Plantio direto na soja: as espécies de cobertura mais indicadas, as máquinas agrícolas recomendadas e outras orientações para fazer esse sistema ainda melhor.
No Rally da Safra 2017/18 foi levantado que 99% produtores adotam o plantio direto em algum grau de medida. Ou seja, são milhões de hectares já com o plantio direto em algum nível.
Isso mostra que percebemos os benefícios do plantio direto na produtividade: o sistema pode aumentar em até 60% a produtividade de grãos.
Mas ao deixar a palha sobre o solo para começar o plantio direto você teve algumas dúvidas?
É normal que algumas questões apareçam ao mudar o sistema de produção agrícola.
Por isto, conheça mais desta prática que pode te ajudar a consolidar este sistema sustentável na sua lavoura.
(Fonte:Revista Granja, outubro de 2018)
O Plantio Direto na soja
O Sistema Plantio Direto (SPD) tem se destacado como uma das estratégias mais eficazes para melhorar a sustentabilidade da agricultura em regiões tropicais e subtropicais.
O grande resultado é por minimizar as perdas de solo e de nutrientes por erosão, além de ajudar a conservar a umidade de solo.
Isto devido aos três princípios básicos do SPD, que são:
Plantar sem tirar a palhada das culturas anteriores, é a proteção mais assertiva na proteção das chuvas, de erosão, lixiviação de fertilizantes.
A rotação de culturas também é importante para ajudar a resolver o problema de compactação do solo.
Dessa forma você mantém seu investimento a longo prazo no campo, além de que todos esses benefícios do SPD fazem com que seja aumentado a produtividade da cultura da soja.
Além disto, há redução de operacional, e maior sustentabilidade ambiental na tua propriedade e no teu bolso.
Tudo vai começar com a escolha da cultura de rotação que será a fonte de cobertura e palhada para a cultura da soja.
Normalmente, essas espécies são chamadas de cultura de cobertura, as quais são também utilizadas na adubação verde.
E esta cultura pode ser a responsável pela quebra de ciclo de doenças e patógenos, e de grande importância no Manejo Integrado de Pragas.
Segundo estudos do IAPAR, algumas cultivares de aveia tiveram resultados muitos positivos no controle de nematoides.
Como a IPR Afrodite, que é resistente ao nematóide das galhas (Meloidogyne javanica e Meloidogyne incognita), enquanto o URS Brava é resistente ao nematoide das lesões (Pratylenchus brachyurus).
O nabo forrageiro também é uma ótima opção. É uma planta que em 60 dias cobre cerca de 70% do solo, e produz 20 a 35 t/ha de massa verde, 3,5 t/ha a 8 t/ha de massa seca.
Claro que este tipo de rotação é favorecido nas regiões mais subtropicais do Brasil, onde o inverno permite a sua produção.
Além disso, nas regiões mais quentes, tropicais do país, devemos incluir gramíneas, e não só leguminosas, para que a palha permaneça no solo e não se degrade tão rapidamente.
Gramíneas para culturas de cobertura no plantio direto
Com certeza a gramínea mais utilizada como palha no plantio direto na soja, são os restos da lavoura de milho, fazendo a sucessão de culturas soja e milho.
No entanto, é muito interessante a utilização de espécies diferentes, como no consórcio de braquiárias com leguminosas.
Falando em operações agrícolas, veremos agora quais as máquinas para o plantio direto na soja:
Quais as principais máquinas agrícolas para o plantio direto?
As principais são a semeadora e a colhedora diferenciais para este tipo de sistema de plantio.
São tão importantes de serem adequadas, que pode se perder cerca de 10% com uma semeadura inadequada em uma lavoura de soja.
Isso pode ocasionar uma perda de cerca de 6 sacas por hectare, significativo né?
No plantio direto você precisa de uma máquina adequada. Aquela que mobilize o mínimo necessário a linha de plantio, que corte e afaste a palha, bem como uma que distribua bem a palhada na colheita.
Além disto, a colhedora deve ser equipada com picador de palha regulado para distribuir uniformemente a palhada sobre o solo, na faixa equivalente a largura de corte da colhedora.
E o válido mesmo, é estar sempre observando na hora da colheita como está a distribuição da palhada.
Isso porque, quanto mais você regular a distribuição de palhada neste momento, melhor será todo o teu futuro nesta lavoura.
A distribuição irregular da palhada dificulta as próximas operações agrícolas, e também pode deixar alguns espaços de área descoberta.
Isso faz com que não tenhamos os benefícios da palha em toda a área, especialmente na conservação da umidade e controle de plantas daninhas.
Colheita de soja em SPD, Mato Grosso (Fonte: Arquivo pessoal da autora)
Vantagens do Sistema Plantio Direto na soja
O SPD é por si só uma vantagem ao seu sistema agrícola.
Com ele fica mais fácil otimizar o seu maquinário, você vai formando solo e contribuindo nas propriedades físicas, químicas e biológicas do solo mesmo com a intensidade de manejo no mesmo nas safras.
Além de, ser significativo sua contribuição na redução dos gases do efeito estufa, bem como nos seus custos se bem planejado.
É claro que temos desafios, as opções de rotações para formação de palhada nas entressafras ou até mesmo nos consórcios das safra, nem sempre são comerciais, e isto ainda é um obstáculos.
Mas se pensar a longo prazo a palhada deixada no teu sistema é um dos melhores investimentos de baixo custo que terá feito na sua propriedade.
O que é o Padrão RTRS de Produção de Soja Responsável?
Resultado do envolvimento na cadeia de valor da soja, principalmente produtores e indústrias, foi criado o padrão RTRS, como o nome diz, uma padrão de produção de soja responsável.
Os princípios e critérios para a certificação da soja como uma cultura responsável são:
Cumprimento legal e boas práticas empresariais;
Condições de trabalho responsáveis;
Relações comunitárias responsáveis;
Responsabilidade ambiental;
Práticas agrícolas adequadas.
(Fonte:Responsiblesoy)
E se tratando das práticas agrícolas, o Sistema Plantio Direto é um deles.
Assim como, medidas sistemáticas para planejar e implementar o monitoramento de proliferação de novas pragas e espécies invasoras introduzidas.
Conclusão
De cara, parece fácil escrever aqui como se faz, mas eu sei que na prática é um desafio enorme.
Às vezes a rotação estava perfeita, mas deixamos passar um mal espalhamento de palhada em alguma parte do talhão, e só isso já traz consequências lá na frente.
Mas tenha o objetivo de ir consolidando o Sistema Plantio Direto na soja. A palhada pode ser a sua poupança segura a longo prazo.
Lembre se que a meta é você conseguir ter maior domínio dos fatores que são chave na sua propriedade, e que realmente podem ser controlados por você.
Ou seja, não falo do clima ou dos valores de mercado dos insumos e do seu produto, mas dos fatores internos a tua propriedade.
Com um bom sistema de gestão e planejamento vai ficando mais “fácil” manejar esses fatores, fazendo decisões mais assertivas.
Cultivares de soja: veja como escolher a melhor considerando sua região e tipo de solo, além de conhecer as cultivares mais utilizadas e outras dicas imperdíveis.
A cultivar é responsável por 50% do rendimento final da sua lavoura.
Por isso temos um cuidado tão grande na escolha da cultivar adequada, já que isso ajuda a definir o sucesso ou não da produção de grãos.
Essa escolha é ainda mais importante aqui no Brasil.
Isso porque temos a maior extensão (de terra) vertical do mundo, resultando em diversos padrões de chuva, umidade, radiação solar e temperatura.
E regiões tão distintas exigem cultivares distintos. Mas você sabe o porquê disso? E como fazer a escolha certeira?
Aqui vamos entender tudo isso para que você faça a melhor seleção de cultivares e consiga as melhores produtividades!
O que são cultivares de soja?
Cultivar é um nome dado a determinada forma de uma planta cultivada, no caso a soja, que corresponde a um tipo de genótipo (genes) e fenótipo (aspecto visível) que foi selecionado.
Essa cultivar recebeu um melhoramento genético para que ela se adapte a um tipo característica que é procurado.
Alguns exemplos de qualidade das cultivares:
Resistentes aos insetos-pragas;
Resistentes à doenças;
Resistentes aos nematóides;
Resistentes à outras tecnologias (intacta, soja RR, etc);
Tolerantes à seca;
Tolerantes a geadas, dentre outras.
Numa mesma lavoura, dois tipos de cultivares de soja: existem diferenças no formato das folhas, arquitetura e grupo de maturação. (Foto: Agrobranco)
A cultivar ideal pode te fazer toda a diferença, tanto em remuneração quanto em produtividades. Vamos entender mais a seguir:
Como as cultivares de soja influenciam na produtividade?
Todo produtor busca somente uma coisa: altas produtividades para resultar bons lucros.
O mercado de sementes é extremamente competitivo. Assim, há uma constante busca por novas tecnologias e métodos de manejo.
Isso aumentaria a produtividade com a diminuição de custos.
Para isso, é necessário que se conheça a fundo as características da cultura e de cada cultivar em específico, como:
suas características agronômicas,
sua capacidade produtiva, e
seu comportamento nos diversos ambientes levando em conta as condições do clima e o fotoperiodismo (tempo de luz em um dia).
Além disso, um grande número de fatores pode interferir na produtividade da cultura da soja.
Assim, se estamos em uma região com maior ocorrência de estiagem, temos que procurar por cultivares mais tolerantes à seca. Se estamos em área com grande infestação de lagartas, vamos comprar uma cultivar resistente à elas, e por aí vai. Pra você ter ideia da importância das cultivares temos o caso da soja no Brasil.
O caso das cultivares de soja no Brasil
No final da década de 70 foi desenvolvido o Período Juvenil Longo pelos trabalhos de melhoramento de soja para regiões de baixa latitude
As cultivares de soja puderam ser plantadas em expansão para os trópicos, porque nesse momento a planta não floresce, mesmo sob dias curtos.
Até então, o fotoperíodo mais curto dessa região durante o verão causava florescimento precoce (redução do período vegetativo), que significa perda de porte e produtividade da soja.
Com a descoberta e desenvolvimento do período juvenil longo, foi possível cultivar a soja nas regiões mais próximas do Equador no Brasil, como o Cerrado e regiões mais ao norte.
Isso permitiu que a soja fosse cultivada por todo o país.
Épocas de plantio e colheita da soja por todo o Brasil (Fonte: Mapa em Monsoy)
Ao invés de ciclos, grupos de maturação
Estamos acostumados a escolher uma cultivar conforme seu ciclo: superprecoce, precoce, semiprecoce, médio e tardio
Porém, essa denominação foi ficando ultrapassada porque generalizam demais as características da soja e isso confundia a identificação do ciclo da cultura no campo.
Uma nova nomenclatura vem ganhando força entre os produtores por meio de palestras, dias de campo, vitrine de cultivares de empresas e outros: são os grupos de maturação.
Os grupos de maturação de soja possibilitam a você um refinamento na caracterização, uma vez que te oferece uma precisão maior na maturidade plena do material.
Isso te permite conhecer com mais certeza a quantidade de tempo que uma determinada cultivar vai levar para chegar ao ponto de colheita no campo.
Portanto, se identificadas conforme essa nomenclatura, as comparações entre as cultivares são mais fáceis.
Distribuição dos grupos de maturação de cultivares de soja no Brasil, em função da latitude. (Fonte: Fundação Meridional Adaptado de Allprandini)
E como são determinados os grupos de maturação para soja?
Numeração: As variedades são classificadas numericamente da seguinte forma:
Número abaixo de 6.0: super-precoces
Número entre: 6.0 a 6.5: precoces
Números próximos de 7.0: ciclo normal
Até a número próximo ou igual a 10: tardias
Essa numeração separa as cultivares de soja em grupos de acordo com sua região de melhor adaptação, levando em consideração o tempo de luz por dia (fotoperíodo) em cada região.
Devido à sensibilidade da soja ao fotoperíodo, a adaptabilidade de cada cultivar varia à medida em que se desloca o seu cultivo em direção ao sul ou ao norte, ou seja, quando varia a latitude.
Agora vamos como escolher essas cultivares de soja por grupo de maturação no Brasil:
Como escolher cultivares de soja por grupo de maturação
Primeiro, vamos ter em mente que uma cultivar do grupo de maturação 6 é a mais precoce que a cultivar do grupo 7, bem como a 9.2 é mais tardia que a do grupo 8.
Nas regiões mais próximas à linha do Equador, os dias são mais curtos no verão e a soja tende a florescer mais cedo.
Isso diminui o ciclo vegetativo da soja e reduz a altura das plantas, principalmente nos cultivares com hábito de crescimento determinado.
Para amenizar essa resposta negativa ao fotoperíodo , podem ser usadas cultivares com período juvenil mais longo ou de hábito de crescimento indeterminado.
Geralmente, nessas regiões são plantadas cultivares do Grupo de Maturação 8.0 a 10.0.
Assim quanto mais ao norte do Brasil, utilizaremos grupos de maturação de maior valor.
Na região centro-sul do Brasil, compreendido pelos estados do RS até SP predominam cultivares dos grupos 5 a 7. Enquanto que na região dos cerrados predomina grupos de 7 a 8.5.
Uma mesma cultivar em diferentes regiões possui o mesmo ciclo?
Para compreender melhor, vamos para um exemplo.
Comparando-se cultivares precoces em diferentes locais do Paraná, a duração do ciclo pode ser de 117 a 123 dias no oeste, menor do que 115 dias no norte e maior do que 125 dias no centro-sul do Estado.
Assim, o ciclo da mesma cultivar pode ter uma variação de 10 a 12 dias de uma região para outra.
No verão, os dias são mais longos no Sul do Brasil (alta latitude) do que próximo ao Equador (menor latitude), havendo assim maior fotoperíodo.
Para a cultura da soja, quanto menos luz houver, mais rapidamente ela entrará em estágio reprodutivo (florescimento).
Assim, cultivares dos GMs com numeração mais alta e, consequentemente, melhor adaptadas às regiões próximas ao Equador têm ciclo mais curto.
Portanto, o ciclo de uma cultivar é menor em latitudes baixas (Norte do Brasil) e também em altitudes baixas (menor radiação).
Cada alteração de um décimo de unidade no grupo de maturação significa aproximadamente dois dias de variação no ciclo.
Agora que já entendemos sobre o grupo de maturação, vamos ver como escolher as cultivares de soja por região edafoclimática:
Zoneamento agrícola de Risco Climático (ZARC) e cultivares de soja
O ZARC é um estudo elaborado com o objetivo de minimizar os riscos das condições climáticas.
Esse estudo também permite identificar a melhor época de semeadura, nos diferentes tipos de solo , ciclos de cultivares e em cada município.
O ZARC é divulgado por portarias que estão neste site. Ao entrar no site selecione o estado em que sua propriedade está.
Depois selecione a cultura em questão, no caso a soja, baixando um arquivo. Neste documento você encontrará as cultivares de soja mais adaptadas à sua região.
Além disso você poderá conferir os períodos mais indicados de semeadura em função da cultivar e tipo de solo, conferindo os riscos nessas diferentes condições.
Por exemplo, para o estado de Mato Grosso e município de Acorizal, e supondo que meu solo é do tipo 2 (textura média).
Lembrando que a Embrapa classifica os solos em tipo 1 (arenoso), tipo 2 (textura média) e tipo 3 (argiloso) e supondo que minha área é do tipo 2.
Então, por aí eu sei que ao escolher as cultivares do Grupo I devo fazer a semeadura 11 de Outubro até 31 de Dezembro para correr menos riscos (20%).
Naquele arquivo que você baixou, também é possível verificar as cultivares indicados para sua região e para cada um dos grupos (I, II e III).
Por isso, recomendo muito que você visite esse site do MAPA e verifique essas informações tão importantes para a sua produção de soja.
Principais cultivares de soja mais plantadas no Brasil atualmente
Cultivares de soja da Embrapa
A Embrapa soja possui um portfólio completo de cultivares de soja que se enquadram em todo o Brasil.
Ela possui desde sementes com a tecnologia intacta e RR, como também a soja convencional. O portfólio completo você pode encontrar AQUI.
Cultivares de soja da Brasmax
A empresa é muito conhecida por seu melhoramento genético de suas sementes lavoura. A Brasmax possui um variado portfólio de cultivares de soja para as regiões Sul e Cerrado do país.
Cerca de 96% das cultivares comercializadas em território nacional possuem a tecnologia RR.
Isso significa que as cultivares de soja RR possuem a tecnologia Roundup Ready, resistente ao glifosato.
Com a modernização do banco de germoplasma das empresas, a nova geração de cultivares RR ganhou ciclos mais precoces.
Além disso, essas cultivares têm alta carga produtiva, além do porte de planta que favorece o manejo da cultura para o agricultor, tornando-se uma opção altamente competitiva
Livre da taxa tecnológica dos OGM´s (Organismos Geneticamente Modificados), a soja convencional vem recuperando seu espaço.
Isso porque essas cultivares também apresentam produtividade competitiva e possibilidade de bonificação especial na sua venda.
Cultivares como a BRS 284 da Embrapa ganham sucessivos concursos nacionais de produtividade.
Nesses concursos as cultivares concorrem em condições de igualdade com as tecnologias hoje disponíveis. Isso mostra o potencial produtivo dessas plantas convencionais.
Outros cuidados para realmente fazer a escolha correta de cultivares de soja
Diante de tantas opções, a escolha de cada cultivar deve atender às particularidades de sua área. Até porque, não existe uma cultivar que consiga atender a todas as situações.
Essa é uma decisão que cabe ao responsável técnico pela propriedade e à você.
Dessa forma, é preciso fazer uma avaliação completa das informações geradas pela pesquisa, assistência técnica, empresas produtoras de sementes, experiências regionais e pelo comportamento em safras passadas.
Vale a pena pesquisar sobre as cultivares de soja indicadas na sua região, orçando preços de toda a operação.
Você deve colocar também neste orçamento os gastos com inseticidas e herbicidas, já que temos disponível diferentes cultivares que permitem diferentes manejos.
Coloque esse orçamento no seu planejamento agrícola e assim tenha a certeza do que vale mais apena.
Existe uma vasta gama de opções para a escolha da cultivar ideal para sua lavoura.
E para facilitar, os grupos de maturação e os documentos divulgados pelo MAPA têm sido uma forma de identificação precisa na escolha da cultivar que se adeque às condições que sua propriedade exige.
Mas lembre-se que essa escolha depende de um bom planejamento agrícola, orçando todos os custos envolvidos e considerando toda as condições da sua propriedade.
Converse com o seu agrônomo(a), aproveite as nossas dicas e boa semeadura!
Como você escolhe hoje as cultivares de soja para formar sua lavoura? Tem mais alguma dica? Ficaram dúvidas? Conte para nós deixando um comentário abaixo!
Armazenamento de sementes de soja: onde armazenar, por quanto tempo guardar e demais dicas para assegurar a germinação da sua lavoura.
O tempo ainda não está ideal para o plantio e você tem que guardar as sementes em algum lugar na fazenda.
Onde guardar? Será que “estraga”?
Armazenar as sementes adequadamente é tão importante quanto qualquer outro trato cultural na soja.
O armazenamento das sementes correto influencia diretamente na porcentagem degerminação e no vigor.
E você sabe como fazer isso?
Relação entre o armazenamento de sementes, o vigor e a germinação
Não conseguimos impedir o processo de deterioração das sementes, mas é possível minimizar a velocidade com que ele ocorre.
A resposta para o bom armazenagem de grão e sementes envolve todo o processo produtivo.
Assim, precisamos adotar procedimentos adequados na produção agrícola, colheita, secagem, beneficiamento, transporte e armazenamento.
Para você entender um pouco mais sobre a importância desse assunto, observe o gráfico abaixo.
Veja que com o aumento do tempo de armazenamento há um aumento da deterioração da semente e consequentemente redução na porcentagem de germinação e no vigor da semente.
(Fonte: Adaptado de Delouche e Caldwell, 1960)
A porcentagem de germinação e o vigor das sementes naturalmente diminuem com o tempo.
Mas observe na figura abaixo como a germinação e vigor são mantidas por mais tempo em um armazém climatizado.
Efeito da condição de armazenamento de sementes de soja após o beneficiamento sobre a porcentagem de germinação e vigor no Centro Oeste do Brasil (Fonte: DuPont Pioneer)
Em um ambiente climatizado a temperatura e umidade são controladas para favorecer o armazenamento de sementes.
Você não precisa (necessariamente) ter esse nível de tecnificação, mas é essencial entender a importância da umidade e temperatura para encontrar lugares melhores para a armazenagem.
Na figura abaixo podemos ver a influência da temperatura e umidade no período de armazenamento de grãos.
(Fonte: Agrodry)
Já vemos aí que a temperatura e umidade são pontos-chave ao guardar sua semente. Veremos então mais sobre esses dois fatores:
A umidade do ambiente e a temperatura no armazenamento das sementes
Umidade do ambiente
Ocorre troca de umidade entre o ambiente e as sementes, por isso esse fator é tão importante.
Em um estudo, as sementes de soja foi submetida diferentes tratamentos de envelhecimento acelerado. Esse envelhecimento foi a umidade em contato com a semente (100% da umidade relativa do ambiente).
Observe agora a tabela abaixo o vigor da soja nessas diferentes condições, sendo eles:
T1: sem exposição ao envelhecimento acelerado;
T2: 24 horas de envelhecimento acelerado;
T3: 42 horas de exposição ao envelhecimento acelerado;
T5: 96 horas de exposição ao envelhecimento acelerado.
(Fonte: Mais Soja)
Podemos ver que a porcentagem de vigor das sementes reduziu conforme aumentou o período de tempo no qual as sementes passaram na condição de 100% de umidade relativa do ambiente.
Assim, devemos manter a umidade da semente baixa. Por isso, é importante encontrar um local na fazenda sem umidade nas paredes, goteiras, vazamentos e outros para a correta conservação das sementes.
Veremos agora sobre a temperatura:
Temperatura de armazenamento de sementes de soja
Observe agora na figura abaixo como a temperatura influencia na qualidade das sementes armazenadas.
Amostra dos grãos de soja armazenados com 12, 15 e 18% nas temperaturas de 15ºC, 25ºC e 35ºC ao final de 180 dias (Fonte: + Soja)
Dessa forma, as temperaturas elevadas vão favorecer o processo de respiração da semente, além da atividade dos insetos e microrganismos.
Enquanto que a baixa temperatura conserva as sementes de plantas de soja nas suas melhores condições.
Por isso, quando os sacos de sementes chegam na propriedade rural,não deixe essas sementes no solo, nem que seja por pouco tempo.
Embaixo da lona e no sol, as temperaturas aumentam muito e aceleram o processo de deterioração das sementes.
Portanto, faça um planejamento agrícola para que essas sementes não precisem ficar no sol esperando alguém vir buscar ou esperando algum lugar ser desocupado para a armazenagem.
Além disso, a temperatura e umidade estão diretamente relacionadas ao período de armazenamento. Confira a seguir mais sobre o período de armazenagem:
No entanto, a influência da temperatura e da umidade vão depender da espécie. Para isso as sementes são classificadas de acordo com sua longevidade.
(Fonte: SEEDnews)
Longevidade é o período máximo de tempo que as sementes permanecem vivas, quando são armazenadas em condições ideais.
A soja como podemos ver está classificada como sendo de longevidade média (3 a 15 anos).
Mas dizer que a semente está viável por 3 anos é diferente de estar viável 15 anos não é mesmo?
No geral, as sementes de longevidade média a longa tem uma longevidade maior conforme é reduzida a temperatura ambiente e o teor de água das sementes.
Depois do que já vimos aqui, fica claro que o período de armazenamento pode ser prolongado de acordo com as condições de temperatura e umidade do ar.
Veja na figura abaixo as melhores combinações para garantir um armazenamento ideal.
Só relembrando que sementes ortodoxas são aquelas que podem ser secadas, como é o caso da soja.
(Fonte: SEEDnews)
Assim, se a média você teve uma temperatura de 30°C e 40% de umidade no local de armazenagem de sementes, você poderá utilizá-las em 18 a 20 meses.
Por isso, nem sempre é uma boa ideia guardar o que restou de sementes de uma safra na safra do ano seguinte.
Dessa forma, se atente às temperaturas e umidade durante o período de armazenamento para estimar a longevidade das mesmas.
9 Dicas importantes no armazenamento de sementes de soja
1.Confira a qualidade de suas sementes
Quando você comprar a sementes observe sempre a qualidade do produto que está comprando. Adquira a semente de produtor idôneo e que esteja registrado no Mapa e na Secretaria de Agricultura do seu estado.
Consulte o Atestado de Garantia de Semente que é fornecido pela empresa produtora.
Esse atestado tem as informações dos laudos oficiais de análise de semente, que têm validade de 6 meses após a data da análise.
No atestado, você deve observar a germinação (%), pureza física (%), pureza varietal, outras cultivares de soja (OC), outras espécies (OE), semente silvestre (SSC), semente nociva tolerada (SNT) e validade da germinação.
(Fonte: Embrapa)
Assim, você pode verificar se o lote de sementes comprado é composto de sementes de alta qualidade ou não.
Também verifique e confira a cultivar que você está utilizando, como soja RR ou Bt. Isso também faz parte da verificação da qualidade.
2. Na dúvida: faça o teste de germinação
Existem laboratórios que fazem a análise de sementes e vão lhe informar a qualidade fisiológica (germinação e vigor), a pureza física e varietal e a qualidade sanitária.
No caso de não ter a possibilidade de enviar a um laboratório, existe um teste feito a campo, conhecido por: teste de emergência a campo.
Para isso, devem ser semeadas 400 sementes de soja, distribuídas em quatro linhas de quatro metros, com 100 sementes cada uma.
A avaliação, percentual de plântulas emergidas, é realizada quando as plantas estiverem com o primeiro par de folhas completamente aberto (10 a 15 dias após a semeadura).
Observação importante: para fazer este teste deve-se manter a umidade do solo com irrigações, além disso, o teste deve ser feito quando a temperatura do solo estiver entre 20 e 30°C.
3. Armazene as sementes em galpão bem ventilado e sobre estrados de madeira
(Fonte: Sementes SANTAFÉ)
5. Não empilhar as sacas de sementes contra as paredes do galpão
6. O ambiente deve estar livre de fungos e roedores
7. As sementes devem ser armazenadas separadas do adubo, calcário ou defensivos agrícolas
8. A temperatura no interior do armazém deve ser no máximo de 25 ºC
9. A umidade relativa no interior do armazém não deve ultrapassar 70%
A umidade relativa do ar acima de 65% favorece a proliferação de fungos, os mais comuns são os do gênero Aspergillus e Penicillium.
Caso você não consiga ter essas condições na sua fazendo, o ideal é que você retire a semente no seu fornecedor mais próximo e o mais perto possível da semeadura.
Além disso, neste vídeo você pode aprender um pouco mais sobre o armazenamento de sementes:
Conclusão
O armazenamento de sementes adequado auxilia a diminuir a velocidade de deterioração da semente.
Vimos aqui que a temperatura e umidade relativa do ar influenciam diretamente o vigor e a porcentagem de germinação das sementes.
Portanto, se o tempo entre a compra da semente e o plantio for longo, é preferível fazer a retirada da semente com o vendedor próximo a data de plantio.
Por fim, é importante que você faça um planejamento da produtividade de soja e pós-colheita, além de ter um local adequado para a armazenagem de sementes.
Como você faz seu armazenamento de sementes hoje? Tem mais dicas a respeito do armazenamento de sementes? Ficou alguma dúvida? Adoraria ver seu comentário abaixo!
Inoculante para soja: Como fazer inoculação, tipos de inoculantes, o que muda com o tratamento de sementes e demais orientações para você obter todos os benefícios dessa prática e ter alta produtividade.
Na safra 2017/2018 a inoculação na cultura da soja foi responsável por um aumento médio de produtividade de 1,8 sacas por hectare.
E a co-inoculação de Bradyrhizobium spp. e Azospirillum spp. resultou em aumento médio de 5,6 sacas por hectare.
Esses são dados de uma pesquisa conduzida pela Emater do Paraná sobre as condições desta última safra, você pode saber maisaqui.
No entanto, alguns descuidos em campo podem prejudicar esse e outros benefícios para a soja.
Por isso, neste artigo vou compartilhar as principais informações para você conhecer mais desta prática super importante para as nossas lavouras.
O que é inoculante para soja?
O inoculante é um produto de base biológica, ou seja, composto por microrganismos benéficos às plantas.
De maneira bem simples, a inoculação serve para promover a associação entre microrganismos e as plantas.
Assim, o Bradyrhizobium spp. (especialmente Bradyrhizobium japonicum) o é o principal tipo de inoculação utilizado atualmente nas práticas agrícolas.
E tudo porque esse microrganismos promove a Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN) atmosférico para a planta, podendo tranquilamente substituir a adubação nitrogenada em culturas leguminosas.
Nessa associação se formam estruturas nas raízes da soja, os nódulos, onde o corre a fixação biológica de nitrogênio.
O maior segredo da FBN efetiva é acertar a mão na hora de levar esta biotecnologia a campo!
Se lembrarmos que 78% dos gases da atmosfera é formado por N, é simples perceber que tem muita fonte livre de N por aí.
Os microrganismos assimilam de forma natural esse N, e a moeda de troca para eles é o carbono gerado na fotossíntese das plantas.
E a relação é a seguinte, a cada 1 tonelada de grãos são requeridos cerca de 80 Kg de nitrogênio, os quais as bactérias podem disponibilizar para a planta.
Além delas, outras bactérias fixam e nitrogênio, como as diazotróficas que podem fazer isto na ausência de nódulos.
Nesse sentido, o Brasil foi pioneiro em muitas pesquisas da FBN, revolucionando o entendimento e descobertas deste fantástico mecanismo biológico.
Um dos microrganismos responsável por isto, recebeu em homenagem um nome bem brasileiro, o famoso Azospirillum brasilense.
Além disso, a co-inoculação de Bradyrhizobium spp., Rhizobium spp. eAzospirillum brasiliense, já mostram que o efeito dessa prática é muito positivo.
Eaqui tem uma cartilha da Embrapa que fala mais do processo de co-inoculação para soja.
Raiz de soja co-inoculação Bradyrhizobium e Azospirillum (Fonte: Embrapa)
Quais os benefícios do inoculante para soja?
Além da assimilação e nitrogênio, muitos estudos comprovam que os inoculantes promovem aumento na resistência às condições ambientais, como:
Maior resistência à estiagens;
Maior eficiência na absorção de água e outros nutrientes,
Efeito positivo na produção de fito-hormônios capazes de modificar a taxa de crescimento de raízes, melhorando o desenvolvimento das plantas;
Aumento da simbiose com outras bactérias promotoras de crescimento de plantas (BPCP) encontradas naturalmente nos solos, o que beneficia a lavoura em geral.
Dessa forma, o inoculante deve ser uniformemente distribuído na superfície da semente para se obter benefício máximo da fixação biológica do nitrogênio.
E você deve considerar os seguintes passos com estes produto:
A embalagem deve conter o número de registro do produto no MAPA;
Prazo de validade do produto;
A legislação do Brasil estabelece que os inoculantes devem conter uma concentração mínima de 1,0 x 109 células viáveis de rizóbios por grama ou mL do produto;
Identificação de uma ou duas das quatro estirpes de bactérias que são recomendadas para o Brasil;
Conservar o inoculante em local fresco e arejado;
Realizar a operação de inoculação sempre a sombra;
Proteger as sementes inoculadas do sol e calor;
Não fazer a inoculação dentro das caixas da semeadora;
Inocular e semear em seguida;
Não utilizar menos de 100 mL de inoculante líquido por saca de 50 kg de sementes;
Ao usar inoculante turfoso, você pode utilizar uma solução açucarada a 10% para aumentar a aderência.
Como fica o inoculante para soja com o tratamento químico de sementes?
Você pode manter o tratamento químico da sua semente e realizar a inoculação como práticas em conjunto.
(Fonte: Rizobacter)
Mas, é sempre bom lembrar da importância da prática de rotacionar os mecanismos de ação dos produtos.
O uso prolongado de produtos com o mesmo princípio ativo, exerce uma pressão de seleção na comunidade microbiana dos solos. Isso pode gerar desequilíbrios e possíveis prejuízos na atividade agrícola.
Assim, produtos com certas características representam maiores riscos de danos funcionais ao solo e ao ecossistema, como:
Elevada toxicidade;
Baixa degradabilidade;
Elevada mobilidade no solo,.
Seja qual for a sequência de tratamento químico, a inoculação sempre deve ser a última operação.
É interessante também adicionar uma dose maior de inoculante para soja, para amenizar os efeitos que algumas substâncias químicas exercem sobre a população das bactérias inoculadas.
Além disso, você pode utilizar no tratamento de semente o cobalto e o molibdênio, os quais auxiliam no funcionamento adequado da fixação biológica de nitrogênio.
Alternativamente, esses nutrientes podem ser aplicados via foliar até 15 dias após a emergência.
A recomendação da quantidade desses nutrientes em soja, segundo a Embrapa, é de 12 a 25 g/ha de Mo e 2 a 3 g/ha de Co.
6 dicas extras importantes a considerar no uso de inoculante para soja
1.É obrigatório o uso de inoculantes em áreas de primeiro cultivo de soja, ou em áreas não cultivadas a anos.
2. A re-inoculação anual pode resultar em ganhos médios no rendimento de 8%;
3. Se a inoculação é bem feita, não é necessário nenhum uso de fertilizantes nitrogenado, em qualquer estágio de desenvolvimento da cultura.
Estudosconduzidos no Paraná, em ambientes de alta produção de soja, confirmam a total ausência de resposta à adubaçãonitrogenada mineral via solo ou via foliar.
Isso foi verificado tanto no início (V5), quanto nos estádios reprodutivos de início do florescimento (R1) e de granação das vagens (R5.3).
4. Há no mercado produtos com função de adesão e proteção das bactérias, que estendem o período de viabilidade da bactéria, mas é necessário confirmar os dados das pesquisas e experimentar;
5. Evitar semear “no pó”, pois isto sensibiliza as bactérias, além de não ser a condição ideal de semeadura (veja mais sobre semeadura de soja aqui);
6. Você pode fazer a inoculação para soja no sulco de plantio, mas deve considerar a dose de no mínimo 2,5 vezes a dose do inoculante usada nas sementes de cultivares de soja e diluída em no mínimo 50 litros de água/há.
Além disso, você pode ver outros conceitos e dicas importantes neste vídeo:
O custo dos inoculantes é bem acessível no mercado para ser adicionado ao tratamento de sementes.
No Rio Grande do Sul, por exemplo, as doses ficam em torno de R$ 4 reais por hectare.
Você deve se atentar as dicas que apresentei antes, sobre a concentração de microrganismos no produto. Isso vai contribuir muito para que a tua prática de inoculação para soja seja um sucesso.
Por isso, é importante conhecer um pouco mais das opções do mercado. Escolha pelo custo, qualidade e dose de microrganismos presente no produto.
Por exemplo, a diferença entre um inoculante para soja turfoso e o líquido, é a praticidade de aplicação.
Enquanto o produto líquido já vem na quantidade correta para você adicionar ao processo de tratamento de semente, o turfoso necessita da preparação de uma solução açucarada a 10% para promover a aderência do mesmo a semente.
O importante é considerar todos os custos, colocá-los todos na “ponta do lápis” e verificar qual é o melhor custo benefício para sua região e propriedade.
Com o Aegro você consegue visualizar todos os seus custo em um só lugar e de modo muito mais fácil
Regulagem de plantadeira de soja: Cálculo de sementes, determinação da quantidade de adubo/ha e outras orientações para garantir o estande de plantas e sua produtividade de soja.
Todos temos aquele instante em que olhamos o calendário e percebemos que está quase na hora de colocar as sementes de soja no solo.
A pressão começa nesse momento: há uma grande quantidade de trabalho por vir e melhorar a produtividade sempre é um dos objetivos.
Um dos primeiros passos é a boa regulagem de plantadeira de soja.
Semeaduras inadequadas acarretam em perdas maiores que 10% na produtividade da cultura.
Depois dos gastos com sementes, fertilizantes e toda tecnologia envolvida, não há espaço para perdas na semeadura.
Assim, confira como realizar a regulagem e garantir a lavoura:
Por que fazer a regulagem de plantadeira de soja?
Há vários tipos de máquinas e implementos presentes no mercado. Comentaremos a respeito de algumas delas e seus principais componentes.
Mas o importante é entender que é melhor despender algumas horas realizando manutenções e preparação do maquinário, do que semear ou utilizar peças desreguladas durante a operação.
Uma má regulagem de plantadeira de soja pode resultar em baixa germinação e falha no estande, afetando diretamente nossa produtividade.
Além disso, uma vez que a operação já fora iniciada, a janela de plantio é curta, e todos os contratempos devem ser evitados.
De forma que atrasos na semeadura, devido à máquinas descalibradas ou mal reguladas podem acarretar em grandes prejuízos à produtividade.
Em estudo realizado no Mato Grosso, nota-se a diferença de 7,7 sacas/ha entre sojas semeadas entre a primeira data de semeadura (24/out) e a segunda data (12/nov).
Neste caso, a semeadura tardia chegou a atingir 24 kg/ha de redução diária na produção agrícola de soja.
Assim, a semeadura inadequada e com máquinas desreguladas pode acarretar em:
E como fazer essa regulagem de plantadeira de soja? Veja a seguir:
Começando a regulagem correta das plantadeiras de soja
A plantadeira é uma máquina que merece atenção redobrada na regulagem.
Assim, a regulagem correta se inicia com uma limpeza geral das máquinas agrícolas que irão semear a soja.
A limpeza geral do maquinário impede possíveis contaminações de plantas daninhas ou doenças de safras passadas, em talhões onde antes elas não existiam.
Além disso, uma inspeção geral deve ser realizada no maquinário, a fim de checar peças quebradas ou desgastadas, que precisam de reposição.
No caso da soja, os produtores devem escolher o espaçamento de semeadura ideal.
Após isso, monte e ajustar os carrinhos de acordo com esta distância predefinida.
A distância convencional e também a mais indicada para a semeadura na cultura da soja é de espaçamento 45 ou 50 cm entre fileiras, e de 7 a 10 cm entre plantas, sempre em linhas paralelas.
Lembrando que o melhor desempenho da lavoura normalmente está na população de plantas de 200 a 400 mil plantas/ha.
Além dessa metodologia, alguns produtores utilizam a semeadura com plantio cruzado, ou redução de espaçamento entre fileiras.
Assim, escolha seu método de semeadura e faça a regulagem de plantadeira de soja para o modo desejado.
Após esses procedimentos, veja como fazer a escolha correta dos discos e anéis da plantadeira de soja:
Escolha correta dos discos e anéis
Existem diversos modelos e marcas de discos alveolados e diversos tipos de anéis no mercado.
Assim, se o trator agrícola a ser utilizado apresentar distribuição por discos alveolados, deve-se observar o estado da caixa distribuidora (roletes, gatilho e molas).
Discos alveolados: mecanismo o mais utilizado e de menor custo no Brasil (Fonte: Dalacort e Stevan Jr.)
No caso da distribuição pneumática, é necessário verificar o estado das mangueiras e se existe ressecamento ou vazamentos de ar, e realizar a substituição, se necessário.
Dosador pneumático: As sementes são dosadas uma a uma, ocorrendo menores danos nas mesmas (Fonte: Dalacort e Stevan Jr.)
Além disso, o espaçamento e alinhamento dos carrinhos devem ser checados sempre antes do início da semeadura.
Devido à grande diversidade de formatos encontrados no mercado, as sementes de cultivares de soja podem ser assimétricas e apresentar alturas diferentes em cada lote.
De acordo com o tipo de sementes que será utilizado na semeadura, deve-se escolher qual o melhor disco alveolado e anel para cada situação.
Para isso garantir isso, temos alguns passos simples:
4 Passos para escolher corretamente o disco e anel da plantadeira de soja
1. Separe um pequeno volume de sementes que representam o nosso lote adquirido;
2. Deste volume, separe as sementes maiores e experimente colocá-las no disco;
3. Se as sementes ficarem bem alojadas, sem que haja a presença de duas sementes no mesmo orifício ou a presença de sementes presas, isso quer dizer que o disco é apropriado;
(Fonte: J.ASSY)
4. Agora insira o anel sob o disco e verifique como ficaram as sementes: elas não devem ficar expostas acima da altura do disco, ou muito fundas dentro do disco escolhido.
(Fonte: J.ASSY)
Dessa forma, algumas especificações podem ser levadas em conta na escolha dos discos.
A empresa J. Assy, por exemplo, disponibiliza em seu site diversos tipos, modelos e tabelas de discos e anéis.
Além disso, os discos mais indicados para a cultura da soja são:
Discos de 45 furos (média de plantio de até 10 sementes/metro);
Discos de 90 furos (média de plantio de 11 a 21 sementes/metro);
Discos de 135 furos (acima de 22 sementes/metros, exclusivo para dosador Titanium).
Agora que já escolhemos nossos discos e anéis, vamos para a profundidade de semeadura:
Ajuste de profundidade de semeadura
O ajuste de profundidade de semeadura engloba diversas regulagens que devem ser realizadas para possibilitar a correta deposição das sementes no solo.
Vamos comentar a respeito de cada uma dessas regulagens. Primeiramente, deve-se atentar à pressão da mola e ajuste dos carrinhos.
Sendo assim, se a máquina foi armazenada desde a última safra com as molas pressionadas, os produtores devem checar o estado e a pressão dessas molas.
Uma maneira de realizar a checagem da pressão é medindo o “curso” da mola e observando se todas estão iguais.
Em caso de divergência em alguma mola, a substituição é recomendada.
Os carrinhos possuem ajustes manuais e é importante checar se todas as linhas estão com os mesmos ajustes e nas mesmas profundidades.
(Fonte: John Deere)
Além disso, lembre-se que a semeadura recomendada para soja é de 3 a 5 cm.
Assim, agora que já conhecemos mais sobre a profundidade de semeadura, vamos para a checagem dos discos:
Checagem dos discos de corte ou botinhas
Outro fator que está em constante contato com o solo e requer atenção devido ao desgaste são os discos de corte e as botinhas para plantadeira plantio direto.
Deve-se atentar ao estado geral dos discos de corte e discos duplos. Se estes estiverem muito desgastados, não irão desempenhar sua função corretamente e devem ser trocados.
No caso dos discos duplos desencontrados, deve-se retirar a calota do cubo, verificando os retentores e rolamentos.
Após a limpeza da graxa antiga, todo o sistema deve ser engraxado e montado novamente, retirando as folgas.
Além disso, os limpadores internos e externos dos discos devem ser ajustados e substituídos em caso de desgaste.
Também é importante seguir as recomendações do fabricante, tanto nas checagens quanto nas regulagens.
Agora que você sabe mais sobre a checagem e regulagem de plantadeira de soja, vamos para os cálculos da quantidade e número de sementes:
Cálculo da quantidade de sementes por hectare e metro linear
Para realizar os cálculos de sementes por hectare nas nossas lavouras, basta seguir os cálculos abaixo.
O estande inicial de soja pode variar de 200 a 400 mil plantas por hectare, idealmente.
Assim, sabendo as fórmulas abaixo temos como conferir a regulagem da plantadeira:
(Fonte: Anselmi, Spekken e Molin em A Granja)
Então, supondo um cenário de:
Estande = 350.000 sementes/ha;
Espaçamento = 0,45 m;
Poder germinativo = 98% (informação no saco da semente evitando confusões);
Metros Lineares ou metros de sulco/ha = 10.000/0,45m = 22.222,22 metros lineares
Sementes/metro = 375.939,9/ 22.222,22 = 17 sementes em cada linha de plantio.
Andar com a plantadeira 10 metros e coletar as semente depois de 5 metros rodados, já que assim a velocidade da máquina e a dosagem de sementes foi estabilizada.
Desse modo, em 5 metros o valor total coletado deve ser próximo de 17 x 5 = 85 sementes.
Calculadas as sementes, vamos para os cálculos de fertilizantes:
Regulagem de plantadeira de soja e cálculo da quantidade de adubo
Algumas semeadoras também adubam o sulco de semeadura, sendo que o fertilizante deve ficar ao lado ou abaixo da semente.
As partes responsáveis pela distribuição do adubo devem ser checadas e reparadas se houver necessidade.
Devido ao fertilizante ser um produto com características salinas, as peças envolvidas nestas distribuições podem apresentar oxidações.
Dessa forma, é comum ocorrer o travamento da transmissão destes mecanismos.
Como teste rápido, pode-se tentar girar o eixo responsável pela distribuição com uma chave ou manivela, o sistema deve virar sem muito esforço.
Para correta distribuição de fertilizantes, deve-se verificar o estado dos rotores denteados e das roscas sem-fim.
No caso das roscas sem-fim, deve-se checar as bases do distribuidor. Se as peças das bases estiverem muito desgastadas devem ser substituídas, a fim de evitar quebras durante o plantio.
Após essa checagem, vamos para o cálculo do adubo:
Cálculo do adubo para regulagem de plantadeira de soja
Passe a área de hectares para metros lineares:
1 ha/ espaçamento da cultura (m)
10000m²/0,45m = 22.222 metros lineares
Supondo 500 Kg de adubo por hectare:
500 kg/22.222 metros lineares = 0,0225 Kg
Ou seja, em 1m a plantadeira coloca 0,022 Kg ou 22,5 g de adubo.
Se você preferir, é possível conferir apenas em um metro linear se há 22,5 g de fertilizante.
Mas você pode testar melhor ao andar 10 metros com a plantadora, coletando o adubo após 5 metros caminhados, onde devemos ter um valor de 22,5 x 5 = 112,5 g de adubo.
Caso os volumes coletados estiverem fora dos calculados, novas regulagens nas engrenagens devem ser realizadas até que se atinja o número desejado de adubo.
Agora que temos a quantidade adequada de adubo e semente que serão requeridas, vamos para outros cuidados fundamentais:
Outros cuidados fundamentais com a regulagem de plantadeira de soja
Outros cuidados devem ser tomados para o sucesso da operação de semeadura, dentre eles podemos citar:
Engrenagens em perfeito estado (limpas e lubrificadas);
Lubrificação das correntes;
Verificação de pinos e contrapinos;
Lubrificação geral da máquina e graxeiras.
Além desses fatores citados, de uma maneira geral, as peças com defeito devem ser listadas e trocadas.
Faça isso de preferência antes da plantadeira iniciar a semeadura, e assim possibilitar maiores eficiências operacionais e gerenciais.
Ademais, a procedência das peças adquiridas deve ser levada em conta, uma vez que as peças originais garantirão melhores desempenhos.
A qualidade da operação também depende do operador.
Os funcionários ou operadores das plantadeiras devem saber tudo o que acontece com as máquinas e possuir treinamento especializado para realização da operação.
A manutenção preventiva é a mais recomendada, uma vez que máquina quebrada durante a curta janela de semeadura poderá ocasionar no fracasso na cultura.
Com o Aegro é possível programar alertas de manutenção e recebê-los no seu e-mail
Para saber mais sobre manutenção preventiva e corretiva, acesse:
Tecnologias para melhorar a semeadura e evitar falhas
Existem no mercado uma infinidade de sensores e produtos que podem ser acoplados às linhas de semeadura e permitem a checagem em tempo real da qualidade da operação.
Tais sensores óticos calculam quantas sementes caíram em cada porção da lavoura, horas trabalhadas, rendimento operacional, população de sementes e possibilitam a análise de qualidade do plantio aos produtores.
(Fonte: John Deere, MPA2500)
Estes sensores também auxiliam e avisam em tempo real a ocorrência de algum problema em alguma linha de semeadura, como entupimento ou falhas.
Dessa forma, com estes sensores é possível checar plantas duplicadas e falhas no estande.
Outro fator importante da semeadura é o seu planejamento e acompanhamento de custos.
Antes mesmo de colocar a semente no solo é preciso estar consciente de todo o custo da operação, inclusive dimensionando a quantidade de máquinas agrícolas e pessoal envolvido corretamente.
Além disso, o acompanhamento dos custos da semeadura e de toda a safra permite verificar o que está ou não dando certo, evitando desperdícios e melhorando a gestão.
Isso fica muito mais fácil quando realizado em um software agrícola, trazendo agilidade e segurança para sua tomada de decisão.
O Elivelton, por exemplo, percebeu que o seu custo de manutenção era tão alto que compensava a compra de uma nova máquina. Veja esse caso de sucesso real aqui.
Conclusão
Para o sucesso do plantio, vários são os fatores que devem ser levados em conta, inclusive, se o maquinário estiver pronto para o uso e devidamente calibrado e regulado.
Essa pode ser a diferença entre o sucesso ou o fracasso da safra.
O plantio é uma das operações mais importantes nas lavouras, e uma vez que os estandes estiverem bem semeados e as lavouras bem implementadas, maiores serão as chances de sucesso.
Como qualquer máquina agrícola, a plantadeira também exige regulagens, planejamento e acompanhamento, e o produtor que as realiza sai na frente no plantio!
Agora que você já sabe como fazer a regulagem de plantadeira de soja, ficou alguma dúvida? Quer saber mais sobre novas tecnologias acoplados às máquinas? Deixe seu comentário abaixo.
As pragas da soja podem acabar com a produtividade da sua lavoura, mas você pode se preparar conhecendo melhor cada uma delas. Veja aqui as 12 principais pragas da soja e como fazer seu manejo.
As pragas agrícolas podem prejudicar muito a produtividade da sua lavoura, podendo até inviabilizar o trabalho de um ano inteiro.
No Brasil, o clima tropical quente e úmido, juntamente com o cultivo de duas ou mais safras no ano, favorece a reprodução das pragas.
Aliado a isso, as pragas têm adquirido a capacidade cada vez maior de atacar um grande número de espécies, podendo, com isso, permanecer presentes nas áreas de cultivo durante todo o ano.
Por isso, o combate às pragas deve se iniciar muito antes da safra, com monitoramento. E, para isso, é indispensável que você conheça quem são elas. Conheça a seguir!
Principais pragas da soja: importância e dicas para combatê-las
Conhecer as pragas da soja, bem como suas principais características e métodos de controle, é fundamental para se ter altas produtividades.
Dessa maneira conseguimos realizar adequadamente o Manejo Integrado de Pragas (MIP), pelo qual temos melhor controle e equilíbrio do ambiente.
Por meio de monitoramento periódico (uma das bases do MIP), realizamos as pulverizações somente quando necessário, para não haver desperdício.
Confira as principais pragas da soja, que vamos abordar em detalhes a seguir, e veja no gráfico as principais épocas em que elas ocorrem, para orientar seu monitoramento:
Lagarta da soja (Anticarsia gemmatalis)
Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda)
Lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus)
Lagarta-falsa-medideira (Chrysodeixis includens)
Lagarta-falsa-medideira (Rachiplusia nu)
Lagartas broqueadoras de vagens e grãos
Mosca-branca (Bemisiaspp.)
Percevejo-castanho (Scaptocoris spp.)
Outros percevejos
Tamanduá-da-soja (Sternechus subsignatus)
Ácaros
Corós da soja
Para facilitar e otimizar o seu trabalho, o monitoramento da lavoura pode ser realizado com o software agrícola Aegro.
Assim, além de todos os seus pontos georreferenciados, você pode consultar o histórico da sua lavoura nas diferentes culturas plantadas, épocas do ano e pressão por espécie de praga.
Com o Aegro, seus dados ficam seguros e muito mais fáceis de ser visualizados. Os produtores de soja também podem acompanhar as pragas pelo aplicativo e manual de pragas da Embrapa Soja.
Ambos, manual e aplicativo, foram desenvolvidos por pesquisadores da Embrapa e podem auxiliar muito na tomada de decisão e na identificação das pragas que ocorrem na sua lavoura.
Além disso, disponibilizamos gratuitamente uma planilha para você fazer seu MIP. Baixe clicando aqui!
Agora que sabemos toda a importância que o conhecimento das pragas representa, vamos entender mais sobre cada uma delas:
1. Lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis)
A lagarta-da-soja é uma potente desfolhadora da cultura. Inicia o seu ataque no topo da parte aérea das plantas de soja, podendo persistir até a fase de enchimento dos grãos.
Pode apresentar até quatro gerações durante a safra. Seu ciclo biológico dura cerca de 30 dias.
Pode se alimentar de folhas, flores ou até mesmo de vagens. Quando o ataque é muito intenso, as lagartas assumem coloração preta com listras brancas. Essa modificação fisiológica do inseto é causada pela competição por alimento.
Característica visual da lagarta-da-soja em diferentes fases de desenvolvimento. Pode adquirir coloração escura devido à competição por alimento, em alta pressão da praga na lavoura (Fonte: Elaine Nascimento, 2016)
quando forem encontradas, em média, 20 lagartas grandes (igual ou maior que 1,5 cm) por metro de fileira;
quando a desfolha atingir 30% antes da floração;
quando adesfolha atingir 15% tão logo apareçam as primeiras flores.
Defensivos naturais também podem ser utilizados, como a ação do Baculovírus para essa lagarta, vide a imagem acima (Fonte: SOSA-GOMEZ, 1983)
Após ou durante o fechamento das entrelinhas da cultura da soja, os inseticidas reguladores de crescimento constituem uma ótima opção para o controle dessa praga.
Quando materiais (cultivares) de soja com tecnologia Bt forem implantados na área de cultivo, torna-se necessária a implementação deáreas de refúgioem pelo menos 20% da área cultivada com a soja transgênica.
O refúgio é fundamental para o manejo antirresistência, e para prolongar a vida útil e eficiência dos inseticidas no controle da praga.
A lagarta-do-cartucho pode ocorrer tanto nos estádios iniciais de desenvolvimento da cultura da soja quanto nos estádios mais avançados, como o reprodutivo.
Ela se alimenta de espécies de mais de 23 famílias de plantas. Apresenta preferência por gramíneas (como milho e arroz), mas pode se alimentar de outras plantas, como soja e algodão, dentre inúmeras outras de interesse agrícola.
Assim, é comum a lagarta estar presente em culturas comumente utilizadas como cobertura, como milheto, aveia, trigo, as quais serão dessecadas para a posterior semeadura da soja.
Controle da lagarta-do-cartucho
O manejo dessa praga da soja começa com a boa dessecação da cultura de cobertura para a produção de palha no Sistema Plantio Direto (SPD).
Além disso, para o controle de Spodoptera frugiperda, não é recomendado aplicar inseticidas na fase de dessecação, mesmo que haja lagartas.
Isso porque a semeadura é realizada cerca de 25 dias após a dessecação, e, na ausência de alimento, as lagartas viram pupas ou morrem.
Assim, se o plantio for realizado logo após a dessecação e for constatada a presença de lagartas, a aplicação de inseticidas se faz necessária.
Isso porque a lagarta-do-cartucho pode afetar o estande inicial da lavoura, “cortando” literalmente as plântulas recém emergidas.
Os inseticidas registrados e recomendados podem ser consultados no Agrofit. Mas é necessário ainda que se conheça a eficiência das moléculas, uma vez que a praga já apresenta resistência a alguns grupos químicos.
3. Lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus)
Também conhecida como broca-do-colo, a lagarta-elasmo se alimenta de diversas espécies de plantas. É tida como uma das pragas iniciais da soja.
Uma mesma lagarta pode atacar até três plantas de soja durante a sua fase larval. Os danos são maiores em condições de alta temperatura e déficit hídrico no solo. Assim, sua presença é menor no Sistema Plantio Direto, devido à conservação de umidade do solo.
Sua época de ocorrência é entre o período da emergência da soja, até 30 a 40 dias do desenvolvimento (estádio V2-V3). Ocorre com maior intensidade na região do Cerrado, em áreas com predominância de solos arenosos.
Controle da lagarta-elasmo
Naturalmente ocorre quando há chuvas bem distribuídas, durante os primeiros 30 dias de desenvolvimento da soja.
O controle químico é menos eficaz, principalmente, por causa da posição em que a praga fica alojada na planta.
É possível fazer o tratamento de sementes com inseticidas sistêmicos em áreas com histórico de ocorrência da praga.
A falsa-medideira é fácil de ser reconhecida, já que ela tem o hábito de se deslocar dobrando o corpo como se estivesse medindo palmos.
(Fonte: Defesa Vegetal)
Pode causar intensa desfolha na soja, principalmente na fase reprodutiva da cultura. Ocorre na cultura da soja desde as primeiras folhas, podendo persistir até o enchimento dos grãos, sendo favorecidas por períodos de seca.
Embora a falsa-medideira seja facilmente reconhecida, em função do seu comportamento de deslocamento, a diferenciação entre ela e outras lagartas também denominadas falsas-medideiras (como Rachiplusia nu) não é tão fácil assim.
Muitas vezes, a diferenciação pode ser realizada apenas por análise laboratorial; por isso, ficar atento à ocorrência delas na lavoura é fundamental.
Controle da falsa-medideira
É necessário realizar o controle da praga nestas três situações:
ao se verificar 20 lagartas grandes (igual ou maior que 1,5 cm) por metro de fileira;
quando a desfolha atingir 30% antes da floração;
quando a desfolha atingir 15% tão logo apareçam as primeiras flores.
É possível utilizar inseticidas reguladores de crescimento durante a fase de fechamento das fileiras, além do uso de soja transgênica Bt.
A lagarta falsa-medideira (R. nu) é assim conhecida porque, além de possuir a mesma cor da falsa-medideira (C. includens), também se movimenta como se estivesse “medindo palmos”.
Essa espécie de lagarta tem ocorrido com maior frequência nas últimas safras, preocupando produtores de norte a sul do país. Possui hábito polífago — ou seja, é capaz de se alimentar de inúmeras espécies de plantas.
Os ovos de R. nu são ovipositados de forma isolada, podendo ser encontrados principalmente na face inferior das folhas, sendo de coloração branco-amarelada.
A fase de lagarta tem duração média de 18 a 21 dias, a depender da temperatura. É nessa fase que os maiores danos ocorrem, principalmente ao passar do desenvolvimento das lagartas. Temperaturas amenas favorecem essa espécie.
As lagartas possuem coloração verde intensa e podem atingir comprimento de 2,7 cm. A fase de pupa desta espécie dura em média 12,7 dias.
Os danos causados pela Rachiplusia nu incluem:
desfolha;
aspecto rendilhado dos folíolos, mantendo apenas as nervuras intactas;
cada lagarta pode consumir um total de 1074 mg, chegando até 100 cm² de folhas.
Fase larval de R. nu, e danos causados, com preservação das nervuras (Fonte: Marsaro Júnior, 2016)
Controle da lagarta falsa-medideira da soja R. nu
O controle deve ser baseado no monitoramento da lavoura e na escolha dos inseticidas para combater a praga.
Essa lagarta deve ser controlada quando atingir o nível de ação, que, para lagartas, de forma geral, deve ser realizada quando a desfolha for igual ou superior a 30% durante o estádio vegetativo da soja e quando atingir 15% durante o período reprodutivo da soja.
É importante que os inseticidas para controle sejam utilizados no momento correto, quando houver real necessidade, assim evitando a eliminação de insetos benéficos à lavoura.
Áreas de refúgio devem ser utilizadas obrigatoriamente para o manejo antirresistência, a fim de se evitar problemas de resistência aos inseticidas e à tecnologia Bt.
Mariposa da falsa-medideira R. nu (Fonte: Specht, 2020)
6. Lagartas broqueadoras de vagens e grãos
Estão são as lagartas consideradas broqueadoras de vagens e grãos:
Complexo de lagartas do gênero Spodoptera:
S. eridania: são mais ativas no período noturno, e encontradas com maior frequência no terço inferior das plantas;
S. cosmioides: ataca grande número de hospedeiros; Ambas as espécies causam desfolha ou destroem as vagens em formação, possuindo importância crescente na região do Cerrado
Lagarta-da-maçã-do-algodoeiro (Heliothis virescens): Alimentam-se de vagens da soja e, às vezes, das folhas;
Broca-pequena-das-vagens (Maruca vitrata): Essas pragas broqueiam — ou seja, causam danos às vagens, hastes e pecíolos da soja, com maior ocorrência em períodos de seca associados a altas temperaturas;
Helicoverpa armigera: Essa lagarta se alimenta principalmente de folhas e hastes da soja, mas tem preferência pelas estruturas reprodutivas (botões florais, vagens e grãos).
Controle das lagartas broqueadoras de vagens e grãos
Para o controle, é recomendável utilizar inseticidas seletivos para o complexo de inimigos naturais das pragas agrícolas. Além disso, o uso de inseticidas deve ser realizado de acordo com os níveis de controle; por isso, a amostragem e o histórico da área são informações muito importantes.
Informações sobre inseticidas recomendados para o controle de cada uma das espécies de lagartas podem ser encontrados no Agrofit, a partir da pesquisa por nome comum da praga ou nome científico.
Consulte sempre um agrônomo para melhor recomendação do produto, de acordo com as necessidades da sua lavoura.
Para o controle de lagartas, ainda de modo geral, é necessário implementar um programa de manejo integrado de pragas (MIP), com a junção de diferentes métodos de controle, principalmente para o manejo antirresistência. As recomendações para o manejo das principais espécies com relatos de resistência podem ser conferidas diretamente nos materiais disponibilizados pelo Comitê de Ação à Resistência a Inseticidas (IRAC).
7. Mosca-branca (Bemisia sp.)
A mosca-branca é um inseto sugador que pode transmitir vírus em plantas leguminosas como a soja.
Além disso, durante a alimentação, esse inseto-praga da soja libera parte da seiva sugada – substâncias açucaradas sobre os tecidos da planta, que favorecem o desenvolvimento de um fungo de coloração escura conhecido como fumagina.
A fumagina por si só não afeta a cultura da soja. Porém, devido ao recobrimento da superfície foliar, pode reduzir a área fotossinteticamente ativa, prejudicando a cultura.
Os danos em soja são causados tanto pelos adultos quanto pelas ninfas, na fase vegetativa ou reprodutiva da cultura.
No entanto, o ataque é predominante na fase de enchimento de grãos, sendo favorecido por períodos de estiagem prolongada associados à ocorrência de altas temperaturas.
Aparência visual de adulto, ninfas e ovos da mosca-branca
Controle da mosca-branca
O controle pode ser feito pela escolha da melhor época de semeadura, eliminação de plantas hospedeiras, rotação de culturas e seleção de inseticidas efetivos.
Ademais, o período de vazio sanitário, utilizado para o controle da ferrugem-asiática, é também uma importante ferramenta de controle para essa praga da soja.
Para a aplicação de inseticidas, é importante entender que moléculas têm apresentado eficiência na região de cultivo, bem como em que fases da mosca-branca elas possuem ação.
O tratamento de sementes com inseticidas também ajuda a reduzir ou retardar o estabelecimento da praga.
8. Percevejo-castanho (Scaptocoris spp.)
O percevejo-castanho é um inseto polífago e de hábito subterrâneo, sendo uma praga que ataca um grande número de plantas hospedeiras.
Sua presença é facilmente reconhecida, devido ao forte cheiro que exala quando o solo é movimentado.
No Brasil, as principais espécies de percevejos-castanhos associadas à cultura da soja incluem são:
Scaptocoris castanea;
S. carvalhoi;
S. buckupi.
O inseto suga a seiva das raízes da soja e pode ser encontrado predominante em solos arenosos.
Desse modo, os sintomas provocados podem ser confundidos com uma deficiência nutricional ou doença, já que destroem as raízes da soja e os nódulos de fixação biológica de nitrogênio, afetando negativamente o estabelecimento do estande, o vigor e o desenvolvimento das plantas.
Os danos têm sido mais frequentes nos estados do Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul.
Controle do percevejo-castanho
O controle do percevejo-castanho é preventivo. Por isso, é necessário fazer o monitoramento dessas pragas por meio de amostragens, antes da instalação da lavoura.
Além disso, a alteração da época de semeadura e a aplicação de inseticidas no sulco de semeadura auxiliam o manejo.
Quanto ao controle biológico, estudos estão sendo realizados para controlar a praga usando fungos entomopatogênicos, como o Metarhizium anisopliae.
9. Outros percevejos
Além do percevejo-castanho, há outros percevejos que podem danificar as vagens ou os grãos da soja em formação. São eles:
Percevejo-marrom: (a), ovos (b), ninfas de primeiro (c) e quinto ínstar (d) (Fonte: Panizzi, 2012)
Percevejo-verde-pequeno: adulto (a), ovos (b), ninfa de primeiro (c) e quinto ínstar (d) (Fonte: Panizzi; Bueno; Silva, 2012)
A época de ocorrência é o período de florescimento e, após a colheita da soja precoce, migram para talhões de soja mais tardia.
Os sintomas são grãos menores, enrugados, chochos e com a cor mais escura que o normal.
Quando o ataque ocorre nos estádios R3 a R4, podem favorecer o abortamento de vagens.
Se o ataque é durante o enchimento da vagem (R5), podem afetar o rendimento da cultura e a qualidade dos grãos ou sementes produzidas.
Além disso, um ataque severo de percevejos na soja pode causar distúrbio fisiológico na planta, causando retenção foliar.
Regiões de ocorrência dos percevejos:
Percevejo-marrom, percevejo-verde-pequeno e o percevejo-verde: região Centro-Sul do Brasil;
Percevejo-verde: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul;
Percevejo-marrom e o verde-pequeno: Cerrado.
Controle de percevejos
Deve ser iniciado no estádio R3, quando houver dois percevejos por metro para lavouras de grãos e um percevejo por metro para lavouras destinadas a sementes.
O controle biológico pode ser feito das seguintes formas:
Parasitóides de ovos: Trissolcus basalis;
Parasitóide de adultos: Hexacladiasmithii.
No entanto, os parasitóides são muito sensíveis a inseticidas de amplo espectro de ação. Por isso, tenha atenção quanto aos defensivos escolhidos.
10. Tamanduá-da-soja (Sternechus subsignatus)
As plantas jovens são as mais suscetíveis ao ataque dessa praga, conhecida como bicudo, cascudo ou tamanduá-da-soja.
Controle do Tamanduá-da-soja
Devem ser realizadas amostragens nos talhões em que, na safra anterior e na entressafra, tenham sido observados ataques severos da praga.
A rotação de cultura (por exemplo, com milheto, Crotalaria juncea ou mucuna-preta) é uma boa opção de controle.
Ademais, ao emergir, os adultos podem ser controlados com inseticidas, também sendo possível o tratamento de sementes com fipronil, tiametoxam.
11. Ácaros
Podemos citar quatro ácaros que podem causar danos à cultura de soja:
Ácaro vermelho (Tetranychus ludeni ou Tetranychus desertorum);
Ácaro-verde (Mononychellusplanki)
(Fonte: Unipac)
Os ácaros ficam na parte inferior das folhas e, possivelmente, é necessária uma lupa para vê-los.
No entanto, você pode observar seus sintomas — que, normalmente, são pontuações claras (células mortas) na folha que podem evoluir para manchas. Os sintomas são desuniformes nas plantas e ao longo da lavoura.
No caso do ácaro branco, os sintomas são folhas encarquilhadas, podendo até ser confundido por viroses. Isso ocorre porque esse ácaro ataca as folhas novas, prejudicando o processo de expansão da folha.
Além do mais, o ataque dos ácaros decorre condições climáticas ou algum desequilíbrio.
O desequilíbrio pode ser causado pela aplicação de inseticidaspouco seletivos, que matam também os inimigos naturais dos ácaros.
São exemplos desses inseticidas os piretróides, usados em soja para lagartas e percevejos. Já os neonicotinoides favorecem os ataques por estimular a reprodução dos ácaros.
Quantos às condições climáticas, as estiagens favorecem todos os ácaros citados, exceto o ácaro-branco, que prefere períodos chuvosos.
Além disso, no geral, as infestações ocorrem nos estádios iniciais de desenvolvimento da cultura e, especialmente, após o florescimento das plantas.
O importante aqui é saber identificar o problema e anotar a presença dos ácaros na lavoura, para que isso fique registrado no histórico da área.
Controle de ácaros
Não existe um método adequado para realizar a amostragem dessas pragas da soja, já que há dificuldade em visualizá-los, o que dificulta o manejo.
Muitas vezes, as próprias condições climáticas desfavoráveis já controlam essa praga da soja.
12. Corós
Podemos citar três espécies de corós dessas pragas da soja e suas regiões de ocorrência:
Coró-da-soja (Liogenys fusca): Goiás e Mato Grosso;
Coró-da-soja-do-cerrado (Phyllophaga capillata): Distrito Federal, Mato Grosso e Goiás;
Coró-pequeno-da-soja: Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás;
Os corós se alimentam de raízes da soja e até mesmo nódulos de fixação biológica de nitrogênio.
Por isso, os sintomas são de desenvolvimento lento, amarelecimento, murcha e morte.
Com isso, causam redução na capacidade das plantas de absorver água e nutrientes, podendo ocorrer até 100% de perda da lavoura.
Semeaduras tardias tendem a sofrer maiores danos, uma vez que há predomínio de larvas maiores, que são mais vorazes.
Controle dos corós da soja
É importante fazer amostragens no solo, para identificar as espécies presentes dessas pragas da soja, seu nível populacional e o estádio de desenvolvimento.
Além disso, o monitoramento dessas pragas deve ser feito antes do plantio, já que é recomendado o controle preventivo.
Outro controle preventivo é a alteração da época de semeadura e o preparo do solo com implementos agrícolas adequados. O uso de armadilhas luminosas permite capturar adultos do inseto durante a noite e, assim, também contribuir para reduzir infestações.
Como controle químico, temos a aplicação de inseticidas nas sementes ou no sulco de semeadura da soja.
Conclusão
Aqui vimos as principais pragas da soja, sabendo mais sobre suas características e métodos de controle.
Conseguimos compreender também a época de ocorrência dessas pragas e as condições favoráveis a cada uma delas para que o monitoramento da lavoura seja realizado constantemente.
Agora é possível começar o MIP efetivamente, seja por planilhas ou um software agrícola como o Aegro, que possibilitam um controle mais eficaz e econômico.
Gostou destas dicas sobre amostragem e monitoramento de pragas da soja? Assine nossa newsletter para receber mais artigos como este!
Atualizado em 07 de junho de 2023 por Bruna Rhorig.
Bruna é agrônoma pela Universidade Federal da Fronteira Sul, mestra em fitossanidade pela Universidade Federal de Pelotas e doutoranda em fitotecnia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul na área de pós-colheita e sanidade vegetal.
Cultura da soja: preparo do solo, escolha da cultivar, custeio, controle de estoque e muito mais!
O Brasil é o segundo maior produtor mundial de soja, com produtividades impressionantes, sendo o Mato Grosso, Paraná e o Rio Grande do Sul os maiores produtores do país.
Para conseguir atingir esses níveis altos de produtividade da cultura da soja, como você está se preparando?
Com a tendência de aumentar as áreas cultivadas e a produtividade, é importante realizar o planejamento da safra para garantir, além de produtividade, mais rentabilidade.
Por isso, separei alguns pontos que vão te ajudar a se planejar para a safra e alcançar resultados incríveis.
Produtividade da cultura da soja nos estados brasileiros
A maioria dos estados brasileiros têm áreas produtoras da cultura da soja. Os principais em relação à área plantada são o Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Paraná.
Em relação à produção e produtividade, o Mato Grosso se mantém como principal estado, seguido do Paraná e Rio Grande do Sul.
A média de produtividade é semelhante em todos os estados e, a cada ano, com aumento de investimentos e de tecnologia, tende a aumentar cada vez mais.
Segundo dados da Embrapa, o Brasil tem média de produtividade de 3.379 kg/ha, sendo o maior produtor mundial do grão, seguido dos Estados Unidos, com média de 3.187 kg/ha.
Veja a seguir os números de área, produção e produtividade dos estados brasileiros na última década:
Todo ano, o governo federal anuncia o Plano Safrado próximo ano agrícola.
Do total disponível pelo plano, há uma porcentagem destinada ao custeio e comercialização dos produtos agrícolas.
Este custeio antecipado permite ao agricultor realizar negociações e efetuar a compra dos insumos por um preço mais baixo.
Segundo o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), as operações se destinam a financiar a cultura da soja, milho, arroz, algodão e café.
O crédito rural é um financiamento destinado a produtores, cooperativas e associações de produtores.
Você pode obter esse crédito de custeio até mesmo pelo aplicativo do Banco do Brasil.
Para conseguir o empréstimo são necessários alguns documentos, um deles é o orçamento ou projeto técnico de sua cultura da soja.
Nesse documento deverá ser apresentado todo seu planejamento de safra, incluindo os custos de produção planejados.
Você pode fazer esse planejamento manualmente ou através de umsoftware de gestão agrícola, como o Aegro, é fácil e rápido, agilizando e modernizando seu planejamento:
Faça o orçamento inicial da cultura da soja
É neste momento que será possível identificar os gastos da produção da safra, assim como seu orçamento por talhão.
Realizar o orçamento possibilita identificar quais economias são possíveis de serem aplicadas e quais gastos são essenciais e devem permanecer no planejamento.
Para ter um planejamento bem estruturado, é importante ir a campo, observar os talhões para saber as medidas que deve tomar em cada um deles.
Pense também em adotar o Manejo Integrado de Pragas (MIP), podendo reduzir o número de aplicações e aumentar a eficiência do seu manejo.
Outro ponto é rever os custos das safras anteriores e o histórico de suas áreas. Assim, você saberá se é possível reduzir alguns insumos em determinados talhões ou se algum talhão precisa de um manejo adicional.
O orçamento também é importante para que, após a safra, você veja seu gasto efetivo comparando com o que foi planejado, obtendo maior controle de suas finanças.
Comece sua cultura da soja “no limpo”
O manejo de plantas daninhas na pós-colheita da safrinha é de extrema importância para reduzir a matocompetição inicial entre a cultura da soja e as plantas invasoras.
Se a sua área apresentar alto nível de infestação ou plantas daninhas de difícil controle, recomendo que você faça a dessecação antecipada.
Essa dessecação consiste em:
20 dias antes do plantio: aplicação de um herbicida sistêmico, como o glifosato;
Próximo àsemeadura: aplicar herbicida de contato, como o diquat.
É interessante também associar um herbicida pré-emergente no momento do plantio da soja, garantindo o controle de invasoras no início da cultura.
Adotando as práticas acima é possível ter um ganho de produtividade, pois se cria condições ideais para o plantio (germinação e emergência da planta de forma uniforme).
“Mesmo que a adoção da cultivar convencional seja praticada em apenas uma parte da propriedade, o ideal é que seja feita a rotação de cultivares (convencional/transgênica), para que o manejo diferenciado de herbicidas passe por toda a área de produção”
Preparo do solo para a cultura da soja
O plantio direto na sojaestá presente na maioria das lavouras do Brasil. Ele potencializa a produção e proporciona um manejo sustentável para o solo.
Mas devemos lembrar a importância de preparar o solo para iniciar uma safra ou mesmo ao iniciar a prática de plantio direto.
Para iniciá-lo é preciso realizar a análise de solo para cada uma de suas áreas. O ideal é que seja realizado pelo menos uma vez por ano.
Também é interessante realizar a análise no mínimo 3 meses antes do início da safra. Desta forma, há tempo de corrigir o solo antes do plantio.
Com a análise de solos em mãos é possível determinar as medidas de correção (calagem e gessagem, por exemplo) e adubação que serão necessárias para cada talhão, aplicando apenas o necessário.
Escolha qual ou quais cultivares utilizar para formar sua lavoura de soja
Aescolha da cultivardeve sempre considerar a adaptação à região em que será plantada.
O Ministério da Agricultura lança anualmente uma portaria onde são definidas as cultivares de soja que o agricultor pode utilizar na sua região pelo Zoneamento Agroclimático.
Outro ponto que deve ser considerado é o ciclo da cultivar escolhida.
Principalmente para aqueles agricultores que realizam a safrinha, é importante o uso de cultivares mais precoces, para que o milho não tenha problemas com seca ou frio.
Ainda falando sobre sementes, há alguns pontos que precisam ser avaliados:
Qualidade da semente
Aqualidade da sementedepende dos aspectos genéticos, físicos, fisiológicos e sanitários.
Sementes de alta qualidade apresentam alto vigor, que reflete diretamente na formação do seu estande. Elas permitem uma uniformidade no desenvolvimento das plantas no campo e uma emergência rápida.
Apresentam ainda maior tolerância em condições de estresse, como época de seca, por exemplo.
Semente convencional x Semente transgênica
Hoje temos no mercado dois tipos de sementes: a convencional e as transgênicas.
A soja convencional não possui alterações genéticas e, por isso, geralmente tem um valor mais baixo em relação às transgênicas.
Alguns produtores têm optado por utilizar cultivares convencionais devido ao acréscimo de R$ 5 a R$ 12 por saca comercializada, dependendo da região.
Para auxiliar esses produtores, a Aprosoja Mato Grosso e a Embrapa criaram, em 2017, o Instituto Soja Livre.
Já com a utilização de cultivares transgênicas, os produtores têm mais flexibilidade na utilização de produtos para controle de pragas, plantas daninhas, entre outros.
Variedade de características presentes em cultivares de soja transgênicas (Fonte: CropLife Brasil)
Como exemplo de tolerância a herbicidas, temos a soja RR, tolerante à molécula do glifosato e que hoje é cultivada em mais de 90% da área de soja brasileira.
Outro exemplo conhecido é a soja Intacta RR2 PRO, que lista 3 benefícios aos agricultores como vemos na figura abaixo:
(Fonte: Intacta RR2 PRO)
Outra tecnologia recente é a 3ª geração de soja transgênica, a Intacta2 Xtend, tolerante aos herbicidas Dicamba e glifosato, além de oferecer proteção contra alguns gêneros de lagartas.
Dentre tantas opções, qual semente utilizar pode se tornar uma escolha difícil.
Mas, se você conhecer a fundo sua fazenda, sabendo se há plantas daninhas resistentes, por exemplo, terá uma decisão muito mais certeira e segura.
Estoque enxuto, dinheiro em movimento
Ter produtos parados no estoque pode prejudicar suas finanças. Insumo parado no estoque é sinônimo de dinheiro parado. Ou seja, é capital que poderia ter sido investido em outras ações para melhorar a sua fazenda.
Manter um estoque enxuto, com produtos que atendem apenas às demandas do momento, é importante para manter um estoque organizado.
Tente programar com os seus fornecedores os momentos das entregas e que ocorra com maior frequência, de modo que o estoque na sua propriedade seja baixo. Assim, você sempre terá produtos dentro do prazo de validade e úteis para sua lavoura.
Mas para isso é importante ter anotado os produtos em estoque, a quantidade disponível, preços, prazos de validade, histórico de entrada e saída.
Uma maneira de você não se perder nas anotações é automatizar as informações do seu estoque. Assim você entende, de forma fácil, como está a rotatividade dos produtos na sua propriedade e nos seus talhões, além dos custos envolvidos.
O interessante é que você tenha as seguintes informações:
cadastro de todos os produtos;
os seus respectivos preços;
indique em qual estoque está este produto;
o volume inicial e o volume final.
Não se esqueça de realizar todas as entradas e saídas. Dessa maneira, sempre será possível verificar se há necessidade de adquirir novos produtos.
Além disso, ter um histórico dos preços dos insumos da safra anterior proporciona a você mais argumentos para o momento da negociação!
Você pode começar a automatizar seu estoque pela planilha gratuita que disponibilizamos aqui.
Para comercialização, considerar se o cultivar que semeou é convencional ou transgênico é muito importante.
Se você utilizará parte da área com convencional e parte transgênica, atenção à limpeza das máquinas para evitar contaminação. Caso ocorra, você pode perder sua bonificação na hora de comercializar!
Outro ponto é: para escolher entre uma semente transgênica ou convencional, é importante analisar os custos da produção de cada uma delas e a comercialização na sua região.
Nesse sentido, certifique-se de que há silos disponíveis para entregar a produção. Isso porque há casos em que os silos estão cheios e a soja poderá ser levada até outro município, encarecendo o produto.
Por isso, é importante verificar na sua região a disponibilidade dos silos que recebem sementes convencionais.
É essencial também pensar em qual será seu custo total para ter certeza da tomada de decisão de venda.
Se você não sabe seu custo, não é possível saber qual preço de venda compensa. Assim, não é possível fazer contrato de venda futura, o que poderia aumentar sua rentabilidade.
Realizando a gestão da sua propriedade é possível chegar a esta resposta. Faça um planejamento em planilhas, cadernos ou softwares de todos os gastos para realizar o plantio.
Mantenha um planejamento de insumos, gastos com os maquinários, mão de obra e demais custos envolvidos.
Assim, você saberá a viabilidade da cultura da soja, sabendo ao final da safra se o planejamento foi cumprido.
Por meio de registros durante a safra você ainda poderá saber sua rentabilidade por um preço projetado de venda.
Conclusão
Realizar um planejamento de safra é essencial para obter economia e evitar desperdícios que levam a gastos desnecessários.
Determinar os insumos e cultivares que serão utilizados permite o controle da fazenda, com menor chance de erros.
Pesquisar na região as possibilidades de entrega da produção também ajuda na escolha da semente e no planejamento da colheita.
Tudo isso resulta em menos desperdícios de insumos e de investimentos, otimizando os custos de sua safra.
Além disso, tenho certeza que um bom planejamento inicial o levará a uma ótima produtividade!
Como você faz hoje seu orçamento da safra para a cultura da soja? Já sabe a produtividade esperada de suas áreas e quais os custos envolvidos? Adoraria ver seu comentário abaixo!
Atualizado em 07 de dezembro de 2020 por Carina Oliveira Agrônoma formada pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), mestra em Sistemas de Produção (Unesp), e doutora em Fitotecnia pela Esalq-USP.
Adubação foliar em soja pode ser utilizada em algumas estratégias, mas também pode se tornar problema se não feita adequadamente.
A ocorrência de problemas no plantio e estabelecimento das lavouras fazem com que muitos produtores corram atrás do prejuízo a todo custo.
Isso ocorreu, por exemplo, na safra 2017/18 de soja.
Diante desses contratempos as lavouras podem apresentar desenvolvimento irregular.
Assim, muitos produtores recorrem a soluções alternativas, sendo a adubação foliar muito utilizada nesse sentido atualmente.
No entanto, a escolha errada do fertilizante pode diminuir em mais de 400% a eficiência de aplicação foliar do nutriente.
Por isso, confira todas as principais dicas sobre adubação foliar a seguir:
Adubação foliar: O que é e qual sua importância
Uma das formas de auxiliarmos as plantas de soja no processo de obter os alimentos necessários para o bom desenvolvimento é através do processo de adubação.
As plantas precisam de um solo rico em nutrientes para que possam se desenvolver bem, e para que o solo se mantenha forte e rico em nutrientes é necessário que ocorra a adubação para a quantidade de nutrientes ideal seja atingida.
Porém, quando esses nutrientes não são fornecidos pelo solo, existem outras maneiras de reposição na planta, como é o caso da aplicação foliar, ou: adubação foliar.
Essa adubação de soja (foliar) consiste em um processo nutricional complementar.
A opinião da adubação foliar em soja por especialistas
Áureo Lantmann, do Projeto Soja Brasil, afirmou que a adubação foliar em soja pode ser um fator que precisa ser avaliada com cuidado, não sendo uma unanimidade no setor.
Áureo também ressalta que muitas vezes os resultados dessa prática são exagerados e tratados de forma genérica, sem mencionar as particularidades que devemos nos atentar.
O especialista Dirceu Gassen afirma que a aplicação foliar pode ser viável, mas que o mais importante é a adubação via solo.
Na opinião dele, os adubos foliares são apenas estratégias de estímulo para crescimento da planta para casos específicos.
Em uma busca rápida na internet você poderá ver que a opinião de especialistas é quase unânime: a adubação foliar é complementar e mais eventual do que rotineira.
Para a adubação foliar realmente compensar, veja os cuidados e como saber seu custo-benefício a seguir:
Cuidados e custo-benefício com adubação foliar em soja
A utilização de sais e outras substâncias para a adubação foliar em soja pode resultar em queima das folhas.
Isso reduz a capacidade de fotossíntese da lavoura e pode reduzir a produtividade final ao invés de aumentá-la.
Portanto, vale a pena estudar a bula do produto, a concentração e vazão recomendadas, e consultar a empresa fabricante caso haja algum problema.
Outro cuidado fundamental para esse e outros produtos é o custo: será que compensa mesmo esse tipo de adubação?
É estimado que a aplicação foliar de micronutrientes fique entre R$ 50 e R$ 70 por ha, mas há muitas particularidades em cada fazenda que precisam ser levadas em consideração.
Desse modo, anote em um caderno ou planilha as seguintes informações para conhecer se essa adubação compensa:
custo do adubo foliar (R$/L);
dose recomendada (L/ha);
número de aplicações necessárias;
custo da aplicação por hectare (R$/ha);
resposta esperada em produtividade (kg/ha);
valor de venda do produto (R$/sc).
Multiplicando o custo do adubo foliar pela dose recomendada e pelo número de aplicações você terá o custo total do produto por hectare.Some o resultado dessa conta pelo custo da aplicação por hectare. Agora você terá o custo total da adubação foliar.
Para saber se realmente esse custo compensa, estime a resposta em produtividade e o preço que venderá sua casa de soja.
Após isso, multiplique o número de sacas esperadas em resposta a essa adubação pelo preço de venda por saca. Esse será seu ganho devido à adubação.
Subtraia o ganho que você teve por hectare pelo custo total da aplicação. Desse modo você verá se teve prejuízo ou ganhos com essa aplicação (custo-benefício).
Veja o exemplo abaixo:
*Dados meramente ilustrativos.
Note que uma estimativa real dos ganhos de sacas de soja devido a adubação são essenciais para verificar o verdadeiro custo-benefício.
Você também percebeu que fazer essas contas para esses e outros produtos em um caderno ou planilha de excel é trabalhoso e sujeito à muitos erros.
Você simplificar tudo isso e ainda visualizar melhor todos os seus dados por meio de um software de gestão agrícola:
Adubação foliar em soja: principais nutrientes
A soja é uma cultura exigente em termos nutricionais e eficiente em absorver e utilizar os nutrientes contidos no solo, principalmente nitrogênio (N), potássio (K), cálcio (Ca), fósforo (P), magnésio (Mg) e enxofre (S).
Sintomas de deficiência nutricional em plantas (Fonte: Semear & Plantar)
Os micronutrientes, ou seja, aquelas que a planta precisa em menor quantidade, são os mais utilizados na adubação foliar, já que são menos encontrados em fertilizantes convencionais.
Um dos micronutrientes mais utilizados em soja é o manganês, confira o porquê:
Adubação foliar em soja: O caso do Mn
No caso da soja, temos o caso do manganês (Mn) com crescente uso de sua adubação foliar.
A redução de rendimento de soja pode chegar até 25% pela deficiência de Mn.
Diante desse quadro, há 2 fatores que interagem negativamente alterando o estado nutricional das plantas:
1. A deficiência nestas áreas tem sido atribuída à utilização de calcário dolomítico (>12% de MgO)
Em cobertura sem incorporação do produto, a maior quantidade de Mg aplicada inibe de forma significativa a absorção de Mn e Zn por efeito de inibição.
Além disso, a elevação do pH a valores próximos da neutralidade causa um novo equilíbrio dos íons na solução do solo em detrimento dos micronutrientes.
2. Uso de cultivares de soja transgênicas
Com aplicação do herbicida glifosato, existe um efeito negativo na síntese do ácido chiquímico, diminuindo a absorção alguns elementos metálicos (Cu, Mn e Zn).
Isso faz com que a cultura apresente sintomas foliares de deficiência após a aplicação do herbicida.
Quando a concentração é aumentada, pode ocorrer a queima das folhas.
Na prática, têm sido obtidos resultados muito inconsistentes quanto à sua eficiência, é necessário portanto a realização de mais estudos para a confirmação desse fato.
Assim, a aplicação de Mn via foliar é recomendada, sendo indicada nos estádios entre estádio reprodutivo da soja V4 e R1.
No entanto, essa adubação deve ser feita de maneira adequada para realmente dar resultados positivos.
Algumas vantagens em utilizar a adubação foliar
1. Melhor aproveitamento do produto
A adubação foliar em soja é uma técnica que foca nos detalhes da nutrição de uma planta.
Isso significa que é preciso aplicar a dosagem certa no local certo, para que os resultados sejam os melhores possíveis.
Uma das consequências dessa técnica tão assertiva é, sem sombra de dúvidas, um melhor aproveitamento do fertilizante que está sendo utilizado na plantação.
Podemos afirmar que um volume do produto aplicado com a adubação foliar em soja dura muito mais tempo – e traz muito mais resultado – do que aquele aplicado com técnicas tradicionais.
2. Resultados mais eficientes no desenvolvimento da plantação
A aplicação assertiva reproduzida na adubação foliar também é a principal responsável pelos resultados mais eficientes em grandes e pequenas produções agrícolas.
Isso acontece porque a planta, com essa técnica, recebe a dosagem ideal de nutrientes que precisa.
A adubação foliar causa estímulos ao metabolismo das plantas, ajudando na formação de aminoácidos, clorofila, proteínas e outros elementos.
Por mais incrível que possa parecer, a adubação foliar é uma técnica de fácil aplicação.
A única exigência é um treinamento específico e um planejamento rígido para garantir os bons resultados que promete
4. Ocupa pouco espaço no estoque
Se você usa uma dosagem menor de fertilizantes para obter os melhores resultados, é claro que isso vai refletir significativamente na sua capacidade de estocar esse produto na sua lavoura.
Uma das grandes queixas de produtores é o grande volume de produto demandado pela plantação toma um grande espaço físico no espaço de trabalho.
A adubação foliar reduz essa perda de espaço, tornando a tarefa de estocar um produto de qualidade ainda mais fácil e eficiente.
Falando em estoque, você pode ter um maior controle do seu por meio de planilhas.
5. Custo benefício pode ser positivo
No primeiro momento você vai imaginar que a adubação foliar aparenta ser uma técnica muito mais cara do que a fertilização tradicional.
A adubação foliar resulta em maior segurança ao meio ambiente já que a absorção dos fertilizantes é bem maior nessa prática.
Com isso, as chances de contaminação de solo e lençol freático são significativamente menores.
Mas para que todos esses benefícios se concretizem devemos seguir algumas recomendações:
Recomendação de adubação foliar em culturas de soja
O período de aplicação dessa adubação foliar em soja deve ser quando os nutrientes são absorvidos em maior quantidade.
Isso corresponde à fase do desenvolvimento da planta, começando em V2 (primeira folha trifoliada completamente desenvolvida) até R5 (início de enchimento de grãos).
Aliado ao aumento da velocidade de absorção, verifica-se também uma alta taxa de translocação na planta ao longo desse período.
A seguir você pode ver outras recomendações para adubação foliar em soja:
Fonte utilizada:
Diferentes fontes possuem diferentes eficiências de absorção na planta, por isso, pesquise e se atente a esse fator quando escolher seu fertilizante foliar.
Tipo de folha e arquitetura da planta:
Verifique o grau de inclinação da folha em relação ao seu eixo para determinar de que modo a aplicação pode ser mais eficaz.
Além disso, cultivares de soja que apresentam maior exposição da face inferior da folha, tamanho menor e semirreta são mais eficientes na absorção foliar de nutrientes que cultivares com folhas grandes.
Horário de aplicação foliar:
Deve ser feita entre 15h e 19h.
Estresse hídrico:
Há pouca eficiência se a aplicação for realizada quando a planta apresenta déficit hídrico acentuado.
Vento:
O excesso deste diminui a eficiência da aplicação e as plantas fecham os estômatos para reduzir a perda de água.
Com relação aos critérios técnicos, a decisão de usar ou não algum nutriente via foliar, deve estar apoiada na análise foliar.
Somente após a interpretação desta, será possível decidir pela correção de deficiências ou ainda, constatar toxicidade de nutrientes.
Na verdade, há necessidade de um diagnóstico em que se considere:
1) Resultados de análise de solo;
2) Resultados de análises foliar de anos anteriores;
3) Conhecimentos da adubação utilizada no ano e principalmente das adubações de anos anteriores;
4) Histórico de sintomas de deficiências em anos anteriores principalmente de micronutrientes;
5) Considerar a resposta apresentadas com o uso de adubos foliares em anos anteriores. Sem esse conjunto de informações,adubação foliar em soja fica sem objetivo e sem parâmetro de referência para sua recomendação. Nos casos de cobalto e molibdênio e do manganês, há argumentos técnicos para suas recomendações via foliar.
Cobalto e molibdênio, quando não foram adicionados via sementes, em que pese ser esta ainda a mais eficiente forma de adubação para esses dois nutrientes, pode se optar pela via foliar.
Para o manganês, quando surgirem sintomas ainda no período vegetativo, se recomenda a aplicação foliar. Bom lembrar que de soja RR, após aplicação do glifosato, são induzidas a falta de manganês, que pode ser corrigida com adubo foliar.
Conclusão
O adubação foliar em soja é uma boa alternativa para complementar a adubação feita através do solo.
Porém, que fique claro que o adubo foliar não substitui a fertilização do solo, apenas o complementa.
Para isso, a análise foliar é fundamental para identificar as deficiências das plantas e principalmente saber se há necessidade de aplicação foliar.
Além disso, é necessário verificar se os custos compensam os ganhos, obtendo a segurança na tomada de decisão da adubação foliar em soja.
Gostou das dicas? Você usa a adubação foliar? Tem outras informações sobre essa prática que não citei aqui? Deixe seu comentário abaixo!