Agenda Tributária: Datas e impostos para ficar de olho

Com a chegada do final do ano, uma preocupação sempre volta à tona para o produtor rural: estar com a agenda tributária em dia para evitar dores de cabeça.

Impostos federais, estaduais e outras obrigações fiscais têm prazos específicos e cumprir cada um deles é essencial para evitar multas e garantir que sua propriedade esteja sempre regularizada.

Neste artigo, reunimos os principais tributos que você precisa pagar tanto neste final de 2024 quanto ao longo de 2025.

Principais Impostos a Serem Pagos no Final do Ano

Para facilitar o seu controle financeiro, vamos listar aqui os impostos que precisam de atenção agora no final de 2024. 

Estar em dia com esses pagamentos é segredo para evitar qualquer problema com o fisco. Veja os principais datas para marcar na agenda tributária:

  • INSS Rural (Contribuição Previdenciária): O INSS do produtor rural é obrigatório e precisa ser pago mensalmente, mas é sempre importante fazer um balanço ao final do ano para confirmar que não há pendências.
  • Imposto Territorial Rural (ITR): Para quem ainda não quitou o ITR de 2024, essa é a hora. Esse imposto é calculado com base no tamanho e no uso da propriedade. O não pagamento do ITR pode gerar multas e impedimentos no registro da propriedade, então, atenção!
  • PIS e COFINS: Essas são contribuições federais aplicáveis sobre a receita bruta da comercialização rural. Para quem faz o recolhimento mensal, o ideal é fazer uma última revisão anual em dezembro para ter certeza de que está tudo em ordem.

Esses impostos impactam diretamente no funcionamento do setor, exigindo cuidado para serem pagos corretamente e no prazo

Para simplificar essa gestão, é recomendado utilizar um software de gestão financeira e fiscal, como o Aegro, que registra a transação e gera relatórios que ajudam você a acompanhar suas obrigações fiscais sem erros. Conheça a plataforma: 

Agenda tributária: Impostos Estaduais, ICMS e outros tributos

Além dos tributos federais, os impostos estaduais também devem entrar na sua agenda tributária para não perder nenhum prazo. 

O mais importante deles é o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), que incide sobre a comercialização de produtos em vários estados. Aqui estão alguns pontos importantes:

  • ICMS: Este imposto é devido ao estado sempre que há venda de mercadorias. Cada estado tem sua própria regulamentação sobre o ICMS, incluindo alíquotas específicas.
  • IPVA Rural: Se você usa veículos na propriedade, é provável que precise pagar o IPVA, que geralmente vence no início do ano. Em alguns estados, existem isenções para veículos que são utilizados exclusivamente na atividade rural.
  • Taxas Ambientais e Licenças: Em algumas regiões, há cobranças anuais ou periódicas relacionadas ao uso de recursos naturais, como taxas de licenciamento ambiental. Essas obrigações variam conforme a localização e a atividade da propriedade.

Como evitar multas e problemas com a Receita Federal?

Evitar multas é uma prioridade para qualquer negócio, e no setor rural não é diferente. Com algumas dicas práticas já é possível garantir que você não terá surpresas desagradáveis. Confira:

1. Acompanhe as Datas no Calendário Tributário: A Receita Federal publica anualmente a agenda tributária com os prazos de todas as obrigações fiscais, que pode ser acompanhado diretamente no site da Receita Federal.

2. Automatize o Controle Fiscal: Se você ainda não utiliza um sistema de controle fiscal, considere investir em um. Ferramentas como o Aegro simplificam o acompanhamento das obrigações fiscais e evitam esquecimentos e atrasos, especialmente quando a rotina na fazenda é corrida.

3. Organize os Documentos: É fundamental manter os comprovantes de pagamento organizados e arquivados, preferencialmente de forma digital. Isso facilita o acesso rápido em caso de fiscalização ou auditoria e evita multas por falta de comprovação de despesas e rendimentos.

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Benefícios fiscais e isenções para produtores rurais no final do ano

Uma boa notícia é que há diversos benefícios fiscais para produtores rurais oferecidos pelo governo, que podem incluir isenções e incentivos específicos para o setor. Algumas das principais possibilidades são:

  • Isenção de ICMS: Em muitos estados, produtores rurais têm direito à isenção do ICMS em operações específicas, como a venda de produtos in natura. É importante consultar as regras do seu estado para garantir que você está aproveitando ao máximo esses benefícios.
  • Deduções no Imposto de Renda: Produtores rurais podem deduzir do IRPF despesas relacionadas à produção rural, como insumos, mão de obra e manutenção de equipamentos. Essas deduções podem reduzir consideravelmente o valor do imposto a pagar.
  • Créditos de ICMS: Em algumas situações, é possível obter créditos de ICMS sobre determinados insumos ou produtos. Esse benefício permite ao produtor reduzir o valor do imposto a pagar e melhorar a margem de lucro da fazenda.

Entender e aplicar esses benefícios fiscais pode trazer um fôlego financeiro importante para a propriedade.

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Expectativas para a Tributação em 2025: O que Pode Mudar?

Para 2025, algumas mudanças tributárias estão em discussão, e isso pode impactar diretamente o produtor rural. 

A principal expectativa está na atualização da tabela do Imposto de Renda (IRPF), que pode afetar a forma como as deduções de despesas rurais são aplicadas.

Outra possível mudança diz respeito ao Imposto Territorial Rural (ITR), com ajustes no cálculo com base em novos critérios de uso e produtividade da terra.

Além disso, há um esforço para a simplificação tributária que visa reorganizar a estrutura de tributos no Brasil. Isso inclui propostas que podem interferir diretamente o ICMS e o PIS/COFINS, simplificando ou até alterando as alíquotas desses impostos.

Embora essa reforma ainda esteja em análise, o produtor rural deve se preparar, pois essas mudanças podem ter influência sobre os custos operacionais e a gestão tributária ao longo de 2025.

Safra de café: preços e a qualidade do produto no mercado nacional

Em 2024, a expectativa para a safra de café está cercada por incertezas, especialmente em relação às mudanças climáticas. 

Eventos como seca prolongada e irregularidades na distribuição das chuvas têm impactado a produtividade, em especial nas regiões tradicionais como Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo. 

Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Brasil segue como líder mundial, mas enfrenta desafios para atender às crescentes demandas do mercado interno e externo.

As safras maiores, somadas a uma possível redução na demanda estimada pela pesquisa, podem levar a um excedente global de café – o que impactaria diretamente os preços.

Qual a previsão da safra de café para 2025?

As projeções para a safra de café 2025/26 no Brasil indicam a continuidade dos desafios das condições climáticas adversas. 

A seca prolongada e as altas temperaturas da safra 2024 afetaram negativamente as lavouras, especialmente nas principais regiões produtoras. 

Esses fatores podem resultar na redução da produtividade e na qualidade dos grãos na próxima safra. 

Além disso, a escassez de chuvas durante períodos críticos do desenvolvimento das plantas comprometeu o florescimento adequado, essencial para uma boa formação dos frutos. 

Especialistas alertam que, mesmo com a retomada das precipitações, os danos já causados podem não ser totalmente revertidos, impactando negativamente a produção de 2025. 

A expectativa é que a safra de café 2025/26 apresente uma redução na produção em comparação aos anos anteriores, o que pode influenciar os preços no mercado interno e externo.

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Qual o período da safra de café?

A safra de café no Brasil varia conforme a região produtora. Em estados como Minas Gerais e São Paulo, a colheita ocorre entre maio e agosto. 

Já nas regiões do Norte e Nordeste, como Bahia e Rondônia, a colheita pode iniciar mais cedo, em abril, devido às diferenças climáticas.

Essa variação é determinada pelas condições locais de solo e clima, que influenciam diretamente o ciclo de desenvolvimento das plantas. 

Por isso, entender o período de safra é essencial para planejar o manejo e atender às demandas do mercado no momento certo.

Produção de café no Brasil: regiões de destaque

O Brasil é o maior produtor mundial de café, respondendo por cerca de 40% da produção global. As principais regiões produtoras incluem:

  • Sul de Minas Gerais: Reconhecida pela alta qualidade do grão, com destaque para o café arábica;
  • São Paulo (Mogiana): Caracterizada pelo equilíbrio entre acidez e doçura dos grãos;
  • Espírito Santo: Líder na produção de café conilon, conhecido pela resistência e alta produtividade;
  • Bahia: Crescente no mercado, com produções em áreas irrigadas que garantem constância na oferta.

Cada região apresenta particularidades que influenciam o sabor, aroma e qualidade final do café, o que contribui para a diversificação de produtos no mercado nacional e internacional.

Tabela

Descrição gerada automaticamente

Tabela 1. Produção Mundial de Café estimada para a safra 2023: 174.340 (1000 sacos de 60 kg).

Relação entre a safra de café e as mudanças climáticas

As mudanças climáticas são um fator de grande preocupação para os produtores de café. O aumento das temperaturas médias, seca prolongada e chuvas em períodos inadequados têm alterado o ciclo produtivo da cultura.

Além disso, regiões que historicamente eram adequadas para o cultivo estão enfrentando novos desafios, enquanto áreas menos tradicionais começam a ganhar destaque.

Para mitigar os impactos, muitos produtores têm investido em tecnologias como irrigação, manejo de sombra e escolha de variedades mais adaptadas às novas condições climáticas.

Lavoura de café em formação

Figura 3. Lavoura de café em formação, bem nutrida, sem competição com plantas daninhas e livre de pragas e doenças. Foto: Laís Teles.

Principais doenças que afetam a safra de café

As doenças de solo e as pragas representam desafios constantes para os produtores de café. Entre as principais doenças estão:

  • Ferrugem do café (Hemileia vastatrix): Provoca a queda precoce das folhas, reduzindo a capacidade produtiva da planta;
  • Cercosporiose (Cercospora coffeicola): Causa manchas nos frutos, comprometendo a qualidade do grão;
  • Podridão radicular: Associada a condições de solo encharcado, afeta diretamente o sistema radicular;

O manejo preventivo, com uso de variedades resistentes, práticas culturais adequadas e monitoramento constante, é indispensável para evitar prejuízos significativos.

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Cuidados com a pós-colheita do café

A fase de pós-colheita é decisiva para preservar a qualidade dos grãos. Práticas inadequadas podem comprometer todo o esforço realizado ao longo da safra. Os cuidados incluem:

  1. Secagem: Realizar em terreiros ou secadores mecânicos para evitar fermentação indesejada;
  2. Armazenamento: Utilizar armazéns bem ventilados, com controle de temperatura e umidade, evitando contaminações;
  3. Classificação: Separar os grãos por qualidade, atendendo às exigências do mercado;

Essas práticas garantem que o café mantenha suas características sensoriais, valorizando o produto na comercialização.

Quanto está a saca de café?

O preço da saca de café é influenciado por fatores como qualidade, volume de produção e condições do mercado internacional. Em 2024, os preços acabaram oscilando um pouco. Confira:

  • Café Arábica Em novembro de 2024, a saca de 60 kg do café arábica (tipo 6 bebida dura bica corrida), foi cotada a R$ 1.670,00 em Guaxupé/MG. Já no início de novembro, o café arábica cereja descascado de bom preparo, era negociado entre R$ 1.550 e R$ 1.600 por saca.
  • Café Conilon (Robusta): Até setembro de 2024, os preços do café conilon superaram a marca de R$ 1.500 por saca de 60 kg, renovando recordes nominais em reais.

Essas variações são o reflexo das condições de oferta e demanda, bem como os impactos climáticos nas regiões produtoras. Mesmo com isso, a alta qualidade do grão brasileiro, mantém o produto competitivo, mesmo em cenários desafiadores.

Previsão da saca de café para 2025

As projeções para os preços do café em 2025 indicam uma tendência de alta, influenciada por diversos fatores, entre eles:

  1. Condições Climáticas Adversas: A seca prolongada e as altas temperaturas em regiões produtoras, como Minas Gerais e São Paulo, vão afetar a produtividade das lavouras, especialmente do café arábica, mais sensível às variações climáticas.
  2. Oferta e Demanda: A oferta global de café está mais restrita, com a previsão de que a produção supere a demanda em apenas 150.000 sacas na temporada de outubro de 2024 a setembro de 2025, uma redução significativa em relação ao excedente de 700.000 sacas em 2023/24.
  3. Mercado Futuro: Os contratos futuros de café arábica subiram acima de US$ 2,58 por libra, mantendo-se próximos ao nível mais alto desde meados de outubro de 2024, refletindo as expectativas de preços elevados no mercado internacional.

Diante desse cenário, são esperados preços mais altos ao longo de 2025, impactando tanto os produtores quanto os consumidores finais.

Plantio de cana-de-açúcar: O que esperar?

O plantio de cana-de-açúcar no Brasil para a safra 2024/25 se depara com um cenário que mistura otimismo em produtividade com desafios financeiros. 

O ciclo anterior (2023/24) trouxe resultados muito bons, atingindo 644,14 milhões de toneladas, um aumento de 18,76% em relação à safra de 2022/23. 

Esse avanço foi impulsionado pelo crescimento do TCH , que alcançou 92,5 t/ha no segundo trimestre, 27,7% a mais que no ano anterior, e pela redução dos custos de produção entre 15% e 20%. 

A baixa nos preços de insumos e um ATR de R$ 1,02 no início da safra contribuíram para uma margem favorável aos produtores.

No entanto, a projeção para 2024/25 indica ajustes. O ATR, que teve um valor médio de R$ 1,2176 na safra passada, está estimado para cair para R$ 1,10, devido à queda nos preços de açúcar e etanol.

Essa retração pode reduzir a margem de lucro dos produtores, exigindo um controle rigoroso dos custos para compensar a volatilidade de preços.

Assim, a expectativa é de que, apesar de uma produtividade promissora, os próximos ciclos podem enfrentar desafios no mercado, exigindo estratégias mais eficientes de gestão de custos e diversificação para proteger a rentabilidade do setor.

Plantio e produção de cana-de-açúcar no Brasil 

O plantio e a produção de cana-de-açúcar no Brasil para a safra 2024/25 está variações entre regiões, influenciadas, principalmente, por condições climáticas e pela ampliação de áreas plantadas. Acompanhe a seguir:

Sudeste

É a região com a maior produção de cana, responsável por cerca de 64% da safra nacional. São Paulo lidera, mesmo com uma queda de aproximadamente 5,6% na produtividade devido ao déficit hídrico.

A estimativa para a região é de 442,8 milhões de toneladas, com uma produtividade média de cerca de 82,8 t/ha​.

Centro-Oeste

A segunda maior região produtora deve colher cerca de 149,17 milhões de toneladas, um aumento de 2,8% sobre o ciclo anterior.

Este crescimento se deve à expansão de áreas próximas às usinas, mesmo com a produtividade média mantida em torno de 81,5 t/ha.​

Nordeste

A produção estimada é de 59,62 milhões de toneladas, com um crescimento de 5,6% devido ao aumento na área plantada e melhorias em práticas agrícolas.

Essa região continua ampliando sua área cultivada para atender à crescente demanda do setor​

Sul e Norte

O Sul deve produzir 34,21 milhões de toneladas, uma leve queda devido à menor produtividade e área.

No Norte, a produção deve crescer 2,6%, atingindo cerca de 4,04 milhões de toneladas, com produtividade estável​

Essas estimativas refletem o cenário e um mercado com alta demanda por açúcar e etanol, embora a projeção para o ATR permaneça mais modesta devido à possível queda nos preços desses produtos no mercado internacional.

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Épocas de plantio da cana-de-açúcar 

A escolha da época de plantio de cana-de-açúcar é fundamental para o sucesso da cultura, que requer condições climáticas específicas para se desenvolver adequadamente e acumular açúcar. 

A cana se desenvolve bem com alta disponibilidade de água, temperaturas elevadas e um bom índice de radiação solar

Neste sentido, existem 3 sistemas principais de plantio: o sistema de ano-e-meio, o sistema de ano e o plantio de inverno. Acompanhe:

1. Sistema de ano-e-meio (cana de 18 meses)

Neste sistema de ano-e-meio, a cana-de-açúcar é plantada entre janeiro e março. Nos primeiros três meses, a planta inicia seu crescimento, mas, com a chegada da seca e do inverno, o desenvolvimento fica mais lento durante cinco meses (abril a agosto). 

Durante os sete meses seguintes (setembro a abril), a cana vegeta e amadurece nos meses finais, completando um ciclo de 16 a 18 meses. 

Essa época de plantio é considerada a ideal, pois oferece boas condições de temperatura e umidade, favorecendo o desenvolvimento das gemas. 

Durante esse período propiciam uma brotação rápida e reduzem a incidência de doenças nos toletes.

2. Sistema de ano (cana de 12 meses)

Em algumas regiões, a cana-de-açúcar é plantada entre outubro e novembro. No entanto, é preciso utilizar o sistema de plantio com cautela, pois apresenta tanto vantagens quanto desvantagens. Uma das vantagens é o ciclo mais curto, que permite uma colheita antecipada.

No entanto, as desvantagens incluem o risco de condições climáticas desfavoráveis e um potencial aumento na incidência de pragas e doenças, já que a cana pode estar mais suscetível devido ao crescimento em um período menos ideal.

A escolha do sistema de plantio deve considerar as características regionais e as condições climáticas específicas para garantir o melhor desenvolvimento da cultura.

3. Plantio de inverno

No Brasil, o plantio de inverno da cana-de-açúcar é realizado entre maio e agosto, em regiões como São Paulo e Mato Grosso do Sul.

Durante o inverno, as temperaturas mais baixas e a menor umidade ajudam a controlar pragas e doenças, reduzindo a necessidade de defensivos.

Com o solo mantendo boa parte da umidade, há condições para um desenvolvimento inicial saudável das mudas, e a menor ocorrência de chuvas evita erosão, facilitando o enraizamento.

Além disso, o plantio de inverno permite antecipar a colheita no próximo ciclo, atendendo a demanda da indústria durante a entressafra.

É preciso ter um preparo adequado do solo e, em muitas regiões, a suplementação com irrigação por gotejamento ou aspersão, supre a necessidade hídrica da planta no início do desenvolvimento.

5 Práticas para um plantio bem-sucedido de cana-de-açúcar

O processo de plantio da cana-de-açúcar começa com um planejamento detalhado da área, incluindo o levantamento topográfico e a sistematização do terreno

Para isso, é feita uma subdivisão da área em talhões, definindo carreadores principais e secundários para facilitar o manejo.

Apenas com essa organização, o plantio já é bem-sucedido, porém algumas outras técnicas, pode ficar ainda melhor, como: 

1. Talhões e eficiência operacional 

A organização dos talhões ajudam maximizar a eficiência das operações mecanizadas, especialmente se forem em linhas longas para aumentar manobras das máquinas.

Em média, cada talhão ocupa entre 10 e 20 hectares, organizados conforme a topografia e a homogeneidade do solo.

2. Práticas de conservação do solo

A conservação do solo se torna importante para que o planejamento inclua práticas de conservação, como a instalação de terraços para prevenir erosão, contribuindo para a sustentabilidade da área.

A rotação de culturas com plantas que enriquecem o solo e a prática do plantio direto, também podem ser utilizadas para manter a fertilidade e a estrutura do solo. 

3. Planejamento das mudas

A programação do plantio das mudas considera a origem, podendo ser cultivadas na própria propriedade ou compradas de fornecedores confiáveis.

O ideal é iniciar escolhendo uma variedade de cana bem adaptada às condições de solo, clima e manejo local.

Opte por variedades resistentes a pragas e doenças para reduzir custos com defensivos e prolongar a vida do canavial. 

Em relação a distribuição das mudas, o ideal é de 12 nós por metro de sulco, com uma densidade entre 10 e 15 toneladas por hectare.

4. Espaçamento entre plantas

É preciso ajustar o espaçamento entre as plantas conforme a fertilidade do solo, a variedade de cana e as condições climáticas, como precipitação e temperatura, para otimizar a produção.

Em solos arenosos,  o espaçamento deve ser menor entre as linhas, de 1 a 1,2 metro, para facilitar o fechamento das entrelinhas e reduzir a perda de umidade, sendo benéfico em condições secas. 

Já em solos férteis, o espaçamento padrão é de 1,5 metro, permitindo o pleno desenvolvimento das plantas e o uso eficiente de máquinas. 

5. Método de plantio da cana-de-açúcar

O plantio da cana pode ocorrer de forma manual ou mecanizada e inclui 3 etapas: corte das mudas, corte dos colmos em pedaços menores e, por fim, cobertura do sulco.

Logo após essas etapas iniciais, é importante monitorar o desenvolvimento das mudas, para garantir que estejam recebendo a irrigação adequada e estejam livres de pragas e doenças.

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10 pontos-chave para o setor sucroenergético em 2024 

  • Redução da contribuição da cana planta e aumento da idade média do canavial, atrasando a necessidade de reforma;
  • Plantio atrasado em 2023 resulta em cana com menor tempo de crescimento e menor produtividade;
  • Aumento do plantio mecanizado, elevando o consumo de mudas e os custos de produção;
  • Entressafra curta, com início antecipado em fevereiro/março e prioridade para cana bisada;
  • Safra focada em açúcar, com mix superior a 50% no centro-sul e possível aumento de 2 milhões de toneladas;
  • Maior oferta de etanol de milho, pressionando para baixo os preços do biocombustível;
  • Queda nos custos de insumos (fertilizantes e defensivos), aliviando os gastos de produção;
  • ATR projetado em queda para 24/25, entre R$ 1,10 e R$ 1,15/kg;
  • Boas margens de lucro, com preços adequados e custos menores;
  • Clima decisivo para definir a produtividade da safra 24/25.

Melhore seu plantio com Aegro

Diante desses desafios, muitos produtores de cana enfrentam dificuldades para acompanhar as demandas de um mercado em constante mudança. 

O uso de tecnologias, como o software da Aegro, pode ajudar a otimizar a gestão do canavial, monitorando a produtividade, o uso de insumos e a análise de dados em tempo real. 

Com Aegro, você pode tomar decisões informadas que garantam a eficiência do seu plantio e maximizem os resultados.

Faça uma demonstração gratuita do Aegro e descubra como podemos ajudar a resolver as dores do seu dia a dia na produção de cana-de-açúcar!

Redator Alasse Oliveira

Alasse Oliveira

Engenheiro-Agrônomo (UFRA/Pará), Técnico em Agronegócio (Senar/Pará), especialista em Agronomia (Produção Vegetal) e mestre em Fitotecnia pela (Esalq/USP).

Lucro Real e Lucro Presumido: Qual a diferença e o impacto na propriedade rural?

Se você é produtor rural e está tentando entender como escolher o melhor regime tributário para sua fazenda, precisa conhecer bem as opções disponíveis: Lucro Real e Lucro Presumido.

A decisão entre esses regimes pode impactar diretamente o quanto você vai pagar em impostos e como vai organizar as finanças da sua propriedade.

Neste artigo, vamos explicar de uma forma clara o que é o Lucro Real e o Lucro Presumido, indicando como cada um funciona e quando vale a pena escolher um ou outro.

O que é lucro real e lucro presumido?

O Lucro Real e o Lucro Presumido são formas diferentes de calcular os impostos de uma empresa. Ambos determinam quanto você vai pagar de Imposto de Renda (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). 

Entender a diferença entre eles é importante para que você pague o mínimo necessário em impostos, sem complicar sua gestão financeira.

Lucro Real: O imposto é calculado com base no lucro real da operação, ou seja, a diferença entre o que você faturou e o que gastou (receitas menos despesas).

Lucro Presumido: Nesse regime, o governo presume uma margem de lucro com base na sua receita bruta, sem precisar que você detalhe todas as despesas operacionais.

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Como funciona o lucro presumido na atividade rural?

Se a sua fazenda tem custos previsíveis e a margem de lucro não varia tanto, o lucro presumido pode ser uma opção interessante. 

Esse regime simplifica a apuração de impostos, pois o lucro é calculado a partir de um percentual fixo sobre a receita, assim, há menos burocracia e menos trabalho com papelada.

Por exemplo, se você vende R$ 1 milhão em soja ao longo do ano, o governo presume que seu lucro foi de R$ 80 mil (8% da receita). 

Os impostos serão calculados sobre esse valor, independentemente de quanto você realmente gastou na produção.

Por conta disso, o lucro presumido é recomendado para pequenas e médias propriedades que têm custos mais estáveis e preferem uma forma mais simples de apuração.

Como funciona o lucro real?

No lucro real, o imposto é calculado sobre o lucro efetivo da propriedade. Ou seja, você só poderá deduzir todas as despesas da fazenda, como insumos, manutenção de equipamentos, gastos com irrigação e custos de transporte.

Além disso, o regime faz mais sentido para propriedades que têm despesas operacionais altas ou receitas variáveis, como aquelas que lidam com culturas sazonais ou investem em tecnologia. 

Se em um ano você gastar muito para aumentar a produtividade, o lucro real permite que você reduza a base de cálculo e pague menos imposto.

Por outro lado, esse modelo tributário exige um controle financeiro rigoroso e mais trabalho com contabilidade, já que todas as receitas e despesas precisam ser comprovadas.

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Quando optar pelo Lucro Real ou Lucro Presumido?

A escolha entre Lucro Real e Lucro Presumido depende do perfil da sua propriedade e da maneira como você organiza as finanças. Abaixo estão alguns cenários para facilitar a sua decisão:

Lucro Presumido é melhor se:

  • O faturamento anual da fazenda não ultrapassa R$ 78 milhões
  • Os custos operacionais são baixos e previsíveis; 
  • Você quer simplificar a contabilidade e gastar menos tempo com papelada.

Lucro Real é indicado se:

  • A fazenda tem altos custos com mão de obra, insumos ou infraestrutura;
  • As receitas são sazonais ou variam de ano para ano;
  • Você quer aproveitar as deduções fiscais para pagar menos impostos.

Exemplo Prático: Lucro Real vs. Lucro Presumido

Vamos imaginar que a sua fazenda teve uma receita bruta anual de R$ 2 milhões e despesas operacionais de R$ 1,5 milhão. Veja como seria a tributação em cada regime:

1. Lucro Real

Receita Bruta: R$ 2.000.000
Despesas: R$ 1.500.000
Lucro Tributável: R$ 500.000
Imposto (34%): R$ 170.000

Cálculo do Lucro Real

Lucro Tributável = Receita Bruta – Despesas
Imposto: 34% sobre o lucro tributável (25% IRPJ + 9% CSLL).

2. Lucro Presumido

Receita Bruta: R$ 2.000.000
Percentual Presumido: 8% (R$ 160.000)
Imposto (34%): R$ 54.400

Cálculo do Lucro Presumido

Lucro Presumido = Receita Bruta × 8%
Imposto: 34% sobre a base presumida.

Neste exemplo, o lucro presumido resulta em uma carga tributária menor, pois o percentual presumido é inferior ao lucro real.

No entanto, se suas despesas aumentarem muito em um ano, o lucro real pode ser mais vantajoso, já que você terá mais deduções para reduzir o imposto.

Qual o impacto do Lucro Real e Lucro Presumido na fazenda?

A escolha do regime tributário impacta diretamente o fluxo de caixa e a gestão financeira da sua fazenda

Se você optar pelo Lucro Real, terá mais controle sobre o quanto vai pagar de imposto, pois pode deduzir as despesas operacionais. No entanto, vai precisar lidar com uma contabilidade mais complexa.

No Lucro Presumido, a contabilidade fica simplificada, mas você pode acabar pagando mais imposto se tiver despesas elevadas e margens apertadas, pois o cálculo se baseia em um percentual da receita, sem considerar as despesas efetivas.

Além disso, no Lucro Presumido, o imposto é mais previsível, o que pode facilitar o planejamento financeiro, mas a rigidez desse cálculo pode não se adequar a todas as situações

Se sua fazenda passa por um período de baixa produtividade ou enfrenta custos inesperados, por exemplo, o regime presumido pode resultar em um impacto financeiro negativo.

Aegro: Software de Gestão Financeira de sua fazenda

Para ajudar a lidar com a complexidade da contabilidade e a gestão financeira da sua fazenda, o software Aegro pode ser uma ferramenta muito útil. 

A partir da utilização do sistema, é possível fazer o controle mais efetivo das receitas e despesas, facilitando a apuração do lucro, independentemente do regime tributário escolhido. Com o Aegro, você pode:

  • Gerenciar as Finanças: Visão clara do fluxo de caixa e livro caixa, facilitando o planejamento e a tomada de decisões.
  • Controlar Despesas: Registre e analise suas despesas operacionais, permitindo que você maximize as deduções no Lucro Real.
  • Simplificar a Contabilidade: A plataforma é intuitiva e ajuda a organizar informações de maneira que atenda às exigências tributárias, mesmo no regime de Lucro Presumido.

Entenda como o Aegro pode simplificar sua gestão financeira, emitir notas fiscais gratuitamente, e ajudar a tomar decisões baseadas na gestão na sua fazenda. Clique no botão para fazer um teste grátis: 

Daniel Oliveira

Formado em Ciências Contábeis, pós-graduado em gestão financeira, Mestre em Contabilidade e finanças pela UFMG, Doutorando em Economia aplicada pela USP Esalq.

CFOP: O que é e Qual a Importância na Propriedade Rural?

O CFOP (Código Fiscal de Operações e Prestações) é usado para garantir a conformidade fiscal e organizar a carga tributária de qualquer empresa, incluindo no agronegócio.

O Código define a natureza das operações realizadas por uma empresa — como compra, venda, devolução ou exportação — e é registrado nas notas fiscais. 

A partir desse documento, os impostos de cada operação são calculados corretamente, evitando problemas com o Fisco e garantindo uma gestão financeira eficiente da fazenda.

A utilização correta do CFOP impacta diretamente na carga tributária de todo o produtor rural, já que diferentes operações possuem diferentes exigências fiscais e tributárias.

O que é CFOP?

O CFOP é um código numérico que identifica e classifica operações fiscais, como a compra e venda de mercadorias, a transferência de produtos entre estabelecimentos e a devolução de mercadorias

Cada operação tem um código específico, que deve ser indicado na nota fiscal correspondente. Essa numeração é indispensável para a gestão tributária de qualquer negócio, já que determina quais tributos devem ser recolhidos e em que momento.

No agronegócio, as operações podem ser complexas, já que envolvem diferentes estados, atividades de exportação e isenções tributárias. Por isso, utilizar o CFOP correto vai evitar erros fiscais e gerar benefícios tributários disponíveis para sua propriedade.

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Para que serve o Código Fiscal de Operações e Prestações?

O CFOP vai ser usado para identificar e classificar a natureza das operações de circulação de mercadorias e calcular e recolher impostos. Ambas as funções apresentam objetivos específicos, sendo eles: 

1. Classificação da Natureza das Operações: Identifica se a transação é de compra, venda, transferência ou exportação, entre outras, ajudando a diferenciar as operações realizadas pela propriedade rural. 

2. Cálculo e Recolhimento de Impostos: O CFOP determina quais impostos incidem sobre a operação e como eles devem ser recolhidos. Isso inclui tributos como o ICMS, IPI, PIS e COFINS.

É necessário garantir a regularidade fiscal da propriedade rural, evitando multas e sanções por parte do Fisco. Usar o código errado em uma nota fiscal pode levar ao pagamento indevido de impostos ou até mesmo à perda de créditos tributários.

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Qual o CFOP para Produtor Rural?

No setor rural, há CFOPs específicos que abrangem operações comuns nas fazendas, como a venda de produção própria e a compra de insumos agrícolas. Os mais comuns são:

  • CFOP 5101 – Venda de produção do estabelecimento;
  • CFOP 1102 – Compra para industrialização;
  • CFOP 1949 – Entrada de mercadorias destinadas à exportação;
  • CFOP 6949 – Remessa simbólica para transferência de estoque (em casos de
  • exportação indireta).

Esses códigos são utilizados para registrar todas as entradas e saídas de mercadorias. Além disso, eles se aplicam tanto a operações internas (dentro do estado) quanto interestaduais.

Por exemplo, ao vender grãos para um comprador de outro estado, o produtor deve usar o código fiscal de operações e prestações diferente daquele usado em uma venda local. Cada tipo de operação pode impactar diretamente na alíquota do ICMS a ser recolhido.

Como o CFOP é Utilizado na Prática?

O CFOP é essencial para a emissão de notas fiscais. Quando o produtor rural vende ou compra insumos, deve registrar a natureza da operação na nota por meio do código CFOP correto. 

Exemplo prático de como usar

Venda de soja: O produtor emite uma nota fiscal com o CFOP 5101 para registrar a saída de produção própria.

Compra de insumos agrícolas: A compra de adubos e fertilizantes é registrada com o CFOP 1102, identificando que se trata de aquisição para industrialização ou plantio.

Devolução de mercadoria: Se uma carga de insumos for devolvida, deve-se usar o CFOP correspondente à devolução, evitando que os impostos sejam recolhidos indevidamente.

Esses exemplos mostram como o uso correto do código é necessário para garantir que a carga tributária aplicada seja justa e compatível com cada tipo de operação.

Como o CFOP Influencia a Carga Tributária sobre a Produção Rural?

O CFOP impacta diretamente os impostos incidentes sobre as operações rurais. Usar o código correto é necessário para:

1. Evitar pagamento excessivo de tributos: Obrigatório para operações de exportação, quando classificadas corretamente, são isentas de ICMS.

2. Aproveitar créditos tributários: Em operações interestaduais, o uso adequado permite que o produtor recupere parte dos tributos pagos na compra de insumos.

3. Evitar multas e sanções: O preenchimento incorreto da nota fiscal pode resultar em autuações fiscais e gerar multas significativas.

No caso do agronegócio, a utilização correta do código também se torna importante para o  cumprimento de obrigações fiscais específicas, como o recolhimento do FUNRURAL ou a aplicação das alíquotas de ICMS diferenciadas entre estados.

Operações de exportação, por exemplo, precisam ser registradas com o CFOP adequado para garantir a isenção tributária e evitar problemas com a Receita Federal.

Vale lembrar que outras obrigações fiscais também devem parte dos cuidados com a propriedade. 

O especialista financeiro Matheus Machado, da Safras e Cifras, explica detalhes de como melhorar a gestão tributária e financeira. Clique no vídeo abaixo para assistir. 

Missão Safra 2024 | Transformação digital na gestão tributária e financeira com Matheus Machado

Onde e como consultar a Tabela Código Fiscal de Operações e Prestações 2024?

A tabela CFOP 2024 é atualizada todos os anos e está disponível nos seguintes canais:

  1. Receita Federal: A tabela oficial pode ser consultada no site da Receita Federal.
  2. Secretarias Estaduais de Fazenda: Cada estado disponibiliza a tabela completa com as atualizações locais.
  3. Softwares de Gestão Fiscal: Ferramentas de emissão de nota fiscal, como sistemas ERP, oferecem a tabela integrada, facilitando o preenchimento das notas.

Para produtores rurais e contadores, é essencial consultar regularmente a tabela atualizada para garantir que todas as operações sejam registradas corretamente. Isso evita erros fiscais e permite o aproveitamento de benefícios tributários.

A importância do CFOP para o produtor rural e o contador

Tanto o produtor rural quanto o contador da fazenda precisam entender que a gestão fiscal eficiente começa com a emissão correta das notas fiscais, e o CFOP é parte fundamental desse processo.

O papel do contador é garantir que todas as operações da fazenda sejam classificadas corretamente, evitando multas e otimizando a carga tributária

Além disso, utilizar softwares de gestão fiscal pode ajudar a automatizar o processo e minimizar erros, garantindo que o código correto seja aplicado em todas as notas emitidas.

No Aegro todos os processos fiscais são integrados, permitindo que você tenha todas as informações com um acesso rápido e em uma única tela. 

Conheça nossa solução que além de organizar toda a parte fiscal da fazenda, tem emissão de nota fiscal gratuita. Marque uma demonstração!

Daniel Oliveira

Formado em Ciências Contábeis, pós-graduado em gestão financeira, Mestre em Contabilidade e finanças pela UFMG, Doutorando em Economia aplicada pela USP Esalq.

Impactos climáticos: Como as mudanças atuais podem afetar a agricultura?

Os impactos das mudanças climáticas na agricultura têm gerado não apenas perdas para os produtores rurais, mas também para a população urbana, com alta nos preços dos alimentos.

Nos últimos tempos, o setor tem enfrentado sérios desafios, como quebras de safra e variações drásticas nas chuvas, com episódios de alagamentos no Sul e secas no Centro-Oeste do Brasil. 

Todos esses fenômenos são resultado de alterações nas variáveis ambientais, como a ação humana, emissões de gases de efeito estufa, atividades industriais, queimadas e desmatamento.

Diante desse contexto, é preciso adotar medidas para diminuir esses impactos, tanto nas propriedades agrícolas quanto em estratégias mais amplas

Quais os impactos das mudanças climáticas? 

Os impactos climáticos na agricultura causam reflexos ambientais, sociais e econômicos, afetando o equilíbrio da natureza de diversas maneiras. 

Entre essas alterações, estão o aumento dos níveis dos oceanos, o aumento das temperaturas e a perda de espécies e ecossistemas, além dos riscos à produção de alimentos e à saúde. 

Essas transformações exigem uma resposta direta para mitigar seus efeitos e promover a adaptação.

Como os impactos das mudanças climáticas afetam a agricultura?

Os impactos das mudanças climáticas na agricultura estão favorecendo o crescimento de plantas daninhas e aumentando a incidência de pragas e doenças, resultando na perda de nutrientes e na diminuição da fertilidade do solo

O desenvolvimento de doenças em plantas depende da interação entre hospedeiros, patógenos e condições ambientais, que estão sendo alteradas por variações de temperatura e precipitação. 

Esses fatores climáticos criam ambientes que podem facilitar ou dificultar o surgimento de doenças.

Além disso, os impactos das mudanças climáticas na agricultura afetam a distribuição geográfica dos patógenos, modificando onde e quando eles podem sobreviver.

A umidade e a precipitação influenciam a dispersão de esporos, enquanto a sobrevivência dos patógenos em condições desfavoráveis é impactada por temperaturas variáveis

Embora haja poucos casos comprovados de doenças fitossanitárias ligadas às mudanças climáticas, a complexidade dessa relação é evidente, exigindo um monitoramento das interações entre clima, pragas e saúde das plantas. 

Guia para manejo de plantas daninhas

Alterações na temperatura e agricultura 

O aumento das temperaturas médias e as variações nos padrões de chuva, como secas severas e inundações, são tendências alarmantes.

Segundo o IPCC, Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, a temperatura da superfície global já subiu 1,1ºC entre 2011 e 2020 e pode alcançar 1,5ºC em breve.

Esses impactos das mudanças climáticas na agricultura impactam no estresse térmico da lavoura, escassez de água e danos às culturas. 

Eventos extremos, como a seca no Brasil em 2022 e as inundações de 2024 no Rio Grande do Sul, ilustram esses desafios. 

As previsões indicam que, até 2100, a produção de milho pode ser drasticamente afetada, com reduções que variam de 3% a 35%, dependendo do aumento de temperatura. 

Projeções de temperatura globais, indicando os impactos das mudanças climáticas na agricultura
Figura 1. Projeções de temperatura, umidade e precipitação em cenários de aquecimento global até 4ºC (1850-1900) – IPCC 2023. Fonte: IPCC, Relatório Síntese sobre Mudança do Clima 2023 e Agroadvance (2024).

El Niño e La Niña: Efeitos no Brasil e diferenças 

O El Niño é um fenômeno caracterizado pelo aquecimento irregular das águas do Oceano Pacífico Equatorial, resultando em mudanças climáticas globais. 

No Brasil, os seus efeitos são intensificados, levando a chuvas fortes no Sul e Sudeste, causando alagamentos e deslizamentos. Já no Nordeste acontece o oposto: secas severas, afetando a agricultura e a qualidade de vida da comunidade.

Por outro lado, La Niña acontece quando as águas do Pacífico Equatorial se resfriam, intensificando os ventos alísios. Esse fenômeno traz chuvas mais intensas para o norte e nordeste do Brasil, beneficiando regiões com clima semiárido. 

No entanto, o Sul enfrenta secas severas, prejudicando as atividades agrícolas e aumentando a vulnerabilidade das comunidades locais.

Ambos os fenômenos têm impactos significativos e opostos nas condições climáticas do Brasil, exigindo estratégias de adaptação para mitigar os efeitos adversos.

Ações para mitigar os impactos das mudanças climáticas na agricultura

Os impactos das mudanças climáticas na agricultura exigem uma abordagem integrada para seguir a produção.

Uma das principais estratégias é a implementação de políticas de apoio a práticas sustentáveis, incluindo subsídios e financiamento para inovações

Além disso, a educação e capacitação dos agricultores são essenciais para a adoção de novas técnicas e conhecimentos, permitindo uma adaptação eficaz às adversidades climáticas. 

Aderir a tecnologias agrícolas, como a rotação de culturas e sistemas de irrigação de precisão, ajudam a otimizar a produtividade e a saúde do solo. 

Em paralelo, a diversificação de culturas, com a introdução de variedades mais resistentes, aumenta a resiliência das plantações. 

É recomendado realizar a gestão eficiente dos recursos hídricos, para garantir a disponibilidade de água por meio de técnicas de captação e irrigação eficazes. 

Por último, a implementação de seguros agrícolas protege contra perdas financeiras causadas por eventos climáticos extremos, oferecendo uma rede de segurança para a recuperação. 

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Redator Alasse Oliveira

Alasse Oliveira

Engenheiro-Agrônomo (UFRA/Pará), Técnico em Agronegócio (Senar/Pará), especialista em Agronomia (Produção Vegetal) e mestre em Fitotecnia pela (Esalq/USP).

Saúde do solo: por que é tão importante cuidar disso?

A saúde do solo é definida pela capacidade de funcionar como um sistema vivo. Os solos saudáveis abrigam uma rica comunidade de organismos que auxiliam na supressão de pragas, reciclagem de nutrientes e controle de doenças

Além disso, mantêm a capacidade de retenção de água e nutrientes, fatores fundamentais para garantir a sustentabilidade da produção de alimentos.

A preservação da qualidade do solo não favorece apenas a produtividade agrícola, mas também a mitigação das mudanças climáticas ao armazenar carbono. 

Até o momento, é estimado que 95% da produção mundial de alimentos depende direta ou indiretamente da terra, reforçando a necessidade de práticas sustentáveis para garantir a segurança alimentar global. 

Nesse contexto, a FAO, Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, destaca a importância da conservação do solo, apresentando os principais benefícios proporcionados por solos saudáveis.

O que é considerado um solo saudável?

Um solo saudável é bem estruturado, rico em biodiversidade microbiana, com níveis adequados de nutrientes e matéria orgânica, oferecendo condições ideais para o desenvolvimento das plantas e maior rendimento das culturas.

Além disso, alimentos cultivados em solos saudáveis tendem a apresentar maior valor nutricional, com concentrações mais elevadas de vitaminas, minerais e compostos bioativos

A manutenção da saúde do solo garante uma produção agrícola sustentável, viável economicamente e capaz de atender às demandas por alimentos mais nutritivos.

A melhor estrutura física desses solos facilita a infiltração de água, a aeração e o crescimento das raízes. 

Enquanto isso, a alta biodiversidade microbiana melhora a ciclagem de nutrientes e reduz a incidência de patógenos, enquanto a presença adequada de matéria orgânica aumenta a capacidade de retenção de água e a fertilidade. 

Já o equilíbrio de nutrientes garante a disponibilidade dos elementos essenciais para o crescimento saudável das plantas, contribuindo para uma agricultura mais eficiente e sustentável.

Por que a saúde do solo é tão importante?

Um solo saudável é importante porque fornece os nutrientes, a estrutura e a água necessários para o crescimento das plantas, gerando uma produtividade maior e qualidade dos alimentos.

Além disso, funcionam como filtros naturais, protegendo a qualidade da água e contribuindo para o sequestro de carbono, mitigando as mudanças climáticas e promovendo a sustentabilidade ambiental. 

Manter a saúde do solo não impacta apenas a lavoura, mas também o consumo de alimento mundial, interferindo economicamente. Entenda mais detalhes: 

1. Produção de Alimentos

  • Suporte para Plantas: Fornecimento de nutrientes essenciais que as plantas precisam para crescer, como nitrogênio, fósforo e potássio. Também ajuda na retenção de água e permite que as raízes se fixem e absorvam esses nutrientes.
  • Melhora a Produtividade: Solos ricos em matéria orgânica e bem estruturados aumentam a produtividade agrícola, permitindo que as culturas cresçam mais saudáveis e vigorosas.

2. Qualidade da Água

  • Filtragem Natural: Solos saudáveis atuam como filtros naturais, limpando a água que passa através deles. Eles absorvem contaminantes e evitam que poluentes entrem nos corpos d’água, contribuindo para a preservação de rios, lagos e lençóis freáticos.
  • Retenção de Água: Solos ricos em matéria orgânica conseguem reter mais água, o que é importante para reduzir a erosão e para garantir o abastecimento hídrico das plantas durante períodos de seca.

3. Ciclo de Nutrientes

  • Reciclagem de Nutrientes: Um solo saudável promove a decomposição de matéria orgânica, reciclando nutrientes para que estejam disponíveis para novas plantas. Isso reduz a necessidade de fertilizantes químicos e promove uma agricultura mais sustentável.
  • Fixação de Nitrogênio: Certos microrganismos no solo ajudam a converter o nitrogênio atmosférico em formas utilizáveis pelas plantas, um processo essencial para o crescimento saudável das culturas.

4. Sustentabilidade e Conservação Ambiental

  • Prevenção da Erosão: Solos bem estruturados são menos propensos à erosão, que é a perda de camadas superficiais do solo devido ao vento ou à água. A erosão reduz a fertilidade do solo e pode causar danos ambientais significativos.
  • Sequestro de Carbono: Solos ricos em matéria orgânica ajudam a capturar e armazenar carbono, reduzindo a quantidade de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera. Isso contribui para a mitigação das mudanças climáticas.

5. Biodiversidade

  • Habitat para Organismos: Um solo saudável é um ecossistema vivo, abrigando uma enorme variedade de microrganismos, insetos e outros organismos que desempenham papéis importantes na decomposição de matéria orgânica, controle de pragas e reciclagem de nutrientes.
  • Promove a Resiliência das Plantas: A biodiversidade do solo contribui para plantas mais resistentes, ajudando a prevenir doenças e ataques de pragas, e promovendo uma agricultura mais sustentável.
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BioAS: O que é e qual a ligação com saúde do solo?

Para promover um manejo mais sustentável na agricultura, a Embrapa desenvolveu a tecnologia BioAS

A proposta é integrar a bioanálise das avaliações do solo, proporcionando uma visão mais completa da sua saúde e contribuindo para aumentar a produtividade agrícola.

A criação da BioAS foi impulsionada após a FAO informar que aproximadamente 33% dos solos do mundo estão degradados. 

Grande parte dessa degradação poderia ser evitada ou revertida com práticas agrícolas que valorizassem a biologia do solo. 

As análises tradicionais costumam focar apenas em aspectos químicos e físicos, deixando de lado a biodiversidade presente no solo e seu papel vital na manutenção da qualidade.

Como avaliar a saúde do solo?

A avaliação da saúde do solo pode ser feita por coleta de amostras, principalmente pela BioAS, pela confiabilidade dos resultados.

1. Escolha do local de análise 

Primeiramente, é preciso escolher locais representativos da lavoura, evitando áreas anômalas, como declives acentuados, depressões ou locais próximos a carreadores, que podem distorcer os resultados. 

2. Condições de coleta 

A coleta deve ser feita após a colheita, em condições de solo estáveis, evitando períodos de alta umidade ou seca extrema. A profundidade recomendada é de 0 a 10 cm, onde ocorre maior atividade microbiana e concentração de matéria orgânica. 

3. Quantidade da coleta 

A quantidade ideal de solo coletada deve ser suficiente para todas as análises previstas, geralmente entre 500 g e 1 kg. 

Para garantir que a amostra seja representativa, é necessário homogeneizar bem o solo retirado de diferentes pontos da área. 

4. Conservação e envio da amostra 

Após a coleta, as amostras devem ser mantidas em local fresco e ao abrigo do sol, e se o envio ao laboratório demorar mais de 24 horas, é recomendado armazenar em recipiente refrigerado. O envio deve ser realizado o mais rápido possível para garantir a precisão dos resultados. 

A Embrapa disponibiliza uma lista atualizada dos laboratórios capacitados para realizar a bioanálise de solo com a tecnologia BioAS, garantindo que estes sigam protocolos rigorosos para assegurar a confiabilidade das análises.

Para ajudar ainda mais nos cuidados com a saúde do solo, separamos algumas dicas de manejo integrado a seguir. Clique no play para assistir o vídeo.

Manejo integrado da lavoura: como ele pode impulsionar sua produtividade

Quais são os principais componentes do solo vivo e o que o ameaça?

Para entender o cuidado com o solo, precisamos conhecer suas três partes principais: a física, a química e a biológica.

Todas elas trabalham juntas, como engrenagens de um motor. Se uma falha, todo o sistema sofre. A interação equilibrada entre esses três pilares define um solo verdadeiramente saudável.

Componentes físicos do solo

  • Textura: Proporção de areia, silte e argila influencia a drenagem e a disponibilidade de água para as plantas;
  • Estrutura: É como as partículas do solo se agregam, formando unidades maiores. Uma boa estrutura cria um ambiente poroso favorável ao crescimento das raízes, à infiltração de água e à aeração;
  • Porosidade: São os espaços vazios entre as partículas sólidas do solo, que podem ser grandes (macroporos) ou pequenos (microporos);
  • Densidade: Massa do solo por unidade de volume. Se a densidade for alta, indica que o solo está compactado, dificultando o crescimento das raízes e a movimentação de água e ar.

Componentes químicos do solo

  • pH: Mede a acidez ou alcalinidade do solo, sendo fator determinante que afeta a disponibilidade da maioria dos nutrientes para as plantas e a atividade dos microrganismos;
  • Nutrientes: São os alimentos das plantas, como Nitrogênio (N), Fósforo (P), Potássio (K), Cálcio (Ca), Magnésio (Mg), Enxofre (S) e micronutrientes;
  • Capacidade de Troca Catiônica (CTC): É a capacidade do solo de reter íons positivos (cátions), como Ca²⁺, Mg²⁺, K⁺.6 O solo guarda esses nutrientes importantes, liberando gradualmente para as plantas;
  • Matéria Orgânica do Solo (MOS): É composta por restos de plantas, animais em decomposição e húmus. É responsável por melhorar a estrutura física, aumentar a capacidade de retenção de água, atuar como reserva e ser fonte de nutrientes. Além de tudo isso, ainda aumenta a CTC e serve de alimento para a vasta comunidade de organismos do solo.

Componentes biológicos do solo

  • Microrganismos: Incluem bactérias, fungos, actinomicetos e protozoários. São importante na decomposição da matéria orgânica, ciclagem de nutrientes, formação da estrutura do solo e podem até suprimir doenças e fixar nitrogênio atmosférico.
  • Macrofauna: São organismos maiores como minhocas, cupins, formigas e besouros. Suas atividades melhoram a aeração e a infiltração de água, e ajudam a incorporar a matéria orgânica das camadas superficiais para as mais profundas.
Plântulas crescendo em solo fértil, com destaque para as raízes e a estrutura do solo, simbolizando um bom manejo e saúde do solo na agricultura.
Foto: Felipe Fabbri, zootecnista me 

Como melhorar a qualidade da saúde do solo?

Se durante a análise, foi constatado que há problemas, existem formas de melhorar a qualidade do solo. Esse cuidado envolve práticas que aumentam a fertilidade, estrutura e biodiversidade. Confira abaixo o que fazer: 

1. Adição de Matéria Orgânica

  • Compostagem: Como esterco, restos de culturas e composto doméstico, melhora a estrutura do solo, aumenta a retenção de água e fornece nutrientes essenciais.
  • Cobertura Vegetal: Leguminosas ajudam a adicionar matéria orgânica ao solo e proteger sua superfície.

2. Rotação de Culturas

  • Diversificação das Plantas: Ajuda a evitar o esgotamento de nutrientes específicos e melhora a estrutura e a saúde do solo.

3. Plantio Direto

  • Redução da Erosão: Evita o revolvimento constante do solo, preservando sua estrutura e reduzindo a erosão. Também ajuda a reter mais umidade e matéria orgânica.

4. Controle de Erosão

  • Curvas de Nível e Terraços: Instalar barreiras físicas e técnicas para evitar que o solo seja carregado pela água da chuva, prevenindo a perda de nutrientes.
  • Cobertura do Solo: Palha ou culturas de cobertura protegem o solo contra o impacto direto das chuvas e vento.

5. Uso de Fertilizantes Naturais

  • Adubos Verdes: Culturas específicas, como feijão e ervilhaca, podem ser plantadas e incorporadas ao solo para adicionar nitrogênio e outros nutrientes naturalmente.
  • Evitando o Uso Excessivo de Fertilizantes Químicos: O excesso de fertilizantes prejudica a estrutura do solo e contamina lençóis freáticos.

6. Biodiversidade no Solo

  • Apoio à Vida Microbiana: Introduzir microrganismos como bactérias e fungos no solo, ajudam na decomposição de matéria orgânica e na disponibilidade de nutrientes para as plantas.
  • Manejo Integrado de Pragas e Doenças: Promover práticas que não prejudiquem a fauna do solo e que ajudem a controlar pragas de forma natural.

7. Teste Regular do Solo

  • Monitoramento de Nutrientes: Realizar análises regulares para identificar a necessidade de correções, garantindo um equilíbrio adequado de nutrientes e ajustando práticas de manejo conforme necessário.

Práticas Conservacionistas Comuns no Brasil

PráticaBenefíciosConsiderações
Plantio Direto (SPD)Reduz a erosão, aumenta MOS e infiltração de água, melhora estrutura e conserva umidade.Seu sucesso depende da cobertura permanente e rotação e pode exigir manejo de compactação superficial inicial.
Rotação de CulturasQuebra ciclo de pragas/doenças, melhora estrutura física e otimiza uso de nutrientes. É recomendado planejar a sequência considerando necessidades nutricionais e produção de palhada.
Adubação Verde/CoberturaProtege o solo, suprime daninhas, adiciona MOS e melhora estrutura, Escolha uma espécie adaptada à região. Se você estiver no Cerrado, por exemplo, opte por Braquiária ou Crotalária.

Saúde do solo e clima: Qual a ligação? 

Solos saudáveis são fundamentais para a agricultura para fazer a armazenagem de carbono e manter o equilíbrio do ciclo da água

Por outro lado, alterações climáticas, como mudanças nos padrões de temperatura e precipitação, afetam a estrutura e a fertilidade do solo, influenciando a disponibilidade de nutrientes, a atividade de microrganismos e a retenção de água.

Além disso, práticas agrícolas que degradam o solo, como o uso excessivo de fertilizantes químicos e o desmatamento, contribuem para a liberação de carbono armazenado, aumentando as emissões de gases de efeito estufa. 

Considerando tudo isso, a manutenção da saúde do solo é essencial para mitigar os efeitos das mudanças climáticas, além de garantir a produtividade agrícola e a sustentabilidade dos ecossistemas.

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Quais tecnologias ajudam no cuidado com o solo?

A tecnologia moderna oferece ótimas opções de ferramentas para melhorar os cuidados com a saúde do solo, complementando as práticas de manejo conservacionista.

A Agricultura de Precisão (AP) é um exemplo disso, que reconhece e gerencia a variabilidade espacial dentro de cada talhão.

As tecnologias como GPS, sensores embarcados em máquinas, sensores de solo imagens de satélite e drones, são usadas para mapear essas diferenças.

Esse mapeamento permite criar um diagnóstico detalhado da variabilidade da fertilidade, identificar zonas com maior ou menor potencial produtivo, áreas compactadas, problemas de drenagem ou infestações localizadas de pragas e daninhas.

Com base nesse diagnóstico preciso, a AP permite a Aplicação em Taxa Variável (VRT). Usando mapas de recomendação e equipamentos específicos, você pode fazer aplicações apenas onde é necessário.

Os bioinsumos, como inoculantes com microrganismos benéficos, também vêm ganhando espaço por promoverem o crescimento das plantas e a saúde do solo.

Na soja, conseguem eliminar a necessidade de adubo nitrogenado, enquanto no milho, ajudam na absorção de nutrientes.

Além disso, atuam na solubilização de fósforo, produção de hormônios e controle biológico.

O Brasil é destaque no uso dessas tecnologias, que funcionam melhor quando associadas a boas práticas de manejo e ao uso de dados para decisões mais precisas no campo.

Redator Alasse Oliveira

Alasse Oliveira

Engenheiro-Agrônomo (UFRA/Pará), Técnico em Agronegócio (Senar/Pará), especialista em Agronomia (Produção Vegetal) e mestre em Fitotecnia pela (Esalq/USP).

Agricultura sustentável: O que é e como iniciar na minha fazenda?

A demanda por agricultura sustentável no Brasil está transformando as cadeias produtivas.

O país tem buscado formas de aumentar a produção sem expandir áreas, unindo eficiência econômica e preservação ambiental.

Por conta disso, essa mudança é impulsionada por exigências do mercado e pela legislação que protege áreas naturais.

A preocupação com a sustentabilidade, surge como uma solução para uma produção maior, e com menor impacto ambiental. Tecnologias como novas cultivares e sistemas integrados são as principais ações para atender essas demandas.

O que é agricultura sustentável?

A agricultura sustentável é um conjunto de práticas agrícolas que promovem a produção de alimentos de maneira responsável em termos ambientais, sociais e econômicos

O objetivo é atender às necessidades das gerações atuais e futuras, buscando um equilíbrio entre três pilares fundamentais: econômico, ambiental e social. 

Esse modelo é adotado para garantir que a produção alimentar não comprometa a saúde do planeta e o bem-estar das comunidades.

Sustentabilidade na Agricultura do Brasil

O Brasil, como um grande produtor de alimentos, enfrenta o desafio de garantir a segurança alimentar de forma sustentável. 

Atualmente, a agricultura no país é responsável por uma significativa parte do consumo de água e contribui para o desmatamento e as emissões de gases de efeito estufa. 

Portanto, a transição para práticas agrícolas sustentáveis é importante para enfrentar esses desafios, preservando os recursos naturais e contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas, ao mesmo tempo em que se busca inovação e eficiência no setor.

Você também pode ter interesse: 

Principais práticas sustentáveis na produção de grãos no Brasil

A produção de grãos no Brasil, por lei,  requer a adoção de práticas sustentáveis para atender à demanda por alimentos e preservar os recursos naturais. Por isso, separamos as mais utilizadas no momento em nossa agricultura.

1. Plantio Direto

Atualmente, cerca de 9 milhões de hectares são dedicados ao sistema de Plantio Direto (SPD)

Essa prática oferece diversos benefícios, como maior retenção de umidade, prevenção da erosão, flexibilidade no plantio e redução de custos, resultando em maior eficiência e rendimento na produção de grãos como milho e soja.

2. Rotação de culturas

A rotação entre culturas, especialmente entre soja e milho, é fundamental para melhorar a fertilidade do solo, controlar pragas e doenças, e reduzir o risco de erosão. 

Essa prática não só equilibra a demanda por nutrientes, mas também melhora a estrutura do solo, aumentando sua capacidade de retenção de água.

3. Uso de tecnologia de precisão

A tecnologia de precisão revoluciona a produção agrícola ao permitir a aplicação exata de insumos como água e fertilizantes.

Isso reduz o desperdício e minimiza os impactos ambientais, ao mesmo tempo que possibilita monitoramento em tempo real, promovendo um manejo mais eficiente e sustentável.

4. Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF)

A ILPF combina diferentes atividades agrícolas em uma mesma área, trazendo benefícios como a melhoria do solo, redução da erosão, captura de carbono e conservação da biodiversidade

Além disso, essa prática contribui para a resiliência dos sistemas agrícolas e para um equilíbrio ecológico.

5. Manejo Integrado de Pragas e Doenças (MIPD)

O MIPD é uma abordagem sustentável que reduz o uso de defensivos agrícolas e preserva a biodiversidade. 

A técnica utiliza estratégias de controle biológico e preventivas para gerenciar pragas, evitando a resistência a produtos químicos e promovendo a saúde dos ecossistemas agrícolas.

6. Conservação de áreas de preservação permanente (APPs)

A proteção da vegetação nativa em torno de corpos d’água e áreas de conservação é necessária para manter a biodiversidade e proteger os recursos hídricos, assegurando um ambiente agrícola mais sustentável.

7. Uso eficiente da água

A gestão de sistemas de irrigação eficientes costuma ser uma opção para reduzir o consumo de água e evitar desperdícios, contribuindo para uma agricultura mais sustentável.

8. Agricultura de baixo carbono (ABC)

A ABC envolve práticas que diminuem as emissões de gases de efeito estufa, como técnicas de plantio direto e a fixação biológica de nitrogênio, contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas.

9. Certificação sustentável

A adesão a programas de certificação que comprovam práticas sustentáveis na produção de grãos garante a rastreabilidade e a responsabilidade socioambiental, promovendo uma agricultura ética.

10. Leis ambientais e monitoramento da propriedade

O cumprimento das leis ambientais e o monitoramento das atividades agrícolas são essenciais para identificar e mitigar impactos negativos no meio ambiente, assegurando a sustentabilidade a longo prazo.

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Tipos de agricultura sustentável 

A agricultura sustentável é meio de preservar o meio ambiente que se popularizou com os anos. 

Por conta disso, hoje em dia existem vários tipos dessa agricultura, que podem ser adaptadas para diversas culturas. Confira abaixo: 

1. Agroecologia

A agroecologia é uma abordagem científica que aplica os princípios da ecologia à agricultura. 

Sua principal característica é a diversificação de cultivos e a conservação do solo e da água, promovendo um sistema agrícola mais equilibrado e responsável.

Culturas que mais utilizam a prática: Hortaliças e frutas, grãos (feijão, milho e arroz), café, cacau, leguminosas (entilhas e grão-de-bico) e cana-de-açúcar.

2. Agricultura Orgânica/Ecológica

Esse sistema de produção exclui o uso de agrotóxicos e fertilizantes químicos. Utiliza práticas como adubação verde, compostagem e controle biológico de pragas, promovendo uma agricultura mais saudável e sustentável.

Culturas que mais utilizam a prática: hortaliças (alfaces, tomates, cenouras, brócolis e outras verduras), frutas (maçãs, peras, morangos, bananas e citros), grãos (arroz, milho e feijão), café, cacau e ervas e temperos (manjericão, orégano, alecrim e outras ervas). 

3. Permacultura

A permacultura é um sistema de design que cria sistemas agrícolas perenes e autossuficientes.

Inspirada na natureza, esse tipo de agricultura sustentável, foca na resiliência e na interconexão entre diferentes elementos do ecossistema.

Culturas que mais utilizam a prática: hortaliças, frutas (maçãs, peras, pêssegos e frutas cítricas), café, cacau, leguminosas (feijão, lentilha e grão-de-bico), cereais (milho e trigo) e ervas (alecrim, manjericão, hortelã e outras).

4. Agricultura Natural

A agricultura natural visa criar um ambiente ideal para o desenvolvimento das plantas, minimizando intervenções humanas. Entre as práticas mais comuns, estão a cobertura morta e a compostagem, que favorecem o equilíbrio ecológico.

Culturas que mais utilizam a prática: Arroz, milho, hortaliças, frutas (como maçãs, peras e frutas) e leguminosas (como feijão, lentilha e ervilha).  

5. Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF)

Esse sistema combina agricultura, pecuária e florestas em uma mesma área, promovendo a diversificação da produção, a recuperação do solo e a preservação da biodiversidade.

Culturas que mais utilizam a prática: Grãos (como soja, milho e feijão), pastagens, frutas (como maçã, pêssego e outras frutas de clima temperado), madeira (como eucalipto e seringueira), plantas forrageiras (como brachiária e capim-elefante) e culturas de cobertura (como crotalária e nabo forrageiro). 

6. Agricultura de Precisão

Ao utilizar tecnologias avançadas, a agricultura de precisão não só otimiza o uso de insumos, como também aumenta a produtividade, enquanto, ao mesmo tempo, minimiza os impactos ambientais.

A prática ainda inclui técnicas como mapeamento de solo e controle individual de plantas.

Culturas que mais utilizam a prática: Soja, milho, trigo, algodão, cana-de-açúcar, frutas (como maçãs, uvas e citros), hortaliças (como tomate e alface) e café

7. Agricultura Sintrópica

Baseada na interação entre diferentes espécies de plantas, a agricultura sintrópica busca criar sistemas mais produtivos e resilientes, reduzindo a necessidade de insumos externos.

Culturas que mais utilizam a prática: Café, cacau, frutas (como abacate, manga e citros), hortaliças (alface, tomate e cenoura), grãos (milho, feijão e outras leguminosas) e pastagens (forragens e árvores em sistemas sintrópicos). 

8. Agricultura Regenerativa

Esse sistema vai além da sustentabilidade, buscando a regeneração dos recursos naturais. A agricultura regenerativa é conhecida pelas práticas de rotação de culturas e compostagem para melhorar a saúde do solo e aumentar a capacidade de sequestro de carbono.

Culturas que mais utilizam a prática: Grãos (soja, milho e trigo), cana-de-açúcar, café, frutas (maçã, pera e citros), hortaliças e leguminosas (feijão e lentilha). 

Por que a agricultura sustentável é importante?

A agricultura sustentável acaba sendo importante para criar sistemas agrícolas que preservem os ecossistemas e promovam a biodiversidade. 

Além disso, é uma prática que garante segurança alimentar, a saúde do planeta e influência no dia a dia da fazenda, refletindo na produtividade, também contribuindo parar:  

  1. Preservação do Solo: Práticas sustentáveis, como rotação de culturas e cobertura do solo, ajudam a manter a saúde e a fertilidade do solo, prevenindo a erosão e a degradação.
  2. Gestão Eficiente da Água: Sistemas de irrigação eficiente e técnicas de conservação da água garantem que os recursos hídricos sejam usados de maneira responsável, essencial em regiões com escassez.
  3. Biodiversidade: Promover a diversidade de culturas e práticas agroecológicas favorece a biodiversidade, ajudando a controlar pragas naturalmente e melhorar a resiliência do sistema agrícola.
  4. Redução de Insumos Químicos: A adoção de práticas orgânicas e de manejo integrado de pragas diminui a dependência de pesticidas e fertilizantes sintéticos, beneficiando a saúde do solo e dos ecossistemas.
  5. Segurança Alimentar: A produção de alimentos de forma sustentável garante um suprimento constante e seguro, contribuindo para a saúde da comunidade local e a economia rural.
  6. Viabilidade Econômica: A sustentabilidade pode levar à redução de custos a longo prazo, através da eficiência no uso de recursos e do aumento da produtividade, resultando em maior lucratividade.

A agricultura sustentável dentro de uma fazenda garante um sistema mais equilibrado e viável para o futuro, permitindo que a lavoura se mantenha saudável com as condições climáticas e outros aspectos da natureza. 

IMPORTANTE! A parte sustentável é um dos pontos mais importantes dentro de uma fazenda, mas você também precisa ficar de olho na sua operação. Confira o material abaixo e entenda como reduzir perdas e custos operacionais.

Redator Alasse Oliveira

Alasse Oliveira

Engenheiro-Agrônomo (UFRA/Pará), Técnico em Agronegócio (Senar/Pará), especialista em Agronomia (Produção Vegetal) e mestre em Fitotecnia pela (Esalq/USP).