Como minimizar os impactos e prejuízos da geada no milho

Geada no milho: principais regiões de ocorrência, efeitos em cada estágio fenológico da cultura, como reduzir as consequências e mais!

O Brasil é o terceiro maior produtor de milho do mundo. Essa cultura pode ser produzida em duas safras nos estados brasileiros.

Em determinadas épocas do ano, as lavouras ficam sujeitas a desafios climáticos, como seca e frio.

A geada é uma das condições climáticas que influencia a produtividade do milho. Ela pode gerar grandes perdas econômicas.

Neste artigo, você lerá sobre os efeitos da geada no milho e como reduzir os efeitos dessa condição climática na lavoura. Confira!

Locais de ocorrência da geada no milho 

O clima interfere e gera risco a quem produz, e o milho segunda safra é o principal influenciado.  Quanto mais tarde o milho safrinha for semeado, maior o risco de geada em algumas regiões.

Isso pode ocorrer em alguns anos, quando a onda de frio intenso atinge o país. Os estados do Sul e Sudeste são os mais afetados.

mapa que mostra frequência das geadas nas regiões do Brasil

Frequência das geadas nas regiões do Brasil
(Fonte: Esalq)

O milho pode ser produzido em todos os estados brasileiros. A produção é dividida pelo calendário agrícola da Conab em três safras.

No Brasil são consagradas a primeira e segunda safra, conhecidas como safra e safrinha.

O plantio do milho de primeira safra (ou verão) ocorre entre outubro e dezembro. Já o  milho safrinha, entre janeiro e abril.

A época ideal de cultivo de milho é o verão. Entretanto, devido à maior competitividade com a soja por área, a maior parte do milho brasileiro é semeada na segunda safra.  

Com o investimento no milho segunda safra, a produtividade é igual ou superior ao milho de verão. 

Consequências da geada na cultura do milho

A temperatura ideal para a cultura do milho varia entre 15 °C a 30 °C, sem ocorrência de déficit hídrico e livre de geadas.

Conhecer os estágios fenológicos do milho em épocas de ocorrência de geada é importante. Assim, você consegue saber os efeitos e decidir quais ações realizar.

Estágios iniciais

Se a planta estiver nova, entre os estágios VE e V2, provavelmente ocorrerá recuperação da planta. Até o estágio V2, o ponto de crescimento está abaixo do solo.

Conforme a planta vai crescendo, a ocorrência da geada vai se tornando mais prejudicial.

Estágios V3 e V4

Em V3 e V4, a reserva da semente já foi totalmente consumida. A planta precisa produzir sua energia por meio da fotossíntese.

Com a ocorrência da geada, há o congelamento das células da planta, especialmente das folhas. Como consequência, há ruptura da célula e morte do tecido.

Plantas de milho afetadas pela geada

Plantas de milho afetadas pela geada
(Fonte: AssisCity)

A geada na cultura do milho afeta principalmente as folhas jovens. Nelas, há maior quantidade de água e menor quantidade de sais.

Estágios até 6 folhas

Se a planta se recuperar nos estágios vegetativos até 6 folhas, ocorrerá diminuição de 10 a 25% da produção, devido à diminuição da fotossíntese.

Além disso, pode ocorrer redução do crescimento da planta. Isso reduz o tamanho das espigas devido ao menor acúmulo de fotoassimilados.

Estágio de embonecamento

Se a planta estiver no estágio de embonecamento (quando o pendão e os estilos-estigmas, ou cabelos, estão aparentes), a ocorrência de geada afeta diretamente a produção de grãos, devido à má fecundação.

Estágio de enchimento de grãos

Também pode acontecer a perda de grãos por geada, caso os grãos ainda não estejam bem formados. 

Para o enchimento dos grãos, as folhas produzem fotoassimilados e encaminham os nutrientes para os grãos.

Devido à redução da área foliar, os grãos ficam pequenos e mais leves, o que reduz a produtividade do milho.

Estimativa de perda de produtividade em relação a desfolha e estágios fenológicos do milho

Estimativa de perda de produtividade em relação a desfolha e estágios fenológicos do milho
(Fonte: Dekalb)

A redução de produção em casos extremos de geada pode chegar a 100% da área semeada. Confira mais informações neste vídeo.

Como minimizar os efeitos da geada no milho? 

Não é possível mudar o clima. Mas você pode adotar medidas para reduzir os danos que podem ser causados pelas geadas. O planejamento é fundamental neste momento. 

Cultivares precoces

Em anos em que houver atraso da semeadura do milho segunda safra, utilizar cultivares mais precoces pode ser uma opção.

Adubação foliar com potássio

O ponto de congelamento da célula das plantas muda com a concentração de sais na célula.

Desse modo, outra opção para evitar grandes perdas pela ocorrência de geadas é fazer uma adubação foliar com potássio.

O potássio eleva o ponto de congelamento da seiva. Assim, as folhas toleram o frio intenso das geadas.

Irrigação

Outro fator que interfere no congelamento das folhas é a irrigação. Se há previsão de geada e você tiver sistema de irrigação em sua área, utilize-o!

A irrigação aumenta a umidade do ar, interferindo no ponto de congelamento das células. Além disso, a massa de ar frio congela primeiro as gotas de água presentes nas folhas.

Barreira natural

Se sua área é aberta e sua região está sempre com risco de geada, cercar a área com árvores pode diminuir a intensidade da geada.

Nebulização artificial

Em pequenas áreas é possível fazer a formação de uma névoa que ajuda a evitar a perda de calor pelo solo, consequentemente ajuda a minimizar os efeitos da geada.

Planejamento

Atenção ao clima sempre é importante, mesmo não havendo previsões climáticas precisas para os meses do ano.

Ainda assim, o acompanhamento das massas de ar fornece informações de como o clima pode se comportar durante o ano agrícola.

Com o conhecimento do histórico climático na sua região, aliado ao comportamento do clima no mundo, é possível traçar estratégias para prevenir ou minimizar os riscos da geada.

O que fazer quando a geada afetar a plantação de milho?

Caso sua lavoura de milho tenha sofrido danos por geada, é importante esperar de 5 a 7 dias para avaliar as perdas e tomar as ações necessárias.

Com planta ainda pequena, você deve avaliar se o ponto de crescimento foi afetado. Em caso afirmativo, a planta não cresce e provavelmente não irá produzir.

Nesses casos, avaliar as opções de ressemeadura, se a janela de plantio estiver adequada. Semear outra cultura no lugar ou derrubar as plantas e mantê-las na área também são opções viáveis.

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Conclusão

Neste texto, você viu que as geadas no milho são mais frequentes nas regiões Centro-Sul do país.

Viu também que os danos ocorrem em qualquer estágio fenológico. O que muda de um estágio para outro é a porcentagem de perda que poderá ocorrer na lavoura de milho.

As plantas podem se recuperar da geada mesmo sofrendo perdas em sua produtividade. Porém, também é possível sofrer grandes perdas econômicas.

Além disso, você viu que é possível minimizar os efeitos da geada com planejamento,  conhecimento da área e algumas técnicas simples. Não deixe a prevenção para depois.

>> Leia mais:

Cálculo de perdas na colheita de milho: Passo a passo de como fazer

A ocorrência de geadas é frequente em sua região? Você já teve perdas ocasionadas pela geada no milho? Deixe seu comentário abaixo!

Cigarrinha-do-milho: danos e como fazer o controle eficiente dessa praga

Cigarrinha-do-milho: entenda sobre o potencial de dano, quais doenças pode transmitir, sintomas e como realizar o manejo preventivo e curativo

A cigarrinha-do-milho é o inseto vetor do enfezamento do milho, que tem se destacado pelo grande potencial de dano. Ela pode causar até 100% de perdas nas áreas de produção.

Você sabe quais são as causas do aumento da ocorrência dessa praga nas áreas de produção de milho safra e safrinha? Sabe como identificar e quando controlar?

Confira a seguir alguns aspectos fundamentais da biologia da praga, como identificar os  sintomas e quais boas práticas você deve adotar para evitar perdas. Boa leitura!

Características da cigarrinha-do-milho

A cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis) é um inseto sugador. Pertence à ordem Hemiptera e à família Cicadellidae, com distribuição geográfica restrita à América do Norte, América Central e América do Sul.

Quando adulto, mede entre 3 mm e 4 mm e possui coloração ligeiramente esbranquiçada, branco-palha ou acinzentada. Ninfas possuem coloração amarelo-pálida.

Seus ovos são depositados dentro do tecido vegetal, na nervura central. Adultos e ninfas sugam a seiva das folhas na região do cartucho, reduzindo o desenvolvimento das plântulas, do sistema radicular e transmitindo doenças.

Doenças transmitidas pela cigarrinha-do-milho

Você já observou alguns dos sintomas abaixo na sua lavoura?

A foto à esquerda mostra o enfezamento pálido. A foto à direita mostra o enfezamento vermelho

(Fonte: Embrapa, 2014)

Esses sintomas são característicos das doenças conhecidas por enfezamentos, causadas por molicutes e disseminadas para áreas de cultivo de milho pela cigarrinha-do-milho.

Enfezamento pálido e vermelho do milho

O enfezamento pálido é causado por um espiroplasma (Spiroplasma kunkelii). Ele desenvolve lesões em forma de estrias cloróticas, que percorrem a base das folhas paralelamente às nervuras.

O enfezamento vermelho é causado por um fitoplasma (Maize Bushy Stunt Phytoplasma). 

Os sintomas nas folhas são lesões avermelhadas no ápice e nas bordas, secamento da margem em direção ao centro das folhas e o desenvolvimento de brotos axilares (novas plantas).

As cultivares também podem apresentar:

  • clorose;
  • amarelecimento das folhas sem avermelhamento;
  • perfilhamento e proliferação de espigas (até seis ou mais por planta);
  • acamamento pelo desenvolvimento de poucas raízes.

Ambas as doenças são sistêmicas e vasculares. Os patógenos se alojam e colonizam os vasos condutores, circulando pelo floema da planta. 

O resultado é o “entupimento” mecânico dos vasos condutores, prejudicando o desenvolvimento da planta.

Vale destacar que no campo não é possível distinguir os dois patógenos, devido à semelhança dos sintomas provocados. Frequentemente, ambos os patógenos ocorrem simultaneamente ao longo da área de produção.

Risca: virose transmitida pela cigarrinha-do-milho

Além dos enfezamentos, a cigarrinha também pode transmitir uma virose conhecida por MRFV (Maize Rayado Fino Virus).
Os sintomas da risca incluem pequenos pontos cloróticosem formato de linhas nas folhas, ao longo das nervuras. Abortamento de gemas florais e redução do crescimento também são observadas na presença do vírus.

Folha de milho com sintomas de MRFV: riscas amareladas, paralelas às nervuras e com aparência pontilhada

(Fonte: Embrapa)

Danos causados pela cigarrinha-do-milho

Os danos são proporcionais ao número de plantas doentes e à época de infestação das plantas. Quanto mais cedo a infestação ocorrer (estádios iniciais de desenvolvimento da cultura), maiores serão danos como:

  • internódios curtos;
  • planta pequena e improdutiva;
  • espigas pequenas;
  • falhas na granação;
  • planta atacada seca precocemente;
  • grãos chochos;
  • proliferação de espigas;
  • brotamento nas axilas das folhas;
  • emissão de perfilhos na base das plantas;
  • má-formação das palhas das espigas;
  • proliferação de radículas;
  • colonização de outros patógenos, causado acamamentos;
  • perda total de produção.

Como identificar a cigarrinha-do-milho?

Existem mais de 44 espécies de cigarrinhas no Brasil. Porém, apenas uma é vetor dos enfezamentos: a Dalbulus maidis.

Ela é diferenciada das demais da espécie pelas duas manchas (pintas negras) entre os olhos.

Identificação da cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis) pela presença de duas pintas pretas entre os olhos, indicada pelas setas na figura

(Fonte: Charles Martins de Oliveira, 2020)

Modo de transmissão

O modo de transmissão da praga pode ser persistente ou propagativo.

No modo persistente, após a aquisição dos patógenos, o inseto permanece infectivo por toda a vida. É importante que o controle seja realizado assim que a praga for detectada na área.

No modo propagativo, os patógenos circulam e se multiplicam na cigarrinha.

Como o inseto adquire o patógeno 

O inseto se alimenta de plantas de milho infectadas, através da sucção da seiva do floema. Durante a alimentação, ele adquire os patógenos, que passam para o seu trato digestivo

Os patógenos atravessam a parede do intestino do inseto, espalhando-se. A multiplicação ocorre principalmente nas glândulas salivares.

Posteriormente, o inseto abandona a planta doente e migra para plantas sadias e mais jovens. Quando ocorre a salivação, ela inocula os patógenos na planta sadia, transmitindo a doença.

Dinâmica populacional e ciclo biológico da cigarrinha-do-milho

Os ovos eclodem aproximadamente 8 dias após a postura e as ninfas passam por 5 instares (fases até se tornarem adultas). A duração da fase jovem é de aproximadamente 17 dias, a depender da temperatura.

A longevidade dos adultos é de 50 a 60 dias. Da fase do ovo até a fase adulta, é em torno de 25 a 30 dias

Sob temperaturas ideais (entre 26 °C e 32 °C), o ciclo pode ser completo em 24 dias, sendo possível a deposição de até 14 ovos por dia.

Entre 75 e 90 dias, a cigarrinha-do-milho completa seu ciclo biológico. Cada fêmea pode depositar entre 400 e 600 ovos, a depender da temperatura.

Problemas maiores são observados em plantios tardios (safrinha), e em temperaturas mais elevadas (entre 21 °C e 26 °C). 

Nessas condições, a cigarrinha-do-milho pode produzir de 4 a 6 gerações de insetos, e população entre 42 milhões e 190 bilhões de indivíduos

ciclo da cigarrinha-do-milho

Ciclo biológico da cigarrinha do milho
(Fonte: Sementes Agroceres)

Características importantes para manejo da cigarrinha-do-milho

Quatro períodos são considerados importantes para o manejo da cigarrinha:

O inseto sobrevive e se reproduz na entressafra em plantas hospedeiras como o milho tiguera, causando maiores problemas em plantios tardios do milho safrinha.

A cigarrinha-do-milho pode permanecer em outras espécies de gramíneas, utilizando-as como abrigo, como a aveia, trigo, plantas daninhas, triticale, cana, braquiária, milheto. O monitoramento destas espécies também deve ser realizado.

Possíveis causas do aumento da ocorrência da cigarrinha-do-milho 

A oferta abundante e ininterrupta do hospedeiro pelo cultivo intensivo do milho safra e safrinha, aliado à rotação de culturas inexistente ou inadequada aumentaram a população da praga.

Temperaturas entre 26 °C e 30 °C também favoreceram a ocorrência da praga e do complexo de doenças transmitidas por ela: enfezamento pálido, vermelho e vírus da risca para novas áreas.

O não controle da cigarrinha-do-milho resulta em populações elevadas e problemas cada vez mais preocupantes.

Segundo o Cepea, o não controle desta praga pode reduzir a produção em 6,6%, impactando diretamente no aumento do preço do produto no mercado.

A identificação da praga (mesmo que em populações baixas) e dos sintomas das doenças na lavoura é fundamental, principalmente nos estádios iniciais da cultura.

Cigarrinhas em folhas jovens de milho

(Fonte: Foto de Fabiano Bastos em Embrapa)

Controle da cigarrinha-do-milho

É importante que você fique alerta, pois utilizar apenas um controle não será o suficiente em casos de altas infestações. O ideal é realizar o MIP (Manejo Integrado de Pragas).

Os manejos mais utilizados são o cultural e o químico, mas também é possível utilizar o biológico.

Vale destacar que, para as doenças, as medidas devem ser preventivas, pois não existem produtos registrados para o seu controle.

Estratégias de manejo 

  • Adeque a época de plantio;
  • evite sobreposição de ciclos da cultura;
  • evite plantios consecutivos;
  • elimine plantas hospedeiras (milho tiguera);
  • sincronize época de plantio;
  • evite semeadura próximo a áreas com plantas adultas que apresentem os sintomas dos enfezamentos ou da risca;
  • escolha híbridos com maior tolerância que seja adaptado a região de cultivo;
  • evite sementes piratas; opte pelas certificadas e com tratamento industrial;
  • faça monitoramento constante, principalmente nos estádios iniciais da cultura (VE e V8);
  • planeje a colheita do milho com regulagem minuciosa das máquinas para evitar que grãos caiam sobre a área e germinem posteriormente;
  • utilize caminhões em boas condições, para evitar a dispersão de milho na beira das estradas.

Medidas isoladas não são eficazes, e nenhuma medida é 100% efetiva. Além disso, não existe tratamento curativo para as doenças descritas, apenas é possível eliminar o inseto vetor. Medidas devem ser baseadas em prevenção!

Escolher o material mais adequado para semeadura é uma estratégia que, aliada às demais, pode reduzir as perdas na lavoura. Alguns híbridos apresentaram maior ou menor grau de suscetibilidade ao enfezamento vermelho. 

Produção de grãos (A) e notas de enfezamento (B) em genótipos de milho plantados em Sete Lagoas-MG. Genótipos com maior severidade representados pela letra D obtiveram menor produção.

(Fonte de: Cota e colaboradores, 2018. )

Controle químico

O melhor método químico é através do tratamento das sementes com inseticidas, o que vai propiciar uma maior proteção às plântulas de milho. A presença do inseto vetor requer a entrada do controle químico na área.

Neonicotinoides, dentre os químicos, possuem os melhores resultados no controle da cigarrinha.

Isso se deve a suas características de sistemicidade (mesmo quando aplicado em uma parte, é absorvido e atinge todos os tecidos da planta) e translocação translaminar (mesmo aplicado na face superior da folha, tem capacidade de penetrá-la e ter ação na face inferior). 

As ninfas se alojam principalmente no verso das folhas, exigindo produtos que possam alcançar este local. Escolha produtos com solubilidade moderada, devido ao maior tempo residual na cultura.

É indispensável rotacionar produtos químicos com modos de ação distintos (observando o número máximo e intervalo de aplicações recomendadas na bula) com produtos registrados para a cultura.

Para saber quais são os produtos químicos registrados e recomendados para a cultura, basta acessar o Agrofit.

Para consultar produtos químicos e biológicos recomendados e informações de como aplicá-los, essa planilha certamente irá te ajudar.

Controle biológico da cigarrinha do milho

Você sabia que além do controle químico, é possível utilizar o controle biológico de forma conjunta?

Ele é feito através de produtos que contenham como ingrediente ativo o fungo Beauveria bassiana. Os fungos podem penetrar na cutícula do inseto e se multiplicar no seu interior.

planilha de planejamento da safra de milho

Conclusão

Conhecer o histórico da sua área é essencial para monitorar a presença da cigarrinha-do-milho.

Apenas o controle químico não vai resolver o problema. Adote também medidas culturais e preventivas.

Quanto antes você detectar a presença da cigarrinha-do-milho e realizar o controle com os produtos recomendados, nas doses especificadas e intervalos de aplicação adequados, menores serão as suas perdas.

Aqui você viu todos os danos que esse inseto pode causar, e como evitá-los. Agora é só não descuidar da sua lavoura de milho e adotar medidas preventivas de controle! 

Leia mais >>

“Mancha-amarela no trigo: veja como manejar a doença”

Restou alguma dúvida sobre a identificação ou manejo da cigarrinha-do-milho? Tem alguma outra dica para acabar com esse problema? Adoraria ver seu comentário abaixo!

O que a cigarrinha-do-milho causa?

A cigarrinha-do-milho é o inseto vetor do enfezamento do milho e tem potencial de causar até 100% de perdas nas áreas de produção. Os danos são proporcionais ao número de plantas doentes e à época de infestação, podendo ser desde plantas pequenas e improdutivas a grãos chochos, falhas na granação, além da perda total da produção.

Como controlar a cigarrinha-do-milho?

Os manejos mais utilizados são o cultural e o químico, mas também é possível utilizar o biológico. Os neonicotinoides possuem os melhores resultados no controle da cigarrinha, mas é indispensável rotacionar produtos químicos com modos de ação distintos. No caso do controle biológico, produtos que contenham o fungo Beauveria bassiana são os mais indicados.

Estratégias para o manejo de grãos ardidos de milho e soja

Grãos ardidos: saiba como fazer a identificação correta e quais cuidados tomar a campo, secagem e armazenagem da sua produção! 

Os grãos ardidos são um dos principais defeitos na classificação de grãos de milho e soja

Eles estão relacionados à contaminação por micotoxinas, o que pode inviabilizar a sua utilização, gerar perda de valor comercial e causar prejuízos na lavoura

Você sabe identificar os grãos ardidos e como diferenciá-los dos demais defeitos? 

Sabe quais manejos adotar para evitar a incidência deste problema na sua produção? Eu conto para você!

Classificação de grãos de milho e soja

A classificação de milho e soja tem o objetivo de caracterizar o lote de grãos para a comercialização.

A classificação do milho é normatizada pela Instrução Normativa 60/2011. Já as regras para a classificação da soja são dadas pela Instrução Normativa 11/2007. 

Dentre os defeitos analisados estão os grãos ardidos, um dos principais problemas porque, além de reduzirem a qualidade do lote, podem estar contaminados com micotoxinas.

O que são grãos ardidos e como identificá-los

Na legislação, o enquadramento dos grãos ardidos de milho e soja é diferente. Portanto, o manejo visando a redução deste defeito também pode ser um pouco diferente. Vejamos:

No caso do milho, são considerados grãos ardidos aqueles “que apresentam escurecimento total, por ação do calor, umidade ou fermentação avançada atingindo a totalidade da massa do grão, sendo também considerados como ardidos, devido à semelhança de aspecto, os grãos totalmente queimados” (IN n.º 60/2011). 

No caso da soja, são considerados ardidos aqueles “grãos ou pedaços de grãos que se apresentam visivelmente fermentados em sua totalidade e com coloração marrom escura acentuada, afetando o cotilédone” (IN n.º 11/2007).

Desta forma, para milho, enquadram-se defeitos que podem ocorrer no campo, na secagem e no armazenamento.

Já para soja, por tratar somente como fermentados, separando os grãos danificados por calor em “queimados”, os cuidados devem ser tomados, principalmente, no campo e no armazenamento.

Outro aspecto importante a ser destacado é que, para o milho, os grãos somente serão considerados ardidos se a sua totalidade estiver fermentada. Caso contrário, serão classificados fermentados.

Diferenças entre grãos de milho ardidos (esquerda) e fermentados (direita)

Diferenças entre grãos de milho ardidos (esquerda) e fermentados (direita)
(Fonte: adaptado de Aiba)

Para a soja, essa diferenciação está relacionada à coloração. Os grãos que sofreram fermentação com alteração da cor dos cotilédones, desde que não seja a definida para ardidos (marrom escuro acentuado), serão considerados fermentados.

Diferenças entre grãos de soja ardidos e fermentados
Diferenças entre grãos de soja ardidos e fermentados
(Fonte: Referencial fotográfico dos defeitos da soja)

Estratégias de manejo para evitar os grãos ardidos em milho e soja

Os principais momentos para o manejo de grãos ardidos em milho e soja são no campo, na secagem (no caso do milho) e no armazenamento

Portanto, vamos ver quais cuidados devem ser tomados em cada uma destas etapas, visando a reduzir a incidência de grãos ardidos na sua produção.

1. Manejo a campo

O manejo a campo deve ser realizado para reduzir a incidência de patógenos que ocasionam doenças nos grãos, principalmente para o milho.

Além disso, deve ser dada atenção à colheita, pois ela deve ser planejada adequadamente

Controle de doenças

O controle de doenças que causam grãos ardidos é importante para o milho devido às podridões de espiga, suas principais causadoras na cultura. Estes cuidados também podem ser tomados em relação à soja.

Os principais agentes causadores de grãos ardidos em milho pertencem às espécies Stenocarpela maydis, Stenocarpela macrospora, Fusarium verticillioides, Fusarium subglutinans e Gibberella zeae (Fusarium graminearum).

três fotos: Podridão rosada da ponta da espiga (Gibberella zeae), podridão branca da espiga (Stenocarpella maydis) e podridão rosada da espiga (Fusarium verticilleoides)

Podridão rosada da ponta da espiga (Gibberella zeae), podridão branca da espiga (Stenocarpella maydis) e podridão rosada da espiga (Fusarium verticilleoides)
(Fonte: adaptado de Embrapa e Pioneer)

O manejo destes patógenos a campo deve ser realizado através de várias estratégias diferentes:

  • escolher híbridos e cultivares resistentes;
  • realizar a rotação de culturas;
  • semear na época e na densidade recomendada;
  • realizar a análise do solo, visando equilíbrio da adubação;
  • realizar a aplicação de fungicidas, tomando cuidado com a escolha do produto e com o momento e a qualidade da aplicação.

Os cuidados com a sanidade da planta devem ser tomados desde a semeadura, partindo do tratamento adequado de sementes

No entanto, o momento mais crítico para a infecção destes patógenos é durante a fase reprodutiva, em que há a formação do pendão e dos estigmas. Aplicações de fungicidas são recomendadas nesta fase. 

Gerenciamento da colheita

O planejamento adequado da colheita pode fazer a diferença na redução de grãos ardidos, principalmente em relação ao momento da sua realização.

O retardo na colheita poderá impactar no percentual de grãos ardidos na sua produção, principalmente se neste período ocorrerem chuvas

A manutenção dos grãos úmidos no campo por muito tempo acelera a perda de qualidade, aumenta o ataque dos patógenos e o percentual de ardidos. 

Recomenda-se a retirada dos grãos da lavoura o quanto antes, os encaminhando diretamente para a secagem.

2. Manejo na secagem

O manejo da secagem deve ser observado principalmente para o milho, já que para essa cultura os grãos danificados pelo calor estão inclusos como ardidos na legislação.

O principal fator a ser manejado deve ser a temperatura do ar de secagem

Temperaturas elevadas podem ocasionar o escurecimento e a queima dos grãos, o que aumenta o percentual de ardidos. Além disso, ocasionam vários danos aos grãos, principalmente físicos, como trincas e fissuras que podem ser porta de entrada para fungos no armazenamento.

A temperatura adequada para a secagem do milho depende da sua finalidade. Para a semente, recomenda-se que a temperatura da massa de grãos não ultrapasse 40°C. 

Já para consumo humano, não deve ultrapassar 55°C. Para ração, a temperatura deve ser no máximo 82°C.

E para secagem com ar natural em silo-secador, os cuidados devem ser quanto à demora no processo. Quanto mais tempo os grãos permanecerem úmidos, maior a probabilidade de sofrerem fermentação. Essa recomendação serve também para soja.

A secagem com ar natural só deve ser realizada em grãos com teor de água inicial de no máximo 20% e em locais que possibilitem condições de umidade relativa adequadas para este tipo de secagem.

3. Manejo no armazenamento

Os grãos devem ser armazenados limpos, frios e secos, visando a redução da degradação e a proliferação de fungos. 

Os principais fatores a serem observados são a temperatura e o teor de água da massa de grãos.

O teor de água indicado para o armazenamento de milho é no máximo 14%. Para ter mais segurança, opte por secar mais, até no máximo 13%. 

Para a soja, devido ao maior percentual de óleo, recomenda-se teores de água mais baixos no armazenamento, em torno de 11% a 12%.

A temperatura de armazenamento recomendada deve ser a mais baixa possível: em torno de 15°C. Para isso, o silo deve estar equipado com sistema de aeração.

Estes manejos visam a reduzir a proliferação de fungos, principalmente os mofos e bolores (Penicillium spp. e Aspergillus spp.). Eles são os principais responsáveis pelo aparecimento de grãos ardidos no armazenamento e, também, os principais produtores de micotoxinas em grãos.

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Conclusão

Como vimos, os grãos ardidos são um dos principais problemas na classificação de soja e milho.

O manejo para evitar ou reduzir o percentual deles nestas culturas deve ser realizado a campo, na secagem e no armazenamento.

No campo, os cuidados devem acontecer para evitar as doenças que atacam os grãos, principalmente para o milho. Além disso, a colheita deve ser planejada, visando a retirada dos grãos do campo o quanto antes possível.

Na secagem, o cuidado deve ser com a temperatura, que não pode ser elevada demais. 

Já no armazenamento, os grãos devem ser conservados limpos, frios e secos para evitar a deterioração e a contaminação por fungos.

Espero que essas informações te ajudem a realizar o manejo adequado desses grãos e, assim, você consiga evitar futuros problemas.

Restou alguma dúvida sobre as estratégias de manejo de grãos ardidos em milho e soja? Assine nossa newsletter para receber mais artigos assim em seu e-mail.

O que você precisa saber sobre fenologia do milho

Fenologia do milho: o que é, como é dividida, fatores que interferem nos estádios fenológicos e mais.

A fenologia é o estudo das relações entre os processos biológicos e o clima, e inclui as diferentes fases do crescimento da planta.

Conhecer a fenologia das plantas te ajuda a determinar as necessidades da lavoura, saber quais fatores são críticos durante o ciclo e a realizar um planejamento de produção adequado às necessidades da cultura.

Confira neste artigo os estádios fenológicos da cultura do milho, aprenda a diferenciá-los e saiba o que afeta cada fase.

Aspectos gerais da fenologia do milho 

O ciclo da cultura do milho pode ser dividido em três grupos:

  1. superprecoce: até 110 dias;
  2. normal: entre 110 e 145 dias;
  3. tardio: maior que 145 dias.

Independente do ciclo, o desenvolvimento da cultura do milho (como o da maioria das culturas anuais) pode ser dividido em dois estádios: o vegetativo e o reprodutivo.

O que muda na fenologia da planta de milho em relação ao ciclo é o tempo de duração dos estádios fenológicos. 

ilustração com fases de desenvolvimento do milho desde vegetativo até reprodutivo

Fases de desenvolvimento do milho
(Fonte: adaptado da Universidade de Kansas)

O estádio vegetativo começa com a germinação e emergência e termina com o pendoamento. A partir do pendoamento, começam os estádios reprodutivos, que terminam no ponto de maturidade fisiológica do grão.

No geral, os estádios vegetativos são diferenciados pela quantidade de folhas da planta, e os reprodutivos pelo desenvolvimento da espiga.

A importância de conhecer estes estádios é saber quais são as principais fases que determinam o potencial produtivo da cultura, além de quais fatores interferem nessas fases.

Assim, é possível adotar as melhores práticas de manejo para que você consiga ter o máximo potencial da sua lavoura.

Estádio vegetativo

Os estádios vegetativos começam no VE e terminam no VT. Ocorrem vários estádios entre o início e o final da fase vegetativa. 

Vale lembrar que a definição da fase vegetativa é a quantidade de folhas totalmente desenvolvidas.

tabela com exemplos dos estádios vegetativos da cultura do milho

Exemplos dos estádios vegetativos da cultura do milho
(Fonte: adaptado de Embrapa)

A folha desenvolvida é composta pela lâmina foliar, bainha, aurículas, lígulas e colar. Quando o colar fica visível, é considerado uma folha totalmente desenvolvida.

infográfico com componentes de uma folha desenvolvida - fenologia do milho

Componentes de uma folha desenvolvida
(Fonte: Ufal)

Por exemplo, o estádio V1 é caracterizado pela presença da primeira folha totalmente desenvolvida e vai até V18, V20, dependendo da cultivar ou híbrido utilizado. 

Abaixo vamos destacar os estágios vegetativos mais importantes para cultura do milho:

VE

VE compreende a germinação das sementes e a emergência das plântulas de milho.

Nessa fase, é preciso ficar atento à profundidade e uniformidade de semeadura, temperatura (ideal entre 25°C e 30°C) e à disponibilidade de água adequada. Estes são fatores fundamentais para uma emergência rápida e uniforme das plântulas.

V3 a V5

De V3 a V5, a planta ainda é pequena, com o ponto de crescimento abaixo do solo.

Neste período ocorre a definição do potencial produtivo da planta. No estádio V4, a perda de folhas pode reduzir a produtividade em 6% a 14%.

Em V5 já foi definida a quantidade de folhas e espigas que a planta irá formar, e a base de crescimento ainda se localiza abaixo da superfície do solo. Por isso, a temperatura do solo muito baixa pode prolongar o ciclo da cultura.

Falta e excesso de água são fatores importantes nesse momento. A falta irá prolongar mais os estádios vegetativos, e o excesso pode levar a planta à morte caso afete a gema apical (ponto de crescimento).

V6 a V10

No estádio V6, com seis folhas totalmente desenvolvidas, o ponto de crescimento e o pendão estão acima do nível do solo.

Isso reflete no crescimento mais rápido da planta. Além disso, o sistema radicular está em pleno funcionamento.

A adubação nitrogenada em cobertura deve ser realizada até estes estádios, pois no período entre V9 e V10 há maior necessidade da cultura.

Em V8, é definido o número de fileiras de grãos na espiga, e o excesso de água nesse período pode trazer prejuízos na produção.

Caso ocorra chuva de granizo, geada, ataque de pragas ou doenças que afetam grande parte da área foliar, há perda de produtividade de 38% a 62%.

De V9 a  V10, os órgãos florais iniciam um rápido desenvolvimento. E, a partir de V10, o tempo de um estádio a outro diminui, além de aumentar a necessidade por água.

V12 a V18

Em V12, o tamanho e o número de grãos em potencial de cada espiga é definido. Os estilos-estigmas, que são os cabelos do milho, começam a se desenvolver em V17.

A falta de água nessas duas semanas antes e duas semanas depois do florescimento e enchimento de grãos pode causar redução de 22% de produtividade.

VT ou pendoamento

O estádio VT (ou pendoamento) é definido quando o último ramo do pendão está completamente visível e os “cabelos” ainda não tenham emergido da espiga.

 A duração deste estádio até R1 depende do cultivar ou do híbrido utilizado.

Falta de chuva e temperaturas acima de 35℃ podem reduzir a formação de grãos de pólen. Isso causa falha na formação de grãos na espiga.

Representação dos estádios V3 (A); V9 (B); V18 (C) e VT (D) da cultura do milho

Representação dos estádios V3 (A); V9 (B); V18 (C) e VT (D) da cultura do milho
(Fonte: adaptado de Ritchie e colaboradores)

Estádio reprodutivo

Os estádios reprodutivos começam quando estilos-estigmas (cabelos) estão visíveis. São divididos em 6 estádios, descritos abaixo.

Exemplos dos estádios reprodutivos da cultura do milho

Exemplos dos estádios reprodutivos da cultura do milho
(Fonte: adaptado de Embrapa)

R1

No estádio R1 ou de embonecamento e polinização, os grãos de pólen são liberados para que ocorra a polinização. 

A quantidade de óvulos que serão fecundados é definida. Alguns fatores ambientais interferem nessa fecundação, causando baixa granação da espiga.

Temperaturas muito elevadas e falta de água causam problemas de desidratação dos grãos de pólen e dos cabelos da espiga. Nesse momento, deve haver uma atenção especial ao controle da lagarta-da-espiga que se alimenta dos estilos-estigmas.

R2

O estádio do grão bolha d’água tem essa denominação porque os grãos são basicamente um fluido, composto de açúcares.

De R2 a R5, falta de água, ataque de pragas e doenças da área foliar, desequilíbrio nutricional e falta de luminosidade afetam o acúmulo de matéria seca nos grãos. O peso e a produtividade dos grãos são afetados.

R3

Em R3, os açúcares dos grãos já estão se transformando em amido. Por isso, a denominação desse estádio é de grão leitoso.

Começa neste estádio a diferença de coloração da parte mais leitosa da parte mais dura (amido), comumente chamada de linha do leite.

O peso do grão é definido e este estádio ocorre entre 12 e 15 dias após a polinização.

R4

No estádio de grãos pastosos, a formação do amido é intensa e há ganho de peso do grão.

Ele já é mais consistente (cerca de 70% de umidade), com aproximadamente metade do peso que terá na maturidade fisiológica. 

R5

O teor de umidade do grão neste estádio está em torno de 55%. Os grãos começam a ficar farináceos e a linha do leite fica nítida neste ponto.

Neste estádio aparece uma concavidade na parte superior do grão, denominada “dente”.

Estresse, como o causado pela geada, causará redução da produtividade por afetar o peso dos grãos, além do aparecimento prematuro da camada preta, que indica a maturidade fisiológica.

R6

Esse estádio é caracterizado pela formação completa dos grãos na espiga. A camada do leite reduziu, apresentando o grão completo de amido. A camada preta, localizada na base dos grãos, indica a maturidade fisiológica

Os grãos apresentam o máximo acúmulo de matéria seca. Dependendo das condições ambientais, eles possuem 30%-35% de umidade e começa a acontecer a senescência natural das folhas.

Caso a colheita ocorra no início deste estádio, há necessidade de secagem dos grãos para o armazenamento. O teor de umidade ideal é de 13%-15% para milho em espiga.

Representação dos estádios reprodutivos da cultura do milho

Representação dos estádios reprodutivos da cultura do milho
(Fonte: adaptado de Fahl e colaboradores)

Conclusão

Neste artigo, você conheceu todos os estádios da fenologia do milho.

Viu que o tempo de ocorrência de cada estádio varia em função da cultivar e do híbrido utilizado. Aprendeu ainda a diferenciar os estádios fenológicos, tanto os vegetativos quanto os reprodutivos.

Além disso, viu os fatores que afetam os estádios fenológicos e que podem prolongar o ciclo do milho, além de afetar a produtividade.

Restou alguma dúvida sobre a fenologia do milho? Deixe seu comentário abaixo!

Tipos de grãos de milho: tudo o que você precisa saber para fazer a escolha certeira

Tipos de grãos de milho: conheça as características e veja como cultivar melhor cada uma delas

O milho é o cereal mais produzido no mundo, sendo utilizado na indústria e alimentação humana e animal, para consumo in natura ou processado. 

Muita dessa sua versatilidade se deve aos diferentes tipos de grãos que essa cultura apresenta. 

Você já deve ter notado as diferenças visuais e de utilização que cada um dos tipos apresenta, mas sabe o que define cada um?

Neste artigo, confira as características de diferentes tipos de grãos de milho e como cultivar melhor cada uma delas! 

Diferentes tipos de grãos de milho e suas características

Os grãos de milho são classificados em cinco tipos, de acordo com seu formato e composição, sendo denominados: dentado, duro, farináceo, pipoca e doce.

Um fator importante para entender a classificação dos tipos de grãos é conhecer o endosperma presente em cada tipo. 

O endosperma é o tecido de reserva dos grãos e representa cerca de 83% da matéria seca total do grão. 

No caso do milho, essas reservas são basicamente amido e proteína. Dependendo da forma como o amido e a proteína se organizam, o endosperma pode ser considerado córneo (duro) ou amiláceo (farináceo), como você pode ver na figura abaixo:

ilustração com tipos de grãos de milho e as relativas proporções do endosperma farináceo e vítreo

Tipos de milho e as relativas proporções do endosperma farináceo e vítreo
(Fonte: adaptado de Pereira e Antunes, 2007, via Pubvet)

Vamos agora conhecer melhor cada um dos cinco tipos de grãos de milho?

1 – Milho dentado

O milho dentado, “Dent Corn”, possuiu seu endosperma duro nas laterais e farináceo no centro. Isso faz com que, ao desidratar, o grão forme uma depressão na região da coroa (parte superior do grão) e fique com o seu formato semelhante a um dente. 

Pode apresentar bastante variação na coloração, indo do branco e amarelo até tons mais avermelhados e marrons.

É amplamente utilizado na nutrição animal e indústria, para produção de álcool e xaropes.

Caso sua produção seja para silagem, é muito importante ficar atento à adubação nitrogenada e potássica, nutrientes mais exportados pela planta. Isso porque, ao remover a planta inteira da lavoura, seu solo precisará de maior reposição desses nutrientes.

2 – Milho duro

Nesse tipo de grão de milho, o endosperma duro, além de estar em maior proporção em relação ao amiláceo, recobre toda a superfície do grão. Isso confere firmeza e um aspecto liso e brilhante

Esse tipo de milho possui grãos grandes e de coloração laranja-avermelhada.

Devido a essas características, o grão duro ou “Flint Corn”, possui um bom rendimento para indústria, sendo amplamente utilizado na fabricação de canjicas, fubás, snacks, massas, cervejas, condimentos, etc.

3 – Milho farináceo

O milho farináceo, como o próprio nome sugere, possui seu endosperma mole, ou seja, farináceo. 

Seus grãos são de coloração branca e amarela, possuem sabor suave e adocicado, além de textura macia.

A maciez desse grão favorece sua moagem e possibilita uma alta extração de amido. Por isso, é ideal para a produção de farinhas, sendo muito utilizado na produção de pães e biscoitos. 

Essas características ainda o tornam uma boa opção para produção de alimentos sem glúten.

4 – Milho-pipoca

O milho do tipo pipoca possui espigas menores, grãos duros e pequenos e, em sua maioria, cor amarelo-alaranjada. 

Seu pericarpo (casca) duro de alta resistência e o teor de água e óleo no interior do grão fazem com que, ao ser aquecido, a pressão no interior do grão aumente. Assim, ele expande até estourar. Esse tipo, você já sabe a finalidade, não é mesmo?

Essa sua principal característica, a expansão, é fator importante para determinar o valor comercial. Quanto maior sua capacidade de expansão, maior o valor, pois isso significa uma pipoca grande e macia.

Produção de milho-pipoca

Para garantir uma produção de qualidade, é muito importante que você escolha variedades específicas para o cultivo de milho-pipoca.

Como comentei acima, é preciso que ele tenha uma boa capacidade de expansão, sendo desejável acima de 21 mL/mL. Variedades com excelente capacidade de expansão ficam acima de 26 mL/mL.

Outro fator importante é que, como o milho-pipoca normalmente não é transgênico, é preciso ficar ainda mais atento ao controle de pragas. As principais são a lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda), das espigas (Helicoverpa zea) e os percevejos.

Além disso, o cultivo do milho-pipoca exige uma qualidade ainda maior nas operações de colheita e secagem, para garantir a qualidade do produto final. 

Esse fator tem feito os produtores investirem mais em tecnologia, optando por colhedoras cada vez mais precisas e secadores de grãos mais modernos.

5 – Milho-doce ou milho-verde

Esse tipo é oriundo de uma mutação genética, fazendo com que no interior do endosperma ocorra a produção de fitoglicogênio em vez de amido. Isso confere a esse tipo de grão o sabor adocicado. 

Possui coloração amarela, formato ovalado e miolo translúcido.

Devido ao seu sabor, pericarpo fino e textura macia, o milho-doce, também conhecido como milho-verde, é utilizado basicamente para a alimentação humana. Por ter baixo teor de amido, também favorece o processo de enlatamento, pois não torna o caldo turvo. 

Produção de milho-doce

A produção de milho-verde é uma ótima alternativa para pequenos produtores, pois é um cultivo que não necessita de mecanização.

Para produzir espigas maiores e mais cheias, com maior valor de mercado, a densidade de semeadura desse cultivo deve ser menor, ficando em torno de 50 mil plantas/ha. 

O espaçamento entre linhas deve ficar em torno de 0,9 m a 1 m, o que além de proporcionar um bom desenvolvimento, facilita a entrada de pessoas na lavoura.

Para qualquer produção de milho, é preciso atenção à disponibilidade hídrica, mas para o milho-verde isso se torna ainda mais relevante. 

A falta de água em momentos-chave, como o embonecamento, pode afetar o número de grãos que irão se formar, provocando uma espiga com falhas no preenchimento. Tal condição, além de diminuir a produtividade, também acarreta menor valor comercial.

Outro fator que merece atenção redobrada é o ataque de lagartas como a lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) e a das espigas (Helicoverpa zea).

Para garantir a maciez ideal do produto final, a colheita desse tipo de milho deve ser realizada na fase de grão leitoso.

Uma boa dica para identificar esse momento é observar se os estigmas (cabelos) já possuem coloração marrom e aspecto seco.

Agora que você  já sabe as principais diferenças entre os tipos de grãos, vamos falar sobre estratégias para alcançar um bom rendimento na sua lavoura?

Como escolher o tipo de grão de milho e planejar sua lavoura

É aqui que você deve definir quais dos tipos de grãos se enquadram melhor na sua realidade e finalidade de produção. Para isso, você pode seguir algumas dicas:

  • Avalie o mercado da região: existe demanda para esse tipo de grão? Como e para onde irá escoar a produção?
  • Quais as características físicas da sua propriedade?
  • Você possui mão de obra, maquinário e possibilidade de investimento para qual tipo de produção?

Definido qual o tipo de grão você vai produzir, começa o planejamento da lavoura

Para isso, fique atento à época ideal de desenvolvimento da cultura e, para minimizar o risco da sua produção, sempre siga o zoneamento agrícola.

  • Escolha a cultivar de acordo com sua finalidade de produção, nível de investimento, e condições climáticas e sanitárias da região. Lembre-se sempre de seguir as recomendações do obtentor.
  • Prepare o solo de 3 a 6 meses antes do plantio: faça análise de solo e contate seu engenheiro-agrônomo para a recomendação de adubação e correção da área. Trace estratégias para manter sua área livre de plantas daninhas, para proporcionar um bom desenvolvimento inicial da cultura.
  • Defina o arranjo de plantas: lembre-se sempre de seguir a orientação das cultivares e avaliar as condições ambientais do local. Se você fará um menor investimento em nutrição e o ano promete ser de chuva abaixo da média, uma boa estratégia é utilizar o limite inferior recomendado de densidade de plantas.
  • Regule o maquinário: isso é fundamental para garantir uma semeadura de qualidade.

Conclusão

O milho é uma cultura muito versátil, podendo ser utilizado para várias finalidades, é atualmente é o cereal mais consumido no mundo.

Nesse artigo vimos como é feita a classificação dos tipos de grãos de milho de acordo com sua composição e forma.

Também falamos sobre as características e algumas dicas de manejo do milho  dentado, duro, farináceo, pipoca e doce, além de como definir o melhor tipo de grão para a sua lavoura.

Você já escolheu qual dos tipos de grãos de milho vai produzir? Conte aqui nos comentários qual se enquadra melhor na sua propriedade!

Como prevenir e manejar o enfezamento do milho

Enfezamento do milho: principais sintomas, medidas de prevenção à doença e as formas de controle mais indicadas

O enfezamento do milho vem ganhando cada vez mais importância devido aos plantios consecutivos da cultura.

A doença pode reduzir muito a produção de grãos, colocando todo o resultado da safra a perder.

Por isso, é importante conhecer as medidas de prevenção e controle da doença, que envolvem também o manejo correto da cigarrinha-do-milho, principal transmissora dos enfezamentos. Confira!

Importância do enfezamento do milho

Há alguns anos, o enfezamento não era considerado uma doença de grande importância para as lavouras de milho.

Mas, com a expansão da área cultivada e plantios contínuos, que proporcionam ter a cultura durante boa parte do ano, essa doença começou a ter alta incidência e perdas consideráveis na lavoura.

Há relatos de que o enfezamento do milho pode causar perdas e reduzir a produção de grãos em até 70%. Algumas publicações falam até em perda total da produção. 

O enfezamento é causado por patógenos da classe dos molicutes e tem como vetor a cigarrinha-do-milho Dalbulus maidis.

Em 2020, houve vários relatos das altas populações de cigarrinha nas lavouras, o que favorece sua disseminação em plantios tardios (até de uma safra para outra) e a ocorrência da doença.

Existem dois tipos de enfezamento na cultura do milho:

  • enfezamento vermelho, causado por fitoplasma (Maize bushy stunt phytoplasma – MBSP) – Candidatus Phytoplasma asteris;
  • enfezamento amarelo, causado por espiroplasma Spiroplasma kunkelii.

Vou explicar melhor os sintomas e características de cada um deles a seguir!

Enfezamento vermelho do milho

Como sintoma do enfezamento vermelho, pode ser observada a clorose marginal nas folhas do cartucho, que depois segue para avermelhamento das folhas inferiores e diminuição das mesmas.

duas fotos com sintomas enfezamento vermelho nas folhas do milho – A- estrias cloróticas, B – Estrias avermelhadas

Sintomas enfezamento vermelho – A- estrias cloróticas, B – Estrias avermelhadas
(Fonte: Janine Palma em Mais Soja)

Nas plantas infectadas também pode ser observado maior número de espigas, que produzem pouco ou nem produzem grão

Também podem ser observadas redução do porte da planta e redução do tamanho dos entrenódios.

Enfezamento pálido do milho

O enfezamento pálido, também chamado de enfezamento amarelo tem sintomas iniciais de clorose mais acentuada na base foliar (estrias cloróticas claras da base para o ápice das folhas). Este é o sintoma que o difere do enfezamento vermelho.

Os sintomas dos enfezamentos podem ser confundidos, mas também podem ocorrer simultaneamente, pois a planta pode desenvolver o enfezamento vermelho e pálido ao mesmo tempo.

foto de enfezamento pálido do milho

(Fonte: Rodrigo Véras da Costa em Embrapa)

Sintomas dos enfezamentos vermelho e pálido:

Os principais sintomas de ambos os enfezamentos são:

  • redução do porte das plantas;
  • avermelhamento ou estrias cloróticas claras nas folhas;
  • maior espigamento, mas as espigas têm pouco ou nenhum grão;
  • grãos chochos;
  • encurtamento de entrenódios;
  • falhas na granação dos grãos;
  • redução da produtividade.

Enfezamento e o problema da cigarrinha-do-milho

Como já mencionei acima, a cigarrinha-do-milho é o vetor dos enfezamentos. Além disso, sua presença também pode causar danos nas plantas de milho pela sucção de seiva (dano direto – inseto sugador). Mas é como vetor que ela apresenta sua maior importância (dano indireto).

Além dos enfezamentos vermelho e pálido que a cigarrinha transmite, ela também pode ser vetor do vírus da risca do milho (Maize rayado fino virus – MRFV).

Na fase adulta, a cigarrinha apresenta coloração amarelo-palha, de tamanho pequeno com cerca de 4 mm. 

Como característica para a diferenciar de outras cigarrinhas da cultura do milho, ela apresenta duas manchas circulares negras bem marcadas no alto da cabeça.

O ciclo da cigarrinha, de ovo a adulto, é influenciado pela temperatura, mas dura em média 25 dias, como você pode conferir no esquema abaixo:

ciclo da cigarrinha do milho em infográfico

(Fonte: Grupo Cultivar)

Mas como ocorre a transmissão do enfezamento pela cigarrinha-do-milho? 

Explicando de forma breve, quando a cigarrinha se alimenta de plantas doentes com enfezamento, pela sucção da seiva, adquire o espiroplasma, fitoplasma ou os dois.

Depois disso, em três semanas, os molicutes se multiplicam, circulam no corpo da cigarrinha e atingem sua glândula salivar, permitindo a transmissão do enfezamento para plantas sadias quando as cigarrinhas vão se alimentar. Assim, recomeça o ciclo da doença.

A infecção normalmente ocorre em plantas jovens, mas os sintomas aparecem quando já estão adultas.

Um ponto importante é que as cigarrinhas podem migrar para longas distâncias, inclusive de uma lavoura para outra de milho, transmitindo o enfezamento,

O hospedeiro da cigarrinha é o milho, por isso, o cultivo durante vários períodos do ano e as plantas tigueras favorecem a presença do vetor e da doença na cultura.

Agora que conhecemos mais sobre os sintomas e o vetor do enfezamento do milho, vamos discutir como prevenir e manejar a doença!

Como prevenir o enfezamento do milho na sua lavoura

No planejamento da lavoura de milho, é muito importante pensar em como prevenir as doenças da cultura. Algumas medidas preventivas do enfezamento do milho são:

  • evitar o plantio próximo de áreas com milho mais velhas, que podem favorecer a presença da cigarrinha e da doença;
  • evitar plantios consecutivos de milho na mesma área;
  • sincronizar a época de semeadura do milho (em regiões com histórico de enfezamento);
  • evitar plantios tardios, para que o desenvolvimento vegetativo das plantas não coincida com o período de maior infestação da cigarrinha;
  • eliminar a presença de plantas voluntárias (tigueras) na área, pois elas servem como hospedeiras e favorecem a sobrevivência do vetor e da doença;
  • utilizar rotação de culturas, para não ter áreas com cultura de milho após milho.

Como controlar o enfezamento do milho

O manejo do enfezamento do milho tem que englobar medidas preventivas e de controle. Entre as medidas de controle estão:

  • uso de cultivares tolerantes ou resistentes ao enfezamento do milho;
  • monitoramento do vetor na plantação;
  • controle químico para o vetor, lembrando que esse manejo pode não ser eficiente para a cigarrinha do milho. Isso ocorre devido à rapidez da transmissão da doença para as plantas de milho, pois o vetor pode infectar plantas antes do controle da cigarrinha e pela entrada contínua na plantação;
  • controle biológico do vetor;
  • tratamento de sementes com inseticida;

Ou seja, recomenda-se realizar o manejo integrado, utilizando várias medidas de controle e de prevenção da doença na lavoura de milho.

Para te ajudar no monitoramento e controle da cigarrinha-do-milho, separei uma planilha gratuita. Para baixar, clique na imagem a seguir!

planilha controle da cigarrinha do milho

Caso vá utilizar inseticidas para controle, verifique quais são registrados no Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) para a doença e para a cultura (Agrofit). Para te auxiliar no manejo, procure um(a) agrônomo(a).

Conclusão

Muitas doenças podem afetar a cultura do milho. Mas, nos últimos anos o enfezamento vem ganhando importância, principalmente devido a plantios consecutivos da cultura.

Neste artigo, abordamos os dois tipos de enfezamento do milho: pálido e vermelho.

Você conferiu quais são os sintomas que permitem identificar a doença na lavoura e o que fazer como medida de prevenção.

Também aprendeu sobre a transmissão do enfezamento através de seu principal vetor, a cigarrinha-do-milho, e as medidas de controle do inseto e da doença.

Com essas informações, espero que você faça o manejo adequado e reduza as perdas na sua lavoura com enfezamento do milho.

>> Leia mais: “Tudo o que você precisa saber para o manejo da mancha-branca do milho”

Você tem problema com enfezamento do milho? Quais medidas preventivas são utilizadas? Vamos continuar essa conversa nos comentários!

5 principais plantas daninhas do milho e tudo o que você precisa saber sobre seus manejos

Plantas daninhas do milho: conheça as principais infestantes e o que fazer para controlá-las

O milho é uma cultura extremamente responsiva ao manejo e, a cada ano que passa, são lançados híbridos mais produtivos no mercado. 

Entretanto, infestações de plantas daninhas podem causar prejuízos significativos em sua rentabilidade, podendo diminuir em até 87% a produtividade da lavoura.

Assim, é importante conhecer as principais plantas daninhas do milho e saber como manejá-las para garantir que o potencial produtivo será alcançado. Confira a seguir!

Estratégias de manejo de plantas daninhas do milho

O milho é a principal cultura utilizada em sucessão com a soja no Brasil, semeando-se soja na safra principal (verão) e milho na segunda safra (inverno). 

Para ter sucesso neste sistema de sucessão, é comum semear variedades de soja de ciclo curto logo após o final do vazio sanitário. E, logo após a colheita da soja, já é feita a semeadura do milho (muitas vezes isso ocorre no mesmo dia). 

Assim, como não existe intervalo entre os cultivos de soja e milho, o manejo de plantas daninhas do milho deve ser pensado muito antes. 

O foco deve ser sempre semear milho no limpo, principalmente sem infestação de gramíneas, pois como o milho é uma gramínea, o número de herbicidas que podem ser utilizados é muito reduzido. 

Já no milho de verão (muito semeado para silagem), o manejo é mais simples. Isso porque pode-se realizar o controle na entressafra,cuidando principalmente para não haver problemas com efeito residual de herbicidas na cultura.

Foto de plantas daninhas do milho

Lavoura de milho infestada por plantas daninhas

(Fonte: Paraquat Information Center)

Principais plantas daninhas do milho

Capim-amargoso (Digitaria insularis

O capim-amargoso é uma das principais plantas daninhas do Brasil. Ocorre em grande parte do território nacional e é considerada uma planta de difícil controle, pois possui casos de resistência a herbicidas e algumas características morfológicas que prejudicam a ação desses produtos. 

É uma planta daninha de ciclo perene, herbácea, entouceirada, ereta e que produz rizomas (estruturas de reserva). 

Sua grande dispersão está associada principalmente à grande capacidade de produzir sementes (mais de 100 mil sementes por inflorescência) e fácil dispersão através do vento. 

Uma das características que torna essa planta daninha de difícil controle é a formação de rizomas a partir de 45 dias após a emergência. Isso lhe confere uma capacidade muito grande de recuperação da injúrias de herbicidas. 

Recomendação de manejo

É muito importante que o manejo do capim-amargoso seja realizado antes da semeadura, evitando ao máximo a ocorrência de touceiras dessa daninha no milho. 

Caso ocorram touceiras em sua área, recomenda-se que atrase a semeadura do milho para controlá-las antes do plantio (tenha cuidado com o período residual dos graminicidas). Outra opção é plantar trigo, o que dará uma maior janela para manejo. 

Caso sua área já tenha apresentado um infestação muito grande de capim-amargoso nas culturas anteriores, provavelmente o banco de sementes possui muitas reservas desta planta daninha. 

Assim, recomenda-se o uso de herbicidas pré-emergentes como: trifluralina, s-metolachlor e pyroxasulfone+flumioxazin.

Caso ocorram plantas pequenas em sua área (até 3 perfilhos), os herbicidas nicosulfuron, tembotrione e mesotrione podem ter um bom nível de controle.  

Em híbridos com a tecnologia Liberty Link, o herbicida glufosinato de amônia também pode ser utilizado em plantas pequenas. 

Já para plantas maiores não há produtos que sejam eficientes no controle de capim-amargoso (devido à resistência a glifosato). 

Para os próximos anos, em híbridos com a tecnologia Enlist, será possível utilizar haloxyfop na pós-emergência do milho, o que auxiliará no manejo do capim-amargoso. 

Capim-pé-de-galinha (Eleusine indica)

O capim-pé-de-galinha (Eleusine indica) infesta quase todas as regiões do Brasil e vem ganhando mais importância no últimos anos devido aos casos de resistência a herbicidas. 

O capim-pé-de-galinha é uma planta daninha de ciclo anual (120 a 180 dias), que se reproduz por sementes, sendo capaz de produzir mais de 120 mil sementes por planta, facilmente disseminadas pelo vento. 

Além disso, essa daninha perfilha muito cedo e, a partir de 3 perfilhos, os herbicidas começarão a ter menor eficiência de controle. 

Recomendação de manejo

O manejo de capim-pé-galinha é muito semelhante ao descrito para capim-amargoso. Entretanto, é recomendável que o controle seja realizado em plantas com menos de 2 perfilhos.

Essa planta daninha, quando pequena, é bem prostrada e pode estar escondida embaixo da palha de sua área. Por isso, tome cuidado no monitoramento.  

Buva (Conyza sp.) 

A buva é uma das plantas daninhas com maior importância no Brasil, pois ocorre em grande parte do território nacional e possui vários casos de resistência a herbicidas. 

Possui grande capacidade de hibridizar (cruzar com outras plantas do gênero Conyza), por isso sua classificação correta (espécie) é feita somente em laboratório.  

Essas espécies têm ciclo anual, são eretas, xom ramos e folhas pubescentes, e propaga-se exclusivamente por sementes.  

A grande dispersão de buva em nosso país está associada à grande capacidade de produção de sementes, que podem ser facilmente disseminadas pelo vento, podendo ser carregadas a até 1,5 km de distância.

A germinação de suas sementes ocorre no período de outono-inverno, geralmente nos meses de junho a setembro, muitas vezes coincidindo com o final do ciclo do milho. 

Recomendação de manejo

Para controle da buva na pós-emergência do milho safrinha, é possível utilizar a associação de atrazina + tembotrione.

Caso o milho tenha tecnologia Liberty Link, pode-se utilizar glufosinato de amônia no manejo de buva para plantas pequenas ou no manejo sequencial. 

Nos próximos anos, para híbridos com a tecnologia Enlist, deve haver a opção de utilizar 2,4 D em doses maiores na pós-emergência do milho, o que auxiliará no manejo de buva. 

Além do manejo químico, o uso de consórcio de milho com braquiária tem sido muito efetivo no manejo da buva. 

Foto de plantas daninhas no milho, perto do solo

Infestação de buva logo após a colheita do milho

(Fonte: Albrecht, A.J.P. e Albrecht, L.P.)

Picão-preto (Bidens sp.)

O picão-preto (Bidens pilosa ou Bidens subalternans) é uma planta daninha de ciclo anual e pode ser encontrada em quase todo o território nacional.

É possível realizar a diferenciação entre as duas principais espécies presentes no Brasil pela quantidade de arestas nos aquênios (B. pilosa 2-3 aristas e B. subalternans 4 aristas).

O picão-preto se reproduz por sementes – pode produzir de 3 mil a 6 mil sementes. Estas possuem um mecanismo de dormência que possibilita emergirem em períodos mais favoráveis, o que a torna mais competitiva. 

A principal forma de disseminação destas sementes ocorre por meio de animais, máquinas e implementos agrícolas.

Recomendação de manejo

Para o controle de picão-preto em milho convencional, recomenda-se a aplicação de atrazina na pré-emergência da planta daninha. Dependendo da infestação, é necessária uma aplicação complementar em pós-emergência. 

Atualmente, em híbridos com a tecnologia RR, o glifosato tem sido muito eficiente no controle do picão-preto. Porém, fique atento, pois recentemente foi registrada resistência de picão-preto a glifosato no Paraguai.  

Caso o milho tenha tecnologia Liberty Link, pode-se utilizar glufosinato de amônia no manejo de plantas pequenas ou no manejo sequencial. 

Já nos próximos anos, para híbridos com a tecnologia Enlist, haverá a opção de utilizar 2,4 D em doses maiores na pós-emergência do milho, o que auxiliará no manejo de picão-preto.

Amendoim bravo ou leiteiro (Euphorbia heterophylla)

O leiteiro (Euphorbia heterophylla L.) é uma planta daninha de ciclo anual, com alta capacidade de multiplicação, crescimento e desenvolvimento (podendo atingir até 2 m de altura). 

As sementes do leiteiro são consideradas grandes e não são disseminadas pelo vento, tendo a capacidade de permanecer viáveis por muitos anos. 

Além disso, podem germinar o ano todo, pois estão adaptadas a uma ampla faixa de temperatura, umidade e a solos com diferentes características. 

A principal forma de disseminação das sementes ocorre por meio de animais, máquinas e implementos agrícolas.

Recomendação de manejo

Para o controle químico de leiteiro em milho convencional, recomenda-se a aplicação de atrazina, atrazine+s-metolachlor ou atrazine+simazine em sistema de plante-aplique. 

Atualmente, em culturas RR, o glifosato tem sido muito eficiente no controle desta planta daninha no milho. Porém, recentemente, foi identificada uma população de leiteiro resistente a glifosato em nosso país. Por isso, fique atento.   

Caso o milho tenha tecnologia Liberty Link, pode-se utilizar glufosinato de amônia no manejo de plantas pequenas ou no manejo sequencial. 

Com a entrada da tecnologia Enlist, também haverá a opção de utilizar 2,4 D em doses maiores na pós-emergência do milho.

planilha de produtividade de milho

Conclusão

Para garantir uma lavoura mais produtiva é preciso controlar a presença de invasoras. Neste artigo, você acompanhou as particularidades do controle de plantas daninhas do milho e a importância de semear no limpo.

Também conferiu as principais ervas daninhas que afetam a cultura, bem como suas características e indicações de manejo.

Com essas recomendações, faça o controle certeiro e obtenha resultados melhores em sua propriedade!

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Quais plantas daninhas do milho você tem mais dificuldade em controlar? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Percevejo no milho: identifique os danos e saiba manejar

Percevejo no milho: veja quais são as principais espécies, os danos causados, as fases mais críticas e como fazer um controle assertivo

O ataque de percevejos é frequente na cultura do milho, especialmente em em sucessão com soja. Alguns fatores fazem com que essas principais pragas do milho estejam presentes na safra principal e na safrinha.

Muitas vezes, os danos causados são observados após um tempo. Isso pode refletir na necessidade de replantio da cultura. 

Neste artigo, veja como reconhecer os principais percevejos do milho, saiba como reconhecer os danos na lavoura e entenda as melhores estratégias de manejo. Boa leitura!

O que são percevejos no milho?

Os percevejos são insetos difíceis de controlar. Eles podem ser pragas iniciais ou tardias, que são encontrados em diversos locais da cultura. A cada ano, os percevejos ganham mais importância devido aos danos causados.

Os percevejos podem atacar a cultura do milho em diferentes fases de desenvolvimento. Os danos podem aparecer desde os estágios iniciais até os mais avançados. Os que atacam a cultura do milho são, em sua maioria, da família Pentatomidae

Diversas espécies podem ser encontradas nas lavouras, como:

Os percevejos barriga-verde são os que mais causam problemas. Isso principalmente no milho safrinha, implementado após soja ou feijão. Existem duas espécies que podem deixar o início da lavoura comprometida: Dichelops melacanthus e Dichelops furcatus

Quais são os danos causados na cultura?

Os percevejos podem reduzir a produção da cultura do milho. Afinal, nas fases iniciais de desenvolvimento os percevejos podem: 

  • reduzir a altura de plantas;
  • reduzir número de folhas expandidas;
  • reduzir a massa seca de raízes;
  • provocar injúrias no cartucho;
  • causar enrolamento das folhas centrais da planta.

Na figura a seguir, é possível observar os danos dos percevejos no milho.

percevejos-no-milho
Adultos de Dichelops melacanthus e Dichelops furcatus
(Fonte: Eco Registros)

Principais espécies de percevejos do milho

Não existe apenas uma espécie de percevejo no milho, e saber reconhecê-las é fundamental para evitar danos na lavoura. Veja abaixo quais são as principais:

Percevejo-barriga-verde

As espécies Dichelops melacanthus e Dichelops furcatus têm características muito semelhantes. Sua atividade maior se dá em horários com temperaturas mais amenas

No entanto, D. furcatus é maior e seus espinhos são escuros. Já o Dichelops melacanthus é uma espécie menor e as extremidades dos espinhos são mais escuras do que o restante do corpo.

Além disso, D. furcatus é mais frequente em regiões de temperaturas mais amenas e Dichelops melacanthus em regiões mais quentes. O período de incubação dos ovos de ambas espécies é de aproximadamente seis dias.

Esses percevejos se alimentam de diversas espécies de plantas, inclusive de plantas daninhas. Isso contribui para que os insetos permaneçam na área.  D. melacanthus é uma praga do milho, mas também ataca outras culturas:

Tanto as ninfas como os adultos perfuram o colo das plântulas e sugam o conteúdo da seiva. Ao mesmo tempo, injetam substâncias tóxicas nas plantas.

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Diferentes estágios do percevejo-barriga-verde.
(Fonte: Embrapa)

Percevejo-marrom

Em semeaduras de milho após a soja, o ataque do percevejo-marrom ocorre na fase inicial de desenvolvimento. Ele causa danos semelhantes aos causados pelo percevejo-barriga-verde. No entanto, isso acontece em menor intensidade.

Em regiões com temperaturas mais amenas, o percevejo-marrom migra para áreas de mata ou vegetação nativa. Eles permanecem nesses locais até o final de setembro.

Por isso, o monitoramento dos percevejos do milho deve ser realizado antes mesmo da semeadura. Afinal, eles estarão presentes nas áreas de produção ou próximo delas.

percevejos-no-milho
Diferenças entre o adulto do percevejo-marrom e do percevejo-barriga-verde. 
(Fonte: Corrêa-Ferreira, 2017)

Percevejo-verde (ou percevejo-do-mato)

O percevejo-verde também é capaz de se alimentar de diversas espécies de plantas. Entretanto, os danos provocados por esse percevejo são diferentes dos demais. Afinal, ele injeta toxinas nos tecidos da planta hospedeira, podendo também disseminar fungos.

O ciclo de vida total do inseto depende de diversos fatores, principalmente temperatura. As ninfas (fase anterior à adulta), apresentam diferentes cores a depender do estágio de desenvolvimento:

  • alaranjada no primeiro ínstar;
  • preto com manchas brancas no segundo ínstar;
  • preto com manchas brancas no tórax e abdome verde com manchas amarelas no terceiro ínstar;
  • tórax preto e abdome vermelho com manchas amareladas ou verdes no quarto e quinto ínstar.

Na fase adulta, a coloração do inseto é verde. Ele pode se tornar verde escuro, dependendo dos fatores ambientais

percevejos-no-milho
Diferenças morfológicas e de coloração das principais espécies de percevejos que ocorrem na cultura do milho
(Fonte: Promip, 2019)

Percevejo-gaúcho ou percevejo-do-milho

Além de causar falhas nas espigas, o percevejo-gaúcho pode contaminar os grãos com fungos, principalmente Fusarium moniliforme, Penicillium spp. Embora o milho seja o alimento mais completo para a espécie, ele causa danos em inúmeras culturas.

Esse percevejo mede cerca de 2 cm de comprimento e tem coloração pardo-escura. Uma das características para identificação da praga é a presença de duas manchas circulares de coloração amarela em zigue-zague, localizadas nas asas.

A oviposição é realizada em linhas nas folhas. As ninfas dessa espécie (fase anterior a adulta), possuem coloração avermelhada a amarelada. Dependendo da condição climática, o ciclo biológico deste percevejo pode ser de um a dois meses.

Fases críticas para o ataque dos percevejos 

Os percevejos aproveitam a “ponte verde” para migrarem das culturas anteriores para o milho safrinha. Assim que as plantas começam a emergir, começam os ataques. Eles sobrevivem sob a palhada de plantas hospedeiras, que podem ser daninhas à cultura. 

Depois eles dispersam para a soja ou milho, e depois para o milho safrinha. Na fase vegetativa, com entre três e quatro folhas expandidas, é o período mais crítico. A alimentação intensa interfere nos estádios posteriores ao desenvolvimento da cultura.

Após esse período, ocorre a dispersão. Nesse momento, os percevejos aumentam a sua população, causando danos à cultura do milho e da soja

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Dinâmica de percevejos em sistemas de produção milho-soja no sul do Brasil
(Fonte: Toledo et al., 2021)

Como saber o momento certo de controle?

Se houver 0,58 percevejos por m² é o momento ideal para entrar com controle. Quando a amostragem mostrar necessidade de controle, entre imediatamente com os métodos. 

Para te ajudar com o registro e controle dos percevejos na lavoura, a tecnologia pode ser um divisor de águas. Separamos uma planilha gratuita para te ajudar nessa etapa. Clique na imagem abaixo para acessar o material: 

Ao decidir pelo método químico, é importante utilizar uma boa tecnologia de aplicação para conseguir atingir os percevejos de maneira eficaz. Rotacionar diferentes ingredientes ativos ajudará a evitar perda de tecnologia devido à pressão de seleção. 

É importante evitar as aplicações em períodos em que a praga está abrigada. Por exemplo, durante a noite, em dias chuvosos ou com temperaturas amenas

Como acabar com percevejo nas plantas de milho?

O controle de percevejos pode ser feito antes e depois de identificar a presença na lavoura. Veja a seguir as melhores práticas:

Controle antes de identificar a presença

O controle deve ser feito antes mesmo da implementação da lavoura. Para isso, você deve seguir o Manejo Integrado de Pragas

Outra forma de controle é o revolvimento do solo e eliminação de plantas daninhas. Isso serve para evitar que os insetos permaneçam na área. No entanto, essa prática é inviável em sistemas de plantio direto.

O tratamento de sementes de milho com inseticidas sistêmicos vai garantir que, mesmo se houver percevejo na área, os danos sejam mais baixos. Mas para isso, é importante que as espécies presentes sejam devidamente identificadas

A identificação é importante para manejar a área antes da implantação da cultura. Assim, é possível selecionar o inseticida mais adequado para controle das espécies existentes.

Adquirir as sementes tratadas pode ser uma ótima forma de manter as plantas homogêneas, uma vez que o tratamento na propriedade pode ficar com falhas. 

Controle depois de identificar a presença das pragas

Após identificar a presença dos percevejos, você precisa entrar com o controle químico. Alguns ingredientes ativos que podem ser utilizados no controle:

  • Tiametoxam (neonicotinóide) para o percevejo-barriga-verde (ambas as espécies), dentre outros grupos químicos;
  • Para o percevejo-marrom: Beauveria bassiana e bactérias como Bacillus thuringiensis. No entanto, é necessário verificar se a bactéria produzida pelo fabricante é registrada para a cultura;
  • Outros grupos químicos podem ser consultados no Sistema de Agrotóxicos Fitossanitários.

Para que o controle seja realmente efetivo, é ideal realizar monitoramento constante. É importante que você saiba que fazer aplicações de inseticidas preventivos ou esperar que os sintomas apareçam não é viável.

Como controlar percevejo no milho com tecnologia?

Para controlar os percevejos, nem sempre planilhas e cadernos dão conta. Isso sobretudo em grandes propriedades, com maior área a ser controlada. Justamente por isso, softwares como o Aegro estão disponíveis para mapear as pragas na área de cultivo.

Ainda, conhecendo o histórico da área, você pode planejar de forma mais assertiva quais métodos de controle usar.

Tela do Aegro, na aba de MIP aberta.
Monitoramento de pragas agrícolas no Aegro. Com o software, todos os dados do monitoramento ficam guardados de forma segura e prática.
(Fonte: Aegro)

O Aegro também oferece a você dados climáticos. Essas informações ajudam a determinar o risco de ocorrência de doenças de plantas em diversas culturas. Comece a controlar as pragas na sua lavoura com o Aegro

Conclusão

Os percevejos podem comprometer a sanidade do milho. As espécies do gênero Dichelops são as que mais causam danos à cultura.

No milho safrinha, o grande problema é a “ponte verde” que ocorre por meio das culturas anteriores, como soja e feijão.  Os sintomas só aparecem após já ter ocorrido danos, que não podem ser revertidos.  

Por isso, lembre-se que o controle dessas pragas deve ser sempre atrelado ao monitoramento desde antes mesmo do plantio até o estabelecimento da cultura. 

Você enfrenta problemas com percevejos no milho na lavoura? Não deixe de compartilhar este artigo com outros produtores ou com sua equipe de trabalho!