Agricultura atual: Informações e Contribuições para o Brasil

Você já se perguntou como a agricultura atual consegue produzir alimentos para milhões de pessoas e ainda sustentar a economia de regiões inteiras?

No Brasil, o campo é mais do que um espaço de cultivo, é um ambiente de inovação, tecnologia e transformação.

Nos últimos anos, tecnologias avançadas e práticas mais conscientes têm moldado o campo. O resultado é uma atividade que combina inovação com tradições agrícolas, criando um modelo que atende tanto ao mercado interno quanto ao internacional.

Combinando sustentabilidade, diversidade produtiva e técnicas de alta precisão, o setor é um dos pilares do desenvolvimento econômico do país.

Como é a agricultura atual no Brasil?

O Brasil é líder mundial na produção de diversos alimentos, mas o que torna essa agricultura tão competitiva? 

A resposta está na modernização do setor. Tecnologias como monitoramento via satélite, agricultura de precisão e biotecnologia estão transformando o campo. 

Essas ferramentas permitem que produtores acompanhem de perto todas as etapas do ciclo produtivo, identificando oportunidades de melhoria e reduzindo perdas.

Outro aspecto essencial da agricultura brasileira é sua diversidade regional. Enquanto o Sul se destaca na produção de leite e grãos, o Nordeste lidera no cultivo de frutas tropicais. Essa variedade permite que o país seja competitivo em múltiplos mercados.

Quais são os modelos de agriculturas modernas?

Os avanços tecnológicos abriram portas para novos modelos produtivos no campo. Entre os mais destacados estão:

  • Hidroponia: Uma técnica de cultivo sem solo, que utiliza soluções nutritivas para alimentar as plantas.
  • Agricultura vertical: Ideal para espaços urbanos, ela permite o cultivo em camadas verticais, maximizando o uso do espaço.
  • Digitalização do campo: Plataformas online conectam produtores a mercados e auxiliam na gestão agrícola.

Esses modelos não só aumentam a eficiência das operações como também ajudam a resolver desafios como falta de espaço e escassez de água.

Tecnologias da agricultura atual

A tecnologia é indispensável na agricultura atual no Brasil. Alguns exemplos incluem:

  • Drones agrícolas: Realizam mapeamento, monitoramento e aplicação de insumos de forma precisa.
  • Sensores climáticos e de solo: Fornecem dados em tempo real, ajudando na tomada de decisões.
  • Softwares de gestão: Centralizam informações sobre produção, custos e logística, otimizando o gerenciamento da fazenda.
  • IoT (Internet das Coisas): Conecta máquinas e dispositivos, permitindo controle remoto e maior eficiência.
  • Biotecnologia: Desenvolvimento de sementes geneticamente modificadas e bioinsumos para aumentar a resistência e a produtividade.
  • Irrigação inteligente: Sistemas que monitoram a umidade do solo e distribuem água de forma eficiente, evitando desperdícios.

Com essas ferramentas, a agricultura brasileira avança para um patamar de maior integração e assertividade.

Missão Safra 2023 | Tecnologia para redução de custo na fazenda com Thiago Dangoni

Quanto a agricultura atual contribui para a economia?

A agricultura atual é um dos principais motores da economia, especialmente no Brasil, onde o agronegócio representa cerca de 25% do PIB nacional, sendo responsável por:

  • Exportações: O Brasil lidera a exportação de produtos como soja, milho, carne bovina, café e açúcar, gerando bilhões de dólares em receitas anuais. Em 2024, o agronegócio representou cerca de 40% do total das exportações brasileiras.
  • Geração de empregos: O setor emprega milhões de pessoas, desde a produção no campo até a cadeia logística e industrial relacionada à agricultura.
  • Abastecimento interno: A agricultura familiar, em especial, garante a segurança alimentar ao produzir a maior parte dos alimentos consumidos no país, como arroz, feijão e hortaliças.

Em 2024, as exportações agrícolas superaram a marca de US$ 120 bilhões, consolidando o Brasil como um dos maiores players globais. 

O impacto econômico também se estende ao desenvolvimento de infraestrutura, pesquisa tecnológica e integração social. 

Cada hectare cultivado movimenta não apenas o campo, mas toda a cadeia logística e comercial ligada ao setor.

Comparativo da agricultura tradicional e moderna

AspectosAgricultura Tradicional Agricultura Moderna
TecnologiaUso limitado de equipamentosUso avançado de máquinas e sensores
ProduçãoFocada no mercado localEscala nacional e internacional
SustentabilidadePoucas práticas ambientaisFoco em manejo sustentável
Mão de obraPredominantemente manualAutomatização crescente
GestãoBaseada na experiência pessoalUso de softwares e análise de dados

Tipos de agricultura no Brasil

A agricultura no Brasil é praticada com diversos fins, empregando diferentes mão de obra e variando no uso de tecnologias e insumos.

Por conta da diversidade de culturas, o país acaba abraçando diversos tipos de sistemas agrícolas, adaptados às diferentes regiões e necessidades. Confira os principais:

  1. Agricultura de subsistência: Realizada por pequenos produtores, voltada para o consumo próprio e com baixa utilização de tecnologia.
  2. Agricultura familiar: Desenvolvida por famílias, é responsável pela maior parte dos alimentos básicos consumidos no país, como feijão e hortaliças.
  3. Agricultura comercial ou empresarial: De grande escala, voltada para o mercado interno e exportação, com alta tecnologia e mecanização.
  4. Agricultura sustentável: Focada na preservação ambiental, utiliza práticas como o manejo integrado, agroflorestas e sistemas de plantio direto.
  5. Agricultura irrigada: Utiliza sistemas de irrigação para aumentar a produtividade, especialmente em regiões mais secas, como o Nordeste.
  6. Agricultura itinerante: Usada por comunidades tradicionais, envolve o uso temporário de áreas e rotação de cultivos.

A agricultura atual no Brasil combina práticas inovadoras e tradição, garantindo competitividade e qualidade nos mercados interno e externo.

Seja na produção de grãos, frutas ou carne, o país continua se destacando como um dos maiores celeiros do mundo, provando que inovação e dedicação podem andar lado a lado no campo.

Agricultura de subsistência: O que é e qual a importância?

A agricultura de subsistência comum em várias partes do mundo, sendo particularmente relevante no Brasil, pela ampla diversidade de biomas, culturas e realidades socioeconômicas. 

Essa forma de agricultura se caracteriza pela produção voltada, principalmente, para o consumo próprio do agricultor e de sua família.

Para alguma comunidades, representa uma conexão com tradições culturais, além de desempenhar um papel importante na segurança alimentar do país.

No entanto, a prática tem uma grande potencial para promover a sustentabilidade, preservar culturas locais e fortalecer a economia de comunidades isoladas.

No Brasil, milhões de famílias, especialmente em áreas rurais remotas com acesso limitado a mercados e recursos tecnológicos, dependem dessa atividade para garantir sua sobrevivência.

O que é agricultura de subsistência?

A agricultura de subsistência é um modelo de produção agrícola que visa atender exclusivamente às necessidades básicas de alimentação do produtor e de sua família.

 Ao contrário de sistemas agrícolas comerciais, cujo objetivo principal é a geração de lucro, a subsistência se concentra em fornecer alimentos diretamente para o consumo

Qualquer excedente eventual é, em geral, trocado ou vendido em mercados locais para a compra de itens essenciais que não são produzidos pela família.

Características da agricultura de subsistência

A agricultura de subsistência tem foco na autossuficiência alimentar das famílias, que se caracteriza, principalmente, pelo cultivo de pequenas áreas de terra, geralmente com o objetivo de produzir alimentos básicos como arroz, feijão, milho, legumes e raízes, sem a intenção de comercialização em larga escala.

O modelo é altamente vulnerável a fatores externos, como mudanças climáticas, pragas e doenças, pois as famílias têm pouco acesso a recursos ou tecnologias que poderiam ajudar a enfrentar esses desafios. No entanto, também é caracterizado por:

  • Produção em pequena escala: A área cultivada é geralmente reduzida, com foco na diversidade de cultivos que assegurem a alimentação da família;
  • Baixa mecanização: O uso de tecnologias e maquinário moderno é raro. As técnicas empregadas são, em sua maioria, tradicionais e manuais;
  • Diversificação de culturas: O plantio de diferentes espécies agrícolas, como mandioca, milho, feijão, arroz e hortaliças, é comum para garantir variedade alimentar;
  • Mão de obra familiar: Toda a força de trabalho é composta pelos próprios membros da família;
  • Baixa dependência de insumos externos: Fertilizantes, pesticidas e sementes comerciais são usados de forma limitada ou inexistente.

Confira também:

Exemplos de agricultura de subsistência no Brasil

A prática da agricultura de subsistência varia significativamente entre as regiões brasileiras, refletindo a diversidade cultural, climática e ambiental do país. Confira como ela se manifesta nas cinco regiões:

1. Norte

Nas comunidades ribeirinhas da Amazônia, o cultivo de mandioca, banana e milho é predominante. Além disso, há uma forte dependência de atividades complementares, como a pesca artesanal e a coleta de frutas nativas, como o açaí.

2. Nordeste

Nessa região, marcada por condições climáticas desafiadoras, o cultivo de milho, feijão e mandioca é essencial para a subsistência. A criação de pequenos animais, como cabras e galinhas, também desempenha um papel importante no sustento familiar.

3. Centro-Oeste

Embora mais conhecido pelo agronegócio, o Centro-Oeste abriga comunidades que praticam agricultura de subsistência. Nessas áreas, a produção de arroz, milho e feijão é comum, muitas vezes associada à pecuária de pequeno porte.

4. Sudeste

Pequenos agricultores da região se dedicam ao cultivo de hortaliças, frutas e cereais, como o milho. Em regiões de montanha, há também o cultivo de café e a criação de animais, como galinhas e porcos.

5. Sul

O cultivo de batata, milho e hortaliças é característico da agricultura de subsistência nessa região. Além disso, pequenos agricultores mantêm pomares e criam animais de forma tradicional.

Qual a diferença entre agricultura familiar e agricultura de subsistência?

Embora frequentemente confundidos, agricultura familiar e agricultura de subsistência tem diferenças importantes. 

A agricultura familiar inclui tanto a produção para o consumo próprio quanto para a comercialização, podendo incorporar tecnologias modernas e buscar inserção no mercado.

Já a agricultura de subsistência é quase totalmente voltada para atender às necessidades alimentares do produtor e de sua família, com pouca ou nenhuma intenção de vender excedentes. Também é mais conectada a métodos tradicionais e a uma escala muito menor de produção.

A segurança alimentar é uma das principais contribuições da subsistência, especialmente para comunidades em áreas remotas ou isoladas, onde o acesso a alimentos é limitado. 

Além de ajudar a preservar culturas locais, mantendo vivas práticas agrícolas tradicionais e conhecimentos ancestrais.

Desafios da agricultura de subsistência

A agricultura de subsistência no Brasil enfrenta uma série de desafios que colocam em risco sua continuidade e eficácia. 

Um dos principais problemas está relacionado às condições climáticas adversas, como secas prolongadas, chuvas intensas e a imprevisibilidade das estações.

Essas condições afetam diretamente a produção, já que os pequenos agricultores, muitas vezes, não possuem acesso a sistemas de irrigação eficientes ou tecnologias que permitam mitigar os impactos do clima. 

Além disso, a degradação dos solos em algumas regiões, causada pelo uso inadequado ou pela falta de conhecimento técnico, limita ainda mais a produtividade.

Outro grande obstáculo é o acesso a recursos financeiros e técnicos. Muitos agricultores de subsistência enfrentam dificuldades para obter crédito rural, o que os impede de investir em melhorias na produção, como aquisição de sementes de melhor qualidade, fertilizantes e ferramentas. 

Fora isso, o êxodo rural, com a migração de jovens em busca de melhores oportunidades, agrava o envelhecimento da população e a redução da força de trabalho agrícola.

A expansão do agronegócio pressiona as áreas da agricultura de subsistência, excluindo pequenos agricultores e reduzindo a biodiversidade.

A falta de infraestrutura básica, como estradas e acesso a mercados, limita as opções de escoamento e comercialização da produção, aprofundando o ciclo de vulnerabilidade econômica e social nas comunidades rurais.

Não emitir Nota Fiscal de Produtor Rural: Riscos e problemas dessa decisão

Se você é produtor rural e ainda não começou a emitir a nota fiscal de produtor rural, é hora de reconsiderar essa decisão.

A exigência da nota fiscal eletrônica produtor rural (NFP-e) já é uma realidade em diversos estados, e ignorar essa obrigação pode resultar em sérios problemas.

Mais do que uma questão burocrática, é uma forma de proteger sua propriedade, garantir a legalidade das suas operações e abrir portas para novas oportunidades de crescimento.

Ignorar isso pode prejudicar sua relação com grandes compradores, inviabilizar financiamentos e ainda gerar multas e bloqueios que impactam diretamente sua produção.

E não é só isso: a não emissão de nota fiscal faz a sua operação correr o risco de ser considerada irregular, o que pode comprometer o futuro da sua propriedade rural.

É obrigatório emitir Nota Fiscal Produtor Rural?

Sim, emitir a nota fiscal produtor rural é obrigatório. Desde que a legislação passou a exigir a substituição dos antigos talonários em papel pelo modelo eletrônico (NFP-e), deixar de emitir notas é considerado uma irregularidade fiscal, valendo para operações como:

  • Vendas de produtos agrícolas ou pecuários.
  • Transporte de mercadorias entre estados ou para exportação.
  • Transferência de produtos entre propriedades do mesmo proprietário.

Além de cumprir uma exigência legal, a emissão de notas é o que garante que suas operações sejam reconhecidas pelo fisco e que sua propriedade esteja dentro da lei.

NFP-e e Livro Caixa | Veja como o Aegro pode ajudar

Quais os problemas da não Emissão de Nota Fiscal?

A não emissão de nota fiscal eletrônica de produtor rural pode gerar multas, penalidades e até processos por sonegação fiscal, além de dificultar o controle financeiro devido à falta de registros formais das transações. Confira mais informações:

1. Multas tributárias pesadas

A não emissão de nota fiscal é considerada sonegação de impostos, e as multas podem ser bastante altas. Dependendo da situação, você pode ser multado em até 20% do valor da operação ou um valor fixo a partir de R$ 500,00, conforme o estado.

2. Bloqueio de mercadorias durante o transporte

Sem a nota fiscal, suas mercadorias podem ser barradas em fiscalizações durante o transporte. Produtos perecíveis, como frutas ou leite, podem ser perdidos, gerando prejuízos financeiros e desgaste na relação com os clientes.

3. Perda de credibilidade no mercado

Empresas, cooperativas e exportadores exigem a nota fiscal para formalizar as transações. Sem ela, você pode perder contratos importantes e até ser excluído de parcerias comerciais estratégicas. A falta de emissão afeta diretamente sua imagem como produtor confiável e organizado.

4. Dificuldades para acessar financiamentos

Os bancos utilizam as notas fiscais como prova de renda. Sem esse documento, é praticamente impossível acessar linhas de crédito ou financiamentos voltados ao setor agrícola.

Isso significa que investimentos na propriedade, como compra de máquinas ou expansão da produção, podem ficar comprometidos.

5. Exclusão de benefícios fiscais e governamentais

Sem notas fiscais, você não consegue comprovar sua produção, o que impede o acesso a programas governamentais de apoio ao setor rural, como subsídios, descontos tributários e financiamentos subsidiados.

6. Problemas em auditorias fiscais

Caso sua propriedade seja alvo de uma auditoria, a ausência de notas fiscais pode agravar a situação. Você terá dificuldade em comprovar suas operações, podendo enfrentar cobranças retroativas de impostos e mais multas.

Como vão funcionar as Notas de Produtor Rural?

A partir da obrigatoriedade da NFP-e, as operações do produtor rural serão realizadas exclusivamente de forma eletrônica. Isso significa que os talonários em papel estão sendo gradualmente substituídos.

Com a NFP-e, todo o processo de emissão, envio e armazenamento é digital, o que aumenta a transparência e facilita o controle das operações. Para emitir a nota fiscal eletrônica de produtor rural, você precisa:

  • Certificado digital: Um documento eletrônico que serve como sua assinatura oficial para validar as notas.
  • Sistema emissor de notas: Ferramentas como o Aegro ajudam a simplificar esse processo, permitindo emitir, consultar e organizar as notas fiscais com facilidade.

Não emissão de nota fiscal: O que fazer para me regularizar?

A não emissão de nota fiscal pode gerar implicações legais, tributárias e comerciais. A única forma de evitar problemas é se adaptar e aderir ao uso correto do documento e cumprir a legislação, começando por:

  1. Cadastramento na Secretaria da Fazenda (Sefaz)
    Verifique se você já possui o Cadastro de Produtor Rural (CAD-PRO). Caso não tenha, procure a Secretaria da Fazenda do seu estado para realizar o registro.
  2. Aquisição de Certificado Digital
    Escolha o modelo A1, que é prático e pode ser instalado no computador ou sistema emissor. Ele é indispensável para validar suas notas eletrônicas.
  3. Escolha de um Sistema Emissor
    O ideal é utilizar ferramentas confiáveis, que automatizam o preenchimento das notas fiscais e o envio, reduzindo o risco de erros e atrasos.
  4. Organização das suas operações
    Certifique-se de que todas as transações estejam registradas. Para vendas anteriores sem nota fiscal, consulte um contador para regularizar a situação.
  5. Iniciar a emissão
    Com o sistema configurado, comece a gerar suas notas fiscais imediatamente para evitar complicações futuras.

Por que emitir nota fiscal agora?

Além de evitar os problemas que mencionamos, emitir a nota fiscal produtor rural é uma oportunidade para organizar sua propriedade e abrir novas possibilidades de crescimento. Com a emissão regular de notas, você:

  • Garante a segurança jurídica das suas operações;
  • Conquista a confiança de grandes compradores e parceiros;
  • Facilita o acesso a financiamentos e benefícios fiscais;
  • Evita perdas financeiras com multas ou mercadorias barradas.

Lembre-se: A não emissão de nota fiscal de produtor rural não é apenas um risco legal, mas também uma barreira para o crescimento da sua propriedade.

Com ferramentas para emitir de nota fiscal para produtor rural, o processo fica muito mais simples e eficiente, permitindo que você foque no que realmente importa: a produtividade e o sucesso da sua fazenda.

Não espere os problemas aparecerem para agir. Regularize sua situação agora e garanta um futuro próspero para sua propriedade rural.

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Excel na Agricultura: Até quando é boa opção?

A gestão rural é algo que exige organização e controle precisos. As planilhas de Excel na agricultura são ferramentas populares entre produtores rurais, mas até que ponto elas atendem às necessidades de uma fazenda moderna? 

Embora ofereçam simplicidade inicial, apresentam limitações significativas que podem dificultar o crescimento e o planejamento de longo prazo.

Neste artigo, vamos explorar as limitações do uso do Excel na agricultura e por que softwares de gestão rural se destacam como uma opção mais confiável e adaptada às demandas do dia a dia das fazendas.

Quando o excel costuma ser usado na agricultura?

O Excel na agricultura é uma ferramenta amplamente usado devido à sua flexibilidade e capacidade de organizar e analisar dados. Alguns dos principais usos no setor incluem:

1. Gestão financeira

  • Controle de receitas e despesas da propriedade rural;
  • Planejamento orçamentário e projeções financeiras;
  • Registro e acompanhamento de financiamentos e custos de produção.

2. Planejamento de safra

  • Elaboração de cronogramas de plantio, manejo e colheita;
  • Comparação de custos e estimativas de lucro para diferentes culturas;
  • Gestão de insumos (sementes, fertilizantes, defensivos).

3. Gestão de estoque

4. Análise de produtividade

  • Monitoramento de rendimento por área ou talhão;
  • Comparação entre safras para identificar tendências ou problemas.

5. Gestão de custos

  • Rateio de custos entre diferentes culturas ou atividades;
  • Cálculo do custo por hectare e por unidade de produção.

6. Gestão de máquinas e equipamentos

  • Registro de manutenções preventivas e corretivas;
  • Planejamento da utilização de máquinas para reduzir ociosidade e custos.

7. Análise climática

  • Registro de dados meteorológicos, como precipitação e temperaturas;
  • Monitoramento de tendências climáticas para ajustar o planejamento agrícola.

8. Gestão de mão de obra

  • Controle de horas trabalhadas e pagamento de funcionários;
  • Planejamento de alocação de pessoal em atividades específicas.

9. Gestão tributária e fiscal

  • Organização de documentos fiscais, como notas fiscais de venda e compra;
  • Acompanhamento de impostos e prazos de pagamento.

10. Relatórios e tomadas de decisão

  • Geração de gráficos e tabelas para apresentações e análises;
  • Apoio na tomada de decisão com base em dados históricos.

Embora o Excel seja bastante útil, ele pode ser trabalhoso para propriedades maiores ou que lidam com grande volume de dados.

Nesse caso, muitos produtores migram para softwares especializados em gestão agrícola, que automatizam e integram esses processos.

Por que o excel na agricultura não é tão eficiente?

Apesar de suas vantagens iniciais, o Excel carece de funcionalidades específicas para a agricultura. Um exemplo claro é o histórico de atividades: é difícil rastrear informações antigas e cruzar com os resultados atuais de forma eficaz. Além disso, o Excel não oferece:

  • Relatórios automáticos;
  • Integração com dispositivos móveis e sistemas de monitoramento;
  • Alertas ou recomendações baseados em dados.

Essas limitações podem impactar negativamente a equipe da fazenda, tanto em tempo quanto em recursos.

Software de Gestão de Fazendas X Excel

CaracterísticaSofwareExcel
Integração de dadosSimNão
Acesso remotoSim (aplicativo e navegador)Limitado
Relatórios automáticosSimNão
Atualização em tempo realSimNão
EscalabilidadeAltaBaixa

Qual o momento de deixar de usar planilhas em uma fazenda?

O Excel na agricultura é amplamente utilizado em pequenas e médias fazendas para organização financeira, registro de atividades e organização de custos. 

Contudo, à medida que a fazenda cresce ou as demandas aumentam, surgem sinais de que é hora de buscar uma solução mais avançada. Entre esses sinais estão:

  • Complexidade crescente: O volume de informações pode gerar erros e confusão em planilhas manuais;
  • Falta de integração: As planilhas não conversam entre si, dificultando a visão geral da fazenda;
  • Dificuldade de acesso: Compartilhar ou acessar informações fora do ambiente de trabalho é limitado;
  • Risco de perdas: Falhas humanas ou técnicas podem levar à perda de dados importantes;

Se essas dificuldades fazem parte da rotina da sua fazenda, é um bom momento para considerar um software de gestão rural.

Vantagens do Excel na Agricultura

  • Custo inicial baixo e não exige investimento inicial;
  • Familiaridade, por muitas pessoas já terem algum conhecimento na ferramenta;
  • Personalização e adaptação de necessidades específicas da fazenda.

Desvantagens do Excel na Agricultura

  • Erros humanos de digitação que podem comprometer toda a análise;
  • Falta de automação, demandando tempo e cuidado;
  • Ausência de integração com financeiros, produtivos e operacionais;
  • Pouca escalabilidade devido a lentidão com o aumento de dados.
Software para produtor rural: 10 formas de ganhar mais ao utilizar!

Quando é o momento de usar um software?

A transição para um software deve acontecer quando o Excel na agricultura começa a limitar a gestão, e você percebe que está perdendo tempo ou dinheiro com erros e processos manuais.

Por mais que o Excel seja uma ferramenta e versátil, pode ser difícil ter um controle organizado, preciso e até mesmo realizar projeções financeiras, especialmente quando o negócio cresce.

Entenda se você está vivendo esse momento com alguns sinais de que é hora de migrar para um software de gestão agrícola.

1. Complexidade nas operações

Se a propriedade rural abrange várias culturas, talhões ou está diversificando atividades, as planilhas começam a ficar confusas e propensas a erros. Um software de gestão rural permite integrar todas as informações em um único lugar de forma organizada.

2. Tempo perdido na consolidação de dados

Agricultores que utilizam o Excel geralmente precisam consolidar manualmente dados de diferentes planilhas, o que consome muito tempo e, muitas vezes, em erros que podem gerar problemas sérios no futuro.

3. Dificuldade em analisar dados

Embora o Excel tenha boas funcionalidades, softwares de gestão oferecem relatórios automáticos e personalizados, que ajudam a tomar decisões estratégicas com maior facilidade.

4. Falta de mobilidade

Com o avanço da tecnologia, muitos softwares oferecem acesso remoto via celular ou tablet, permitindo acesso e registro de informações diretamente do campo, algo que o Excel não oferece de maneira prática.

5. Erro humano frequente

Planilhas mal configuradas ou erros de digitação podem gerar problemas financeiros e operacionais. Os softwares minimizam esses riscos, já que muitos processos são automáticos e baseados em dados integrados.

Se você está passando por algo parecido na sua fazenda, é hora de procurar uma nova ferramenta. Muitos softwares de gestão rural tem períodos de teste gratuito, permitindo avaliar a ferramenta antes de decidir pela mudança.

A tecnologia é uma aliada e pode ser usada por propriedade rurais de todos os tamanhos. Avalie suas necessidades e considere dar o próximo passo para um produtividade ainda melhor.


Rateio de custos automático: Como aplicar na fazenda? 

O rateio de custos automático na fazenda ajuda na gestão financeira mais eficiente, contribuindo para a clareza do controle de custos gerais, como combustível, manutenção, energia e mão de obra. 

Tudo isso dá um entendimento maior sobre quais áreas estão gerando lucro, quais estão consumindo mais recursos e onde conseguir produtos com melhor custo benefício.

Com a ajuda da tecnologia, esse processo pode ser automatizado, evitando erros manuais e economizando tempo. 

Hoje em dia, alguns sistemas calculam a divisão dos custos com base em critérios como área utilizada ou insumos aplicados, garantindo uma alocação precisa.

Além de melhorar o controle financeiro, o rateio automático também facilita o cumprimento de obrigações fiscais, como o Funrural, ao gerar relatórios detalhados para a declaração correta dos impostos. 

O que é o rateio de custos automático?

O rateio de custos automático é uma função que permite distribuir automaticamente os custos de produção entre diferentes áreas, safras e patrimônios. 

Essa funcionalidade facilita o lançamento de despesas, garantindo que os custos sejam alocados corretamente, sem a necessidade de intervenções manuais complexas. 

A ferramenta também oferece opções de personalização, como a distribuição de custos por porcentagem, e a possibilidade de selecionar a apropriação de custos por máquinas e estoques, otimizando a gestão financeira e de recursos nas propriedades rurais.

Essa automação não só economiza tempo, mas também melhora o controle financeiro, contribuindo para uma gestão mais transparente e otimizada.

Como usar rateio de custos automático na fazenda?

O rateio de custos automático na fazenda, junto de processos como o balanço patrimonial, pode ser usado como uma estratégia de controle financeiro, já que aumenta a precisão dos cálculos e demonstra como está a rentabilidade da propriedade. 

Outro ponto positivo é que facilita a análise individual de cada atividade, e ainda colabora para outros pontos, como:

  1. Distribuição precisa de custos: Aloca automaticamente as despesas entre as atividades ou áreas da fazenda, como produção, manutenção e outras operações.
  2. Redução de erros: Automatiza os cálculos, eliminando falhas comuns na alocação manual.
  3. Controle financeiro aprimorado: Oferece uma visão detalhada sobre quais áreas geram mais lucro e onde estão concentrados os custos.
  4. Eficiência no planejamento: Simplifica o planejamento e a previsão de custos para safras futuras.
  5. Maior precisão: Garante informações confiáveis ao eliminar erros manuais nos cálculos.
  6. Economia de tempo: Automatiza tarefas repetitivas, permitindo que você se concentre em decisões estratégicas.
  7. Decisões mais assertivas: Identifica gargalos e oportunidades de melhoria, ajudando na gestão eficiente da propriedade.
  8. Clareza na rentabilidade: Facilita a análise comparativa entre atividades, destacando as mais lucrativas.
  9. Conformidade contábil e fiscal: Auxilia no cumprimento das obrigações legais e fiscais de forma prática.

O rateio automático pode ser feito por um software de gestão de fazendas, que cadastra as atividades, distribui os custos e integra os dados financeiros. 

Exemplo: Se você aplica 1.000 litros de defensivo em uma área de 100 hectares, o custo será rateado proporcionalmente para cada talhão ou cultura.

Com isso você  diminui falhas comuns em cálculos feitos em planilhas e se libera para focar em outras atividades na fazenda. 

Rateio Avançado | Mais facilidade na gestão financeira da sua fazenda

Vantagens de usar o rateio de custos automático 

Gerir os custos de uma fazenda nunca foi uma tarefa fácil, principalmente para quem lida com diversas atividades e áreas produtivas ao mesmo tempo. 

O rateio de custos é uma solução que simplifica essa gestão, trazendo mais precisão e economia de tempo. Confira mais algumas vantagens:

1. Facilidade no controle financeiro

Com o rateio automático, você não precisa gastar horas calculando manualmente os custos de cada atividade ou lavoura

O processo é feito de forma prática e sem complicações, a partir do cadastro das informações da propriedade, eliminando o uso excessivo de planilhas e reduzindo erros nos cálculos.

2. Maior clareza sobre os custos reais

Saber exatamente quanto custa cada talhão ou cultura faz toda a diferença para tomar decisões estratégicas. 

Com a automatização, os custos são distribuídos proporcionalmente, garantindo que você tenha uma visão realista da rentabilidade de cada atividade.

3. Redução de erros e retrabalho

Erros em planilhas ou na distribuição manual de custos podem causar grandes prejuízos. Ao automatizar o rateio, você elimina essas falhas e pode confiar nos resultados, tendo mais segurança na sua gestão financeira.

4. Otimização do tempo

Processos financeiros podem tomar um bom tempo da rotina, especialmente se forem feitos à mão. 

Ao optar por automatizar o rateio, você pode dedicar mais tempo ao planejamento estratégico ou à gestão operacional, por exemplo, em vez de se preocupar com cálculos complicados.

5. Integração com todas as operações

Ao usar um sistema de controle financeiro para fazendas, o rateio de custos automático se conecta às suas operações, como controle de insumos, maquinário e mão de obra. 

Isso permite uma gestão centralizada, onde tudo está interligado e atualizado em tempo real. Com dados claros e confiáveis, você pode decidir com mais confiança onde investir, quais culturas são mais lucrativas e como reduzir despesas sem comprometer a produtividade.

O rateio de custos automático não é apenas uma ferramenta financeira, mas um aliado para facilitar a gestão da sua fazenda, ajudando você a superar as dificuldades do dia a dia e a focar no que realmente importa: produzir mais e melhor.

3 plataformas de rateio de custos automático 

A complexidade da gestão de custos na agricultura exige soluções eficientes. Plataformas de controle financeiro de fazendas surgem como aliadas, automatizando o rateio de custos e simplificando a tarefa. 

Para ajudar você a escolher a melhor ferramenta, separamos abaixo algumas das opções encontradas no mercado. Confira a seguir: 

1. Ag Leader

A Ag Leader permite uma análise detalhada dos dados agrícolas, facilitando a distribuição precisa dos custos entre diferentes atividades e culturas.

Com recursos como processamento em lote, mapeamento e análises em NDVI, é possível controlar os custos operacionais claramente, otimizando a rentabilidade da fazenda.

Os sistemas integrados, como orientadores de máquinas e colheitadeiras, proporcionam maior eficiência operacional e um controle mais preciso das operações agrícolas. 

2. AgFiniti

Oferece análise e gerenciamento de dados agrícolas, como  mapeamento, relatórios e análise de informações permitindo detalhados sobre as operações. 

Esses recursos ajudam na distribuição e alocação de custos entre diferentes atividades e culturas, fornecendo dados para embasar decisões financeiras.

O sistema é um pouco complexo, mas oferece um bom resultado e pontos de melhoria financeira para as propriedades rurais. 

3. Aegro 

O Rateio Avançado do Aegro facilita a alocação precisa de custos, permitindo dividir cada nota fiscal entre múltiplos itens sem duplicar registros, reduzindo o retrabalho, melhorando o controle financeiro e otimizando seu tempo. 

A ferramenta também possibilita distribuir custos de máquinas, áreas e safras em um único lançamento, de acordo com as necessidades específicas.

Além disso, a plataforma está trazendo melhorias como a gestão de despesas para múltiplas máquinas, simplificando o lançamento de custos de serviços e peças. 

A nova forma de aprovação permite incluir várias máquinas e estoques distintos, agilizando a análise financeira e ainda inclui outros benefícios, como:

  • Integração completa entre gestão de finanças, estoque e operações agrícolas, proporcionando uma visão holística da fazenda.
  • Relatórios financeiros detalhados que ajudam a acompanhar a rentabilidade e tomar decisões mais assertivas.
  • Automação de processos financeiros e de controle de custos, economizando tempo e aumentando a precisão das informações.
  • Facilidade de uso com uma interface intuitiva, tornando a gestão financeira acessível mesmo para quem não tem experiência em tecnologia.

As plataformas oferecem soluções personalizadas para a gestão de custos da sua propriedade, características únicas para atender às necessidades específicas de diferentes produtores. 

Independentemente da escolha, recomendamos optar pela plataforma que melhor se adapta às necessidades da sua fazenda e que ofereça a melhor usabilidade para o seu dia a dia.

Funrural: o que é, como funciona e as alíquotas

Funrural: confira as principais questões sobre o tema, as novidades, as alíquotas e os prazos

Funrural é a sigla para Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural. Trata-se de um fundo rural destinado à contribuição social, com recolhimento obrigatório para que o empregado rural possa se aposentar.

Ficar sempre em dia com as obrigações fiscais é muito importante, porque os tributos costumam sofrer alterações com o tempo.

Então, para te manter por dentro do Funrural, veja algumas das respostas para as principais dúvidas que envolvem o tema. Aproveite!

O que é o Funrural?

O Funrural (Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural) é uma contribuição previdenciária que financia a seguridade social dos trabalhadores rurais. Dessa forma, ele é uma contribuição recolhida para o INSS, RAT (Risco Ambiental do Trabalho) e Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural).

A contribuição funciona como uma espécie de INSS para a categoria e é cobrado sobre a receita bruta da comercialização da produção rural ou sobre a folha de pagamento.

Ou seja, quando um produtor rural vende sua produção, uma parte do valor arrecadado deve ser destinada ao Funrural. Esse recolhimento garante benefícios previdenciários aos trabalhadores do setor, como aposentadoria e auxílio-doença.

A obrigatoriedade do Funrural se aplica tanto a produtores rurais pessoa física quanto a pessoa jurídica. No entanto, a forma de recolhimento pode variar.

Fique por dentro:

Quem deve pagar o Funrural?

A responsabilidade pelo recolhimento do Funrural depende da categoria do contribuinte:

  • Produtor rural pessoa física: A responsabilidade é do próprio produtor, seja ele com ou sem empregados. Se houver empregados, o produtor também deve recolher o INSS patronal sobre a folha de pagamento.
  • Produtor rural pessoa jurídica: A responsabilidade é da empresa, que deve recolher o Funrural sobre a receita bruta de comercialização, além do INSS patronal sobre a folha de pagamento de seus empregados.
  • Adquirentes de produção rural (como frigoríficos, laticínios e cooperativas): Quando a comercialização for realizada por esses adquirentes, eles são responsáveis por reter e recolher a contribuição do Funrural, conforme o percentual aplicado à receita bruta da produção adquirida.

Dentro disso, o recolhimento ainda pode ser feito de duas formas, sendo elas:

  • Sobre a folha de pagamento – opção disponível para produtores pessoa jurídica que preferem calcular a contribuição com base nos salários pagos aos funcionários.
  • Sobre a receita bruta da comercialização da produção rural – o valor é descontado diretamente no momento da venda do produto.

Qual é a alíquota do Funrural em 2025?

As alíquotas do Funrural variam conforme o tipo de produtor rural e a base de cálculo escolhida. A última atualização da legislação estabeleceu os seguintes percentuais:

  • Produtor Rural Pessoa Física
    • 1,2% sobre a receita bruta da comercialização
    • 0,1% para o RAT (Risco Ambiental do Trabalho)
    • 0,2% para o Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural)
    • Total: 1,5% sobre a receita bruta
  • Produtor Rural Pessoa Jurídica
    • 2,5% sobre a receita bruta da comercialização
    • 0,1% para o RAT
    • 0,2% para o Senar
    • Total: 2,8% sobre a receita bruta

Caso o produtor rural opte por recolher sobre a folha de pagamento, a alíquota será de 20% sobre os salários pagos aos funcionários.

É fundamental verificar as alíquotas vigentes, pois podem sofrer atualizações anuais conforme determinações da Receita Federal.

Como funciona o Funrural?

O recolhimento do Funrural varia de acordo com quem realiza a operação de venda ou compra.

Quando um produtor rural pessoa física vende sua produção para uma empresa (pessoa jurídica), como cooperativas, agroindústrias ou grandes redes varejistas, a responsabilidade pelo recolhimento do tributo é da empresa compradora.

Nesse caso, o valor do Funrural é retido na fonte e repassado diretamente ao governo pelo adquirente da mercadoria. 

Já quando um produtor rural pessoa jurídica comercializa sua produção, seja para outra empresa ou para consumidores finais, ele mesmo é o responsável pelo recolhimento e pelo pagamento do tributo.

Nesse cenário, o produtor deve calcular o valor devido, emitir a guia de pagamento e garantir que o recolhimento ocorra dentro do prazo estipulado pela Receita Federal.

O pagamento do Funrural deve ser realizado por meio da Guia da Previdência Social (GPS), que pode ser gerada no site da Receita Federal.

Além disso, é essencial que a contribuição seja devidamente informada na GFIP (Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações à Previdência Social), garantindo que os valores pagos sejam registrados corretamente no sistema previdenciário.

Para manter a regularidade fiscal da fazenda e evitar problemas futuros, é fundamental que o produtor esteja atento às datas de vencimento e ao correto preenchimento das guias.

A ausência de pagamento ou erros no recolhimento podem resultar em multas, restrições financeiras e até dificuldades para acessar financiamentos rurais e benefícios governamentais.

Contar com um sistema de gestão financeira e um acompanhamento contábil especializado pode facilitar esse processo, garantindo que todas as obrigações sejam cumpridas sem atrasos ou inconsistências.

É importante que você saiba o que é empregado rural, produtor rural pessoa física e produtor rural pessoa jurídica para entender como irá recolher o imposto:

  • Produtor Rural Pessoa Jurídica: empresa rural;
  • Empregado Rural: aquele que trabalha para um produtor rural; 
  • Produtor Rural Pessoa Física: é a pessoa física da área rural que produz e comercializa produtos.

O que acontece se o Produtor Rural não recolher o Funrural?

Não pagar o Funrural corretamente pode trazer diversos problemas para o produtor rural. O primeiro impacto é o risco de multas e juros, já que o não recolhimento é considerado inadimplência com a Receita Federal.

Outro problema grave é a impossibilidade de emitir a Certidão Negativa de Débitos (CND), documento essencial para acessar financiamentos agrícolas, participar de programas de incentivos e formalizar negócios com grandes compradores.

Além disso, a falta de pagamento pode resultar em dívidas ativas e até processos judiciais, caso a Receita Federal cobre os valores retroativos com penalidades adicionais.

Para evitar problemas, é fundamental manter o recolhimento do Funrural em dia e acompanhar possíveis mudanças na legislação.

Mudanças e atualizações na legislação do Funrural

A legislação do Funrural já passou por várias mudanças ao longo dos anos. Em 2011, o Supremo Tribunal Federal (STF) chegou a declarar a cobrança inconstitucional, o que gerou incertezas no setor.

No entanto, em 2017, o STF voltou atrás e considerou a contribuição obrigatória novamente. Desde então, os produtores rurais devem seguir as regras vigentes, recolhendo a contribuição conforme as alíquotas estabelecidas.

É essencial que o produtor rural acompanhe as atualizações fiscais e consulte um contador para garantir que está cumprindo todas as obrigações corretamente.

Principais dúvidas sobre o Funrural

O Funrural é um dos tributos mais importantes para o setor rural, mas ainda gera diversas dúvidas, especialmente depois das mudanças da Lei nº 13.606/2018. Para resolver tudo isso, separamos algumas dúvidas frequentes sobre a obrigação. Confira:

1. Quem precisa recolher o Funrural?

O recolhimento do Funrural depende da categoria que você se encaixa como produtor rural. As principais situações são:

  • Produtor rural pessoa física sem empregados: Não é obrigado a recolher o Funrural, a não ser que sua receita bruta anual ultrapasse R$ 4,8 milhões.
  • Produtor rural pessoa física com empregados: Tem a obrigação de recolher o Funrural tanto sobre a receita bruta da comercialização de sua produção quanto sobre a folha de pagamento de seus empregados.
  • Produtor rural pessoa jurídica com empregados: Deve recolher o Funrural sobre a receita bruta da comercialização da produção e sobre a folha de pagamento dos empregados.

2. Quais produtos são isentos do Funrural em 2025?

A isenção do Funrural se aplica a alguns produtos e situações específicas. Em 2025, os seguintes produtos estão isentos do pagamento:

  • Produtos da agricultura familiar: Pequenos produtores rurais, desde que a receita bruta anual não ultrapasse R$ 4,8 milhões, incluindo como grãos, hortaliças e frutas produzidas em pequena escala.
  • Leite de vaca: Para produtores que sejam pessoa física e sem empregados ou que a produção seja voltada para consumo interno e de pequeno porte.
  • Produtos de pequena produção: Pescadores e agricultores familiares com receita bruta inferior a R$ 4,8 milhões por ano também podem ser isentos, com base em sua receita anual.
  • Produtos agrícolas destinados à alimentação: Em casos em que os alimentos sejam produzidos em pequena escala e o produtor atenda às exigências da legislação vigente.

A isenção do Funral dependente da natureza do produto, da atividade do produtor e do volume de receita anual.

Vale ressaltar que os pequenos produtores devem comprovar sua condição perante a Receita Federal para obter a isenção.

3. Quais as formas de pagamento para recolher o Funrural?

O recolhimento do Funrural pode ser feito de duas formas: sobre o faturamento da produção ou sobre a folha de pagamento.

  • Sobre o faturamento da produção:
    • Produtor rural pessoa física deve pagar 1,2% do Funrural, 0,1% do RAT e 0,2% do Senar. Ou seja, a alíquota total é de 1,5%.
    • Produtor rural pessoa jurídica deve pagar 1,7% do Funrural, 0,1% do RAT e 0,25% do Senar. A alíquota total é de 2,8%.
  • Sobre a folha de pagamento:
    • A alíquota é de 20% para o INSS patronal (Funrural) e 3% para o RAT. O total da alíquota é de 23%, além das alíquotas de terceiros (como o SENAR, que permanece em 0,2% sobre a receita bruta da produção).

O Senar incide apenas sobre a receita bruta da comercialização da produção. O produtor rural, seja pessoa física ou pessoa jurídica, pode escolher entre o recolhimento sobre a comercialização da produção ou sobre a folha de pagamento.

A escolha deve ser feita até 31 de janeiro de cada ano e será válida para todo o ano, não podendo ser alterada até o ano seguinte.

4. Funrural e aposentadoria

O pagamento do Funrural não garante ao produtor rural a aposentadoria. Para receber o benefício, quem produz deve contribuir também com o INSS.

Ou seja, é preciso contribuir para o INSS individualmente para adquirir o direito de se aposentar.  O Funrural é uma contribuição para a previdência como um todo.

Leia também:

5. O Funrural é declarado?

O Funrural não é uma declaração, mas uma contribuição recolhida para o INSS (previdência), RAT (seguro de acidente de trabalho) e Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural).

Essa contribuição deve ser declarada por meio da GFIP (Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações à Previdência Social), ou seja, da Sefip/GFIP (Sistema Empresa de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social).

6. Existem multas para quem não paga o Funrural?

Sim, as multas do Funrural existem e variam de 75% a 225% do tributo devido. De acordo com a Receita Federal, a dívida acumulada dessa contribuição está em torno de R$ 11 bilhões.

A renegociação das dívidas do Funrural pode ser feita por meio do PRR (Programa de Regularização Tributária Rural), criado para possibilitar o parcelamento de débitos tributários de produtores rurais e adquirentes de produção rural (como frigoríficos, laticínios e cooperativas). Podem participar do PRR:

  • Produtores rurais pessoa física;
  • Adquirentes de produção rural, como frigoríficos, laticínios e cooperativas.

Como garantia, débitos iguais ou superiores a R$ 15 milhões exigem a carta de fiança ou o seguro garantia judicial.

No guia GFIP (Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social), é possível encontrar as orientações detalhadas para cada situação, incluindo a possibilidade de utilizar o depósito judicial como forma de quitação dos débitos.

7. Qual o prazo de escolha do Funrural em 2025?

A escolha do regime de recolhimento do Funrural para 2025 deve ser feita até 31 de janeiro de 2025.

A contribuição vai ser vinculada ao mês de janeiro, sendo que, se o produtor optar por pagar o boleto relacionado à folha de salários, vai estar automaticamente desvinculado do Funrural sobre a receita e pagará com base na folha de pagamento.

Se o pagamento da contribuição de janeiro não for feito, o produtor será automaticamente incluído no regime do Funrural sobre a produção e precisará pagar o percentual sobre a receita bruta de comercialização durante o ano. Esse valor será retido pela empresa que compra o produto.

Lembre-se de que essa escolha será válida para todo o ano de 2025 e só poderá ser alterada no ano seguinte.

Para mais detalhes sobre o tema, consulte a Lei nº 13.606, de 9 de janeiro de 2018 e a Instrução Normativa RFB nº 1.867, de 25 de janeiro de 2019.

Planilha de cálculo do funrural ao fundo uma foto com uma mão segurando moedas

Como softwares de gestão rural podem ajudar gerenciar obrigações fiscais?

Hoje em dias existem softwares de gestão financeira do agronegócio que facilitam o gerenciamento de obrigações fiscais no agronegócio.

Essas plataformas permitem centralizar todas as informações financeiras, planejar safras, monitorar a produtividade e, claro, controlar contribuições fiscais, como o Funrural.

Com o uso de tecnologia, é possível ter uma visão mais clara das finanças da sua propriedade, garantindo que você cumpra todas as suas obrigações sem surpresas.

Se você está buscando uma solução completa para a gestão da sua fazenda, vale a pena explorar as opções disponíveis e como elas podem otimizar o seu dia a dia.

Balanço Patrimonial: Por que ele é essencial para sua fazenda?

Você sabe exatamente quanto sua fazenda tem de patrimônio, dívidas ou recursos disponíveis? Se ainda não sabe, o balanço patrimonial pode ser a ferramenta que faltava para transformar sua gestão.

No agronegócio, a contabilidade rural é o que garante a saúde financeira da propriedade, e o balanço patrimonial é o documento que apresenta um retrato claro da situação econômica e financeira da sua fazenda.

Com ele, você pode entender melhor seus ativos (o que a fazenda possui), seus passivos (as dívidas e obrigações) e o patrimônio líquido (o que realmente pertence a você).

Mais do que um relatório obrigatório em alguns casos, esta é uma ferramenta estratégica para tomar decisões mais seguras, acessar financiamentos e garantir a sustentabilidade do negócio.

Se você ainda não faz o balanço patrimonial da sua fazenda, pode estar correndo riscos que vão desde a perda de oportunidades de crédito até problemas tributários.

O que é o Balanço Patrimonial e por que ele é importante?

O balanço patrimonial é um relatório contábil que apresenta a posição financeira da sua fazenda em uma data específica.

A principal função é detalhar o que você tem de recursos, suas obrigações financeiras e o que realmente pertence ao produtor, organizados em três categorias principais: ativos, passivos e patrimônio líquido.

Os ativos representam tudo o que a fazenda possui e que gera valor, como terras, máquinas, estoques de insumos e recursos em caixa.

Os passivos incluem financiamentos, contas a pagar, dívidas com fornecedores e tributos. Já o patrimônio líquido é a diferença entre ativos e passivos, ou seja, o que realmente pertence ao produtor depois de quitar as obrigações.

A importância do balanço patrimonial vai muito além de atender a exigências fiscais, sendo importante para entender se a fazenda está financeiramente saudável, identificar gargalos e planejar o futuro com mais clareza.

Além disso, bancos e cooperativas costumam exigir esse documento para liberar financiamentos, e grandes empresas valorizam fornecedores que demonstram boa gestão e organização financeira.

Planilha de fluxo de caixa para sucessão feminina

Como fazer o Balanço Patrimonial de uma fazenda?

A elaboração do balanço patrimonial exige organização e uma visão clara de todas as áreas da propriedade.

Primeiro, é necessário listar os ativos, como maquinários, rebanhos, estoques e recursos financeiros. Em seguida, é importante identificar os passivos, incluindo empréstimos, impostos a pagar e dívidas com fornecedores.

Com essas informações em mãos, o próximo passo é calcular o patrimônio líquido, subtraindo os passivos dos ativos. Por exemplo, se sua fazenda possui R$ 800 mil em ativos e R$ 300 mil em passivos, o patrimônio líquido será de R$ 500 mil.

Isso significa que, mesmo pagando todas as dívidas, você ainda tem um capital expressivo à disposição. Para facilitar esse processo, ferramentas de gestão financeira para o agronegócio podem automatizar a organização dos dados e gerar relatórios detalhados.

Um contador especializado em contabilidade rural também pode ser um grande aliado, garantindo que o balanço esteja correto e dentro das normas fiscais.

Quando e por que realizar o Balanço Patrimonial?

Realizar o balanço patrimonial regularmente é fundamental para garantir que você tenha uma visão atualizada da saúde financeira da sua fazenda.

O ideal é que ele seja feito ao menos uma vez por ano, geralmente no encerramento do exercício fiscal. 

No entanto, propriedades maiores ou com operações mais complexas podem se beneficiar de balanços trimestrais ou semestrais, que permitem acompanhar a evolução do negócio de forma mais detalhada. Além da frequência, é importante destacar os momentos estratégicos em que o balanço é indispensável.

Se você está pensando em expandir sua produção, renegociar dívidas ou buscar financiamentos, ter um balanço patrimonial atualizado é essencial, por aumentar a confiança de bancos, investidores e grandes compradores.

Ignorar essa prática pode limitar suas possibilidades de crescimento e até gerar problemas fiscais, implicando na justificativa de receitas e despesas em declarações tributárias.

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Impactos negativos de não fazer o Balanço Patrimonial

A ausência de um balanço patrimonial pode trazer sérios prejuízos para a sua fazenda, como rombos financeiros e falta de benefícios fiscais, como empréstimos e negociações.

Somente esses pontos já são o suficiente para levar o balanço mais a sério, mas ainda existem outros impactos negativos que você deve estar ciente. Confira abaixo:

1. Falta de controle financeiro

Sem o balanço patrimonial, é difícil ter uma visão do que entra e sai da propriedade, aumentando o risco de tomar decisões equivocadas, como contrair dívidas sem saber se haverá recursos para quitá-las.

Além disso, você pode acabar deixando de investir em áreas estratégicas que poderiam trazer um retorno financeiro maior.

2. Dificuldades em acessar financiamentos

Os bancos utilizam o balanço patrimonial como base para avaliar a capacidade de pagamento do produtor rural.

Sem esse documento, a análise de crédito fica prejudicada, tornando mais difícil a aprovação de financiamentos.

Isso pode limitar investimentos importantes para o crescimento da fazenda, como aquisição de maquinário ou expansão da produção.

Confira:

3. Problemas tributários

O balanço patrimonial é essencial para a entrega de declarações fiscais, como a Declaração do Imposto de Renda da Pessoa Física (DIRPF). Sem um relatório atualizado, podem surgir inconsistências nos dados, resultando em multas, auditorias fiscais e até complicações legais.

4. Perda de Credibilidade no Mercado

Empresas, cooperativas e exportadores valorizam fornecedores organizados e com boa gestão financeira. A falta de um balanço patrimonial pode comprometer sua imagem no mercado, resultando na perda de contratos e oportunidades de expansão.

Como simplificar o processo com ferramentas modernas?

Se a ideia de organizar todos os ativos, passivos e calcular o patrimônio líquido parece complicada, saiba que existem ferramentas que tornam esse processo mais simples.

Softwares de gestão financeira para o agronegócio automatizam o registro de dados financeiros, calculam índices e geram relatórios completos.

Com essas ferramentas, você consegue visualizar rapidamente a situação da fazenda, identificar áreas de melhoria e garantir que o balanço patrimonial esteja sempre atualizado.

Muitas delas ainda permitem integrar o controle financeiro com a gestão operacional, o que aumenta a eficiência e reduz o risco de erros.

Assim, investir em uma solução tecnológica não só facilita a elaboração do balanço patrimonial, mas também contribui para uma gestão mais estratégica e eficiente da sua propriedade rural.

Cultura da soja no Brasil: Guia Completo do Plantio à Industrialização

A soja é a principal cultura do agronegócio brasileiro, representando não apenas uma importante fonte de renda para produtores rurais, mas também um grande pilar da economia. 

Com uma produção que ultrapassa 120 milhões de toneladas anuais, o país lidera o ranking mundial de produção e exportação deste grão versátil. 

O papel da cultura da soja vai muito além das lavouras, influenciando contratos futuros amplamente negociados nas principais bolsas de valores globais.

Seja você um agricultor experiente ou um iniciante no setor, este guia completo contempla todos os aspectos essenciais da leguminosa, desde o planejamento do plantio até sua industrialização. Confira:

O que é soja?

A soja (Glycine max) é uma leguminosa originária da Ásia, cultivada há mais de 5.000 anos, que se tornou uma das principais commodities agrícolas do mundo.

No Brasil, sua adaptação e desenvolvimento revolucionaram o agronegócio, especialmente a partir da década de 1970, quando houve expansão agrícola no país. 

Ao longo dos anos, se tornou matéria-prima para a produção de alimentos, rações animais, biocombustíveis e produtos industriais.

Rica em proteínas, óleo vegetal e aminoácidos essenciais, a soja é uma fonte alimentar importante tanto para humanos quanto para animais.

Em relação ao clima, a cultura tem uma boa adaptabilidade às condições de solo e clima, crescendo em climas tropicais, subtropicais e temperados. 

Por conta disso, é popular em países como Brasil, Estados Unidos e Argentina, que são os maiores produtores mundiais de soja.

As necessidades básicas da soja incluem solo bem drenado, rico em matéria orgânica e pH equilibrado, além de um clima que ofereça chuvas regulares e temperaturas amenas. Essa combinação de fatores possibilita um crescimento uniforme e produtivo.

Quanto tempo demora a cultura da soja?

O ciclo de cultivo da soja varia conforme a variedade da planta, às condições climáticas e o sistema de manejo adotado, levando de 90 a 150 dias (3 a 5 meses) desde o plantio até a colheita.

Tudo começa com a germinação e emergência (0 a 10 dias), seguido pelo crescimento vegetativo (10 a 45 dias), floração (45 a 65 dias), formação e enchimento de grãos (65 a 120 dias) e, finalmente, a maturação (120 a 150 dias), quando os grãos estão prontos para a colheita. 

Algumas cultivares precoces podem ter ciclos mais curtos, enquanto as de ciclo longo podem levar até 5 meses.

Preparo e Plantio da Soja: Como funciona?

O sucesso da lavoura de soja começa muito antes da semeadura, com o preparo adequado do solo. Isso inclui a correção da acidez e a adequação da fertilidade, essenciais para alcançar alta produtividade.

A semeadura deve ser feita no momento certo, combinada com a fixação biológica de nitrogênio, que forma a base para um desenvolvimento vigoroso da cultura.

Práticas de rotação de culturas também são importantes para melhorar a qualidade do solo, além de ajudar no controle de pragas e doenças.

Além disso, o uso de tecnologia, como semeadoras de alta precisão, garante uma distribuição uniforme das sementes, potencializando o desempenho da lavoura desde o início.

Como se preparar para as principais pragas agrícolas

Cultivares e melhoramento da soja 

A escolha da cultivar adequada é decisiva para o sucesso da lavoura. A boa notícia é que o Brasil tem programas de melhoramento genético mais avançados do mundo, desenvolvendo cultivares adaptadas às diferentes regiões e condições de cultivo do país. 

Essas cultivares não só oferecem resistência a doenças e pragas, como também garantem alto potencial produtivo. 

Os avanços na biotecnologia também têm permitido o desenvolvimento de variedades transgênicas, que são mais eficientes no uso de recursos naturais, como água e nutrientes, proporcionando mais tolerância a condições adversas, como estresse hídrico e temperaturas extremas. 

O melhoramento genético busca características como o aumento da produtividade, a melhoria da qualidade do grão e a otimização do ciclo da soja, tornando a produção mais competitiva e sustentável. 

Essas inovações fazem toda a diferença para que os produtores mantenham a alta produtividade, mesmo frente aos desafios impostos pelas mudanças climáticas e pela demanda crescente do mercado.

Quais são as principais doenças da soja?

Assim como outras culturas, a soja também é atingida por doenças e pragas, que podem comprometer qualquer lavoura. 

A grande maioria dessas doenças são causadas por uma combinação de fungos, bactérias e vírus, variando o impacto dessas, mas geralmente resulta em perdas na produção, redução da qualidade do grão, menor resistência das plantas e até a morte precoce das culturas. 

A compreensão disso e do manejo adequado são o melhor plano de prevenção, garantindo uma lavoura saudável desde o início do ciclo até a colheita. Abaixo separamos uma lista com  as doenças mais comuns que afetam a a cultura da soja:

1. Míldio (Peronospora manshurica)

  • Sintomas: Manchas amarelas ou acinzentadas nas folhas, com pó branco na parte inferior.
  • Impacto: Redução da fotossíntese, o que compromete o crescimento e a produtividade da planta.
  • Controle: Uso de cultivares resistentes e fungicidas.

Mais informações: Como identificar míldio na lavoura?

2. Ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi)

  • Sintomas: Manchas de cor amarela ou laranja nas folhas, que depois se tornam marrons.
  • Impacto: Pode reduzir drasticamente o rendimento da soja, especialmente se não controlada a tempo.
  • Controle: Fungicidas, rotação de culturas e o uso de variedades resistentes.

Saiba mais: Ferrugem asiática: 6 dicas para controlar a doença

3. Antracnose (Colletotrichum gloeosporioides)

  • Sintomas: Manchas escuras e pontilhadas nas folhas, vagens e caules, com áreas necrosadas.
  • Impacto: Diminuição do crescimento da planta e da qualidade do grão.
  • Controle: Fungicidas e o uso de cultivares resistentes.

Fique por dentro: Antracnose nas culturas de grãos: Como controlar de modo eficaz?

4. Cercosporiose (Cercospora sojina)

  • Sintomas: Manchas marrons nas folhas, com margens amareladas.
  • Impacto: Diminuição da área fotossintética e, consequentemente, da produtividade.
  • Controle: Fungicidas e práticas de manejo adequadas.

5. Podridão radicular (Phytophthora sojae)

  • Sintomas: Amarelecimento e murchamento das plantas, principalmente em solos encharcados.
  • Impacto: A doença afeta as raízes, comprometendo a absorção de água e nutrientes.
  • Controle: Uso de sementes tratadas com fungicidas e a drenagem adequada do solo.

Mais detalhes em: Como identificar e manejar a podridão radicular em soja?

6. Mofo branco (Sclerotinia sclerotiorum)

  • Sintomas: Aparecimento de manchas brancas e felpudas nas vagens e folhas, que evoluem para necrose.
  • Impacto: Redução na produtividade e na qualidade dos grãos.
  • Controle: Fungicidas e manejo adequado da rotação de culturas.

Entenda melhor: Mofo-branco: Como identificar, controlar e prevenir?

7. Viroses (Ex: Vírus do mosaico da soja)

  • Sintomas: Manchas mosaico nas folhas, que podem afetar o crescimento da planta.
  • Impacto: Redução do vigor da planta e da produção de grãos.
  • Controle: Controle de insetos vetores, como pulgões, e uso de sementes certificadas.

8. Mancha-alvo (Corynespora cassiicola)

  • Sintomas: Manchas circulares com bordas amareladas nas folhas.
  • Impacto: Comprometimento da fotossíntese, levando à queda precoce das folhas.
  • Controle: Fungicidas e monitoramento da cultura.

9. Bacteriose (Xanthomonas axonopodis pv. glycines)

  • Sintomas: Manchas necróticas nas folhas e caules, com bordas amareladas.
  • Impacto: Pode reduzir o vigor da planta e a produtividade.
  • Controle: Uso de sementes livres de patógenos e práticas de manejo adequadas.

Manejo Fitossanitário da Soja: Melhores métodos 

O controle integrado de pragas, doenças e plantas daninhas é a melhor forma de proteger o potencial produtivo da lavoura, garantindo a sustentabilidade e a eficiência econômica a longo prazo. 

Um manejo integrado eficaz combina diversas abordagens de controle, utilizando métodos biológicos, químicos, culturais e físicos de maneira harmoniosa, reduzindo a dependência de produtos químicos e minimizando os impactos ambientais. 

Cada um desses métodos oferece vantagens específicas e pode ser utilizado de forma combinada para garantir a proteção das lavouras de maneira eficaz e sustentável. Confira: 

1. Métodos Biológicos

O controle biológico é uma abordagem ecológica e muito comum nas fazendas que usa organismos vivos para combater pragas e doenças. 

Esses organismos podem ser predadores naturais, parasitas ou patógenos que atacam as pragas-alvo. Alguns exemplos incluem o uso de insetos benéficos, como joaninhas e vespas parasitoides, que predam pulgões e outros insetos nocivos. 

Além disso, o controle biológico pode envolver a introdução de fungos, bactérias ou vírus que atacam pragas específicas, diminuindo a necessidade de pesticidas. 

2. Métodos Químicos

O controle químico envolve o uso de defensivos agrícolas, como pesticidas, fungicidas e herbicidas, para combater pragas, doenças e plantas daninhas. 

Embora seja uma ferramenta eficaz, o uso indiscriminado de produtos químicos pode causar resistência das pragas e danos ao meio ambiente. 

Por isso, a recomendação é usar defensivos com consciência, monitoramento constante e sempre que possível, alternando os ingredientes ativos para prevenir a resistência. 

O controle químico é ótimo quando usado em conjunto com outros métodos, como o biológico e o cultural, minimizando os impactos negativos.

3. Métodos Culturais

Os métodos culturais são práticas que podem reduzir a pressão das pragas e melhorar a saúde geral das plantas. Algumas dessas práticas incluem:

  • Rotação de culturas: Alternar as espécies cultivadas em uma mesma área ajuda a evitar a proliferação de pragas específicas de uma planta e melhora  a fertilidade do solo.
  • Plantio direto: Ao evitar o revolvimento do solo, essa prática preserva a estrutura do solo e a reduz a germinação de plantas daninhas.
  • Uso de cultivares resistentes: A escolha de variedades com resistência natural a determinadas doenças e pragas reduz a necessidade de intervenções externas.
  • Cobertura do solo: As plantas de cobertura melhoram a retenção de umidade, controlam plantas daninhas e previnem a erosão do solo.

4.Métodos Físicos

O controle físico envolve a aplicação de métodos diretos para controlar pragas e plantas daninhas sem o uso de substâncias químicas. Alguns exemplos incluem:

  • Capinas manuais ou mecânicas: Remoção física de plantas daninhas por meio de ferramentas ou máquinas.
  • Barreiras físicas: O uso de redes, telas ou coberturas para impedir a entrada de pragas, como insetos e roedores.
  • Armadilhas: Instalar armadilhas para capturar insetos ou outros animais prejudiciais à lavoura.
  • Luz e temperatura: O uso de luz ultravioleta ou variações de temperatura para matar pragas em determinadas fases de seu ciclo de vida, ou até mesmo o uso de calor para controlar ervas daninhas.

5. Combinando Métodos

A integração desses métodos de controle é a chave para um manejo eficaz e sustentável. O uso combinado minimiza o impacto de cada método, além de reduzir a dependência de produtos químicos e promover um ambiente agrícola mais saudável. 

Ao priorizar soluções naturais e ecologicamente responsáveis, o manejo integrado não só melhora a produtividade das lavouras, mas também contribui para a preservação do meio ambiente e a saúde do solo.

Banner planilha- manejo integrado de pragas

Estratégias de Manejo Integrado para Soja

Uma boa estratégia de manejo integrado inclui o monitoramento constante das lavouras, que identifica precocemente sinais de infestações, doenças ou a presença de plantas daninhas, facilitando a tomada de decisões rápidas e eficazes. 

O monitoramento pode ser feito por meio de inspeções regulares no campo, uso de tecnologia de sensores e sistemas de informação geográfica (GIS), que ajudam a mapear as áreas afetadas e a planejar ações corretivas.

Os defensivos devem ser feitos de forma racional e estratégica, respeitando as doses recomendadas e priorizando a rotação de princípios ativos para evitar o desenvolvimento de resistência.

Isso deve ser combinado com práticas culturais como a rotação de culturas, plantio direto, controle de resíduos de cultura e o uso de cultivares resistentes para reduzir a pressão das pragas e doenças. 

Práticas de manejo integrado de plantas daninhas (MIPD), como a rotação de herbicidas e o uso de coberturas vegetais, também são essenciais para prevenir o surgimento de resistência.

A chave para o sucesso está no equilíbrio entre a eficácia econômica e a sustentabilidade ambiental, proporcionando uma agricultura mais rentável e menos impactante para o meio ambiente.

Sistemas de Produção de soja

A soja pode ser cultivada em diferentes sistemas de produção, desde o convencional até modelos mais sustentáveis como a integração lavoura-pecuária e o cultivo orgânico. 

Cada sistema possui suas particularidades e exige um manejo específico para maximizar resultados.

O cultivo consorciado com outras culturas também tem se mostrado eficiente na otimização do uso da terra.

1. Sistema de Plantio Direto (SPD)

O plantio direto é a semeadura da soja diretamente sobre a palha de culturas anteriores, sem o revolvimento do solo, ajudando a preservar a estrutura do solo, reduzir a erosão e aumentar a retenção de umidade

O SPD melhora a fertilidade do solo por meio da cobertura vegetal, o que favorece a sustentabilidade a longo prazo, facilitando o controle de plantas daninhas e a redução de custos com tratos culturais.

2. Sistema de Rotação de Culturas

A rotação de culturas envolve alternar a soja com outras culturas, como milho, trigo ou feijão, ao longo de diferentes ciclos agrícolas e tem como objetivo:

  • Reduzir a pressão de pragas e doenças, uma vez que diferentes culturas atraem diferentes tipos de organismos.
  • Melhorar a fertilidade do solo. O uso do milho, por exemplo, pode ajudar a fixar nitrogênio no solo, beneficiando a soja no ciclo seguinte.
  • Controlar plantas daninhas de forma mais eficaz.

3. Sistema Integração Lavoura-Pecuária (ILP)

No sistema de Integração Lavoura-Pecuária (ILP), a soja é cultivada junto com a pecuária, alternando a produção de grãos e pastagem em um mesmo espaço ao longo do ano, proporcionando: 

  • Melhor aproveitamento do solo, com a soja sendo cultivada na entressafra da pastagem.
  • Aumento da rentabilidade, já que é possível diversificar as fontes de receita.
  • Maior sustentabilidade, pois a rotação entre as culturas ajuda a reduzir a degradação do solo.

4. Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF)

O ILPF é um sistema mais avançado que combina a produção de soja, pecuária e florestas, formando uma paisagem mais diversificada, oferecendo vantagens, como:

  • Preservação da biodiversidade, já que as florestas ajudam a manter o equilíbrio ecológico.
  • Diversificação de fontes de renda, com a possibilidade de venda de madeira, carne e soja.
  • Melhoria do ciclo do carbono, pois as árvores ajudam na captura de carbono, contribuindo para a sustentabilidade ambiental.

5. Sistema de Cultivo em Consórcio

No cultivo em consórcio, a soja é plantada junto com outras culturas, como milheto, sorgo ou braquiária, durante o ciclo de cultivo, permitindo que a lavoura:

  • Melhore a cobertura do solo, evitando erosão.
  • Aumente a diversidade biológica, o que pode ajudar a controlar pragas e doenças.
  • Maximize a utilização dos nutrientes do solo, já que diferentes plantas podem acessar nutrientes em diferentes profundidades.

6. Sistemas Intensivos com Alta Tecnologia

Com o avanço das tecnologias agrícolas, muitos produtores de soja adotam sistemas de produção intensivos, que incluem o uso de:

  • Sistemas de irrigação de precisão para garantir que a soja receba a quantidade certa de água.
  • Sensores e drones para monitoramento de pragas, doenças e saúde do solo.
  • Adubação e fertilização de alta precisão, utilizando dados de análises de solo e recomendações de fertilizantes específicos para cada área da lavoura.

Dominar todos os aspectos da produção da cultura da soja, desde o plantio até a comercialização, pode ser um grande diferencial para a qualidade da sua fazenda. 

Com as informações e recursos apresentados neste guia, você está mais preparado para tomar decisões assertivas e maximizar os resultados em sua propriedade.

A integração entre inovações tecnológicas e práticas sustentáveis é o caminho para enfrentar os desafios futuros. Seja você um pequeno produtor ou gestor de grandes áreas, este guia pode ser adaptado às suas necessidades.

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Perguntas Frequentes sobre a cultura da soja