Drones agrícolas: Guia completo de uso

Drones agrícolas: conheça os principais tipos, funções na agricultura, valores médios e como conseguir crédito para financiar um.

Com diversas possibilidades de uso, os drones agrícolas podem trazer mais eficiência na gestão da fazenda.

Eles estão entre as principais ferramentas de agricultura de precisão. Afinal, favorecem o aumento da produtividade, a redução de custos e a sustentabilidade ambiental.

O uso de drones agrícolas na aplicação de agroquímicos, fertilizantes, adjuvantes e afins é regulamentado desde 2021 pela Portaria nº 298.

Mas há ainda diversas outras finalidades de uso dos drones agrícolas. Neste artigo, você conhecerá todas elas, os custos e como conseguir financiar um drone agro. Boa leitura!

Qual a função dos drones na agricultura?

A função do drone na agricultura é tornar a gestão da fazenda mais eficiente. Isso é possível por meio dos seus diversos usos. Um exemplo é a aplicação de insumos em taxa variada, monitoramento do índice de vegetação e mapeamento de áreas de plantio.

Mas esta eficiência vai depender de como você utiliza o drone. Por isso, há diversos modelos de drones agrícolas, com finalidades distintas. Tecnicamente, os drones estão incluídos entre os equipamentos chamados mundialmente de Vants (veículos aéreos não tripulados). 

Eles são definidos pela ABA (Associação Brasileira de Aeromodelismo) como veículos capazes de voar na atmosfera, fora do efeito do solo. Eles são projetados ou até mesmo modificados para não receber piloto humano, já que é operado por controle autônomo ou remoto.

Os Vants incluem uma grande variedade de aeronaves autônomas, semiautônomas ou remotamente operadas. No último grupo, enquadram-se os drones, cujos tipos você confere a seguir.

Tipos de drones agrícolas

Os tipos de drones são classificados conforme sua categoria funcional como alvos, sistemas de reconhecimento ou monitoramento, combate, logística ou pesquisa. Com relação aos alcance, os tipos de drones são os seguintes:

  • De mão: alcança 600 m de altura e possui raio de 2 km;
  • De curto alcance: vai a 1.500 m e tem raio de 10 km;
  • Otan: vai a 3.000 m, com raio de 50 km;
  • Tático: 5.500 m e raio de 160 km;
  • Male: 9.000 m e 200 km de raio;
  • Hale: acima de 9.100 m e alcance de raio indefinido;
  • Hipersônico: 15.200 e raio acima de 200 km;
  • Orbital: opera em baixa órbita;
  • CIS: capaz de fazer o transporte lua-terra.   

Além disso, os drones se diferenciam também pelo modelo da asa. Eles podem ser equipamentos de asa fixa ou rotativa.

1. Drones de asa fixa

Os drones de asa fixa são aqueles que se parecem com avião ou asa delta. Eles possuem motor tipo hélice na parte traseira, que o impulsiona para a frente.

Por isso, realizam voos lineares e por maior período de tempo, já que possui sistema de bateria integrado. Geralmente, eles têm 80 minutos de autonomia de voo.

Drones de asa fixa precisam de maior área para pouso e decolagem. Isso confere também maior chance de redução de impactos em uma queda, já que pode deslizar no solo.

Foto de drone agrícola de duas asas pousado sobre grama
(Fonte: Pocket-lint)

2. Drones de asa rotativa

Os drones de asa rotativa podem ser do tipo helicóptero ou multirotor. Eles possuem tecnologia embarcada com diferentes sistemas de captura de imagem. Esses drones de asa rotativa pode ser do tipo:

  • rotor único;
  • tricóptero;
  • quadcóptero;
  • hexacóptero;
  • e octocóptero;

Como você vê, esses drones de asa rotativa são mais variados. Por isso, preste atenção na descrição a seguir sobre cada um deles. 

Drones agícolas sobrevoando campo, com quatro asas
(Fonte: Sensix)

3. Drones de rotor único

São drones semelhantes aos helicópteros, só que numa versão reduzida e não tripulada.  Eles estão entre os mais populares do mercado, e possuem um rotor no interior e uma hélice para estabilização.

Por terem boa capacidade de carga e longa duração de voo, são muito utilizados para voos pairados

4. Drone tricóptero

Os drones tricóptero dividem-se em três tipos, conforme o motor: há os que possuem três controladores, quatro giroscópios e um suporte de pilotagem.

Nesses drones, os motores ficam nas extremidades dos três braços, sendo que em cada um deles há um sensor de localização integrado.

A tecnologia embarcada nesses drones permite fazer com que ele se mantenha estabilizado durante o trajeto, sem necessidade de correções manuais

5. Drone quadcóptero

Os drones quadricópteros possuem quatro lâminas de rotor. Duas movem-se no sentido horário e as outras no anti-horário.

Essa forma de rotação é o que auxilia o quadcóptero a ter uma aterrissagem mais segura. Por ser de fácil fabricação, esse tipo de drone está entre os mais vendidos no mercado.

Além disso, ele apresenta como vantagem boa velocidade em comparação aos demais. Ele também tem força suficiente para carregar alguns assessórios, sem ajustes adicionais. Outra vantagem é que requer baixa manutenção.

6. Drones hexacóptero

Esses tipos de drone têm seis motores: três trabalham no sentido horário e três no anti-horário. Atinge maior altitude, têm mais potência e maior capacidade de carga.

Também são mais velozes e suportam condições desfavoráveis, como ventanias. Por outro lado, possuem um preço mais elevado e necessitam de manutenção frequente.

7. Drones octocóptero

Os drones octóptero têm oito motores, que transmitem a potência para as oito hélices.

A capacidade de voo desses drones é superior em comparação aos demais, além de serem mais estáveis e possuírem alta performance e estabilidade. Ele também é mais pesado que os anteriores. A autonomia de voo varia com a carga e velocidade.

Os octópteros, geralmente, são os mais utilizados para realização de pulverização agrícola com drone. Isso acontece devido a sua capacidade de suportar peso, afinal, seus reservatórios podem ser de até 20 litros.

Quais são os usos do drone agrícola?

O uso de drones agrícolas tem se expandido cada vez mais nos últimos anos, oferecendo benefícios para a gestão de lavouras e a melhoria da eficiência na agricultura.

Por conta da popularidade, os dispositivos estão mais acessíveis e populares, permitindo a otimização das operações e tomada de melhores decisões. Com isso, os drones podem ser usados para:

  • Monitoramento de culturas;
  • Acompanhamento de culturas em tempo real;
  • Mapeamento de áreas;
  • Análise de saúde das plantas;
  • Aplicação de insumos;
  • Planejamento de irrigação;
  • Avaliação pós-colheita;
  • Criação de mapas de solo e levantamento de dados;
  • Análise de crescimento e desenvolvimento da cultura;
  • Gestão e planejamento da lavoura;
  • Detecção de pragas e doenças.

Essa tecnologia não só contribui para o aumento da produtividade, mas também permite um manejo mais sustentável, com uso mais eficiente de recursos como água e insumos, reduzindo impactos ambientais e melhorando a rentabilidade dos produtores.

Drone agrícola para pulverização: Como funcionam?

Na agricultura de precisão, os drones agrícolas multirotores são chamados também de RPA, sigla em inglês que significa aeronaves remotamente pilotadas.

Esses aparelhos são muito utilizados para aplicação de agrotóxicos, adjuvantes, fertilizantes, inoculantes, corretivos, sementes e introdução de agentes biológicos na lavoura.

Os drones utilizados na pulverização pertencem à classe 2 (peso de decolagem maior que 25 kg e até 150 kg) e à classe 3 (peso de decolagem até 25 kg).

Uma das vantagens dos drones agrícolas multirotores é que as aplicações deles podem ser feitas em taxas variadas. Isso pode ser feito conforme a necessidade de cada parte da lavoura.

A pulverização com drone agro possui as seguintes vantagens:

  • Vôo entre 3 e 5 metros de altura;
  • Economia de água e produtos químicos;
  • Aplicação mais eficiente, com bicos abaixo das hélices;
  • Redução da deriva de defensivos, com possibilidade de aplicação com ventos de até 30 km/h;
  • Baixo custo (R$ 40 a R$ 150/ha) e eficiência operacional;
  • De 20 até 100 vezes mais rápido que o trabalho manual;
  • Opera em áreas de difícil acesso.

Essas operações favorecem a eficiência na gestão da fazenda com a economia de custos.

A pulverização com drone custa, em algumas regiões do Brasil, entre R$ 40 e R$ 150 por hectare, a depender do que for feito.  O custo pode incluir ainda deslocamento dos profissionais que farão o serviço.  

Banner de chamada para o download da planilha de cálculos de insumos

Drones de pulverização: segurança nas operações

Os drones ou ARP (aeronaves remotamente pilotadas) dão mais eficiência aos trabalhos no campo, gerando mais economia de tempo e custos, além de menor impacto ambiental.

A operacionalização, independente do modelo ou finalidade do uso, requer cuidados especiais. Esses cuidados vão desde cursos específicos às autorizações oficiais.

A aplicação de insumos com drones deve ser feita por pessoa treinada. Além disso, a aplicação deve ser baseada em procedimentos específicos para garantir a segurança operacional.

Por isso, a Portaria n.º 298 estabelece o que precisa ser feito para operar drones de pulverização. Ela também dá a nomenclatura de cada profissional envolvido na atividade.

  • Caar é um curso do Mapa. É oferecido por entidade de ensino registrada no Mapa para formação de aplicadores aeroagrícolas remotos;
  • Os aplicadores aeroagrícolas remotos são profissionais maiores de 18 anos, aprovados em Caar. Eles acompanham e auxiliam o piloto nas operações aeroagrícolas;
  • Operador de ARP (ou de drone) pode ser pessoa física ou jurídica, agricultor ou empresa rural, cooperativa, consórcio de produtores rurais, prestadores de serviço e órgão governamental, proprietário ou arrendatário de ARP. É quem realiza as operações aeroagrícolas;
  • O piloto remoto é a pessoa que manipula os controles de voo da ARP.

Regras para operadores de drones na agricultura

Segundo a Portaria nº 298, é obrigatório aos operadores de drones possuírem registro junto ao Mapa.

O registro deve ser feito por requerimento ao Sipeagro (Sistema Integrado de Produtos e Estabelecimentos Agropecuários). Os requerimentos deverão ser instruídos com:

  1. Contrato social ou documento de comprovação de posse da área rural, no caso de agricultores e empresas rurais operadores de ARP;
  2. Certificado de conclusão do Caar de cada aplicador aeroagrícola remoto;
  3. comprovante de registro do responsável técnico no Conselho Profissional, nos casos de pessoas jurídicas operadoras de ARP; e
  4. Documento comprobatório da situação regular da aeronave da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).

A exigência para ter responsável técnico com registro profissional que coordenará as atividades é apenas para as pessoas jurídicas operadoras de ARP.

Conforme a Portaria nº 298, coordenadores ou técnicos executores em aviação agrícola não precisam apresentar certificado de conclusão do Caar de cada aplicador.

Regras para aplicações de agrotóxicos com drones

A Portaria nº 298 proíbe que agrotóxicos, adjuvantes, fertilizantes, inoculantes, corretivos e sementes sejam a aplicados com drones, em áreas a menos de 20 metros de:

  • Povoações;
  • Cidades;
  • Vilas;
  • Bairros;
  • Moradias isoladas;
  • Agrupamentos de animais;
  • Mananciais de captação de água para abastecimento de população, inclusive reservas legais e áreas de preservação permanente, além de outras áreas ambientais.

Além disso, o local da aplicação precisa ter avisos sobre a atividade, locais de primeiros socorros, números de telefones de emergência e uso obrigatório o uso de EPI (Equipamento de Proteção Individual).

A aplicação de produtos registrados para a agricultura orgânica ou agentes biológicos não precisa seguir as regras acima. Todos os detalhes sobre o voo com a ARP devem ser informados:

  • Local;
  • Horários (início e término do trabalho);
  • Produto utilizado;
  • Dose aplicada;
  • Altura do voo;
  • Tamanho da área;
  • Receituário agronômico;
  • Mapa do local.

Quanto custa um drone agrícola?

Há modelos de drones que custam entre R$ 3 mil a R$ 60 mil, equipados com câmeras RBG ou bandas especiais multiespectrais.

Os drones com sensores hiperespectrais e sistema RTK de georreferenciamento podem variar entre R$ 150 mil e R$ 400 mil.

Geralmente, os modelos de asa fixa possuem preços mais elevados. Porém, o que vai influenciar mesmo no preço dos drones é o seu tamanho e, sobretudo, a tecnologia embarcada. Confira:

ModeloPreço MédioIndicação de Uso
DJI Agras T10R$ 8.000Pulverização de pequenas áreas, ideal para propriedades de pequeno porte.
DJI Agras T30R$ 90.000Pulverização de grandes áreas, com capacidade de carga e autonomia superiores.
F809R$ 10.000 a R$ 15.000Modelos básicos para mapeamento e monitoramento, adequado para iniciantes.
DJI Agras T40R$ 60.000 a R$ 80.000Pulverização de médio a grande porte, com tecnologia avançada e alta capacidade de carga.

IMPORTANTE: A compra de um drone agro pode ser feita com o uso de recursos do Plano Safra, por meio do crédito rural oferecido pelo Inovagro (Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica na Produção Agropecuária)

Saiba como obter capital de giro rural para sua fazenda

Capital de giro rural: como é calculado, quais são os tipos, elementos que o compõem, como fazer financiamento rural e mais!

O capital de giro rural é necessário para custear as diversas atividades da fazenda. Isso vale para desde as mais simples às mais complexas, para as quais nem sempre há dinheiro.

Diversos bancos oferecem capital de giro rural, que pode ser investido em implantação e ampliação da produção, beneficiamento, industrialização e serviços rurais, etc. Por isso, ele é de grande relevância para a gestão da sua empresa rural.

Saiba neste artigo como obter recursos para o capital de giro, quais são os tipos e onde usar esse dinheiro. Boa leitura!

O que é capital de giro?

O capital de giro de uma empresa rural é um recurso financeiro que custeia atividades agrícolas. Ele é o dinheiro necessário para custear atividades relacionadas a insumos, salários e manutenções de máquinas, implementos, além da manutenção e investimentos na atividade rural.

Ele pode ser aplicado de várias formas em sua fazenda, sobretudo em despesas de curto prazo. Além disso, o capital de giro também funciona como uma reserva de dinheiro que será utilizada para suprir necessidades financeiras que aparecem ao longo da atividade agrícola.

O capital de giro é calculado da seguinte maneira: a soma das contas a receber, menos as contas a pagar.

  • Capital de giro = (contas a receber + estoque disponível na propriedade) – (soma das contas a pagar + impostos e despesas de um período ou safra).

Por meio dessa conta simples, você consegue saber se sua empresa rural está com a situação financeira confortável. Quanto maior for o resultado positivo da conta acima, melhor.

Onde usar o capital de giro

O dinheiro do capital de giro pode ser aplicado em:

  • despesas de rotina: peças ou consertos de equipamentos, compra de ferramentas, maquinários de pequeno e grande porte, contas de energia;
  • manutenção de atividades realizadas em campo, no escritório ou na sede da fazenda ou agroindústria;
  • geração de fluxo de caixa e balanceamento do ativo e do passivo financeiro;
  • compra de insumos (corretivos de solo, adubos, fertilizantes, agrotóxicos);
  • pagamento de fornecedores, impostos, salários de colaboradores e outras despesas.

Muitas dessas despesas podem ser custeadas por meio do dinheiro do crédito rural. Esse é o exemplo do crédito de custeio, que pode ser utilizado na agricultura e na pecuária.

O capital de giro rural serve também como complemento de recursos para ser utilizado nas despesas da fazenda com certa limitação de uso por conta das regras do MCR (Manual de Crédito Rural).

Como gerir o capital de giro

Obter o capital de giro rural é essencial para a sua fazenda, mas ele também precisa ser bem gerido para que o gasto não saia do controle.

Veja abaixo algumas dicas de gestão eficiente do capital de giro:

  • Já que você está com o dinheiro, o ideal é fazer compras à vista, que geralmente saem mais em conta que a prazo. Lembre-se de pegar a nota fiscal ou recibo da compra;
  • No acompanhamento do fluxo de caixa, é essencial também que você verifique o aumento do preço dos produtos ou serviços, de modo que estabeleça, com base nisso, uma maior margem de lucro na venda da sua produção;
  • Tenha cuidado também com o excesso de empréstimos e financiamentos. Além de ter mais trabalho para gerir todos eles, você precisa honrar cada um e se atrasar as parcelas ainda paga com juros maiores se fosse pago em dia;
  • Evite gastos excessivos e reduza seu custo de produção: você não vai deixar de investir onde precisa, mas sim no que realmente é necessário.

Como se planejar para manter o capital de giro

O planejamento de como será investido o seu capital de giro deve seguir como é feito com o crédito rural. Nele, o projeto precisa ser seguido conforme foi apresentado ao banco.

No capital de giro, esse planejamento exige mais disciplina da sua parte porque o único fiscal que averigua se o dinheiro está sendo aplicado conforme o programado é você.

No planejamento, devem constar ampliação do capital de giro por meio da margem de lucro e o que pode ser feito por meio do aumento da produtividade. Essa ampliação também pode acontecer através da melhoria na qualidade do seu produto e da busca por novos mercados.

Com isso, você tem muito mais possibilidade de criar até o seu próprio capital de giro para a próxima safra, sem precisar depender de financiamentos para isso.

Quais são os tipos de capital de giro na agricultura?

Existem quatro categorias de capital de giro: 

  • capital de giro líquido;
  • capital de giro negativo;
  • capital de giro próprio;
  • e capital de giro associado a investimentos.

Veja abaixo mais detalhes sobre cada um deles.

Capital de giro líquido

O capital de giro líquido é a quantia que sobra após subtrair o passivo circulante (obrigações a serem pagas no período de um ano) do ativo circulante (bem ou direito que pode ser convertido em dinheiro em curto prazo).

Capital de giro negativo

O capital de giro negativo ocorre quando o valor das dívidas em determinado período é maior do que os valores disponíveis em caixa e os bens de capital.

O capital de giro negativo deve ser temporário e de curto prazo. Caso contrário, resulta em desorganização do andamento das atividades, impossibilitando a realização das mesmas.

Para ele ser saneado logo, é preciso ter uma arrecadação futura de curto prazo.    

Capital de giro próprio

O capital de giro próprio é o mais apropriado para se ter. Uma empresa rural com capital de giro próprio é aquela que segue um nível de excelência em gestão.

Com isso, a empresa rural não necessita pegar dinheiro emprestado para ter capital de giro: a cada safra, ela já separa um valor determinado para isso, conforme o planejamento.

Capital de giro associado a investimentos 

O capital de giro associado a investimentos é aquele utilizado na cobertura de despesas com os variados investimentos necessários para a fazenda. Um exemplo é a compra de maquinários, ampliação de galpões ou da estrutura de beneficiamento da agroindústria.

planilha de fluxo de caixa

Quais elementos compõem o capital de giro?

Diversos elementos compõem o capital de giro rural. A finalidade desses elementos é possibilitar que sua fazenda continue realizando as atividades normalmente.

Assim, podemos citar como elementos do capital de giro rural:

  • valores de dinheiro em caixa;
  • valores a receber de contratos;
  • bens de capital (móveis e imóveis);

Geralmente, o capital de giro rural é composto por 50% dos ativos da empresa agrícola. 

Como financiar capital de giro para produtor rural

O financiamento rural de capital de giro  pode ser feito por meio de instituições financeiras, como bancos oficiais, a exemplo do Banco do Brasil, BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e Banco da Amazônia.

Veja detalhes de cada uma dessas instituições a seguir: 

BB Agro

No Banco do Brasil, o capital de giro rural funciona por meio do BB Giro Agro, crédito rotativo de capital de giro para a atividade agropecuária.

Com o BB Giro Agro, é possível adquirir bens ou insumos utilizados na atividade rural. Isso tanto na fase de produção, comercialização, beneficiamento ou industrialização.

Podem ter acesso ao BB Giro Agro produtores rurais pessoa física, exceto inscritos no Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar).

As taxas de juros aplicadas são as do mercado, com prazo de pagamento para 360 dias e possibilidade de renovação automática do crédito.

Capital de giro rural no BNDES

No BNDES, o capital de giro rural está disponível por meio do Pronaf Cotas-Partes.

Esse tipo de financiamento rural destina-se à integralização de cotas-partes por beneficiários do Pronaf associados a cooperativas de produção rural. Também é destinado à ampliação pela cooperativa em capital de giro, custeio, investimento ou saneamento financeiro.

Para solicitar, é preciso ter a Declaração de Aptidão ao Pronaf ativa e ser associado a cooperativas de produção agropecuária com no mínimo 60% dos sócios beneficiários do Pronaf. Também é preciso ter patrimônio líquido mínimo de R$ 25 mil e mínimo de 1 ano de funcionamento.

O interessado deve procurar uma instituição financeira credenciada pelo Banco Central do Brasil para emitir esse tipo de empréstimo. A taxa de juros é de 4,5% ao ano, com prazo de até 6 anos.

Giro Produtor Rural no Banco da Amazônia

O Giro Produto Rural no Banco da Amazônia é para aquisição de bens, matérias-primas, insumos e produtos, com prazo de pagamento em até 2 anos.

O bando dispensa garantias nas operações de até R$ 100 mil, com “taxas de juros atrativas”. Pessoas físicas e jurídicas correntistas do banco podem ter acesso ao Giro Produtor Rural.

Conclusão

Ter um capital de giro rural é essencial para manter a regularidade das atividades da sua empresa agrícola e possibilitar uma gestão correta da propriedade rural.

Há vários meios de obter o capital de giro rural, conforme mostramos acima. Empresas particulares, como as agfintechs (startups do agronegócio que atuam com crédito rural) também são uma boa opção para obter os recursos.

Procure se informar o máximo possível sobre o capital de giro rural, e assim fazer negócios seguros. Assim você terá o seu próprio capital de giro, fruto dos lucros com a sua atividade.  

Como você controla o capital de giro rural da sua empresa? Você conta com ajuda de contadores ou faz esse controle por conta própria? Deixe seu comentário!

Café Arara: o que você precisa saber sobre a variedade de café de alta qualidade 

Café Arara: características agronômicas, particularidades e vantagens de sua utilização

Além dos efeitos climáticos, a incidência de doenças e pragas do café causam grande impacto nas perdas da lavoura.

O café Arara é uma opção que tem estado muito presente no Brasil. Afinal, produtores tendem a buscar variedades com boa resistência ou tolerância a esses efeitos de perda . 

Neste texto, vamos explicar o que você precisa saber sobre o café Arara e o motivo de ele estar tendo tamanho destaque nos últimos anos. Boa leitura!

O que é o café Arara?

O café Arara é proveniente do cruzamento natural entre as variedades Obatã e Catuaí Amarelo, após muita pesquisa. Ele foi selecionado pela primeira vez no Paraná, no fim da década de 80. A variedade é produtiva e resistente a várias doenças

No fim da década de 90 e início dos anos 2000, houve aumento no interesse de pesquisadores pela variedade de café Arara. Ele passou a ser mais estudado e incluído em processos de melhoramento do cafeeiro, em instituições como a Fundação Procafé.

Hoje, o café Catuaí é o mais cultivado no país. Porém, o café Arara tem assumido papel de destaque, sendo uma escolha bastante comum para produtores que desejam implementar novas lavouras. Essa tendência teve um aumento principalmente a partir de 2017.

Estima-se que o café Arara represente cerca de 50 % a 60% das mudas de café arábica produzidas hoje em dia. Também estima-se que, na safra de 2020, tenham sido plantados em torno de 60 a 80 milhões de mudas no Brasil. 

Características agronômicas

As principais características que diferenciam o café Arara são o porte baixo (porém mais alto que o Catuaí), frutos maiores e amarelos. Além disso, a alta resistência natural à ferrugem do cafeeiro, a maturação tardia e o alto potencial produtivo também são relevantes.

As características agronômicas completas do café Arara são resumidas no quadro a seguir.

Tabela de características agronômicas do café Arara
(Fonte: adaptado de Consórcio Pesquisa Café)

Principais vantagens do café Arara

A variedade café Arara tem uma série de vantagens, mas a principal é ser praticamente imune à doença ferrugem. Essa é a doença que mais atinge o cafeeiro. Além disso, a variedade é resistente à bactérias pseudomonas e é tolerante à phoma, mais uma doença muito frequente.

Como dito anteriormente, o café Arara tem se tornado bastante comum entre os produtores que implementam novas lavouras nos últimos anos. Algumas das vantagens desse café é que ele tem muita resistência a doenças como ferrugem do cafeeiro.

Veja algumas vantagens que têm sido diferenciais desta variedade.

Resistência fitossanitária

Essa é uma das características mais importantes desse café. A variedade de café Arara é extremamente resistente às doenças importantes como a ferrugem do cafeeiro, as pseudomonas de fruto e a mancha de phoma.

Facilidade de colheita

Por apresentar uma copa mais compacta, mas com maior diâmetro, a colheita de café manual ou mecânica é facilitada. 

Apesar disso, os grãos tendem a ter maior adesão ao caule, necessitando maior força para retirada. Porém, isso acaba diminuindo a queda de frutos. Estima-se que o rendimento de colheita no café Arara seja 20% mais alto que em outras variedades.

Os grãos de café da variedade Arara tendem a ser maiores e de peneira mais alta se comparados ao Catuaí, por exemplo.  Isso faz com que os grãos de Arara tenham maior peso médio que os de Catuaí e outras variedades.

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Potencial produtivo alto

O café Arara apresenta uma especificidade do surgimento de flores (que geram frutos) em ramos mais velhos. Isso acaba contribuindo para aumento de produção.

O café Arara apresenta um potencial de produção mais alto que outras variedades. Ele possui  reportes de até 35% de aumento em comparação ao Catuaí.

Redução do uso de agroquímicos

Por apresentar maior resistência a algumas doenças do cafeeiro, a variedade necessita de menos aplicações de produtos fitossanitários, como fungicidas, por exemplo.  Isso também o faz uma boa escolha para cultivos orgânicos.

Qualidade de bebida 

Apesar da qualidade da bebida não ser uma característica que dependa apenas da variedade, o café Arara tem se destacado por pontuações altas em concursos. Às vezes, essa pontuação fica acima de 90 pontos, com características de uma bebida limpa e adocicada.

Foto de cafeeiros da cultivar café arara
Plantas de cultivar Arara
(Fonte: Revista Cafeicultura)

Café arara: espaçamento e outras recomendações de cultivo

A escolha da variedade do café é muito importante, principalmente por se tratar de uma cultura perene. Ela só começa a dar retorno produtivo a partir de 3 anos após o plantio.

O café Arara, assim como todos os outros, possui recomendações específicas de plantio para garantir uma produtividade ainda melhor.

O espaçamento para café Arara precisa ser de 3 metros entre linhas e 50 centímetros entre plantas. Isso permite um plantio semi-adensado, sem limitar os tratos culturais e manejo e ainda permitindo a opção por safra zero.

O café Arara apresenta maiores bifurcações dos ramos. Por isso, a poda de esqueletamento/ponteiro pode ser necessária com mais frequência que em outras variedades adensadas. O objetivo disso é “desembatumar” a planta.

Já os limites de altitude para o café Arara também são específicos. O Arara é um café recomendado para altitudes mais altas e não para áreas de baixada

Ele se adapta bem a condições mais frias e úmidas, e é recomendado para altitudes entre 600 e 1200 metros acima do nível do mar.

O café Arara pode ser combinado com outras variedades de maturação precoce ou normal na mesma propriedade. Por exemplo, pode-se alocar o Arara em áreas mais altas e a outra variedade em áreas mais baixas. 

Por ser uma variedade imune à ferrugem e bastante resistente a pseudomonas e phoma, as pulverizações para controle de doenças podem diferir de outras variedades. Normalmente, há diminuição das aplicações.

A correção de solo e adubações do café Arara são comuns aos de outras variedades de café. Isso, é claro, sempre de acordo com as análises de solo, análise foliar e a previsão de produção.

Isso aumenta o potencial de cada um e ainda permite organização de colheita de acordo com a maturação de cada um.

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Conclusão

O café Arara é cada vez mais presente nas lavouras brasileiras. A tendência é que isso continue a acontecer. Suas características agronômicas oferecem vantagens em condições de altitude e clima específicos.

Além disso, por necessitar menor uso de fitoquímicos, têm grande aceitação em lavouras destinadas à produção orgânica.

Sua  alta produtividade e qualidade de bebida podem proporcionar um produto final de valor agregado mais alto. Ele é uma opção bastante interessante, principalmente em combinação com outras variedades em áreas distintas da fazenda.

Você já conhecia a variedade de café Arara? Está pensando em implantá-la na sua lavoura? Adoraria ler seu comentário!

Custeio agrícola: saiba o que é e como conseguir financiamento

Custeio agrícola: veja como funciona, quais são as taxas de juros, limites de financiamentos, quem pode fazer e muito mais!

O custeio agrícola é uma das principais modalidades de Crédito Rural. Ele possibilita financiar cada fase do ciclo de produção, seja na agricultura ou pecuária.

O financiamento da produção agrícola está entre os principais desafios da maior parte dos produtores rurais do Brasil. Afinal, nem sempre há dinheiro para cobrir as despesas.

Devido a essa dificuldade, o Governo Federal criou o custeio agrícola, que pode financiar até 100% dos custos de produção agrícola.

Saiba neste artigo como funciona o custeio agrícola, quais são as linhas de crédito e como obter financiamento. Boa leitura!

O que é o custeio agrícola?

O custeio agrícola (ou custeio rural) é uma modalidade de Crédito Rural voltada para custear as despesas normais da produção da agricultura e da pecuária. Ele é oferecido por bancos e instituições financeiras, e possui diversas linhas de crédito.

Ele faz parte das modalidades de crédito rural. Portanto, suas regras estão no MCR (Manual do Crédito Rural), do BCB (Banco Central do Brasil). O MCR entende como despesas normais as:

  • despesas do ciclo produtivo de lavouras periódicas, da entressafra de lavouras permanentes ou da extração de produtos vegetais espontâneos ou cultivados;
  • despesas de exploração pecuária.

Pessoas físicas, jurídicas ou cooperativas agrícolas podem ter acesso ao custeio rural junto a instituições financeiras autorizadas pelo BCB a conceder crédito rural.

A apicultura, a avicultura, a piscicultura, a sericicultura, a aquicultura e a pesca comercial são consideradas exploração pecuária, conforme o MCR.  Nesse sentido, produtores rurais que atuam nessas áreas podem ter acesso ao custeio.

Como funciona o custeio agrícola?

O financiamento de custeio agrícola pode ser solicitado quando você precisa de crédito de produção. Você precisa buscar uma instituição financeira autorizada pelo BCB a conceder crédito rural, além de verificar as condições de financiamento e documentos necessários.

Na agricultura, o custeio agrícola pode ser usado para:

  • a compra antecipada de insumos, como corretivos de solo, fertilizantes, adubos, sementes e agrotóxicos;
  • despesas de soca e ressoca de cana-de-açúcar, abrangendo os tratos culturais, a colheita e os replantios parciais;
  • e a aquisição de silos (bags), limitada a 5% do valor do custeio.

Na pecuária, o custeio rural cobre as despesas com a compra de vacinas para animais, medicamentos, rações e animais para recria e engorda (produtores rurais independentes). Além disso, pode ser usado para comprar insumos em qualquer época do ano. 

Ainda de acordo com o MCR, existem as despesas consideradas como das duas atividades, agrícola e pecuária. São elas:

  • despesas de aquisição de insumos para a restauração e recuperação das áreas de reserva legal e das áreas de preservação permanente. Controle de pragas e espécies invasoras, manutenção e condução de regeneração natural de espécies nativas e prevenção de incêndios;
  • aquisição de bioinsumos definidos no âmbito do Programa Nacional de Bioinsumos, inclusive de inoculantes para a fixação biológica de nitrogênio.

Também está incluso nas despesas com custeio agrícola a assistência técnica em operações vinculadas ao Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor).

Banner do Guia de Crédito Rural. à esquerda a descrição do ebook e à direita uma foto com moedas e uma planta.

Limite de financiamento, juros e taxas do custeio agrícola

Seguindo o MCR, o custeio agrícola financia até 100% das despesas do custo de produção. Ele limita a 70% da receita bruta prevista para o empreendimento a ser financiado. Porém, há um teto de financiamento:

  • R$ 4 milhões por ano agrícola: crédito destinado à produção de milho e sorgo, além de suinocultura, avicultura, piscicultura, pecuária leiteira e de corte em confinamento;
  • R$ 3 milhões por ano agrícola: destinado às demais lavouras e atividades.

O valor do crédito de custeio agrícola poderá ser ampliado em até 10%, desde que:

  • o valor adicional seja utilizado no financiamento das despesas de custeio agrícola e pecuário;
  • o plano ou projeto do financiamento do custeio agrícola seja apresentado de forma separada do custeio para a atividade produtiva;
  • o beneficiário apresente o CAR (Cadastro Ambiental Rural)

Você pode, ainda, obter financiamentos para custeio agrícola de mais de um produto e para custeio pecuário. Entretanto, desde que o valor não ultrapasse o limite por produtor.

Até 15% do valor total do orçamento, quando destinado a pequenos e médios produtores, pode incluir verbas para atendimento de pequenas despesas, tais como:

  • reparos ou reformas de bens de produção e de instalações;
  • aquisição de animais de serviço;
  • desmatamento;
  • destoca e similares, inclusive aquisição;
  • transporte;
  • aplicação;
  • e incorporação de calcário agrícola.

As taxas de juros e prazo para o custeio agrícola variam de acordo com os bancos que oferecem esse tipo de crédito rural. Veja algumas das principais linhas de custeio agrícola!

Custeio agropecuário Banco do Brasil

No Banco do Brasil, para recursos controlados, os juros são de 7,5% ao ano. Nos recursos controlados, são aplicadas taxas de mercado.

O prazo para pagamento é de 2 anos, de acordo com a cultura ou atividade explorada. Para estudos de operações rurais, as tarifas são de 0,5% sobre o valor financiado.

O Banco do Brasil também oferece diversos produtos para o crédito de custeio:

  • Custeio Agropecuário: cobre despesas agrícolas e pecuárias;
  • Funcafé Custeio: para a produção de café;
  • Pronaf Agroindústria: promove o beneficiamento e a industrialização da produção;
  • Crédito Rural Pronaf Custeio: cobre custos agrícolas e pecuários;
  • BB CPR: com a cédula de produtor rural, é possível financiar a produção com a antecipação de crédito;
  • Pronamp Custeio: para custear as despesas do médio produtor.

Custeio Antecipado safra verão 2022/2023 Caixa Econômica Federal 

Na Caixa Econômica, os juros e prazo de pagamento variam de acordo com as linhas de crédito para custeio rural. Ela permite que o agricultor faça aquisições para o próximo ciclo produtivo.

As taxas de juros variam conforme o público alvo:

  • Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), de 3% a 4,5%;
  • Pronamp: a partir de 4,5%;
  • Demais produtores: a partir de 6,5%. 

Os prazos para pagamento são de 12 a 18 meses, com vencimento até 60 dias após o término da colheita, já incluídos nos respectivos prazos máximos.

Custeio de Integração – Agroindústria

O custeio de Integração é voltado para cobrir despesas com insumos e serviços das atividades exploradas sob regime de parceria entre produtores e agroindústrias.

Ele atende ao custeio pecuário: piscicultura, suinocultura e avicultura de corte.

Possui limite de até R$ 200 mil por produtor integrado, com prazo de até 1 ano para pagamento. As taxas de juros são de 8% ao ano.

Custeio Geral

Pode ser usado na agricultura e pecuária para cobrir despesas gerais, com limite de crédito de R$ 3 milhões. As taxas são prefixadas ou pós-fixadas por livre acordo entre a Caixa Econômica e o proponente nas operações com recursos livres.

Para o custeio agrícola, o prazo varia de 14 a 24 meses, e para o custeio pecuário, de 12 a 24 meses.

Fornecimento a cooperados

Esse crédito de custeio serve para cooperativas que adquirem insumos em grande escala, tanto para a atividade agrícola quanto para a pecuária.

Limita-se a R$ 800 milhões por cooperativa e a R$ 1 milhão por cooperado, sendo R$ 500 mil por cooperado se:

  • o financiamento for voltado para a avicultura, suinocultura e piscicultura em regime de integração;
  • tratar de financiamento para as demais atividades.

O prazo para o custeio agrícola e pecuário é de até 1 ano, com taxa de juros de 6% ao ano.

Pronaf Custeio

Destinado a beneficiários do Pronaf, tem limite de crédito de R$ 250 mil por beneficiário/ano agrícola, com taxas de juros de 4,5% ao ano.

Os prazos para custeio agrícola são de 14 meses para culturas permanentes (café, cana-de-açúcar, laranja, maçã e uva) e de 1 ano para as demais culturas. Para o custeio da pecuária, o prazo para pagamento é de 1 ano.

Pronamp Custeio

Essa linha de crédito de custeio é voltada para custear despesas da produção dos médios produtores rurais, com renda bruta anual de até R$ 2,4 milhões. É considerado neste limite a soma de:

  • 100% do valor bruto da produção;
  • 100% do valor da receita recebida de entidade integradora e demais rendas;
  • e 100% das demais rendas não agropecuárias. 

O limite de crédito é de R$ 1,5 milhão, com taxa de juros de até 5,5%. Os prazos variam de acordo com a atividade.

  • Custeio agrícola: para recursos controlados, 12 meses até 24 meses; e excepcionalmente para as culturas de café, laranja, cana-de-açúcar, maçã e uva o prazo é de 14 meses;
  • Custeio pecuário: para aquisição de bovinos para engorda em regime de confinamento, o prazo varia de 6 meses (bovinos em confinamento) a 2 anos (recria e engorda).

Custeio agrícola Santander

No Banco Santander, você paga o empréstimo 60 dias após a colheita. Os prazos são definidos em função do ciclo produtivo da sua atividade agrícola e capacidade de pagamento. Ele financia até 100% do orçamento.

O seguro é obrigatório para operações até R$ 300 mil para cada empreendimento.

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Conclusão

Financiar a produção agrícola tem sido um dos principais desafios dos produtores rurais nos últimos dois anos. Isso acontece por causa da alta dos insumos, que subiram quase 300%.

Por isso, buscar o financiamento para produtor rural é algo cada vez mais recorrente. Porém, é preciso também saber que o dinheiro deve ser bem empregado para que possa ser devolvido depois ao banco no prazo correto.

Com o financiamento do custeio agrícola, você pode conseguir obter boa produtividade na lavoura e se desenvolver mais em sua atividade agrícola

Gestão rural e crédito sem burocracia para alavancar seu negócio rural é com Aegro

Está pensando em solicitar custeio agrícola? Ficou com alguma dúvida sobre esse tipo de investimento rural? Adoraria ler seu comentário!

O que são insumos agrícolas e como planejar a compra

Insumos agrícolas: saiba o que são, quais os tipos de insumos, como planejar sua compra, opções para negociação e muito mais!

Os insumos agrícolas são parte fundamental dos sistemas produtivos de qualquer cultivo, seja ele anual ou perene. Eles servem para garantir a produtividade da cultura produzida por você.

Alguns exemplos de insumos agrícolas são sementes, adubos orgânicos e inorgânicos, inoculantes e agroquímicos. A compra deles é um passo essencial para o sucesso da sua safra e da sua empresa agrícola.

Neste artigo, saiba o que são insumos agrícolas e por que a compra e correta gestão deles é tão importante. Boa leitura!

O que são insumos agrícolas?

Os insumos agrícolas são todo produto ou serviço essenciais para o processo de produção agrícola. Eles podem ser defensivos agrícolas, fertilizantes, máquinas e implementos agrícolas, equipamentos, e tudo aquilo que é preciso para produzir.

Segundo o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento),  os insumos agrícolas são todos os fatores de produção utilizados com o objetivo de garantir a nutrição e a proteção das plantas.

Com insumos agrícolas, você garante boas produtividades e qualidade do produto final. 

É importante lembrar que existe diferença entre matéria-prima e insumo agrícola. A matéria-prima é todo material utilizado para a fabricação de um produto. Insumo é tudo aquilo utilizado no processo de produção. Ele pode ser um bem ou serviço. 

O milho empregado na produção de ração e o algodão usado na fabricação de roupas são exemplos de matéria-prima.

Os insumos podem ser classificados como naturais (relacionados à matéria-prima), de trabalho (relacionados à mão de obra) e ao capital (relacionados ao investimento realizado no serviço ou produto).

Tipos de insumos agrícolas 

Os insumos agrícolas podem ser mecânicos, biológicos e químicos. Confira a seguir as diferenças entre eles e alguns exemplos.

Insumos mecânicos 

Os insumos mecânicos envolvem todo o maquinário, implementos agrícolas, ferramentas e equipamentos utilizados na produção. 

Alguns exemplos desse tipo de insumo são:

Insumos biológicos 

Os insumos biológicos são produtos de origem microbiana, animal ou vegetal

Os inoculantes de sementes, os biofertilizantes e os adubos orgânicos são exemplos desse tipo de insumo. As sementes e as mudas também são insumos biológicos.

Insumos químicos/minerais 

Os insumos químicos/minerais são os produtos industrializados ou provenientes de material mineral.

Esse tipo de insumo inclui os defensivos agrícolas, como herbicidas, inseticidas e fungicidas sintéticos. O calcário e os fertilizantes inorgânicos, como o cloreto de potássio e o superfosfato triplo também são exemplos de insumos químicos/minerais. 

Importância dos insumos agrícolas para o agronegócio

Sem determinados insumos é impossível produzir. Por isso, conhecer o que será necessário para o bom desenvolvimento da sua lavoura é fundamental para disponibilizar os insumos no momento certo.

De modo geral, os insumos agrícolas garantem o bom desenvolvimento das plantas. Também auxiliam no controle de pragas, doenças e plantas daninhas, reduzindo perdas na lavoura. 

Eles são empregados tanto no sistema de produção agrícola convencional quanto no orgânico, de acordo com as características de cada um. A utilização dos insumos corretos e de forma racional está diretamente relacionada ao crescimento da produção agrícola.

Como planejar a compra de insumos agrícolas

Os custos com insumos nas produções agrícolas podem ser um dos maiores vilões da lucratividade do produtor. 

A variação anual de preços devido a reajustes e flutuação do câmbio (US$) pode trazer inúmeras dores de cabeça na hora de comprar os insumos agrícolas. Para evitar preços abusivos, o planejamento da safra é essencial.

Assim, fica mais fácil estabelecer metas tanto para as quantidades a serem compradas quanto para os preços máximos de cada insumo agrícola.

Pedidos antecipados e com base em um bom levantamento de preços nas diferentes distribuidoras são as estratégias mais comuns de negociação de insumos.

Trabalhar com grupos de compras ou cooperativas pode garantir preços mais acessíveis por concentrar as compras em uma única revenda.

Porém, o custo dos insumos pode variar – sendo anualmente reajustado e fortemente influenciado pela variação das taxas de câmbio. Por isso, você precisa estar antenado também ao mercado financeiro para acertar na hora da compra.

A compra antecipada pode garantir os menores preços. Entretanto, muitas vezes não temos o capital naquele momento, não é mesmo?

Por isso, algumas estratégias vêm sendo utilizadas por produtores de grãos em todo o país para facilitar a aquisição dos insumos agrícolas. A principal delas é o barter.

O barter é uma estratégia muito comum para as commodities agrícolas, principalmente para milho e soja. Além disso, essa pode ser uma alternativa interessante para os produtores.

Software de gestão agrícola

A melhor maneira de planejar a compra de insumos agrícolas, principalmente de fertilizantes e agroquímicos, é através da coleta e análise de dados.

Quando se analisa as quantidades de insumos agrícolas utilizadas em safras anteriores relacionadas às produtividades obtidas, temos uma noção da eficácia dos manejos em campo e da gestão agrícola.

Além disso, você consegue saber se as aquisições anteriores foram suficientes e se houve falta ou excesso de produtos nos estoques.

Para algumas pessoas, a coleta e análise de dados pode parecer um bicho de sete cabeças. Isso não precisa ser assim, afinal, temos a tecnologia a nosso favor.

Softwares e aplicativos de gestão agrícola como o Aegro permitem uma ampla visão dos estoques das propriedades rurais.

Com a inclusão de poucas informações, como diferentes tipos de insumos agrícolas, o software gera relatórios que incluem as quantidades planejadas e realizadas para cada área cultivada.

Assim, há um alerta quando se alcança os objetivos pretendidos, se está em déficit ou se excedeu em algum aspecto.

Detalhe da aba “Insumos da safra” do aplicativo Aegro

Além das quantidades, podemos gerenciar os locais de estoque, os fornecedores (ou revendas) de insumos agrícolas, as movimentações e o histórico de todos os itens!

As plataformas digitais podem auxiliar tirando a sobrecarga do produtor rural, podendo ainda levar a ganhos com base na economia dos insumos.

Exemplo da plataforma Aegro, exemplificando o histórico de item num estoque da propriedade

É possível testar o aplicativo de gestão agrícola Aegro de forma gratuita, por meio de:

Conclusão

Os insumos agrícolas ajudam a produzir sempre mais e com melhor qualidade.

Por isso, saber comprar, negociar e gerenciar os insumos nas empresas agrícolas é essencial!

Portanto, fique ligado em suas safras, faça a gestão e acompanhamento de seus dados. Dessa forma, a cada ano que passa melhores resultados virão, fazendo sempre mais com menos!

Leia mais >>

“Estoque de insumos: como fazer uma gestão eficiente?”

“Superfosfato simples: saiba como utilizar”

“Gestão de máquinas agrícolas: como diminuir seus custos com ela”

Gostou do artigo? Conte pra gente nos comentários quais os insumos agrícolas mais utilizados na sua lavoura e como tem realizado a negociação dele.

Saiba a previsão do preço do café para 2023

Previsão do preço do café para 2023: veja como está o mercado de café neste momento, confira os preços da saca, tendências, valores e mais!

A previsão do preço do café para 2023 será influenciada pelo excedente de estoques, estimado em 7,9 milhões de sacas. Segundo especialistas, variações do clima, como La Niña e o El Niño, também podem interferir.

O mercado do café, nos últimos anos, tem passado por diversas oscilações. Tudo isso é efeito do clima, mudança nos hábitos de consumo, pandemia de Covid19 e guerra na Ucrânia. Mas o principal fator que você deve estar atento para saber como vai ficar o preço do café é o excedente de estoque.

Neste artigo, confira detalhes sobre a previsão do preço do café para 2023 neste artigo. Boa leitura!  

Previsão do preço do café para 2022

O preço da saca de café (60 kg) em 2022 deve variar entre R$ 1.250 e R$ 1.300 nos próximos meses. Isso pode depender da região de produção, segundo analistas do setor.

Esses são os preços da saca atualmente. Portanto, os próximos meses devem ser de estabilidade nos valores pagos ao produtor, pelo menos até o último trimestre do ano. 

O cenário apontado é dentro de contexto de normalidade da produção, com o aumento natural da oferta. Afinal, a fase atual é de colheita de café nas regiões produtoras.

Também dentro de um cenário normal, espera-se que as condições climáticas sejam favoráveis ao término da colheita. A principal preocupação é o La Niña.

Os meteorologistas do Noaa (agência de clima e meteorologia dos Estados Unidos) preveem 52% de chances de La Ninã e 46% de Enso neutro (El Niño-Oscilação do Sul) de julho a setembro de 2022.

A avaliação é de que, se o La Niña surgir durante o período de colheita no Brasil, ele não afeta a quantidade da safra 2022/2023. Porém, atrasa a disponibilidade do café ao mercado.

Gráfico que demonstra previsões de eventos climáticos
Previsões do Noaa para os fenômenos climáticos La Niña, Enso e El Niño
(Fonte: Stonex)

De acordo com o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), muitos produtores estão preocupados com a colheita por conta do clima e da falta de mão de obra. Em locais onde a colheita é feita de forma manual, os grãos estão secando nos pés. 

O que explica a alta do café?

Em 2021, o preço da saca de 60 kg de café começou em R$ 640 e fechou em R$ 1.446. Isso significa alta de 126,31%, segundo a Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé). 

Em 2022, o preço da saca de café chegou a ser negociada por R$ 1.550 pela Coopama (Cooperativa Agrária de Machado). Esse foi um valor recorde para o arábica.

De acordo com especialistas das cooperativas, a alta dos preços é explicada pelo aumento dos custos de produção com insumos, sobretudo os fertilizantes e combustível. No geral, o aumento dos custos para os produtores no Brasil é estimado entre 50% e 60%.

A inflação também é outro fator de grande importância para a previsão do preço do café para 2023. No Brasil, a inflação do café aumentou impressionantes 67% no ano passado.

Previsão do preço do café para 2023: estimativa de inflação no Brasil, EUA e Europa.
Evolução da inflação do café torrado e moído no Brasil, EUA e Europa
(Fonte: StoneX)

Os preços do café e a inflação na Europa não aumentaram tanto quanto nos EUA e no Brasil. Para analistas da StoneX, “isso é uma indicação da recuperação mais lenta da demanda e do mercado competitivo, permitindo que os varejistas mantenham os preços mais baixos”.

Qual a safra do café em 2022?

De acordo com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a safra de 2022 de café deve ter produção total de 53,43 milhões de sacas.

Essa quantia representa queda de 15,3%, frente às 63,08 milhões de sacas de 2020, último ano de bienalidade positiva do café arábica. O arábica é a principal variedade produzida no país, ficando na frente do conilon.

Em comparação a 2021 (bienalidade negativa), o resultado é 12% superior.

A Sincal (Associação Nacional dos Cafeicultores do Brasil), no entanto, prevê 40 milhões de sacas para a safra de 2022.

A principal razão para a queda da safra de 2022 (em relação a 2020) são a estiagem e a geada. Eles antecederam a florada do café de 2021, conforme analistas da Conab.

Somente a geada afetou mais de 200 mil hectares de cafezais em Minas Gerais em 2021.

A produção mundial de café para a temporada 2022/2023 está estimada entre 175 milhões de sacas, de acordo com o Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Segundo o departamento, os estoques mundiais estão em 32,7 milhões de sacas.

Qual a demanda do café para 2022?

A previsão do preço da saca de café para 2022, com impactos em 2023, pode ser influenciada pela demanda. Nos Estados Unidos, maior consumidor mundial, teve queda de 3,6% em 2020 e de 1,3% em 2021, por conta da pandemia de coronavírus.

O esperado para 2022 é que a demanda americana de café se recupere. É esperado um aumento de 6,9% e estabilização em 2023.

A StoneX prevê demanda global de 24,5 milhões de sacas em 2022 e aumento de 4,1% no consumo em 2023. Também é previsto 1 milhão de sacas a mais.

Já o Usda estima que a demanda mundial crescerá 1,8 milhão de sacas em 2022. 

Houve um agravamento da guerra na Ucrânia, com a entrada da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) nos combates contra a Rússia, apoiada pela China. Isso causaria outro impacto ainda mais grave no consumo.

A Ucrânia consumiu 1,235 milhão de sacas em 2021 e não deve comprar um grão do café brasileiro em 2022, segundo especialistas do CoffeeNetwork.

A Rússia, e ainda num cenário sem a entrada da Otan na guerra, deve ter 50% de queda no consumo este ano. Em 2021, os russos compraram quase 4 milhões de sacas. 

O agravamento da guerra na Ucrânia representa uma preocupação em relação ao consumo de café, na análise de especialistas da Conab. Tudo isso explica o por que o preço do café subiu em 2022.

“O conflito bélico no leste europeu intensificou a inflação global, ameaçando a demanda do café e favorecendo a migração de investidores para outras commodities com maior perspectiva de valorização”, avaliam especialistas do CoffeeNetwork.

A demanda prevista para o Brasil em 2022/2023 é de 19 milhões de sacas, o mesmo da atual temporada.

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Qual a previsão do preço do café para 2023?

A previsão do preço do café para 2023 é que ele deve se manter nos mesmos patamares de 2022. Isso, é claro, caso não ocorram eventos extremos na economia global, relacionados ao consumo ou à oferta.

Problemas com o La Niña no Brasil e o atraso das chuvas de final de ano pode ter problemas para o desenvolvimento da florada. Isso pode impactar negativamente a oferta em ano de bienalidade negativa do arábica.

Outro fator importante para a previsão do preço do café para 2023 é a oscilação do valor do dólar em relação ao real.

Em 2022, o dólar chegou a ultrapassar R$ 5, o que é muito positivo para quem exporta café. Porém, a tendência do café para 2023, apontada por especialistas, é a de que o real se valorize frente ao dólar, como vem ocorrendo nos primeiros quatro meses do ano.

Na demanda, o superávit de 7,9 milhões apontado pelo Usda pode também reduzir os preços da saca do café, para o ano cafeeiro 2022/2023. Confira abaixo a evolução dos preços do café nos últimos anos:

Previsão do preço de café para 2023: preços do arábica e do conilon
Preços de café nas bolas de Nova Iorque (arábica) e Londres (conilon)
(Fonte: Conab)

Conclusão

As previsões do preço do café para a temporada 2022/2023 apontam para uma estabilidade dos preços. Porém, há uma preocupação geral com a queda no consumo, em decorrência do agravamento da guerra na Ucrânia.

Nesse sentido, a geopolítica deverá ditar nos próximos meses as tendências para os preços do café, com interferência em toda a economia global.

A previsão do preço do café para 2023 é a de que fique entre R$ 1.250 e R$ 1.300 a saca de 60 kg. Fique sempre de olho no mercado do café e nas mudanças para garantir acertar no preço das suas sacas.

Veja mais>>>

“Tendência do agronegócio para 2023: veja o que espera”

“Previsão do preço do arroz em 2023: confira as expectativas”

Você acha que mais algum fator pode influenciar a previsão do preço do café para 2023? Adoraria ler seu comentário abaixo!

Prad: entenda o que é o plano de recuperação de áreas degradadas

Prad: conheça os objetivos, documentação necessária, quem pode fazer, como elaborar, quais os tipos de recuperação e mais!

O Prad (Plano de Recuperação de Áreas Degradadas) é um estudo que serve como instrumento para a regularização ambiental da sua propriedade. 

Ele possibilita a recuperação de áreas degradadas. Se a sua fazenda sofre com degradação do solo, conhecer esse plano é fundamental, pois ele pode ser um grande aliado.

Neste artigo, você verá tudo o que precisa saber antes de elaborar o plano. Confira!

O que é o Prad e quais os objetivos?

O Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (sigla Prad) é um estudo, baseado em um conjunto de técnicas e medidas que são executadas a fim de recuperar áreas que sofreram degradação ambiental. Isso seja por ação humana ou natural.

São consideradas áreas degradadas aquelas que sofreram alterações em suas propriedades químicas, físicas e biológicas. Isso compromete a capacidade de retornarem ao seu estado natural e a fertilidade do solo.

O Prad assegura condições adequadas de uso do solo e a conservação dos recursos naturais. Seu objetivo é reunir informações, diagnósticos, levantamentos e estudos que possibilitem avaliar a degradação ocorrida

Depois disso, o Prad define as medidas adequadas para a recuperação da área degradada.

Esse plano é solicitado pelos órgãos ambientais como parte do processo de licenciamento ambiental. Ele também pode ser solicitado após a propriedade ser punida administrativamente por causar degradação ambiental.

Esse estudo deve ser elaborado e acompanhado por um profissional habilitado. Ele deve ter registro de ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) do conselho de classe.

É bom ressaltar que existe o Prad e o Prad simplificado. A diferença entre os dois está relacionada ao impacto ambiental. O Prad simplificado é específico para pequenas propriedades rurais ou posse rural familiar.

Nesses locais, o impacto ambiental é de baixa complexidade, o que facilita a elaboração e execução do plano.

Prad: foto de solo rachado
(Fonte: AgroRural)

Fundamentos legais do Prad

A instrução normativa IN n° 04/2011 do Ibama estabelece exigências mínimas e norteia a elaboração de projetos de recuperação de áreas degradadas. Além disso, ajuda na confecção de algumas leis e decretos que devem ser considerados, como:

  • Lei Federal 7.347/1985: permitiu a criação de instrumentos para viabilizar a recuperação de áreas degradadas;
  • Constituição Federal de 1988: remete às áreas degradas como situações que devem ser reparadas independente do causador da degradação ter sofrido ações penais e aplicações de multas;
  • Decreto 97.632/1989: primeiro marco regulatório que cita plano de recuperação degradados, e para essa legislação específica obriga atividades de mineração a elaborar o Prad e submeter à aprovação do órgão ambiental competente;
  • Lei Federal 9.605/1998: lei dos crimes ambientais, que exige ao infrator recompor o ambiente degradado;
  • Lei Federal n° 12.651/2012: novo Código Florestal atuando fortemente na recuperação de áreas de reserva legal e áreas de preservação permanente, além da obrigatoriedade de Cadastro Ambiental Rural dos imóveis rurais.

Como fazer o Plano de Recuperação de Áreas Degradadas?

O primeiro passo para elaborar o Prad é fazer a caracterização da área degradada e seu entorno. O agente causador da degradação deve ser informado, através de vistoria de campo.

Após, a delimitação da área a ser recuperada precisa ser feita. Você deverá escolher métodos e técnicas de recuperação de acordo com a área a ser recuperada e com a classificação do solo

Especifique também as técnicas e ações que serão adotadas no processo de recuperação.

O próximo passo é elaborar uma proposta de monitoramento. Faça também uma avaliação da efetividade da recuperação após a execução do plantio. Elabore um levantamento dos insumos, custos e cronograma de execução necessários para a recuperação.

Por fim, detalhe o cronograma, a proposta de monitoramento e a avaliação da recuperação da área. Após a aprovação do plano do Ibama, você terá 90 dias para dar início às atividades de recuperação previstas no cronograma do Prad.

Em resumo, os itens que são obrigatórios e que devem estar no seu plano são:

  • Dados do imóvel rural;
  • Dados do proprietário rural;
  • Dados do responsável técnico pela elaboração do plano;
  • Dados do responsável pela execução do plano;
  • Causas da degradação;
  • Objetivo da realização do projeto;
  • Detalhamentos sobre a implantação do plano;
  • Detalhamentos da manutenção do plano;
  • Informações sobre monitoramento da recuperação da área;
  • Cronograma (de atividades e financeiros), extremamente detalhado.

Documentação necessária

O Prad deve ser protocolizado no Ibama em 2 vias, uma impressa e outra digital. Essas vias devem ser acompanhadas dos seguintes documentos:

  • documentação do proprietário;
  • documentação da propriedade;
  • cadastro no ADA (ato declaratório ambiental);
  • certificado de registro do responsável técnico no Cadastro Técnico Federal do Ibama;
  • ART (anotação de responsabilidade técnica);
  • informações georreferenciadas de toda área a ser recuperada;
  • mapa ou croqui que possibilite o acesso ao imóvel rural.

Só podem elaborar o Prad profissionais habilitados. Considere contratar uma empresa de consultoria ambiental confiável e regularize sua propriedade. Assim, as chances de receber multas e sanções são menores. 

Recuperação de áreas degradadas

Áreas degradadas são aquelas que tiveram suas características naturais alteradas, tanto por motivos naturais quanto por ação humana, além do limite em que possam se recuperar sozinhas. Por esse motivo, precisam de intervenção humana para se recuperarem.

Não existe apenas uma forma de recuperar uma área degradada. As principais maneiras de se fazer isso são através do plantio de mudas, do plantio de sementes, do plantio de culturas como amendoim, da recuperação natural e do uso de espécies pioneiras. Veja mais a seguir: 

Plantio de mudas

O plantio de mudas é uma das técnicas de recuperação de áreas degradadas mais efetivas. Porém, apresenta alto custo. Em geral, o plantio de mudas nativas apresenta alto crescimento e portanto. Em até dois anos, a área poderá estar recuperada.

Prad: solo com plantio de mudas em linhas
(Fonte: Embrapa)

Plantio de sementes

O plantio de sementes também pode recuperar solos degradados. Ele deve ser feito com espécies florestais adaptadas à região. Para o sucesso desse tipo de recuperação, é necessário que ela seja realizada sob condições climáticas adequadas.

Recuperação natural

A recuperação natural de áreas degradadas é quando uma área se regenera naturalmente. É indicada para casos de recuperação de áreas de preservação permanente. Porém, algumas barreiras podem prejudicar a regeneração:

  • ausência de sementes para a recuperação do local;
  • menor desenvolvimento de mudas jovens; 
  • falta de polinizadores.

Recuperação com espécies pioneiras

O plantio de espécies pioneiras pode ser aplicado em áreas próximas a fragmentos florestais. Nesses locais, a natureza se encarrega de promover o enriquecimento natural da área. Esse método também é indicado quando a área está muito degradada.

Como funciona a manutenção e monitoramento do Prad?

O monitoramento e avaliação do Prad é de 3 anos após sua implantação. Ele pode ser prorrogado por 3 anos. Ao longo da execução do Prad, você deve apresentar relatórios de monitoramento, elaborados pelo responsável técnico.

Esses relatórios poderão ser solicitados pela área técnica do Ibama, caso a situação requeira, em intervalos de 3 meses. Pequenos proprietários rurais ou agricultores familiares não precisam apresentar relatórios.

Serão realizadas análises e vistorias pelo Ibama nas áreas em processo de recuperação. Eventuais alterações das atividades técnicas previstas no Prad deverão ser encaminhadas ao Ibama com antecedência mínima de 90 dias.

Ao final da execução do Prad, você precisa apresentar um Relatório de Avaliação com indicativos que permitam aferir o grau e a efetividade da recuperação da área.

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O que acontece se descumprir o Plano?

Caso os objetivos propostos no Prad não sejam alcançados, a área degradada não será considerada recuperada. Isso pode tornar necessária a reavaliação do projeto e ações técnicas pertinentes.

Desta forma, o proprietário estará sujeito a multas e sanções penais, conforme mencionado na Lei 9.605/1998. 

Ele também pode sofrer medidas restritivas de direitos, como a perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento e crédito rural.

Conclusão

O Prad é um conjunto de medidas para recuperação de áreas degradadas. Ele assegura condições adequadas de uso do solo e a conservação dos recursos naturais.

Esse estudo reúne informações, diagnósticos, levantamentos e estudos para avaliar a degradação ocorrida e definir medidas adequadas de recuperação da área.

Esse plano é solicitado por órgãos ambientais como parte do processo de licenciamento ambiental ou após a propriedade ser punida administrativamente por causar degradação ambiental.

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Você pensa em garantir a recuperação de áreas degradadas da sua propriedade? Já conhecia o Prad? Adoraria ler seu comentário abaixo! 

Estação meteorológica na fazenda: Entenda como funciona 

Estação meteorológica: saiba quais equipamentos fazem parte, o que eles medem e como seus dados podem ser um diferencial na atividade da fazenda

As condições climáticas influenciam muito no crescimento, desenvolvimento e produtividade das culturas.

Quanto mais mapeadas forem as condições ambientais, melhor você entenderá os ciclos climáticos e sua interação com a cultura. Com uma estação meteorológica, é possível fazer isso na sua própria fazenda.

Neste artigo, veja quais são os impactos positivos das informações obtidas em estações meteorológicas, quais são os instrumentos necessários e muito mais. Boa leitura! 

O que é uma estação meteorológica?

Uma estação meteorológica é um conjunto de sensores e equipamentos que tem a capacidade de medir, gravar e recolher dados sobre o tempo. Eles medem parâmetros como temperatura, pressão atmosférica, radiação, chuva, pressão atmosférica, direção e velocidade do vento e muito mais.

A meteorologia é a ciência que estuda os fenômenos da atmosfera, a entende e prevê. Assim, a meteorologia estuda as condições passadas e atuais para prever o futuro próximo. 

Vale lembrar que o tempo é uma situação momentânea das condições meteorológicas. Já o clima é um conjunto de condições meteorológicas em um determinado intervalo, como por exemplo, um ano.

Dessa forma,  uma estação meteorológica ajuda a avaliar a situação atual do tempo. Com essa análise, é possível comparar e entender os fenômenos passados que formam o clima.

Equipamentos da estação meteorológica

Uma estação meteorológica é composta por instrumentos de medição como termômetros, higrômetros, barômetros, anemômetros, pluviômetros, radiômetros, tensiômetros, sensores e tanque. 

Além desses itens básicos, também podem fazer parte da estação outros equipamentos. Data loggers, GPS, redes de comunicação para transferência de dados, dispositivos armazenadores de dados e repetidores de sinais são exemplos.

Equipamentos de estação meteorológica
(Fonte: AgSolve)

Conheça os instrumentos de medição de uma estação meteorológica e saiba como esses equipamentos funcionam.

Termômetros

Esse é um dos equipamentos mais conhecidos e mede a temperatura do ar. Existem diversos tipos de termômetro, em vários níveis de tecnologia.  A unidade de medida mais comum no Brasil é graus Celsius (°C).

Higrômetro

O higrômetro é o equipamento que mede a umidade do ar. Essa medida reflete a quantidade de água presente no ar, de acordo com a capacidade de retenção do mesmo. Sua unidade é refletida em porcentagem (%), e seus valores podem variar entre 0 e 100.

Anemômetro

Esse é o sensor responsável por detectar a velocidade e direção do vento. A unidade de velocidade normalmente é medida em metros por segundo (m/s) ou quilômetros por hora (km/h).

A direção do vento é dada de acordo com as coordenadas geográficas (norte, sul, leste, oeste e suas intermediárias).

Barômetro

O barômetro mede a pressão atmosférica. Apesar dessa característica ser bastante constante com a altitude, é importante ter um valor bem medido para estimativa de outros parâmetros. Isso, é claro, em combinação com outros instrumentos da estação. 

As unidades mais comuns de medida são BAR e Mega Pascal (MPa).

Pluviômetro

A quantidade de precipitação/chuva é medida por esse equipamento. Apesar de poder ser medida em outras unidades, normalmente o mais comum é o milímetro (mm) de água. O milímetro representa litros por metro quadrado (l/m2).

Radiômetro

O radiômetro (ou piranômetro) é um sensor que mede a quantidade de radiação solar que chega ao dossel ou ao solo em uma área específica e intervalo de tempo. 

A unidade de medida normalmente é dada em megaJoules por metro quadrado por hora (MJ/m2/h) ou em Watts por metro quadrado (W/m2). 

Existe também um medidor específico para a radiação fotossinteticamente ativa, que é a parte da radiação total absorvida pelas plantas. A unidade de medida é em micromols por metro quadrado por segundo (µmol/m2/s).

Termômetro e tensiômetro de solo

Existem sensores específicos para a medição de características do solo. Essas medições são normalmente feitas na parte superficial do solo, mas também podem atingir porções mais profundas, de acordo com a necessidade. 

As unidades são as mesmas de temperatura (°C) e umidade (%). A porcentagem também pode ser medida em metros cúbicos por metros cúbicos (m3/m3).

Sensores de molhamento e umidade foliar

Os sensores de molhamento e umidade são utilizados para medir características específicas, como o tempo de molhamento foliar e a umidade da folha.

Tanque classe A

Esse equipamento consiste em um tanque de volume e área conhecida que contém uma quantidade de água conhecida. 

Ele permite a medição da quantidade de água evaporada em um período de tempo e auxilia no cálculo da evapotranspiração. A unidade de medida normalmente é em milímetros por unidade de tempo (mm/h).

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Tipos de estação meteorológica

As estações meteorológicas podem ser automáticas, convencionais, de primeira classe, segunda classe ou terceira classe. Essa classificação acontece de acordo com o modo de captura e armazenamento de dados, e também de acordo com os dados coletados. 

As estações podem ter os dados medidos e armazenados automaticamente, por meio de dispositivos eletrônicos e redes de transmissão de dados (estações automáticas). 

Os principais sensores das estações meteorológicas automáticas são os anemômetros, piranômetros, sensores de temperatura e umidade, além dos pluviômetros.

A aquisição de dados também pode ser feita pelos instrumentos mecanicamente e verificadas e anotadas por um operador (convencional).

As estações são também classificadas de acordo com os tipos de sensores que apresentam e os dados gerados.

As estações de primeira classe coletam dados de diversos sensores, trazendo informações completas. 

As estações de segunda classe são mais simples e não apresentam informações sobre pressão atmosférica, vento e radiação.

As estações de terceira classe coletam apenas temperaturas máxima e mínima e chuva acumulada, e são ainda mais simples.

Estação meteorológica convencional e automática
Exemplo de estações meteorológicas convencional e automática
(Fontes: Ufla/Oficina de textos)

Quais são as principais estações meteorológicas do Brasil?

O Inmet  (Instituto Nacional de Meteorologia) é o órgão que organiza e controla as informações meteorológicas captadas pelas estações espalhadas pelo país. A rede do Inmet conta com cerca de 500 estações automáticas, além de quase 300 estações convencionais.

Abaixo, mostramos um mapa das estações cadastradas na rede do Inmet.

Mapa do Brasil com indicador de estação meteorológica por região
Mapa de estações meteorológicas do Brasil, pertencentes à rede Inmet
(Fontes: Inmet)

Além do Inmet, também há a rede de estações do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), além de algumas estações da Embrapa. Estações de instituições estaduais também são presentes no Brasil, como:

  • IAC (Instituito Agronômico de Campinas); 
  • Iapar (Instituto Agronômico do Paraná);
  • Climerh (Centro Integrado de Meteorologia e Recursos Hídricos de Santa Catarina);
  • Simepar (Sistema Meteorológico do Paraná). 

Importância e vantagens de levantar os dados climatológicos

O conhecimento das variáveis meteorológicas é muito importante nas tomadas de decisão em uma propriedade agrícola. Ele pode definir a produtividade das lavouras e o sucesso do empreendimento.

Apesar do elevado número de estações com dados disponíveis pela rede Inmet, ter uma estação própria na propriedade tem muitas vantagens:

  • Disponibilidade de dados facilitada;
  • Caracterização específica da propriedade;
  • Capacidade de verificações momentâneas das variáveis ambientais;
  • Maior assertividade nas previsões a curto prazo;
  • Tomada de decisões de manejo mais bem embasadas;
  • Diminuição de risco de perdas devido a condições extremas;
  • Redução de custos e de retrabalho;
  • Maior eficiência no uso de maquinários, mão-de-obra e recursos.

Muitas atividades podem ser beneficiadas pelo conhecimento vindo das estações meteorológicas particulares. Elas são:

  • Estimativa de geadas;
  • Controle preciso das atividades de irrigação, baseados em cálculos de umidade de solo e folha e evapotranspiração;
  • Eficiência nas atividades de pulverização de acordo com condições de vento, molhamento foliar e possibilidade de chuva;
  • Mapeamento da previsão de incidência de doenças devido a condições favoráveis de temperatura, vento e umidade;
  • Decisão facilitada da melhor época de plantio e maior eficiência de acordo com umidade do solo;
  • Menor compactação de solo devido ao controle de tráfego de acordo com a umidade do solo.

Qual o custo de uma estação meteorológica?

O custo de uma estação meteorológica é proporcional ao seu grau tecnológico. Elas costumam custar entre R$ 5 mil e R$ 30 mil. Outro fator que influencia no valor é o fato de a estação ser ou não usada.

Estações meteorológica automáticas, que contenham grande número de sensores e estejam conectadas a redes de compartilhamento de dados terão preços mais altos. As estações convencionais, mais simples, podem ser mais baratas.

É importante ressaltar que, apesar de o investimento em uma estação meteorológica poder ser alto, a economia que ela pode gerar também é alta. Como você viu, é possível evitar perdas, melhorar a produtividade e ter mais eficiência nas atividades da lavoura.

Requerimentos para ter uma estação meteorológica na fazenda

Apesar de todos os possíveis benefícios, a instalação de uma estação meteorológica na propriedade deve ser bem planejada por diversos fatores.

Alguns desses fatores estão relacionados aos requerimentos do terreno e local para a instalação e perfeito funcionamento da estação. A área deve ter as seguintes características:

  • Ser plana e ter cobertura vegetal rasteira, de preferência gramado;
  • Estar em área aberta e longe de obstáculos que possam interferir no vento, criar microclimas específicos ou bloquear a radiação solar;
  • Não ser próxima a cursos ou reservatórios de água, evitando impacto nas medições de umidade;
  • Evitar proximidade a redes de energia elétrica.

Conclusão

Há muitas vantagens de se ter informações de uma estação meteorológica. 

Isso destaca a importância de as fazendas possuírem um bom nível tecnológico para abrigar ferramentas que podem ser aliadas da produtividade. 

Analise bem os tipos de estação meteorológica e escolha o melhor modelo para sua fazenda com base em sua realidade, capacidade de investimento, nível tecnológico da propriedade e o conhecimento dos operadores. Na dúvida, consulte um especialista!

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Restou alguma dúvida sobre ter ou não uma estação meteorológica em sua fazenda? Deixe seu comentário aqui embaixo!