A agricultura é a prática de cultivar a terra para a produção de alimentos, fibras, combustíveis e outras commodities essenciais para a sobrevivência e o desenvolvimento humano.
Desde os primórdios da civilização, a agricultura tem sido a base da subsistência humana, permitindo a formação de sociedades complexas e o avanço econômico, envolvendo um conjunto de técnicas e conhecimentos, como:
Cultivo de plantas: Como grãos (soja, milho, trigo), hortaliças, frutas, cana-de-açúcar, café, entre outros;
Criação de animais: Como gado, aves, suínos, ovinos, caprinos, entre outros, para a produção de carne, leite, ovos, lã e outros produtos;
Agroindústria: O processamento de produtos agrícolas em bens de consumo, como alimentos, bebidas, biocombustíveis e produtos têxteis;
Pesquisas e inovações: Tecnologias aplicadas à agricultura, como a agricultura de precisão, que visa aumentar a produtividade e reduzir os impactos ambientais.
A agricultura garante a segurança alimentar, o desenvolvimento das economias rurais e a sustentabilidade global, além de ser uma das principais fontes de emprego e renda em diversos países, especialmente no Brasil.
No Brasil, a prática é o centro da economia, sendo responsável por uma parcela significativa do Produto Interno Bruto (PIB) e das exportações.
Tipos de agricultura
Agricultura tradicional: Utiliza métodos rudimentares e geralmente depende mais da mão de obra humana e animal;
Agricultura moderna: Emprega máquinas, insumos químicos e tecnologia para aumentar a produtividade;
Agricultura sustentável: Busca equilibrar a produção com a preservação ambiental, usando práticas como rotação de culturas e agroecologia;
Agricultura de precisão: Usa sensores, drones e softwares para otimizar o uso de insumos e melhorar a eficiência da lavoura;
Agricultura comercial: Voltado para a venda em larga escala, destinado a mercados nacionais e internacionais;
Agricultura patronal intensiva: Caracterizado pelo uso intensivo de tecnologia, insumos e mão de obra especializada em grandes propriedades ou empresas do agronegócio.
No Brasil, a agricultura ocupa cerca de 30% do território nacional e emprega diretamente mais de 18 milhões de pessoas.
O país é um dos maiores produtores mundiais de soja, milho, café e carne bovina, exportando para mais de 160 países.
Mesmo com números positivos, a agricultura como um todo enfrenta desafios com as mudanças climáticas, escassez de água e degradação do solo, exigindo inovações para garantir a produção sustentável no futuro.
História da agricultura
A agricultura teve início há aproximadamente 12.000 anos, quando comunidades humanas começaram a domesticar plantas e animais, passando de um estilo de vida nômade de caça e coleta para a sedentarização em aldeias agrícolas.
Essa transição permitiu o desenvolvimento de excedentes alimentares, o que, por sua vez, levou ao crescimento populacional e ao surgimento de civilizações complexas.
As primeiras evidências arqueológicas de práticas agrícolas foram encontradas na região conhecida como Crescente Fértil, no Oriente Médio, abrangendo áreas dos atuais Iraque, Síria, Líbano, Israel e Egito.
Culturas comotrigo e cevada começaram a ser cultivadas sistematicamente. Simultaneamente, em outras partes do mundo, como na China e nas Américas, povos indígenas desenvolveram práticas agrícolas independentes, cultivando arroz e milho, respectivamente.
No Brasil, as práticas agrícolas indígenas já estavam estabelecidas muito antes da chegada dos colonizadores europeus.
Culturas como mandioca, milho e batata-doce eram amplamente cultivadas por diversas etnias indígenas. Com a colonização, novas culturas foram introduzidas, e a agricultura virou uma atividade econômica central, especialmente com o cultivo de cana-de-açúcar e café.
Onde surgiu a agricultura?
A agricultura surgiu há cerca de 10.000 anos durante o período Neolítico, quando os seres humanos passaram de caçadores-coletores para sociedades agrícolas.
Esse processo aconteceu de forma independente em diferentes partes do mundo, mas os primeiros registros estão na região do Crescente Fértil, que inclui partes do Oriente Médio, como o atual Iraque, Síria, Turquia e Irã.
Foi durante este período que alguns países se tornaram os centros de origem da agricultura, com as seguintes culturas:
Crescente Fértil (Oriente Médio): Cultivo de trigo, cevada e lentilha;
China: Produção de arroz e painço;
Mesoamérica (México e América Central): Domesticação do milho, feijão e abóbora;
Andes (América do Sul): Cultivo de batata e quinoa;
África Ocidental: Primeiros cultivos de sorgo e milhete.
Quais são as atividades econômicas da agricultura?
As atividades econômicas relacionadas à agricultura vão além do cultivo de plantas e criação de animais.
Essas atividades auxiliam no desenvolvimento e na modernização do setor, tornando a agricultura não apenas a base de várias cadeias produtivas, mas também um pilar de inovação na economia global.
Neste contexto, as principais atividades econômicas da agricultura incluem:
Agroindústria: Processamento de produtos agrícolas em alimentos, bebidas, têxteis e biocombustíveis.
Comercialização: Distribuição e venda de produtos agrícolas nos mercados interno e externo.
Serviços agropecuários: Prestação de serviços como consultoria agronômica, pesquisa e desenvolvimento, e assistência técnica.
O que são sistemas agrícolas?
Sistemas agrícolas são os modelos de produção usados para cultivar plantas e criar animais, variando de acordo com fatores como clima, solo, tecnologia e objetivos econômicos.
Esses sistemas são responsáveis por determinar a forma como os recursos naturais e insumos são manejados. Alguns exemplos incluem:
Sistema agroflorestal: Integra o cultivo de árvores com culturas agrícolas e/ou criação de animais, promovendo benefícios ecológicos e econômicos;
Sistema de plantio direto: Técnica que evita o revolvimento do solo, mantendo a cobertura vegetal para preservar a umidade e a estrutura do solo;
Sistema hidropônico: Cultivo de plantas sem solo, onde as raízes recebem uma solução nutritiva balanceada.
Cada sistema agrícola tem suas vantagens e desafios, sendo escolhido de acordo com as condições ambientais, a disponibilidade de recursos e os objetivos do cultivo.
Agricultura moderna e agricultura tradicional: O que muda?
A agricultura tradicional preserva técnicas herdadas ao longo de gerações, com menor mecanização e menor dependência de insumos químicos. Costuma valorizar o equilíbrio ambiental e o uso de práticas sustentáveis, como a rotação de culturase o manejo manual do solo.
Já a agricultura moderna faz uso intensivo de tecnologia, incluindo maquinário agrícola, irrigação controlada e biotecnologia, permitindo maior eficiência no uso dos recursos.
Enquanto a agricultura tradicional é mais sustentável a longo prazo, a agricultura moderna tem sido essencial para atender à crescente demanda mundial por alimentos.
O que é agricultura comercial?
A agricultura comercial é dedicada para produção em larga escala, com o objetivo de vender os produtos no mercado, seja nacional ou internacional.
Diferente da agricultura de subsistência, que busca suprir apenas as necessidades de uma família ou comunidade, a agricultura comercial foca no lucro e na eficiência.
Suas principais características são a produção em larga escala, em grandes áreas de terra para o cultivo de monoculturas, como soja, milho, algodão, café e cana-de-açúcar.
Esse modelo também faz uso intensivo de tecnologia, com máquinas agrícolas, irrigação avançada, insumos químicos, como fertilizantes e defensivos agrícolas, e até drones para otimizar a produtividade.
Além disso, tem um forte foco na exportação, com muitos de seus produtos, como grãos, carne e frutas, sendo comercializados em mercados internacionais.
Normalmente, as propriedades agrícolas são especializadas em um ou poucos tipos de cultura ou criação de animais, o que favorece a eficiência e a escalabilidade.
No Brasil, esse tipo de agricultura é uma das principais forças econômicas, sendo um dos maiores setores responsáveis pelo PIB e pelas exportações.
Qual o papel dos agroquímicos na agricultura?
Os agroquímicos incluem fertilizantes, defensivos agrícolas e reguladores de crescimento, sendo usados para aumentar a produtividade e proteger as culturas de pragas e doenças.
Mesmo sendo importantes para aumentar a produtividade, os agroquímicos trazem preocupações ambientais e de saúde, como a resistência das pragas, contaminação de solos e águas e riscos para os trabalhadores e consumidores.
O recomendado é que sejam usados de forma responsável, seguindo as orientações de aplicação e buscando alternativas mais sustentáveis, como o uso de biopesticidas ou práticas agrícolas integradas.
Sabendo isso, existem alguns tipos de agroquímicos, cada um com a sua determinada função de uso. Confira:
Defensivos agrícolas (pesticidas): Protegem as culturas contra pragas, fungos e ervas daninhas, evitando perdas na produção.
Fertilizantes: Fornecem nutrientes essenciais para o crescimento das plantas, melhorando a qualidade e o rendimento das lavouras.
Reguladores de crescimento: Estimulam ou inibem processos fisiológicos das plantas, auxiliando no florescimento e no amadurecimento.
Qual a importância da agricultura no Brasil e no mundo?
A agricultura no Brasil é responsável por uma parcela grande do Produto Interno Bruto (PIB), geração de empregos e exportações.
Em 2023, o setor agropecuário brasileiro registrou um crescimento de 15,1%, alcançando R$ 677,6 bilhões. Esse desempenho impulsionou o PIB nacional, que aumentou 2,9% em relação ao ano anterior, totalizando R$ 10,9 trilhões.
Além disso, houve uma receita de US$ 159 bilhões em 2022, contribuindo para o saldo comercial do país com US$ 62 bilhões. O Brasil é o maior exportador global de commodities agrícolas, como soja, milho, café, carne bovina, aves, açúcar e celulose.
Desafios e perspectiva da agricultura brasileira
A agricultura enfrenta desafios como mudanças climáticas, regulamentações internacionais e infraestrutura deficitária. No entanto, avanços tecnológicos e práticas sustentáveis podem garantir o crescimento do setor.
O investimento em biotecnologia, gestão hídrica e sistemas agrícolas inteligentes é preciso para manter a competitividade global.
Desafios da agricultura
Mudanças climáticas: Eventos extremos, como secas e enchentes, impactam diretamente a produtividade agrícola;
Pressões ambientais: A expansão da agricultura em áreas sensíveis exige práticas de conservação e monitoramento;
Infraestrutura logística: Melhorias no transporte e armazenamento são necessárias para reduzir perdas e custos.
Perspectivas para o futuro da agricultura
Expansão do uso de biotecnologia: O desenvolvimento de cultivares mais resistentes pode aumentar a produtividade.
Sistemas agrícolas sustentáveis: Integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e manejo eficiente da água são tendências em crescimento.
Agroindústria: Desenvolvimento de novos produtos processados, como alimentos orgânicos e derivados da soja, pode aumentar a competitividade e a rentabilidade do setor.
Mercado Global de Alimentos: O Brasil é visto como um “celeiro do mundo” e continua sendo um dos maiores fornecedores de alimentos, especialmente para mercados da Ásia, Europa e América do Norte. A demanda global por alimentos, com o crescimento da população e mudanças nos padrões alimentares, oferece uma perspectiva positiva para as exportações brasileiras.
Automação e digitalização: A agricultura de precisão permite um melhor uso de recursos e maior eficiência produtiva.
A agricultura brasileira está em uma encruzilhada entre desafios ambientais, sociais e econômicos, mas também tem um grande potencial de crescimento.
A adoção de novas tecnologias,práticas sustentáveis e a diversificação das exportações são importantes para assegurar o futuro do setor, posicionando o Brasil como líder global em produção agrícola sustentável.
Engenheiro-Agrônomo (UFRA/Pará), Técnico em Agronegócio (Senar/Pará), especialista em Agronomia (Produção Vegetal) e mestre em Fitotecnia pela (Esalq/USP).
O milho é um cereal com produção mundial que ultrapassa 1,2 bilhão de toneladas por safra, com os Estados Unidos liderando com aproximadamente 30% desse total, seguidos pela China e pelo Brasil.
No Brasil, terceiro maior produtor global, a produção atingiu cerca de 100 milhões de toneladas na safra 2019/2020, consolidando o país como um dos principais exportadores do grão.
A cultura do milho tem importância estratégica no agronegócio brasileiro, sendo o segundo principal produto da safra nacional.
Se você produz essa commodity agrícola, deve ficar de olho nas oscilações do mercado, já que para a safra 2025, é esperado uma forte queda na produção nacional de milho.
Mercado Físico do Milho: Atualização 2025
O preço do milho segue estável em algumas regiões, enquanto outras registraram leve alta nas últimas cotações.
Em Não-Me-Toque (RS) e Nonoai (RS), a saca de 60 kg permanece cotada a R$ 66,00, sem variação. Já em Ubiratã (PR) e Marechal Cândido Rondon (PR), a cotação subiu para R$ 64,00, um aumento de 1,59%.
Em Pato Branco (PR), o milho foi cotado a R$ 68,00, com alta de 1,49%, e em Sorriso (MT), a cotação atingiu R$ 60,95, apresentando crescimento de 1,58%. No Mato Grosso, os valores variam entre R$ 63,00 em Campo Novo do Parecis e R$ 71,00 em Rondonópolis.
Na região do Centro-Oeste, o milho apresentou poucas oscilações. Rio Verde (GO) e Jataí (GO) mantêm o preço de R$ 66,00, sem alterações.
Em Campo Grande (MS), a cotação subiu para R$ 67,00, um aumento de 1,52%, enquanto em Maracaju (MS), o valor ficou em R$ 68,00, representando um crescimento de 1,49%.
Os portos brasileiros também registram preços diferenciados para o milho disponível. Em Paranaguá (PR), a cotação se mantém em R$ 72,00, enquanto no Porto de Santos (SP), as negociações para agosto/setembro de 2025 indicam R$ 74,00 por saca.
Médias Regionais do Milho
Sul do Brasil (RS, PR, SC): Média de R$ 67,00 por saca, com algumas variações positivas;
Centro-Oeste (MT, MS, GO, DF): Média de R$ 65,00, com destaque para Rondonópolis (MT) em R$ 71,00;
Sudeste (SP, MG): Média de R$ 70,00, com Campinas (SP) liderando a cotação a R$ 81,00;
Nordeste (BA, SE, TO): Média de R$ 60,00, com preços mais baixos devido à oferta elevada na região.
Expectativas para o Mercado do Milho
As projeções indicam que o preço do milho pode sofrer oscilações nos próximos meses, dependendo da demanda interna e das exportações.
A safra atual no Brasil teve impactos climáticos que podem afetar a produção e, consequentemente, os preços ao longo do ano. Além disso, fatores externos, como a demanda da China e os estoques globais, podem influenciar a precificação da commodity.
Oscilação entre oferta e demanda, condições climáticas adversas, política externa, cotação do milho na CBOT e custos de produção, também são alguns dos principais fatores que ter influência no valor de mercado.
Como está o desenvolvimento das lavouras de milho em 2025?
Em 2025, as lavouras de milho no Brasil apresentam um cenário positivo, com estimativas de crescimento na produção.
A Conab prevê 122 milhões de toneladas, um aumento de 5,5% em relação ao ano anterior, impulsionado por uma expansão de 2,1% na área cultivada e recuperação na produtividade projeta 120,6 milhões de toneladas, crescimento de 5,1%, com rendimento médio de 5.613 kg/ha .
No Sul, as chuvas favoreceram o plantio do milho, que atingiu 37% da área projetada, com produtividade estimada em 7.116 kg/ha .
Em Goiás, a primeira safra foi concluída antes do previsto, com 27,5% das lavouras em enchimento de grãos até janeiro .
Entretanto, no Cerrado e no Centro-Oeste houveram em atrasos no plantio da soja e do milho, exigindo estratégias de mitigação . Apesar disso, a boa oferta do grão poa estabilização dos preços internos .
De forma geral, as lavouras de milho no Brasil é promissora para 2025, consolidando o país como um dos líderes globais na produção e exportação do cereal .
O mercado da soja é um dos pilares da economia global e o Brasil, um dos maiores produtores e exportadores da cultura, tem um papel estratégico no abastecimento mundial.
A soja, presenta na alimentação humana, na produção de ração animal e ba fabricação de biocombustíveis, ter uma forte influência na balança comercial brasileira.
Nos últimos anos, o preço da soja apresentou variações, impulsionado por fatores climáticos, geopolíticos e econômicos.
Produção de Soja no Brasil para 2025
O Brasil segue como um dos principais produtores e exportadores de soja do mundo. Para a safra 2024/25, a produção está estimada em 169 milhões de toneladas, um aumento em relação às safras anteriores.
Esse crescimento reflete o avanço da tecnologia agrícola, a expansão da área plantada e o uso de práticas de manejo mais eficientes.
As principais regiões produtoras, como Mato Grosso, Paraná, Goiás, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul, devem manter uma participação expressiva na produção nacional.
No entanto, as condições climáticas, como a influência do El Niño ou La Niña, podem impactar diretamente o desempenho das lavouras e, consequentemente, o preço da soja.
Qual a previsão para a safra de soja 2025?
A previsão da safra de 2025 aponta para um volume recorde de 169 milhões de toneladas no Brasil. Esse resultado depende de fatores climáticos favoráveis e de uma boa gestão agronômica.
No cenário internacional, é esperado uma produção global de 427,1 milhões de toneladas, com destaque para a recuperação da produção na Argentina, estimada em 50 milhões de toneladas.
A implementação deestratégias de manejoadequado e monitoramento contínuo vão ajudar a garantir que a safra alcance seu potencial máximo e contribua para a manutenção da competitividade do Brasil no mercado global.
Estoques globais e o impacto no preço da soja
A expectativa é de que os estoques finais globais alcancem 131,9 milhões de toneladas, representando um aumento de 17,6% em relação ao ciclo anterior.
Esse crescimento ocorre devido à expansão da produção global, não acompanhada pelo consumo no mesmo ritmo.
No Brasil, o estoque final da safra 2024/25 está projetado em 33,5 milhões de toneladas, acima dos 28 milhões de toneladas da safra anterior, mas ainda abaixo dos níveis observados em anos anteriores.
Estoques elevados tendem a pressionar o preço da soja para baixo, uma vez que indicam maior disponibilidade do grão no mercado.
As políticas de exportação dos países produtores, variações no câmbio e os custos logísticos também influenciam a formação dos preços.
A demanda chinesa, que representa a maior fatia das importações globais de soja, será um fator determinante para a sustentação das cotações, especialmente diante das incertezas no mercado internacional.
Diante desse cenário, o monitoramento constante das tendências de mercado e o uso de estratégias de comercialização vão fazer diferença para otimizar a rentabilidade da safra.
Fatores que influenciam o preço da soja
Os impactos climáticos são um dos principais fatores de impacto na produção e, consequentemente, nas cotações da soja.
A dinâmica de oferta e demanda global, os estoques finais, os custos logísticos e as políticas comerciais dos principais países produtores e importadores influenciam diretamente o mercado, além de:
Taxa de câmbio: A valorização ou desvalorização do real frente ao dólar influencia diretamente a competitividade da soja brasileira no mercado internacional.
Custo de produção: Os preços dos insumos agrícolas impactam o custo final da produção e, consequentemente, o preço da soja.
Política internacional: Questões geopolíticas podem afetar o fluxo comercial e as cotações da soja.
Qual o valor da soja 2025?
As projeções indicam que o preço da soja deve variar entre US$21,4 e US$22,0 por saca no mercado internacional, considerando o período entre janeiro e julho de 2025.
No Brasil, com um câmbio estimado em torno de R$6,00, o preço da soja deve se manter abaixo de R$140,00 por saca.
As oscilações no câmbio e nos custos logísticos podem impactar diretamente a competitividade da soja brasileira no mercado externo.
Outro ponto de atenção é o comportamento dos prêmios de exportação nos portos brasileiros, que podem alterar os valores pagos ao produtor.
Caso a safra americana tenha alguma quebra de produção ou a demanda global aumente além do esperado, os preços podem apresentar recuperação ao longo do ano.
Qual a probabilidade da soja subir?
A probabilidade da soja subir em 2025 está ligada a fatores como: quebras de safra em países produtores, aumento da demanda internacional e oscilações cambiais significativas.
Se ocorrerem condições climáticas adversas em regiões produtoras importantes, a tendência é de alta nas cotações da soja.
Por outro lado, os estoques globais elevados podem limitar o potencial de valorização.
Qual a previsão do preço da soja no futuro?
As previsões para o preço da soja em 2025 tem algumas divergências entre os analistas. De acordo com portais de notícias, é esperado que o preço da soja se mantenha abaixo de R$140,00 por saca, considerando um câmbio de R$6,00 por dólar, por conta da produção e estoques mundiais recordes.
É prevista uma recuperação nos preços, fundamentada no aumento contínuo da demanda global e na expectativa de estoques estáveis, o que poderia impulsionar os preços no mercado internacional
É importante entender que o mercado de soja é influenciado, principalmente, pelo clima e as políticas comerciais, o que pode resultar em volatilidade nos preços ao longo do ano.
A exportação de produtos agrícolas é uma grande oportunidade para produtores rurais que desejam expandir seus negócios para o mercado internacional.
No entanto, para que essas operações ocorram de forma regular e sem complicações, é preciso compreender a Nota Fiscal para Exportação de Produtos Agrícolas.
Esse documento é obrigatório e garante que a transação esteja em conformidade com a legislação brasileira e as exigências do país de destino.
Emitir nota fiscal produtor ruralcorretamente evita problemas com a Receita Federal, simplifica processos logísticos e assegura que a mercadoria possa sair do país sem entraves burocráticos.
O que é a Nota Fiscal para Exportação de Produtos Agrícolas?
A nota fiscal de exportação é um documento eletrônico que formaliza a saída de produtos agrícolas do Brasil para outros países.
A partir disso, é possível registrar todas as informações da transação, garantindo que o governo tenha controle sobre os produtos exportados e o cumprimento das obrigações fiscais.
Esse tipo de nota não tem incidência de impostos como ICMS, PIS e COFINS, pois as exportações são incentivadas pelo governo com isenção fiscal.
No entanto, a emissão da nota exige um processo correto para garantir que a mercadoria possa ser embarcada e desembaraçada no país de destino sem dificuldades.
Quem deve emitir a Nota Fiscal para Exportação?
A emissão da nota fiscal para exportação de produtos agrícolas é obrigatória para todos os produtores rurais que realizam vendas diretas para compradores estrangeiros.
As empresas intermediárias, como tradings e cooperativas, também precisam emitir esse documento quando atuam como responsáveis pela comercialização da produção para o exterior.
Se o produtor rural vende sua mercadoria para uma empresa nacional que, por sua vez, irá exportar o produto, a NF emitida será uma nota fiscal de venda no mercado interno, e a responsabilidade da exportação será da empresa compradora.
Mas, se o próprio produtor estiver enviando os produtos para fora do Brasil, ele precisa emitir a nota fiscal eletrônica de exportação diretamente.
Quais informações devem constar na Nota Fiscal de Exportação?
Para que a nota seja aceita e válida para os processos de exportação, ela deve conter informações detalhadas sobre a operação. Entre os principais dados obrigatórios, estão:
Descrição detalhada dos produtos exportados, incluindo espécie, variedade e unidade de medida.
Quantidade e valor total da mercadoria, especificando a moeda utilizada na transação.
Código Fiscal de Operações e Prestações (CFOP), que identifica a natureza da operação. Para exportação, os códigos mais comuns são:
7501 – Exportação direta.
7502 – Exportação por meio de empresa comercial exportadora.
Dados do comprador no exterior, incluindo nome, endereço e país de destino.
Número do Registro de Exportação (RE), caso seja exigido pela Receita Federal.
Informações sobre frete e seguro, indicando quem é o responsável pelo transporte da mercadoria.
A legislação para emissão de nota fiscal de exportação determina que o documento seja emitido no formato eletrônico (NF-e), devidamente assinado digitalmente e transmitido à Receita Federal para validação.
Qual o CFOP para exportação?
O CFOP usado para operações de exportação é o 7900. O código é específico para identificar operações de venda de mercadorias para o exterior, ou seja, quando há exportação de produtos.
Além do 7900, existem outros códigos relacionados à exportação, como:
1. Exportação Direta (realizada pelo próprio produtor ou empresa)
CFOP 7.101 – Venda de produção própria para exportação
CFOP 7.102 – Venda de mercadoria adquirida de terceiros para exportação
2. Exportação Indireta (quando a venda é feita para uma trading/exportadora no Brasil)
CFOP 5.501 – Venda de produção própria para empresa comercial exportadora (dentro do estado)
CFOP 6.501 – Venda de produção própria para empresa comercial exportadora (fora do estado)
3. Exportação Temporária (quando o bem sai do Brasil, mas deve retornar depois)
CFOP 7.501 – Remessa de mercadoria para exportação temporária
4. Exportação Ficta (quando a mercadoria é vendida para o exterior sem sair fisicamente do Brasil)
CFOP 7.127 – Venda de mercadoria adquirida ou recebida de terceiros, destinada a exportação ficta.
Cada operação pode ter particularidades dependendo do estado e da legislação fiscal vigente. É sempre bom confirmar com um contador ou consultar a Sefaz para garantir o uso certo.
4 tipos de Exportação e a Emissão da Nota Fiscal
Cada tipo de exportação requer a emissão de uma nota fiscal específica, que podem ocorrer de quatro formas diferentes, cada uma com suas particularidades na emissão da NF-e. Veja a seguir:
Exportação Direta: Quando o próprio produtor rural vende e envia seus produtos diretamente para um comprador estrangeiro. Neste caso, a NF-e de exportação deve ser emitida pelo produtor.
Exportação Indireta: O produtor vende a mercadoria para uma empresa intermediária, como uma trading ou cooperativa, que fará a exportação. Aqui, o produtor emite uma nota de venda comum, enquanto a empresa intermediária emite a NF-e de exportação.
Exportação Temporária: Quando produtos agrícolas são enviados para o exterior temporariamente, por exemplo, para testes ou feiras internacionais. A nota fiscal deve conter essa informação específica para evitar incidência de tributos.
Exportação Consignada: Quando os produtos são enviados para o exterior sem venda imediata, ficando em estoque no país de destino até que um comprador adquira a mercadoria. A NF-e deve informar que se trata de uma remessa para consignação.
Cada modalidade tem exigências próprias, e o produtor deve estar atento à correta emissão da nota fiscal para evitar problemas alfandegários.
Como emitir a Nota Fiscal de Exportação?
O processo de gerar nota fiscal para exportação de produtos agrícolas exige alguns documento, como a nota fiscal eletrônica comum. A maior diferença, é que você vai precisar garantir a conformidade aduaneira da operação. Veja mais informações:
Tenha um Certificado Digital: Esse documento eletrônico garante a autenticidade da nota e é necessário para sua validação na Receita Federal;
Utilize um Sistema Emissor de NF-e: A nota fiscal eletrônica deve ser emitida por meio de um software autorizado, que pode ser privado ou fornecido pelo governo estadual;
Preencha corretamente todos os dados da NF-e, incluindo descrição dos produtos, valores, CFOP adequado, informações do comprador estrangeiro e demais exigências legais;
Envie a NF-e para a Receita Federal, por meio do sistema emissor, para que seja validada;
Gere o Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica (DANFE), que acompanha a mercadoria no transporte e é utilizado para conferência pelos órgãos alfandegários;
Declaração Única de Exportação (DU-E): Após a emissão da NF-e, faça a DU-E no Portal Único Siscomex, que controla todas as operações de comércio exterior.
Despacho Aduaneiro: Com a DU-E validada, a mercadoria está pronta para o despacho aduaneiro. Este processo envolve a apresentação da NF-e e a DU-E.
É importante destacar que a NF-e de exportação deve ser gerada antes do início do transporte das mercadorias até o local de embarque.
O prazo é de até 24 horas após a saída dos produtos do estabelecimento do exportador. Caso a nota não seja emitida, ou contenha erros ou omissões, o exportador pode ser penalizado com multas e juros, além do risco de cancelamento da operação pela Receita Federal.
O milhoé cultivado em praticamente todos os continentes, se destacando como uma commodity para alimentação humana, ração animal e matéria-prima para a indústria.
De acordo com a FAO, a produção mundial de milho ultrapassa 1 bilhão de toneladas anuais, com os Estados Unidos liderando o ranking como maior produtor global.
No Brasil, o milho ocupa uma posição estratégica na agricultura, sendo cultivado em diferentes regiões e condições climáticas. Os principais estados produtores incluem Mato Grosso, Paraná, Goiás, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, que juntos respondem por mais de 70% da produção nacional.
O território brasileiro é o terceiro maior produtor de milho do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e da China, se consolidando também como um dos principais exportadores globais.
O que é milho safrinha?
A safrinha do milho é o cultivo realizado após a colheita da safra principal, geralmente sem a dependência das chuvas mais regulares, características do período de verão.
O termo “safrinha” significa literalmente “pequena safra”, mas, na prática, isso mudou. Hoje, em muitas regiões, ela representa produções expressivas, até mesmo superiores às da primeira safra.
A safrinha normalmente ocorre entre fevereiro e setembro, dependendo da região e do calendário da safra anterior, principalmente da soja, cultura comumente utilizada no sistema de rotação.
Qual a época de plantar milho safrinha?
A época ideal para plantar milho safrinha varia conforme a região e o calendário climático, mas costuma ser logo após a colheita da soja, entre janeiro e março.
O fator mais importante é a janela climática porque o milho safrinha depende da umidade residual do solo e pode sofrer com a falta de chuvas no final do ciclo.
Por conta disso, o grão é plantado em sistema de sequeiro, aproveitando a umidade residual do solo.
Calendário de plantio do milho safrinha:
Centro-Oeste: Plantio entre janeiro e fevereiro, colheita de junho a agosto;
Sudeste: Plantio de fevereiro a março, colheita de julho a setembro;
Sul: Plantio em março e abril, colheita entre agosto e outubro.
Atenção ao ZARC (Zoneamento Agrícola de Risco Climático) do governo, que define períodos de menor risco para cada município. O planejamento deve considerar o ciclo da cultivar escolhida e a previsão climáticapara evitar estiagens ou geadas tardias.
O milho safrinha pode ser cultivado em todo o Brasil?
Sem irrigação, ao contrário do que muitos pensam, o milho 2ª safra não pode ser cultivado em todo o Brasil.
Atualmente, com o avanço da importância da safrinha na economia brasileira, novos centros de pesquisas e empresas privadas estão investindo tempo e dinheiro para desenvolvimento de novas variedades.
Frente a isso, novas variedades estão aparecendo no mercado, o que facilita o plantio em certas regiões do Brasil que ainda não aparecem no mapa de zoneamento.
Qual a diferença entre milho safrinha e milho primeira safra?
O milho da safra principal é cultivado durante o período chuvoso, enquanto o milho safrinha ocorre em uma época de menor disponibilidade hídrica, exigindo práticas de manejo mais específicas. Veja mais detalhes abaixo:
Característica
Milho Safra Principal
Milho Safrinha
Época de Plantio
Primavera/verão (outubro-dezembro)
Verão/outono (janeiro-março)
Disponibilidade de Água
Alta (período chuvoso)
Baixa (período seco)
Produtividade
Potencial elevado
Variável
Finalidade
Alimentação humana e sementes
Ração animal e indústria
Riscos Climáticos
Menores riscos de estresse hídrico
Risco de seca e geadas
A tabela destaca que o milho safrinha, apesar de enfrentar desafios como menor disponibilidade de água e maior exposição a riscos climáticos, tem se consolidado como uma importante fonte de grãos para o mercado interno e externo.
O uso de tecnologia e o manejo têm permitido que a produtividade da safrinha se aproxime da safra principal em algumas regiões.
O ciclo do milho safrinha difere da safra normal?
Em geral, não existe diferença entre a cultivar de milho da safra normal e da safrinha. Mas a época que o milho é cultivado faz com que o ciclo mude um pouco, por conta dastemperaturas menores e as horas de sol também.
Assim, há o prolongamento do ciclo do milho safrinha até a colheita se compararmos com o milho na safra normal.
Esse prolongamento pode chegar até a um mês, especialmente na região sul e sudeste do país, devido à menor disponibilidade de calor.Por essa razão, apenas parte dos híbridos no mercado pode ser cultivado nas condições ambientais da safrinha (outono-inverno e sem irrigação).
Quanto mais as plantas de milho prolongam seu ciclo nessa época, maior a probabilidade de falta de água.Além disso, menor será a temperatura e a radiação solar, já que vamos nos aproximando do inverno.
O ciclo do milho safrinha pode variar bastante. Híbridos superprecoces de milho completam o ciclo entre 105 e 125 dias, enquanto o ciclo dos precoces varia de 115 a 130. Já o ciclo dos híbridos normais varia entre 125 e 140 dias.
As cultivares de milho tendem a prolongar seu ciclo quanto mais tarde é o semeio, mesmo levando em consideração sua precocidade.
Por isso, nos casos em que a safra de verão teve sua colheita atrasada, é interessante a utilização de milho 2ª safra mais precoce.Assim, a planta sairá do campo antes e sofrerá menos os déficit ambientais (água, luz e temperatura).
Como fazer o plantio de milho safrinha?
O milho safrinha representa cerca de 75% da produção total de milho do Brasil, sendo um dos principais produtos para abastecer o mercado interno e a exportação.
Por ser uma safra que acontece em um período do ano com maior risco de estiagens, temperaturas elevadas e ataques de pragas, o plantio requer atenção especial a alguns fatores:
1. Escolha da cultivar
Prefira híbridos de ciclo precoce ou superprecoce, tolerantes ao estresse hídrico e com resistência a pragas e doenças comuns no período seco.
Segundo informações da Embrapa, o uso de híbridos adaptados pode aumentar a produtividade em até 15%.
O milho safrinha geralmente é plantado após a soja, o que pode reduzir a disponibilidade de nitrogênio no solo.
A recomendação é aplicar de 80 a 150 kg/ha de N, dependendo do histórico da área e da expectativa de produtividade.
3. Preparo da área
O plantio diretoé uma prática comum, que preserva a umidade do solo e melhora a estrutura física, reduzindo riscos de erosão.
Estudos apontam que essa técnica pode manter até 30% mais umidade no solo em comparação ao plantio convencional.
4. Densidade de semeadura
Ajuste conforme o potencial hídrico da região e o espaçamento entre linhas. Em áreas com maior risco de estiagem, é recomendado populações entre 50.000 e 65.000 plantas/ha.
Já nas regiões com maior disponibilidade hídrica, é possível trabalhar com até 80.000 plantas/ha para maximizar a produtividade.
5. Época de plantio
A janela ideal varia conforme a região, mas a semeadura deve ocorrer logo após a colheita da soja, geralmente entre janeiro e março, para evitar riscos climáticos como a estiagem e geadas tardias.
O atraso no plantio pode reduzir o potencial produtivo, já que a cultura entra em estágios críticos de desenvolvimento durante períodos de menor disponibilidade hídrica.
6. Manejo fitossanitário
A pressão de pragas como a cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis) tem aumentado. O monitoramento e o controle integrado são essenciais para evitar perdas significativas, que podem chegar a até 70% em casos de infecção severa por enfezamento.
Qual híbrido escolher para minha safrinha?
A escolha do híbrido para a safrinha de milho deve considerar condições climáticas, tipo de solo e objetivos de produtividade, por envolver um ciclo de cultivo mais curto e maior exposição a condições climáticas instáveis.
A adaptação do híbrido às características regionais e ao perfil de solo também devem ser levadas em consideração para garantir uma boa produtividade e reduzir riscos. Aqui vão alguns pontos a serem analisados:
Ciclo do híbrido;
Tolerância ao estresse hídrico;
Resistência a pragas e doenças;
Potencial produtivo;
Adaptação regional.
Exemplos de híbridos com características favoráveis para a safrinha:
Pioneer 30F53: Híbrido de ciclo curto e resistência a doenças e pragas, com boa adaptação para o milho safrinha.
Dekalb 30A20: Híbrido precoce, resistente ao estresse hídrico e com bom potencial produtivo para a safrinha.
BASF 2B710: Híbrido com boa tolerância a pragas e doenças, ideal para o clima da safrinha.
Syngenta 2B710: Híbrido precoce, com boa resistência ao estresse e ao acamamento.
Como é a adubação no milho safrinha?
Estudos mostram que o milho safrinha cultivado em solos corrigidos não responde significativamente à adubação de macro e micronutrientes, exceto ao nitrogênio (N).
Por isso, a recomendação é focar na reposições dos nutrientes conforme a exportação de nutrientes pelas plantas de milho.
Para definir a dose de adubação, é importante calcular com base na quantidade de nutrientes que a planta vai retirar do solo, conforme a tabela de exportação abaixo.
Em lavouras com soja como cultura anterior, a fixação biológica de nitrogênio pode deixar um residual de 35 a 45 kg de N por hectare no solo, o que deve ser descontado da dose de adubação nitrogenada.
Se optar por aplicação de nitrogênio em cobertura, é preciso fazer a aplicação no início do ciclo, entre as fases V2 ou V3, devido à menor quantidade de chuvas e à instabilidade climática nesse período.
Para solos corrigidos e na safrinha de milho, não há necessidade de se preocupar com a adubação de Cálcio (Ca), Magnésio (Mg) e Enxofre (S), pois esses nutrientes geralmente estão presentes em quantidade suficiente no solo.
Quais as principais pragas da safrinha de milho?
O milho safrinha, apesar de ser rentável, passa por desafios fitossanitários significativos pelo plantio em uma época mais seca e quente.
Um clima desse tipo favorece o ataque de pragas que podem causar prejuízos à produtividade, reduzindo o potencial produtivo e comprometendo a qualidade dos grãos.
O manejo eficiente dessas pragas depende de estratégias como monitoramento frequente, controle químico e biológico, rotação de culturas e o uso de cultivares resistentes, especialmente híbridos Bt (Bacillus thuringiensis), que apresentam resistência a lagartas.
A melhor estratégia para aspragas do milho do milho safrinha, é conhecer quais são as principais e os melhores métodos para acabar com elas. Confira:
1. Cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis)
Dano: Transmite os enfezamentos pálido e vermelho e vírus da risca, que reduz a produtividade em até 70%;
Sintomas: Folhas amareladas ou vermelhas, crescimento atrofiado e redução do número de grãos por espiga. O enfezamento pode causar o murchamento e quebra precoce das plantas;
Controle: Uso de híbridos tolerantes, tratamento de sementes com inseticidas sistêmicos e manejo com inseticidas foliares.
Dano: Ataca as folhas, reduzindo a área fotossintética e prejudicando o desenvolvimento das plantas. Pode perfurar a espiga, afetando a qualidade do grão;
Sintomas: As folhas ficam com buracos irregulares e furo nas espigas, levando à desfolha prematura. Em ataques severos, a planta pode perder até 50% da área foliar;
Controle: Uso de cultivares Bt, rotação de inseticidas e monitoramento regular.
Dano: Ataca as plântulas logo após a emergência, causando deformações e até a morte das plantas;
Sintomas: As plantas ficam com pontos necróticos nas folhas jovens, distorção e murchamento das folhas. Em ataques mais intensos, as plantas podem morrer ainda na fase inicial;
Controle: Tratamento de sementes e aplicação de inseticidas no início do desenvolvimento da lavoura.
Dano: Sugam a seiva da planta, enfraquecendo e transmitindo viroses.
Sintomas: Amarelecimento das folhas e enrolamento das pontas. Quando há infecção viral, pode ter distorções nas folhas e redução do vigor das plantas.
Controle: Monitoramento, controle biológico com inimigos naturais e, se necessário, aplicação de inseticidas seletivos.
5. Lagarta-rosca (Agrotis ipsilon)
Dano: Corta as plântulas na base do caule, causando falhas no estande.
Sintomas: Quebra das plantas na base, deixando tombadas, ou buracos nas raízes. O ataque pode levar à morte das plantas ainda na fase inicial em casos mais severos.
Controle: Tratamento de sementes e aplicação de iscas tóxicas.
O controle dessas pragas exige monitoramento constante e estratégias integradas, como o uso de híbridos resistentes, rotação de culturas e controle químico quando necessário. Para não ter erro, opte pelo Monitoramento Integrado de Pragas.
Colheita do milho safrinha
A colheita do milho safrinha acontece quando o grão atinge a umidade ideal, entre 13% e 15%. A colheita precoce pode gerar custos adicionais de secagem e risco de perda de qualidade, além de prejudicar o rendimento, já que os grãos podem não ter atingido o peso ideal.
Por outro lado, a colheita tardia pode aumentar o risco de perdas por acamamento, deterioração dos grãos e maior exposição a pragas, como broca-do-milho e fungos que comprometem a qualidade dos grãos e a sanidade da lavoura.
É importante observar que o milho atinge a maturação fisiológica quando o grão atinge a firmeza e a casca se torna dura.
Esse é o melhor momento para a colheita, garantindo maior eficiência no processo e qualidade do produto final.
Uma boa prática é monitorar a umidade de cada talhão da lavoura com medidores de umidade e observar a coloração das espigas, para evitar perdas e a otimizar os custos com secagem.
E se o clima estiver muito úmido, pode considerar a colheita antecipada para evitar o risco de grãos brotados ou a proliferação de fungos durante o armazenamento.
Dicas para uma colheita segura
Realize calibrações periódicas das máquinas;
Monitore a umidade dos grãos durante a colheita;
Evite colheitas em dias de alta umidade relativa do ar;
Verifique e ajuste a velocidade da colhedora conforme as condições da lavoura;
Mantenha as lâminas e facas da colhedora afiadas;
Faça inspeções regulares para evitar perdas por vazamentos;
Utilize peneiras adequadas para diferentes condições de grãos;
Evite o acúmulo excessivo de material na plataforma da colhedora;
Planeje a logística de transporte para evitar o acúmulo de grãos colhidos no campo;
Realize treinamentos periódicos para operadores de máquinas.
Como fica o custo de produção do milho safrinha?
O custo de produção do milho safrinha pode ser mais vantajoso em comparação com o milho da safra principal, principalmente devido a algumas características específicas dessa modalidade de cultivo, como:
1. Preços mais baixos de insumos
Como o milho safrinha é cultivado fora da safra convencional, os preços dos insumos tendem a ser mais baixos.
Isso ocorre devido à oferta e demanda fora da janela de pico, com menor demanda para fertilizantes e outros insumos, o que reduz os custos.
2. Aproveitamento de insumos da safra anterior
Na safrinha, é possível aproveitar muitos dos insumos utilizados na soja ou outras culturas anteriores, o que diminui a necessidade de novos aportes. Isso reduz o custo de fertilizantes e corretivos para o solo.
3. Preços de venda durante a entressafra
Embora os preços de venda do milho possam ser menores em alguns períodos, a colheita do milho safrinha ocorre na entressafra, quando a oferta de grãos no mercado é menor. Isso pode resultar em preços mais vantajosos, pois a oferta do produto é reduzida no mercado.
4. Maior produtividade para compensar preços baixos
Mesmo que os preços de venda estejam ruins, a maior produtividade do milho safrinha, devido ao seu ciclo mais curto, pode compensar a queda nos preços.
A chave está em aumentar a produção, com o auxílio de boas práticas agrícolas e escolha de híbridos eficientes.
Recentemente, uma notícia alarmante revelou que uma praga da Ásia, o percevejo-de-pintas-amarelas, chegou ao Brasil pelo Porto de Santos.
O agronegócio brasileiro enfrenta um novo desafio que pode comprometer a produtividade de diversas culturas: a chegada do percevejo-de-pintas-amarelas, uma praga exótica originária da Ásia.
Detectado recentemente no Porto de Santos, em São Paulo, o inseto já acendeu um alerta entre especialistas e produtores rurais devido ao seu alto potencial de disseminação e aos prejuízos que pode causar.
Com o histórico de outras pragas invasorasque afetaram a agricultura nacional, o aparecimento do percevejo-de-pintas-amarelas reforça a importância de uma vigilância fitossanitária rigorosa e da adoção de estratégias de manejo eficientes para mitigar seus impactos.
O que é a praga asiática?
O percevejo-de-pintas-amarelas (Erthesina fullo) é uma praga originária da Ásia, conhecida por sua capacidade de se adaptar rapidamente a novos ambientes.
O inseto pertence à família Pentatomidae, a mesma de outras pragas já conhecidas na agricultura brasileira.
O percevejo tem um corpo marrom-acinzentado, com características pintas amarelas nas laterais do abdome, que facilitam sua identificação.
No Brasil, embora ainda não tenha causado danos significativos, passou a ser considerado uma praga quarentenária devido ao seu potencial de proliferação rápida e aos danos significativos que causa nas culturas agrícolas.
Além disso, sua alta mobilidade e capacidade de sobreviver em diversas condições climáticas o tornam uma ameaça constante.
Figura 1. Percevejo-de-pintas-amarelas (Erthesina fullo) — Foto: Yan Lima e G1 Globo (2025).
Características do Percevejo-de-Pintas-Amarelas
O Erthesina fullo é um inseto polífago, ou seja, se alimenta de diversos tipos de plantas. No continente asiático, é responsável por danos em algumas culturas.
Mesmo com a presença confirmada, no Brasil, ainda não há dados suficientes para afirmar se a espécie representa uma ameaça para as plantas cultivadas.
O inseto atinge de 1,2 a 1,5 cm de comprimento, com um corpo que pode variar entre verde e amarelo, marcado por pintas amarelas que facilitam sua identificação visual.
Quanto à reprodução, a fêmea deposita entre 50 a 200 ovos por vez, o que contribui para a rápida expansão da espécie em áreas infestadas.
O ciclo de vida completo do percevejo-de-pintas-amarelas dura de 4 a 6 semanas, desde a fase de ovo até a fase adulta, que pode se estender entre 2 a 4 meses, dependendo das condições ambientais e da disponibilidade de alimento.
Quais os perigos do percevejo-de-pintas-amarelas?
O principal perigo do percevejo-de-pintas-amarelas está na sua capacidade de causar prejuízos diretos à produção agrícola. Esse inseto se alimenta da seiva de plantas, perfurando folhas, frutos e caules, o que compromete o desenvolvimento das culturas.
Entre os impactos estão a redução da qualidade dos frutos, com o surgimento de manchas e deformidades, tornando os produtos menos atrativos para o mercado.
Além disso, há o comprometimento da produtividade, pois a alimentação excessiva do percevejo pode levar à queda prematura de frutos, prejudicando o rendimento final das safras.
Outro fator de risco é a possibilidade de o inseto atuar como vetor de doenças fúngicas e bacterianas, o que agrava ainda mais os danos, especialmente em culturas comerciais de grande valor econômico.
Quais culturas a praga asiática ataca?
O percevejo-de-pintas-amarelas é altamente polífago, ou seja, se alimenta de uma grande variedade de plantas. As culturas mais vulneráveis incluem:
Soja e milho: Comprometimento dos grãos e da produtividade;
Frutíferas: Como maçã, pêssego e uva, afetando diretamente a qualidade dos frutos;
Hortaliças: Prejuízos em culturas de tomate, pimentão e berinjela;
Plantas ornamentais e nativas: o que amplia o potencial de dispersão da praga.
Essa diversidade de hospedeiros torna o controle da praga ainda mais desafiador. Na China, programas de controle atuais para o percevejo, dependem principalmente de inseticidas químicos convencionais de amplo espectro, que nem sempre são compatíveis com programas de MIP
Manejo correto do percevejo-de-pintas-amarelas
O manejo eficientedo percevejo-de-pintas-amarelas requer uma abordagem integrada, que combina diferentes estratégias para minimizar o impacto da praga.
Algumas técnicas recomendadas incluem o monitoramento constante, para a identificação precoce da praga.
O uso de armadilhas de feromônio é eficaz para monitorar a presença do percevejo e avaliar a densidade populacional.
Além disso, o controle cultural com práticas agronômicas, como arotação de culturase o manejo adequado da vegetação espontânea, ajuda a reduzir os locais de abrigo e reprodução da praga.
O controle biológico, com a utilização de inimigos naturais, como vespas parasitoides, tem se mostrado uma alternativa promissora para o controle do percevejo em outros países.
Em casos de infestações severas, pode ser necessário o uso de inseticidas, mas o uso excessivo de produtos químicos deve ser evitado para prevenir o desenvolvimento de resistência.
O que a praga da Ásia pode causar na lavoura?
O dano direto ocorre pela sucção da seiva das plantas, resultando em murchamento das folhas e frutos, manchas escuras e necrose nos tecidos vegetais, deformidades em frutos e grãos, redução da capacidade fotossintética da planta e queda prematura de frutos e sementes.
Esses prejuízos podem levar a perdas econômicas significativas, afetando tanto pequenos produtores quanto grandes propriedades.
A praga asiática pode prejudicar a safra 2025/26?
Sim, o percevejo-de-pintas-amarelas representa uma ameaça real para a safra 2025/26, especialmente se a praga conseguir se estabelecer e se espalhar rapidamente pelo território nacional.
O impacto pode ser devastador, com prejuízos econômicos devido à perda de produtividade nas principais culturas agrícolas.
Além disso, haverá um aumento nos custos de produção, pois os produtores precisarão intensificar as práticas de manejo para controlar a praga, incluindo o uso de defensivos agrícolas e medidas preventivas.
Outro ponto de preocupação é o impacto ambiental, já que o uso descontrolado de produtos químicos pode afetar a biodiversidade e a saúde dos ecossistemas agrícolas.
Medidas de prevenção e controle para produtores
Para minimizar os riscos associados ao percevejo-de-pintas-amarelas, os produtores devem adotar uma série de práticas integradas.
Realizar inspeções frequentes nas lavouras é essencial, especialmente em regiões próximas a portos e áreas urbanas, onde a praga pode ter maior facilidade de entrada e dispersão.
Além disso, implementar omanejo integrado de pragas (MIP)permite combinar diferentes estratégias, como controle biológico, práticas culturais e o uso criterioso de defensivos agrícolas.
É importante manter contato constante com técnicos e órgãos de defesa agropecuária, que podem fornecer orientações atualizadas sobre o monitoramento e as melhores práticas de manejo.
Outra medida é evitar o transporte de materiais vegetais de áreas infestadas sem a devida inspeção fitossanitária, reduzindo o risco de disseminação da praga para novas regiões.
A Aegro está atenta às novidades do setor e pronta para apoiar os produtores na adoção de boas práticas de manejo.
Fique atento e compartilhe essas informações com outros profissionais do campo para juntos enfrentarmos esse novo desafio.
Engenheiro-Agrônomo (UFRA/Pará), Técnico em Agronegócio (Senar/Pará), especialista em Agronomia (Produção Vegetal) e mestre em Fitotecnia pela (Esalq/USP).
O milho é um dos principais cultivos no Brasil e no mundo. Além de ser essencial na alimentação humana e animal, é uma fonte de renda para os produtores e matéria-prima para diversas indústrias.
A cultura é uma das maiores geradores de empregos no setor agropecuário, tanto no campo quanto nas indústrias de processamento.
As perspectivas de crescimento da produção e a demanda interna e externa, principalmente da China e de outros países que importam grãos, fortalecem o papel do Brasil no mercado global de milho.
Se você busca maximizar a produtividade, explorar os tipos ou entender os segredos do mercado do milho, este guia completo é o seu ponto de partida.
Preparamos um conteúdo completo, desde o plantio e manejo até as estratégias para maximizar a lucratividade da sua lavoura de milho!
Cultura do milho no Brasil
O milho é uma planta cereal que pertence ao gênero Zea e à família das gramíneas, com uma grande variedade de usos, tanto para consumo humano quanto animal.
No Brasil, a leguminosa tem um papel significativo, tornando o país um dos maiores produtores e exportadores da cultura do mundo, com uma produção em torno de 100 milhões de toneladas por ano.
A produção é concentrada principalmente nas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste, sendo dividida em duas principais safras: a primeira safra, conhecida como milho verão, e a segunda safra, ou milho safrinha, que tem ganhado cada vez mais destaque.
Embora a maior parte da produção seja destinada ao consumo interno, uma boa parte é exportada, com destaque para países como China, Japão, União Europeia e nações da América Latina.
Esse cenário fortalece a balança comercial do Brasil, contribuindo para o superávit comercial e gerando substanciais receitas para a economia nacional.
Milho na nutrição animal e humana: Como é usado?
O milho é um alimento presente na alimentação dos animais e em diversos produtos para humanos, como o etanol, por exemplo.
Na nutrição animal, é usado como fonte de energia para aves e suínos, compondo até 80% das rações. Porém, apesar de nutritivo, o milho apresenta limitações em aminoácidos essenciais, exigindo a combinação com outros ingredientes para dietas equilibradas.
Variações na composição nutricional, como teor de óleo e amido, impactam diretamente o custo e a eficiência da alimentação animal.
Já para os humanos, se apresenta em diversas formas: pipoca nutritiva, minimilho e em produtos industrializados como amido, óleo e glúten.
Cada tipo de milho, do doce ao comum, encontra aplicações específicas na indústria e culinária, enriquecendo nossa dieta com variedade e benefícios nutricionais.
Quais são os tipos de milho para plantio?
Os tipos de milho para plantio podem ser classificados de acordo com seu uso, genética e características agronômicas.
A escolha da variedade ideal depende do objetivo da produção, das condições climáticas e do manejo agrícola. Os principais tipos são:
1. Milho Híbrido
É o mais utilizado no plantio comercial devido à sua alta produtividade e resistência a pragas e doenças. O milho híbrido é o resultado do cruzamento de linhagens puras para gerar plantas mais vigorosas, que podem ser:
Híbridos Simples: Cruzamento entre duas linhagens puras, oferecendo alto rendimento e uniformidade, mas com custo elevado;
Híbridos Duplos: Resultado entre dois híbridos simples, com menor custo e maior estabilidade produtiva em diferentes condições;
Híbridos Triplos: Formado pelo cruzamento entre um híbrido simples e uma linhagem pura, equilibrando produtividade e adaptação.
2. Milho Varietal (Polinização Aberta)
São variedades desenvolvidas a partir de seleções naturais ou melhoramento genético, permitindo que você colha e replante suas próprias sementes.
Embora tenham menor produtividade em comparação com os híbridos, são mais rústicos e adaptáveis a diferentes condições.
3. Milho Transgênico
O milho transgênico, como o milho Bt, revolucionou o controle de pragas pela resistência a lagartas, reduzindo a necessidade de aplicação de inseticidas químicos.
Essa tecnologia não apenas contribui para a sustentabilidade agrícola, diminuindo impactos ambientais, mas também melhora a segurança do trabalho no campo.
Para garantir a eficácia e a longevidade do milho Bt, é preciso adotar boas práticas, como o plantio de áreas de refúgio, o monitoramento constante de pragas e o manejo integrado para evitar o desenvolvimento de resistência dos insetos.
4. Milho Convencional
O milho convencional não tem modificações genéticas e é utilizado por produtores que desejam evitar transgênicos, seja por escolha própria ou para atender nichos de mercado, como a produção de milho orgânico.
5. Milho Orgânico
É conhecido pelo cultivo sem o uso de sementes transgênicas,fertilizantes químicos ou defensivos sintéticos.
Por conta disso, a produtividade pode ser menor do que a do milho convencional ou transgênico, mas atende a um público específico que busca alimentos livres de agroquímicos.
Cada tipo de milho tem suas exigências, vantagens e desafios. A escolha da variedade ideal deve levar em conta o mercado-alvo, as condições de solo e clima, além da disponibilidade de insumos e tecnologias na propriedade.
Milhos especiais: Pipoca, Doce, Milho-Verde e Minimilho
Os milhos especiais — como pipoca, doce, milho-verde e minimilho — são variedades com características distintas e são cultivados com objetivos específicos.
Cada tipo de grão de milho requer cuidados particulares e pode ter um impacto econômico diferente, tanto para os produtores quanto para as indústrias que os utilizam. Confira:
1. Milho de Pipoca
O milho de pipoca é uma variedade especial que tem grãos menores e uma casca mais espessa, ideal para estourar quando aquecido.
Agronomicamente, esse tipo de milho exige atenção especial no manejo, precisando de clima com temperaturas médias e umidade controlada, além de um solo bem drenado, com boa capacidade de retenção de nutrientes.
A colheita também deve ser realizada no momento certo, com os grãos secos a uma umidade ideal para evitar a perda de qualidade.
A produtividade do milho de pipoca é geralmente menor do que a do milho comum devido ao tamanho menor dos grãos e à necessidade de maior espaço entre as plantas.
Dentro disso, o uso de fertilizantes equilibrados e controle de pragas como lagartas e percevejos é fundamental.
2. Milho Doce
O milho doce é cultivado principalmente para consumo humano direto, sendo utilizado em conserva, congelado ou in natura. Seu maior diferencial é o sabor adocicado, uma característica marcante de suas variedades, como o milho para espiga.
Uma das condições desse tipo de milho é a demanda maior por fertilidade do solo, especialmente em termos de nutrientes como nitrogênio e potássio.
O solo deve ser bem preparado e irrigado para garantir o sabor e a qualidade dos grãos, já que a variedade é sensível a estresses hídricos.
Como a demanda por milho doce é voltada para consumo direto, a qualidade dos grãos e a precocidade da colheita são essenciais.
Por isso o controle de doenças, como a ferrugem e a podridão da espiga, é necessário para evitar perdas econômicas significativas.
3. Milho-Verde
O milho-verde é um tipo de milho consumido na fase jovem, antes de completar a maturação, sendo popular para consumo direto, como em pamonhas e curaus.
O cultivo exige irrigação mais constante e solos ricos em matéria orgânica para garantir o crescimento rápido das plantas e a formação de espigas suculentas.
A fertilização balanceada, com foco em nitrogênio, também é importante para o crescimento vigoroso da planta.
A principal preocupação no cultivo de milho-verde é o tempo de colheita, por precisar ser colhido em um estágio de maturação intermediária, demandando atenção ao ciclo de crescimento e ao clima da região.
A colheita precoce demais pode resultar em espigas de baixa qualidade, enquanto uma colheita tardia pode comprometer a doçura e a maciez.
4. Minimilho
O minimilho é uma variedade de milho com espigas menores, comumente utilizada em snacks e alimentos industrializados, como pipocas gourmet.
Apesar de ser uma variedade mais recente, tem ganhado cada vez mais popularidade no mercado alimentício.
A variedade exige o mesmo manejo básico do milho comum, mas com uma densidade de plantio maior para garantir uma boa produção de espigas pequenas.
As plantas são adaptadas a ciclos mais curtos e, muitas vezes, requerem menos espaço entre si. Isso torna o cultivo compacto, mas a qualidade do solo ainda é essencial para o desenvolvimento das plantas.
O controle de pragas e doenças é um dos grande desafios para a produção de minimilho, pois qualquer dano às pequenas espigas pode comprometer toda a lavoura.
Qual a janela de plantio do milho?
A janela de plantio do milho pode variar dependendo da região e dascondições climáticas locais, mas em geral, segue os seguintes padrões no Brasil:
1. Milho de Verão (Safra principal)
Plantio: O milho de verão é plantado geralmente entre fevereiro e março, quando as condições climáticas são mais favoráveis à germinação e ao crescimento, com boas chuvas.
Colheita: A colheita ocorre entre junho e agosto. Esse milho é geralmente o mais importante para a produção, especialmente na região Centro-Sul do Brasil.
2. Milho Safrinha (Segunda safra)
Plantio: O milho safrinha é cultivado após a colheita da soja, entre fevereiro e março, mas seu plantio é mais comum em abril. Essa safra é plantada em áreas onde a soja foi colhida mais cedo, aproveitando o clima de outono para um ciclo rápido.
Colheita: Ocorre entre junho e julho, dependendo das condições climáticas e da região. O milho safrinha tem uma janela de colheita mais curta, o que pode ser arriscado dependendo das chuvas.
3. Regiões e Adaptabilidade
Região Sul e Centro-Sul: Nessas áreas, o milho de verão é mais predominante e seu ciclo é mais longo devido às boas condições de clima.
Região Centro-Oeste e Norte: A região é muito voltada para a produção de milho safrinha, aproveitando o ciclo após a soja.
Região Nordeste: O milho é plantado em períodos mais curtos e com maior uso de irrigação devido à falta de chuvas constantes.
Calendário de plantio do milho no Brasil
Região
Período de Plantio
Período de Colheita
Sul
Setembro a Dezembro
Março a Maio
Sudeste
Setembro a Dezembro
Fevereiro a Abril
Nordeste
Outubro a Janeiro
Março a Junho
Norte
Março a Maio
Junho a Agosto
Centro-oeste
Outubro a Dezembro
Março a Maio
Quais são as etapas do ciclo do milho?
O ciclo do milho é composto por diferentes fases que determinam o desenvolvimento da cultura, desde a germinação até a maturação dos grãos. Neste sentido, a cultura pode ser dividida em fases vegetativas (V) e fases reprodutivas (R). Confira:
Fases vegetativas (V)
Germinação e emergência (VE): Ocorre logo após a semeadura, quando a semente absorve água, inicia a germinação e a plântula emerge do solo;
Estabelecimento da plântula (V1-V5): As primeiras folhas se desenvolvem, e a planta começa a formar o sistema radicular. Essa fase é crítica para o crescimento inicial;
Crescimento acelerado e emissão de folhas (V6-VT): O milho desenvolve um número maior de folhas e inicia o crescimento do colmo. A absorção de nutrientes e água aumenta significativamente.
Fases reprodutivas (R)
Emissão do pendão (VT): O pendão, estrutura reprodutiva masculina, se desenvolve e libera pólen para a polinização;
Floração e formação das espigas (R1): A polinização ocorre, e os grãos começam a se formar. Esse é um dos momentos mais sensíveis da cultura, pois estresses hídricos ou nutricionais podem comprometer a produtividade;
Granação (R2-R5): O amido começa a se acumular nos grãos, que passam por diferentes estágios: bolha (R2), leitoso (R3), farináceo (R4) e pastoso (R5);
Maturação fisiológica (R6) – Os grãos atingem a umidade ideal para colheita, e a planta começa a perder água naturalmente. Esse é o ponto de colheita para garantir qualidade e produtividade.
Cada fase do ciclo do milho exige manejos específicos, como controle de pragas, irrigação e adubação, para garantir uma lavoura produtiva e com alto rendimento.
Como preparar o solo para o cultivo do milho?
O preparo do solo é o alicerce para o desenvolvimento saudável do milho. O sistema convencional, com arado e grade, ainda é comum, mas exige atenção para evitar a compactação do solo, o temido “pé-de-grade”.
Alternar implementos, controlar a umidade ideal do solo e considerar métodos conservacionistas, como o plantio direto, são estratégias para preservar a estrutura do solo e otimizar a produção.
Além disso, para cada sistema de preparo, são necessários preparos diferentes. Confira mais informações abaixo:
1. Sistema convencional
O solo é mobilizado com arado e grade para descompactação e incorporação de matéria orgânica. O método pode causar a formação do chamado “pé-de-grade”, uma camada compactada abaixo da superfície que dificulta o desenvolvimento radicular.
Para evitar esse problema, é necessário alternar implementos, manejar a umidade do solo e evitar operações excessivas que possam comprometer sua estrutura.
2. Plantio direto
No plantio direto, a semeadura ocorre sobre a palhada da cultura anterior, sem revolver o solo. Esse sistema conserva a umidade, reduz a erosão e melhora a atividade biológica, além de aumentar a infiltração de água e minimizar a compactação superficial.
Com o tempo, também contribui para a retenção de carbono, melhora a estrutura do solo e reduz a dependência de maquinário pesado, tornando a lavoura mais sustentável e econômica.
3. Plantio mecanizado
O plantio mecanizado garante eficiência na implantação da lavoura, seja no sistema direto ou convencional.
A regulagem das semeadoras é importante para distribuir as sementes de forma uniforme, ajustar a profundidade correta e garantir a compactação ideal do solo.
Esses fatores influenciam diretamente a germinação, o vigor das plantas e a produtividade da lavoura. Além disso, uma calibração precisa reduz desperdícios e melhora o aproveitamento dos insumos.
Correção e adubação do solo para o plantio de milho
A correção e adubação do solo são passos que também entrar no preparo da lavoura de milho, garantindo que a cultura tenha os nutrientes necessários para um desenvolvimento saudável e produtivo.
A calagemé uma das primeiras práticas a serem consideradas, já que corrige a acidez do solo, melhora a disponibilidade de nutrientes e favorece a atividade microbiana.
O ideal é realizar a análise do solo com antecedência para definir a dose correta de calcário e aplicar o produto alguns meses antes do plantio.
Já a adubação deve ser feita com base nas necessidades nutricionais da cultura e nos resultados da análise do solo.
O milho responde bem à adubação fosfatada no sulco de plantio, que estimula o crescimento inicial das raízes. Enquanto o nitrogênio deve ser aplicado em cobertura, de forma parcelada, para melhor aproveitamento e menor risco de perdas por lixiviação.
O uso de adubação orgânica ou de fertilizantes de liberação controlada pode ser uma estratégia para melhorar a eficiência nutricional e reduzir impactos ambientais.
Além disso, a rotação de culturas com leguminosas ajuda a manter a fertilidade do solo, reduzindo a necessidade de adubação nitrogenada.
Irrigação e Fisiologia do Milho
Airrigação do milho, embora não seja regra geral para grãos, é fundamental para sementes, milho-verde e milhos especiais.
A irrigação garante produtividade superior, permite o cultivo em épocas não convencionais e reduz riscos de perdas por estiagem.
A escolha do método de irrigação, como aspersão ou pivô central, e o manejo da irrigação, baseado em sensores de umidade e dados climáticos, são essenciais para o uso eficiente da água.
Outro ponto importante é compreender a fisiologia do milho, como o ciclo de vida, dividido em fases vegetativa e reprodutiva.
A produtividade da cultura está diretamente relacionada a fatores como estresse hídrico e térmico, polinização e formação dos grãos, processos interligados que impactam o desenvolvimento da planta.
Para otimizar o potencial produtivo, você deve monitorar os estágios de crescimento, planejar adequadamente a irrigação e realizara adubação de cobertura no momento certo.
Essas práticas, aliadas a um manejo eficiente, garantem que o milho alcance seu máximo rendimento.
Adubação do milho: Quais são os processos necessários?
A adubação de milho é uma ciência que busca fornecer os nutrientes certos, na dose e no momento ideais. Esse deve ser o ponto de partida em qualquer lavoura.
A calagem, essencial para corrigir a acidez do solo, e a escolha de adubos orgânicos e biológicos, como estercos e inoculantes, complementam a nutrição, promovendo um sistema agrícola mais equilibrado e sustentável.
O processo visa repor os nutrientes essenciais para a planta, otimizando seu crescimento e a formação dos grãos, que pode ser feito por etapas, como:
1. Análise do Solo
Antes de iniciar a adubação, é recomendado para uma análise do solo para entender as carências de nutrientes e a acidez do solo, fatores que impactam diretamente a eficácia da adubação.
O pH do solo também deve ser corrigido, caso seja necessário, para garantir que os nutrientes aplicados sejam absorvidos de maneira eficiente pelas plantas.
2. Principais Nutrientes para o Milho
O milho é uma cultura exigente em nutrientes, sendo essencial garantir que a planta tenha acesso aos três macronutrientes principais: Nitrogênio (N), Fósforo (P) e Potássio (K), além de outros micronutrientes como cálcio, magnésio e enxofre.
Potássio (K): O potássio ajuda no equilíbrio hídrico da planta, formação de grãos, contribuindo para a resistência a doenças e estresses climáticos.
Nitrogênio (N): Usado no crescimento vegetativo, formação de folhas e caules, sendo essencial para a fotossíntese e o desenvolvimento da planta. A aplicação de nitrogênio deve ser feita na fase inicial e vegetativa do milho, quando as plantas estão se desenvolvendo rapidamente.
Fósforo (P): Necessária para o desenvolvimento radicular e a formação de raízes fortes, além de ajudar na energia da planta, facilitando a fotossíntese. O fósforo é muito importante no momento do plantio e nas primeiras fases de crescimento.
3. Tipos de Adubação no Milho
Existem dois tipos principais de adubação: a adubação de base e a adubação de cobertura, feitas em momentos diferentes. Entenda:
Adubação de Base: Realizada antes ou no momento do plantio, é a aplicação de fertilizantes que fornecem os nutrientes essenciais para o início do desenvolvimento das plantas. Normalmente, é aplicada a maior parte do fósforo e potássio, que são nutrientes essenciais logo nas fases iniciais. Essa adubação pode ser feita por meio de fertilizantes misturados ao solo.
Adubação de Cobertura: É realizada durante o ciclo da cultura, após o estabelecimento inicial da planta. Normalmente, o nitrogênio é fornecido nessa etapa, pois o milho demanda uma maior quantidade desse nutriente durante seu crescimento vegetativo. A adubação de cobertura pode ser feita por meio de aplicação foliar ou no solo, dependendo da necessidade da cultura e da disponibilidade de tecnologia, como a utilização de semeadoras de plantio direto.
4. Estratégias de Adubação de Milho
O manejo adequado da adubação no milho pode ser otimizado por algumas estratégias, como adubação nitrogenada, inoculação com microrganismos e fertilização foliar.
Adubação Nitrogenada: O uso de fertilizantes nitrogenados deve ser feito com cuidado para evitar perdas, principalmente por volatilização. A aplicação do nitrogênio precisa ser em doses fracionadas, de modo que a planta receba a quantidade exata no momento que mais precisa.
Inoculação com Microrganismos: Utilizar biofertilizantes ou inoculantes, como a inoculação com bactérias fixadoras de nitrogênio, pode ajudar na eficiência do uso dos fertilizantes nitrogenados.
Fertilização Foliar: A aplicação de fertilizantes diretamente nas folhas pode ser uma estratégia eficiente para fornecer nutrientes, especialmente durante o período de maior demanda, como na fase de enchimento de grãos.
5. Épocas de Aplicação
Antes do Plantio: A aplicação de fósforo, potássio e, às vezes, uma parte do nitrogênio, deve ser feita antes ou durante o plantio.
Durante o Crescimento Vegetativo: A adubação nitrogenada deve ocorrer, em geral, de 30 a 40 dias após o plantio, quando a planta está na fase de maior crescimento.
Durante a Formação dos Grãos: A adubação de cobertura pode ser reavaliada durante a fase reprodutiva, se necessário, especialmente em solos de baixa fertilidade.
6. Cuidado com a Superdosagem
É importante não aplicar fertilizantes em excesso para não prejudicar o crescimento do milho e causar danos ao meio ambiente, como a contaminação das águas subterrâneas.
As recomendações de adubação devem sempre seguir as orientações da análise do solo e os dados técnicos, evitando a aplicação em excesso.
Defesa da Lavoura: Manejo de Pragas, Doenças e Plantas Daninhas do Milho
O manejo de plantas daninhas, doenças e pragas no cultivo do milho exige estratégias eficientes e bem planejadas. A fitotoxicidade por herbicidas, por exemplo, exige atenção na escolha e aplicação de produtos, para evitar danos às plantas.
O controle preventivo, como o uso de sementes de qualidade e a limpeza de equipamentos, aliado a práticas culturais, como rotação de culturas e espaçamento adequado, são fundamentais para manter a lavoura saudável.
O manejo integrado de pragas (MIP) surge como uma estratégia sustentável, combinando diversas táticas, como o controle biológico com predadores, parasitoides e patógenos, o uso de variedades resistentes e o monitoramento constante da lavoura.
O controle biológico, com organismos como joaninhas,vespinhas Trichogramma e bioinseticidas, como o Bacillus thuringiensis (milho Bt), são alternativas naturais e eficazes para proteger o milharal.
Além disso, o manejo integrado de pragas também é imposte após a colheita, garantindo a qualidade dos grãos armazenados e prevenindo perdas.
Essas práticas integradas garantem a saúde da lavoura e a qualidade da produção, promovendo uma agricultura mais eficiente e sustentável.
1. Manejo de Pragas
As pragas são um dos maiores desafios para a cultura do milho, podendo prejudicar o desenvolvimento das plantas, reduzir a produtividade e até comprometer a qualidade dos grãos. Algumas das pragas mais comuns são:
Lagarta do cartucho(Spodoptera frugiperda): Ataca principalmente as folhas do milho e pode causar danos severos, afetando o crescimento da planta;
Broca do milho (Sitophilus zeamais): Danifica os grãos, causando perda de qualidade e, muitas vezes, infestação no armazenamento;
Nematoides: Atacam as raízes, comprometendo a absorção de água e nutrientes, resultando em plantas atrofiadas, amareladas e com menor produtividade As principais espécies incluem o Meloidogyne spp., Pratylenchus spp., Helicotylenchus spp. e o Heterodera zeae,.
O manejo de pragas ainda pode ser feito a partir da combinação de técnicas, adaptando para às condições específicas de sua lavoura. Entre as práticas mais eficientes estão:
Rotações de culturas para evitar o acúmulo de patógenos no solo;
Uso de variedades resistentes às principais doenças;
As doenças podem afetar a planta em diversas fases do ciclo, desde o crescimento vegetativo até a fase reprodutiva. Para evitar a proliferação é indicado, em primeiro lugar, saber quais são as principais doenças do milho:
Ferrugem (Puccinia sorghi): Provoca manchas nas folhas e pode reduzir a fotossíntese da planta, afetando a produtividade;
Rizomania: Causada por fungos e bactérias, afeta as raízes e prejudica o crescimento da planta;
Fusariose (Fusarium spp.): Atinge o sistema vascular e pode levar à morte precoce das plantas.
A escolha do método de controle de doenças no milho depende de vários fatores, como o tipo de patógeno, o estágio da cultura, as condições climáticas e o nível de infestação. Apesar disso, algumas técnicas são recomendadas:
Rotações de culturas para evitar o acúmulo de patógenos no solo.
Uso de variedades resistentes às principais doenças.
Aplicações de fungicidas, sempre de acordo com a recomendação técnica.
3. Manejo de Plantas Daninhas
As plantas daninhas competem com o milho por nutrientes, luz e água, prejudicando o desenvolvimento das plantas e afetando a produtividade. Entre as plantas mais comuns estão:
Capim amargoso (Digitaria insularis): Pode se tornar resistente a herbicidas, como o glifosato, exigindo estratégias combinadas, como o manejo químico e cultural;
Cipó-chumbo (Raphanus raphanistrum): Pelo crescimento rápido e capacidade de reprodução, dificulta o manejo, exigindo controle preventivo e químico adequado. A rotação de culturas e o uso de herbicidas seletivos são estratégias eficazes para reduzir sua incidência na lavoura.
Para um manejo eficiente de plantas daninha, também recomendamos combinar diferentes estratégias, como:
Rotação de culturas: Ajuda a quebrar o ciclo das plantas daninhas e reduz sua incidência no solo;
Uso de herbicidas seletivos: Produtos específicos que controlam as invasoras sem prejudicar o milho, aplicados de forma estratégica conforme o estágio da cultura;
Capinas manuais ou mecanizadas: Métodos eficazes em áreas menores ou com alta infestação de plantas daninhas, auxiliando no controle inicial.
Para o processo ser ainda mais efetivo, leve em consideração o tipo de planta invasora, o estágio da cultura e as condições ambientais.
Armazenamento e Economia do Milho: Da Colheita ao Mercado
O armazenamento de milho é um pontos mais importantes para preservar a qualidade da colheita. A secagem de grãos adequada, a aeração eficiente e o controle de pragas são práticas para evitar perdas durante o armazenamento a granel em silos ou em paióis rústicos para a agricultura familiar.
Algumas boas práticas devem ser feitas para preservar sua integridade e reduzir os riscos de contaminação.
O primeiro passo é colher o milho no ponto ideal de umidade (entre 13% e 15%), pois grãos muito úmidos favorecem o desenvolvimento de fungos e micotoxinas. Após a colheita, faça a limpeza e a secagem para evitar fermentação e deterioração.
O milho pode ser armazenado em silos, armazéns graneleiros ou em bags, dependendo da estrutura disponível.
A ventilação adequada e o monitoramento constante da temperatura e umidade dentro dos armazéns são fundamentais para evitar o acúmulo de calor e a proliferação de pragas.
O uso de técnicas como a aeração controlada, o tratamento com inseticidas aprovados e a adoção de um controle rígido contra roedores e outras pragas agrícolas ajudam a manter a qualidade do milho durante o período de armazenagem.
Além disso, a rotação periódica dos estoques e a comercialização dentro do prazo adequado evitam perdas e garantem melhor valorização no mercado.
Armazenamento de milho: Mercado
No Brasil, o milho é um dos principais produtos de exportação, com mercados internos e externos que exigem um alto padrão de qualidade.
Por isso, o armazenado deve atender aos requisitos de classificação, como o teor de umidade, a ausência de impurezas e a integridade dos grãos. Grãos mal armazenados podem perder valor ou até inviabilizar a venda, comprometendo a rentabilidade do produtor.
Com a evolução das tecnologias de monitoramento e controle, como sensores de temperatura e umidade, é possível otimizar o armazenamento, garantindo que o milho esteja em perfeitas condições para a comercialização.
Além disso, o armazenamento em grande escala permite negociar volumes maiores, garantindo melhores preços e acordos com compradores, cooperativas ou empresas de processamento.
É importante considerar que o custo do armazenamento deve ser levado em conta na formação do preço de venda, pois estrutura inadequada ou manutenção deficiente pode resultar em prejuízos financeiros.
Clima e Zoneamento Agrícola para a cultura do Milho
O cultivo do milho é altamente dependente de condições climáticas favoráveis e de um zoneamento agrícola bem estruturado.
A escolha do local e o momento de plantio impactam diretamente a produtividade e a qualidade dos grãos, sendo fatores cruciais para o sucesso da lavoura. Neste sentido, tome cuidado com:
1. Condições Climáticas Ideais para o Milho
O milho requer clima tropical ou subtropical, com temperaturas médias entre 20°C e 30°C durante o ciclo de desenvolvimento. Temperaturas muito baixas ou muito altas podem prejudicar a germinação e o crescimento das plantas.
A cultura também necessita de uma quantidade significativa de radiação solar, que influencia diretamente na fotossíntese e, consequentemente, no crescimento da planta.
O excesso de umidade também pode favorecer o surgimento de doenças, enquanto a escassez de água prejudica o crescimento das plantas e o desenvolvimento dos grãos, afetando diretamente a produtividade
Portanto, o manejo eficiente da irrigação, em regiões onde a precipitação é insuficiente, é essencial para garantir bons resultados.
2. Zoneamento Agrícola
O zoneamento agrícola é a prática de dividir o território em áreas que têm características semelhantes em relação ao clima, solo e outros fatores, permitindo otimizar a produção agrícola de acordo com as condições locais. Para o milho, o zoneamento leva em consideração fatores como:
Temperatura e Estações do Ano: Identificar as regiões que apresentam as temperaturas ideais durante o período de crescimento do milho;
Pluviometria: Mapear as áreas com níveis adequados de precipitação para evitar períodos de seca no ciclo da cultura;
Tipo de Solo: A composição do solo, como pH, fertilidade e capacidade de retenção de água, deve ser analisada para determinar a adaptabilidade do milho àquela região.
Ao aplicar o zoneamento agrícola, é possível identificar as melhores regiões para o cultivo do milho e ajustar o calendário de plantio para evitar os riscos de perdas por clima desfavorável, como secas prolongadas ou geadas fora de época.
3. Impacto do Clima na Produtividade do Milho
O milho é sensível a mudanças climáticas, especialmente durante o florescimento e a formação de grãos. Estresses climáticos, como altas temperaturas durante a polinização, podem reduzir a fertilização e, consequentemente, a produtividade da lavoura.
Já a escassez de chuva nos períodos críticos de enchimento de grãos pode comprometer a qualidade e a quantidade da colheita.
Portanto, a integração do zoneamento agrícola com práticas de manejo adaptativas, como a escolha das variedades mais adequadas ao clima local, são estratégias essenciais para minimizar os impactos do clima e garantir boas colheitas.
Em resumo, o sucesso no cultivo do milho depende de um adequado entendimento do clima e das condições locais, aliados a um bom zoneamento agrícola.
Com essas ferramentas, você consegue planejar melhor o ciclo da cultura, otimizar o uso dos recursos e maximizar a produtividade.
As chuvas intensas têm sido uma realidade em diversas regiões do Brasil, causando preocupação entre os produtores rurais.
O excesso de água pode desencadear diversos problemas, sendo a erosão hídrica um dos mais graves. Além de comprometer a estrutura do solo, a erosão favorece o aparecimento de doenças, reduzindo a produtividade das lavouras e gerando prejuízos financeiros.
Neste artigo, vamos explicar o que é a erosão hídrica, suas causas, os tipos existentes, como afeta a agricultura e, principalmente, o que pode ser feito para prevenir e cuidar de solos encharcados.
O que é erosão hídrica?
A erosão hídrica é o processo de desgaste, transporte e deposição de partículas do solo provocado pela ação da água da chuva ou de cursos d’água.
Quando o solo não tem uma cobertura adequada ou está compactado ele se torna mais suscetível ao impacto das gotas de chuva que desagregam suas partículas e as transportam para outros locais.
Esse fenômeno afeta não apenas a qualidade do solomas também a produtividade das culturas e a sustentabilidade das propriedades rurais.
Como ocorre a erosão hídrica?
A erosão hídrica acontece quando a capacidade do solo de absorver a água da chuva é superada pela intensidade da precipitação, resultando no deslocamento de partículas de solo. Diversos fatores podem favorecer esse processo, como:
Chuva intensa: Aumenta o volume e a velocidade do escoamento superficial;
Solo desprotegido: Devido à falta de cobertura vegetal ou palhada, expondo o solo ao impacto direto das gotas de chuva;
Declive acentuado: Regiões inclinadas são mais propensas ao escoamento;
Compactação do solo: Reduz a capacidade de infiltração, aumentando o escoamento e o transporte de partículas.
Esses fatores combinados resultam em perdas de nutrientes, comprometendo asaúde do solo e a produtividade.
A adoção de práticas como o uso de coberturas vegetais, a rotação de culturas e o controle do uso de máquinas, pode ajudar a prevenir e mitigar a erosão hídrica.
Tipos de erosão do solo
Existem diferentes tipos de erosão que afetam as propriedades rurais, cada uma com características e impactos específicos.
O processo acontece quando agentes como água e vento removem as camadas superficiais do solo, levando os nutrientes para o desenvolvimento das plantas. Dependendo das condições, diferentes formas de erosão podem se manifestar. Confira:
1. Erosão laminar
É o estágio inicial do processo erosivo, no qual uma fina camada superficial do solo é removida de forma uniforme pela água.
Costuma ser difícil de detectar, pois o solo parece intacto a olho nu, mas perde nutrientes e matéria orgânica essenciais, comprometendo sua fertilidade.
2. Erosão em sulcos
Ocorre quando a água escoa em linhas específicas, formando pequenos canais ou ranhuras no solo. Esses sulcos indicam um agravamento do processo erosivo e podem se expandir com o tempo, dificultando o manejo do solo da área afetada.
Se não forem controlados, podem evoluir para ravinas, comprometendo afertilidade do solo e aumentando as perdas de nutrientes e matéria orgânica.
3. Erosão em ravinas
As ravinas comprometem significativamente o uso da terra para a agricultura, pois dificultam o tráfego de máquinas e reduzem a área cultivável.
Além disso, expõe camadas mais profundas do solo, empobrecendo e acelerando a degradação do solo na área afetada.
A recuperação das áreas afetas exige intervenções como barragens de contenção, reflorestamento e práticas conservacionistas, como o terraceamento e o manejo adequado do escoamento da água.
4. Erosão em voçorocas
É o estágio mais severo do processo, resultando na formação de crateras profundas que podem se estender por grandes áreas.
As voçorocas geralmente são causadas por uma combinação de manejo inadequado do solo, chuvas intensas e falta de vegetação protetora.
É comum que comprometam o ecossistema local, prejudiquem infraestruturas rurais e exijam intervenções custosas para sua recuperação.
5. Solapamento do solo
Geralmente ocorre em margens de rios, lagoas ou cursos d’água, onde a água em movimento remove o solo lateralmente, provocando desmoronamentos.
Este tipo de erosão é comum em áreas de propriedades que possuem corpos d’água próximos e pode causar danos tanto à lavoura quanto às infraestruturas, como estradas e cercas.
Como a erosão afeta a agricultura?
Os impactos da erosão hídrica na agricultura são profundos e afetam diversos aspectos do solo, da produtividade e da sustentabilidade das lavouras, como:
Perda de fertilidade: A remoção da camada superficial rica em nutrientes compromete a produtividade das culturas.
Compactação do solo: Reduz a infiltração de água, dificultando o armazenamento de umidade.
Assoreamento: O sedimento transportado pela água acumula-se em rios, lagos e represas, reduzindo sua capacidade de armazenamento.
Proliferação de doenças: Solos encharcados favorecem fungos e bactérias que atacam as plantas.
Prejuízos financeiros: A queda na produtividade e os altos custos de recuperação impactam diretamente a rentabilidade do produtor.
Os prejuízos não se limitam ao meio ambiente, mas também geram desafios econômicos, gerando queda na produtividade, aumento dos custos com insumos e necessidade de investimentos em práticas de recuperação do solo.
Como evitar erosão hídrica na lavoura?
A prevenção da erosão hídrica envolve práticas que protegem o solo e garantem a sustentabilidade da produção.
Manter a cobertura do solo com vegetação, culturas de cobertura ou palhada é essencial para reduzir o impacto da chuva e minimizar a remoção de partículas.
Já o plantio direto preserva a estrutura do solo reduzindo seu revolvimento, enquanto o uso de curvas de nível e terraços direciona o escoamento da água, evitando enxurradas descontroladas.
A roçadura com vegetação rasteira protege a superfície do solo, e a rotação de culturas melhora a biodiversidade e a saúde do solo, tornando o processo mais resistente à erosão.
Além disso, o manejo adequado das águas pluviais, com sistemas de drenagem eficientes, ajuda a controlar o volume de água acumulado e reduz o risco de encharcamento.
Como cuidar da lavoura com solo encharcado?
Quando o solo está encharcado devido às chuvas excessivas, algumas medidas podem mitigar os danos e recuperar sua produtividade.
A drenagempode ser melhorada com a instalação de canais ou drenos para remover o excesso de água. A aeração do solo, feita com equipamentos que rompem camadas compactadas, facilita a entrada de ar e a infiltração da água.
Para compensar perdas nutricionais causadas pelo escoamento, a reposição de nutrientes com fertilizantes adequados é fundamental.
Além disso, o controle de pragas e doenças exige inspeções regulares e medidas preventivas para evitar a proliferação de fungos e bactérias.
Por fim, é importante evitar o pisoteio em áreas encharcadas, pois isso pode agravar a compactação do solo, dificultando ainda mais sua recuperação.
Engenheiro-Agrônomo (UFRA/Pará), Técnico em Agronegócio (Senar/Pará), especialista em Agronomia (Produção Vegetal) e mestre em Fitotecnia pela (Esalq/USP).