Sou Engenheira Agrônoma formada na UFSCar. Mestra em Agricultura e Ambiente (UFSCar), Doutora em Fitotecnia (Esalq-USP) e especialista em Agronegócios. Atualmente sou professora da UNIFEOB.
Armazenamento de sementes de soja: onde armazenar, por quanto tempo guardar e demais dicas para assegurar a germinação da sua lavoura.
O tempo ainda não está ideal para o plantio e você tem que guardar as sementes em algum lugar na fazenda.
Onde guardar? Será que “estraga”?
Armazenar as sementes adequadamente é tão importante quanto qualquer outro trato cultural na soja.
O armazenamento das sementes correto influencia diretamente na porcentagem degerminação e no vigor.
E você sabe como fazer isso?
Relação entre o armazenamento de sementes, o vigor e a germinação
Não conseguimos impedir o processo de deterioração das sementes, mas é possível minimizar a velocidade com que ele ocorre.
A resposta para o bom armazenagem de grão e sementes envolve todo o processo produtivo.
Assim, precisamos adotar procedimentos adequados na produção agrícola, colheita, secagem, beneficiamento, transporte e armazenamento.
Para você entender um pouco mais sobre a importância desse assunto, observe o gráfico abaixo.
Veja que com o aumento do tempo de armazenamento há um aumento da deterioração da semente e consequentemente redução na porcentagem de germinação e no vigor da semente.
(Fonte: Adaptado de Delouche e Caldwell, 1960)
A porcentagem de germinação e o vigor das sementes naturalmente diminuem com o tempo.
Mas observe na figura abaixo como a germinação e vigor são mantidas por mais tempo em um armazém climatizado.
Efeito da condição de armazenamento de sementes de soja após o beneficiamento sobre a porcentagem de germinação e vigor no Centro Oeste do Brasil (Fonte: DuPont Pioneer)
Em um ambiente climatizado a temperatura e umidade são controladas para favorecer o armazenamento de sementes.
Você não precisa (necessariamente) ter esse nível de tecnificação, mas é essencial entender a importância da umidade e temperatura para encontrar lugares melhores para a armazenagem.
Na figura abaixo podemos ver a influência da temperatura e umidade no período de armazenamento de grãos.
(Fonte: Agrodry)
Já vemos aí que a temperatura e umidade são pontos-chave ao guardar sua semente. Veremos então mais sobre esses dois fatores:
A umidade do ambiente e a temperatura no armazenamento das sementes
Umidade do ambiente
Ocorre troca de umidade entre o ambiente e as sementes, por isso esse fator é tão importante.
Em um estudo, as sementes de soja foi submetida diferentes tratamentos de envelhecimento acelerado. Esse envelhecimento foi a umidade em contato com a semente (100% da umidade relativa do ambiente).
Observe agora a tabela abaixo o vigor da soja nessas diferentes condições, sendo eles:
T1: sem exposição ao envelhecimento acelerado;
T2: 24 horas de envelhecimento acelerado;
T3: 42 horas de exposição ao envelhecimento acelerado;
T5: 96 horas de exposição ao envelhecimento acelerado.
(Fonte: Mais Soja)
Podemos ver que a porcentagem de vigor das sementes reduziu conforme aumentou o período de tempo no qual as sementes passaram na condição de 100% de umidade relativa do ambiente.
Assim, devemos manter a umidade da semente baixa. Por isso, é importante encontrar um local na fazenda sem umidade nas paredes, goteiras, vazamentos e outros para a correta conservação das sementes.
Veremos agora sobre a temperatura:
Temperatura de armazenamento de sementes de soja
Observe agora na figura abaixo como a temperatura influencia na qualidade das sementes armazenadas.
Amostra dos grãos de soja armazenados com 12, 15 e 18% nas temperaturas de 15ºC, 25ºC e 35ºC ao final de 180 dias (Fonte: + Soja)
Dessa forma, as temperaturas elevadas vão favorecer o processo de respiração da semente, além da atividade dos insetos e microrganismos.
Enquanto que a baixa temperatura conserva as sementes de plantas de soja nas suas melhores condições.
Por isso, quando os sacos de sementes chegam na propriedade rural,não deixe essas sementes no solo, nem que seja por pouco tempo.
Embaixo da lona e no sol, as temperaturas aumentam muito e aceleram o processo de deterioração das sementes.
Portanto, faça um planejamento agrícola para que essas sementes não precisem ficar no sol esperando alguém vir buscar ou esperando algum lugar ser desocupado para a armazenagem.
Além disso, a temperatura e umidade estão diretamente relacionadas ao período de armazenamento. Confira a seguir mais sobre o período de armazenagem:
No entanto, a influência da temperatura e da umidade vão depender da espécie. Para isso as sementes são classificadas de acordo com sua longevidade.
(Fonte: SEEDnews)
Longevidade é o período máximo de tempo que as sementes permanecem vivas, quando são armazenadas em condições ideais.
A soja como podemos ver está classificada como sendo de longevidade média (3 a 15 anos).
Mas dizer que a semente está viável por 3 anos é diferente de estar viável 15 anos não é mesmo?
No geral, as sementes de longevidade média a longa tem uma longevidade maior conforme é reduzida a temperatura ambiente e o teor de água das sementes.
Depois do que já vimos aqui, fica claro que o período de armazenamento pode ser prolongado de acordo com as condições de temperatura e umidade do ar.
Veja na figura abaixo as melhores combinações para garantir um armazenamento ideal.
Só relembrando que sementes ortodoxas são aquelas que podem ser secadas, como é o caso da soja.
(Fonte: SEEDnews)
Assim, se a média você teve uma temperatura de 30°C e 40% de umidade no local de armazenagem de sementes, você poderá utilizá-las em 18 a 20 meses.
Por isso, nem sempre é uma boa ideia guardar o que restou de sementes de uma safra na safra do ano seguinte.
Dessa forma, se atente às temperaturas e umidade durante o período de armazenamento para estimar a longevidade das mesmas.
9 Dicas importantes no armazenamento de sementes de soja
1.Confira a qualidade de suas sementes
Quando você comprar a sementes observe sempre a qualidade do produto que está comprando. Adquira a semente de produtor idôneo e que esteja registrado no Mapa e na Secretaria de Agricultura do seu estado.
Consulte o Atestado de Garantia de Semente que é fornecido pela empresa produtora.
Esse atestado tem as informações dos laudos oficiais de análise de semente, que têm validade de 6 meses após a data da análise.
No atestado, você deve observar a germinação (%), pureza física (%), pureza varietal, outras cultivares de soja (OC), outras espécies (OE), semente silvestre (SSC), semente nociva tolerada (SNT) e validade da germinação.
(Fonte: Embrapa)
Assim, você pode verificar se o lote de sementes comprado é composto de sementes de alta qualidade ou não.
Também verifique e confira a cultivar que você está utilizando, como soja RR ou Bt. Isso também faz parte da verificação da qualidade.
2. Na dúvida: faça o teste de germinação
Existem laboratórios que fazem a análise de sementes e vão lhe informar a qualidade fisiológica (germinação e vigor), a pureza física e varietal e a qualidade sanitária.
No caso de não ter a possibilidade de enviar a um laboratório, existe um teste feito a campo, conhecido por: teste de emergência a campo.
Para isso, devem ser semeadas 400 sementes de soja, distribuídas em quatro linhas de quatro metros, com 100 sementes cada uma.
A avaliação, percentual de plântulas emergidas, é realizada quando as plantas estiverem com o primeiro par de folhas completamente aberto (10 a 15 dias após a semeadura).
Observação importante: para fazer este teste deve-se manter a umidade do solo com irrigações, além disso, o teste deve ser feito quando a temperatura do solo estiver entre 20 e 30°C.
3. Armazene as sementes em galpão bem ventilado e sobre estrados de madeira
(Fonte: Sementes SANTAFÉ)
5. Não empilhar as sacas de sementes contra as paredes do galpão
6. O ambiente deve estar livre de fungos e roedores
7. As sementes devem ser armazenadas separadas do adubo, calcário ou defensivos agrícolas
8. A temperatura no interior do armazém deve ser no máximo de 25 ºC
9. A umidade relativa no interior do armazém não deve ultrapassar 70%
A umidade relativa do ar acima de 65% favorece a proliferação de fungos, os mais comuns são os do gênero Aspergillus e Penicillium.
Caso você não consiga ter essas condições na sua fazendo, o ideal é que você retire a semente no seu fornecedor mais próximo e o mais perto possível da semeadura.
Além disso, neste vídeo você pode aprender um pouco mais sobre o armazenamento de sementes:
Conclusão
O armazenamento de sementes adequado auxilia a diminuir a velocidade de deterioração da semente.
Vimos aqui que a temperatura e umidade relativa do ar influenciam diretamente o vigor e a porcentagem de germinação das sementes.
Portanto, se o tempo entre a compra da semente e o plantio for longo, é preferível fazer a retirada da semente com o vendedor próximo a data de plantio.
Por fim, é importante que você faça um planejamento da produtividade de soja e pós-colheita, além de ter um local adequado para a armazenagem de sementes.
Como você faz seu armazenamento de sementes hoje? Tem mais dicas a respeito do armazenamento de sementes? Ficou alguma dúvida? Adoraria ver seu comentário abaixo!
Adubação de soja: saiba agora (e de modo descomplicado), qual a recomendação para sua região quanto à adubação de nitrogênio, potássio, fósforo e até micronutrientes.
É importante nos atentarmos para fazer uma adubação adequada, sem desperdícios e que assegure a produção.
Além do mais, a cultura da soja tem algumas particularidades quanto à adubação, e isso pode gerar questionamentos.
Em vista disso, fizemos um manual rápido da adubação de soja. Aqui temos as principais recomendações e dicas para obter altas produtividades do grão! Confira:
Porque a adubação de soja não pode ser uma receita de bolo
Vamos começar com a dia mais importante de todas: não trate sua adubação como uma receita de bolo.
A fertilização de qualquer cultura deve ser pensada e inserida no planejamento agrícolade acordo com o histórico da área, cultura, preços e muitos outros fatores.
Por exemplo, o cultivo de soja após o milho safrinha é bastante comum e isso influencia na adubação de soja.
Isso porque, com as altas produtividades de milho, vem a grande remoção de nutrientes do solo.
Assim, a absorção de nutrientes pelas culturas é influenciada pelos seguintes fatores:
Agora vamos entender mais sobre os principais nutrientes para a cultura da soja:
O caso do nitrogênio na cultura da soja
A principal fonte de nitrogênio na soja é através da fixação simbiótica. Isto é, as bactérias dos nódulos das raízes fixam o N do ar e disponibilizam à planta.
Embora seja um tema polêmico, em geral não precisamos adicionar fertilizantes nitrogenados à essa cultura.
Estudos mostram que a adubação de soja com nitrogênio mineral prejudica a fixação biológica de N. Entretanto, caso utilize, a dose não deve ser maior que 20 kg/ha.
Assim, temos que realizar a etapa de inoculação das bactérias fixadoras adequadamente.
Afinal, para uma produção de 3.000 kg/ha, são necessários 246 kg de N, resultando em grãos de soja com teor de nitrogênio de 40%.
Primeiramente vamos definir o que é inoculação: é uma operação agrícola, que pode ser feita manual ou mecanicamente, realizada antes da semeadura.
Nesse processo coloca-se a bactéria fixadora de N, presente no inoculante, em contato com a semente de soja.
Alguns pontos que você deve ficar atento ao comprar um inoculante:
A embalagem deve conter o número de registro do produto no MAPA;
Prazo de validade;
Concentração de bactérias por mL ou por grama;
Identificação de uma ou duas das quatro estirpes de bactérias que são recomendadas para o Brasil;
Conservar o inoculante em local fresco e arejado;
A legislação do Brasil estabelece que os inoculantes devem conter uma concentração mínima de 1,0 x 109 células viáveis de rizóbios por grama ou mL do produto;
Você pode fazer a inoculação manualmente ou mecanicamente, podendo ser feita com betoneira ou máquina para tratamento e inoculação de sementes.
Passo a passo para fazer uma inoculação de boa qualidade
Realizar a operação de inoculação sempre a sombra;
Proteger as sementes inoculadas do sol e calor;
Não fazer a inoculação dentro das caixas da semeadora;
Inocular e semear em seguida;
Não utilizar menos de 100 mL de inoculante líquido por saca de 50 kg de sementes;
Ao usar inoculante turfoso, você pode utilizar uma solução açucarada a 10% para aumentar a aderência;
Usar 300 mL de inoculante turfoso por saca de 50 kg ou verificar com fabricante;
Se for fazer tratamento químico das sementes, o inoculante deve ser o último produto a ser aplicado.
Para a “inoculação de correção” usar de duas (2,4 x 106) a três (3,6 x 106) vezes a dose mínima recomendada (1,2 x 106 células por semente inoculada);
Na reinoculação ou inoculação de manutenção, usar a dose mínima (1,2 x 106);
Caso você opte por fazer a inoculação no sulco de semeadura deve ser utilizado 7,2 x 106 células por semente inoculada (área nova) e 3,6 x 106 células por semente inoculada (reinoculação).
Saiba mais neste vídeo da Embrapa sobre como fazer a etapa de inoculação:
Adubação de soja para a região do Cerrado
Adubação fosfatada
A adubação de soja de P corretiva na região do Cerrado pode seguir dois caminhos:
Correção do solo total a lanço e incorporada, com posterior adubação de manutenção;
Correção gradual, que consiste em aplicar no sulco de semeadura uma quantidade de P superior à extração da cultura.
De qualquer forma, precisamos interpretar a análise de solo. Veja a tabela de interpretação e indicação de adubação fosfatada (fósforo extraído pelo método Mehlich I), para solos de Cerrado:
¹Ao atingir níveis de P extraível acima dos valores estabelecidos nesta classe, utilizar somente adubação de manutenção. (Fonte: Sousa & Lobato (1996) em Embrapa)
Se o nível de P no solo estiver classificado como médio ou bom deve-se usar a adubação de manutenção.
Em geral, ela consiste em 20 kg de P2O5/ha para cada 1.000 kg de grãos produzidos.
Para a adubação de soja corretiva temos a indicação da Embrapa:
¹Fósforo solúvel em citrato de amônio neutro mais água, para os fosfatos acidulados; solúvel em ácido cítrico 2% (relação 1:100); para termofosfatos, fosfatos naturais e escórias. ²Além da dose de correção total, usar adubação de manutenção. ³No sulco de semeadura, em substituição à adubação de manutenção. 4Classe de disponibilidade de P. (Fonte: Sousa & Lobato (1996) em Embrapa)
A adubação potássica na região do Cerrado deve ser feita a lanço em solos com teor de argila maior que 20%.
Em solos de textura arenosa, não deve ser feita a adubação de soja corretiva de K porque ocorre perdas por lixiviação.
Assim, na semeadura da soja é interessante aplicar 20 kg de K2O para cada 1.000 kg de grãos que se espera produzir.
Devemos fracionar a dose de K2O quando:
A dose for acima de 50 kg ha-1 ou
Teor de argila do solo for menor que 40%
Nesses casos, vamos aplicar 1/3 na semeadura e 2/3 em cobertura (30 a 40 dias após a semeadura).
Temos ainda, a indicação da adubação corretiva de potássio para solos de Cerrados com teor de argila >20%:
¹Aplicação parcelada de 1/3 na semeadura da soja e 2/3 em cobertura 30 a 40 dias após a semeadura. Estando o nível de K extraível acima do valor crítico (50 mg/dm³ ou 0,13 cmolc/dm³), indica-se a adubação de manutenção de 20 kg de K2O para cada tonelada de grão a ser produzida. (Fonte: Sousa & Lobato (1996) em Embrapa)
Adubação de soja: fósforo e potássio para Minas Gerais
Agora vamos observar a recomendação de fósforo e potássio para Minas Gerais.
Observe que as classificações e recomendações mudam conforme a região, já que isso considera o solo, clima e outras condições da área.
Desse modo, veja abaixo as tabelas de interpretação e recomendações:
A adubação de soja com potássio pode ser feita toda a lanço até 30 dias antes da semeadura ou no sulco, limitando a dose inferiores a 50 kg/ha de K2O no sulco.
Assim, confira as recomendações para adubação fosfatada potássica no Paraná:
Adubação de soja no Rio Grande do Sul e Santa Catarina
Você pode conferir a seguir as tabelas de interpretação dos teores de P e K para Rio Grande do Sul e Santa Catarina segundo o Manual de adubação para esses estados.
Você pode suprir esse nutriente no solo com gesso agrícola (15% de S), superfosfato simples (12% de S) e enxofre elementar (98% de S), sendo que também existem fórmulas N-P-K que contém S.
Adubação de micronutrientes
Os micronutrientes são aqueles exigidos em menores quantidades pelas culturas.
Eles não devem ser aplicados quando estiverem acima do nível “alto”, pois podem causar toxicidade.
Você pode fazer a análise foliar para diagnosticar deficiências ou toxicidade de micronutrientes em soja.
Entretanto, você deve lembrar que as correções só serão feitas na próxima safra.
Isso porque, a amostragem de folhas deve ser feita no período da floração, e nessa fase já não é mais eficiente realizar correção de ordem nutricional.
Para suprir essa necessidade nutricional, é comum a realização dessa adubação de soja no sulco de plantio, aplicando 1/3 a lanço por um período de três anos sucessivos.
Além disso, você pode fazer a adubação foliar de micronutrientes.
Note abaixo a indicação da aplicação de doses de micronutrientes no solo, para a cultura da soja:
Vamos relembrar um pouco sobre como encontrar a formulação mais adequada de acordo com as recomendações e sua análise de solo.
Por exemplo, se a recomendação for de: N = 10 kg/ha; P2O5 = 60 kg/ha e K2O = 30 kg/ha.
Primeiro passo
Calcule a relação entre os nutrientes dividindo todos pela dose recomendada de nitrogênio:
N= 10/10 = 1
P2O5 = 60/10 = 6
K2O = 30/10 = 3
Assim, a relação é de 1:6:3
Segundo passo
Multiplique a relação por um múltiplo inteiro, como por exemplo 5.
Temos então a fórmula 05-30-15
Terceiro passo
Quanto deverá ser aplicado
Em 100 kg da fórmula 05-30-15……………….15 kg K2O
X………………….30 kg K2O
X = 200 kg/ha da fórmula 05-30-15
Lembrando que se você chegar à uma fórmula que não tem na sua região, você pode fazer a conta contrária, como por exemplo:
Só existe disponível a fórmula 5-10-10.
Assim, temos:
Se a cada 100 Kg temos 5 Kg de N, 10 Kg de K2O e 10 Kg de P2O5, com 300 Kg/ha temos as quantidades de 15, 30 e 30.
Fica claro que ainda falta 30 Kg/ha de P2O5 segundo a recomendação, a qual posso complementar com outro adubo fosfatado.
Conclusões
A adubação deve ser feita de acordo com a análise de solo, condições de manejo e outros fatores externos como preços.
Há algumas maneiras de realizar a adubação e aqui fizemos um rápido manual coletando as pesquisas científicas que demonstraram resultados efetivos.
Para realizar a adubação de soja adequadamente, sem desperdícios ou deficiências, é preciso planejar tudo isso anteriormente, criando o melhor programa de adubação para a sua propriedade.
Bibliografia Consultada: Sediyama, T., Silva, F., & Borém, A. (2015). Soja: do plantio à colheita. Viçosa: UFV. Sistemas de Produção: Tecnologias de Produção de Soja – Região Central do Brasil 2014. Embrapa Soja. International Plant Nutrition Institute – IPNI Seja doutor da sua soja.
Gostou das dicas? Tem outras dicas a respeito de adubação de soja? Gostaria de ver seu comentário abaixo!
As pragas da soja podem acabar com a produtividade da sua lavoura, mas você pode se preparar conhecendo melhor cada uma delas. Veja aqui as 12 principais pragas da soja e como fazer seu manejo.
As pragas agrícolas podem prejudicar muito a produtividade da sua lavoura, podendo até inviabilizar o trabalho de um ano inteiro.
No Brasil, o clima tropical quente e úmido, juntamente com o cultivo de duas ou mais safras no ano, favorece a reprodução das pragas.
Aliado a isso, as pragas têm adquirido a capacidade cada vez maior de atacar um grande número de espécies, podendo, com isso, permanecer presentes nas áreas de cultivo durante todo o ano.
Por isso, o combate às pragas deve se iniciar muito antes da safra, com monitoramento. E, para isso, é indispensável que você conheça quem são elas. Conheça a seguir!
Principais pragas da soja: importância e dicas para combatê-las
Conhecer as pragas da soja, bem como suas principais características e métodos de controle, é fundamental para se ter altas produtividades.
Dessa maneira conseguimos realizar adequadamente o Manejo Integrado de Pragas (MIP), pelo qual temos melhor controle e equilíbrio do ambiente.
Por meio de monitoramento periódico (uma das bases do MIP), realizamos as pulverizações somente quando necessário, para não haver desperdício.
Confira as principais pragas da soja, que vamos abordar em detalhes a seguir, e veja no gráfico as principais épocas em que elas ocorrem, para orientar seu monitoramento:
Lagarta da soja (Anticarsia gemmatalis)
Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda)
Lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus)
Lagarta-falsa-medideira (Chrysodeixis includens)
Lagarta-falsa-medideira (Rachiplusia nu)
Lagartas broqueadoras de vagens e grãos
Mosca-branca (Bemisiaspp.)
Percevejo-castanho (Scaptocoris spp.)
Outros percevejos
Tamanduá-da-soja (Sternechus subsignatus)
Ácaros
Corós da soja
Para facilitar e otimizar o seu trabalho, o monitoramento da lavoura pode ser realizado com o software agrícola Aegro.
Assim, além de todos os seus pontos georreferenciados, você pode consultar o histórico da sua lavoura nas diferentes culturas plantadas, épocas do ano e pressão por espécie de praga.
Com o Aegro, seus dados ficam seguros e muito mais fáceis de ser visualizados. Os produtores de soja também podem acompanhar as pragas pelo aplicativo e manual de pragas da Embrapa Soja.
Ambos, manual e aplicativo, foram desenvolvidos por pesquisadores da Embrapa e podem auxiliar muito na tomada de decisão e na identificação das pragas que ocorrem na sua lavoura.
Além disso, disponibilizamos gratuitamente uma planilha para você fazer seu MIP. Baixe clicando aqui!
Agora que sabemos toda a importância que o conhecimento das pragas representa, vamos entender mais sobre cada uma delas:
1. Lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis)
A lagarta-da-soja é uma potente desfolhadora da cultura. Inicia o seu ataque no topo da parte aérea das plantas de soja, podendo persistir até a fase de enchimento dos grãos.
Pode apresentar até quatro gerações durante a safra. Seu ciclo biológico dura cerca de 30 dias.
Pode se alimentar de folhas, flores ou até mesmo de vagens. Quando o ataque é muito intenso, as lagartas assumem coloração preta com listras brancas. Essa modificação fisiológica do inseto é causada pela competição por alimento.
Característica visual da lagarta-da-soja em diferentes fases de desenvolvimento. Pode adquirir coloração escura devido à competição por alimento, em alta pressão da praga na lavoura (Fonte: Elaine Nascimento, 2016)
quando forem encontradas, em média, 20 lagartas grandes (igual ou maior que 1,5 cm) por metro de fileira;
quando a desfolha atingir 30% antes da floração;
quando adesfolha atingir 15% tão logo apareçam as primeiras flores.
Defensivos naturais também podem ser utilizados, como a ação do Baculovírus para essa lagarta, vide a imagem acima (Fonte: SOSA-GOMEZ, 1983)
Após ou durante o fechamento das entrelinhas da cultura da soja, os inseticidas reguladores de crescimento constituem uma ótima opção para o controle dessa praga.
Quando materiais (cultivares) de soja com tecnologia Bt forem implantados na área de cultivo, torna-se necessária a implementação deáreas de refúgioem pelo menos 20% da área cultivada com a soja transgênica.
O refúgio é fundamental para o manejo antirresistência, e para prolongar a vida útil e eficiência dos inseticidas no controle da praga.
A lagarta-do-cartucho pode ocorrer tanto nos estádios iniciais de desenvolvimento da cultura da soja quanto nos estádios mais avançados, como o reprodutivo.
Ela se alimenta de espécies de mais de 23 famílias de plantas. Apresenta preferência por gramíneas (como milho e arroz), mas pode se alimentar de outras plantas, como soja e algodão, dentre inúmeras outras de interesse agrícola.
Assim, é comum a lagarta estar presente em culturas comumente utilizadas como cobertura, como milheto, aveia, trigo, as quais serão dessecadas para a posterior semeadura da soja.
Controle da lagarta-do-cartucho
O manejo dessa praga da soja começa com a boa dessecação da cultura de cobertura para a produção de palha no Sistema Plantio Direto (SPD).
Além disso, para o controle de Spodoptera frugiperda, não é recomendado aplicar inseticidas na fase de dessecação, mesmo que haja lagartas.
Isso porque a semeadura é realizada cerca de 25 dias após a dessecação, e, na ausência de alimento, as lagartas viram pupas ou morrem.
Assim, se o plantio for realizado logo após a dessecação e for constatada a presença de lagartas, a aplicação de inseticidas se faz necessária.
Isso porque a lagarta-do-cartucho pode afetar o estande inicial da lavoura, “cortando” literalmente as plântulas recém emergidas.
Os inseticidas registrados e recomendados podem ser consultados no Agrofit. Mas é necessário ainda que se conheça a eficiência das moléculas, uma vez que a praga já apresenta resistência a alguns grupos químicos.
3. Lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus)
Também conhecida como broca-do-colo, a lagarta-elasmo se alimenta de diversas espécies de plantas. É tida como uma das pragas iniciais da soja.
Uma mesma lagarta pode atacar até três plantas de soja durante a sua fase larval. Os danos são maiores em condições de alta temperatura e déficit hídrico no solo. Assim, sua presença é menor no Sistema Plantio Direto, devido à conservação de umidade do solo.
Sua época de ocorrência é entre o período da emergência da soja, até 30 a 40 dias do desenvolvimento (estádio V2-V3). Ocorre com maior intensidade na região do Cerrado, em áreas com predominância de solos arenosos.
Controle da lagarta-elasmo
Naturalmente ocorre quando há chuvas bem distribuídas, durante os primeiros 30 dias de desenvolvimento da soja.
O controle químico é menos eficaz, principalmente, por causa da posição em que a praga fica alojada na planta.
É possível fazer o tratamento de sementes com inseticidas sistêmicos em áreas com histórico de ocorrência da praga.
A falsa-medideira é fácil de ser reconhecida, já que ela tem o hábito de se deslocar dobrando o corpo como se estivesse medindo palmos.
(Fonte: Defesa Vegetal)
Pode causar intensa desfolha na soja, principalmente na fase reprodutiva da cultura. Ocorre na cultura da soja desde as primeiras folhas, podendo persistir até o enchimento dos grãos, sendo favorecidas por períodos de seca.
Embora a falsa-medideira seja facilmente reconhecida, em função do seu comportamento de deslocamento, a diferenciação entre ela e outras lagartas também denominadas falsas-medideiras (como Rachiplusia nu) não é tão fácil assim.
Muitas vezes, a diferenciação pode ser realizada apenas por análise laboratorial; por isso, ficar atento à ocorrência delas na lavoura é fundamental.
Controle da falsa-medideira
É necessário realizar o controle da praga nestas três situações:
ao se verificar 20 lagartas grandes (igual ou maior que 1,5 cm) por metro de fileira;
quando a desfolha atingir 30% antes da floração;
quando a desfolha atingir 15% tão logo apareçam as primeiras flores.
É possível utilizar inseticidas reguladores de crescimento durante a fase de fechamento das fileiras, além do uso de soja transgênica Bt.
A lagarta falsa-medideira (R. nu) é assim conhecida porque, além de possuir a mesma cor da falsa-medideira (C. includens), também se movimenta como se estivesse “medindo palmos”.
Essa espécie de lagarta tem ocorrido com maior frequência nas últimas safras, preocupando produtores de norte a sul do país. Possui hábito polífago — ou seja, é capaz de se alimentar de inúmeras espécies de plantas.
Os ovos de R. nu são ovipositados de forma isolada, podendo ser encontrados principalmente na face inferior das folhas, sendo de coloração branco-amarelada.
A fase de lagarta tem duração média de 18 a 21 dias, a depender da temperatura. É nessa fase que os maiores danos ocorrem, principalmente ao passar do desenvolvimento das lagartas. Temperaturas amenas favorecem essa espécie.
As lagartas possuem coloração verde intensa e podem atingir comprimento de 2,7 cm. A fase de pupa desta espécie dura em média 12,7 dias.
Os danos causados pela Rachiplusia nu incluem:
desfolha;
aspecto rendilhado dos folíolos, mantendo apenas as nervuras intactas;
cada lagarta pode consumir um total de 1074 mg, chegando até 100 cm² de folhas.
Fase larval de R. nu, e danos causados, com preservação das nervuras (Fonte: Marsaro Júnior, 2016)
Controle da lagarta falsa-medideira da soja R. nu
O controle deve ser baseado no monitoramento da lavoura e na escolha dos inseticidas para combater a praga.
Essa lagarta deve ser controlada quando atingir o nível de ação, que, para lagartas, de forma geral, deve ser realizada quando a desfolha for igual ou superior a 30% durante o estádio vegetativo da soja e quando atingir 15% durante o período reprodutivo da soja.
É importante que os inseticidas para controle sejam utilizados no momento correto, quando houver real necessidade, assim evitando a eliminação de insetos benéficos à lavoura.
Áreas de refúgio devem ser utilizadas obrigatoriamente para o manejo antirresistência, a fim de se evitar problemas de resistência aos inseticidas e à tecnologia Bt.
Mariposa da falsa-medideira R. nu (Fonte: Specht, 2020)
6. Lagartas broqueadoras de vagens e grãos
Estão são as lagartas consideradas broqueadoras de vagens e grãos:
Complexo de lagartas do gênero Spodoptera:
S. eridania: são mais ativas no período noturno, e encontradas com maior frequência no terço inferior das plantas;
S. cosmioides: ataca grande número de hospedeiros; Ambas as espécies causam desfolha ou destroem as vagens em formação, possuindo importância crescente na região do Cerrado
Lagarta-da-maçã-do-algodoeiro (Heliothis virescens): Alimentam-se de vagens da soja e, às vezes, das folhas;
Broca-pequena-das-vagens (Maruca vitrata): Essas pragas broqueiam — ou seja, causam danos às vagens, hastes e pecíolos da soja, com maior ocorrência em períodos de seca associados a altas temperaturas;
Helicoverpa armigera: Essa lagarta se alimenta principalmente de folhas e hastes da soja, mas tem preferência pelas estruturas reprodutivas (botões florais, vagens e grãos).
Controle das lagartas broqueadoras de vagens e grãos
Para o controle, é recomendável utilizar inseticidas seletivos para o complexo de inimigos naturais das pragas agrícolas. Além disso, o uso de inseticidas deve ser realizado de acordo com os níveis de controle; por isso, a amostragem e o histórico da área são informações muito importantes.
Informações sobre inseticidas recomendados para o controle de cada uma das espécies de lagartas podem ser encontrados no Agrofit, a partir da pesquisa por nome comum da praga ou nome científico.
Consulte sempre um agrônomo para melhor recomendação do produto, de acordo com as necessidades da sua lavoura.
Para o controle de lagartas, ainda de modo geral, é necessário implementar um programa de manejo integrado de pragas (MIP), com a junção de diferentes métodos de controle, principalmente para o manejo antirresistência. As recomendações para o manejo das principais espécies com relatos de resistência podem ser conferidas diretamente nos materiais disponibilizados pelo Comitê de Ação à Resistência a Inseticidas (IRAC).
7. Mosca-branca (Bemisia sp.)
A mosca-branca é um inseto sugador que pode transmitir vírus em plantas leguminosas como a soja.
Além disso, durante a alimentação, esse inseto-praga da soja libera parte da seiva sugada – substâncias açucaradas sobre os tecidos da planta, que favorecem o desenvolvimento de um fungo de coloração escura conhecido como fumagina.
A fumagina por si só não afeta a cultura da soja. Porém, devido ao recobrimento da superfície foliar, pode reduzir a área fotossinteticamente ativa, prejudicando a cultura.
Os danos em soja são causados tanto pelos adultos quanto pelas ninfas, na fase vegetativa ou reprodutiva da cultura.
No entanto, o ataque é predominante na fase de enchimento de grãos, sendo favorecido por períodos de estiagem prolongada associados à ocorrência de altas temperaturas.
Aparência visual de adulto, ninfas e ovos da mosca-branca
Controle da mosca-branca
O controle pode ser feito pela escolha da melhor época de semeadura, eliminação de plantas hospedeiras, rotação de culturas e seleção de inseticidas efetivos.
Ademais, o período de vazio sanitário, utilizado para o controle da ferrugem-asiática, é também uma importante ferramenta de controle para essa praga da soja.
Para a aplicação de inseticidas, é importante entender que moléculas têm apresentado eficiência na região de cultivo, bem como em que fases da mosca-branca elas possuem ação.
O tratamento de sementes com inseticidas também ajuda a reduzir ou retardar o estabelecimento da praga.
8. Percevejo-castanho (Scaptocoris spp.)
O percevejo-castanho é um inseto polífago e de hábito subterrâneo, sendo uma praga que ataca um grande número de plantas hospedeiras.
Sua presença é facilmente reconhecida, devido ao forte cheiro que exala quando o solo é movimentado.
No Brasil, as principais espécies de percevejos-castanhos associadas à cultura da soja incluem são:
Scaptocoris castanea;
S. carvalhoi;
S. buckupi.
O inseto suga a seiva das raízes da soja e pode ser encontrado predominante em solos arenosos.
Desse modo, os sintomas provocados podem ser confundidos com uma deficiência nutricional ou doença, já que destroem as raízes da soja e os nódulos de fixação biológica de nitrogênio, afetando negativamente o estabelecimento do estande, o vigor e o desenvolvimento das plantas.
Os danos têm sido mais frequentes nos estados do Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul.
Controle do percevejo-castanho
O controle do percevejo-castanho é preventivo. Por isso, é necessário fazer o monitoramento dessas pragas por meio de amostragens, antes da instalação da lavoura.
Além disso, a alteração da época de semeadura e a aplicação de inseticidas no sulco de semeadura auxiliam o manejo.
Quanto ao controle biológico, estudos estão sendo realizados para controlar a praga usando fungos entomopatogênicos, como o Metarhizium anisopliae.
9. Outros percevejos
Além do percevejo-castanho, há outros percevejos que podem danificar as vagens ou os grãos da soja em formação. São eles:
Percevejo-marrom: (a), ovos (b), ninfas de primeiro (c) e quinto ínstar (d) (Fonte: Panizzi, 2012)
Percevejo-verde-pequeno: adulto (a), ovos (b), ninfa de primeiro (c) e quinto ínstar (d) (Fonte: Panizzi; Bueno; Silva, 2012)
A época de ocorrência é o período de florescimento e, após a colheita da soja precoce, migram para talhões de soja mais tardia.
Os sintomas são grãos menores, enrugados, chochos e com a cor mais escura que o normal.
Quando o ataque ocorre nos estádios R3 a R4, podem favorecer o abortamento de vagens.
Se o ataque é durante o enchimento da vagem (R5), podem afetar o rendimento da cultura e a qualidade dos grãos ou sementes produzidas.
Além disso, um ataque severo de percevejos na soja pode causar distúrbio fisiológico na planta, causando retenção foliar.
Regiões de ocorrência dos percevejos:
Percevejo-marrom, percevejo-verde-pequeno e o percevejo-verde: região Centro-Sul do Brasil;
Percevejo-verde: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul;
Percevejo-marrom e o verde-pequeno: Cerrado.
Controle de percevejos
Deve ser iniciado no estádio R3, quando houver dois percevejos por metro para lavouras de grãos e um percevejo por metro para lavouras destinadas a sementes.
O controle biológico pode ser feito das seguintes formas:
Parasitóides de ovos: Trissolcus basalis;
Parasitóide de adultos: Hexacladiasmithii.
No entanto, os parasitóides são muito sensíveis a inseticidas de amplo espectro de ação. Por isso, tenha atenção quanto aos defensivos escolhidos.
10. Tamanduá-da-soja (Sternechus subsignatus)
As plantas jovens são as mais suscetíveis ao ataque dessa praga, conhecida como bicudo, cascudo ou tamanduá-da-soja.
Controle do Tamanduá-da-soja
Devem ser realizadas amostragens nos talhões em que, na safra anterior e na entressafra, tenham sido observados ataques severos da praga.
A rotação de cultura (por exemplo, com milheto, Crotalaria juncea ou mucuna-preta) é uma boa opção de controle.
Ademais, ao emergir, os adultos podem ser controlados com inseticidas, também sendo possível o tratamento de sementes com fipronil, tiametoxam.
11. Ácaros
Podemos citar quatro ácaros que podem causar danos à cultura de soja:
Ácaro vermelho (Tetranychus ludeni ou Tetranychus desertorum);
Ácaro-verde (Mononychellusplanki)
(Fonte: Unipac)
Os ácaros ficam na parte inferior das folhas e, possivelmente, é necessária uma lupa para vê-los.
No entanto, você pode observar seus sintomas — que, normalmente, são pontuações claras (células mortas) na folha que podem evoluir para manchas. Os sintomas são desuniformes nas plantas e ao longo da lavoura.
No caso do ácaro branco, os sintomas são folhas encarquilhadas, podendo até ser confundido por viroses. Isso ocorre porque esse ácaro ataca as folhas novas, prejudicando o processo de expansão da folha.
Além do mais, o ataque dos ácaros decorre condições climáticas ou algum desequilíbrio.
O desequilíbrio pode ser causado pela aplicação de inseticidaspouco seletivos, que matam também os inimigos naturais dos ácaros.
São exemplos desses inseticidas os piretróides, usados em soja para lagartas e percevejos. Já os neonicotinoides favorecem os ataques por estimular a reprodução dos ácaros.
Quantos às condições climáticas, as estiagens favorecem todos os ácaros citados, exceto o ácaro-branco, que prefere períodos chuvosos.
Além disso, no geral, as infestações ocorrem nos estádios iniciais de desenvolvimento da cultura e, especialmente, após o florescimento das plantas.
O importante aqui é saber identificar o problema e anotar a presença dos ácaros na lavoura, para que isso fique registrado no histórico da área.
Controle de ácaros
Não existe um método adequado para realizar a amostragem dessas pragas da soja, já que há dificuldade em visualizá-los, o que dificulta o manejo.
Muitas vezes, as próprias condições climáticas desfavoráveis já controlam essa praga da soja.
12. Corós
Podemos citar três espécies de corós dessas pragas da soja e suas regiões de ocorrência:
Coró-da-soja (Liogenys fusca): Goiás e Mato Grosso;
Coró-da-soja-do-cerrado (Phyllophaga capillata): Distrito Federal, Mato Grosso e Goiás;
Coró-pequeno-da-soja: Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás;
Os corós se alimentam de raízes da soja e até mesmo nódulos de fixação biológica de nitrogênio.
Por isso, os sintomas são de desenvolvimento lento, amarelecimento, murcha e morte.
Com isso, causam redução na capacidade das plantas de absorver água e nutrientes, podendo ocorrer até 100% de perda da lavoura.
Semeaduras tardias tendem a sofrer maiores danos, uma vez que há predomínio de larvas maiores, que são mais vorazes.
Controle dos corós da soja
É importante fazer amostragens no solo, para identificar as espécies presentes dessas pragas da soja, seu nível populacional e o estádio de desenvolvimento.
Além disso, o monitoramento dessas pragas deve ser feito antes do plantio, já que é recomendado o controle preventivo.
Outro controle preventivo é a alteração da época de semeadura e o preparo do solo com implementos agrícolas adequados. O uso de armadilhas luminosas permite capturar adultos do inseto durante a noite e, assim, também contribuir para reduzir infestações.
Como controle químico, temos a aplicação de inseticidas nas sementes ou no sulco de semeadura da soja.
Conclusão
Aqui vimos as principais pragas da soja, sabendo mais sobre suas características e métodos de controle.
Conseguimos compreender também a época de ocorrência dessas pragas e as condições favoráveis a cada uma delas para que o monitoramento da lavoura seja realizado constantemente.
Agora é possível começar o MIP efetivamente, seja por planilhas ou um software agrícola como o Aegro, que possibilitam um controle mais eficaz e econômico.
Gostou destas dicas sobre amostragem e monitoramento de pragas da soja? Assine nossa newsletter para receber mais artigos como este!
Atualizado em 07 de junho de 2023 por Bruna Rhorig.
Bruna é agrônoma pela Universidade Federal da Fronteira Sul, mestra em fitossanidade pela Universidade Federal de Pelotas e doutoranda em fitotecnia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul na área de pós-colheita e sanidade vegetal.
Essa espécie tipicamente do “Novo Mundo” (do continente Americano, como mostra figura abaixo) pode causar inúmeros danos.
No entanto, com tantas lagartas que podem atacar a lavoura, podemos facilmente nos confundir e nos deixar levar pela rotina do dia a dia.
Por isso, veja aqui 7 verdades sobre Helicoverpa zea que lhe ajudarão a entender melhor sobre essa praga e como combatê-la.
Distribuição global de Helicoverpa zea (Fonte: CABI)
1.Helicoverpa zea e sua origem
A lagarta-da-espiga tem sua distribuição em parte da América do Norte, na América Central e parte da América do Sul, englobando todo o território brasileiro.
Atualmente, existem 18 espécies identificadas do gênero Helicoverpa spp., sendo que, duas delas estão presentes no Brasil: a lagarta-da-espiga-do-milho (Helicoverpa zea) e a Helicoverpa armigera.
A Helicoverpa armigeraé da região da Oceania, sendo mais adaptada às culturas do algodão e da soja. Já a Helicoverpa zea é originária da região do México, resultando em maior adaptação ao milho e, por isso, sendo mais facilmente encontrada nessa cultura. Essas duas lagartas, normalmente, não podem ser diferenciadas a olho nu, sendo necessário o uso de alguma lupa ou microscópio.
Desse modo, a morfologia externa desses insetos, em todas as fases do ciclo biológico são muito semelhantes, o que dificulta a identificação.
No entanto, se você encontrar um inseto com as características da Helicoverpa em milho é mais provável que seja a H. zea. A seguir você confere todas essas características:
2. A identificação da Helicoverpa zea não é tão complicada
O inseto adulto da Helicoverpa zea é uma mariposa que mede cerca de 40 mm, com asas anteriores amarelo-parda.
Ele também possui uma faixa escura na transversal e algumas manchas nas asas, também de coloração escura. Já as asas posteriores são de cor mais clara.
Além disso, os danos causados pela lagarta-da-espiga podem ser confundidos com os danos causados pela lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda).
Mas você pode diferenciá-las facilmente através da coloração da cabeça, que é mais escura na Spodoptera frugiperda.
A lagarta-da-espiga tem a cabeça de coloração marrom bem clara enquanto a lagarta-do-cartucho apresenta a cabeça quase preta. Aqui no blog, temos outros artigos sobre esse assunto. Veja:
3. Conhecer o ciclo de vida da Helicoverpa zea ajuda a combatê-la
O conhecimento do ciclo de vida dos insetos te ajuda a entender em que fase as pragas agrícolas atacam a cultura.
Além disso, esse conhecimento é essencial para facilitar a identificação e saber quando é melhor fazer o monitoramento da lavoura.
Como você viu na imagem acima, a vida total desse inseto é em torno de 40-45 dias, sendo que ele passa por seis instares larvais num período de aproximadamente 18 dias.
Assim, podem ocorrer durante o ano mais de cinco gerações.
Com essas informações podemos definir algumas estratégias de manejo para combate da Helicoverpa zea:
Como o tempo de cada geração é de aproximadamente 30 dias, estabeleça janelas de aplicação com aproximadamente 30 dias de duração;
Você até pode fazer aplicações múltiplas do mesmo modo de ação dentro de uma janela, mas desde que os efeitos não excedam os 30 dias duração da janela. Assim, a chance da lagarta ser exposta ao mesmo modo de ação do inseticida são reduzidas, sendo menor o risco de desenvolvimento deresistência;
As aplicações em pré-plantio e no tratamento de sementes também devem ser seguir essa estratégia de janela de 30 dias;
O tratamento de sementes podem não oferecer controle de 30 dias, então, se necessário, aplique um inseticida foliar. No entanto, é indicado que essa aplicação ocorra mais tarde, até 25 dias após a semeadura;
Caso não consiga manter essa janela de aplicação, mude o mecanismo de ação doinseticida em cada pulverização;
A praga possui hábitos noturnos, movimentando-se a partir do entardecer, sendo que as condições de umidade contribuem para seu crescimento populacional.
No milho, a lagarta-da-espiga está listada entre as pragas primárias, tendo grande importância nos estádios de R1 a R4.
4. Os danos da Helicoverpa zea no milho são característicos
No milho, o adulto (mariposa) da lagarta-da-espiga coloca seus ovos nos estilos-estigmas (cabelo do milho).
Mas, também pode colocar os ovos nas folhas de plantas ainda em estádios vegetativos de desenvolvimento.
Na espiga, você poderá encontrar de 13 a 15 ovos, tendo um período de incubação em torno de três dias.
As larvas recém-nascidas alimentam-se dos cabelos de milho, e dependendo da intensidade de ataque podem ocorrer grandes falhas nas espigas pela não-formação dos grãos.
Já as lagartas maiores se alimentam dos grãos leitosos, o que também facilita a penetração de microrganismos e pragas de armazenamento de grãos.
Danos causados no milho:
Ataca os estigmas impedindo a fertilização;
Alimentam-se de grãos leitosos;
Deixam orifícios que facilitam a penetração de microrganismos que podem causar podridões e facilitar as pragas no armazenamento.
Para te ajudar, disponibilizamos gratuitamente uma planilha para você fazer seu MIP. Clique na figura abaixo para acessar!
7. Helicoverpa zea é resistente a algumas medidas de controle
Têm sido relatados casos de resistência a inseticidas na América do Norte e na América Latina.
Esses casos são principalmente em relação aos grupos químicos dos carbamatos (1A), organofosforados (1B), piretróides (3A) ou a tecnologia de plantas Bt (Bacillus thuringiensis).
Conclusão
A Helicoverpa zea (lagarta-da-espiga) continua sendo uma importante praga para a cultura do milho, sendo necessário conhecer mais sobre o inseto.
A correta identificação, bem como o conhecimento do ciclo, controle biológico e outras informações que você viu aqui,são essenciais para um manejo adequado.
Assim, faça o MIP e controle a Helicoverpa zea em sua lavoura, protegendo todo o potencial de produção de sua cultura!
Adjuvante agrícola: Diferentes classificações e como escolher o produto certo para ter aplicações melhores e mais efetivas.
Há diversos tipos de adjuvantes agrícolas e produtos disponíveis no mercado. Conhecer todos esses tipos e suas características é fundamental para garantir uma boa produtividade da cultura.
Afinal, há casos em que a adição de adjuvante agrícola permite reduzir a dose de herbicida usada na lavoura em mais de 50%.
Neste artigo, veja o que são adjuvantes, suas classificações, especificidades e detalhes de uso. Boa leitura!
O que são adjuvantes agrícolas?
Adjuvante agrícola é uma substância ou composto sem propriedades fitossanitárias. Ele é adicionado durante a preparação de caldas com defensivos, mudando suas propriedades e aumentando a eficácia no combate a daninhas, pragas e doenças. Ainda, ele facilita a aplicação de produtos e reduz perdas.
(Fonte: Cotrisoja)
Os adjuvantes são necessários principalmente em de produtos de contato, e que por isso precisam de uma boa cobertura foliar para não comprometer a eficácia do produto.Também há outras situação em que podemos utilizá-los.
Para entender melhor sobre isso, é necessário compreender sobre cada tipo de adjuvante agrícola.
Como os adjuvantes agrícolas são classificados?
A classificação mais utilizada está relacionada a função desempenhada pelo adjuvante agrícola, e podem ser ativadores ou modificadores de calda. Dentro dessa classificação, há diversas subdivisões, cada uma com suas particularidades.
(Fonte: Arquivo pessoal)
1. Adjuvantes ativadores
Os adjuvantes ativadores elevam a atividade dos produtos quando adicionados ao tanque de pulverização. Nessa classe estão:
Surfactantes;
Óleos vegetais;
Óleos minerais;
Derivados de silicone;
Fertilizantes nitrogenados.
2. Modificadores de calda
Adjuvantes modificadores de calda alteram as propriedades físicas ou químicas da calda, sendo adicionados com a finalidade de melhorar a aplicação da formulação. Aqui estão classificados:
Molhantes;
Corantes;
Controladores de deriva;
Agentes espessantes;
Agentes adesivos;
Condicionadores de calda;
Agentes de compatibilidade;
Reguladores de pH;
Umectantes;
Antiespumantes;
Absorventes de UV.
Você pode ter notado que existem muitos adjuvantes e pode ficar difícil saber qual utilizar, não é mesmo?Veja um pouco sobre cada um deles e dar algumas dicas de quando você deve utilizar cada um a seguir:
Adjuvantes agrícolas ativadores
Surfactante
Os surfactantes têm a capacidade de reduzir a tensão superficial da gota pulverizada.
Assim a absorção do produto na planta é facilitado, já que ocorre alteração na estrutura e na viscosidade das ceras que estão na superfície das folhas e caules.
(Fonte: Crop Care)
A composição da molécula dos surfactantes são de duas partes distintas, uma com afinidade por óleos e outra com afinidade por água.
Os produtos do tipo adjuvante agrícola surfactante pode ser dividido ainda em quatro classes:
1.Aniônicos
Os surfactantes aniônicos se dissociam em água e a porção ativa da molécula é o ânion (carga negativa).
São utilizados em caldas com herbicidas ou em mistura com os surfactantes não iônicos.
2.Catiônicos
Em água se dissociam em um cátion e um ânion. O cátion é composto por nitrogênio, assim, também são conhecidos por sais de quaternários de amônio.
Entretanto, os surfactantes catiônicos são pouco utilizados pois, devido a alguns motivos já relatados:
Elevado custo;
Precipitam na presença de sais;
Possuem fraco poder detergente;
Podem causar fitotoxicidade nas culturas.
3.Não iônicos
Essa classe de surfactante não ioniza, nem dissocia em água. São os mais utilizados já que:
Não reagem com sais ou com as moléculas de defensivos que estão na água;
Não são influenciados pela “água dura”, não formando sais com cálcio, magnésio ou com íons de ferro;
Baixa toxicidade aos mamíferos;
Pouco tóxico às plantas.
Desse modo, eles possuem boa compatibilidade com os defensivos, aumentando sua absorção foliar, inclusive de fungicidas sistêmicos e inseticidas.
4.Anfotéricos
Surfactantes pertencentes a essa classe se dissociam em ânions e cátions, ou seja, eles podem apresentar parte da molécula com carga positiva e outra, negativa.
Por isso, tais produtos são especialmente dependentes do pH da calda, sendo muito pouco utilizado.
Óleos
Os adjuvantes a base de óleo possuem como objetivo aumentar a penetração dos herbicidas lipossolúveis (que possuem mais afinidade pelo óleo).
Geralmente são utilizados quando as condições ambientais são alta temperatura e baixa umidade, ou ainda quando a cutícula da folha é muito espessa.
Quando se utiliza um adjuvante a base de óleo, obrigatoriamente deve ser utilizado também um emulsionante tensoativo.Isso é para que as gotas de óleo de distribuem de maneira uniforme na mistura, já que estamos adicionando óleo em água.
1.Óleos minerais
Reduzem a tensão superficial, aumentam a molhagem e o espalhamento, aumentam a absorção e melhoram a resistência ao escorrimento.
Podem ser divididos em óleos parafínicos e óleos naftalênicos.Os óleos parafínicos aumentam a absorção de herbicidas, pois causam trincas nas cutículas das plantas.Eles são formulados com predominância de frações parafínicas de hidrocarbonetos.
2.Óleos vegetais
Reduzem a tensão superficial, mas não são tão eficazes como os outros já citados. Eles podem ser de 2 tipos:
Triglicerídeos: são aqueles conhecidos por “óleos de sementes”. No geral possuem apenas entre 5% e 7% de tensoativo emulsionante.
Metilados: possuem entre 10% e 20% de tensoativo emulsionante. No geral os óleos de sementes Metilados são melhores que os que possuem como base o petróleo, entretanto são mais caros.
O adjuvante agrícola do tipo óleo, em geral, degrada a cutina (que faz parte da cutícula da folha), possibilitando a entrada direta dos defensivos na planta.
(Fonte: Armazém da Ciência)
O problema é que a planta continua com a cutícula prejudicada, até que possa refazê-la. Por isso, após a aplicação de defensivos com óleos a folha fica muito sensível aos fatores externos, como luz, doenças, e outros.
Assim, não é indicado a aplicação de fertilizantes foliares com óleos, já que ocorrerá absorção de nutrientes intensa e salinidade, resultando na necrose das folhas.
No caso de áreas de pousio, onde você fará a dessecação os óleos são altamente recomendados, prejudicando mais intensamente as plantas daninhas na área.
Fertilizantes nitrogenados
Os fertilizantes nitrogenados utilizados como adjuvantes são:
São adicionados à calda com objetivo de melhorar os efeitos de produtos, e também como adubo para a cultura.São classificados como adjuvantes ativadores, entretanto podem agir como modificadores de calda. Afinal, eles ajudam a evitar a formação de precipitados no tanque.
Possuem, assim como os outros, capacidade de reduzir a tensão superficial, além de aumentarem a difusão do defensivo na superfície da folha.
Adjuvantes agrícolas modificadores de calda
Molhantes
Os agentes molhantes são basicamente os surfactantes não-iônicos diluídos em água, álcool ou glicóis.
Eles também reduzem a tensão superficial da gota, mas alguns desses produtos apenas irão afetar as propriedades físicas das gotas.Ou seja, não irão afetar o comportamento da formulação quando entrar em contato com a planta.
Corantes
Os corantes têm o objetivo apenas de visualização de onde o defensivo foi aplicado.Dão coloração ao produto formulado, permitindo observar melhor de que como o produto foi aplicado e se a tecnologia de aplicação está correta.
Para tanto, essa classe de adjuvantes vai alterar as propriedades da calda.O que ocorre é que teremos maiores tamanhos de gotas e menor número de gotículas pequenas, realizando uma pulverização mais espessa.
No entanto, lembre-se que em cada tipo de pulverização agrícola é requerido um tipo de gota, sendo gotas finas quando precisamos de maior cobertura (produtos de contato).Por isso, não adianta adicionar adjuvantes controladores de deriva quando a aplicação exige uma melhor cobertura.
(Fonte: Jacto)
Agentes espessantes
Modificam a viscosidade das caldas de pulverização. São utilizados especialmente em aplicações aéreas com objetivo de reduzir as derivas.
Agentes adesivos
Auxiliam na redução das perdas de produtos através da evaporação ou do escorrimento.Os agentes adesivos mantém o produto em contato com a planta aumentando, evitando que sejam derrubados da superfície foliar ou lavados pela chuva.
São muito utilizados com as formulações de pó molhável seco e granulares.
Condicionadores
São utilizados quando a água usada na aplicação tem muitos sais presentes, e, por isso pode resultar em formação de precipitados.
Neste caso é muito importante sabermos a qualidade da água utilizada na hora de preparar a calda.A presença de muitos cátions (como em “água dura”), por exemplo, pode reduzir a absorção dos produtos pelas plantas.
Classificação da água de acordo com a quantidade de carbonato de cálcio presente (Fonte: Silva, et al. Manejo de Plantas Daninhas. Viçosa, 2010)
Agentes de compatibilidade
Os agentes de compatibilidade evitam essas interações físicas ou químicas entre os produtos, mantendo-os em suspensão. Lembre-se que a associação de alguns produtos causa efeitos antagônicos, reduzindo a eficácia dos produtos e até mesmo causando problemas de fitotoxicidade.
Reguladores de pH
Todos já sabemos que o pH da calda afeta diretamente a eficácia dos produtos no tanque de pulverização.
Os reguladores de pH têm a capacidade de ajustar o pH da calda o que consequentemente melhora a dispersão do herbicida, além de aumentar a compatibilidade da mistura.No geral, as caldas fitossanitárias apresentam uma maior estabilidade na faixa de pH entre 6,0 e 6,5.
Umectantes
Os umectantes, assim como os agentes adesivos, têm o objetivo de aumentar o tempo que o produto fica sobre a folha e consequentemente disponível para absorção.
São materiais solúveis em água que demoram mais tempo para evaporar depois que seca a água utilizada na pulverização, isso porque eles conseguem reter a umidade do ambiente. Também permitem rápida umectação do produto em contato com a água.
(Fonte: Formulações de adjuvantes agrícolas)
Antiespumantes
A espuma é um problema na preparação da calda e durante a aplicação, evitando que o produto seja aplicado corretamente em campo.
Os antiespumantes têm a capacidade de reduzir a formação de espuma no tanque, favorecendo a tecnologia de aplicação adequada.
Absorventes de UV
Há poucos adjuvantes que podem proteger o produto da degradação devido à luz.Os que fazem isso têm que ter a capacidade de absorverem a luz ultravioleta ou de aumentar a taxa de captação do herbicida pela cutícula da folha.
Quando utilizar adjuvantes?
A bula do defensivo agrícola que você vai utilizar sempre vai trazer a informação de quando se deve utilizar um adjuvante. Alguns produtos já vêm com adjuvantes na formulação, e por isso não precisam ser adicionados na hora da aplicação.
Também é importante conhecer a água que você tem disponível, observando se é ou não água dura e se é preciso usar algum adjuvante para adequar isso.
Mas tenha precaução: utilizar adjuvantes quando não é necessário pode causar fitotoxicidade na cultura. A quantidade indicada na bula do produto também deve ser respeitada, pois o excesso pode prejudicar a cultura.
E mesmo que não ocorra intoxicação das plantas, você pode estar gastando dinheiro à toa. Não esqueça de adicionar o custo do adjuvante ao custo de sua aplicação. Se você usa um software de gestão agrícola como o Aegro, você pode verificar qual o custo por talhão de seu manejo, e se ele valeu mesmo a pena.
No Aegro você pode ter em poucos cliques o custo e ganhos por área, resultando na sua rentabilidade detalhada e descomplicada
Dicas extra para a escolha do adjuvante
Não é preciso receita agronômica para produtos do tipo adjuvante agrícola desde novembro de 2017.
No entanto, ainda sim, é importante verificar com seu consultor engenheiro(a)-agrônomo(a) sobre o produto em questão, sendo essa uma das mais importantes dicas.
Outro ponto muito relevante é ter conhecimento do produto, de seu rótulo e verificar se são confiáveis.
Também é importante ter os custos desse adjuvante e seu ganho em termos de produtividade na ponta do lápis, ou em planilhas e em software agrícola.É assim que você saberá se o adjuvante agrícola realmente valeu a pena e se compensa comprá-lo nas próximas safras.
Conclusão
Os inúmeros tipos de adjuvantes e diferentes situações de aplicação podem nos deixar confusos, mas depois de conhecer mais sobre cada um deles a escolha fica simples.
É claro que o adjuvante agrícola pode ajudar muito, fazendo com que tenhamos aplicações melhores e mais efetivas.
No entanto, se atente para quando realmente é preciso utilizá-los, sempre verificando se o custo vale a pena!
Adubação potássica em soja é uma boa saída para obter altas produtividades, desde que bem feita. Neste artigo detalhamos o que você precisa fazer na lavoura!
Você sabia que o potássio é o segundo elemento mais requerido pela cultura da soja?
A cada 1000 Kg de grãos de soja, são extraídos 20 Kg de K2O.
Esse nutriente fica apenas atrás do nitrogênio nesse quesito, sendo essencial para uma boa produtividade de soja.
Isso porque a falta de potássio resulta em plantas mais suscetíveis a períodos de estresse, como temperaturas muito altas ou baixas, ou mesmo ao ataque de pragas e doenças.
No entanto, são comuns as dúvidas sobre a dose, momento de aplicação e até a identificação da deficiência em campo.
Neste artigo sanamos essas e outras dúvidas,colaborando para a sua adubação potássica em soja!
Como saber se minha lavoura precisa de potássio?
Quando há baixa disponibilidade de potássio sem o aparecimento visual dos sintomas, ocorre o que conhecemos por “fome oculta”.
A “fome oculta” causa redução de crescimento da planta com consequente redução da produção.
Mas, quando a deficiência de potássio é mais severa, podemos ver alguns sintomas característicos como:
Mosqueado amarelado nas bordas dos folíolos das folhas da parte inferior da planta;
Áreas cloróticas avançam para o centro dos folíolos;
Necrose das áreas mais amareladas nas bordas dos folíolos;
Necrose avança para o centro dos folíolos, ocorrendo a quebra das áreas necrosadas;
Grãos pequenos, enrugados e deformados;
Maturidade da soja atrasada, fato que pode causar haste verde, retenção foliar e vagens chochas.
(Fonte: Adaptado de Monteiro, Carmello e Dechen)
Cálculo da adubação potássica em soja
A adubação potássica em soja deve ser recomendada de acordo com as tabelas de cada estado.
As tabelas classificam os nutrientes presentes no solo em faixas de muito baixo ou baixo, médio, alto ou muito alto.
Como vemos na tabela abaixo, para adubação de soja na semeadura e no Estado de São Paulo, vamos fazer a de acordo com a produtividade esperada.
Indicação de nutrição mineral de semeadura para soja no estado de São Paulo (Fonte: Embrapa)
Se você está em outro estado como: Minas Gerais, solos dos Cerrados, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, você pode consultar as tabelas aqui.
Pela análise do solo, o teor de fósforo é igual a 22 mg/dm³ e para o potássio é de 0,4 cmolc/dm³.
Para fazer a interpretação pela tabela de adubação do estado de São Paulo, devemos multiplicar por 10 o valor de potássio de 0,4 cmol/dm³ para igualar as unidades e transformá-lo em mmol/dm³.
Assim temos 4 mmol/dm³ de potássio no nosso solo de exemplo.
Se levarmos em consideração a produtividade esperada maior que 3,5 t/ha, vamos observar que a recomendação para esta faixa é de P2O5 = 50 kg/ha e K2O = 80 kg/ha.
Assim, chegamos na seguinte relação: NPK 00-50-80.
No entanto, não temos essa formulação de fertilizante no mercado!
Então o que fazer?
Uma das formulações mais comuns de NPK pra soja é a 00-20-20.
Esses números significam que a cada 100 Kg desse fertilizante temos 20 Kg de P2O5 e 20 Kg de K2O
Vamos supor que é essa formulação que temos no estoque e faremos os demais cálculos com ela.
Mais sobre adubação potássica em soja: Quantos kg/ha aplicar e quais formulações usar?
Antes de tudo devemos ter em mente que será necessário o parcelamento da dose de potássio, pois a aplicação de doses superiores a 50 Kg/ha de K2O causa intoxicações nas plantas.
Assim,o parcelamento do potássio vai auxiliar a reduzir o risco de salinidade na germinação das sementes, quando houver estresse hídrico.
Em solos de textura média a arenoso, ou seja, quando houver menos de 200 g/kg de argila, o parcelamento de potássio ajuda a evitar as perdas por lixiviação.
Então, aplicaremos equivalente a 50 Kg/ha de K2O na semeadura, e o restante (30 Kg/ha de K2O) como adubação de cobertura.
Como possuímos a formulação 00-20-20, a dose de 250 Kg por hectare dará exatamente 50 Kg/ha de K2O e 50 Kg/ha de P2O5.
Assim, você pode fazer 1/3 da aplicação de potássio na semeadura e 2/3 em cobertura aos 30 dias após a semeadura.
Pessoal, uma observação importante aqui é que antes de você realizar a adubação de cobertura, você precisa ter feito o manejo das plantas daninhas.
Lembre-se: se você adubar a soja (ou qualquer que seja a cultura) na presença das plantas daninhas, estará desfavorecendo a cultura.
As plantas daninhas têm uma grande capacidade competitiva e a maior parte delas é mais eficiente do que as culturas em extrair os nutrientes do solo.
Agora vamos para algumas dicas extras sobre os cálculos de adubação potássica em soja que acabamos de fazer:
Cuidados com unidades e outras informações
Vimos aqui no nosso exemplo que precisamos transformar a unidade de nossa análise de solo.
Isso é muito comum nesses cálculos!
Lembre-se que em alguns estados a unidade do potássio na análise de solo vem em mmolc/dm³.
Para saber quanto tem de potássio em mg/dm³ na sua área, basta multiplicar o valor (mmolc/dm³) pela massa atômica do elemento, que no caso do potássio é aproximadamente 39.
Depois para encontrar esse valor por hectare em uma camada de 0 a 20 cm, é só multiplicar por dois e você terá o valor de quantos kg por hectare de potássio tem na sua área.
Quer saber mais sobre essa transformação com exemplos práticos?
Veja o vídeo:
Vamos entender agora um pouco mais sobre a época de aplicação.
As culturas apresentam uma porcentagem de acúmulo do nutriente em função dos dias após a emergência. Isso é conhecido por Marcha de Absorção.
Para o potássio, podemos observar na figura abaixo que esse nutriente é absorvido pela soja até aproximadamente o estádio R5.5. Ou seja, até o enchimento de grãos, quando se tem de 76% a 100% de granação em um dos quatro nós superiores na haste principal.
Assim, não vai adiantar fazer uma adubação após este período ou muito próximo a ele, pois a planta já não irá mais aproveitar o nutriente.
Também de nada adianta aplicar na época correta, mas de modo inadequado.
Por isso, vamos aos método de aplicação da adubação potássica em soja:
Métodos de aplicação da adubação potássica em soja: Cloreto de potássio a lanço
As fontes mais comuns de potássio são o cloreto de potássio (KCl) e sulfato de potássio (K2SO4), ambos solúveis em água.
A distribuição de fertilizantes pode ser realizada na semeadura ou a lanço antecipadamente.
A adubação na semeadura consiste em aplicar os fertilizantes e sementes ao mesmo tempo na linha de semeadura.
A adubação a lanço antecipada consiste em fazer a aplicação total ou parcial do fertilizante de forma antecipada. Isso permite que a semeadura ocorra de forma mais rápida.
Temos também a adubação de manutenção de cobertura com potássio a lanço em superfície.
Essa adubação ocorre especialmente quando as doses recomendadas na semeadura ultrapassam 50 Kg por hectare de K2O. Doses superiores a isso na semeadura causam intoxicações às plantas de soja, como já comentamos.
Além disso, produtores do Oeste da Bahia vêm realizando a adubação de manutenção a lanço sem incorporação, utilizando rotação de culturas e consórcio de milho com braquiária.
Isso porque a braquiária tem raízes que podem chegar a três metros de profundidade, fazendo com que o potássio lixiviado possa ser absorvido pela braquiária.
É isso o que chamamos de ciclagem de nutrientes, fazendo com que o potássio possa ser aproveitado pela cultura posterior à braquiária.
Tão importante quanto o fornecimento de potássio é o cuidado para que este não seja em excesso:
Como evitar excesso de adubação potássica em soja
O excesso de potássio nas plantas dificilmente vai causar toxidez, mas é considerado “consumo de luxo”.
O principal problema do excesso desse nutriente é que pode interferir na absorção de outros elementos pelas plantas.
A absorção dos nutrientes é afetada por antagonismo, inibição e sinergismo.
Antagonismo: ocorre quando um nutriente diminui a absorção do outro.
Inibição: a presença de um nutriente em excesso inibe a absorção de outro.
Sinergismo: um nutriente aumenta a absorção de outro.
O excesso de potássio tende a diminuir a absorção de sódio, cálcio, fósforo e enxofre, além de inibir a absorção demagnésio.
Adubação foliar de potássio na cultura da soja: Vale o custo?
O objetivo da adubação foliar é complementar a adubação via solo e não substitui-la, a fim de suprir a planta de nutrientes que estejam abaixo do nível crítico.
Entre as principais vantagens estão a correção dos teores de micronutrientes; a uniformidade de aplicação; e a aplicação de pequenas doses.
A análise foliar é uma importante ferramenta que podemos utilizar na hora de fazer essa recomendação.
Então como coletar as folhas de soja para análise nutricional?
Para isso, temos três passos simples:
1.As amostras de folhas de soja devem ser colhidas entre o início da floração e o pleno florescimento;
2. Devem ser coletadas 30 a 40 folhas recém-maduras com pecíolo, ou seja, as 3ª e 4ª folhas trifoliadas a partir do ápice da haste principal;
3. Interprete os resultados. Para isso, você pode utilizar a tabela abaixo:
Concentração de nutrientes usadas na interpretação dos resultados das análises de folhas de soja do terço superior no início do florescimento (estádio R1) (Fonte: Embrapa)
Entretanto, o pesquisador Luiz Alberto Staut da Embrapa Agropecuária Oeste, explica que:
“Essas correções só se viabilizam na próxima safra, considerando que, para as análises, a amostragem de folhas é realizada no período da floração plena, no qual coleta-se o terceiro e/ou quarto trifólio com pecíolo, a partir do ápice da planta, período em que a correção nutricional via foliar não é mais possível”.
Existem três usos da adubação foliar: complementar, suplementar e corretiva (Campo & Negócios). Veremos mais sobre cada uma delas:
Complementar
Utilizada geralmente quando as condições de solo não permitem a adequada absorção do nutriente pela planta.
Assim, 20% a menos do nutriente é aplicado via solo. O restante é feito com 2 a 4 pulverizações foliares.
Suplementar
Neste caso, a adubação via solo é feita normalmente, mas também é realizada uma adubação foliar, o que constitui em investimento extra.
Essa aplicação só se justifica se for realizada em função de ganhos de produtividade, resistência a pragas e doenças e qualidade dos produtos.
Corretiva
Como a absorção via folha é mais rápida (dependendo do nutriente e do produto), pode ser feita a adubação corretiva.
O custo de se realizar a adubação foliar vai depender do equipamento utilizado (tipo de pulverizador e trator) e do produto.
Se você ainda está na dúvida sobre a adubação foliar, não há outro jeito dessa decisão ser mais assertiva do que colocando tudo na ponta do lápis (ou na tela do computador).
Faça as contas e verifique o custo real dessa aplicação. Atente-se principalmente a esse parâmetros:
Custo do adubo foliar (por litro);
Dose recomendada (L/ha);
Número de aplicações;
Custo da aplicação;
Resposta em produtividade esperada (kg/ha);
Valor estimado da venda do produto agrícola.
Conclusão
A adubação potássica em soja é essencial para altas produtividades, mas se não realizada corretamente pode limitar a sua produção.
Planejamento da adubação, análises de solo e cálculos são essenciais para que tudo ocorra bem.
Aqui você viu como realizar tudo isso, além de dicas extras para potencializar sua adubação!
O Baculovírus é à base de vírus, possuindo eficácia para controle da lagartas pequenas, com até 1cm de comprimento.
Bacillus thuringiensis
O Bacillus thuringiensis pode ser um bioinseticida ou ter algum de seus genes incorporados nas plantas.
A sigla “Bt” das sementes com tecnologia Bt que vemos por aí é justamente aos genes de Bacillus thuringiensis que fazem com que a planta produza proteínas inseticidas.
No caso do bioinseticida, o produto é eficaz no controle de várias lagartas comuns em grãos, sendo uma boa opção de manejo para lagartas mais novas de até 0,5 cm de comprimento.
No entanto, se você já possui cultura com tecnlogia Bt, não recomendo o uso desse bioinseticida, já que desse modo seriam dois manejos envolvendo a mesma tecnologia.
O bom e velho conhecido de nós, o Manejo Integrado de Pragas (MIP), que não é uma nova tecnologia, mas é essencial para obter sucesso a curto e longo prazo no manejo.
Paecilomyces lilacinus
Mais recentemente também foram lançados produtos a base de fungos para o controle de nematóides.
Um exemplo é o produto a base do fungo Paecilomyces lilacinus, que tem eficiência para controle de Meloidogyne incognita nas culturas de soja e alface.
Outro fungo para controle de nematóides é o Pochonia chlamydosporia, o produto foi posicionado para as culturas de soja, milho, algodão, olerícolas e frutíferas.
O período de carência, ou seja, o número de dias entre a aplicação do produto e a colheita é por volta de 30 dias. Além disso, precisamos evitar a aplicação do fungo em períodos de estiagem, dando preferência para a aplicação ocorrer nas horas mais amenas do dia, como pela manhã. O armazenamento desse produto também é importante, sendo essencial guardá-lo longe da luz, na sombra.
Vale lembrar que se você for realizar manejos com produtos químicos e biopesticidas, deve-se avaliá-los quanto a seletividade a inimigos naturais e aos componentes do biopesticida.
(Fonte: Embrapa)
2. Novas tecnologias de defensivos agrícolas para controle químico
Aqui podemos citar uma inovação da Embrapa Meio Ambiente em 2016.
Eles aprimoraram a pulverização eletrostática.
Pulverização eletrostática é um sistema universal de eletrificação de gotas, utilizando um sistema pneumático eletrostático transportado e o pulverizador costal eletrostático.
As cargas elétricas fazem com que a trajetória da gota de pulverização seja modificada, assim as gotas caem na parte superior e inferior das folhas das plantas.
Isso nos traz inúmeras vantagens, dentre elas:
Redução do uso de produtos nas lavouras;
Há diversas possibilidades de aplicações de defensivos agrícolas, de acordo com a necessidade de cada cultura, de pequeno, médio e grande porte, o que amplia sua utilização;
Baixo custo;
Capacidade de reduzir de 50% a 90% da calda aplicada por área.
Você pode conferir mais sobre essa tecnologia neste link, nele tem vídeos explicativos sobre a pulverização eletrostática.
3. Defensivos químicos e veículos aéreos não tripulados (VANTs)
Como esta tecnologia pode te ajudar a ter um melhor controle
Os VANTs já são usados na agricultura para mapear e identificar doenças.
Agora é possível utilizar esses veículos aéreos como complementação às pulverizações convencionais.
Os VANTs identificam falhas de aplicação, ou reboleiras de plantas daninhas, doenças e pragas e, assim, fazem a aplicação de defensivos agrícolas de forma localizada.
Isso impede que as plantas, doenças e insetos se alastrem pela lavoura e reduzem a aplicação de defensivos em até 60%.
Veja também as principais doenças do milho neste artigo.
A aplicação homogênea, ou seja, colocar a mesma quantidade de insumo em toda a propriedade não é a melhor opção para um manejo efetivo e sem desperdícios.
A agricultura de precisão (AP) veio para revelar a variabilidade que existe na lavoura, possibilitando a interpretação de mapas e a aplicação em taxa variável.
Para se aprofundar no tema veja alguns artigos relacionados ao tema:
Mas você pode começar essa prática pela simples divisão dos talhões e verificando como ocorreram as atividades agrícolas, principalmente a produtividade por talhão.
Desse modo, você já começa a perceber as diferenças da sua lavoura, o que possibilita uma melhor gestão agrícola!
5. Novas tecnologias para gestão de defensivos agrícolas
Você já deve saber a importância da rotação dos mecanismos de ação dos defensivos químicos, de não deixar nenhum produto vencer e ter o controle de tudo o que foi aplicado.
Isso não é só crucial para as aplicações serem efetivas, mas também no controle dos custos de produção.
Mas são muitas operações, aplicações, defensivos…provavelmente você já se sentiu perdido na planilha ou caderno.
Em um software de gestão agrícola você tem todas essas informações organizadas, fáceis de serem visualizadas e tudo em um só lugar.
No software de gestão agrícola AEGRO, por exemplo, seus dados ficam seguros, sem perdê-los ou esquecê-los.
É possível também planejar as atividades durante a safra e acompanhar se estão sendo realizadas.
Controle da buva resistente a glifosato é essencial para um bom desenvolvimento da sua lavoura. Neste artigo listamos as melhores práticas e como fazer o controle efetivo desta erva daninha.
Anos atrás, a buva não assustava ninguém. Hoje, a história mudou.
Se você tem essa planta invasora na sua fazenda, sabe bem do que estou falando.
E o principal motivo desse jogo virar foi o desenvolvimento da resistência a glifosato.
Sem conseguir controlar a buva pela aplicação do herbicida, a planta se espalha rápido na lavoura.
Três plantas de buva por m² podem resultar em perdas de 4 sacas de soja por hectare.
Mas como fazer o controle da buva resistente a glifosato? E como verificar se o custo compensa?
(Fonte: Jornal Coamo)
Aqui eu te conto como fazer isso e muitas outras dicas e curiosidades, veja:
Como está a “grama do vizinho”: Cenário de buva resistente a glifosato e outros herbicidas no Brasil
Se você tem ervas daninhas resistentes a herbicidas na sua área, não se preocupe.
A grama do vizinho não está mais verde: infelizmente essa é uma situação comum de ser encontrada no país.
No Brasil existem 50 relatos de plantas daninhas resistentes a herbicidas.
Destes, 15 são plantas resistentes a glifosato (herbicidas inibidores da EPSPs) e 8 são de plantas de buva.
Infestação de buva resistente a glifosato no Brasil
Verifique também os herbicidas com mecanismos de ação alternativos indicados para controle da buva resistente a glifosato:
Inibidores da ALS
Clorimuron, cloransulam, diclosulam e iodosulfuron.
Mimetizador de auxinas
2,4 D e dicamba.
Inibidores da glutamina sintetase
Glufosinato de amônio.
Inibidores da PROTOX
Flumioxazin, saflufenacil e sulfentrazone
Inibidores do fotossistema I
Paraquat
Mas não é só com herbicidas alternativos que controlamos eficientemente essa planta daninhas.
O controle cultura é igualmente importante.
Controle cultural da buva
O controle cultural é uma excelente ferramenta para reduzir a infestação. Assim, temos alguns exemplos a seguir.
Lamego et al. (2013) observaram que a infestação de buva é reduzida quando se tem coberturas vegetal (palhada) sob o solo.
(Fonte: Lamego et al., 2013)
Os autores também viram que aliando o manejo cultural ao controle químico (por herbicidas) é possível elevar a produtividade da soja pelo controle da buva.
Eles notaram que, em alguns casos, a cobertura sozinha já foi suficiente para garantir a produtividade da soja.
No trabalho realizado por Rizzardi e Silva (2014), o manejo cultura com coberturas de inverno proporcionou a redução no número e na altura de plantas de buva.
(Fonte: Rizzardi e Silva (2014))
Ou seja, quanto maior for a cobertura do solo, menor vai ser a germinação das plantas de buva. Isso porque essas plantas necessitam de luz para germinar (são fotoblásticas positivas).
Assim, com a cobertura do solo, dificultamos a germinação dessa planta daninha, evitando que ela se reproduza e que deixe mais sementes no solo.
Por isso, esse manejo cultural é importante para áreas com ou sem buva resistente a glifosato ou outros herbicidas.
Mas ainda tenho algumas indicações sobre o manejo em caso de resistência em sua área.
Dicas indispensáveis para o controle da buva resistente a glifosato e outros herbicidas
Aqui estão as principais dicas para prevenir e manejar a resistência de plantas daninhas, incluindo a buva:
Arranque e destrua plantas suspeitas de resistência;
Faça rotação de herbicidas com diferentes mecanismos de ação;
Realize aplicações sequenciais de herbicidas com diferentes mecanismos de ação;
Não use mais do que duas vezes consecutivas herbicidas com o mesmo mecanismo de ação em uma área;
Faça rotação de culturas;
Inspecione o início do aparecimento da resistência, ou seja, faça monitoramentos constantes na sua área;
Use práticas para esgotar o banco de sementes, como estimular a germinação e evitar a produção de sementes das plantas daninhas;
Evite que plantas resistentes ou suspeitas produzam sementes, ou seja, controle essas plantas antes de seu florescimento;
Especialmente no caso da buva, faça o controle quando a planta apresentar 15 até 30 cm, facilitando seu manejo.
Sobre a última dica, tenho algumas considerações a fazer.
Um dos principais desafios do controle químico da buva é o tamanho da planta, porque quanto maior a altura, das plantas mais difícil é o controle.
Por isso é importante saber identificar as espécies de plantas daninhas quando pequenas para, assim, poder controlá-las quando jovens.
Influência do tamanho da buva na eficácia do controle químico aos 28 dias após aplicação, ou 13 dias após a segunda aplicação no caso de 2 aplicações. (Fonte: Blainski,2009)
Aqui fica nítido que quanto maior a altura das plantas de buva no momento da aplicação dos herbicidas, menor é a eficácia de controle.
Para entender mais sobre o controle da buva este vídeo da Embrapa mostra a associação de métodos culturais e químicos:
O custo da buva resistente a glifosato e outros herbicidas
Quando você tem uma erva daninha resistente a glifosato em sua fazenda, seu custo para controlá-la vai aumentar, especialmente se você estiver habituado a fazer somente o controle por glifosato, que é um herbicida barato.
Nesse sentido, estudos mostraram que o custo com o manejo de plantas daninhas aumentou em 82% para produtores que possuem problemas com controle da buva resistente a glifosato e outros herbicidas.
Esse problema fica ainda maior quando se tem além de buva resistente, outras plantas daninhas como azevém e capim-amargoso.
Impacto econômico da resistência de plantas daninhas a herbicidas no Brasil (Fonte: Adegas)
No seu caso, dentro de sua fazenda, você consegue verificar qual o custo com herbicidas ou com manejo de cobertura?
Essa observação é extremamente importante para identificar quais os melhores manejos para controle da buva resistente a glifosato e outros herbicidas e garantem rentabilidade.
Recomendo fortemente que você faça seu orçamento da safra com um planejamento agrícola bem feito.
Juntamente com o monitoramento constante da área, você saberá o que e como fazer para melhorar manejar as plantas daninhas e ainda ser economicamente viável.
Conclusão
A buva resistente a glifosato e a outros herbicidas é um grande problema na lavoura, mas o seu manejo efetivo é possível.
Para prevenção dessa resistência, é importante o manejo com outros herbicidas de diferentes mecanismos de ação, além de métodos culturais.
Aqui vimos quais os produtos e outros métodos de controle da buva resistente a glifosato são melhores.
E é no planejamento agrícola que você vai decidir, com segurança, qual a melhor combinação de medidas de controle.
Isso vai garantir o manejo efetivo dessa e de outras plantas daninhas e ainda rentabilidade na sua safra!
Gostou do texto? Tem problemas para controle da buva resistente a glifosato ou a outros herbicidas na sua área? Sabe de alguma dica importante que não citei aqui? Comente abaixo!