Conheça o software de gestão feito para o agro

Gestão feita para o agro: conheça o aplicativo desenvolvido especialmente para o agronegócio

O agro é um setor complexo, com uma série de variáveis envolvidas.

Além das incertezas do clima e do mercado, quem produz encara muitos outros desafios.

Altos custos de operação, gestão de pessoas, pragas e doenças na lavoura são alguns exemplos dentre tantas demandas.

Por sabermos disso, vimos a necessidade de desenvolver uma ferramenta que atenda os diferentes desafios de produção e se encaixe na rotina da fazenda.

Afinal, existem aspectos da gestão rural que podem ser controlados e descomplicados, basta ter a ferramenta certa em mãos. Quer saber mais? Leia nosso artigo sobre gestão feita para o agro. O que faz o Aegro ser um sistema de gestão feito para o agro?

Nascemos do campo e evoluímos constantemente para atender as empresas rurais. 

Sempre ouvimos nossos clientes e criamos soluções de agricultura digital que trabalhem pelo usuário.

Tudo começou em 2014, quando quatro estudantes das Ciências da Computação deram vida ao software. Isso tudo com a ajuda e consultoria de produtores e agrônomos.

O objetivo de oferecer um sistema completo e totalmente voltado a produtores de grãos foi moldado por aqueles que realmente entendem do assunto.

E é isso que nos diferencia de outros softwares de gestão. Esses, por não considerarem a realidade do agronegócio, apresentam lacunas e demandam retrabalho do produtor.

Como o Aegro ajuda quem produz

Por estarmos mais próximos da comunidade agro, temos um canal aberto para ouvir as dores e dificuldades do dia a dia da lavoura.

Essa troca de experiências nos estimula a buscar e desenvolver novas soluções que realmente façam alguma diferença para a gestão rural

Listamos aqui alguns desses serviços:

Controle financeiro das fazendas

Vemos o peso que o custo de produção tem no seu bolso, principalmente quando não há um controle financeiro preciso. 

Como solução para essa dificuldade, unimos em um só sistema a gestão agrícola e financeira. Assim, oferecemos uma visão simples e integrada do caminho que seu dinheiro percorre ao longo da safra.

Ou seja, cada operação no campo ou atualização de estoque alimenta o registro de despesas e ganhos automaticamente.

gif de uma tela do Aegro, na aba de custos de produção. Há um gráfico redondo que mostra gastos com sementes fertilizantes, defensivos, máquinas e outros custos.
O Aegro mostra seus custos de produção em detalhes. Gestão feita para o agro.

Com esse registro, você consegue medir o lucro de cada talhão, cumprir obrigações fiscais e até obter crédito rural.

Redução de esforços com burocracia

Acompanhamos a jornada dupla de muitos produtores, parte dela dedicada a atualizar e cruzar dados em diferentes planilhas.

Para otimizar esse tempo e simplificar atividades rotineiras, desenvolvemos o sistema com foco em funções automatizadas e integradas. 

Por exemplo, você pode importar de forma automática suas operações agrícolas pela Climate FieldView e John Deere Operations Center.

Além disso, pode atualizar suas despesas pela transferência de notas fiscais via Sefaz.

Tela do Aegro, na aba de máquinas. É possivel ver um relatório no canto esquerdo sobre a realização de uma atividade agrícola, e no restante da tela, um mapa da propriedade rural com destaques em verde nos locais onde a máquina passou.

Com o Aegro Máquinas, você transfere os dados de plantio, pulverização e colheita direto da máquina

Assim, você passa menos tempo em pequenas tarefas de escritório e tem mais tempo para o que realmente importa: gerir a fazenda e as atividades do campo. 

Gestão feita para o agro de qualquer lugar

Nem sempre é simples inserir tecnologia no cotidiano da lavoura. A falta de conexão com a internet e a complexidade de uso dos sistemas podem ser alguns dos empecilhos. 

Por isso, oferecemos um sistema simples e intuitivo. Ele pode ser usado por computador ou celular, mesmo sem internet.

Dessa forma, você pode gerenciar sua fazenda de onde estiver e acompanhar as atividades que os operadores registram em tempo real direto do campo. 

Gestão feita para o agro: Foto de celular com o aplicativo Aegro aberto, na aba de plantio. É possivel ver que o plantio foi realizado, as áreas, as máquinas utilizadas, início, fim e outros detalhes.

Gestão feita para o agro: tenha o planejamento e registro das atividades sempre em mãos 

Seu agrônomo pode fazer observações georreferenciadas em um talhão da lavoura, enviando uma notificação ao seu perfil enquanto você está no escritório. 

Tomada de decisões baseadas em dados

Em nossa jornada, logo descobrimos não haver como gerenciar e melhorar processos em um negócio rural sem a análise de dados. 

Por isso, além de oferecer um histórico detalhado da fazenda, também disponibilizamos indicadores e relatórios personalizados

Com alguns cliques, você consegue:

  • avaliar a evolução da sua safra;
  • descobrir sua produtividade por cultivar;
  • calcular a rentabilidade de cada talhão.  

Tudo isso com total segurança e privacidade das suas informações, que estão asseguradas por tecnologia de ponta, códigos de segurança e armazenamento em nuvem. 

Gestão feita para o agro: tela do Aegro na aba de produção e produtividade por talhão, safra e cultivo. É possível ver gráficos de barra em verde no centro da tela.
Veja com o Aegro a produção e produtividade de cada cultivo, safra e talhão. Isso é gestão feita para o agro.

Evolução agrícola

Ao contrário do que muitos pensam, quem produz tem espírito inovador. O setor está à frente de grandes transformações. 

Prova disso são as novas tecnologias e técnicas de agricultura de precisão que surgem constantemente. 

Para acompanhar o avanço, o Aegro reúne o melhor da tecnologia agro em um só lugar

Fazemos parte da rotina das fazendas mais digitalizadas do Brasil. Isso com 4,7 mil propriedades rurais e 2 milhões de hectares gerenciados.

Isso fica visível nas palavras de José Cusinato Júnior, produtor de Minas Gerais e nosso cliente:

“O Aegro hoje entra na minha visão de gestão agrícola como uma ferramenta de confiança e bem completa. Você faz o lançamento das suas despesas, programa as atividades na fazenda e consegue ter o custo real da operação na palma da sua mão. É excelente para trabalhar.”

Aegro: Integrando Tecnologias em um Software para Fazendas

Conclusão

Diferente de outros produtos de gestão feita para o agro, estamos ao seu lado em diferentes áreas da fazenda e etapas da safra

Ao fazer parte deste ciclo, sabemos o que é necessário para ser um sistema feito sob medida para o campo.

Não espere mais para investir em melhorias para a sua lavoura!

>> Leia mais:

“Gestão de máquinas agrícolas: como diminuir seus custos com ela”

“Software para agronegócio: veja os 10 melhores para sua fazenda”

Peça uma demonstração gratuita ou faça um teste grátis por sete dias. A gestão feita para o agro te espera!

Como montar um terreiro suspenso e quando vale a pena investir nele

Terreiro suspenso: saiba quando é indicado, como montar, recomendações de tamanho, custos, vantagens, desvantagens e muito mais!

O sabor é fundamental para o café. A secagem do grão garante que o cuidado realizado durante a produção seja mantido na qualidade da bebida.

Por isso, manejos foram desenvolvidos para melhorar o método de secagem dos grãos. Os terreiros suspensos são um exemplo disso.

Neste artigo, você verá algumas informações sobre esse método e se é interessante adotar em sua propriedade. Confira!

O que é um terreiro suspenso?

Terreiro suspenso é uma estrutura feita para secagem dos grãos de café elevado. Assim, os grãos não têm contato com solo e seguem de modo mais homogêneo.

A secagem do café nacional é tradicionalmente feita em terreiros (terreirões) a céu aberto.

Foto de mulher em terreiro de café, revolvendo os grãos com ajuda de uma enxada. Atrás dela é possível ver a propriedade rural.
Terreirão de café
(Fonte: A batata integral)

Porém, o aroma e qualidade sensorial da bebida são realçados com a secagem uniforme e gradual dos grãos. É por isso que os terreiros suspensos são tão importantes.

Como funciona?

A estrutura do terreiro suspenso seca pequenas quantidades de café. Por causa do espaço, é recomendada principalmente para lotes de café especiais/exportação.

A secagem é feita gradualmente, com ventilação entre os grãos. Isso acontece porque a base do terreiro suspenso é uma tela de sombrite 50%.

A fermentação dos grãos, que reduz a qualidade da bebida, é evitada dessa maneira.

A secagem do café também acontece lentamente, devido à falta de contato dos grãos com o solo.

Grãos de café secados lentamente apresentam melhor qualidade sensorial, o que é desejado em cafés especiais. 

Tipos de terreiros suspensos

Existem diversos tipos de terreiro suspenso: com e sem cobertura de lona plástica; com e sem pavimentação no solo e dentro de estufas.

A pavimentação ajuda a evitar a umidade do solo. A cobertura, por sua vez, evita as chuvas e o orvalho que pode ocorrer de noite.

Três fotos de terreiros diferentes: o primeiro parece uma grande mesa, com os grãos de café sobre a superfície; o segundo possui uma cobertura de tela e é pequeno; o terceiro é uma grande estufa com os grãos de café sobre mesas.
Terreiro suspenso sem cobertura e sem pavimentação; com cobertura e sem pavimentação; dentro de estufa
(Fonte: A – Café BRB; B e C – Embrapa)

Ainda existe terreiro suspenso móvel, que não é fixo no chão. 

Durante dias com temperatura muito elevada, a noite ou em dias chuvosos, o terreiro é movido para local coberto, como barracões.

Foto de tábua de ferro suspensa, com grãos de café espalhados sobre a superfície.
Terreiro suspenso móvel
(Fonte: Fazenda Zona Norte)

Como construir terreiros suspensos

Os materiais utilizados podem ser pilares de cimento ou madeira.

Os pilares devem ser colocados a cada três metros, até atingir o comprimento desejado do terreiro.

Você também vai precisar de arames ou tela hexagonal, usados para fazer viveiros de pássaros e galinhas.

Pregos e esticadores são utilizados para manter a base do terreiro o mais plana possível. Caso utilize a tela, não é necessário utilizar os esticadores.

Acima dos arames ou da tela, vai o sombrite. O recomendado é utilizar o sombrite 50%, que facilita a passagem de ar e retenção dos grãos de café.

Se você cobrir o terreiro, o plástico branco e azul são os mais indicados.

Exemplo de como montar um terreiro suspenso: na foto, há duas estacas de madeira na vertical e uma outra estaca na horizontal, presa entre as duas verticais. Essa estrutura se repete várias vezes.
Exemplo da montagem do terreiro suspenso
(Fonte: Ifes)

Independentemente do tipo, a estrutura de secagem é a mesma. Há algumas recomendações para facilitar o manejo do café, como:

  • Altura da estrutura deve ser entre 80 cm e 90 cm acima do solo;
  • Largura de 2 a 3 metros;
  • Comprimento variável;
  • Altura do pé direito para cobertura, de 2,5 m a 3,0 m;
  • Base do terreiro de sombrite 50%.

A altura em relação ao chão é importante para evitar que a umidade do solo atrapalhe a secagem.

Além disso, é uma altura boa para o manejo, facilitando o trabalho de revolvimento da massa de café. A altura também ajuda na passagem de ar e na secagem homogênea.

O comprimento depende do espaço disponível na propriedade, se será coberto, em estufa ou móvel.

Custo de terreiros suspensos

O custo varia conforme o tipo de terreiro escolhido.

Além disso, a quantidade de materiais utilizados no terreiro suspenso irá depender do tamanho desejado e do tipo de material usado.

Outro ponto a ser considerado são os materiais que podem ser utilizados, já disponíveis na sua propriedade, como madeira.

Outra opção é comprar diretamente com empresas que já fazem este tipo de serviço, deixando a montagem da estrutura do terreiro suspenso finalizada.

Vantagens e desvantagens do terreiro suspenso 

Como todos os tipos de terreiro, o suspenso apresenta vantagens e desvantagens de sua utilização.

Desvantagens

O preço é uma desvantagem para este tipo de terreiro.

Mesmo não apresentando o custo muito elevado, o valor para montar as estruturas é maior em comparação com terreiro a céu aberto de cimento.

Outra desvantagem é o tempo de secagem bem lento, mesmo sendo o mais recomendado.

Outra desvantagem é não ser recomendado para grandes quantidades de café. A quantidade de grãos na secagem é menor, por isso é utilizado principalmente para cafés especiais.

Vantagens

Há menor risco de fermentação da massa dos grãos de café.

Pelo terreiro suspenso suportar pouca quantidade de café, é possível separar o grão verde do maduro, melhorando a qualidade do produto final.

Outra vantagem é a secagem mais uniforme dos grãos e, por isso, mais produtividade do café.

Além disso, não há contato direto dos grãos com o solo, evitando assim a troca de umidade do solo e do orvalho.

A vantagem principal é a melhor qualidade da bebida vinda dos grãos secos em terreiro suspenso.

Como manejar o café no terreiro suspenso?

O manejo deve ser realizado corretamente para que a secagem seja uniforme. Ele pode ser feito em café natural ou descascado e despolpado.

O importante é iniciar a camada de grãos com espessura entre  4 cm e 5 cm, com controle da temperatura da massa dos grãos.

A temperatura ideal é entre 35 °C a 40 °C. Revolva os grãos ao atingir essas temperaturas, para ocorrer uniformidade da umidade do café.

Se houver cobertura do terreiro, o revolvimento pode ocorrer de 3 a 4 vezes por dia. Isso também depende do clima, sem cobertura e em dia quente, essa quantidade aumenta.

Quando os grãos atingirem 18% de umidade, a espessura da camada pode ser aumentada para 10 cm.

O monitoramento deve ser constante até a umidade de 12%. Essa é a recomendada para armazenamento de café.

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Conclusão

O terreiro suspenso é uma ótima opção para quem produz cafés especiais e de exportação. Afinal, essa é uma forma de obter qualidade da bebida.

A escolha da estrutura que você vai usar depende do capital inicial disponível, espaço e mão de obra.

Monte corretamente seu terreiro suspenso e realize o manejo adequado. Assim, você vai agregar valor ao seu produto final.

>> Leia mais:

Pós-colheita do café: tendências e perspectivas para cafés de qualidade (+cuidados com a lavoura)

Como estimar o custo de produção de café (+calculadora rápida)”

Você produz cafés especiais ou para exportação? Já tinha ouvido falar de terreiro suspenso? Ficou alguma dúvida? Deixe seu comentário abaixo!

Como usar e obter lucros com a energia solar na agricultura

Energia solar na agricultura: saiba como funciona, os diferentes tipos, quanto tempo dura a estrutura implantada na sua fazenda e muito mais!

A energia solar na agricultura ganha cada vez mais importância em todo o mundo. Ela reduz os efeitos das mudanças climáticas, tem baixo custo de produção e é sustentável.

Ela é uma das principais opções para viabilizar a irrigação no campo. E o melhor de tudo: atende desde as pequenas propriedades até grandes fazendas equipadas com pivôs centrais.

Neste artigo, confira como a energia solar te ajuda a aumentar seus lucros e como usá-la na sua fazenda.

Quais os benefícios de usar a energia solar na agricultura?

A energia solar pode ser uma grande aliada na agricultura! Não importa o tamanho da sua propriedade rural. Se você tem uma horta de 0,5 hectare ou uma fazenda equipada com pivôs centrais, a energia solar trará diversos benefícios, como:

  • autonomia com a geração de energia;
  • redução de custos com energia elétrica;
  • uso de energia para irrigação ou demanda doméstica na fazenda;
  • você pode fazer a venda do excedente de energia para o Sistema Elétrico Brasileiro;
  • baixo custo de manutenção;
  • mais sustentabilidade, pois é fonte de energia renovável e limpa.

A desvantagem desse sistema de energia é o alto investimento inicial para instalação. No entanto, após dois ou cinco anos, você recupera esse valor de investimento e começa a lucrar.

O sistema dura cerca de 25 anos.

Foto de usina de energia solar em campo. As placas de energia solar são azuis, posicionadas no chão cercado. Atrás, é possível ver a propriedade rural.

Usina de energia solar em área rural

(Fonte: Canal Solar)

Você pode fazer uma simulação de custos neste link do Simulador Solar, baseado no seu consumo atual de energia.  

Outra opção é obter parâmetros mais técnicos de investimentos e custos neste estudo acadêmico sobre uso de energia fotovoltaica.

O estudo foi feito em área irrigada com pivô central no estado de Goiás. Nesse caso, o custo ultrapassou R$ 1 milhão.

No entanto, o estudo apontou que o sistema de energia fotovoltaica é viável economicamente. Isso mesmo centrando-se apenas na relação custo de produção, investimento e manutenção do sistema. 

Não foram inclusos lucros com a venda da energia para o Sistema Elétrico Brasileiro. 

Custos para implantação da energia solar na fazenda

Os custos para investimento vão depender de vários fatores, sendo os principais:

  • demanda hídrica da cultura agrícola e a área a ser irrigada;
  • tipo de sistema de captação de água que consumirá a energia;
  • tipo e quantidade de placas fotovoltaicas necessárias para atender a demanda;
  • quantidade de baterias utilizadas para armazenamento;
  • estrutura necessária para instalar os equipamentos.

O custo de implantação depende de vários fatores além da demanda de energia. 

Como funciona o sistema de energia solar

A energia solar vem da luz e do calor do sol, por ondas emitidas por ele. Existem duas formas de energia solar: a térmica e a fotovoltaica, a mais utilizada na cidade e no campo.

Energia solar térmica

Esse tipo de energia também é chamada fototérmica. Nela, a energia do sol é utilizada na forma de calor para aquecer outro corpo, por meio de placas solares.

Também podem ser utilizados tubos à vácuo para transferir o calor para um meio líquido. Esse tipo de energia é muito utilizado em áreas residenciais urbanas.

Energia solar fotovoltaica

A energia solar fotovoltaica utiliza módulos solares. O calor e a luz do sol são transformados em energia elétrica.

Por isso, quanto maior a radiação solar nas placas solares, maior a quantidade de energia elétrica que será gerada.

Quando a energia solar é ligada ao Sistema de Energia Brasileiro, ela se chama “on-grid” e quando não é, “off-grid”.

Crescimento do uso de energia solar na agricultura brasileira

O uso da energia solar na agricultura cresceu 1,3 mil vezes nos últimos 5 anos, segundo a Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica).

Centenas de empresas nacionais e estrangeiras têm oferecido serviços e equipamentos diversos para atender as mais diversas demandas.

Isso favorece a diversidade na qualidade dos equipamentos e nos preços.

Em 2021, houve no Brasil o dobro da importação de painéis solares, em comparação com 2020, segundo a Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica).

A compra dos equipamentos para energia solar em outros países deve chegar este ano a cerca de R$ 11,2 bilhões, aumento de 98% em relação ao ano passado. 

Isto resulta também em novas oportunidades no agro, como a instalação no Brasil, por uma empresa multinacional, do primeiro pivô central movido à energia solar do mundo

O sistema tem potência de 128 kWp e pode irrigar quase 100 hectares por uma média de 6 a 8 horas por dia.

Foto de área de irrigação com pivô central com energia solar. Na foto, três placas grandes de energia solar estão posicionadas no solo, levemente inclinadas.

Área de irrigação com pivô central que funciona com energia solar

(Fonte: Valmont

Investir em energia solar fotovoltaica pode ter um custo alto. Porém, o lado bom é que a implantação do sistema pode ser financiada por meio do Plano Safra, do Governo Federal.

No Plano Safra, há o Programa ABC (Agricultura de Baixo Carbono). 

Através do programa, é possível ter acesso a projetos que incluem energia solar, como a Proirriga (financia projetos de irrigação) e Inovagro (de inovação e tecnologia).

Energia solar e os novos desafios do agronegócio

O agronegócio brasileiro tem sido cada vez mais cobrado pela comunidade internacional a desenvolver práticas sustentáveis.

Além disso, internamente, o setor é obrigado a lidar com mudanças climáticas. Em 2021, elas causaram diversos danos nas regiões Sul e Centro-Sul, com secas e geadas.

Cada vez mais é preciso buscar meios de reduzir riscos na atividade agrícola. 

Uma das formas de fazer isto é por meio da energia solar, pois ela favorece a implantação ou expansão das áreas irrigadas.

Segundo a ANA (Agência Nacional de Águas), há no Brasil 8,2 milhões de hectares com sistemas de irrigação.

Desses, 5,3 milhões de hectares são com água de mananciais e 2,9 milhões de hectares com fertirrigação com água de reúso.

Assim, o fortalecimento da competitividade do agronegócio brasileiro passa também pela expansão das áreas com energia solar

Conclusão

A energia solar na agricultura apresenta diversos benefícios. Apesar de seu custo inicial ser alto, ela se torna lucrativa com o tempo e promove a sustentabilidade na fazenda.

Busque informações sobre como implantar a energia solar em sua fazenda. Antes disso, consulte preços dos equipamentos, além de buscar financiamentos.

Eu nunca ouvi falar de alguma pessoa que se arrependeu por implantar a energia solar e você, muito provavelmente, não será a primeira.

>> Leia mais:

Saiba como fazer um projeto de fazenda sustentável

Como a irrigação de precisão pode otimizar o uso da água e gerar economia na fazenda

Tecnologia na lavoura: Aumento de custos ou ganho de agilidade?

E você, já pensou em implantar energia solar na agricultura? Já usa esse tipo de energia e gostaria de contar sua experiência? Adoraria ler seu comentário!

Como cultivar e garantir lucros com a cevada como cultura de inverno

Cevada como cultura de inverno: conheça a importância, onde e como cultivar, nutrição, manejo de pragas, doenças, daninhas e muito mais!

O cultivo da cevada vem ganhando força na safra de inverno, como fonte de renda alternativa.

Essa espécie ainda é pouco explorada, mas tem grande potencial econômico.

Antes de cultivar, saber como evitar as doenças das culturas de inverno e fazer o manejo correto é essencial. Assim, você garante a produtividade do grão.

Neste artigo, você saberá mais sobre como cultivar o grão e terá muitas outras informações. Confira!

Características gerais da cevada 

A cevada é uma planta típica de inverno.

Ela precisa de períodos frios para se desenvolver, e não se adapta a qualquer região. A região Sul do Brasil possui os requisitos ideais para o desenvolvimento da cevada.

O período de cultivo no Sul é entre junho e novembro. Em São Paulo, Goiás e Minas Gerais, pode ser produzida entre maio e setembro.

A germinação leva de um a três dias, e o ciclo total dura 110 dias.

Foto aproximada de espigas de cevada na lavoura

Espigas de cevada com aquênios ovalados

(Fonte: Embrapa)

É uma das culturas mais cultivadas no mundo, com área plantada de mais de 50 milhões de hectares.

Para 2022, há expectativa de produção de 427,5 mil toneladas de grãos.

A planta é utilizada principalmente como:

  • fonte de nutrientes para animais (forragem e ração);
  • alimentação humana (farinha);
  • matéria-prima da indústria cervejeira (malte).

No Brasil, a malteação é o principal uso e o maior potencial econômico da cevada. Afinal, o país produz 30% da demanda da indústria cervejeira.

Cevada como oportunidade de renda

A produtividade da cevada gira em média de 4000 kg/ha. Há um potencial produtivo de mais de 5000.

Segundo pesquisador da Embrapa trigo, os preços podem variar de 120% a 135% do preço do trigo pão quando houver boa qualidade de grãos.

A rentabilidade tende a aumentar se houver mais de 85% dos grãos na classe 1. Além disso, deve chegar a 150% a mais que o preço do trigo.

O Brasil é um dos maiores mercados consumidores de cerveja no mundo. Por isso, absorve cerca de 70% dos grãos para malteação.

Foto de grãos de cevada maltados. Dos grãos, saem pequenos fiapos claros.

Grãos de cevada maltados

(Fonte: HominiLupulo)

Quando não atende à demanda das cervejarias, a cevada é destinada para ração animal. Essa indústria absorve 30% da produção.

A cervejaria Ambev, uma das maiores do mundo, anunciou em 2021 que incentivará a produção de cevada em Santa Catarina.

A empresa fornece a semente e possui contratos de venda garantida para o produtor. 

A expectativa da empresa é haver oferta de 2000 hectares nos próximos anos. Isso é muito mais que os atuais 500 hectares aproximados.

Por ser um mercado pouco explorado, o cultivo da cevada pode te render grandes lucros. Além disso, a cultura trará benefícios à sua lavoura, como a proteção do solo no inverno. 

Cultivo da cevada como cultura de inverno

Cultive a cevada nas estações mais frias (outono e inverno).

Planeje a sua safra de acordo com as perspectivas para a lavoura. A cevada para grãos ou para malte requerem algumas particularidades.

De acordo com o zoneamento agroclimático, a cevada de sequeiro para malte é produzida em:

  • Santa Catarina;
  • Paraná;
  • Rio Grande do Sul.

O cultivo sob irrigação é indicado para os estados:

  • São Paulo;
  • Minas Gerais;
  • Goiás;
  • Distrito Federal.

Semeadura

Semeie em solo com pH e nutrientes corrigidos de acordo com a recomendação regional. Dê preferência para o sistema de plantio direto.

Utilize densidade de semeadura para estabelecer uma população de 250 plantas/m², ou 2.500.000 plantas/ha. O espaçamento entre linhas deve ser entre 15 cm e 20 cm.

Foto aproximada de plântulas da cevada na lavoura, sobre palha.

Plântulas de cevada na lavoura

(Fonte: Embrapa)

Uma cultivar com alta capacidade de perfilhamento pode ser plantada com até 30 cm com a mesma densidade de plantas.

Utilize a profundidade de 3 cm a 5 cm, depositando as sementes uniformemente.

Nutrição

A cevada é suscetível à acidez. Utilize calcário para elevar o pH do solo para 5,5 – 6,0. Essa prática também coloca cálcio e magnésio no solo.

A dose de nitrogênio varia de acordo com a quantidade de matéria orgânica no solo. Ela também varia de acordo com a cultura anterior e expectativa de rendimento.

Aplique entre 15 kg e 20 kg de nitrogênio por hectare na semeadura. O restante deve ser aplicado em cobertura entre os estádios de afilhamento e alongamento. 

Reduza a dose de cobertura em cultivares suscetíveis ao acamamento.

Doses maiores que 40 kg de nitrogênio por hectare podem ter a cobertura dividida em duas: 

  • no início do afilhamento;
  • e o restante no início do alongamento.

É necessário usar redutor de crescimento em alguns cultivares. Aplique dose de 0,4 L/ha do produto Moddus quando visualizar o primeiro nó no colmo principal.

As quantidades de fósforo e potássio são determinadas em função de dois fatores: 

  • seu teor no solo;
  • expectativa de rendimento da cultura.

Faça a interpretação da análise de solo e considere aspectos financeiros para determinar a dose e fontes de fósforo e potássio utilizar.

Manejo integrado

Dê preferência a áreas sem gramíneas no último ano, com prática do manejo integrado de pragas, doenças e plantas daninhas.

Quando for escolher a sequência de espécies para usar na rotação de culturas, considere:

  • Aspectos técnicos: fertilidade exigida, suscetibilidade a pragas e doenças, controle de plantas daninhas, disponibilidade de equipamentos adequados;
  • Aspectos econômicos: expectativa de produção, custo de produção e preço de venda.

No sul do Brasil, as espécies recomendadas para um período de três anos envolve a sequência (cultura de inverno/verão): 

  1. aveia/soja;
  2. cevada/soja e leguminosa;
  3. nabo forrageiro/milho.

Com a rotação de culturas, haverá menor incidência de doenças, pragas e plantas daninhas para todas as espécies da sequência.

Controle de plantas daninhas na cevada

Quando a infestação exigir o controle químico das plantas daninhas, lembre-se de fazer a limpeza do pulverizador agrícola. Use todos os equipamentos de proteção individual.

Use entre 100 L e 150 L de calda por hectare. Os bicos devem se adequar às condições ambientais locais.

Veja a seguir os herbicidas recomendados para a cevada:

Tabela com nomes de herbicidas indicados para o controle de daninhas na cevada

Herbicidas indicados no controle de daninhas na cevada

(Fonte: Embrapa)

Controle de pragas

Pulgões, lagartas e corós são as pragas mais comuns. Elas podem reduzir a produção de grãos.

Faça o Manejo Integrado de Pragas adequadamente para a população não atingir o nível de dano econômico. Utilize o controle biológico sempre que possível.

Caso a população de pragas exija o controle químico, use produtos indicados para a cultura. Estes produtos estão disponíveis no site Agrofit, do Ministério da Agricultura.

Controle de doenças

Diversas são as doenças que afetam a cevada. Fique de olho e faça monitoramento periódico na lavoura.

As melhores estratégias de controle são:

  • rotação de culturas;
  • eliminar plantas voluntárias e hospedeiros secundários;
  • usar sementes sadias e tratadas;
  • optar por cultivares resistentes;
  • usar produtos biológicos
  • aplicar fungicidas específicos.

Colheita

A colheita deve ser realizada em dias secos, evitando períodos de orvalho.

O grãos devem estar com 15%, para evitar a secagem artificial e a colheita de grãos verdes.

A colhedora deve estar adequadamente regulada, para evitar perdas de grãos retidos nas espigas, descascamento e quebra de grãos.

Se houver manchas de plantas ainda verdes na área de cultivo, elas devem ser colhidas separadamente.

Guia completo sobre as culturas de inverno

Conclusão

A cevada deve ser cultivada nos meses mais frios.

Ela pode ser uma boa fonte de renda para a sua propriedade, com bons preços de venda.

Os grãos são destinados principalmente à indústria cervejeira, mas também para outras finalidades.

Por isso, se você busca uma opção para a entressafra, vale a pena considerar a cevada.

Restou alguma dúvida sobre porque a cevada como cultura de inverno é uma grande oportunidade de negócio? Deixe sua dúvida ou conte sua experiência nos comentários!

5 formas de implementar a automação agrícola na sua fazenda

Automação agrícola: veja quais são as possibilidades, os benefícios, áreas de atuação e muito mais!

A agricultura mundial está em um processo de modernização nas últimas décadas. O aumento da eficiência de processos e um controle maior de atividades são os objetivos.

Por isso, o conceito de agricultura 4.0 tem sido bastante discutido no campo.

Tratores, semeadoras, pulverizadores e colhedeiras vêm sendo automatizados. A avaliação de lavouras por meio de drones e softwares de gestão de recursos humanos também.

Neste artigo, você saberá mais sobre como a tecnologia de automação está presente nas atividades agrícolas e todos os seus benefícios. Aproveite a leitura!

Importância da automação para a Agricultura 4.0

Você já deve saber que as principais bases da Agricultura 4.0 são:

  • gestão a partir de dados;
  • produção a partir de novas ferramentas e técnicas;
  • sustentabilidade;
  • profissionalização.

A automação tem papel importante em cada uma dessas etapas. 

Ela gera dados confiáveis e em intervalos de tempos melhores. Isso permite maior assertividade nas tomadas de decisão e gestão da propriedade.

A automação agrícola também é crucial no uso e implantação de novas ferramentas e técnicas agrícolas baseadas em sensores mais modernos. 

Ela permite a implantação da agricultura de precisão

Essa maior assertividade diminui o desperdício e uso indevido de recursos como água, produtos químicos, sementes e combustível.

A consequência é um aumento da sustentabilidade ambiental e econômica do agro.

Esse conjunto de técnicas também aumenta a profissionalização das atividades, desde o campo até a administração. Isso diminui muito os seus riscos. 

Áreas de atuação da automação agrícola

Há várias áreas que podem ser automatizadas ou adaptadas para o uso de avanços tecnológicos

Muitos desses avanços estão relacionados ao uso de diversas tecnologias da automação industrial

Sensores, micro controladores e sistemas de localização, como o GPS, são alguns exemplos.

A automação agrícola está presente em áreas como:

  • Captação de dados: o uso de sensores para medições de características de solo, planta e clima aumenta a capacidade de monitoramento dos cultivos;
  • Máquinas e sistemas inteligentes: tratores e implementos com maior tecnologia permitem um manejo diferencial de áreas com características diferentes. Elas são verificadas através dos dados captados;
  • Localização: o uso de tecnologias como o GPS permite o uso combinado de dados e máquinas de sistema inteligente. Eles geram mapas específicos de cada área de acordo com produtividade, características do solo, doenças, nutrição, etc.
  • Armazenagem e análise de dados: o armazenamento de dados em nuvens e o uso de sistemas de análise aumentam a capacidade de entendimento dos processos na atividade agrícola;
  • Gestão: a automação de atividades como controle de estoque, horários de funcionários, compra e venda de produtos auxiliam na gestão da propriedade. Como consequência, os desperdícios são diminuídos e os processos ganham mais eficiência.

5 tecnologias disponíveis para automação agrícola

1. Sensores

Existem inúmeros tipos de sensores para avaliação do sistema de produção agrícola. Alguns exemplos são sensores de:

  • umidade;
  • compactação de solo;
  • temperatura e umidade do ar;
  • coloração e teor de água da vegetação, entre outros.
Sensor de umidade sobre planta. O sensor é pequeno, redondo e prateado.
Sensor de umidade foliar
(Fonte: Walz)

2. Máquinas

Tratores, pulverizadores, semeadoras e colhedeiras com GPS, piloto automático e aplicação diferencial têm grande desenvolvimento tecnológico. O melhor de tudo é que eles têm estado cada vez mais viáveis.

Esquema que mostra como o herbicida é aplicado, através de uma máquina.
Esquema de aplicação diferencial de herbicida
(Fonte: Agronline)

3. Drones e aviões 

O uso de equipamentos que permitam o sensoriamento remoto do cultivo aumenta a capacidade de cobertura e o monitoramento da área.

Além disso, eles podem ser usados também para aplicações de produtos com maior alcance e menor tempo.

Foto de drone sobrevoando lavoura
Drone em uso em área agrícola
(Fonte: Atomic Agro)

4. Sistemas inteligentes

Sistemas automáticos que recebem dados e tomam decisões são uma opção para manejos automáticos. A irrigação é um dos principais.

Um conjunto de sensores e microcontroladores são suficientes para automatizar um sistema de irrigação.

5. Softwares de gestão 

Atualmente, existem opções de softwares de gestão que auxiliam no controle de equipamentos, bens de consumo e pessoas, tanto no campo quanto no escritório. 

Eles substituem o uso de planilhas físicas, uma vez que oferecem uma análise de dados mais rápida, segura e eficiente, otimizando a administração da lavoura.

Um bom exemplo disso é o Aegro, sistema que garante maior controle da fazenda de ponta a ponta, automatizando processos e organizando fluxos de trabalho com poucos cliques.

Foto de uma tela do app Aegro, na apa de operações de safra. Na tela, é possível ver todas as tarefas em andamento.
Planeje e acompanhe todas as operações da safra a partir do Aegro

A partir dessas informações, o software gera indicadores de produção que te ajudam a entender os custos por cultivar, qual o talhão mais produtivo, entre outras métricas de desempenho. 

Foto de uma tela do app Aegro, na aba de análise de cultivos. O andamento dos cultivos é exposto através de barras verdes.
No Aegro, você consegue personalizar sua análise do cultivo

Além disso, ele reúne diversas soluções em tecnologia agrícola, inclusive algumas que citamos anteriormente, em uma só ferramenta.

Como a integração com os sistemas de maquinário da Climate FieldView™ e o Operations Center da John Deere, as imagens NDVI por satélite e os mapas de calor para o manejo de pragas e doenças.     

Você pode pedir uma demonstração do Aegro ou testar o app gratuitamente na sua propriedade por 7 dias!

A agricultura digital e de precisão

O uso do conjunto de tecnologias de automação e comunicação é uma das bases da Agricultura Digital.

Um dos benefícios do uso da agricultura digital é a possibilidade de aumentar a eficiência e assertividade das atividades agrícolas. 

Isso também é conhecido como agricultura de precisão.

A agricultura de precisão é extremamente dependente da automação agrícola na captura de dados por meio de sensores, direta ou remotamente. 

Ela também necessita dos sistemas de localização precisos, que se comuniquem com máquinas automáticas e tecnologia de ponta, como os recursos do Aegro.

Tela do app Aegro, na aba de informações das máquinas. É possível ver todas as tarefas realizadas pelo maquinário.

O Aegro conecta informações das operações realizadas pelas suas máquinas

Isso permite criar e armazenar informações em tempo real ou avaliar no detalhe áreas específicas de talhões. 

Esse processo auxilia no entendimento dos possíveis pontos de melhoria.

Por exemplo, é possível realizar um manejo diferente e mais eficiente em uma área que teve menor produtividade. 

Afinal, você poderá enxergar os problemas de maneira mais prática e rápida, e terá mais tempo hábil para tomadas de decisões.

Foto de uma tela do app Aegro, na aba de imagens NDVI. É possível ver a lavoura através de vista aérea, com as marcações de NDVI na tela.

Monitoramento da saúde e produtividade da lavoura pelos mapas NDVI no Aegro

Conclusão

A agricultura moderna tem sofrido extrema pressão para o aumento da produtividade agrícola. O uso sustentável de recursos e a proteção ambiental também estão nessa agenda. 

Os métodos citados neste texto deixaram de ser um diferencial e estão sendo obrigatórios no meio rural.

A aplicação de técnicas de automação tende a aumentar a capacidade de produção e de uso de recursos

Elas mapeiam os pontos limitantes e dão a você maior autonomia e capacidade de gerenciamento da sua propriedade.

>> Leia mais: “Conheça as 8 melhorias que a mecanização agrícola traz para a sua fazenda

Quais meios de automação agrícola você já utiliza na sua fazenda? Quais ainda não utiliza, mas implementará em breve? Deixe seu comentário abaixo!

Como fazer a implantação e manejo do consórcio milho-braquiária

Consórcio milho-braquiária: saiba quais os benefícios, qual espaçamento utilizar, como semear, manejo de herbicidas e mais!

Já pensou em utilizar uma tecnologia que viabiliza o sistema plantio direto e produz grãos e palha para cobertura do solo?

O consórcio milho-braquiária proporciona esses e muitos outros benefícios. Um dos principais é o aumento da produtividade da soja em sucessão.

Para saber se vale a pena investir nessa tecnologia de consorciação, você deve estar por dentro de todas as características e exigências.

Nesse artigo, você encontrará dicas de implantação e manejo do consórcio milho-braquiária. Confira a seguir!

Implantação e manejo do consórcio milho-braquiária

O cultivo consorciado de milho safrinha com braquiária é eficiente para a formação de pastagem e de palha para cobertura do solo.

Ele proporciona melhorias dos atributos químicos, físicos e biológicos do solo. A semeadura do milho e da forrageira deve acontecer ao mesmo tempo, para diminuir custos.

O milho deve ser cultivado como se fosse solteiro. Isso pode te garantir altas produtividades.

Escolha da forrageira

A escolha da forrageira dependerá do objetivo do consórcio.

Tabela com forrageiras indicadas de acordo com o tipo de consórcio milho-braquíária

Na formação de pastagem permanente, a população da forrageira deve ser aumentada.

Devem ser aplicadas subdoses de herbicida para retardar o seu crescimento inicial e reduzir sua competição com o milho.

Quanto semear por metro quadrado?

A população adequada da forrageira é um dos principais fatores para o sucesso do consórcio milho-braquiária.

Uma quantidade maior que o recomendado prejudica o desenvolvimento do milho. A população da braquiária deve estar entre 5 e 10 plantas por metro quadrado.

As sementes devem ser distribuídas uniformemente na área.

Quantidades maiores são utilizadas para formação de pastagem. As menores, para cobertura do solo.

A equação abaixo pode ser utilizada para estimar a quantidade de sementes e ajustar a quantidade de plantas da forrageira.

Veja:

Fórmula: taxa (kg/ha) = pop * PMS sobre VCG
  • Taxa: Quilos de sementes por hectare;
  • Pop: População de plantas por metro quadrado;
  • PMS: Peso de mil sementes;
  • VCG: Valor cultural de germinação.
  • Importante: o valor cultural de germinação (VCG) não é o valor cultural (VC).

O VCG é calculado pela equação abaixo:

Fórmula: VCG = %pureza * %germinação sobre 100

O resultado obtido será em quilos de sementes comerciais por hectare.

Imagine que você irá semear um hectare de B. ruziziensis, com população de 8 plantas por metro quadrado. 

Considere o peso de mil sementes de 5,55 gramas e VCG de 65%. Assim, seriam necessários 0,683 kg/ha.

Em uma propriedade de 500 hectares, seriam necessários 341 kg de sementes de B. ruziziensis.

Esse cálculo pode te ajudar  a adquirir a quantidade necessária de sementes para estabelecer a lavoura.

Veja alguns cuidados que você deve tomar:

  • adquira sementes de empresas que forneçam garantia de germinação;
  • invista em lotes com alto percentual de pureza; 
  • controle pragas iniciais, principalmente lagartas, para que não haja redução da população da forrageira.

Qual espaçamento utilizar?

O espaçamento entre plantas é definido em função do posicionamento das sementes da forrageira em relação às sementes do milho. Ele pode ser feito de diversas formas.

Linha intercalar

Nessa modalidade, a semeadura é realizada em linhas intercaladas de milho e forrageira. Pode ser utilizada para formação de palhada e cobertura do solo.

É uma modalidade de consórcio eficiente e de baixo custo. Aqui, você posiciona as sementes em profundidade adequada para a germinação (3 cm a 4 cm).

Foto de lavoura com consórcio milho-braquiária. As plantas de milho estão intercaladas com as braquiárias.

(Foto: Gessí Ceccon, 2015)

Restrito a espaçamentos de 0,70m a 0,90m entre linhas de milho. Também é restrito a espaçamentos de 2 linhas de milho e 1 de braquiária, com 0,45 m a 0,50 m entre linhas.

Em linhas

Nessa modalidade, a forrageira é semeada na mesma linha do milho.

Posicione as sementes da braquiária em profundidade adequada de germinação (2 cm a 3 cm).

As sementes da forrageira podem ser misturadas ao adubo, porém, sua emergência será afetada. É recomendada para espaçamentos de 0,45 m a 0,50 m entre linhas.

Indicada tanto para produção de palha e cobertura do solo quanto para formação de pastagem.

Em área total

As sementes de forrageira são distribuídas a lanço, em área total e antes da semeadura do milho. Por depender das condições climáticas, essa modalidade tem menor precisão no estabelecimento.

A quantidade de sementes deverá ser maior, pois há forte dependência da qualidade operacional. A implantação da forrageira em área total é indicada para qualquer espaçamento.

Como realizar a semeadura do consórcio milho-braquiária?

A semeadura do consórcio pode ser realizada de três formas:

Com disco para sementes de forrageiras nas caixas de sementes

Esse tipo é recomendado para semear a forrageira nas entrelinhas do milho.

Possui ajuste complexo. Afinal, a população da forrageira depende da população de plantas do milho, do diâmetro do furo do disco e da germinação da forrageira.

Com caixa adicional para sementes de forrageira ou “terceira caixa” acoplada à semeadora

Esse tipo é recomendado para qualquer modalidade de consórcio. O milho e a forrageira são semeados simultaneamente.

Porém, você tem autonomia para posicionar as sementes da forrageira e para regular a sua população.

Com uma operação adicional para distribuição das sementes da forrageira

A semeadura à lanço pode ser realizada com semeadora ou avião antes da semeadura do milho, como uma operação adicional.

Manejo com herbicidas

As espécies forrageiras são divididas em três grupos, de acordo com a sua sensibilidade aos herbicidas:

  • B. ruziziensis, B. brizantha cv. Paiaguás e P. maximum cv. Aruana, são muito sensíveis a herbicidas;
  • P. maximum cv. Tamani, Massai e Tanzânia e B. decumbens, B. brizantha cv. Xaraés, Marandu e Piatã são moderadamente sensíveis;
  • P. maximum cv. Mombaça e Zuri são pouco sensíveis.

Forrageiras pouco sensíveis devem receber doses maiores de herbicida para reduzir o seu crescimento e facilitar a sua dessecação.

Herbicidas em pós-emergência

Quando há excesso de plantas ou quando o consórcio objetiva a formação de pastagem, aplique herbicida para diminuir a competição com o milho.

O herbicida atrazine pode ser utilizado como pós-emergente para controlar soja tiguera, sem causar danos na forrageira.

Os herbicidas mesotrione e nicosulfuron podem ser utilizados em pós-emergência para o controle de plantas daninhas de folhas estreitas.

Tabela de doses de herbicidas

 Herbicidas e doses a serem aplicadas no consórcio em pós-emergência do milho e da forrageira

Fonte: (Adaptado de Ceccon e colaboradores)

Pontos de atenção:

  • o mesotrione tem ação rápida e permite a retomada do crescimento da forrageira;
  • o nicosulfuron tem ação prolongada e reduz o crescimento da forrageira.
  • é recomendo acrescentar 0,5% de óleo mineral ao volume de calda para aplicações em pós-emergência.

Dessecação da forrageira para semeadura da soja

O consórcio milho-braquiária possui uma vantagem importante. Ele aumenta a produtividade da soja em sucessão. 

A dessecação para o plantio da soja é determinada por fatores como:

  • sensibilidade da forrageira ao herbicida;
  • quantidade de massa verde produzida;
  • condições climáticas durante o cultivo;
  • intervalo entre a dessecação e a semeadura da cultura em sucessão;
  • dose do herbicida a ser utilizado.

Quanto mais tardia a dessecação da forrageira, maior a produção de massa verde e maior a dose do herbicida.

Para forrageiras mais sensíveis, a dose do herbicida e o intervalo entre a dessecação e a semeadura da cultura em sucessão podem ser menores.

Já para forrageiras menos sensíveis, a dose do herbicida e o intervalo entre a dessecação e a semeadura da cultura em sucessão devem ser maiores.

Tabela com tipo de forrageira e dose de produto comercial correspondente, usados no intervalo de dessecação do consórcio milho braquiária

 Doses do herbicida glifosato para dessecação de forrageiras e intervalo entre a dessecação e a semeadura da soja em sucessão

Fonte: (Adaptado de Ceccon e colaboradores)

Benefícios do consórcio milho-braquiária

  • cobertura satisfatória do solo, promovendo muita matéria orgânica;
  • favorece a infiltração de água;
  • maior exploração do perfil do solo pelas raízes;
  • menor ocorrência de processos erosivos, reduzindo a lixiviação de nutrientes;
  • acesso a água e nutrientes;
  • melhorias físico-químicas do solo;
  • maior atividade biológica do solo;
  • aumento da produtividade da soja em sucessão;
  • redução da oscilação de temperatura;
  • supressão de plantas daninhas.
Kit de Cálculo de Fertilizantes em Milho e Soja

Conclusão

O consórcio milho-braquiária aumenta a produtividade da soja em sucessão.

Essa junção produz quantidade satisfatória de palha para a cobertura do solo. Isso diminui a ocorrência de processos erosivos.

Proporciona melhorias nos atributos químicos, físicos e biológicos do solo.

Agora que você tem essas informações, avalie se o consórcio milho-braquiária  é vantajoso na sua fazenda!

>> Leia mais:

5 passos para cultivar o consorcio cana e milho

O que você precisa saber sobre cobertura do solo com nabo forrageiro

Restou alguma dúvida sobre o tema? Você utiliza ou quer utilizar o consórcio milho-braquiária em sua fazenda? Adoraria ler seu comentário!

Conheça os 9 indicadores de fertilidade do solo e saiba usá-los ao favor da sua lavoura

Indicadores de fertilidade do solo: quais são, para que servem, sua importância para o solo e como avaliá-los

Altas produtividades são alcançadas com a junção de vários fatores

Além dos manejos culturais, é importante cuidar do solo e garantir qualidades químicas, físicas e biológicas. 

Cada um destes três fatores apresenta indicadores que dão qualidade ao solo. Conhecê-los pode garantir a saúde da sua lavoura e maior precisão na adubação.

Neste texto, você saberá mais sobre os indicadores de fertilidade importantes para uma boa produção. Confira!

A importância da fertilidade do solo na agricultura 

A fertilidade do solo é um indicador químico, principalmente quando se trata de produtividade. Ela é relacionada aos nutrientes, pH, matéria orgânica e outros aspectos.

Uma planta bem nutrida consegue aproveitar melhor a energia. Assim, ela se desenvolve adequadamente e tolera mais o ataque de doenças e pragas.

Entretanto, nem todos os nutrientes estão presentes no solo no momento e quantidade ideais para as plantas. Por isso é necessário fazer a adubação correta.

Você deve saber como está a saúde do seu solo para manter o equilíbrio. Ficar sempre de olho nos indicadores de fertilidade é a principal medida a ser tomada.

Dessa forma, é possível fornecer para sua cultura a quantidade ideal de todos os elementos essenciais para sua produção. 

9 principais indicadores de fertilidade do solo

A análise do solo é como o exame de sangue que você eventualmente faz. Os indicadores correspondem aos principais aspectos em relação à fertilidade.

Para saber como seu solo está, é importante saber ao que cada indicador corresponde e como isso interfere no manejo. Veja a seguir os principais indicadores.

1. pH

Este indicativo de fertilidade mede a acidez do solo. O manejo do solo, adubação e cultivos alteram o valor do pH ao longo do tempo. 

A mudança de valor altera a disponibilidade dos macronutrientes, micronutrientes e do alumínio ali presentes.

Gráfico mostra a disponibilidade de nutrientes e alumínio em função do pH do solo. A disponibilidade de molibdênio e cloro é maior.

Disponibilidade de nutrientes e alumínio em função do pH do solo 

(Fonte: Incaper)

2. Macronutrientes e micronutrientes 

Tanto os macro quanto os micronutrientes são fundamentais para a produção. 

Os macronutrientes são exigidos em maiores quantidades, e são:

  • nitrogênio;
  • fósforo;
  • potássio;
  • cálcio;
  • enxofre;
  • magnésio.

Os micronutrientes são exigidos em menores quantidades, e são:

  • boro;
  • cobre;
  • ferro;
  • manganês;
  • zinco.

Além de conhecer os macro e micronutrientes, há dois pontos que você deve considerar.

Se o teor de sódio for elevado, ocorre salinização do solo. Como consequência, há problemas na produção agrícola.

Outro ponto de atenção é o método de extração utilizado para avaliar a quantidade dos nutrientes, principalmente o fósforo.

O sistema IAC (mede o teor fósforo pela resina trocadora de íons) e o sistema Embrapa, que utiliza o método de Mehlich-1, são os mais utilizados.

É importante observar qual extrator foi utilizado, pois os valores representados são diferentes. 

Para calcular corretamente a quantidade de fósforo do solo, você precisa usar a tabela de recomendação do sistema utilizado.

3. Soma de bases

É a soma de potássio, sódio, cálcio e magnésio presentes na análise de solo. 

Sua função é auxiliar no cálculo de outros indicadores, como capacidade de troca e saturação por bases.

Pode ser que a soma de bases não venha na análise de solo. Caso isso aconteça, fique de olho nas unidades para realizar o cálculo. Elas precisam estar em cmolc/dm3.

Geralmente, o cálcio e o magnésio já estão na unidade necessária. Para os demais nutrientes, veja um exemplo de conversão:

Cálculo com fórmulas para analisar o teor dos nutrientes no solo

4. Alumínio trocável

Ela é a quantidade de alumínio presente na solução do solo.

Quanto maior o valor, mais danos ocorrem nas raízes das plantas. O  seu valor é reduzido pelo aumento de pH.

Imagem mostra dois conjuntos de plantas de milho ainda pequenas e suas respectivas raízes. O primeiro conjunto apresenta raízes mais longas e as plantas estão maiores, e não houve contato com alumínio, de acordo com o indicador colado no conjunto. O segundo conjunto apresenta plantas e raizes pequenas, e o indicador colado no conjunto indica que houve contato com alumínio.

Influência negativa do alumínio no crescimento de plantas de milho 

(Fonte: Biocom)

5. Acidez potencial

O indicador de acidez potencial ou acidez total é representado na análise do solo por hidrogênio + alumínio.

É a soma da acidez trocável com a acidez não trocável, sendo a acidez neutralizada representada pelo hidrogênio.

6. CTC

CTC do solo é a capacidade de troca de cátions.

É utilizado para cálculo de calagem e gessagem do solo. Isso porque a CTC indica a quantidade de cargas negativas que determinado solo pode ter em pH 7,0.

O cálculo pode ser realizado pela seguinte fórmula:

imagem com a fórmula: CTC = SB + (H + Al)

Com a CTC elevada, nutrientes como potássio, cálcio e magnésio são retidos no solo e disponibilizados às plantas.

Valores baixos indicam que esses nutrientes ficam mais suscetíveis a perdas por lixiviação.

banner-calculo-de-calagem

7. Saturação por bases

A saturação por bases é representada pelo V% nas análises de solo. Ele é um indicador usado para a necessidade de calagem e gessagem.

As culturas apresentam um V% ideal, geralmente entre 60% a 70%. Sabendo quanto seu solo tem de V%, você saberá se é necessário realizar calagem para elevar esse valor.

Com a calagem, há um aumento da saturação por bases e redução da acidez potencial. 

Isso aumenta a porcentagem de cargas negativas do solo ocupadas por potássio, cálcio e magnésio.

fórmula:  V% = SB sobre CTC

8. Índice de saturação de sódio

Este indicador é importante em solos de locais áridos, semiáridos, próximo de litorais ou com elevado teor de sais.

Nesses locais, o teor de sódio no solo é elevado, influenciando o desenvolvimento das plantas. Por isso, é necessário calcular o índice de saturação de sódio.

Somente assim você saberá a proporção de sódio em relação ao potássio, cálcio e magnésio.

fórmula: ISNa = Na em cmolc/dm3 sobre CTC vezes 100

Valores acima de 15% do índice de saturação de sódio indicam problemas.

Portanto, em caso de valores até 10%, você precisa adotar medidas para reduzir o teor do nutriente no solo.

9. Matéria orgânica 

A matéria orgânica é formada por diversos elementos, com destaque para o carbono. Eles vêm principalmente da decomposição de plantas e microrganismos.

Solo com muita matéria orgânica tem mais capacidade de fornecer nutrientes, além de apresentar valores maiores de CTC.

Por isso, a matéria orgânica é um importante indicativo do potencial produtivo de um solo.

Os indicadores de fertilidade do solo são utilizados para determinar os nutrientes em falta. Assim, você poderá suprir todas as necessidades de maneira certeira.

Importância do equilíbrio nutricional do solo

Conhecendo os indicadores de fertilidade e as necessidades nutricionais da cultura, a adubação se torna mais assertiva.

O planejamento do ano safra é importante para que as quantidades de nutrientes fornecidas se mantenham adequadas.

Um bom balanceamento também interfere na qualidade física e biológica do solo.

Como avaliar os indicadores de fertilidade do solo? 

Os indicadores de fertilidade sofrem constantes mudanças com o uso dos solos. Isso acontece principalmente com a ausência de algum nutriente.

A falta de determinado nutriente é observada nas plantas em pouco tempo. Para que o solo seja equilibrado nutricionalmente, é necessário adotar práticas por um longo tempo.

Assim, é necessário realizar a manutenção dos nutrientes no solo, e sempre realizar a sua análise para verificar como estão os indicadores químicos. 

Afinal, tanto a falta como o excesso são prejudiciais às plantas.

É importante realizar uma amostragem de solo representativa da sua área produtiva. É dessa forma que os valores dos indicadores de fertilidade serão mais precisos.

Conclusão

Os indicadores de fertilidade do solo são avaliados na análise de solo.

Cada indicador mede alguma propriedade química do solo. Eles são utilizados para recomendações de adubação, calagem e gessagem.

Avaliar os indicadores de fertilidade é algo que deve estar presente em toda a sua safra.

 Afinal, assim você estará sempre por dentro da saúde da sua lavoura, além de poder fazer adubações mais assertivas.

Você conhecia todos os  indicadores de fertilidade do solo? Faz a adubação com base nesses dados? Ficou alguma dúvida? Deixe seu comentário abaixo!

Como melhorar a plantabilidade e corrigir linhas falhas e duplas na lavoura

Plantabilidade: entenda o que é, como afeta a sua lavoura, como obter o melhor resultado em campo e muito mais!

Os grãos são o carro chefe do agronegócio brasileiro. Os dados da Conab evidenciam isso. Os manejos bem feitos reduzem perdas e otimizam processos.

Mas além deles, a plantabilidade é um dos fatores mais importantes relacionados à produtividade dos grãos, principalmente da soja.

Com certeza você já ouviu falar dela, mas você sabe como ela pode influenciar na produtividade da sua lavoura? Confira a seguir!

O que é plantabilidade

Plantabilidade é a deposição das sementes feita de forma correta pela semeadora.

Para o estabelecimento de um bom estande produtivo, é necessário ter boa qualidade das sementes.

Além disso, o posicionamento das sementes no solo (profundidade) deve ser correto. 

O fechamento do sulco, o contato das sementes com o solo e a plantabilidade também são pontos cruciais.

Nesse caso, o foco é nas linhas de plantio. Colocar a quantidade e distância correta de sementes nas linhas é fundamental.

Uma boa plantabilidade garante o espaçamento correto entre as plantas na linha e a correta formação do estande.

Foto de lavoura de milho com boa plantabilidade. As plantas estão posicionadas em uma distância padronizada, sinalizada por três setas vermelhas.

Boa plantabilidade na cultura do milho levando ao estande correto

(Fonte: Pioneer Sementes)

Estudos a respeito dos efeitos da plantabilidade na cultura do milho já existem há mais tempo. Para a cultura da soja, eles são mais recentes.

Como a plantabilidade influencia a produtividade?

A má distribuição longitudinal das sementes causa perdas diretas de produtividade. Afinal, a eficiência no aproveitamento dos recursos disponíveis (como água, luz e nutrientes) é reduzida.

Vale lembrar que os efeitos da má plantabilidade variam conforme as culturas. Mas independente da cultura, os prejuízos são causados pelas linhas duplas e falhas.

Linhas duplas e linhas falhas

Para ser considerada dupla, a distância entre as sementes tem que ser menor que a metade do espaçamento esperado entre plantas (na linha). Assim, elas ficam mais próximas umas das outras.

Representação de distância ideal de semeadura. A imagem é dividida em três quadros: no primeiro, há quatro sementes de milho separadas por distâncias iguais. No segundo, há duas sementes de milho muito juntas, ao lado de duas sementes de milho mais separadas. No terceiro, há duas sementes de milho muito separadas.

Classificações de espaçamento

(Fonte: Dias, 2013)

Imagine fazer o plantio com uma densidade de semeadura de 12 sementes por metro.

Nesse caso, quando você dividir 1 metro  pelas 12 sementes, o espaçamento adequado esperado entre plantas é de 8,3 cm

Distâncias entre plantas inferiores a 4,15 cm (menos de 50% da distância esperada) há uma linha dupla.

As falhas são o oposto, e ocorrem quando a distância entre as plantas no campo é superior a 50% da distância adequada esperada.

Estande de soja recém plantada com falhas. Na foto, há uma fileira de plântulas separadas por distâncias iguais, e outras fileiras com falhas nessas distâncias.

Exemplo de falhas de plantio de soja

(Fonte: SeedNews)

Quando a distância entre plantas é superior a 12,45 cm (8,3 + 4,15), há uma falha. Para esse número, considere ainda o exemplo anterior.

Principais prejuízos das linhas duplas e falhas

Nas linhas duplas

As plantas estão mais próximas umas das outras. Por isso, há maior competição entre elas, seja por água, luz ou nutrientes.

A competição, principalmente por radiação solar, faz com que as plantas cresçam mais  que o normal. Ao crescer mais, elas ramificam menos.

A produção acaba sendo menor dessa forma.

Na cultura da soja, ao lado da maior competição, o vigor da semente pode causar outro problema.

Uma semente mais vigorosa poderá germinar e emergir mais rápido. Dessa forma, a planta que se sobressai domina a planta vizinha. 

Quando há muitas plantas dominantes e dominadas no estande, a sua tendência pode ser  modificar a arquitetura do dossel.

Essa modificação pode causar problemas de interceptação da radiação solar. Além disso, pode gerar falhas de deposição dos produtos fitossanitários.

Nas linhas falhas

Nesse caso, faltam plantas, e por isso a produção e a produtividade serão menores.

Algo muito comentado para a cultura da soja é a questão da plasticidade e capacidade de compensação das plantas.

É verdade que as plantas da soja podem compensar algumas falhas. No entanto, essa compensação nunca é de 100%.

Para evitar grandes prejuízos na cultura da soja, é importante manter os níveis de plantabilidade acima de 70%.

A ocorrência de linhas duplas e falhas juntas não deve ultrapassar 30%.

Principais fatores que afetam a plantabilidade

A plantabilidade pode afetar a produção e a produtividade. Para evitá-la, você precisa conhecer os principais fatores que a evitam:

  • tratamento de sementes e o uso de grafite;
  • a uniformidade das sementes e escolha dos discos de plantio;
  • o equipamento dosador e a regulagem;
  • a velocidade da operação;
  • solo e sistema de plantio;
  • sementes de boa qualidade e procedência;
  • máquinas bem reguladas;
  • manutenção das máquinas em dia.

O tratamento de sementes é essencial, mas pode alterar as características superficiais da semente. Isso faz aumentar o atrito.

Usar grafite como um lubrificante seco favorece o escoamento das sementes e melhora a plantabilidade.

Gráfico que demonstra que o uso de grafite como lubrificante seco nas sementes melhora a plantabilidade. Os resultados são muito positivos.

Efeitos do uso de grafite sobre a porcentagem de falhas e duplas em soja

(Fonte: Pioneer Sementes)

Também há diferença entre semeadoras mecânicas e pneumáticas


As pneumáticas normalmente apresentam maior precisão. Entretanto, as mecânicas também são bastante adequadas para a realização dos plantios de boa plantabilidade.

A velocidade excessiva na hora do plantio pode ser um problema, fazendo com que as sementes sejam mal posicionadas no solo.

Imagem dividida em três. A primeira mostra os efeitos de plantadeira com a 18 km/h e 12 km/h, ambas deixando falhas na lavoura. A terceira imagem mostra os efeitos de plantadeira a 6km/h

Diferentes velocidades de plantio e efeitos na plantabilidade

(Fonte: Sistema Ocepar)

Todos os fatores estão intimamente relacionados e atrelados às condições do campo, como o tipo de solo e sistema de produção (com ou sem palhada).

Não existe uma única fonte de problemas, mas diversas que vão se acumulando caso não sejam bem manejadas.

Avalie a plantabilidade com um software de gestão

Felizmente, é possível identificar problemas de plantabilidade a tempo de replantar a área. 

Uma forma eficiente de fazer isso é com a visualização de mapas NDVI. Eles apontam, a partir de imagens de satélite, falhas na linha de semeadura, como no exemplo da imagem abaixo.

Imagem de mapa NDVI, com linhas vermelhas que indicam problemas de plantabilidade em dois cantos da lavoura

A linha em cor vermelha no mapa NDVI indica possível problema de plantabilidade

Com o Aegro, sistema de gestão rural, você tem acesso a esse recurso e ainda pode solicitar uma avaliação ao seu monitor ou planejar uma nova tarefa de plantio, tudo em poucos cliques.

Monitore sua lavoura com tecnologia de ponta e garanta a saúde da plantação. Clique aqui para solicitar uma demonstração gratuita das nossas soluções

banner-gerenciando o maquinário agrícola

Conclusão

Os grãos, com destaque para a soja e o milho, têm potencial de crescimento conforme os manejos e tecnologias avançam.

Além de um bom manejo, você deve ficar sempre de olho na plantabilidade. Afinal, ela tem grande importância nos sistemas de plantio e pode garantir uma safra mais produtiva.

Conheça bem os principais pontos que interferem na plantabilidade. Os mantenha sob controle e bem alinhados, e na dúvida, consulte um engenheiro-agrônomo!

E você, já enfrentou algum problema de plantabilidade na sua lavoura? Deixe seu comentário e conte sua experiência!