetivos e metas de nossa empresa.

Desde avaliar os recursos disponíveis, organizar as finanças e os estoques até planejar as operações de plantio e colheita da fazenda.

De um ponto de vista mais prático, e partindo do pressuposto a empresa rural já está organizada, nosso foco seria nas atividade do dia a dia da fazenda como o plantio, as adubações, controle de daninhas, etc.

Planejamento operacional da empresa é fundamental para atingir objetivos futuros

(Fonte: EESC Jr – USP)

2. Por que fazer o planejamento operacional?

É uma pergunta simples mas que nunca deve ser esquecida. Todas as operações devem ser direcionadas para atingir os objetivos definidos previamente e/ou adaptar-se a um novo planejamento.

3. Como fazer?

São os detalhes de cada operação propriamente dita, com os insumos e os meios utilizados. Suponhamos que iremos iniciar o plantio de uma área de milho, tudo deve ser especificado:

  • Qual será a área plantada
  • Qual semente e a quantidade utilizada.
  • Quanto de adubo será usado no plantio.
  • Qual trator e plantadeira iremos utilizar.
  • Qual a população de plantas.

A lista poderia continuar, mas já deu pra entender a ideia, não é? Esses detalhes todos entram no planejamento e são avaliados após a realização de cada operação. Quanto mais detalhes, maior será seu controle sobre sua empresa. Mas sua dedicação terá que ser maior também.

4. Quem vai fazer?

Definidas as operações, devemos designar quem irá realizá-las.

No planejamento operacional, isso é muito importante. Cada operação está alinhada com os recursos humanos – um colaborador ou um grupo de colaboradores.

É importante que isso fique claro! Seja em um quadro onde todos possam ver as atividades que lhe cabem ou de uma maneira mais sofisticada, com uso de softwares.

planejamento operacional

Planejamento das atividades da fazenda pode ser facilmente visualizado com uso do Aegro

5. Quando faremos o planejamento operacional?

Há um momento certo para a realização das operações, obedecendo critérios técnicos e/ou econômicos.

Para que tudo siga o cronograma, é importante que se estabeleçam datas e prazos para as atividades.

Sabemos que imprevistos que atrasem as operações podem ocorrer (chuvas, por exemplo). Por isso, é importante darmos um prazo para a conclusão das atividades e avaliar o resultado depois desse prazo.

(Fonte: Ideal Marketing)

6. Quanto isso vai custar?

As diversas operações que compõe uma empresa rural têm sempre um custo associado. Seja o gasto com insumos em si ou a própria depreciação do equipamento, tudo deve ser levado em conta na hora de calcular esses gastos.

O planejamento bem feito permite que façamos um orçamento prévio dos custos das operações, o qual podemos comparar com o custo atual da mesmas operações.

Assim, somos capazes de controlar melhor os recursos financeiros, avaliar a eficiência atual de nossa empresa e melhorar a cada planejamento.

Recapitulando as ideias

Lembra da nossa pergunta lá do início? “O que nós podemos fazer hoje (curto prazo) que permitirá atingir nossos objetivos no futuro (longo prazo) da melhor maneira possível?”.

Vamos agora respondê-la de maneira mais detalhada, para resumir a ideia do planejamento operacional.

“O plantio do milho (o que) será realizado na terça de manhã (quando) pela equipe do senhor José (quem) com o trator X e a plantadeira Y (como). Isso irá nos custar R$ (quanto) e nos permitirá seguir com os cronograma da empresa (o porquê)”.

De maneira simplificada, com o planejamento operacional é possível responder a essas perguntas.

Detalhes são a chave para o sucesso

Ao realizar o planejamento operacional, é fundamental que tenhamos nossa empresa “na palma da mão”. Devemos conhecer os recursos disponíveis e termos definição de metas de nossa empresa rural. 

Desse modo, cada operação é planejada dentro do orçamento e da maneira que melhor atenda nossos objetivos.

Um bom planejamento pode e deve ser atualizado! O mercado é dinâmico e sua empresa deve estar sempre pronta para se adaptar a eventuais mudanças.

Por isso, é necessário que constantemente façamos a reavaliação dos nossos projetos, fazendo os ajustes necessários.

Para correta avaliação e controle das operações, é muito importante que sejam feitos relatórios de cada atividade. 

Assim, garantimos que o resultado de cada operação seja o desejado. E, caso algo dê errado, sabemos exatamente o que ocorreu e dispomos das ferramentas para consertar o erro. Fique ligado!

A tecnologia é uma grande aliada do planejamento operacional

Como você pode perceber, são muitos detalhes que devemos controlar para que tenhamos sucesso no planejamento.

Tomar conta de tudo isso é trabalhoso e muitas vezes não conseguimos visualizar as informações facilmente. 

Softwares de gestão agrícola, como o Aegro, facilitam todo esse processo. Com ele é possível integrar todas as informações de sua propriedade, desde o estoque até a rentabilidade de cada área ou atividade.

O planejamento operacional fica muito mais fácil, pois é possível programar cada operação, designando o operador, a máquina e a área que será utilizada.

planejamento operacional

Com Aegro você consegue visualizar facilmente as operações e os custos de cada categoria em sua propriedade

Teste por você mesmo o software de gestão agrícola Aegro. Temos algumas opções grátis para você começar agora:

Para a versão completa, fale com um de nossos consultores aqui!

planilha para planejamento da safra de soja Aegro

Conclusão

Neste artigo, vimos a importância do planejamento operacional e como ele pode trazer inúmeros benefícios à nossa fazenda, desde maior fluidez das atividades até maior lucratividade.

Para sua realização correta, é necessário que tenhamos nossa empresa organizada, desde o estoque até a parte financeira. 

Também é fundamental que conheçamos nosso planejamento e como cada atividade é realizada.

Assim, podemos traçar um planejamento operacional sob medida para nossas necessidades, sem elevar os custos e maximizando a eficiência de nossa propriedade.

Você já tentou melhorar o planejamento operacional da sua fazenda? Restou alguma dúvida? Deixe seu comentário abaixo! Grande abraço!

O que é gestão de pessoas e como isso beneficia sua fazenda

O que é gestão de pessoas: Entenda por que ela é importante e veja as dicas para ter mais sucesso com sua equipe!

Para obter alta produtividade, uma lavoura precisa de diversos cuidados.

E, tão importante quanto clima, solo e tecnologia, está o trabalho dos colaboradores da fazenda.

Afinal, a lavoura responde ao manejo, e quem faz todos os manejos são pessoas. No final das contas são as pessoas que importam.

Mas como montar e motivar a equipe de trabalho?

Diversos estudos apontam aumento da rentabilidade de negócios quando utilizadas essas técnicas gerenciais.

Neste artigo, vamos mostrar como fazer uma boa gestão de pessoas e obter mais sucesso com sua equipe. Confira a seguir!

O que é gestão de pessoas nas empresas rurais?

A gestão de pessoas nada mais é que a aplicação de várias estratégias para atrair e manter bons profissionais.

Em empresas rurais, sua aplicação deve ir muito além da básica rotina de pagamentos, faltas e normatizações.

Uma boa gestão de pessoas envolve seleção de funcionários, programas de treinamento e desenvolvimento do capital humano.

Como já dizia o professor Dirceu Gassen e como já citei: a lavoura responde ao manejo, e quem faz todos os manejos são pessoas. No final das contas são as pessoas que importam.

Compreende também avaliação de desempenho (feedback), segurança no trabalho, plano de carreira e programas de participação nos resultados.

A gestão de pessoas nas organizações consiste no trabalho em equipe, que irá trazer benefícios para todos dentro da propriedade, independente do nível hierárquico.

O que é gestão de pessoas
(Fonte: Soften)

Um funcionário que trabalha feliz, motivado, e que se sente bem no ambiente de trabalho, produz mais.

Quando o produtor possui uma boa gestão rural, o trabalhador “veste a camisa” e possui interesse em ver a propriedade crescer.

Deste modo, a gestão de pessoas dentro da fazenda deve possuir estratégias que visem estimular o desenvolvimento profissional.

Isso é possível, por exemplo, incentivando os colaboradores a desenvolverem novas habilidades, de modo que se mantenham na propriedade.

Um trabalhador hábil, eficaz e satisfeito é uma das chaves para a rentabilidade e sucesso da empresa rural!

Além disso, a motivação dos funcionários dentro da propriedade deve ocorrer diariamente, de modo que se sintam reconhecidos e valorizados.

Quando as pessoas se sentem valorizadas, dão o melhor de si, atingindo o objetivo da gestão de pessoas.

Mas como realizar a gestão de pessoas na propriedade? Vou explicar melhor!

Como realizar a gestão de pessoas na sua fazenda

A gestão de pessoas deve ser realizada nos diferentes setores da propriedade, dos funcionários mais antigos aos temporários, independente do nível hierárquico.

planejamento da propriedade é essencial para iniciar a gestão.

Primeiramente, deve-se fazer um levantamento da atual situação da empresa rural, seus pontos positivos, negativos e qual o seu principal objetivo.

Feito isso, o próximo passo é aprofundar o conhecimento da equipe de trabalho. Quais são os pontos fortes e fracos de cada funcionário?

Sabendo isso, o gestor poderá destinar as melhores funções de acordo com o perfil do colaborador.

Deste modo, a execução do trabalho fica mais fácil, pois o trabalhador se sente mais à vontade e pode dar o seu melhor.

Consequentemente, o desempenho do grupo vai melhorar!

Porém, é necessário definir o que é esperado de cada cargo, evitando que um funcionário acabe realizando a função de dois cargos.

Além disso, o gestor precisa saber delegar atividades. Assim, a dinâmica da empresa rural irá fluir e melhores resultados serão alcançados.

Valorize a sua equipe e dê sempre feedback aos colaboradores!

Mostre os pontos positivos e onde cada pessoa pode melhorar.

É preciso também dar espaço para que eles sugiram melhorias na empresa.

Vamos mostrar a seguir as principais dicas para ter uma boa gestão de pessoas na sua empresa rural.

O que é gestão de pessoas
(Fonte: Adaptado de IMC Brasil)

O que é gestão de pessoas: 4 dicas para o sucesso da sua equipe

1º Dica: Comunicação

Uma propriedade que possui boa comunicação evita muitos desencontros de informações.

A adoção de um sistema de comunicação interno na sua empresa rural pode facilitar o diálogo entre todos os cargos.

Além disso, essa prática permite unificar as informações da empresa.

Aproveite a tecnologia disponível para isso! Alguns programas e softwares podem te ajudar nessa comunicação interna.

2º Dica: Motivação

A motivação é o combustível para a realização das atividades. Pessoas motivadas se esforçam mais e trabalham melhor!

Na sua empresa, qual é hoje a maior motivação para um colaborador querer ser selecionado e permanecer no cargo? Pense nisso!

Reconheça o bom trabalho, seja por meio de promoções, treinamentos diferenciados ou aumentos de salários e/ou benefícios.

3º Dica: Treinamento e desenvolvimento

Independente do tamanho da propriedade, invista em cursos de capacitação, treinamentos técnicos e comportamentais para seus colaboradores.

Note quais os cursos seus funcionários gostariam de ter e quais os auxiliariam no dia a dia da sua fazenda.

Elabore um calendário, de modo que esses treinamentos e cursos sejam constantes! O funcionário se sentirá cada vez mais motivado!

Lembre-se que o desenvolvimento e crescimento do colaborador refletem também no crescimento da empresa rural!

O que é gestão de pessoas
Capacitação e aperfeiçoamento: bom para o trabalhador e para a fazenda
(Foto: Marco Ankosqui em Dinheiro Rural)

4º Dica: Trabalho em equipe

O trabalho em equipe é fundamental para o bom funcionamento da fazenda.

Os objetivos de todos os setores deve ser o mesmo, evitando assim as competições entre times, por exemplo.

A atenção com a integração e o trabalho em equipe fazem parte do que é uma boa gestão de pessoas!

Para auxiliar na área de gestão da empresa rural e possibilitar a integração de todos os funcionários, o uso de software novamente entra como uma alternativa!

Agora que já te dei algumas dicas, vamos falar mais sobre o papel do gestor?

O que é gestão de pessoas: como ser um bom gestor

Para aplicar todas as dicas que citei neste artigo, é essencial ser um bom gestor!

Seja o proprietário ou gerente da fazenda, o gestor tem um papel essencial no desenvolvimento de uma equipe de sucesso!

O gestor deve se posicionar como um líder da equipe, não apenas como um chefe.

Um líder ensina, elogia e dá exemplo praticando o que fala.  Ele é um “espelho” para os demais colaboradores da fazenda.

Um líder que inspira irá motivar os funcionários a darem seu melhor sempre!

Escolha ou seja um bom gestor: essa é a chave para o sucesso da gestão!

O que é gestão de pessoas
(Fonte: Universia)

>>Leia mais: “Além da produção agrícola: Liderança e gestão de pessoas na fazenda”

checklist planejamento agrícola Aegro

Conclusão

Neste texto vimoso que é gestão de pessoas, como ela é benéfica para sua propriedade e como ela pode ser realizada em uma empresa rural.

Mostramos também a importância de ter uma equipe motivada e de que forma os colaboradores podem ser mais valorizados.

Você conferiu ainda algumas dicas para o sucesso do seu time e como ser um gestor melhor para a equipe!

Espero que com essas dicas você alcance ainda mais sucesso no gerenciamento de pessoas e na gestão agrícola da sua fazenda!

>>Leia mais:

Quem trabalha no campo, trabalha para todos: Celebre o Dia do Agricultor

Entenda as regras da Norma Regulamentadora 31 para trabalhadores do agro

Como você trabalha a integração da sua equipe hoje? Quer saber mais sobre o que é gestão de pessoas? Deixe seu comentário!

Secagem e armazenamento de grãos: diferentes tipos e custos

Secagem e armazenamento de grãos: veja as diferenças entre secadores, os cálculos dos custos dessas operações e verifique o que realmente compensa.

O processo de secagem e armazenamento de grãos é essencial para evitar perdas após a colheita.

Estima-se que 10% de toda a produção nacional de grãos se perca justamente por problemas nessa etapa.

Compreender qual prática é mais viável para sua lavoura, portanto, reflete ganhos na produção.

Neste artigo apresentamos os secadores mais utilizados e como calcular os custos desse processo para que você tome a melhor decisão!

Secagem e armazenamento de grãos: Por que fazer essa prática conjunta?

O processo correto de secagem e armazenamento de grãos é fundamental para manter a boa qualidade alcançada na colheita.

Isso minimiza riscos na venda do produto enquanto condições impróprias podem comprometer os ganhos da safra inteira.

A secagem adequada evita alterações nos grãos durante o período de armazenagem.

Mas para que essa qualidade seja garantida é fundamental manter unidades armazenadoras de qualidade e alguns cuidados básicos que vamos mostrar para você.

Antes da chegada dos grãos, por exemplo, é preciso limpar a unidade armazenadora para eliminar qualquer possível praga ou doença presentes no ambiente.

Vou explicar melhor esse processo.

secagem e armazenamento de graos
(Fonte: Revista Científica Produção Online)
Processo de armazenagem utilizando sistema de secagem convencional

Armazenamento de grãos

O custo para a desinfecção das unidades é relativamente baixo, comparado aos benefícios que isso pode trazer.

Além disso, verifique sempre qual a umidade dos grãos antes da entrada na unidade armazenadora, pois uma alta umidade pode trazer problemas futuros.

Fatores como a temperatura e a aeração durante o tempo de armazenagem de grãos são fundamentais para o armazenamento correto dos produtos.

Se a unidade de armazenamento está localizada em uma região tropical, a aeração deve ser realizada cuidadosamente e com maiores fluxos de ar.

A combinação de umidade e temperatura elevada intensifica a deterioração dos grãos armazenados.

E como saber qual a umidade e temperatura ideal para o armazenamento?

Isso varia de acordo com a cultura que você vai armazenar e principalmente em qual região a unidade está localizada.

Uma regra básica que você deve seguir é:
UMIDADE RELATIVA DO AR (%) + TEMPERATURA (Co) < 55,5 = ARMAZENAMENTO SEGURO

Diversos estudos indicam que são desejáveis umidade relativa do ar e baixa temperatura para o armazenamento de grãos.

Se você pretende construir uma unidade de armazenamento, vale a pena dar uma olhada na Instrução Normativa Nº 24 do MAPA.

Um bom planejamento é essencial desde a instalação da estrutura até a escolha dos grãos que serão armazenados.

Um ambiente ideal para armazenamento pode ter custo elevado de instalação e manutenção dependendo da região.

Mas esse investimento reflete diretamente na manutenção da produtividade.

Assim, as perdas durante o período de armazenamento acabam sendo mínimas.

YouTube video player

Secagem dos grãos

A colheita dos grãos, em geral, é realizada após o ponto de maturidade fisiológica, quando a umidade ainda é alta.

A secagem é a técnica indicada para o período de pós-colheita, pois reduz o teor de umidade dos grãos a um nível adequado para o armazenamento.

Mas, se realizada de forma incorreta, pode ser prejudicial para a qualidade do grão.

Vou explicar como é ocorre o processo de secagem e como melhorar sua produtividade através dele.

Secagem dos grãos: Como melhorar sua produtividade

A secagem é representada pelo deslocamento de água que ocorre devido às diferenças de potencial hídrico existentes.

Para que aconteçam essas trocas, é necessário que haja diferença de pressão de vapor, em que o movimento da água se dá do sistema de maior para o de menor pressão.

Na prática:
Pressão de vapor do grão > Pressão de vapor do ar = Secagem
Pressão de vapor do grão < Pressão de vapor do ar = Umedecimento
Pressão de vapor do grão = Pressão de vapor do ar = Equilíbrio Higroscópico

3-secagem-e-armazenagem-de-graos

Movimentação de água durante o processo de secagem
(Fonte: Silva et al. em Secretaria da Agricultura RS)

planilha de produtividade da soja

Velocidade e tempo de secagem

A velocidade e o tempo de secagem dependem de alguns fatores como: tamanho dos grãos, umidade relativa, sistema de secagem, teor de água inicial e teor de água pretendido.

Por isso, não é possível dizer exatamente qual o tempo de secagem para cada cultura.

Para você ter uma ideia, vamos exemplificar a diferença entre milho e trigo. O trigo, por apresentar grãos menores, seca mais rapidamente que o milho.

Mas isso pode mudar dependendo do sistema de secagem utilizado!

4-secagem-e-armazenamento-de-graos
Velocidades relativas de secagem para milho e trigo
(Fonte: Silva et al. em  Secretaria da Agricultura RS)

Sistemas de secagem: natural e artificial

A secagem natural é aquela realizada no próprio campo, utilizando-se da radiação solar e temperatura do ar ambiente para redução do teor de água dos grãos.

Esse técnica ainda é bastante utilizada em nosso país, principalmente por pequenos e médios produtores de café, milho e feijão.

A principal vantagem é o baixo custo.

Mas é um método bastante demorado e que depende diretamente das condições climáticas.

Também pode favorecer a ocorrência de pragas agrícolas e microrganismos devido à exposição dos grãos.

Já a secagem artificial consiste no emprego de técnicas que aumentam a velocidade do processo, com uso de secadores.

No mercado encontramos secadores de vários tipos, com diferentes sistemas de trabalho, movidos a gás ou a lenha.

As principais vantagens dos secadores artificiais são a praticidade, melhor qualidade do produto final e maior capacidade de secagem.

Porém, há um custo mais elevado de construção e maior risco de incêndio devido às altas temperaturas.

Independente da técnica escolhida para a secagem, é importante ter planejamento inicial e saber como estimar o custo desse processo.

Abaixo, vou explicar melhor como realizar esse cálculo. Mas, antes, vamos falar mais sobre os métodos e tipos de secagem.

5-secagem-e-armazenamento-de-graos
(Fonte: Embrapa)

Secagem e armazenamento de grãos: secadores contínuos e intermitentes

Os secadores possibilitam estabelecer combinações de movimentação ausente ou presente, da massa de grãos, com a frequência de seu contato com o ar aquecido.

Temos no mercado secadores do tipo contínuos e/ou intermitentes.

Vou explicar melhor como funcionam.

Na secagem do tipo fluxo contínuo, os grãos passam apenas uma vez pelo secador.

Nesse tipo de secador a umidade relativa dos grãos no momento da entrada não deve ultrapassar 18%.

Já na secagem do tipo intermitente os grãos passam diversas vezes pelo secador, pois a umidade relativa deles é elevada, ou seja, acima de 18%.

Antes de utilizar os secadores, é fundamental efetuar a pré-limpeza dos grãos e saber qual o teor de água deles.

>> Leia mais: “Entenda como a umidade do grão de café pode impactar a qualidade do produto final

Secadores cascatas e fluxos cruzados

Os tipos de secadores mais utilizados no mercado são os de cascatas e os de fluxos cruzados.

Os secadores cascata possuem um corpo composto por calhas com extremidades fechadas e abertas forçando a passagem de ar pelos grãos.

Na prática, eles descem entre as calhas e o ar aquecido passa entre as camadas de grãos, diminuindo a umidade de maneira uniforme.

Já nos secadores de fluxos cruzados, os grãos ficam em movimento entre a estrutura composta por metal perfurado.

A circulação de ar desse tipo de secador ocorre de maneira desuniforme. Os grãos posicionados próximos às chapas tendem a secar mais rápido, prejudicando a conservação.

Se você optar por esse tipo de secador, fique atento às altas temperaturas durante todo o processo de secagem.

O desempenho de cada tipo de secador pode variar de acordo com o grão utilizado e propriedades físicas e químicas do grão.

O teor de água, as condições ambientais e tipo de fonte de energia utilizadas também interferem.

Realize o planejamento estratégico e escolha com antecedência qual a melhor opção para sua propriedade.

armazenagem-secagem-grãos
(Fonte: Silva e De Grand, 1998)

Como calcular o custo da secagem e armazenamento de grãos?

Entender todos os custos envolvidos na sua produção é essencial para uma boa gestão agrícola.

Assim você pode analisar e comparar os custos e benefícios gerados por esses itens!

Para descobrir qual o custo desse manejo em seus grãos, utilize esse cálculo:

CT: Ccs+ Cv+ Cf

Entenda a equação:
CT: Custo total
Ccs: Custo do combustível (R$.m3/produto)
Cv: Custo do ventilador (R$.m3/produto)
Cf: Custo Fixo (R$.m3/produto)

Após chegar ao valor, verifique o quanto gastaria com aluguel ou manutenção dos silos para armazenagem.

Coloque esses valores em uma planilha e analise qual a participação da secagem e armazenamento de grãos dentro do seu custo total de produção.

Conclusão

Como você pôde conferir, a secagem e armazenamento de grãos, quando realizadas de maneira correta, podem garantir sua produtividade.

Aqui vimos a importância da utilização dessas duas técnicas em conjunto e como realizá-las!

Também discutimos as principais vantagens e desvantagens da secagem artificial e natural e quais as condições ideais para o armazenamento de grãos.

Ainda pôde conferir como calcular os custos da utilização dessas técnicas. Aproveite esses conhecimentos e confira o que realmente compensa na sua realidade!

>> Leia Mais:

7 pragas de armazenamento de grãos para você combater
Como negociar preços mesmo sendo pequeno produtor através da gestão agrícola
Software rural no sucesso da Lavoura: a história de um produtor de Mato Grosso
Qual o teor de umidade de armazenamento da soja?

Você realiza a secagem e armazenamento de grãos na sua propriedade? Utiliza a secagem natural ou artificial? Deixe seu comentário abaixo!

Fatores que tornam seu solo mais fértil

O que torna o solo fértil? O que o torna infértil? Como conseguir melhor a fertilidade e assim melhorar a produção agrícola? Veja essas e outras informações no artigo a seguir:

Segundo relatório da FAO, 33% dos solos do mundo estão degradados, com perda de fertilidade e, consequentemente, produtividade.

No caso dos solos brasileiros, os principais problemas são a erosão, perda de carbono orgânico, e o desequilíbrio de nutrientes.

Apesar dos dados alarmantes, todos nós podemos tomar medidas para evitar essa degradação e tornar o solo mais fértil.

Aqui neste texto reunimos as principais dicas e informações sobre a fertilidade do solo para que você mantenha seu solo fértil e também produtivo! Confira:

O que torna o solo fértil e a importância disso na agricultura

Como sabemos, o solo é imprescindível para as atividades agrícolas, fornecendo nutrientes e água para as plantas.

Por isso, é muito importante você conhecer o solo da sua fazenda.

Um solo fértil é aquele que tem nutrientes para suprir as necessidades das plantas.

Assim, um solo infértil pode trazer muitos prejuízos, como disse José Graziano da Silva, diretor-geral da FAO:

A perda de solos produtivos prejudica gravemente a produção de alimentos e a segurança alimentar, amplifica a volatilidade dos preços dos alimentos e, potencialmente, mergulha milhões de pessoas à fome e à pobreza

o que torna o solo fértil

(Fonte: FAO)

A importância disso para o Brasil é ainda maior, já que o agronegócio em 2016 representou em torno de 23% do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil.

O que torna o solo fértil é primeiro determinado na formação do mesmo, como vamos discutir a seguir:

A formação dos solos influencia na fertilidade

A formação do solo inicia-se com o intemperismo do material de origem dos solos, ou seja, são fenômenos físicos, químicos e biológicos que agem sobre o material de origem.

Assim, o material de origem do solo, normalmente as rochas, sofrem ação do clima e dos organismos em um período de tempo para dar origem ao solo.

E é isso a causa dos diferentes tipos de solo. Veja os principais aspectos que afetam esse processo:

  • Material de origem: rochas ou resíduos vegetais;
  • Clima da região: precipitação e temperatura;
  • Relevo;
  • Organismos;
  • Tempo.

Dependendo desses fatores, e do grau de intemperismo, o solo formado será mais ou menos fértil.

A maioria dos solos brasileiros, por exemplo, não conseguem suprir por si só as necessidades nutricionais das plantas, sendo pouco férteis em geral.

Isso porque os solos já sofreram muito intemperismo, se constituindo em solos ácidos e com poucos nutrientes.

Por isso a calagem, gessagem e adubação são fundamentais para a nossa produção agrícola.

>>Leia mais: “Rochagem: Como essa prática pode beneficiar sua lavoura

A relação entre a classificação do solo e o que torna o  solo fértil

A classificação de um solo é obtida a partir da avaliação dos dados morfológicos, físicos, químicos e mineralógicos do perfil que o representam.

Veja algumas características e propriedades dos solos que são utilizadas para sua classificação:

  • Cor: relação com a formação dos solos;
  • Hidromorfismo: refere-se à superficialidade do lençol freático, indicando que o solo está permanentemente ou sazonalmente saturado por água;
  • pH: indica a acidez do solo;
  • Textura: proporção dos particulados do solo determinados de acordo com suas dimensões (granulometria): areia (mais grosseira), silte (intermediário) e argila (mais fina);
  • CTC (Capacidade de Troca de Cátions);
  • Matéria orgânica e material mineral.

Para classificar os solos brasileiros, a Embrapa desenvolveu um livro: Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS).

2-o-que-torna-solo-fértil

(Fonte: Embrapa)

Nesse sentido, pela classificação do solo já podemos ter uma ideia de sua fertilidade.

Isso porque muitos desses fatores de classificação são o que torna o solo fértil ou não.

Como por exemplo, um solo arenoso terá menor CTC, com menor capacidade de reter nutrientes.

No entanto, a definição da qualidade do solo não é simples. Há complexidade de fatores envolvidos, além de que o solo não é consumido diretamente pelo homem e animais.

Assim, temos alguns indicadores da qualidade do solo que classificam o mesmo:

 Indicadores da qualidade do solo 

  • Indicadores Físicos: densidade, porosidade, textura, compactação, etc.
  • Químicos: pH, capacidade da troca de cátions (CTC), salinidade, etc.
  • Biológicos: matéria orgânica, diversidade de microrganismos, atividade microbiológica, etc.
  • Visuais: observação do solo, de fotografias aéreas, resposta da planta no solo e outros.

Desse modo, que quanto maior a qualidade do solo, maior será a capacidade de nutrir as plantas e, consequentemente, maior a fertilidade.

Você se recorda o que é CTC?

CTC é a Capacidade de Troca Catiônica, ou seja, é uma medida da capacidade de troca de cátions que um solo possui.

Para te explicar melhor sobre CTC, lembre-se que as partículas do solo na sua superfície possuem carga negativa e essas cargas negativas atraem carga positiva (cátions), como exemplo, Ca²+, Mg²+ e K+.

Veja mais sobre este tema: Entenda porque você precisa saber sobre a CTC do seu solo.

Agora que conhecemos mais sobre os horizontes e propriedades do solo, vamos falar de fertilidade e infertilidade do solo.

Fertilidade x Produtividade do solo

Você já escutou que um solo pode ser fértil e não ser produtivo?

O que torna o solo fértil é o fato do mesmo possuir os nutrientes essenciais em quantidades adequadas e balanceadas para as plantas.

Já um solo produtivo é caracterizado por um solo fértil e que também apresenta outros fatores. A ausência de elementos tóxicos e estar em um local com clima favorável ao desenvolvimento da planta são exemplo desses fatores.

Assim, nem sempre um solo fértil é também produtivo.

Além disso, como já comentamos, muitos solos podem não ser naturalmente férteis.

A baixa fertilidade por causas naturais está relacionado especialmente à gênese (formação) do solo e o intemperismo.

Chuvas e precipitações elevadas favorecem o processo de formação do solo, assim, ficam muito intemperizados, ficando com baixa fertilidade.

Desse modo, regiões tropicais, como o Brasil, é favorecida pelo intemperismo, tendo condições de alta temperatura e precipitações.

Em alguns casos um solo fértil pode perder a fertilidade por manejo inadequado, resultando em erosão, desequilíbrio de nutrientes e outros.

Pode também ocorrer exaustão de nutrientes do solo provocada pelas retiradas pelas culturas, especialmente devido a intensificação da produção.

Afinal, há cada vez mais pessoas no planeta, pressionando a maior produção de alimentos.

3-o-que-torna-o-solo-fértil

(Fonte: FAO)

Mas podemos produzir mais sem degradar os solo. Veja a seguir as razões para a infertilidade do solo e logo depois como contorná-las:

Causas da infertilidade do solo

  • Falta de planejamento agrícola e financeiro;
  • Uso excessivo de adubos químico e não realizar análise prévia do solo;
  • Manejo ou rotação errôneas das culturas;
  • Doses desequilibradas de adubos;
  • Erosão do solo, lixiviação e/ou volatilização de nutrientes;
  • Salinização (uso inadequado de produtos);
  • Redução da atividade microbiana;
  • Acidez;
  • Compactação do solo.

A compactação do solo é uma importante causa da infertilidade do solo que é comum nas áreas.

Isso compromete a produtividade da sua cultura, como mostrado na imagem abaixo.

4-o-que-torna-o-solo-fértil

(Fonte: Rural Pecuária)

No entanto, podemos realizar algumas técnicas para tornar o solo fértil ou não deixar que ele se torna infértil. Para isso, confira as dicas a seguir:

O que torna o solo fértil? Veja 8 dicas para isso

1ª Dica: Planejamento agrícola

Em todas as atividades na sua propriedade, você precisa de planejamento.

Uma propriedade bem planejada pode trazer mais lucro e também tornar a administração mais fácil.

Assim, esse é o primeiro, e uma das principais dicas sobre o que torna o solo fértil.

Você pode ver como começar um planejamento simples e rápido neste artigo.

aegro

Lembre-se, que sua fazenda é o seu negócio, por isso, você precisa de uma gestão rural eficiente.

2ª Dica: Análise do solo

Esta dica, também considero muito importante e também deve ser realizada em toda propriedade rural.

Como já citei no início do texto, você deve conhecer o solo da sua propriedade agrícola.

Para isso, é necessário realizar a análise do solo.

Assim, entre os primeiros passos do planejamento da sua lavoura é a realização da análise do solo.

É com ela que veremos as quantidades dos nutrientes disponíveis no solo. Além do mais, ela permite avaliar as propriedades químicas, físicas e biológicas do solo que são importantes para a fertilidade de solo e nutrição das plantas.

Dessa forma, você determina o que precisa colocar no seu solo para determinada cultura, sem desperdícios e gerando ganhos na produtividade.

Para te auxiliar na análise do solo, não se esqueça de procurar um(a) engenheiro(a) agrônomo(a).

Para saber mais sobre análise de solo você pode ler este texto: Qual melhor momento para fazer a análise de solo.

3ª Dica: Calagem

Outra dica que você pode realizar na sua propriedade é a calagem, que é uma prática agrícola de aplicação de calcário.

A calagem é extremamente relevante em solos ácidos, como os de regiões tropicais.

Veja alguns benefícios da calagem:

  • Elimina a acidez do solo;
  • Fornece cálcio e magnésio;
  • Estimula o crescimento radicular (Ca);
  • Aumenta a disponibilidade de fósforo;
  • Reduz disponibilidade de alumínio e manganês;
  • Aumenta a mineralização da matéria orgânica;
  • Aumenta a agregação do solo, podendo reduzir a compactação

Se você ficou com dúvidas de como realizar essa prática veja este artigo sobre o cálculo da calagem.

4ª Dica: Adubação

Para repor os nutrientes que foram retirados pela cultura do solo, você deve realizar a adubação.

Para isso, como já discutimos, é essencial a análise de solo.

Uma observação é muito importante: deve-se realizar um recomendação equilibrada, qualitativa e quantitativa: Lei do mínimo de Liebig (imagem abaixo).

6-liebig-analise-solo

(Fonte: IB USP adaptado de Lepch, 1976)

Então, não adianta você somente colocar um nutriente no solo e faltar outros. O importante é o equilíbrio.

Por isso, avalie bem seu solo, cultura e condições climáticas. Você pode ver mais sobre adubação de potássica em soja aqui e adubação foliar neste outro artigo.

Veja também: “Tipos de adubos químicos na cultura da soja“.

5ª Dica: Verifique a necessidade de gessagem

Muitas vezes, é preciso melhorar as camadas subsuperficiais do solo. Para melhorar essas camadas, você pode aplicar gesso agrícola (gessagem).

O gesso (CaSO4 – sulfato de cálcio) é fonte de cálcio (20%) e enxofre (15-18%) para o solo.

Para melhorar as camadas subsuperficiais do solo, o sulfato reage com o alumínio. Isso diminui a toxidez de alumínio para as plantas e possibilita o aumento do sistema radicular das plantas.

Alguns benefícios da gessagem:

  • Aumenta o sistema radicular em profundidade;
  • Fornecimento de cálcio em profundidade;
  • Redução da saturação de alumínio em subsuperfície;
  • Maior absorção de nutrientes e água.

Assim, fica claro que a gessagem é uma dica importante sobre o que torna o solo fértil.

Fiz um texto sobre gessagem, que fala sobre cálculo e como realizar a gessagem: Gessagem: Tudo o que você precisa saber sobre esta prática agrícola.

6ª Dica: Sistema de Plantio Direto (SPD)

Um manejo que você pode utilizar na sua propriedade e melhorar as condições do solo é o Sistema de Plantio Direto (SPD).

O SPD é manejado com o revolvimento mínimo do solo, mantendo o solo coberto por meio de palhada ou plantas vivas, com a diversificação das culturas.

Este sistema é importante para a fertilidade do solo por favorecer a microbiota do solo, matéria orgânica, melhor estruturação do solo (agregados), redução do processo erosivo e outros.

O SPD é um sistema bastante importante nos solos do Cerrado.

Quer saber mais sobre plantio direto e fertilidade do solo, veja este texto.

7ª Dica: Adubação verde ou cultura de cobertura

Outras práticas agrícolas que você pode realizar na sua propriedade é a adubação verde ou cultura de cobertura.

A adubação verde é uma prática agrícola que algumas espécies de plantas são plantadas e depois em um determinado estágio de desenvolvimento são incorporadas no solo.

Já as plantas de cobertura ficam no solo para formar uma camada protetora, que levará mais tempo para se decompor e disponibilizar os nutrientes no solo.

Veja algumas vantagens da adubação verde que estão relacionados com à fertilidade do solo:

  • Aumento da capacidade de armazenamento de água no solo;
  • Descompactação do solo;
  • Melhora o impacto causado pela água da chuva;
  • Aumento da atividade biológica do solo;
  • Reciclagem de nutrientes;
  • Aumento do incremento de nitrogênio;
  • Aumento do teor de fitomassa.
7-o-que-torna-solo-o-fertil

(Fonte: Agroecologia)

Ficou com dúvidas sobre qual leguminosa escolher para a adubação verde? Veja este texto: Qual a melhor leguminosa para fazer sua adubação verde.

8ª Dica: Agricultura de Precisão

A Agricultura de Precisão pode te ajudar com as atividades agrícolas de amostragem do solo, aplicação de calcário, gesso agrícola ou na adubação do solo.

Por isso, ela é a minha oitava dica sobre o que torna o solo fértil.

A Agricultura de Precisão (AP) é um manejo diferenciado da sua lavoura, pensando que as áreas não são uniformes.

Então, AP busca otimizar e aproveitar melhor cada porção da sua propriedade, assim, considera que cada porção da sua fazenda é diferente.

Assim, você melhora a sua amostragem de solo, além disso, otimiza as operações como calagem, gessagem e adubação da sua lavoura.

Conclusão

Neste texto foram discutidas sobre de o que torna o solo fértil na agricultura e sobre a formação dos solos.

Além disso, foi abordado como um solo pode se tornar infértil e algumas causas para isto.

Também foi discutido algumas dicas para melhorar a fertilidade do solo da sua propriedade agrícola.

Lembre-se especialmente das duas primeiras dicas para melhorar a fertilidade do solo que considero essenciais: planejamento e análise do solo.

Desse modo, trabalhar a fertilidade do seu solo é um ótimo começo do seu planejamento e pode resultar em ótimas produtividades.

>> Leia mais:
Saiba as consequências das queimadas no solo e os impactos para a agricultura

Você já conhecia o que torna o solo fértil? Você sabe se o seu solo está fértil? Utiliza análise de solo na sua propriedade? Restou alguma dúvida? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Semente de milho: como escolher a ideal para sua lavoura

Atualizado em 22 de junho de 2022.

Semente de milho: saiba como escolher, como fazer o tratamento, recomendações antes do plantio e muito mais!

Para a lavoura de milho obter alta produção, diversos pontos devem ser observados. Um dos primeiros e principais é a escolha da semente.

Saber quais são os tipos de semente de milho, como escolher a melhor e quais cuidados tomar antes do plantio é essencial.

Neste texto, mostramos os pontos fundamentais que devem estar no seu planejamento, antes mesmo de semear o milho. Confira!

Diferença entre sementes e grãos de milho

Sementes e grãos de milho não são a mesma coisa. As sementes são armazenadas com umidade entre 10% e 12%, porque o interesse principal é a germinação. O grão de milho é o fruto da planta e, por sua vez, podem apresentar umidade abaixo de 10%. Afinal, o interesse é o consumo.

Quando sementes são armazenadas, elas podem parecer mortas, mas não estão. Sua atividade metabólica é baixa, com baixa taxa de respiração. Isso acontece para manterem as propriedades fisiológicas, químicas e metabólicas adequadas para a germinação.

Além disso, produzir sementes e produzir grãos de milho exigem manejos diferentes.

Para produzir sementes, principalmente híbridos de milho, diversos passos devem ser seguidos: retirada dos pendões, eliminação de plantas indesejadas, distância de local de produção de milho, controle rigoroso de pragas e doenças, entre outros.

Na produção de grãos há o controle de plantas daninhas, pragas e doenças, mas não é necessário a retirada do pendão. Também não há necessidade de distância entre campos de produção, e não há problema de contaminação entre os híbridos e entre as variedades.

Esquema que mostra as diferenças de porte de milho de diferentes linhagens
Exemplo de produção de híbrido duplo de milho
(Fonte: Embrapa)

Qual a melhor semente de milho para plantar?

A melhor semente de milho para plantar é aquela que apresenta vigor alto e possibilidade de germinar rápida e uniformemente. A plântula deve crescer rapidamente quando em condições climáticas normais. Além disso, atributos genéticos e sanitários também são essenciais.

Veja abaixo alguns fatores que compõem estes atributos e garantem alta qualidade de sementes:

Grau de pureza (P%)

O grau de pureza da semente de milho diz respeito à pureza física do lote. Sementes puras apresentam alta qualidade física e genética (apenas sementes com características do híbrido em análise).

Isso significa que as sementes não devem apresentar impurezas como:

  • palhas;
  • folhas;
  • sementes de plantas daninhas;
  • sementes de outras culturas;
  • sementes de milho, mas de outra variedade, etc.

Sanidade dos grãos

Sementes sadias são aquelas que não contêm insetos, fungos, vírus e bactérias. Também são aquelas que tenham passado por tratamento de sementes com produtos químicos, reduzindo a infestação e/ou infecção.

Semente de milho doente e sadia, lado a lado. As sementes doentes apresentam coloração mais escura, com manchas pretas.
A. Sementes doentes; B. Sementes sadias
(Fonte: Rodrigo Véras em Agricultura no Brasil)

Vigor da semente de milho

Para que uma semente seja considerada de alta qualidade, não basta apenas germinar. A boa semente de milho tem que ter alto vigor.

O estabelecimento final do estande de sementes vigorosas constitui alicerce para obtenção de plantas com alto grau de tolerância a estresses. As sementes com vigor também geram maior produtividade.

Germinação (G%)

É a quantidade de sementes que germinam sob condições ambientais adequadas. É expressa em porcentagem.

Viabilidade

É expressa em termos de percentagem de sementes vivas capazes de germinar. É semelhante a germinação, mas vale lembrar que nem toda semente viável irá germinar.

Tipos de sementes de milho 

As sementes de milho para o plantio podem ser híbridas (simples, duplo, triplo, híbrido simples modificado ou triplo modificado) ou variedades. Os híbridos de milho apresentam maior uniformidade da lavoura, maior tecnologia e produtividade. As variedades são aquelas geradas pelo cruzamento natural das plantas da mesma linhagem.

As variedades de milho apresentam potencial produtivo menor em comparação com os híbridos.

Uma vantagem do milho variedade é que seu material é geneticamente estável. Ele pode ser multiplicado e semeado em várias safras sem perda de produtividade. Isso não pode ser feito com milhos híbridos.

Devido à sua multiplicação, o milho variedade é indicado para pequenos produtores.

Os híbridos de milho podem ser de três tipos: simples, duplo e triplo.

Os híbridos simples são aqueles resultantes do cruzamento de 2 linhagens puras. São recomendados para produtores que utilizam alta tecnologia, e apresentam maior potencial produtivo entre os tipos de híbridos.

O híbrido duplo é resultado do cruzamento de dois híbridos simples. É indicado para produtores com média tecnologia. Dentre os três tipos de híbridos, é o que apresenta menor potencial produtivo.

Ao cruzar um híbrido simples com uma linhagem pura se obtém sementes de milho de híbrido triplo. Elas são recomendadas para altas e médias tecnologias.

Há ainda as sementes de milho transgênicas, que são entradas em híbridos de milho.

Existem sementes de milho convencional e milho transgênico. O milho transgênico é uma semente de milho convencional com a transgenia: inserção de um ou mais genes de outras espécies no genótipo escolhido.

A inserção de genes que conferem resistência ou tolerância no milho são cada vez mais usados nas lavouras.

Características de semente de milho transgênico, sendo a principal a resistencia a herbicidas e insetos.
Características dos eventos de milhos  transgênicos aprovados
(Fonte: CropLife)

Como escolher a melhor semente de milho

A escolha da semente deve considerar diversos aspectos, e o primeiro deles é a finalidade do milho. Há sementes de híbridos e variedades ideais para:

  • Grãos;
  • Milho verde;
  • Silagem;
  • Pipoca;
  • Canjica;

Com a finalidade definida, você precisa avaliar:

  • sua região;
  • qual melhor híbrido ou variedade recomendadas;
  • época de plantio do milho;
  • se o milho será safra ou safrinha;
  • duração do ciclo;
  • se o milho é precoce, médio ou tardio;
  • a resistência a pragas e doenças;
  • tolerância à geada e seca.

Estas são algumas das observações a serem feitas durante o planejamento de safra. Todos esses fatores te ajudam a determinar a melhor semente a ser comprada. Além disso, é importante investir em sementes de milho certificadas.

A certificação de sementes é o processo de produção controlado por um órgão competente. É por meio desse órgão que você tem a garantia de que sua semente foi produzida de forma correta. 

Você pode saber de onde a semente veio (origem genética), e se ela cumpre com todas as condições (fisiológicas, genéticas e sanitárias e físicas) estabelecidas.

Se você comprou uma semente certificada, pode ser certeza que elas foram produzidas dentro de um padrão confiável  de controle de qualidade garantido. A semente nesse caso é considerada própria para o uso. Evite sementes piratas.

Tratamento industrial de sementes de milho

O tratamento de sementes é o processo de aplicação de produtos químicos ou organismos às sementes. Esses produtos auxiliam na nutrição da planta e/ou previnem o ataque de doenças e pragas do solo.

O tratamento industrial de semente é mais recomendado por ser realizado em um ambiente totalmente preparado e controlado. Isso te proporciona a garantia do processo de forma eficaz.

Além disso, o tratamento industrial das sementes pode gerar economia com defensivos agrícolas e economia de tempo.

Outro ponto importante é a qualidade do tratamento industrial. Todas as sementes apresentam recobrimento uniforme.

Cuidados com as sementes no pré-plantio de milho

Antes de iniciar o plantio, para garantir que suas sementes estarão com a qualidade desejada, é necessário tomar três cuidados fundamentais: o transporte, o armazenamento e o teste de germinação.

Transporte das sementes

Após a compra das sementes, tome cuidado com o transporte delas. As sementes são vivas e necessitam de cuidados para que possam germinar e formar uma plântula saudável.

No transporte, evite danos às embalagens de sementes, não empilhe muitos sacos ou bags e  não jogue as embalagens de sementes. Isso serve para evitar danos mecânicos, que podem matar as sementes.

Além disso, proteja as sementes do calor, alta umidade e de chuvas. Tudo isso prejudica a germinação e vigor das sementes.

Armazenamento da semente de milho

Com o passar do tempo, as sementes perdem seu vigor e potencial germinativo. Existem condições apropriadas de armazenamento que prolongam sua viabilidade, como temperatura amena e umidade adequada.

Os armazéns são os responsáveis por fornecer um ambiente apropriado para guardar suas sementes. Nos locais de produção, estes ambientes são controlados rigorosamente para que a semente chegue na fazenda com alto potencial.

Entretanto, pode ocorrer da empresa, devido a logística e espaço, entregar as sementes que você comprou muito antes da semeadura. Caso isso aconteça, mantenha o espaço de armazenamento limpo e organizado.

Isso vai evitar contato com pragas e patógenos do lugar. Mas mesmo com armazenamento adequado, fique sempre de olho na proliferação de diferentes tipos de insetos, fungos e outras pragas.

pragas em sementes de milho
(Fonte: Equipe BeefPoint)

Mudança de temperatura e umidade das sementes favorecem o aparecimento de pragas onde você menos espera. Por isso, acompanhe o armazenamento de perto.

Teste de germinação

Saber a qualidade das sementes antes de semear é fundamental.

Caso as embalagens de sementes venham danificadas ou a aparência das sementes esteja incomum, é recomendável avisar à empresa que comercializou as sementes.

Neste caso, peça para mandarem uma amostra do lote de sementes para realizar o teste de germinação em laboratórios especializados. Isso vai te garantir que não houve danos nas sementes.

Se você recebeu as sementes corretamente e quer testar a germinação, você pode realizar o seguinte procedimento: 

Cuidados no Armazenamento e Teste de Emergência em Canteiros

Se a germinação for muito diferente da apresentada no certificado de análise, você tem o direito de reclamar da empresa que adquiriu as sementes. A sua produtividade depende de uma semente de alta qualidade.

banner da planilha de produtividade da lavoura de milho

Custo x benefício na compra de sementes de milho

Para a produção de sementes, o manejo deve ser rigoroso. Assim, a semente produzida terá todos os atributos adequados para comercialização. Isso gera um custo mais elevado de venda, principalmente de híbrido simples, triplo e duplo, respectivamente.

Porém, esse custo gera resultados no final da produção. Estudos realizados com uso de sementes com alto vigor e baixo vigor mostraram que a produtividade foi superior para sementes vigorosas, com plantas homogêneas.

Com maior produção, o gasto na compra de sementes certificadas irá retornar para o seu bolso.

Mas atenção! Não basta somente comprar sementes de qualidade. O manejo durante o desenvolvimento da lavoura é fundamental para que a planta expresse seu potencial produtivo.

Como plantar milho

Independente da época de semeadura, o espaçamento mais utilizado no milho é 45 cm a 50 cm entre linhas. A densidade varia de acordo com a recomendação de cada híbrido ou variedade, sendo geralmente de 30 a 90 mil plantas por hectare.

Outro ponto importante no momento da semeadura é a profundidade. Em solos arenosos, é recomendado colocar as sementes de 5 cm a 8 cm. Já nos solos argilosos, a semeadura pode ser mais superficial, entre 3 cm a 5 cm.

É importante lembrar que o milho é uma cultura que no Brasil é cultivada em duas épocas, a época da safra e da safrinha. Na safra, as condições de luminosidade, umidade e temperatura são ideais para a cultura. 

Na maioria das regiões, a época de semeadura do milho safra é realizada de outubro a dezembro. Na região Sul, a semeadura ocorre no final de agosto, e no Nordeste, apenas em janeiro.

A safrinha acontece logo após a safra.  Nesta época, as condições não são ideais iguais às obtidas na safra. Porém, com avanço tecnológico, houve aumento da área de produção e de produtividade do milho segunda safra.

Conclusão

As sementes de milho analisadas, certificadas e com garantia de germinação determinam, sem dúvida, o êxito da sua plantação.

Existem diferentes tipos de sementes de milho e para diferentes finalidades. Acertar nessa escolha é importante. O custo pode ser elevado em comparação com sementes não certificadas, mas vale a pena pela rentabilidade que você  terá.

No momento da compra de suas sementes, considere esses cuidados antes da tomada de decisão e boa safra!

Gostou do artigo? Tem mais alguma coisa que você verifica na compra de sementes que não citei? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Foto da redatora Carina, no meio de uma plantação

Atualizado em 22 de junho de 2022, por Carina Oliveira.

Carina é engenheira-agrônoma formada pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), mestre em Sistemas de Produção (Unesp), e doutora em Fitotecnia pela Esalq-USP.

Tudo o que você precisa saber para fazer sua lista de defensivos agrícolas na pré-safra

Lista de defensivos agrícolas: Quais dúvidas você tem na hora de elaborar a sua? Neste artigo explicamos o passo a passo para não errar mais.

Está chegando a hora de começar mais um ciclo de cultivo. O solo já está para ser preparado, ou a cobertura morta já está sendo formada. Os vizinhos estão comentando sobre as sementes, adubos e, claro, os defensivos.

Se você não sabe por onde começar  no planejamento da safra, nem como fazê-lo, não se preocupe, a maioria dos produtores se sente assim.

O fato é que a agricultura demanda muito trabalho e é completamente normal esse sentimento.

Mas hoje eu posso te ajudar, pelo menos quanto aos defensivos agrícolas!

Hoje vamos conversar sobre sua lista de defensivos agrícolas e como fazê-la da melhor forma, conseguindo ótimos resultados para sua lavoura e, claro, seu negócio!

Lista de defensivos agrícolas: Quando comprar?

Se atente para ao mercado, acompanhando a flutuação dos preços. Geralmente o valor cai fora do período da safra, já que a procura é menor nesse momento.

Historicamente, a venda de defensivos, e também os custos, são maiores no segundo semestre ano, quando a safra de verão é iniciada.

A compra antecipada de defensivos e outros insumos é uma prática que vem crescendo, especialmente quando o câmbio se apresenta favorável antes do começo da safra. Por isso, além do mercado nacional fique de olho no câmbio.

Nós falamos sobre aplicativos que te ajudam nisso, além de outras ferramentas, no artigo abaixo, vale a pena conferir.

>> 5 Aplicativos Para Planejamento Agrícola Que Você Deveria Conhecer

O crescimento da compra antecipada de insumos é uma prova do maior planejamento dos produtores rurais nos últimos anos.

Conhecendo o seu campo e fazendo o planejamento com certa antecedência, você poderá ter uma maior janela de tempo para a procura de melhores preços, podendo antecipar ou não suas compras.

Como sei quais defensivos comprar?

Isso você vai saber por meio do monitoramento e histórico da área, e melhor será sua estimativa quanto mais detalhado for seu planejamento agrícola, como separar sua área por talhão.

Confira como fazer isso e fazer uma lista de defensivos agrícolas muito mais assertiva:

Monitoramento

Esse ponto já foi abordado em outro artigo meu aqui no blog, que listo abaixo. Mas é sempre bom reforçar esse aspecto.

>> 5 dicas infalíveis para uma aplicação de defensivos agrícolas mais eficaz

O monitoramento é simplesmente ir para o campo e ver o que está acontecendo. Você com certeza já faz isso, mas é preciso fazer com uma certa frequência e registrar  o que você encontra.

monitoramento-aegro

Monitoramento de pragas feito em Aegro

(Fonte: Aegro)

Histórico da área

Os registros dos monitoramentos das safras passadas resultarão no histórico da sua propriedade.

Por isso que para saber na pré-safra o que utilizar e quanto utilizar você verifica o histórico da área, já que não há cultura para fazer o monitoramento.

Com o registro de monitoramentos anteriores (histórico da área) você tem certeza de quais produtos precisa.

E com as observações sobre o nível de infestação das invasoras, insetos ou doenças, também é possível estimar a dose que será usada.

Isso porque os problemas de uma safra, provavelmente serão os mesmos da próxima.

Especialmente se for a mesma cultura de alguma safra anterior que você tenha registros, ou se as pragas atacarem as mesmas culturas que você cultivou e vai cultivar.

Com as informações de dose por hectare e sabendo quantos hectares você plantará, fica fácil estimar de quantos litros de cada produto você precisa comprar.

Recomendo que você coloque 10% a mais nessa conta, em caso de maiores infestações no momento da aplicação ou de outros imprevistos.

Detalhe seu planejamento agrícola e financeiro por talhão

Como já falamos aqui, sobre a importância do planejamento agrícola,  saber o que já foi feito em cada talhão nos últimos anos também é fundamental.

Isso lhe dá uma direção antecipadamente de quais defensivos devem ou não serem utilizados. Isso também fará você entender como está seu solo, pragas, etc.

Ou seja: entender sua propriedade.

Se você já utiliza agricultura de precisão, parabéns! Você está um passo à frente.

Lembre-se de anotar nos seus monitoramentos a eficácia dos produtos também, já que se determinado defensivo vem perdendo a eficácia ao longo dos anos, é melhor escolher outros produtos.

Ressaltando ainda a necessidade de rotacionar os defensivos mesmo que não venham perdendo a eficiência, no sentido de prevenir a seleção de pragas resistentes a defensivos.

Se você tem dúvidas sobre resistência a defensivos agrícolas recomendo a leitura:

Onde consultar os defensivos agrícolas permitidos?

No Brasil, o processo de registro de um defensivo envolve avaliação toxicológica, que é de responsabilidade da Anvisa e do Ministério da Saúde.

Bem como avaliação ambiental, responsabilidade do Ibama e do Ministério do Meio Ambiente.

Além da avaliação agronômica, que avalia a eficácia contra as pragas-alvo, e a seletividade para as plantas cultivadas, que é realizada pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento.

Ou seja, são amplamente estudados e testados, para serem seguros e eficazes na proteção da lavoura. Atualmente o número produtos comerciais com registro para uso no Brasil é de 1868. Todos estes passaram por essas avaliações citadas anteriormente.

O portal Agrofit do MAPA traz a relação de todos os produtos com registro para uso no Brasil.

É possível fazer a busca por classe de defensivo, praga agrícolas, cultura, etc. Eu já falei sobre isso em outro artigo meu. Você pode usar o Agrofit como sua base de busca.

Mas sempre consulte um engenheiro(a) agrônomo(a), pois só ele pode fazer a recomendação adequada e o receituário agronômico para a compra dos produtos.

planilha de compras de insumos

Comprar defensivos de marca ou genéricos?

Só sobre este ponto dá para falar muita coisa, é um tema difícil e até polêmico.

Mesmo sendo polêmico, falamos sobre isso neste artigo:

>>”Defensivos agrícolas genéricos ou de marca: a batalha definitiva do que usar na sua propriedade

Por exemplo, você vai usar glifosato em sua lavoura, serão duas aplicações em uma área de 100 ha.

Você já definiu a dose, agora resta o produto comercial. Então faz uma busca no Agrofit.

lista de defensivos agrícolas na agrofit

Vamos então ao resultado da busca!

agrofit-2

São 81 produtos comerciais a base de glifosato, com registro para uso em soja, agora qual usar?

Isto acontece não apenas para o glifosato, diversos outros produtos possuem várias marcas comerciais, de diferentes empresas.

Desde empresas consagradas, até pequenas empresas de produtos genéricos.

De um lado você tem as grandes empresas, o custo para o lançamento de um novo produto é altíssimo.

Estudo da consultoria McDougall estimou o custo para o ano de 2008, desde a descoberta da molécula até o registro, em US$ 256 milhões.

Isso em 2008, hoje esse valor é bem maior. Assim isso ajuda a explicar por que muitas vezes os produtos são caros.

De outro lado, em 2015 segundo dados do SINDIVEG, 75% das importações de defensivos feitas pelo Brasil foram de defensivos genéricos.

Isto devido a redução nos custos de produção. Os defensivos genéricos representam menores custos de produção.

O importante é se informar e conhecer suas necessidades para escolher o que for mais indicado para sua propriedade.

Independente da marca a ser escolhida, siga as recomendações da bula e busque assistência técnica de qualidade.

Controle de estoque

Parece básico, e na realidade é! Só que ainda tem muito produtor que não tem controle dos defensivos em seu estoque.

Como já falamos, o monitoramento e histórico da área são essenciais na hora da definição de quais produtos e qual quantidade comprar.

Isso ajuda, a saber, a quantidade a ser comprada ainda nesta safra, e na próxima. Já pensou chegar na hora de aplicar o seu inseticida e descobrir que não tem a quantidade suficiente?

Pode acontecer ainda de o produto estar em falta no mercado, e ainda com preços mais altos. Por isso o planejamento é fundamental!

Mas para você ter um estoque muito mais fácil e simples de visualizar, além de seguro, você pode pedir a demonstração grátis da Aegro aqui.

Para saber ainda mais sobre controle de estoque veja nosso texto “5 motivos para você começar agora a controlar seu estoque”.

Conclusão

Os defensivos são fundamentais para você produtor garantir a produtividade da sua lavoura!

Uma boa lista de defensivos agrícolas é um conjunto de fatores. Escolha dos produtos envolve conhecimento, planejamento, essa é uma fase muito importante da condução da lavoura, para ser conduzida que qualquer maneira.

Custo e qualidade devem ser levados conjuntamente em consideração, nunca opostamente uma a outra.

Agora com todo o conhecimento de quando comprar, o que comprar e sobre a importância do estoque você pode fazer sua lista de defensivos agrícola muito mais assertiva e eficiente!

>> Leia mais: “Armazenagem de defensivos agrícolas: Como fazer e o que é preciso saber”

Gostou do texto? Tem mais dicas sobre a escolha de defensivos? Seu comentário é muito importante para nós! Adoraria ver seu comentário abaixo.

5 dicas no planejamento agrícola para otimizar o uso de fertilizantes

O que você acha de produzir mais com menor custo?

Já vimos em artigo anterior como diminuir os custos através de um planejamento agrícola bem feito.

Que tal agora aplicar o planejamento para otimizar o uso de fertilizantes na sua lavoura?

O uso de fertilizantes na quantidade adequada garante um bom rendimento e pode aumentar em até 50% a produtividade.

Já sabemos que o uso de fertilizantes, sejam eles orgânicos ou minerais, auxilia de maneira imprescindível para garantirmos as altas produtividades.

Quando falta nutrientes, a produtividade da cultura fica limitada ao nutriente presente em menor quantidade no solo. Isso vai ter como consequência a redução da produtividade.

Vamos então para algumas dicas que vão lhe ajudar na hora de otimizar o uso do fertilizante na lavoura.

Dica 1: faça uma boa análise de solo e tenha investimentos certeiros

É o primeiro passo de tudo. A análise de solo deve ser feita com certa regularidade, de preferência todo ano. Assim, você saberá exatamente a quantidade de nutrientes que sua próxima cultura vai precisar.

Como vemos no campo, há várias ferramentas que podem ser utilizadas para realizar o procedimento de coleta de forma manual.

trados do solo

(Fonte: Andre Pereira Lima em Nutrical)

O tempo consumido e o trabalho envolvido são barreiras para execução dessa atividade. Mas isso está com os dias contados: novas ferramentas e equipamentos vêm ganhando força e auxiliando os produtores, como análise de solo automatizada e georreferenciada.

amostra-de-solo-automatizada

(Fonte: Saci Soluções)

Com a amostragem georreferenciada é possível fazer um planejamento agrícola mais direcionado, dando a atenção necessária e diferenciada em cada área.

Assim, dá para separar as diferentes necessidades de adubação e correção do solo por meio de mapas.

Com o mapa da sua área você poderá fazer aplicação de fertilizantes em taxa variável, ou seja, você só vai aplicar o adubo, calcário ou gesso onde realmente está faltando e na quantidade ideal.

A taxa variável é uma das utilizações da agricultura de precisão e pode ser uma excelente ferramenta para a administração rural.

inceres

(Fonte: Inceres)

Aplicativos como o Aegro também permitem que você cadastre suas unidades produtivas e as georreferencie no mapa.

aegro

Isso permite conhecer as necessidades e custos por talhão, inclusive quanto aos fertilizantes e corretivos.

O histórico da fazenda de adubação e correção também são essenciais para saber o que está acontecendo com sua propriedade e qual a melhor estratégia de produção agrícola. Mantenha seus registros e esteja definitivamente no comando.

>> Neste artigo você aprende como escolher um software de AP: Software para Agricultura de Precisão: O guia definitivo para escolher um

Dica 2: saiba quais produtos estão disponíveis no mercado e tenha em mente todas as opções

Ao final da safra, avalie os resultados e identifique quais foram os fertilizantes que obtiveram melhor desempenho.

Sabendo isso você poderá selecionar de maneira mais rigorosa os produtos que irá comprar nos próximos cultivos.

No mercado há muitas opções, por exemplo: na hora de comprar o calcário qual você vai escolher?

Você pode optar pelo calcítico, no qual o teor de magnésio é inferior a 5%, ou magnesiano, no qual o magnésio está presente entre 5 e 12%, ou ainda optar pelo dolomítico, que possui um teor acima de 12% para o magnésio.

E o calcário é só um exemplo. Lembre-se de todos os outros insumos que você escolhe todos os anos para integrar seu manejo da lavoura, as opções são inúmeras.

Por isso, o acompanhamento da sua lavoura é vital para que você verifique se os produtos que escolheu estão adequados para os objetivos que se deseja: produtividade e rentabilidade.

Sabendo quais produtos pretende-se comprar, avalie os preços, a qualidade e os serviços oferecidos pelo vendedor que podem te auxiliar na sua próxima safra.

Mas você não vai conseguir fazer isso se comprar de última hora, na correria do plantio. Por isso é tão importante o planejamento estratégico da produção agrícola antes da safra começar.

Pense sobre isso!

E lembre-se: o fertilizante deve ser visto como um investimento procurando sempre a melhor relação custo-benefício.

Dica 3: parcelamento dos nutrientes (em especial para nitrogênio e potássio)

Os nutrientes são extraídos do solo em diferentes quantidades dependendo da cultura.

O parcelamento deve ser baseado no tipo de solo, já que os mais arenosos vão precisar de parcelamento para que não perca todo o nitrogênio.

Quando falo especialmente para nitrogênio e potássio é porque esses nutrientes são mais facilmente lixiviados no solo. Caso isso aconteça, eles não conseguem ser absorvidos pelas plantas.

A maior quantidade de nitrogênio na cultura do milho é absorvida até o florescimento.

>> Cuidados que você deve ter para evitar deficiência de potássio na soja

Essa informação nos permite compreender que a maior parte do nitrogênio utilizado pela planta precisa ser absorvido do solo, sendo que apenas 38% é remobilizado para os grãos.

marcha-de-absorção-de-N

(Fonte: Agronegócio em foco)

Portanto, fica claro que a época em que o fertilizante é aplicado reflete de forma significativa nos custos e na produtividade da cultura.

No caso do milho, por exemplo, percebemos que a grande maior parte da adubação de nitrogênio deve ocorrer até o florescimento.

Para a cultura da soja, a Embrapa tem essa publicação na qual mostra os nutrientes absorvidos em cada fase da lavoura dessa leguminosa.

soja-nutrientes

(Fonte: Embrapa)

Dica 4: saiba identificar a deficiência de nutrientes caso ela ocorra

Identificar os sintomas de deficiência caso ocorram vai lhe ajudar a prevenir que aconteça nas próximas safras.

sua-planta-está-doente

(Fonte: Eng. Agrônoma Angela Rossi e Arte UOL em Eu Quero Biologia)

Se você está vendo sintomas é porque algo não aconteceu como o planejado, podendo ser dose errada de produto, ausência de aplicação ou ainda época errada de aplicação.

Nestes links para a cultura do milho e da soja, você vai poder aprender mais sobre a deficiência de nutrientes.

Dica 5: uso de tecnologias e softwares para gestão agrícola

O uso de softwares para a aplicação de fertilizantes e corretivos está cada vez mais difundida e é uma tendência que veio para ficar e auxiliar os produtores a otimizarem as aplicações.

Como já vimos, podemos utilizar essas ferramentas em vários momentos, como na realização da amostragem de solo e em aplicação de fertilizantes em taxas variáveis.

Outros, podem te auxiliar no planejamento agrícola e acompanhamento da safra, permitindo que tudo esteja ao seu alcance e totalmente controlado.

O Aegro tem uma ferramenta que te mostra os insumos que foram planejados. Você ainda pode ver na tela de estoque todas as entradas de insumos e saídas, controlando de maneira prática todo o seu estoque.

Controle de custos de safra no Aegro

Para te ajudar no planejamento também disponibilizamos gratuitamente abaixo uma planilha de fertilizantes!

Conclusão

Deu para perceber que o planejamento agrícola envolve tudo, inclusive o uso correto de fertilizantes e corretivos.

Aqui você aprendeu sobre importância da adubação, análise de solo, parcelamento de fertilizantes, identificação de deficiências nutricionais e como alguns softwares ou aplicativos podem te ajudar nessas atividades.

Aproveite as dicas para otimizar de uma vez por todas a aplicação de fertilizantes na sua lavoura. Isso pode ser o diferencial que você está procurando!

>> Leia mais:

“Fertilização em excesso? Entenda os riscos da overfert e saiba como evitar que ela ocorra”

“Calendário agrícola: saiba como organizar as atividades da lavoura de forma estratégica”

O que achou das dicas? Tem mais alguma coisa que você no planejamento agrícola e uso de fertilizantes? Ficou  alguma dúvida? Conta para a gente! Adoraria ver seu comentário abaixo!

Custos de produção agrícola: Entenda e esteja no comando de sua fazenda

Custos de produção agrícola: saiba o que são, como calcular, quais são os tipos de custo, como diretos, indiretos, fixos, variáveis e muito mais!

O Brasil registrou na safra de 2022/23, a produção de 322,8 milhões de toneladas de grãos, segundo dados da Conab. Esses dados demonstram grande produtividade da agricultura brasileira. Para garantir uma lucratividade tão alta quanto esses números, conhecer os custos de produção agrícola é essencial.

Neste artigo, saiba como calcular o custo de produção agrícola e como o mercado impacta esse cálculo. Boa leitura!

O que é custo de produção agrícola?

O custo de produção é um conceito econômico que se aplica a quase todos os negócios.

As pequenas margens de lucro e os altos riscos da atividade agrícola exigem que você entenda o custos de produção agrícola e a receita associada da propriedade, e é nesse ponto que entra o custo de produção.

Os custos de produção agrícola são o custo médio de produção de uma unidade de uma commodity (por exemplo, R$ 35 por saca de 60 Kg de milho).

Esse valor é calculado totalizando todos os custos associados à atividade agrícola e dividindo esse total pelo resultado (rendimento) produzido.

À primeira vista, isso parece ser simples, mas o custo total de uma empresa rural inclui uma complexidade de diferentes categorias de custos, o que gera alguma confusão. Especialmente se não for gerenciado corretamente.

E é por isso que a estimativa e a gestão dos custos de produção agrícola exigem uma grande quantidade de informações. Veja aqui como você pode diminuir seus custos com planejamento agrícola.

Isso requer diferentes conhecimentos para permitir que você compreenda melhor suas necessidades, subsidiando o planejamento agrícola.

É importante deixar claro que os custos de produção agrícola variam de fazenda para fazenda e de talhão a talhão. Por este motivo é tão importante conhecer sua propriedade.

Entenda os custos de produção agrícola

Para calcular os custos de produção agrícola, você precisa considerar no cálculo os custos fixos e custos variáveis. Alguns exemplos de custo de produção são: gastos administrativos, transporte, insumos, impostos, salários, aluguel, entre outros.

Agora, veja um pouco mais a fundo sobre os custos fixos, variáveis e custo médio de produção.

Custos fixos

Os custos fixos são aqueles que não variam com a produção, como salários, volume de vendas, seguro, depreciação, impostos e aluguel. 

Os custos fixos fazem parte da estrutura do negócio. Por isso, são importantes para a tomada de decisões de médio a longo prazo sobre quais empresas devem investir.

Custos variáveis

Os custos variáveis mudam com o nível de produção da fazenda, e incluem insumos, fertilizantes, combustível, reparos, etc.

Custos variáveis ​​influenciam nas decisões de curto prazo, especialmente em relação à próxima safra. A soma dos custos fixos com os custos variáveis resulta nos custos totais da produção agrícola.

Custo médio de produção

Também é possível calcular o custo médio de produção. O custo médio de produção de um produto é o valor de cada unidade produzida. Para esse cálculo, você pode somar o valor da média dos custos variáveis e fixos. 

Qual a diferença entre custo, despesa e gasto

Para entender a importância de calcular o custos de produção agrícola, é preciso entender a diferença entre custo, despesa e gasto.

Custo

O custo é todo investimento que o gestor precisa aplicar que seja possível produzir como, por exemplo, matéria-prima, água, eletricidade, manutenção e depreciação do maquinário, transporte, logística, entre outros.

Despesa

As despesas são valores que a empresa precisa ter para manter o funcionamento da estrutura mínima. Esses valores se aplicam em softwares de gestão, folha de pagamento, plano de telefone, arrendamento e material de escritório.

Gastos

Os gastos são os valores que a empresa não previu no orçamento, mas que são necessários para não prejudicar o fluxo de produção. Alguns exemplos são substituição de peças com defeitos, assistência técnica de urgência, entre outros.

Quais são os tipos de custos do processo produtivo

Veja abaixo quais são os principais tipos de custos de produção agrícola que devem servir como base de cálculo e como as informações devem ser utilizadas.

Mão de Obra

Os custos com mão de obra incluem os salários de todos os colaboradores. Entretanto, para o cálculo do custo, considere não só os salários, mas todo valor destinado ao pagamento da força de trabalho. 

Nesta conta estão incluídos também os gastos com benefícios, encargos sociais e trabalhistas.

Sementes

Para ter maior controle, você deve separar os custos das sementes comuns das cultivares

Dessa forma, você saberá que nas partes A e B do terreno, o custo de produção foi maior ou menor porque utilizou os cultivares específicos (sementes com mais tecnologia, com resistência a insetos e herbicidas).

Depois da colheita, é possível identificar se o custo com essas sementes compensou.

Fertilizantes e defensivos

Ao fazer um planejamento correto, é possível identificar quanto de fertilizantes e defensivos serão aplicados por hectare e qual foi o custo disso.

Este controle também evita que sobre ou falte muito fertilizante ou defensivo no seu estoque. 

Maquinário

Dentro do custo com máquinas, considere gastos com:

Desse modo, é possível identificar qual item mais impacta nos custos com maquinário.

Por exemplo, se existem muitos gastos com manutenção, isso pode indicar um mau uso dessa máquina ou que a máquina precisa ser trocada.

Outros custos de produção

Uma empresa agrícola tem diversas outras despesas que são próprias da atividade. Todas elas devem ser consideradas para o custo de produção final. 

Energia elétrica, água, frete, gastos administrativos e encargos devem ser calculados no momento do uso e proporcionalmente. Dessa forma, o custo de produção demonstrará a realidade econômica da empresa rural.

Portanto, conhecer o histórico do preço dos insumos também é fundamental. 

Além disso, também é importante fazer bons acordos com fornecedores. Assim você consegue preços e condições de pagamento melhores, reduzindo o custo de produção do seu negócio.

Como calcular os custos de produção agrícola 

De forma resumida, para calcular os custos de produção agrícola é necessário somar o preço da matéria prima, da mão de obra e os custos indiretos de produção. Em outras palavras, custo de produção = matéria prima + mão de obra + custos indiretos.

Existem três tipos de custos de produção agrícola que podem ser calculados.

A estrutura original do custo de produção é separada por três itens. 

Esses são os três tipos básicos de custos envolvidos na produção: COE (Custo Operacional Efetivo), o COT (Custo Operacional Total) e o CT (Custo Total). 

Agora, veja como calcular o COE, COT e CT da sua fazenda:

Custo Operacional Efetivo (COE)

O COE inclui todos os itens considerados variáveis ou custos diretos com dispêndio de dinheiro no ano agrícola, envolvendo todos os componentes de custos gerados pela relação entre quantidade utilizada e os seus preços. Também se enquadram os custos administrativos e os custos financeiros do capital de giro.  São considerados no COE:

Os componentes do COE são renovados a cada ciclo produtivo.

Custo Operacional Total (COT)

O COT é formado pela soma do COE com os custos indiretos representados pela depreciação de máquinas, implementos e benfeitorias e taxas associadas ao processo de produção.

O COT indica a possibilidade de reposição da capacidade produtiva do negócio no longo prazo, além da remuneração do responsável pelo gerenciamento da atividade (pró-labore).

Custo Total (CT)

O CT é a soma do COT com o custo de oportunidade de uso do capital e da terra.

Este custo indica a situação econômica do empreendimento considerando todos os custos implícitos.

O custo de oportunidade dos bens de capital corresponde à aplicação de uma taxa de juros sobre o capital médio investido em máquinas, implementos, benfeitorias, lavouras e rebanhos.

O custo de oportunidade do capital circulante próprio também corresponde à aplicação de uma taxa de juros sobre o capital médio utilizado. 

O custo de oportunidade da terra é equivalente ao valor de aluguel (arrendamento) de terras semelhantes na mesma região.

Portanto, para avaliar a atratividade da atividade produtiva, é necessário comparar a receita bruta com o custo de produção.

Demonstração de custos de produção agrícola operacionais totais e totais
Escala dos custos de produção agrícola em relação à receita bruta
(Fonte: CNA)

Fatores que interferem nos custos de produção agrícola

Fertilizantes e defensivos agrícolas podem apresentar baixas nos preços em períodos em que não são muito utilizados na lavoura. Esse é o momento de repor os estoques e economizar.

A instabilidade da oferta mundial por causa do conflito entre Rússia e Ucrânia elevou os preços de fertilizantes, defensivos agrícolas e diesel em 2022. 

Este fato encarece os custos de produção agrícola. Por isso, é sempre importante planejar o orçamento de sua propriedade.

O orçamento nada mais é que a listagem de todos os custos e receitas estimadas durante um período específico de tempo, como uma safra ou um ano. 

Os orçamentos formalizam o processo de planejamento, permitindo que os produtores tenham uma imagem clara de seus custos de produção agrícola. Com essa informação, você pode projetar a produtividade ou o preço de venda necessários para gerar lucro.

Um software de gestão agrícola, como o Aegro, pode te auxiliar na automatização do planejamento e no controle do seu custo de produção.

Planilha de custos de produção agrícola

É muito importante saber o histórico das culturas em cada talhão da fazenda. A ocorrência de pragas, plantas daninhas e nematoides e como foi o manejo de cada um desses itens devem ser considerados.

Por exemplo, os custos de produção da soja podem aumentar entre 42% e 222% devido à resistência de plantas daninhas ao glifosato. Esses dados são de um estudo da Embrapa 

Além disso, é preciso ter o histórico tanto dos preços dos insumos quanto dos produtos vendidos. Assim é possível identificar, ao longo dos anos, em quais situações essa ou aquela cultura foi mais rentável. 

Essa é a melhor forma de fazer a estimativa correta do orçamento de insumos.

Fazer esses cálculos pode parecer um pouco complicado. Para te ajudar nesse momento, separamos uma planilha de custo de produção gratuita que fará o processo para você. 

Basta clicar na imagem a seguir para baixar:

Calcule seus custos e compare com outras fazendas

Como a tecnologia pode ajudar a melhorar sua gestão

De nada adianta fazer acordos de compra e venda, saber o histórico de flutuação dos preços e acompanhar a concorrência se você continuar anotando tudo apenas no papel.

Cadernos, e até mesmo planilhas, podem ser perdidos. Além disso, essas formas de controle dificultam um diagnóstico preciso da saúde do seu negócio.

Por isso, gerenciar a sua fazenda com um software de gestão rural é a melhor opção. Você garante que o seu histórico financeiro esteja seguro para futuras análises.

Com o Aegro, por exemplo, você realiza e armazena todo o seu planejamento agrícola em um só lugar. É possível montar um orçamento para a safra e estabelecer metas de produtividade.

Calcular os custos de produção agrícola é possível com o Aegro

O Aegro também te auxilia a manter um fluxo de caixa organizado e um bom capital de giro em conta. Você registra com facilidade as despesas e receitas da fazenda, categorizando cada parcela e ficando em dia com os pagamentos.

No final do ciclo produtivo, o Aegro cruza essas informações para te oferecer indicadores e relatórios de custo de produção e rentabilidade, talhão por talhão.

Além de aproveitar todas essas funcionalidades no computador, você também pode instalar o app Aegro no seu celular para ter acesso rápido aos principais indicadores financeiros da fazenda.

Custo de produção agrícola: Controle tudo pelo Aegro!

Conclusão

Os custos de produção agrícola são uma parte essencial para a gestão da propriedade rural. Ele envolve o conhecimento de custos fixos e  custos variáveis em cada fase da lavoura.

Com essas informações, você pode calcular o custo operacional efetivo, operacional total e total da sua fazenda. 

Esse é o passo fundamental para garantir uma boa saúde financeira do seu negócio.

>> Leia mais:

5 passos para calcular o custo de produção de feijão por hectare

Como estimar o custo de produção do café (+ calculadora rápida)

Saiba como calcular o custo de produção de arroz por hectare

Calcule seu custo de produção de milho por hectare

Gostou do texto? Tem mais dicas para controlar os custos de produção agrícola? Inscreva-se em nossa newsletter e receba os conteúdos em sua caixa de e-mail!

Atualizado em 30 de novembro de 2023 por Mariana Rezende.

Mariana é formada em economia e mestre em Economia Aplicada pela Universidade Federal de Juiz de Fora. É doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Economia e graduanda de Ciências Contábeis na mesma instituição.