About Gressa Chinelato

Sou Engenheira Agrônoma e mestra pela Esalq/USP. Atualmente, estou cursando MBA em Agronegócios e fazendo doutorado no Programa de Fitopatologia na Esalq.

Cultura do algodão: fatores que melhoram sua produtividade

Cultura do algodão: saiba os principais fatores que afetam a produção, obtenha planilhas grátis e saiba como estimar sua produtividade antes mesmo da colheita.

Nas últimas safras vimos um aumento expressivo da área plantada e da produção brasileira de algodão.

Os produtos agrícolas do algodoeiro vêm apresentando bons preços, aumentando o interesse pela cultura.

Mas, há vários problemas que podem ocorrer ao longo da cultura e reduzir a produção algodoeira.

Por isso, preparamos este texto para falarmos de alguns fatores que podem te auxiliar a melhorar a produtividade na sua fazenda.

Importância da cultura do algodão

A cultura do algodoeiro é cultivada há bastante tempo no Brasil. Da planta de algodão são aproveitados o caroço (semente) e a fibra.

Sendo que a fibra é utilizada para produtos têxtil e do caroço é extraído óleo, o qual tem como subproduto a torta de filtro utilizada principalmente na alimentação animal.

Além disso, o Brasil é o quinto maior produtor mundial de algodão, sendo a China, Índia e EUA os maiores produtores.

cultura do algodão

(Fonte: Conab em Abrapa)

Segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), a região Centro-Oeste é a região com maior produção de pluma e área plantada na safra 2017/18, com destaque para o estado de Mato Grosso.

O algodoeiro no Cerrado e no Brasil como um todo possui sistemas de produção com algumas particularidades.

Em vista de tudo isso, vamos conhecer mais sobre o ciclo da cultura do algodão e os fatores para o bom desenvolvimento da cultura e sua produtividade:

O ciclo da cultura do algodão

Ciclo da cultura pode variar entre 130 a 220 dias de acordo com a cultivar.

Além de que, no desenvolvimento do algodoeiro existem as fases vegetativas e reprodutivas na planta, e algumas dessas fases podem ocorrer ao mesmo tempo.

Na parte reprodutiva, os botões darão origem às flores.

O fruto do algodoeiro quando verde (não maduro) é denominado de “maçã”, enquanto que o fruto maduro é chamado de  “capulho”.

A fase final da cultura começa com a abertura do primeiro capulho e termina com a aplicação de desfolhantes e/ou maturadores.

O IAPAR ilustrou a fase vegetativa (V) para o algodoeiro:

2-cultura-do-algodão

(Fonte: IAPAR)

  • V0: emergência da plântula e até que a primeira folha verdadeira;
  • V1: limite anterior e até que a segunda folha verdadeira;
  • V2 a V5: mesmo critério de V1.

Já a fase reprodutiva começa com o primeiro botão floral visível (B), passando pelo florescimento (F) e depois a maturação do fruto transformando em capulho (C):

3-cultura-do-algodão-fase-reprodutiva

(Fonte: Adaptado IAPAR)

É necessário atenção nessa fase produtiva do algodoeiro, já que é nela que será definida a qualidade da fibra, afetando o preço final do produto.

No gráfico abaixo, você pode observar algumas fases que ocorrem no algodoeiro e o seu aparecimento dias após a emergência.

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(Fonte: Rosolem em IPNI)

Quando chega nas últimas fases do ciclo do cultivo do algodoeiro é normal querer saber a produtividade, especialmente para planejar e dimensionar a logística de escoamento da produção agrícola.

Veremos então, como estimar essa produtividade:

Estimando a produtividade da cultura do algodão

A estimativa de produtividade é um ponto muito importante para a sua gestão agrícola.

Por isso, nós deixamos disponível gratuitamente uma planilha para que você estime a sua produtividade da cultura do algodão.

planilha de produtividade do algodão Aegro

Esta planilha em Excel é muito interativa e tem um passo a passo para que você preencha os dados.

Veja como é fácil preencher e obter os dados. Além disso, você pode calcular a estimativa de produtividade e organizar essas estimativas por talhão da sua propriedade.

Vou mostrar um exemplo para te ajudar no preenchimento dos dados:

Peso médio dos capulhos

Você deve realizar a média com o peso de todos os capulhos coletados em pelo menos 10 plantas e dividir pelo número de capulhos.

Se você coletou 10 capulhos com os pesos 5; 4,4; 5; 6; 5,1; 5,9; 4,5; 5,2; 3,9 e 5 =5 gramas

Número médio de capulhos em 1 planta

Você deve realizar a média do número de capulhos em pelo menos 10 plantas.

Por exemplo, se você coletou em 10 plantas a quantidade de capulhos: 7, 10, 11, 8, 12, 15, 9, 10, 12 e 9 = 10,3 é a média de capulhos por planta de sua lavoura.

Número de plantas de algodão existentes em 1 metro

Escolha uma área que representa o talhão e conte quantas plantas existem em 1 metro. Se preferir, você pode contar em vários pontos do talhão e fazer uma média.

Espaçamento da sua lavoura

Normalmente no Brasil o espaçamento vai de 0,7 a 0,9 metros, sendo comum o espaçamento de 0,76m.

Depois de inserir esses dados, você terá automaticamente os valores de plantas/hectare e a Estimativa da produtividade de algodão em caroço.

Mas para ter uma ótima produtividade é preciso se atentar para alguns fatores. Veremos quais são eles a seguir:

Fatores que podem aumentar a produtividade na sua lavoura de algodão

Conhecimento sobre a cultura do algodoeiro

Em qualquer atividade é extremamente importante o conhecimento sobre ela.

Então, para a cultura do algodoeiro você deve conhecer o ciclo da cultura, que já comentamos acima.

Dessa forma, você conhece as particularidades de cada fase da cultura, sendo importante saber sobre a variedade que utilizará na sua área.

Lembre-se também que as condições climáticas requeridas na cultura do algodoeiro são dias bastante ensolarados, com temperatura média mensal superior a 20ºC e com precipitações totais, no período vegetativo, de 500 a 1500 mm.

Planejamento da sua lavoura

É muito importante ter um bom estabelecimento da cultura do algodoeiro. Então, você precisa se atentar sobre:

Escolha das sementes e variedades para a sua lavoura

Você tem que conhecer a semente que pretende comprar: qual a porcentagem de germinação, variedade e qualidade das sementes.

Também é necessário planejar e realizar o tratamento de sementes adequadamente.

Além disso, lembre-se de realizar a semeadura na época adequada e com uma boa correção do solo.

>> Leia mais: “Como acertar o cálculo de semeadura do algodão

Manejo do solo

Para determinar qual adubo você deve utilizar, se precisa de gessagem e/ou calagem é muito importante realizar a análise de solo da sua propriedade.

Lembre-se que você precisa realizar a análise de solo periodicamente, pois podem ocorrer mudanças de uma cultura para outra.

Não deixe de realizar esta prática, achando que você pode economizar, te garanto que você pode perder muito se não planejar corretamente as atividades no seu sistema de cultivo.

Assim, com a análise do solo, você pode programar as atividades agrícolas da sua propriedade, realizar orçamentos, compra de adubos e corretivos agrícolas antecipadamente, com menor valor e gerenciar seu estoque.

Você pode realizar a análise de solo entre uma safra e outra, com 3 meses antes do plantio da safra.

Saiba mais sobre análise de solo aqui e sobre os laboratórios credenciados neste outro artigo.

Gerenciamento do estoque

Para a compra de insumos na sua lavoura, você deve planejar o que irá utilizar ao longo do cultivo.

Depois disso, você deve observar o mercado, com as flutuações dos preços.

Se você tiver um bom planejamento, pode comprar os insumos com menor preço.

Normalmente, o valor cai fora do período da safra, já que a procura é menor nesse momento.

Para a compra dos insumos antecipadamente são importantes as práticas de análise de solo, histórico da sua propriedade, estimativa de produtividade, e outros.

Tudo isso envolve e deve constar no seu planejamento agrícola.

Dessa forma, para gerenciar o seu estoque, você precisa monitorar a compra, o uso e o produto estocado dos insumos.

Para te ajudar no controle do estoque criamos uma planilha grátis para baixar:

Planejamento das atividades agrícolas

Você deve realizar o planejamento de todas as atividades agrícolas que ocorrem ao longo da cultura do algodão.

Planeje as atividades de preparo do solo, plantio, adubação, colheita e outras.

É importante você planejar essas atividades correlacionando com as condições climáticas, disponibilidade do insumo no estoque, disponibilidade de máquinas agrícolas e profissionais para as atividades.

Pragas e doenças podem reduzir a produtividade da sua lavoura, por isso, é importante conhecê-las e monitorá-las.

Vamos agora para o terceiro fator que influencia a produtividade do algodão:

3. Conhecimento e manejo das doenças da cultura do algodão

O conhecimento das doenças e das pragas do algodão é muito importante para te auxiliar no gerenciamento da sua lavoura algodoeira.

Algumas doenças importantes para a cultura do algodoeiro são:

Mancha de Ramularia

A ramulária é uma doença causada pelo fungo Ramularia areola, considerada a doença mais importante do algodoeiro atualmente.

Os sintomas iniciais são de difícil diagnose, sendo observada nas folhas mais novas e na parte inferior da folha, chamada de manchas azuladas.

Os sintomas progridem para manchas angulosas de coloração branca ou amarelada, com aspecto farináceo.

Esta doença começa pela região do baixeiro e progride para o ponteiro da planta.

(Fonte: Alderi Emídio em Embrapa)

As duas medidas de manejo mais recomendadas para o controle da mancha de Ramularia são o uso de variedades resistentes e quando há utilização de variedades com sensibilidade à doença, o controle químico é recomendado.

Ramulose

Esta doença é causada pelo fungo Colletotrichum gossypii var.cephalosporioides.

Este fungo pode infectar a planta em qualquer idade, se desenvolvendo melhor nos tecidos jovens.

Sintomas iniciais aparecem nas folhas novas, como manchas necróticas, podendo ter formato circular.

Este tecido necrosado tende a cair, tendo então, perfuração na folha.

A principal via de disseminação da doença é por sementes, por isso, é muito importante adquirir sementes de qualidade.

O principal manejo para esta doença é a utilização de variedades resistentes. Além disso, pode realizar a rotação de culturas e controle químico.

Mancha-angular

Esta doença é causada pela bactéria Xanthomonas citri subsp. malvacearum.

As folhas com a doença apresentam lesões angulosas de verde com aspecto oleoso inicialmente e depois progride para coloração parda com aspecto de necrosada. Com o tempo, você pode observar folhas rasgadas no local da lesão.

O principal manejo para esta doença é utilizando variedades resistentes.

Para te auxiliar na identificação e no manejo das doenças do algodoeiro, você pode utilizar este manual de identificação:

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(Fonte: A Granja)

Veja também sobre as doenças do milho e soja neste artigo.

Manejo Integrado de Pragas (MIP) na cultura do algodão

MIP é a utilização de diversas técnicas de manejo para manter a população da praga abaixo do nível de dano econômico, relacionando com aspectos econômicos, sociais e ecológicos.

Assim, as técnicas utilizadas podem ser o uso de variedades resistentes (incluindo tecnologia Bt), controle químico, rotação de culturas, controle biológico, espaçamento das plantas e outros.

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Com o Aegro é possível planejar e realizar o armadilhamento e monitoramento de pragas georreferenciado. Dessa forma, os dados não se perdem e tudo fica mais fácil de ser visualizado.

Quer saber mais sobre MIP? Veja este texto que escrevi: “8 fundamentos sobre manejo integrado de pragas que você ainda não aprendeu”.

Agora veremos algumas das principais pragas do algodão que podem afetar a sua lavoura:

Broca da raiz (Eutinobothrus brasiliensis)

As larvas da broca se alimentam dos vasos lenhosos da planta, com isso, interrompe a circulação da seiva bruta e ocorre morte das plantas.

Lagartas desfolhadoras

Existem várias lagartas que podem se alimentar das folhas do algodoeiro e acarretar desfolha das plantas, prejudicando muito o processo de fotossíntese da planta. Algumas das lagartas são:

Bicudo (Anthonomus grandis)

O bicudo ataca os botões florais do algodoeiro, que caem em seguida no solo, prejudicando a produtividade.

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(Fonte: Abapa)

Lagarta das maçãs (Heliothis virescens)

Essas lagartas se alimentam principalmente de botões florais e maçãs, podendo atingir as sementes (ficam danificadas). E com isso, há redução na produtividade.

Assim, para conhecer mais sobre as pragas do algodoeiro, você pode ver na publicação da Embrapa.

Embora o controle de doenças e pragas sejam fundamentais, o manejo de plantas daninhas dentro da cultura também é muito importante e merece atenção.

Outro fator essencial no sistema de produção de algodão é a tecnologia:

5. Fique atento às novas tecnologias que podem ser implantadas na cultura

Uso de aplicativos/ferramentas

Você sabe o quanto a tecnologia tem te ajudado a resolver vários problemas, e isso, também pode te auxiliar na agricultura.

Há vários aplicativos/ferramentas que podem colaborar no dia a dia da lavoura.

No aplicativo gratuito Aegro você pode planejar e registrar a realização de operações agrícolas. O aplicativo é disponível para Android (veja aqui) e IOS (acesse aqui).

Já com o software completo, você consegue ter o controle total da sua propriedade, com uma gestão financeira e agrícola integrada, simples e eficiente. Saiba mais aqui.

Ademais, neste artigo você pode conferir os aplicativos da Embrapa gratuitos para já começar a usar agora: “Tecnologia na agricultura: 10 ferramentas gratuitas da Embrapa”.

Agricultura de Precisão (AP)

A AP pode te ajudar com as atividades agrícolas da sua propriedade.

Você sabe que as porções da sua propriedade apresentam características diferentes, por isso, é necessário um sistema de gestão que busque otimizar e aproveitar melhor cada porção da área.

Assim, utilizando a AP você tem um melhor aproveitamento de cada porção da sua propriedade.

E consequentemente, têm um melhor aproveitamento dos insumos na sua lavoura.

Veja mais sobre a agricultura de precisão neste texto.

Conclusão

Neste texto foram discutidas sobre a importância da cultura do algodão no Brasil.

Também foram discutidos o ciclo da cultura e as características do algodoeiro.

Além disso, foi disponibilizado uma planilha excel e o passo a passo para estimar a produtividade da lavoura de algodão.

E para aumentar a produtividade, foram discutidos alguns fatores que podem te auxiliar na lavoura: conhecimento da cultura, planejamento das atividades, conhecimento de pragas e doenças e outras tecnologias.

Agora é só colocar essas dicas em prática!

>> Leia mais:

Herbicida para algodão: como fazer a melhor utilização para combate de plantas daninhas

Como tornar a colheita mecanizada do algodão mais eficiente

“O que é a mancha alvo do algodoeiro e como ela pode afetar a sua lavoura”

Como você calcula a estimativa de produtividade da sua cultura do algodão? Quais fatores te auxiliam para aumentar a produtividade da sua lavoura? Ficou alguma dúvida? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Tipos de adubos químicos na cultura da soja

Tipos de adubos químicos na cultura da soja: os principais fertilizantes, como fazer o manejo da adubação e as particularidades da soja para garantir uma boa nutrição de plantas.

Dados da Conab mostram que a produção mundial de soja foi 340,9 milhões em 2017/18, sendo que só o Brasil produziu 118 milhões.

Na safra 2018/19, o Brasil deve assumir o líder de maior produtor de soja do mundo.

Para que isso ocorra, a planta de soja deve estar bem nutrida, sendo necessária a adubação para suprir as exigências de altas produtividades.

Mesmo que você já conheça a adubação mineral, na cultura da soja há algumas particularidades que podem fazer toda a diferença na produção final.

Confira comigo todas essas questões e garanta uma cultura bem nutrida:

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Qual a importância da adubação e dos tipos de adubos químicos na cultura da soja?

Para uma planta se desenvolver ela precisa de nutrientes e muitos destes estão e serão absorvidos do solo.

Solos de regiões tropicais como ocorrem no Brasil é favorecido pelo intemperismo, tendo condições de alta temperatura e precipitações.

Intemperismo é o processo de transformação e desgaste das rochas e dos solos, através de processos químicos, físicos e biológicos.

Então, chuvas e precipitações elevadas favorecem o processo de formação do solo, assim, ficam muito intemperizados, com baixa fertilidade do solo.

Assim, muitos solos brasileiros não conseguem suprir por si só as necessidades para nutrição de plantas, sendo pouco férteis em geral.

Dessa forma, para aumentar a produtividade da agricultura brasileira é necessário o manejo cuidadoso do solo.

Por isso, a calagem (aumentando o pH do solo), bem como a gessagem e adubação são fundamentais para o nosso sistema de produção.

Além disso, os tipos de adubos químicos na cultura da soja também pode influenciar na absorção dos nutrientes e, consequentemente, na fertilidade do solo.

Isso porque cada tipo de adubo possui matéria prima diferente e tem uma dinâmica variável no solo.

E como sabemos, há uma relação entre a fertilidade do solo e produtividade da sua cultura.

Agora, veremos algumas características da cultura da soja que afetam a nossa adubação:

A adubação na cultura da soja

A adubação pode ser influenciada por diversos fatores, como:

  • Condições climáticas;
  • Chuva e temperatura;
  • Espécie e diferenças genéticas entre cultivares;
  • Teor de nutrientes no solo;
  • Tratos culturais.

Perceba que a espécie influência na adubação, pois cada uma tem uma exigência de nutrientes.

Além de que, cultivares podem possuir uma variação nessas exigências nutricionais.

Na tabela abaixo, você pode observar a quantidade de nutriente absorvida e exportada de nutrientes pela cultura da soja, para produção de 1000 kg de grãos.

Como podemos observar, o nutrientes que são exigidos em maiores quantidades na cultura da soja são: Nitrogênio (N), Potássio (K), Cálcio (Ca), Magnésio (Mg), Fósforo (P) e enxofre (S).

Especificamente sobre a soja, temos dois pontos importantes:

1. Marcha de absorção de nutrientes na soja

As culturas conseguem acumular em maior porcentagem os nutrientes até uma determinada fase no seu ciclo de cultivo. É o que chamamos de marcha de absorção.

Veja, por exemplo, o K na cultura da soja.

3-marcha-absorção-potássio
(Fonte: Embrapa)

Observa-se que o maior acúmulo está entre R5.5 e R6.

Após este período a porcentagem reduz, e por isso, não adiante mais aplicar o nutriente no solo.

Em geral, a absorção de nutrientes pela soja segue mais ou menos esse padrão mostrado no potássio.

Ou seja, a planta absorve nutrientes até atingir o ponto de máximo, cerca de 80 dias após emergência em R5.

Dessa forma, a absorção é mais rápida perto dos 45 dias após emergência, no início da floração da soja.

Por isso, esse é o período crítico da cultura. Nesse período, estresses por estiagem, infestação de pragas ou doenças, ou mesmo deficiência de nutrientes, podem reduzir drasticamente a produtividade.

Depois dessa fase, o acúmulo diminui, pois começa a translocação dos nutrientes para os grãos que estão se formando.

2. Nitrogênio na soja

A soja é uma planta leguminosa e que, portanto, realiza fixação biológica de nitrogênio.

Assim, a planta se associa à bactérias que fixam o nitrogênio do ar, ofertando esse nutriente à planta.

Dessa forma, este é um nutriente que conseguimos de forma biológica na soja, por isso é assunto para outro artigo!

>> Leia mais: “Inoculante para soja de alta produtividade: Como, quando e o porquê”

Questões comuns na adubação da cultura da soja

Depois de conhecer os principais nutrientes exigidos pela cultura da soja, cuidado com o excesso ou corte da adubação na sua cultura.

Em campo, vejo muitos produtores fazendo esses dois extremos.

Você pode tentar racionalizar a utilização de adubos e pensar em práticas eficientes de manejo para reduzir o custo.

Mas, o corte total da adubação da cultura pode lhe trazer sérios prejuízos.

Lembre-se que a adubação é um investimento na sua cultura, ou seja, na sua empresa rural.

O outro lado, o excesso de nutrientes, pode ocorrer por receio da cultura não atingir o seu potencial.

Nos dois casos, a solução pode ser obtida em 3 passos:

  1. Faça a análise de solo (veja mais sobre isso aqui);
  2. Interprete a análise do solo;
  3. Siga a adubação recomendada na sua região. Você pode ver detalhes da recomendação da adubação de soja para cada região neste artigo.

Agora que já sabemos as principais informações sobre adubação, vamos aos tipos de adubos químicos na cultura da soja:

Tipos de adubos químicos na cultura da soja: principais tipos de adubos potássicos

O Potássio (K) também é um elemento bastante exigido pela cultura da soja, sendo o segundo mais absorvido por essas plantas.

Este nutriente é importante como ativador de enzimas ligadas à fotossíntese, respiração, síntese de proteínas e síntese de amido.

Para produzir 100 kg de grãos são extraídos 20 kg de K2O.

A deficiência de potássio causa a clorose em folhas velhas, evoluindo para a necrose nas margens, ocasionando a redução da área fotossintetizante da planta.

Como já comentamos, esse nutriente é absorvido pela planta até aproximadamente R5.5.

Então, não adianta colocar nutriente após este período.

Assim, o K pode ser aplicado na semeadura ou a lanço antecipadamente.

Lembrando que no sulco da semeadura é recomendado apenas 50 Kg/ha de K2O, já que doses maiores podem prejudicar a emergência.

Veja alguns tipos de adubos químicos na cultura da soja para potássio:

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(Fonte: Nutrição de safras)

O cloreto de potássio é uma das fontes mais usadas, mas devemos tomar cuidado com os excessos para não ocorrer salinização do solo.

Para saber mais sobre adubação potássica em soja veja este texto: “Como fazer adubação potássica em soja”.

Tipos de adubos químicos na cultura da soja: principais tipos de adubos fosfatados

O Fósforo (P) é um nutriente que pode ser limitante dos solos brasileiros, por isso, deve-se ficar atento a esse nutriente.

A maioria dos solos brasileiros é altamente intemperizado e, de modo geral, deficiente em P, apresentando alta capacidade de retenção desse nutriente em formas pouco disponíveis às plantas.

O P tem função na fotossíntese e respiração das plantas, participa da formação de proteínas e estimula o crescimento do sistema radicular inicial.

A deficiência de P pode causar nas plantas raquitismo, redução do porte, retarda floração e maturação das vagens.

Nas folhas mais velhas exibem manchas necróticas marrons escuras nos tecidos internervais.

Na cultura da soja, a maior porcentagem de P absorvido é entre os estádios fenológicos R5.5 e R6.

Então se atente no momento exato para realizar a aplicação dos fertilizantes fosfatados.

Veja alguns dos principais adubos fosfatados que poderão ser usados na sua lavoura:

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(Fonte: Aula de Adubos e adubação Unesp Ilha Solteira)

Veja mais sobre o fósforo e os tipos de adubos químicos envolvidos na fosfatagem neste artigo.

Outros tipos de adubos químicos na cultura da soja

Além desses três nutrientes que falamos neste texto, também são importantes para a cultura da soja e são importantes para as plantas:

  • Cálcio: faz parte da parede celular, crescimento apical de raízes e da parte aérea;
  • Magnésio: faz parte da clorofila e é ativador enzimático;
  • Enxofre: importante para as proteínas;
  • Micronutrientes.

Para saber a quantidade que deve aplicar é importante se atentar na análise do solo.

Durante a safra, também é importante observar a lavoura procurando eventuais problemas, conhecendo os sintomas de deficiências nas plantas.

Se o nutriente é móvel na planta, então, o sintoma de deficiência começará nas folhas mais velhas da planta e se for imóvel, o sintoma começa nas folhas novas.  

6-tipos-de-adubos-químicos-na-cultura-da-soja-deficiência

(Fonte: Adaptado de Monteiro, Carmello e Dechen)

Além disso, você deve se atentar na formulação dos adubos utilizados para suprir P e K, em algumas formulações, também há outros nutrientes.

Exemplo é o termosfostafo, que além de ter P, também apresenta 7% de Mg.

E falando em formulação de adubos, veja um estudo realizado com alguns tipos de adubos químicos na cultura da soja.

Resultados de produtividade de grãos (kg/ha), peso de 100 sementes (PCS), teores dos nutrientes no tecido vegetal em resposta às diferentes fontes de fertilizantes e estratégias de aplicação na cultura da soja 2012/2013 em Cruz Alta (RS) em primeiro cultivo de soja.

7-tipos-de-adubos-químicos-da-cultura-da-soja-estudo

(Fonte: Universidade Federal de Santa Maria – Vogel, 2014)

Note que os tipos de adubos químicos na cultura da soja neste estudo os quais deram as maiores produtividades foram: S9 09.46.00, S9 07.34.12 e MAP.

Agora vamos para outro tipos de adubos químicos na cultura da soja:

Tipos de adubos químicos na cultura da soja: Adubação Foliar

A adubação foliar é para complementar a adubação via solo, principalmente para suprir nutrientes que estejam em baixa quantidade.

No entanto, não se esqueça da importância da adubação via solo.

Normalmente, quando se realiza adubação foliar é para suprir os micronutrientes.

Para determinar a necessidade da adubação foliar deve-se realizar análise foliar das plantas de soja.

Assim, você deve realizar o planejamento observando a relação custo/benefício que a adubação foliar pode propiciar na sua lavoura.

Para saber mais sobre adubação foliar na soja leia: Por que adubação foliar em soja pode ser uma cilada.

Veja 5 dicas para melhorar a produtividade da sua cultura de soja com adubação

1° dica: planejamento

Como sempre falo nos textos, você precisa planejar a sua cultura, pois ela faz parte da sua empresa rural.

Então, antes de iniciar qualquer atividade na sua fazenda, realize o planejamento.

Um bom planejamento da sua fazenda pode aumentar os lucros da sua atividade agrícola.

Veja mais sobre isso em: “5 Dicas no planejamento agrícola para otimizar o uso de fertilizantes”.

2° dica: organize os dados da sua fazenda

Seja em planilhas de excel ou em software de gerenciamento de fazendas, tenha todas as atividades da sua fazenda anotados e organizados.

Esses dados podem te ajudar na tomada de decisão e no gerenciamento da sua propriedade.

E como neste texto estamos falando de adubação, anote o tipo de adubo, a quantidade, a área que foi aplicada e o custo com a atividade em cada safra.

Essas informações podem te auxiliar na tomada de decisão para a próxima safra e também para determinar o seu custo de produção.

8-painel-controle-aegro

Com o Aegro todas as suas informações ficam seguras e fáceis de serem visualizadas

3° dica: análise do solo

Ter conhecimento dos nutrientes que estão disponíveis no solo é necessário para a tomada de decisão sobre realizar ou não adubação e qual o tipo de adubação.

As recomendações de adubação, calagem ou gessagem devem ser orientadas pelos teores dos nutrientes determinados na análise de solo e pelos objetivos de produtividade.

Nesse sentido, confira o artigo: “ Tudo que você precisa saber para acertar na escolha do laboratório de análise de solo”.

Além disso, você pode ver mais sobre calagem em “Tudo o que você precisa saber sobre cálculo de calagem (+calcário líquido)”.

4° Dica: tomada de decisão

Após conhecer os tipos de adubos disponíveis para a cultura de soja, observando o seu planejamento agrícola e o seu orçamento, defina o adubo que irá utilizar.

É muito importante cada propriedade se adequar quanto ao orçamento disponível para a atividade de adubação e também quanto à análise do solo.

Também observe o histórico da sua área, a condição financeira e de crédito, a expectativa de produtividade e de preço dos produtos agrícolas.

Então, não há uma receita única de adubação para a cultura da soja, isso depende muito da propriedade agrícola.

Assim, você precisa olhar os dados e tomar a decisão sobre adubação da sua fazenda.

Nesse sentido, veja o texto: “Esteja preparado e não se engane na pré-safra: saiba quais corretivos utilizar”.

planilha para planejamento da safra de soja Aegro

5° Dica: agricultura de precisão

A Agricultura de Precisão pode te ajudar com as atividades agrícolas de adubação.

Utilizando este manejo, você pode otimizar e aproveitar melhor cada porção da sua propriedade, pois, a AP considera que cada porção da sua fazenda é diferente.

E consequentemente, tendo um melhor aproveitamento da adubação na sua lavoura.

Conclusão

Neste texto foram discutidas sobre os tipos de adubos químicos na cultura da soja, quais os nutrientes exigidos em maiores quantidades e seu manejo.

Também foram discutidos sobre as características da cultura da soja que influenciam no manejo da adubação.

Além disso, foi abordada a importância de alguns passos importantes para realizar a adubação de forma econômica e efetiva.

Dessa forma, aproveite as informações e boa adubação na sua cultura de soja!

Como você realiza a adubação de soja? Quais os tipos de adubos químicos na cultura da soja que você utiliza? Ficou alguma dúvida? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Fatores que tornam seu solo mais fértil

O que torna o solo fértil? O que o torna infértil? Como conseguir melhor a fertilidade e assim melhorar a produção agrícola? Veja essas e outras informações no artigo a seguir:

Segundo relatório da FAO, 33% dos solos do mundo estão degradados, com perda de fertilidade e, consequentemente, produtividade.

No caso dos solos brasileiros, os principais problemas são a erosão, perda de carbono orgânico, e o desequilíbrio de nutrientes.

Apesar dos dados alarmantes, todos nós podemos tomar medidas para evitar essa degradação e tornar o solo mais fértil.

Aqui neste texto reunimos as principais dicas e informações sobre a fertilidade do solo para que você mantenha seu solo fértil e também produtivo! Confira:

O que torna o solo fértil e a importância disso na agricultura

Como sabemos, o solo é imprescindível para as atividades agrícolas, fornecendo nutrientes e água para as plantas.

Por isso, é muito importante você conhecer o solo da sua fazenda.

Um solo fértil é aquele que tem nutrientes para suprir as necessidades das plantas.

Assim, um solo infértil pode trazer muitos prejuízos, como disse José Graziano da Silva, diretor-geral da FAO:

A perda de solos produtivos prejudica gravemente a produção de alimentos e a segurança alimentar, amplifica a volatilidade dos preços dos alimentos e, potencialmente, mergulha milhões de pessoas à fome e à pobreza

o que torna o solo fértil

(Fonte: FAO)

A importância disso para o Brasil é ainda maior, já que o agronegócio em 2016 representou em torno de 23% do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil.

O que torna o solo fértil é primeiro determinado na formação do mesmo, como vamos discutir a seguir:

A formação dos solos influencia na fertilidade

A formação do solo inicia-se com o intemperismo do material de origem dos solos, ou seja, são fenômenos físicos, químicos e biológicos que agem sobre o material de origem.

Assim, o material de origem do solo, normalmente as rochas, sofrem ação do clima e dos organismos em um período de tempo para dar origem ao solo.

E é isso a causa dos diferentes tipos de solo. Veja os principais aspectos que afetam esse processo:

  • Material de origem: rochas ou resíduos vegetais;
  • Clima da região: precipitação e temperatura;
  • Relevo;
  • Organismos;
  • Tempo.

Dependendo desses fatores, e do grau de intemperismo, o solo formado será mais ou menos fértil.

A maioria dos solos brasileiros, por exemplo, não conseguem suprir por si só as necessidades nutricionais das plantas, sendo pouco férteis em geral.

Isso porque os solos já sofreram muito intemperismo, se constituindo em solos ácidos e com poucos nutrientes.

Por isso a calagem, gessagem e adubação são fundamentais para a nossa produção agrícola.

>>Leia mais: “Rochagem: Como essa prática pode beneficiar sua lavoura

A relação entre a classificação do solo e o que torna o  solo fértil

A classificação de um solo é obtida a partir da avaliação dos dados morfológicos, físicos, químicos e mineralógicos do perfil que o representam.

Veja algumas características e propriedades dos solos que são utilizadas para sua classificação:

  • Cor: relação com a formação dos solos;
  • Hidromorfismo: refere-se à superficialidade do lençol freático, indicando que o solo está permanentemente ou sazonalmente saturado por água;
  • pH: indica a acidez do solo;
  • Textura: proporção dos particulados do solo determinados de acordo com suas dimensões (granulometria): areia (mais grosseira), silte (intermediário) e argila (mais fina);
  • CTC (Capacidade de Troca de Cátions);
  • Matéria orgânica e material mineral.

Para classificar os solos brasileiros, a Embrapa desenvolveu um livro: Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS).

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(Fonte: Embrapa)

Nesse sentido, pela classificação do solo já podemos ter uma ideia de sua fertilidade.

Isso porque muitos desses fatores de classificação são o que torna o solo fértil ou não.

Como por exemplo, um solo arenoso terá menor CTC, com menor capacidade de reter nutrientes.

No entanto, a definição da qualidade do solo não é simples. Há complexidade de fatores envolvidos, além de que o solo não é consumido diretamente pelo homem e animais.

Assim, temos alguns indicadores da qualidade do solo que classificam o mesmo:

 Indicadores da qualidade do solo 

  • Indicadores Físicos: densidade, porosidade, textura, compactação, etc.
  • Químicos: pH, capacidade da troca de cátions (CTC), salinidade, etc.
  • Biológicos: matéria orgânica, diversidade de microrganismos, atividade microbiológica, etc.
  • Visuais: observação do solo, de fotografias aéreas, resposta da planta no solo e outros.

Desse modo, que quanto maior a qualidade do solo, maior será a capacidade de nutrir as plantas e, consequentemente, maior a fertilidade.

Você se recorda o que é CTC?

CTC é a Capacidade de Troca Catiônica, ou seja, é uma medida da capacidade de troca de cátions que um solo possui.

Para te explicar melhor sobre CTC, lembre-se que as partículas do solo na sua superfície possuem carga negativa e essas cargas negativas atraem carga positiva (cátions), como exemplo, Ca²+, Mg²+ e K+.

Veja mais sobre este tema: Entenda porque você precisa saber sobre a CTC do seu solo.

Agora que conhecemos mais sobre os horizontes e propriedades do solo, vamos falar de fertilidade e infertilidade do solo.

Fertilidade x Produtividade do solo

Você já escutou que um solo pode ser fértil e não ser produtivo?

O que torna o solo fértil é o fato do mesmo possuir os nutrientes essenciais em quantidades adequadas e balanceadas para as plantas.

Já um solo produtivo é caracterizado por um solo fértil e que também apresenta outros fatores. A ausência de elementos tóxicos e estar em um local com clima favorável ao desenvolvimento da planta são exemplo desses fatores.

Assim, nem sempre um solo fértil é também produtivo.

Além disso, como já comentamos, muitos solos podem não ser naturalmente férteis.

A baixa fertilidade por causas naturais está relacionado especialmente à gênese (formação) do solo e o intemperismo.

Chuvas e precipitações elevadas favorecem o processo de formação do solo, assim, ficam muito intemperizados, ficando com baixa fertilidade.

Desse modo, regiões tropicais, como o Brasil, é favorecida pelo intemperismo, tendo condições de alta temperatura e precipitações.

Em alguns casos um solo fértil pode perder a fertilidade por manejo inadequado, resultando em erosão, desequilíbrio de nutrientes e outros.

Pode também ocorrer exaustão de nutrientes do solo provocada pelas retiradas pelas culturas, especialmente devido a intensificação da produção.

Afinal, há cada vez mais pessoas no planeta, pressionando a maior produção de alimentos.

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(Fonte: FAO)

Mas podemos produzir mais sem degradar os solo. Veja a seguir as razões para a infertilidade do solo e logo depois como contorná-las:

Causas da infertilidade do solo

  • Falta de planejamento agrícola e financeiro;
  • Uso excessivo de adubos químico e não realizar análise prévia do solo;
  • Manejo ou rotação errôneas das culturas;
  • Doses desequilibradas de adubos;
  • Erosão do solo, lixiviação e/ou volatilização de nutrientes;
  • Salinização (uso inadequado de produtos);
  • Redução da atividade microbiana;
  • Acidez;
  • Compactação do solo.

A compactação do solo é uma importante causa da infertilidade do solo que é comum nas áreas.

Isso compromete a produtividade da sua cultura, como mostrado na imagem abaixo.

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(Fonte: Rural Pecuária)

No entanto, podemos realizar algumas técnicas para tornar o solo fértil ou não deixar que ele se torna infértil. Para isso, confira as dicas a seguir:

O que torna o solo fértil? Veja 8 dicas para isso

1ª Dica: Planejamento agrícola

Em todas as atividades na sua propriedade, você precisa de planejamento.

Uma propriedade bem planejada pode trazer mais lucro e também tornar a administração mais fácil.

Assim, esse é o primeiro, e uma das principais dicas sobre o que torna o solo fértil.

Você pode ver como começar um planejamento simples e rápido neste artigo.

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Lembre-se, que sua fazenda é o seu negócio, por isso, você precisa de uma gestão rural eficiente.

2ª Dica: Análise do solo

Esta dica, também considero muito importante e também deve ser realizada em toda propriedade rural.

Como já citei no início do texto, você deve conhecer o solo da sua propriedade agrícola.

Para isso, é necessário realizar a análise do solo.

Assim, entre os primeiros passos do planejamento da sua lavoura é a realização da análise do solo.

É com ela que veremos as quantidades dos nutrientes disponíveis no solo. Além do mais, ela permite avaliar as propriedades químicas, físicas e biológicas do solo que são importantes para a fertilidade de solo e nutrição das plantas.

Dessa forma, você determina o que precisa colocar no seu solo para determinada cultura, sem desperdícios e gerando ganhos na produtividade.

Para te auxiliar na análise do solo, não se esqueça de procurar um(a) engenheiro(a) agrônomo(a).

Para saber mais sobre análise de solo você pode ler este texto: Qual melhor momento para fazer a análise de solo.

3ª Dica: Calagem

Outra dica que você pode realizar na sua propriedade é a calagem, que é uma prática agrícola de aplicação de calcário.

A calagem é extremamente relevante em solos ácidos, como os de regiões tropicais.

Veja alguns benefícios da calagem:

  • Elimina a acidez do solo;
  • Fornece cálcio e magnésio;
  • Estimula o crescimento radicular (Ca);
  • Aumenta a disponibilidade de fósforo;
  • Reduz disponibilidade de alumínio e manganês;
  • Aumenta a mineralização da matéria orgânica;
  • Aumenta a agregação do solo, podendo reduzir a compactação

Se você ficou com dúvidas de como realizar essa prática veja este artigo sobre o cálculo da calagem.

4ª Dica: Adubação

Para repor os nutrientes que foram retirados pela cultura do solo, você deve realizar a adubação.

Para isso, como já discutimos, é essencial a análise de solo.

Uma observação é muito importante: deve-se realizar um recomendação equilibrada, qualitativa e quantitativa: Lei do mínimo de Liebig (imagem abaixo).

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(Fonte: IB USP adaptado de Lepch, 1976)

Então, não adianta você somente colocar um nutriente no solo e faltar outros. O importante é o equilíbrio.

Por isso, avalie bem seu solo, cultura e condições climáticas. Você pode ver mais sobre adubação de potássica em soja aqui e adubação foliar neste outro artigo.

Veja também: “Tipos de adubos químicos na cultura da soja“.

5ª Dica: Verifique a necessidade de gessagem

Muitas vezes, é preciso melhorar as camadas subsuperficiais do solo. Para melhorar essas camadas, você pode aplicar gesso agrícola (gessagem).

O gesso (CaSO4 – sulfato de cálcio) é fonte de cálcio (20%) e enxofre (15-18%) para o solo.

Para melhorar as camadas subsuperficiais do solo, o sulfato reage com o alumínio. Isso diminui a toxidez de alumínio para as plantas e possibilita o aumento do sistema radicular das plantas.

Alguns benefícios da gessagem:

  • Aumenta o sistema radicular em profundidade;
  • Fornecimento de cálcio em profundidade;
  • Redução da saturação de alumínio em subsuperfície;
  • Maior absorção de nutrientes e água.

Assim, fica claro que a gessagem é uma dica importante sobre o que torna o solo fértil.

Fiz um texto sobre gessagem, que fala sobre cálculo e como realizar a gessagem: Gessagem: Tudo o que você precisa saber sobre esta prática agrícola.

6ª Dica: Sistema de Plantio Direto (SPD)

Um manejo que você pode utilizar na sua propriedade e melhorar as condições do solo é o Sistema de Plantio Direto (SPD).

O SPD é manejado com o revolvimento mínimo do solo, mantendo o solo coberto por meio de palhada ou plantas vivas, com a diversificação das culturas.

Este sistema é importante para a fertilidade do solo por favorecer a microbiota do solo, matéria orgânica, melhor estruturação do solo (agregados), redução do processo erosivo e outros.

O SPD é um sistema bastante importante nos solos do Cerrado.

Quer saber mais sobre plantio direto e fertilidade do solo, veja este texto.

7ª Dica: Adubação verde ou cultura de cobertura

Outras práticas agrícolas que você pode realizar na sua propriedade é a adubação verde ou cultura de cobertura.

A adubação verde é uma prática agrícola que algumas espécies de plantas são plantadas e depois em um determinado estágio de desenvolvimento são incorporadas no solo.

Já as plantas de cobertura ficam no solo para formar uma camada protetora, que levará mais tempo para se decompor e disponibilizar os nutrientes no solo.

Veja algumas vantagens da adubação verde que estão relacionados com à fertilidade do solo:

  • Aumento da capacidade de armazenamento de água no solo;
  • Descompactação do solo;
  • Melhora o impacto causado pela água da chuva;
  • Aumento da atividade biológica do solo;
  • Reciclagem de nutrientes;
  • Aumento do incremento de nitrogênio;
  • Aumento do teor de fitomassa.
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(Fonte: Agroecologia)

Ficou com dúvidas sobre qual leguminosa escolher para a adubação verde? Veja este texto: Qual a melhor leguminosa para fazer sua adubação verde.

8ª Dica: Agricultura de Precisão

A Agricultura de Precisão pode te ajudar com as atividades agrícolas de amostragem do solo, aplicação de calcário, gesso agrícola ou na adubação do solo.

Por isso, ela é a minha oitava dica sobre o que torna o solo fértil.

A Agricultura de Precisão (AP) é um manejo diferenciado da sua lavoura, pensando que as áreas não são uniformes.

Então, AP busca otimizar e aproveitar melhor cada porção da sua propriedade, assim, considera que cada porção da sua fazenda é diferente.

Assim, você melhora a sua amostragem de solo, além disso, otimiza as operações como calagem, gessagem e adubação da sua lavoura.

Conclusão

Neste texto foram discutidas sobre de o que torna o solo fértil na agricultura e sobre a formação dos solos.

Além disso, foi abordado como um solo pode se tornar infértil e algumas causas para isto.

Também foi discutido algumas dicas para melhorar a fertilidade do solo da sua propriedade agrícola.

Lembre-se especialmente das duas primeiras dicas para melhorar a fertilidade do solo que considero essenciais: planejamento e análise do solo.

Desse modo, trabalhar a fertilidade do seu solo é um ótimo começo do seu planejamento e pode resultar em ótimas produtividades.

>> Leia mais:
Saiba as consequências das queimadas no solo e os impactos para a agricultura

Você já conhecia o que torna o solo fértil? Você sabe se o seu solo está fértil? Utiliza análise de solo na sua propriedade? Restou alguma dúvida? Adoraria ver seu comentário abaixo!

O futuro da fazenda: sucessão familiar em uma empresa rural

Empresa familiar rural: como funciona a dinâmica da sucessão familiar e os desafios que são enfrentados nesse processo

Toda empresa familiar rural terá que passar, em algum momento, pela sucessão familiar. Eu, inclusive, sou da quarta geração de uma família de produtores rurais e vou te contar os desafios que eu enfrento sobre este tema!

Como resido na área rural de um município no interior do estado de São Paulo, observo o recuo do número de jovens no campo.

Mais do que isso, percebo o desestímulo para continuar as atividades agrícolas da família.

É então que na hora de pensar no futuro fica a dúvida: quem vai dar continuidade a fazenda?

Pois é, a sucessão familiar vem se tornando uma questão a ser resolvida em muitas famílias do meio rural. E por que isto está acontecendo?

Quais os desafios a serem superados para obter uma sucessão familiar tranquila na empresa rural?

Aqui neste artigo eu levanto essas questões, colocando em evidência um processo de sucessão familiar mais estruturado e simples. Confira!

Por que falar sobre sucessão familiar

No dicionário, a palavra sucessão significa descendência, substituição, sequência e continuidade.

Dessa forma, sucessão é o processo de transferência da empresa rural de quem atualmente está no controle da negócios familiares para quem irá dirigi-la (sucessor).

E a permanência/continuidade (sucessão) das empresas familiares rurais é fundamental para dar continuidade na atividade da família (patrimônio da família).

Mas não pense que isso é importante somente dentro da sua empresa rural.

A sucessão familiar é um tema relevante para todo o agronegócio brasileiro.

Isso porque, o agronegócio tem representado mais de 20% do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil.

Se a produção agrícola começar a diminuir no Brasil, teremos um impacto econômico geral muito grande.

Por isso, é muito importante a sucessão familiar na área rural, para as atividades agrícolas e a produção se manterem.

Mas por que estamos enfrentando esse problema de êxodo rural entre as gerações mais novas?

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(Fonte: arquivo pessoal da autora)

Algumas razões para a não permanência do jovem no campo

Como comentei no início do texto, muitos jovens não são estimulados a permanecer nas atividades agrícolas. Vejam quais são alguns pontos para que isso ocorra:

  • falta de diálogo entre pais e filhos;
  • objetivos diferentes entre o atual administrador e o sucessor;
  • busca por outras oportunidades de renda/trabalho;
  • em algumas localidades do país, a distância entre a fazenda e a cidade;
  • recurso limitado para seguir com a atividade rural;
  • crescimento da família do sucessor;
  • falta de mão de obra no campo;
  • desconhecimento do negócio da família, ou seja, da gestão da propriedade;
  • falta de tecnologia.

Nesse sentido, há muitas dificuldades que são enfrentadas nas propriedades rurais que, com certeza, colaboram para o desinteresse na atividade agrícola.

Para se ter uma noção dessas dificuldades, temos uma pesquisa realizada com acadêmicos (mulheres e homens) do curso de Agronomia da UFFS (Universidade Federal da Fronteira Sul).

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(Fonte: Paula, 2015)

Como podemos ver, a mão de obra e a falta de comunicação são apresentadas como dificuldades importantes.

Agora vamos entender mais sobre essas questões dentro do processo sucessório, conhecendo como podemos superá-las.

A sucessão da empresa rural na dinâmica da família

A sucessão implica na sobrevivência, expansão e continuidade da empresa rural.

Este processo é muito importante para o ciclo de vida da empresa familiar rural, ou seja, para dar continuidade ao negócio rural.

No entanto, muitas vezes, a sucessão pode ser um assunto muito delicado nas famílias.

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Diandra Leziér e sua irmã sempre estiveram na lida da fazenda com a família no interior de São Paulo
(Fonte: arquivo pessoal de Diandra Leziér)

Com o receio de gerar conflitos, as famílias não se preparam para este processo, o que resulta em dificuldades ainda maiores.

Por isso, é comum encontrar os mesmos obstáculos no processo de sucessão nas mais diferentes empresas rurais.

Principais obstáculos na sucessão da empresa familiar rural

  • Resistência do patriarca para sair do comando da propriedade;
  • Temor de que o sucessor não valorize o patrimônio deixado;
  • Rivalidade entre os filhos(as) (sucessores) pela posse da propriedade;
  • Despreparo do futuro sucessor;
  • Pouco/falta de interesse do sucessor pela empresa rural;
  • Pouca experiência do sucessor no exercício da autoridade;
  • Falta de preparo gerencial e administrativo do sucessor;
  • Visão diferenciada entre o patriarca e o sucessor.

Dessa forma, a sucessão da empresa familiar rural deve ser discutida, planejada e competente para preservar o patrimônio, assegurando a continuidade da atividade.

Para isso, os pais (administrador da empresa) devem começar a enxergar os filhos ou sucessores como os novos administradores da empresa.

Administração rural é um ponto extremamente importante neste aspecto.

E o primeiro passo é a comunicação.

Como vimos anteriormente a falta de comunicação é uma das maiores dificuldades da propriedade rural, tanto entre aqueles que a comandam, como dos donos para os funcionários.

Conversar e alinhar as expectativas, explicar o funcionamento da fazenda na prática e ir incorporando o sucessor nas atividades da fazenda simplifica essa comunicação.

Dessa forma, deve haver um clima de diálogo para tratar dos conflitos já existentes e dos que ainda podem surgir.

Assim, deve haver muito diálogo entre pais (administradores atuais) e filhos ou sucessores, para uma boa comunicação entre ambas as partes e para o conhecimento sobre a empresa familiar.

Além disso, como sempre falamos, a sua propriedade rural é uma empresa.

E como toda empresa precisa de planejamento estratégico, esse é exatamente o que considero como o passo seguinte:

O planejamento do processo sucessório na empresa familiar rural

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A família Cavassim Alves (Paraná) passa seu amor ao campo de geração para geração
(Fonte: Arquivo pessoal de Maria Izabel Cavassim Alves)

Muitas vezes, a sucessão familiar não é um processo fácil e é de longo prazo.

Este processo pode levar algum tempo até que seja realizado por completo, por isso, planejamento é essencial.

O processo sucessório pode ser estruturado conforme as etapas a seguir:

1. Registros da área da sua fazenda e das atividades

Para a sucessão ser um processo mais dinâmico e menos complexo, você precisa ter as informações da sua fazenda, como:

  • Custos;
  • Rentabilidade;
  • Área total, área plantada, área de proteção ambiental e outros;
  • Benfeitorias;
  • Maquinário agrícola;
  • Históricos de safras;
  • Documentos legais e outros.

O sucessor deve conhecer o negócio, ou seja, a empresa dentro da porteira.

E nada melhor para isso do que o histórico da fazendo todo registrado e organizado.

Assim, boas práticas de registros e históricos da sua propriedade te ajudam na sucessão, além de gerar bons resultados no sistema de produção agrícola.

Com essas informações fica mais fácil que o sucessor entenda o negócio e possa começar sua gestão sem maiores problemas.

Sabemos que falar é fácil, no entanto no dia a dia, isto pode ser muito complicado.

Mas a tecnologia pode te ajudar com isso. Com o uso de softwares agrícolas você pode fazer todos registros de forma rápida e muito mais automatizada.

2. Quando começar o processo de planejamento?

Esta pergunta depende muito da propriedade, do administrador das empresas rurais familiares e dos possíveis sucessores.

Não há uma idade que o administrador (os pais) deve começar o processo de sucessão.

Isso irá depender da sua estratégia de negócio.

3. Identificar o sucessor

O sucessor deve ser identificado e informado sobre a possibilidade da sucessão.

Assim, o filho(a) ou sucessor pode pensar sobre a possibilidade e escolher se irá continuar com o negócio da família.

E como já falamos ao longo do texto, deve haver muito diálogo entre ambos os lados e em qualquer fase do processo de sucessão.

4. Treinamento do sucessor

Deve ser passado para o sucessor todas as informações da propriedade, como falamos no item 1.

O processo de sucessão é de longo prazo, por isso, deve ser muito bem planejado.

Ademais, isso envolve o desenvolvimento da liderança. Veja mais sobre a liderança no meio agrícola neste artigo.

5. Transferência da empresa rural

Depois de realizar todo o planejamento e execução da sucessão, o negócio deve ser passado para o sucessor.

Mas não é porque o processo de sucessão chegou à fase final, que o negócio não deve mais ser planejado e ter registro das atividades.

Por isso, continue com o seu planejamento agrícola.

Tecnologia pode ser uma aliada no processo de sucessão familiar

A tecnologia está se inserindo cada vez mais na agricultura, então ela precisa ser utilizada ao nosso favor.

A imagem abaixo está rodando todo o Brasil e retrata muito bem a questão da sucessão familiar no campo e a tecnologia que é necessária atualmente.

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A figura mostra o contexto dos filhos de agricultores no passado e no presente.

Em anos atrás, os pais falavam que se os filhos e membros da família não quisessem ficar no campo, era para estudar para ter outra profissão na cidade.

Isto porque, as atividades no campo eram atividades que exigiam muito esforço e recursos humanos, pois não havia muitas tecnologias.

Mas, atualmente essa lógica mudou.

Hoje é necessário muito estudo para se manter no campo

Somente entender a tecnologia embarcada das máquinas e implementos agrícolas não é o suficiente.

Precisamos compreender todas as atividades da fazenda, e principalmente como a tecnologia pode nos ajudar nessas operações.

Assim, como em qualquer outra atividade, na agricultura também há uma necessidade de realizar cursos, graduações e outros estudos.

Claro que a experiência de muitos anos que você produtor tem no campo conta muito para realizar as atividades agrícolas.

No entanto, como já discutido, é muito importante entender as novas tecnologias, como agricultura de precisão, agricultura digital e ou sensores na agricultura para ter maior produção na sua lavoura.

Diante dessa questão, você pode se perguntar: o que devo estudar? Fazer cursos técnicos, graduação, pós-graduação ou realizar outros cursos?

Essas questões devem ser analisadas em cada situação da empresa rural, das famílias e o interesse do sucessor.

Falando em tecnologia, para o processo sucessório precisamos pensar nas tendências futuras do negócio e preparar as fazendas para isso.

Um software agrícola pode, e deve, ser um importante aliado na fazenda para manter tudo sob controle e se preparar adequadamente para o futuro.

Dessa maneira, você terá um processo de sucessão familiar na empresa rural de modo muito mais fácil e simples. Veja o porquê disso:

Softwares te ajudam no processo de sucessão e na administração da sua propriedade

É muito comum ter todo o negócio da fazenda em planilhas de Excel ou até mesmo só na cabeça.

Mas se você já está na agricultura há algum tempo, sabe que isso envolve muitos dados e muitas planilhas.

O que pode gerar muita confusão com os dados da sua propriedade, inclusive no momento da transferência da fazenda para seus sucessores.

Como já falamos aqui, com tudo organizado e registrado a sucessão fica muito mais fácil, imagine agora ter todas essas informações em alguns cliques.

Por isso, o uso de software para fazenda veio para facilitar e simplificar a sua vida.

Muitos desses programas também funcionam pelo celular e, em alguns cliques, você pode ter informações que antes eram quase impossíveis de obter.

Então procure um software que lhe traga benefício.

O Aegro é totalmente seguro e suas informações podem ser acessadas por você a qualquer hora, momento e lugar.

Inclusive há alguns casos de clientes que ganharam tranquilidade na sucessão familiar com o uso da Aegro.

Isso ocorre especialmente quando há mais de um sucessor e é preciso dividir a fazenda. Com tudo registrado e baseado em dados, a divisão fica clara para todos.

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Conclusão

Neste texto entendemos o que é sucessão familiar e qual a sua importância em nosso país.

Além disso, discutimos alguns desafios enfrentados neste processo e pelos sucessores do negócio rural.

Não existe uma receita para realizar a sucessão familiar. Você precisa de planejamento para que este processo seja bem realizado.

Então não fique parado, planeje a sucessão familiar da sua empresa familiar rural.

Pois como em qualquer atividade da sua fazenda, a sucessão também deve ser planejada, para que o negócio continue e gere bons frutos.

>>Leia mais:

“Governança corporativa: saiba como colocar a fazenda em ordem”

7 cursos de Agricultura de Precisão grátis (+ graduação e pós graduação que você pode fazer)

Quais os desafios que você enfrenta ou enfrentou no processo de sucessão da empresa familiar rural? Adoraria ver seu comentário abaixo.

Como fazer manejo de fósforo para aumentar a produção de cana

Neste texto iremos abordar como fazer fosfatagem em cana-de-açúcar e aumentar sua produtividade. Confira!

Para uma ótima produção de cana você precisa se atentar a muitas coisas na sua lavoura.

Você sabe que a adubação é muito importante para a produtividade da sua cultura, e o fósforo é um nutriente essencial para as plantas.

A utilização de fertilizantes fosfatados pode aumentar a produção de colmos e o rendimento de açúcar da cana-planta.

Mas na hora de fazer o manejo desse solo sempre temos dúvidas.

Por isso, reunimos aqui as principais e mais importantes informações para entender essa adubação.

Com esse conhecimento poderemos manejar o fósforo de forma econômica e aumentar  produtividade de nosso canavial. Confira:

Importância do fósforo para as plantas

O fósforo é um macronutriente e é essencial para as plantas.

Veja o porquê este nutriente é importante para as plantas (algumas funções do fósforo):

Observando essas funções, o que acontece com a planta quando há deficiência de fósforo?

>> Gessagem: Tudo o que você precisa saber sobre está prática agrícola

Deficiência de fósforo nas plantas

Quando ocorre deficiência de fósforo, as plantas apresentam o crescimento retardado.

Além disso, esse nutriente é móvel nas plantas, ao contrário do que ocorre no solo.

Por isso, este nutriente move dos tecidos mais velhos para os mais novos.

Assim, as vezes você pode observar um escurecimento ou coloração roxo/vermelho das folhas mais velhas que estão com deficiência de fósforo.

Em cana-de-açúcar além da coloração das folhas, também ocorre colmos menores, folhas estreitas e curtas e poucos perfilhos.

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(Fonte: Foto de J. Orlando Filho em Encarte do Informações Agronômicas)

E como o fósforo se apresenta no solo?

>> Como fazer calagem e gessagem nas culturas de soja, milho e pastagem

Como manejar o fósforo no solo: Conceitos importantes

No solo há duas formas de fósforo:

Orgânico: originário dos resíduos vegetais adicionados ao solo, do tecido microbiano e dos produtos de sua decomposição.

Inorgânico: o fósforo dos minerais primários ou estruturais (fixado) e o fósforo adsorvido, além do fósforo da solução do solo (assimilável).

O fósforo é pouco móvel no solo e os solos brasileiros normalmente são deficientes desse nutriente.

O motivo da pouca mobilidade é por ele reagir com o ferro, alumínio, argilas, matéria orgânica, formando compostos insolúveis não aproveitáveis pelas plantas.

É o que chamamos de fixação do fósforo no solo.

Por isso, o seu aproveitamento pela planta é de 10 a 25% de todo o fósforo que foi aplicado no solo.

>> Tudo o que você precisa saber sobre cálculo de calagem (+calcário líquido)

Normalmente, é um  nutriente que a planta requer em menor quantidade em comparação ao nitrogênio e potássio.

Mas, você pode estar pensando em algumas fórmulas de adubos NPK que apresentam a quantidade de fósforo em maior quantidade. Então, vamos entender o porquê disso.

Exemplo de fórmula NPK: 5-30-25

Esse adubo contém: 5% de nitrogênio (N), 30% de fósforo (P) e 15% de potássio (K).

Normalmente, P e K estão na forma de óxido nos fertilizantes, como P2O5 e K2O.

Você observa que há maior quantidade de fósforo, mesmo que seja um nutriente normalmente exigido em menor quantidade pelas plantas como já falamos.

Mas deve ser aplicado em maiores quantidades nos solos brasileiros, devido à sua baixa disponibilidade natural e grande afinidade da fração mineral do solo por este elemento.

O fósforo que foi fixado no solo pode ser liberado para as plantas quando realiza correção do solo, como a calagem.

Fosfatagem em cana-de-açúcar: O papel do fósforo

A fosfatagem tem um papel crucial no desenvolvimento da lavoura de cana.

O fósforo é absorvido da solução do solo pelas raízes das plantas, principalmente pela forma do íon ortofosfato (H2PO4).

O P na cana-de-açúcar é muito importante para a produtividade da cultura, principalmente para a brotação da planta.

A falta desse nutriente limita o crescimento da cultura, além de ser essencial em diversas funções da planta.

Aliás, a falta de fósforo na cana-de-açúcar aumenta a produtividade de cana-de-açúcar, mas não há incrementos significativos no ATR (açúcar total recuperável).

Desse modo, os ganhos em açúcar se dão à maiores produções de toneladas de cana.

Além disso, o fósforo contribui na qualidade da cana dentro do processo industrial, já que a cana com bons níveis de P requer menores adições de ácido fosfórico no processo de clarificação.

A deficiência de fósforo também atrapalha os processos industriais, como na decantação das impurezas na produção de açúcar.

Neste estudo abaixo, a adição das doses crescentes de P2O5 aumentou a produção de colmos e rendimento de açúcar, ou seja, houve aumento da produtividade.

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Produção de colmos de cana-planta, cultivar IAC 95-5000, em função da aplicação de doses de P2O5 utilizando fertilizante organomineral

(Fonte: Teixeira et al., 2014)

Nesse sentido, veja a extração dos macronutrientes na cultura da cana-planta.

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(Fonte: Yara adaptado de Oliveira, 2011)

Lembrando que a cana-planta é assim chamada até a realização de seu primeiro corte.

Como a cultura da cana-de-açúcar é considerada uma cultura semi-perene, ou seja, pode ficar no campo entre 4-6 anos, do segundo corte em diante é chamada de cana-soca.

>> Como conseguir mais nutrientes para sua lavoura com adubação verde

Para o adequado fornecimento de fósforo na cana precisamos antes realizar a análise do solo e interpretá-la:

Interpretando os níveis de fósforo na sua análise de solo

Em solos tropicais, como os do Brasil, há deficiência de fósforo devido a elevada fixação do nutriente com outros componentes do solo (como já vimos neste texto).

Por isso, é muito importante você realizar a análise do solo para conhecer os níveis de fósforo no seu solo.

Esta análise deve ser realizada em laboratórios de análise de solo credenciados.

Podemos basear nossa interpretação pela tabela abaixo para todos os macro e micronutrientes, além do fósforo:

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(Fonte: Tabela adaptada do livro Adubação da cana-de-açúcar: 30 anos de experiência, Penatti, 2013)

Após interpretar sua análise de solo é hora de definir uma recomendação de aplicação para fósforo:

>> Adubação verde e cultura de cobertura: Como fazer?

Recomendações de fósforo em cana-de-açúcar para aumento da produção

Muitas vezes é recomendado a aplicação de uma só vez de toda a quantidade de fósforo necessária para os próximos 5 cortes no plantio da cana-planta.

Ou seja, aplicar uma dose única de fertilizante fosfatado antes do plantio (a lanço) buscando que esse nutriente esteja disponível ao longo de 5 anos ou mais.

No entanto, se o seu solo precisar de fosfatagem (veremos a seguir quando isso ocorre) e você optar por realizar essa prática antes ou no plantio, os custos de implantação do canavial serão altos.

Por isso, tenha em seu planejamento agrícola o quanto isso vai custar e se há capital para todo esse investimento.

Em alguns casos, também pode ser recomendado a adição de uma dose superior de fósforo no sulco de plantio como forma de fosfatagem.

Dessa forma você poderia diluir seus custo ao longo dos anos, diluindo a dose de fosfatagem ao longo dos cultivos.

No entanto, a fosfatagem localizada dessa forma não trará o benefício de maior exploração das raízes no solo.

Portanto, veja com o manejo de fósforo mais compatível com seus objetivos e seu capital.

>> Diminua seus custos com um Planejamento Agrícola Bem Feito

Veja esta tabela que mostra a adubação fosfatada para cana-planta.

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Recomendação de adubação fosfatada para cana-planta

(Fonte: Boletim 100 IAC)

Para cana-soca, muitas vezes, recomenda-se utilizar calcário, especialmente quando o nível de fósforo está próximo do adequado.

Isso porque, como já vimos neste texto, o calcário pode liberar fósforo fixado no solo para as plantas.

>> Curiosidades sobre calagem em 5 casos especiais

>> O que você precisa saber sobre as diferenças entre calagem e gessagem

Assim, a aplicação de fósforo na cana-soca depende muito da análise do solo da soqueira.

Por vezes, a adubação de fósforo em cana-soca ajuda a diluir os custos da implantação do canavial, ao invés de aplicar todo o fósforo em uma única dose.

Porém, temos a tendência de maior fixação de fósforo nesses casos.

Por isso, damos tanta importância para o conhecimento do seu solo e planejamento agrícola, já que é assim que você verificará o que mais compensa.

>> Planejamento agrícola: 6 mandamentos que você deveria seguir

Veja esta tabela que mostra a adubação fosfatada para cana-soca.

tabela-cana-soca

Recomendação de adubação fosfatada para cana-soca

(Fonte: Boletim 100 IAC)

Não se esqueça de procurar um(a) engenheiro(a) agrônomo(a) para te auxiliar nesta prática agrícola.

O que é fosfatagem e como utilizá-la a nosso favor

Fosfatagem é o processo agrícola que se aplica fósforo no solo da sua propriedade, elevando os níveis desse nutriente em seu solo.

Desse modo, conseguimos fornecer fósforo adequadamente aos nossos canaviais, mesmo com a dificuldade desse nutriente em solos brasileiros.

Normalmente, recomenda-se para cana-de-açúcar que se na análise de solo o P analisado em resina estiver abaixo de 10-15 mg/dm3 deve-se realizar fosfatagem.

Fosfatagem no plantio da cana

Recomenda-se fosfatagem a lanço e incorporar próximo do plantio.

Mesmo ocorrendo aplicação de fósforo no sulco de plantio pela aplicação de NPK, é necessário a fosfatagem caso seu solo esteja abaixo de 10-15 mg/dm³ (P-resina).

É importante também a escolha do fertilizante para a cultura da cana-de-açúcar, a qual deve ser relacionada à análise de solo.

>> Como fazer amostragem de solo com estes 3 métodos diferentes

Muitas vezes é utilizado o Superfosfato Simples, que além de ter na composição P, também apresenta Enxofre e Cálcio, sendo utilizado para aumentar os níveis também desses nutrientes.

O Superfosfato Simples tem a liberação em curto prazo, com durabilidade de cerca de 2 anos.

Outro fertilizante que está sendo bastante recomendado para a cultura da cana-de-açúcar é o Fosfato Natural Reativo (FNR).

O fosfato natural reativo tem cerca de 29% de P.

Mas algo muito interessante desse fertilizante é que ele tem liberação de curto e longo prazo.

Esta liberação de curto e longo prazo é muito importante para culturas como cana-de-açúcar e pastagem, que são culturas semi-perenes e perenes.

Assim, há liberação do fósforo no curto prazo e também no terceiro ou quarto anos após o uso do fosfato natural reativo.

Aqui falamos somente de alguns fertilizantes fosfatados, mas existem muitos outros disponíveis.

Veja como é a cadeia de produção de fertilizantes na figura abaixo.

fertilizantes-fosfatados-produção

(Fonte: Dias e Fernandes (2006) em BNDES)

Agora veremos os principais fertilizantes fosfatados para que você os conheça melhor e faça uma escolha mais segura na próxima vez que for comprar um fertilizante desse tipo:

Principais fertilizantes fosfatados

Fosfato de amônio

É composto de amônia com ácido fosfórico. Há dois tipos principais.

  • Fosfato Diamônio (DAP): concentração de 16% de N e 38 a 40% de P2O5.
  • Fosfato monoamônico (MAP): concentração 10% de N e 46 a 50% de P2O5.

Aliás, esses são muito utilizados nas indústrias de fertilizantes para a formulação de misturas NPK.

Superfosfato simples

Concentração de 16 a 18% de P2O5, 10 a 12% de enxofre e 18 a 20% de Ca.

Superfosfato triplo

Tem concentração de 41 a 46% de P2O5 e 7 a 12% de Ca.

O processo é semelhante à produção do supersimples, mas o produto tem maior concentração de fósforo.

Termofosfato

Possui concentração de 8 % de P2O5, 9% de Mg, 20% de Ca e 25% de SiO4.

fertilizantes-fosfatados

(Fonte: Agronomia com Gismonti)

Falando em fertilizantes, veremos agora qual a eficiência dos mesmos para nutrir o canavial:

Fatores que afetam a eficiência dos fertilizantes e corretivos agrícolas

Segundo a ANDA, existem fatores diretos e indiretos que podem afetar a eficiência do uso de fertilizantes e corretivos agrícolas na sua propriedade.

Fatores diretos

  • Qualidade dos fertilizantes e corretivos agrícolas;
  • Características do solo;
  • Época de aplicação;
  • Forma de aplicação;
  • Uniformidade e distribuição;
  • O pH do solo é muito importante, existindo uma faixa ideal que os nutrientes ficam disponíveis para as plantas absorverem;
pH-e-disponibilidade-nutrientes

(Fonte: Malavolta, 1979 em Agronomia com Gismonti)

  • Recomendação equilibrada, qualitativa e quantitativa: Lei do mínimo de Liebig

Ademais, não adianta você somente colocar um nutriente no solo e faltar outros, tudo precisa estar em equilíbrio. É isto que a imagem abaixo mostra.

Lei do mínimo de Liebig

(Fonte: IB USP adaptado de Lepch, 1976)

Fatores indiretos

  • Umidade do solo;
  • Espécie da planta (cultura);
  • Conservação do solo; e outros

Você já deve ter ouvido falar em utilizar torta de filtro e vinhaça no canavial. Vamos entender o uso desses produtos.

Como utilizar torta de filtro no canavial e melhorar a fosfatagem em cana-de-açúcar

Torta de filtro é um importante resíduo da indústria sucroenergética, proveniente da filtração do caldo extraído das moendas no filtro rotativo.

A concentração da torta de filtro é constituída de cerca de 1,2 a 1,8% de fósforo e cerca de 70% de umidade quando saí do processo.

Além disso, este resíduo pode substituir ou diminuir a adubação de fosfatagem em cana-de-açúcar.

No gráfico abaixo, você pode observar que ocorreu aumento da produtividade média dos colmos de cana-de-açúcar com o aumento da aplicação de doses de torta de filtro.

doses-torta-de-filtro-fósforo

(Fonte: FRAVET et al., 2010)

Além do aumento de produtividade, alguns trabalhos mostram que a aplicação da torta de filtro aumenta os teores de Cálcio (Ca) e Fósforo (P) no solo e apresentou melhorias nas camadas de 20-40 cm.

Uso da vinhaça na cana-de-açúcar também pode interferir no fósforo

Vinhaça é um resíduo que sobra da destilação do caldo para a obtenção de etanol.

A vinhaça apresenta grandes quantidades de matéria orgânica e potássio.

Pode conter quantidades apreciáveis de nitrogênio, fósforo, cálcio, magnésio e outros.

Por isso, pode ser utilizado como fertilizante (fertirrigação).

Veja na fórmula abaixo como você pode calcular a quantidade de vinhaça que deve ser aplicada na sua cultura de cana-de-açúcar.

vinhaça-fosforo-doses

(Fonte: Única – Estado da arte da Vinhaça)

Conclusão

Neste texto foram discutidas algumas funções do nutriente fósforo e como ele é importante para a produtividade da cana-de-açúcar.

Além disso, vimos como esse nutriente se comporta no solo e na planta e como fazer a fosfatagem em cana-de-açucar.

Também falamos sobre a adubação com torta de filtro e vinhaça na cultura da cana-de-açúcar.

E como sempre enfatizo nos textos, antes de tudo faça o planejamento das suas atividades para realmente obter resultados comprovados.

Assim, conheça o seu solo através de sua análise, veja qual melhor fertilizante e tipo de aplicação se adequa a sua propriedade e alcance produtividades ainda maiores!

Leia mais:

>> O que é administração rural e como usar em sua propriedade

>> O que você precisa saber sobre regulagem e manutenção de implementos agrícolas

>>  [Infográfico] 4 Desafios de ser um líder em uma empresa rural

>> Guia para iniciantes sobre Agricultura de Precisão (AP)

Você utiliza adubação fosfatada na sua propriedade? Qual a diferença da adubação fosfatada da cana-planta e da cana-soca que você utiliza? Você realiza análise de solo da sua propriedade? Adoraria ver seu comentário abaixo.

Vantagens e desvantagens de fazer adubação verde em sua propriedade

Adubação verde vantagens e desvantagens: Conheça agora as principais informações desta prática agrícola.

É comum enfrentar problemas no seu ambiente de produção agrícola, como a compactação ou a presença de doenças e sementes de invasoras no solo.

Esses problemas aumentam o seu custo de produção e podem até diminuir sua produtividade.

Mas, você pode utilizar uma técnica agrícola para te auxiliar nesses problemas, especialmente quanto ao manejo de solo.

Esta técnica é a adubação verde.

Assim, em um estudo com adubação verde na cultura da cana-de-açúcar, o ganho de produtividade chega a ficar entre 15 e 20 toneladas de cana por hectares no primeiro corte.

Em outro estudo, o sistema de plantio direto sobre os resíduos dos adubos verdes proporcionou aumento de 10% na produtividade da cultura da soja.

adubação verde vantagens e desvantagens

Produtividade da cultura de soja sobre a influência de diferentes adubos verdes
(Fonte: Cardoso et al., 2014)

Então, acompanhe este texto para conhecer mais sobre adubação verde vantagens e desvantagens e como realizar essa prática. Confira a seguir!

Vantagens propiciadas pela adubação verde

1ª Vantagem: Aumento da capacidade de armazenamento de água no solo

A estrutura do solo deve ser como uma esponja.

Ou seja, deve ter poros grandes que drenam a água quando chove demais, chamado de macroporos.

O solo também deve apresentar poros menores que guardem a água para o período de estiagem, os chamados microporos.

Dessa forma, há um aumento da porosidade do solo e, consequentemente, melhor infiltração da água no solo.

Assim, as raízes das plantas de adubação verde ou culturas de cobertura formam esses macro e microporos no solo, aumentando a capacidade de armazenamento de água.

Isso vai resultar em maior resistência da sua próxima cultura em períodos de estiagem.

>> Como fazer adubação potássica em soja

2ª Vantagem: Descompactação do solo

Esse aumento na porosidade faz com que ocorra a descompactação efetiva do solo.

Isso ocorre especialmente quando você realiza adubação verde com diversidade de espécie, sendo recomendado a mistura de 5 espécies para esse fim.

adubação verde vantagens e desvantagens

(Fonte: Agroecologia)

3ª Vantagem: Melhora o impacto causado pela água da chuva

Com um solo melhor estruturado há redução do impacto com a água das chuvas de alta intensidade, reduzindo a erosão.

4ª Vantagem: Aumento da atividade biológica do solo

Pode ocorrer um aumento da proliferação de microrganismos que são responsáveis pela degradação dos restos de culturas.

Há também, o favorecimento de microrganismos que realizam o controle natural de outros organismos prejudiciais às plantas, como os causadores de doenças.

5ª Vantagem: Reciclagem de nutrientes

Como há o plantio de plantas de adubação verde e a sua incorporação no solo, isso promove maior quantidade de nutrientes disponibilizados no solo.

Ademais, o sistema radicular mais profundo das plantas utilizadas como adubos verdes condiciona o solo para que a sua cultura de soja, milho ou outra explore melhor os nutrientes e água do solo.

6ª Vantagem: Aumento do incremento de nitrogênio

Na adubação verde com espécies leguminosas há incremento de nitrogênio no solo, seja por meio da fixação biológica ou incorporação de biomassa.

Algumas espécies de leguminosas podem fixar de N, 159 kg/ha/ano como no caso da Crotalaria juncea.  

E isso pode te ajudar na redução do uso de adubos minerais.

Por exemplo, na cultura da cana-de-açúcar podemos aumentar entre 15 a 20 toneladas de cana/ha no primeiro corte.

7ª Vantagem: Aumento do teor de fitomassa

Com a utilização de adubos verdes, você pode aumentar a quantidade de matéria orgânica disponível no solo.

8ª Vantagem: Controle de doenças, nematóides (pragas agrícolas)

Espécies de crotalárias podem ser utilizadas para o controle de nematoides.

O nematoide Meloidogyne javanica (nematóide das galhas) pode ser controlado com a rotação de soja com milho mais Crotalaria spectabilis.

Para o nematoide das lesões (Pratylenchus brachyurus) na cultura da soja pode-se utilizar as plantas Crotalaria spectabilis, Crotalaria breviflora e Crotalaria ochroleuca.

Além disso, outro estudo demonstrou que houve a redução de nematoide reniforme (Rotylenchulus reniformis) com espécies de plantas utilizadas na adubação verde.

9ª Vantagem: Controle de plantas daninhas

Adubos verdes podem ser eficientes em suprimir as plantas espontâneas (daninhas).

Além disso, também pode reduzir o banco de sementes de plantas daninhas, já que o solo fica coberto na entressafra.

10ª Vantagem: Redução da quantidade do uso de defensivos agrícolas

Como você consegue controlar algumas pragas agrícolas na sua lavoura pode ocorrer redução do uso de defensivos agrícolas.

11ª Vantagem: Recuperação de áreas degradadas

A adubação verde pode ser utilizada para recuperar áreas degradadas.

A pesquisadora da Embrapa Cerrados Arminda Moreira de Carvalho explicou que é necessário o cultivo de plantas específicas para a recuperação e/ou manutenção da matéria orgânica.

Como consequência ocorre a manutenção das propriedades físicas, químicas e biológicas do solo.

Pensando em todas essas vantagens, a adubação verde pode melhorar o desenvolvimento da sua cultura, e consequentemente, a sua produtividade agrícola.

Um estudo comprovou que o cultivo de crotalária na primavera proporcionou maior produtividade do milho em sucessão comparada à área de pousio.

Mas, depois de observarmos tantas vantagens, quais são as desvantagens da adubação verde?

Desvantagens da adubação verde

Após definirmos tantas vantagens para esta técnica, fica difícil pensar em desvantagens.

Mas, podemos incluir como desvantagens ou até mesmo questões a serem pensadas no planejamento desta prática agrícola:

1ª Desvantagem: Custo de implantação da adubação verde

Como em toda atividade, há um custo para implantar e conduzir a sua “lavoura” de adubos verdes.

Este custo pode ser facilmente dissolvido no seu sistema de produção quando pensarmos nos benefícios que esta prática pode trazer.

No entanto, não se esqueça de considerar esse custo em seus registros financeiros para conhecer os custos reais de sua produção agrícola.

2ª Desvantagem: Adubação verde sem planejamento

Como em qualquer atividade, quando realizada sem planejamento pode ocorrer prejuízos ou não gerar lucros.

Preparamos um passo a passo sobre alguns pontos que você deve levar em consideração no planejamento da sua adubação verde, não deixe de conferir em um dos itens abaixo.  

Mas antes de falarmos sobre planejamento, vamos relembrar o que é adubação verde.

O que é adubação verde e cultura de cobertura?

A adubação verde é uma prática agrícola que algumas espécies de plantas são plantadas e depois em um determinado estágio de desenvolvimento são incorporadas no solo.

Adubos verdes são plantas utilizadas para a melhoria das condições físicas, químicas e biológicas do solo.

Esta técnica é bastante antiga, havendo relatos de utilização há 4000 a.C.

Você já deve ter ouvido falar em plantas de cobertura, será que existe alguma diferença entre adubação verde e cultura de cobertura?

A diferença está apenas no manejo empregado em cada uma delas.

Enquanto, a adubação de cobertura as plantas são incorporadas no solo, como já mencionamos.

As plantas de cobertura ficam no solo para formar uma camada protetora, que levará mais tempo para se decompor e disponibilizar os nutrientes no solo.

Alguns autores não realizam uma real distinção entre adubação verde e cultura de cobertura e acabam discutindo os dois temas juntos.

Mas, após todas essas informações você pode estar se perguntando o que realmente pode ganhar com a prática de adubação verde, veja exatamente isso a seguir:

Adubação verde vantagens e desvantagens: Quais os ganhos reais com a prática?

Podemos falar que a prática da adubação verde traz ganhos de aumento de produtividade da sua cultura.

Além disso, você também pode recuperar e manter a estabilidade e a durabilidade da capacidade produtiva do solo.

E também, reduz o seu custo com a utilização de adubos e defensivos agrícolas no controle de pragas.

Como já vimos no tópico sobre as vantagens da adubação verde, há muitos benefícios que esta prática pode trazer para a sua propriedade.

Além disso, também falamos que esta prática pode reduzir o custo na sua propriedade, quando bem planejada.

Outro ponto importante é sobre a estruturação do solo. Tendo aumento da porosidade, capacidade de infiltração e armazenamento de água.

E você pode conseguir essas vantagens na sua propriedade se realizar o plantio de espécies corretas para a sua propriedade.

Mas não se esqueça que, como qualquer outra atividade agrícola na sua propriedade, a adubação verde deve ser planejada, assim, deve estar incluída dentro do seu planejamento agrícola.

Agora que já discutimos adubação verde vantagens e desvantagens, veja este passo a passo de alguns itens que devem ser levados em conta no planejamento desta prática agrícola.

Planejamento da adubação verde: custos e orçamento

Primeiramente, você não pode se esquecer de planejar. Isso é muito importante para a administração da sua fazenda.

E lembre-se que em qualquer atividade o planejamento é essencial. Vamos ao passo a passo:

Passo 1: Primeiramente conheça a sua propriedade

Você deve conhecer as áreas que deseja realizar esta atividade na sua fazenda.

Saiba a dimensão dessa área, qual o tipo de solo, quais cultivos foram realizados neste local anteriormente, e tenha a análise de solo em mãos.

Passo 2: Qual o seu objetivo com a adubação de verde?

Com o passo anterior e com o alinhamento de seu objetivo, você saberá qual o problema a ser solucionado com a adubação verde na sua propriedade.

Ou seja, você quer melhorar a porosidade do solo ou ter maior teor de matéria orgânica ou controlar alguma praga de solo ?

Dessa maneira, a sua escolha de espécies para adubação será muito mais assertiva.

Por exemplo, se sua área tem problemas com o nematoide das lesões radiculares Pratylenchus brachyurus.

Nesse caso, você pode utilizar alguma espécie de Crotalária como Crotalaria-spectabilis, Crotalaria-ochroleuca e Crotalaria-breviflora.

Veja algumas das características de duas espécies de Crotalária.

adubação verde vantagens e desvantagens

(Fonte: Piraí Sementes)

Passo 3: Planejamento da compra de insumos

Agora que você sabe qual a área que irá realizar a adubação verde e qual a espécie de planta irá utilizar, você já pode planejar seus insumos.

Faça os cálculos e estime a quantidade de sementes necessária e seu preço.

Considere também os demais custos que podem ter na implantação e na condução da adubação verde, como algum defensivo agrícola.

Neste item, você deve realizar o orçamento de todos os insumos que irá utilizar.

Não se esqueça de anotar tudo em um caderno, planilha ou software agrícola, assim você saberá exatamente seus custos, possibilitando verificar o custo-benefício dessa atividade.

Passo 4: Planejamento das atividade para a instalação da adubação verde

Você deve planejar qual o período que irá iniciar o plantio.

Dessa forma, deve organizar quais as máquinas e implementos agrícolas que serão utilizados e quanto tempo você irá utilizá-los durante a implantação da cultura.

Certifique ainda que as máquinas, implementos agrícolas e a mão de obra estarão disponíveis para esta atividade.

Outro ponto importante para o planejamento das atividades é o acompanhamento das condições meteorológicas durante o período de plantio.

Aqui você deve orçar o custo com máquinas e implemento, ou seja, a hora máquina.

Mantenha tudo isso registrado, mantendo sua equipe consciente de quando e como serão realizadas as operações agrícolas da adubação verde.

adubação verde vantagens e desvantagens

Com o Aegro é muito mais simples planejar e manter sua equipe ciente do que é necessário fazer e em quanto tempo é preciso finalizar as atividades.

Passo 5: Compra de insumos e aluguel de máquinas (se necessário)

Verifique a necessidade da compra de outros insumos, além das sementes, e aluguel de máquinas.

Averigue também se vai ser preciso contratar mão de obra para essas atividades.

Lembre-se de colocar todos esses custos em caderno, planilha ou software para saber exatamente quais serão seus custos e, consequentemente, seus reais ganhos.

Passo 6: Preparo do solo, plantio e condução das plantas de adubação verde

Depois de seu planejamento é hora de pôr a mão na massa!

Comece com o preparo do solo, depois, o plantio e a condução da “lavoura” de plantas utilizadas como adubo verde.

adubação verde vantagens e desvantagens

Passo 7: Incorporação das plantas no solo

De acordo com a variedade que você utilizou para adubação verde, há um momento ideal para realizar a incorporação dessas plantas no solo.

Para isso, você deve conhecer o ciclo de cultivos e as características da espécie que você escolheu.

Passo 8: Fechamento dos custos que foram utilizados na prática de adubação verde

Neste item, você deve colocar todos os seus gastos (custos realizados) com a adubação verde.

Com os registros do seu planejamento, você consegue verificar onde foi gasto a mais ou a menos, observando onde poderá melhorar na próxima vez que realizar a adubação verde.

adubação verde vantagens e desvantagens

Passo 9: Comparar as produtividade na sua próxima cultura (benefícios com a adubação verde)

Após a realização da adubação verde, quantifique qual a sua produtividade na próxima safra e compare com as produtividades anteriores.

Para isso, você pode utilizar planilhas do Excel ou algum software para contabilizar os seus custos e os investimentos.

Com o software Aegro, você consegue ter o custo de produção, seu histórico de safras anteriores e também da atual.

Isso é essencial para analisar os benefícios da adubação de cobertura, e também o lucro real da sua safra.

adubação verde vantagens e desvantagens

Agora que você sabe adubação verde vantagens e desvantagens, custos e planejamento, vamos de falar de algumas plantas que podem ser utilizadas.

Principais espécies utilizadas como adubo verde

Crotalaria juncea

Planta anual, arbustiva e de crescimento ereto.

É a espécie que produz a maior quantidade de biomassa no menor tempo e, consequentemente, fornece nitrogênio em maior quantidade.

Pode ser utilizada no controle de nematoides do gênero Meloidogyne.

Crotalaria spectabilis

Também é planta anual e de crescimento ereto. Sua principal característica é não ser boa hospedeira de nematóides.

Isso é comprovado por este trabalho, em que o número de nematoides por grama de raízes de crotalária foi significativamente menor do que daquele encontrado em raízes de soja.

adubação verde vantagens e desvantagens

(Fonte: Elaine Wutke/IAC)

Ervilhaca (Vicia sativa)

Leguminosa anual de inverno e tem bom fornecimento de nitrogênio.

Feijão de porco (Canavalia ensiformis)

Também chamado de feijão bravo. É uma planta anual, ereta e herbácea.

Esta espécie pode ser eficiente no controle de algumas plantas daninhas, especialmente tiririca.

adubação verde vantagens e desvantagens

(Fonte: Piraí sementes)

Aveia preta (Avena strigosa)

Gramínea que pode ser utilizada no controle de plantas daninhas e pragas agrícolas.

Milheto (Pennisetum glaucum)

É uma planta anual, forrageira de verão, de clima tropical, hábito ereto e porte alto.

adubação verde vantagens e desvantagens

(Fonte: José Avelino Rodrigues em Embrapa)

Aqui coloquei só alguns exemplos que você pode utilizar como plantas de adubo verde.

Mas, você pode encontrar muitas outras espécies, não deixe de verificar qual o seu objetivo com a adubação verde para escolher a espécie adequada.

Conclusão

Neste texto foram discutidas muitas vantagens que a adubação verde pode trazer para a sua propriedade.

Você pode melhorar o desenvolvimento da sua cultura, e consequentemente, a sua produtividade agrícola.

No entanto, para alcançar essas vantagens é necessário um bom planejamento da atividade agrícola, caso contrário, haverá desvantagens em sua prática.

Com um bom planejamento você consegue aumentar o lucro na sua próxima cultura e ainda obtém uma melhora do solo a longo prazo.

Então, mãos à obra para o planejamento e para implantação da adubação verde na sua propriedade!

Veja também:

Por que adubação foliar em soja pode ser uma cilada

Manual rápido de como fazer adubação de soja

O que você precisa saber sobre a cobertura do solo com nabo forrageiro

Você tem alguma dúvida sobre adubação verde vantagens e desvantagens? Quais resultados alcançou com essa prática agrícola? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Como otimizar sua lavoura com pulverizador autopropelido

Pulverizador autopropelido: Você sabe como regular? Neste texto, iremos responder essas e outras questões para te auxiliar na pulverização da sua lavoura com autopropelido.

A mecanização agrícola é um dos mais importantes fatores da produção, podendo apresentar em até 50% dos seus custos totais.

Dentre as atividades de mecanização, está a pulverização da lavoura. E só quem viu uma lavoura infestada sabe a importância dessa atividade. Por isso, utilizar algumas tecnologias nessa etapa pode aumentar a sua produção.

Você já parou para pensar qual tipo de pulverizador, autopropelido ou tratorizado, é utilizado na sua lavoura? E se algumas práticas ou tecnologias poderiam te auxiliar no manejo de pragas, doenças e plantas daninhas?

Neste texto vamos falar sobre todos esses assuntos para suas pulverizações se tornarem ainda mais eficientes! Veja a seguir:

O que é um pulverizador autopropelido?

Pulverizar é produzir gotas a partir da calda de uma formulação comercial do produto químico. Aplicar é depositar a gota no objeto (alvo), este alvo muitas vezes são as folhas da cultura.

Pulverizadores são máquinas agrícolas que realizam as aplicações de defensivos agrícolas para que este atinja o alvo de forma adequada.

Assim, a utilização de defensivos agrícolas é para assegurar o potencial produtivo da sua lavoura, protegendo contra pragas (doenças, plantas daninhas e insetos). pulverizador autopropelido também é chamado de automotriz ou autopropulsor.

pulverizador autopropelido

(Fonte: Pulverjet)

Esses pulverizadores são máquinas de alto desempenho, com velocidade de pulverização de 15 a 30 km/h.

Em situações favoráveis, a velocidade operacional pode chegar próxima a 40 km/h. Além disso, esses pulverizadores geralmente apresentam alta tecnologia em eletrônica de bordo para o preciso e total controle da pulverização.

Para entender melhor esses pulverizadores vamos entender melhor quais os seus componentes e funções:

>> 8 perguntas para fazer ao seu consultor sobre defensivos agrícolas

Componentes do pulverizador autopropelido

Os principais componentes de um pulverizador autopropelido, você confere na figura abaixo.

pulverizador autopropelido

(Fonte: Casali, 2015 adaptado de Manual de Operação Massey Ferguson 9030)

Veja a função de alguns componentes:

Reservatório de calda

Local onde é armazenada a calda que é utilizada na pulverização. Existem diversas capacidades desses reservatórios no mercado.

Barras de pulverização

Podem ser instaladas na parte traseira, parte frontal ou central. As barras são equipadas com corpos de bicos múltiplos e com as pontas de pulverização e podem medir em média de 15 a 48 metros.

Cabine

A cabine do pulverizador é fechada, o que proporciona conforto ao operador e impede a contaminação com agrotóxicos.

Eletrônica embarcada

É representada por sensores, atuadores, computadores de bordo, software e GPS. A eletrônica embarcada é utilizada para as funções vitais da máquina, como controle da pulverização, controle da velocidade de deslocamento, transferência de dados, entre outras.

Esses pulverizadores ainda podem apresentar piloto automático, constituindo outra tecnologia comumente vista nessas máquinas. Além disso, esse tipo de pulverizador apresenta uma característica importante para as pulverizações:

Característica importante do autopropelido

O pulverizador autopropelido também possui maior vão livre.

Mas o que é vão livre? Vão livre é a medida composta pela distância do solo até o primeiro ponto da estrutura da máquina. Assim, se seu pulverizador apresenta maior vão livre, permite realizar pulverização em estágios mais avançados de desenvolvimento da sua cultura.

Classificação dos pulverizadores

A Andef classificou os pulverizadores como:

  • Pulverizador costal manual;
  • Pulverizador costal motorizado;
  • Pulverizador tratorizado com mangueira e pistola de pulverização;
  • Pulverizador de barras (tratorizado ou autopropelido);
  • Turbopulverizador ou turboatomizadores;
  • Pulverização com aeronave.

No caso do nosso tema de hoje, pulverizador autopropelido, há dois tipos de classificação:

  • Máquinas projetadas originalmente como pulverizadores autopropelidos;
  • Pulverizadores adaptados à estrutura do trator agrícola.

Vantagens do uso de pulverizador autopropelido

Podemos citar como vantagens de se utilizar pulverizador autopropelido:

  • Maior precisão na pulverização;
  • Otimização de custos de produção e insumos;
  • Permite ser utilizado na agricultura de precisão;
  • Maior planejamento da atividade de pulverização;
  • Menor risco e maior conforto ao operador;
  • Maior rendimento operacional.

Agora vamos para uma etapa crucial da pulverização e que é decisiva para um manejo e gestão agrícola eficaz:

Regulagens e calibração do pulverizador

Alguns passos básicos e simples podem fazer toda a diferença na sua pulverização.

Pensando nisso, fizemos um passo a passo para lhe auxiliar:

1.Manutenções e Limpeza

Você deve realizar as manutenções como a limpeza dos filtros do pulverizador e também dos bicos.

Para não esquecer de realizar manutenções preventivas no seu maquinário, você pode contar com um software de gestão agrícola.

Alerta de manutenção de maquinário agrícola no Aegro

Com o Aegro, por exemplo, é possível programar alertas de manutenção pontuais ou periódicos. Assim, você recebe um aviso por e-mail sempre que estiver na hora de realizar uma nova checagem.

Veja este artigo para mais informações sobre regulagem e manutenção de maquinários agrícolas.

2.Regulagem das barras

Regule o espaçamento entre os bicos na barra e a altura da barra em relação a sua cultura (em geral, deve ser 1m da barra até o chão).

Verifique o ajuste das ponteiras da barra, eliminando as folgas entre o encosto do terminal da barra e a estrutura metálica da ponteira.

Lembrando que as ponteiras são as porções terminais da barra de pulverização.

Verificar também o ajuste do movimento vertical da barra, o nivelamento das ponteiras em relação às barras e o ajuste do desarme das ponteiras.

3.Comece a calibração: Encha o tanque do pulverizador com água

4.Com o pulverizador ligado, verifique se há vazamento nos filtros e nos bicos

5.Calibração da pressão

A pressão será realizada na calda de pulverização pela bomba de pressão.

A pressão deve ser selecionada nos comandos eletrônicos dentro da cabine do pulverizador e deve ser calibrada na parte de fora do pulverizador em cada seção.

Assim, você deve abrir o manômetro e verificar se a pressão em cada seção está de acordo com a qual você selecionou no comando eletrônico.

6.Faça a medição da vazão

Colete a água de um bico unitário por 1 minuto em um recipiente graduado.

Para saber a vazão total dos bicos, veja o exemplo:

Se em um bico foi coletado 800 mL em 1 minuto, então, a vazão unitária é 0,8 L/min.

Se a barra tem 40 bicos, 0,8 x 40= 32 L/min de vazão total.

Você também pode pedir a vazão em todos os bicos e verificar se eles não estão desgastados.

Se algum dos bicos apresentar vazão acima de 10%, o bico deve ser trocado.

Nessa etapa também se atente para o jato que sai dos bicos, observando se há entupimentos e deve desentupir adequadamente conforme mostra figura abaixo:

desentupir-bicos-pulverizador-autopropelido

(Fonte: Jacto)

7.Faça a medição da velocidade do pulverizador

Marque um percurso de 50 metros com uma trena e afaste o pulverizador do local demarcado, pode ser 5 metros como na figura abaixo.

calibração-pulverizador-autopropelido

(Fonte: UFRRJ)

Esse afastamento permite que a velocidade se estabilize até chegar na marcação de 50 metros para sua medição.

Após isso, anote o tempo que o pulverizador percorrer os 50 metros.

Com a distância dividida pelo tempo sabemos facilmente qual a velocidade real da máquina.

Então, se o tempo para percorrer a distância de 50 metros e o tempo foi de 15 segundos, a velocidade é (50/15)x60=200 m/min.

8.Calcule a área tratada por minuto

Nessa etapa continuarei nosso exemplo para facilitar o entendimento dos cálculos:

Exemplo:

Largura da área tratada = 40 bicos x 0,6m de espaçamento entre bicos = 24 metros

Área tratada = velocidade x largura da área tratada

Área tratada = 200m/min x 24 metros = 4800 m/min

Em hectare = 4800/10000 = 0,48 ha/min

9.Taxa de aplicação

A fórmula da taxa de aplicação é:

Taxa de aplicação = vazão total/área tratada

Continuando nosso exemplo:

Taxa de aplicação = 32L/min/0,48ha/min = 67 L/ha

10.Quantidade de produto para o preparo da calda

Quantidade = (capacidade do tanque x dosagem do produto)/taxa de aplicação

Exemplo:

Se o tanque é de 2000 litros e dosagem do produto de 0,2 L/ha: Quantidade = (2000×0,2)/67 = 5,97 L de produto para o preparo da calda de um tanque cheio do pulverizador.

custo operacional de máquinas

O que podemos concluir e planejar com a calibração dos pulverizadores

Continuando com nosso exemplo, temos os seguintes dados após a calibração:

Se a taxa de aplicação de 67 L/ha e o tanque possui volume de 2000 litros, já sabemos que a cada aproximadamente 30 hectares (2000/67) teremos uma parada para reabastecer o tanque. E em quanto temos teremos que reabastecer o tanque?

Só precisamos dividir o número de hectares que um tanque trabalha (30 ha no nosso exemplo) pela área tratada por minuto (0,48 ha/min), o que resulta em aproximadamente 1 hora.

Isso já te prepara e também a sua equipe para as paradas e o abastecimento mais rápido e eficaz possível. Sabendo a área total que deve ser tratada você também sabe a quantidade total do defensivo agrícola a ser comprado.

Desse modo, a regulagem e calibração podem até parecer algo trivial de se fazer, mas pode ser um ótimo começo para uma gestão e planejamento agrícola bem feitos.

Após todas as vantagens, regulagem e calibração dos pulverizadores, também devemos ter alguns outros cuidados importantes nessa atividade:

Cuidados durante a sua pulverização

  • Utilize pulverizadores adequados para a cada atividade e área;
  • Utilize o defensivo agrícola recomendado para a cultura e na dose correta;
  • Realize manutenções nos pulverizadores e limpeza;
  • Certifique-se que o trabalhador está treinado;
  • Uso de equipamento de proteção individual (EPI);
  • Calibração e regulagem dos pulverizadores;
  • Utilize água de boa qualidade;
  • Verifique condições climáticas no local de pulverização antes de iniciar as atividades;
  • Verifique como deve proceder com o descarte de produtos químicos (resíduos);
  • Se atente com a deriva.

Falando em deriva, saiba que muitas vezes ela pode ser evitada com a consulta das condições climáticas na hora de pulverização. E para verificar as condições você pode utilizar aplicativos de celular para isso. Além disso, ressalto que não devemos esquecer que em toda pulverização deve-se utilizar EPI.

Manual-uso-EPI

(Fonte: Andef)

A escolha do pulverizador realmente é muito importante para planejamento da sua propriedade.

Mas, um componente de grande importância no pulverizadores são os bicos e sua escolha.

Utilização dos tipos de bicos na pulverização agrícola

A função dos bicos é dividir o líquido (a calda a ser aplicada) em gotículas e distribuí-las, de forma uniforme, sobre toda superfície da planta (alvo).

Além disso, você deve escolher o bico para o pulverizador de acordo com:

  • Estágio da cultura, as condições de temperatura e umidade no local;
  • Equipamento a ser utilizado;
  • Tamanho da lavoura.

Para isso, é necessário conhecer algumas informações do bico que você pode encontrar nos próprios bicos:

nomenclatura-bico

(Fonte: Teejet)

Nesse sentido, os bicos que você seleciona determinam pelo menos 4 fatores essenciais da pulverização utilizando ou não pulverizadores autopropelidos:

  • Quantidade de produto aplicado na área;
  • Uniformidade da aplicação;
  • Cobertura do produto aplicado sobre o alvo;
  • Quantidade potencial de deriva.

O bico é composto por todo o conjunto com suas estruturas de fixação na barra (corpo, filtro, ponta e capa).

bicos-pulverização-autopropelido

(Fonte: Andef)

Muitas vezes, a ponta é utilizada como sinônimo de bico. Mas lembre-se, que a ponta é uma estrutura do bico. Para te ajudar na escolha do bico para o seu pulverizador, você pode utilizar aplicativos ou software como da John Deere e Jacto.

E lembre-se que bicos desgastados podem te trazer prejuízos. No exemplo abaixo, você pode visualizar o quanto você pode perder com bicos desgastados, considerando uma área de 500 ha e um desgaste de 10% dos bicos de pulverização.

pulverizador-autopropelido-gasto-agroquimico

(Fonte: Jacto)

Alguns fatores que favorecem o desgaste são: limpeza (quando é realizada com material impróprio), poder abrasivo dos defensivos agrícolas, pressão de trabalho e qualidade da água.

Para que você não tenha problemas com prejuízos por bico desgastado se atente: Quando um bico apresentar vazão acima de 10% da vazão nominal de um bico novo, você deve substituir este bico. Assim, se atente a calibração que já vimos como fazer no início deste texto.

Histórico do pulverizador autopropelido

O primeiro pulverizador autopropelido foi criado na década de 1940 nos EUA, este pulverizador foi criado para a lavoura de cultura do milho.

Depois deste, ocorreram muitas modificações nesses pulverizadores. E, no Brasil, o pulverizador autopropelido começou a ser fabricado na década de 1980 por empresas brasileiras. Agora você encontra vários modelos de pulverizadores autopropelidos e de diversas marcas no país.

Na figura abaixo, você confere as marcas de pulverizador autopropelido e o ano em que iniciaram a comercialização no Brasil.

marcas-pulverizadores-autopropelidos

(Fonte: Casali, 2015)

Depois dos conhecimentos sobre pulverizador autopropelido, fica aquela dúvida, podemos utilizá-lo na agricultura de precisão?

Agricultura de precisão e pulverizador autopropelido

Como já comentamos em outros textos, a agricultura de precisão (AP) é um manejo diferenciado em sua lavoura.

Ou seja, sua área não é uniforme, assim, você não deve tratar toda sua lavoura de uma mesma forma, dessa maneira, sua pulverização não é a mesma em toda a área.

Assim, utilizando AP, você pode reduzir o custo de produção da sua lavoura, aplicando a quantidade necessária de defensivo agrícola, e com isso, você reduz o desperdício.

>> 5 dicas infalíveis para uma aplicação de defensivos agrícolas mais eficaz

Para a pulverização da sua lavoura utilizando taxa variável de defensivo agrícola na área, você pode utilizar pulverizador autopropelido.

Os pulverizadores autopropelidos já apresentam algumas tecnologias que permitem realizar a AP na operação de pulverização da sua lavoura.

Assim, a utilização da eletrônica embarcada desses pulverizadores permite a aplicação de defensivos agrícolas em quantidades variáveis e tempos específicos.

Conclusão

Neste texto você aprendeu sobre o pulverizador autopropelido, suas características vantagens e componentes.

Além disso, foram dadas algumas dicas bastante úteis sobre a regulagem do pulverizador. Assim, o pulverizador autopropelido é uma tecnologia que você pode utilizar na sua lavoura para aprimorar a pulverização de defensivos agrícolas.

Como sempre gosto de enfatizar, sua lavoura é sua empresa, por isso, você deve planejar as atividades, entre elas a de pulverização, para que você possa aumentar seus lucros.

Então, boa pulverização da sua lavoura!

>> Leia mais: 

O que é Safs: entenda tudo sobre sistemas agroflorestais

Depreciação de máquinas: Todos os cálculos de forma prática
Como regular plantadeira de trigo e ser mais eficiente

Você utiliza pulverizador autopropelido na sua lavoura? Como você realiza a regulagem do seu pulverizador? Como você escolhe os bicos de pulverização? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Colheita do milho: descubra possíveis perdas e como calculá-las

Cálculo de perdas na colheita de milho: Neste artigo iremos mostrar como você pode fazer o cálculo e evitar prejuízos desnecessários na sua lavoura. Confira!

Você já parou para pensar quais são as perdas na colheita de milho que podem acontecer?

Segundo estudos, podemos perder de 7 a 8% da colheita.

Você escolhe uma semente de boa qualidade, realiza adubação, monitora a lavoura, faz aplicação de defensivos e… pode perder quase 10% ou mais de todo esse trabalho.

Neste artigo mostramos quais os tipos de perdas mais comuns e como evitá-las.

Aqui você ainda fica sabendo como fazer o cálculo de perdas na colheita de milho. Confira:

Perdas que podem acontecer na colheita da lavoura de milho

Algumas pesquisas relatam que os níveis toleráveis de perdas é de 1,5 saco/ha para milho.

Agora vamos conhecer algumas perdas que ocorrem antes, durante e depois da colheita, mas que estão diretamente relacionadas com a colheita.

Perdas na colheita de milho por regulagem da máquina

Considera-se que uma máquina bem regulada pode evitar cerca de 50% de perdas na colheita.

Hoje temos as colhedoras acopladas e as automotrizes.

Chamam-se colhedoras acopladas por ter os equipamentos de colheita acoplados em tratores.

Já as automotrizes são as mais utilizadas atualmente e são constituídas de cinco partes:

  • Rolo espigador e chapas: corte e alimentação;
  • Cilindro e côncavo: debulha;
  • Peneiras e ventilador: separação e limpeza do grão;
  • Elevador de grãos e tanque graneleiro: condução dos grãos e depósito;
  • Descarga: transferência dos grãos do tanque graneleiro para a carreta.

Nesse sentido, tenho algumas dicas principais na hora de regular a colhedora:

As 5 principais dicas na regulagem da colhedora

1.Atenção na velocidade da máquina

A velocidade de trabalho recomendada para uma colhedora é determinada em função da produtividade da cultura do milho.

Isso porque devemos ter em mente que a colhedora tem uma capacidade máxima para processar toda a massa que é colhida junto com o grão.

Assim, quanto maior a velocidade, mais massa ela terá que processar.

Por isso, a velocidade de trabalho recomendada, por várias pesquisas, para a colheita de milho varia de 4 a 6 km/hora.

2. Cilindro debulhador

Os grãos de milho podem ser colhidos a partir do ponto que atinge a maturidade fisiológica.

Quanto menor a umidade, mais fácil será a debulha, mas os grãos se tornam também mais quebradiços.

Por isso, atenção para o cilindro debulhador, pois ele é regulado conforme o teor de umidade dos grãos

3. Rolo espigador, peneiras e ventilador

Merece nossa atenção, pois as perdas de grãos soltos são ocasionadas pelo rolo espigador e de separação.

4.Tanque graneleiro, elevador da retrilha e saída da máquina

Faça a regulagem adequada para verificar a qualidade do grão colhido.

5.Operador da colhedora

Claro que não podemos esquecer que o operador da colhedora é de extrema importância para a atividade da colheita.

Por isso, eles devem ter treinamentos para conhecer a máquina e os processos agrícolas.

Meu colega Luis Gustavo falou neste texto sobre a regulagem e manutenção de máquinas e equipamento.

Além disso, você pode ver abaixo os principais problemas na colheita de milho envolvendo regulagem da máquina, suas possíveis causas e como solucionar o problema:

perdas-causas-e-soluções

(Fonte: Adaptado de Embrapa)

Agora que sabemos as principais perdas na regulagem da colhedora, vamos ver como quantificar essa perda:

Como fazer o cálculo de perdas na colheita de milho

Este método é realizado no campo logo após a colheita. Confira esse simples passo a passo de como fazer o cálculo de perdas na colheita de milho:

1° Faça uma armação

Utilize uma armação (de madeira ou mesmo arame) com a largura da plataforma da colhedora e o comprimento que desejar.

Multiplicando a largura pelo comprimento da armação, você terá a área dessa armação.

Exemplo: largura da minha armação = 4 metros (ou seja, minha plataforma tem largura de 4 metros)

Comprimento da minha armação = 0,5 metros

área = 4 x 0,5 =  2 m²

calculo-perda-colheita-milho.

(Fonte: Embrapa)

2° Vá a campo

Após a colheita, posicione a armação em um local em que a colhedora passou e que seja representativa do talhão.

3° Colete os grãos

Colete todos os grãos que estiverem dentro da área delimitada pela armação e pese esses grãos.

4° Faça as contas

Com o peso da perda dos grãos na área conhecida da armação, estipule essa perda para 1 hectare.

Exemplo: o peso dos grãos dentro da armação foi de 13 g

13 g – 2 m²

x – 10 000 m²

x = 65 000 g = 65 Kg por hectare a estimativa de perdas da colheita

5° Determine se a perda que ocorreu está dentro dos limites aceitáveis

O limite aceitável de perda é de 1,5 saco/ha. Ou seja, acima disso temos que investigar o que está acontecendo e onde estamos errando.

Voltando ao nosso exemplo, 65 Kg/ha é o equivalente a 1,08 sacas por hectare, sendo uma perda totalmente aceitável, natural pelo processo de colheita.

Temos ainda outro método de medir essa perda:

Método de quantificação das perdas pelo copo medidor da Embrapa

A Embrapa desenvolveu um copo de plástico tamanho específico que correlaciona volume com massa.

Isso permite a determinação direta dos valores de perdas de grãos e produtividade da lavoura, em sacas/ha.

Os primeiros passos são parecidos com o método anterior, com uma armação de área conhecida.

Assim, após a passagem da colhedora, coloque a armação no campo, sendo as áreas das mesmas preferencialmente de 1,0 m2 (para arroz) e 2,0 m2 (para soja e milho).

Depois, coletamos os grãos e , ao invés de pesar como no método anterior, colocamos os grãos em um copo especial desenvolvido pela Embrapa.

Nesse copo há uma escala que indica diretamente a perda e/ou o desperdício de grãos que está ocorrendo naquele momento.

As perdas aceitáveis para grãos são: 1,5 sacas/ha para milho e arroz e 1,0 saca/ha para soja.

Para soja esse método já tem sido bastante utilizado.

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Copo medidor ajuda no processo de cálculo de perdas na colheita de milho
(Fonte: Foto de Carina Venzo Cavalheiro – Emater-RS)

Outra forma mais fácil é utilizar essa planilha desenvolvida para automatizar o cálculo. Baixe gratuitamente clicando na figura abaixo!

planilha para estimativa de perdas na colheita Aegro

Perdas na colheita devido ao cultivar

A escolha do cultivar de milho deve ser bem planejada, pois isto reflete desde a semeadura até a colheita.

Neste planejamento deve se conhecer as características do cultivar de milho: se sofre muito acamamento, se apresenta muitas quebras na planta….

Assim, a cultivar tem que ter adaptabilidade com a colhedora, por isso, muitas vezes você precisa regular a colhedora.

Precisamos nos atentar para que a altura da inserção da espiga seja a mesma para todas as plantas e qual é essa altura, se há plantas acamadas, etc.

>> Você sabe onde está o gargalo do seu planejamento agrícola?

Perdas por atraso na colheita

Você já deve ter ouvido falar ou já passou por isso em sua lavoura: Perdi um pouco da produção por atrasar a colheita.

Então fica a pergunta: Quando devo colher a lavoura de milho?

Para isso, vamos entender um pouco do ciclo da cultura.

A imagem abaixo apresenta as fases do ciclo da cultura de milho, sendo divididos em fases vegetativas (V) e fases reprodutivas (R).

calculo-perda-colheita-milho.

(Fonte: adaptado de Fancelli (1986) em Fast Agro)

O milho está pronto para ser colhido a partir da maturação fisiológica do grão (R6), o que acontece no momento em que 50% dos grãos na espiga apresentam uma pequena camada preta no ponto de inserção dos grãos com o sabugo.

calculo de perda da colheita de milho

Camada preta no ponto de inserção dos grãos com o sabugo.
(Fonte: José Madalóz em Pioneer Sementes)

Para redução de perdas e danos mecânicos, sugiro a colheita a partir do momento em que os grãos apresentarem 25% de umidade.

Mas é comum o atraso na colheita por falta de máquinas, condições climáticas e outros.

Esse atraso pode resultar em maior ataque de pragas e doenças, especialmente se ocorrerem chuvas nesse meio tempo.

Para que isso não aconteça, é preciso dimensionar corretamente o número de máquinas necessárias e ter em mente em quantos dias essa colheita será feita na sua área.

Assim, é possível planejar adequadamente a cultura, desde o início da mesma com a data de plantio.

Você pode ver em mais detalhes sobre planejamento agrícola aqui.

Perdas na colheita por doenças

Há algumas doenças causadas por fungos que atacam as espigas de milho ainda no campo próximo ao momento da colheita, por isso, foram descritas neste texto.

Lembre-se que essas doenças ocorrem ainda no campo, causando perdas durante a colheita e no armazenamento.

Períodos chuvosos favorecem acúmulo de umidade nas espigas de milho, e isto, pode favorecer o desenvolvimento de fungos.

Vamos conhecer algumas das doenças nas espigas de milho:

1.Podridão da espiga causada por Diplodia ou podridão branca

Esta podridão é a mais frequente das doenças causadas na espiga do milho, sendo mais severa em regiões de alta umidade.

É causada pelos fungos Diplodia maydis e D. macrospora.

A doença começa na base da espiga e também se desenvolve entre os grãos da espiga.

Pode provocar apodrecimento dos grãos se infectar espigas com alta umidade.

calculo-perda-colheita-milho-podridão-branco

(Fonte: Raphael Gregolin em Pioneer sementes)

2.Podridão da espiga causada por Gibberella moniliformis ou podridão rosada da espiga

Os grãos infectados na parte superior apresentam estrias brancas e depois há mudança de cor para róseo a marrom-escuro.

Com o desenvolvimento do patógeno nos grãos, há um crescimento cotonoso de coloração clara a avermelhada, isso corresponde ao micélio do fungo.

calculo-perda-colheita-milho-podridão-rosada

(Fonte: Matheus Dalsente Krau em Pioneer sementes)

3.Podridão da espiga causada por Gibberella zeae ou podridão vermelha da ponta da espiga

Esta doença é favorecida em regiões frias e úmidas. A doença começa na ponta da espiga e progride para a base.

Além disso, a coloração do fungo entre e sobre os grãos varia de avermelhada a marrom.

4.Podridão da espiga causada por Penicillium oxalicum

As espigas infectadas por este fungo apresentam coloração verde-azulada.

Penicillium oxalicum além de causar danos em condições de campo, também é importante como patógeno de grãos armazenados.

Agora que já vimos as principais podridões das espigas que causam perdas na colheitas, vamos conhecer um pouco mais sobre grãos ardidos:

>> O Combate às ferrugens: Controle essas doenças nas culturas do milho e soja

O que são grãos ardidos e micotoxinas?

As doenças citadas acima podem produzir grãos ardidos e micotoxinas.

Grãos ardidos são grãos produzidos em espigas que sofreram um processo de podridão.

Micotoxinas são metabólitos secundários tóxicos produzidos por fungos, tanto na fase de pré-colheita (ainda no campo), quanto na fase de armazenamento dos grãos.

As micotoxinas podem causar doenças pela ingestão de alimentos contendo micotoxinas, esses alimentos são provenientes de grãos contendo micotoxinas.

Quais as medidas de controle para as podridões da espiga?

Controle das podridões nas espigas causadas por fungos

Escolha de cultivares resistentes e práticas culturais como: lavoura livre de plantas daninhas, densidade de plantio correta, colheita na época correta e rotação de culturas.

E você conhece as principais doenças do milho que atacam durante todo o ciclo de cultivo?

Veja este texto que escrevi para conhecer mais: Se prepare na pré-safra: Como combater as principais doenças de milho, feijão e sorgo.

Importância de conhecer suas perdas na colheita de milho

É muito importante você conhecer as fontes de perdas relacionadas com a colheita que ocorrem na sua lavoura para:

  • Determinar a produção na sua lavoura;
  • Identificar em quais fases e processos deve agir para reduzir perdas;
  • Determinar qual o seu custo de produção;
  • Planejar sua lavoura (desde o preparo do solo ao transporte e armazenamento do grão);
  • Fazer o cálculo de perdas na colheita de milho;
  • Quantificar o lucro ou prejuízo real de sua lavoura.

Ademais, a produtividade líquida é o que você realmente colheu na sua lavoura, descontando assim, as perdas que ocorreram no sistema de produção.

Assim, é na colheita que você terá o retorno do seu capital investido durante toda a lavoura.

Por isso, esta atividade merece muita atenção!

Conhecer a produtividade da sua lavoura é primordial para você planejar seus custos e a sua próxima cultura.

Pode parecer complicado e um pouco confuso conseguir contabilizar as perdas, ganhos e custos, mas a tecnologia pode te ajudar nisso.

61% dos agricultores afirmam que a tecnologia tornou a agricultura mais fácil na última década.

O Aegro é um software de gestão agrícola para sua fazenda que pode te ajudar neste planejamento e visão completa da fazenda.

https://www.youtube.com/watch?v=891oHrLaSNo&t=1s

Nele, você consegue planejar sua propriedade por talhão de modo fácil e simples, e determinar o custo de produção por talhão ou área total da propriedade.

Neste texto que escrevi “Como usar software para agricultura para melhorar seu custo de produção” comento sobre custo de produção agrícola e como obter utilizando um software. Não deixe de conferir!

O que você pode fazer para reduzir as perdas na colheita da sua lavoura

Há várias questões que devem ser atendidas para que a colheita ocorra da melhor maneira possível.

Uma das principais, é a mão de obra capacitada para o trabalho.

O operador deve conhecer a cultura de milho, a máquina e suas regulagens para reduzir as perdas. Caso necessário deve-se realizar treinamentos para a capacitação.

Como já vimos aqui, a regulagem adequada das máquinas também é essencial, bem como o monitoramento das condições climáticas.

Se atente também para o controle de plantas daninhas durante o ciclo da cultura para que não atrapalhe na colheita.

Ademais, escolha de variedades de milho resistentes ao tombamento e realize planejamento das atividades da sua lavoura!

Nesse sentido, preparei algumas perguntas que devem ser respondidas para o bom andamento da colheita:

  • Qual a minha área plantada?
  • Quando minha lavoura atinge o ponto de maturidade fisiológica?
  • Em quanto tempo seria interessante finalizar a colheita em toda minha área?
  • Quantas horas de colheita/dia?
  • Quantas colhedoras (próprias ou de terceiros) terão que ser utilizadas neste processo?
  • Há alguma previsão de condição climática que impeça a colheita na época planejada?
  • Tenho mão de obra para realizar essa operação?
  • Vou estocar o milho? Onde?
  • Qual transporte vou utilizar?

Não deixe de responder essas perguntas para você planejar sua colheita e reduzir as perdas neste processo.

Saiba também como você pode estimar sua produtividade de milho e ainda ganhe planilha grátis para isso neste artigo: “Antes mesmo da colheita: Saiba estimar a produtividade de milho por hectare”

Conclusão

Neste texto, você aprendeu sobre as principais perdas que podem acontecer na sua lavoura de milho.

E como fazer o cálculo de perdas na colheita de milho.

Além disso, há algumas dicas de como você pode reduzir suas perdas e como medir àquelas causadas pelo maquinário na colheita.

Assim, a colheita é de extrema importância para sua lavoura de milho, ela deve ser planejada e monitorada para reduzir perdas, e com isso, aumentar seu lucro.

Depois de todas essas informações, só posso te desejar bom planejamento agrícola e boa colheita!

Veja mais também:

>> Tudo o que você precisa saber na pré-safra sobre as principais pragas de milho e sorgo
>> Tudo o que você precisa saber sobre Manejo Integrado de Pragas [Infográfico]
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Restou alguma dúvida sobre o cálculo de perdas na colheita de milho? Qual método você utiliza? Adoraria ver seu comentário abaixo.