5 dicas para o plantio de algodão de alta produtividade

Plantio de algodão: Pré-plantio, manejo de solo, escolha da variedade e outros pontos importantes para alcançar altas produtividades.

O Brasil é o 5º maior produtor de algodão do mundo, com colheita estimada em 2,7 milhões de toneladas de pluma apenas nesta safra.

Nas últimas safras, também vimos um aumento de área bem significativo desta cultura.

Para alcançar altas produtividades e se manter entre os maiores produtores de algodão do mundo, o plantio requer uma atenção especial.

Confira as 5 dicas que separamos para te ajudar a ter mais sucesso em sua produção de algodão. 

1ª dica: Cuidados com a área e rotação de culturas no plantio de algodão

Para obter sucesso em sua lavoura, dê preferência por áreas planas, de fácil mecanização e com boa drenagem. 

A rotação de culturas em seu pré-plantio ajuda na melhor estruturação do solo e, consequentemente, melhor drenagem. Essa técnica também irá auxiliar a reduzir os custos com pragas e doenças da cultura.

Para fazer a rotação, opte por espécies de fácil condução e alta produção de matéria seca. Mas fique atento se a espécie escolhida não é hospedeira de pragas, doenças e nematoides.

Se você ainda não realiza a rotação, tente utilizar esse manejo em uma parte de sua área.

Tenho certeza que na safra seguinte você irá ampliar sua utilização, pois a rotação de culturas auxilia na “saúde” de sua área.

Temos algumas matérias que podem te ajudar nesta escolha de espécies para rotação:

2ª: Plante no limpo

As plântulas de algodão são muito sensíveis à competição. Por isso, o estabelecimento da cultura deve ocorrer no limpo, ou seja, sem a presença de plantas daninhas.

Nos primeiros 80 dias após a semeadura, até um pequeno número de plantas daninhas pode afetar o crescimento e consequentemente a produtividade.

plantio de algodão

(Fonte: Grupo Cultivar)

Entretanto, a cultura deve estar “no limpo” durante todo o ciclo, pois a qualidade do produto final é muito importante.

Mas, em quais momentos posso aplicar herbicidas sem ocasionar danos? Veja: 

  • Pré-plantio;
  • Pré-emergência da cultura;
  • Pós-emergência da cultura;
  • Dessecação de plantas.

Para saber qual o melhor herbicida, conheça as plantas daninhas presentes em sua lavoura e não deixe de realizar um planejamento com seu consultor!

3ª: Preparo do solo para plantio de algodão

Devido à maior permanência da umidade, normalmente os solos médios a argilosos permitem que a cultura mostre seus melhores resultados.

Contudo, as boas práticas são fundamentais para o sucesso de lavoura. Por isso, realize uma análise de seu solo.

Os solos escolhidos para implantação da cultura devem apresentar características físicas, químicas e biológicas favoráveis ao algodoeiro.

Caso seu solo apresente alguma limitação física, por exemplo, faça a correção prévia antes do plantio do algodão.

Não semeie em solos compactados e mal drenados: a cultura do algodão é altamente suscetível. A mesma dica vale para solos com limitações químicas ou biológicas.

Fique atento: o algodoeiro é muito sensível à acidez do solo. Realize o manejo conforme a necessidade de seu solo.

Caso seja necessário e possível, a correção do solo deve iniciar 3 meses antes do plantio.

manejo plantio de algodão

Manejo do solo para plantio de algodão
(Fonte: AMIPA)

>>Leia mais: “6 funcionalidades do Aegro que vão te ajudar durante o plantio

Adubação 

Para o algodão, a adubação pode ocorrer em diferentes momentos para suprir as necessidades da cultura. Na semeadura, ocorre normalmente no sulco.

A recomendação de macro e micronutrientes acontece em função da análise de solo.

Porém, a recomendação para nitrogênio é baseada na produtividade esperada e no histórico da área.

Caso seja necessário, pode ser realizada a adubação de cobertura de forma única ou parcelada.

Assim, as coberturas devem ser realizadas:

1ª – Entre 30 e 35 dias após a emergência;

2ª – Entre 20 e 30 dias após a primeira.

Alguns produtores ainda utilizam aplicações aos 80 dias após a emergência, mas fique atento, pois esta aplicação pode ocasionar danos à cultura.

Baixe a planilha gratuita de cálculo da produtividade de algodão!

4ª dica: Variedades, espaçamento e época de semeadura

Variedades do plantio de algodão

Opte por variedades tolerantes a pragas e doenças, nematoides e herbicidas, e, principalmente, com alto potencial produtivo.

A escolha da semente pode influenciar diretamente no estabelecimento da cultura. Escolha sementes que tenham boa adaptabilidade em sua região e opte pela diversificação de variedades em sua propriedade!

Antes de iniciar a semeadura, realize um teste de emergência em um canteiro da fazenda.

Algumas variedades de algodão disponíveis no mercado para sua safra são:

  • BRS 187 8H;
  • BRS 371 RF;
  • TMG 81 WS;
  • TMG 62 RF;
  • IAC 24;
  • IAC 25 RMD;
  • DP 1536 B2RF.

Para mais opções, confira o portfólio das empresas. 

Espaçamento

Quanto maior o número de plantas em uma mesma área, maior será a competição entre elas, tanto por água quanto por luz e nutrientes.

Mas como escolher o melhor espaçamento?

O melhor espaçamento é aquele em que a planta tem ótimo aproveitamento e pode expressar suas melhores características. Para o plantio de algodão, geralmente, são indicados:

  • Espaçamento entre fileiras de 0,76 m a 0,90 m; 
  • Optando pelo cultivo adensado, o espaçamento muda para 0,45-0,50 m;
  • Densidade de 8 m² a 10 plantas por m².

Caso você opte por variedades que apresentam porte mais elevado, a densidade não deve ser maior que 8 plantas por m².

Lembrando: maiores densidades são indicadas para variedades de menor porte e para solos arenosos.

Época de plantio

A época de plantio deve ser determinada, principalmente, pelo zoneamento e regime de chuvas regionais.

Quando escolhida sem planejamento, pode acarretar em perdas de produtividade.

produtividade algodoeiro Fundação MT

Produtividade do algodoeiro em função da localidade e época de semeadura
(Fonte: Fundação MT)

Pode-se realizar o plantio do algodão em “época normal” ou “safrinha”, dependendo do tipo de sistema realizado na propriedade.

Na chamada semeadura em época normal, é realizada apenas uma safra por ano. Neste sistema, a produção de algodão pode expressar sua máxima produtividade.

Já a semeadura safrinha, que ocorre após a colheita da soja, normalmente se inicia em fevereiro – ou assim que possível.

Na prática, para garantir um estabelecimento adequado do estande: 

  • Regule seu maquinário antes de iniciar a semeadura;
  • Utilize sementes de alta qualidade;
  • Semeie na época adequada: com temperatura e umidade ótimas;
  • Observe se a profundidade está uniforme no momento do plantio.

5ª: Custos e planejamento do plantio de algodão

O Imea aponta que o custo do algodão para o mês de outubro em Mato Grosso, para a safra 2019/20, aumentou em relação à safra 2018/19 para os custos variáveis e operacionais, os quais tiveram um crescimento de 5,80% e 5,70%, respectivamente. 

Os principais fatores do aumento dos custos se deram em virtude de:

  • Alta do dólar;
  • Despesas com macronutrientes e fungicidas, que tiveram um avanço anual de 12,00% e 9,70% respectivamente;
  • Mão de obra do trabalhador rural, pois boa parte da remuneração é paga em sacas de soja, oleaginosa que teve uma valorização nos preços.  

Para conseguir ter rentabilidade mesmo com esses custos, o planejamento é muito importante na empresa rural e deve ser realizado em todas as etapas, inclusive no plantio de algodão.

Planejando as suas atividades, você pode conhecer quais são seus principais custos. Isso auxilia sua tomada de decisão, do plantio à comercialização.

Por isso, é fundamental que você tenha todas as informações de sua lavoura registradas.

Como sabemos, o algodão é uma cultura que envolve muito investimento, sendo considerada uma das culturas mais “caras”. Assim, qualquer detalhe pode fazer muita diferença em sua rentabilidade!

Com o Aegro você consegue ter acesso a todos seus custos a qualquer momento e com segurança. Dados ilustrativos.

Conclusão

O plantio do algodão é de extrema importância para o sucesso dessa cultura de custo tão elevado.

Mostramos neste artigo algumas dicas para te auxiliar nessa etapa, desde o pré-plantio à emergência da cultura.

Espero que com essas informações, você consiga realizar o plantio de seu algodão e alcançar altas produtividades. Boa safra!

>> Leia mais:

“Como evitar e combater a mela do algodoeiro na sua lavoura”

Como você realiza o plantio de algodão em sua lavoura? Ficou com alguma dúvida? Deixe seu comentário!

Como fazer o MIP da soja?

MIP da soja: Como fazer o manejo integrado das pragas da cultura da soja e como isso irá trazer benefícios tanto econômicos como ambientais. 

Quando você ouve alguém falando sobre o Manejo Integrado de Pragas (MIP), considera algo impossível de ser feito na cultura da soja?

E se eu te disser que existem muitos casos de sucesso ao utilizar esse método, você acreditaria?

Embora seja um manejo menos facilitador do que aquele convencional, o MIP vai te garantir maior rentabilidade a longo prazo e contribuir para uma produção mais sustentável.

Mas, acredito que muitas dúvidas ainda precisam ser respondidas. Por isso, nosso artigo de hoje é sobre como fazer o MIP na soja. Confira!

Por que fazer o MIP?

Antes de falarmos sobre o MIP na cultura da soja, precisamos entender melhor alguns aspectos sobre esse tipo de manejo e por que é tão importante que ele seja implementado na agricultura de uma forma geral. 

Com o advento dos inseticidas na década de 1930, o mercado agrícola passou a produzir mais, justamente por ter formas mais rápidas de controlar as pragas.

Mas, desde então, não houve uma forma equilibrada de se fazer o uso dos pesticidas. Por isso, muitos problemas começaram a ocorrer, como, por exemplo:

  • resistência de pragas-chave a pesticidas;
  • uso irracional dos pesticidas;
  • Pragas antes secundárias se tornando as principais da cultura;
  • Ressurgência de pragas em níveis muito mais altos;
  • Toxicidade para humanos e organismos não-alvo;
  • Contaminação do ambiente;
  • Pesticidas incompatíveis com o controle biológico

Com esses e outros problemas que foram surgindo, na década de 1960, pesquisadores de diversas áreas propuseram um manejo com outras formas de controle que não somente o químico.

Então, mais do que uma forma de reduzir os custos, o MIP visa muitos outros aspectos nos âmbitos sociais e ambientais.

E o que é o MIP?

O MIP é um conjunto de medidas de controle que objetiva manter as pragas abaixo do nível de dano econômico quando estas chegam no nível de controle.

Todas as medidas adotadas devem ser feitas de formas coordenada e harmônica, com base no custo/benefício, levando em consideração aspectos econômicos, sociais e ambientais. 

Mas, é importante lembrar que o MIP não visa eliminar as pragas do agroecossistema. O principal objetivo é manter essas pragas abaixo do nível de controle de maneira equilibrada.

Como começar o MIP da soja?

Antes de entrar com os métodos de controle, você precisa conhecer o histórico da área e quais pragas podem vir a lhe causar prejuízos ao longo da safra.

Mas, para conhecer, é preciso saber identificar as principais pragas da soja. Dessa forma, você terá como monitorá-las. 

O monitoramento é uma prática que deve se tornar parte da sua rotina. Há a necessidade de que toda semana você verifique a densidade populacional das pragas. 

Com o monitoramento semanal, será possível ter uma melhor tomada de decisão, optando por métodos mais adequados para aquela ou aquelas pragas que poderão causar danos econômicos. 

As maneiras mais comuns utilizadas pelos produtores de soja para monitorar as pragas são pano de batida e armadilhas atrativas. 

Pano-de-batida

No pano-de-batida, é possível verificar a presença de lagartas desfolhadoras – como lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis); falsa-medideira (Chrysodeixis includens); percevejos, como percevejo marrom e percevejo verde (Nezara viridula); e dos inimigos naturais presentes na área. 

Com isso, será possível calcular níveis de ação e de não-ação. Ao fazer o pano-de-batida é importante que você tenha em mãos uma ficha para monitoramento dos insetos. A Embrapa Soja desenvolveu uma ficha que você pode utilizar para te auxiliar neste momento.

Armadilhamento

Uma outra maneira seria o monitoramento das mariposas (fase adulta das lagartas que atacam a soja) por atratividade utilizando feromônio da espécie, com armadilhas do tipo delta

A quantidade de armadilhas vai depender da espécie de mariposa que está sendo monitorada. Por isso, siga as instruções do fabricante. 

MIP da soja: Diferentes métodos para reduzir as pragas

Ao longo da safra, realizando o monitoramento, você percebe a necessidade de controlar algumas pragas que poderão lhe causar prejuízos caso você não as controle.

controle pragas da soja

E aí: qual seria a melhor forma de controle?

No MIP, você poderá utilizar não somente um, mas vários métodos para controlar as pragas. Vou te indicar alguns deles abaixo:

Controle cultural

O controle cultural é um ótimo aliado para reduzir a densidade populacional das pragas. O interessante deste tipo de controle é que, de uma forma geral, vai contribuir para aumentar ainda mais sua produtividade.

Por exemplo, escolher uma semente de qualidade, fazendo uma boa irrigação, eliminando restos culturais e plantas utilizadas como hospedeiras alternativas dos insetos-praga. 

Controle comportamental 

Existem algumas maneiras de mudar o comportamento das pragas de modo a reduzir suas densidades populacionais. 

Os feromônios podem ser utilizados no monitoramento, mas podem também atuar para confundir os insetos no momento do acasalamento. 

Controle biológico

O controle biológico na cultura da soja é de extrema importância e tem tido resultados muito expressivos. 

Uma forma é fazer o controle biológico natural, conservando os inimigos naturais presentes na área. 

Também pode-se utilizar o controle biológico inundativo, fazendo liberações massais de organismos fornecidos por biofábricas.

Como no caso dos microhimenopteros Trichogramma pretiosum (controle de ovos de mariposas) e Trissolcus basalis (controle de ovos de percevejos).

Um micro-organismo que tem sido muito recomendado para controle de Helicoverpa armigera é o Baculovirus para evitar casos de ataques severos, como os de 2012/2013. 

Controle utilizando plantas resistentes 

O uso de plantas transgênicas é uma maneira bastante efetiva de combater as principais pragas da cultura (lagartas desfolhadoras).

No MIP da soja, é importante que, ao utilizar esse tipo de manejo, se tenha a área de refúgio para contribuir no manejo de resistência das pragas.

Lembre-se: utilizar planta transgênica não vai lhe deixar isento de fazer monitoramentos e outras táticas do MIP.

Controle químico

Ao contrário do que muitos imaginam, o MIP permite sim o uso do controle químico, mas de forma racional e equilibrada. 

O ideal é utilizar inseticidas seletivos aos inimigos naturais para manter a sanidade do ambiente.

Existem diversos inseticidas registrados para controle de pragas na cultura da soja, mas nem todos são seletivos e podem permanecer por muito tempo na lavoura.

O custo dos inseticidas mais seletivos pode significar um empecilho de início, porém, a longo prazo, irá garantir redução de custos. 

Alguns erros cometidos no MIP da soja

Muitas vezes, no intuito de aproveitar alguma operação, acabamos cometendo erros. E eles podem tornar o custo mais alto de forma desnecessária.

Um exemplo bem comum é aplicar inseticidas junto com fungicidas para aproveitar o uso das máquinas que já irão rodar no campo de qualquer jeito. 

Mas essa decisão é, na maioria das vezes, impensada e sem monitoramento prévio

Além disso, pode aumentar os custos e causar aqueles fenômenos comentados anteriormente como: resistência das pragas aos inseticidas, ressurgência de pragas, dentre outros problemas.

Imagine só… 

João tem dois filhos. Um deles está com infecção na garganta e o outro não. Para aproveitar os remédios, João decide medicar os dois filhos ao mesmo tempo. 

O que João fez, foi uma imprudência, porque o filho que não está doente poderá ter problemas com o medicamento. Sem contar que João gastou sem necessidade.

Levando para o contexto da lavoura, acontece mais ou menos a mesma coisa.

Por isso, mesmo que seja um pouco mais complicado fazer o MIP, as táticas são necessárias para garantir maior sanidade do sistema de plantio. 

Conclusão

O MIP da soja não é algo impossível de ser feito e existem muitos casos de sucesso. 

É importante que você faça o MIP na sua lavoura para evitar problemas com relação ao abuso no uso de inseticidas.

Para começar esse manejo é importante conhecer o histórico da área e fazer monitoramentos semanais.

Discutimos aqui os principais métodos de controle e alguns erros cometidos no MIP da soja.

Com essas informações, espero que você tenha condições de tomar a melhor decisão no controle de pragas da sua lavoura.

Restou alguma dúvida sobre o MIP da soja? Quais tipos de controle você adota em sua lavoura hoje? Adoraria ler seu comentário!

Coloque a casa (e a fazenda) em ordem com a chamada “governança corporativa”

Governança corporativa: entenda como ela pode facilitar a administração o processo de transição da empresa rural de pai para filhos e entre os sócios.

Você sabia que 95% das empresas do Brasil têm origens familiares – e que destas apenas 16% chegam na terceira geração? Pois é! Essa situação se repete também na agricultura. Afinal de contas, quantas vezes os filhos ou netos não conseguem levar adiante a empresa rural…

Um dos caminhos para a transição da fazenda é justamente a governança corporativa.

Sua implantação ajuda a garantir a longevidade da empresa familiar, auxiliando na transição para outras gerações, na gestão, na agregação de valor e sucesso da empresa rural.

Com as ferramentas corretas é possível enfrentar os desafios e prevenir os altos riscos! Para te auxiliar neste processo, preparamos esse artigo. Confira a seguir:

Qual o principal objetivo da governança corporativa?

A governança corporativa pode ser definida como os processos, costumes, políticas e leis, usados na administração de uma empresa. O principal objetivo da governança corporativa é garantir a confiabilidade.

Assim, a comunicação direta e assertiva é um dos caminhos a serem tomados. Deste modo, consegue-se uma maior confiança entre os sócios. Os interesses precisam ser alinhados por meio de regras, funções e responsabilidades que precisam ser bem definidas.

Em empresas familiares rurais, um dos grandes problemas é a transição da empresa para as futuras gerações. Neste caso, a governança corporativa evita os conflitos que acabam fazendo com que todo o negócio seja perdido.

governança corporativa

O valor da governança corporativa
(Fonte: Exame)

Benefícios da governança corporativa

A prática de governança corporativa pode trazer inúmeros benefícios. Abaixo, listamos os principais:

  • Mais comunicação entre os proprietários;
  • Melhora na gestão da empresa rural;
  • Valorização da imagem;
  • Possível atração de investidores;
  • Aumento na longevidade da empresa;
  • Melhoria na administração dos conflitos;
  • Atração de novos talentos.

Nas empresas rurais familiares, a governança corporativa auxilia na criação de controles e rotinas administrativas, além de estabelecer a relação profissional entre pais e filhos e preparar para a sucessão do patrimônio em vida.

Como funciona a governança corporativa?

A governança corporativa visa profissionalizar a forma como é feita a gestão da empresa. E, com isso, assegura uma maior autonomia de cada membro.

Proporciona mais organização, agilidade e transparência aos processos da empresa, além de delimitar a estrutura, os processos gerenciais e as relações profissionais. 

Funcionamento de uma governança corporativa
(Fonte: Si Projetos)

Quais são as práticas de governança corporativa?

A governança corporativa é muito mais do que uma estratégia adotada pela empresa. É uma cultura que ela adota e, algumas práticas ajudam neste processo. Vamos ver as 5 práticas que podem ser adotadas na governança corporativa:

  • Estabeleça uma hierarquia;
  • Monte políticas organizacionais;
  • Tenha um conselho consultivo;
  • Faça tudo em etapas;
  • Tenha um bom acompanhamento.
governança na prática

Governança na prática
(Fonte: Dinheiro Rural)

A hierarquia é necessária em toda empresa: todos devem saber a quem reportar os assuntos e a quem responder. Mas, lembre-se do princípio de equidade: tratamento justo sempre.

Com a hierarquia, consegue-se definir as atividades e a prioridade de cada uma delas. Portanto, estabeleça cargos e responsabilidades.

Cada membro da equipe precisa saber qual o seu papel e, para isso, é essencial montar políticas organizacionais. Assim, cada um saberá qual sua função na tomada de decisão.

No conselho consultivo, coloque pessoas capacitadas e de confiança para que possam passar uma orientação adequada e completa.

Se você ainda não implantou um sistema de governança corporativa na sua empresa, não tenha pressa. Faça tudo aos poucos, pois toda mudança na gestão empresarial exige tempo e dedicação.

Após estabelecida a cultura organizacional, os outros passos serão apenas consequências de um bom trabalho.

Após tudo estabelecido e em andamento, faça um bom acompanhamento. Isso pode ser feito por meio de reuniões ou até de auditorias independentes. Assim você saberá como está o projeto e a situação da empresa.

Quais são os quatro pilares da governança corporativa?

A governança corporativa possui 4 pilares essenciais que são: transparência, equidade, prestação de contas (accountability) e responsabilidade.

A transparência deve garantir que todos os envolvidos no processo (proprietário, filhos, sócios e demais partes interessadas) estejam informados sobre todas as tomadas de decisão.

A equidade faz referência à forma com que todos da empresa são tratados, ou seja, não importa qual a posição que cada um ocupa ou qual função desempenha, todos devem ser tratados de forma igualitária.

A prestação de contas não diz respeito apenas à parte financeira, mas todos devem prestar contas dos seus atos e decisões.

A responsabilidade corporativa é o pilar que mostra que não são apenas os fins lucrativos que garantem a longevidade daquele negócio, mas sim todo o seu papel perante a sociedade.

quatro pilares governança corporativa

Os quatro pilares da governança corporativa
(Fonte: GACS)

Pontos essenciais para empresas familiares rurais

  • Formalize a comunicação e os papéis entre os membros para manter as relações familiares e o negócio de forma saudável;
  • A implantação da governança é um processo que deve acontecer de forma gradual, pois as vezes é preciso construir novas regras e situações que não faziam parte do dia a dia daquela família;
  • Adote boas práticas de governança;
  • Defina os papéis de cada membro, principalmente em empresas rurais, nas quais é comum cada integrante acumular mais de uma função;
  • Crie estratégias, planeje as diretrizes estratégicas, defina os investimentos e a distribuição de lucros;
  • Faça um protocolo familiar no qual deve estar registrado o compromisso dos membros da família;
  • Tenha um conselho de administração (diretoria) e de sócios, aos quais devem ser prestados as contas e atos. No caso das empresas familiares, geralmente são os pais; o conselho ajudará a organização da sucessão;
  • Formalize as operações e remunerações.
governança corporativa em empresa familiar

Governança corporativa em empresas familiares 
(Fonte: SAFRAes)

O que deve ser evitado na governança corporativa

O sucesso da governança corporativa também depende de alguns fatores que devem ser evitados. Entre essas atitudes estão:

  • Usar informações para o seu benefício ou para causar conflitos;
  • Abuso de poder;
  • Falta de atenção aos erros.

Conclusão

Neste artigo vimos como implantar a governança corporativa na sua empresa, considerando as peculiaridades das empresas rurais e familiares.

Compreendemos os objetivos, benefícios e os pilares da governança corporativa.

Vimos que ela auxilia nos processos e até mesmo no desenvolvimento econômico da empresa rural, ajudando nos processos de sucessão familiar.

Agora que você entendeu mais sobre o tema, que tal começar a utilizar os princípios e pilares para uma boa governança corporativa na sua empresa rural?

>> Leia mais:

Como fazer fluxo de caixa sem complicação na sua fazenda

Como eduzir o custo da safra com um fluxo de caixa efetivo

Gostou do texto? Tem mais dicas ou dúvidas sobre a governança corporativa? Adoraria ver o seu comentário abaixo!

Silos para grãos: vender ou guardar sua produção?

Silos para grãos: Quando vale a pena armazenar a produção, diferentes tipos de silos e seus custos.

Começa a safra, seu planejamento e começam também as dúvidas.

Uma das mais importantes é sobre o final dela: devo vender a minha produção ou armazená-la em silos?

As duas opções podem resultar em ganhos ou em perdas na rentabilidade.

Neste artigo, vamos mostrar as vantagens e desvantagens do armazenamento em silos para grãos, diferentes tipos e seus custos para que você tome a melhor decisão. Confira!

Armazenar ou vender os grãos?

O momento mais importante após a colheita é a comercialização. Todos pensam em vender seus grãos por um bom preço, mas qual seria o ponto-chave para maior rentabilidade? Planejamento!

Traçar uma estratégia de comercialização é fundamental para obter mais lucratividade.

Desde o momento da semeadura, você já deve pensar qual o melhor momento para vender seus grãos.

Para isso, a dica é colocar todos os custos de armazenamento na ponta do lápis.

Outro ponto importante é acompanhar o cenário econômico do Brasil e dos países produtores de grãos. Esse fato irá interferir diretamente no preço de venda, então fique atento.

Você pode ainda contar com a ajuda de um consultor que, analisando o mercado, pode te indicar qual o melhor momento para a venda.

Como já falamos aqui no Blog do Aegro, investir em diferentes modalidades de comercialização, de forma planejada, diminui riscos e aumenta as chances de uma venda rentável.

Mas observe com cautela quais modalidades se encaixam em seu perfil! Sobre isso, vamos falar mais a seguir.

silos para grãos

(Fonte: Bio Rural)

Armazenamento: silos para grãos

O armazenamento correto de seus grãos pode se refletir em maior lucratividade!

Mas antes de tomar essa decisão, você deve observar a situação atual de sua empresa rural

Você tem estrutura para armazenar seus grãos ou é parceiro de alguma cooperativa, por exemplo? 

O armazenamento deve ser planejado e está diretamente ligado à gestão de sua propriedade. 

Afinal de contas, não podemos perder uma boa safra no armazenamento!

Para planejar o armazenamento, conhecer as opções de mercados e custos dos silos é muito importante!

Por isso, abaixo vamos mostrar algumas opções para armazenamento de seus grãos e seus custos.

Tipos de silos para grãos e seus custos

Existem diversas formas de armazenar seus grãos. E, utilizando uma estrutura de qualidade, você terá mais tranquilidade para vender seus grãos.

Além disso, investindo em silos para armazenamento, você economiza com transporte e pode vender seus grãos na entressafra, o que se traduz em ganhos de até 55%!

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Silos metálicos

São fabricados em aço e construídos por empresas especializadas, com tempo médio de 6 meses para entrega – considerando um tamanho médio, com capacidade de 100 mil sacas.

Esses silos podem conservar seus grãos por aproximadamente um ano, não influenciando na qualidade do grão.

Possuem custo médio de R$ 2 milhões (fora os gastos com a base de concreto, que podem variar).

A durabilidade muda conforme as condições ambientais. As empresas citam por volta de 30 anos!

Silos bolsas

Essa opção é para quem busca uma solução rápida e com custo um pouco mais baixo.

Esse tipo de silo também é fabricado por empresas especializadas e o tempo de entrega normalmente é de algumas semanas.

Possui capacidade de 180t a 250 toneladas em cada bolsa. Os grãos podem ficar armazenados por até 18 meses.

Contudo, realize todos os cuidados necessários para evitar problemas com doenças.

O custo médio por bolsa é de R$ 1.500.

Apesar do baixo custo, o material tem uma durabilidade de apenas 18 meses após a armazenagem dos grãos.

Caso opte por esse tipo de silo, será necessária a utilização de uma máquina extratora de grãos, além de uma ensiladora ou embutidora.

Nesse caso, para diminuir os custos, você pode solicitar o serviço de empresas terceirizadas.

silos bolsas

(Fonte: Brasilagro)

Silo de concreto

Esse tipo de silo vem ganhando mercado principalmente nas regiões produtoras de milho e arroz!

São construídos com a supervisão de um especialista. A mão de obra pode ser contratada por você e a construção dura em média 20 dias.

Com uma capacidade de cerca de 1.800 toneladas e um custo médio de R$ 360 mil.

Quando armazenados nestes silos, em condições ideais, os grãos podem manter sua qualidade por até quatro safras. Além disso, eles têm alta resistência e durabilidade.

Contudo, antes de optar por este tipo de silo para grãos, planeje bem quais culturas pretende semear nas próximas safras!

Silos de alvenaria

Esse tipo de silo é bastante resistente, mas demanda manutenção periódica.

O tempo de construção depende muito do tamanho. Um silo pequeno (de até 600 sacas), por exemplo, leva em média uma semana para ficar pronto.

Fique atento, pois quanto menor o silo, maior é a manutenção da qualidade do grão! 

Em média, o tempo indicado para armazenagem para esse tipo de grão é de apenas um ano.

O custo varia de acordo com a região, ficando em torno de R$ 27 mil!

Se você optar por construir um destes silos em sua fazenda, confira a Instrução Normativa nº 15, do MAPA, de 09 de junho de 2004, pois seus grãos devem ser armazenados em condições ideais, conforme os padrões de comercialização.

silos para grãos

(Fonte: Cooperagri)

Silos para grãos: Armazenamento em cooperativas

Outra opção bastante utilizada por produtores é o armazenamento em conjunto nas cooperativas.

Atualmente, elas são responsáveis por 25% da capacidade estática de armazenagem no país.

Antes de optar por essa modalidade de armazenamento, observe pontos como:

  • Localização (tanto da cooperativa quanto de sua propriedade);
  • Acordos firmados para os cooperados;
  • Benefícios;
  • Obrigações;
  • Custo (transporte, taxas…).
armazenamento de silos

(Fonte: Globo Rural)

Silos para grãos: Qual escolher?

Após observar algumas das opções de silos disponíveis, é comum ter dúvidas sobre qual escolher.

Como vimos acima, existem diversos tipos de silos para grãos, com diferentes custos e especificidades.

Na hora de decidir qual silo utilizar ou implantar em sua propriedade, leve em consideração:

1. Gestão da propriedade

Quais grãos você costuma cultivar e quais pretende armazenar nesta safra e nas próximas?

Além disso, mantenha o registros das áreas colhidas, quantidade de cada uma delas e para onde foi cada produção.

aegro

Exemplo de gestão da colheita dentro do software agrícola Aegro.

2. Custo

Compare o custo de transporte de seus grãos. Observe também quais seriam seus custos caso resolva armazenar os grãos em silos de terceiros ou cooperativas. 

Além disso, leve em conta seus custos durante o armazenamento.

3. Planeje a safra

Planejando a semeadura, você consegue colher seus grãos em épocas diferentes, podendo planejar a logística de uso de seu silo. Além disso, sempre estime sua produtividade.

4. Manutenção do silo para grãos

Observe se o silo escolhido necessita de manutenção por profissionais especializados e quanto isso costuma custar.

Atenção! Antes de armazenar, lembre-se de verificar a umidade da massa de grãos. O processo de secagem é essencial para a manutenção da qualidade de seu produto.

>> Leia mais: “Entenda os diferentes métodos de amostragem de grãos e como eles podem impactar a comercialização da sua safra”

Conclusão

Após uma boa safra, escolher o momento certo para a comercialização é fundamental.

Neste artigo, você conferiu algumas dicas para definir se é melhor vender a produção logo após a colheita ou se armazenar é a melhor opção.

Mostramos os principais tipos de silos para grãos e os custos envolvidos na construção ou utilização de um silo terceirizado.

Espero que com essas informações, você consiga traçar estratégias para uma comercialização mais rentável.

>> Leia mais:
Secagem de grãos de milho: Quando vale a pena e como aprimorá-la
Secagem do arroz: tudo sobre esse processo
Qual o teor de umidade de armazenamento da soja?

Você realiza o armazenamento em silos para grãos ou vende logo após a colheita? Esperamos que este texto tenha sido útil para você. Assine nossa newsletter para receber nossos artigos em seu e-mail!

Gestão logística: Supere os desafios de transporte no agro

Gestão logística: Entenda qual o peso do frete, se vale a pena armazenar a produção e como obter mais eficiência e lucratividade com uma logística melhor.

Na hora de transportar a mercadoria da fazenda, o que vale mais a pena: um caminhão maior, que exige mais tempo de carregamento, ou menor e com frete mais caro? 

Compensa mesmo armazenar a produção e vender depois?

Frequentemente, uma série de decisões precisa ser tomada com relação à gestão logística. Mas como tomar a melhor possível?

Reunimos aqui importantes pontos sobre os desafios do transporte e gestão logística apresentados pelo coordenador técnico da Esalq-Log, Thiago Péra, durante a Semana da Pré-Safra.

O webinar completo você confere aqui. Os principais assuntos abordados na palestra você confere a seguir!

Os desafios de logística enfrentados pelo agronegócio

Quando falamos em logística, logo lembramos do transporte de mercadorias – mas não é só isso. 

A logística compreende uma série de atividades da fazenda como gestão de estoque, manuseio dos produtos agrícolas, armazenagem, e por aí vai…

Ela faz parte da estrutura de custos da sua empresa rural.

E, dentro dessa estrutura, há uma série de gargalos que podem prejudicar a competitividade, encarecendo a produção e impactando a lucratividade.

“O sistema de produção é totalmente dependente da logística. Nós temos aumentado nossa produtividade, utilizando novos pacotes tecnológicos, mas muito dessa competitividade acaba sendo perdida nas atividades logísticas devido, principalmente, à falta de estrutura de transporte adequado”, reforça Péra.

Ele ressalta que o impacto dos custos logísticos no agro é proporcionalmente maior que o de setores como a indústria devido ao baixo valor agregado dos produtos agrícolas.

Em alguns casos, o preço do item é inferior ao do frete. 

Além disso, apesar da demanda constante pelos produtos agro, há uma janela específica de produção, evidenciando a importância da gestão do estoque.

“Nós temos um mercado altamente concorrencial, em que os preços muitas vezes são dados em dólares. E como podemos aumentar nossa lucratividade? Precisamos melhorar nossa gestão de custos, aumentar a produtividade e trabalhar com redução dos custos para aumentar nossa competitividade”, diz Péra.

Os impactos do frete na logística

A produção agrícola demanda infraestruturas diferentes de transporte e armazenagem da cadeia logística industrial, por exemplo. 

E o preço do frete no agronegócio, quando falamos em grãos, como soja e milho, tem alta sazonalidade.

Durante a safra, eles tendem a ficar ainda mais caros devido à demanda aquecida, como você pode observar no gráfico abaixo:

gestão logística

Variação dos fretes de 2010 a 2017 nas culturas de soja e milho
(Fonte: Esalq-Log)

Observe que, em 2017, o impacto médio do frete para o milho, de Sorriso (MT) até o porto de Santos (SP), foi de quase 60%.

No caso da soja, o valor do frete no custo total foi de quase um quarto do preço final, considerando o transporte de Sorriso até Paranaguá (PR).

Thiago Péra enfatiza que temos no Brasil uma grande dependência do modal rodoviário hoje.

Cerca de 60% do escoamento de toda a produção é feita através de caminhões, devido à flexibilidade no transporte de “porta a porta”.

O modal, porém, é de baixa eficiência energética, o que acaba encarecendo muito os custos logísticos, principalmente em viagens longas. E isso é muito comum no Brasil.

“A distância média de transporte de grãos no país é de 1.300 quilômetros. O rendimento de combustível é de 2/km por litro em um caminhão. Ou seja, se consome muito e estamos em um momento de alta nos preços do óleo”, afirma.

Outro problema é a falta de qualidade das rodovias. Muitas estão esburacadas e outras tantas sofrem até com falta de pavimentação, afetando fortemente a competitividade.

“Países de dimensões continentais como China, Canadá, Estados Unidos e Rússia têm maior dependência de outros modais alternativos ao rodoviário. É necessário nos aproximarmos dessa situação”, diz.

Gestão logística: Custo de exportação da soja 

O custo de produção da soja é bastante similar entre o Brasil e outros países produtores, segundo Péra. Os custos logísticos, no entanto, pesam muito contra a produção brasileira.

Como você pode ver no gráfico abaixo, o custo logístico de exportar soja brasileira para a China, em 2017, foi de US$ 92,12 por tonelada.

Deste total, mais de US$ 75 foram gastos com transporte interno até a chegada da mercadoria ao porto. O restante, US$ 16 em média, foram custos marítimos.

Para comparação, nos Estados Unidos, o custo total de exportação da soja para a China (no mesmo período), foi de menos de US$ 65 por tonelada. Os custos com transporte interno foram inferiores a US$ 38/t.

“Ou seja, perdemos muita competitividade no transporte rodoviário. É um ponto bastante significativo”.

gestão logística

(Fonte: USDA e Esalq-Log)

Gestão do transporte dentro de um plano logístico

Na hora de transportar a mercadoria da fazenda, o que vale mais a pena: escolher caminhões maiores e que exigem mais tempo de carregamento ou caminhões menores com frete mais caro proporcionalmente? 

Compensa optar por um caminhão mais velho, que tem bom custo de oportunidade, mas risco de quebra maior?

E quanto ao modal? O transporte rodoviário é mais caro, mas é mais rápido e gera menos perdas…

Frequentemente, uma série de decisões precisa ser tomada com relação ao transporte de mercadorias de determinado produto da fazenda. E precisamos, então, ter uma série de ferramentas para isso.

Como, então, tomar a melhor decisão possível?

Alguns modelos matemáticos de otimização podem ser implementados para auxiliar essa tomada de decisão. Mas tudo começa na estruturação de custos

O custo de transporte de uma rota depende de dois grandes fatores, informa Péra:

  • custo fixo (deterioração, seguro, etc)
  • custo variável (pneu, óleo, manutenção, etc)

Além disso, temos um parâmetro de produtividade que está relacionado às características daquela rota específica – rendimento do combustível, velocidade, distância e etc.

Veja no gráfico um exemplo de composição de custos do transporte rodoviário:

gestão logística

(Fonte: Esalq-Log)

O combustível representa por volta de 30% desses custos e, quanto maior a distância, maior o custo variável. 

Para cada R$ 0,10 de redução por litro no óleo diesel, pode haver uma economia anual de até R$ 84 mil, considerando as condições estudadas, conforme o gráfico.

gestão logística

Análise de sensibilidade de produtividade: transporte de cana (Rodotrem, 48t), raio médio de 20 km para 1 milhão de toneladas
(Fonte: Esalq-Log)

“Há uma série de ações que podem ser empregadas para melhorar esses indicadores. É extremamente importante mensuramos uma série de indicadores-chave dentro do transporte, fazer o acompanhamento devido, para ter melhor gestão”.

E o que pode ser feito para reduzir custos? 

No caso dos combustíveis, uma opção pode ser a compra direta, com economia de escala. 

Para melhorar o rendimento, uma alternativa é aumentar o treinamento dos motoristas. 

Quanto aos centros de carregamento, podem ser feitos investimentos em novas tecnologias para carregamento/descarregamento dos grãos.

Já na questão da velocidade, a melhoria nas condições de transporte, com reforma de estradas estratégicas (principalmente na saída da fazenda) são pontos de atenção.

Outra tendência no transporte rodoviário de carga é a busca de economia de escala. E isso tem muito a ver com aumentar a produção e ter redução do custo médio do transporte.

O gráfico abaixo mostra o custo do transporte, em reais por tonelada em km, em função da distância por diferentes tipos de equipamentos:

gestão logística

(Fonte: Esalq-Log)

Se selecionarmos para uma determinada faixa de distância (1.500 km, por exemplo), uma carreta de 27 toneladas tem custo muito maior que um bitrem 37t basculante ou graneleiro. 

“Quanto maior capacidade de transporte, maior economia de escala, ou seja menor seu custo unitário de transporte. É algo bastante interessante e tem sido bastante empregado com utilização de caminhões cada vez maiores”, diz Péra. 

No caso do transporte ferroviário, isso se aplica utilizando um maior número de vagões e/ou vagões de maior tamanho.

Por isso, cada caso é um caso. É importante que você tenha todas essas informações de sua logística na ponta do lápis e ir verificando quais são suas opções, com prós e contras de cada uma.

Armazenagem

A armazenagem tem função de compensar algum problema espacial ou temporal entre oferta e demanda.

Ela garante equilíbrio nos estoques ao longo do tempo e pode ser usada de forma estratégica na comercialização.

“Com armazenagem, você pode aproveitar oportunidades tanto no preço de comercialização quanto no frete em épocas fora do período da colheita. Você pode guardar o produto e negociar na hora em que bem entender: quando o preço está mais favorável, quando o frete está mais baixo, obtendo ganhos econômicos”, reforça o coordenador da Esalq-Log.

O gráfico abaixo mostra que, conforme há o avanço da colheita, há queda de preços. Além disso, o aumento de preços no frete durante a safra chega a ser de 50% a 60% maior se comparado à entressafra.

gestão logística

Mas a estrutura de armazenamento no Brasil tem sido deficitária em relação ao aumento da produção.

E esse desequilíbrio pode ser visto na formação de longas filas de caminhões próximos aos portos, um exemplo do “estoque sobre rodas” que ocorre no país.

Segundo Péra, enquanto a produção cresce 5,8% ao ano, em média, a capacidade de armazenamento aumenta menos de 4,5%.

Em 2007, a capacidade de estocagem no país era de 85% da produção. Em 2015, esse índice passou para 75%. Para comparação, nos Estados Unidos, essa capacidade é de 150% da produção. 

gestão logística

Evolução da armazenagem x produção no Brasil
(Fonte: elaborado por Thiago Péra a partir de dados do IBGE, 2016)

“Temos um baixo nível de possibilidade de armazenagem e menos de 18% dessa capacidade está nas propriedades agrícolas, ou seja, cujos produtores são donos. Aumentar essa capacidade dentro da fazenda acaba aumentando poder de barganha do produtor, que vai decidir quando vender. Isso muda até o perfil da estrutura de comercialização desses produtos”, diz Péra.

Ele reforça que é muito importante buscar ferramentas econômicas para viabilizar esse tipo de investimento na propriedade rural. 

Gestão de perdas na logística

Problemas na gestão logística resultaram na perda aproximada de 2,3 milhões de toneladas de grãos (soja e milho) no Brasil em 2015.

Esse volume representa 1,3% da produção nacional, somando perdas de R$ 2 bilhões.

“As perdas podem até ser pequenas em relação a produto, mas muito significativas em termos econômicos”, reforça Péra.

A maior parte das perdas está na armazenagem (45,5%) e descarregamento da carga (21,5%).

gestão logística

(Fonte: Thiago Péra)

O coordenador comenta que é muito comum perder horas no carregamento e descarregamento das cargas, o que impacta muito o custo da produção.

Mas como melhorar a eficiência operacional?

Possíveis caminhos são:

  • Melhorar a organização para tomada de decisão;
  • Ferramentas de previsão de frete (O Sifreca, da Esalq-Log permite acompanhar o frete em diversas regiões do país e é gratuito);
  • Investimento em pessoas (treinamento, plano de carreira);
  • Comunicação (integração entre diversos setores agrícolas);
  • Acessar indicadores de desempenho e benchmarking;
  • Soluções tecnológicas.

Buscar economias de escala e incrementar a qualidade do serviço de transporte também são pontos importantes levantados pelo coordenador.

Conclusão

O impacto dos custos logísticos na cadeia do agronegócio é maior do que em outros setores da economia e isso impacta a lucratividade do seu negócio rural.

Fazer a melhor gestão logística na sua propriedade, desde o planejamento até o escoamento da produção, permite ganhos de eficiência e mais rentabilidade.

O investimento em armazenagem, principalmente dentro da fazenda, pode viabilizar a venda da produção no melhor momento e entregá-la com melhor custo-benefício.

Investimento em pessoas, melhoria da comunicação, organização de dados e ferramentas do frete também contribuem neste sentido.

Como já comentamos, o levantamento de todas as informações e custos de cada opção devem ser analisadas para a melhor decisão para o seu negócio. 

Com todas as informações reunidas aqui temos certeza que você terá sucesso na sua gestão logística!

Você tem um plano de gestão logística na sua propriedade hoje? Quais são suas dificuldades? Assista nosso webinar aqui!

Como fazer um contrato de hedge e como ele pode assegurar sua rentabilidade

Contrato de hedge: diferentes modalidades e outras informações para que você negocie sua safra utilizando mercados futuros.

Quando chegar a época de vender os produtos, com muita oferta no mercado, certamente os lucros serão menores.

Se os preços de mercado estão abaixo do esperado, uma operação de hedge pode evitar essa dor de cabeça.

O hedge é uma proteção de preço das mercadorias. Assim, as oscilações das commodities, de acordo com a oferta e demanda, podem ser reduzidas e fixadas no contrato de hedge.

Saiba como fazer um contrato de hedge, garantir que os valores fixados sejam válidos para um período futuro e muito mais!

O que é hedge?

O significado da palavra hedge, no âmbito da economia, quer dizer uma transação compensatória visando proteger contra prejuízos na oscilação dos preços. Em outras palavras, podemos dizer que o instrumento de hedge é uma proteção cambial quando estamos trabalhando com mercado futuro.

Por meio do hedge é possível negociar produtos agrícolas a um determinado preço previamente fixado até determinada data futura.

Quando negociamos commodities, especialmente as agrícolas, o hedge para o produtor pode auxiliar no preço de venda futura, de modo que os custos de produção sejam cobertos pelo valor previamente fixado.

O que é um contrato de hedge: diferentes tipos

A modalidade de hedge em commodities é a mais antiga de todas. Frente à segurança e garantia dos preços em data futura, essa ferramenta tornou-se muito popular.

Antes de existir o hedge, investidores e produtores ficavam à mercê das variações de preços do mercado à vista.

A operação de hedge é datada do século 19. E, já nessa época, os produtores necessitavam fixar os preços das commodities com segurança para suas produções.

Dessa forma, mesmo que a bolsa de valores opere em alta ou baixa, os preços acertados no momento do hedge garantem que aquele valor seja recebido no momento futuro.

Com o crescente aumento de investimentos na bolsa de valores, a operação de hedge foi se popularizando para se evitar maiores perdas de capital, como havia ocorrido durante a crise de 1929.

Contrato de hedge com dólar futuro

Uma das modalidades pode ser a realização de um hedge cambial. Como o dólar é uma moeda forte no mercado mundial, ela geralmente acontece frente às demais moedas estrangeiras.

Em momentos de incertezas, sejam elas políticas, mercadológicas ou outras, a procura por dólar é grande. Com isso, consequentemente, temos sua valorização.

A compra de contratos futuros de dólar, com intuito de hedge, acontece geralmente por pessoas ou empresas que negociam mercadorias nessa moeda e cujo mercado oscilante de altas e baixas nos preços podem inviabilizar suas transações.

Um exemplo de hedge dessa modalidade pode ser a compra de uma máquina agrícola importada. 

Supondo que nos EUA a máquina custe US$ 90 mil. Com o dólar cotado a R$ 3,50 e o contrato futuro acertado com vencimento para 90 dias, uma alta valorização da moeda americana poderia inviabilizar o negócio no futuro.

Se o dólar chegar a R$ 4,50, o valor a ser pago pela máquina seria de R$ 405 mil. 

Com o hedge, esses valores da cotação da moeda americana são fixados a R$ 3,50 para o pagamento em data futura, garantindo certa proteção às negociações indexadas a esta moeda.

Hedge em commodities

Como já  comentado, o hedge em commodities funciona da seguinte maneira: o produtor agrícola compra ou lança contratos futuros com os preços desejados para vender sua mercadoria na data futura.

Assim, os produtores conseguem fixar valores para receber em cotações que cubram custos de produção e propiciem margem de lucro.

Se não fosse feito o contrato de hedge, a escassez da commodity no mercado causaria aumento do preço. Já a grande quantidade da commodity no mercado causaria quedas nos preços.

Com o hedge, a cotação do preço da commodity negociada permanece fixa na data futura de entrega da mercadoria. Isso evita que a oferta/demanda causem flutuações nos preços, podendo acarretar perdas que não cobririam os custos de produção.

Atualmente, é possível realizar previsões de produtividade das safras futuras e os produtores que conseguem predizer esses volumes com certa assertividade já podem estipular os valores de venda dessa safra futura. 

contrato de hedge

Fonte: (Euro Dicas)

Com os custos de produção bem analisados, é simples realizar um hedge e fixar um valor de venda futura da safra que, além de arcar com os custos, ainda trará certa margem de lucro ao produtor.

Na modalidade de hedge em commodities há o hedge de compra e venda de contratos futuros, como veremos a seguir:

Hedge de compra de contratos futuros de commodities

Basicamente, o hedge de compra é realizado por quem necessita da aquisição do produto e se compromete a pagar o valor combinado numa determinada data futura.

A preocupação principal é o aumento dos preços nesse meio tempo que, se ocorrer, pode comprometer os lucros.

Hedge de venda de contratos futuros de commodities

O hedge de venda de contratos futuros é realizado geralmente pelo responsável que irá produzir as commodities. Ele se compromete a entregar a quantidade acertada no contrato de hedge, na data futura, pelo valor previamente determinado.

A preocupação principal nesse caso é a queda dos preços nesse meio tempo que, se ocorrer, pode comprometer seus lucros. Vamos conversar um pouco mais sobre hedge de compra e venda?!

Hedge de compra e venda

Dentro do hedge, especialmente agrícola, existem diversas maneiras de negociar e fixar os preços futuros das commodities.

Nesse caso, uma das modalidades é o hedge de compra e venda, buscando sempre a proteção do preço para ambas as partes.

Quem compra a mercadoria agrícola a futuro prazo garante o valor fixado na data de vencimento previamente combinada, prevenindo-se contra disparadas de preço no mercado.

Quem vende a futuro prazo encontra-se na mesma situação, pois garante que irá receber sua mercadoria agrícola pelo valor previamente combinado na assinatura do hedge. Assim, previne-se de eventuais desvalorizações do mercado.

Exemplificando: em um contrato de  hedge de venda, se uma saca de 60 kg de milho produzida na fazenda custa R$ 15,00/ha, em uma operação de contratos futuros de milho, com vencimento para o ano seguinte, será cotado a R$ 30,00/saca.

Cultura da soja e milho podem ter preços assegurados por contrato de hedge

(Fonte: AgRural)

Com esse contrato de hedge realizado, teremos um lucro na propriedade de R$ 15,00/saca garantido.
Se no vencimento do contrato de hedge, no ano seguinte, a oferta de milho no mercado for alta e o preço pago for de R$ 20,00/saca, haveria uma diferença no lucro de apenas R$ 5,00/saca.

Ambas as partes, seja quem está comprando ou quem está vendendo, devem se planejar e fixar um preço que conseguirão pagar e entregar as mercadorias no futuro.

A ideia do hedge é neutralizar boa parte do risco envolvido nas negociações, especialmente quando o mercado é regido pela lei da oferta e demanda e os preços das commodities podem flutuar de acordo com mercado mundial.

Hedge com opções

O mercado de opções funciona parecido com um seguro. As opções estabelecem limites de preço para a compra ou para venda dos produtos futuros.

As opções dão direito ao comprador da aquisição da mercadoria a um valor limite previamente negociado, mesmo que na data da compra o produto esteja com valor muito mais alto.

As opções de venda funcionam de maneira semelhante, dando direito ao titular de vender as mercadorias a um valor limite, mesmo se o preço atual de mercado for mais baixo.

O mercado de opções é um ambiente onde são negociados direitos de compra e venda das ações.

Porém as opções não são necessariamente obrigação de utilizá-lo! Como o próprio nome já indica, ele permite o direito de execução ou não. 

O hedge com opções é utilizado com intuito de proteção dos valores acordados devido aos riscos de oscilação de preço. 

Como fazer um contrato de hedge

Primeiramente, é necessário uma estratégia de comercialização da safra, pensando em quem deseja realizar um hedge.

Vou vender toda minha safra? Irei vender parte da minha safra e armazenar outra parte?

Decidido o montante a ser negociado, a próxima etapa é o acompanhamento dos preços nas bolsa de mercado futuro.

Aqui no Brasil temos a BM&FBovespa e em Chicago temos a CBOT.

contrato de hedge

Fonte: (SUNO CBOT)

A próxima etapa é a realização do hedge propriamente dito. Porém, não é possível negociar diretamente nas bolsas de mercado futuro. É necessário abrir uma conta em uma corretora que opera nessas bolsas.

Atualmente, tudo isso é feito online e, de uma maneira bem simples, é possível começar a negociar seus produtos.

Hoje, algumas tradings e corretoras também podem realizar o hedge para os produtores, facilitando essas negociações.

Divulgação do kit de 5 planilhas para controle da gestão da fazenda

Conclusão

Neste artigo falamos a respeito das operações com mercado futuro, especificamente as operações de hedge.

Como meio de proteção e garantia de preços negociados em data futura, o hedge pode ser uma excelente opção aos produtores, seja para compra ou venda.

Você também pôde entender o que é e como funciona o hedge. E é vital para o seu sucesso ter os custos de produção da safra, bem como conhecer o potencial de produtividade da fazenda.

Aproveite estas informações e pense no hedge como mais uma opção para negociar a safra utilizando mercados futuros!

>> Leia mais:

Tudo sobre barter: Garanta o sucesso do seu negócio rural
3 maneiras de lucrar mais com um software de gestão agrícola
Barter de Milho: Como começar e como melhorar suas negociações

Você já realizou alguma vez um contrato de hedge? Restou alguma dúvida? Adoraria ver seu comentário abaixo!

6 passos para fazer o planejamento financeiro da sua fazenda com sucesso

Planejamento financeiro: Como estruturá-lo em sua propriedade para tomar decisões mais assertivas e alcançar mais lucro.

Você tem controle do financeiro da sua empresa agrícola hoje? Sabe quando tem lucro ou prejuízo com a fazenda?

Diante dessas questões, vejo que muitos produtores ainda não têm uma administração financeira da propriedade.

Ter as respostas para essas perguntas é muito importante para o sucesso de um negócio agrícola.

Para responder a essas questões, é necessário ter uma boa gestão agrícola – e é indispensável ter um planejamento financeiro.

Para te ajudar com isso, preparamos este texto com 6 passos para a elaboração do planejamento financeiro. Confira!

Planejamento financeiro na sua empresa agrícola

Você já deve ter escutado esta frase: “o sucesso de um negócio começa com um bom planejamento”.

Em uma empresa rural, não é diferente. Com o avanço das tecnologias, problemas de pragas nas lavouras e o grande número de atividades envolvidas nas propriedades rurais, é necessário ter planejamento.

E o planejamento agrícola é o ato de se programar pensando no seu objetivo agrícola. Por isso, é preciso que você entenda e planeje todas as atividades envolvidas na sua lavoura.

Como sempre falo, sua propriedade rural é sua empresa, por isso, você precisa cuidar do seu negócio.

Assim, para obter lucro e tomar decisões assertivas na sua atividade, você deve ter um planejamento financeiro. Desta forma você tem o direcionamento de que caminho seguir para ter sucesso e alcançar seu objetivo.

O planejamento financeiro é importante para que sua empresa rural não tenha um custo maior que a renda. E, se isso ocorrer, você deve modificar suas atividades e sua programação.

Deixar de lado esta etapa ou realizar um planejamento financeiro mal feito pode acarretar prejuízos para sua fazenda.

Mesmo que sua empresa rural seja pequena, é muito importante realizar esse planejamento. 

Por isso, listei 6 passos para você iniciar um planejamento financeiro com sucesso na sua fazenda.

Passo 1: Realize o diagnóstico financeiro da empresa

Conheça como está a parte financeira da empresa, ou seja, a situação atual do negócio (diagnóstico do seu negócio).

Analise os dados de safras anteriores (histórico da parte financeira da propriedade). Quais foram os gastos da fazenda; o que recebeu da sua produção agrícola; qual foi o custo de produção da safra passada, entre outros dados.

Saber onde sua empresa rural está na parte financeira te auxilia no planejamento, determinando quais os pontos a serem melhorados ou que devem ser seguidos no planejamento.

Além de conhecer a parte financeira, conheça seu negócio como um todo. Saiba as características da cultura; produção estimada; operações agrícolas necessárias; defensivos que serão utilizados, entre outros.

Aqui no blog temos diversos materiais que te auxiliam no conhecimento de pragas, doenças, plantas daninhas, análise de solo, adubação e outros dados sobre a cultura que irá implantar na sua fazenda.

Então, procure ter o máximo de informações que sejam importantes para o planejamento financeiro do seu negócio – e não deixe de registrar esses dados!

E um lembrete muito importante: separe suas finanças pessoais e a da empresa sempre.

Passo 2: Registre todas as informações para realizar o planejamento financeiro 

Anote ou registre todas as informações da parte financeira de sua fazenda. Essas informações podem estar contidas no histórico da propriedade que comentamos no passo 1.

Além disso, para realizar o planejamento das finanças você precisa registrar o que pretende gastar, o que irá ganhar, quando pretende vender e muitas outras informações.

Outro ponto importante que deve ser registrado é sobre situações que podem ocorrer durante as atividades agrícolas: quais tipos de operações agrícolas podem ser usadas; preço de defensivos agrícolas; preço de venda da cultura; armazenamento do produto, entre outras.

Ou seja, você tem de ter um olhar para diferentes cenários que podem ocorrer na sua lavoura. 

Por exemplo, o preço do grão pode reduzir ou aumentar na época que você irá colher e isso deve constar no planejamento financeiro. Assim, você sabe o que fazer se isso acontecer. 

Outro ponto que deve ser considerado para o planejamento financeiro são as informações sobre o mercado. Se você produz soja, por exemplo, veja qual a tendência do preço do grão no momento em que for colher.

Também verifique e registre se irá estocar a soja colhida e quando pretende vendê-la.

Passo 3: Verifique o fluxo de caixa

Fluxo de caixa é você registrar todas as contas da sua empresa rural, tanto a entrada como a saída de dinheiro (receitas e despesas).

planejamento financeiro

(Fonte: Sebrae)

Mas como isso pode te auxiliar no planejamento financeiro?

Você pode utilizar o fluxo de caixa de safras passadas para te auxiliar a planejar a parte financeira da sua empresa, já que lá tem tudo organizado: o que e com que gastou; o que e com o que recebeu; qual foi o lucro, entre outros dados.

Enfim, o fluxo de caixa te ajuda a trilhar o planejamento financeiro.

Além disso, com o fluxo de caixa você sabe onde sua fazenda está em relação à parte financeira. Você também consegue planejar as contas da sua empresa de acordo com o valor que tem em caixa.

Ter um fluxo de caixa atual da fazenda te auxilia no acompanhamento do planejamento financeiro que realizou para a sua empresa rural.

Para fazer o fluxo de caixa da sua fazenda e o planejamento financeiro de forma descomplicada, você também pode utilizar softwares de gestão.

Vou falar mais sobre esse assunto no passo 5.

Passo 4: Confira seu estoque

Ter o estoque organizado pode te ajudar muito no planejamento financeiro da empresa.

Se você sabe o que tem no estoque e o que precisa comprar, isso facilita o planejamento financeiro.

É importante ter o estoque conferido para saber qual a quantidade disponível de cada produto e quanto essa quantidade significa em custos (em reais ou dólares).

Se você planeja suas atividades agrícolas, você sabe se precisa comprar fertilizantes, por exemplo, e pode realizar orçamentos desses produtos.

Com esses orçamentos em mãos, seu planejamento financeiro é mais efetivo.

Lembre-se que comprar insumos com antecedência pode proporcionar uma boa economia. Se precisar de ajuda com esse controle, aproveite para baixar uma planilha de controle de estoque de defensivos agrícolas.

Passo 5: Registre e controle o planejamento financeiro

Ao longo da execução das atividades da sua empresa rural, você deve se atentar se o planejamento financeiro está sendo executado (registre as informações) e o que pode ser melhorado tanto no planejamento como nas atividades da fazenda.

Caso o planejamento financeiro não tenha sido executado e você obteve prejuízo, é necessário identificar qual foi a falha do processo e corrigir.

Passo 6: Use um software de gestão agrícola

As planilhas são ótimas para começar. Mas, com o tempo, os seus dados estarão descentralizados e ficará cada vez mais difícil de analisar o cenário econômico do seu negócio rural.

Para resolver esse problema, conte com um software de gestão como o Aegro. Essa ferramenta permite que você acompanhe a trajetória completa do seu dinheiro em um só lugar, além de acompanhar os indicadores financeiros por completo.

Tudo começa com o orçamento da safra, onde você define o quanto quer gastar com insumos, maquinário, salários, entre outras possíveis despesas. Você também estabelece suas metas de produtividade e verifica o quanto precisa vender para não ficar no prejuízo.

controle de custos Aegro

Depois, você vincula as suas contas bancárias ao sistema e começa a organizar o seu fluxo de caixa, registrando parcelas a pagar e a receber. O controle das suas finanças pode ser feito tanto pelo computador, quanto pelo celular.

No final do processo produtivo, o aplicativo te oferece uma análise detalhada de custos e rentabilidade para cada talhão. Ou seja, você tem em mãos um histórico de gastos e receitas para tomar melhores decisões no futuro.

Além disso, suas informações ficam armazenadas na nuvem, o que permite que você acesse o software de qualquer lugar e garante mais segurança para o seu planejamento financeiro.

Simplifique a gestão do seu negócio com a importação financeira de contas a pagar e receber

A importação de histórico financeiro é o jeito mais simples e prático de começar a utilizar o Aegro. 

Importe os dados de contas a pagar e receber de suas planilhas ou de outras ferramentas e ganhe agilidade no uso do sistema. Assim, você mantém o controle do seu histórico e garante a eficiência do seu time, reduzindo o tempo gasto com a digitação dos dados para outras atividades.

Seus dados são importados de uma vez, permitindo que o Aegro utilize as informações para gerar as análises necessárias para o controle do negócio.

Tela que mostra importação de histórico financeiro com Aegro

Quer saber como o Aegro pode agilizar ainda mais as atividades do seu negócio? Clique aqui e assista a uma demonstração gratuita!

planilha de fluxo de caixa

Conclusão

O planejamento financeiro é indispensável para uma boa gestão da empresa rural.

Neste texto, comentamos a importância do planejamento da parte financeira da fazenda, visando a obtenção de lucro com as atividades.

Também abordamos 6 passos para que você realize um planejamento de sucesso e a importância de separar sua vida financeira das contas da fazenda.

Com estas informações, dê o primeiro passo e mãos à obra, ou melhor, mãos no computador/celular para começar seu planejamento financeiro!

>> Leia mais:

“Conheça a relação entre taxa Selic e agronegócio”

Você sabe onde está o gargalo do seu planejamento agrícola?”

Planejamento rural eficiente: maximize sua produtividade e aumente seu lucro

Você realiza o planejamento financeiro em sua fazenda? Quais são suas dificuldades? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Fluxo de caixa rural: faça em 4 passos simples (+ planilha grátis)

Fluxo de caixa rural: como ele te ajuda no dia a dia e como fazer para melhorar a gestão da sua empresa rural em 4 passos simples.

Quantas noites você já perdeu fazendo o fluxo de caixa da sua propriedade rural?

Reunir todos os papéis e todas aquelas informações dentro das planilhas no computador é um desafio e tanto, especialmente quando estamos focados em produzir.

Aí fica fácil adiar o fluxo de caixa até que a colheita termine, acabando no desconhecimento financeiro da sua fazenda em boa parte do ano.

Mas não espere! Conhecer a posição e os indicadores financeiros de sua fazenda lhe dará base para melhorar a gestão da empresa rural, além de conseguir manter sempre um bom capital de giro.

Aqui lhe daremos 4 passos simples e uma planilha gratuita para manter o fluxo de caixa rural em ordem. Veja a seguir:

O fluxo de caixa na gestão da empresa rural

O fluxo de caixa é um recurso fundamental na sua gestão agrícola, pois possibilita saber onde sua fazenda está em termos financeiros, permitindo que as operações sejam executadas de forma assertiva. Assim seu processo administrativo fica mais eficaz.

Em linhas gerais, refere-se basicamente ao fluxo do dinheiro no caixa da sua empresa rural. Ou seja, são as entradas e saídas monetárias da fazenda durante um período de tempo específico.

Por exemplo: “Devo comprar aquela área ou esperar? Talvez seja melhor alugar mais do que comprá-las?”

São essas informações financeiras atuais que vão colaborar no entendimento das despesas que devem ser feitas ou adiadas.

Em outras palavras, o fluxo de caixa é a força vital do seu negócio.

Se ter pouco dinheiro dificulta a capacidade de pagar seus insumos e funcionários, o contrário significa que você pode investir na fazenda.

Todo empresário rural deve ter um planejamento estratégico definido e o fluxo de caixa pode ser o início.

Mantendo isso em ordem você consegue acompanhar a quantidade de dinheiro disponível em um determinado período de tempo.

Portanto, note que, ao realizar corretamente um fluxo de caixa, você terá poder para tomar decisões melhores.

Então, vamos para alguns passos simples que te ajudarão a ter e manter adequadamente o fluxo de caixa da sua produção agropecuária.

Fluxo de caixa rural em 4 passos

1. Detalhe e registre todas as fontes de receita e despesas

Tome um tempo para considerar e registrar todas as suas despesas envolvidas na sua fazenda, sempre utilizando o conceito de empresa rural.

E quando eu digo todas são realmente todas: despesas com escritório, administração, manutenções, depreciações, frete e etc.

Aliás, detalhe também todas as suas fontes de receita, tudo o que foi produzido e vendido.

Para começar seu fluxo de caixa, o ideal é ter os dados de quanto dinheiro você tem disponível hoje.

infográfico de como criar um fluxo de caixa

(Fonte: Saia do Lugar)

Além disso, prepare e faça o planejamento do seu fluxo de caixa por meio do planejamento agrícola.

Você verá como vai ficar mais fácil registrar todas as movimentações financeiras e planejar todos os gastos se o planejamento financeiro estiver feito adequadamente.

A partir daí, com a preparação – e depois com todas as entradas e saídas que você for registrando -, terá o capital disponível por período de forma mais fácil de ser compreendida.

2. Separe suas despesas familiares e as despesas da fazenda

Provavelmente sua empresa rural é também familiar, mas é muito importante que você separe as despesas pessoais daquelas da fazenda.

Considerar os custos da fazenda e da casa em um só lugar dificulta os cálculos e pode mascarar a saúde financeira da sua propriedade rural.

Quando você separar essas duas coisas, verá que as informações ficam mais simples e claras.

3. Prepare seu fluxo de caixa em uma base mensal

Reserve um tempo para pensar e já deixar registrados todos os pagamentos e recebimentos em cada mês.

Muito provavelmente você tem parcelas a pagar de alguma compra ou financiamento, além de parcelas a receber da sua produção agrícola.

Por exemplo, se você tem de pagar um financiamento em 10 vezes, já pode colocar a despesa nesses meses seguintes.

Isso faz com que não seja preciso colocar as mesmas despesas todo mês, economizando tempo e evitando o esquecimento dessas parcelas.

4. Continue revendo, monitorando e alterando seu fluxo de caixa

Infelizmente, uma vez que o fluxo de caixa é preparado, muitas vezes é arquivado e esquecido.

No entanto, o acompanhamento do fluxo de caixa é tão importante quanto a sua realização.

Desse modo, você consegue monitorar o dinheiro que entra e as saídas reais em relação às originalmente orçadas, além de notar as mudanças e sazonalidades. Assim, você tem um fluxo de caixa projetado.

As sazonalidades das entradas e saídas no meio rural são bem definidas quando tratamos de grandes culturas.

Nos meses que antecedem o plantio, e até durante a safra, os gastos são muitos e nenhuma receita é gerada.

Com o fluxo de caixa e seu planejamento agrícola em mãos, é possível verificar o dinheiro exato necessário para cobrir esses gastos. 

O periodicidade desse acompanhamento depende muito da sua fazenda, da sua atividade agrícola e de cada produtor rural.

Depois de acompanhar mensalmente por um tempo, você pode descobrir que o monitoramento trimestral atende à sua necessidade porque os saldos não mudam muito mês a mês.

Por outro lado, se você cultivar hortaliças, por exemplo, pode ser necessário um acompanhamento semanal.

Para economizar seu tempo preparamos um modelo de fluxo de caixa em Excel que você pode usar gratuitamente! Clique na imagem abaixo para baixar!

Em que um fluxo de caixa vai ajudar no dia a dia?

Toda fazenda está sujeita à volatilidade de preços, às condições de financiamentos, à saúde da lavoura, de toda cadeia produtiva e outros tantos desafios.

Além disso, como tomadores de preços, os produtores, sem dúvida, têm muito a gerenciar.

No entanto, o fluxo de caixa pode se perder no meio das atividades do dia a dia. Mas é exatamente ele o responsável pelo gerenciamento de todo o dinheiro dentro da rotina da fazenda.

Observando-o atentamente você também saberá exatamente tudo que foi investido e qual seu capital de giro.

Dessa maneira, terá uma noção do quanto deve receber pela venda da produção agrícola.

Além disso, a diferença de caixa entre entradas e saídas reflete o saldo da conta no final de cada período. A partir disso, você terá mais controle financeiro e saberá o que fazer para melhorar suas finanças.

Por exemplo, você pode perceber que o gasto planejado poderia ser consolidado no outro mês, onde existe um excedente maior.

Como já comentado aqui, isso também te ajuda a identificar como os fluxos de entrada e saída de caixa esperados são diferentes ou similares ao que realmente ocorreu.

Com isso, você pode tomar decisões de gestão mais conscientes, com mais informação e segurança, como quando comprar novos equipamentos.

Se o fluxo de caixa é importante no cotidiano, em épocas difíceis essa importância é ainda maior, como veremos a seguir:

Necessário em épocas normais, essencial em tempos difíceis

Muitas vezes nos vemos em situações complicadas, especialmente com margens pequenas de lucro, como facilmente ocorre na agricultura.

Nesses momentos, o fluxo de caixa mostrará onde foram os maiores gastos, indicando o que e por que aquela parte das finanças deu errado.

Desse modo, você poderá analisar e evitar que esses erros ocorram no futuro, bem como encontrar algumas saídas para uma situação complicada.

Ainda nesses casos, um empréstimo pode ser uma saída.

O fluxo de caixa será muito útil quando você fizer um pedido de empréstimo bancário ou crédito.

Isso porque, quando você precisar de crédito, o fluxo de caixa é um dos documentos importantes para tornar a solicitação mais simples e ágil.

Em suma, ele pode garantir que você obtenha o suporte necessário para sobreviver e crescer.

Faça seu fluxo de caixa rural de forma descomplicada e rápida

Mesmo após todas essas dicas você pode achar trabalhoso e complicado manter um fluxo de caixa em ordem.

A tecnologia nos ajuda a simplificar isso. Com um software de gestão agrícola, podemos manter o fluxo de caixa de forma mais prática.

No Aegro, você controla suas diferentes contas bancárias em um só lugar para ficar em dia com as parcelas a pagar e a receber em cada uma delas.

Além de que, tudo isso ocorre de um modo muito mais automatizado e, consequentemente, menos trabalhoso.

O fluxo de caixa pode ser visualizado facilmente pelo período de tempo que você preferir (mensal, trimestral, etc), já que cada época e cultivo tem uma necessidade diferente.

Em vez de fazer diversas planilhas, no Aegro você muda essa visualização em apenas alguns cliques.

gif da guia de contas com o fluxo de caixa do sistema Aegro

Neste fluxo de caixa, as entradas e saídas de dinheiro são contabilizadas através dos registros que se fez ao longo da safra.

Desse modo, é possível obter análises de custo por categorias, como: insumos agrícolas, financiamentos, manutenções de máquinas, etc.

Como você pode ver abaixo, o saldo inicial é aquele dinheiro que você tem em caixa no início do período escolhido, considerando as entradas e saídas anteriores.

O total de entradas é formado por todas suas receitas desse período, geradas ao registrar a venda de seu produto agrícola.

O total de saídas é composto por todas as despesas que ocorreram também no período em análise, as quais foram geradas pelas despesas registradas.

O saldo final é referente ao balanço do período, subtraindo todas as despesas do saldo inicial e das receitas.

captura de tela do fluxo de caixa do sistema de gestão rural Aegro

Lembrando que no Aegro você consegue importar suas notas fiscais automaticamente por arquivo XML, o que facilita o registro dos gastos.

Além disso, você pode fazer a conciliação de extrato bancário por OFX em alguns minutos, procedimento importante para conferir e evitar inconsistências na gestão de custos da fazenda.

Simplifique a gestão do seu negócio com a importação financeira de contas a pagar e receber

A importação de histórico financeiro é o jeito mais simples e prático de começar a utilizar o Aegro. 

Importe os dados de contas a pagar e receber de suas planilhas ou de outras ferramentas e ganhe agilidade no uso do sistema. Assim, você mantém o controle do seu histórico e garante a eficiência do seu time, reduzindo o tempo gasto com a digitação dos dados para outras atividades.

Seus dados são importados de uma vez, permitindo que o Aegro utilize as informações para gerar as análises necessárias para o controle do negócio.

Tela que mostra importação de histórico financeiro com Aegro

Quer saber como o Aegro pode agilizar ainda mais as atividades do seu negócio? Clique aqui e assista a uma demonstração gratuita!

Conclusão

O ajuste de seu rendimento líquido, com entradas e saídas detalhadas do seu caixa, é muito importante para a melhor percepção de suas finanças.

Mais do que isso, o fluxo de caixa adequado permite a melhor gestão financeira, verificando melhores estratégias para sua fazenda.

Embora a realização e acompanhamento sejam um tanto trabalhosos, ambos são fundamentais para a correta análise de sua propriedade.

Todos produtores rurais bem sucedidos sabem do capital disponível para investir e tomar decisões de compra e venda.

Além disso, hoje temos ferramentas como o Aegro, que facilitam e simplificam esse processo. Isso agiliza todo o trabalho e permite análises mais exatas!

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