Como reduzir os custos da gestão de herbicidas e tornar o manejo mais eficiente

Gestão de herbicidas: quais cuidados você deve tomar para um manejo eficiente e econômico de herbicidas

A qualidade e produtividade das plantas e a colheita mecanizada são negativamente afetadas pela presença de plantas daninhas.

Sem os herbicidas, o controle de plantas daninhas seria realizado manualmente.

O custo do controle pode triplicar quando há plantas resistentes a um ou mais modos de ação de herbicidas na lavoura. Por isso, plantas resistentes a herbicidas na lavoura merecem atenção redobrada!

Neste artigo, você verá como praticar a gestão de herbicidas e ter maior produtividade e qualidade do produto com o controle das plantas daninhas.   

Importância do uso e da gestão de herbicidas

A utilização de herbicidas é importante na produção agrícola brasileira porque permite minimizar a competição das culturas de interesse com plantas daninhas, e assim, maximizar os rendimentos da lavoura.

Culturas como soja, milho, trigo, feijão, algodão e cana-de-açúcar são produzidas em larga escala em grandes áreas e são dependentes dos herbicidas para reduzir a matocompetição.

A matocompetição é a “disputa” por espaço, luz, água e nutrientes de plantas daninhas com as cultivadas. Além de reduzir a produtividade das culturas, as espécies invasoras comprometem a qualidade dos grãos/sementes/pluma e a colheita mecânica.

Capim-amargoso (Digitaria insularis) na soja

Capim-amargoso (Digitaria insularis) na soja
(Fonte: Agronegócio em foco)

Não é só a falta de controle das plantas daninhas que gera prejuízos. Estratégias mal elaboradas ou falta de planejamento também resultam em danos. 

O gerenciamento adequado do uso de herbicidas envolve a diversificação dos produtos. Ela deve ser realizada pela rotação de moléculas com diferentes mecanismos de ação. 

Também é essencial que sejam respeitadas as orientações quanto à dosagem. Essas estratégias contribuem para prevenir a seleção de genótipos resistentes.

Ainda é importante conhecer o momento correto para a aplicação dos herbicidas. Ele é determinado pelo estádio de desenvolvimento da planta daninha e da cultura.

Má gestão dos herbicidas, aplicações não planejadas no estádio inadequado de desenvolvimento da cultura ou da daninha, além das sub ou super doses são comuns no campo. 

Tudo isso pode gerar problemas sérios, como a seleção de plantas resistentes.

Resistência de plantas daninhas aos herbicidas

Os índices de resistência de plantas daninhas a herbicidas vem crescendo de forma alarmante, resultado do uso equivocado de herbicidas.

No Brasil, algumas plantas invasoras já apresentaram resistência ao glifosato. A buva (Conyza spp.)  e o capim-amargoso (Digitaria insularis) são os principais exemplos.

Em um estudo realizado em 2017 pela Embrapa, foi determinado que no sistema de produção da soja, os prejuízos causados pela resistência de plantas a herbicidas se aproximam de R$ 5 bilhões anualmente.

Hoje, o custo com o manejo de plantas daninhas pode triplicar em lavouras com plantas resistentes quando comparado a um cenário sem elas.

Em lavouras com a presença de espécies resistentes aos herbicidas, os custos com o manjo podem triplicar. Isso quando comparados ao controle feito em áreas sem genótipos resistentes.

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Custo do controle de daninhas

Operações de pulverização com herbicidas são um custo relevante na safra. As diversas aplicações e o valor dos produtos tornam essencial o gerenciamento desta prática.

O conhecimento do histórico da área, das espécies predominantes ou existência de plantas resistentes auxilia o produtor na escolha de diferentes tratamentos.

O custo varia de acordo com o tamanho da área, com o grau de infestação da lavoura e da estratégia de manejo utilizada.

Não procure a forma mais barata de manejar plantas daninhas, mas sim a mais eficiente. Doses fora do recomendado e produtos inadequados selecionam plantas resistentes.

Veja na tabela abaixo como os custos aumentam à medida que há uma ou mais plantas com resistência na área, e entenda como a falta de gerenciamento pode encarecer o manejo.

tabela com custo (em 2017) do controle de diferentes plantas resistentes ao glifosato

Custo (em 2017) do controle de diferentes plantas resistentes ao glifosato
(Fonte: Embrapa Soja)

Em áreas em que não há presença de plantas resistentes, o manejo se resume a uma aplicação (de glifosato) na dessecação e uma ou duas em pós-emergência.

Segundo a Embrapa, o custo médio para o controle de plantas espontâneas é de R$ 120 por ha por safra.

No entanto, numa área onde há plantas com resistência ao glifosato, é necessário a combinação de mais de um produto para garantir a eficiência do manejo. 

Em caso de resistência múltipla, as opções de herbicidas são ainda mais restritas. Nesse caso, os custos podem chegar a R$ 380 por ha por safra.

Como controlar as plantas daninhas de forma eficiente

Para que a aplicação dos herbicidas seja eficiente, você precisa ter planejamento e saber como e quando irá fazer. Para isso:

  • Respeite as orientações da bula do produto quanto à dosagem e modo de aplicação;
  • Siga as orientações relativas às normas de segurança e ao uso de equipamento de proteção individual;
  • Realize a aplicação do herbicida somente sob condições climáticas favoráveis;
  • Em caso de mistura de produtos, avalie a compatibilidade dos herbicidas;
  • Utilize equipamentos limpos, regulados e calibrados;
  • Conheça as plantas invasoras predominantes na área e a melhor época para realizar o controle.

Como a agricultura de precisão pode ajudar na gestão de herbicidas

Uma boa forma de controlar a aplicação de herbicidas é gerenciar através de planilhas o histórico de cada área ou talhão, registrando, por exemplo:

  • espécies daninhas presentes, com ou sem resistência;
  • produtos utilizados (modo de ação, ingrediente ativo);
  • estádio da planta daninha e comercial no momento das pulverizações;
  • custo de aplicação (considerar todas as variáveis);
  • produtividade e valor de venda do produto.

Todas as informações possíveis de registrar são importantes, permitindo ao final da safra avaliar qual

Quanto mais informações forem coletadas melhor. Isso permite avaliar quais áreas merecem mais atenção, qual manejo foi mais eficiente e economicamente viável. 

Essas informações são muito importantes para o gerenciamento das próximas safras.

A informatização dos dados com a agricultura de precisão reúne técnicas que vêm se tornando comuns nas propriedades agrícolas, e auxiliam no gerenciamento da informação e do manejo.

Mapa digital de identificação de plantas daninhas - gestão de herbicidas

Mapa digital de identificação de plantas daninhas
(Fonte: Avantagro)

Hoje há equipamentos que fazem o mapeamento de plantas daninhas na lavoura através de sensores, e junto da tecnologia de aplicação em taxa variável, reduzem o número de aplicações de 40% a 60%.

planilha para cálculo de pulverização, baixe agora

Conclusão

Para o controle eficiente das plantas daninhas, realize a aplicação dos herbicidas seguindo as recomendações abordadas neste artigo. 

Use os produtos e doses indicadas, no momento certo, analisando a espécie invasora e a cultura que será ou está plantada, para não errar o manejo. Isso irá te auxiliar no controle dos gastos com herbicidas.

Tenha a gestão de herbicidas como uma rotina na propriedade, para que não surjam casos de plantas daninhas resistentes. Assim, você irá aumentar sua produtividade sem elevar custos.

Tome muito cuidado com as daninhas resistentes. Elas podem se tornar um gasto muito grande. Utilize a rotação de princípio ativo e modo de ação para evitar esta dor de cabeça.

E por fim, utilize as ferramentas disponíveis no mercado, inove na sua propriedade, busque novos conhecimentos com pessoas capacitadas e invista em novas tecnologias.  

Todos esses passos te ajudarão a gerenciar e aumentar seus lucros!

>> Leia mais:

Tudo o que você precisa saber sobre plantas daninhas na pré-safra

Como fazer o controle não químico das plantas daninhas

“Tudo a respeito do novo herbicida terbutilazina”

Este artigo te ajudou a entender melhor como a gestão de herbicidas pode aumentar sua lucratividade sem elevar os seus custos? Conte-nos sua experiência aqui nos comentários!

Como a agricultura digital facilita e otimiza o planejamento da próxima safra

A agricultura digital está revolucionando o manejo agrícola, proporcionando ferramentas e tecnologias que permitem uma avaliação detalhada do desempenho de produtos e práticas de manejo em cada região do talhão. 

O planejamento é crucial para o sucesso da safra, por prevenir possíveis problemas, traçar ações futuras e melhorar o custo-benefício do produtor.

Mas a estruturação de um plano de safra requer investimento de tempo para se entender as necessidades específicas da lavoura. 

Para isso, o agricultor precisa de um insumo fundamental: dados sobre a fazenda, que precisam ser fidedignos, organizados e acessados com facilidade.

Confira nesse artigo, escrito em parceria com a Climate FieldView™, como a tecnologia pode ser aliada do processo de construção do planejamento e conheça diferentes ferramentas que a agricultura digital oferece ao produtor nesse importante momento da safra.

O que é o planejamento agrícola?

O planejamento é o estágio em que se definem estratégias para a gestão da lavoura, com objetivos variados, adaptados às necessidades de cada realidade e de cada fazenda, considerando fatores como a redução de custos, o aumento da produtividade e a busca pela sustentabilidade do negócio.

Por isso, planejar a safra é momento de tomar decisões importantes que consideram o exercício de analisar ações anteriores e compreender seus impactos, tudo isso visando ser mais assertivo em: 

  • definir tipo de cultivo, materiais genéticos, bem como janelas ideais de plantio;
  • avaliar o estoque remanescente de produtos;
  • comprar insumos e verificar a relação custo-benefício;
  • avaliar performance do maquinário e operadores;
  • contratar pessoas e treiná-las;
  • realizar análises de solo

>>Leia mais: “Como as ferramentas da Agricultura Digital impactam o seu negócio”

A agricultura digital potencializa o planejamento da safra

A agricultura 4.0 se consolida como o braço direito do produtor no alcance de melhores tetos produtivos em sua lavoura. Não se limita apenas às operações de campo, como plantio e colheita, mas se estende a todos os momentos do ciclo produtivo.

O uso de diferentes tecnologias facilita e otimiza a gestão do planejamento, abrangendo processos administrativos, operacionais e de armazenamento, bem como análises de desempenho de produtos e manejos. Nessa linha, diversas plataformas de agricultura digital podem ser decisivas no planejamento de todo o ciclo produtivo.

Ter à disposição dados detalhados das últimas safras, gerados a partir da realidade do campo de cada agricultor, é fundamental para embasar um bom curso da safra e cumprir os objetivos traçados. 

Isso permite ao produtor avaliar o que foi feito adequadamente, as correlações entre a produtividade e os manejos realizados, o aprendizado nas zonas menos produtivas em termos de fertilidade, o que não deve ser repetido na próxima safra e em que parte do talhão se obteve maior retorno.

Ao planejar a próxima safra, três ferramentas digitais se destacam: imagens de satélite, mapeamento de operações e relatórios automatizados.

Ao planejar a próxima safra, dentre as várias existentes, podemos destacar três ferramentas digitais: imagens de satélite, mapeamento de operações e relatórios automatizados

>>Assista: “Histórias de Sucesso mostram resultados positivos com agricultura 4.0

foto de um satélite visto do espaço - Imagens de satélite permitem melhor gestão e acompanhamento da lavoura

Imagens de satélite permitem melhor gestão e acompanhamento da lavoura

Como as imagens de satélite podem apoiar no planejamento?

Muitas empresas e plataformas do mercado estão apostando nas imagens de satélite para auxiliar produtores em uma melhor gestão e acompanhamento do desenvolvimento de sua lavoura.

Funcionalidades como o Diagnóstico FieldView™ acabam sendo fundamentais no período de preparação da safra, basicamente por dois motivos: 

  1. Existe um banco de imagens históricas que os agricultores podem receber, viabilizando uma análise mais embasada de seus talhões; 
  2. Por meio dos mapas recebidos da última safra colhida, é visualmente mais simples entender, com a variabilidade na escalada de cores, se existiu algum fator que impactou no desenvolvimento ideal do cultivo e, consequentemente, na produtividade.

Com esses dados em mãos, o produtor pode identificar comportamentos recorrentes, como manchas e reboleiras, conseguindo mensurar o tamanho do impacto e se preparar para minimizá-lo na próxima safra. 

foto de três tablets que exigem imagem real, mapa de vegetação e mapa de monitoramento. Imagens atuais e históricas da lavoura são importantes para traçar um plano assertivo para a safra

Imagens atuais e históricas da lavoura são importantes para traçar um plano assertivo para a safra

Imagens históricas também apoiam na avaliação, por exemplo, de manchas de deficiência nutricional, uma vez que, ao compará-las com mapas de análises de solo, pode-se verificar se o problema é um ponto antigo ou recente no campo, permitindo o investimento correto na quantidade e tipo de adubo.

Por meio delas, pode-se constatar as causas da baixa performance do talhão, que podem ser: 

  • fertilidade, aplicações e manejos equivocados; 
  • janela de plantio e colheita não ideais.

Possibilitar esse entendimento permite ao produtor desenvolver uma estratégia customizada em cada parte de sua fazenda e preparar sua equipe.

As imagens apoiam ainda na compra de insumos corretos para cada área do talhão, como defensivos, fertilizantes e sementes/híbridos.

>>Saiba mais: “Benefícios do Diagnóstico FieldView™ no Plano de Entrada da Climate

Mapeamento das operações auxilia na gestão assertiva do campo

No dia a dia da lavoura, diferentes operações do campo podem ser mapeadas, como plantio, pulverização e colheita

 Isso significa que, através de plataformas da agricultura 4.0, um grande volume de dados agronômicos pode ser gerado nas lavouras por meio de maquinários como plantadeiras, pulverizadores e colheitadeiras.

Essas máquinas, uma vez conectadas a dispositivos digitais como o FieldView™ Drive, coletam e processam os dados, gerando mapas e relatórios diversos, apoiando o produtor não somente quando a lavoura está instalada, mas também em decisões para a próxima safra, como na definição de:

  • quais variedades/híbridos plantar em cada talhão;
  • qual é a melhor janela de plantio para cada material;
  • quais são os melhores tratamentos de sementes;
  • quais são os defensivos mais eficientes;
  • quais operadores precisam ser treinados ou substituídos;
  • quais maquinários não tiveram bom desempenho e precisam ser trocados ou enviados para manutenção, etc.
foto de soja em desenvolvimento, foco em mudas crescendo no solo

As tecnologias digitais ajuda definir quais variedades/híbridos plantar em cada talhão

Esse mapeamento permite ter o registro de todos os dados, uma vez que ficam armazenados em segurança, em nuvens. Isso facilita o acesso às informações, como a visibilidade de mapas de colheita, compostos por diferentes dados, como produtividade e velocidade do equipamento.

Ademais, a esse exemplo, ao considerar o Mapa de Produtividade no planejamento de safra, é possível avaliar a performance do híbrido ou da variedade plantados em uma área, e também se a população semeada foi adequada. 

Esses dados podem ser comparados entre siou com outros mapas e imagens históricas de satélite, permitindo verificar:

  • se houve alguma falha; 
  • avaliar o desempenho dos produtos escolhidos e das aplicações; 
  • fazer ajustes para a nova safra.

Desse modo, o agricultor consegue verificar como cada fator influenciou nos seus resultados e se planejar para as safras seguintes em vários aspectos, baseando-se em dados precisos para escolha do produto A ou B, como fertilizantes, defensivos, tratamento de sementes, tratores, etc.

>> Leia mais: Qual é o segredo da fazenda que colheu 11 sacos de soja a mais de uma safra para outra?

três máquinas agrícolas realizando pulverização em uma lavoura de soja com destaque para o horizonte e pôr do sol. Agricultura digital e planejamento safra

A escolha de defensivos para a próxima safra deve ser embasada em dados, o que permite escolher os que tiveram melhor desempenho em cada ponto da lavoura

Relatórios automatizados otimizam o planejamento da lavoura?

Você viu que o mapeamento das operações possibilita a geração de relatórios automatizados, tanto gerais quanto específicos, para cada ponto do talhão, o que possibilita uma análise profunda de fatores que impactaram a produtividade da fazenda.

Esses relatórios podem apresentar, de forma automática, o compilado dos dados do campo, como o ranking de produtividade, trazendo os híbridos ou variedades que performaram melhor, auxiliando a definir quais materiais devem ser plantados novamente.

Nessa linha, de posse dessa ferramenta, é possível ainda ter um olhar mais granular de cada parte do talhão, trazendo para a gestão da lavoura uma visão personalizada quanto ao potencial produtivo.

>> Conheça: O que o Plano Plus pode fazer por você?”

foto de homem de camisa xadrez azul e cinza mexendo em um celular em uma lavoura de arroz. Em volta do celular saltam vetores tecnológicos.

Serviços e soluções inovadoras baseadas em ciência de dados permitem o melhor gerenciamento das operações no campo

Quais plataformas podem fazer isso pela sua fazenda?

Para ter acesso a funcionalidades como as descritas neste artigo, plataformas como Climate FieldView™ podem ser uma boa escolha por parte dos agricultores brasileiros. 

Composta por serviços e soluções inovadoras baseadas em ciência de dados, FieldView™ apoia o produtor na integração de diferentes informações agronômicas e no gerenciamento de suas operações, proporcionando maior eficiência durante toda a safra, permitindo agilidade e assertividade na tomada de decisão sobre seu manejo e otimizando seus resultados.

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Conclusão

Ter um bom planejamento é fundamental para o sucesso da safra!

Neste artigo, mostramos como a tecnologia pode ser aliada no processo de construção desse planejamento e como diferentes ferramentas podem ajudar o produtor a organizar os dados da fazenda e a entender as necessidades específicas da lavoura.

Com essas dicas, temos certeza que, ao utilizar a agricultura digital no planejamento da sua próxima safra, otimizar recursos e assegurar a boa performance serão desafios superados com maior facilidade. 

Restou alguma dúvida sobre como utilizar a agricultura digital no planejamento da safra? Divida sua experiência nos comentários!

Como fazer o cálculo de depreciação da lavoura de forma simples e rápida

Depreciação da lavoura: entenda a importância, o que considerar para formar seu custo de produção e mais!

Fazer o custo de produção é essencial para uma empresa rural.

Existem diversos modos de realizar o custo de produção da sua lavoura. O importante é considerar todos os gastos, inclusive os futuros.

Assim, a depreciação entra nos cálculos, que têm a função de considerar os desgastes de diversos bens da fazenda para posteriormente substituí-los ou arrumá-los.

No seu custo de produção, você considera a depreciação da lavoura? Confira neste artigo a importância de considerar esse fator nos seus custos!

O que é depreciação da lavoura?

Depreciação é o valor que você precisa ter para substituir os bens de capital quando eles se tornam improdutivos. 

A improdutividade acontece pelo desgaste físico ou quando os bens perdem valor com o decorrer dos anos, devido à obsolescência tecnológica ou ação natural.

Todos os bens necessários para a manutenção das atividades rurais são denominados ativos imobilizados.

Assim, tudo o que compõe a produção está sujeito a depreciar com o tempo, por exemplo:

  • máquinas;
  • equipamentos;
  • utensílios;
  • implementos;
  • benfeitorias;
  • instalações;
  • lavouras;
  • animais de trabalho;
  • embalagens.

Para cada tipo de bem, a depreciação considera uma porcentagem do valor relativo ao uso.

Aqui no blog da Aegro, já falamos sobre a depreciação de máquinas e implementos. Confira: “Depreciação de máquinas: todos os cálculos de forma prática”.

A depreciação de benfeitorias e instalações inclui locais utilizados pela fazenda, como barracão, represa, escritório, entre outros.

Por exemplo, o barracão que armazena os maquinários ao longo do tempo precisa de reforma. Assim, é necessário calcular a depreciação desse imóvel para quando for preciso realizá-la e ter dinheiro em mãos. 

A depreciação da lavoura, ou custo de produção como exaustão de cultivo, considera culturas permanentes ou semi-perenes. Essas culturas utilizam a terra por mais de um ano, como cana-de-açúcar, café, laranja, entre outros.

O cálculo de depreciação é feito em culturas permanentes porque ao término da vida útil da plantação, o produtor deve ter dinheiro para renovar sua plantação.

Não acontece o mesmo com as culturas anuais, pois as plantas produzem, morrem e não geram mais gastos após sua colheita, fazendo com que o ciclo da safra seja renovado.

Componentes que sofrem depreciação no custo de produção

Componentes que sofrem depreciação no custo de produção
(Fonte: adaptado de Esalq)

Como é feito o cálculo de depreciação da lavoura?

A depreciação de uma lavoura é calculada considerando os custos totais gastos para a formação da lavoura, além do tempo de vida útil médio da produção. 

Devemos considerar para o cálculo:

  • os gastos com mudas ou sementes;
  • atividades de plantio e replantio;
  • insumos e operações mecanizadas e manuais.

O cálculo da depreciação da cultura é diluído pelos anos de vida útil a partir da primeira colheita. Ou seja, se a cultura produzir somente em dois anos, o valor gasto nos dois anos é somado e distribuído ao longo dos anos de produção.

Modelos de cálculo 

Há dois modelos de cálculos para depreciação da lavoura:

  • o que considera apenas o valor gasto de formação e implementação diluído nos próximos anos (exemplo 1).
  • o que considera o custo de oportunidade do capital investido com a depreciação, denominado Carp (Custo Anual de Recuperação do Patrimônio) (exemplo 2).

Veja os exemplos desses cálculos na tabela abaixo:

dois exemplos de modelos de cálculo de depreciação da lavoura

(Fonte: adaptado de HFBrasil)

Você pôde perceber que o valor é maior quando se considera o custo de oportunidade do capital, pois acrescenta uma taxa considerando esse dinheiro em outra atividade.

O valor residual da cultura é considerado nos dois cálculos, já que ao término da vida útil, as plantas são retiradas e substituídas por outras.

Mesmo que para algumas culturas, como por exemplo o café, pode-se vender a madeira após o término da vida útil, este valor não é considerado no cálculo de depreciação.

Ou seja, mesmo ocorrendo entrada de dinheiro devido à venda da madeira, este valor não é abatido do valor que deve ser poupado durante cada ano pelo cálculo da depreciação.

Porém, em alguns casos, como as plantas de café, é possível utilizar madeira de fabricação de móveis ou de lenha. Essa não é uma prática usualmente utilizada, então não é considerado esse valor.

O FRC (Fator de Recuperação do Capital) pode variar de acordo com a região e o custo de oportunidade considerado.

Em área de cafezal, por exemplo, o valor do FRC pode ser considerado de 6% ao ano. Vai depender do que você considerar.

Em relação ao tipo de cálculo utilizado, fica a seu critério. Mas lembre-se: o valor poupado ao longo dos anos será a sua base financeira para a implantação da cultura novamente.

Caso tenha dúvida sobre qual valor considerar ou qual cálculo mais adequado, procure um consultor financeiro na sua região para te auxiliar nestas dúvidas.

Tabela de FRC para cálculo do Custo Anual de Recuperação do Patrimônio

Tabela de FRC para cálculo do Custo Anual de Recuperação do Patrimônio
(Fonte: adaptado de Fapan)

Importância de calcular a depreciação da lavoura

Como foi dito, a razão de calcular a depreciação dos bens é saber quanto de capital o bem vai perder ao longo da vida útil e garantir esse recurso no futuro.

Calcular a depreciação de sua lavoura é essencial. Assim, você pode poupar um valor determinado durante o ano para que, ao terminar a vida útil da cultura, você tenha o dinheiro disponível para a nova formação.

Se você não considerar o valor da depreciação da sua lavoura, ao ter de fazer alguma reforma, não haverá dinheiro em caixa para essa finalidade.

A consequência disso seria precisar realizar empréstimos, tirar dinheiro de algum outro setor da fazenda ou até mesmo colocar mais capital próprio no seu negócio.

Por isso é importante fazer um bom planejamento financeiro e considerar sempre a depreciação dos seus bens. Tendo um aporte de capital financeiro definido antes do início da lavoura, haverá dinheiro em caixa para reparos, manutenção e reforma da cultura.

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Conclusão

Neste artigo, vimos que a depreciação da lavoura é algo importante a ser considerado no seu custo de produção.

Aprendemos a realizar, de modo simples, os dois cálculos mais comumente utilizados para calcular a depreciação. 

Além disso, vimos que o dinheiro da depreciação deve ser poupado para ser usado na sua área novamente.

Você faz o cálculo de depreciação da sua lavoura? Qual metodologia você utiliza? Ficou alguma dúvida? Deixe seu comentário abaixo!

Gestão de risco no agronegócio: 4 passos simples para diminuir as incertezas na gestão da sua fazenda

Gestão de risco no agronegócio: entenda como fazer um gerenciamento bom o suficiente para enfrentar os desafios do agro e minimizar chances de um resultado negativo

O agronegócio está sujeito a fatores de risco das mais variadas fontes: clima, fatores agronômicos, mercado e por aí vai… 

São muitas situações variáveis e que se não forem bem gerenciadas, você sabe, podem colocar todo seu lucro a perder. 

Mas como fazer uma gestão de riscos boa o suficiente para enfrentar os desafios do agro e minimizar as chances de um resultado negativo na empresa rural

Nesse artigo, vou te apresentar 4 passos para fazer uma boa gestão de riscos no agronegócio e diminuir as incertezas na operação da sua fazenda.

O que é gestão de risco no agronegócio

A gestão de risco é o processo de identificar e administrar os riscos existentes em uma atividade. E essa é uma das tarefas mais importantes de qualquer gestor em uma fazenda ou agroindústria.

No agronegócio, há fatores de risco de diversas fontes, tanto do próprio sistema quanto relacionadas a fatores agronômicos, climáticos, de mercado e de estratégia organizacional.

Sua sustentabilidade está essencialmente relacionada à previsibilidade de rentabilidade. Perspectivas de produção, custos, receitas e fontes de financiamento impactam as tomadas de decisões no agro. Atenuar os riscos, portanto, se faz necessário. 

Qualquer evento incerto que possa impactar um negócio e ao qual é associada uma probabilidade de ocorrência, é considerado um fator de risco. Entende-se, portanto, o risco como incerteza.

E gerenciar essas incertezas é muito diferente de gerenciar estratégia. 

A gestão de riscos se concentra no negativo – ameaças e falhas – em vez de oportunidades e sucessos. 

Isso vai exatamente contra a cultura do “vai dar tudo certo” que a maioria das equipes de liderança tenta promover ao implementar um novo projeto na fazenda. 

Muitos líderes tendem a desconsiderar o futuro e relutam em gastar tempo e dinheiro agora para evitar um problema em um futuro cada vez mais incerto. 

Além disso, diminuir riscos normalmente envolve dispersar recursos e diversificar investimentos, exatamente o oposto do foco intenso de uma estratégia que visa o sucesso a todo custo.

Vou explicar melhor como fazer uma gestão de riscos simples e efetiva em 4 passos.

4 passos para iniciar uma gestão de risco em sua fazenda

1 – Identificação

Nessa etapa, é muito importante fazer uma análise de dados históricos do seu negócio rural. Isso torna possível a identificação de riscos que podem causar impactos negativos na rentabilidade da fazenda. 

Também devem ser estabelecidas premissas em relação ao contexto atual da safra e os riscos relacionados a ela. 

Aqui temos algumas ferramentas que podem ser utilizadas: 

Um software de gestão rural como o Aegro é capaz de organizar, de forma simples e rápida, as informações necessárias para auxiliar nessa etapa. 

Com relatórios agrícolas que são gerados em poucos cliques, os gestores podem ter acesso a informações sempre atualizadas e diretamente no celular.

2 – Classificação

À medida que se mapeiam todos os riscos que podem acontecer, a próxima etapa é priorizá-los através de uma classificação dos riscos

Nem todo risco mapeado precisa ser mitigado, controlado ou extinto. E como fazer a priorização dos riscos mais importantes?

A importância do risco é determinada por duas variáveis: probabilidade e impacto.

Probabilidade

A probabilidade consiste na medição de quão provável é a ocorrência do risco. 

Em outras palavras, é preciso avaliar o quão fácil ou difícil é que determinado risco aconteça, por exemplo, medir o quão provável é que chova hoje. 

A probabilidade deve ser medida em níveis como: muito baixo, baixo, moderado, alto e muito alto. 

Elas também podem ser convertidas em porcentagens para facilitar o entendimento, sendo:

  • Muito baixo = 1% a 10%;
  • Baixo = 11% a 30%;
  • Moderado = 31% a 50%;
  • Alto = 51% a 70%;
  • Muito alto = 71% a 90%.

Impacto

O impacto se refere às consequências do risco caso ele venha a ocorrer. Ou seja, quais serão os prejuízos ou danos causados caso o risco aconteça de fato. 

O impacto pode ser negativo (como prejuízos financeiros, danos ao maquinário, por exemplo) ou positivo (como novas oportunidades de negócio, utilização de uma nova tecnologia, redução de taxas ou impostos, etc.). 

O impacto também é medido em níveis como: muito baixo, baixo, moderado, alto e muito alto.

Portanto, para classificarmos o risco, fazemos o cruzamento dos números absolutos de probabilidade e impacto. Assim, teremos um indicador de criticidade do risco. Quanto maior o indicador, mais crítico é o risco.

Recomenda-se colocar essas informações em uma tabela para melhor visualização.

3 – Plano de Ação

Após priorizar os maiores riscos da sua fazenda, construa as estratégias de respostas para os riscos e os planos de ações para cada um. 

As soluções para a atuação sobre os riscos devem ser específicas e realizáveis, aproveitando-se dos ganhos rápidos.

Os planos de resposta são bem individuais para as realidades de cada fazenda. Mas, para documentar os planos de ação, deve-se utilizar alguma metodologia que torne tangível e facilite sua execução, como a 5W2H. Vou explicar melhor!

A 5W2H é a ferramenta usada para compreender um problema ou oportunidade de melhoria sob diferentes perspectivas através de sete perguntas: 

  • O quê?
  • Por quê?
  • Quem?
  • Onde? 
  • Quando? 
  • Como? 
  • Quanto?

Em geral, essa metodologia costuma ser utilizada em projetos para avaliar, acompanhar e garantir que as atividades sejam executadas com clareza e excelência por todos os envolvidos.

Funciona como uma espécie de guia, permitindo elencar passo a passo a estratégia a adotar.

Não por acaso, é uma excelente alternativa para elaborar um plano de ação, seja qual for a necessidade ou problema.

4 – Monitoramento

Definidas as ações e respectivos planejamentos e a priorização, é preciso ter controle sobre a execução e monitoramento de todos os riscos. 

Lembre-se: o que não é medido não pode ser gerenciado! 

Nessa etapa, é fundamental a definição de Indicadores de Desempenho (KPIs) e implantação de mecanismos de monitoramento e controle. 

Definidos de maneira assertiva, os indicadores e processos de controle, são capazes de dar as informações certas para a tomada de decisão. Isso, portanto, diminui ou elimina o impacto dos riscos na sua fazenda.

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Conclusão

O risco é um fator ligado à gestão e que deve ser analisado pelo produtor, assim como já é feito com pragas agrícolas, solo, clima, etc. 

Você pode produzir bem, com eficiência operacional acima da média e bons números, mas se não têm um resultado líquido satisfatório, pode até amargar prejuízos. Isso é resultado da ineficiência administrativa. 

Por isso, um dos caminhos para o sucesso, indiscutivelmente, tem que considerar os outros riscos. É preciso entendê-los, conhecê-los, encará-los, evitá-los (quando possível) e mitigá-los, até mesmo para utilizá-los a seu favor. 

Aqui mostramos como fazer uma boa gestão de riscos e como um software agrícola pode te ajudar nesta missão!

Espero que com todas as dicas, você diminua as incertezas na gestão da sua fazenda!

Veja mais >>

“Software para agronegócio: veja os 10 melhores para sua fazenda”

“Sustentabilidade no campo: veja como adotar as práticas”

Qual é a maior dificuldade que você enfrenta na gestão de risco no agronegócio? Restou alguma dúvida? Deixe seu comentário!

Como estimar o custo de produção do café (+ calculadora rápida)

Custo de produção do café: entenda quais fatores devem ser considerados para o cálculo

O custo de produção é sempre motivo de preocupação. É preciso saber quanto se gastou com adubação, manejo fitossanitário e com a colheita.

Mas será que colocamos todas as informações necessárias na hora de calcular o custo?

Existem informações que não podem faltar para que se tenha o custo de produção corretamente. Do contrário, podemos estar perdendo dinheiro e nem saber!

Confira a seguir algumas dicas de como calcular o custo de produção do café.

Cálculo do custo de produção do café

O custo de produção do café deve englobar todos os fatores que foram utilizados. São mudas, adubos, hora/máquina, diesel, pessoal… e até outros fatores que podemos esquecer como depreciação, encargos trabalhistas, impostos, etc.

Fica claro também que o custo de produção do café depende do nível de tecnologia empregado, pois a quantidade de insumos/máquinas utilizada pode variar de acordo com isso.

Pode parecer muita coisa, mas sem essas informações podemos ter a falsa ideia de que nossa atividade está sendo rentável quando, na verdade, estamos perdendo dinheiro.

Frequentemente esse é o caso. Sempre pensamos que o nosso custo é mais baixo, mas quando se coloca na ponta do lápis, não é bem por aí. Fique atento!

Tipos de custo

Os custos de uma lavoura de café podem ser divididos em: custo variável, custo fixo, custo operacional e custo total. O que cada custo desses engloba está exemplificado nas tabelas abaixo.

tabela com composição dos custos de produção
Composição dos custos de produção
(Fonte: Conab)

Esses dados devem ser computados e somados para compor cada um dos tipos de custo da propriedade, como ilustra a tabela abaixo:

Exemplo de planilha de custo de produção para café arábica obtida no site da Conab, na seção "Planilhas de custo de produção”.
Exemplo de planilha de custo de produção para café arábica obtida no site da Conab, na seção “Planilhas de custo de produção”.

Para se ter informações mais palpáveis e fáceis de entender, é comum dividir o custo de produção do café para cada hectare, por saca produzida ou ainda transformá-lo em “número de sacas”. 

Assim, é mais fácil ter uma ideia prática de quanto se deve produzir para pagar as contas.

Fazendo o rateio dos custos

Perceba que as informações necessárias para os cálculos geralmente são obtidas ao nível de propriedade. No caso da existência de mais uma atividade na propriedade, é necessário fazer o rateio dos custos

Por exemplo, o mesmo trator que realiza pulverizações pode ser utilizado na propriedade para puxar uma carreta ou pulverizar outras culturas que não o café. Como dividir o custo para que somente o que foi utilizado com o café seja computado?

Isso pode ser feito dividindo o valor total obtido pela área de cada atividade – ou então contabilizando as horas trabalhadas com cada atividade na hora da divisão. Desse modo, temos o cálculo correto do custo de produção do café.

Organizando a casa

Você deve ter notado que são muitas informações necessárias para o cálculo correto do custo de produção do café. 

Por isso, antes de mais nada, é necessário que se tenha organização para  lidar com esses dados.

Seja no caderninho, em planilhas ou em softwares de gestão, devemos ter rigor ao manter o histórico desses dados. Valor, local de compra, data, estoque, são algumas das coisas que devemos controlar.

Para os dados mais complexos, como depreciação  e remuneração sobre capital, é preciso buscar fontes confiáveis para realizar o cálculo.

Custo de produção do café: onde encontrar informações confiáveis?

Quando não sabemos exatamente onde conseguir o preço de determinado insumo, como realizar o cálculo do custo de produção ou, ainda, se queremos comparar com o custo de outros lugares, precisamos de informações confiáveis.

No portal da Conab podemos encontrar muitas dessas informações de forma gratuita, inclusive os métodos para estimar depreciação, por exemplo.

Caso precisemos de informações sobre o preço de insumos agropecuários, podemos encontrá-las aqui. Nesse site, encontramos preços de fertilizantes, fitossanitários, máquinas e implementos, etc. 

Exemplo de planilha de preços de fertilizantes obtida no site da Conab, na seção “Preços de insumos agropecuários”.
Exemplo de planilha de custo de produção para café arábica obtida no site da Conab, na seção “Planilhas de custo de produção”

Além disso, caso você queira um modelo de planilha de custos do café, também pode encontrá-lo na Conab, na seção de “Planilhas de custo de produção”. Tem para café arábica e conilon.

Agora, se você precisa de algo mais prático e rápido, pode usar também essa calculadora de custo de produção da Aegro. Basta indicar seus custos com defensivos, fertilizantes, mão de obra, entre outros, e o cálculo é feito de forma automatizada. É simples e rápido. 

Vale lembrar que, se você possuir as informações de preços/custos referentes à sua cidade ou região, é sempre melhor usá-los no cálculo para dar detalhamento, desde que sejam de fontes confiáveis.

Custo de produção agrícola: Controle tudo pelo Aegro!

Conclusão

Como pudemos conferir ao longo do texto, o custo de produção do café não é um bicho de sete cabeças para se calcular. No entanto, algumas informações não podem faltar e muitas vezes passam despercebidas por nós.

É essencial considerar os custos relacionados à depreciação de maquinário e benfeitorias, além de impostos. Não precisamos saber os mínimos detalhes, mas entender o que são custos variáveis e fixos e como chegar ao custo total.

Neste artigo, mostramos algumas planilhas que podem ser utilizadas como modelo e uma calculadora gratuita para facilitar a vida.

De qualquer modo, mantenha sempre um histórico detalhado de suas compras para que possa calcular corretamente o seu custo de produção do café.

>>Leia mais:

“Todas as recomendações para o melhor plantio do café”

Restou alguma dúvida sobre o cálculo de custo de produção do café? Conte pra gente os comentários. Grande abraço e até a próxima.

Entenda melhor a classificação da soja e saiba usá-la para aumentar sua lucratividade

Classificação da soja: a atenção ao padrão exigido por indústria e tradings e o diagnóstico correto na hora da colheita são fundamentais para o aumento da sua renda

A colheita é um dos momentos mais aguardados pelo produtor, mas após essa etapa ainda há toda uma cadeia produtiva pela frente.

Afinal, quando se produz soja, estamos tratando de uma matéria-prima com destino diverso, desde exportação do grão in natura até produção de óleo ou utilização na indústria cosmética.

Seja qual for o destino, para adentrar na indústria/trading é preciso haver uma classificação da soja, um padrão de entrada, para assim haver a comercialização de produtos de qualidade.

Essa classificação física de soja é feita com base em leis e instruções normativas. 

Neste artigo, vamos mostrar tudo isso e dar dicas do que fazer para garantir mais lucratividade na comercialização da commodity. Confira a seguir!

Classificação da soja: o que diz a legislação

A classificação física de produtos vegetais foi instituída pela Lei n.º 9.972, de 25 de maio de 2000 e regulamentada pelo Decreto n.º 6.268, de 22 de novembro de 2007. Mais especificamente para a soja usamos a IN (Instrução Normativa) 11 de 2007.

Toda a classificação de soja que ocorre em território nacional usa como base essa IN. 

Mas ela é apenas uma base mesmo, pois nenhuma instituição com fim comercial necessita segui-la, desde que a classificação seja explicada ao produtor e esteja em contrato assinado por ambas as partes.

Na IN temos dois grandes grupos de soja (I e II), como você pode ver na tabela abaixo: 

Variáveis analisadas e os limites na classificação de soja especificadas na IN 11 de 2007
Variáveis analisadas e os limites na classificação de soja especificadas na IN 11 de 2007
(Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento)

Como você pode notar, a tabela acima não delimita a umidade do grão, não sendo considerada para efeito de enquadramento nos grupos. É recomendado o percentual máximo de 14% (IN 11 de 2007) e, acima deste valor, descontos são aplicados. 

O padrão de 14% é seguido por todas as indústrias, ao menos nunca vi negociações com esse números diferentes no parâmetro.   

Processo de classificação de soja em 7 passos

Depois de colhida na lavoura, a soja será encaminhada para uma indústria, trading ou estrutura própria. Independente do destino, as operações a seguir são fundamentais para um correto armazenamento do grão

Nesta ordem ocorrem os processos: calagem (caminhão ou graneleiro), quarteamento, retirada de impurezas, medição da umidade, avaliação de grãos avariados, esverdeados e grãos partidos e amassados (dentro do laboratório de classificação). 

Vou explicar melhor cada uma delas a seguir:

1 – Calagem

Consiste em retiradas de subamostras do caminhão, segundo peso do caminhão (tabela abaixo), para se formar a amostra, segundo a IN:

tabela com número de pontos a se retirar para formar a amostra de trabalho - classificação da soja
Número de pontos a se retirar para formar a amostra de trabalho
(Fonte:  Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento)

2 – Quarteamento

Consiste na mistura e redução da amostra, para se formar a amostra de trabalho homogênea (+- 250 g). Na figura abaixo, vemos um quarteador em cascata: 

foto de  quarteador em cascata
 Quarteador em cascata 
(Fonte: Eagri)

3 – Retirada de matérias estranhas e impurezas

A retirada de matérias estranhas e impurezas é feita com o uso de peneiras de (3 mm e 9 mm). O percentual aceitável é de 1%. Tudo acima desse valor é descontado proporcionalmente.

fotos de matérias estranhas e impurezas com uso de peneira de 3,00 mm
Matérias estranhas e impurezas
(Fonte: Referencial fotográfico da soja)

4 – Determinação da umidade do grão

A determinação da umidade do grão é feita com uso de máquinas próprias para a atividade. O percentual aceitável é de 14% e tudo acima deste valor é descontado.

5 – Determinação dos grãos avariados

A determinação dos grãos avariados deve ser feita com um olhar minucioso. O percentual aceitável é de 8% e, como nos outros casos, tudo acima deste valor é descontado proporcionalmente. 

Estes defeitos implicam na perda direta de qualidade do óleo de soja e teor proteínas presentes.

Abaixo você pode ver diversos exemplos de defeitos:   

fotos de grãos com defeitos, queimados no secador
Grãos mofados causados pelo atraso na colheita
Grãos mofados causados pelo atraso na colheita
(Fonte: Referencial fotográfico da soja)
Comparação entre grãos imaturos e chochos - classificação da soja
Comparação entre grãos imaturos e chochos 
(Fonte: Referencial fotográfico da soja)

Os maiores causadores de grãos avariados são os percevejos barriga-verde e o percevejo marrom.

Esses insetos, após sugarem a seiva dos grãos, deixam um canal de passagem aberto para micro-organismos que acabam por consumir o conteúdo do grão, fermentando-o até chegar ao estágio de grão ardido.

Além deles, a chuva na fase da colheita também é uma grande vilã, pois atrasa esse processo e, com isso, o grão pode “passar do ponto”.

6 – Determinação de grãos esverdeados

São grãos que não alcançaram a maturidade fisiológica por algum motivo (seca, pragas agrícolas, entre outros). 

Essa classificação só é realizada caso seja constatada, a olho nu, a presença de um grande número de grãos esverdeados. O percentual aceitável é de 8% e tudo acima deste valor é descontado proporcionalmente.

Exemplo de grãos esverdeados - classificação da soja

Exemplo de grãos esverdeados
(Fonte: Referencial fotográfico da soja)

7 – Determinação de grãos partidos e amassados

A determinação de grãos partidos e/ou amassados também só é feita caso seja constatada uma grande presença de grãos assim na visualização a olho nu. O percentual aceitável é 30% – acima deste valor é descontado proporcionalmente.

Exemplo de grãos de soja partidos e quebrados

Exemplo de grãos partidos e quebrados
(Fonte: Referencial fotográfico da soja)

Como utilizar os conhecimentos da classificação para aumentar a rentabilidade

Analisando a classificação do local de destino e tendo a devida estrutura, como silos, secadores, peneiras, sistemas de termometria, espalhadores entre outros equipamentos, podemos previamente armazenar o grão em silos próprios. 

Claro que é necessário se organizar na propriedade para ter uma classificação prévia no graneleiro ou no caminhão que vai descarregar (antes de ir para o silo), das variáveis (umidade do grão, avariados e impurezas, principalmente). 

A partir da classificação e com o processo definido do destino da soja, segundo a sua classificação, podemos alocar o grão nos silos. 

Tendo o processo de recepção e manejo definido na propriedade, é preciso conhecer outra técnica conhecida pelas indústrias e tradings chamado de  “blend” (ou mistura, em português).

O blend consiste em misturar a soja com variáveis diferentes, mas mantendo o padrão da classificação da indústria/trading. 

Ou seja, aloca-se a soja com variáveis semelhantes juntas e, ao final, podemos fazer misturas ganhando em peso, poupando em gastos com operações de secagem ou descontos no destino.

Opções de blend

Para que você entenda melhor esse processo de blend, abaixo deixo uma tabela onde faço uma simulação de um produtor de 30 mil sacos de soja que conseguiria armazenar toda a sua produção e fazer o manejo correto dos grãos para possível mistura. 

tabela com simulação de um produtor de 30 mil sacos de soja, com armazenamento total e manejo correto.

Com os dados da colheita em mãos, vemos que João conseguiria misturar a soja do tipo 1 com o tipo 2 ganhando em peso de umidade, evitando descontos.

Outra opção seria misturar soja do tipo 3 com o tipo 2, ganhando em peso de grãos avariados. 

Os processos citados acima envolvem técnicas de conservação, resfriamento e secagem nos silos conforme o tempo decorre e a necessidade de venda do produto surge. Os exemplos acima poderiam ser aplicados principalmente no sul do Brasil.

Abaixo trago uma tabela onde comparo os ganhos do manejo “blendando”, ou seja, misturando diferentes tipos de soja com os da entrega direta para a indústria.

tabela com comparação dos ganhos dos manejo blendando, com vários tipos de soja com os da entrega direta para a indústria.

Quanto maior a área semeada, maiores as possibilidades de maximizar os lucros. 

Não existem respostas certeiras para o manejo do blend, mas ele é um aliado para maximizar os ganhos com a soja e outras culturas, como milho. 

Conclusão

A classificação de grãos padroniza as commodities, facilitando o comércio nacional e internacional para sempre termos produtos de qualidade. 

Neste artigo você viu as legislações referentes à classificação física da soja e as etapas de classificação em 7 passos principais.

Conhecer esses processos que envolvem a classificação e o manejo do grão no pós-colheita pode maximizar seus lucros!

>> Leia mais:

“Entenda os diferentes métodos de amostragem de grãos e como eles podem impactar a comercialização da sua safra”

“Lucro por hectare de soja: saiba como calcular”

Restou alguma dúvida sobre o processo de classificação da soja? Você já tentou fazer algum blend em seus grãos?

Saiba aproveitar ao máximo os programas de pontos do produtor rural

Programa de pontos do produtor rural: entenda como ele beneficia fazendas e a indústria agro

O dinheiro que você investe na lavoura pode voltar para o seu bolso muito antes da venda da produção.

Com um programa de pontos do produtor rural, é fácil reverter a compra de insumos e equipamentos em diversos benefícios.

Quem ainda não participa de alguma plataforma de resgate de pontos está perdendo a chance de obter produtos e serviços sem colocar a mão no bolso.

Quer conhecer os maiores programas do Brasil e descobrir a melhor forma de aproveitá-los na sua fazenda? Continue lendo!

Como funciona o programa de pontos do produtor rural

Pesquisas indicam que o produtor brasileiro se preocupa cada vez menos com a marca dos seus produtos agrícolas.

Neste sentido, o programa de pontos é uma estratégia da indústria para fidelizar seus clientes. Funciona como um incentivo para que o comprador continue adquirindo de fornecedores parceiros.

Cada nota fiscal de compra equivale a moedas digitais que vão sendo acumuladas até que você tenha o suficiente para trocar por um benefício.

Geralmente, basta se cadastrar no site do programa e começar a pontuar, seja a partir de compras online ou offline.

Algumas plataformas aceitam, até mesmo, compras em lojas que não estão relacionadas ao setor agro, como Amazon, Netshoes e Gaston.

Na hora de resgatar os pontos, é possível encontrar produtos e serviços das mais diversas categorias: softwares para o agronegócio, equipamentos de informática, seguro agrícola, cursos, kit de ferramentas, entre outros.

O acesso facilitado a soluções para a propriedade, além de ser economicamente vantajoso, ainda evita que o produtor perca tempo buscando fornecedores.

A melhor forma de aproveitar o programa de pontos

Depois de comprar insumos e equipamentos para a safra, você estará com milhares de pontos acumulados e uma prateleira de soluções na sua frente.

Um novo eletrodoméstico ou passeio com a família podem chamar atenção à primeira vista. Mas que tal contribuir para o crescimento da sua empresa a médio e longo prazos?

Apostando em tecnologia digital, é possível otimizar os processos da fazenda e aumentar a sua produtividade. Como resultado, crescem os ganhos da atividade agrícola.

Considere investir na categoria de software, por exemplo. Um sistema de gestão rural, como o Aegro, une as rotinas do campo e do escritório para facilitar o seu dia a dia.

Fica mais simples de obter informações fundamentais para a sua tomada de decisão, como:

  • Quais defensivos e técnicas de manejo são mais eficientes;
  • Quais máquinas precisam de manutenção e quais devem ser trocadas;
  • Quanto você precisa ter em caixa para manter a operação da propriedade;
  • Quanto você pode estocar de cada insumo para a próxima safra;
  • Qual será a sua rentabilidade, por talhão, no final da safra.

Com decisões embasadas por fatos e dados, você evita desperdiçar dinheiro nas diferentes etapas do processo de produção e alcança maior margem de lucro.

É por isso que trocar os seus pontos por um sistema de gestão é uma forma de multiplicar o seu dinheiro.

Conheça o aplicativo Aegro para gestão de fazendas

Conheça os maiores programas de pontos do Brasil

Agora que você já entendeu a dinâmica e as vantagens de um programa de pontos do produtor rural, vamos conhecer os principais programas existentes no Brasil.

Impulso Bayer

Este programa de relacionamento beneficia compradores da Agro Bayer Brasil.

Ao cadastrar suas notas fiscais no Aegro, o cliente acumula pontos em apenas um clique na ferramenta, enviando suas notas direto para a plataforma Orbia.

Com essa pontuação, o usuário ganha estrelas que lhe permitem acessar um pacote crescente de vantagens, como uma consultoria 360 e o plano plus do sistema Climate Fieldview. 

O resgate de produtos e serviços é feito através da plataforma Orbia, que ainda possui outros parceiros além da Bayer.

Se você não conhece a Orbia, talvez já tenha ouvido falar na Rede AgroServices. Foi assim que a plataforma nasceu há 10 anos, no seu primeiro formato.

Hoje mais de 160 mil produtores rurais participam da plataforma, que também oferece a compra de insumos e a venda de commodities.

Vale destacar que o Aegro é um dos produtos mais resgatados na Orbia, podendo ser adquirido a partir de 65.100 pontos.

Você também pode resgatar soluções integradas ao Aegro, como:

página da plataforma Orbia do Impulso Bayer com o resgate de pontos para assinar o software de gestão Aegro

Resgate o software de gestão Aegro com os seus pontos Bayer

Agrega BASF

Para pontuar no programa de relacionamento da BASF, o produtor precisa adquirir produtos agroquímicos na rede de distribuidores parceiros.

Cada R$ 1 em produtos equivale a 1 ponto na plataforma. A pontuação é liberada automaticamente em 35 dias e tem validade de 24 meses a partir da data de compra.

Você consegue conferir o catálogo de serviços e soluções disponíveis após a inscrição no site Agrega. Além dos prêmios, o programa dá acesso a campanhas exclusivas e inovações digitais da BASF.

É possível adquirir o Aegro a partir de 205.979 pontos BASF. Os adicionais de MIP, Aegro Imagens e Livro Caixa Digital também estão disponíveis na plataforma.

AGREGA - Novo Programa de Relacionamento da BASF

Acessa Agro

A plataforma de benefícios da Syngenta oferece ferramentas de agricultura digital, serviços técnicos, programas educacionais, viagens de relacionamento, entre outros.

Você pode se cadastrar no programa pelo site ou aplicativo. Em seguida, é só comprar produtos Syngenta para acumular pontos.

O software Aegro e suas soluções adicionais para manejo de pragas, mapas NDVI e livro caixa digital podem ser resgatados na Acessa Agro.

Seedz

Diferentemente das opções anteriores, a empresa Seedz desenvolveu um programa de fidelidade independente que possui múltiplos parceiros.

Os pontos podem ser revertidos na aquisição de máquinas, insumos, cursos e até mesmo pagamento de contas de luz.

Qualquer produtor pode se cadastrar pelo CPF ou CNPJ. Na plataforma Seedz, você tem uma carteira digital que acumula moedas automaticamente mediante compras em fornecedores conveniados.

Conclusão

Em suma, mostramos que o programa de pontos do produtor rural traz vantagens tanto para a indústria quanto para os agricultores.

Portanto, vale a pena se atentar às plataformas existentes e realizar suas compras em fornecedores conveniados.

Também explicamos neste artigo que trocar pontos pela assinatura de um software de gestão é uma forma de profissionalizar as rotinas da fazenda para alavancar o lucro a médio e longo prazo.

Entenda como a consultoria contábil e financeira impacta na gestão da fazenda

Consultoria contábil e financeira adequada podem contribuir até para redução da carga tributária da propriedade

Com a informatização chegando ao campo, o papel do contador que atua na fazenda mudou. 

Em vez de apenas executar as declarações e pagamentos de cada exercício, ele passou a prestar um serviço de consultoria contábil e financeira decisivo para os resultados do produtor.

A transformação é significativa. Antes, era o encarregado de cumprir a burocracia fiscal e tributária a partir dos dados e documentos que o cliente fornecia. Agora, é um parceiro que utiliza o planejamento tributário como instrumento de gestão.

O que isso quer dizer? Explicaremos melhor ao longo deste artigo. Boa leitura!

Transformação do papel do contador

Sócia da Muza Assessoria Contábil, Jussara Kuntzler trabalha com contabilidade desde 1985. Naquela época, ouvia que o contador era sempre “o último a saber” e o “culpado de tudo”, já que era o encarregado de fazer as declarações e se encarregar das obrigações tributárias.

“Durante muito tempo, a contabilidade ficou restrita a apenas registrar os acontecimentos conforme eles já tinham ocorrido. Nunca chegava para ele a intenção do contribuinte de fazer uma operação. Era sempre depois”, relembra.

Se a operação já ocorreu, porém, é tarde demais para resolver uma questão tributária, segundo ela. “Depois que o fato aconteceu, dificilmente você consegue reverter.”

Desde 2004, Jussara trabalha com assessoria contábil para o agronegócio no Mato Grosso. De lá para cá, ela percebeu uma grande mudança no campo, com a informatização, chegada da internet, acesso à informação e emissão de nota fiscal eletrônica.

“Essa mudança pegou o produtor que não estava acostumado com a tecnologia de surpresa. Porque agora as informações são emitidas e já vão direto para o banco de dados da Receita Federal“, conta Jussara.

Com esse novo cenário, não sobra muito o que fazer para o contador à moda antiga, aquele que é “sempre o último a saber”.

Muitos profissionais, porém, não identificaram a necessidade de se adaptar. O que, na opinião de Jussara, gerou um vácuo ocupado por advogados, agrônomos, administradores e outros profissionais que atuam como consultores e acabam dando conselhos que seriam da alçada da contabilidade.

Contabilidade como instrumento de gestão

Para Jussara, com essa nova realidade, o contador precisa se antecipar ao fato em vez de apenas registrá-lo.

“Em nosso escritório, fazemos a contabilidade do produtor rural mensalmente. Quando chega setembro ou outubro, no fim do ciclo da receita dele, já temos uma previsão de qual vai ser a tributação naquele exercício. Então, se ainda tiver alguma coisa para ser feita, há tempo”, explica.

A “coisa a ser feita”, neste caso, é explorar possibilidades de dedução nos tributos que o produtor deve pagar. 

Se ele sabe que terá um resultado positivo e investe em maquinário, por exemplo, poderá deduzir esses valores do imposto sobre a renda obtida com a produção.

Outra possibilidade é negociar com os compradores dos grãos para que o pagamento ocorra apenas no exercício seguinte. O objetivo é o mesmo: reduzir a carga tributária — sempre dentro da legalidade, é claro — que incidirá naquele momento.

Esses são exemplos de situações em que o contador pode “se antecipar ao fato”, como recomendou Jussara. Afinal, pôde analisar os números antes do exercício chegar ao fim.

demonstrativo da guia do financeiro do software de gestão rural Aegro - consultoria contábil e financeira

Exemplo de fluxo de caixa possível com uso do Aegro

Convencimento e confiança do produtor

Para que o trabalho de consultoria contábil e financeira realmente ajude na tomada de decisão do produtor e tenha impacto em seus resultados, é preciso que o cliente compreenda antes a importância do trabalho do contador.

Segundo Jussara, isso passa por um trabalho de convencimento e pela construção de uma relação de confiança entre os dois. Mas começa com a consciência do próprio contador. “Ele quer ser um profissional que só faz a guia do imposto ou que ajuda o cliente?”, instiga.

Nesse sentido, Jussara vê os produtores da nova geração, mais abertos e com maior domínio da tecnologia, como aliados. O software de gestão rural, por exemplo, facilita o processo de análise dos números em tempo real — assim que a informação é registrada, o contador já pode exportar relatórios e planilhas com poucos cliques.

“Quando o Aegro entrou na rotina de trabalho do nosso escritório, vislumbramos uma outra maneira de trabalhar”, comenta Jussara.

Além da gestão tributária, o software organiza dados sobre estoques de grãos e insumos, produtividade e rentabilidade por talhão e muito mais. 

É um recurso importante para diminuir o tempo gasto com planilhas e reduzir o número de erros, permitindo maior dedicação ao planejamento estratégico — e tributário — da lavoura.

Conclusão

É possível explorar a atividade rural com uma pessoa física ou jurídica. Entre os produtores que criam uma empresa rural, é mais fácil ver sentido em uma gestão profissionalizada, com análise de dados constante.

Só que nada impede que o produtor pessoa física faça o mesmo. Qualquer pessoa que lucra com a venda de sua colheita precisa pagar imposto sobre a sua renda. Por esse motivo, o planejamento tributário é um recurso de gestão útil para todos os perfis de produtor.

Para isso, os contadores precisam entender que seu papel mudou. Em vez de aguardar os resultados e executar as declarações e pagamento de impostos, ele precisa ter voz ativa na fazenda, orientando o produtor antes que o exercício chegue ao fim.

>> Leia mais:

Contabilidade do agronegócio: 5 passos para não ficar no vermelho

O que é o BPO financeiro e por que ele pode ser vantajoso para o produtor rural”

Restou alguma dúvida sobre a consultoria contábil e financeira? Quer saber mais sobre como o Aegro pode te ajudar nessa questão? Acesse nosso programa de parcerias aqui!