Armazenamento de grãos: cuidados e estratégia para comercialização

Armazenamento de grãos: quais os cuidados para armazenar e quais estratégias adotar para a melhor comercialização de grãos

Entra safra e sai safra, mas a dúvida continua: devo armazenar meus grãos?

Afinal de contas, em média  15% da produção acaba sendo perdida devido ao armazenamento inadequado.

Devo correr esse risco ou vender meus grãos após a colheita? Qual a melhor estratégia de comercialização?

Nesse artigo, vamos mostrar a resposta dessas e de outras perguntas sobre o armazenamento. Não deixe de conferir!

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Armazenamento de grãos de forma descomplicada

No Brasil, o armazenamento de grãos, apesar de muito benéfico, acaba se tornando uma dor de cabeça para boa parte dos produtores.

Esse fato ocorre pela falta de estrutura para o armazenamento dos grãos produzidos no país. Isso muitas vezes obriga o produtor a vender sua produção rapidamente por um preço pouco competitivo.

Contudo, esse problema pode ser resolvido com um bom planejamento!

O armazenamento dos grãos deve ser planejado muito cedo, desde o momento da semeadura. Isso te ajudará a não ter problemas na pós-colheita e sucesso em sua comercialização.

Para isso vou mostrar alguns cuidados que você deve ter durante o planejamento de sua safra!

Armazenamento de grãos: 4 dicas para o sucesso

Quando pensamos em armazenamento, inúmeros empecilhos nos vem à mente… Então, veja algumas dicas para descomplicar o armazenamento de seus grãos! Vamos lá:

1º Dica: Parcele sua semeadura

Isso irá facilitar alguns processos como a colheita, secagem e armazenamento dos grãos em sua unidade de armazenamento. Além disso, sua comercialização poderá ser realizada com mais calma.

Parcelando sua semeadura, você não irá colher toda sua lavoura no mesmo momento e poderá pensar com mais calma se irá armazenar ou comercializar seu grão.

2º Dica: Previsão de produtividade

Assim, você poderá planejar com antecedência processos como transporte e armazenamento, pensando principalmente em custos e espaço para armazenar seus grãos.

3º Dica: Previsão de demanda do mercado

Procure adequar sua produção à demanda do mercado. Planeje a venda de seus grão.

4º dica: Parcerias

Caso você não possua uma unidade de armazenamento em sua propriedade, não deixe de fazer parcerias com vizinhos ou cooperativas. Reserve, com antecedência, o espaço para sua produção.

Armazenamento de grãos: Cuidados para evitar perdas

Além do espaço para armazenamento de grãos, muitas vezes há problemas como pragas e fungos que atacam a produção armazenada.

Alguns cuidados básicos podem reduzir suas perdas e garantir a qualidade de seus grãos.

Lembre-se: O cuidado com o armazenamento faz toda a diferença na rentabilidade de sua propriedade.

1 º Cuidado: Limpeza da unidade de armazenamento é essencial

Realize a desinfecção das unidades: baixo custo e alta eficiência

armazenamento de grãos

(Fonte:Coolchip)

2º Cuidado: Verifique a umidade dos grãos

A umidade da massa de grãos deve ser realizada no momento da entrada dos grãos na unidade de armazenamento e, periodicamente, durante o armazenamento.

Verifique se os grãos passaram pelo processo de secagem natural ou secagem artificial e se estão com a umidade ideal para entrar em seu silo, por exemplo.

Fique atento, pois a umidade aliada à temperatura intensifica a perda de qualidade dos grãos!

>> Leia mais: “Saiba como identificar e evitar os danos em grãos de milho”

3º Cuidado: Monitoramento de temperatura e aeração

Esses dois fatores são essenciais para a manutenção da qualidade dos grãos. Tanto a temperatura quando a aeração podem variar de acordo com a região em que seus grãos estão armazenados. Mas não podemos esquecer de uma regra básica:

UMIDADE RELATIVA DO AR (%) + TEMPERATURA (Co) < 55,5                  =ARMAZENAMENTO SEGURO

4º Cuidado: Monitoramento de pragas e roedores

O monitoramento constante da unidade armazenadora é fundamental, pois permite a verificação de infestações por insetos; pragas; roedores; e até mesmo pássaros, no momento inicial, impedindo grandes perdas.

armazenamento de grãos

(Fonte: Uniprag)

5º Cuidado: Tratamento da unidade

Realize o tratamento preventivo com a aplicação de inseticidas e até mesmo eliminação de pragas presentes nos grãos e muitas vezes invisíveis a olho nu! Opte por inseticidas residuais de contato ou pelo expurgo.

armazenamento de grãos

(Fonte: Bequisa)

Armazenar ou vender os grãos?

Essa pergunta é muito comum e a resposta irá depender da sua situação atual.

Bom, se você possui silo próprio e não tem dívidas que necessitam ser quitadas no final da safra, talvez a melhor opção para você seja o armazenamento.

Alguns estudos indicam que o armazenamento dos grãos em silo próprio, realizando a comercialização na entressafra, pode refletir em ganhos de até 55%.

Porém, antes de tudo, é momento de contabilizar todos os gastos!

Você precisa analisar se os gastos com armazenagem compensam uma possível alta dos preços e, principalmente, se você não tem contas a pagar.

Aqui no blog nós já falamos sobre “Secagem e armazenamento de grãos: Diferentes tipos e seus custos”.

Após considerar tudo isso, você deve pensar na situação atual de sua propriedade e do mercado interno e externo.

A nossa dica é que você faça o uso de planilhas ou de software de gestão, Assim, será possível visualizar todos os custos na palma da mão, sem inúmeras folhas e tabelas.

Nesse momento a gestão de sua propriedade irá fazer toda diferença!

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Estratégias no momento da comercialização

Como citamos acima, o momento ideal para comercialização irá depender muito do perfil de sua propriedade.

Vou citar aqui algumas estratégias para você utilizar no momento de vender seu grão!

  • Planeje com antecedência sua venda;
  • Diversifique as modalidades de comercialização;
  • Espalhe o risco, não deixe para vender seu grão de uma só vez;
  • Venda uma porcentagem antecipada, desde que consiga assegurar a margem de lucro almejada;
  • Armazene ao menos um pouco de seus grãos para vender na entressafra;
  • Fique de olho no mercado externo e interno.

Com essas estratégias, um planejamento adequado e o auxílio de um gestor, tenho certeza que será muito mais fácil traçar caminhos para uma boa comercialização!

armazenamento de grãos

(Fonte: Jornal O Celeiro)

Relação entre armazenamento de grãos e a gestão

Você parou para pensar o quanto o armazenamento está ligado a uma boa gestão em sua propriedade?!

Pois quando você realiza a gestão de sua propriedade, consegue ter em mãos informações de todas as etapas da produção de grãos, inclusive de safra anteriores!

Com isso, o gestor consegue realizar o planejamento voltado para a realidade de sua fazenda, observando os pontos fortes e fracos. E isso será fundamental na tomada de decisão.

Com gestão da fazenda, você planejar com antecedência possíveis gastos de armazenagem de grãos, seja para o silo em sua propriedade ou para armazenamento fora dela.

Você pode observar e analisar com calma quais as perspectivas do agronegócio no Brasil e no mundo e como vão as vendas. Tudo isso irá lhe auxiliar na tomada de decisão sobre o momento ideal para a comercialização dos grãos.

O segredo é usar a gestão a seu favor e estudar o mercado!

Enquanto você estuda o mercado, seus grãos devem estar armazenados em condições ideias para se manter dentro dos padrões de comercialização, conforme indica a Instrução Normativa nº 15, do MAPA, de 09 de junho de 2004.

Utilize a tecnologia a seu favor e mantenha-se atualizado sobre o mercado agrícola!

>>Leia mais: “Entenda melhor a classificação da soja e saiba usá-la para aumentar sua lucratividade

Use um software de gestão

Uma ótima opção para você conhecer seus gastos durante a safra é a utilização de um software agrícola!

Por ser um sistema desenvolvido especialmente para o agro, essa ferramenta irá auxiliar tanto na previsão de demandas da fazenda quanto no controle da produção e armazenagem.

Com a utilização de softwares, você consegue ter os dados da sua fazenda na palma da mão! Assim, pode analisar quais são seus maiores custos e como aumentar a rentabilidade.

armazenamento de grãos

Com Aegro é possível fazer o planejamento de safra, controle de estoque e visualizar a rentabilidade por talhão 

Conclusão

Após todo o esforço para garantir uma boa safra, não podemos perder tudo no armazenamento.

Neste artigo, você viu algumas dicas de como realizar o armazenamento com sucesso.

Falamos sobre os principais cuidados durante o armazenamento, qual o momento ideal para a comercialização de seus grãos e as principais estratégias.

Vimos ainda a importância da gestão no armazenamento de grãos!

Espero que com essas informações você consiga realizar o armazenamento de seus grãos e traçar estratégias para uma comercialização mais rentável.

>> Leia mais:

Vender ou guardar a produção em silos para grãos

Qual o teor de umidade de armazenamento da soja?

“Estratégias para o manejo de grãos ardidos de milho e soja”

Entenda como a umidade do grão de café pode impactar a qualidade do produto final

Você realiza o armazenamento de grãos? Ficou com alguma dúvida? Deixe seu comentário!

Antracnose nas culturas de grãos: como controlar de modo eficaz

Antracnose: saiba o que fazer para evitar a doença e como realizar um manejo eficiente e eficaz nas lavouras de soja, milho, feijão e sorgo.

Ver a lavoura com as folhas manchadas nunca é um bom sinal.

Ao saber que pode ser uma doença, pior ainda. As doenças podem facilmente limitar a produção e causar muitos prejuízos.

A antracnose é uma delas e pode gerar grandes perdas nas culturas de grãos.

Saiba a seguir como identificar a doença e quais as medidas de controle mais eficazes para sua lavoura. Confira!

Importância da antracnose na cultura de grãos

A antracnose é uma doença que pode ocorrer em várias culturas e afeta diferentes partes da planta.

A doença pode ocorrer em algumas culturas de grãos como feijão, soja, milho e sorgo.

Esta doença é causada por fungos do gênero Colletotrichum.

A antracnose pode gerar muitas perdas. Ela é considerada uma das doenças mais importantes da cultura do feijão, por exemplo. Neste caso, podem ocorrer perdas de até 100% com a utilização de variedades suscetíveis.

E, além das perdas quantitativas, pode também haver perdas qualitativas. O grão apresenta manchas negras ou lesões, o que reduz o preço de comercialização do produto.

Já na cultura do sorgo, a antracnose é considerada a doença mais importante por sua ampla distribuição nas áreas produtoras e pelos danos causados. Pode haver mais de 80% de perdas na produção de grãos com variedades suscetíveis.

Esses dados mostram a importância da antracnose para as culturas de grãos, com redução da produção (perda quantitativa) e perdas qualitativas, com manchas nos grãos ou sementes.

Agora vou explicar melhor as formas de sobrevivência e as condições favoráveis para a ocorrência da doença na lavoura.

Sobrevivência e condições favoráveis para a antracnose

As espécies de fungos do gênero Colletotrichum, que causam a antracnose, podem sobreviver em sementes, restos de culturas e hospedeiros alternativos (outras plantas que são hospedeiras do fungo).

A entrada do fungo na área da lavoura ocorre, geralmente, por sementes infectadas, sendo que plântulas originadas de sementes infectadas se tornam uma fonte de disseminação da doença na lavoura.

Além disso, o fungo pode reduzir a germinação das sementes infectadas.

Já a manutenção do inóculo (patógeno) na área ocorre preferencialmente por restos de culturas e por hospedeiros alternativos.

É importante entender as formas de sobrevivência do fungo para determinar as medidas de manejo.

Como podemos observar, o patógeno pode sobreviver na área por um longo período, de uma safra para outra. Por isso, é muito importante impedir a entrada do patógeno na sua lavoura.

Além disso, é importante ficar atento às condições favoráveis para a ocorrência da doença na sua área.

As condições favoráveis para a antracnose variam de temperatura moderada a alta e alta umidade.

Lembrando que plantios muito adensados podem propiciar alta umidade nas plantas e, dependendo das condições climáticas (temperaturas moderadas a altas), podem favorecer a ocorrência da doença na sua plantação.

Qual método de controle você utiliza para a antracnose nas culturas de grãos na sua lavoura?

Vou falar melhor sobre eles a seguir:

Métodos de controle da antracnose nas cultura de grãos

Como mencionei acima, o produtor deve entender as formas de sobrevivência do fungo que causa a antracnose para determinar as estratégias de manejo.

Como o fungo pode sobreviver em restos de culturas, uma importante técnica de controle é a utilização de rotação de culturas.

Ou seja, plantio alternado de diferentes espécies, na mesma área de cultivo e na mesma época do ano.

Lembrando que você tem que utilizar espécies de plantas que não sejam hospedeiras do patógeno da doença que se pretende controlar.

No plantio direto, a rotação de culturas é uma técnica obrigatória.

Você sabe que no plantio direto, a palhada fica sobre o solo e há o mínimo de revolvimento na semeadura.

E como o Colletotrichum sp. sobrevive nos restos culturais, é essencial realizar a rotação de culturas para reduzir o patógeno da área.

Caso não realize esta prática, ocorrerá aumento da população do fungo que causa a doença. Assim, na próxima safra da cultura de grãos, pode haver aumento da doença no início do ciclo da cultura, e consequentemente, perdas na produção.

>> Leia mais: “Mofo-branco: Como identificar e prevenir na sua lavoura

Outras estratégias de manejo

Além da rotação de culturas há outras estratégias de manejo. Veja:

  • Variedades resistentes (controle genético);
  • Sementes sadias;
  • Tratamento de sementes com fungicidas;
  • Espaçamento adequado para a cultura (adequação da população de plantas);
  • Aplicação de fungicidas na parte aérea das plantas.

O controle químico pode ser utilizado no tratamento de sementes e na pulverização da parte aérea das plantas. Mas lembre-se: este não é o único tipo de manejo, você deve utilizar outras técnicas também.

Para o controle da antracnose, primeiramente deve-se evitar a entrada do patógeno na área de cultivo. Isso pode ser feito utilizando sementes sadias, tratamento de sementes e outras medidas de manejo.

Se o patógeno estiver na área, deve-se realizar medidas de manejo de forma integrada, como, por exemplo, rotação de culturas, utilização de variedades resistentes, plantio com espaçamento adequado e outros.

Vou agora explicar as diferenças da antracnose nas culturas da soja, milho, feijão e sorgo.

Antracnose na soja

A antracnose foi considerada a segunda doença mais importante da cultura da soja em safras passadas, atrás da ferrugem asiática.

A espécie C. truncatum é a mais encontrada, mas há outras espécies de Colletotrichum sp. que podem causar a doença em soja.

A antracnose pode afetar a planta de soja em qualquer fase de desenvolvimento atingindo folhas, hastes e vagens.

Porém, é mais frequente na fase de floração e no enchimento de grãos, podendo causar queda das flores e vagens.

Se a doença ocorrer no início do desenvolvimento da cultura, pode haver morte das plântulas.

Os sintomas da doença nas folhas são lesões necróticas, podendo ocorrer necrose nas nervuras.

Nas vagens ocorrem lesões escuras de formato irregular e com depressões. Estes danos podem afetar os grãos ou as sementes do interior da vagem.

Os grãos e as sementes ficam com manchas, o que reduz a qualidade e o valor de comercialização, além de veicular o patógeno pela semente.

antracnose
Antracnose é a segunda pior doença da soja, perdendo apenas para a ferrugem asiática
(Fonte: Fundação Rio Verde)

Controle da antracnose na soja

  • Sementes sadias;
  • Tratamento de sementes com fungicidas registrados para o patógeno e para a cultura;
  • Rotação de culturas;
  • Espaçamento adequado nas entre linhas;
  • Fungicidas para a parte aérea (há alguns fungicidas registrados para controle da antracnose na parte aérea, aplicados principalmente nos estádio R5 e R6).

Para consultar os produtos que são registrados para controle da antracnose nas culturas de grãos, consulte o Agrofit.

Em caso de dúvida e para a prescrição do receituário agronômico, procure sempre um(a) engenheiro(a) agrônomo(a).

>> Leia mais: “Doenças de final de ciclo soja: Principais manejos para não perder a produção

Antracnose no milho

A antracnose no milho é causada por Colletotrichum graminicola, que pode atacar principalmente as folhas e os colmos. Assim, pode reduzir a produção do milho em até 40%.

Tanto o ataque nas folhas como no colmo são limitantes para a cultura do milho.

Isso se deve ao aumento das áreas de plantio direto e de cultivos de 2° safra (safrinha), o que favorece a sobrevivência do fungo nos restos de culturas e posterior infecção nas plantas de milho (aumento do inóculo na sua área de cultivo).

São sintomas da antracnose foliar as lesões necróticas, arredondadas a alongadas de coloração castanha.

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(Fonte: Rodrigo Véras da Costa em Embrapa)

Já os sintomas da antracnose no colmo são as lesões estreitas com coloração castanha; os tecidos internos ficam escuros e podem entrar em processo de desintegração.

Métodos de controle da antracnose no milho:

  • Uso de variedades resistentes;
  • Rotação de culturas.

Antracnose na cultura do sorgo

Como já comentei, a antracnose é considerada a doença mais importante no sorgo.

O fungo que causa a antracnose também é o C. graminicola, como ocorre na cultura do milho.

A doença no sorgo pode ocorrer em: folhas, colmo, panícula e grãos.

Nas folhas podem ocorrer sintomas em qualquer estádio de desenvolvimento, principalmente a partir do desenvolvimento da panícula.

Inicialmente, as lesões nas folhas são circulares a ovais, com centros necróticos de coloração palha. Esses depois se tornam escuros, com as margens avermelhadas ou castanha, dependendo da variedade.

No colmo formam-se cancros, caracterizados pela presença de áreas mais claras circundadas pela pigmentação característica da planta hospedeira, principalmente em plantas adultas.

E na panícula, pode ser a extensão da fase de podridão do colmo. Ocorrem lesões abaixo da epiderme, com aspecto encharcado de coloração cinza a avermelhada.

O que pode ser notado é que panículas de plantas infectadas são menores e amadurecem mais cedo.

Controle para antracnose no sorgo

  • Uso de variedades resistentes;
  • Sementes sadias;
  • Tratamento de sementes;
  • Rotação de culturas.

>> Leia mais: “Como fazer o manejo efetivo da necrose da haste da soja

Antracnose no Feijoeiro

O fungo que causa a antracnose na cultura do feijão  é C. lindemuthianum.

Como já mencionamos, a antracnose é uma das doenças de grande importância para o feijoeiro e pode atingir toda a parte aérea da planta.

Os sintomas que você pode observar nas folhas são áreas necrosadas nas nervuras, principalmente na parte debaixo da folha, sendo um sintoma característico da doença.

Você também pode ver lesões de formato alongadas e angulosas, de coloração vermelha a marrom. Já nas vagens, as lesões são deprimidas, circulares, com borda escura (marrom ou avermelhada).

Controle da antracnose do feijoeiro

  • Sementes sadias;
  • Tratamento de sementes;
  • Variedades resistentes;
  • Rotação de culturas;
  • Fungicidas para pulverização da parte aérea.

E, para concluir, veja a tabela abaixo com as características da doença Antracnose nas culturas de soja, milho, feijão e sorgo.

antracnose

Conclusão

Neste artigo falamos sobre a antracnose, uma importante doença na cultura dos grãos.

Você viu as formas de sobrevivência do patógeno, condições favoráveis para a ocorrência da doença e as medidas de manejo.

Além disso, abordamos as principais características da antracnose nas culturas da soja, do milho, do feijão e do sorgo.

E mostramos as principais estratégias de controle da doença nas culturas de grãos.

Então, realize um bom manejo da sua cultura e evite perdas de produção com a antracnose!

>>Leia mais:

Míldio: Como identificar na sua lavoura e combater essa doença
Tudo sobre oídio e como manejá-lo em sua área

Você tem problema com a antracnose nas culturas de grãos? Qual medida de manejo você utiliza? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Secagem de grãos de milho: entenda quando vale a pena e como aprimorá-la

Secagem de grãos de milho: Veja qual a melhor alternativa e confira algumas dicas para não perder a qualidade dos seus grãos.

Vai chegando próximo à colheita e a principal dúvida é se realmente é necessário realizar a secagem dos grãos.

Até porque muitos deixam o milho um pouco mais no campo para diminuir os custos com a secagem… Mas, afinal de contas, o que vale mais a pena?

Vou mostrar aqui as principais vantagens e desvantagens da manutenção das plantas de milho no campo e da secagem artificial.

Veja também as principais dicas para realizar a secagem de grãos de milho mais adequada à sua propriedade. Confira!

Secagem de grãos de milho no campo

A secagem das plantas de milho no campo ainda é uma prática muito comum entre os produtores de milho.

Mas inúmeras pesquisas indicam perda da qualidade dos grãos com a manutenção da cultura do campo.

Na prática, a cultura fica exposta um maior período de tempo ao ataque de pragas, doenças e intempéries climáticas. Isso pode resultar na incidência de grãos ardidos, por exemplo.

secagem de grãos de milho
Incidência de grãos ardidos em milho. (a): grãos sadios; (b) grãos ardidos
(Fonte:cRibeiro e Colaboradores, 2016)

Mas, se você seguir alguns cuidados, poderá retardar sua colheita e colher seu milho com menor umidade, sem muitas perdas na qualidade do grão.

E melhor: diminuindo seus custos. Vou explicar melhor. Vamos lá!

O que considerar para a secagem do milho no campo

O primeiro passo é conhecer o histórico de sua área e de sua região!

Quais as pragas e doenças de final de ciclo são mais comuns? E quais os problemas mais corriqueiros durante a fase de colheita?

Após conhecer os possíveis problemas, você deve ir para a fase de planejamento!

Nesta fase, você irá planejar todas as etapas de sua lavoura, da semeadura à colheita.

A escolha da semente ideal é fundamental. Você pode optar por cultivares/híbridos que possuam resistência ou tolerância às principais pragas e doenças da cultura, principalmente as de final de ciclo.

Assim, você irá fazer uma escolha inteligente de seu híbrido/cultivar. E isso será fundamental para manutenção da cultura no campo até atingir baixa umidade.

O sucesso de sua colheita será reflexo de seu manejo durante todo ciclo da cultura, então capriche!

Outro fator bastante importante é conhecer o clima de sua região no final do ciclo.

Uma chuva no período em que seu grão está secando no campo, por exemplo, pode ser extremamente prejudicial para sua qualidade.

Caso o ano seja extremamente seco, a secagem no campo pode ser uma alternativa. Caso contrário, opte pela a secagem artificial.

Vamos citar aqui as principais vantagens e desvantagens na utilização da secagem natural no campo.

Secagem de grão de milho no campo: Vantagens e desvantagens

A principal vantagem da manutenção das plantas no campo até atingir umidade próxima à 14% é a diminuição dos custos de produção.

Assim, você não terá gastos com a secagem!

secagem de grãos de milho
Após o ponto de maturidade fisiológica, umidade do milho para colheita permanece alta
(Fonte: Luiz Carlos)

Se você não sabe quanto gasta com a secagem, aqui no blog nós já explicamos como fazer esse cálculo. Confira: “Secagem e armazenamento de grãos: diferentes tipos e seus custos

Já como desvantagens, observamos:

  • Risco de queda de plantas devido à presença de patógenos ou ventos fortes;
  • Dependência das condições climáticas;
  • Altos riscos de danos mecânicos na colheita;
  • Falta de padronização do teor de umidade para armazenagem;
  • Aumento na porcentagem de perdas na colheita;
  • Perdas na qualidade dos grãos.

Caso não tenha orçamento para realizar a secagem, você pode colher seu grão com umidade mais elevada e optar pela técnica de secagem natural. É um método utilizado por vários produtores.

guia de manejo do milho

Secagem de grãos de milho artificialmente

Se você quer investir um pouco mais na sua pós-colheita e manter uma padronização na umidade de seus grãos, realize a secagem!

A secagem artificial é a mais utilizada no setor produtivo hoje pela praticidade e, principalmente, pela qualidade final do grão, permitindo um armazenamento mais seguro.

Contudo, quando se fala em secagem artificial, algumas perguntas vêm à mente.

Afinal de contas, vale a pena o investimento? Quando devo secar? Quais as melhores condições para secagem de grãos de milho na prática?

Vou responder a essas perguntas e indicar as vantagens e desvantagens desse processo!

secagem de grãos de milho
(Fonte: Geagra)

O que considerar para a secagem artificial

O primeiro passo para a tomada de decisão é conhecer a cultura do milho e a região na qual você está inserido.

Conhecer a cultura irá auxiliá-lo no processo decisório de qual o melhor momento para a colheita.

Caso opte por colher com a umidade mais elevada, o processo de secagem será essencial para a manutenção da qualidade do grão.

Contudo, é recomendável se atentar à umidade inicial dos grãos para a escolha correta de qual sistema de secagem utilizar.

Além disso, outro cuidado a ser tomado é a temperatura de secagem do ar forçado aquecido (fluxo contínuo ou intermitente). Altas temperaturas podem ocasionar danos nos grãos, o que irá prejudicar a qualidade.

Então, não acelere o tempo de secagem utilizando altas temperaturas!

Quando você colher seus grãos com umidade elevada, opte pela secagem lenta. Assim você irá evitar danos físicos.

O tempo de secagem pode variar de acordo com a umidade inicial, tamanho do grão e umidade relativa do ar, até o grão atingir o equilíbrio higroscópico.

Investir em secagem é importante para a manutenção da qualidade de seus grãos. E isso irá se refletir em alta rentabilidade.

Na prática, você deve secar sempre que colher com umidade acima de 14%. E a secagem deve ser realizada logo após a colheita.

Durante o processo de secagem, fique atento à temperatura da sua massa de grãos. Ela não deve ultrapassar 60°C.

Desta forma, você evita danos e mantém a qualidade de seu produto.

secagem de grãos de milho
(Fonte: Mayra Rodrigues)

Vantagens e desvantagens da secagem artificial

Ainda está em dúvida sobre quais as vantagens e desvantagens dos secadores artificiais?

A principal vantagem é que você não depende das condições climáticas para realizar esse processo.

Em seguida, podemos citar praticidade, rapidez e padronização da umidade de seus grãos.

Quando realizada de maneira adequada, a secagem artificial mantém a qualidade dos grãos.

Já como desvantagens dessa técnica podemos citar: o custo e os riscos de danos. Quando não é feita/monitorada por uma pessoa capacitada, ela pode prejudicar a qualidade dos grãos.

Conclusão

Entender sobre a secagem de grãos de milho é fundamental para a manutenção da qualidade de seus grãos.

Neste artigo vimos como a secagem pode ser realizada na prática.

Mostramos também as principais vantagens e desvantagem da secagem de grãos de milho no campo e artificialmente.

Você pôde conferir ainda algumas dicas para uma secagem de sucesso.

Espero que essas informações te ajudem a decidir qual procedimento de secagem adotar e como melhorá-la para evitar problemas na qualidade final de seus grãos!

>>Leia mais: “Colheita de soja: 7 dicas para torná-la ainda melhor”

>> Leia mais: “Vender ou guardar a produção em silos de grãos

E você, como realiza sua secagem? Tem alguma dúvida sobre a secagem de grãos de milho? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Saiba sua produção de milho por hectare através de 3 métodos (+planilha grátis)

Atualizado em 25 de abril de 2022.

Produção de milho por hectare: saiba como estimar, calcular seus custos e a produtividade da sua lavoura de milho

Estima-se que mais de 115,6 milhões de toneladas de milho sejam colhidas em 2022 no Brasil. Mas essa projeção é ampla.

Dentro da porteira, quem produz se pergunta sobre a sua estimativa e sobre o retorno financeiro para pagar as contas.

Se essa é uma preocupação para você, saiba que existem vários métodos para estimar a produtividade da sua plantação de milho.

Neste artigo, veja em passos simples como estimar sua produção de milho por hectare mesmo antes da colheita. Boa leitura!

Como fazer as estimativas de produção de milho por hectare?

Saber como será a produtividade do campo antes da colheita é uma forma de você organizar e planejar melhor atividades futuras. Investimentos, transporte, armazenagem e possíveis ações de colheita e pós-colheita são exemplos.

Você provavelmente coleta amostras representativas da lavoura para a previsão da produtividade de milho. A seleção dos locais para a amostragem é muito decisiva.

Características individuais de um determinado híbrido de milho, condições ambientais diferentes ou fatores de manejo podem afetar a precisão das estimativas.

Lembre-se de escolher sempre plantas que sejam o mais parecidas possível com o restante da lavoura.

Depois disso, é hora de estimar a produção de milho por hectare. Existem 3 diferentes métodos para isso, uns mais simples e outros nem tanto.

Agora, veja quais são esses métodos na cultura do milho e escolha o que mais se encaixa na sua realidade. 

Método 1: Estimativa da produtividade de milho por hectare de forma simples

Para te ajudar nesse método, fizemos uma planilha para automatizar a estimativa de produtividade de milho. Você pode baixá-la gratuitamente preenchendo seus dados no formulário abaixo:

Agora, veja o passo a passo desse método.

Passo 1: Colete algumas espigas de sua lavoura

Recomendamos pelo menos 1 planta a cada 2-6 hectares, sempre lembrando de manchas de solo.

Se você possuir um mapa de produtividade, melhor ainda.

Aproveite as manchas desse mapa para direcionar sua coleta de plantas. Assim você pode estimar sua produtividade nessas diferentes partes de sua propriedade.

Para cada mancha de solo, de produtividade ou talhão, você vai utilizar a fórmula a seguir.

Por isso, é importante que você identifique as plantas coletadas em cada uma dessas diferentes partes da fazenda.

Achou trabalhoso? Você pode pedir para sua equipe coletar essas espigas ao realizar qualquer atividade de rotina. Por exemplo, no monitoramento de pragas do milho, aplicação de defensivos, etc.

Passo 2: Calcule o peso médio de grãos de cada uma delas

Retire os grãos de milho da espiga e saiba o peso por espiga.

Anote os resultados e faça a média do peso. Para isso, some os valores e divida pela quantidade de espigas utilizadas. Exemplo:

  • Espiga 1= 175 g; 
  • espiga 2= 169 g; 
  • espiga 3= 162 g; 
  • espiga 4= 172 g; 
  • espiga 5= 180 g; 
  • espiga 6= 174 g; 
  • espiga 7= 183 g.

O peso médio dos grãos é a soma de todos os pesos dividido pela quantidade de amostras = (177 + 179 + 176 + 173 + 181+ 174 + 185) / 7

Ou seja, o peso médio dos grãos nesse exemplo é 178 g.

Passo 3: Saiba a população de plantas da área

Se você não tem esse dado em seu planejamento agrícola, também é possível descobrir:

  • Conte quantas plantas existem em 10 metros de linha da lavoura em uma parte homogênea da área;
  • Divida esse número por 10 e você terá o número de plantas por metro linear;
  • Divida 10.000 (valor de m², correspondentes a 1 hectare) pelo espaçamento da sua lavoura (em metros);
  • O resultado dessa divisão deve ser multiplicado pelo número de plantas por metro linear. Assim você terá a população de plantas por hectare.

Veja um exemplo para ilustrar:

O número de plantas em 10 metros da minha lavoura foi de 50 plantas. Então, divido 50/10. O resultado é 5 plantas por metro linear.

O espaçamento da minha lavoura é de 90 centímetros (0,9 m). Então, basta calcular 10.000 dividido por 0,9. O resultado é 11 111,11.

Agora, basta multiplicar o número de plantas por metro linear (5) pelo resultado da divisão acima. Ou seja, 5 x 11 111,11 = 55 555,55.

Assim, a população da minha lavoura de milho é de 55 555,55 plantas por hectare.

Passo 4: Utilize a fórmula de estimativa da produtividade de milho por hectare

Após ter o peso médio de grãos de cada espiga, basta multiplicar pelo número total de plantas encontradas no talhão. 

Veja o exemplo:

  • Peso médio dos grãos: 185 g = 0,175 kg
  • População de plantas: 55.555,55 plantas/ha
  • Produção estimada = 0,178 x 55.555,55
  • Produção estimada = 9.888,9 kg/ha

Lembre-se de considerar a umidade do milho. Afinal, a comercialização é feita com grãos que estejam o mais próximo de 13% de umidade.

Se a umidade estiver muito maior que isso, será necessário descontar a umidade. Isso é possível através da conta:

  • Umidade dos grãos em campo (Uc) = 23 %
  • Umidade desejada (Ud) = 13 %
    • Peso com umidade corrigida x peso de campo × [(100 – Uc) ÷ (100 – Ud)]
    • Pcu = 9888,9 × [(100 – 23) ÷ (100 – 13)]
    • Pcu = 8.752,2 kg/ha

>> Leia mais: “Não erre mais: tudo o que você precisa saber para a compra de sementes de milho

Método 2: Baseado no cálculo “Corn Yield Calculator” da Universidade de Illinois

Passo 1: Conte o número de espigas em 4 m²

Dependendo do espaçamento da sua lavoura, você deve medir o comprimento para resultar em 4 m². Depois, deve contar as espigas das plantas presentes em duas linhas.

tabela que mostra como calcular a quantidade de milho por hectare

(Fonte: Tiago Hauagge em Pioneer Sementes)

Guarde esse dado de quantidade de espigas, pois usaremos mais tarde.

Passo 2: Conte as fileiras das espigas

Escolha três destas plantas e colete as espigas que considere representativas da área. Conte o número de fileiras de grãos e o número de grãos por fileira de cada espiga.

Mas, atenção! Desconsidere os grãos da extremidade que sejam menores que a metade do tamanho de um grão normal.

Passo 3: Utilize a fórmula de produtividade de milho

Com todos esses dados em mãos, utilize a fórmula para cada uma das 3 espigas:

Cálculo de quantidade de milho por hectare

(Fonte: Tiago Hauagge em Pioneer Sementes)

Feito isso, calcule a média de produção estimada das três espigas.

Assim, você terá a estimativa da produtividade para aquela região da propriedade que você coletou as espigas.

Passo 4: Repita as etapas em vários pontos do talhão

Para ter uma estimativa melhor da produção de milho por hectare, o ideal é repetir esses passos em vários pontos.

Novamente, mapas de solo e de produtividade podem te ajudar a direcionar esses pontos de coleta. Calcule a média dos resultados para estimar a produtividade final da área.

Método 3: Recomendado pela Emater

Passo 1: Conte o número de espigas em 10 metros

Escolha um ponto representativo da área. Faça a medição de 10 m de linha e conte as espigas. Guarde esse dado para utilizar depois. 

Passo 2: Tenha o peso de grãos de 3 espigas

Naqueles 10 m, escolha 3 espigas representativas da área. Pese seus grãos e faça a média como apresentado anteriormente.

Passo 3: Utilize a fórmula

A produtividade de milho por hectare estimada é obtida pela seguinte fórmula:

  • Produtividade (toneladas/ha) = [(NE x P) / EM] / 1000
    • NE = número médio de espigas em 10 m lineares
    • P = Peso médio de grãos por espiga
    • EM= espaçamento entre linhas (m)

Lembre-se de verificar a umidade dos grãos e corrigir o peso!

Para melhorar a estimativa, é interessante repetir esses passos em vários pontos da área. 

Agora que você já sabe como prever a sua produção de milho por hectare, é preciso saber seus custos por hectare.

É necessário ter um equilíbrio entre o que foi produzido e o que foi gasto. Isso resulta no lucro bruto da colheita do milho.

Custo de produção de milho por hectare

De acordo com a Conab, a produtividade média de milho no Brasil foi de 4.366 kg/ha na safra 2020/2021. O Brasil é o terceiro maior produtor de milho do mundo, com estimativa média de produtividade do nosso país de 5.443 kg/ha

Isso nas três épocas de produção, com aumento crescente da produção.

produção de milho no Brasil de 2015 até 2022

Produção de milho brasileira

(Fonte: Conab)

A expectativa é que, mesmo que o custo tenha subido, ocorra um aumento de 6,5% da área plantada. Isso acontece devido a alta de preço de comercialização desse cereal.

Vários fatores interferem no custo de produção do milho. Entretanto, há grandes aumentos dos preços dos insumos, o que reflete diretamente no custo de produção.

Nos últimos anos o custo foi aumentando. Hoje, quem produz milho deve planejar corretamente seus gastos e prever sua produção. Assim é possível saber qual valor mínimo de venda.

Sabendo o custo correto de produção, você consegue saber por qual preço compensa realmente vender sua produção. 

Na safra 2015/16, por exemplo, muitos produtores anteciparam a venda de até 70% da produção do milho para cobrir seus custos.

Mas as condições climáticas daquele ano não ajudaram. A produção acabou não sendo a estimada.

Por isso, o preço aumentou e muitos produtores não tinham milho para aproveitar esse momento.

É daí que vem a importância de saber seu custo de produção, a margem de lucro esperada. 

Além disso, ter atenção constante ao preço é essencial para ter maior poder de negociação. E não esqueça de ficar de olho no clima. Condições como a geada no milho podem ter muito impacto nos seus resultados.

Importância de conhecer a produtividade de milho por talhão

Conhecer todos os desníveis de sua propriedade, o histórico de mancha de solo, pragas e doenças é essencial. Saber qual talhão é mais produtivo também.

Existe variabilidade em toda a área. Isso causa níveis diferentes de produção em cada talhão. Conhecer todos esses detalhes é fundamental para o planejamento, e exigirá de você o uso da agricultura de precisão.

Devido a essas diferenças, a produtividade de uma cultura pode ser bem mais baixa ou mais alta do que esperado.

Para essa tarefa, você pode contar com um aplicativo de gestão rural, como o Aegro. Assim, é muito mais fácil conhecer a sua lavoura e manter um histórico completo de cada talhão.

Rentabilidade por talhão com o Aegro

Com Aegro, você sabe sua rentabilidade por talhão de modo simples e fácil

Ter essas informações centralizadas em um só aplicativo pode facilitar muito o seu manejo e sua estimativa de produtividade.

Esse pode ser o seu diferencial para sair na frente da concorrência.

Da safra à safrinha de milho, alcance mais produtividade com Aegro. Ao lado do texto, duas mãos seguram grãos crus de milho.

Conclusão

A previsão da produção te possibilita saber quais as necessidades futuras de transporte e armazenamento do produto. O mesmo vale para prováveis ganhos na sua comercialização.

Existem diferentes métodos para estimar a produtividade de milho por hectare. Cabe a você escolher qual se adequa mais à sua realidade.

Para um controle real do lucro, é preciso saber também seu custo de produção por hectare. A tecnologia de aplicativos de gestão rural como o Aegro deixam essas informações mais acessíveis a você e à sua equipe.

Aproveite todas as dicas e os métodos do artigo para melhorar ainda mais o seu negócio! Boa colheita!

Gostou do texto? Usa algum outro método de estimativa de produção de milho por hectare que não citei aqui? Deixe seu comentário abaixo!

Foto da redatora Carina, no meio de uma plantação

Carina é engenheira-agrônoma formada pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), mestre em Sistemas de Produção (Unesp), e doutora em Fitotecnia pela Esalq-USP.

Umidade do milho para colheita: todas as dicas para não perder seus grãos

Umidade do milho para colheita: como determinar o ponto ideal de colheita para diferentes situações e outras dicas para não perder seus grãos.

A colheita é umas das etapas mais importantes durante a produção de milho.

Estima-se que uma colheita bem planejada pode diminuir aproximadamente 6% das perdas da produção total de milho no Brasil.

A umidade do grão para colheita é ponto essencial de atenção, pois caso esteja inadequada, pode causar prejuízos ainda maiores.

Até por isso surgem tantas dúvidas: como determinar a umidade, qual o ponto ideal para venda do grão ou silagem, etc.

Confira agora todas essas respostas e as principais dicas para realizar uma colheita eficiente no momento adequado!

Cuidado com a umidade do milho para colheita!

Durante todo o ciclo da cultura, inúmeros cuidados são essenciais para alcançar altas produtividades.

Contudo, o momento mais delicado é a colheita! Se não realizada no momento adequado, pode acarretar perdas dos grãos.

A colheita deve ser planejada com antecedência, evitando que os grãos fiquem secando no campo e sejam expostos a condições climáticas indesejáveis.

Veremos aqui quais cuidados devem ser tomados no momento da colheita. Mas antes vamos mostrar o que é maturidade fisiológica e como reconhecê-la!

Ponto de maturidade fisiológica do milho

O ponto de maturidade fisiológica refere-se ao momento em que o grão atingiu a máxima matéria seca. Contudo, nesse momento, a umidade ainda é elevada: cerca de 50%.

Após atingir o ponto de maturidade fisiológica, o milho está pronto para ser colhido. Mas, com a umidade elevada, fica impossibilitada a colheita.

Desse modo, alguns cuidados devem ser levados em consideração para a manutenção da qualidade dos grãos.

O primeiro deles é não realizar a colheita com umidade elevada! Isso pode acarretar em perda de grãos.

Em geral, a colheita do milho deve ser feita assim que possível, pois manter a planta no campo a deixa vulnerável ao ataque de insetos e patógenos.

Além disso, o prolongamento deste período pode favorecer o crescimento e desenvolvimento de plantas daninhas, o que pode dificultar a colheita e diminuir a qualidade dos grãos.

Mas, na prática, além da umidade, como reconhecer o ponto de maturidade fisiológica?

Tratando-se de milho, o produtor pode se atentar a dois aspectos visuais nos grãos: a linha de leite e a camada negra.

Na figura abaixo podemos observar o avanço da linha de leite durante o processo de maturação. Veja:

umidade do milho para colheita
(Fonte: Steve Butzen)

A formação de uma camada negra na região de inserção do grão no sabugo é considerada um indicador de maturidade.

umidade do milho para colheita
(Fonte: José Carlos Madalóz)

Além disso, o produtor pode observar a coloração amarelada/marrom das plantas:

Umidade do milho: ponto ideal de colheita

A colheita dos grãos deve ser realizada assim que possível, após os grãos atingirem a maturação fisiológica!

Na prática, a colheita deve ocorrer quando os grãos atingem teor de água que possibilitem a colheita mecânica.

A colheita realizada quando os grãos possuem alto teor de umidade, pode provocar danos mecânicos. Além disso, a alta umidade dos grãos dificulta a debulha.

De acordo com estudos da Embrapa, a porcentagem de danos é menor quando os grãos são colhidos com teor de água inferior a 16%.

Atualmente, a umidade recomendada para colheita do milho pode variar de acordo com o objetivo e a tecnificação do produtor!

Se seu objetivo é o armazenamento do milho e você não possui tecnologia para o processo de secagem, indica-se colher seus grãos com umidade em torno de 14%.

Contudo, se você possui essa técnica em sua propriedade, é possível realizar a colheita com até 25% de umidade.

Não se esqueça: o milho deve ser colhido assim que possível, logo após o ponto de maturidade!

planilha para estimativa de perdas na colheita Aegro

Como determinar a umidade do milho para colheita

Além do conhecido aparelho eletrônico utilizado para determinar a umidade, vou indicar alguns métodos práticos que podem te ajudar no campo!

1º. Teste de resistência do grão ao risco, sob pressão da unha

Risque o grão de milho com a unha. Se o grão ficar com alguma marca, isso indica que a umidade está acima de 18%.

umidade do milho para colheita
Teste de resistência do grão ao risco ajuda a verificar umidade do milho para colheita
(Fonte: Embrapa)

2º. Teste de resistência da espiga à torção

Submeta a espiga despalhada a uma torção no sentido do seu eixo. Se a espiga torcer facilmente, a umidade dos grãos pode estar em torno de 18% a 20%.

3º. Teste de resistência à pressão do dente

Caso o grão “quebre” no dente, é possível verificar que a umidade está acima da ideal para a colheita.

Se você tiver dúvidas sobre a umidade dos grãos, retire amostras e leve-as a um laboratório para determinação da umidade.

Como a umidade pode prejudicar o ciclo do milho

A alta umidade pode ser extremamente prejudicial para a cultura do milho em todo ciclo.

Durante o período de desenvolvimento, a umidade pode influenciar negativamente a formação do grão.

Além disso, pode ocasionar um microclima favorável ao aparecimento de doenças tanto nas plantas quanto nos grãos. De modo geral, isso prejudicará sua comercialização.

A alta umidade favorece a ocorrência de danos mecânicos durante a colheita, afetando a qualidade dos grãos.

Por isso, são necessários cuidados especiais quanto à umidade. Saber determiná-la e acompanhar todo o ciclo da cultura é essencial!

>>Leia mais: “Plantio de milho: Como garantir a alta produção”

Umidade do milho para colheita: 6 dicas fundamentais para uma boa safra

1. Determine a umidade de seus grãos

Para melhor planejamento da colheita, retire amostras representativas em diferentes pontos da propriedade e realize a determinação de umidade.

2. Planeje sua colheita

O planejamento da colheita é essencial, evitando que as plantas fiquem no campo por um longo período.

Isso inclui determinar a frota de máquinas e tempo de trabalho para que os grãos de todos os talhões sejam colhidos na época certa.

colheita de milho com Aegro

Exemplo da gestão da colheita pelo Aegro: dados seguros e acompanhamento da operação em alguns cliques

3. Acompanhe o processo de maturação

É importante fazer o monitoramento da lavoura. Assim, você poderá reconhecer quando os grãos atingirem o ponto de maturidade. Isso irá evitar perdas no campo.

4. Regule seu maquinário

Acerte seu maquinário de acordo com a umidade de seus grãos! Como já mencionei, a umidade pode variar durante a colheita!

5. Velocidade de colheita

Altas velocidade e alta umidade resultam em prejuízo na qualidade final de seus grãos e perdas na produtividade.

6. Secagem e armazenamento

Quando o grão é colhido com umidade acima da ideal, é necessário realizar a secagem. A técnica mais utilizada é a secagem artificial.

Aqui no blog nós já falamos sobre Secagem e armazenamento de grãos: Diferentes tipos e seus custos”. Confira!

As dicas que mostramos até aqui se aplicam se seu objetivo for produzir grãos. Agora se pretende produzir silagem, veja quais dicas seguir para fazer a colheita no momento certo!

Umidade no campo para colheita: o que muda para produção de silagem?

A principal diferença é o momento da retirada do milho do campo. O momento ideal caso seu foco seja silagem, é o ponto farináceo!

Na prática: quando mais da metade do grão está com consistência dura.

Veja o passo a passo para reconhecer o momento ideal no campo:

  • Retire o grão da espiga
  • Aperte-o com o dedo para verificar a umidade
  • Se escorrer leite do grão, não está no ponto ideal
  • Se o grão apenas umedecer os dedos está no ponto ideal, conforme a foto.

umidade do milho para colheita
(Fonte: Embrapa)

Conclusão

Entender sobre a umidade do milho para colheita é fundamental para a qualidade do grão.

E neste artigo vimos os principais cuidados durante o ciclo da cultura.

Mostramos como reconhecer o ponto de maturidade fisiológica e como a umidade pode ser prejudicial se não houver planejamento para o momento da colheita.

Você pôde conferir ainda algumas dicas para uma boa colheita. E viu o que muda caso resolva produzir silagem!

Espero que essas informações te ajudem a melhorar o manejo e evitar problemas com a umidade na hora da colheita!

>> Leia mais:

“Safrinha do milho: como garantir boa produtividade sem gastar muito”
“Plantio de milho irrigado: quando compensa?”

“O que você precisa saber sobre os principais indicadores de desempenho para colheita de grãos”

Gostou deste texto sobre umidade do milho para colheita? Assine nossa newsletter para receber nossos artigos direto em seu e-mail!

Colheita de milho: qual é o momento certo para fazê-la e dicas fundamentais

Atualizado em 14 de junho de 2022.

Colheita de milho: maturação fisiológica do grão, umidade ideal, regulagem de maquinários e outros cuidados que fazem a diferença.

Um dos pontos-chave para o sucesso da produção de milho é o momento da colheita. Quanto menores as perdas na colheita, maiores serão seus lucros.

E no caso do milho, diversos fatores como a umidade ideal, linha de leite e até a folhagem são pontos que precisam ser considerados. 

O milho está pronto para ser colhido quando atinge a maturação fisiológica, momento em que 50% das espigas estão com uma pequena mancha preta no ponto de inserção com o sabugo. E o teor de umidade do grão precisa ser superior a 13%.

Em resumo, é preciso cuidar bem do tempo de colheita do milho. Neste artigo, veja pontos fundamentais para ajudar a melhorar essa operação na sua fazenda. Confira a seguir!

Importância da cultura do milho

O milho (Zea mays L.) é uma gramínea anual, com caule do tipo colmo ereto e sistema radicular fasciculado. É um dos cereais mais cultivados no mundo, e é fonte de matéria-prima de vários subprodutos alimentícios, bebidas e combustível.

O milho é utilizado para produção de grãos, de silagem e de milho verde. Sua planta pode atingir dois metros de altura e produzir de uma a duas espigas.

A cultura do milho tem grande importância socioeconômica para o país. É uma planta cultivada em todo território brasileiro. O Brasil está entre os maiores produtores mundiais desse cereal, com expectativa de colher mais de 112 milhões de toneladas de milho na safra 2021/22, crescimento de 27% na comparação com a anterior.

A maior parte da produção de grãos é destinada à fabricação de ração animal. O milho também é utilizado na alimentação humana, em função do elevado valor nutricional.

Planejamento da colheita de milho

O planejamento da colheita começa antes mesmo da implantação da lavoura. Primeiramente, é importante que a área plantada seja dividida em talhões. Isso vai facilitar a movimentação das máquinas e o escoamento da produção. 

No planejamento da colheita de milho, é preciso considerar alguns pontos, como:

  • umidade do milho para colheita;
  • tamanho da área plantada;
  • ciclo do milho;
  • condições climáticas;
  • janela de colheita;
  • maquinário e mão de obra disponível;
  • tempo de colheita do milho;
  • distância entre os talhões e os locais de secagem/armazenamento;
  • capacidade de secagem e armazenamento.

Desde o planejamento agrícola, você deve saber qual será o destino do produto que irá colher. Avalie se o milho plantado será vendido para silagem, para cooperativas ou seco e armazenado para vendas futuras.

Isso não é uma regra, mas o bom planejamento evita surpresas e garante, na maioria das vezes, um preço melhor na negociação dos grãos. É sempre importante acompanhar os preços da saca para sua região e saber se haverá quebra de safra do milho ou não.

O milho safra ou milho safrinha pode variar de preço, dependendo da quantidade ofertada no mercado.

Para anos em que a quantidade de milho ofertada no mercado é alta, uma solução é a armazenagem de grãos em silos para venda posterior em épocas de preços melhores.

O milho pode ser estocado por um longo período, sem perder a qualidade dos grãos armazenados e suas propriedades nutricionais. Mas para isso, é preciso que o armazenamento e a secagem dos grãos de milho sejam feitos corretamente.

Lembre-se que o armazenamento também gera custos. Cabe avaliar se vale a pena ou não armazenar e esperar preços melhores no mercado.

Tempo de colheita do milho

O tempo de colheita do milho é de 120 a 180 dias após o plantio, o que pode variar conforme o tipo de híbrido que você escolher. Em geral, as espigas estão maduras 50 dias depois da floração, quando ficam secas e os cabelos (estilos-estigmas) ficam marrons.  

A colheita do milho pode começar quando o grão está maduro fisiologicamente. As sementes devem estar com a máxima matéria seca. 

Na maioria das espécies, a maturação completa do milho pode coincidir com as plantas muito vigorosas, além da máxima germinação.  

Outro aspecto relevante é o ponto de maturidade fisiológica do grão. Ele ocorre quando 50% das sementes de milho na espiga têm uma pequena mancha preta no ponto de inserção no sabugo.

A umidade dos grãos deve ser maior que 13%, ou estar entre 18% e 20% caso seja necessário colher com antecedência.  Alguns autores dizem que a umidade do milho para colheita pode estar entre 18% e 25%, em propriedades que possuem estrutura de secagem de grãos.

Dependendo do destino, a colheita do milho é realizada em diferentes pontos de umidade. Por exemplo, o milho para produção de grãos é colhido com menor umidade quando comparado ao milho verde. 

O ponto de colheita de milho verde é mais precoce que o do milho seco, sendo colhido quando o grão apresenta aspecto leitoso e umidade em torno de 70% a 80%, normalmente aos 90 dias.

Para colheitas realizadas com umidades acima de 13%, fique de olho em detalhes como:

  • Necessidade de secagem dos grãos de milho;
  • Disponibilidade de local para secagem;
  • Risco de deterioração do material;
  • Possíveis perdas por ataques de fungos e pragas;
  • Energia gasta no momento da secagem artificial;
  • Preço pago pela saca de milho no momento da colheita.
Colheita de milho: espiga prestes a ser colhida
   (Fonte: Governo RS)

Tipos de colheita

A colheita de milho pode ser feita de forma manual ou mecanizada.

A colheita manual de milho é empregada em pequenas propriedades. Ela tem baixo rendimento e demanda muita mão de obra. Afinal, é feita sem o suporte de máquinas agrícolas.

Já a colheita realizada com colhedoras apresenta alto rendimento operacional. Ela exige menos mão de obra, o que contribui para a redução dos custos de produção.

Se você optar pela colheita mecanizada, é importante analisar os pontos a seguir para garantir um bom resultado. 

Regulagem correta dos equipamentos na colheita mecanizada do milho

A regulagem correta das colhedoras é essencial para reduzir as perdas em campo. Para a cultura do milho, o cilindro adequado é o de barras. A distância entre este cilindro e o côncavo varia de lavoura para lavoura, com base no diâmetro das espigas.

Para grãos colhidos com umidades de 12% a 14%, é ideal o trabalho da rotação do cilindro entre 400 a 600 rpm em colhedoras automotrizes. Para colhedoras acopladas ao trator, a rotação ideal é entre 850 a 980 rpm.

Para grãos de milho colhidos com umidades maiores (de 14% a 20%), o ideal são rotações do cilindro também maiores: cerca de 550 a 800 rpm.

A relação do teor de umidade com a rotação do cilindro batedor é diretamente proporcional. Ou seja, quanto mais umidade presente nos grãos, maior terá de ser a velocidade de rotação do cilindro.

Quanto mais úmidos os grãos, maior a dificuldade de debulha. À medida em que os grãos vão perdendo a umidade, eles se tornam mais fáceis de serem debulhados. Isso exige menores velocidades de rotação do cilindro batedor.

Fique de olho na debulha das espigas e na presença de grãos quebrados. A área da colheita do milho deve estar o mais uniforme possível em questões fisiológicas da cultura.

A regulagem do espaçamento do cilindro e do côncavo também pode variar de acordo com a umidade presente nos grãos. A distância entre eles deve ser calculada de modo em que a espiga seja debulhada sem ser quebrada. O sabugo deve sair inteiro

De maneira geral, o nível de danos em grãos de milho é menor quando eles são colhidos em rotações mais baixas e com umidades inferiores a 16%.

Além do corte da planta, da remoção da palha e da trilha (debulha), é importante executar bem os demais processos. Eles compreendem a limpeza, separação dos grãos, secagem e armazenamento.

Colheita terceirizada de milho

Se você terceiriza suas colheitas ou parte delas por falta de maquinário, deve prestar atenção na condução dessa operação em campo. Cuidado com as perdas provenientes da colheita de terceiros. 

Muitas vezes, para aumentar os rendimentos operacionais, são aplicadas maiores velocidades de colheita. Em velocidades maiores, geralmente há maiores perdas e menores quantidades de sacas/ha tiradas do campo na plantação de milho.

É sempre bom acompanhar esse trabalho no campo e realizar medições de perdas e regulagem das colhedoras destes terceiros. Atualmente, já existem prestadores de serviço de colheita que até entregam o mapa de produtividade da lavoura de milho.

Às vezes, o preço cobrado pelo serviço é um pouco mais elevado, mas vale a pena!

Caso você tenha possibilidade de escolha de colheita com mapas de produtividade, considere isso no momento da contratação do serviço. Eles são excelentes ferramentas para o entendimento espacial das lavouras.

Além de auxiliar na reposição dos nutrientes que foram exportados, eles são o primeiro passo para a prática da agricultura de precisão nas propriedades.

Colheitadeira de milho em lavoura
(Fonte: Sistema Faep)

Cuidados na colheita

Muitos agricultores gostam de deixar a secagem de grãos de milho acontecer naturalmente, ainda no campo. Essa prática é muito interessante, pois reduz custos com secagem antes do armazenamento ou venda final da cultura.

Mas vale lembrar que às vezes, à medida em que o milho seca no campo, há a incidência de plantas daninhas crescendo entre a cultura. 

Isso pode ser prejudicial na colheita mecânica, pois essas plantas podem embuchar as colhedoras e causar perdas em rendimentos operacionais.

Outro fator de destaque é a velocidade de colheita. Existem diversos tipos de colhedoras de milho, mas geralmente a velocidade é determinada em função da produtividade dos talhões.

Quanto maior a produtividade das lavouras, menor a velocidade das colhedoras. Afinal, toda a massa colhida junto aos grãos tem de passar pelos sistemas de trilha, limpeza e separação. Grande parte das máquinas opera em velocidades de trabalho de 4 km/h a 6 km/h.

Perdas na colheita de milho

As perdas na colheita de milho podem acontecer de 4 maneiras: na pré-colheita, na plataforma, em grãos presos no sabugo e grãos soltos. As perdas aceitáveis na colheita do milho estão na ordem de 1,5 sacos/ha. Mas trazer esse valor para o mais próximo possível do zero é essencial.

É fundamental saber como se colhe o milho corretamente para evitar perdas nesses momentos.

Perda de pré-colheita

A perda de milho na pré-colheita ocorre antes da interferência da máquina no campo para realização da operação. Está relacionada ao tipo da cultivar e à porcentagem de tombamento das plantas devido à quebra do colmo.

Perda de plataforma

As perdas do milho em plataforma estão relacionadas à altura das espigas, porcentagem de acamamento da cultura e de quebramento das plantas.

O número de linhas da semeadora deverá ser equivalente ou múltiplo ao número de bocas da plataforma.

Perda de grãos presos nos sabugos

As perdas de grãos presos nos sabugos refletem a má regulagem do cilindro e do côncavo. É possível ocorrer quebra do sabugo em vez da debulha ou, dependendo da folga, a passagem do material direto sem ser debulhado.

Além disso, cuidado para não trabalhar com velocidades de rotação erradas no cilindro, com peças avariadas ou tortas na colhedora.

Perda de grãos soltos

De acordo com as regulagens realizadas na máquina, grãos soltos podem ser perdidos no campo. Isso se deve ao fato do rolo espigador, que geralmente está no final da linha, receber um fluxo menor de plantas do que o necessário. 

Também acontece se a chapa de bloqueio estiver pouco aberta ou com espigas menores que o padrão calibrado.

Na hora da separação, também pode haver perdas de grão soltos. Isso acontece se o saca-palhas estiver sobrecarregado, o ventilador trabalhando com velocidade maior que o recomendado e as peneiras mal dimensionadas.

Secagem e armazenamento de milho

A secagem de grãos de milho tem o objetivo de reduzir a umidade. Isso contribui para desacelerar o processo de deterioração. Além disso, a secagem possibilita que os grãos sejam armazenados por mais tempo.

A secagem do milho pode ser realizada de forma natural ou artificial. O tempo gasto nesse processo depende do teor de umidade inicial do grãos, dos equipamentos e da técnica empregada.

O milho pode ser armazenado a granel, em silos ou em sacaria

Uso de software de gestão na colheita do milho

Os sistemas de gestão rural podem ser um grande aliado para facilitar os processos de colheita que comentamos ao longo deste texto.

Um bom exemplo disso é o Aegro, software que auxilia o produtor desde o planejamento até o armazenamento e comercialização do grão. 

Com ele, você planeja o calendário de colheita e acompanha a evolução do cultivo à distância a partir de mapas NDVI

NDVI Aegro
Com o Aegro, é possível acompanhar todos os detalhes de NDVI da sua plantação de milho

Na hora da colheita, registre a produção dos talhões em tempo real direto do campo pelo aplicativo e controle as cargas que saem da fazenda. 

Crie alertas para a regulagem do maquinário e acompanhe as operações e o rendimento por máquina a partir da integração com a plataforma Climate FieldView™ e o Operations Center da John Deere.

Por fim, visualize com precisão a área colhida, o custo de produção por talhão e a taxa de produtividade na tela de colheita do software.

GIF aegro milho
Você pode visualizar área colhida e custo de produção por cada talhão da sua fazenda
  • Área colhida – representa a porcentagem de quanto já foi colhido e quanto ainda falta a ser colhido. O cálculo é feito através das realizações das atividades de colheita.
  • Produção – mostra o que já foi realizado (soma das produções líquidas das cargas de colheita) e a meta (leva em conta a produção estimada das áreas).
  • Produtividade – é dividido em dois indicadores: o Realizado (barra verde): soma das produções líquidas das cargas de colheita dividido pela a área que foi colhida e a Meta (barra cinza): que leva em conta a produtividade estimada das áreas.
Resultados da colheita em tempo real com o Aegro

Para ver mais detalhes sobre esses recursos e como eles podem ajudar na colheita do milho, clique aqui e assista ao vídeo rápido que preparamos sobre o Aegro.

planilha de planejamento da safra de milho

Conclusão

É importante ficar de olho em todos os aspectos da lavoura de milho, do plantio à colheita. Neste artigo, você viu 8 pontos para melhorar a colheita de milho.

As perdas decorrentes de causas naturais ou regulagem errada das máquinas podem ser gerenciadas e minimizadas.

Lembre-se também da  importância de olhar para o mercado e, assim, saber o momento certo de vender seu produto por um valor melhor.

Sabendo dessas dicas, atente-se aos fatores mais críticos referentes às perdas e tenha uma excelente colheita!

>> Leia mais:

“Plantação de milho irrigado: Quando compensa?”

“Plantio de milho: Como garantir a alta produção”

Gostou destas dicas para melhorar a colheita de milho? Você realiza algum manejo diferente e que merece destaque nesta lista? Adoraria ver seu comentário abaixo!

foto da redatora Tatiza. Ela está com blusa preta, casaco jeans azul, e está sorrindo na frente de uma paisagem cheia de plantas

Atualizado em 14 de junho de 2022, por Tatiza Barcellos.

Tatiza é engenheira-agrônoma e mestra em agronomia, com ênfase em produção vegetal, pela Universidade Federal de Goiás.

Calcule seu custo de produção de milho por hectare

Custo de produção de milho por hectare: saiba quais dados considerar e como isso otimiza seu gerenciamento para obter mais rentabilidade

Insumos, tecnologia, maquinário. Tudo isso está envolvido nos custos de produção da lavoura. Você sabe o que considerar no cálculo do custo de produção de milho por hectare?

Você anota tudo e depois não sabe o que fazer com as informações? Se esse é o seu caso, cuidar dos custos de produção deve ser uma prioridade. Assim, você consegue cuidar melhor das finanças e não ficar para trás nos lucros.

Neste artigo, veja quais dados considerar para o cálculo e como otimizar seu gerenciamento para obter mais rentabilidade na plantação de milho. Veja a seguir!

Como calcular o custo de produção de milho por hectare

Para saber quanto custa plantar um hectare de milho, você precisa considerar vários fatores. A combinação desses fatores forma o custo de produção. Veja quais são:

Cada fator é dividido por unidade de área, sendo conhecidos por coeficientes técnicos de produção. Eles podem ser medidos em: tonelada, quilograma, litros e horas ou dia de trabalho. As unidades de medidas vão depender do que está sendo considerado.

O valor de cada fator muda em relação à região de cultivo. Vale lembrar que o custo de produção de milho por hectare também muda pelo nível tecnológico utilizado. Os dados devem ser anotados corretamente. 

Para ter maior controle do cálculo, normalmente os custos são divididos em:

  • custo variável: despesas com a lavoura, despesas de pós-colheita e financeiras;
  • custo fixo: depreciação e exaustão;
  • custo operacional: custo variável + custo fixo, renda de fatores (remuneração esperada sobre o capital fixo e terra);
  • custo total: custo operacional + renda de fatores.

Esses custos são divididos entre as máquinas e implementos, insumos, irrigação e outros custos. Veja abaixo o que cada um destes tópicos considera para o custo de produção.

1. Máquinas e implementos agrícolas

As máquinas e implementos agrícolas são usados para o preparo e correção do solo, plantio, tratos culturais, colheita e pós-colheita. Os coeficientes técnicos para cálculo do custo do plantio incluem: 

  • horas trabalhadas por hectare;
  • preço do combustível;
  • salário do operador e seus encargos sociais.

Como calcular a hora/máquina

Você precisará saber o preço e a quantidade consumida dos itens de cada equipamento, tudo isso por cada hora de trabalho. Considere:

  • a potência;
  • gastos com óleo diesel;
  • filtro/lubrificantes;
  • energia;
  • salários e encargos sociais e trabalhistas dos operadores.

O consumo de óleo diesel, segundo a Conab, é igual a 12% da potência da máquina.

Para motores estacionários elétricos, o consumo de energia elétrica é igual a 75% da potência da máquina.

Os gastos com filtros e lubrificantes são estimados em 10% das despesas de combustível. Por outro lado, a remuneração dos operadores é geralmente expressa em horas trabalhadas no mês. O valor é dividido por 220, a média de horas trabalhadas em um mês. 
Aqui, nesse valor, considere 8 horas de trabalho por dia, durante 5 dias por semana.

custo de produção de milho por hectare: tela do aegro que mostra custos totais operacionais

Controle de horas trabalhadas e custo operacional das máquinas de modo ágil e fácil com software agrícola Aegro

2. Insumos

Os insumos também devem ser considerados no custo de produção de milho por hectare. Entretanto, a forma de calcular cada tipo de insumo é diferente e você precisa estar de olho nisso.

Defensivos

Inclua aqui os gastos com herbicidas, inseticidas, fungicidas e adjuvantes. Para saber o gasto com esses produtos, anote a dose utilizada por hectare e o preço pago pelo produto.

Fertilizantes

Considere os gastos com calcário, gesso agrícola, macro e micronutrientes. Assim como nos gastos com defensivos, você também precisará saber as doses e quantidade utilizadas. Anote também o preço pago por quilo, litro ou tonelada.

Sementes

Neste caso, o custo é calculado pela quantidade de semente de milho utilizada no plantio. O valor é multiplicado pelo preço pago. O preço pago pelos insumos podem apresentar grandes variações no decorrer do ano.

Fique de olho no mercado dos insumos necessários para sua produção. Ele afeta diretamente seu custo e sua rentabilidade. 

3. Irrigação

Caso você opte pela plantação de milho irrigado, a irrigação deverá ser incluída nos custos de plantio e da safra. Para este cálculo você precisará saber aspectos ligados ao:

  • clima;
  • solo;
  • turno de rega;
  • topografia;
  • método de irrigação; 
  • legislação;
  • regras de cobrança;
  • isenção de pagamento do uso da água.

O cálculo será a soma dos gastos com a outorga, captação, consumo e efluentes. O valor é dividido pela produtividade da cultura. Caso você não se enquadre no pagamento do uso da água, o custo de produção será o gasto com:

  • o conjunto de motobomba e/ou motores utilizados (hora/máquina);
  • depreciação;
  • manutenção;
  • seguro agrícola
  • remuneração do investimento no conjunto de irrigação.

4. Outros custos variáveis

É importante considerar outros custos que variam conforme a produção. Considere os custos com seguro agrícola, transporte, impostos sobre venda de milho e taxas sobre produção, beneficiamento dos grãos e outros.

Gestão de custos de produção agrícola pelo Aegro

Visualização de custos de uma fazenda com gestão pelo Aegro (dados são ilustrativos)

Como calcular a produtividade de milho por hectare

Estimar a produtividade de milho por hectare pode parecer difícil, mas você pode aprender em apenas três minutos. Veja no vídeo a seguir:

Saiba estimar a produtividade de milho em 3 minutos!

Com a estimativa da produtividade do milho, você consegue calcular o preço de equilíbrio. Esse valor te auxilia nas tomadas de decisão. A estimativa da produtividade vai te mostrar se o que foi investido e os manejos foram suficientes para o retorno esperado.   

Ainda, considere o seguinte ponto na estimativa de produtividade de milho safrinha por hectare: sua produção sofreu avanço tecnológico. No entanto, nem sempre a redução de custos na implantação de áreas para silagem reflete em melhor retorno. 

As áreas para silagem devem ser planejadas para uma elevada produtividade.

Preço e produção de equilíbrio e lucratividade por hectare de milho

Preço de equilíbrio

O custo médio para produzir um hectare de milho na safra depende do nível de tecnologia que você irá adotar na sua lavoura. 

Sabendo seu custo e projetando a produtividade, você consegue calcular o preço mínimo de venda para conseguir pagar todas as despesas obtidas na produção. Esse preço é denominado preço de equilíbrio

Ao vender sua saca por esse preço, não há lucro e nem prejuízo. Ele é calculado pela fórmula: preço de equilíbrio = custo total da produção por hectare dividido pela produção esperada por hectare.

Com este valor, é possível realizar a venda futura do seu cereal. Com ele, você já tem ideia do lucro de 1 hectare de milho que possivelmente será obtido. Anote corretamente todos os gastos para a estimativa de ganho ser correta, até mesmo os menores valores.

Outro ponto de atenção: a agricultura é uma empresa a céu aberto. Fixar preço de venda futura deve ser algo feito de maneira cautelosa. Faça isso apenas se você realizar o custo de produção corretamente.

Produção de equilíbrio

Há possibilidade também de realizar o cálculo da produção de equilíbrio. Para isso, é importante ter o custo de produção correto da sua área. Tenha também o histórico de preços de comercialização dos grãos de milho na sua região.

Nos últimos anos, os preços das commodities agrícolas vem apresentando oscilações. Então, para esse cálculo, utilize os valores mais consolidados de venda da sua região.

O cálculo é realizado da seguinte forma:

  • Produção de equilíbrio = custo total da produção por hectare dividido pelo preço de venda esperado por saca.

Sabendo a quantidade de sacas de milho necessárias para pagar o custo de produção obtido, acima desta quantidade é considerado lucro por hectare. Estes cálculos são importantes para te auxiliar no momento da comercialização.

Saber essas margens de preço e produção necessárias para pagar todos os gastos obtidos com a lavoura, te traz mais confiança e segurança na venda. Isso só é possível se o custo de produção for realizado de modo organizado e correto.

Use estas informações para definir as estratégias de venda do seu cereal, seja antes ou depois da colheita.

Lucro por hectare de milho em 2023

Entendendo seus custos você consegue definir o seu lucro por hectare de milho. O lucro de 1 hectare de milho depende, além dos seus custos, do preço final que você coloca na saca.

Claro que o preço no momento da venda será o definitivo na lucratividade por hectare do seu milho. Entretanto, tendo definido estes valores de equilíbrio e conhecendo o mercado, é possível obter as melhores oportunidades.

O lucro por hectare do milho em 2023 para o milho safra, provavelmente será inferior ao obtido ano passado. Afinal, o preço dos insumos estava elevado no momento de compra, principalmente do adubo.

Já para o milho de segunda safra, o preço dos insumos está mais estável e com queda nos valores dos adubos. Entretanto, há dois pontos negativos para a lucratividade da 2ª safra:

  • produtividade do milho segunda safra é menor;
  • alta pressão de cigarrinha, que aumenta o custo com produtos.

Além de você fazer corretamente os tratos culturais, é importante acompanhar os principais pontos que interferem no preço do milho em 2023. A seca na Argentina, guerra entre Rússia e Ucrânia, área de plantio dos Estados Unidos e colheita brasileira são exemplos.

Somente tendo uma visão geral do mercado e realizando corretamente seus custos e preço equilíbrio, é possível conseguir atingir o lucro por hectare de milho desejado.

Quanto custa plantar um hectare de milho?

Plantar um hectare de milho verde pode custar em média R$ 6 mil reais. Entretanto, esse valor depende muito da sua região e da tecnologia utilizada na sua lavoura. 

Portanto, é muito importante que você busque referências externas. Entenda como estão os seus resultados em relação a outras fazendas. Para fazer esse estudo de mercado de forma rápida, recomendo que você utilize o nosso kit comparativo de custos de safra!

O kit conta com duas planilhas: uma para calcular seus custos de produção por hectare e outra para comparar seu resultado com fazendas de todo o Brasil. Basta clicar na imagem abaixo para baixar!

Custo de produção agrícola: Controle tudo pelo Aegro!

Automatizando o cálculo do custo de produção 

Para simplificar o processo do cálculo, os usuários do Aegro contam com diversas funcionalidades. Com o software de gestão agrícola, você consegue:

  • controlar a quantidade de combustível e o gasto por safra;
  • registrar o abastecimento das máquinas e veículos;
  • calcular a depreciação de máquinas;
  • calcular o custo de hora máquina;
  • gerar relatórios para auxiliar na gestão do maquinário.

Um exemplo disso é o relatório de consumo e eficiência de máquinas e veículos. Ele te ajuda a comparar o consumo e gastos das máquinas.

Acompanhe a quantidade de insumos planejados na safra e a quantidade utilizada por área. Isso te apoia na identificação de gargalos no seu custo de produção.

Controle de insumos planejados, utilizados e percentual por área para gestão no software agrícola Aegro

Controle de insumos planejados, utilizados e percentual por área para gestão no software agrícola Aegro

Com todos os dados disponíveis, é possível acompanhar dentro do Aegro o custo realizado por safra e gerar relatórios completos ou simplificados.

Acompanhe o custo realizado com o Aegro

Com dados da sua produção disponíveis no sistema, é possível visualizar gráficos e emitir relatórios de rentabilidade de safra. Assim, você acompanha dados como preço médio de venda, quantidade de produção vendida, produção em estoque e despesas da safra.

Indicador e relatório de rentabilidade da safra no software Aegro

Indicador e relatório de rentabilidade da safra no software Aegro

Quer ver todas essas funcionalidades de perto? Então peça uma demonstração gratuita do Aegro!

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Conclusão

O custo de produção de milho por hectare varia conforme a região de plantio e nível de tecnologia adotado.

Neste artigo, você viu o que considerar para chegar ao custo de produção na sua lavoura. Também falamos sobre o preço e produção de equilíbrio da safra e como calcular a produtividade de milho na sua lavoura.

Com essas informações em mãos, você conseguirá gerenciar melhor sua propriedade para obter mais lucratividade.

Como você calcula seus custos de produção de milho por hectare? Não deixe de compartilhar este artigo com sua equipe de trabalho!

Pragas do milho: principais manejos para livrar sua lavoura delas

Pragas do milho: Saiba reconhecer os insetos que causam danos econômicos à lavoura e a melhor forma de controle.

Chegar na lavoura e ver muitos insetos sempre vai nos deixar preocupados.

Afinal, algumas pragas como a cigarrinha-do-milho podem causar perdas de até 90% na cultura do milho.

Mas você sabe quais as principais épocas de ataque de cada praga? E todas as opções de controle?

Aqui vamos mostrar as pragas que trazem mais riscos à lavoura de milho e as formas mais eficientes de manejo, sempre utilizando o Manejo Integrado de Pragas (MIP).

Confira a seguir!

Reconheça as principais pragas do milho

As pragas do milho, tanto na primeira como na segunda safra (ou safrinha), podem ser identificadas de acordo com o estágio fenológico da cultura.

Vamos dividi-las em pragas iniciais subterrâneas, pragas iniciais de superfície, pragas da parte aérea e pragas da espiga.

Vou explicar melhor cada uma delas.

Pragas iniciais subterrâneas

Já aconteceu com você de, na sua plantação de milho, haver falhas na germinação nas linhas de plantio?

Acredito que, muito provavelmente, a causa tenha sido o ataque de pragas subterrâneas.

Elas atacam principalmente sementes e raízes, dando um enorme trabalho ao produtor!

Veja as principais delas:

Larva-arame  (Conoderus scalaris)

Esta praga agrícola, também conhecida como vaga-lume, ataca sementes, o sistema radicular e os tubérculos.

Ela causa danos significativos a ponto da planta não conseguir se sustentar, perdendo a capacidade de absorver nutrientes necessários para manter seu vigor.

pragas do milho
Fase jovem (à esquerda) e adulta de Conoderus scalaris
(Fonte: Manual de Pragas do Milho FMC)

Larva-alfinete (Diabrotica speciosa)

A larva-alfinete, vaquinha ou brasileirinho, ataca as raízes e, assim como a larva-arame, provoca na planta a falta de sustentação.

As raízes não absorvem bem água e nutrientes, provocando o sintoma “pescoço de ganso”.

Os adultos causam danos na parte aérea e se alimentam principalmente dos cabelos e folhas do milho.  

pragas do milho
Larva-alfinete na raiz (à esq.) e adulto de Diabrotica speciosa sobre a folha
(Fonte: Manual de Pragas do Milho – FMC)

Larva-angorá (Astylus variegatus)

Outra espécie de vaquinha, a larva-angorá tem hábitos muito semelhantes aos da larva-alfinete. Elas se assemelham até mesmo na aparência.

A fase jovem desta espécie é que danifica sementes e raízes, causando ataques em reboleiras.

pragas do milho

Adulto de Astylus variegatus
(Foto: Ivan Cruz/Embrapa em Defesa Vegetal)

Corós

Existe um grande número de espécies de corós, mas os pertencentes à família Melolonthidae merecem maior atenção.

As larvas, que podem chegar a até 4 cm de comprimento, se alimentam das raízes e são capazes de levar a planta a morte.

Os corós também atacam a soja. Por isso, preste bastante atenção caso tenha plantado milho logo após a soja!

pragas do milho
Coró
(Fonte: Embrapa)

Como controlar as pragas iniciais subterrâneas

Antes mesmo do plantio, é muito importante fazer o monitoramento do solo com amostragens em vários pontos da lavoura.

O controle cultural, com eliminação de restos culturais e hospedeiros alternativos, pode contribuir muito para redução das populações dessas pragas.

O preparo do solo adequadamente também vai fornecer um bom auxílio no controle das pragas subterrâneas.

O controle químico, com sementes tratadas e aplicações diretamente nos sulcos, serão eficientes caso realmente necessário. Não se esqueça do monitoramento!

Pragas do milho: Pragas iniciais de superfície

As pragas iniciais de superfície atacam o milho desde a germinação até a fase de plântula (cerca de 30 dias após a germinação).

Veja as principais a seguir:

Lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus)

As lagartas atacam folhas e caule de plântulas recém-emergidas.

Podem causar enfraquecimento das plântulas e, em piores casos, levá-las à morte.

Em épocas de estiagem, os ataques costumam ser mais frequentes. Fique atento!

pragas do milho
Lagarta (à esq.) e adultos de Elasmopalpus lignosellus
(Fonte: Embrapa)

Lagarta-rosca (Agrotis ipsilon)

Existem outras espécies de lagarta-rosca, porém, é mais comum encontrar Agrotis ipsilon nas lavouras de milho.

Pode atacar sementes e folhas, mas é mais frequente nas hastes.

Os danos desta praga são irreparáveis, na maioria das vezes, pois cortam as plântulas rentes ao solo.

pragas do milho
Lagarta-rosca
(Fonte: Manual de Pragas do Milho – FMC)

Cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis)

É uma espécie sugadora e, embora tenha tamanho diminuto, causa enfraquecimento das plântulas.

Pelo fato de sugar, ela excreta um líquido conhecido como “honeydew”, que provoca a fumagina e reduz a capacidade fotossintética da planta.

Mas dê bastante atenção a um outro fato: ela é vetor de doenças como enfezamento pálido e vermelho.

A incidência das doenças ocorre, principalmente, se a semeadura for realizada tardiamente.

pragas do milho
Cigarrinha-do-milho se alimentando de folhas
(Fonte: Embrapa)

Percevejo-barriga-verde (Dichelops spp.)

O percevejo-barriga-verde tem sido uma grande preocupação, principalmente no milho safrinha em sucessão à cultura da soja.

Ele se torna um problema porque ataca as plântulas e pode gerar um enorme prejuízo ao final da safra.

As principais espécies são Dichelops furcatus e Dichelops melacanthus.

pragas do milho

Adulto de percevejo-barriga-verde
(Fonte: Roundup Ready)

Como controlar as pragas iniciais de superfície

Aqui é muito importante que você se previna do ataque dessas pragas fazendo o tratamento das sementes.

E é imprescindível que, alguns dias após o plantio, seja realizado o monitoramento na área para detecção.

O controle cultural também vai surtir grande efeito e contribui para redução destas pragas: retirar restos culturais, palhada e plantas daninhas.

Para evitar que a cigarrinha-do-milho transmita molicutes e outros patógenos, você pode utilizar variedades de milho menos suscetíveis às doenças. E evite realizar semeaduras tardias.

O controle do percevejo-barriga-verde deve ser, primeiramente, por meio da análise do histórico da área. Se plantou soja, há uma grande chance dele permanecer na sua área.

Aqui no blog nós já falamos sobre “As principais orientações para se livrar do percevejo barriga-verde”. Confira!

Pragas do milho: Pragas da parte aérea

As pragas da parte aérea são bem agressivas.

Imagine que, nesta etapa,  as plantas já estão mais lignificadas ou “mais fortes”.

Então, essas pragas têm uma voracidade alta por conseguirem reduzir a produtividade da sua lavoura nesta fase.

A seguir, veja as que você deve ficar mais atento:

Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda)

Esta lagarta é considerada praga-chave da cultura. Sua principal característica é o ataque do cartucho do milho.

Mas sabemos que ela não para por aí, certo?

Ela pode atacar o cartucho, folhas e até a espiga. Sendo assim, essa praga tem a capacidade de permanecer na cultura do início ao fim do ciclo.

Sua voracidade pode levar à queda de mais de 50% na produção.

pragas do milho
Lagarta-do-cartucho do milho (Spodoptera frugiperda)
(Fonte: EPPO)

Broca-da-cana (Diatraea saccharalis)

A broca-da-cana ou lagarta-do-colmo, se alimenta do colmo, onde forma galerias tanto transversais como longitudinais.

A formação dessas galerias é a causa de tombamento e acamamento da lavoura em estágios vegetativos mais avançados da cultura.

Além disso, essas galerias são porta de entrada para outras pragas e microrganismos que causam doenças e podridões.

pragas do milho
Broca-da-cana danificando o colmo
(Fonte: Manual de Pragas do Milho – FMC)

Controle das pragas da parte aérea

O monitoramento dessas pragas deve ser realizado com o uso de armadilhas de feromônio para detecção dos adultos.

Neste artigo do Blog do Aegro, você pode tirar suas dúvidas sobre a “Lagarta-do-cartucho do milho: Controle eficiente com as táticas do MIP”.

No caso da broca-da-cana, as lagartas permanecem a maior parte do tempo dentro do colmo. Assim, o controle deverá ser feito por meio da liberação de parasitoides de ovos e de lagartas na lavoura, como Trichogramma galloi e Cotesia flavipes.

Pragas da espiga do milho

Nesta etapa, sua lavoura está produzindo espigas como você queria, mas daí vêm as pragas da espiga!

Por atacarem diretamente o produto final, são um sério problema.

É muito provável que você já as conheça, mas não custa relembrar. Vamos lá:

Lagarta-da-espiga (Helicoverpa zea)

O início do ataque dessa praga ocorre nos cabelos novos e, em seguida, as lagartas se alimentam dos grãos formados.

Essas lagartas, quando bem desenvolvidas, chegam a medir até 5 cm de comprimento.

Além do ataque aos grãos, elas facilitam a entrada de microrganismos.

pragas do milho
Lagarta-da-espiga sobre os grãos
(Fonte: Eurekalert)

Mosca-da-espiga (Euxesta spp.)

Esse pequeno inseto da ordem dos dípteras pode causar danos expressivos nas espigas.

E sabe como elas conseguem penetrar a espiga? Pelos danos deixados pela lagarta-da-espiga que eu mencionei acima!

As regiões atacadas ficam apodrecidas e impedem o consumo in natura do milho.

pragas do milho
Adulto e larva da mosca-da-espiga
(Fonte: Ivan Cruz/Embrapa em Panorama)

Percevejo-do-milho (Leptoglossus zonatus)

Viu um percevejo diferente próximo às espigas? Esteja atento!

Tanto ninfas quanto adultos causam danos, como murcha e podridão, com a sucção dos grãos.

Uma característica importante é que eles têm uma dilatação nas pernas em formato de folha. Veja na imagem abaixo.

pragas do milho
Adulto (acima) e ovos do percevejo-do-milho
(Foto: Ivan Cruz/Embrapa em Panorama)

Como controlar as pragas da espiga

Como sempre, o monitoramento é ideal para iniciar qualquer tipo de controle.

Mas convenhamos, dá um certo medo quando há o ataque na espiga, não é mesmo?

Para o controle da lagarta-da-espiga, muitos produtores têm feito liberações do parasitoide Trichogramma pretiosum. Atente-se que não é a mesma espécie para controle da broca-da-cana!

Para as demais pragas, o controle cultural, com eliminação de possíveis plantas hospedeiras e implementação de armadilhas, contribui para reduzir as populações. O uso de defensivos para milho também é bem frequente, além do uso de híbridos resistentes.

Já sobre o controle por meio de inseticidas você pode ver detalhes nesta matéria.

Conclusão

É muito importante que você conheça as principais pragas do milho e saiba quando é preciso controlá-las.

Controlar sem necessidade pode causar gastos desnecessários e um desequilíbrio no seu agroecossistema.

Tenha sempre em mente a importância de se preparar na pré-safra e saber, durante o ciclo da cultura, quais pragas devem ter maior grau de relevância.

É claro que existem pragas secundárias que podem causar danos significativos, mas tudo dependerá do nível populacional e do monitoramento que você realizar.

Como você controla as pragas do milho na sua lavoura? Restou alguma dúvida? Deixe seu comentário!