About Ana Lígia Giraldeli

Sou Engenheira Agrônoma formada na UFSCar. Mestra em Agricultura e Ambiente (UFSCar), Doutora em Fitotecnia (Esalq-USP) e especialista em Agronegócios. Atualmente sou professora da UNIFEOB.

PRNT: o que é e como calcular para economizar na compra do calcário

Atualizado em 02 de junho de 2022.

PRNT: veja sua influência na hora da calagem, como calcular o PRNT, as principais fontes de corretivo agrícola e muito mais!

Você já se perguntou para que serve o PRNT na hora de fazer calagem? Ele traz informações importantes que podem te ajudar a economizar na compra de calcário.

Mais do que isso, conhecer o PRNT te auxilia a fazer uma calagem e correção do solo mais eficazes.

Veja como fazer todos esses cálculos de maneira simples e entenda melhor qual tipo de calcário deve ser utilizado na sua propriedade! Confira!

O que é PRNT: significado

O PRNT é a sigla para Poder Relativo de Neutralização Total, um indicativo de qualidade dos corretivos agrícolas, avaliado pelo valor do poder de neutralização e pelo tamanho das partículas.

Quanto maior o PRNT, melhor a qualidade do calcário e mais rápida é a sua reação no solo. Conhecer a função do PRNT pode fazer diferença na escolha do corretivo agrícola mais adequado para sua propriedade.

A importância do PRNT está no fato de que, quanto maior a quantidade de PRNT, menor quantidade de calcário precisa ser aplicada é maior a sua qualidade

Considerando isso antes da compra de calcário, você evita desperdícios e garante aplicar a quantidade correta.

Qual a diferença entre PN, RE e PRNT?

Poder de Neutralização (PN) é a capacidade potencial total de bases neutralizantes contidas em corretivo de acidez, expressa em equivalente de Carbonato de Cálcio puro (%ECaCO3).

A Reatividade das Partículas (RE) é o valor que expressa o percentual do corretivo que reage no solo no prazo de 3 meses.

O Poder Relativo de Neutralização Total (PRNT), por sua vez, é o conteúdo de neutralizantes contidos em corretivo de acidez, expresso em equivalente de Carbonato de Cálcio puro (%ECaCO3), que reagirá com o solo no prazo de 3 meses.

Capacidade de neutralização relativa ao carbonato de cálcio (CaCO3)

Alguns elementos podem apresentar ação equivalente ao carbonato de cálcio. Por exemplo,100 kg carbonato de magnésio apresentam ação equivalente a 119 kg de carbonato de cálcio. Outras neutralizações possíveis são:

  • 100 kg de carbonato de magnésio = 119 kg de carbonato de cálcio
  • 100 kg de hidróxido de cálcio = 135 kg de carbonato de cálcio
  • 100 kg de hidróxido de magnésio = 172 kg de carbonato de cálcio
  • 100 kg de óxido de cálcio = 179 kg de carbonato de cálcio
  • 100 kg de óxido de magnésio = 248 kg de carbonato de cálcio
  • 100 kg de silicato de cálcio = 86 kg de carbonato de cálcio
  • 100 kg de silicato de magnésio = 100 kg de carbonato de cálcio

A legislação prevê também um valor mínimo para o PN para a soma da porcentagem de CaO + a porcentagem de MgO e PRNT. Veja na tabela estes valores!

Tabela com material corretivo e porcentagem de prnt

(Fonte: adaptação da autora)

Você deve estar se perguntando: calcário não é tudo igual? A resposta é não, porque quanto maior o poder de neutralização do corretivo, maior será a quantidade de ácidos que ele vai neutralizar.

Na tabela acima, você viu que o poder de neutralização mínimo da cal virgem é de 125. Considerando isso, menor será a quantidade de produto que precisará ser comprado.

Principais fontes de corretivos agrícola de solo

O principal objetivo de um corretivo agrícola é corrigir a acidez do solo, expressa pelo pH. Veja abaixo as principais fontes de corretivos e suas características:

Calcário

O calcário é o corretivo mais utilizado na agricultura. Ele é obtido pela moagem de rochas calcárias, constituídas por carbonato de cálcio (CaCO3) e de magnésio (MgCO3).

De acordo com o teor de magnésio, os calcários podem ser classificados como calcítico (1 a 5% de Mg), magnesiano (5 a 12% de Mg) e dolomítico (13 a 21% de Mg).

O PRNT do calcário dolomítico é entre 50% e 70%. Essa é uma porcentagem considerada ideal, afinal, calcários com menos de 45% de PRNT não são recomendados.

Cal virgem

A cal virgem é obtida industrialmente pela queima completa do calcário. Ela é constituída por óxido de cálcio (CaO) e de magnésio (MgO). É um corretivo de ação imediata e pode causar danos em sementes e plântulas.

Portanto, aplique com antecedência ao plantio das culturas.

Calcário calcinado 

O calcário calcinado é obtido pela calcinação parcial do calcário. Ele é constituído por carbonato, óxido e hidróxido de cálcio e magnésio. Apresenta características intermediárias ao calcário e a cal virgem.

Escória silicatada

Escória silicatada é um subproduto da indústria do ferro e do aço. Esse corretivo é constituído por silicato de cálcio (CaSiO3) e de magnésio (MgSiO3). Ele possui o mesmo comportamento do calcário.

Como calcular o poder de neutralização do calcário?

O poder neutralizante está relacionado à capacidade potencial do corretivo em neutralizar a acidez do solo. Ele leva em conta os teores de cálcio e magnésio do corretivo e é calculado pela seguinte equação:

PN (% ECaCO3) = % CaO x 1,79 + % MgO x 2,48

PN (% ECaCO3) = Poder neutralizante expresso em porcentagem equivalente de carbonato de cálcio.

% CaO = Porcentagem de óxido de cálcio.

% MgO = Porcentagem de óxido de magnésio.

Veja um exemplo na prática: considere um calcário com 36% de CaO e 12% MgO.

PN (% ECaCO3) = 36 x 1,79 + 12 x 2,48 = 83% de todo o calcário é capaz de neutralizar a acidez do solo.

Como calcular a reatividade (RE)?

Para o cálculo da reatividade são utilizadas diversas peneiras. Quanto mais finas as partículas do corretivo, maior a sua reatividade. A reatividade de um calcário é dada de acordo com os valores abaixo:

Tabela com relação granulométrica das peneiras de calcário

(Fonte: adaptação da autora)

A reatividade zero significa que estas partículas não têm efeito corretivo no período de 12 a 36 meses. A fórmula utilizada para calcular a taxa de reatividade é:

RE = 0 x (ABNT 10) + 20 x (ABNT 10-20) + 60 x (ABNT 20-50) + 100 x (ABNT 50)

Veja um exemplo para ficar mais claro: imagine que uma análise de calcário apresentou os seguintes resultados na parte granulométrica: 

  • 60% (0,60) passam na peneira com diâmetro de orifícios de 0,30 mm (peneira ABNT 50);
  • 30% (0,30) são retidos na peneira 50, mas passam na peneira 20, que tem diâmetro de orifícios de 0,84 mm (peneira ABNT 20);
  • 9% (0,09) são retidos na peneira 20, mas passam na peneira 10 que tem diâmetro de orifícios de 2 mm;
  • 1% ficam retidos na peneira de 2 mm.

Com a fórmula, fazemos o seguinte cálculo:

RE = 0 x (ABNT 10) + 20 x (ABNT 10-20) + 60 x (ABNT 20-50) + 100 x (ABNT 50)

RE = 0 x (0,01) + 20 x (0,09) + 60 x (0,30) + 100 x (0,60)

RE = 0 + 1,8 + 18 + 60

RE = 79,8%

Ou seja, 79,8% das partículas do calcário vão reagir no solo em 2 a 3 meses.

Máquina agrícola realizando calagem no solo

(Fonte: LaborGene)

Como calcular o PRNT do calcário?

Com os valores do PN e de RE, é possível saber como determinar o PRNT. A fórmula usada para este cálculo é:

PRNT = (PN x RE) / 100

Suponha que o PN do calcário seja de 67%, que é o mínimo exigido pela legislação brasileira para calcário agrícola. Então:

PRNT = (67 x 79,8)  / 100

PRNT = 53%

Ou seja, uma tonelada desse corretivo terá o mesmo efeito na neutralização da acidez do solo que 530 kg de carbonato de cálcio puro e muito moído em 2 a 3 anos.

Vale lembrar que essa é apenas uma das formas de fazer o cálculo. Se quiser se aprofundar em outros métodos, leia este artigo: Cálculo de Calagem: como fazer as contas (+ calcário líquido).

Como o PRNT influencia na quantidade de calcário?

Antes de tudo, é necessário fazer o cálculo de necessidade de calcário, através da fórmula:

NC = [CTC x (V2 – V1) x (100 / PRNT)] / 100

Onde:

NC = Necessidade de calcário, em t ha-1;

CTC = CTC pH7 (capacidade de troca de cátions) em cmolc dm-3;

V2 = Porcentagem de saturação por bases desejada;

V1 = Porcentagem de saturação por bases atual do solo (encontrada na análise do solo);

PRNT = Poder Relativo de Neutralização Total (encontrado na embalagem do calcário).

Observe que o PRNT entra no cálculo de calagem. O valor já vem informado na embalagem, então você não precisará fazer os cálculos apresentados anteriormente. Eles foram feitos para entendermos de onde vem os valores de PRNT.

Por exemplo, suponha que fizemos a análise de solo de uma área e que o V% (saturação de bases) seja de 50%. Suponha que o valor de referência que precisamos atingir seja de V% = 60%, e que a CTC do solo seja de 25 cmolc dm-3.

Assim, pela fórmula, na necessidade de calagem temos:

NC = [CTC x (V2 – V1) x (100 / PRNT)] / 100

NC = [25 x (60 – 50) x (100/53)] / 100

NC = 4,71 t ha-1

Agora pense que na hora da compra do calcário, você tenha mais duas opções: um dos corretivos com PRNT = 70% e outro com PRNT = 90%. Pelo cálculo teremos:

NC = [CTC x (V2 – V1) x (100 / PRNT)] / 100

NC = [25 x (60 – 50) x (100/70)] / 100

NC = 3,57 t ha-1

NC = [CTC x (V2 – V1) x (100 / PRNT)] / 100

NC = [25 x (60 – 50) x (100/90)] / 100

NC = 2,77 t ha-1

Observe que quanto maior o valor do PRNT do calcário, menor a quantidade que precisará ser comprada. Com esses valores, basta multiplicar pelo preço da tonelada que cada produto está sendo vendido. Assim você saberá qual deles é mais econômico.

Se você quer fazer o cálculo de calagem de forma mais simples e automática, separamos uma planilha para você. Ela é gratuita, e basta clicar na imagem abaixo para baixar:

Dica: atenção à faixa de PRNT

Os calcários são classificados em faixas de A até D, que indicam a concentração de PRNT:

  • Faixa A – calcário com PRNT entre 45% e 60%;
  • Faixa B – calcário com PRNT entre 60,1% e 75%;
  • Faixa C – calcário com PRNT entre 75,1% e 90%;
  • Faixa D – calcário com PRNT superior a 90%.

Fique sempre de olho nessas informações ao comprar o corretivo. Afinal, calcários com PRNT menor que 45% não podem ser comercializados!

Banner da planilha de calagem

Conclusão

Neste artigo, você viu o quanto o PRNT é importante na hora da compra do calcário. Assim, você pode economizar usando essa informação.

Também mostramos como calcular o PRNT, o poder de neutralização e a reatividade das partículas.

Então, aproveite as dicas e faça uma boa calagem!

>>Leia mais: 

O que você precisa saber sobre as diferenças entre calagem e gessagem

3 maneiras de lucrar mais com um software de gestão agrícola

Gostou do texto? Restou alguma dúvida ou tem outras dicas sobre o PRNT? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Atualizado em 02 de junho de 2022 por Denise Prevedel.

Denise é engenheira-agrônoma e mestra em agronomia pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS). Também é doutoranda em agronomia pela Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD).

Colheita de cana: 5 dicas para otimizar a sua

Colheita de cana: Como reduzir as perdas, além de quais são as principais dicas e tecnologias para obter melhores resultados na sua colheita.

Você sabia que o Brasil é o maior produtor e exportador de cana-de-açúcar?

Mas, mesmo com alta produtividade, as perdas na colheita são muitas.

Do total produzido, mais de 10% é perdido neste período, considerando a colheita mecanizada de cana. E isso representa um prejuízo enorme para o agricultor.

Neste artigo, compartilho algumas estratégias para otimizar esse processo e ter melhores resultados. Confira a seguir!

Sistemas de colheita de cana e seus impactos na produtividade

Os sistemas de colheita de cana-de-açúcar passaram por significativas mudanças. Passamos, por exemplo, da colheita manual (corte manual) para a mecanizada.

A colheita mecanizada de cana picada contribui para um sistema mais sustentável, pois reduz custos. Não precisa haver a queima (colheita de cana crua), além de deixar a palha no sistema.

Segundo um levantamento do Centro de Tecnologia Canavieira, em menos de 10 anos, a região centro sul do Brasil saiu de 47% de índice de mecanização em 2008 para 97% em 2015.

Entretanto, mesmo com os avanços em tecnologia, ainda há muitas perdas neste sistema.

No Brasil, uma colhedora é capaz de ter produção média de 400 a 700 toneladas por máquina.

Mas ainda existem grandes oportunidades para aumento da eficiência na colheita mecanizada.

Isso porque, como podemos ver pela figura abaixo, com a entrada da colheita mecanizada há redução da produtividade média, o que ocorre pelos danos que a máquina causa à soqueira, especialmente pelo corte e pisoteio das linhas.

Esses danos prejudicam a brotação e a planta como um todo o que acarreta na menor produtividade do canavial.

colheita de cana
(Fonte: Novacana)

Por isso, há muito o que se pesquisar e aperfeiçoar. Não é exatamente a máquina ou a operação que causam os danos, mas a forma como são realizadas, precisando maior cuidado e atenção à esta etapa.

5 dicas para otimizar a colheita de cana na sua propriedade

1. O planejamento da colheita começa no plantio: Processos importantes

Dentre as etapas de cultivo da cana-de-açúcar, muitos processos são importantes, como:

  • Escolha da área de plantio
  • Época de plantio e colheita
  • Atenção às necessidades da cultura: alta disponibilidade de água, altas temperaturas e alto índice de radiação solar
  • Planejamento da colheita

O ideal é planejar a época e cultivares de cana escalonados, não sobrecarregando apenas poucas semanas para a colheita.

Além disso, como podemos perceber, a colheita é uma etapa que demanda planejamento, especialmente porque muitos problemas podem acontecer:

  • Problemas climáticos
  • Sociais
  • Administrativos

Veja mais detalhes na tabela que eu separei:

colheita de cana
(Fonte: Opiniões)

Por isso, outro processo importante aqui é o cronograma para colheita. Ele deve ser flexível permitindo mudanças pelas imprevistos, mas que também tenha uma brecha para que a operação como um todo não atrase muito.

E qual o melhor momento para a colheita de cana?

O melhor momento é quando a cana atingir o máximo de teor de açúcar.

A maturação da cana depende da região e do sistema de cultivo, dentre outros fatores.

O planejamento de plantio e da colheita estão diretamente ligados, pois o sistema de produção poderá ser de 12 ou 18 meses.

O sistema de plantio da cana-de-açúcar pode ser:

  • Sistema de ano-e-meio;
  • Sistema de ano;
  • Plantio de inverno.

No sistema de ano-e-meio, o plantio ocorre entre janeiro e março e a cana colhida entre 16 e 18 meses após o plantio.

Neste sistema, o potencial de produtividade agrícola é maior, já que há mais tempo para crescimento da cultura.

O sistema de plantio de ano tem um período de 12 meses de cultivo, com início entre outubro e novembro.

A colheita de cana-de-açúcar na região Centro-Sul ocorre entre os meses de abril e novembro.

Para a região Nordeste, a colheita é entre novembro e abril.

O planejamento da colheita pode ser facilitado por algumas técnicas como: irrigação, maturadores, transporte da cana, entre outros.

2. Faça a colheita na hora certa

Como vimos, a colheita da cana deve ser feita quando ela atingir o máximo de açúcar. Para saber essa informação você pode contar com um aparelho chamado de refratômetro.

colheita de cana
(Fonte: Educalingo)

Com o refratômetro você poderá medir o Brix da cana-de-açúcar.

Para determinação do Brix você fará a média dos resultados obtidos da base, meio e ponta do colmo. A colheita deve ocorrer quando essa média for maior que 18.

Para determinar o Índice de Maturação você deve dividir o Brix do topo pelo Brix da base vezes 100.

Neste caso, a colheita deve ocorrer quando o Brix for próximo a 1.

colheita de cana
(Fonte: Na sala com Gismonti)

3. Preste atenção na velocidade da máquina!

Durante a colheita, deve-se prestar atenção na velocidade utilizada na máquina. Velocidades mais altas do que as recomendadas podem causar prejuízos.

Qualquer dano que atinja a soqueira compromete a longevidade do canavial, fazendo que seja necessário um investimento em renovação.

Hoje no Brasil, segundo estudo do CTBE (Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol), ocorrem 11% de perdas na colheita.

colheita de cana
(Fonte: Novacana)

4. Controle o tráfego de máquinas

O controle de tráfego dentro da área é muito importante, pois as máquinas pisoteiam as linhas de cana, o que reduz a produtividade.

Para contornar este problema, controle para que as rodas da máquina passem sempre no mesmo lugar no momento da colheita. Elas não devem passar sobre a linha de cana.

Para controle do tráfego, você pode investir no uso de piloto automático ou GPS.

Outras importantes dicas são:

  • Faça a colheita na época adequada
  • Utilize mão de obra especializada na colheita mecanizada
  • Use variedades de cana-de-açúcar adequadas à mecanização
  • Adeque o espaçamento da cana-de-açúcar e o maquinário, assim o trânsito ocorrerá sempre nas entrelinhas

colheita de cana
Comparativo entre cana colhida mecanicamente com e sem controle do tráfego
(Fonte: Novacana)

5. Acompanhe tendências de mercado

Procure sempre saber o que há de novo no mercado!

Por isso, vamos ver agora algumas inovações tecnológicas introduzidas nas colhedoras de cana-de-açúcar nos últimos anos.

Colhedora de 2 linhas de 1,5 m

colheita de cana
(Fonte: Revista RPA News edição 168/2015)

A colheita da cana-de-açúcar com máquina de duas linhas reduz o tráfego de colheita no canavial em 50%.

Isso, consequentemente, diminui a compactação do solo, além de reduzir o consumo de combustível.

colheita de cana
(Fonte: Revista RPA news – edição 168/2015)

Sistemas automáticos de ajuste de altura do corte de base

Durante a colheita da cana-de-açúcar, sabemos que é necessário fazer o corte o mais rente possível do solo.

Entretanto, também é preciso preservar a soqueira.

O controle automático de ajuste do corte de base possibilita um menor esforço da máquina. Além disso, reduz as perdas e não prejudica a longevidade da lavoura.

colheita de cana
(Fonte: Machado et al., 2018)

Piloto Automático

O piloto automático vem sendo muito utilizado na colheita da cana-de-açúcar.

Essa tecnologia ajuda a superar problemas que vieram com o sistema mecanizado: o pisoteamento de soqueiras e a compactação de solos.

Entre outros benefícios estão: aumentar a uniformidade entre os sulcos de plantio, reduzir o consumo de combustível e aumentar a capacidade operacional das máquinas.

Outras tecnologias disponíveis, segundo Roberto Biasotto são:

  • Automação dos Acionamentos da Manobra (Início e Final de Linha)
  • Câmeras Operacionais
  • Velocidade Variável Esteira do Elevador

Funções automatizadas para as manobras segundo Roberto Biasotto:

  • Rotação do motor
  • Altura do corte de base
  • Reversão do despontador
  • Inversão do disco de corte lateral
  • Desligamento do industrial
  • Giro do capuz do extrator primário
  • Redução da rotação do extrator primário e secundário
  • Esteira do elevador
  • Sistema de correção de rota
planilha ponto otimo de renovacao canavial

Conclusão

A colheita de cana mecanizada traz inúmeros benefícios, mas ainda tem problemas a serem resolvidos.

E neste artigo você viu muitas dicas de como melhorar o processo de colheita na sua propriedade.

Falamos sobre a plantação de cana, cálculo do teor de açúcar e velocidade ideal das máquinas. Também mostramos como a tecnologia pode te ajudar ao longo do processo.

Então, aproveite as dicas e boa colheita!

>> Leia mais:

Como plantar cana-de-açúcar para altas produtividades

Adubo para cana: Principais recomendações para alta produtividade

Como fazer o melhor manejo da broca da cana-de-açúcar

Gostou das estratégias discutidas aqui? Tem mais informações para compartilhar sobre a colheita de cana? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Como declarar Imposto de Renda atrasado? Saiba o que você deve fazer

Atualizado em 06 de maio de 2022.

Como declarar Imposto de Renda atrasado: veja o passo a passo de como regularizar sua situação e evitar problemas com a Receita Federal

Ficar em dia com o Imposto de Renda é fundamental para evitar problemas com o fisco. 

Se você ainda não correu atrás da documentação e não vai conseguir entregar a tempo, não se preocupe! Sempre há tempo de regularizar a situação. 

Neste artigo, veja como declarar seu Imposto de Renda atrasado e quais são as multas. Saiba mais a seguir!

O que acontece com quem não declara o Imposto de Renda? 

Quem deixa de declarar o Imposto de Renda pode ter de pagar multa de, no mínimo, R$ 165,74, e ficar como a situação irregular na Receita Federal, o que pode culminar no bloqueio do CPF.

Estar com o CPF bloqueado impede algumas atividades como: 

  • abertura de conta bancária;
  • emissão de passaporte;
  • emissão de certidão negativa na venda de imóveis;
  • ter acesso a financiamento rural e crédito rural;
  • prestar concurso público.

O contribuinte também corre o risco de ser denunciado pelo crime de sonegação fiscal.

No ano-calendário 2022, estão obrigados a declarar o Imposto de Renda Pessoa Física quem recebeu rendimentos tributáveis superiores a R$ 28.559,70 (ao longo de 2021).

No caso da atividade rural, quem teve receita bruta acima de R$ 142.798,50 em 2021 também precisa prestar contas ao Leão.

Como declarar Imposto de Renda atrasado? Veja o passo a passo para regularização

A regularização do Imposto de Renda atrasado pode ser feita pela internet, baixando o programa gerador do imposto de renda referente ao ano correspondente. Veja como regularizar o imposto de renda atrasado seguindo estes dois passos:

1. Emitir o Darf para pagamento em atraso

O pagamento do Darf será realizado após a data de vencimento. Por isso, ele deverá ser feito com os acréscimos legais, como multa e juros de mora.

Imprima o Darf (Documento de Arrecadação da Receita Federal) utilizando uma das opções abaixo:

  • Extrato da DIRPF: Consulte o “Demonstrativo de Débitos Declarados” para saber o quantitativo de quotas solicitadas e a situação de cada uma delas. Em seguida, clique no ícone “Impressão” para emitir o Darf do mês desejado.
  • Programa para cálculo e emissão do Darf das quotas do IRPF
  • Preenchimento manual do Darf.

Onde pagar o Darf do IR atrasado?

Depois de gerar o Darf, você precisa pagá-lo dentro do prazo estabelecido no documento. Isso é possível de duas formas: através do seu banco físico ou através do aplicativo do seu banco, instalado no seu celular.

Pelo celular, você pode escanear o código de barras para fazer o pagamento. No banco físico, basta inserir o código do Darf para pagar.

2. Regularizar o pagamento em atraso realizado sem juros ou multa 

Caso o pagamento em atraso seja realizado sem os acréscimos legais ou com o cálculo menor, o valor do principal não será totalmente quitado. Ficará um saldo pendente de quitação.

Você precisa consultar o saldo devedor e emitir o Darf para pagamento no Extrato da DIRPF ou na Pesquisa de Situação Fiscal.

print da tela de pagamento do Darf

(Fonte: reprodução Receita Federal)

O programa de preenchimento da declaração do IRPF 2022, ano base 2022, está disponível no site da Receita Federal. Também é possível preencher e enviar o documento por meio do aplicativo Meu Imposto de Renda para tablets e celulares.

Agora também é possível fazer a declaração online. Para isso, basta acessar o sistema com as credenciais da conta gov.br. Por meio do aplicativo, é possível ainda fazer retificações.

Quanto custa para declarar o Imposto de Renda atrasado? 

O valor da multa pela entrega do imposto de renda atrasado é de 1% ao mês, sobre o valor do imposto devido, calculado na declaração, respeitando-se o mínimo de R$ 165,74, podendo chegar a 20%.

Na multa do imposto de renda atrasado, também serão cobrados juros de acordo com a taxa Selic. Eles estão ao redor de 11,75% ao ano.

Além disso, serão aplicados juros de 1% ao mês para os impostos chamados devidos. Após a finalização da declaração do IR, o total do tributo devido fica disponível ao contribuinte.

Assim que emitir a declaração, você deve receber a notificação da multa. Você tem até 30 dias a partir da entrega em atraso para realizar o pagamento.

Se você não tem imposto a pagar e tem restituição, a multa pode ser descontada do valor a receber. Para entregar a documentação, não é preciso baixar um novo programa. 

O próprio sistema faz a atualização dos valores na hora de imprimir a guia de arrecadação.

Quem tem direito a receber a restituição do IR atrasado?

Uma dúvida que sempre surge é se o contribuinte que declara o IR em atraso tem direito à restituição do imposto. A boa notícia é que sim! O contribuinte não perde o direito à restituição do imposto. 

Se você pagou mais imposto do que deveria, mesmo que em atraso, a Receita pagará o valor restituído. Ele será descontado do valor da multa.

Quando é paga a restituição do imposto de renda atrasado? 

Após entregar sua declaração, você pode acompanhar o processamento pelo site da Receita Federal, no Portal e-Cac.

No caso de restituição, o pagamento é feito ao decorrer do ano, se a declaração não ficar retida em malha. Em 2022, o primeiro lote será pago em 31 de maio.

A partir daí serão mais 4 lotes mensais, até setembro, pagos entre os dias 29 e 31 de cada mês. Mensalmente, a Receita abre consultas a esses lotes e você pode verificar a liberação da sua restituição pela internet.

A prioridade no recebimento é para pessoas com mais de 60 anos, contribuintes com deficiência e os que têm doença grave. Depois, o pagamento costuma seguir a ordem de entrega da documentação.

É possível declarar Imposto de Renda de anos anteriores?

Sim. Se você não declarou o Imposto de Renda em determinado ano, a Receita Federal dá o prazo de até 5 anos para enviar a declaração pela internet. Se você tem pendências com a malha fina, também tem 5 anos para fazer as retificações.

Mas se você era obrigado a declarar o IR e não o fez no prazo de 5 anos, só existe uma solução. Você precisa regularizar sua situação indo pessoalmente até uma unidade da Receita Federal

As regras de regularização se aplicam a todos os contribuintes, inclusive para o produtor rural. Você vai precisar retificar os dados enviados errados, como documentos faltantes nas declarações anteriores.

Conclusão

Muitos produtores rurais são obrigados a declarar o Imposto de Renda. Quem desrespeita o prazo fica sujeito a multa sobre o imposto devido, além de uma série de outros problemas. 

Por isso, faça seu planejamento e deixe sempre sua documentação em ordem para não perder nenhum prazo.

Neste artigo, você viu o passo a passo para regularizar sua declaração do imposto de renda atrasado.

Não deixe de regularizar sua situação e de começar a se preparar para a declaração do ano que vem!

>> Leia mais:

O que é e como é feita a recuperação de ICMS de produtor rural

Como fazer o ITR 2021: quem precisa declarar e o passo a passo da documentação + Nirf

Gostou desse texto? Agora que você já sabe como declarar imposto de renda atrasado, regularize sua situação! 

Foto da autora Mariana, sorrindo com uma parede vermelha no fundo

Atualizado em 06 de maio de 2022 por Mariana Rezende.

É formada em economia e mestre em Economia Aplicada pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Economia e graduanda de Ciências Contábeis na mesma instituição.

Como fazer administração rural e gestão do agronegócio

Administração rural e gestão do agronegócio: Como alcançar maior rentabilidade melhorando seu planejamento, organização e controle.

Você sabe quanto investiu e quanto terá de retorno nesta safra? Para onde vai a maior parte do seu dinheiro?

Perguntas como essas são fáceis de serem respondidas quando fazemos uma gestão eficiente.

Neste artigo, vou explicar como melhorar sua administração rural e gestão do agronegócio com planejamento, organização, liderança e controle. Confira a seguir!

Administração rural e gestão do agronegócio: O que é

Administração rural e gestão do agronegócio não são sinônimos. A gestão de uma empresa é muito mais do que a administração do seu negócio.

A administração rural pode ser definida como um conjunto de atividades que ajudam a tomada de decisões na lavoura. O processo administrativo é composto por 4 etapas: planejamento, organização, liderança e controle.

Assim como em qualquer ramo, no agronegócio essas etapas também são fundamentais, principalmente o planejamento. Ele é primordial devido às incertezas que ocorrem no setor agrícola, como as condições climáticas, por exemplo.

Já a gestão do agronegócio envolve a administração da cadeia produtiva, levando em consideração mercado, tendências, tecnologias e produtividade.

Como você pode perceber, elas caminham juntas e quando bem coordenadas, trazem benefícios para sua propriedade. Assim, o papel do gestor e administrador se resume a uma questão central que é a produtividade e como alcançá-la com máxima eficiência.

E para isso, aquelas habilidades que eu mencionei são essenciais para isso. A seguir, vou falar sobre o que compõe cada uma dessas etapas essenciais para a administração rural e gestão do agronegócio.

>>Leia mais: “Gestão de risco no agronegócio: 4 passos simples para diminuir as incertezas na gestão da sua fazenda”

Etapas da administração rural e gestão do agronegócio

Planejamento

Com o planejamento você conseguirá definir como deseja que sua fazenda esteja no futuro. Assim, define-se metas de curto, médio e longo prazo.

É papel do gestor definir esses objetivos e planejar as metas para se chegar lá.

As metas podem ser definidas como tarefas que devem ser cumpridas dia após dia.

Lembre-se que o planejamento é o sucesso de qualquer empresa, não sendo diferente para as empresas rurais.

Você pode ter metas em diversas áreas, interligadas ou mensuráveis. As mensuráveis podem ser definidas em duas perguntas: quando e quanto.

atividades-realizadas

Planejamento de atividades no software agrícola Aegro

Organização

A etapa de organização consiste em separar as tarefas definidas no planejamento. É muito importante, durante este processo, ter tudo anotado.

Para isso, você pode contar com tecnologias voltadas para a gestão. Muitas ferramentas podem ajudar a aumentar a produtividade e a analisar suas anotações, simplificando o processo.

Já mencionamos aqui no Lavoura 10 os benefícios de usar um software agrícola na gestão da sua fazenda. Confira: “Software rural no sucesso da lavoura: a história de um produtor de Mato Grosso”.

Com a ajuda de um software, você tem o controle da sua fazenda nas mãos.

Liderança

A liderança inclui não apenas definir o que cada membro da equipe vai ter como tarefas, mas também motivar e incentivar a equipe.

A liderança usa a influência para motivar a equipe a alcançar os resultados.

Mesmo se sua empresa for um negócio familiar, há a necessidade de escolher alguém como líder, gestor e administrador da empresa rural.

Controle

Você sabe dizer se as estratégias utilizadas na sua lavoura trazem pontos positivos?

Se você ou seu gestor não sabem dizer se os métodos adotados na fazenda trazem o retorno esperado, possivelmente não estão tendo o controle de todo o processo.

O controle inclui o monitoramento e a avaliação de tudo o que acontece. É através da avaliação de controle que se identifica o que pode ser melhorado no processo.

Assim, pode ser realizado um novo planejamento de acordo com a etapa de controle.

Um bom controle também exige que se tenha todas as informações anotadas.

Com base na análise dos dados podem ser definidos novos planejamentos. Entendendo como tudo funciona pode-se visualizar o que precisa ser modificado.

Portanto, desenvolva boas práticas de gestão e faça auto avaliações para saber se os resultados estão sendo alcançados.

Agora que já definimos algumas etapas essenciais na gestão da sua fazenda, vamos ver mais algumas dicas que podem lhe auxiliar nesta tarefa!

Como melhorar sua administração rural e gestão do agronegócio

Como já falamos, administração rural e gestão do agronegócio andam lado a lado e impactam diretamente a rentabilidade da sua fazenda.

Mas não é difícil encontrar propriedades rurais com dificuldade em fazer uma boa gestão.

Entre os erros mais comuns, vemos:

  • Não registrar informações importantes, deixando apenas na memória, caindo no esquecimento;
  • Não ter organização financeira e/ou misturar despesas pessoais com as da atividade agrícola;
  • Não calcular o lucro adequadamente – muito comum se você não sabe avaliar custos e receitas.

Sem esse controle, fica difícil mensurar resultados obtidos com os cultivos, analisar custos de cada plantio e perceber onde poderiam ser reduzidos custos de produção, etc.

E essa situação piora se há mais de uma atividade econômica na propriedade. Fica difícil distinguir o dinheiro recebido com a venda do arroz do obtido com a venda do leite, por exemplo.

Uma boa administração rural e gestão do agronegócio ajuda na tomada de decisões assertivas na lavoura e a melhorar o posicionamento perante o mercado.

Além disso, é possível evitar o desperdício de insumos, se preparar melhor para eventuais períodos de crise e otimizar tempo e mão de obra.

Para uma boa gestão, invista em tecnologia. Hoje, há muita tecnologia no campo. Temos plantas transgênicas resistentes a insetos, drones, etc.

Então, por que não investir em uma tecnologia que vai te auxiliar na gestão da lavoura? E, melhor ainda, compilar as informações necessárias para tomadas de decisões importantes no dia a dia?

Comece a usar o Aegro hoje mesmo na sua fazenda:

Foto de pilhas de papeis, com chamada para baixar o guia de software

Conclusão

Ter uma boa administração rural e gestão do agronegócio é cada vez mais necessária na fazenda.  

Deixar de fazer a gestão pode significar perdas de produtividade na lavoura.

Falamos sobre as habilidades necessárias ao gestor e como aplicá-las à sua propriedade.

Então, aproveite essas informações e toda tecnologia disponível para melhorar sua gestão e alcançar ótimos resultados!

>>Leia mais:

Planilhas agrícolas x softwares: O que é melhor para sua fazenda
Planilha de gastos agrícolas: Como fazer e como contê-los (+planilha grátis)”

Drones na agricultura: Como eles te ajudam a lucrar mais

Drones na agricultura: Veja os modelos existentes, as diferenças entre eles e faça a melhor escolha para sua propriedade!

Do planejamento à colheita, diversos tipos de drones podem auxiliar nas tarefas agrícolas.

Alguns são capazes até de estimar a produtividade da lavoura! Eles também estão muito mais populares e acessíveis ao produtor.

Neste artigo, vamos apresentar as contribuições dos drones na agricultura e os principais modelos disponíveis no mercado hoje. Confira!

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Drones na agricultura: benefícios para sua propriedade

Os drones evoluíram muito em poucos anos e passaram a contribuir em áreas que antes nem se cogitava sua presença, como na agricultura.

Hoje eles estão mais acessíveis e podem contribuir muito nas lavouras, auxiliando a gestão e permitindo até mesmo aumento da produtividade das culturas.

Entretanto, muitos ainda desconhecem esses benefícios, como você pode ver na imagem abaixo:

Drones na agricultura
Aceitação e uso de drone ou veículo aéreo não tripulado (VANTs) pelos consumidores
(Fonte: Revista IPecege. Felipe Artioli e Tatiane Beloni, 2016)

Os três principais usos dos drones na agricultura são: pulverização, topografia e imagens.

Vamos falar melhor sobre a utilização dos drones a seguir:

1. Acompanhamento das plantações

Através de fotografias tiradas pelos drones, é possível identificar:

  • Falhas no plantio
  • Locais com alta infestação de plantas daninhas
  • Ataque de pragas
  • Doenças
  • Excesso ou falha de irrigação

O monitoramento acontece por meio de sensores infravermelhos, capazes de monitorar cada planta.

Conseguindo visualizar o mapeamento de pragas e doenças, assim como sua disseminação, você pode tomar decisões mais rápidas. Isso evita perdas maiores de produtividade.

Drones na agricultura
(Fonte: Sensix)

Isso ajuda na realização da agricultura de precisão, que considera as diferenças de cada parte da fazenda para realizar as operações agrícolas.

2. Demarcação de áreas

Com a visão aérea proporcionada pelo drone, você tem mais propriedade para fazer a demarcação de áreas. Assim, pode selecionar as melhores áreas para plantio, evitando que sejam ultrapassados limites.

O mesmo serve para áreas de preservação e fontes de água.

Drones na agricultura
Identificação de linhas de falha de plantio
(Fonte: Aero)

3. Monitoramento da fazenda

O drone também pode ser muito útil no monitoramento da fazenda, o que pode economizar tempo e recursos.

Drones na agricultura
(Fonte: Horus)

O monitoramento das plantações com recursos de alta qualidade, como são os drones, auxilia no planejamento da lavoura.

Outra vantagem é identificar problemas que não foram vistos, contribuindo para uma maior produtividade.

A Horus Aeronaves é uma das empresas que oferecem drones para o serviço de mapeamento aéreo.

4. Drone para pulverização precisa

As tecnologias embarcadas permitem que os drones estejam cada vez mais precisos.

Por isso, alguns modelos possibilitam fazer pulverização em locais exatos. Isso reduz o gasto com produtos fitossanitários, realizando a aplicação apenas onde é necessário.

Segundo a Horus, com drones na agricultura, é possível obter economia de até 50% na aplicação de insumos.

Esse resultado está relacionado à geração de mapas com diversos índices de vegetação.

Com essas informações, são feitos mapas de aplicação em taxa variável, que indicam ao maquinário onde aplicar e fazendo com que a agricultura de precisão seja efetiva na propriedade.

Os primeiros testes de pulverizações de fitossanitários foram feitos em 2017, em Porto Alegre (RS), com o drone Pelicano, da Skydrones.

A primeira aplicação real ocorreu em Pelotas (RS), com uso de um herbicida dessecante aplicado para plantio direto de soja e arroz.

Um dos grandes benefícios do uso de drone para pulverização de defensivos é a substituição de trabalhadores. Isso elimina risco de exposição, uma vez que também não há piloto embarcado.

Outras vantagens incluem: aplicações complementares, rapidez, precisão, qualidade e aplicações localizadas.

Além disso, a Agência Nacional de Aviação Civil permite a utilização de drone para pulverização com peso de até 25 kg (equipamento + carga).

Por isso, segundo a Sindag, é possível usar um drone tipo avião para mapear extensas áreas, gerando mapas de infestações de plantas daninhas, e pulverizar com drone multirotor. Isso pode levar de dois a três dias, com economia de 95% em herbicidas.

5. Monitoramento da Pecuária

Os drones também ajudam a facilitar a contagem do gado na fazenda.

Além disso, é possível verificar se há animais feridos, ausentes ou em nascimento, graças às câmeras de imagem térmica com que são equipados.

Os drones ajudam ainda a observar as condições dos pastos para saber se precisam ser reformados ou se estão adequadosDrones na agricultura
(Fonte: Drone Images)

Com ajuda de drones também fica mais fácil:

  • Verificar ocorrência de áreas desmatadas
  • Identificar nascentes de rios e olhos d’água
  • Buscar focos de incêndio
  • Explorar áreas de difícil acesso
  • Verificar áreas para abertura de estradas
  • Contar e/ou buscar animais perdidos
  • Fazer a vigilância e monitoramento
  • Monitorar plantações
  • Detectar secas ou excessos hídricos
  • Identificar locais com pragas, doenças e plantas daninhas
  • Estimar a produtividade
  • Fazer o mapeamento agrícola e hídrico
  • Realizar a agricultura de precisão

Drones na agricultura: Diferentes tipos

Há diversas opções para uso de drones na agricultura. Para escolher qual atende melhor sua necessidade, é preciso conhecer as diferenças entre eles.

E também é preciso ressaltar que o uso dos drones exigem regras, então fique sempre de olho nelas.

Os drones podem ser classificados conforme o número de hélices, tamanho ou alcance. Vou especificar cada um deles!

Drone de rotor único

É o mais popular do mercado.

Possui apenas um rotor no interior e uma hélice para estabilização. São utilizados para voo pairado, com capacidade de carga e longa duração de voo.

Drones na agricultura
(Fonte: Prodrone)

Tricóptero

Possui três tipos diferentes de motores no interior: três controladores, quatro giroscópios e um suporte de pilotagem.

Os motores ficam na extremidade, nos três braços, e cada um deles tem um sensor de localização integrado.

Esses drones conseguem se manter estabilizados durante o trajeto, não sendo preciso aplicar correções manuais.

Drones na agricultura
(Fonte: Xataka)

Quadcóptero

Possui quatro lâminas de rotor.

Dois motores movem-se no sentido horário e os outros no sentido anti-horário, o que ajuda na aterragem mais segura.

É o mais vendido, pois é de fácil fabricação, mais veloz e de preço mais acessível. Além disso, tem força para carregar os acessórios.

Precisa de menos manutenção e consegue transportar grandes cargas sem necessidade de ajustes de engenharia adicionais.

Hexacóptero

Possui seis motores, com três trabalhando no sentido horário e três no anti-horário. Atinge uma maior altitude, tem mais potência e maior capacidade de carga.

É mais veloz e suporta condições desfavoráveis como ventanias.

A desvantagem é o preço mais elevado, além da necessidade de manutenção mais frequente.

Drones na agricultura
(Fonte: Cuadricoptero)

Octocóptero

Contém oito motores que transmitem a potência para as oito hélices.

Tem capacidade de voo superior em comparação aos anteriores. É muito mais estável e possui alta performance, com excelente estabilidade.

É mais pesado que os anteriores. A autonomia de voo varia com a carga e velocidade.

Drones na agricultura
(Fonte: Computrade)

Drone com asa fixa

Apresenta uma única asa comprida.

Tem capacidade de sobrevoar áreas lineares por maior período de tempo, pois possui um sistema de bateria integrado.

Precisa de maior área para pouso e decolagem.

Tem maior chance de sobreviver a uma queda, pois pode deslizar. A desvantagem é que seu preço é mais elevado.

Drones na agricultura
(Fonte: Horus)

Drones na agricultura: diferentes tamanhos

Drones Muito Pequenos

Podem ser mini drones ou nano/micro drones. Os mini drones possuem tamanho superior a 50 cm até 2 m.

Geralmente são drones com asa fixa e tem baixa capacidade de potência.

Drones na agricultura
(Fonte: Techtudo)

Drones Médios

Nessa categoria, as unidades são um pouco mais pesadas, mas ainda leves e compactas.

Podem transportar cargas de até 200 kg. Têm duração de voo de 5 a 10 minutos.

Drones na agricultura
(Fonte: Jornalismo especializado Unesp)

Drones Grandes

Muito usado para locais inacessíveis aos aviões.

Os drones grandes são classificados de acordo com sua capacidade de alcance e voo.

Drones na agricultura
(Fonte: Computrade)

Uma informação importante que vale destacar é a necessidade de cadastro na Anac de acordo com o peso:

  • Veículos com mais de 25 kg: precisam de registro na Anac
  • Veículos com até 25 kg: cadastro no site da Anac
  • Drones com peso inferior a 250 gramas: não precisam ter qualquer cadastro

De acordo com o Alcance

Alcance muito curto

Distância de voo de 5 km. Tempo de voo de 20 a 45 minutos, com baterias de maior capacidade.

Curto alcance

Distância de voo de 50 Km. Baterias com duração de de 1 a 6 horas

Curto-médio alcance

Distância máxima de 150 Km. Tempo de voo estimado de 8 a 12 horas.

Médio alcance

Alta velocidade e distância de até 650 Km. Na agricultura, pode ser usado para recolher dados meteorológicos.

Longevidade

Tempo de voo de até 36 horas. Chega à altura de até 914 metros.

guia - a gestão da fazenda cabe nos papéis

Conclusão

Neste artigo vimos quais os tipos de drones existentes. Listamos algumas vantagens de utilizar os drones na agricultura.

O uso de drone pode trazer economia na lavoura, essa tecnologia já ajuda a reduzir custos de aplicações, monitoramento e vigilância nas fazendas. Tudo isso reflete em maior eficácia e aumento de produtividade das lavouras.

>> Leia Mais:

Veja o desenvolvimento da sua lavoura com imagens de satélite na agricultura

O que é SIG na agricultura e como essa tecnologia pode ser útil na sua fazenda

Você já utiliza drones na agricultura? Compartilhe suas experiências! Adoraria ver seu comentário abaixo!

Evite a rebrota da planta de algodão com esses 2 tipos de manejos

Planta de algodão: saiba como fazer o manejo químico e mecânico da soqueira e reduza a incidência de pragas e doenças na lavoura.  

A destruição da soqueira é uma prática essencial na cultura do algodão para interromper o ciclo de pragas e doenças.

Mas, você sabe como são os manejos mais adequados para evitar a rebrota?

Neste artigo, separamos os detalhes de tratamentos que trazem bons resultados. Confira a seguir!

Por que é necessário destruir a planta de algodão após a colheita

A planta de algodão é usada, pelo menos, desde 4.500 anos a.C.. Atualmente a produção mundial tende a aumentar para 121,97 milhões de fardos na safra 2018/19.

Nesse sentido, o Brasil também vem elevando sua produção e, junto com ela, a preocupação com seu manejo.

Depois que colhemos o algodão em pluma, é preciso se preocupar com a destruição dos restos culturais. Isso porque o algodão é uma planta que após sua colheita pode rebrotar e continuar ocupando a área.

Esta prática é feita para reduzir doenças e a população de pragas do algodão (Gossypium hirsutum L.)

As principais pragas do algodão alvos dessa prática são:

  • Bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis);
  • Lagarta-rosada (Pectinophora gossypiella);
  • Broca-da-raiz (Eutinobothrus brasiliensis);
  • Ramulose (Colletotrichum gossypii var. cephalosporioides);
  • Mancha-angular (Xanthomonas axonopodis pv. malvacearum);
  • Doença-azul (Cotton leafroll dwarf virus).

Outras pragas controladas com a destruição das soqueiras são algumas espécies de lagartas como as do gênero Helicoverpa spp.

planta de algodão

Bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis) é a principal praga da planta de algodão que vem preocupando todo o mundo
(Fonte: Sebastião Araújo/Embrapa – Informativo Técnico Nortox)

O controle de insetos-praga do algodoeiro nos Estados Unidos, por exemplo, é um dos fatores que mais onera os custos de produção.  

E estudos científicos mostraram que a destruição de soqueiras possibilita redução de mais de 70% da população dos insetos que sobrevivem ao período de entressafra.

Para isso, são necessários pelo menos 60 dias sem planta de algodão no campo.

Assim, todo ano, o vazio sanitário ocorre entre o prazo final legal para destruição de soqueiras e início do calendário de semeadura da nova safra.

planilha de produtividade do algodão Aegro

Quais métodos podem ser adotados para o manejo?

Existem dois manejos principais que podem ser feitos para evitar a rebrota da planta de algodão. São eles o manejo químico e o mecânico.

O manejo químico da soqueira do algodão é realizado com herbicidas, o qual é responsável por eliminar restos culturais sem revolvimento do solo.

Já o manejo mecânico é realizado através do arranquio da soqueira.

Ambos podem ser feitos nas mais diversas variedades de algodão(espécies nativas, cultivo de algodão colorido, etc.). Vou falar mais especificamente sobre os dois:

Como fazer o manejo químico

Os dois herbicidas mais utilizados na destruição química das soqueiras são o glifosato e o 2,4-D.

Esses produtos possuem ação sistêmica dentro da planta e são transportados pelos vasos condutores até as raízes. Para a destruição química você deve atentar-se a qual tecnologia está no campo.

Para algodão convencional ou com melhoramento genético (LL®), os herbicidas mais utilizados são glifosato e 2,4-D.

Já para RF® e Glytol® (resistentes ao glifosato), a opção seria o uso de 2,4-D.

Outra boa opção é fazer a roçada das plantas com posterior aplicação de herbicida.

Observe abaixo o trabalho realizado por Andrade Junior et al. (2015).

Os autores testaram 15 tratamentos, incluindo os herbicidas 2,4-D, glifosato, glufosinato, carfentrazone, saflufenacil e flumiclorac.

A conclusão do trabalho é que a aplicação de 2,4-D logo após a roçada é fundamental e que é necessário realizar uma segunda aplicação sobre as rebrotas (ramos com cor verde).

Os melhores resultados foram obtidos com 2,4-D + Radiant, 2,4-D + Aurora, 2,4-D + Finale e 2,4-D + Heat.

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(Fonte: Andrade Junior et al. (2015))

Em outro trabalho, Sofiatti et al. (2015) estudaram a destruição de soqueiras na cultivar IMA 5675B2RF, resistente ao herbicida glifosato.

Os autores observaram que os melhores tratamentos foram aqueles em que se empregou o manejo mecânico.

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(Fonte: Sofiatti et al., 2015)

Observe o gráfico abaixo e entenda melhor os resultados alcançados pelos autores:

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(Fonte: Miranda e Rodrigues Adaptado de Sofiatti et al. (2015))

Já em trabalho realizado por Ferreira et al. (2015), os autores observaram que os melhores tratamentos foram para aplicações sequenciais:

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(Fonte: Miranda e Rodrigues (2015))

Como fazer a destruição mecânica da planta de algodão

Este tipo de manejo é muito utilizado em toda área onde é cultivado algodão, mas é especialmente importante naquelas mais voltadas à preocupação ao meio ambiente, como o cultivo orgânico.

Existem hoje vários implementos agrícolas que você pode optar para realizar a destruição mecânica.

Sua escolha deverá ser baseada nos manejos adotados na sua lavoura, principalmente se você adota práticas conservacionistas do solo. Vou te mostrar algumas opções:

1 – Arrancador de discos em “V”

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(Fonte: Valdinei Sofiatti, Pesquisador da Embrapa Algodão)

2 – Arrancador de discos

  • É acoplado ao hidráulico do trator;
  • Seus órgãos ativos são discos lisos côncavos;
  • Profundidade de 8 cm a 15 cm;
  • Alta eficiência no arranquio das plantas previamente roçadas;
  • Há formação de sulcos e camaleões.

3 – Cortador de plantas

  • Acoplado à barra de tração do trator;
  • Para cada linha de algodoeiro previamente roçada, possui dois discos que atuam aos pares;
  • Os discos apresentam certa angulação para favorecer sua penetração no solo;
  • Profundidade de trabalho de 3 cm a 5 cm;
  • As plantas são cortadas na região do colo;
  • Excelente eficiência na destruição da soqueira;
  • Baixo revolvimento do solo.

4 – Matabrotos-algodão

  • As plantas precisam estar roçadas;
  • Possui hastes com lâminas horizontais, que vão trabalhar no perfil do solo;
  • Trabalha a uma profundidade entre 20 cm e 35 cm;
  • Corta a raiz pivotante do algodoeiro e desestabiliza as secundárias.
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(Fonte: Saul Carvalho)

5 – Destroyer (destruidor de touceira)

  • É um combinação de um subsolador com um rotor picador de palha;
  • Também conhecido por triton ou trincha;
  • O rotor picador destrói a parte aérea da planta;
  • As hastes com lâminas horizontais (que ficam na parte de trás) vão atuar no perfil do solo;
  • Profundidade entre 20 cm e 30 cm;
  • Em uma única passada, faz todas as operações necessárias à destruição das plantas.

6 – Roçadeira ou triton + grade aradora

  • Corta e estraçalha a parte aérea da planta de algodão;
  • Facilita a incorporação dos restos culturais ao solo;
  • Na próxima operação utiliza a grade aradora;
  • Mobiliza e revolve o solo até a profundidade de 10 cm a 12 cm;
  • Pode precisar de até três passadas com a grade aradora, e outra, com a niveladora;
  • Pode favorecer a formação de camadas compactadas;
  • Os discos pulverizam em excesso o solo.

7 – Cotton Mil

  • Atrelado à barra de tração do trator;
  • É um disco côncavo e liso que atua sobre a linha do algodão;
  • Pequenas profundidades (a partir de 1 cm);
  • O implemento arranca ou corta as plantas previamente roçadas, ocasionando pequenos sulcos;
  • Pequena mobilização do solo;
  • Na parte frontal possui discos lisos e planos para cortar os resíduos.

8 – Arrancador-triturador de soqueira

  • Na parte frontal possui um rotor picador de palha;
  • Na parte traseira possui uma barra porta-ferramentas acoplada a um disco liso côncavo;
  • As plantas são arrancadas e deslocadas para as laterais do disco;
  • Profundidade de trabalho entre 6 cm e 10 cm;
  • Deixa a superfície do solo com desníveis;
  • Realiza em uma única passada todas as operações necessárias à destruição das plantas.

9 – Destruidor de plantas

  • Acoplado à barra de tração do trator;
  • Sistema hidráulico próprio (não usa o sistema hidráulico do trator);
  • Corta as plantas na região do colo;
  • Profundidade de trabalho entre 3 cm a 5 cm;
  • O solo é pouco mobilizado pelos discos;
  • Excelente eficiência na destruição das plantas.

10 – Destruidor de plantas Cotton 100

  • Acoplado à barra de tração do trator;
  • Cada unidade destruidora possui um disco de corte vertical (corta o sistema radicular das plantas);
  • Esteira arrancadora: as plantas são retiradas do solo e conduzidas a uma faca;
  • A faca separa a raiz do restante da planta;
  • As partículas são padronizadas e lançadas ao solo.

Observe a tabela abaixo e verifique a comparação entre os implementos para destruição de soqueiras:

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(Fonte: Silva (2006))

Conclusão

A área plantada e produção de algodão (de fibras curtas e médias principalmente) aumentou no país nos últimos anos. Mas a rebrota da soqueira pode reduzir a produção algodoeira.

Neste texto foram discutidos os principais tipos de manejo para evitar essa situação.

Você pôde conferir também quais herbicidas são mais eficazes para a destruição química e os implementos indicados para destruição mecânica dos restos culturais.

A destruição da soqueira reduz pragas agrícolas e doenças para tornar sua lavoura mais rentável.

Então, agora que você já sabe as recomendações de uso, pode fazer a escolha mais adequada à sua propriedade!

>>Leia mais:

Como evitar e combater a mela do algodoeiro em sua lavoura

Você tem dicas sobre o manejo da soqueira da planta de algodão? Restou alguma dúvida? Baixe aqui uma planilha gratuita e estime a produtividade da sua próxima safra de algodão!

Aplicativos e guias de identificação de plantas daninhas que vão lhe ajudar no campo

Atualização em 13 de novembro de 2020.
Identificação de plantas daninhas: aplicativos para você reconhecer rapidamente as plantas na sua área e ter um manejo correto e bem-sucedido.

Vira e mexe aparece uma planta daninha que não conseguimos controlar na nossa área e não sabemos bem qual o seu nome.

E sem conhecer essas plantas, o manejo adequado simplesmente não acontece.

Há plantas com tolerância natural a alguns herbicidas, outras que preferem temperaturas altas ou que germinam apenas na luz.

Antes, para essa identificação, eram necessários alguns dias e algumas pessoas envolvidas, como um consultor ou mesmo o vizinho.

Agora, conseguimos fazer isso em alguns minutos com auxílio do celular. Separei aqui alguns dos melhores aplicativos, além de alguns manuais e livros para isso. Confira!

Por que fazer a identificação de plantas daninhas por aplicativos?

A identificação de plantas daninhas é muito importante no campo, pois é necessário conhecer as espécies mais frequentes na sua área. É através da identificação que você poderá selecionar os melhores manejos para sua área.

Se você usa herbicidas, terá de saber reconhecer as espécies presentes para selecionar o melhor produto para aquela situação, além da dose correta, época de aplicação e estágio da planta daninha.

Além disso, tem espécies de plantas daninhas que são favorecidas ou desfavorecidas em função da presença ou ausência de palha sobre o solo.

Já as espécies que possuem propagação através de bulbos, tubérculos e/ou rizomas podem ser favorecidas caso haja revolvimento do solo.

Como você pode ver, o manejo adequado dependerá da correta identificação da espécie.

Com os aplicativos, a identificação de plantas daninhas, que às vezes demorava dias e envolvia algumas pessoas, pode ser feita em alguns minutos por você mesmo.

Existem vários aplicativos para essa identificação, sendo que aqui listei os quatro melhores que conheço!

Alguns são mais restritos à identificação e manejo de plantas daninhas, enquanto outros trazem também conteúdos na parte de pragas e doenças.

Por isso, veja quais suas diferenças e qual se encaixa melhor na sua rotina do dia a dia:

1 – Adama Alvo

O Adama Alvo é um aplicativo que contém informações sobre pragas, doenças e plantas daninhas em lavouras de soja, milho, trigo, algodão, cana e café.

Para isso, o aplicativo conta com um completo banco de imagens. Nele você vai encontrar informações sobre ciclo de vida, tratamento indicado, importância econômica e descrição de cada problema das lavouras brasileiras.

O diferencial desse aplicativo é que caso não encontre o que está procurando, você pode tirar uma foto e enviar para receber ajuda.

Também é muito interessante a ferramenta “Mapa de Alvos”, em que os usuários podem reportar escapes de controle de plantas daninhas nas culturas.

Além disso, ele conta com acesso à previsão do tempo da sua região. Você pode ainda acessar as informações da sua estação Adama Clima.

É possível baixar apenas o banco de dados para a cultura que você tem interesse. Nesse sentido, a desvantagem aqui é a necessidade de baixar o banco de dados do aplicativo para utilizá-lo.

No entanto, essa também é uma das suas vantagens, porque com isso você pode usar o aplicativo normalmente mesmo sem internet. Disponível para iOS e Android.

2 – IZAgro

O IZAgro possibilita a consulta e compartilhamento de informações na área agrícola, com informações sobre mais de 10 culturas.

Nele você pode consultar informações dos produtos registrados para o controle de pragas, doenças e plantas daninhas, inclusive pedindo orçamentos.

Também dá para avaliar o produto utilizado e receber dicas do Engenheiro Agrônomo. Sua principal vantagem é poder fazer a consulta offline no campo, sem internet. Disponível para iOS e Android.

3 – Weed ID

O Weed ID é baseado na Encyclopaedia of Arable Weeds e é desenvolvido em associação com a ADAS.

Esse aplicativo fornece um guia de referência para as principais plantas daninhas e gramíneas. Ele é composto de 140 espécies e mais de 1.000 imagens. 

Outra vantagem é que ele traz a descrição completa de cada espécie de planta daninha.

Também traz a opção para fotografar a planta daninha e usar para comparar diretamente com imagens na biblioteca de aplicativos. Disponível para iOS e Android.

4 – Basf Agro

No aplicativo Basf Agro você poderá ter informações sobre os manejos de plantas daninhas, insetos e doenças.

O manejo de plantas daninhas com herbicidas está disponível para as culturas do algodão, arroz, cana-de-açúcar, milho, soja, tomate, amendoim, batata, café, citros, feijão, maçã, trigo e uva.

Ao clicar sobre a cultura de interesse, você poderá selecionar as informações referentes a sementes, doenças, plantas daninhas, pragas ou tratamento de sementes, dependendo da cultura. 

Ao clicar em plantas daninhas, você verá muitas espécies com o nome comum e científico. Cada uma das espécies vem com uma descrição sobre a planta e sugestões de herbicidas. Disponível para iOS e Android.

Dica extra: Fitoherb

O Fitoherb não é especificamente para identificação de plantas daninhas, mas ele irá lhe ajudar com a identificação de sintomas de injúrias de herbicidas na cultura da soja.

Nele, é possível ver os mecanismos de ação dos herbicidas e os sintomas que podem acontecer na lavoura de soja.

Ao entrar no aplicativo você irá selecionar mecanismo de ação ou sintomas. Veja o que encontrei ao clicar em sintomas.

Nervuras roxas em soja. Sintomas de herbicidas inibidores da ALS em pré-emergência - identificação de plantas daninhas

Nervuras roxas em soja. Sintomas de herbicidas inibidores da ALS em pré-emergência
(Fonte: Fitoherb)

Você também encontrará no aplicativo, uma descrição mais detalhada de cada mecanismo de ação e fotos dos sintomas na cultura da soja. Disponível para Android.

Livros de identificação de plantas daninhas

Os livros também vão te auxiliar na hora de identificar as plantas daninhas, sendo utilizados por agricultores e profissionais.

Eles são bem fáceis de manusear e alguns têm até o tamanho ideal para serem levados no bolso.

Estes manuais trazem plantas daninhas bem específicas. No manual de plantas daninhas do arroz, por exemplo, você verá muitas plantas que não são encontradas em lavouras de verão.

Muitas espécies da família Cyperaceae estão descritas neste manual de plantas infestantes no arroz, pois são frequentes nessa cultura.

Outro material importante é o Manual de Identificação de Plantas Daninhas da Cultura da Soja, disponibilizado pela Embrapa Soja.

Ele traz ilustrações das plantas daninhas encontradas em lavouras do grão, além de uma descrição da espécie, com seu nome científico e comum.

Manual de identificação de daninhas em plantio direto e convencional

O Manual de Identificação e controle de plantas daninhas: plantio direto e convencional está entre as principais referências na hora de identificar plantas daninhas.

O livro tem ilustrações da planta no início do desenvolvimento, da planta adulta e das sementes.

As plantas daninhas são separadas por família e trazem a descrição da espécie, nome científico, nomes comuns e controle químico de acordo com a classificação em:

  • A: altamente suscetível (mais de 95% de controle);
  • S: suscetível (de 85% a 95% de controle);
  • M: medianamente suscetível (de 50% a 85% de controle);
  • P: pouco suscetível (menos de 50% de controle);
  • T: tolerante (0% de controle).

E também possuem os melhores posicionamentos do produto para cada espécie em:

  • pré-emergência;
  • pré-plantio incorporado;
  • pós-emergência inicial;
  • pós-emergência tardia;
  • planta adulta.
manual de identificação de plantas daninhas

(Fonte: Instituto Plantarum)

A vantagem deste manual é que ele traz as principais espécies encontradas nas lavouras anuais. Além disso, vem com a foto da plântula, o que é essencial na hora da correta identificação das plantas daninhas.

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Lembre-se que o manejo deve ser feito com as plantas daninhas ainda pequenas, por isso é muito importante você saber identificar as espécies quando ainda são plântulas.

Caso o seu alvo seja o banco de sementes no solo, será essencial a identificação das plantas daninhas para manter atualizado o histórico de infestação da área. Assim, você pode selecionar o manejo em pré-emergência de acordo com o histórico da área!

Conclusões

A correta identificação de plantas daninhas no campo é essencial na hora de escolher o manejo mais adequado.

Antes era mais comum utilizar livros ou pedir alguma consultoria. Essas duas opções continuam sendo muito importantes.

Mas agora temos aplicativos que facilitam muito a vida, trazendo respostas mais rápidas para que possamos tomar as melhores decisões.

Aqui vimos os principais deles para a correta identificação de plantas daninhas, inclusive suas vantagens e desvantagens.

>> Leia mais: “Apaga-fogo (Alternanthera tenella): como manejar essa planta daninha

Tem mais dicas sobre aplicativos para identificação de plantas daninhas? Compartilhe esse artigo e deixe seu comentário abaixo!

Soja RR: tire suas dúvidas e consiga melhores resultados

Soja RR: saiba sua história, como é feita, como funciona e as principais dicas para tirar o máximo proveito de sua lavoura de soja.

Das lavouras de soja brasileiras, 96,5% é transgênica, sendo a maior parte com resistência a herbicidas.

Dentre elas, a tecnologia Roundup Ready (RR) é a mais adotada, conferindo resistência ao glifosato.

Apesar de tão empregadas, é normal ter algumas dúvidas sobre essas tecnologias.

Aqui vamos discutir suas principais informações, como surgiu, como funciona e as melhores maneiras de aproveitar essa tecnologia em campo.

História da soja RR (Roundup Ready)

A história do melhoramento de plantas começou com a domesticação das mesmas há mais de 10 000 anos.

Esse melhoramento era feito pela simples seleção das melhores plantas da área para a alimentação humana ou animal.

Com o desenvolvimento e evolução da tecnologia o melhoramento das plantas começou a ser feito também pela transformação genética.

Dessa forma hoje nós conseguimos ter uma planta resistente a insetos e herbicidas, como a soja RR ou Bt. Conseguimos também aumentar a produtividade de soja, obter culturas mais tolerantes à seca, e outros.

Assim, há 20 anos os transgênicos foram aprovados no Brasil.

A primeira soja transgênica foi desenvolvida nos Estados Unidos em 1995, era justamente a semente de soja tolerante ao glifosato (Roundup Ready ou RR).

Dois anos depois, em 1997, a soja RR foi aprovada na Argentina e em 1998 foi aprovada no Brasil.

Porém, enquanto Estados Unidos e países vizinhos já possuíam a legalização da soja RR há alguns anos, no Brasil ela só foi legalmente cultivada em 2005.

Desde então, o manejo de ervas daninhas na cultura ficou mais fácil e barato pelo uso da soja RR, resultando em intensa adoção dessa tecnologia.

Em trabalho realizado por Duarte (2009), foi pesquisado os principais motivos pelos quais os produtores adotaram o uso dos transgênicos.

planilha de produtividade da soja

Entenda o que são transgênicos

Transgênicos são organismos geneticamente modificados (OGM), que através do uso da biotecnologia recebem um gene de outro organismo.

Dentre todas as culturas com eventos transgênicos, a cultura de soja é a mais conhecida e plantada.

Mas muitas outras culturas, como algodão, milho, feijão, eucalipto e cana-de-açúcar possuem eventos transgênicos aprovados no Brasil.

E não é só na agricultura que os transgênicos estão presentes.

No Brasil existem 144 aprovações de eventos transgênicos, o que inclui plantas, vacinas, insetos, microrganismos e medicamentos.

No entanto agricultura corresponde a uma grande e importante parte dos transgênicos no país, já que O Brasil é o segundo país com maior área de cultivo desses organismos, com 50,2 mil hectares.

Desse total de área cultivada com transgênicos, 67% são de soja, 31% de milho e 2% com algodão.

Embora tenha discussões sobre os transgênicos, temos que admitir que essa tecnologia na agricultura proporciona inúmeros benefícios:

Como funciona a soja Roundup Ready (RR)?

Conforme vimos acima, podemos definir a soja geneticamente modificada como aquela  que teve seu código alterado pela inserção de um gene de um outro organismo.

Essa modificação genética tem como objetivo introduzir características que a soja convencional não tem.

Mas eu não conseguiria introduzir essas características sem a ajuda da transgenia?

A resposta é sim, entretanto o melhoramento genético pode levar anos para selecionar e conseguir transferir essa característica.

A soja RR possui um evento transgênico que confere tolerância ao herbicida glifosato, tecnologia a qual foi desenvolvida pela Monsanto.

O glifosato é um herbicida pós-emergente, não seletivo, de amplo espectro de controle de plantas daninhas, com ação sistêmica.

Esse produto é absorvido pelas folhas e translocado pelo floema, impedindo a formação dos  aminoácidos: fenilalanina, tirosina e triptofano.

No caso da soja RR, o gene que confere a tolerância ao herbicida glifosato é conhecido por cp4-epsps;

Esse gene foi isolado de uma bactéria chamada Agrobacterium spp. Assim, segmentos do DNA dessa bactéria são introduzidas nas plantas de soja, dando origem à soja RR.

Adoção da soja RR e suas consequências

O produtor brasileiro adotou muito rápido e extensivamente a soja RR, o que se deve especialmente pela facilidade do manejo que ela proporciona.

Como o glifosato é um herbicida com boa eficiência de controle e barato, é normal “se acomodar” a esse sistema.

No entanto, isso essas aplicações repetidas do mesmo produto vão selecionando as plantas que não morrem. Com isso, ao longo dos anos você terá uma área cheia de plantas daninhas que desenvolveram resistência ao glifosato, além de prejudicar o meio ambiente.

Você pode ver mais sobre a resistência a herbicidas aqui: “9 Fatos primordiais para o manejo de plantas daninhas resistentes ao glifosato”.

Eventos transgênicos aprovados para soja no Brasil

Abaixo você pode conferir todos os tipos de transgênicos aprovados para a cultura da soja no Brasil:

  • Tolerante ao herbicida glifosato;
  • Tolerante aos herbicidas do grupo químico das imidazolinonas;
  • Tolerante ao herbicida glufosinato;
  • Resistente aos insetos da ordem Lepidóptera (lagartas) e tolerante ao herbicida glifosato;
  • Tolerante aos herbicidas à base de ácido diclorofenoxiacético (2,4-D) e ao glufosinato de amônio;
  • Tolerante aos herbicidas glifosato e de isoxaflutole;
  • Tolerante aos herbicidas glifosato, glufosinato e isoxaflutole;
  • Resistente a insetos da ordem Lepidóptera e tolerante ao herbicida glufosinato;
  • Resistente a insetos da ordem Lepidóptera (lagartas) e tolerante ao herbicida glufosinato;
  • Tolerante ao herbicida dicamba;
  • Tolerante aos herbicidas dicamba e glifosato;
  • Resistente a insetos da ordem Lepidóptera (lagartas);
  • Resistente a insetos e tolerante aos herbicidas 2,4-D, glifosato e glufosinato;
  • Resistente a Insetos e tolerante aos herbicidas glifosato e dicamba;
  • Soja com perfil de ácidos graxos modificado e tolerante a glifosato;
  • Soja com perfil de ácidos graxos modificado;
  • Resistente a insetos e tolerante aos herbicidas 2,4-D, glifosato e glufosinato.

Além disso, em 2017 foram aprovados vários eventos transgênicos de diversas culturas, veja abaixo:

9-Soja-RR

As empresas têm um grande portfólio de cultivares de soja, com diversas transgenias. Veja o da Embrapa Soja aqui.

Para conferir quais variedades estão sendo comercializadas e entender se são recomendadas para sua área, veja este artigo: “Como escolher as melhores cultivares de soja para sua lavoura”

Soja Bt

A soja resistente a insetos é conhecida por Bt. Isso porque o gene que confere esta característica vem da bactéria Bacillus thuringiensis;

A  soja Bt é eficaz contra alguns dos insetos-praga que atacam as lavouras como:

  • Lagartas desfolhadoras: lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis) e a falsa-medideira (Chrysodeixis includens);
  • Lagartas das vagens: lagarta-das-maçãs (Heliothis virescens) e as lagartas do gênero Helicoverpa;
  • Broca-das-axilas ou dos-ponteiros (Epinotia aporema);
  • Lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus).

No entanto, há relatos de perda da tecnologia Bt por resistências dos insetos. Isso se deve ao uso indevido desse tipo de transgênico.

10-Soja-RR

10 Dicas para usar soja RR e outros transgênicos envolvendo herbicidas

1. O manejo integrado de plantas daninhas sempre deve ser priorizado;

2. Manejo adequado ajudam a preservar a eficácia e o valor da semente de soja tolerante, além de auxiliar na prevenção de plantas daninhas resistentes;

3. Limite o número de aplicações de um único defensivo agrícola, herbicidas da mesma família ou modo de ação dentro de uma única safra;

4. Nesse sentido, mesmo utilizando a soja resistente  ao glifosato, você pode e deve utilizar herbicidas de outros ingredientes ativos e mecanismos de ação;

5. Leia a bula, aplique apenas produtos registrados para a cultura, na dose correta recomendada e no estágio adequado, seja de desenvolvimento da planta daninha como da cultura;

6. Observe na bula fatores importantes para tecnologia da aplicação: pressão, vazão adequada, condições ambientais no momento da aplicação (temperatura do ar, umidade relativa do ar e vento), volume de calda, tipos de pontas;

7. Além de herbicidas você deve fazer a rotação de culturas;

8. Pratique o manejo preventivo através da limpeza de máquinas e implementos agrícolas;

9. Monitore a lavoura para detectar escapes de plantas daninhas ou novas germinações;

10. Faça o manejo da entressafra, não deixando sua área muito tempo em pousio, com uso de adubação verde ou culturas de cobertura.

Conclusão

Os transgênicos foram amplamente adotados no Brasil. A soja está entre as principais culturas com transgênicos, com a maior parte dos eventos voltados para a tolerância aos herbicidas e insetos.

Aqui vimos as principais informações sobre os transgênicos, especialmente sobre a soja RR.

Apesar de seus inúmeros benefícios, precisamos de alguns cuidados ao utilizar os transgênicos, sendo que aqui vimos as principais dicas nesse sentido.

Dessa forma, sabendo de tudo isso, tire o máximo proveito das plantas de soja, sendo elas transgênicas ou não.

Gostou do texto? Tem mais informações, opiniões ou sugestões sobre soja RR ou outra transgênica? Adoraria ver seu comentário abaixo!