Tecnologias agrícolas: o presente e o futuro do agronegócio

Tecnologias agrícolas: as inovações que estão mudando o dia a dia da atividade agrícola e que já estão (ou logo estarão) na sua fazenda.

Tecnologia é qualquer técnica ou método que traga evolução a um processo de produção de algum produto ou bem de consumo.

A tecnologia agrícola é o conjunto de técnicas que trazem avanços à atividade agropecuária, de forma a tornar a produção mais eficiente, menos onerosa e mais rentável.

Hoje em dia, existem várias tecnologias agrícolas que parecem inviáveis para a realidade de muitos produtores. Porém, com a popularização desses novos métodos, a tendência é que seus custos baixem e eles se tornem comuns em propriedades de médio e grande porte no Brasil.

Neste texto, falaremos de algumas dessas tecnologias e seus impactos na atividade agrícola e na sustentabilidade do agronegócio. Boa leitura!

Evolução das tecnologias agrícolas

Quando falamos em tecnologia, logo imaginamos técnicas ultramodernas. Mas vale refletir que mesmo as técnicas mais antiquadas foram modernas no passado. O arado de tração animal já foi uma evolução no passado e hoje é um objeto bastante obsoleto nas atividades de preparo do solo.

É comum dividir-se a evolução das tecnologias agrícolas em eras, como nomes diferentes, de acordo com as evoluções nos processos e métodos da atividade agrícola. Essas eras são cada vez mais curtas devido ao rápido desenvolvimento de novas soluções. 

Assim, definem-se algumas eras das tecnologias agrícolas em:

  • Agricultura 1.0 (de 1900 a 1950): marcada pelo surgimento das primeiras ferramentas de tração animal de uso em maior escala, para facilitar os processos de preparo da terra, semeadura, adubação e colheita;
  • Agricultura 2.0 (1950 a 1990): a tração animal foi substituída por tração mecânica e as máquinas motorizadas se tornaram uma realidade. Aumentou-se o conhecimento sobre as necessidades de adubação e o uso de fertilizantes, além de avanços no campo da genética com seleção de cultivares; 
  • Agricultura 3.0 (1990 a 2015): essa era trouxe avanços na capacidade de monitoramento diferencial das lavouras através de sistemas de posicionamento (GPS) e da agricultura de precisão. Grandes melhorias em seleção genética e eficiente de produtos agroquímicos para controle de pragas, doenças e plantas daninhas e fertilizantes também foram bastante importantes;
  • Agricultura 4.0 (2015 até atualmente): essa etapa trouxe grandes avanços na capacidade de captação de dados através de sensoriamento remoto, montagem de mapas da propriedade, uso de drones e máquinas autônomas e a aplicação diferencial de produtos nas lavouras. Além disso, houve grande melhora nos recursos genéticos por meio da biotecnologia. 
  • Agricultura 5.0 (2020 até atualmente): o futuro, que na verdade já é o presente, é a agricultura que se beneficie dos grandes avanços em conectividade. A montagem de base de dados online da fazenda e o uso da internet 5G e de softwares de análise de dados trará maior autonomia e facilidade nas tomadas de decisão do proprietário.
Agricultura 5.0 marca um avanço das tecnologias agrícolas
Como a agricultura 5.0 vai impulsionar seu trabalho na lavoura

Benefícios do uso de tecnologias agrícolas

Os avanços das atividades agrícolas trazem diversos benefícios ao produtor e, principalmente, ao meio ambiente, auxiliando a ultrapassar os maiores limitantes da produção agrícola. Os principais benefícios das tecnologias agrícolas atuais são:

  • Aumento da precisão: o uso de aplicações diferenciais de produtos químicos, biológicos e fertilizantes é um grande avanço que permite um tratamento diferenciado a áreas específicas cada vez menores, diminuindo desperdício;
  • Mais eficiência de processos: o uso de máquinas autônomas guiadas através de mapas pré-estabelecidos permite uma diminuição dos erros humanos, do retrabalho e do consumo de combustíveis e insumos;
  • Diminuição de riscos: há uma diminuição dos riscos em geral, sejam riscos físicos aos operadores, riscos de impacto nocivo ao meio-ambiente ou mesmo risco financeiros ao negócio;
  • Maior controle da atividade e gestão: essas ferramentas permitem ao produtor verificar onde o processo é mais falho e onde há mais espaços para melhorias, além de permitir uma gestão mais otimizada de recursos físicos, financeiros e humanos.
  • Aumento da produtividade: isso tudo tem a capacidade de gerar um aumento da produção agrícola sem maiores investimentos em recursos, a não ser o preço da tecnologia, permitindo um maior retorno do investimento feito;
  • Tomada de decisão mais correta: todo esse monitoramento e mapeamento permite ao produtor, ou ao gestor da propriedade, tomar decisões mais corretas, baseados em dados passados e atuais, praticamente em tempo real, diminuindo as incertezas e as chances de erro.
Controle e acompanhe a manutenção das máquinas da sua fazenda

7 tecnologias agrícolas que estarão em breve na sua propriedade

Várias tecnologias agrícolas são cada vez mais indispensáveis à atividade rural moderna. Aqui citamos algumas das soluções mais utilizadas:

  • Sensoriamento remoto: o uso de sensores para medição de características das plantas sem contato com elas é uma das bases do monitoramento do estado do solo e das lavouras;
  • Sistemas de localização: permitem que os dados coletados pelos sensores sejam referenciados a uma localização específica permitindo o mapeamento da fazenda em escalas cada vez menores;
  • Máquinas autônomas: dados de sensores e de localização permitem aplicação diferencial de recursos como produtos ou água, sem limitar a produção e sem causar desperdício;
  • Dados meteorológicos: seja de estações digitais próprias ou de bancos de dados, eles auxiliam na tomada de decisão do melhor momento para a execução de atividades como plantio, fertilização ou aplicação de produtos e colheita;
  • Conectividade: a conectividade através da internet ou de sistemas de comunicação cada vez mais avançados permite uma visualização das condições da fazenda em tempo real, aumentando o controle e a eficiência de processos;
  • Softwares de armazenamento e análise de dados: são cruciais para fazer a integração e bom uso de todas as informações captadas de solos, plantas, máquinas, clima, produção, etc, permitindo uma tomada de decisão baseada em dados;
  • Sistemas de gestão: Permitem uma organização mais profissional e exata das atividades da fazenda, comparando com o planejamento da safra e atentando para a eficiência de processos e possibilidade de melhorias.

Tecnologia e sustentabilidade

O grande desafio da agricultura mundial hoje em dia é produzir alimentos, fibras e combustíveis de maneira sustentável. A sustentabilidade se baseia em um tripé — ou seja, um processo realmente sustentável precisa se encaixar nestes três contextos:

Uma atividade sustentável tem que ser socialmente justa, economicamente rentável e ambientalmente correta. Dessa forma, o proprietário consegue o seu rendimento e sustento sem agredir o meio ambiente e sem explorar a sociedade.

As tecnologias agrícolas são insubstituíveis para que o agronegócio se mantenha ou seja sustentável. O uso eficiente de recursos e a gestão correta de todas as atividades da propriedade rural permitem diminuir os impactos ao meio ambiente, diminuir riscos aos funcionários e aumentar o lucro do produtor.

Conclusão

A agricultura moderna tornou-se uma atividade de alto nível tecnológico e não haverá caminho de volta.

Aumentar a capacidade de monitoramento, automatizar as atividades e usar dados coletados em sua propriedade para a tomada de decisões é a base da produção agrícola mundial no futuro.

A busca por essas soluções é urgente para o produtor rural brasileiro. As tecnologias agrícolas já deixaram de ser um luxo e são hoje uma necessidade, definindo o sucesso ou fracasso da atividade rural.

Dentre as tecnologias agrícolas mais importantes para o produtor rural, o Aegro se destaca como um software para gestão de fazendas que oferece uma série de ferramentas para o produtor aumentar a eficiência e lucratividade da sua propriedade.

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Finanças no agronegócio: Como ter uma boa gestão financeira?

Finanças no agronegócio: saiba como a gestão financeira e o planejamento podem fazer a diferença no seu negócio rural

É importante para você, produtor rural, alinhar a produção com as técnicas de gestão adequadas. Quando essas duas áreas estão alinhadas, o rendimento das empresas do setor é cada vez melhor.

A gestão das finanças no agronegócio nunca foi tão necessária, ainda mais no contexto mundial instável em que nosso mercado está inserido.

A crise na oferta mundial de insumos agrícolas, a instabilidade cambial e o enfraquecimento do poder de compra podem afetar o seu negócio.

Portanto, a gestão moderna das finanças no agronegócio, aliada às novas tecnologias, auxilia no monitoramento, redução dos riscos da cadeia de produção agrícola e no gerenciamento do patrimônio.

Neste artigo vamos explicar como deve ser feita a gestão das finanças no agronegócio. Boa leitura!

O que é gestão financeira?

Gestão financeira é o conjunto de processos, métodos e ações que possibilitam o controle, a análise e o planejamento das atividades financeiras pelas empresas.

Ela fornece as práticas e os recursos para que os profissionais especializados analisem cenários e tracem metas.

Assim, por meio de ações calculadas e estrategicamente desenvolvidas, a empresa pode melhorar os resultados e também como ela usa seus recursos.

Os responsáveis pelo gerenciamento das finanças vão, por meio de técnicas e conhecimentos aprofundados, encontrar pontos de melhoria em toda a empresa, procurando conciliar as metas financeiras, como a redução de custos, com os objetivos produtivos, como aumentar o número de vendas.

Uma gestão financeira transformadora é sinônimo de eficiência.

Qual a importância do planejamento das finanças no agronegócio?

A gestão de finanças no agronegócio permite ao empreendedor organizar e planejar suas ações, pois é possível:

  • Administrar os riscos do projeto;
  • Acompanhar os custos de produção;
  • Corrigir problemas;
  • Obter lucratividade na operação.

Fazer a gestão das finanças no agronegócio permitirá que você saiba quanto foi investido, onde foram aplicados os recursos, quais ações serão tomadas e qual será ou foi o retorno obtido.

Os números trazem informações importantes para que você possa mudar ações e conduzir seu negócio rural de maneira mais saudável.

Como planejar suas finanças no agronegócio na prática?

Para fazer a gestão das finanças no agronegócio, você precisa realizar algumas ações. Confira abaixo:

1. Crie um planejamento financeiro

Após a definição do produto que será cultivado, da época e o levantamento dos insumos necessários para alcançar os objetivos, é importante desenvolver o planejamento das suas finanças no agronegócio.

Isso significa colocar os valores em cada ação a ser tomada, como, por exemplo:

  • Insumos a ser adquiridos;
  • Investimentos em equipamentos;
  • Previsão de custos com recursos humanos;
  • Previsão de vendas;
  • Previsão de lucratividade da operação.

De posse desses dados, ficará bem mais fácil fazer o acompanhamento de cada processo a ser desenvolvido.

2. Controle o fluxo de caixa

O controle do fluxo de caixa e a elaboração do orçamento fazem parte das atividades financeiras do empreendimento agrícola. Dessa forma, o gestor consegue maximizar a precisão entre gastos e retorno, planejar melhor o uso de recursos próprios ou os financiamentos.

Inicialmente, o produtor rural deve ter o custo de produção, com informações sobre a compra de insumos, depreciações e salários para elaborar o fluxo de caixa.

O custo total é composto pelos custos fixos de variáveis de cada produto e safra. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) sugere uma metodologia para a composição desse custo total.

a) Custos variáveis: corresponde aos gastos com os itens de custeio, as despesas de pós-colheita e as despesas financeiras necessárias para que o produtor continue na atividade. Eles correspondem aos preços praticados pelo mercado.

  • Despesas de combustíveis e manutenção de máquinas;
  • Utensílios para produção;
  • Manutenção de benfeitorias;
  • Trabalhadores temporários com encargos sociais;
  • Insumos;
  • Despesas gerais;
  • Transporte externo (frete) e armazenagem;
  • Encargos financeiros.

b) Custos fixos: correspondem aos gastos do produtor, independente do volume de produção.

  • Depreciação de máquinas, equipamentos, utensílios, implementos, benfeitorias, instalações, solo, animais de trabalho e embalagens;
  •  Remuneração sobre o capital próprio não depreciado;
  • Seguros, taxas e impostos;
  • Trabalhadores fixos;
  • Remuneração da terra.

Conhecer os custos do seu negócio e fazer o detalhamento permite otimizar os estoques, identificar e reduzir as fontes de perda e traz transparência para os investidores, fornecedores e sociedade.

O controle das entradas e saídas de recursos financeiros ajuda o produtor a realizar simulações e visualizar cenários na previsão orçamentária para o próximo ciclo e também na captação de recursos extras, melhorando o uso de capital.

3. Avaliação e gerenciamento de riscos

Os principais riscos e ameaças para o agronegócio podem ser previstos e até mesmo controlados em uma gestão financeira.

Por meio da gestão das finanças no agronegócio, um produtor de milho, por exemplo, pode identificar sua alta dependência da oferta de insumos agrícolas por produtores internacionais — e antecipar o fato de seu empreendimento estar suscetível ao risco cambial.

O gestor pode, assim, buscar outras fontes de abastecimento, mesmo com um certo impacto na margem de lucro, ou, então, fazer um contrato de hedge – recurso que limita um preço para o momento em que a transação comercial é efetivada.

Hedge: aliado das suas finanças no agronegócio
Hedge agrícola é uma ótima opção para organizar suas finanças no agronegócio

Novas análises podem identificar onde estão os maiores gastos externos, reduzindo custos e introduzindo novas estratégias. Os demais riscos financeiros são:

Risco de crédito

Impossibilidade de contrapartida em uma operação de concessão de crédito, ou seja, uma das partes não recebe ou não tem a comprovação do pagamento de uma dívida.

Risco operacional

Quando relacionado ao processo produtivo rural pode ser decorrente de fatores como perdas causadas pelo clima, falhar no plantio e colheita e, até mesmo, na gestão do negócio.

Risco das taxas de juros

Ocorre quando possíveis variações cambiais e flutuações das taxas de juros afetam a rentabilidade do agronegócio.

Risco de financiamento

São os riscos envolvidos nas diferentes esferas do agronegócio. Instituições financeiras analisam a capacidade do negócio, por meio do planejamento e gestão de suas finanças no agronegócio, avaliando assim o risco de financiamento.

4. Gestão baseada em dados

A tecnologia é uma aliada do agronegócio nos dias atuais, com diversos sensores, drones, imagens de satélites, tratores, pulverizadores e colheitadeiras automáticas que auxiliam no processo produtivo.

O tanto de informação que esses equipamentos podem fornecer para o produtor, exige que sejam utilizadas novas tecnologias de processamento para a devida interpretação dos dados.

Em uma operação com avião para aplicações aéreas de agrotóxicos e fertilizantes, primeiro considera-se uma avaliação aérea — que, nesse primeiro momento, pode ser feito via drone ou satélite para calcular o tamanho da propriedade.

Esse serviço considera a referência do preço por hectare (total de aplicações/hectare x R$/aplicação). Geralmente é tercerizado e tem variação no custo de produção dependendo da região onde está a propriedade.

Essa regra pode ser automatizada, podendo contribuir para o uso de insumos sem desperdícios e feito um cálculo com precisão para a eficácia do processo.

Gestores financeiros que contam com as melhores soluções de processamento de dados tomam decisões mais assertivas, muitas vezes reduzindo custos e inserindo o produtor em um nível mais elevado de competitividade.

O armazenamento dos dados possibilita o monitoramento, a checagem de inconsistências, elaboração de relatórios e facilidade na comunicação entre as partes envolvidas.

5. Operação sustentável

A evolução da tecnologia no campo tem sido rápida, com softwares e serviços por assinatura que otimizam a produção agrícola e a comercialização dos produtos.

Sendo assim, o agronegócio caminha cada vez mais para uma governança financeira, na qual a automatização das tarefas manuais e a análise de custos fazem parte apenas do primeiro passo.

A governança financeira, altamente tecnológica, é um sistema capaz de integrar as informações, oferecer análises rápidas, prever cenários, efetuar modelagens financeiras e propiciar segurança e transparência no repasse das informações.

Os ganhos com a tecnologia e gestão financeira elevam as chances de um agronegócio comprometido com as questões ESG (Environmental, Social and Governance), que em tradução para o português seria “Ambiental, Social e Governança”.

Banner de chamada para o download da planilha de controle de custos de safra

Conclusão

Neste artigo, mostramos como deve ser feita a gestão das suas finanças no agronegócio, com as variáveis que devem ser consideradas para você fazer uma ótima gestão. Além disso, vimos como a tecnologia pode ser uma aliada nesse processo.

Assim, a gestão de finanças no agronegócio aliada à tecnologia suporta uma agricultura mais ecológica, que seja socialmente responsável com novos modelos de comunicação e interação com os seus stakeholders.

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Gestão agro: como aumentar sua produtividade em até 30%

Gestão agro: o uso de ferramentas e tecnologias pode ser o grande diferencial de produtividade na sua propriedade agrícola. Saiba mais aqui!

A definição formal de gestão é “ação de gerir, administrar, governar ou  dirigir negócios públicos ou particulares; administração”. Ou seja: qualquer pessoa que atua na organização de um negócio é gestora.

Agora mentalize quantas vezes você ou outra pessoa envolvida no processo de produção da fazenda precisa organizar e tomar decisões na condução de sua propriedade rural.

Portanto, é importante conhecer e utilizar ferramentas que tenham bom custo-benefício e que aumentem a capacidade de organização, controle e execução de atividades dentro da fazenda.

Esse pacote de tecnologias de gestão para propriedades rurais é chamado de gestão agro e será o tema deste texto. Boa leitura!

O que é gestão agro?

Gestão agro nada mais é que a atividade que visa a gerir todos os recursos e processos relativos à atividade agropecuária, em todas as esferas envolvidas na propriedade rural e também fora dela.

Isso inclui a gestão de recursos humanos, físicos e financeiros para uma maior eficiência e racionalidade em seu uso, buscando reduzir custos e aumentar a sustentabilidade, maximizando o lucro. 

Hoje em dia, muitas universidades e centros de ensino têm oferecido cursos ou especializações de Gestão no Agronegócio, assim como existem também cursos de Administração Rural.

Porém, além dos conhecimentos teóricos em gestão conseguidos por formações profissionais, a gestão agro se baseia cada vez mais em tecnologias específicas de gestão do agronegócio.

Quais processos podem ser melhorados pela gestão agro?

A atividade agrícola envolve uma série de atividades, desde o planejamento, organização, execução e avaliação dos processos. Ao se monitorar as atividades, pode-se primeiramente verificar quais têm maior e menor eficiência e mapear onde há espaço para melhorias.

Destacamos abaixo as principais atividades que podem ser melhoradas por meio da gestão agro:

  • Planejamento de safra: definição das áreas a serem utilizadas para culturas e áreas de pousio, assim como o mapeamento necessidade de rotação de culturas e as características específicas de cada área;
  • Projeção de insumos: previsão cada vez mais robusta da necessidade de insumos para cada tipo de cultura e de acordo com as experiências de safras anteriores;
  • Controle de maquinário: avaliação da necessidade de manutenção, das horas trabalhadas e da situação de cada máquina, evitando avarias e horas sem trabalho de maquinários;
  • Gestão de recursos humanos: controle de horas trabalhadas, eficiência e aptidão de funcionários;
  • Execução de tarefas: maior controle e precisão do momento e necessidade de aplicação de produtos para controle de pragas, doenças ou plantas daninhas, de maneira específica para cada cultura e talhão, ou mesmo em áreas ainda mais reduzidas;
  • Previsão de produtividade e colheita: monitoramento de lavouras para previsão de data de colheita e produtividade, dando maior liberdade para negociação de preços do produto;
  • Análise de dados: mapas com análises de dados diferenciais que permitem um tratamento diferenciado de áreas da produtividade.
gestão agro e maquinário
A gestão agro torna seu maquinário mais eficiente, durável e econômico
(Fonte: Embrapa)

Quais os principais benefícios da gestão agro?

Há muitos benefícios do uso de ferramentas de gestão para a organização de propriedades agrícolas. Dentre eles, podemos citar:

  • Aumento da eficiência do uso de recursos: aplicação eficiente de produtos químicos, detecção do melhor momento de aplicação, doses conforme dados de sensoriamento, menor desperdício;
  • Uso racional de maquinários: monitoramento para manutenção de máquinas, prevenção de problemas durante uso, diminuição do retrabalho, controle de estoque para reposição;
  • Acompanhamento em tempo real: o uso de sensores para monitoramento mais frequente de lavouras permite o acompanhamento das condições em tempo real (ou algo muito próximo disso); 
  • Previsão climática: conhecimento do clima a curto prazo para programar execução de atividades e prever situações limitantes para a produção agrícola;
  • Tomada de decisão facilitada: maior capacidade de tomar decisões baseados em extensa base de dados, dados em tempo real, histórico de safras e dados de sensores de medição de características de plantas e meteorológicos;
  • Diminuição de custos: a combinação dos benefícios acima leva à diminuição de custos e de retrabalho, aumentando o custo de produção;
  • Aumento da produtividade agrícola: a aplicação de recursos de maneira diferencial, em doses corretas e momentos propícios pode aumentar a produtividade de plantas, potencializando a genética;  
  • Maior lucratividade: a diminuição de custos combinada a maior produção aumenta margem de lucro do produtor;
  • Sustentabilidade: o uso racional de recursos e combustível causa menores danos ao ambiente, além de ser mais economicamente viável.

Quais ferramentas atuais pode nos auxiliar na gestão agro?

Hoje em dia, não é difícil encontrar produtores rurais que investem altos valores em maquinários agrícolas de última geração, mas ainda continuam fazendo grande parte da gestão da fazenda em planilhas físicas ou softwares antigos e com baixa capacidade de automação.

As seguintes ferramentas são crucias para uma gestão mais profissional e eficiente da propriedade e do negócio:

  • Sensoriamento: medição de características da lavoura, de solo, da incidência de doenças e estágios fenotípicos que permitem tomar decisões diferenciais e em menor tempo;
  • Maquinário autônomo e drones: máquinas que fazem aplicação diferencial ou plantio, de acordo com mapas pré-estabelecidos ou informações de sensores em tempo real;
  • Georreferenciamento: sistemas de posicionamento da propriedade que permitem as tecnologias acima;
  • Softwares de controle de estoque e manutenção de máquinas: diminuem tempo obsoleto de máquinas e de aplicações de produtos;
  • Mapas de rendimento e agricultura de precisão: permitem monitorar áreas em que o manejo foi mais eficiente e o rendimento por uso de recurso foi maior, potencializando a margem de lucro;
  • Dados meteorológicos: sistemas de monitoramento local na propriedade ou regional por plataformas de dados meteorológicas e previsão do tempo em curto e longo prazo;
  • Programas de análise de dados: uso de ferramentas capazes de análise de big data geradas pelas tecnologias de captação de dados, permitindo maior conhecimento dos processos;
  • Inteligência artificial: o uso de algoritmos que sejam capazes de prever o comportamento de plantas através de séries de dados coletados em safras anteriores e informem o produtor sobre possíveis riscos na safra atual.
Kit de gestão do maquinário da fazenda

Conclusão

A margem de lucro do produtor rural tem sido menor a cada safra, por muitos motivos. Já os riscos, principalmente relacionados ao clima, têm sido cada vez maior. Assim, a busca por soluções para minimizar custos e maximizar a produção é extremamente necessária às atividades agropecuárias.

Nesse cenário, tecnologias como sensoriamento remoto, sistemas de georreferenciamento, armazenamento e análise de dados, agricultura de precisão, comunicação por internet, automação e softwares de inteligência artificial, são ferramentas primordiais para a produção agrícola moderna.

A integração dessas tecnologias permite uma gestão agro com menos erros e desperdícios, permitindo que a atividade seja cada vez mais socialmente justa, ambientalmente correta e financeiramente viável — o que define uma atividade sustentável.

O Aegro tem ferramentas de gestão que podem ajudar o produtor a maximizar a eficiência e o lucro de sua atividade.

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CAEPF: saiba o que é e sua importância para o produtor rural

CAEPF: saiba como consultar, como fazer, quem precisa fazer o cadastro, matrícula e muito mais!

O CAEPF (Cadastro de Atividade Econômica da Pessoa Física) é um dispositivo criado pela Receita Federal para coletar dados e informações de pessoas físicas, obrigatório desde 2019. 

O cadastro é regido pela Instrução Normativa IN Nº1828/2018, e a ferramenta oferece recursos que otimizam a coleta, identificação, acesso e a gestão de dados de pessoas físicas. 

Neste artigo, veja para que serve o CAEPF, como fazer o cadastro e a diferença entre ele e o CNO. Boa leitura.

CAEPF: o que é e para que serve

Este cadastro coleta dados e informações de pessoas físicas com relação às suas atividades econômicas, quando dispensadas de inscrição no CNPJ. Ele identifica, administra e acessa todas as atividades exercidas.

O cadastro veio para substituir o CEI (Cadastro Específico do INSS), extinto desde então. No CEI, constavam informações de pessoas físicas que tinham empregados em seus negócios.

Assim, a principal diferença entre o CAEPF e o CEI diz respeito à facilidade para registrar as informações. Como o CAEPF é integrado ao eSocial, o empregador tem mais facilidade e agilidade para enviar as informações necessárias para a Receita Federal.

Quem precisa fazer o CAEPF?

O cadastro deve ser realizado apenas por pessoas físicas que tenham um ou mais empregados.  Ou seja, toda pessoa física que tenha empregado prestando-lhe um serviço deve, obrigatoriamente, realizar o cadastro. 

Além disso, deve vincular a este cadastro todas as atividades econômicas exercidas. Ou seja, devem se inscrever, conforme a Lei Nº 8212/1991:

  • Contribuinte que tiver ao menos um funcionário prestando serviço para ele;
  • Produtor rural contribuinte individual;
  • Pessoa física que adquire produção rural para venda;
  • Segurado Especial;
  • Proprietário de cartório, cujo CAEPF deve ser feito em nome do titular.

O produtor rural pessoa física é obrigado a realizar esse cadastro. Além disso, pessoa física que não é produtora rural, mas adquire produção rural para venda no varejo para consumidor pessoa física, também deve se cadastrar no CAEPF.

O segurado especial também deve se inscrever no Cadastro de Atividade Econômica da Pessoa Física. É considerado segurado especial o trabalhador rural que exerce atividades de forma individual ou em regime de economia familiar. Ele deve tirar o sustento próprio e de sua família a partir da atividade.

Os produtores que já tinham matrícula ativa ou paralisada no CEI devem fazer a migração para o sistema do CAEPF.

Como tirar o CAEPF?

A pessoa física que começou a exercer a atividade econômica deve, dentro do prazo de 30 dias contados do início da atividade, realizar seu cadastro pelo portal do e-CAC.  

A data de início que deve ser colocada no cadastro é a data em que a atividade rural começou. Porém, fique de olho: a data de início deve ser maior ou igual a data que a pessoa física complete 16 anos, e menor ou igual a data do cadastro.

Para acessar o e-CAC é preciso ter certificado digital ou gerar um código de acesso. Para gerar o código, é preciso ter o recibo da declaração do imposto de renda.

É possível também acessar o sistema utilizando um link disponibilizado no eSocial Web. Essa possibilidade é útil para o Segurado Especial que não possui certificado digital ou não conseguir gerar o código de acesso no e-CAC. 

No eSocial, o código de acesso pode ser gerado com o recibo do imposto de renda ou com o título de eleitor.

A inscrição CAEPF produtor rural pode ter mais de um Cnae. Caso haja inclusão ou alteração do código da Cnae, o cadastro deve ser alterado. É importante lembrar que só podem se inscrever no Caepf pessoas com CPF em situação cadastral regular.

A matrícula do CAEPF é o número de identificação que aparecerá após a realização do cadastro. Este número é formado pelos nove primeiros dígitos do CPF, seguidos por um sequencial numérico, composto por 3 dígitos e 2 dígitos verificadores.

Número identificador de atividade
Número identificador de atividade
(Fonte: Receita Federal – Apresentação)

Para consultar o CAEPF, basta acessar seu sistema no Portal do e-CAC. Ao acessar o sistema, o contribuinte pode inscrever, consultar e alterar os dados do CAEPF.

Comprovante de inscrição CAEPF: como gerar

Após realizar a inscrição no CAEPF, é possível emitir o Comprovante de Situação Cadastral no portal da Receita Federal. 

Para emitir esse comprovante, é preciso indicar o número do CAEPF e a data de nascimento do titular do cadastro.

Página para emitir o Comprovante de Situação Cadastral no CAEPF
Página para emitir o Comprovante de Situação Cadastral no Caepf
(Fonte: Receita Federal)

Produtor rural pessoa física e segurado especial

Produtores rurais com mais de uma propriedade rural deverão realizar uma inscrição CAEPF para cada imóvel rural, mesmo que situadas no mesmo município.

Além disso, deve ser atribuído um número de inscrição no CAEPF produtor rural para cada contrato com outros produtores, parceiro, meeiro, arrendatário ou comodatário. Isso deve ocorrer independente da inscrição do proprietário.

Os produtores devem fazer o registro também dos trabalhadores que não estão diretamente relacionados à atividade rural. Por exemplo, trabalhadores do setor administrativo, mas que prestam serviço à propriedade rural. 

Já os segurados especiais poderão efetuar mais de uma inscrição, desde que a área total dos imóveis rurais inscritos não seja superior a 4 módulos fiscais.

Portanto, o cadastro no CAEPF possibilita que o Governo Federal tenha ciência em relação às atividades dos produtores rurais e garanta os benefícios previdenciários para os profissionais.

Além do mais, ao se cadastrar, o produtor rural está em conformidade com as regras da Receita Federal e cumprindo com as obrigações do eSocial.

Diferença entre CAEPF e CNO

O CAEPF é um cadastro administrado pela Receita Federal onde podem ser encontradas todas as informações sobre as atividades econômicas exercidas por pessoas físicas.

Por outro lado, o CNO é o Cadastro Nacional de Obras, que corresponde a um banco de dados nacional com as informações cadastrais das obras da construção civil e seus responsáveis.

Portanto, o CAEPF é o cadastro de pessoas físicas e o CNO é o cadastro de todas as empresas e obras da construção civil.

Faça o planejamento tributário para diferentes fazendas

Conclusão

O CAEPF produtor rural é um cadastro criado pela Receita Federal com o objetivo de reunir as informações das atividades econômicas exercidas por pessoas físicas.

Portanto, produtores rurais que se enquadram nesses grupos e ainda não são cadastrados no CAEPF devem procurar se regularizar o mais rápido possível.

Isso irá evitar possíveis problemas com a Receita Federal. Fique de olho!

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Cascudinho-da-soja: Como identificar e controlar?

O cascudinho-da-soja pode reduzir a produtividade e trazer sérios prejuízos à lavoura. Saiba como identificar e controlar essa praga que ataca a cultura.

O controle das pragas agrícolas é fundamental para garantir o sucesso da safra de soja. Todos os anos, os produtores fazem investimentos altos no solo e em sementes para ter altas produtividades.

As pragas, caso não controladas, podem comprometer ou até inviabilizar a lavoura. Dentre as principais pragas agrícolas que atacam as lavouras de soja, uma que vem se destacando nos últimos anos é o cascudinho-da-soja.

O cascudinho-da-soja é um coleóptero que ataca as plantas principalmente no início do ciclo da cultura, causando danos tanto como larva como quando adulto.

A praga merece bastante atenção, pois pode causar grandes prejuízos e sua incidência tem crescido em áreas do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Por isso, o monitoramento deve iniciar o quanto antes.

Para evitar problemas com o cascudinho, vamos conhecer essa praga e aprender como combatê-la. Confira!

Como identificar o cascudinho-da-soja

O Myochrous armatus (cascudinho-da-soja) pertence à ordem Coleoptera, família Chrysomelidae. Isso significa que ele é um tipo de besouro bem pequeno, que mede em torno de 5 milímetros de comprimento. 

O inseto adulto tem o corpo em formato oval de coloração preta fosca, variando também entre cinza-escura ou marrom, sempre com manchas mais escuras ou claras. Além disso, é recoberto por escamas curtas e robustas.

Os  adultos têm pouca habilidade para voar e, quando perturbados, têm o hábito de se fingir de mortos e permanecem imóveis, ou se jogam no chão.

As larvas do cascudinho são amarelas e vivem no solo, onde se alimentam de matéria orgânica e raízes de plantas de diversas espécies. Elas podem causar danos às raízes da soja ao se alimentarem, porém, nessa fase estes danos não são significativos.

É comum o cascudinho-da-soja ser confundido com outro besouro, conhecido como torrãozinho (Aracanthus mourei). Nesse ponto, vale destacar que é muito importante a identificação correta do inseto para que o seu controle seja eficiente!

Conforme podemos observar nas imagens, os dois insetos apresentam diferenças na sua morfologia, como nas antenas e na cabeça. O torrãozinho é “parente” do bicudo-do-algodoeiro, e por isso tem a cabeça prolongada. 

A confusão entre os dois insetos afeta diretamente o manejo de pragas da lavoura, e por levar ao uso incorreto de medidas de controle, impacta direta e negativamente a produtividade e a lucratividade da área.

Danos causados pelo cascudinho da soja

Os adultos são polífagos, ou seja, atacam várias espécies, como braquiária, fedegoso, amendoim bravo, feijão e milho. Na soja, o ataque geralmente ocorre na fase inicial da cultura, e os danos têm maior intensidade quanto mais jovem for a planta.

Poucos dias após a emergência, a praga fica localizada na base do caule e causa o tombamento e a morte da plântula. Se durante essa fase houver falta de chuva, o desenvolvimento das plantas fica comprometido, e os danos ficam ainda mais severos.

Por isso, o principal impacto dessa praga na lavoura é a redução do estande de plantas, o que afeta diretamente a produtividade da área total. 

Além disso, as plantas podem apresentar um desenvolvimento inicial reduzido, seguido por amarelecimento, murcha e morte. Estes sintomas podem ocorrer em grandes reboleiras de forma aleatória na lavoura.

O cascudinho consegue permanecer no solo na forma de pupa por até sete meses durante períodos de seca, sendo que o adulto emerge somente quando houver condições adequadas.

Embora os danos mais significativos ocorram na fase de plântula, o cascudinho também pode prejudicar a planta em estágios mais avançados, atacando os pecíolos e as hastes mais finas, que murcham e secam.

Como controlar o cascudinho da soja

Já sabemos que o cascudinho é uma praga que afeta a lavoura de soja nos primeiros dias após a semeadura. Por isso, é fundamental a identificação desta praga logo no início.

Alguns indicativos de que o cascudinho está presente na lavoura são:

  • Plântulas sem o ponteiro;
  • Plântulas com a haste principal decepada;
  • Folíolos pendentes na planta ou folhas inteiras caídas no solo (servem de abrigo para os adultos);
  • Constatação de insetos adultos em plantas em estágio de florescimento.

Monitoramento

O monitoramento é a primeira ferramenta de manejo que deve ser adotada para combater essa praga, e deve ser realizado com base no Manejo Integrado de Pragas (MIP). Para isso, o pano de batida é uma maneira simples e eficiente para realizar o monitoramento.

O nível de controle para o cascudinho-da-soja ainda está sendo estudado. Porém, a realização do pano de batida continua sendo essencial para o monitoramento.

Controle químico e biológico

O controle desta praga ainda é um desafio. O inseto adulto se abriga na palhada durante as horas mais quentes do dia. Isso complica um pouco seu controle, pois o cascudinho fica protegido, dificultando que o produto entre em contato com ele. 

Uma das ferramentas mais indicadas e eficientes para o controle do cascudinho é o tratamento de sementes. Essa prática é indispensável, pois protege a cultura na fase mais crítica ao ataque da praga, que são os primeiros dias após a emergência.

Somado a isso, é importante realizar o manejo químico, em associação ou não com produtos biológicos, na fase inicial da cultura, quando a planta ainda estiver com o primeiro par de folhas.

Para aumentar a eficiência das pulverizações, é recomendado realizar as aplicações nos horários mais frescos do dia ou à noite, quando a praga está mais exposta.

Atualmente não há evidências de inseticidas eficazes no controle do cascudinho, sendo necessário adaptar doses e misturas. Alguns dos princípios ativos que vêm sendo usados com bons resultados são o fipronil, clorpirifós e thiametoxan e imidacloprid.

Estudos indicam que produtos biológicos à base de bactérias e fungos entompatogênicos em associação com inseticidas químicos têm demonstrado grande potencial no combate do cascudinho.

É muito importante sempre rotacionar os princípios ativos dos inseticidas. Além disso, o controle de plantas daninhas e plantas tigueras de milho na área auxiliam para evitar que o inseto permaneça abrigado e se alimente destas plantas.

Planilha de manejo integrado de pragas

Conclusão

O cascudinho-da-soja é uma praga que ameaça a produtividade das plantas. O seu controle ainda é um desafio, mas algumas medidas como o tratamento de sementes e o manejo de invasoras e tigueras de milho, auxiliam no combate ao inseto.

Não deixe de realizar o monitoramento da lavoura, pois os danos causados pelo cascudinho acontecem na fase inicial do desenvolvimento da cultura. 

Dessa forma, o melhor caminho a ser seguido para combater o cascudinho é realizar a identificação correta, fazer as aplicações nos horários indicados e adotar técnicas preconizadas pelo manejo integrado de pragas.

>> Leia mais:

“Biofungicidas: quando vale a pena usá-los para o controle de doenças na lavoura?”

“Como a morfolina pode te ajudar no manejo de doenças da soja”

“Como o Manejo Integrado de Doenças pode reduzir custos e aplicações no seu cultivo”

“Mancha foliar no milho: como livrar sua lavoura dessas doenças”

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CCIR: o que é e como funciona o Cadastro de Certificado de Imóvel Rural

CCIR: saiba quem deve emitir, como fazer, possíveis problemas na emissão e muito mais!

Para regularizar um imóvel rural, a emissão do CCIR (Certificado de Cadastro de Imóvel Rural) é obrigatória.

Além disso, não possuir o cadastro pode impedir diversas ações de quem é proprietário ou posseiro de terra, como tomar crédito rural, por exemplo.

Neste artigo, entenda qual a finalidade do certificado, quem deve emitir, como emitir, entre outras informações. Tenha uma boa leitura!

O que é o CCIR?

O CCIR (Certificado de Cadastro de Imóvel Rural) é um documento expedido pelo Incra e serve para comprovar a regularidade de um imóvel

O documento comprova que o imóvel rural está inscrito no SNCR (Sistema Nacional de Cadastro Rural) e contém informações sobre o titular, a área, localização, exploração e classificação fundiária do imóvel rural

Os dados presentes no CCIR são cadastrais e de uso governamental na elaboração de políticas públicas. Isso não legitima o direito de posse da terra.

O CCIR é fundamental para uma série de atividades que o proprietário queira realizar com o imóvel. O Art. 22 da Lei nº 4.947/1966 dispõe sobre as finalidades do certificado.

Proprietários de terra devem apresentar o documento sempre que desejarem desmembrar, arrendar, hipotecar ou vender o imóvel rural. Para homologar a partilha amigável ou judicial em caso de falecimento do proprietário também é necessário. 

O CCIR é fundamental para uma série de atividades. Por exemplo, para registro da propriedade em cartório, inventários, acesso a financiamentos rurais, crédito rural e para a aposentadoria rural. 

A alteração em qualquer um desses itens deve ser comunicada ao Incra, através da Declaração para Cadastro Rural. O certificado de imóvel rural deve ser emitido anualmente pelos proprietários e posseiros de imóveis rurais cadastrados.

Como emitir CCIR?

Para emitir o certificado, é preciso acessar o site do SNCR (Sistema Nacional de Cadastro Rural). Na tela inicial é preciso informar alguns dados como: 

  • o código de 13 dígitos do imóvel rural;
  • município e estado sede do imóvel;
  • informar se é pessoa física ou jurídica;
  • CPF do titular declarante.

Se você não sabe o código do imóvel rural, pode buscar a sede mais próxima do Incra para solicitar.

Página do SNCR para emissão do CCIR
Página do SNCR para emissão do CCIR
(Fonte: Sistema Nacional de Cadastro Rural)

Se o imóvel não tiver nenhum tipo de impedimento, o certificado será emitido em um arquivo PDF. 

O certificado de imóvel rural  também pode ser emitido por aplicativo para smartphones, disponível para Android ou iOS.

Quem não tem acesso aos meios digitais pode se dirigir até as unidades municipais do Incra mais próximo. Após a emissão do CCIR é preciso pagar a Taxa de Serviço Cadastral para que o certificado seja válido. Essa taxa varia de acordo com o tamanho do imóvel rural.

Quem deve emitir o CCIR?

O CCIR deve ser emitido por proprietários ou posseiros de imóveis rurais que sejam cadastrados no Incra. A emissão deve ser feita anualmente.

Esses proprietários precisam fazer o Cafir (Cadastro de Imóvel Rural) e pagar o ITR (Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural). Com o imóvel cadastrado e com o imposto pago, os proprietários podem emitir o CCIR. 

Importante lembrar que não são todos os proprietários de terra que são obrigados a pagar o ITR, como por exemplo:

  • Propriedades que não excedam o tamanho de uma pequena gleba rural
    • 30 ha para imóveis situados em qualquer localidade;
    • 50 ha para imóveis localizados no Polígono das Secas ou Amazônia Oriental;
    • 100 ha para imóveis na Amazônia Ocidental ou Pantanal.
  • Áreas que pertencem ao governo federal;
  • ONGs, cultos e partidos políticos;
  • Assentamentos da reforma agrária;
  • Áreas pertencentes a comunidades quilombolas.

Entretanto, todos eles são obrigados a emitir o CCIR

Como fazer o Cadastro de Imóveis Rurais?

A inscrição ou alteração cadastral do imóvel rural é feita eletronicamente por meio do CNIR (Cadastro de Imóveis Rurais). Esse cadastro reúne dados estruturais sobre os imóveis rurais.  

O acesso ao sistema do CNIR é feito através de login e senha da conta gov.br com a obtenção de selo de confiabilidade de, no mínimo, Nível Prata.

Após fazer as solicitações, pode ser que seja necessário o envio de documentação comprobatória para a análise da Receita Federal. Neste caso, a documentação deverá ser enviada junto a um processo digital aberto no e-CAC.

A Receita Federal tem um documento com o passo a passo para abrir o processo no e-CAC e como anexar a documentação. Após aberto o processo, você deverá anexar os seguintes documentos:

  • Recibo de solicitação de serviço emitido pelo CNIR – quando utilizado o serviço do CNIR;
  • Decir (Documento de Entrada de Dados Cadastrais do Imóvel Rural) – no caso de utilização do serviço disponibilizado pelo Coletor Web;
  • Diac (Documento de Informação e atualização do ITR): exclusivamente quando não for possível utilizar o CNIR ou Coletor Web.

Além dos documentos citados acima, o recibo do envio da solicitação emitido pelo CNIR traz outros documentos que devem ser enviados no processo. 

Regras do Cadastro de Imóveis Rurais

A inscrição de imóveis rurais deve ser feita pelo portal do CNIR (Cadastro Nacional de Imóveis Rurais). Em 2015, o Incra e a Receita Federal iniciaram a integração entre o SNCR e o Cafir (Cadastro de Imóveis Rurais), criando assim, o CNIR. 

Portanto, todos os proprietários de imóveis rurais devem fazer o cadastro para o obter o Cafir e, posteriormente, emitir o CCIR.

A inscrição do imóvel rural no CNIR deve ser feita nas situações em que:

  • Imóvel rural não seja cadastrado no Cafir;
  • Aquisição de área parcial de um imóvel rural, que resulte em um novo imóvel rural;
  • Aquisição de área total ou parcial de imóvel rural pelo Poder Público e suas autarquias, pelas entidades privadas imunes ou decorrente de arrematação em leilão público;
  • Desapropriação de área total ou parcial de imóvel rural por necessidade ou utilidade pública ou interesse social, promovida pelo Poder Público ou por pessoa jurídica de direito privado delegatária ou concessionária de serviço público.

Qual o valor do CCIR?

Em 2021, o valor mínimo da taxa foi de R$ 4,40 para propriedades de até 25 hectares. Ao imprimir sua GRU (Guia de Recolhimento da União), basta pagar em qualquer rede de atendimento do Banco do Brasil ou pelo aplicativo do banco.

Quitada a taxa, é possível emitir outras vias do certificado sem a necessidade de novo pagamento. O CCIR é válido por um ano, a contar da data de pagamento da taxa de serviço cadastral. 

O site do Incra também informa quando deve ser feita a nova emissão do certificado. 

Vale lembrar que o comprovante de pagamento da taxa é a garantia de validade do CCIR. Por isso, é importante guardá-lo. 

Instituições financeiras, cartórios de registro de imóveis e outros órgãos públicos podem consultar a autenticidade do CCIR e a quitação da taxa de serviços. Isso pode acontecer em caso de transações financeiras e imobiliárias.

Página do SNCR para consultar autenticidade do CCIR
Página do SNCR para consultar autenticidade do CCIR
(Fonte: Sistema Nacional de Cadastro Rural)

Problemas na emissão do CCIR

Se existir alguma pendência com o imóvel, não será possível emitir o CCIR e uma mensagem aparecerá na tela do seu computador ou celular.

Se o sistema informar a mensagem “Dados informados divergentes com o cadastro. Procure o posto do Incra mais próximo”, é necessário atualizar os dados do imóvel rural para emitir novo CCIR. 

Neste caso, você pode acessar a Declaração para Cadastro Rural e atualizar os dados da propriedade ou posse cadastrada no Incra.

O sistema também pode informar a mensagem de “Imóvel não possui declaração processada”. Neste caso, o imóvel não está cadastrado no sistema ou está com cadastro omisso. 

Assim, procure atendimento nas salas de cidadania da superintendência do Incra mais próxima da sua região ou acesse a Declaração para Cadastro Rural para realizar a inclusão cadastral.

Planilha Aegro de planejamento tributário para diferentes fazendas

Conclusão

O Certificado de CCIR (Cadastro de Imóvel Rural) deve ser emitido todo ano pelos proprietários de imóveis rurais.

Este certificado comprova que o imóvel rural está inscrito no Sistema Nacional de Cadastro Rural. Ele é uma condição essencial para a contratação de crédito agrícola e transações imobiliárias.

Dessa forma é preciso ter muita atenção no momento de preencher os dados do certificado corretamente. Dados incorretos podem gerar problemas nas operações de financiamento ou de venda da terra, por exemplo. Fique de olho!

>> Leia mais:

“Pronaf: como funciona o programa de crédito rural”

“Conheça os diferentes tipos de crédito rural e saiba como eles funcionam”

“Como vai funcionar o bureau verde do crédito rural e como ele pode impactar os financiamentos”

“Elaboração de projetos de crédito rural: entenda pra que serve e como fazer”

Você tem alguma dúvida no processo de emissão do CCIR? Adoraria ler seu comentário abaixo!

Ferramentas para safra rentável que todo produtor precisa usar

Ferramentas para safra rentável que o produtor pode adotar para diminuir os erros, aumentar a eficiência agrícola e a rentabilidade da propriedade

A atividade agrícola tem exigido dos produtores rural um nível de profissionalização crescente. Isso se deve ao fato de que a atividade agrícola tem um risco cada vez maior.

Flutuações de valores de insumos e maquinários, condições climáticas incertas e variações do valor de venda de commodities agrícolas fazem com que haja grande incerteza e baixa margem de lucro.

Para contornar esses desafios e aumentar a eficiência da sua propriedade, o produtor precisa controlar os investimentos e as atividades executadas na safra e focar no planejamento da safra.

Hoje existem muitas ferramentas capazes de auxiliar o produtor no planejamento de safra. Neste texto, falaremos sobre essas ferramentas, suas integrações com tecnologias agrícolas, seus benefícios e como acessá-las. Boa leitura!

Planejamento de safra

Normalmente o período de entressafra é quando o produtor se prepara e organiza a safra seguinte. Em grande parte do território brasileiro, esse período acontece entre julho e agosto. Assim, o início da semeadura de novas lavouras começa no final de setembro.

Há uma lista de coisas que devem ser programadas para a entressafra e safra:

  • Amostragem e envio de amostras de solo para análise;
  • Manutenção de máquinas;
  • Definição das culturas a serem plantadas, suas áreas e tipos de plantio;
  • Capacidade de investimento e definição de orçamento;
  • Definição de manejos e planejamento e compra de produtos a serem usados;
  • Preparo do solo;
  • Plantio ou semeadura;
  • Controle de pragas, doenças e plantas daninhas ao longo do ciclo;
  • Manutenção e operação dos sistemas de irrigação;
  • Colheita e secagem;
  • Armazenamento e comercialização de produtos colhidos.

Como se pode notar, muitas atividades precisam ser planejadas e executadas durante a safra. Uma boa organização de recursos e mão de obra é fundamental para a eficiência dos processos e se evitar gastos extras.

Planejamento: antes, durante e depois

O planejamento agrícola não deve ser feito apenas na entressafra, como se pode imaginar. Existem etapas do planejamento que também ocorrem durante e depois da safra.

Confira a seguir as principais etapas do planejamento.

Antes da safra

Neste momento, você deve definir as culturas, áreas de alocação e o sistema de plantio da safra. Também é hora de definir o orçamento e o manejo usado, além das atividades que serão executadas.

Durante a safra

Aqui, é importante comparar o planejado ao executado. Como cada safra é diferente da outra, pode ser necessário adaptar o manejo e o investimento.

Alguns fatores verificados durante a safra podem alterar o planejamento, como doenças, pragas, estresses abióticos, data de plantio, previsão de colheita etc.

Depois da safra

É fundamental, então, analisar os resultados obtidos e compará-los ao programa inicial. Isso permite mapear pontos fortes e fracos da safra em termos das atividades executadas, e como isso impactou a produção final.

Aprendendo com safras anteriores

Uma forma de planejar a safra seguinte é olhar para as anteriores. O produtor que possua um sistema de armazenamento e análise de dados das safras anteriores tem maior capacidade de entender que processos necessitam maior atenção.

Isso permite verificar quais foram os gargalos e processos menos eficientes e planejá-los melhor para o próximo ano agrícola. O produtor também pode verificar as condições e o potencial produtivo de diferentes talhões, e escolher que culturas utilizar.

O Aegro é um software para gestão de fazendas que permite criar bancos de dados de safras anteriores e auxiliar você nas tomadas de decisões futuras.

Com esse histórico de safras, é possível analisar erros e acertos, identificar oportunidades para reduzir custos, melhorar o uso dos insumos na lavoura — enfim, adotar técnicas variadas em prol do processo produtivo.

Aegro é uma das melhores ferramentas para safra rentável
Tela do Aegro com o custo realizado
(Fonte: Aegro)

Principais áreas de planejamento

Podemos listar algumas áreas básicas que são necessárias ao bom planejamento e dão embasamento ao produtor. São elas:

Cronograma e definições técnicas

A escolha das culturas, dos sistemas de plantio e dos manejos usados na propriedade são um passo importante para o bom planejamento agrícola.

A partir disso, definimos os insumos necessários, como sementes, fertilizantes e agroquímicos.

Além disso, define-se o número de entradas de cada maquinário na lavoura e o tempo que cada máquina precisará ser utilizada.

Orçamento

Com base no balanço financeiro da propriedade, nas definições técnicas da próxima safra e no retorno previsto, o produtor define seu orçamento.

Neste ponto, o produtor define em que momento vai gastar com insumos e maquinários e também a flexibilidade do uso de recursos.

Preparo para execução

Planejar o uso de maquinários e insumos permite um bom controle de estoque — tanto de produtos destinados à lavoura como ao maquinário. Isso também permite definir a melhor época para manutenção de máquinas e a necessidade de mão de obra ao longo da safra.

Esse tripé de cronograma, orçamento e preparo para execução, se bem feito, facilita bastante a vida do produtor e pode trazer grandes retornos.

Tecnologias e os benefícios das ferramentas de planejamento

Atualmente, a maioria dos produtores usam ferramentas tecnológicas para a gestão de dados e atividades da fazenda. Assim, todo o controle e planejamento é feito de maneira digital e, muitas vezes, automática.

As principais vantagens do uso de ferramentas de planejamento digitais são:

  • Aumento da eficiência de processos;
  • Redução de perdas de combustível, mão de obra, insumos etc.;
  • Uso racional de energia, água e insumos;
  • Maior retorno do investimento;
  • Maior robustez do negócio e menor dependência de fatores externos;
  • Maior controle de custos;
  • Diminuição da possibilidade de erros de execução;
  • Maior capacidade de tomada de decisões em tempo real;
  • Aumento da sustentabilidade — seja social, econômica ou ambiental;
  • Benefícios ao meio-ambiente.
planilha de fluxo de caixa

Simplificando o planejamento com o Aegro

Com o Aegro, você mantém o histórico de todas as safras e tem acesso a relatórios para acompanhar a evolução da sua safra.

O registro e análise de dados durante o planejamento é fundamental para você agir de forma assertiva e tomar as melhores decisões antes, durante e depois da safra.

Para planejar e acompanhar as atividades da lavoura, você pode orçar o custo estimado, planejar atividades, receber lembretes de manutenção de máquinas e monitorar as atividades por área.

Assim, você tem uma atualização da evolução de seu planejamento e consegue identificar rapidamente os ajustes necessários.

Só com o Aegro você tem o controle da sua safra do planejamento à venda, programando seus custos durante todo o processo, monitorando e acompanhando a evolução da safra e utilizando os dados de toda a produção para identificar o melhor valor de venda.

Monitore as atividades da lavoura e mantenha seu planejamento com o Aegro
Monitore as atividades da lavoura e mantenha seu planejamento com o Aegro
(Fonte: Aegro)

Conclusão

A necessidade de profissionalizar e aumentar a eficiência dos processos agrícolas é urgente. Estratégias e ferramentas para o planejamento de safra pode ser um diferencial entre o sucesso e o fracasso da sua atividade.

Devido ao alto fluxo de informações, à necessidade de monitoramento em tempo real, às incertezas e à complexidade de uma fazenda, as ferramentas de gestão são essenciais para um bom gerenciamento do seu negócio rural.

Softwares, planilhas, formulários e banco de dados digitais, preferencialmente automáticos, são ferramentas que auxiliam o produtor no planejamento, execução e análise das diferentes etapas do processo produtivo.

>> Leia mais:

“Aegro lança emissão de nota fiscal com CNPJ”

“Software administração rural gratuito: 3 ferramentas que vão te ajudar”

“Importação de histórico, filtros múltiplos e mais: conheça as novidades do Aegro em 2023”

“Conheça as integrações de máquinas com o Aegro

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O que é ESG no agronegócio? Entenda os principais impactos

ESG no agronegócio: saiba o que é, por que isso está revolucionando o mercado e como sua implementação pode impactar positivamente os seus negócios e a sociedade em geral.

À medida que os desafios ambientais, sociais e de governança se intensificam globalmente, as discussões sobre a importância da implementação dos padrões ESG no agronegócio ganham cada vez mais relevância. 

Estamos falando de uma série de iniciativas que podem ser tomadas no campo para contribuir com a preservação do meio ambiente e o desenvolvimento das comunidades rurais. E que, de quebra, ainda ajudam a aumentar a competitividade e a lucratividade das fazendas. 

Por isso, neste artigo, vamos abordar o significado do ESG no contexto do agronegócio, conhecer cada um de seus pilares e explorar os impactos positivos que sua implementação pode trazer para os produtores rurais. 

Boa leitura!

O que é ESG e como funciona?

Utilizada pela primeira vez em 2004, durante uma conferência da ONU, a sigla ESG se refere às boas práticas Ambientais, Sociais e de Governança  (do inglês “Environmental, Social and Governance”) nas empresas. 

Na prática, trata-se de um conjunto de iniciativas adotadas pelas organizações com o objetivo de diminuir os impactos de suas operações no meio ambiente e na sociedade e de tornar a governança corporativa mais responsável, ética e transparente em seus processos de tomada de decisão.

A essa altura, você pode estar se perguntando: afinal, como o ESG se relaciona com o agronegócio? Ou, ainda, quais são as práticas ESG no agronegócio?

Para ajudar a responder a essas perguntas, separamos abaixo alguns exemplos de como cada um dos pilares ESG se relaciona com o dia a dia dos produtores rurais. Veja:

Pilares do ESG no agronegócio: do campo à indústria

1. Ambiental

No contexto do agronegócio, o pilar ambiental do ESG tem a ver com a adoção de estratégias e tecnologias que ajudem a reduzir os impactos negativos ao meio ambiente.

Vale destacar que, com a  aproximação do agronegócio com a tecnologia e consolidação da agricultura 4.0, a maioria dessas medidas foi facilitada (falaremos mais sobre essa relação ao longo deste artigo).

2. Social

Já o pilar social no agronegócio diz respeito às relações humanas com trabalhadores rurais e com as comunidades impactadas direta ou indiretamente pela atividade agrícola.

Nessa esfera, é importante que os produtores rurais busquem adotar práticas que contribuam para o desenvolvimento socioeconômico local. Algumas maneiras de fazer isso são:

  • promover a segurança e saúde dos trabalhadores;
  • respeitar as leis trabalhistas;
  • valorizar a mão de obra local;
  • capacitar moradores da comunidade;
  • oferecer treinamentos adequados para manejo dos equipamentos agrícolas.

3. Governança

Por fim, o pilar de governança do ESG refere-se à forma com que as empresas agrícolas são administradas e conduzidas. Isso envolve, por exemplo:

  • a transparência na gestão de empresas e indústrias;
  • o cumprimento das leis e regulamentações;
  • a ética nos negócios;
  • a gestão responsável dos recursos financeiros;
  • o combate à corrupção;
  • o estabelecimento de protocolos de segurança.

Importância do ESG no agronegócio

Responsável por pelo menos 27% do PIB brasileiro e por garantir a segurança alimentar global, o agronegócio desempenha um papel fundamental na geração de empregos e no desenvolvimento econômico do país.

Por outro lado, quando a agenda ESG não é considerada, as atividades agrícolas podem ter impactos negativos bastante significativos no meio ambiente e na sociedade.

A degradação do solo, o uso excessivo de água, a contaminação de recursos hídricos, a emissão de gases de efeito estufa e questões como a segurança e as condições de trabalho dos agricultores são alguns exemplos de como a falta de um olhar voltado para o ESG no agronegócio pode ser prejudicial.

Mas engana-se quem pensa que os benefícios do ESG se restringem “apenas” ao meio ambiente. Na verdade, a implementação dessa agenda também traz diversas vantagens para os produtores rurais e para o setor como um todo. Veja abaixo.

Divulgação do kit de 5 planilhas para controle da gestão da fazenda

Por que implementar o ESG no agronegócio?

Acesso a crédito rural

O primeiro e talvez mais evidente benefício tem a ver com o acesso ao crédito. Isso porque produtores rurais alinhados às boas práticas de sustentabilidade têm sido beneficiados por instituições financeiras.

Um bom exemplo vem do Plano Safra 2023/2024, que trouxe a possibilidade da redução das taxas de juro para aqueles que adotam práticas sustentáveis, como produção orgânica ou agroecológica, bioinsumos, tratamento de dejetos na suinocultura, pó de rocha e calcário, energia renovável na avicultura, rebanho bovino rastreado e certificação de sustentabilidade.

Mais investimentos

As instituições financeiras não são as únicas priorizando o ESG na hora de tomar decisões. 

Considerando a boa gestão de riscos e a tendência que empresas ambiental e socialmente responsáveis têm de alcançar melhores resultados no longo prazo, os investidores também estão – cada vez mais –  direcionando seu capital para essas companhias.

Para ter ideia, a Bloomberg estima que os recursos investidos em empresas ESG chegaram a marca de 38 trilhões de dólares em 2020 e devem saltar para impressionantes  53 trilhões de dólares até 2025.

Aumento do lucro por safra

A implantação de práticas de gestão sustentável e eficiente resulta em melhorias na produtividade, redução de desperdícios e otimização dos recursos disponíveis. Mas não é só isso.

Uma pesquisa  do Institute of Business Value (IBV) mostrou que 54%  dos consumidores globais estariam dispostos a pagar um valor mais alto por produtos de baixo impacto ambiental. 

Isso significa que produtores rurais alinhados às boas práticas ESG podem considerar cobrar mais por seus produtos e, ainda assim, esperar impactos positivos em seus resultados financeiros.

Mas não é só isso. O aumento do interesse dos consumidores (e, consequentemente, da competitividade do negócio) também tende a atrair novas oportunidades de negócio – inclusive em mercados externos, historicamente mais exigentes com relação à sustentabilidade das operações.

ESG no agronegócio: por onde começar?

É difícil falar sobre a implementação do ESG no agronegócio sem falar sobre o processo de digitalização do setor – especialmente no que diz respeito ao pilar da governança corporativa.

Por meio de softwares de gestão e inteligência artificial, por exemplo, é possível coletar, analisar e identificar padrões em grandes volumes de dados, o que ajuda a gerar insights valiosos para a tomada de decisões e a melhorar a eficiência operacional.

Há também soluções baseadas na tecnologia blockchain, que permitem estabelecer uma rastreabilidade completa ao longo da cadeia de suprimentos – tornando o acesso a informações sobre a origem dos produtos mais transparente e confiável para consumidores, investidores e demais partes interessadas.

Além disso, a digitalização desempenha um papel fundamental na adoção de práticas sustentáveis, uma vez que possibilita:

  • o monitoramento detalhado de áreas de cultivo;
  • o uso de drones para monitorar o crescimento da safra;
  • a aplicação mais precisa de insumos agrícolas;
  • a gestão eficiente de recursos hídricos;
  • a comunicação entre fornecedores, indústria e clientes;

Essas e outras práticas ajudam a reduzir o uso excessivo de fertilizantes, pesticidas e água, minimizando os impactos ambientais negativos e aumentando a eficiência produtiva das fazendas.

Nesse contexto, investir em digitalização desponta como uma etapa essencial do processo de implementação do ESG no agronegócio.

Outro passo importante é buscar certificações e selos que atestem o comprometimento do seu negócio rural com a sustentabilidade ambiental, a responsabilidade social e a transparência corporativa.

Selos e certificações ESG para o agronegócio

Existem várias certificações e selos que ajudam a comprovar o comprometimento das empresas do agronegócio com as práticas de ESG.  

Elas funcionam como uma espécie de garantia para os consumidores (e outras partes interessadas), atestando que a organização está verdadeiramente comprometida com a agenda sustentável.

Alguns exemplos são:

  • Certificação Orgânica: atesta que os produtos agrícolas foram produzidos de acordo com práticas agrícolas sustentáveis, sem o uso de pesticidas químicos ou fertilizantes sintéticos;
  • Selo Fair Trade: garante que as empresas pagam preços justos aos produtores agrícolas, respeitam os direitos trabalhistas, promovem a igualdade de gênero e investem em comunidades locais;
  • Certificação Rainforest Alliance: indica que os produtos agrícolas foram produzidos de acordo com práticas que protegem a biodiversidade, promovem a conservação dos recursos naturais e garantem a saúde e o bem-estar dos trabalhadores.

Conclusão

A implementação do ESG no agronegócio traz diversos benefícios ao produtor rural, como acesso a taxas de juros mais favoráveis, abertura a novos mercados e aumento do lucro por safra. 

Para colher esses benefícios, os produtores rurais devem investir em digitalização e estratégias de governança que almejem promover a sustentabilidade e a responsabilidade social em suas operações. 

Ao fazer isso, estarão contribuindo para a preservação do meio ambiente, o desenvolvimento das comunidades rurais e o fortalecimento do setor agrícola como um todo.

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“Veja como adotar práticas de tecnologia e sustentabilidade na sua fazenda”

“O que é SAF: entenda tudo sobre os sistemas agroflorestais”

“Inteligência artificial no agronegócio: como ela vai beneficiar sua fazenda”

“ASG na agricultura: saiba como se beneficiar dessas práticas”

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