4 principais inseticidas para combater pragas de grãos

Tipos de inseticidas para lavouras de grãos: saiba quais os defensivos químicos certos para combater as pragas da sua lavoura de grãos eficientemente.

De acordo com a FAO, cerca de 40% da produção agrícola no mundo é perdida todos os anos devido a ataques de pragas.

No Brasil, essa importância não é menor: as pragas agrícolas causam grande apreensão. Tanto é que 25,5%  dos gastos brasileiros em defensivos agrícolas são em inseticidas.

Mas, se bem utilizados dentro do MIP, os inseticidas podem ajudar muito no alcance de altas produtividades agrícolas.

Por isso, neste artigo, vou te mostrar os principais inseticidas para as principais pragas de grãos. Confira:

Conceitos importantes sobre tipos de inseticidas

Um mesmo inseticida pode atingir vários alvos, como diferentes lagartas, percevejos e outros insetos.

Além disso, muitas vezes o mesmo produto pode ser utilizado em diferentes culturas, especialmente em grãos, onde as pragas são semelhantes.

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Bula do produto inseticida comercial: Engeo Pleno
Classe: Inseticida sistêmico de contato e ingestão; Grupo químico: neonicotinoide e piretroide

(Fonte: Syngenta)

No entanto, as pulverizações devem ser feitas com alternância de produtos de grupos químicos e modo de ação diferentes.

Essa rotação visa diminuir a pressão de um determinado produto sobre as populações de pragas.

Conhecimento do produto e da semente são fundamentais

Isso minimiza tempo, gastos, mão-de-obra, maquinário e principalmente produtos químicos, que em sua maioria pesam muito no bolso do produtor.

Só aí já temos uma ideia de alguns dos benefícios que inseticidas podem trazer na agricultura. Mas, diante de tantos grupos químicos, conhecer os principais deles é essencial!

Os inseticidas são comumente classificados de acordo com sua composição química.

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Grupos químicos, mecanismos de ação, processos afetados e principais ingredientes ativos de inseticidas
(Fonte: Irac)

Existem várias formas do inseticida afetar a praga. Cada grupo químico tem sua característica quanto ao seu modo de ação sobre o inseto. Confira:

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(Fonte: Yamamoto adaptado de J Cooper & H Dobson)

Agora veremos os principais tipos de inseticidas por grupos químicos para as principais pragas de grãos:

1° principal tipo de inseticida: diamidas

Principais características:

  • regulam a libertação de cálcio intracelular;
  • age diretamente na contração muscular;
  • provoca um aumento rápido da concentração de cálcio;
  • leva, posteriormente, à cessação de alimentação, letargia, paralisia e, por fim, a morte da praga.

Substância química ativa: Clorantraniliprol e ciantraniliprol (comercializados pela DuPont e Syngenta). 

Alvos: Espécies da ordem de Lepidoptera, Coleoptera, Diptera e Hemiptera.

Principal praga: Helicoverpa armigera (Lepidoptera: Noctuidae)

Estudos indicaram que os inseticidas flubendiamida (Belt) e espinosade (Tracer) mostraram serem muito eficientes no controle da Helicoverpa armigera.

A dose varia de acordo com o nível de infestação e incidência da praga na área.

Geralmente a dose comercial de Belt recomendada para controle de armigera varia entre 50 ml e 70 ml/hectare.

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(Fonte: Rural Pecuária em Embrapa Soja)

2° principal tipo de inseticida: organofosforados

Principais características:

  • custo relativamente baixo;
  • largo espectro de atividade e de alto impacto sobre insetos;
  • ampla gama de produtos agrícolas e sanitários;
  • existem produtos organofosforados desde extremamente tóxicos até aqueles com baixa toxicidade, como o Temephos, que tem seu uso permitido em água potável;
  • na área da Saúde, têm sido bastante usados dada sua eficiência.

Estrutura molecular: são ésteres, amidas ou derivados tiol dos ácidos de fósforo, contendo várias combinações de carbono, hidrogênio, oxigênio, fósforo, enxofre e nitrogênio,

Persistência/Degradação: são biodegradáveis, sendo, portanto sua persistência curta no solo: 1 a 3 meses.

Modo de ação: por contato e ingestão. Agem como inibidores das enzimas colinesterases, causando o aumento dos impulsos nervosos, assim podendo ocasionar a morte.

Alvos: espécies da ordem de Coleópteros, sugadores, mastigadores como: ácaros, percevejos, lagarta-da-soja, mosca-branca, etc.

Principal praga: Ácaros na cultura da soja

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(Foto: Daniel R. Sosa-Gómez em Embrapa)


Ataques severos de ácaros em lavouras de soja podem ser responsáveis por danos que variam de 4 a 8 sc/ha.

Um produto eficaz no controle de ácaros do grupo dos organofosforados é o Orthene, inseticida e acaricida da Arysta Lifescience.

Sua dosagem varia de 300 L a 400 L de calda/hectare.

3° principal tipo de inseticida: carbamatos

Principais características:

  • paralisação muscular do inseto;
  • os alvos apresentam 4 estágios sintomáticos: excitação, convulsão, paralisia e morte.

Estrutura molecular: são praguicidas orgânicos derivados do ácido carbâmico.

Temos três classes de carbamatos conhecidos: carbamatos inseticidas (e nematicidas), carbamatos herbicidas e carbamatos fungicidas.

Persistência/degradação: são compostos instáveis e muitos fatores influenciam a degradação: a umidade, temperatura, luz, volatilidade.

Carbamatos são metabolizados por microrganismos, plantas e animais ou degradados na água e no solo, especialmente em meio alcalino.

Modo de ação: com ação de contato e ingestão, são igualmente inibidores das enzimas colinesterases, embora por mecanismo diferente dos organofosforados.

Principal praga: Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) em milho

Seus prejuízos são estimados em mais de US$ 400 milhões anualmente, e, a lagarta-do-cartucho é considerada a pior praga do milho.

tipos de inseticidas

(Fonte: Agronomia Rústica)

Apesar de seu nome ser em referência a danos feitos principalmente no cartucho do milho, ela pode afetar todos os órgãos da planta em diferentes estágios.

Um produto eficaz no controle de ácaros do grupo dos organofosforados é o Lannate, inseticida sistêmico e de contato da Du Pont.

Sua dosagem varia de 200 L a 300 L de calda/hectare.

4° principal tipo de inseticida: piretróides

Principais características dos piretroides:

  • são atualmente os inseticidas mais utilizados;
  • apresentam baixa toxicidade em mamíferos;
  • baixo impacto ambiental, são efetivos contra um largo espectro de insetos e são necessárias baixas quantidades para exercerem sua ação;
  • agem nos insetos com rapidez causando paralisia imediata e mortalidade, efeito de choque denominado “Knock down”;
  • são geralmente usados como misturas;
  • devem respeitar um intervalo de segurança após aplicação.

Estrutura molecular: são compostos sintéticos análogos aos componentes obtidos a partir dos piretróides, extraídos do crisântemo.

Persistência/degradação:

  • intervalo de segurança de até 37 dias;
  • têm boa estabilidade sob luz e temperatura ambiente.

Modo de ação: são os compostos de mais rápida ação na interferência da transmissão de impulsos nervosos. Podem possuir efeito repelente, espantando os insetos ao invés de eliminá-los.

Principais Pragas

  • Lagarta-da-maça (Heliothis virescens);
  • Lagarta-militar (Spodoptera frugiperda);
  • Lagarta da soja (Anticarsia gemmatalis).

Um produto eficaz no controle de dessas três lagartas do grupo dos piretroides é Permetrina 384 EC, inseticida de contato e ingestão da UPL.

Sua dosagem varia de 100 L a 500 L de calda/hectare (depende do nível de infestação da praga.

Apesar dos inseticidas ajudarem muito, é fundamental fazer o Manejo Integrado de Pragas (MIP) para um controle efetivo das pragas e para não selecionar indivíduos resistentes.

Resistência de pragas a inseticidas e o MIP

O uso contínuo dos defensivos agrícolas sem rotação de seus mecanismos de ação pode afetar diretamente no seu bolso.

Isso porque, dessa maneira, há o desenvolvimento de populações de pragas resistentes a inseticidas.

Além disso, nas últimas décadas, a descoberta de novos inseticidas, de grupos químicos e modo de ação distintos dos inseticidas já existentes no mercado está se tornando cada vez menor.

Desta forma, o agricultor não tem novas opções quando o produto está apresentando falhas de controle devido à evolução da resistência. E, assim, o problema se torna evidente.

O Manejo Integrado de Pragas tem sido o principal responsável por reverter esse quadro, além de trazer mais sustentabilidade para sua fazenda.

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(Fonte: Sebastião Araújo em Embrapa)

O MIP reúne um plano de medidas que busca promover o equilíbrio no sistema.

Assim, muitas outras medidas de controle, além do químico que aqui falamos, devem ser usados.

E isso faz com que haja menor pressão de seleção de indivíduos resistentes e maior eficácia de controle das pragas.

O mais interessante é que por vezes vemos que o MIP reduz as aplicações, podendo também diminuir seus custos de produção agrícola.

Para ver mais acesse “Reduza drasticamente suas aplicações utilizando o Manejo Integrado de Pragas.”

Veja também o MIP especialmente para a cultura do milho em: Como fazer manejo integrado de pragas (MIP) na cultura do milho

Conclusão

Você pode ter prejuízos imensos se o controle de pragas não for feito corretamente.

Nesse sentido, conhecer os principais inseticidas, sejam eles químicos ou inseticidas naturais, e as pragas que combatem, é fundamental para a correta escolha e manejo.

No entanto, não devemos nos apegar somente ao controle químico, mas misturar e agregar diversas medidas de controle de insetos, seguindo as recomendações do MIP.

Esse conhecimento e definição das melhores estratégias de controle fazem parte do planejamento agrícola.

Agora que você já sabe mais sobre os principais tipos de inseticidas para grãos, já pode começar a se planejar no combate às pragas!

>> Leia mais:

“Novidade no mercado de defensivos: inseticida Plethora”

As melhores formas de controle para cigarrinha-das-pastagens

“O que você precisa saber sobre o mecanismo de ação dos inseticidas neonicotinoides, organofosforados e carbamatos”

“Inseticidas ecdisteroides: como agem nos insetos e por que são uma boa opção de manejo”

Gostou do texto? Tem mais algum tipo de inseticida que você costuma usar e não citamos aqui? Restou alguma dúvida? Comente abaixo!

Colheita do milho: descubra possíveis perdas e como calculá-las

Cálculo de perdas na colheita de milho: Neste artigo iremos mostrar como você pode fazer o cálculo e evitar prejuízos desnecessários na sua lavoura. Confira!

Você já parou para pensar quais são as perdas na colheita de milho que podem acontecer?

Segundo estudos, podemos perder de 7 a 8% da colheita.

Você escolhe uma semente de boa qualidade, realiza adubação, monitora a lavoura, faz aplicação de defensivos e… pode perder quase 10% ou mais de todo esse trabalho.

Neste artigo mostramos quais os tipos de perdas mais comuns e como evitá-las.

Aqui você ainda fica sabendo como fazer o cálculo de perdas na colheita de milho. Confira:

Perdas que podem acontecer na colheita da lavoura de milho

Algumas pesquisas relatam que os níveis toleráveis de perdas é de 1,5 saco/ha para milho.

Agora vamos conhecer algumas perdas que ocorrem antes, durante e depois da colheita, mas que estão diretamente relacionadas com a colheita.

Perdas na colheita de milho por regulagem da máquina

Considera-se que uma máquina bem regulada pode evitar cerca de 50% de perdas na colheita.

Hoje temos as colhedoras acopladas e as automotrizes.

Chamam-se colhedoras acopladas por ter os equipamentos de colheita acoplados em tratores.

Já as automotrizes são as mais utilizadas atualmente e são constituídas de cinco partes:

  • Rolo espigador e chapas: corte e alimentação;
  • Cilindro e côncavo: debulha;
  • Peneiras e ventilador: separação e limpeza do grão;
  • Elevador de grãos e tanque graneleiro: condução dos grãos e depósito;
  • Descarga: transferência dos grãos do tanque graneleiro para a carreta.

Nesse sentido, tenho algumas dicas principais na hora de regular a colhedora:

As 5 principais dicas na regulagem da colhedora

1.Atenção na velocidade da máquina

A velocidade de trabalho recomendada para uma colhedora é determinada em função da produtividade da cultura do milho.

Isso porque devemos ter em mente que a colhedora tem uma capacidade máxima para processar toda a massa que é colhida junto com o grão.

Assim, quanto maior a velocidade, mais massa ela terá que processar.

Por isso, a velocidade de trabalho recomendada, por várias pesquisas, para a colheita de milho varia de 4 a 6 km/hora.

2. Cilindro debulhador

Os grãos de milho podem ser colhidos a partir do ponto que atinge a maturidade fisiológica.

Quanto menor a umidade, mais fácil será a debulha, mas os grãos se tornam também mais quebradiços.

Por isso, atenção para o cilindro debulhador, pois ele é regulado conforme o teor de umidade dos grãos

3. Rolo espigador, peneiras e ventilador

Merece nossa atenção, pois as perdas de grãos soltos são ocasionadas pelo rolo espigador e de separação.

4.Tanque graneleiro, elevador da retrilha e saída da máquina

Faça a regulagem adequada para verificar a qualidade do grão colhido.

5.Operador da colhedora

Claro que não podemos esquecer que o operador da colhedora é de extrema importância para a atividade da colheita.

Por isso, eles devem ter treinamentos para conhecer a máquina e os processos agrícolas.

Meu colega Luis Gustavo falou neste texto sobre a regulagem e manutenção de máquinas e equipamento.

Além disso, você pode ver abaixo os principais problemas na colheita de milho envolvendo regulagem da máquina, suas possíveis causas e como solucionar o problema:

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(Fonte: Adaptado de Embrapa)

Agora que sabemos as principais perdas na regulagem da colhedora, vamos ver como quantificar essa perda:

Como fazer o cálculo de perdas na colheita de milho

Este método é realizado no campo logo após a colheita. Confira esse simples passo a passo de como fazer o cálculo de perdas na colheita de milho:

1° Faça uma armação

Utilize uma armação (de madeira ou mesmo arame) com a largura da plataforma da colhedora e o comprimento que desejar.

Multiplicando a largura pelo comprimento da armação, você terá a área dessa armação.

Exemplo: largura da minha armação = 4 metros (ou seja, minha plataforma tem largura de 4 metros)

Comprimento da minha armação = 0,5 metros

área = 4 x 0,5 =  2 m²

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(Fonte: Embrapa)

2° Vá a campo

Após a colheita, posicione a armação em um local em que a colhedora passou e que seja representativa do talhão.

3° Colete os grãos

Colete todos os grãos que estiverem dentro da área delimitada pela armação e pese esses grãos.

4° Faça as contas

Com o peso da perda dos grãos na área conhecida da armação, estipule essa perda para 1 hectare.

Exemplo: o peso dos grãos dentro da armação foi de 13 g

13 g – 2 m²

x – 10 000 m²

x = 65 000 g = 65 Kg por hectare a estimativa de perdas da colheita

5° Determine se a perda que ocorreu está dentro dos limites aceitáveis

O limite aceitável de perda é de 1,5 saco/ha. Ou seja, acima disso temos que investigar o que está acontecendo e onde estamos errando.

Voltando ao nosso exemplo, 65 Kg/ha é o equivalente a 1,08 sacas por hectare, sendo uma perda totalmente aceitável, natural pelo processo de colheita.

Temos ainda outro método de medir essa perda:

Método de quantificação das perdas pelo copo medidor da Embrapa

A Embrapa desenvolveu um copo de plástico tamanho específico que correlaciona volume com massa.

Isso permite a determinação direta dos valores de perdas de grãos e produtividade da lavoura, em sacas/ha.

Os primeiros passos são parecidos com o método anterior, com uma armação de área conhecida.

Assim, após a passagem da colhedora, coloque a armação no campo, sendo as áreas das mesmas preferencialmente de 1,0 m2 (para arroz) e 2,0 m2 (para soja e milho).

Depois, coletamos os grãos e , ao invés de pesar como no método anterior, colocamos os grãos em um copo especial desenvolvido pela Embrapa.

Nesse copo há uma escala que indica diretamente a perda e/ou o desperdício de grãos que está ocorrendo naquele momento.

As perdas aceitáveis para grãos são: 1,5 sacas/ha para milho e arroz e 1,0 saca/ha para soja.

Para soja esse método já tem sido bastante utilizado.

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Copo medidor ajuda no processo de cálculo de perdas na colheita de milho
(Fonte: Foto de Carina Venzo Cavalheiro – Emater-RS)

Outra forma mais fácil é utilizar essa planilha desenvolvida para automatizar o cálculo. Baixe gratuitamente clicando na figura abaixo!

planilha para estimativa de perdas na colheita Aegro

Perdas na colheita devido ao cultivar

A escolha do cultivar de milho deve ser bem planejada, pois isto reflete desde a semeadura até a colheita.

Neste planejamento deve se conhecer as características do cultivar de milho: se sofre muito acamamento, se apresenta muitas quebras na planta….

Assim, a cultivar tem que ter adaptabilidade com a colhedora, por isso, muitas vezes você precisa regular a colhedora.

Precisamos nos atentar para que a altura da inserção da espiga seja a mesma para todas as plantas e qual é essa altura, se há plantas acamadas, etc.

>> Você sabe onde está o gargalo do seu planejamento agrícola?

Perdas por atraso na colheita

Você já deve ter ouvido falar ou já passou por isso em sua lavoura: Perdi um pouco da produção por atrasar a colheita.

Então fica a pergunta: Quando devo colher a lavoura de milho?

Para isso, vamos entender um pouco do ciclo da cultura.

A imagem abaixo apresenta as fases do ciclo da cultura de milho, sendo divididos em fases vegetativas (V) e fases reprodutivas (R).

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(Fonte: adaptado de Fancelli (1986) em Fast Agro)

O milho está pronto para ser colhido a partir da maturação fisiológica do grão (R6), o que acontece no momento em que 50% dos grãos na espiga apresentam uma pequena camada preta no ponto de inserção dos grãos com o sabugo.

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Camada preta no ponto de inserção dos grãos com o sabugo.
(Fonte: José Madalóz em Pioneer Sementes)

Para redução de perdas e danos mecânicos, sugiro a colheita a partir do momento em que os grãos apresentarem 25% de umidade.

Mas é comum o atraso na colheita por falta de máquinas, condições climáticas e outros.

Esse atraso pode resultar em maior ataque de pragas e doenças, especialmente se ocorrerem chuvas nesse meio tempo.

Para que isso não aconteça, é preciso dimensionar corretamente o número de máquinas necessárias e ter em mente em quantos dias essa colheita será feita na sua área.

Assim, é possível planejar adequadamente a cultura, desde o início da mesma com a data de plantio.

Você pode ver em mais detalhes sobre planejamento agrícola aqui.

Perdas na colheita por doenças

Há algumas doenças causadas por fungos que atacam as espigas de milho ainda no campo próximo ao momento da colheita, por isso, foram descritas neste texto.

Lembre-se que essas doenças ocorrem ainda no campo, causando perdas durante a colheita e no armazenamento.

Períodos chuvosos favorecem acúmulo de umidade nas espigas de milho, e isto, pode favorecer o desenvolvimento de fungos.

Vamos conhecer algumas das doenças nas espigas de milho:

1.Podridão da espiga causada por Diplodia ou podridão branca

Esta podridão é a mais frequente das doenças causadas na espiga do milho, sendo mais severa em regiões de alta umidade.

É causada pelos fungos Diplodia maydis e D. macrospora.

A doença começa na base da espiga e também se desenvolve entre os grãos da espiga.

Pode provocar apodrecimento dos grãos se infectar espigas com alta umidade.

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(Fonte: Raphael Gregolin em Pioneer sementes)

2.Podridão da espiga causada por Gibberella moniliformis ou podridão rosada da espiga

Os grãos infectados na parte superior apresentam estrias brancas e depois há mudança de cor para róseo a marrom-escuro.

Com o desenvolvimento do patógeno nos grãos, há um crescimento cotonoso de coloração clara a avermelhada, isso corresponde ao micélio do fungo.

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(Fonte: Matheus Dalsente Krau em Pioneer sementes)

3.Podridão da espiga causada por Gibberella zeae ou podridão vermelha da ponta da espiga

Esta doença é favorecida em regiões frias e úmidas. A doença começa na ponta da espiga e progride para a base.

Além disso, a coloração do fungo entre e sobre os grãos varia de avermelhada a marrom.

4.Podridão da espiga causada por Penicillium oxalicum

As espigas infectadas por este fungo apresentam coloração verde-azulada.

Penicillium oxalicum além de causar danos em condições de campo, também é importante como patógeno de grãos armazenados.

Agora que já vimos as principais podridões das espigas que causam perdas na colheitas, vamos conhecer um pouco mais sobre grãos ardidos:

>> O Combate às ferrugens: Controle essas doenças nas culturas do milho e soja

O que são grãos ardidos e micotoxinas?

As doenças citadas acima podem produzir grãos ardidos e micotoxinas.

Grãos ardidos são grãos produzidos em espigas que sofreram um processo de podridão.

Micotoxinas são metabólitos secundários tóxicos produzidos por fungos, tanto na fase de pré-colheita (ainda no campo), quanto na fase de armazenamento dos grãos.

As micotoxinas podem causar doenças pela ingestão de alimentos contendo micotoxinas, esses alimentos são provenientes de grãos contendo micotoxinas.

Quais as medidas de controle para as podridões da espiga?

Controle das podridões nas espigas causadas por fungos

Escolha de cultivares resistentes e práticas culturais como: lavoura livre de plantas daninhas, densidade de plantio correta, colheita na época correta e rotação de culturas.

E você conhece as principais doenças do milho que atacam durante todo o ciclo de cultivo?

Veja este texto que escrevi para conhecer mais: Se prepare na pré-safra: Como combater as principais doenças de milho, feijão e sorgo.

Importância de conhecer suas perdas na colheita de milho

É muito importante você conhecer as fontes de perdas relacionadas com a colheita que ocorrem na sua lavoura para:

  • Determinar a produção na sua lavoura;
  • Identificar em quais fases e processos deve agir para reduzir perdas;
  • Determinar qual o seu custo de produção;
  • Planejar sua lavoura (desde o preparo do solo ao transporte e armazenamento do grão);
  • Fazer o cálculo de perdas na colheita de milho;
  • Quantificar o lucro ou prejuízo real de sua lavoura.

Ademais, a produtividade líquida é o que você realmente colheu na sua lavoura, descontando assim, as perdas que ocorreram no sistema de produção.

Assim, é na colheita que você terá o retorno do seu capital investido durante toda a lavoura.

Por isso, esta atividade merece muita atenção!

Conhecer a produtividade da sua lavoura é primordial para você planejar seus custos e a sua próxima cultura.

Pode parecer complicado e um pouco confuso conseguir contabilizar as perdas, ganhos e custos, mas a tecnologia pode te ajudar nisso.

61% dos agricultores afirmam que a tecnologia tornou a agricultura mais fácil na última década.

O Aegro é um software de gestão agrícola para sua fazenda que pode te ajudar neste planejamento e visão completa da fazenda.

https://www.youtube.com/watch?v=891oHrLaSNo&t=1s

Nele, você consegue planejar sua propriedade por talhão de modo fácil e simples, e determinar o custo de produção por talhão ou área total da propriedade.

Neste texto que escrevi “Como usar software para agricultura para melhorar seu custo de produção” comento sobre custo de produção agrícola e como obter utilizando um software. Não deixe de conferir!

O que você pode fazer para reduzir as perdas na colheita da sua lavoura

Há várias questões que devem ser atendidas para que a colheita ocorra da melhor maneira possível.

Uma das principais, é a mão de obra capacitada para o trabalho.

O operador deve conhecer a cultura de milho, a máquina e suas regulagens para reduzir as perdas. Caso necessário deve-se realizar treinamentos para a capacitação.

Como já vimos aqui, a regulagem adequada das máquinas também é essencial, bem como o monitoramento das condições climáticas.

Se atente também para o controle de plantas daninhas durante o ciclo da cultura para que não atrapalhe na colheita.

Ademais, escolha de variedades de milho resistentes ao tombamento e realize planejamento das atividades da sua lavoura!

Nesse sentido, preparei algumas perguntas que devem ser respondidas para o bom andamento da colheita:

  • Qual a minha área plantada?
  • Quando minha lavoura atinge o ponto de maturidade fisiológica?
  • Em quanto tempo seria interessante finalizar a colheita em toda minha área?
  • Quantas horas de colheita/dia?
  • Quantas colhedoras (próprias ou de terceiros) terão que ser utilizadas neste processo?
  • Há alguma previsão de condição climática que impeça a colheita na época planejada?
  • Tenho mão de obra para realizar essa operação?
  • Vou estocar o milho? Onde?
  • Qual transporte vou utilizar?

Não deixe de responder essas perguntas para você planejar sua colheita e reduzir as perdas neste processo.

Saiba também como você pode estimar sua produtividade de milho e ainda ganhe planilha grátis para isso neste artigo: “Antes mesmo da colheita: Saiba estimar a produtividade de milho por hectare”

Conclusão

Neste texto, você aprendeu sobre as principais perdas que podem acontecer na sua lavoura de milho.

E como fazer o cálculo de perdas na colheita de milho.

Além disso, há algumas dicas de como você pode reduzir suas perdas e como medir àquelas causadas pelo maquinário na colheita.

Assim, a colheita é de extrema importância para sua lavoura de milho, ela deve ser planejada e monitorada para reduzir perdas, e com isso, aumentar seu lucro.

Depois de todas essas informações, só posso te desejar bom planejamento agrícola e boa colheita!

Veja mais também:

>> Tudo o que você precisa saber na pré-safra sobre as principais pragas de milho e sorgo
>> Tudo o que você precisa saber sobre Manejo Integrado de Pragas [Infográfico]
>> Não cometa erros no manejo: 5 métodos de controle da lagarta-do-cartucho
>> 5 tecnologias para controlar a “Helicoverpa armigera” eficientemente

Restou alguma dúvida sobre o cálculo de perdas na colheita de milho? Qual método você utiliza? Adoraria ver seu comentário abaixo.

5 perdas na colheita que você pode estar sofrendo e o que fazer para resolver

Perdas na colheita: entenda o que você pode fazer para reduzi-las e evitar prejuízos

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A eficiência de nossas fazendas está relacionada à maneira que são realizadas as atividades agrícolas.

Reduzir as perdas na colheita é uma das atividades mais importantes para isso.

E, claro, é um ótimo jeito de ganhar mais dinheiro sem produzir ou gastar mais.

Mas nem sempre é fácil identificar onde ou porque estão ocorrendo as perdas na colheita.

E as perdas podem ser significativas. Só devido ao transporte rodoviário, estimam-se perdas que chegam a R$ 2,7 bilhões a cada safra.

Por que isso ocorre? Quais são os outros tipos de perda? Como evitá-los?

Aqui vamos falar de todos esses assuntos, inclusive sobre perdas que provavelmente poucos produtores contabilizamVeja:

1ª: Perdas na colheita por pragas

As pragas agrícolas dão trabalho desde o momento que colocamos as sementes no solo até a colheita.

É comum levar insetos do campo para a armazenagem e, assim, aumentar as perdas pós-colheita, como no caso dos gorgulhos.

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Gorgulho do milho – Sitophilus zeamais. Os gorgulhos colocam seus ovos tanto em grãos armazenados como nas espigas no campo por adultos voadores

(Fonte: UFMG em CFR)

Pragas de final de ciclo, como Spodoptera fugiperda e Helicoverpa armigera, também podem causar grandes perdas.

Por isso devemos sempre manejar as pragas, mesmo no finalzinho do ciclo.

É muito comum chegar nesse ponto da safra e pensar “acho que dá pra segurar o controle de pragas agora”.

O meu conselho é que você acabe com esse “achismo”.

Faça o monitoramento de pragas mesmo no final do ciclo da cultura, e faça o manejo dos insetos quando atingirem o nível de controle.

2ª: Perdas por transporte

O transporte rodoviário até silos de terceiros ou portos também acaba resultando em perdas.

Isso devido às estradas nem sempre estarem nas melhores condições e ao fato dos caminhões, muitas vezes, transportarem mais carga do que realmente comportam.

Segundo a Confederação Nacional de Agricultura, o prejuízo com o derrame de grãos durante o transporte rodoviário chega a R$ 2,7 bilhões a cada safra.

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(Fonte: Diário Online)

Desse modo, faça sua gestão agrícola pesquisando a melhor logística e frete, evitando a perdas de sua produção agrícola.

3ª: Perdas na colheita por alta infestação de plantas daninhas

A alta infestação de invasoras dificulta a ação da colhedora. Nada pior do que ficar parando toda hora a operação devido à imensa quantidade de massa vegetal que a colhedora tem que “enfrentar”.

Isso gera perdas de tempo, de combustível e desgasta muito mais as peças da máquina.

Além disso, altas infestações de plantas daninhas favorecem o ataque de insetos, o que pode prejudicar os grãos.

4ª: Perdas na colheita mecanizada não planejada adequadamente

As perdas na colheita estão presentes em todas as propriedades, até no processo da colheita. Mas algumas perdem mais do que as outras.  

Por que algumas propriedades perdem menos? Porque nesses casos a colheita começa muito antes da colhedora entrar no campo.

Como um exemplo simples, se você não pensar no tamanho da cultura, não vai saber ao certo o número de máquinas que vai precisar – e isso causa muitos problemas.

Pode ser difícil conseguir colhedoras de terceiros ou mesmo mais caro. Mas o pior é quando tentamos aumentar a velocidade para dar tempo de colher tudo, danificando os grãos e causando perdas.

Assim, o planejamento agrícola com antecedência é essencial.

planilha para estimativa de perdas na colheita Aegro

Para planejamento inicial, recomendo que você:

  • Estime sua produtividade e saiba o tamanho da área com lavoura;
  • Sabendo disso, faça a previsão de quantas máquinas de colheita serão necessárias;
  • Quantas carretas serão precisas para o escoamento;
  • Com qual umidade pretende colher, decidindo se vai esperar secar no campo ou não;
  • Caso seja preciso secar, verifique se tem secador próprio ou de terceiros;
  • Verifique se irá precisar de silos de terceiros, sempre de olho no mercado de preços.

Além disso, o planejamento das manutenções frequentemente é fundamental para que qualquer operação agrícola corra tranquilamente, sem parar devido a quebra de alguma peça.

No Aegro você pode planejar suas manutenções e ser avisado da necessidade dessa manutenção.

Alerta para manutenção preventiva de máquinas agrícolas no Aegro

Nesse sentido, saiba aqui como uma produtora de MS conseguiu economizar mais de 10% com manutenção de máquinas a partir de uma ação estratégica!

Além das perdas pela falta de planejamento da colheita, também temos perdas que ocorrem na própria operação de colheita.

5ª: perdas na colheita da soja ou milho influenciadas pelas colhedoras

perdas-na-colheita

(Fonte: Puma Plow)

Entre 80 e 85% das perdas de grãos na colheita ocorrem no corte da plataforma.

Mas aqueles produtores que pensam que máquinas antigas causam mais perdas na colheita estão muito enganados.

A regulagem das máquinas é o procedimento que irá refletir diretamente nas perdas.

Máquinas antigas não causam mais perdas na colheita. Máquinas desreguladas sim!

A regulagem das colhedoras é vital para uma colheita bem sucedida e com o mínimo possível de perdas.

O total de perdas na colheita é uma soma de diversos fatores.

Sugiro fortemente que você faça um checklist verificando esses fatores juntamente com a recomendação do fabricante e modelo de sua colhedora:

  • Velocidade de deslocamento da colhedora deve estar entre 4 Km/h e 6 Km/h;
  • Barra de corte tem que estar afiada;
  • Substitua as navalhas danificadas e verifique a folga;
  • Verifique os dedos e os substitua se necessário;
  • Averigue a velocidade de rotação do molinete;
  • Observe e faça o ajuste da altura do molinete (geralmente 30 cm à frente da barra de corte);
  • Verifique o caracol (altura em relação à parte posterior de alimentação);
  • Faça a calibração e verifique as folgas do sistema de trilha.

Depois de ver todas essas perdas que ocorrem na operação da colheita, temos ainda mais dicas preciosas de como evitar isso:

Como evitar as perdas na colheita?

A regulagem da colhedora é de fundamental importância para que as perdas na colheita sejam evitadas.

Do total de perdas na colheita, 80% se deve à má regulagem da colhedora e 20% ao manejo errôneo das culturas.

Máquinas desreguladas podem ocasionar perdas expressivas na colheita da soja, podendo variar em cerca de 2 a 3 sc/ha, enquanto o aceitável pela Embrapa são perdas da ordem de 1 saca/hectare.

O manejo correto da colheita é fator que afeta diretamente a qualidade dos grãos.

O momento da realização da colheita deve ser quando os grãos estejam com índice entre 12% e 14% de umidade para soja e milho.

Se você precisar antecipar a colheita com teores de umidade acima destes mencionados, deverá levar em conta a secagem dos grãos, como já mencionamos.

Lembre-se também da possibilidade de danos aos grãos e maiores perdas em qualidade ao fazer a colheita com maior teor de umidade no grão.

Ademais, a colhedora é uma máquina combinada que realiza diversas operações juntas.

>>Leia mais: “O que você precisa saber sobre regulagem e manutenção de implementos agrícolas

Por isso, devemos nos atentar à calibração e manutenção de todos os sistemas:

Sistema de corte e alimentação

  • Rotação;
  • Posição do molinete;
  • Velocidade de trabalho da colhedora.

Em máquinas modernas, a rotação do molinete já é ajustada automaticamente com a velocidade de avanço da colhedora

Sistema de trilha

  • Fluxo radial: sistemas mais antigos compostos por cilindro, côncavo, e batedor;
  • Fluxo axial: rotor longitudinal e côncavo associado ou não a um elemento batedor;
  • Ajustes: abertura entre o cilindro ou rotor e o côncavo, rotação do cilindro e paralelismo entre cilindro/rotor e o côncavo.

Sistema de separação e limpeza

  • Peneiras: abertura dos alvéolos e limpeza das aberturas;
  • Ventiladores: regulagem do fluxo de ar.

Sistema de transporte, armazenamento e descarga

  • Ajuste da tensão das correias;
  • Lubrificação;
  • Substituição de peças gastas.
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(Fonte: Agrolink)

Futuro das colhedoras e as perdas na colheita

As colhedoras estão sendo equipadas com dezenas de sensores para evitar que as perdas ocorram.

A indústria de máquinas agrícolas está buscando e incorporando tecnologias como inteligência artificial provenientes de sensores imageadores dos grãos deixados no campo.

Estão sendo testados também inúmeros sensores que quantificam tais perdas e que corrigem em tempo real a velocidade da colhedora, altura e rotação do molinete.

Juntamente com essa tecnologia, softwares de gestão agrícola possibilitam o planejamento das operações agrícolas e o acompanhamento dos resultados baseados em dados.

Assim você evita perdas e ainda sabe exatamente como foi sua colheita em cada talhão, qual seu custo e qual o custo de produção agrícola total.

Conclusão

Todos nós sofremos perdas na colheita. Mas podemos minimizar essas perdas.

Agora você sabe como identificar essas perdas e quais são as mais importantes dentro da realidade de sua fazenda.

Além de que, com o avanço das tecnologias acopladas às máquinas, num futuro não muito distante será possível ajustar e calibrar em tempo real cada máquina no campo.

Mas nada disso substituirá o valor e importância de um planejamento da colheita feito com antecedência.

Aproveite todas essas dicas para colocar em prática na sua colheita!

Você fiscaliza e calibra as máquinas que irão realizar a colheita dos grãos em suas propriedades? Como tem buscado reduzir as perdas na colheita? Adoraria ver seu comentário abaixo.

Como fazer Manejo Integrado de Pragas (MIP) na cultura do milho

Manejo Integrado de Pragas em milho: Saiba como fazer esse manejo com as particularidades da cultura do milho e obtenha o controle eficiente dos insetos na lavoura.

Você acha que não dá certo o manejo integrado de pragas no milho? Ou que não conhece bem esse manejo e prefere “não arriscar”?

Neste artigo eu explico tudo o que você precisa saber para começar a fazer o Manejo Integrado de pragas na cultura do milho.

E tenho certeza que assim você conseguirá controlar as principais pragas agrícolas eficientemente, podendo até gastar menos.

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O tal do MIP e a cultura do milho

No MIP são utilizadas todas as técnicas de controle apropriadas, a fim de manter a população da praga em níveis abaixo daqueles capazes de causar danos econômicos.

O Manejo Integrado de Pragas (MIP) surgiu na década de 40 e voltou a tona com as infestações intensas da lagarta Helicoverpa spp., justamente nas lavouras de milho.

o que é MIP

Isso nos mostrou que uma única ferramenta de controle não é sustentável ao longo do tempo e pode até agravar a situação com o desenvolvimento de resistência a inseticidas.

Se você ainda não se convenceu sobre a importância do MIP, pense nele como um mecanismo para evitar a seleção de insetos resistentes.

O MIP é importante para todas as culturas, para o milho não seria diferente.

Muitas pragas atacam o milho e podem causar danos que podem devastar a lavoura, por isso a escolha integrada das ferramentas de controle são fundamentais.

Muitas informações interessantes sobre MIP você vai encontrar nesse outro texto: Tudo o que você precisa saber sobre Manejo Integrado de Pragas.

Como fazer o MIP?

Para fazer o MIP adequadamente entender alguns conceitos importantes:

  • Nível de dano econômico: acima desse nível de população da praga há danos econômicos para o produtor;
  • Nível de controle: é quando devemos fazer alguma medida de controle. É abaixo do nível de dano econômico, pois demora algum tempo para as medidas de controle darem resultados.
  • Monitoramento: a partir do monitoramento você identifica as pragas presentes na lavoura, e assim determina a necessidade ou não de se fazer o controle. E ainda qual a ferramenta deve ser utilizada.
nivel de dano economico

Saiba qual o nível de controle de cada praga e quando você deve aplicar, mantendo tudo organizado. Baixe a planilha gratuita clicando na figura a seguir!

Como começar o manejo integrado de pragas no milho?

Se você já percebeu os benefícios do MIP mas ainda não sabe por onde começar, não se preocupe.

Você não vai precisar gastar rios de dinheiro nem quebrar a cabeça para isso.

Fizemos um passo a passo para iniciantes nesse manejo:

1. Saiba os conceitos do MIP, especialmente de nível de dano econômico e nível de controle (que você viu nesse texto, logo ali em cima);

2. Conheça sua região: quais as pragas que são favorecidas pelo clima, solo e relevo que estou?

3. Conheça sua propriedade: mantenha um histórico das principais pragas que atacaram sua lavoura nas últimas safras;

4. Escolha cultivares de milho que sejam menos suscetíveis ao ataque dessas pragas da região e que costumam te causar problema na fazenda;

5. Faça o controle de plantas daninhas que também podem ser hospedeiras dessas pragas, como ervas daninhas;

6. Não faça duas safras de milho consecutivas na sua área;

7. Faça adubação verde, com diferentes espécies que não sejam atacadas pelas principais pragas da área;

8. Escolha antecipadamente e com calma os produtos que irá utilizar para o controle das pragas. Para isso, faça seu planejamento agrícola e planejamento financeiro;

9. Dentre os produtos, verifique se algum deles pode ser substituído por produto biológico, diversificando  os métodos de controle;

10. Durante a safra, faça monitoramentos frequentes e os guarde em local seguro;

11. Apenas aplique inseticidas quando a praga atingir o nível de controle (você verá mais a frente, ainda nesse texto, o nível de controle das principais pragas de milho);

12. Após aplicações de defensivos, os monitoramentos devem continuar, verificando se houve controle das pragas.

Para te ajudar nesses passos tenho alguns artigos que recomendo a leitura:

>> As perguntas (e respostas!) mais frequentes sobre manejo integrado de pragas

>>Tudo o que você precisa saber para fazer sua lista de defensivos agrícolas na pré-safra

monitoramento-georreferenciado-aegro

Com o Aegro, seu monitoramento de pragas é georreferenciado e guardado com segurança, sem perda de dados ou confusão de não saber ao certo qual talhão foi feito o monitoramento

3 Principais pragas da cultura do milho e seu nível de controle

Bom já falamos do nível de controle, monitoramento e identificação das pragas. Mas quais são as principais pragas da cultura o milho? E quais seus níveis de controle?

Neste artigo listamos as mais importantes e principais pragas do milho. Além de trazer ótimas informações sobre o controle das mesmas.

Abaixo você também pode conferir, dentro do ciclo da cultura, quando as pragas infestam e qual o nível de controle para cada uma delas:

manejo integrado de pragas no milho

Aqui vou destacar 3 importantes pragas!

Cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis)

A cigarrinha-do-milho mede de 3,7 a 4,3mm de comprimento, tem o corpo de coloração amarelo-pálida e possui as asas semitransparentes.

cigarrinha-do-milho

(Fonte: Epagri)

Ela transmite os agentes causais do enfezamento-pálido (espiroplasma), do enfezamento-vermelho (fitoplasma) e da virose-da-risca.

Os enfezamentos reduzem a absorção de nutrientes pelas plantas, por consequência redução na produtividade, ou seja, prejuízo.

Ainda não foi estabelecido ao certo seu nível de controle, mas como esse inseto é vetor de doenças, a tolerância dele na lavoura é baixa.

Para você saber as principais medidas de controle, além de uma planilha exclusiva com todos os produtos químicos e biológicos recomendados para a cigarrinha-do-milho.

Lagarta-do-cartucho do milho (Spodoptera frugiperda)

Uma das principais pragas da cultura do milho, e pode reduzir a produção entre 34 e 52%.

Este inseto pode atacar mais de 100 culturas, entre elas sorgo, soja, arroz, algodão, soja, pastagem, etc.

lagarta-do-cartucho

(Fonte: Epagri)

Apresenta colorações variadas, podendo ser parda, esverdeada e até preta.

Essa lagarta tem quatro pontos escuros e proeminentes no dorso do penúltimo segmento abdominal, que formam os vértices de um quadrado, facilitando seu reconhecimento.

A lagarta-do-cartucho penetra no colmo, criando galerias, o que provoca um sintoma conhecido por “coração morto”, que ocorre por causo do dano no ponto de crescimento da planta.

Monitoramento e controle da lagarta-do-cartucho

Saiba passo a passo como fazer:

  1. Vistoriar semanalmente pelo menos 20 plantas em cinco locais diferentes em cada talhão da lavoura;
  2. Faça essas vistorias até 60 dias depois da emergência do milho;
  3. Até 30 dias depois da emergência, essa praga deve ser controlada quando 20% das plantas estiverem infestadas;
  4. Dos 40 aos 60 dias, aplique inseticidas com 10% de plantas infestadas.

Principais formas de controle da lagarta-do-cartucho:

Você pode ver os métodos de controle em detalhes neste artigo: “Não cometa erros no manejo: 5 métodos de controle da lagarta-do-cartucho”

Pulgão-do-milho (Rhopalosiphum maidis)

pulgão-do-milho

(Foto: Epagri)

O pulgão-do-milho mede de 0,9 a 2,6mm de comprimento, possui antenas e pernas de coloração preta e o corpo com cores variando de verde-amarelada à azul-esverdeada.

Possui grande importância nos campos de produção de sementes.

Como dano direto, suga a seiva e libera um líquido em que se desenvolve fumagina.

A fumagina diminui a fotossíntese e reduz a liberação de pólen, o que provoca falhas na polinização.

Monitoramento e controle do pulgão do milho:

  1. Fazer 5 amostragens de 20 plantas a cada 10 ha de lavoura;
  2. Avalie com nota zero (0) as plantas sem pulgões;
  3. Avalie com nota 1 quando existirem até 100 pulgões por planta;
  4. Avalie com nota 2 para aquelas plantas com mais de 100 pulgões;
  5. Aplique inseticidas quando pelo menos 50% das plantas estiverem com nota 2, e apenas até a fase de pendoamento do milho.

Embora seja recomendado em alguns casos o tratamento de sementes, em geral, esse método de controle não é muito eficaz.

Isso porque os maiores danos são observados no período de pendoamento da cultura.

Algumas medidas de controle se mostram mais eficientes, como a escolha de cultivares menos suscetíveis ao ataque de pulgões e pulverizações de inseticidas de V4 a VT (pendoamento).

MIP e milho Bt

O milho Bt é aquele transformado geneticamente e que expressa as toxinas da bactéria Bacillus thuringiensis (Bt).

Essa toxina tem efeito inseticida para várias pragas, como a lagarta-do-cartucho que comentamos aqui.

O milho Bt foi aprovado no Brasil em 2008/2009, permitindo a uma diminuição, nos primeiros anos de uso, da aplicação de inseticidas para o controle de pragas do milho.

No entanto, hoje são necessários outros métodos de controle, realizando o Manejo Integrado de Pragas (MIP).

Isso para assegurar que essa tecnologia funcione e não seja perdida por desenvolvimento de resistência.

Se você quer saber mais sobre pragas resistentes veja: “5 pragas agrícolas resistentes a defensivos agrícolas e como combatê-las”.

Para isso, devemos fazer áreas de refúgio para plantas Bt.

Para saber mais sobre área de refúgio para plantas Bt e como fazer, confira nosso artigo: Tudo o que você precisa saber sobre área de refúgio para plantas Bt [Infográfico]

área-de-refúgio

Conclusão

O controle químico é uma fenomenal ferramenta de controle, e é a prática mais adotada na safra ou safrinha do milho, pela facilidade e visualização rápida do controle.

Contudo, não podemos utilizar só esse método de controle.

Isso causa desequilíbrios e desenvolve a resistência dos insetos aos defensivos agrícolas.

O MIP é um conjunto de medidas que faz o controle de pragas ser ainda mais eficiente, e você pode até gastar menos devido ao menor uso de inseticidas.

Aqui você aprendeu como começar a fazer o manejo integrado de pragas no milho em passos simples e muito eficazes, além de conhecer os principais conceitos desse manejo.

Agora é só colocar tudo isso na prática da lavoura!

O artigo foi útil para você? Tem alguma dúvida sobre Manejo Integrado de Pragas no milho? Deixe seu comentário!

Semente de milho: como escolher a ideal para sua lavoura

Atualizado em 22 de junho de 2022.

Semente de milho: saiba como escolher, como fazer o tratamento, recomendações antes do plantio e muito mais!

Para a lavoura de milho obter alta produção, diversos pontos devem ser observados. Um dos primeiros e principais é a escolha da semente.

Saber quais são os tipos de semente de milho, como escolher a melhor e quais cuidados tomar antes do plantio é essencial.

Neste texto, mostramos os pontos fundamentais que devem estar no seu planejamento, antes mesmo de semear o milho. Confira!

Diferença entre sementes e grãos de milho

Sementes e grãos de milho não são a mesma coisa. As sementes são armazenadas com umidade entre 10% e 12%, porque o interesse principal é a germinação. O grão de milho é o fruto da planta e, por sua vez, podem apresentar umidade abaixo de 10%. Afinal, o interesse é o consumo.

Quando sementes são armazenadas, elas podem parecer mortas, mas não estão. Sua atividade metabólica é baixa, com baixa taxa de respiração. Isso acontece para manterem as propriedades fisiológicas, químicas e metabólicas adequadas para a germinação.

Além disso, produzir sementes e produzir grãos de milho exigem manejos diferentes.

Para produzir sementes, principalmente híbridos de milho, diversos passos devem ser seguidos: retirada dos pendões, eliminação de plantas indesejadas, distância de local de produção de milho, controle rigoroso de pragas e doenças, entre outros.

Na produção de grãos há o controle de plantas daninhas, pragas e doenças, mas não é necessário a retirada do pendão. Também não há necessidade de distância entre campos de produção, e não há problema de contaminação entre os híbridos e entre as variedades.

Esquema que mostra as diferenças de porte de milho de diferentes linhagens
Exemplo de produção de híbrido duplo de milho
(Fonte: Embrapa)

Qual a melhor semente de milho para plantar?

A melhor semente de milho para plantar é aquela que apresenta vigor alto e possibilidade de germinar rápida e uniformemente. A plântula deve crescer rapidamente quando em condições climáticas normais. Além disso, atributos genéticos e sanitários também são essenciais.

Veja abaixo alguns fatores que compõem estes atributos e garantem alta qualidade de sementes:

Grau de pureza (P%)

O grau de pureza da semente de milho diz respeito à pureza física do lote. Sementes puras apresentam alta qualidade física e genética (apenas sementes com características do híbrido em análise).

Isso significa que as sementes não devem apresentar impurezas como:

  • palhas;
  • folhas;
  • sementes de plantas daninhas;
  • sementes de outras culturas;
  • sementes de milho, mas de outra variedade, etc.

Sanidade dos grãos

Sementes sadias são aquelas que não contêm insetos, fungos, vírus e bactérias. Também são aquelas que tenham passado por tratamento de sementes com produtos químicos, reduzindo a infestação e/ou infecção.

Semente de milho doente e sadia, lado a lado. As sementes doentes apresentam coloração mais escura, com manchas pretas.
A. Sementes doentes; B. Sementes sadias
(Fonte: Rodrigo Véras em Agricultura no Brasil)

Vigor da semente de milho

Para que uma semente seja considerada de alta qualidade, não basta apenas germinar. A boa semente de milho tem que ter alto vigor.

O estabelecimento final do estande de sementes vigorosas constitui alicerce para obtenção de plantas com alto grau de tolerância a estresses. As sementes com vigor também geram maior produtividade.

Germinação (G%)

É a quantidade de sementes que germinam sob condições ambientais adequadas. É expressa em porcentagem.

Viabilidade

É expressa em termos de percentagem de sementes vivas capazes de germinar. É semelhante a germinação, mas vale lembrar que nem toda semente viável irá germinar.

Tipos de sementes de milho 

As sementes de milho para o plantio podem ser híbridas (simples, duplo, triplo, híbrido simples modificado ou triplo modificado) ou variedades. Os híbridos de milho apresentam maior uniformidade da lavoura, maior tecnologia e produtividade. As variedades são aquelas geradas pelo cruzamento natural das plantas da mesma linhagem.

As variedades de milho apresentam potencial produtivo menor em comparação com os híbridos.

Uma vantagem do milho variedade é que seu material é geneticamente estável. Ele pode ser multiplicado e semeado em várias safras sem perda de produtividade. Isso não pode ser feito com milhos híbridos.

Devido à sua multiplicação, o milho variedade é indicado para pequenos produtores.

Os híbridos de milho podem ser de três tipos: simples, duplo e triplo.

Os híbridos simples são aqueles resultantes do cruzamento de 2 linhagens puras. São recomendados para produtores que utilizam alta tecnologia, e apresentam maior potencial produtivo entre os tipos de híbridos.

O híbrido duplo é resultado do cruzamento de dois híbridos simples. É indicado para produtores com média tecnologia. Dentre os três tipos de híbridos, é o que apresenta menor potencial produtivo.

Ao cruzar um híbrido simples com uma linhagem pura se obtém sementes de milho de híbrido triplo. Elas são recomendadas para altas e médias tecnologias.

Há ainda as sementes de milho transgênicas, que são entradas em híbridos de milho.

Existem sementes de milho convencional e milho transgênico. O milho transgênico é uma semente de milho convencional com a transgenia: inserção de um ou mais genes de outras espécies no genótipo escolhido.

A inserção de genes que conferem resistência ou tolerância no milho são cada vez mais usados nas lavouras.

Características de semente de milho transgênico, sendo a principal a resistencia a herbicidas e insetos.
Características dos eventos de milhos  transgênicos aprovados
(Fonte: CropLife)

Como escolher a melhor semente de milho

A escolha da semente deve considerar diversos aspectos, e o primeiro deles é a finalidade do milho. Há sementes de híbridos e variedades ideais para:

  • Grãos;
  • Milho verde;
  • Silagem;
  • Pipoca;
  • Canjica;

Com a finalidade definida, você precisa avaliar:

  • sua região;
  • qual melhor híbrido ou variedade recomendadas;
  • época de plantio do milho;
  • se o milho será safra ou safrinha;
  • duração do ciclo;
  • se o milho é precoce, médio ou tardio;
  • a resistência a pragas e doenças;
  • tolerância à geada e seca.

Estas são algumas das observações a serem feitas durante o planejamento de safra. Todos esses fatores te ajudam a determinar a melhor semente a ser comprada. Além disso, é importante investir em sementes de milho certificadas.

A certificação de sementes é o processo de produção controlado por um órgão competente. É por meio desse órgão que você tem a garantia de que sua semente foi produzida de forma correta. 

Você pode saber de onde a semente veio (origem genética), e se ela cumpre com todas as condições (fisiológicas, genéticas e sanitárias e físicas) estabelecidas.

Se você comprou uma semente certificada, pode ser certeza que elas foram produzidas dentro de um padrão confiável  de controle de qualidade garantido. A semente nesse caso é considerada própria para o uso. Evite sementes piratas.

Tratamento industrial de sementes de milho

O tratamento de sementes é o processo de aplicação de produtos químicos ou organismos às sementes. Esses produtos auxiliam na nutrição da planta e/ou previnem o ataque de doenças e pragas do solo.

O tratamento industrial de semente é mais recomendado por ser realizado em um ambiente totalmente preparado e controlado. Isso te proporciona a garantia do processo de forma eficaz.

Além disso, o tratamento industrial das sementes pode gerar economia com defensivos agrícolas e economia de tempo.

Outro ponto importante é a qualidade do tratamento industrial. Todas as sementes apresentam recobrimento uniforme.

Cuidados com as sementes no pré-plantio de milho

Antes de iniciar o plantio, para garantir que suas sementes estarão com a qualidade desejada, é necessário tomar três cuidados fundamentais: o transporte, o armazenamento e o teste de germinação.

Transporte das sementes

Após a compra das sementes, tome cuidado com o transporte delas. As sementes são vivas e necessitam de cuidados para que possam germinar e formar uma plântula saudável.

No transporte, evite danos às embalagens de sementes, não empilhe muitos sacos ou bags e  não jogue as embalagens de sementes. Isso serve para evitar danos mecânicos, que podem matar as sementes.

Além disso, proteja as sementes do calor, alta umidade e de chuvas. Tudo isso prejudica a germinação e vigor das sementes.

Armazenamento da semente de milho

Com o passar do tempo, as sementes perdem seu vigor e potencial germinativo. Existem condições apropriadas de armazenamento que prolongam sua viabilidade, como temperatura amena e umidade adequada.

Os armazéns são os responsáveis por fornecer um ambiente apropriado para guardar suas sementes. Nos locais de produção, estes ambientes são controlados rigorosamente para que a semente chegue na fazenda com alto potencial.

Entretanto, pode ocorrer da empresa, devido a logística e espaço, entregar as sementes que você comprou muito antes da semeadura. Caso isso aconteça, mantenha o espaço de armazenamento limpo e organizado.

Isso vai evitar contato com pragas e patógenos do lugar. Mas mesmo com armazenamento adequado, fique sempre de olho na proliferação de diferentes tipos de insetos, fungos e outras pragas.

pragas em sementes de milho
(Fonte: Equipe BeefPoint)

Mudança de temperatura e umidade das sementes favorecem o aparecimento de pragas onde você menos espera. Por isso, acompanhe o armazenamento de perto.

Teste de germinação

Saber a qualidade das sementes antes de semear é fundamental.

Caso as embalagens de sementes venham danificadas ou a aparência das sementes esteja incomum, é recomendável avisar à empresa que comercializou as sementes.

Neste caso, peça para mandarem uma amostra do lote de sementes para realizar o teste de germinação em laboratórios especializados. Isso vai te garantir que não houve danos nas sementes.

Se você recebeu as sementes corretamente e quer testar a germinação, você pode realizar o seguinte procedimento: 

Cuidados no Armazenamento e Teste de Emergência em Canteiros

Se a germinação for muito diferente da apresentada no certificado de análise, você tem o direito de reclamar da empresa que adquiriu as sementes. A sua produtividade depende de uma semente de alta qualidade.

banner da planilha de produtividade da lavoura de milho

Custo x benefício na compra de sementes de milho

Para a produção de sementes, o manejo deve ser rigoroso. Assim, a semente produzida terá todos os atributos adequados para comercialização. Isso gera um custo mais elevado de venda, principalmente de híbrido simples, triplo e duplo, respectivamente.

Porém, esse custo gera resultados no final da produção. Estudos realizados com uso de sementes com alto vigor e baixo vigor mostraram que a produtividade foi superior para sementes vigorosas, com plantas homogêneas.

Com maior produção, o gasto na compra de sementes certificadas irá retornar para o seu bolso.

Mas atenção! Não basta somente comprar sementes de qualidade. O manejo durante o desenvolvimento da lavoura é fundamental para que a planta expresse seu potencial produtivo.

Como plantar milho

Independente da época de semeadura, o espaçamento mais utilizado no milho é 45 cm a 50 cm entre linhas. A densidade varia de acordo com a recomendação de cada híbrido ou variedade, sendo geralmente de 30 a 90 mil plantas por hectare.

Outro ponto importante no momento da semeadura é a profundidade. Em solos arenosos, é recomendado colocar as sementes de 5 cm a 8 cm. Já nos solos argilosos, a semeadura pode ser mais superficial, entre 3 cm a 5 cm.

É importante lembrar que o milho é uma cultura que no Brasil é cultivada em duas épocas, a época da safra e da safrinha. Na safra, as condições de luminosidade, umidade e temperatura são ideais para a cultura. 

Na maioria das regiões, a época de semeadura do milho safra é realizada de outubro a dezembro. Na região Sul, a semeadura ocorre no final de agosto, e no Nordeste, apenas em janeiro.

A safrinha acontece logo após a safra.  Nesta época, as condições não são ideais iguais às obtidas na safra. Porém, com avanço tecnológico, houve aumento da área de produção e de produtividade do milho segunda safra.

Conclusão

As sementes de milho analisadas, certificadas e com garantia de germinação determinam, sem dúvida, o êxito da sua plantação.

Existem diferentes tipos de sementes de milho e para diferentes finalidades. Acertar nessa escolha é importante. O custo pode ser elevado em comparação com sementes não certificadas, mas vale a pena pela rentabilidade que você  terá.

No momento da compra de suas sementes, considere esses cuidados antes da tomada de decisão e boa safra!

Gostou do artigo? Tem mais alguma coisa que você verifica na compra de sementes que não citei? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Foto da redatora Carina, no meio de uma plantação

Atualizado em 22 de junho de 2022, por Carina Oliveira.

Carina é engenheira-agrônoma formada pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), mestre em Sistemas de Produção (Unesp), e doutora em Fitotecnia pela Esalq-USP.

Tudo o que você precisa saber na pré-safra sobre as principais pragas de milho e sorgo

Conheça agora as principais pragas do milho e fique atento na Pré-safra. Não deixe sua produtividade do milho safrinha cair.

Você já entrou na lavoura e notou alguma coisa errada, como folhas comidas e plantas tombadas? Ao ver esses danos, você já sabia qual era a praga e como controlar?

É comum não reconhecer o inseto, ou não saber o melhor controle para combatê-lo.

A pré-safra é o momento ideal para conhecer um pouco mais sobre essas pragas, e melhorar seu diagnóstico da lavoura.

Assim você evita perdas de produção do milho.

E olha que pragas podem causar muitas perdas! No milho pode chegar até a 91%.

Principais pragas do milho: Pragas iniciais

Tanto na cultura do milho como na de sorgo, vamos ter pragas no início do ciclo. São aquelas pragas que você nem bem semeou a cultura e já estão dando trabalho!

Agora confira as principais pragas iniciais e como combatê-las:

1. Corós

Os corós estão presentes nas lavouras de milho e de sorgo, com maior ocorrência nos meses de outubro, novembro e dezembro.

As larvas se alimentam do sistema radicular das plantas, o que gera falhas nas linhas de plantio.

O principal manejo é com inseticidas, mas você pode realizar outras técnicas que colaboram para o manejo.

As principais técnicas que auxiliam na redução dos níveis populacionais dos corós são:

  • preparo antecipado da área;
  • eliminação de hospedeiros alternativos e plantas voluntárias (como plantas daninhas);
  • destruição dos restos de cultura após a colheita.
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A foto da esquerda mostra o Coró, e a da direita o dano causado em plantas de milho.

( Fonte: 3rlab)

2. Larva-arame

A larva-arame (Conoderus spp., Melanotus spp.) ataca as sementes após a semeadura e o sistema radicular da planta. Já adianto que essa praga também pode ser encontrada na cultura do sorgo.

Seu controle pode ser feito pelo tratamento com inseticidas fosforados sistêmicos, registrados para as culturas. Mas também, pode ser feito através de uma boa drenagem da camada agricultável do solo, pois força a larva a aprofundar-se, reduzindo o dano no sistema radicular.

A rotação de culturas também é eficaz para redução dos níveis populacionais;

larva-arame

Larva-arame

( Fonte: Sistemas de Produção Embrapa)

3. Lagarta-rosca

As lagartas reduzem o número de plantas por metro linear, uma vez que cortam as plantas rentes ao solo. Mais uma dica aqui: essa praga também é encontrada na cultura do feijão!

lagarta-rosca

Lagarta-rosca (Agrotis ipsilon)

(Fonte: Agrolink)

lagarta-rosca-adulto

Inseto adulto de lagarta-rosca (Agrotis ipsilon)

( Fonte: Unesp)

Para o controle dessa praga é importante fazer o tratamento de sementes com inseticidas sistêmicos.

Também é fundamental a eliminação antecipada de plantas invasoras, já que as mariposas preferem ovipositar em plantas ou restos culturais ainda verdes.

4. Lagarta-elasmo

Essa praga causa prejuízos entre os estádios V1 e V8, aproximadamente.

lagarta-elasmo

(Fonte: Pioneer)

A lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus) também está presente nas culturas do sorgo e do feijão. A ocorrência dessa praga está associada à períodos de estiagem no início da cultura. Além disso, fique mais atento a áreas de solos arenosos e com palha, que podem favorecer a praga.

5. Larva alfinete

A larva-alfinete (Diabrotica speciosa) tem grande importância na cultura do milho, estando presente também na cultura do sorgo.

Esse inseto ataca o sistema radicular, o que deixa a planta mais suscetível ao acamamento, o que provoca o sintoma conhecido por “pescoço de ganso”.

larva-alfinete-pescoço-de-ganso

(Fonte: Monsanto, Rafael Veiga – TD Cerrados Oeste)

Na fase adulta, o inseto alimenta-se de muitas culturas como, por exemplo, o feijão e a soja. Mas para colocar seus ovos preferem gramíneas como o milho e o sorgo.

ciclo larva alfinete

(Fonte: Monsanto)

As principais medidas de controle para larva-alfinete são:

  • eliminação de restos culturais;
  • uso de inseticidas granulados ou em pulverização no sulco de plantio.

O controle biológico com os fungos Beauveria bassiana, Metarhizium anisopliae e Paecilomyces lilacinu é uma ótima alternativa e pode ser utilizado em conjunto com o método químico.

planilha de planejamento da safra de milho

Principais pragas do milho: pragas da parte aérea

6. Lagarta-do-cartucho

A lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) é uma das principais pragas do milho, causando grandes perdas, e também encontradas na cultura do sorgo.

A lagarta-do-cartucho penetra no colmo, criando galerias, o que provoca um sintoma conhecido por “coração morto”, que ocorre por causo do dano no ponto de crescimento da planta.

Essa lagarta pode causar redução de rendimento de 17% a 55,6%.

lagarta-do-cartucho-coração-morto

Sintomas de “coração morto” em plantas de milho atacadas por lagarta-do-cartucho

(Fonte: Agricultura no Brasil)

A principal forma de controle da lagarta-do-cartucho é através da aplicação de inseticidas.

Mas existe também um importante inimigo natural dessa praga, a “tesourinha” (Doru luteipes), que preda ovos e lagartas pequenas.

A lagarta-do-cartucho pode também atacar as espigas causando grandes danos.

7. Lagarta-da-espiga do milho

A lagarta-da-espiga do milho (Helicoverpa zea) é outra importante praga do milho que também ataca o sorgo.

lagarta-da-espiga

(Fonte: 3rLab)

O controle químico através de inseticidas para o manejo de lagarta-da-espiga não é muito eficiente, já que a larva está protegida na espiga.

Uma das alternativas para o manejo é o controle biológico, com o uso de parasitoides e predadores, como a tesourinha (Doru luteipes).

A tesourinha deposita seus ovos nas camadas de palha da espiga e tanto a forma jovem quanto os adultos se alimentam dos ovos e das pequenas larvas da praga. Uma tesourinha pode consumir aproximadamente 42 ovos por dia .

Os ovos da lagarta-da-espiga também podem ser parasitados por Trichogramma, sendo outra forma eficiente de controle biológico. 

8. Broca-da-cana

A broca-da-cana (Diatraea saccharalis) está presente na cultura do milho e sorgo, atacando desde V6 até o final do ciclo.

broca-da-cana

(Fonte: Agranja)

Segundo a Embrapa, o controle pode ser feito do mesmo modo como é feito em cana-de-açúcar, através da liberação do parasitoide de ovos Trichogramma spp. ou através do parasitóide de larva, a vespa Cotesia flavipes.

Mais informações sobre a broca-da-cana podem ser verificadas nesse folder da Embrapa.

9.Pulgão

Os maiores danos do pulgão no milho (Rhopalosiphum maidis) são vistos durante o seu pendoamento, sendo também presente na cultura do sorgo.

Os danos mais expressivos são observados em altas infestações, especialmente quando as culturas estão em estresse hídrico, ou ainda quando há fonte de inóculo nas proximidades.

No caso do sorgo há ainda uma outra espécie conhecida por pulgão-verde (Schizaphis graminum), infestando a cultura desde a emergência das plantas até a maturação dos grãos.

O inseto suga seiva das folhas e introduzem toxinas que provocam bronzeamento e morte da área afetada.

Ainda  pode transmitir o vírus do mosaico da cana-de-açúcar, o que causa muitos danos ao sorgo.

pulgão-verda

Pulgão-verde

(Fonte: Sistema de Produção Embrapa)

O controle pode ser feito naturalmente pela chuva e inimigos naturais.

No entanto, você pode evitar a infestação pelo tratamento de sementes ou do solo com inseticidas sistêmicos seletivos aos inimigos naturais.

10. Percevejos

Os percevejos no milho podem atacar de forma severa no início da cultura. No entanto, esses insetos também se alimentam dos grãos em enchimento.

Isso pode causar danos econômicos elevados, reduzindo, segundo Embrapa, até 59,5% do peso dos grãos e mais de 98% na germinação e vigor das sementes.

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(Fonte: Pioneer)

Os percevejos estão muito presentes no final do ciclo da soja e após a colheita eles buscam fontes alternativas de alimento, como as plantas daninhas. Por isso, um dos principais manejos para esta praga é iniciar o plantio no limpo.

A boa dessecação antecipada irá ajudar a reduzir a população de percevejos na área.

As duas principais espécies são o percevejo marrom e o percevejo barriga-verde.

As principais medidas para o manejo são o tratamento de sementes e o monitoramento da área.

Segundo Kaminski (2014), se houver infestação elevada até V3 deve ser feito o controle, pois os danos podem ser desastrosos.

percevejos-milho-sorgo

Danos causados por percevejos em milho

Fonte: Pioneer

Na cultura do sorgo, os percevejos atacam as panículas. No caso, há dois grupos principais:

  • Percevejos grandes: percevejo-gaúcho (Leptoglossus zonatus), percevejo-verde (Nezara viridula) e percevejo-pardo (Thyanta perditor);
  • Percevejos pequenos: percevejo-do-sorgo (Sthenaridea carmelitana) e percevejo-chupador-do-arroz (Oebalus spp.).
percevejo-sorgo

Percevejo-do-sorgo

(Fonte: Discover Life)

O controle pode ser biológico é feito por parasitoides de ovos. Já o controle químico é limitado pela dificuldade de entrar com o trator no campo.

É recomendado utilizar pulverização aérea quando o monitoramento indicar 1 percevejo a cada 10 plantas. O controle dos percevejos pode ser feito com inseticidas fosforados ou carbamatos.

11. Helicoverpa armigera

Por fim, não podemos deixar de falar da Helicoverpa armigera.

helicoverpa-armigera

(Fonte: Bayer)

Essa praga causou grande preocupação entre os produtores de soja, milho e algodão.

Seu principal controle é através do manejo integrado de pragas, utilizando cultivares geneticamente modificadas que expressam a toxina Bt, inseticidas biológicos e químicos, que sejam seletivos aos inimigos naturais.

Prepare-se para combater as principais pragas de milho

Monitorar e combater as pragas é uma parte do planejamento agrícola. Para sair conforme o esperado e você ter sucesso na lavoura, o trabalho começa bem antes da semente estar no campo.

Para você ter uma safra sem prejuízos, leia mais sobre planejamento agrícola nestes artigos.
Diminua seus custos com um planejamento agrícola bem feito
Você sabe onde está o gargalo do seu planejamento agrícola?
9 aplicativos para planejamento agrícola que você deveria conhecer

Principais pragas do milho e seu controle

Medidas gerais de controle de pragas

É claro que as pragas tem suas particularidades, e você já viu sobre elas ao decorrer do texto.

Mas há medidas fundamentais para combater todas essas pragas:

1) histórico e monitoramento das pragas na área;

2) rotação de culturas;

3) dessecação antecipada;

4) tratamento de sementes;

5) escolha da tecnologia Bt (no Brasil possível para as culturas de milho, algodão e soja);

6) uso de defensivos agrícolas para pragas do milho.

Além disso, disponibilizamos gratuitamente uma planilha para você fazer seu MIP: saiba qual o Nível de Controle de cada praga e quando você deve aplicar, mantendo tudo organizado. Clique na figura a seguir para baixar!

Conclusão

Saber o histórico da sua área é essencial para fazer o planejamento durante a pré-safra.

Você pode tomar algumas medidas de manejo já na pré-safra, como controle de plantas daninhas, eliminação de restos culturais e verificação das principais pragas da área pelo histórico.

Agora que você já viu os sintomas e quais são as medidas de controle para as principais pragas do milho e sorgo, é só não descuidar de sua lavoura!

Monitore com frequência, faça seu planejamento e aplique todo seu conhecimento!

>> Leia mais:

“Safra de milho: conheça as previsões para 2022/23”

Gostou do texto? Restou alguma dúvida? Ou tem outras dicas sobre o manejo das principais pragas do milho e sorgo? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Doenças do milho: conheça as 10 principais e as formas de manejo 

Atualizado em 09 de agosto de 2022.

Doenças do milho: saiba como identificá-las, quando acontecem, quais danos trazem à cultura e muito mais!

A cultura do milho pode ser afetada por diversas doenças causadas por fungos, bactérias, vírus e nematoides.

As doenças são um dos fatores limitantes para a produção de milho. Por isso, a correta identificação é essencial para a adoção de estratégias de manejo adequadas. 

A seguir, conheça um pouco mais sobre as doenças do milho e como realizar o controle. Boa leitura!

Quais as principais doenças do milho?

As principais doenças da cultura do milho são:

  • Antracnose;
  • Cercosporiose;
  • Enfezamento;
  • Ferrugem;
  • Helmintosporiose;
  • Mancha-branca ou pinta-branca;
  • Mosaico comum;
  • Nematóides;
  • Podridão de Fusarium;
  • Mancha de Diplodia.

Das citadas, as doenças foliares no milho são as ferrugens, a antracnose foliar, a helmintosporiose, a cercosporiose e a mancha-branca. A mancha de Diplodia e a podridão de Fusarium são doenças da espiga do milho, que causam podridões no colmo e nas espigas.

Agora, confira um pouco mais sobre cada uma delas e entenda como identificar as doenças no milho.

1. Antracnose no milho

A antracnose é uma doença fúngica causada pelo patógeno Colletotrichum graminicola. Os sintomas da antracnose no milho podem ser observados nas folhas e no colmo da planta.

Nas folhas, aparecem lesões de formatos variados e de coloração castanho claro. Geralmente, os sintomas iniciam nas folhas do baixeiro e avançam em direção ao ápice da planta.

No colmo, é possível observar lesões com aspecto encharcado e de coloração marrom escuro. Em áreas onde é realizado o sistema de plantio direto, a incidência de antracnose é maior. Isso ocorre em razão do aumento da quantidade de inóculo nos restos culturais. 

2. Cercosporiose do milho

A cercosporiose é uma doença de grande importância econômica e que ataca as folhas do milho. Ela é causada pelos fungos Cercospora zea-maydis, Cercospora sorghi f. sp. maydis e Cercospora zeina.

O principal sintoma da cercosporiose é o aparecimento de lesões que crescem paralelamente às nervuras das folhas. Dependendo da severidade da doença, pode ocorrer o acamamento das plantas.

A disseminação da doença é feita pelos esporos do fungo. Os restos culturais são a principal fonte do inóculo.

3. Enfezamento

O enfezamento do milho é uma doença sistêmica causada por microrganismos conhecidos por molicutes. Dois tipos de enfezamento atacam a cultura do milho, são eles:

  • Enfezamento pálido (Spiroplasma kunkelli);
  • Enfezamento vermelho (Phytoplasma). 

O inseto vetor dessa doença no milho é a cigarrinha (Dalbulus maidis). O sintoma característico do enfezamento pálido são estrias de coloração esbranquiçada que surgem na base das folhas. Além disso, as plantas ficam raquíticas.

No enfezamento vermelho, as folhas adquirem coloração avermelhada. Além disso, ocorre o encurtamento dos entrenós e perfilhamento na base da planta e nas axilas foliares. 

Em ambos os casos, as plantas de milho infectadas podem apresentar maior número de espigas. No entanto, elas têm poucos ou nenhum grão, o que afeta diretamente a produtividade.

4. Ferrugem (comum, polissora e tropical)

As doenças conhecidas por ferrugem são de origem fúngica. Elas estão disseminadas na maioria das áreas produtoras de milho. A cultura do milho pode ser atacada por  três tipos de ferrugem:

  • Ferrugem comum do milho(Puccinia sorghi);
  • Ferrugem polissora do milho (Puccinia polysora);
  • Ferrugem tropical ou branca do milho(Physopella zeae).

Dessas três, a ferrugem polissora pode ser considerada a mais agressiva. Quando o manejo não é realizado de forma adequada, as lavouras contaminadas pela ferrugem polissora podem ter a produtividade reduzida em mais de 50%

Confira no quadro abaixo quais são os sintomas dos três tipos de ferrugem e quais as condições favoráveis para o desenvolvimento de cada uma delas.

Diferenças entre as ferrugens do milho
(Fonte: adaptação da autora)

5. Helmintosporiose no milho

A helmintosporiose é uma doença que tem maior incidência em lavouras de milho cultivadas na safrinha. Essa doença é causada pelo fungo Exserohilum turcicum.

O principal sintoma da helmintosporiose na cultura do milho é o aparecimento de lesões necróticas nas folhas. Essas manchas têm formato alongado e podem ser observadas primeiro nas folhas mais velhas.

6. Mancha-branca ou pinta-branca

A mancha-branca é uma doença do milho causada por mais de um patógeno. A bactéria Pantoea ananatis é a principal deles. Alguns fungos no milho também estão associados a essa doença. 

O sintoma característico dessa doença é o aparecimento de lesões de formato circular. Essas lesões têm o aspecto encharcado e coloração verde-clara.

Esse sintoma tem início na ponta das folhas. Eles são visíveis, primeiro, nas folhas inferiores. À medida que a doença avança, esses sintomas atingem as folhas superiores da planta.

7. Mosaico-comum do milho

O mosaico comum do milho é uma doença causada pelo vírus Sugarcane mosaic virus. Essa virose também ataca a cultura do sorgo e outras gramíneas. O principal vetor do mosaico comum é o pulgão (Rhopalosiphum maidis).

O sintoma típico dessa doença é o aparecimento de manchas em diferentes tons de verde nas folhas. Essas manchas conferem às folhas um aspecto de mosaico.

Além disso, as plantas de milho contaminadas apresentam menor altura. As espigas e os grãos também têm o tamanho reduzido. 

8. Nematoides

As principais espécies de nematoides que atacam o milho são:

  • Pratylenchus brachyurus;
  • Pratylenchus zeae; 
  • Helicotylenchus dihystera;
  • Criconemella spp.; 
  • Meloidogyne spp; 
  • Xiphinema spp.

Os sintomas causados por nematóides dependem da suscetibilidade do milho, da espécie e da densidade populacional do patógeno.

Os nematóides atacam o sistema radicular das plantas e interferem na absorção de água e nutrientes. Isso prejudica o desenvolvimento do milho.

Reflexo do ataque desses parasitas, as plantas de milho apresentam menor porte, clorose e murcha foliar nos períodos mais quentes do dia.

9. Podridão de Fusarium

A podridão de Fusarium é uma doença causada por fungos no milho, sendo eles o Fusarium moniliforme e o Fusarium subglutinans. Essa doença causa a murcha das plantas, tombamento e podridão da espiga.

No colmo das plantas de milho é possível observar lesões de coloração marrom. Na parte interna do colmo, o tecido adquire coloração rosada.

A infecção por esses patógenos é favorecida por alguma injúria causada por insetos e nematóides, por exemplo. A lesão funciona como porta de entrada para o fungo.

Os agentes causadores da podridão de Fusarium são fungos de solo. Eles têm a capacidade de sobreviver nos restos culturais por longos períodos.

>>Leia mais: “Podridão branca da espiga: Entenda mais e controle essa doença na sua área

10. Mancha de diplodia

A mancha de diplodia é causada pelo fungo necrotrófico Stenocarpella macrospora

Os sintomas dessa doença podem ser observados em várias partes da planta: folhas, colmo, hastes, espigas e sementes do milho.

A mancha de diplodia causa lesões nas folhas, podridão do colmo, podridão da espiga e grãos ardidos. As lesões foliares têm formato alongado e se caracterizam pela presença de um pequeno círculo visível contra a luz.

As sementes infectadas são o principal veículo de disseminação da doença. Os esporos do fungo sobrevivem nos restos culturais.

Quando as doenças no milho ocorrem?

Algumas doenças têm maior ocorrência dependendo da fase fenológica do milho. A ferrugem comum, por exemplo, pode acontecer entre os estádios V3 e R4. A ferrugem polissora, por sua vez, acontece entre V6 e R5.

A cercosporiose tem maior incidência entre a metade do estádio V6 e o final do R5. A mancha-branca ocorre entre metade do estádio V9 até o fim do ciclo da cultura. 

Já a podridão de fusarium acontece mais para o final do ciclo, entre R3 e R6. Ficar por dentro das épocas de incidência é fundamental para conseguir evitar as doenças, protegendo a produtividade da lavoura.

Confira abaixo quais as épocas de maior incidência de outras doenças do milho, de acordo com o ciclo da cultura.

Agora que você conheceu as principais doenças da cultura do milho e quando elas ocorrem, veja como realizar o manejo. 

Como controlar as doenças no milho

O manejo de doenças na cultura do milho é realizado pela adoção de medidas genéticas, culturais e químicas

É importante que sejam adotadas várias estratégias de controle para aumentar a eficiência do manejo. Abaixo, veja algumas medidas a serem empregadas no manejo de doenças em lavouras de milho:

  • Plantio de cultivares resistentes/tolerantes;
  • Evitar alta densidade de semeadura;
  • Evitar o plantio sucessivo de milho na mesma área;
  • Realizar o plantio e a colheita em épocas adequadas;
  • Utilizar sementes com qualidade fisiológica e sanitária;
  • Tratamento de sementes com fungicidas para milho;
  • Rotação com espécies não hospedeiras das doenças;
  • Controle das plantas invasoras;
  • Controle das pragas do milho;
  • Adubação do milho equilibrada;
  • Evitar o excesso de água em lavouras irrigadas;
  • Eliminação de restos culturais contaminados;
  • Escolha híbridos de milho resistentes;
  • Controle químico com produtos registrados no Mapa.

Todas essas recomendações são de grande importância e devem ser consideradas no programa de manejo de doenças na cultura do milho.

Conclusão

De modo geral, a ocorrência de doenças nas lavouras é um dos gargalos da produção agrícola. O milho é uma cultura afetada por doenças causadas por vírus, bactérias, fungos e nematóides. 

O conhecimento das doenças e de como realizar o controle faz parte do planejamento agrícola. Isso garante maiores chances de sucesso para o seu negócio.

Agora que você conhece as principais doenças do milho adote as estratégias citadas no artigo para maior eficiência no controle das doenças e também maior produtividade da lavoura.

Você tem mais dúvidas sobre estas doenças do milho? Quais práticas de manejo você utiliza? Adoraria ver seu comentário aqui embaixo.

foto da redatora Tatiza. Ela está com blusa preta, casaco jeans azul, e está sorrindo na frente de uma paisagem cheia de plantas

Atualizado em 09 de agosto de 2022 por Tatiza Barcellos.

Tatiza é engenheira-agrônoma e mestra em agronomia, com ênfase em produção vegetal, pela Universidade Federal de Goiás.

Tudo o que você precisa saber sobre tecnologia Bt e área de refúgio

Atualizado em 07 de outubro de 2020.
Tecnologia Bt: entenda sua importância e a resistência a insetos, saiba como implementar a área de refúgio em sua fazenda e outras dicas de manejo.

As áreas de refúgio são fundamentais caso você utilize a tecnologia Bt.

Essa prática, inclusive, é obrigatória por lei, como medida fitossanitária para o manejo da resistência de insetos.

Mas o que é exatamente a tecnologia Bt e como funciona a seleção de resistência de pragas a ela?

Você sabe por que é preciso fazer uma área de refúgio e como implantá-la na sua fazenda? Confira essas e outras informações a seguir:

Tecnologia Bt: plantas transgênicas

A tecnologia Bt confere às plantas a capacidade de resistir a determinados insetos-praga. Isso é feito por meio da biotecnologia, com inserção de genes da bactéria Bacillus thuringiensis, que produz uma proteína tóxica para alguns insetos.

A adoção de plantas transgênicas em culturas de interesse agronômico, como milho, soja e algodão, vem ganhando mercado dia a dia, principalmente pela praticidade em seu manejo. 

De acordo com a Céleres, a taxa de adoção de organismos geneticamente modificados passou de 9,2 milhões de hectares na safra 2005/06 para 53,1 mi/ha na safra 2019/200. 

gráfico de adoção da biotecnologia agrícola no Brasil por cultura/milhões de hectares (algodão, milho e soja)

Adoção da biotecnologia agrícola no Brasil por cultura/milhões de hectares
(Fonte: Céleres)

Para o milho, por exemplo, a projeção de uso de plantas transgênicas é de 88,9%, a maioria resistentes a insetos. 

Essa alta adesão das variedades transgênicas se deve à maior eficiência, facilidade, otimização de operações, entre outros que você já conhece.

As plantas com tecnologia Bt conferem resistência a insetos. No Brasil, temos sementes Bt para milho, soja e algodão, sendo a cultura do milho Bt a mais utilizada se comparada a outros países.

As tecnologias Xtend® e Enlist®, que devem chegar ao campo nas próximas safras, trarão novas proteínas de resistência a insetos.

Isso irá expandir a variedade de pragas e lagartas controladas pela tecnologia Bt, tanto em milho quanto em soja.

Principais pragas controladas pela tecnologia Bt

As principais pragas agrícolas controladas pelas plantas Bt de soja, milho e algodão são:

  • Lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis);
  • Falsa-medideira (Chrysodeixis includens, Rachiplusia nu, Trichaplusia ni);
  • Vaquinha (Diabrotica speciosa);
  • Broca-das-axilas (Crocidosema aporema);
  • Lagarta-das-maçãs (Heliothis virescens); 
  • Lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus); 
  • Helicoverpa (Helicoverpa spp., incluindo a lagarta-da-espiga H. zea);
  • Lagarta-rosca (Agrotis ipsilon);
  • Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda);
  • Lagarta curuquerê (Alabama argilacea);
  • Lagarta-rosada (Pectinophara gossypiella);
  • Spodoptera (Spodoptera eridania Spodoptera cosmioides);
  • Broca-do-colmo (Diatrea saccharalis).

O primeiro evento de milho transgênico resistente a insetos foi aprovado no Brasil em 2007, o qual expressa a proteína CryAb de Baccillus thuringiensis Berliner. Devido a isso, o nome “Bt”.

De lá para cá, outros eventos foram lançados e alguns devem sair nos próximos meses.

Para quem não se recorda, o termo “evento” significa  evento de transformação genética e vem do processo de obtenção de uma planta transgênica.

Nesse processo, cada planta produzida é denominada “evento de transformação genética” e é o resultado de uma única célula vegetal, na qual ocorreu a inserção do gene de interesse.

O gene que é introduzido na planta, produz a proteína com ação inseticida. Assim, os insetos morrem ao comer as plantas Bt que expressam essas proteínas inseticidas.

A partir do evento selecionado, é feita a multiplicação das plantas transformadas e, depois, suas sementes transgênicas são comercializadas.

Resistência de insetos à tecnologia Bt

Devido à alta adoção dessa tecnologia, muitas vezes sem as regras de segurança, pode haver resistência de pragas. Esse é o principal risco para a tecnologia.

Algumas práticas para que a resistência não se desenvolva já vêm ocorrendo por parte do melhoramento genético, como expressão de altas doses dessas proteínas inseticidas. 

Também há a incorporação de mais de um gene que expressa mais de uma proteína inseticida na planta (estratégia de “pirâmide de genes”).

Mas essas estratégias só vão dar resultado se o produtor também fizer sua parte, adotando as áreas de refúgio.

Na condição de cultivo em um país tropical como o Brasil, é possível plantar o ano inteiro. Isso faz com que exista alimento para os insetos o ano todo, possibilitando seu desenvolvimento contínuo.

Para piorar, as altas temperaturas possibilitam várias gerações ao ano, o que torna mais rápido o aparecimento de insetos resistentes.

S. frugiperda é o inseto com maior potencial para desenvolver resistência às toxinas Cry1Ab e Cry1F expressas em milho Bt; e Cry1Ac, Cry2Ab2 e Cry1F, expressas em algodão Bt. Uma das razões é sua alta taxa de reprodução.

Inúmeros estudos buscam entender a seleção de resistência das pragas a organismos geneticamente modificados.

Conforme pesquisa da Universidade Federal de Lavras, o processo de transmissão da proteína Bt pode ocorrer ainda nos ovos dos insetos. Pesquisadores da Esalq/USP e UFV, também comprovaram o potencial de evolução da resistência da lagarta-do-cartucho ao milho Yieldgard VT PRO.

Portanto, se nenhuma estratégia para manejo da resistência for adotada na lavoura, a seleção persistente de insetos resistentes será inevitável.

Se você usa tecnologia Bt, coloque a realização de áreas de refúgio em seu planejamento agrícola. Oriente seus vizinhos a utilizar a área de refúgio também, pois caso ele não utilize, pragas resistentes podem entrar em sua propriedade.

checklist planejamento agrícola Aegro

O que é área de refúgio para plantas com tecnologia Bt?

A área de refúgio nada mais é que o plantio de uma área da lavoura sem a tecnologia Bt. Na prática, você deve dividir sua lavoura em uma parte com tecnologia Bt e outra sem tecnologia.

Contudo, os dois híbridos devem apresentar o mesmo porte e ciclo vegetativo.

Essa área tem como objetivo evitar o desenvolvimento de insetos resistentes à tecnologia Bt – e para isso realmente funcionar a área deve seguir algumas regras.

Por isso, separei algumas informações para a implantação da área de refúgio em sua fazenda.

Como implementar uma área de refúgio?

Quando você utiliza uma tecnologia Bt, a área de refúgio é fundamental. Inclusive, essa prática é regulamentada pela Instrução Normativa nº 59, de 19 de dezembro de 2018.

Caso você não utilize o refúgio, pode ser penalizado, pois é medida fitossanitária para evitar o manejo da resistência de pragas.

Por isso, tenha cuidado na escolha do híbrido que vai utilizar com e sem tecnologia. Como já citei, eles devem apresentar algumas características semelhantes.

Outro ponto importante é a distância, pois a área de refúgio não deve estar a mais de 800 m de distância das plantas transgênicas.

Esta é a distância máxima verificada pela dispersão dos adultos de insetos no campo para que se tenha os cruzamentos de adultos sobreviventes da lavoura Bt com insetos da área de refúgio.

Para obedecer à regra, você pode realizar o plantio dos híbridos sem a tecnologia de duas maneiras:

imagem que mostra a implantação da tecnologia bt sendo A) Plantio realizado em faixas ou no perímetro da lavoura; B) Em áreas irrigadas com pivô, o plantio pode ser realizado em faixas ou em parte da área

Como implementar o refúgio: A) Plantio realizado em faixas ou no perímetro da lavoura; B) Em áreas irrigadas com pivô, o plantio pode ser realizado em faixas ou em parte da área
(Fonte: adaptado de Embrapa Milho e Sorgo)

Assim, as áreas de refúgio servem como reservatório de insetos suscetíveis à tecnologia Bt.

Qual o tamanho da área de refúgio?

Para determinar o tamanho da área de refúgio em sua propriedade, o primeiro passo é consultar qual evento foi utilizado.

A empresa detentora da tecnologia Bt irá indicar qual a porcentagem da área deve ser de refúgio, conforme indica a legislação.

Normalmente, a indicação é de 20% para soja, cana-de-açúcar e algodão, em média, e de 5% a 10% para milho.

Fique atento à recomendação no momento da compra de suas sementes.

Refúgio e resistência na lavoura de milho

A utilização de áreas de refúgio em milho é fundamental para a manutenção da tecnologia Bt e para evitar possíveis casos de resistência.

Inúmeros estudos comprovam a eficiência da utilização de áreas de refúgio no milho em áreas que utilizam a tecnologia Bt.

Contudo, já observamos a quebra de resistência à proteína Cry1F.

Essa possível perda da tecnologia pode ser oriunda de lavouras que desrespeitaram a lei e não utilizaram corretamente as áreas de refúgio. Ou pode ter havido negligência no momento da instalação da área.

Um exemplo, é a lagarta-do-cartucho do milho resistente à proteína Cry1F.

Para evitar possíveis outros casos de resistência no milho, pesquisadores alertam produtores a realizar o MIP (Manejo Integrado de Pragas), a instalação da área de refúgio corretamente e realizar constantemente o monitoramento de sua lavoura.

Dicas para o manejo em áreas de refúgio para plantas Bt

As áreas de refúgio para plantas com tecnologia Bt devem ser conduzidas como toda a lavoura convencional, com o uso de fertilizantes, pulverizações de herbicidas, fungicidas e inseticidas.

O controle de pragas na área de refúgio pode ser feito por vários métodos, exceto com a utilização de bioinseticidas à base de Bt.

Separei algumas dicas que podem lhe auxiliar no manejo de sua área de refúgio:

  • elimine plantas daninhas, pois elas podem ser hospedeiras de pragas resistentes;
  • realize o monitoramento de pragas constantemente, isso irá facilitar o manejo;
  • evite a aplicação constante de inseticida. Quanto maior o número de aplicações, menor sua efetividade para evitar o desenvolvimento de resistência dos insetos;
  • realize a rotação de culturas;
  • realize o Manejo Integrado de Pragas, evitando fazer apenas um tipo de controle.

Conclusão

A utilização da área de refúgio é fundamental para manutenção da tecnologia Bt e para evitar possíveis casos de resistência em sua fazenda.

Nesse artigo, falamos sobre a tecnologia Bt e as pragas controladas por ela. Mostramos ainda a importância da área de refúgio e como implantá-la em sua propriedade.

Lembre-se que, apesar do processo de seleção de populações resistentes ocorrer dentro de cada propriedade, os insetos se dispersam por toda a região, fazendo com que os prejuízos sejam para todos.

Assim, mesmo que na sua fazenda você tenha implantado áreas de refúgio e realizado o MIP, se os seus vizinhos ainda não estão fazendo isso, você também poderá ter problemas.

Por isso, é preciso da compreensão de todos e a ação conjunta!

Você utiliza sementes com a tecnologia Bt? Restou alguma dúvida sobre área de refúgio? Deixe seu comentário!

Atualizado em 07 de outubro de 2020 por Rayssa Fernanda dos Santos
Agrônoma pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), mestra em fitotecnia pela Esalq/USP, doutoranda em agronomia pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), ênfase em produção vegetal, e com MBA em Marketing.