Plantio mecanizado: Tecnologias que estão ajudando o setor

Plantio mecanizado: as principais técnicas, novas tendências e seus benefícios ao agronegócio.

O ciclo de produção agrícola é baseado em uma sequência de atividades dos mais diversos tipos, que incluem:

Todas essas etapas são muito importantes e algumas tendem a ser mais bem preparadas e executadas de maneira mais cuidadosa pelo produtor.

Por muito tempo, o plantio foi deixado de lado, como atividade menos importante, porém, isso tem mudado bastante atualmente, principalmente com o advento de novos maquinários agrícolas e o entendimento da importância dessa operação.

A evolução da tarefa de plantio tem sido muito grande nos últimos anos, com avanços trazidos pelo plantio mecanizado. Porém, por muito tempo as principais técnicas de plantio foram manuais ou semimecanizadas.

Nesse artigo discutiremos o plantio mecanizado, bem como suas principais técnicas, seus funcionamentos, as novas principais tendências e como isso pode beneficiar o agronegócio

Diferença entre plantio e semeadura

Há uma certa confusão entre os termos plantio e semeadura que nem sempre é bem esclarecido no meio rural. A definição mais correta para cada um deles é a seguinte:

  • Semeadura: a técnica de iniciar uma nova lavoura pelo meio do enterrio e cobertura de sementes. São exemplos de semeaduras as culturas de soja, milho, trigo, arroz, feijão, pastagens;
  • Plantio: o plantio é a técnica de formar lavouras por meio da inserção do solo de partes vegetativas da planta (toletes, colmos, etc), ou de mudas pré-formadas. São exemplos de plantio as culturas do café, da cana, as frutíferas.

Porém, é muito comum se usar a palavra plantio para a etapa de início de uma lavoura anual ou perene, pela inserção no sistema do solo das partes que darão origem a uma nova planta.

Nesse artigo utilizaremos o termo plantio como geral, tanto para sementes, como para plântulas (mudas) ou partes vegetativas.

Quais os tipos de plantio?

Há basicamente 3 tipos de plantio:

  • Plantio manual: ocorre em sua totalidade feito por mão-de-obra humana, manualmente, onde todos os processos de abertura do sulco ou cova, a inserção do material vegetal e cobertura com solo é feita através das mãos;
  • Plantio semimecanizado: é um misto entre o uso manual e mecanizado. Nesse caso, há uso de algum equipamento para plantio mecanizado, ou para abertura das covas ou sulcos;
  • Plantio mecanizado: nesse caso toda a operação é feita através de máquinas, com intervenção humana apenas na condução dos maquinários.

Hoje em dia, o plantio manual já é bastante raro nos plantios de longa escala. Já o plantio semimecanizado ainda acontece muito em culturas perenes plantadas através de mudas ou toletes.

O plantio mecanizado, por sua vez, é bastante comum nas lavouras anuais de grãos, apesar de ser cada vez mais comum em plantios de mudas também.

Vantagens do plantio mecanizado

O uso de máquinas cada vez mais modernas traz inúmeras vantagens ao produtor durante o plantio, se comparado aos plantios manual e semimecanizado. Algumas dessas vantagens são:

  • Menor necessidade de mão de obra;
  • Maior precisão, principalmente em sistemas com georreferenciamento;
  • Menor retrabalho e uso de combustível;
  • Maior rendimento em área plantada;
  • Homogeneidade no cultivo e diminuição de falhas;
  • Capacidade de inclusão de tratamentos de sulco e fertilização na mesma ação;
  • Menor risco de acidentes.

Por que o plantio é importante?

No plantio o produtor irá começar a definir a real produção de sua lavoura. Um plantio bem executado visa dar condições da lavoura de atingir o teto produtivo do material genético escolhido.

Nessa etapa são definidas várias características importantes da lavoura, que definirão sua produtividade. São elas:

  • Número de plantas por área e estande inicial: um processo de plantio bem executado propicia uma alta porcentagem de germinação, emergência de plantas e de sobrevivência de mudas de alto vigor. Isso define o número de plantas por área, um dos definidores da propriedade.
  • Cobertura vegetal e capacidade de fechamento de linhas: esse parâmetro é importante no aproveitamento mais eficiente da área, no controle de plantas daninhas, na entrada de maquinários.
  • Capacidade de interceptação de luz solar: esse parâmetro é muito importante para a definição da cobertura da área do solo para maior interceptação de luz, fotossíntese e acúmulo de biomassa.
  • Produtividade: todos esses parâmetros definem ou potencializam a maior produção por área.

Quais as principais tendências modernas para melhorias no plantio?

Existem um número de avanços, incorporados aos novos maquinários ou não, que têm auxiliado na modernização da agricultura e da tarefa de plantio. Abaixo trazemos algumas delas:

  • Georreferenciamento: as máquinas georreferenciadas permitem acompanhamento do plantio e evitam replantio em áreas já plantadas ou falhas de plantio em áreas de mais difícil acesso;
  • Telemetria: são as medições feitas por sensores conectados à máquina que permitem verificar índices de eficiência como velocidade atual e média de plantio, taxa de plantio, variação entre áreas, etc;
  • Sensoriamento remoto: permite a avaliação prévia de áreas por meio de imagens aéreas que permitem verificar problemas físicos ou de infestação de pragas, doenças ou plantas daninhas, prévias ao plantio;
  • Plantio diferencial: permite que as máquinas agrícolas se adequem à declividade e façam um plantio mais homogêneo em termos de distância entre plantas e linhas, profundidade de plantio, cobertura da semente/tolete, distribuição de fertilizantes.
Plantadeira automática fazendo plantio mecanizado de café
Exemplo de plantadeira automática para plantio mecanizado de café
(Fonte: TNonline)

Parcerias Aegro para aperfeiçoamento do plantio mecanizado

O Aegro tem trazido cada mais soluções para auxiliar o produtor, através dos benefícios da digitalização da agricultura.

A plataforma Aegro Máquinas tem integração com duas fabricantes de máquinas agrícolas, John Deere e Stara, além da plataforma de georreferenciamento e ferramentas de clima da Climate Field View.

Essa plataforma dá acesso a muitos dados de diversas atividades, de maneira automática e sendo necessidade de digitação. Eles aparecem em forma cronológica, específicos para a safra escolhida.

Em cada atividade, você visualiza os seguintes dados:

  • Tipo de operação: plantio, aplicação, colheita ou outra;
  • Nome da área, conforme cadastrada no FieldView™, John Deere ou Stara;
  • Horário de início e término da atividade;
  • Mapa do talhão onde foi realizada a atividade;
  • Área realizada;
  • Máquina que realizou a atividade;
  • Insumos utilizados na atividade.
Kit de gestão do maquinário da fazenda

Conclusão

A necessidade de profissionalismo e eficiência em todas as etapas do processo de produção agrícola é cada vez maior. Isso se dá pelo fato de que os riscos à atividade agrícola estão cada vez mais altos e a margem de lucro, cada vez menor.

Priorizar um plantio eficiente e com o mínimo de falhas é um dos pilares para altas produtividades. Isso dá ao produtor uma maior segurança no retorno de seu investimento e maiores chances de sucesso econômico na atividade.

Hoje existem diversas tecnologias para o plantio mecanizado que permitem alta eficiência no processo, seja na semeadura de sementes ou no plantio de mudas ou partes vegetativas. O Aegro entrega soluções inovadoras em parceria com a Stara e a John Deere para maior monitoramento e qualidade das atividades na propriedade.

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“Agricultura inteligente: 6 tecnologias que podem auxiliar sua fazenda”

“Como uma boa gestão de máquinas agrícolas pode diminuir seus custos de safra”

“Guia completo de manutenção de máquinas agrícolas + planilha grátis”

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Entenda a importância da ciência de dados agrícolas

Ciência de dados agrícolas: os novos métodos de medição e técnicas de avaliação de dados que estão revolucionando as atividades rurais e auxiliando o produtor nas tomadas de decisão.

Assim como nas mais diversas atividades modernas, a quantidade de informações disponível ao produtor rural é cada vez maior. O monitoramento das atividades e as tecnologias agrícolas avançam na medida em que a interferência humana é menor.

As informações de sensores para medição de parâmetros do sistema solo-planta-atmosfera, dos sistemas de monitoramento climático, dos maquinários agrícolas e de preços e estoques, dentre outros, chegam ao sistema de dados e devem ser levadas em conta por um profissional que domine a ciência de dados agrícolas.

Essa inteligência influencia o processo de tomada de decisão na propriedade e deve ser priorizada. Uma grande quantidade de dados pode ser um problema para quem não sabe lidar com eles, mas é uma grande fonte de informações para um gestor rural capacitado.

Neste artigo, falaremos sobre a ciência de dados agrícolas na atualidade e o papel do cientista de dados na gestão da propriedade rural.

O que é e para que serve a ciência de dados agrícolas?

A ciência de dados agrícolas tem relação direta com o termo Big Data, que se refere à aquisição, transferência, organização, análise e interpretação de uma massa grande de dados. O Big Data no agronegócio se refere aos dados relativos à propriedade agrícola e aos processos que a influenciam.

Com o aumento da tecnologia no agronegócio, há cada vez mais dados disponíveis e as análises que antigamente eram feitas no papel ou em planilhas simples no computador já necessita de softwares e profissionais especializados.

Esses dados podem ser usados para diversas atividades, como por exemplo:

  • Época de plantio, pulverizações e colheita;
  • Previsão de produção;
  • Mapeamento de doenças e pragas;
  • Monitoramento climático;
  • Controle de estoques;
  • Decisão de compra e venda de insumos e produtos;
  • Manutenção de máquinas;
  • Comercialização agrícola;
  • Gestão de pessoas e financeira.

O que faz um cientista de dados agrícolas?

Um cientista de dados é o profissional responsável por organizar, analisar, interpretar, tirar conclusões e propor ações a partir deles. Ele pode se beneficiar de várias tecnologias para cada uma das etapas dentro do processo completo, desde a aquisição até a tomada de decisões.

Uma das maiores ferramentas atuais do cientista de dados é a inteligência artificial (IA). Por meio de sistemas de análise automática de dados e linguagem de programa de computador, é possível fazer com que os softwares “aprendam” com os dados recebidos e passem a “prever” acontecimentos futuros.

Quanto maior a quantidade de dados adquirida e os ciclos de treinamento da ferramenta, maior será a capacidade de previsão e a assertividade da tomada de decisões do sistema de IA.

Porém, mesmo sem esses sistemas e com os softwares disponíveis hoje em dia, um bom profissional de ciência de dados agrícolas é necessário para propor tomadas de decisões de maior eficiência na propriedade rural.

Que tipos de dados são gerados no meio agrícola?

Existe uma gama de dados que pode ser adquirido em uma propriedade. Aqui trazemos algumas informações importantes que a ciência de dados agrícolas extrai para o produtor rural:

  • Características de solo e talhões: fertilidade, compactação, umidade, declividade, tamanho de área, etc;
  • Medições de parâmetros da planta: parâmetros de crescimento e estádio fenológico, germinação, vigor, fechamento de dossel, etc;
  • Proteção de plantas: populações de insetos e pragas de interesse, incidência de plantas daninhas, etc;
  • Dados climáticos: condições atuais e passadas do clima e previsão futura de condições como pluviosidade, temperatura, úmida e vento;
  • Irrigação: dados sobre vento, evapotranspiração, umidade do solo e necessidade de lâmina de irrigação;
  • Mapas de produtividade: previsão da produtividade em áreas diferentes da fazenda e das culturas utilizadas;
  • Estoques de insumos e peças: controle de insumos necessários de acordo com as atividades da fazenda;
  • Status de manutenção de máquinas: avisos automáticos da necessidade de trocas e verificação de sistemas importantes para os maquinários;
  • Mercados e cotações agrícolas.

O trabalho com ciência de dados agrícolas na prática

Na prática, quem trabalha com ciência de dados agrícolas deve ser responsável por tomar decisões a partir das informações obtidas por meio das informações citadas acima. Confira alguns exemplos:

Caso 1

Após verificar sinais iniciais de infestação de uma doença em um talhão de soja e verificar as condições ideais de vento, temperatura e umidade e a previsão de estiagem para os próximos dois dias, o analista de dados toma a decisão de pulverizar aquele talhão. Para isso, também verifica as condições do pulverizador e a presença do produto necessário em estoque.

Caso 2

Após verificar uma alta incidência de inóculos de uma doença fúngica importante para a cultura do milho no solo de um talhão, o cientista de dados decide por recomendar o uso de uma cultura que não é hospedeiro e daquele fungo na safra seguinte.

Caso 3

Ao perceber que a previsão de chuva e temperatura são ideais para o plantio na segunda quinzena de outubro, o cientista de dados inicia a verificação dos estoques de insumos necessários para o plantio, bem como verifica o status de manutenção de máquinas, já programando o número de horas de trabalho necessárias.

Caso 4

Ao notar uma menor produtividade em algumas áreas específicas de um talhão na safra anterior, faz-se uma amostra seletiva de solo e opta-se por correção diferencial do solo para melhor fertilização e disponibilidade de nutrientes na safra seguinte.   

Quais os benefícios da ciência de dados agrícolas?

Existem muitos benefícios do uso da ciência de dados agrícolas na atualidade. Dentre eles, podemos citar:

  • Assertividade e eficiência: ao se organizar dados e monitorar processos, há uma grande diminuição na probabilidade de erros e um aumento da eficiência dos processos na propriedade.
  • Aumento da produtividade: isso leva a um maior controle das condições de cultivo e condução das lavouras, permitindo uma maior expressão do potencial genético das culturas;
  • Maior sustentabilidade: ao se fazer um uso mais racional de recursos, há vantagens econômicas e ambientais, aumentando a sustentabilidade e viabilidade do negócio rural;
  • Aprendizado ao longo do tempo: ao se acumular dados de várias safras e tratá-los através do uso de IA, pode-se aprender com situações passadas e prever ações que maximizem os resultados no futuro;
  • Diminuição de riscos: tudo isso leva a um menor risco da atividade e maior retorno sobre o investimento.

Como fazer os dados trabalharem a seu favor?

Um software de gestão agrícola como o Aegro é a chave para automatizar os processos, armazenando informações e otimizando a ciência de dados agrícolas, gerando relatórios para análises confiáveis e tomada de decisões mais acertadas.

Os dados armazenados no sistema fornecem informações para a redução de custos e o aumento da produtividade. 

É possível acompanhar todas as etapas desde o planejamento, plantio, até a colheita, encontrando oportunidades de melhorias nesses processos através da análise dos dados coletados.

Conclusão

A modernização da atividade agrícola é cada vez mais necessária no Brasil e no mundo. Já não há mais espaço para amadorismo no agronegócio, e isso é o que define quem vai continuar ou não no mercado.

A ciência de dados agrícolas substitui a simples observação ou o monitoramento de baixa eficiência dos processos envolvidos na produção agrícola. O produtor deve atentar para as oportunidades de monitorar sua propriedade de maneira intensa e detalhada por meio da aquisição e análise de dados.

Sensores, imagens de satélites, plataformas digitais, máquinas automáticas georreferenciadas, sistemas de internet e inteligência artificial são ferramentas já presentes no agronegócio e que devem estar cada vez mais inseridas na atividade.

Assim, a ciência de dados agrícolas permite que o produtor seja muito mais assertivo em suas tomadas de decisão, aumentando o lucro, diminuindo os riscos e sendo cada vez mais sustentável.

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“Big Data no agronegócio: a revolução dos dados”

“Tecnologias agrícolas: o presente e o futuro do agronegócio”

“Agricultura inteligente: 6 tecnologias que podem auxiliar sua fazenda”

“Como protegemos os dados da sua fazenda no Aegro”

Sucessão feminina na fazenda: 5 dicas crescer o negócio rural

Sucessão feminina na fazenda: veja os principais pontos de atenção (como organização do negócio, capacitação e outros) para obter uma transição melhor e mais segura.

A sucessão familiar faz parte de um processo e de um planejamento que inclui o que acontece com a propriedade quando uma geração se afasta e a pessoa sucessora assume os negócios.

Isso permite aos sucessores a oportunidade de manter aquela operação agrícola ou pecuária em funcionamento e seguir em frente para que as futuras gerações também continuem no negócio.

Esse planejamento deve incluir não só o objetivo principal da propriedade, mas também considerar as necessidades de ambas as gerações. E, quando tocamos na questão de gênero, muitas vezes essas necessidades, e a própria transição em si, pode ser um pouco mais complicada. 

O último Censo Agropecuário evidenciou que 19% dos estabelecimentos agropecuários tem mulheres como proprietárias, e esse valor só tende a aumentar.

Por isso, listamos aqui 5 pontos de atenção que lhe ajudarão em uma sucessão feminina na fazenda muito mais tranquila e segura. Confira!

1. Organize o negócio rural

É imprescindível que a fazenda possua um inventário detalhado dos ativos que possui, o que é devido (se houver) e quanto vale atualmente. Em outras palavras, um balanço detalhado. 

Caso você já possua um software de gestão agrícola, todos esses dados estarão disponíveis de forma muito mais fácil e, literalmente, na palma da sua mão. Nesse sentido, o Aegro pode te ajudar.

Também será necessário elaborar um testamento e uma procuração para cuidados de saúde do gestor ou gestora atual. Deverá ser decidido como a herança será partilhada entre os entes queridos, sendo possível até mesmo minimizar os impostos nesse planejamento. São assuntos delicados, mas importantes o suficiente para que você não deixe ao acaso.

Para fazer toda essa organização do negócio rural, você precisará de um bom advogado ou escritório de advocacia. Pode parecer exagero, mas os honorários advocatícios são razoáveis em comparação com os benefícios obtidos ou as perdas evitadas. Também existem escritórios, inclusive do agronegócio, especializados em sucessão familiar.

Você pode economizar algum tempo nessa etapa se possuir os registros dos últimos anos (além do balanço patrimonial já citado), fornecendo um retrato preciso do seu negócio com os seguintes documentos:

  • Informações pessoais e familiares, incluindo nomes, endereços, informações de contato, idades, etc.;
  • Se já houver testamento em vigor é preciso encontrá-lo e mostrar aos advogados;
  • Descrição da área, incluindo CAR, posição geográfica, valor estimado atual e outros;
  • Liste outros interesses comerciais que do negócio da família, incluindo a descrições e os valores;
  • Contas bancárias e seus saldos;
  • Ações, fundos e outros;
  • Apólices de seguro de vida, empresa, titular da apólice e outros detalhes, incluindo beneficiários e valores;
  • Planos de aposentadoria;
  • Inventário agrícola e pecuário;
  • Empréstimos ou outras obrigações pendentes, incluindo contratos e valores.
Gerações sobrepostas na gestão de negócios agrícolas
Gerações sobrepostas na gestão de negócios agrícolas
(Fonte: BREKKEN, C.A.; HOBSON, J. em Oregan State University, 2023.)

2. Faça uma capacitação profissional voltada à sucessão feminina na fazenda

Se você já sabe que vai ser a sucessora, ou ao menos uma das sucessoras, do negócio familiar, por que não investir em conhecimento para quando o momento chegar se sentir ainda mais segura?

O agronegócio é dinâmico e vem se tornando cada vez mais tecnológico; a capacitação profissional é essencial para entender como as inúmeras evoluções e novas tecnologias podem ajudar na sua rotina do campo.

Aproveite para complementar seu conhecimento: se você já possui um conhecimento em gestão, faça cursos mais voltados ao agro e à operação. Por outro lado, se você possui formação no agro, faz mais sentido procurar algo relacionado à liderança e gestão.

A capacitação profissional não se limita apenas às habilidades técnicas. Ela também envolve o desenvolvimento de habilidades de liderança feminina e empreendedorismo. As sucessoras precisam se sentir confiantes em liderar, tomar iniciativas e buscar oportunidades de crescimento. Cursos e programas que abordam essas competências são igualmente importantes.

A Agroadvance, a melhor escola do agro, pode te ajudar nesse sentido. Há vários cursos técnicos voltados para o agro (que você pode conferir aqui), e também para gestão e liderança, como o MBA em Liderança, Gestão e Estratégia no Agronegócio com uma abordagem aplicada e mais voltada à gestão e liderança da propriedade.

Controle o balanço patrimonial da fazenda

3. Desenvolva um plano de transição de gestão

Desenvolver um plano de transição envolve garantir que a geração proprietária esteja pronta para abrir mão de algumas decisões e responsabilidades, enquanto a geração sucessora esteja preparada para assumir isso, o que envolve, como citamos no ponto 2, capacitação, além de compromisso e comprometimento.

Diante disso, é preciso criar uma linha do tempo, fornecendo uma estrutura e datas-chave para a transferência de responsabilidades de curto, médio e longo prazo. O cronograma também deve incluir marcos na transferência de gestão. 

Em um primeiro momento não se preocupe em como será feito, mas o que deve ser feito. Sem um cronograma, você não saberá se está falhando ou conseguindo atingir os objetivos da sucessão. 

Coloque tudo isso por escrito e leve ao seu advogado, juntamente com os outros documentos listados no ponto 1.

Durante essa reunião com a advocacia você conhecerá opções ou ferramentas que podem ser utilizadas para tornar sua sucessão feminina na fazenda bem-sucedida.

É importante ressaltar que, embora deva ser estabelecido um cronograma para a realização de cada etapa, dependendo da complexidade dos negócios rurais familiares, o processo sucessório pode envolver alguns anos. Por isso, esteja ciente desse tempo necessário e desenvolva um planejamento já considerando isso.

Dados do IBGE sobre estabelecimentos rurais dirigidos por homens e mulheres apontam a relevância da sucessão feminina
Dados do IBGE sobre estabelecimentos rurais dirigidos por homens e mulheres apontam a relevância da sucessão feminina
(Fonte: Embrapa)

4. Reúna os envolvidos no processo e estabeleçam decisões em contratos

Reúna-se com sua família, sendo que a responsabilidade de quem estará presente nessa reunião deve ser do atual gestor em conjunto com a sua opinião (sucessora). 

Esteja ciente que com isso você colherá a opinião de todos. Depois de recolhidas estas informações, a tomada de decisões será feita também entre a atual gestão e você como sucessora.

Nesse momento é importante a conversa com aqueles que têm direito a herança e não trabalham diretamente nas propriedades, já que eles podem desejar liquidar sua parte do patrimônio mais cedo.

É interessante estar ciente que há algumas opções para a gestão vigente que pode, por exemplo, escolher aposentar mais cedo e viver em outro lugar.

Há também a possibilidade da gestão atual e você sucessora permanecem como coproprietários e receberem dividendos regulares dos lucros da exploração agropecuário. Um acordo como este pode incluir um conselho familiar, incluindo irmãos que não trabalham na agricultura, que funciona de forma semelhante a um conselho corporativo com reuniões e agendas para tomar decisões estratégicas importantes.

Além disso, outros modelos de gestão nas fazendas também estão surgindo e é interessante perguntar ao seu advogado as opções possíveis dentro da sua realidade familiar, financeira e profissional.

Após serem tomadas as decisões, os acordos devem ser escritos e assinados por todos os envolvidos.

5. Prepare-se e esteja atenta às mudanças

O último ponto é saber que o plano que você implementou mudará com o tempo, o que significa que os eventos e circunstâncias familiares tornarão o seu plano atual inválido, e não há problema nenhum nisso.

Você e seu negócio rural já possuem um cronograma, já estão organizados e conseguem fazer essas mudanças muito mais facilmente; só é preciso lembrar de fazê-las.

Portanto, certifique-se de revisar sua sucessão feminina na fazenda periodicamente e alterá-la conforme necessário.

Planilha de fluxo de caixa para sucessão feminina

Conclusão

Durante todo o processo sucessório, é necessária uma boa comunicação entre a gestão atual e a futura. É preciso que o gestor e você sucessora alinhem os objetivos e expectativas, entendendo que ambos os lados terão que fazer concessões.

Isso pode envolver alguns complicadores pela sucessão feminina na fazenda. Porém, ao seguir todos os pontos que aqui listamos, é possível minimizar os atritos.

É importante ressaltar que a sucessão é um processo, ou seja, não acontece de uma só vez. Isso pode envolver anos de capacitação, transição da gestão e outros fatores, mas que no final vale a pena a continuação do legado familiar.

Muitas vezes, a sucessão é deixada de lado, especialmente a sucessão feminina na fazenda, porém é exatamente isso que assegura o negócio familiar rural para as próximas gerações.

>> Leia mais:

“Liderança feminina no agro: conquistas e desafios do setor”

“Finanças no agronegócio: como fazer uma gestão financeira estratégica”

“Veja como adotar práticas de tecnologia e sustentabilidade no campo na sua fazenda”

Saiba como fazer o cadastro do eSocial para produtor rural

eSocial para produtor rural: entenda quem precisa apresentar, quais são os eventos de tabela e periódicos e muito mais!

O produtor rural é obrigado a apresentar informações relacionadas a seus empregados e à comercialização da produção rural no eSocial.

O eSocial é um projeto do Governo Federal que tem como objetivo desenvolver um sistema de coleta de informações trabalhistas, previdenciárias e tributárias. Isso possibilita aos órgãos a apuração de tributos e da contribuição para o FGTS.

Dentre as pessoas obrigadas a enviar informações pelo eSocial está quem produz. No entanto, há algumas exceções, e conhecê-las é fundamental para orientar bem seus clientes.

Neste artigo, veja como funciona e conheça todos os detalhes do eSocial para produtor rural. Boa leitura!

Pessoa física precisa apresentar eSocial para produtor rural?

Sim, desde que esse produtor tenha contratado algum prestador de serviços que seja pessoa física e tenha obrigações trabalhistas, tributárias ou previdenciárias. Produtores rurais fazem parte do grupo 3 dos 4 grupos obrigados a entregar o eSocial.

Se o produtor pessoa física possuir empregados, deverá enviar pelo eSocial informações dos seus empregados e também as suas informações pessoais.

Considera-se produtor rural a pessoa física ou jurídica, proprietária ou não, que desenvolve atividade rural, pesqueira ou silvicultural. O eSocial para produtor rural pessoa física se apresenta de duas formas:

  • o segurado especial que, na condição de proprietário, de parceria rural, meeiro, comodato rural ou arrendamento rural, exerce a atividade individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros. Seus respectivos cônjuges e filhos maiores de 16 anos ou a eles equiparados também se enquadram, desde que trabalhem comprovadamente com o grupo familiar;
  • a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária ou pesqueira, em caráter permanente ou temporário. Essa pessoa deve explorar a atividade diretamente ou por intermédio de prepostos e com auxílio de empregados, ainda que usados de forma não contínua.

Como funciona o eSocial para produtor rural

Qualquer empregador rural terá que enviar informações relacionadas aos seus empregados, assim se enquadrando no eSocial para produtor rural. Além disso, os produtores rurais também devem enviar informações pessoais.

Segundo as regras, quem produz como pessoa física contribuinte individual está desobrigado a enviar informações ao eSocial para produtor rural em uma situação específica. Isso acontece quando comercializa sua produção diretamente com a empresa adquirente, cooperativas e laticínios.

Ao comercializar para outra pessoa física, para o varejo e para o consumidor final, ou quando houver exportação direta ou indireta de sua produção, quem produz é obrigado a prestar as informações.

No mais, o produtor classificado como segurado especial também deve prestar informações no eSocial para produtor rural, inclusive quando comercializar com empresas e cooperativas.

No eSocial, os registros são cadastrados como eventos. Esses eventos são classificados como de tabelas, periódicos, não periódicos e de Segurança e Saúde no Trabalho.

Como fazer o cadastro?

Se quem produz é obrigado a enviar obrigações para o eSocial, precisa fazer cadastro no Caepf (Cadastro de Atividade Econômica de Pessoa Física). O Caepf substitui a matrícula CEI do produtor, e esse cadastro é feito no portal e-Cac.

Com o cadastro feito, oriente o produtor rural a se cadastrar no site do eSocial. Como será o primeiro acesso, é necessário clicar na opção “primeiro acesso”, circulada de vermelho na imagem abaixo.

Tela de inscrição no eSocial para produtor rural
Tela de inscrição no eSocial para produtor rural
(Fonte: eSocial)

Eventos do eSocial

Com o objetivo de garantir a eficiência do eSocial, o envio das obrigações para cada grupo deve ser feito em etapas. Estas etapas são divididas por grupos de obrigados e, dentro de cada grupo, por tipo de evento.

Dos quatro grupos que integram o eSocial, vale lembrar  que os produtores rurais pessoas físicas fazem parte do 3º grupo. Também fazem parte desse grupo os empregadores optantes pelo Simples Nacional, pessoas físicas (exceto doméstico) e as entidades sem fins lucrativos.

Na primeira fase, os produtores devem enviar os eventos de tabela. Na segunda fase, devem ser enviados os não periódicos. Na terceira fase, os eventos periódicos devem ser enviados. Na quarta fase, por fim, os eventos de Segurança e Saúde no Trabalho são enviados. 

Os períodos de obrigatoriedade dos eventos são definidos por legislação específica.

A forma como os dados devem ser dispostos num evento, as regras de validação de preenchimento dos campos e a estrutura dessas informações, é chamada de layout (ou modelo). 

Todos os eventos possuem um modelo específico que ficam disponíveis no site do eSocial. 

Eventos de tabelas e eventos periódicos

Os produtores rurais devem ficar atentos a dois tipos de eventos: o evento de tabelas e os eventos periódicos.

O evento de tabelas é o primeiro grupo de eventos a ser transmitido no Ambiente Nacional do eSocial.  O produtor rural deve preencher os eventos:

  • S-1000, que identifica o declarante;
  • S-1005, tabela de estabelecimentos;
  • se houver processos, o evento S-1070, de informações de processos administrativos e judiciais.

Os eventos periódicos são aqueles cuja ocorrência tem periodicidade previamente definida, compostos por informações de: folha de pagamento e apuração de outros fatos geradores de contribuições previdenciárias.

Cabe ao produtor rural pessoa física e ao segurado especial o preenchimento do evento S-1260, de comercialização da produção rural pessoa física.

O evento S-1260 deve ser enviado até o dia 15 do mês seguinte da emissão das notas, antecipado para o dia útil anterior quando não houver expediente bancário.  

Antes desse evento, já deve ter ocorrido obrigatoriamente a transmissão dos eventos S-1000, S-1005, e se houver, o evento S-1070. Quando não houver emissão de notas fiscais, é preciso estar informado no eSocial que não houve tal movimentação. 

Além disso, caso o produtor rural comercialize apenas produção rural de terceiros, este não deve informar o evento S-1260. Neste caso, não há substituição da contribuição previdenciária. Além desses, há o envio dos eventos comuns a outras áreas, como:

  • cadastro de trabalhadores
    • S-1290
    • S-2200
    • S-2205
    • S-2206
  • pagamento de rendimentos de trabalho (S-1210);
  • afastamento temporário (S-2230).

A comercialização da produção por produtor rural pessoa jurídica ou agroindústria deverá ser informada no evento R-2050 da Escrituração Fiscal Digital de Retenções e Outras Informações Fiscais – EFD Reinf.

Conclusão

O eSocial para produtor rural é uma importante obrigação dos empregadores junto ao Governo Federal e as obrigações trabalhistas. Ele não deve ser ignorado, afinal, há possibilidade de fiscalização.

Dada a complexidade dos eventos e obrigações a serem declaradas no eSocial para produtor rural, é ideal que o consultor esteja ciente quanto aos eventos que se aplicam para sua situação.

Isso o ajudará a ter melhor controle das informações a serem fornecidas, além de o manter sempre por dentro da legislação vigente.

Tirou suas dúvidas sobre o eSocial para produtor rural? Envie para seus colegas ou clientes que precisem dessa informação e assine nossa newsletter!

Tributação do milho: Veja as cargas tributárias por estado

Tributação do milho: entenda a classificação e seu impacto nos tributos, saiba quando é isento e muito mais!

A produção brasileira de milho na temporada 2022/23 deve bater o recorde do ano anterior e superar a marca de 131,87 milhões de toneladas.

Segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), essa estimativa representa um crescimento de 16,6% (18,7 milhões de toneladas a mais) em comparação com a safra brasileira de milho em 2021/2022, que superou os 113 milhões de toneladas.

Sabendo da importância do cultivo deste grão para o país, neste artigo serão abordados os principais parâmetros da tributação do milho — tanto encargos quanto benefícios. Boa leitura!

Classificação do milho

É importante conhecer a classificação das NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) para algumas formas de como o milho é vendido. 

As definições são realizadas quanto à finalidade do produto. Neste sentido, podemos separar aqueles que são destinados para consumo. Estes são classificados como produtos hortícolas, plantas, raízes e tubérculos, comestíveis.

É nessa categoria que está classificado o milho verde, de NCM 0709.99.19 e o milho doce, com classificação NCM 0710.40.00.

O milho, quando comercializado em grãos, está dentro da classificação de cereais. Ele recebe a NCM 1005.90.10 quando em grão e 1005.10.00 quando para semeadura.

Ademais, o milho beneficiado é classificado pela NCM 1104.23.00. É um grão beneficiado aquele que sofreu alguma alteração humana, como os descascados, esmagados, em flocos, em pérolas, cortados ou partidos.

Tributação do milho na pessoa física ou jurídica

A tributação do milho é influenciada pelo regime tributário adotado pelo produtor. Essa variação se dá na alíquota do imposto de renda e na incidência ou não de contribuições sobre a operação.

O imposto de renda será tributado tanto na pessoa física quanto na jurídica, assim como o Funrural e o ICMS. Já o PIS e a Cofins incidem apenas nas operações de pessoas jurídicas.

Vale ressaltar que as operações de exportação não sofrem incidência de PIS, Cofins e ICMS. Estes tributos, entretanto, serão cobrados normalmente nas saídas dentro do país

Funrural

O Funrural é a contribuição previdenciária da atividade rural. Ele incide diretamente sobre a receita bruta de comercialização dos produtos ou pela folha de pagamento e atinge tanto pessoas jurídicas quanto produtores pessoas físicas.

Esta contribuição abrange o INSS Patronal, o Gilrat (Contribuição do Grau de Incidência de Incapacidade Laborativa decorrente dos Riscos Ambientais do Trabalho) e o Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural).

Para os produtores, a alíquota do Funrural é de 1,5% para pessoa física e 2,05% para pessoa jurídica.

Imposto de Renda

Os produtores pessoas físicas devem acompanhar a tributação do Imposto de Renda pela escrituração do Livro Caixa. Nele, os produtores devem informar todas as receitas, despesas e investimentos. 

É facultado ao produtor a apuração pela forma presumida, onde a alíquota do IR fica limitada a 20% da receita bruta

É importante ressaltar que mesmo que opte pela forma presumida, todas as informações devem ser inseridas no programa do imposto de renda

Já a tributação na pessoa jurídica está diretamente ligada ao regime tributário que a empresa rural optou. Assim, os regimes de tributação podem ser o Simples Nacional, Lucro Real ou Lucro Presumido.

PIS e Cofins

A tributação do milho pelo PIS e pela Cofins se dará pelo regime tributário optado pelo produtor e seguirá as alíquotas estabelecidas. 

Para os produtores no regime não cumulativo, a alíquota das duas contribuições somadas é de 9,25%. No regime cumulativo, a alíquota é de 3,65%.

ICMS do milho

O ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) é de competência de cada estado. A incidência se dá sobre as operações relativas à circulação de mercadorias

Em regra geral, nas operações interestaduais se aplica a alíquota de 12%, quando o destinatário estiver localizado nos estados de:

  • Minas Gerais;
  • Paraná; 
  • Rio de Janeiro;
  • Rio Grande do Sul;
  • Santa Catarina;
  • São Paulo. 

Para os demais Estados e no Distrito Federal, a alíquota vigente é de 7%.

Entretanto, conforme o Convênio ICMS nº 100/97, nas operações interestaduais, a base de cálculo do ICMS fica reduzida em 30% nas saídas de milho quando destinadas:

  • a produtor;
  • à cooperativa de produtores;
  • à indústria de ração animal; ou
  • órgão oficial de fomento e desenvolvimento agropecuário vinculado ao estado ou Distrito Federal.

É importante informar que o milho não está sujeito ao regime de substituição tributária, portanto não possui Cest (Código Especificador da Substituição Tributária) atribuída. 

Tributação do milho em grão e verde por estado

A tributação do milho, nas operações internas em cada estado, dependerá da legislação de cada unidade da Federação. Abaixo, selecionamos os possíveis benefícios fiscais em estados produtores de milho conforme o RICMS de cada estado.

ICMS do milho em SP

A alíquota do ICMS do milho em SP é de 18%

Porém, nas operações internas o milho como insumo agropecuário, quando destinado à produtores, à cooperativa de produtores, à indústria de ração animal ou à órgão de fomento e desenvolvimento agropecuário vinculado ao Estado será isento do ICMS.

Nas demais saídas internas, exceto para consumidor final, o milho em palha, em espiga ou em grão tem o ICMS diferido.

O milho verde em estado natural é isento de ICMS no Estado de São Paulo, exceto quando destinado à industrialização.

A tributação do milho dependerá da legislação de cada unidade da Federação
A tributação do milho dependerá da legislação de cada unidade da Federação
(Fonte: Portal do Agronegócio)

Goiás

No estado de Goiás a alíquota básica de ICMS do milho é de 12%.

Nas operações internas, os produtos agrícolas destinados à industrialização possuem o benefício de isenção.

O milho, exceto o verde, como insumo agropecuário também  tem a isenção nas operações internas desde que  destinado:

  • a produtor;
  • à cooperativa de produtores;
  • à indústria de ração animal;
  • à órgão oficial de fomento e desenvolvimento agropecuário vinculado ao Estado de Goiás.

Como produto hortifrutícola em estado natural, o milho verde é isento de ICMS tanto nas operações internas quanto nas interestaduais.

Mato Grosso

No estado do Mato Grosso, a alíquota básica do ICMS do milho é de 17%

Nas operações internas o milho como insumo agropecuário tem a isenção quando destinado:

  • a produtor;
  • à cooperativa de produtores;
  • à indústria de ração animal;
  • à órgão oficial de fomento e desenvolvimento agropecuário vinculado ao Estado de Goiás.

Para produtos hortifrutigranjeiros em estado natural, como o milho verde, há isenção de ICMS em operações internas e interestaduais, exceto para industrialização. 

Mato Grosso do Sul

No estado do Mato Grosso do Sul, a alíquota básica do ICMS do milho é de 17%

Nas operações internas, o milho como produto agrícola  possui diferimento do ICMS quando destinado a (Decreto n° 9.895/2000):

  • estabelecimento industrial;
  • estabelecimento industrial detentor de regime especial;
  • estabelecimento da própria cooperativa, de cooperativa central ou de federação de cooperativa de que a remetente faça parte, desde que detentor de regime especial;
  • industrialização de ração animal pelo estabelecimento industrial adquirente;
  • destinados a produtores rurais, para uso como ração animal

Nas operações internas, quando o grão é destinado à comercialização ou industrialização pelo destinatário, a tributação do milho tem redução da base de cálculo, resultando na carga tributária de 12% de ICMS.

As saídas internas e interestaduais do milho verde são isentas.

Rio Grande do Sul

No estado do Rio Grande do Sul, a alíquota básica do ICMS do milho é de 17%

Nas operações internas com milho em grão, aplica-se o diferimento do ICMS, exceto nas saídas destinadas a estabelecimento varejista e a consumidor final.

Nas operações internas, o milho como insumo agropecuário tem a isenção quando destinado:

  • a produtor;
  • à cooperativa de produtores;
  • à indústria de ração animal;
  • à órgão oficial de fomento e desenvolvimento agropecuário vinculado ao Estado de Goiás.

O milho verde nas saídas internas e interestaduais também serão alvo de isenção.

Faça o planejamento tributário das fazendas

Conclusão

A tributação do milho pode variar conforme a forma em que o grão está apresentado, pelo estado onde é produzido e conforme o regime optado por seu produtor.

Munido destes conhecimentos, fica mais fácil planejar a forma como será feita a sua produção e comercialização. 

Assim, uma produção mais bem planejada pode render melhores resultados financeiros ao agricultor.

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Liderança feminina no agro: conquistas e desafios do setor

Liderança feminina no agro: a história das mulheres na agricultura, cenário atual, cooperação, mulheres em destaque, desafios e mais. 

A história é feita por ciclos, que têm por características mudar o modo de visão ou de trabalho de setores e aspectos da vida cotidiana.

Pode-se dizer que as mulheres começaram a ser vistas nestes ciclos como trabalhadoras somente a partir de 1908, e estão conquistando cada vez mais espaços ao longo da história mundial.

No campo, por muitos anos, as mulheres assumiram um papel secundário, de suporte ao homem, auxiliando em seus afazeres conforme necessário.

Porém, nos últimos anos, as mulheres saíram desse segundo plano para assumir um papel de liderança em diversos setores do agronegócio.

Neste texto, vamos abordar a importância da liderança feminina no agro, o que mudou e vem mudando para que as mulheres assumam mais papéis dentro do setor, quais as formas de atuação da mulher e muito mais. 

Papel das mulheres no início da agricultura 

A liderança feminina no agro é histórica. Afinal, as mulheres foram pioneiras no cultivo agrícola.

Esta frase pode soar estranha e errônea se analisarmos o setor agrícola nos últimos séculos. Mas, se pararmos para refletir e acessarmos nossas aulas de História, lembraremos que os seres humanos deixaram de ser nômades, no período neolítico, justamente pela descoberta da arte de semear.

Naquela época, os homens ficavam responsáveis pela caça; o plantio e os cuidados com a terra ficavam a cargo das mulheres. Assim, quando analisamos a história da evolução humana, atestamos que é verdade, as mulheres são pioneiras na agricultura. Mas essa história foi se alterando no decorrer dos anos.

Com o crescimento do setor agrícola e pecuário, principalmente em áreas grandes e médias, os homens foram assumindo o papel de liderança, ficando as mulheres sem atuação ou com papéis secundários no campo.

Cenário das mulheres no agronegócio atual

A liderança feminina no agro foi sendo recuperado aos poucos. Inicialmente, as faculdades de agronomia tinham proporção de uma mulher a cada 40 alunos, e hoje já vemos esse número se equilibrar.

As atividades destinadas às mulheres no agronegócio eram, em sua maioria, dentro de laboratórios e, com menor frequência, uma participação na gestão.

Atualmente, vemos a liderança feminina no agro crescer em diversos setores, como chefes de empresas agrícolas, cargos (grandes) em multinacionais, agrônomas atuando na compra e venda de produtos, consultoria nas fazendas, donas, administradoras e gestoras de fazendas.

Ou seja: em todos os setores agropecuários, é possível hoje se deparar com uma mulher trabalhando no negócio agrícola, e, muitas vezes, em cargos de chefia.

Porém, ainda há bastante a ser conquistado para a liderança feminina no agro ser equânime.

Segundo dados do último Censo Agropecuário em 2017, feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 5,07 milhões de estabelecimentos rurais, apenas 19% (947 mil) são dirigidos por mulheres, que administram 30 milhões de hectares — cerca de 8,5% do total cultivado no país.

As principais atividades exercidas por estas mulheres são apresentadas no gráfico acima. As demais atividades são distribuídas entre produção florestal, horticultura e floricultura, aquicultura, pesca e produção de sementes e mudas certificadas.

Estes dados mostram que, mesmo a pequenos passos, as mulheres estão se inserindo no setor agropecuário.

Crescimento da liderança feminina no agro

O agronegócio no geral é um setor masculino. Foi muito difícil, inicialmente, para a liderança feminina no agro se fazer presente; muitas mulheres se inseriram no setor agrícola ao longo dos anos, mostrando seus conhecimentos, adquirindo espaço e ganhando reconhecimento.

Um diferencial marcante é a ajuda mútua entre mulheres no setor agrícola. Com o aumento da presença e liderança feminina no agro, muitas se juntaram e começaram a criar grupos de apoio, criando atividades, palestras, cursos e treinamentos voltados para o conhecimento em todas as áreas do setor rural.

Alguns grupos, sites e prêmios voltados para as mulheres do agro são listados a seguir:

Estes grupos são criados e administrados por mulheres que participam da agricultura de alguma forma. Em geral, são realizados encontros para troca de conhecimento e ajuda, por meio de discussões, palestras presenciais e online, cursos, eventos e a própria vivência no campo.

Com estes grupos de apoio, as mulheres buscam novas maneiras de enxergar e mudar o rumo da agricultura, compartilhando suas histórias e sucessos.

Há ainda muitas mulheres fazendo conteúdo da vida no campo, do cotidiano, dos trabalhos e conteúdo técnico pelo Instagram, em páginas como Agro Delas, Mulheres Essência do Agro, Ligia Bronholi Pedrini, Mulheres do Agronegócio Brasil, Agro Mulher Mentoring, Khiara Campos e muitas outras.

O crescimento da liderança feminina no agro tem sido tão relevante que, desde 2016, há o Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio (CNMA).

O último, realizado em 2022, contou com mais de 2500 mulheres participantes, vindas de 26 estados brasileiros e outros 3 países, com palestras e debates sobre todos os setores do agronegócio e a inserção de mulheres em posições de liderança.

Além da cooperação, o avanço tecnológico possibilitou a o crescimento da liderança feminina no agro. Antigamente, muitas operações realizadas nas áreas rurais demandavam força — o que, no geral, acaba sendo uma desvantagem para a mulher.

Com o aumento da tecnologia, com tratores e implementos agrícolas, colhedoras, semeadoras, pulverizadores e, mais recentemente, o uso de drones de pulverização, as mulheres foram capazes de realizar estas tarefas.

Liderança feminina no agro

Para ser um bom exemplo de liderança feminina no agro, não é preciso apenas saber dar ordens e gerenciar a equipe de trabalho. Muitas outras funções e responsabilidades vêm com essa posição, seja o líder homem ou mulher.

Liderar uma equipe é tarefa difícil, pois cada membro tem suas características, pontos fortes e fracos, habilidades e incapacidades.

Gerir pessoas é um ato de saber lidar com as diferenças, ter calma em momentos de estresse e erros e, principalmente, conseguir ter uma boa comunicação com a equipe, sabendo impulsionar cada membro para dar o seu melhor.

Uma pesquisa realizada pela Leadership Circle, com análises de mais de 84 mil líderes e 1,5 milhão de avaliadores, apontou que a liderança feminina no agro tem sido mais eficaz que a masculina.

O estudo destaca que as mulheres conseguem ter uma melhor comunicação e transformar a equipe em um time coeso, que busca e foca nos resultados a ser alcançados.

A liderança feminina no agro ainda é alvo de muito preconceito. Isso exige da mulher mais “jogo de cintura” para lidar em determinadas situações e eventos.

Entretanto, já podemos ver muitas mulheres como gerentes de fazendas, consultoras, vendedoras, pesquisadoras e administradoras de grandes empresas.

No Prêmio Mulheres do Agro, muitas se destacam por fazerem sua atuação no agronegócio algo marcante, seja em pequenas, médias ou grandes propriedades rurais.

Helga França de Paiva foi ganhadora do prêmio em 2022 na categoria de grande propriedade, engenharia agrônoma e produtora. Ela destina 5.000 hectares para soja, milho, produção de sementes e pecuária bovina, na cidade de Ibiá, Minas Gerais.

Na categoria de média propriedade, com 150 hectares e produção média de 6 mil sacas de café, Mariana Heitor exporta seus grãos produzidos em Patos de Minas, Minas Gerais, para países como Reino Unido, Japão, Austrália e Grécia, além de ter parceria com Nescafé, Nespresso e Starbucks.

Com uma área de 88 hectares, Juliana Rezende Mello se destacou na premiação de pequena propriedade. Formada em Farmácia, aceitou o desafio de produzir café em Monte Carmelo, também no estado de Minas Gerais.

Essas mulheres são apenas três exemplos de liderança feminina no agro buscando, diariamente, inovação e melhorias para o setor e alcançando ótimos resultados.

Desafios das mulheres no setor agrícola 

Todas as áreas têm desafios a ser superados. Em todas as profissões, as mulheres precisam derrubar obstáculos principalmente na questão salarial.

Na agricultura não é diferente, e a luta por igualdade salarial é um dos principais pontos discutidos quando se trata de cargos ocupados por homens e mulheres.

Além disso, por mais que isso tenha melhorado nos últimos anos, o agronegócio ainda apresenta resistência a mulheres como pessoas capacitadas para diversas áreas do setor agrícola.

Há empresas que ainda buscam apenas funcionários do sexo masculino para desempenhar papeis dentro da fazenda que podem ser preenchidos por mulheres igualmente (ou mais) capazes.

Assim, a falta de capacitação e de oportunidades torna a entrada da mulher mais difícil em determinados setores agrícolas — o que limita a liderança feminina no agro.

Controle o balanço patrimonial da fazenda

A falta de respeito e inclusão das mulheres no meio rural é um desafio tamanho que ainda é possível se deparar com piadas de cunho machista em certos eventos, mesmo com a presença de mulheres. 

Comportamentos assim devem mudar, não pensando apenas em um desafio a ser superado pela mulher, mas como um vício que deve ser corrigido pela sociedade, pois trata-se de uma questão de respeito.

Em resumo, os desafios e cobranças são constantes para as mulheres no agronegócio. Mas, mais uma vez, a cooperação entre produtoras e outras profissionais agrícolas faz com que cada vez mais mulheres sejam capacitadas e treinadas, com o crescimento da liderança feminina no agro abrindo cada vez mais portas para as demais.

Conclusão

A liderança feminina no agro vem crescendo e reflete o fato de as mulheres conseguirem desempenhar cada vez mais papéis em todos os setores do agronegócio.

Mesmo havendo muito a ser conquistado, já é possível ver mulheres se destacando como líderes do setor agrícola no Brasil.

A cooperação entre mulheres no agronegócio gera maior conhecimento e inclusão, aumentando a quantidade e qualidade das lideranças femininas.

Haverá sempre desafios a ser superados, o que fortalece, impulsiona e expande a presença e a liderança feminina no agro.

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“5 passos para montar o planejamento estratégico no agronegócio e lucrar mais”

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“Finanças no agronegócio: como fazer uma gestão financeira estratégica”

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Agricultura inteligente: 6 tecnologias para ajudar na fazenda

Agricultura inteligente: saiba o que é e como aumentar sua produtividade, reduzir custos, preservar o meio ambiente e mais!

A agricultura é uma prática milenar que sempre se adaptou às mudanças do mundo e às necessidades da população.

Hoje, com o aumento da população, a escassez de recursos naturais, as alterações climáticas e a competitividade do mercado, os produtores rurais enfrentam novos desafios e oportunidades. 

Para superá-los, é preciso contar com a ajuda da tecnologia, que pode tornar a agricultura mais inteligente, eficiente e sustentável.

Mas o que é agricultura inteligente? E para que serve? Neste artigo, vamos responder essas perguntas e mostrar alguns exemplos práticos de como as tecnologias podem auxiliar o seu agronegócio na gestão e nos processos do dia-a-dia. 

O que é agricultura inteligente?

Agricultura inteligente consiste no uso de diferentes tecnologias digitais e inovações aplicadas ao setor agrícola, com o objetivo de:

  • otimizar os recursos;
  • aumentar a produtividade;
  • melhorar a qualidade;
  • reduzir os custos;
  • preservar o meio ambiente;
  • e agregar valor aos produtos.

A agricultura inteligente faz parte de um movimento maior chamado de Agricultura 4.0, que se refere à quarta revolução industrial aplicada ao campo. 

As tecnologias permitem a coleta, o processamento e a análise de grandes volumes de dados em tempo real sobre as condições do solo, do clima, das plantas e das máquinas. 

Esses dados podem ser usados para monitorar e controlar as operações agrícolas de forma remota e automatizada, além de gerar informações estratégicas para a tomada de decisão baseada em evidências.

Para que serve a agricultura inteligente?

A agricultura inteligente pode ser usada para resolver diversas situações e desafios enfrentados pelos produtores rurais na atualidade, como:

  • Aumentar a produção de alimentos para atender à demanda crescente da população mundial;
  • Reduzir o desperdício de água, energia, fertilizantes, defensivos e outros insumos agrícolas;
  • Melhorar a qualidade e a segurança dos alimentos produzidos;
  • Adaptar-se às mudanças climáticas e aos eventos extremos, como secas, enchentes, geadas e pragas;
  • Diferenciar-se da concorrência e agregar valor aos produtos agrícolas, oferecendo soluções personalizadas e rastreáveis aos consumidores finais.

6 tecnologias que vão auxiliar seu agronegócio

Existem diversas tecnologias disponíveis no mercado que podem auxiliar o seu negócio rural a se tornar mais inteligente. Abaixo, vamos destacar algumas delas:

1. Internet das coisas (IoT)

Internet das coisas (IoT) é uma tecnologia que consiste na conexão de dispositivos e sensores que podem coletar, transmitir e processar dados em tempo real sobre as condições do solo, do clima, das plantas, dos animais e das máquinas. 

Esses dados podem ser usados para monitorar e controlar as operações agrícolas de forma remota e automatizada.

Por exemplo, com a IoT é possível:

  • Instalar sensores no solo para medir a umidade, a temperatura, o pH e os nutrientes disponíveis;
  • Instalar sensores nas plantas para detectar o estágio de desenvolvimento, o estresse hídrico e as doenças;
  • Instalar sensores nas máquinas para verificar o funcionamento, o consumo de combustível e a manutenção;
  • Conectar os sensores a uma rede sem fio que envia os dados para uma plataforma na nuvem ou em um servidor local;
  • Acessar os dados por meio de um aplicativo no celular, no tablet ou no computador;
  • Configurar alertas e ações automáticas, como ligar ou desligar a irrigação, a fertirrigação, o ventilador, o aquecedor, etc.

Benefícios da IoT na agricultura

  • Economia de água, energia e insumos agrícolas, ao ajustar a demanda à oferta;
  • Aumento da produtividade e da qualidade, ao otimizar as condições de cultivo e de criação;
  • Redução dos custos operacionais e de mão de obra, ao automatizar as tarefas rotineiras e reduzir as perdas;
  • Melhoria da gestão e da tomada de decisão, ao ter acesso a dados precisos e atualizados.

2. Inteligência artificial (IA)

A inteligência artificial (IA) é uma tecnologia que consiste na capacidade de máquinas e sistemas de realizar tarefas que normalmente requerem inteligência humana, como reconhecimento de padrões, aprendizado, raciocínio e tomada de decisão. 

A IA pode ser aplicada na agricultura para analisar imagens capturadas por câmeras, drones ou satélites, e identificar espécies de plantas, doenças, pragas, ervas daninhas, entre outros. 

A IA também pode ser usada para prever o potencial de produção, o risco de perdas, as melhores práticas operacionais e as recomendações de manejo.

Por exemplo, com a IA é possível:

  • Usar câmeras instaladas nas máquinas agrícolas para reconhecer as plantas e aplicar defensivos seletivamente, reduzindo o uso de agroquímicos;
  • Usar drones equipados com câmeras para sobrevoar as lavouras e capturar imagens em alta resolução, que podem ser analisadas por algoritmos de IA para detectar anomalias e gerar mapas de variabilidade;
  • Usar satélites para obter imagens em larga escala, que podem ser processadas por IA para estimar a área plantada, o índice de vegetação, a produtividade e o rendimento das culturas;
  • Usar modelos matemáticos baseados em IA para integrar os dados coletados pelos sensores, pelas imagens e por outras fontes, e gerar previsões e simulações sobre o comportamento das plantas, dos animais e do clima;
  • Usar sistemas inteligentes que combinam os dados históricos, os dados atuais e as previsões para fornecer orientações personalizadas aos produtores sobre quando plantar, irrigar, fertilizar, colher, etc.

Benefícios da IA na agricultura

  • Aumento da eficiência e da precisão das operações agrícolas, ao realizar intervenções pontuais e adequadas;
  • Aumento da produtividade e da qualidade, ao monitorar e melhorar o desempenho das culturas e dos rebanhos;
  • Redução dos riscos e das incertezas, ao antecipar problemas e soluções;
  • Melhoria da gestão e da tomada de decisão, ao ter acesso a informações confiáveis e relevantes.

3. Big Data

Big Data é uma tecnologia que consiste no conjunto de técnicas e ferramentas para trabalhar com um grandes volumes de dados. 

É uma área do conhecimento que permite armazenar, organizar, processar e analisar os dados provenientes de diversas fontes, como sensores, imagens, documentos, redes sociais, etc. 

O Big Data também permite extrair insights e conhecimentos a partir dos dados, usando técnicas como mineração de dados, estatística e visualização de dados.

Por exemplo, com o Big Data é possível:

  • Armazenar os dados coletados pelos sensores na nuvem ou em um servidor local;
  • Organizar os dados em bancos de dados relacionais ou não relacionais;
  • Processar os dados usando plataformas como Hadoop ou Spark;
  • Analisar os dados usando ferramentas como R ou Python;
  • Extrair insights usando técnicas como regressão linear ou árvore de decisão;
  • Visualizar os dados usando ferramentas como Tableau ou Power BI;

Benefícios do Big Data na agricultura

  • Aproveitamento dos dados disponíveis para gerar valor;
  • Integração dos dados provenientes de diferentes sistemas e plataformas, facilitando o gerenciamento e a análise das informações;
  • Descoberta de padrões, tendências, correlações e causas a partir dos dados, gerando conhecimento e inteligência para o negócio.

4. Eletrônica embarcada

Eletrônica embarcada é uma tecnologia que consiste no uso de sistemas de sensores e controle instalados nas máquinas agrícolas, como tratores, colheitadeiras e pulverizadores.

Esses sistemas permitem otimizar o uso de insumos e aumentar a eficiência operacional das máquinas, além de integrar-se com outras tecnologias, como GPS, IoT e IA.

Por exemplo, com a eletrônica embarcada é possível:

  • Usar sensores para medir a velocidade, a direção, a posição, a inclinação e a vibração das máquinas;
  • Usar atuadores para controlar a tração, a frenagem, a direção, a suspensão e a transmissão das máquinas;
  • Usar GPS para determinar a localização exata das máquinas e realizar o guiamento automático ou assistido;
  • Usar IoT para enviar e receber dados das máquinas para uma plataforma na nuvem ou em um servidor local;
  • Usar IA para ajustar os parâmetros das máquinas de acordo com as condições do terreno, da cultura e do clima;
  • Usar sistemas de telemetria para monitorar o desempenho, o consumo e a manutenção das máquinas à distância.

Benefícios da eletrônica embarcada na agricultura

  • Economia de combustível, de tempo e de mão de obra, ao reduzir o número de passadas e as sobreposições;
  • Aumento da precisão e da qualidade das operações agrícolas, ao evitar erros humanos e realizar ajustes automáticos;
  • Redução dos custos de reparo e de reposição das máquinas, ao prevenir falhas e prolongar a vida útil;
  • Melhoria da gestão e da tomada de decisão, ao ter acesso a relatórios e indicadores sobre as máquinas.

5. Agricultura climaticamente inteligente

Agricultura climaticamente inteligente é uma tecnologia que consiste em um enfoque que busca adaptar os sistemas agrícolas às mudanças climáticas e reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Ela envolve três pilares: aumentar a produtividade agrícola, melhorar a resiliência dos sistemas agrícolas e mitigar as mudanças climáticas.

Por exemplo, com a agricultura climaticamente inteligente é possível:

  • Usar variedades de plantas e animais mais tolerantes ao estresse hídrico, térmico e salino;
  • Usar técnicas de conservação do solo e da água, como plantio direto, rotação de culturas, cobertura vegetal e irrigação por gotejamento;
  • Usar técnicas de manejo integrado de pragas e doenças, como controle biológico, cultural e químico;
  • Usar técnicas de manejo integrado da fertilidade do solo, como fixação biológica de nitrogênio, compostagem orgânica e adubação verde;
  • Usar técnicas de manejo integrado dos resíduos agrícolas, como biodigestão anaeróbia, gaseificação e pirólise;
  • Usar técnicas de agrofloresta, silvipastoril e agrossilvipastoril, que combinam árvores com culturas ou pastagens;
  • Usar técnicas de agricultura de precisão, que permitem aplicar os insumos agrícolas na dose certa, no lugar certo e na hora certa.

Benefícios da agricultura climaticamente inteligente

  • Aumento da produtividade agrícola, ao aproveitar melhor os recursos naturais disponíveis;
  • Melhoria da resiliência dos sistemas agrícolas, ao reduzir os impactos negativos das mudanças climáticas;
  • Mitigação das mudanças climáticas, ao diminuir as emissões de gases de efeito estufa provenientes da agricultura.

6. Software de gestão agrícola

Software de gestão agrícola é um programa desenvolvido para ajudar o produtor a gerenciar as etapas da produção, desde o planejamento até o pós-colheita.

O Aegro é uma ferramenta de gestão agrícola que reúne funcionalidades como gestão operacional e financeira de fazendas. Com o Aegro, é possível trabalhar previsões de safras, fazer o controle de operações agrícolas em tempo real e gerar relatórios dos principais indicadores de produção para otimizar processos.

Além disso, o software oferece ao produtor rural mobilidade para gerenciar sua fazenda por meio de um aplicativo para celular ou tablet.

Com o Aegro, é possível:

  • Controlar o estoque, acompanhando o que entra e o que sai e uso dos insumos por talhão;
  • Planejar a safra utilizando como base o histórico de safras anteriores, para planejamento baseado em dados concretos;
  • Controlar os custos, desde o orçamento até o valor realizado, identificando oportunidades de economia;
  • Monitoramento de pragas, prevenindo perdas e tomando ações rápidas;
  • Ter flexibilidade na gestão do negócio, acompanhando tudo o que acontece sem ficar preso à lavoura. Seja do escritório ou em qualquer lugar, utilizando o aplicativo Aegro.

Benefícios do Aegro:

  • Controle do negócio, visão de todas as áreas e atividades da lavoura;
  • Aumento da produtividade, explorando como utilizar melhor os recursos disponíveis na fazenda;
  • Redução de custos e aumento de lucro, ao identificar despesas e oportunidades de economia na lavoura;
  • Melhoria da gestão e da tomada de decisão, ao ter acesso a informações confiáveis e relevantes.

Simplifique sua gestão financeira e agrícola com um software de gestão rural! Clique e veja uma demonstração gratuita do Aegro!

Como introduzir a agricultura inteligente no seu negócio?

Se você se interessou pelas tecnologias apresentadas neste artigo e quer começar a usar a agricultura inteligente no seu agronegócio, aqui vão algumas dicas:

  • Faça um diagnóstico da sua situação atual, identificando os pontos fortes e fracos, as oportunidades e as ameaças, os objetivos e as metas do seu negócio;
  • Pesquise as tecnologias disponíveis no mercado, comparando as características, os benefícios, os custos e as formas de implantação de cada uma;
  • Escolha as tecnologias que mais se adequam às suas necessidades e ao seu orçamento, priorizando as que oferecem maior retorno sobre o investimento;
  • Busque apoio de agrônomos, consultores, técnicos, fornecedores e parceiros que possam auxiliar na escolha, na instalação, na operação e na manutenção das tecnologias;
  • Capacite-se e capacite sua equipe para usar as tecnologias de forma correta e eficiente, aproveitando os treinamentos, os cursos, os eventos e os materiais disponíveis;
  • Avalie os resultados obtidos com as tecnologias, monitorando os indicadores de desempenho, de qualidade, de economia e de sustentabilidade do seu negócio.
diagnostico de gestao

Conclusão

A agricultura inteligente é uma realidade cada vez mais presente no cenário agrícola mundial, trazendo benefícios como aumento da produtividade, redução de custos, melhoria da qualidade, preservação do meio ambiente e valorização do produtor. 

Para aproveitar essas vantagens, é preciso estar atento às inovações tecnológicas disponíveis no mercado e investir em soluções que se adequem às suas necessidades e objetivos.

Não perca tempo e conheça o Aegro. Você vai se surpreender com o que a agricultura inteligente pode fazer pelo seu agronegócio!

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Controle agrícola: entenda como o planejamento e uma gestão eficiente podem melhorar o faturamento do seu negócio rural.

A agricultura tem mudado muito, e vem transformando as técnicas e formas de cultivar a terra, modernizando e facilitando as práticas agrícolas e aumentando a produtividade de diversas culturas

Na agricultura moderna, devemos encarar todos os empreendimentos agrícolas, independente do tamanho — como uma empresa, que tem custos e visa a transformar a produção e gerar lucro.

Toda empresa rural precisa de uma boa gestão. Portanto, o sucesso do negócio fica muito mais garantido quando é feito um controle agrícola dos custos e dos processos.

Se você tem interesse em aprender o que é controle agrícola e como fazer uma gestão eficiente do seu negócio rural para obter altas lucratividades, acompanhe este artigo, pois vamos explicar tudo o que você precisa saber! Boa leitura!

Entenda o que é controle agrícola

O controle agrícola consiste em fazer uma gestão adequada de todos os processos envolvidos na cadeia produtiva

Alguns desses processos podem ser:

  • planejamento;
  • preparo;
  • cultivo;
  • colheita;
  • vendas.

O primeiro passo é conhecer cada um desses processos citados. Só assim será possível realizar um planejamento de aspectos que envolvem:

De forma geral, o controle agrícola permite que o produtor tenha uma organização mais apropriada da empresa, com uma visão completa de cada detalhe da produção.

Portanto, fazendo esse controle e planejamento, você evita ou diminui erros, otimiza os processos produtivos e consegue se preparar para contornar problemas eventuais.

Muitas vezes, acaba sendo difícil registrar e avaliar corretamente o trabalho feito na propriedade. Por isso, vamos explicar melhor alguns aspectos sobre o controle agrícola, e dar dicas importantes para te auxiliar!

Controle agrícola e gestão financeira no agronegócio
Como melhorar a gestão financeira no agronegócio

O controle agrícola e a gestão financeira

Qualquer atividade agrícola demanda recursos financeiros, seja para comprar insumos como sementes, animais, ração, fertilizantes, defensivos, entre outros, ou para adquirir ferramentas e meios de produção, como máquinas, terras, etc.

Além disso, tem todo o planejamento da mão-de-obra e construção e manutenção de galpões. Portanto, independente se for o começo da atividade ou uma atividade antiga, precisa de dinheiro para operar.

É comum que muitos produtores não tenham o controle dos custos e dos lucros que a empresa rural gera, ou seja, eles realizam  atividade mas não sabem se ela é lucrativa, ou se simplesmente se sustenta.

Ao realizar o controle agrícola, o produtor passa a conhecer as entradas e saídas de dinheiro. Isso envolve a gestão dos custos. A análise dos custos possibilita avaliar os componentes que envolvem a produção, os custos e os benefícios gerados por eles. 

Desse modo, agregando às informações de mercado, é possível identificar os riscos e as oportunidades que a atividade apresenta a longo prazo.

Não podemos esquecer que o controle dos custos e o aumento da produtividade são fatores que determinam a lucratividade da empresa rural.

Vamos ver alguns aspectos importantes a serem considerados no planejamento para o controle agrícola:

1. Estoque e armazenamento

Quando falamos em estoque, não estamos nos referindo ao armazenamento da colheita, mas às matérias primas destinadas ao processo produtivo, ou seja, os insumos como adubos, calcário e defensivos.

Um controle do estoque não inclui somente ter insumos disponíveis. Claro, é muito importante que não falte nada durante a safra, mas também não é interessante que se tenha exageros e desperdícios.

Por isso, o segredo aqui é fazer um planejamento antecipado da safra, definir os tipos de produtos e as quantidades suficientes para atender às necessidades.

Saber o preço de determinado insumo não significa ter controle dos custos. É preciso também analisar outros gastos, como transporte, entrega, pagamento de impostos e até treinamento de colaboradores para usar os recursos adequadamente, em alguns casos.

Uma forma de organizar essas informações é analisando de acordo com a cultura, as áreas em que serão aplicadas ou o uso por funcionário.

O ideal é ter um controle detalhado sobre as entradas e saídas dos itens armazenados no estoque. Muitas vezes, papel e caneta, ou uma planilha, podem ser suficientes para fazer um controle adequado; mas na maioria das vezes é mais fácil utilizar um software ou um aplicativo.

2. Cuidados com manutenção

A manutenção está relacionada, sobretudo, à prevenção de problemas. Neste ponto, estamos falando em cuidados contínuos para evitar situações problemáticas que possam ocorrer.

Um exemplo são os cuidados com o solo, que incluem manter ele com boa cobertura, realizar análise de solo anualmente, fazer a correção da acidez e da fertilidade quando necessário. Isso evita prejuízos decorrentes do descuido e aumenta a produtividade.

Outro exemplo é realizar com frequência a revisão e manutenção do maquinário, para estar tudo certo e não ter imprevistos no momento de realizar as atividades, principalmente a colheita.

3. Venda dos produtos

Por fim, para garantir que a produção obtida na lavoura retorne ao produtor de forma monetária, ou seja, que ela seja lucrativa, é importante fazer a gestão da venda dos produtos adequadamente.

Isso envolve cuidados como:

  • Providenciar o transporte adequado até os compradores;
  • Armazenamento adequado dos produtos que não serão entregues no momento.

Identifique a receita que o produto agrícola está gerando

Para saber se cada atividade agrícola está gerando lucros é simples, basta utilizar as informações do controle agrícola para calcular a margem de contribuição de cada item.

O valor da receita será obtido diminuindo o valor dos custos e despesas do preço de venda. Desta forma, o controle agrícola se torna eficiente e adaptável às oscilações que podem ocorrer na produção, como variações de produtividade ou imprevisto no cultivo.

Ele será seu aliado para descobrir onde os custos estão mais altos e impactando de forma mais agressiva a margem de contribuição. Assim, você poderá traçar estratégias de gestão para controlar tal gasto.

Centralização da gestão

Embora o produtor possa fazer o controle da cadeia produtiva da forma que melhor se adaptar, o mais indicado é centralizar todos os controles, seja de estoque, manutenção e vendas, em uma única ferramenta.

Um sistema centralizado de gestão permite a visualização clara e instantânea da situação, por isso ele é mais vantajoso e prático do que ter as informações distribuídas de diferentes formas ou em diferentes meios.

Divulgação do kit de 5 planilhas para controle da gestão da fazenda

Conclusão

O controle agrícola tornou-se uma alternativa para a identificação dos principais gargalos nos sistemas de produção, permitindo levantar informações capazes de criar intervenções, a fim de aumentar a sua eficiência.

Para tanto, é necessário um planejamento que utilize as informações de mercado e as do processo produtivo, com o objetivo de contribuir na tomada de decisão da propriedade.

De forma geral, o controle agrícola garante recursos para todas as etapas envolvidas na cadeia produtiva, e viabilidade na resolução de falhas, o que reflete no aumento da produtividade.

Não deixe de seguir as nossas dicas e tenha sempre o controle dos investimentos e lucratividade do seu negócio.

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